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Ribeirão Preto - SP - Ano III - Nº 33 - Janeiro/2003 - R$ 1,00
Entrevista
Dr. Paulo Neves Júnior - Médico Antroposófico e Presidente da Associação Agroecológica Terra Viva
de Ribeirão Preto e Região, que congrega Produtores, Distribuidores e Consumidores de Alimentos Orgânicos.
06
“Não acredito, EU SEI.”
Fé é esta força que nos move mesmo quando nossas pernas
estão paralisadas de medo...
M. Fátima Hiss Olivares - 03
A Droga no Contexto Familiar
Se os pais suspeitam e descobrem que o filho está usando
drogas, precisam primeiramente “respirar fundo”...
Rosa M. Silvestre Santos - 03
Los Gitanos
El país de origen de los gitanos es la Índia, de las cuencas del
río Indus. Pertenecían a las castas más bajas. Se considera
que fueron perseguidos y hostilizados por la principal casta
social de la Índia, que fue la causa de su vida nómade y
desarraigada...
Marina Díaz - 04
Mais um caso
Valentim passeia os cabelos brancos e as rugas que o tempo
esculpiu. O olhar experiente percorre pessoas. Um bonde...
Belmira Innocência Melchor Cláudio - 05
DTM - Disfunção causa dores agudas
É difícil encontrar quem não tenha ou conheça alguém que
sofre com dores constantes na cabeça, na face, pescoço,
nuca...
Narciza Zeferino S. Pavan - 12
Em homenagem a criação do Museu Nacional de Belas Artes
no dia 13 de janeiro de 1937, a partir desta edição, vamos
colocar uma obra de um pintor, iniciando por Braque.
12
Chegaram as férias. E agora?
O momento mais esperado pelas crianças está aí. Época de
brincar, descansar, viajar, ir aos clubes jogar bola ou...
Débora Mourão Montovanini - 13
A Demanda dos Três Tesouros
Era uma vez, num reino distante, um rei que tinha um único
filho. O rei estava ficando velho e temia pelo seu reino...
Regina Martins - 13
Cravo-da-Índia
O cravo-da-índia é uma arbórea que pode atingir de 8 a 15
metros de altura, sendo uma árvore de tronco robusto...
Ademar Menezes Jr - 14
Hipócrates e o toque das mãos
No quinto século A.C., Hipócrates, o pai da medicina moderna, declarou: “é acreditado por doutores experientes que o calor que escoa pelas mãos, ao ser aplicado ao doente, é altamente saudável. Tem aparecido freqüentemente, enquanto acalmo meus pacientes, como se houvesse uma propriedade singular em minhas mãos de puxar e tirar das áreas afetadas dores e
impurezas diversas, colocando minhas mãos no local, e estendendo meus dedos. Assim é de conhecimento de alguns instruídos que a saúde pode ser implantada no doente através de
certos gestos, e através de contato, como algumas doenças
podem ser transmitidas de um para outro”.
16
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
2
Editorial
Hoje antes do nascer do sol subi a um morro e contemplei o céu
repleto,
E disse ao meu espírito. Quanto abrangermos esses orbes junto
com o prazer e o conhecimento de tudo o que há neles, então
estaremos completos e satisfeitos!
E meu espírito respondeu. Não, vencemos esta escalada apenas
para passarmos e continuarmos adiante.
Também me fazes perguntas e eu te ouço,
Respondo o que não posso responder, deves descobrir tudo sozinho.
Senta-te um pouco, filho amado,
Eis aqui biscoitos para comer e leite para beber,
Mas assim que tiveres dormido e te restabelecido em roupas limpas,
te darei um beijo
De despedida e abrirei o portão para partires daqui.
Por muito tempo já sonhaste sonhos vis,
Agora tiro a remela de teus olhos.
Walt Whitman
Walt Whitman é um poeta nascido em 1819, em Long Island, Nova
Iorque. Nós o escolhemos para falar do Ano Novo. Do novo que se
inicia. Poeta inigualável, ninguém como ele tratou de temas universais e concernentes à liberdade humana, a capacidade de mudarmos,
de encetar novos caminhos e principalmente à capacidade de não
interferirmos na vida de nosso semelhante. Este não interferir não
significa indiferença, mas sim de um aconchegar. De um aconchegar
de quem sabe das mazelas da vida e que sabe cantá-la em sua
grandiosidade. Que o Ano Novo que chega traga a possibilidade de
sermos aconchego, para nós mesmos e para os outros, que traga a
possibilidade de atingirmos nossa missão, de sermos livres sem perder de vista a liberdade de nossos semelhantes. Que possamos limpar nossas remelas e as dos que nos cercam.
.
Mariza Helena
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Tarô - O Diabo
Décima quinta carta, vigésimo sexto caminho - o caminho de Ayin
Esta carta revela pura confusão.
Senão, vejamos: trata-se de uma figura central andrógina – ela tem seios e pênis -, portadora de asas de
morcego, pés animalescos, mãos em
forma de garras. Na cabeça usa um
elmo dourado, como o do deus
Wotan – que é um deus sem limites,
voltado para o prazer e para o poder.
Neste elmo há cornos, chifres de veado cujo símbolo é o fogo divino.
Reparemos que os
cornos não pertencem
ao Diabo mas fazem
parte do elmo de
Wotan. Na mão esquerda ela segura uma
espada de forma descuidada e nada é mais
perigoso do que este
poder mal utilizado! A
mão direita desse personagem ergue-se
num gesto em que
preponderam quatro
dedos erguidos a representar os quatro
elementos da natureza.
O Diabo olha na direção do nariz, os
olhos são vesgos,
olhos de confusão e de dubiedade.
Ele está de pé sobre o que parece ser
uma bigorna. A seus pés, presos pelo
pescoço por um cordão que passa
através de um anel, estão dois diabretes inteiramente nus, providos de
longa cauda. Na cabeça portam também o elmo de Wotan e cornos de
veado. O solo a seus pés é negro
como o solo em que a Morte ceifa
cabeças.
O SENHOR DAS TENTAÇÕES
opera às costas desses dois escravos e eles nem sequer se dão conta
de que estão sendo manipulados.
Essa figura chega a ser infantil. Será
por isso menos nociva? Não. A
irresponsabilidade que lhe é inerente é por si só danosa. Imagine a es-
pada a ser manejada por mãos inaptas. Imagine o voltarmos as costas
aos elementos instintivos que nos
escravizam. Imagine a mão que não
sabe o que faz a outra. Mas não nos
enganemos. Esta figura representa
também a necessidade material, o
impulso para a ação. Temos um corpo e ele é o veículo para que caminhemos neste mundo, nesta realidade sólida e real. Não se trata de voltar as costas ao Mal
fingindo que ele não
existe. O Diabo arma
tentações mas não
nos esqueçamos de
que ele é o responsável pela nossa liberdade de escolha.
Sem sua interferência no Jardim do
Éden, não teríamos
tido oportunidade de
nos defrontarmos
com nossa sombra
pessoal e de expandir nossa consciência. Trata-se aqui de
lançar luz sobre as
trevas. Esta carta a
propósito é a do caminho de Ayin que
significa olho, o olho que incita que
aceitemos a realidade mas que tenhamos uma percepção das coisas através de uma visão interior. O Demônio não pode desaparecer magicamente porque assim o queremos ou
porque desejamos que ele jamais tenha existido. Ele está dentro de nós
e sobre ele deve ser lançada a luz da
consciência.
Se você perdeu alguns dos textos anteriores sobre o Tarô, você
pode acessá-los através de nosso
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Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
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Veja, ao longo das páginas, as bancas de jornais onde você
encontra o seu exemplar do Peregrino em
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Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
3
“Não acredito, EU SEI.”
é é esta força que nos move
mesmo quando nossas pernas
estão paralisadas de medo. Leva o
indivíduo para frente, mostra uma
direção, um caminho a seguir, um
norte.
Desde os primórdios, o homem
sempre precisou de algo para dar
sentido à sua vida. Alguém para explicar porque as chuvas caem, o sol
nasce e se põe, etc... Mas não havia
explicações para tais eventos naturais. Talvez, tudo fosse obra dos deuses. Assim surgiram vários deuses,
vários mitos: Zeus, Afrodite, Odin,
Rá Independente da localização no
planeta, cada povo criava e cultuava
suas próprias divindades. Uma das
histórias de que mais gosto é a do
deus Thor que batia com seu martelo encantado, provocando os trovões, explicando assim o fenômeno.
Houve deuses e deusas para cada
evento comum aos seres humanos;
um Eros ou Cupido para flechar um
coração romântico, ou Osíris deussol egípcio , que trazia o calor e ordenava o rio Nilo.
O interessante é que desde que
o homem é homem ele traz dentro de
si a semente da existência de Deus.
Não sabia bem do que se tratava,
mas sabia intimamente e instintivamente que havia algo maior que ordenava tudo, uma energia que existe
tanto fora quanto dentro dele. O homem tentou achar as explicações,
mas sua capacidade não alcança a
compreensão total, então neste ponto
encontra a idéia de Deus.
Conforme o tempo passou, muito se fez de certo e errado em nome
de Deus, mas a centelha divina dentro do homem continuou acesa, e talvez evoluindo.
Nossas bisavós, aquelas que
moravam no interior, na vida dura do
campo, possuíam uma forma mais
simples e pura de religião. Encontravam-se para rezar. Oravam na beira
da cama de um compadre que estava
doente, faziam preces para a colheita
ser farta. Tinham uma vida simples e
a religião direcionava para o que era
certo e errado.
Hoje, em pleno caos da
modernidade, nota-se que a busca
por uma religião é muito intensa.
Busca-se uma ordem para este caos.
A mídia ajuda neste culto, a religião
está na TV, no rádio, CDs, adesivos
de carros, lojas religiosas, revistas,
roupas, em todo lugar. É uma fé mais
moderna, mas não deixa de ser intensa. O homem se apossou de sua religião, e assumiu que não tem medo
de crer. Religião vem de religare, que
significa religar-se, ligar-se de novo.
Seria reconectar-se com o divino,
com sua deidade. E, sendo moderno
ou antigo, seja de que religião for, ao
meu ver isso só pode ser muito benéfico.
Carl Gustav Jung, um gênio,
quando perguntado se acreditava em
Deus respondeu “Não acredito, eu
SEI”.
Colaboração: Maria de Fátima
Hiss Olivares
Psicóloga - CRP.:06/62057
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A Droga no Contexto Familiar
Se os pais suspeitam e descobrem que o filho está usando drogas, precisam primeiramente “respirar fundo”, escutar o que o filho tem
a dizer e se colocar de frente com a
realidade.
Este uso pode ser devido a
uma oportunidade que surgiu, uma
curiosidade, uma imitação, uma necessidade de transgredir ou de camuflar um buraco negro em seu mundo interno, mas não significa que ele
já se tornou um dependente.
Todo cuidado é pouco, uma abordagem inicial desastrosa pode se tornar mais perigosa do que o uso de
drogas em si. De nada adianta a
agressão, a violência e o desespero;
cabe muita sensibilidade para perceber as necessidades emocionais do
filho, o diálogo e o esclarecimento
dos riscos de acordo com as informações científicas.
Os especialistas recomendam atividades artísticas e esportivas como
alternativas saudáveis para a substituição de drogas, mas nossa expe-
riência confirma o quanto a arte e o
esporte, infelizmente, são insuficientes para preencher esta busca de
prazer imediato.
Os psicólogos alertam sobre a
necessidade de dar segurança para
os filhos através do afeto, da escuta
e da atenção concentrada (fator de
proteção contra as drogas).
Estudos concluíram a depressão
como o transtorno psiquiátrico mais
associado à dependência às drogas.
Com pesar, constatamos muitos jovens sofrendo deste mal.
Recentemente descobriu-se que
crianças com dificuldades de aprendizagem, hiperatividade, déficits de
atenção e concentração são mais
propensas a se tornarem dependentes de drogas.
Geralmente os familiares não identificam a dificuldade escolar do filho,
não escutam as advertências da escola, não encaminham a especialistas (como a um psicopedagogo, por
exemplo) e rotulam o distúrbio como
rebeldia, preguiça, desinteresse,
indisciplina, provocando um grande
abalo na auto-estima e no desenvolvimento de outras potencialidades
das crianças.
O desejo de drogas é sempre a
busca de algo mais. No entanto, a
melhor forma de prevenção que ainda não foi contestada por ninguém é
o encontro com a centelha divina.
