Mundo Animal Peróxido de Benzoíla 2,5%

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Mundo Animal Peróxido de Benzoíla 2,5%
B E N Z O Í L A
D E
P E R Ó X I D O
Peróxido de Benzoíla 2,5%
Atualização Científica
Mundo Animal
Volume III
FÓRMULA
Cada 100 mL contém:
Peróxido de Benzoíla....................................................2,50 g
Veículo q.s.p. .........................................................100,00 mL
CARACTERÍSTICAS
Sanadog é um shampoo dermatológico à base de peróxido de benzoíla
microemulsionado que contém ingrediente hidratante.
A microemulsão permite que o peróxido de benzoíla seja fracionado em partículas
menores conferindo homogeneidade ao produto e resultando em: facilidade na
absorção cutânea, agilidade nos efeitos terapêuticos e melhor rendimento do produto.
Seu ingrediente hidratante minimiza o ressecamento favorecendo a recuperação da
pele e conforto do animal.
Sanadog é indicado para cães no tratamento curativo e na profilaxia das dermatites,
foliculites superficiais, impetigo, piodermite das dobras e seborréias.
APRESENTAÇÃO:
Frasco plástico contendo 125 mL, 500 mL e galão de 5 L.
Mundo Animal Laboratório Veterinário Ltda.
0800 7722 523
www.mundoanimal.vet.br
PERÓXIDO DE BENZOÍLA
Atualização Científica - Mundo Animal - Volume III
PERÓXIDO DE BENZOÍLA
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para o estrato córneo . Outro tipo celular de importância na epiderme são as células de Langerhans
(células dendríticas, não nervosas) que são ativas nos processos imunológicos e possivelmente na
regulação da formação da queratina4.
PERÓXIDO DE BENZOÍLA
INTRODUÇÃO
A pele é o maior órgão do corpo e constitui de 12 a 24% do peso do animal. Ela interage de forma ímpar com
outros sistemas, com o meio ambiente e desempenha importante papel na manutenção da higidez do
organismo. É um órgão extremamente heterogêneo, constituído por uma variedade de componentes
7,4
teciduais e celulares .
A pele é uma eficiente barreira contra agentes agressores externos, perda de água, eletrólitos,
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macromoléculas e torna possível a manutenção do ambiente interno para todos os outros órgãos .
Microscopicamente, a pele é dividida em 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme.
• Epiderme: parte mais externa da pele; composta de múltiplas camadas de células que variam da forma
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colunar à achatada .
As camadas da epiderme são classificadas da mais interna para a mais externa, da seguinte forma8:
- camada basal (estrato basal);
- camada espinhosa (estrato espinhoso);
- camada granular (estrato granuloso);
- camada clara (estrato lúcido) e
- camada córnea (estrato córneo).
A epiderme é responsável pela impermeabilização, através do estrato córneo (queratinócitos anucleados).
Durante o processo de renovação epidérmica (queratinização), os queratinócitos migram da camada basal
• Derme: representa a maior parte da força tênsil e elasticidade da pele, está envolvida na remodelação,
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manutenção e substituição da pele; modula a estrutura e função da epiderme . A derme compõe-se de
fibras, substância básica e células. Também contém os apêndices epidérmicos, músculo eretor do pêlo,
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nervos, vasos sangüíneos e linfáticos .
O sistema apendicular é um produto da epiderme e consiste em folículos pilosos, glândulas sudoríparas
apócrinas e sebáceas. O folículo piloso não é estático e passa pelos períodos de crescimento,
intermediário e inatividade4.
• Hipoderme ou subcutâneo: é a parte mais profunda e geralmente mais espessa da pele, é um
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importante reservatório de gordura e água do organismo .
A subcútis (hipoderme) contém cerca de 90% de triglicerídios em peso e funciona como reservatório de
energia, na termogênese e no isolamento, como acolchoamento protetor e de suporte e na manutenção
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dos contornos superficiais .