Quando os jovens conhecem seu
projeto de vida, reconhecem a força
no seu coração e na sua intuição,
não sentem necessidade de recorrer
às drogas como meio de fuga. Podem compartilhar a ligação com o Eu
Superior e sentir a energia criativa
que emana através das palavras, imagens, natureza, quadros ou música.
Por isso que, nesta empreitada
educativa, o exemplo dos pais, a
vivência dos valores humanos, a
educação dos sentimentos e a religiosidade são condições “sine qua
non” para a droga não fazer parte do
contexto familiar.
Santos, Rosa M. Silvestre, Prevenção de Droga na Escola: uma
abordagem psicodramática, 3ª ed.,
Campinas: Editora Papirus, 1997.
Colaboração: Rosa Maria Silvestre
Santos
Psicopedagoga, Psicodramatista
Tel.: (16) 620 1242
Bibliografia:
Retire seu exemplar nas
Bancas abaixo
Sertãozinho
Banca do Prado
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Super Banca Avenida
Av A Paschoal x R Vol O G Martins
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
4
Pela saúde do mundo
Em 2003, segundo os odús de diversos babalorixás no jogo de búzios, Xangô, o orixá do trovão, da pedra da Lua, Rei de Oió e da Justiça,
ao lado de Iansã, Senhora dos Eguns,
raios e símbolo da mulher independente, guerreira por natureza para
fazer valer o que é certo, transmitirão
suas energias fundamentalmente ao
planeta Terra, quando nunca é demais recordar que saúde é o equilíbrio, físico, psíquico e espiritual do
ser humano, bastante destacado na
esfera social contemporânea que precisa transformar-se.
Antecipando o ano vindouro, no
Palácio 9 de Julho, em São Paulo, Capital, no último dia 25 de novembro,
foi realizada sessão solene comemorativa do dia internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, organizada pelos ativistas dos direitos humanos Salvador Khuriyeh e Jamil
Murad, para que Israel e os Estados
que o apóiam venham a cumprir as
resoluções da ONU e a implementação das mesmas como o caminho para resolver o conflito, envolvendo o último país sob ocupação
neste século, tendo o mais antigo e
maior problema de refugiados na história atual, para que a Jerusalém Oriental em um Estado livre concretizese.
Valorizando ainda mais os seres
humanos, leis e medidas mais rigorosas para combater a exploração
sexual que atinge a cada ano 700 mil
mulheres e crianças na Europa foram
pedidas durante a 1ª Conferência
sobre a Luta Contra a Exploração
Humana, na qual os participantes da
reunião, de três dias aproximadamente, subscreveram a “Declaração de
Bruxelas”, na qual recomendam aos
governos europeus a adoção de medidas “mais coordenadas” para combater a exploração, ressaltando a necessidade de garantir maior proteção
às vítimas dos traficantes, as mulheres e crianças exploradas pelos criminosos no mercado ilegal do sexo,
a exemplo da utilização marginal da
Internet que delituosamente foi usada para relacionar as imagens das
Retire seu exemplar nas
Bancas abaixo
Ribeirão Preto
Banca Neves II
R Cel Américo Batista, 2897
Banca Silva
Av Portugal x Tr Nadir L. Mansini
artistas Carla Perez e Sheila Carvalho com meretrizes.
Éliphas Lévi, ocultista do século
XIX, dizia que o anticristo é o espírito do cisma e da divisão, oposto do
espírito de caridade, homem individual dos tempos modernos que se
diz Deus, faz-se centro de todas as
coisas, vive somente pelo direito,
sem reconhecer o dever, e não conhece outra associação, a não ser a
cumplicidade ou o balanço dos interesses, quando os cientistas estão
melhorando o nível físico, mas é preciso notar que o ser humano está ficando longe ou fora de centro em
seus sentimentos, necessitando acordar um lado místico, levantar sua cabeça, olhar para fora, pois muitos
estão à sua espera, feito seus irmãos,
as árvores, florestas, os animais,
mares, rios, aprendendo a respeitálos, pois seu poderio, sua cobiça tem
feito muitos tormentos a esses seres
indefesos que sofrem sem mesmo
saber porque, se nada fazem de errado, na certeza que é natural os homens viverem e deixarem a natureza
existir cheia de plenos poderes do
amor, pondo-se em nível igual na glória de servir a Deus Único.
Diz a lenda mística afro-brasileira
que Xangô, ao ganhar a batalha final
contra os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos seus
soldados, através de um forte raio
disparado por Iansã no auge da fúria
de ambos, teria poupado os sobreviventes de maiores atrocidades, destacando a importância do senso de
Justiça, atributo primordial desse
orixá, que, a partir daí, foi admirado e
cantado por todos, ao lado da esposa Oyá, sendo procurado para quem
deseja resolver todo tipo de pendência, julgar as discordâncias e administrar a equidade, podendo ser evocado através de uma vela marrom de
sete dias, acesa em uma quarta-feira,
ardendo até o seu final em uma pedreira na qual poderemos saudar o
ano novo que já se faz presente entre nós, na oração que é um poderoso instrumento de renovação das
esperanças, atuando sobre o consciente, inconsciente e supraconsciente, na busca do Pai Maior e dos seus anjos de vida eterna.
Colaboração: Sérgio Rudge
Educador na área de ciências da
humanidade e pesquisador dos
cultos afro-brasileiros de Umbanda
e Candomblé
Los Gitanos
El país de origen de los gitanos
es la Índia, de las cuencas del río
Indus. Pertenecían a las castas más
bajas. Se considera que fueron
perseguidos y hostilizados por la
principal casta social de la Índia, que
fue la causa de su vida nómade y
desarraigada.
El éxodo de los gitanos empezó
en los siglos VIII e IX después de
J.C. Emigraron a través de Ásia y
Europa dejando huellas de su raza
en diferentes lugares.
Se calcula que unos 180.000
gitanos entraron en España en
etapas, la mayoria llegaron a
Andalucia en donde se quedaron.
Hay dos grupos de gitanos: los
nómadas y los sedentários. Estos
últimos, que formaban el grupo más
grande, eligieron Andalucia como su
patria final.
Semejanzas culturales como: el
miedo, el orgullo, la vivacidad, la
resignación y arrogancia son
comunes de andaluces y gitanos.
La palabra gitano se considera
originária de la palabra “Egipto”,
aunque no haya prueba de que ellos
hayan vivido en el Norte de Egipto,
según algunos investigadores.
En Andalucía los gitanos
encontraron después de sus árduas
migraciones, una tierra que
seguramente les pareció un
verdadero paraíso, una tierra rica, a
apesar de haber también mucha
pobreza y miséria.
Las diferencias de cultura e
identidad entre los nómadas y los
própios habitantes del país eran
demasiado grandes. Entre sus
diferentes habilidades y dotes, los
gitanos eran también propensos al
hurto y al engaño. La población
sedentária empezó a desconfiar de
ellos, esto provocó que los gitanos
se volvieron más arrogantes y
hostiles y la justicia más
intransigente.
Durante los siglos seguientes,
despertaron los gitanos desconfianza, racismo y manía persecutória
en la población agrária.
Un decreto promulgado por los
reyes católicos Fernando e Isabel,
por su contenido inhumano y poco
cristiano, puso a los españoles en
contra a esta raza.
Los tiempos difíciles y
horrorosos durante los siglos XVI y
XVII no solo afectaron a los gitanos,
como también al proletariado español
y también la clase baja de toda
Europa.
Felipe III, en Portugal ocupada
por España, determinó el año 1580
que los gitanos que quisieran
continuar viviendo en el país tenían
que vivir en una población
constituída por más de mil famílias,
no podían usar sus vestidos
tradicionales, ni su nombre e idiomas
própios. Esto fue un golpe mortal
para su identidad. Los gitanos, como
raza y pueblo, habían de ser
exterminados.
En Andalucía, sin embargo, eran
aceptados por el pueblo e incluso
por la aristocracia, que se hicieron
protectores de algunas famílias
gitanas. Fueron sus padrinos y en el
bautizo adoptaron los nombres de
sus protectores, como: Vargas,
Amaya, Heredia, Reyes, Ortega, etc,
los cuales desde hace tiempo son
nombres conocidos de gitanos.
Para un gitano la família és la única
y absoluta seguridad. Sin família no
és nadie. El mayor y más temido
castigo para el era arrancarlo de su
família. Cuando le quitaban de su
ambiente social, que era la condición
de su vida normal, perdía su vitalidad
y ganas de vivir, pero rodeado de su
família, el gitano parece tener un
temple de acero o bien se cimbrea
como una varilla de mimbre que se
doblega pero nunca se quiebra.
Colaboração: Marina Díaz
Professora – Coreógrafa – Intérprete – Pesquisadora
Tel.: (16) 3931-4001
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
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“A poesia é um canto”
Jair Yanni é uma artista que tira poesia do barro e das palavras. É membro da ALARP, foi presidente e fundadora da SOARTE, participa do Grupo Flamboyant, foi presidente da
CEPERP, nos últimos dois anos. É
artista plástica e, sobretudo, amante
da poesia e é um pouco dessa história de amor que ela fala nesta entrevista.
Peregrino – Há quanto tempo você
faz poesia?
Jair – Eu faço poesia desde criança,
do meu tempo de escola. Meu pai
era professor de arte dramática e eu
declamava. Ele me ensinava recitar.
Sempre fui exibida. Folheava livros e
onde encontrava versos eu lia quando gostava, decorava e assim o ritmo da poesia foi penetrando.
Peregrino – Qual é o seu poeta preferido?
Jair – Há vários antigos como Guilherme de Almeida, Menotti Del
Picchia, Casimiro de Abreu, Bilac, no
meu tempo de moça. O Cassiano
Ricardo, entrando pelo modernismo.
Gostei muito do Bandeira. Gosto do
Drummond, Adélia Prado, apesar de
ser do tempo da poesia mais antiga.
E o Pessoa, heim? Nossa!
Peregrino – Escrever poesia é difícil?
Jair – Eu acho fácil. Muito mais fácil
que fazer um conto, mas nem todos
acham fácil.
Peregrino – A rima é obrigatória na
poesia?
Jair – Não. Claro que não. A rima
enfeita. Às vezes, acho indispensável, não obrigatório (nada é obrigatório mais). Indispensável mesmo na
poesia, é escolher bem as palavras
(o tema pode ser simples) porque as
palavras têm uma melodia, encaixamse umas nas outras. Se você coloca
uma palavra que não se dá bem com
a vizinha, você estraga a poesia. Então, o português tem isso de bom.
Tem um vocabulário muito extenso.
Você acha sempre uma palavra bonita para substituir outra que não estava bem encaixada.
Peregrino – Há muitos poetas hoje?
Jair – A poesia está voltando maravilhosamente. Na Casa do Poeta
acontece algo interessante. É um espaço freqüentado por quem gosta de
poesia. Não importa o grau de cultura que tenha. E a poesia mostra como
você pode fazê-la usando o seu conteúdo. Quem tem mais, faz melhor,
quem tem muito, faz maravilhas.
Peregrino – Como você faz poesia?
Na hora que surge uma idéia você
escreve num papel ou deixa para anotar depois?
Jair – Ah, se não guardar, ela vai
Entrevista de Aider Cruz de Oliveira para o Peregrino
embora. É como passarinho. Há poe- tante desta coisa melódica que a posias que surgem de um tema que você esia tem. A poesia é um canto.
gosta, ou de um conceito pessoal.
Agora eu faço muita poesia filosófiPoesia no barro
ca, então eu consigo escrever sobre
os meus conceitos, minhas conclu- Há aproximadamente trinta anos, Jair
sões, é quando eu percebo que isso trabalha com barro. Segundo ela,
pode dar uma poesia linda.
houve uma identificação com a argila, por ser ela “um material místico”.
Peregrino – Você sente que há um Jair diz que há poesia no barro. Quantema que se repete em suas poesias? do fala sobre isso cita Omar Kháyyán
Jair – Eu procuro não repetir por- – “Oleiro, cuida da argila que tem nas
que qualquer coisa dá poesia; mas a mãos. Você pode estar misturando
natureza me fascina. Eu fiquei apai- crânios de sultão a mãos de mendixonada por um pé de fruta do conde gos”.
que havia no fundo do meu quintal. Segundo ela, a história da argila é
Fiz uma crônica sensível para ele. exatamente essa: “restos humanos
Depois peguei o barro e fiz uma fruta depositados há milhões de anos”.
do conde. Então minha fruta virou Canta, também, o barro em seus verescultura e atrás dela veio todo o sos:
sentido da beleza estética do fruto.
Tudo é poesia.
“sinto-me íntima com a minha pele
a argila desliza em minhas mãos
Peregrino – A violência, o construo coisas que durarão mais do
consumismo, esses temas atuais, que eu
enfim, refletem-se na sua poesia?
amanhã serei também argila
Jair – Refletem-se. Fiz uma poesia manuseada”.
baseada nesse crime horroroso que
aconteceu em São Paulo (Richtofen).
Intitula-se “Prece aos jovens”. Este Jair fez mais de uma centena de poehorror virou poesia. A poesia está sias. Tem seu nome em várias antono fundo da alma da gente. Eu acho logias publicadas. Pela Casa do Poeque se você vasculhar, você acha ta e do Escritor, pela ALARP e pelo
tanta coisa. Agora, quem não lê, não Flamboyant. Publicou um livro solo
se sente atraído pela palavra, conse- – “Ecos de Outono”. Colabora com
qüentemente, não escreve. Quem jornais da cidade.
não lê poesia, também fica muito dis-
O homem deste milênio
Mais um caso
alentim passeia os cabelos brancos e as rugas que o tempo esculpiu. O olhar experiente percorre
pessoas. Um bonde sofrido, a gemer
a ladeira, protesta a caminho do alto,
à praça da igreja. Mas ele ouve um
outro ruído distante no tempo. É o
range-range da mina, um lamento de
carvão, do destino de minério. Transformado em pó, ataca o homem e se
faz pele de quem ousa tirá-lo do leito
em que dorme.
O homem ri da face grotesca à
frente do espelho. Apenas os dentes respondem na imagem, mas o grito do carvão ficou-lhe na alma. Uma
opressão, falta-lhe o ar; e o homem
anseia maior horizonte.
Fugindo aos grilhões, carrega
memórias, laços para mantê-lo coerente à vida passada... Vindo de
Espanha, um simples migrante, da
classe mais pobre do barco, é conviva. Nas noites escuras, desconforto, miséria, mas brilha a esperança...
E volta à lembrança: a terra e seu eito,
cuidados, colheita, nem só flores e
perfume da terra lavrada. Nas mãos
são os calos, e as unhas tarjadas. Da
messe o que sobra é tão pouco. Apenas migalhas, mas suprem a fome.
Súbito, vê-se ali, o que faz? Ah!
Espera um bonde rangente, que o
leva de volta à vida presente. Agora,
quem o espera? É o neto caçula, que
esqueceu a merenda. Túlio é semente, promessa.
Atleta ereto, de terno completo
até o colete, de bolso a bolso relógio
e corrente, botinas brilhando, chapéu e gravata, barba feita, banho
gelado, ele vai ao encontro do neto
querido, não pode ficar sem o lanche
perdido.
Viaja de bonde no estribo. Perigo! No bolso o lanche e os olhos ao
léu. Dlim... dlim... ele ouve. O bonde
se arrasta e ele nem vê o larápio que
roça seu bolso indefeso. Decerto
pensou no dinheiro do velho, um
velho elegante. Mal ele sabia: o tesouro servia para saciar a fome do
corpo e não do seu bolso. Era mais
um caso: o do pobre garoto que vive
a ilusão de vida mais fácil se fosse
ladrão.
Mas Valentim celebra, a cada dia,
o vento na cara, a brisa tão fresca, a
noite de lua, como o ar da montanha,
a montanha da mina na costa de
Espanha.
Belmira Innocência Melchor
Cláudio
e-mail: [email protected]
Tal como feto no limbo,
o homem deste milênio
pasma de dor e presságios
diante do inexorável
O ancestral
(estrategista da sobrevivência,
conquistador com o troféu de cada
dia)
retorna em sonhos plasmados
de escuridão das cavernas
O medo espantado a fogo.
É outra a caverna agora,
tem luz artificial e computador
e o homem deste milênio,
acompanhado do mundo inteiro,
tem um medo virtual.
(Aider Cruz de Oliveira - membro
do Grupo Flamboyant e da CPERP )
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
6
Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior
Médico Antroposófico e Presidente da Associação Agroecológica Terra Viva de Ribeirão Preto e Região, que congrega
Produtores, Distribuidores e Consumidores de Alimentos Orgânicos.
Peregrino - Como surgiu a
Antroposofia?
Dr. Paulo - A Antroposofia surge
com Rudolf Steiner na Europa.
Steiner inicialmente encontrou seu
público na Teosofia, mas sempre afirmou que trazia elementos de ordem
pessoal que não seguiam a linha
teosófica. Ao encontrar esse público ele traz a Antroposofia que teria
uma visão do homem como um determinado centro de evolução junto
ao próprio planeta. Há uma
cosmogênese. Existe uma formação
cósmica que Steiner traz sob o ponto de vista antroposófico e que vem
relacionada ao ser humano e à evolução do planeta onde a Terra passaria por determinadas fases até chegarmos onde estamos hoje. Temos,
aqui, uma relação da evolução planetária e de todos os seres relacionados a ela, centralmente baseada
na existência do Cristo. A existência
e a importância Dele está relacionada diretamente com a evolução do
ser humano e digamos assim de todo
o Cosmos. Então é uma visão humana, uma visão cósmica e uma visão
cristã com todas as peculiaridades
da antroposofia. Através dessa visão do planeta e do ser humano temos uma evolução prática das coisas na história do movimento
antroposófico que seria a visão da
antroposofia nas mais diversas áreas; na medicina, na pedagogia
Waldorf, na agricultura biodinâmica,
na arquitetura antroposófica entre
outras. Por exemplo, dá para ver a
economia sob o ponto de vista da
antroposofia, porque Steiner deve ter
praticamente falado sobre quase todos os assuntos possíveis no sentido genérico e culminou que algumas
áreas se transformaram em áreas profissionais. O movimento fundado na
Europa, na Alemanha e na Suíça,
onde hoje tem uma representatividade muito grande lá naquela
região e aos pouquinhos foi crescendo. Em termos das Américas o movimento da pedagogia Waldorf tem
mais representatividade nos Estados
Unidos, onde há mais escolas
Waldorf. Em termos de medicina, no
Brasil. Na Europa tem-se toda uma
constituição em torno de prédios, em
termos de pesquisas dentro da área
médica, da área científicoantroposófica. Há até uma faculdade de medicina na Alemanha.
alizar-se na pedagogia precisa ter
formação médica?
Dr. Paulo - Basicamente era sugerido que um pedagogo curativo fosse
um pedagogo, mas hoje isto é liberado para que outros profissionais façam pedagogia curativa. Então isto
está aberto a outras áreas e não é
preciso ter uma formação em medicina. A pessoa tem sua formação e
pode fazer como se fosse uma pósgraduação. Agora para a medicina
antroposófica é necessário ser médico. Porque a gente não difere o que
é um médico alopata de um médico
antroposófico. Então utilizamos os
recursos disponíveis para a medicina como uma complementação de
recursos terapêuticos antroposóficos. Essa é a nossa visão.
Peregrino - Como é feita a opção
pela medicina antroposófica?
Dr. Paulo - Todo médico antroposófico é um médico alopata que
vai fazer um adendo de formação em
medicina antroposófica, como se
fosse uma pós-graduação. A medicina é praticada pelos médicos e não
permite que outros profissionais a
exerçam. Não obstante na medicina
antroposófica existiu um certo espraiamento de atividades terapêuticas
dentro da saúde sob o ponto de vis- Peregrino - E como é que o senhor
ta da antroposofia. Existe a massa- se interessou por isso?
gem rítmica, que é uma massagem Dr. Paulo - Eu era estudante de meantroposófica, mas é praticada por dicina e estava questionando o cur“técnicos da área da
so, questionando
massagem rítmica”;
bastante a minha
existe a euritmia que
formação. Em Juiz
“...Cristo é um Deus acima de
inicialmente foi um
de Fora, MG há um
todos eles, e também entra aí
trabalho corporal
núcleo de médicos
o processo dos anjos caídos.
sugerido também
antroposó-ficos e,
Desses, na antroposofia...”
por Steiner que taneu fiquei sabendo
to pode servir como
que haveria alguapresentação de
mas palestras para
palco, apresentação teatral quanto formar um grupo de estudos. Isto em
pode ser de um ponto de vista higiê- 1986. Aí eu fui e era um grupo de
nico a ser praticada pela manhã e estudos de antroposofia dado por
pode ser colocado na medicina como um médico. Eu não gostei, achei nada
euritmia curativa. Existe a terapia ar- interessante, meio estratosférico.
tística antroposófica, que prevê o Passamos um ano inteiro, era um grucurar através de pintura, de modela- po de estudantes de medicina e no
gem, e existe a pedagogia curativa ano seguinte entrou-se na parte méque é uma derivação terapêutica para dica de fato, e eu disse: “que bom,
pedagogos, para se tratar crianças era isso mesmo que eu queria”; caiu
excepcionais. Isto também existe com a ficha! Aí eu projetei para ir a São
formação atual no Brasil. Mas, exis- Paulo fazer um estágio na clínica
tem outros ramos também que estão Tobias, uma clínica que tinha
dentro de uma visão antroposofica internação com medicina antroda saúde.
posófica. Era a única do Brasil. Programei-me. Fui fazer a residência méPeregrino - A pessoa para especi- dica em São Paulo e depois o estágio
na Clínica Tobias. Durante a residência eu fiz o curso teórico, depois fiz o
estágio e completei a formação.
Peregrino - O senhor falou sobre a
questão do Cristo em Rudolf Steiner,
como é que ele encara isso, Cristo
como um Deus, como encaram os
católicos? A formação dele é mais
para o espiritismo?
Dr. Paulo - Não, ele é um crítico do
espiritismo.
Peregrino - A visão dele é proveniente da Teosofia?
Dr. Paulo - Creio que também não.
Steiner fala que nós temos quatro
corpos. Então o planeta passa por
determinadas fases de existência e
de dissolução. Cada vez que ele se
faz e depois ele se dissolve, cria-se
um corpo humano a mais. Então é
como se fôssemos evoluindo nesse
processo, juntamente com a presença de todas as chamadas hierarquias; encontramos inclusive na teologia católica: anjos, diversos anjos,
os serafins, os querubins, os arcanjos, que são chamados de anjos genericamente. Mas isso é conhecimento antigo das hierarquias, que
são nove e, esses seres estão relacionados ao desenvolvimento humano. Eles participam tanto da evolução do planeta quanto da evolução
do ser humano. Cristo é um Deus
acima de todos eles, e também entra
aí o processo dos anjos caídos. Desses, na antroposofia são descritos
dois: Lúcifer e Arimã que participam
no processo de evolução do ser humano. É que na concepção que eles
têm na teologia cristã católica esses
dois anjos caídos se confundem.
Quando se fala Satã na Idade Média
seria o Arimã, e não o Lúcifer. Mas
seria um contraponto, uma espécie
de desafio para a humanidade para
superar o que eles trouxeram de grave, porque se não houvesse havido
a participação de Lúcifer e de Arimã
o ser humano teria uma evolução
mais ou menos uniforme levado pelas hierarquias. Quando surge
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Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
7
Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior
Lúcifer - que seria um ser pouco acima dos seres humanos - nos é transmitido o símbolo da tentação que é a
imagem da maçã oferecida por Eva,
proveniente da árvore do conhecimento. Então é como se o ser humano fosse meio autômato, como se
fosse levado como uma criança pela
mão. Lúcifer que quer dizer que vem
da luz, trouxe a possibilidade da luz
da consciência, e oferece para o ser
humano a possibilidade de escolha.
Como o ser humano anseia por isso
ele se desconecta dessa evolução
natural e aí surge a questão do mal.
Isso serviria para a gente ter o bem e
o mal, mas, por outro lado surge a
autoconsciência e surge a questão
da liberdade. Porque antes você não
seria livre. Agora você é livre e corre
perigo de desconectar-se dessa evolução. Agora a humanidade corre
esse perigo. Aí entra Cristo no sentido de que Ele interfere nesse processo pelos riscos que a humanidade sofreria. O exemplo do Gólgota
representa bem esse ponto de vista
espiritual, visível para o processo de
cura da humanidade, uma possibilidade. É como se antes Ele fosse um
ser que estivesse lá no mundo espiritual e agora ele está no planeta, que
passa a ser a morada dele a partir do
evento do Gólgota.
Peregrino - Arimã não teria uma ligação com os persas?
Dr. Paulo - Já é descrito lá.
Peregrino - Lúcifer é citado na terminologia católica e Arimã na persa?