DIFERENÇAS ENTRE A PELE HUMANA E DO CÃO:
Pele Humana
- A epiderme é composta por 10 a 15 camadas celulares7. Sua espessura varia de acordo com a região do
corpo, chegando a 1,5 mm na região plantar10;
- As glândulas são apócrinas e exócrinas;
- pH aproximado de 7,0;
- Crescimento contínuo do pêlo e;
- Renovação da pele: a pele renova-se continuamente, as células nascem na camada basal e vão
empurrando as células mais externas, de forma que a divisão entre as camadas não é nítida, mas um
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7
processo contínuo . Renovação a cada 28 dias .
Pele Canina
- A epiderme é composta por 3 a 5 camadas celulares. Sua espessura varia de 0,1 a 0,5 mm7. A epiderme
mais espessa é encontrada nos coxins e no plano nasal, onde pode medir 1,5 mm. A superfície da
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epiderme do coxim é lisa em gatos, mas papilosa e irregular nos cães .
- As glândulas sudoríparas são apócrinas. Somente em coxins plantares e plano nasal são exócrinas;
- O pH é aproximadamente de 5,5 a 6,5;
- O crescimento do pêlo é cíclico e;
- Renovação da pele a cada 20 dias.
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Pêlo
Pêlo
Epiderme
Epiderme
Glândula
Sudorípara
Exócrina
Glândula
Sebácea
Derme
Hipoderme
Fig.1: Pele humana
Glândula
Sudorípara
Apócrina
Folículo
piloso
Glândula
Sebácea
Glândula
Sudorípara
Apócrina
Derme
Folículo piloso
Hipoderme
Fig.2: Pele do cão
As dermatopatias (doenças de pele) representam cerca de 30% do atendimento na rotina diária da clínica
médica de carnívoros domésticos, independentemente da localização geográfica e do desenvolvimento
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socioeconômico .
Todo ano, no Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, são atendidos cerca de 5 mil novos casos
de problemas dermatológicos em cães e gatos. Dentre as dermatopatias, a mais freqüente é a dermatite
alérgica a picadas de pulgas (DAPP), seguida pela atopia (desencadeada por inalantes) e, em terceiro
lugar, a hipersensibilidade alimentar.
As piodermites (infecções bacterianas da pele) podem aparecer como conseqüência de diversas doenças
da pele, sendo portanto, extremamente freqüentes.
PERÓXIDO DE BENZOÍLA
O peróxido de benzoíla, produto da interação do peróxido de sódio com o cloreto de benzoíla, é um
poderoso agente antibacteriano de amplo espectro com ação queratolítica, antipruriginosa,
desengordurante e de lavagem folicular. Apresenta atividade secante, antibacteriana (de amplo espectro
1
de ação), descamativa, desengordurante e comedolítica . É também um potente agente oxidante, que
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reage com materiais orgânicos rompendo as membranas celulares de inúmeros agentes patogênicos .
Sua metabolização, no tecido cutâneo, origina o ácido benzóico que lisa a substância intercelular e lhe
confere uma excelente ação queratolítica. O peróxido de benzoíla possui atividade residual de
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aproximadamente 48 horas .
INDICAÇÕES DO PERÓXIDO DE BENZOÍLA
Por suas características, o peróxido de benzoíla é o produto de eleição como adjuvante no tratamento de
sarnas (demodicidose), desqueratinizações, complexo seborréico, piodermites, dermatites, foliculites
superficiais, impetigo e piodermite das dobras1.
Na profilaxia contra S. intermedius, o peróxido de benzoíla sob forma de shampoo, mostrou melhores
8
resultados quando comparado a clorexidina, ao iodo composto e ao triclosan .
É freqüentemente recomendado em distúrbios seborréicos, particularmente os oleosos com tampões
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foliculares, cilindros foliculares ou comedões .
1
Não deve ser empregado em concentrações superiores a 2,5% em felinos, ou acima de 5% em cães .
O shampoo à base de peróxido de benzoíla é considerado o mais eficiente, contudo deve ser utilizado com
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cautela em peles severamente inflamadas e escoriadas .
Pode se mostrar irritante para menos de 10% dos animais tratados8.
Dermatite
A dermatite pode ser produzida por uma série de agentes, incluindo irritantes externos, queimaduras,
alérgenos, trauma e infecções: bacterianas, virais, parasitárias ou fúngicas. A dermatite pode estar
associada a uma doença intercorrente interna ou sistêmica, além de fatores hereditários que também
podem estar envolvidos.
O sinal mais comum é o prurido, seguido por lesões na pele que progridem de edema e eritema para
pápulas, vesículas, exsudação, descamação ou escaras. Pode ocorrer infecção secundária. À medida
que a doença se torna crônica, o eritema diminui e as pápulas também, as lesões ficam mais secas e a pele
pode desenvolver fissuras. Os sintomas podem variar consideravelmente, de acordo com a espécie
afetada e com o agente causal4.
Piodermite Superficial
Piodermite superficial é a invasão bacteriana da epiderme que pode se manifestar de duas maneiras:
1. As bactérias podem penetrar no estrato córneo com a subseqüente formação de pústulas subcorneanas
sendo chamada de impetigo (piodermite dos cãezinhos).
3
2. As bactérias podem invadir a abertura do folículo piloso, causando inflamação (foliculite) .
Os estafilococos coagulase-positivos são os patógenos mais comumente envolvidos.
As piodermites superficiais incluem: impetigo, piodermite mucocutânea e foliculite bacteriana superficial8.
Impetigo
Acomete especialmente cães jovens antes da época da puberdade. Não é contagioso. Muitos casos
ocorrem sem razão aparente, ao passo que em outros filhotes, a infecção é secundária ao parasitismo,
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infecções virais, ambientes mal cuidados, doença imunomediada ou má nutrição .
O impetigo ocorre como pústulas nas regiões abdominal ventral e inguinal. Ocasionalmente observam-se
pústulas na região axilar. As pústulas não envolvem os folículos pilosos, não são dolorosas e rompem-se
3
facilmente, deixando um colarete epidérmico periférico ou crosta cor de mel aderente à pele .
O prurido é raro e quando presente, em geral, indica envolvimento folicular e portanto, não é um impetigo
8
verdadeiro .
O diagnóstico é feito pelo histórico, aspecto clínico e comprovação da causa bacteriana por esfregaços
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diretos, colorações ou por culturas do exsudato pustular .
Geralmente uma terapia tópica é o suficiente para essa infecção estafilocócica superficial, uma vez que se
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tenha eliminado todos os fatores predisponentes3.
São indicados banhos com peróxido de benzoíla, clorexidina ou etil-lactato. As áreas acometidas são
lavadas diariamente ou em dias alternados até ocorrer a cura, geralmente entre sete a dez dias8.
Piodermite Mucocutânea
Ocorre em cães primariamente nos lábios e na pele ao redor da boca. Sua etiologia é desconhecida. Não
há predileção por raça, sexo ou idade. Ocorre tumefação e eritema simétrico dos lábios, especialmente nas
comissuras; segue-se a formação de crostas, que podem levar à fissura e erosão. O exsudato pode estar
presente debaixo das crostas, especialmente ventral aos lábios. A despigmentação dos lábios pode ser
8
vista em casos crônicos .
8
A piodermite mucocutânea não se origina nas dobras labiais, mas pode coexistir com elas .
A condição responde ao tratamento antibacteriano tópico ou sistêmico. É indicado o uso de shampoos à
base de peróxido de benzoíla (antibacteriano). Nos casos graves pode ser necessário o uso de antibiótico
sistêmico8.
Foliculite Bacteriana Superficial
A foliculite bacteriana superficial é geralmente diagnosticada através da observação de pústulas ao redor
dos folículos pilosos nas regiões inguinal, abdominal ventral e axilar. A base da pústula é eritematosa e o
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paciente na maioria das vezes apresenta prurido .
Geralmente causada por Staphylococcus intermedius, pode progredir para foliculite profunda, furunculose
e até celulite.