Dr. Paulo - Na terminologia persa
são citados os dois, é que para esses povos existe um deus solar –
Masda. Em outro ponto da história,
há também um Deus solar, visto através de um culto, dos egípcios, bem
representado quando eles saem do
delta do Nilo para fundar uma nova
religião, no começo do rio, mais no
interior do continente africano.
Peregrino - É Amon-Ra?
Dr. Paulo - Os povos antigos já tinham a noção de Cristo como um
Deus ligado ao sol. Eles descrevem
isso com nomes diferentes, mas é a
mesma entidade espiritual. É claro
que essas culturas antigas são cheias de Deuses, mas sempre você vai
encontrar um solar e um da escuridão. Muitas vezes o da escuridão é
Arimã. Os persas descrevem bem
Arimã.
carnacionistas, porque se parte do
princípio de que uma vez que Lúcifer
e Arimã entraram nesse processo, a
humanidade começa a correr riscos.
Significa que quando você morre, há
uma oportunidade de se voltar para
o mundo espiritual, entrar em contato de novo com essa realidade espiritual, digamos assim evolutiva e
voltar ao planeta para seguir aquilo
Peregrino - Interessante é que há que você arquitetou para o seu deuma terminologia para vários povos senvolvimento. Quando você morque acaba contando a mesma histó- re, você recapitula sua vida e cria inria, e que acaba trazendo o mesmo tenções para o futuro. Então isto faconhecimento.
ria na visão de morte a formação de
Dr. Paulo - É você vai vendo nos um carma futuro. Mas o que Steiner
gregos, por exemplo. Eles têm deu- distingue entre espiritismo, e o espises mais ou menos humanos, que se- ritismo tem digamos assim uma exisgundo algumas descrições da psi- tência recente na história da humacologia são coisas da nossa vida nidade, é que ele diz que todas
emocional. São esses demônios pe- vivências de ordem espiritual nunca
quenos que estão dentro de todos serão feitas de maneira concreta, da
nós. Mas sempre há os mais eleva- forma como a gente descreve no mundos na hierarquia. E há sempre este do atual. Há um livro do Chico Xavier
deus na hierarquia
em que ele descreque é ligado a esfeve o mundo com
ra solar. O livro
ruas, casas e,
“...É claro que hoje existem
“Médico de HoSteiner diz que pervariadas técnicas que promemens e de Almas”
cepções como estem “benefícios” ou “capacide Taylor Caldwel,
sas são reais do
dades espirituais...”
fala dos babilônios,
ponto de vista esde um sacerdote
piritual. Esse tipo
médico que já espede percepção seria
rava o Cristo. Muda-se a terminolo- um distúrbio. É interessante notar
gia, mas seria o mesmo deus e os que existem muitos médiuns que esmesmos anjos caídos.
tão freqüentemente doentes. Então
do ponto de vista antroposófico se
Peregrino - Só muda o nome?
alguém é médium, em primeira insDr. Paulo - Às vezes só mudam os tância, pode ser um distúrbio. O pronomes, a história é a mesma, o fio cesso de clarividência dentro do que
condutor é o mesmo.
o Steiner propõe é de que você tenha experiências espirituais mas, que
Peregrino - Como Rudolf Steiner você esteja plenamente consciente
aborda temas como reencarnação e de si mesmo. Se você estiver entranespiritismo?
do em um transe ou se você estiver
Dr. Paulo - Há dois anos um impor- alterando o seu estado de consciêntante líder religioso dos judeus, em cia, você está correndo um perigo,
Israel, disse que ele achava que quem porque significa que você está permorreu no holocausto, foram os que dendo controle da sua própria indicausaram malefícios importantes no vidualidade, perturbando sua compassado, mostrando que parte dos pleta consciência de vigília. Para ter
judeus acredita na reencarnação. a percepção espiritual dentro da
Quem não acredita na reencarnação antroposofia é preciso estar plenaé de visão cristã ocidental. Todas as mente consciente, até por uma quesculturas orientais são reen- tão de preservar sua saúde. Se você
tem um processo onde está
enevoando sua consciência, então
está correndo risco, isso significa um
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R Couto Magalhães, s/n
distúrbio. Steiner critica, ou se opõe
ao espiritismo onde você faça descrições de ordem espiritual muito
“concretas”, como se descrevêssemos o mundo que vemos. Isso seria
um erro, um erro de clarividência,
porque ele descreve que as vivências
espirituais não podem ser descritas
do ponto de vista concreto. Para chegar mais perto do que ele descreve,
você teria percepções cromáticas,
teria coloridos dos mais diversos
matizes. Talvez o que mais se aproximasse dessa vivência de uma realidade espiritual, de uma maneira torta
e perigosa, são as experiências com
alucinógenos como o LSD. Algumas
pessoas que usam o LSD descrevem cores maravilhosas, vermelhas,
lindas, misturadas com amarelos o
que é uma alucinação. Seria alguma
coisa mais próxima disso didaticamente falando.
Há pessoas que entram em
surtos psicóticos nesses diversos
movimentos esotéricos similares; há
histórias de pessoas que acabam se
desintegrando. Não é uma crítica, elas
poderiam adoecer animicamente em
outras oportunidades, mas quando
você começa a mexer com essas coisas você começa a mexer em ambiente de risco. É o poder do inconsciente. Sabe-se lá o que tem dentro de
cada um de nós. Então o ideal seria
os exercícios meditativos onde você
está sempre muito consciente e onde
se tem, nos ensinos antroposóficos,
exercícios preparatórios para se fortalecer internamente. E quando se faz
exercícios meditativos continuados
sugerimos que freqüentemente você
volte a aos exercícios preparatórios
porque eles protegem sua integridade. Se você está fazendo exercícios
meditativos e começa a ouvir vozes,
essas coisas assim ou parecidas,
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
8
Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior
podem ser processos alucinatórios;
sugiro ir correndo para o médico.
É claro que hoje existem
variadas técnicas que prometem “benefícios” ou “capacidades espirituais”, rapidamente. Dizemos que isso
é um risco imenso, seguir esses “atalhos”. Isto é muito freqüente no meio
esotérico e/ou não convencional; é
de uma leviandade impressionante.
Por exemplo, alguém vai fazer um
curso de Do-In no fim de semana e
depois se sente um terapeuta em DoIn e começa a praticar. Percebe-se
este imediatismo e isto é um perigo.
Peregrino - Rudolf Steiner aborda
os chacras em seu trabalho?
Dr. Paulo - Nos exercícios meditativos ele aborda os chacras. Isto está
descrito em linguagem bem acessível nos livros dele, mas não há uma
linguagem de alinhar chacras, equilibrar chacras, isso ou aquilo. Na realidade ele descreve os chacras como
pontos de desenvolvimento, então
você tem exercícios que você faz, de
acordo com esses chacras. Há uma
relação com os órgãos e com as glândulas. Por exemplo, existe uma relação de escala musical com cada glândula. Então há uma relação direta do
ponto de vista fisiológico, e os exercícios do ponto de vista meditativo
que você utiliza de acordo com esses chacras, mas sempre nesse processo, há os exercícios preparatórios internos só para fortalecer. Não
significa nenhuma evolução espiritual, é só um fortalecimento interno.
Steiner deixa isso muito claro que
toda vez que você faz os exercícios
meditativos, que são exercícios interiores, você corre um risco muito
grande de tornar-se um profundo
egoísta. É que você faz meditações
que são cada vez mais fortes e nada
mais se passa lá fora e, você se torna
um grande egoísta; então você deve
tomar muito cuidado. Ele fala isso
claramente. Para cada passo que
você dá do ponto de vista interno
você tem que dar quatro do ponto
de vista moral. Então só você praticando a moralidade, o altruísmo, e
sendo correto com as pessoas lá fora
é que você pode fazer o exercício interior. Mas se você almeja tornar-se
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R Dom Alberto Gonçalves, 1513
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Av do Café, 120
um ser mais evoluído somente pelo
caminho meditativo o risco de você
pender para o erro é muito grande. É
o risco de um caminho egoísta.
médicos antroposóficos, que optando pela alimentação vegetariana, precisaram comer carne porque adoeceram, por exemplo, com um tipo de
anemia. Antroposoficamente, eu diria assim: o ideal é ser vegetariano,
mas, nem todo mundo pode. Há várias coisas que são ideais para as quais
não temos estrutura e nem somos o
tipo de pessoa apta para fazer. Algumas pessoas não podem meditar porque elas podem entrar em surto. É
desse ângulo que eu vejo. Algumas
pessoas não podem fazer terapia verbal, psicoterapia. A pessoa jamais
poderia ter uma psicoterapia verbal,
porque vai acentuar determinado tipo
de problema, então teria que fazer
abordagens corporais. Para outras o
ideal é uma psicoterapia verbal mesmo, e não tocar no corpo, porque
isso vai suscitar um monte de coisas. Então há vários lados, nem isso,
nem aquilo, nada de radicalismo.
Peregrino - Você me lembrou
Campbell, sobre o mito do herói. Segundo ele o herói deve retornar para
transmitir às pessoas o que ele aprendeu na sua jornada interior.
Dr. Paulo - As pessoas ficam nesse
processo de acharem que estão evoluindo espiritualmente e nosso meio
social está repleto, de pessoas que
se acham “espiritualizadas”, que fazendo exercícios meditativos assim
e assado estão em comunhão com o
mundo espiritual e se comportam
como se fossem verdadeiros gurus e
se sentem no direito de melhorar a
vida dos outros, de opinar sobre a
vida dos outros, porque eles se
acham muito bons, eles já “chegaram no céu”.
Também não
podemos menosprePeregrino - As
zar de forma alguma a
pessoas falam
“...estão evoluindo espiritualevolução científica
tanto em respeimente e nosso meio social
convencional, temos
to e não respeiestá repleto, de pessoas que
que ter uma visão crítam e querem
se acham...”
tica do que são as
nos pegar e nos
unilateralidades dela.
transformar naDeste modo quando
quilo que elas
alguém me pergunta: vocês são ve- acham correto.
getarianos? Eu falo não, eu como Dr. Paulo - Na realidade quando a
carne. Aí se espantam, porque estão pessoa usa esse discurso, existe um
buscando alguém que não comeria preconceito. Ela é preconceituosa,
carne nunca. O ideal é ser vegetaria- então se ela tem uma postura de jono, mas há pessoas que optam pelo gar pedra, digamos na ciência, é a
vegeta-rianismo que vão adoecer se- mesma postura de uma pessoa da
riamente. Assim, para ser vegetaria- ciência jogando pedra. Os dois não
no, em uma visão antroposófica, não se comunicam, os dois são
adianta querer, você tem que poder preconceituosos. Porque existem
ser vegetariano. Há pessoas que evoluções dentro do ponto de vista
adoecem.. E esse é outro ponto tam- da ciência que são fantásticas e há
bém que Steiner deixa claro: se você muita gente boa no meio científico
não faz esses exercícios espirituais que faz autocríticas, que está semcorretos e você é vegetariano, você pre no processo de revisão.
corre risco de adoecer. Algumas pessoas têm que comer carne, o que para Peregrino - Há a questão da cultura,
elas é a morte, mas eu falo: você tem as pessoas acham que estão
que comer carne, senão você vai centradas em determinado tipo de
cada vez adoecer mais. Isto depende teoria e de repente elas não precisam
da constituição das pessoas, de di- mais ver nada.
versos fatores, de temperamentos e Dr. Paulo - É a tendência de parte
de algum problema que a pessoa es- dos seres humanos que se desenteja vivenciando. Já tive colegas, até volveram com uma visão sectária. Aí
Visite nosso site
Lá você encontrará links
para pesquisas em diversos assuntos: literatura, ciência, trabalhos escolares,
museus, bibliotecas, etc ...
o sectarismo faz você cair para o
dogma como se aquilo fosse a grande verdade e você se torna o dono
da verdade e começa a fazer
proselitismo, que é uma coisa que
perturba todo mundo. Você começa
a doutrinar e corre o risco de perder
a autocrítica. Há outro problema sério que é o você parar de estudar. O
que é estudar? Quando você estuda, você reflete, você questiona,
você pondera. Isso é que eu chamo
de estudar, não você decorar livro. É
o “poder comparar”. Então ciência é
uma questão que a gente traz dentro
da antroposofia que é a seguinte: é
uma profunda saúde da razão, isso é
um ângulo que a gente preconiza, por
isso a razão do exercício meditativo
onde tem que se estar muito bem
autoconsciente. Se você vai se tratar através da consultoria biográfica, você se aprofunda na sua consciência para transpor a um futuro
onde se palpa o seu chão e o delimita. Se você for refletir sobre o mundo
deverá haver o máximo possível de
uma razão límpida, clara, através da
qual o pensamento vai até o fim para
sair um pensamento correto, um raciocínio adequado e no qual você
também enxergue os diversos pontos de vista. Steiner diz que nas observações você vê um determinado
problema ou qualquer coisa de doze
ângulos diferentes, então significa
que quando você vai reunir um grupo de pessoas para falar de determinado tema, aquelas pessoas que às
vezes são discordantes de você são
aquelas com as quais você aprenderá muito. É preciso valorizá-las ao
extremo, porque elas vão aguçá-lo,
vão despertá-lo, acordá-lo. A partir
do momento em que você é questionado, você vai comparar o que você
tem de bagagem e o que o outro está
trazendo.