A característica primária da foliculite, independentemente da causa, é uma pústula inflamatória minúscula,
com a haste do pêlo protrusa a partir do centro. As lesões mais comuns são pápulas foliculares (lesão mais
precoce) que podem ou não ser crostosas, colaretes epidérmicos, hiperpigmentação, escoriação e
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alopecia .
A foliculite bacteriana superficial não possui padrão específico de distribuição, nem uma apresentação
clínica característica. É rara nos gatos, onde a apresentação mais comum é uma erupção papular crostosa
(dermatite miliar), clinicamente indistinguível de outras lesões papulares crostosas de gatos.
Raspados de pele e técnicas fúngicas podem ser realizados para descartar outras causas da foliculite e
amostras citológicas exsudativas podem ser avaliadas8.
Dermatite das Dobras Cutâneas
A dermatite das dobras é uma infecção bacteriana geralmente localizada na derme de cães que
apresentam grande quantidade de dobras cutâneas. A infecção atinge as dobras faciais de raças
braquicefálicas, dobras labiais de cães de lábios grandes, dobras caudais de raças braquicefálicas com
cauda “espiralada”, dobras vulvares de fêmeas obesas com vulvas pequenas e retraídas, e tegumento de
cães com excesso de dobras no tronco ou membros.
O diagnóstico se dá baseado no histórico, achados clínicos e exclusão de outros diferenciais.
A extirpação cirúrgica do excesso de dobras na face, lábio, vulva ou amputação da cauda, em caso de
dermatite de dobras caudais, normalmente é curativa. Como alternativa, pode-se realizar tratamento
PERÓXIDO DE BENZOÍLA
tópico de rotina para controlar a lesão cutânea, com shampoo antibacteriano contendo peróxido de
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benzoíla com 2,5 a 3%, clorexidina ou etil-lactato .
Seborréia
Seborréia é uma doença crônica da pele de cães caracterizada por um defeito na queratinização com a
formação aumentada de caspas, distúrbios na oleosidade da pele e da pelagem e algumas vezes por
inflamação secundária8.
a) Quanto ao aspecto etiológico, a seborréia pode ser classificada em:
-Seborréia primária: é uma desordem hereditária caracterizada por hiperproliferação epidérmica
associada ao aumento da descamação e da oleosidade da pele.
-Seborréia secundária: é uma resposta cutânea a uma alteração local ou sistêmica que desencadeia o
aumento da descamação e da oleosidade da pele7. Os sinais clínicos da seborréia secundária incluem
formação de caspas, alteração na oleosidade da pele e pelagem, dermatite seborréica, otite externa
ceruminosa ou alguma combinação destas. O diagnóstico de seborréia é simples e baseia-se nas lesões
características8.
b) Quanto ao aspecto clínico pode ser dividida em seborréia seca, seborréia oleosa e dermatite seborréica.
-Seborréia seca denota o ressecamento da pele e da pelagem. Há descamação focal ou difusa da pele
com acúmulo de caspas não-aderentes brancas a cinzas e a pelagem é áspera e ressecada.
-Seborréia oleosa é o oposto da seborréia seca: a pele e os pêlos são gordurosos.
-Dermatite seborréica é caracterizada pelo aumento da oleosidade e da descamação associado à
7
inflamação local ou difusa .
Todo distúrbio que altere a proliferação, a diferenciação ou a descamação celular provoca sinais
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seborréicos .
Para cães com distúrbios na oleosidade da pele, os shampoos indicados são aqueles à base de peróxido
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de benzoíla, alcatrão ou sulfeto de selênio .
BIBLIOGRAFIA
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7. RAMADINHA, R. R.. Principais Dermatopatias e Otopatias Seborréicas de Cães e Gatos.
8. SCOTT, D. W.; MILLER, W. H.; GRIFFIN, C. E.. Dermatologia de Pequenos Animais. 5ª Edição. Interlivros. 1996.
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10. www.saudetotal.com.br

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