Peregrino - Que tipo de leitura temos em Rudolf Steiner?
Dr. Paulo - Ele tem livros que foram
publicados por ele e tem várias conferências que foram transcritas. Ele
deixa bem claro que ele colocou aquilo dentro de uma cultura européia.
Ele nasceu lá, ele vivia lá e lá era o
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
9
Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior
centro cultural da época. Então ele
diz que sua linguagem está inserida
num contexto europeu. Algumas
pessoas criticam-no por causa disso. Esses primeiros livros são livros
de difícil leitura, você tem que fazer
um exercício intelectual muito forte,
ele fala que isso já é um exercício preparatório. Existem outros que tem
uma linguagem mais acessível, por
exemplo, o livro meditativo que ele
lançou é de linguagem totalmente
acessível e de fácil compreensão.
Então os primeiros livros vão fazer
você quebrar um pouco a cabeça para
entender. Ele dá muita importância
ao raciocínio, até porque como ele
se doutorou em filosofia ele traz muito esta questão de um pensar sadio.
Seria esta a questão básica da
antroposofia. Ele mesmo fala que
você fazendo este exercício já está
fazendo o preparo interno. Quanto
às suas diversas conferências são
de fácil acesso e enfocam outros
assuntos.
Peregrino - Que ligação é
estabelecida entre Goethe e a
antroposofia?
Dr. Paulo - Bem, Goethe viveu duzentos anos antes de Steiner. Em um
determinado momento da vida de
Steiner foi-lhe sugerido por um professor que ele organizasse o espólio
de Goethe, que tem um grande peso
na cultura alemã e aí ao levantar o
espólio e ler toda a obra de Goethe
ele descobriu que ele tinha uma
metodologia de observação da natureza que hoje chamamos de
goetheanismo. Steiner descreve a
metodologia de Goethe, só que o
Goethe não deixou isto metodizado.
Exemplifiando, Goethe chegava na
janela e falava que ia chover em duas
horas e, exatamente em duas horas
caia um temporal. No Nordeste há
umas pessoas com esta capacidade
- saiu uma reportagem no jornal “O
Estado de São Paulo”, que conseguem antever chuva com dois anos
de antecedência. Eles superam qualquer computador, qualquer coisa.
São indivíduos que tem essa capacidade. Rudolf Steiner chama isto de
capacidade imaginativa. Como, por dentro da medicina, mas eu penso
exemplo, o DAIME. O DAIME é fei- que isso tem a ver com o desenvolto de plantas de lugares geografica- vimento de qualquer médico. Você
mente distantes. Existiu alguém que observa isso em qualquer médico
descobriu que pegando uma planta alopata, com o envelhecimento ele
do nordeste, outra do cerrado, uma vai tendo uma “percepção” intuitiva
da Amazônia e misturando tudo, isto muito forte e às vezes por intuição
teria um efeito, mas se tomasse se- ele faz a coisa certa, mas dentro da
paradamente não aconteceria coisa antroposofia isso é exercício nosso,
alguma. Do ponto de vista médico é exercício consciente ativo.
uma beberagem alucinógena. Ela só
é alucinógena porque você fez a mis- Peregrino - E a biografia do ser hutura. Então, alguém teve a percep- mano em Rudolf Steiner?
ção de saber que essas plantas de Dr. Paulo - Ela parte do princípio de
locais geográficos muito distantes no que já que somos seres espirituais, e
Brasil, dariam uma beberagem que vai aí também a antroposofia tem uma
levar você, sob o ponto de vista mé- base reencarnatória. Quando você
dico, a ter alucinações e que dentro vai estudar a biografia você parte do
da concepção do Santo DAIME, momento zero. Você olha o seu movocê vai entrar em contato com o mento de nascimento e não faz nemundo espiritual. Então o goethea- nhuma elocubração quanto ao connismo seria essa metodologia de ceito de reencarnação, ou seja, para
você ler na naturetrás, embora a genza o que ela está
te tenha este con“...Quando você vai estudar a
querendo dizer. Há
ceito, além do
biografia você parte do mocursos para desencarma. Então, partemento zero. Você olha o seu
volver esta metose do princípio de
momento de nascimento e...”
dologia. Isso serve
que você tem o mopara você fazer
mento inicial que é
pesquisa de plano do nascimento, no
ta medicinal, obambiente familiar, no
servar a planta na natureza durante ambiente de uma determinada cidaalgum tempo, vai ver a relação dela de e a partir disso você vai construcom seu habitat; assim vai se fazen- indo sua própria vida à medida que
do uma observação contínua até o vai crescendo, sendo que sendo crimomento em que ela diz para você: ança, você não tem muita noção de
eu sou isso.
si mesma. Tudo é meio enevoado.
Você não sabe quem é, do que gosta
Peregrino - Foi o que aconteceu e do que não gosta. Então você tem
com o Dr. Edward Bach.
um determinado preparo na vida até
Dr. Paulo - Creio que sim. Ele teve que o seu eu, que é sua individualiuma percepção que chegou a esse dade suprema ,ou que pode ser chaponto, conseqüentemente ele tinha mado de espírito, nasça para a sua
essa capacidade. No caso dele ima- própria vida. Até então você estava
gino que seja inato, assim como formando seu próprio corpo, você
Goethe desenvolveu todas as pes- estava crescendo, desenvolvendo o
quisas dele. O Steiner metodizou o seu próprio corpo e você não é dono
que o Goethe nunca tinha de si mesma. Então, há o ponto em
metodizado. Mas isto do ponto de que paramos de crescer fisicamente
vista da evolução steineriana seria o e nos tornamos donos de nosso próprimeiro passo, você ter essa capa- prio nariz. Chega uma hora em que
cidade. E é uma discussão entre nós se está pronto, digamos assim. Esna medicina antroposófica de usar o tando pronto fisicamente vem uma
goetheanismo dentro da medicina, segunda etapa de vida que significa
mas isso não está estruturado. É cla- ir para o mundo e fazer o contato dos
ro que a gente acaba tendo insights
Tinta elaborada à base de cera de abelha natural e resina acrílica, com
antimofo, sem odor e de encáustica a frio, é a primeira tinta ecológica
fabricada no Brasil. Esta tinta permite um acabamento fino e acetinado,
é de secagem lenta, que não provoca craquelagem nem trinca.
relacionamentos. Buscamos fora de
nós um contato diretamente com as
outras pessoas do mundo. É como
se buscássemos um certo feedback,
um espelho de nós mesmos no contato recíproco. Aparamos então algumas arestas. Estamos naquele processo de experimentação e busca,
então isso seria uma segunda fase
de vida. E a terceira grande fase da
vida seria quando já nos desenvolvemos fisicamente, já nos desenvolvemos nos relacionamentos humanos e nesse primeiro ciclo de vida
absorvemos muito, crescemos, recebemos dos pais, a educação, tudo
isso. Na segunda faz-se uma troca
porque você recebe e oferece e na
terceira é como se você realmente
estivesse pronto no sentido de que
agora você é uma pessoa adulta e aí
vai-se para o mundo, sabendo quem
você realmente é, o que você tem de
muito bom e o que você tem de debilidades. O que permite a você exalar
o que você tem de genuinamente
bom. E isso, essas fases tomei como
três grandes fases. Elas se fazem em
ciclos de vida de sete anos, chamados de setênios. Então nos três primeiros setênios de zero a vinte e um
anos você cresce, absorve o mundo,
de vinte e um a quarenta e dois anos
é a questão do relacionamento com
o mundo para você se amadurecer
psicologicamente e, pós quarenta e
dois anos e daí para frente mais três
setênios você pode ir para o mundo
e firmar-se como individualidade
consciente de si mesma. Assim,
numa ascendência biográfica em uma
linha de autodesenvolvimento, isto
significa que todas as dificuldades,
sejam trazidas pelo mundo ou
advindas de suas próprias dificuldades, te denotam como co-participanRetire seu exemplar nas
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Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
10
Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior
te disso tudo. Então tanto nos problemas internos quanto nos problemas externos você é tanto o ator que
está lá no palco, quanto é o diretor.
Você sente isso a partir do momento
que você faz o levantamento biográfico. Aí pode-se ter a seguinte percepção: “puxa fui eu que abri a porta
para esse determinado tipo de problema”. Isso é muito interessante,
porque muitas vezes você saí do papel de vítima que é uma tendência do
ser humano. Existe também um processo através do qual se enxerga as
doenças. Os distúrbios são referências de aprendizado interno porque
a doença te segura, ela te prende um
pouquinho e ai há oportunidade de
fazer uma introspecção, uma observação de si mesmo e a partir de quando você souber o que te diz o teu
adoecer, então se dá um passo para
frente. É claro que um adulto faz isso
através de uma crise existencial. Eu
estou com quarenta anos, pego uma
doença grave, fico dois meses parado ou, de repente eu quebrei a perna, tenho o “azar” de ter quebrado a
perna. Depois de dois meses eu recomeço a minha vida com dificuldade; passados dez anos do evento,
rememoro-o e eu observo que se não
tivesse quebrado a minha perna dez
anos atrás não teria tomado determinado rumo, então eu observo que
aquilo é positivo. A criança faz isso
muitas vezes através de febre, ela se
modifica várias vezes através de febre. Se você às vezes deixa uma febre evoluir por si mesma - com cuidados claro - e quem é pai pode observar isso, às vezes uma criança fica
com febre sete dias, passado algum
tempo depois da febre, ela fez uma
aquisição anímica, ou uma qualidade motora. Não sabia fazer determinada coisa, passada a febre ela cresce e se desenvolve. Isso é uma reali-
dade. Dá uma espichada e adquire os filhos, por exemplo, nas relações
uma habilidade, seja motora ou inte- entre casais, nunca vão ser as meslectual. A biografia é assim. O levan- mas. Elas vão estar sempre passantamento biográfico serve para quan- do por modificações porque nós
do estamos doentes, com uma crise estamos ficando diferentes e eles
existencial, para se autoconhecer. também. Todo mundo vai ficando
Tentamos achar o seu fio de linha na diferente.
nossa vida e assim podemos olhar
de novo para o futuro. Sempre essa Peregrino - Esse trabalho com a bitemática. Se eu estou em crise neste ografia em quanto tempo dá para famomento, se estou passando por um zer?
sufoco, o que isso significa para mim Dr. Paulo - Ele é feito individualmenna história da minha vida e de que te em encontro semanal até terminar
maneira eu me coloco lá no futuro! toda a biografia da pessoa. Aí claro
Isto vai demandar um ato de cora- que há alguns trabalhos internos regem. Toda vez que você olha para o lacionados a isso, ou, pode ser feito
futuro, você vai para o lado incerto, em pequenos grupos de três pessomas de certa maneira isto tudo está as, onde começamos no início do
dentro de nós, fomos feitos para evo- semestre e vamos até terminar a bioluir. Estamos sempre ligados a bus- grafia de todo o grupo. Aí é um tracar coisas novas. Cada vez que você balho do grupo, o trio junto comigo,
tem uma determinada crise e a supe- vamos caminhando em torno de uns
ra, você vai ter teoricamente a possi- três meses mais ou menos num enbilidade de ter outra crise lá na frente contro semanal. Há trabalhos artístipara você passar por um outro de- cos a serem feitos. Há o trabalho de
grau. Não significa
escrever a própria
nunca que você
biografia também.
“... Aí, caímos num grupo biestá pronto; uma
ográfico e vemos que a históvez galgado um dePeregrino - Esta
ria de uma pessoa é trágica,
grau você procura
terapia em grupo
tragédia atrás de tragédia...”
outro degrau para
dá certo, não é um
continuar evoluinpouco estranho
do.
trabalhar com pessoas estranhas?
Peregrino - Aprendemos que dá Dr. Paulo - Não, não é. A princípio
para fazer, dá para cair e levantar de pode até dar uma certa estranheza,
novo.
com sentimentos que nossa privaciDr. Paulo - Exatamente. Esses sete dade vai estar sendo devassada, mas
anos no adulto não funcionariam tão se as pessoas superarem esse temor
marcadamente quanto com a crian- vale a pena fazer em grupo. É uma
ça. Mas funciona para todos nós. oportunidade ímpar de você ouvir a
Durante algum tempo damos um va- história de outra pessoa. Dificilmenlor imenso para alguma coisa, ou para te a gente tem essa oportunidade,
algumas pessoas e depois de algum isto não é passado na televisão, vistempo elas passam a não ter tanta to num teatro. Trata-se de alguém
importância. Isto significa que mui- contando de viva voz. Com isso você
tas vezes encontramos determinadas obtém um monte de insights sobre a
pessoas na vida que são importan- sua própria vida e você sai um poutes: vamos buscá-las, ou elas apare- co da esfera egoísta e olha um poucem na nossa vida e chega um mo- co para o outro. Você começa a olhar
mento em que elas vão embora. E aí de uma outra maneira para as outras
significa que você passa para uma pessoas, assim como também quanoutra fase, você está diferente e isso do você ouve a história das outras
é uma realidade. É sempre uma meta- pessoas, você pode de uma maneira
morfose. Percebemos o que isso sig- bastante suave oferecer algo para a
nifica pessoalmente nas nossas vidas. Do ponto de vista das relações
conjugais, das nossas relações com
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R Zequinha de Abreu, 1021
pessoa em troca no sentido de alguma observação e, aí, quando se faz
isso em pequeno grupo, existe uma
interação que acaba se tornando
muito rica. Você se olha através da
história do outro. Isto acaba sendo
uma experiência muito positiva e, é
uma oportunidade também das pessoas abrirem o coração, de uma maneira madura o que permite que surjam bastantes coisas interessantes,
como por exemplo: não existem estórias humanas desinteressantes. Às
vezes em nossas relações de antipatia e simpatia a gente gosta ou não
de determinadas pessoas, ou, a gente exerce mais ou menos isso, ou a
gente acha que algumas pessoas são
desinteressantes, mas se você permitir que as pessoas contem as suas
histórias pessoais, você vai ver que
todas são muito interessantes, que
há todo um colorido bastante individual e acaba que às vezes você tem
um feedback com isso..
Peregrino - E para as pessoas que
tem dificuldade em se lembrar do
passado?
Dr. Paulo - A maior dificuldade em
lembrar está relacionada aos primeiros sete anos, mas durante o processo de contar as histórias, acabam
acontecendo insights, reminiscências, lembranças. Evidentemente algumas pessoas não se lembram de determinadas fases, mas também não
nos preocupamos em ter tantos detalhes. O importante da biografia é
você fazer um panorama geral e, nesse panorama geral você perceber o
fio que conduz a sua vida inteira. E aí
todo mundo se percebe, mesmo as
pessoas que tem uma certa dificuldade de autodirecionamento. Elas
percebem que existe uma história
com determinados caracteres e a partir disso elas tem uma noção maior
de si mesmas e, podem projetar o futuro diferente. Entendeu? Elas falam:
“eu caminho para esse lado, ou vou
ter esse tipo de comportamento” e, a
partir dessa consciência ela diz:
“não, agora vou trabalhar o meu futuro” de uma maneira bastante cons-
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
11
Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior
ciente, para evitar isso ou aquilo. Fazse uma escolha bastante rápida e diferente da psicanálise onde se
escarafuncha o problema. Achamos
que há determinados problemas que
devem ser esquecidos mesmo. Não
importa o detalhe, importa o todo. É
um panorama geral, é como se você
subisse em uma montanha e conseguisse ver a história da vida inteira,
com uma visão do alto.
Peregrino - É um dar-se conta de
que tudo é importante?
Dr. Paulo - Sim, também. Porque há
tendências a acharmos que a nossa
vida é terrível, de justificarmos os
problemas colocando a culpa na
vida. Aí, caímos num grupo biográfico e vemos que a história de uma
pessoa é trágica, tragédia atrás de
tragédia . Às vezes nos deparamos
com pessoas que superaram um câncer; tiveram grandes problemas na
vida e estão lá inteiras, sorrindo, bem
humoradas. Isto é uma lição de vida.
Aí você diz: vou mudar meu discurso .
Peregrino - Aí essas pessoas entram em contato com o senhor, como
é que o senhor veicula isso?
Dr. Paulo - Eu não tenho veiculado
porque não tenho tido muito tempo,
mas para o ano que vem já estou me
estruturando para isso. Eu havia feito essa tentativa anteriormente só
que foi um projeto muito grande para
Ribeirão Preto. Seria um processo de
formar um grupo, colocar onde tem
hospedagem e em quatro dias termi-
nar o processo. Mas não deu certo, de vista agrícola há o produtor agríporque acho que é muito ambicioso cola, o distribuidor e o consumidor
para o momento. Então abri essa do produto. Conseguimos ver isso
oportunidade de fazer semanalmen- dentro da sociedade, onde nós nos
te onde as pessoas me procuram e encaixamos. Portanto, eu como méfalam da intenção. Assim que eu ti- dico sou puramente consumidor. O
ver três pessoas para formar o gru- quê eu produzo de material? Nada.
po, pessoas dispostas a assumir um Então, para a sociedade do ponto de
compromisso de caminharmos jun- vista de um produtor, eu sou um contos por um período de três meses, sumidor e, do ponto de vista
responsabilidade esta fundamental antroposófico eu sou sustentado
para a continuidapela sociedade, porde dos trabalhos. E
que a comida, a rou“... Dentro da Terra Viva estrabalhamos tampa, bem... eu não
tou buscando isso, que a genbém o individual
produzo nada disso.
te reúna os produtores agrípara quem não
O professor pega
colas, os distribuidores...”
quer o grupo.
uma criança e o que
Reunimo-nos toda
ele oferece a ela nem
semana até montar
ele vai observar a
toda a biografia. Eu sugiro fazer o de não ser que ele encontre o ex-aluno
grupo, é muito mais rico. As pesso- quando ele estiver com mais idade,
as que quiserem podem entrar em mas teoricamente ele vai dar aula
contato comigo.
acreditando que está preparando um
bem espiritual para aquele ser humaPeregrino - Como presidente da Ter- no lá na frente. Então, digamos asra Viva o que pode nos contar sobre sim, o professor ainda é mais consusuas atividades.
midor desse ponto de vista, da linha
Dr. Paulo - Dentro da Terra Viva eu espiritual, do que o médico.
já estou buscando há alguns anos Dentro da Terra Viva estou buscancolocar uma fórmula administrativa do isso, que a gente reúna os produque é a trimembração social do tores agrícolas, os distribuidores e
Rudolf Steiner. Ele faz uma compara- os consumidores até fazer uma relação da sociedade com o ser humano. ção mais justa e sair um pouco desta
Essa analogia do ser humano com a loucura em que está a economia selnatureza que é organizar de uma vagem em que a gente vive, onde as
maneira adequada e saudável o âm- pessoas ditam por determinada forbito da produção material, seja ela ça de poder o preço das coisas. E
qual for, o fluxo disso e o consumo numa associação como esta você
que seria o término disso tudo. En- vai buscar o que é justo para todas
tão a idéia é que você produza, te- as pessoas, o que cai dentro do connha o fluxo e o consumo. Do ponto ceito de desenvolvimento sustentá-
vel atual. O projeto da Agenda 21 foi
montado em 92 no Rio, foi bombardeado agora na África do Sul e não
saiu nada. É o respeitar a natureza,
fazer uma produção respeitando a
natureza, ser ecologicamente correto. Aí você tem que fazer um alimento sadio para o ser humano, preservando a natureza e as relações econômicas têm que ser justas. Dentro
da Terra Viva, não é permitida a exploração do ser humano. Então você
não parte do principio de que alguém
vai ter lucro, você parte do princípio
de justiça. Então por isso achamos
que vai haver uma relação social mais
correta, vai haver um alimento bom,
alimento orgânico e vai baixar o preço. Hoje o alimento orgânico é caro
porque os supermercados sabem
que o público que consome é diferenciado e jogam o preço lá para cima;
uma profunda distorção. Com a Terra Viva achamos que vai melhorar
esse aspecto e já entramos em
contacto com a Prefeitura. No início
deste ano vai sair a feira. A Prefeitura está engajada no projeto também.
Devemos ter um entreposto para a
produção das cestas. Eu já penso em
uma entrega domiciliar. As pessoas
ligam, montam a cesta e ela vai para
a casa delas; assim também como a
feira livre só de produtos orgânicos.
É uma associação aberta para todos.
As reuniões da Terra Viva são todas
as quartas-feiras às 19h15 no Sebrae.
Estamos numa fase de organização
interna. Temos a intenção de fazer
um processo de conscientização
muito grande.
Filantropia
Projeto de Fundação e Atuação - Organização não Governamental
Grupo de Apoio e Prevenção à Aids / GAPA – RP
O GAPA – Ribeirão Preto tem por missão institucional, a defesa dos Direitos Humanos e integração das Pessoas portadoras de Síndrome da Imunodeficiência
Humana AIDS / SIDA na sociedade e, tem como objetivos: lutar pelo estabelecimento de uma política efetiva de saúde pública ligada à AIDS no Brasil;
lutar legalmente, contra a discriminação e contra comportamentos lesivos aos direitos humanos dos portadores de HIV / AIDS; lutar pela melhoria do
atendimento médico, hospitalar e psicológico dos portadores de HIV / AIDS; fornecer apoio humano e emocional a todos os portadores e pacientes, bem
como a seus familiares e amigos e apoio material aos pacientes mais carentes e, informar e esclarecer a população em geral a respeito do HIV / AIDS.
Através de Palestras, Seminários e Treinamentos, o GAPA fornece serviços de prevenção, que tem como finalidade levar informação à população em
geral, sensibilizando-os sobre as questões da AIDS. Dirigido às empresas, comunidades de bairro, igrejas, escolas, presídios etc.
Entre em contato conosco para mais detalhes, através dos telefones: (16) 633-5458 / 630-5966, ou pelo
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12
DTM - Disfunção causa dores agudas e é de difícil diagnóstico
É difícil encontrar quem não tenha ou conheça alguém que sofre
com dores constantes na cabeça, na
face, pescoço, nuca, dificuldade de
abrir a boca, cansaço fácil, fadigas
constantes, irritabilidade, dificuldades de concentração e memorização
de fatos do dia-a-dia. Esse conjunto
de sintomas pode ser causado pela
pouco conhecida disfunção
têmporo-mandibular – DTM – assunto que há 20 anos vem sendo
pesquisado e apresentado em congressos de especialistas pela dentista Narciza Zeferino S. Pavan, de
Ribeirão Preto.
A ATM-Articulação Têmporo
Mandibular é a articulação mais usada no corpo e a responsável pela
abertura e fechamento da boca. Trata-se de uma unidade funcional com-
plexa, formada pela mandíbula e pelo
osso temporal do crânio, próximo ao
ouvido, em ambos os lados da cabeça. A síndrome – que desencadeia
um conjunto de sinais e sintomas,
que acometem principalmente a cabeça, face e pescoço e que pode envolver uma grande variedade de estruturas corporais – é chamada de
DTM.
O diagnóstico é o fator chave na
busca desta disfunção, que não escolhe idade, sexo ou condição sócio-econômica. “Existem casos de
pessoas que passam a vida inteira
procurando identificar o problema
para tratá-lo adequadamente”, explica a dentista Narciza Zeferino S.
Pavan, responsável pelo Departamento de Dor Orofacial da Associação Paparella de Otorrinola-
Florais de Bach
ringologia, pelo Departamento de
Dor Orofacial do Serviço de Residência Médica em Otorrinolaringologia
do Hospital Santa Lydia de Ribeirão
Preto e diretora do Núcleo de Atendimento Multidisciplinar.
Segundo Narciza Pavan, o problema pode ter várias causas, inclusive originando de hábitos do dia-adia, como ranger os dentes, roer as
unhas, mascar chicletes, pressionar
a língua contra os dentes, mastigar
alimentos de um só lado, anteriorização da cabeça e dos ombros,
cifose dorsal aumentada e outros fatores como traumas, estresse, problemas oclusais e tensões musculares. De acordo com Pavan, 38% de
todas as dores de cabeça são causadas por distúrbios que contam com
a participação da ATM.
O tratamento da DTM é feito por
uma equipe multidisciplinar, composta por dentistas, fisioterapeutas e
fonoaudiólogos, que atuam em conjunto no sistema músculoesquelético do paciente, procurando adequar a mobilidade das articulações, reposicionar a língua, reeducar posturas, equilibrar grupamentos
musculares e orientar o trabalho respiratório.
“Alguns pacientes que chegam
para a primeira consulta impossibilitados de andar ou falar, mas com a
identificação precisa do problema e
suas causas, apresentam resultados
em dois ou três meses com uma acentuada reversão do quadro, já permitindo ao paciente assumir muitas funções e atividades que não conseguia”, afirma a especialista.
Pintores
“Uma das principais virtudes dos Florais de Bach é sua absoluta simplicidade, que as pessoas julgam muito difícil de aceitar. Os remédios florais suprem
uma necessidade tão prontamente quanto o faminto é saciado por um prato
de comida. Como disse o Dr. Bach: Desejo isto tão simples assim: quando
estou com fome colho uma alface na horta; quanto estou com medo e doente, tomo uma dose de Mimulus, ou o que a doença indicar.”
Jane Evans
Georges Braque (1882 – 1963), pintor francês, criador, juntamente com
Picasso, do cubismo. Concentrou-se principalmente em naturezas-mortas,
utilizando cores sutis e algumas vezes misturando areia à tinta para produzir
um efeito de textura.
“Dizem que somos muito pouco sofisticados. Ficamos contentes com isso,
pois a vida é simples e pode ser expressa em poucas palavras: seja amável,
não magoe os outros, seja feliz. Lembramos também das palavras do Dr.
Bach a cerca do seu trabalho: Não deixem que a simplicidade deste método
os impeça de usá-lo, pois quanto mais avançarem em suas pesquisas, tanto
mais perceberão a simplicidade de toda a criação.”
Nora Weeks
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
Formação em Practitioner
e-mail: [email protected]
Preparação de florais
Método do Sol
Quarto do Dr. Bach
Mount Vernon
Comunicação Visual Ltda.
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Homem com guitarra
1911.
Mulher com guitarra
1913.
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13
A Demanda dos Três Tesouros
ra uma vez, num reino distante,
um rei que tinha um único filho.
O rei estava ficando velho e temia
pelo seu reino, pois seu filho ainda
era jovem e inexperiente. Então, depois de muito pensar e aconselharse com os sábios anciãos do palácio, resolveu submetê-lo a uma série
de experiências, pelas quais o príncipe mostraria seu valor e se já estaria
preparado para dirigir o reino. Chamou-o à sua presença e lhe disse:
- Cristiano, meu filho, logo meu
reino passará às tuas mãos. Até agora tens ficado protegido no palácio e
pouca experiência tens dos homens
e de seus negócios. Vais fazer uma
viagem a países desconhecidos para
procurar três tesouros que estão
dentro de um baú. Mas antes de achares este baú, precisarás passar por
três provas. A cada uma que venceres, estarás mais perto do tesouro.
Se saíres vencedor, o meu reino te
será entregue e poderei ficar descansado pois saberei que és merecedor
de minha confiança.
E então, no dia seguinte o jovem
príncipe partiu do palácio. Mas não
ia sozinho. No seu dedo brilhava um
anel com uma pedra vermelha que
seu pai lhe havia dado na hora da
partida, com a recomendação expres-
sa de que não se separasse dele sob
nenhuma hipótese.
E ele começou sua caminhada.
Como era jovem e mimado, não estava acostumado à fadiga, nem aos
exercícios físicos prolongados e forçados. Logo seu corpo doeu, o cansaço se fez presente. Mas como estava movido pelo entusiasmo e pelas novidades que ia observando,
pouco se importou com o cansaço e
continuou sua viagem, até que chegou a uma cidade chamada
Cronópolis.
O que viu deixou-o entusiasmado! Longe dos olhos do pai (pelo
menos assim pensava ele), divertiase muito nas tabernas, alimentavase mal e bebia demais. Fez amigos
que o exploravam e o incentivavam a
excessos cada vez maiores. Em pouco tempo havia gasto grande parte
dos talentos, dinheiro do seu país,
que havia trazido de casa, pois não
julgava necessário repô-los com o
trabalho e esforço próprio. Na sua
ingenuidade achava que tudo no
mundo estava posto para servi-lo,
que suas provisões eram inesgotáveis e que, por ser filho do rei, nada
lhe faltaria.
Mas o príncipe tinha uma boa
índole e estes excessos começaram
a incomodá-lo. Entretanto não sabia
como enfrentar seus amigos. Então,
uma noite em que estava finalmente
sozinho no seu quarto, um tanto confuso com a situação que ele mesmo
criara, sentou-se na cama e, com aflição, passou a esfregar vagarosamente as mãos. De repente, sentiu que o
anel criava vida e lhe apertava o
dedo. A cada lembrança das loucuras e desregramentos passados, o
anel apertava-lhe o dedo. Aí, ele percebeu que o anel poderia ser um bom
indicador do que estava errado. Começou a prestar atenção nas indicações do anel. Se comia em excesso,
ou bebia demais, o anel apertava. E
ele começou a reparar que também
seu corpo estava sofrendo. Indigestões e ressacas, que até aquele momento considerara coisa sem importância, anunciavam-lhe que o corpo
sofrera uma agressão. Se gastava
demais e sem motivo, o anel apertava. E começou a ver que muitas das
coisas que comprava eram supérfluas e que depois de terem satisfeito
sua necessidade de novidades eram
jogadas num canto, sem serventia.
Se seus amigos invadiam-lhe a privacidade, tentando desviá-lo do caminho, o anel apertava. Percebeu
então que não havia estabelecido li-
mites razoáveis de proteção para si
mesmo e que agora era-lhe difícil desvencilhar-se de pessoas que atrapalhavam sua missão. Então, percebeu
ainda e agudamente sentiu que estava estagnado numa cidade só, parado, cristalizado e que havia se esquecido do motivo pelo qual havia
saído do seu reino e de junto de seu
pai.
Uma noite, aflito e envergonhado, decidiu que era hora de partir e
seguir viagem. Deitado em seu leito,
pensativo, contemplava o anel com
amor e carinho. De repente, o anel
começou a brilhar intensamente, com
uma luz pura e branca que invadiu o
seu quarto. E ele ouviu a voz de seu
pai:
- Cristiano, meu filho, cumpriste
a primeira parte de seu trabalho. Ultrapassaste a estação de Saturno e
agora sabes lidar com a realidade física, estabelecer limites, cuidar de
sua própria saúde. Principalmente
aprendeste a lição: “Nada em excesso”.
No dia seguinte, o príncipe partiu... (continua na próxima edição)
Colaboração: Regina Martins
Tels.: (0**16) 636 3896 / 636
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Chegaram as férias. E agora?
O momento mais esperado pelas
crianças está aí. Época de brincar,
descansar, viajar, ir aos clubes jogar
bola ou até mesmo ficar em casa relaxando, pois, as tarefas escolares acabaram.
As crianças têm muita energia
para gastar e criatividade para inventar brincadeiras e nós sabemos que
brincar é uma necessidade fundamental, prevista até pelo estatuto da
criança e do adolescente. Brincar,
promove a socialização, libera emoções positivas, estimula o desenvolvimento social, emocional e físico.
Se o momento é tão esperado e
as opções são inúmeras, porque será
que muitas vezes este período é tão
atribulado?
Vivemos em uma época onde a
violência convive conosco diariamente. Temos medo de deixar nossos filhos desfrutarem do que existe
de melhor: a liberdade de brincar na
rua com seus colegas, ir até a casa
deles a pé ou ficarem a sós em casa.
As férias dos pais nem sempre coin-
cidem com as férias escolares dos
filhos e não estaremos disponíveis
para acompanhá-los.
Com organização, um pouco de
paciência, criatividade e cooperação,
este problema pode ser resolvido.
Que tal, um rodízio de mães, onde
cada uma fique responsável por um
grupo de crianças em dias e horas
pré-estabelecidas?
Cada uma pode programar atividades diferentes, proporcionando
muita diversão às crianças, tirandoas da rotina e evitando que se machuquem por estarem sozinhas em
casa, pois, por mais quietas que sejam , criança sempre é criança.
Dependendo da idade do grupo,
pode-se programar atividades adequadas e divertidas, como: ir ao cinema e tomar um lanche; ir ao zoológico e tomar um sorvete; ir a um parque andar de bicicleta, patins,
skates, patinete, fazer um piquenique; ir ao clube nadar, jogar bola e
brincar; ir a um ciber-café, jogar em
computadores ligados em rede; ficar
em casa com os amigos, assistir a um
vídeo, jogar vídeo game, jogos de
tabuleiro, ler um livro e dramatizá-lo
brincando de teatro, fazer um lanche
com milk shake, misto quente, bolo,
sorvete, etc...
Toda atividade é saudável, devendo-se apenas evitar o excesso de
horas na frente da tela da TV e do
monitor que podem provocar problemas de saúde, de vista, de postura,
nas articulações, dor de cabeça e
outros.
Impondo limites e oferecendo
outras opções, a criança utiliza estes
instrumentos a seu favor, pois os jogos que exigem estratégia fazem a
criança pensar, desenvolver a atenção e a concentração. Os jogos que
envolvem disputas ajudam na socialização, ensinam a perder e a respeitar o outro, aliviam o estresse e de
forma geral melhoram a habilidade
motora e o poder de decisão.
O importante é variar as atividades e se divertir.
Boas Férias!
Colaboração: Débora Mourão
Montovanini
Psicopedagoga, Professora de
Psicologia da educação e
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14
CRAVO-DA-ÍNDIA - Eugenia caryophillata ou Syzygium aromaticum
O cravo-da-índia é uma arbórea
que pode atingir de 8 a 15 metros de
altura, sendo uma árvore de tronco
robusto e extremamente exuberante.
Possui folhas persistentes e flores
hermafroditas. Os frutos são parecidos com uma azeitona, e são chamados de cravão pelos produtores.
Quando chega a produzir o fruto, a
parte comercial já se perdeu, pois o
mercado compra o botão floral. No
Brasil o cravo foi introduzido e se
adaptou muito bem na região do sul
da Bahia. Até há alguns anos o Brasil era um grande exportador de cravo, principalmente para a Europa,
mas devido a atitudes de má fé, onde
agricultores e comerciantes começaram a colocar pedaços de ramos misturado com o cravo, o mercado internacional não quer saber mais do cravo brasileiro. Para ter uma pequena
amostra do seu valor antigamente, o
imperador Constantino presenteou
o bispo de Roma, para resolver as
desavenças de estado, com 150 libras de cravos colocados em vasos
de prata e ouro. Posteriormente os
holandeses assumiram o comércio do
cravo e este se popularizou, tornando-se tão importante como o da pimenta-do-reino.
O cravo é originário do Extremo
Oriente, não sendo encontrado na
literatura uma região específica. A
colheita em si é totalmente manual,
quando os botões começarem a mudar de cor, saindo da cor verde para
a cor róseo-avermelhada já devem
ser colhidos. Os pesquisadores do
CEPLAC, estavam desenvolvendo
um método de aplicação de
hormônios vegetais para induzir a
queda natural dos botões florais.
Desta forma os agricultores forram o
chão com lonas plásticas e com uma
varinha comprida e fina vão batendo
nos ramos, e os cravinhos vão caindo no chão.
A grande importância do cravo é
a presença de óleos essenciais, especialmente o eugenol. Este possui
uma ação analgésica e anti-séptica,
e devido a estas propriedades foi
utilizada durante muitos anos pelos
dentistas, juntamente com o óxido
de zinco para fazer os curativos nos
dentes. O cravo
ainda possui
ação estomacal e
anti-séptica bucal, sendo empregada para
corrigir mau hálito. Pode ser
usada para gripes e resfriados. Devido a esta ação
analgésica do cravo, aquelas dores
no corpo provocadas por algumas
gripes, podem ser sanadas com a utilização de alguns chás com cravo. O
óleo de cravo também é muito empregado para combater micoses de
unha, frieira e aquelas manchas brancas nas costas.
O cravo pode ser usado tanto em
pratos salgados como em pratos doces. No Brasil é muito empregado na
preparação de doces, mas isto é uma
herança da cultura portuguesa. Muito
empregado no preparo do arroz
doce, no doce de mamão verde, figo
verde, abóbora, coco, casca de laranja, e etc... Pode ser empregado no
preparo de alguns licores compostos e no famoso quentão e vinho
quente das festas juninas. Mas o cravo fica gostoso mesmo em pratos
salgados. Vamos ver alguns exemplos. Pegue uma língua bovina, coloque em água fervente e deixe alguns minutos. Retire do fogo e remova a película que a envolve. Corte
em fatias e reserve. Pegue alguns
tomates e retire as sementes e a pele.
Pique-os em pedaços bem pequenos
e refogue em uma panela com cebola
e alho. Coloque alguns dentes de cravo e deixe o tomate
cozinhar bem. Em
uma outra panela refogue um pouco de
alho, cebola e coloque as fatias de língua temperadas com
sal e pimenta do reino. Depois de alguns minutos retire a língua do fogo
e coloque na panela do molho, e deixe por alguns minutos em fervura.
Pode ser usado para acompanhar uma
boa massa, como um espaguete ou
mesmo um raviole. Você não imagina
o sabor que o cravo irá proporcionar
ao molho. Vamos agora preparar um
delicioso codeguinho ( também chamado de cudiguim, ou cotechino em
italiano). Pegue algumas peles de
porco e coloque na panela para ferver. Ferva até cozinhar bem e as pe-
les ficarem macias. Depois de cozidas, ainda quente passe no moedor
de carne por duas vezes e reserve.
Pegue carne de porco de boa qualidade, de preferência sem gordura (eu
gosto de usar a carne do pernil) e
passe no moedor de carne. Em uma
vasilha coloque proporções iguais
de carne de porco moída e a pele de
porco cozida e moída. Adicione sal,
alho, pimenta-do-reino, nozmoscada e cravo-da-índia. É importante adicionar uma quantidade generosa de noz-moscada e cravo, moídos na hora. Se não tiver como moer
o cravo na hora, pegue um martelinho
de cozinha e vá batendo no cravo
até ele desmanchar. Misture tudo e
verifique se os temperos estão do
seu agrado. Compre tripas de porco
secas, limpe-as bem e deixe de molho para hidratar em uma mistura de
água e algumas gotas de limão. Com
a ajuda de um funil de lingüiça vá
enchendo as tripas e amarre em gomos de 15 cm. Pegue uma agulha e
vá furando onde houver bolhas de
ar. É importante retirar todo o ar. Pegue um pedaço de toucinho e passe
no codeguinho por fora para dar brilho e deixá-lo mais bonito. Você pode
cozinhá-lo no feijão, fritar em uma frigideira anti-aderente e usar de acordo com sua imaginação. Simplesmente é um embutido delicioso, só tome
cuidado com o colesterol.
Colaboração: Ademar Menezes Jr
Eng. Agrônomo – Especializado em
Plantas Medicinais
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Comunicação Visual Ltda.
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AGENDA DO
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
15
Datas comemorativas
Leitura & Música
À Sombra da Luz – Alceu
Costa Filho - A missão do
Espírito Filipe e de sua caravana de colaboradores é
piedosa: levar àqueles que se
abrigam na escuridão do mal,
a luz do entendimento fraterno. À sombra da Luz, do
Espírito Filipe, psicografado por Alceu Costa Filho,
do Cenáculo Espírita
Fraternidade, de Belo Horizonte, Minas Gerais, vai
muito além da expectativa do
leitor. Alcançando as razões que mergulharam nas trevas almas atormentadas, a narrativa aprofunda-se, revelando a disposição perseverante dos espíritos do bem,
guiados na direção das grandes necessidades.
Petit Editora
Tel.: (0**11) 6684 6000
www.petit.com.br
10 passos para um grande
amor – Rosana Braga Aqui estão os dez passos que
todas as pessoas interessadas em descobrir e manter
uma relação amorosa podem
realmente trilhar. Conselhos
e idéias recheados de bom
senso e praticidade, deliciosos e ao mesmo tempo sérios, convidam você a experimentar e explorar, acrescentando as próprias reflexões
e experiências. São dicas
preciosas sobre como se auto-realizar e ser feliz no
amor.
Editora Mercuryo
Tel/Fax: (0**11) 5531 8222 / 5093 3265
www.mercuryo.com.br
A Idade de Ouro –
Elizabeth Artmann – entender que o avanço dos
anos não atinge a disposição e a lucidez daquele que
se preparou para um novo
tempo, é descobrir a verdadeira felicidade e superar
preconceitos. A proposta do
livro é a certeza de que a felicidade está ao seu alcance.
Butterfly Editora Ltda.
Tel.: (0**11) 6684 9392
www.editorabutterfly.com.br
Novena Esotérica dos Milagres – André Mantovanni - é um ritual de magia
e um processo alquímico de
transformação para que
grandes milagres aconteçam
na vida daqueles que a realizarem. São nove dias de oração, meditação e entrega ao
mundo divino e interior.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (0**11) 6959 1127 Fax.: (0**11) 6959 3090
www.madras.com.br
01 - Confraternização Universal, Dia Mundial da
Paz
04 - Dia do Hemofílico, Nascimento de Casimiro
de Abreu - poeta. Capivari-RJ (1839),
Nascimento de Louis Braille - criador do
alfabeto para cegos. (1809)
07 - Dia do Leitor, Dia da Liberdade de Cultos
13 - Criação do Museu Nacional de Belas Artes
15 - Dia do Compositor
18 - Dia do farmacêutico
19 - Dia do Terapeuta Ocupacional, Dia da
escola
20 - Nascimento Euclides da Cunha - engenheiro,
jornalista e escritor. Cantagalo-RJ (1866)
21 - Dia Mundial da Religião
25 - Fundação da Cidade de São Paulo em 1554
28 - Dia Mundial do Hanseniano
29 - Dia do Jornalista
30 - Dia da não-violência
31 - Dia Mundial do Mágico
Cursos, Palestras,
Seminários e Workshops
Ribeirão Preto
♦
20, 21, 22 e 23 – 18h45 – Curso de Reiki
Nível I – Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika
(16) 627 5696 / 624 1263.
♦
25 e 26 – 8h30 – Curso de Reiki Nível II Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627
5696 / 624 1263.
♦
27 a 31 – Curso de Dança Flamenca
(Farruca) – Nível Intermediário e Avançado – Inf.:
(16) 3931 4001 / 9715 9475.
♦
31 – Palestra – Evolução e Sociedade – Inf.:
(16) 632 3600 / 9724 9220.
Fevereiro
♦
Prevenção de Droga na
Escola – Rosa Maria S.
Santos – Na primeira parte
deste livro encontra-se uma
exposição teórica sobre a
classificação das drogas. Na
segunda, a autora discorre
sobre a contribuição prática
da metodologia psicodramática para o desenvolvimento de programas de prevenção.
Papirus Editora
Tel: (0**19) 3272 4500 /
3272 4534 – Fax: (0**19) 3272 7578
www.papirus.com.br
Dos Confins do Céu –
Aurio Corrá - Composições de Aurio Corrá inspiradas em viagens que a alma
realiza durante o sono. Peças musicais que traduzem a
emoção e o sentimento de
estarmos em outras dimensões da consciência. Com a
performance impecável e a sensibilidade do grupo
Sunyata, a música deste álbum busca facilitar esta experiência ao ouvinte. Instrumentos: Strings, Cello, Violino, Flautas, Piano e Vozes Celestiais.
Alquimia New Music
Tel/Fax: (0**11) 3272 8982 / 278 7768 / 278 4320 /
3341 4758
www.alquimusic.com
01 – 8h30 – Curso de Reiki Nível III – Inf.:
Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627 5696
/ 624 1263.
♦
15 e 16 – 8h30 – Curso de Reiki Nível I –
Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627
5696 / 624 1263.
Uberlândia – MG
♦
28 a 29 de março de 2003 – I Congresso de
Fisioterapeutas, Acupunturistas Sobrafisa – Inf.:
(34) 3214 2911 / 3219 3333.
A programação dos eventos é fornecida pelos
organizadores; o Peregrino não se responsabiliza por
qualquer mudança ou alteração nela efetuada.
A água imantada complementa tratamentos: homeopáticos, alopático,
acupuntura, fitoterápico, etc... e ajuda no restabelecimento da saúde.
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003
16
Ciência mede o Campo de Energia Humano - Jim e Nora Oschman
nergia é um tema que permeia
muitas áreas de terapia médica
complementar, inclusive Reiki. Por razões históricas e emocionais, duas
palavras chaves não foram mencionadas na sociedade de pesquisa acadêmica: “energia” e “toque.” Conseqüentemente não é de surpreender
que a terapia Reiki tenha sido negligenciada pela ciência biomédica tradicional.
Pesquisas ao redor do mundo
estão mudando este quadro. Conceitos de “energia de cura” passaram
da suspeita para respeitabilidade.
Como em outras áreas de investigação, o que tínhamos como absolutamente certo aproximadamente 20
anos atrás, mudou dramaticamente.
Por exemplo, há algumas décadas,
alguns cientistas mudaram de uma
convicção de que não havia um campo de energia ao redor do corpo humano, para uma certeza absoluta de
que ele existe. Além disso, começamos a entender os papéis desses
campos na saúde e na doença.
A razão principal para a mudança de perspectiva foi o desenvolvimento de instrumentos sensíveis que
podem registrar os campos de energia ao redor do corpo humano. De
importância particular é o magnetômetro de SQUID que é capaz de
descobrir minúsculos campos
biomagnéticos associados com atividades fisiológicas no corpo. Este
é o mesmo campo que os indivíduos
sensíveis têm descrito por milhares
de anos, mas que os cientistas ignoraram porque não havia nenhum
modo objetivo para medir isto.
A maior parte das descobertas
fundamentais não estão sendo feitas por cientistas que estudam métodos tais, como, Reiki. Ao contrário, cientistas tradicionais, seguindo
a lógica habitual e métodos científicos, começaram a constatar os vários papéis da energia no processo
curativo. Conseqüentemente o quadro que está emergindo tem as mesmas fundações científicas da medicina clínica moderna.
O campo de energia humano
É conhecido há muito tempo que
as atividades das células e dos tecidos geram campos elétricos que podem ser detectados na superfície de
pele. As leis da física dizem que a
corrente elétrica gera um campo magnético correspondente no espaço
circunvizinho. Considerando que
estes campos eram minúsculos, os
biólogos acreditavam que não poderiam ter nenhuma significação fisiológica.
Este quadro começou a mudar em
1963. Gerhard Baule e Richard McFee
do Departamento de Engenharia Elétrica, da Universidade de Siracusa,
Nova Iorque descobriram o campo
biomagnético projetado do coração
humano.
Em 1970, David Cohen de MIT,
usando um magnetômetro de
SQUID, confirmou as medições do
coração. Por volta de 1972, Cohen
tinha melhorado a sensibilidade do
instrumento, permitindo a medição
de campos magnéticos ao redor da
cabeça produzidos por atividades do
cérebro. Subseqüentemente, foi descoberto que todos os tecidos e órgãos produzem pulsações magnéticas específicas, que chegaram a ser
conhecidas como campos biomagnéticos.
Patologia altera o campo
biomagnético
Nos anos de 1920 e 1930, um respeitável pesquisador na Escola de
Medicina da Universidade de Yale,
Harold Saxon Burr, sugeriu que doenças poderiam ser descobertas no
campo de energia do corpo antes de
aparecerem os sintomas físicos. Além
disso, Burr estava convencido de
que doenças poderiam ser prevenidas alterando-se o campo de energia.
Estes conceitos estavam à frente
do seu tempo, mas estão sendo agora confirmados em laboratórios de
pesquisa médicos ao redor do mundo. Cientistas estão usando os instrumentos SQUID para mapear como
as doenças alteram os campos
biomagnéticos ao redor do corpo.
Outros estão aplicando campos magnéticos pulsantes para estimular a
cura. Novamente, indivíduos sensí-
veis têm descrito estes fenômenos
por muito tempo, mas não havia nenhuma explicação lógica de como
isto poderia acontecer.
Projeção de energia das mãos de
curandeiros
Em 1980, Dr. John Zimmerman
começou uma séries de estudos importantes sobre toque terapêutico,
usando um magnetômetro de SQUID
na Escola de Medicina da Universidade de Colorado, em Denver.
Zimmerman descobriu que um campo biomagnético pulsante emanou
das mãos de um médico. A freqüência das pulsações não é fixa, mas
varia de 0.3 a 30 Hz (ciclos por segundo), com a maioria das atividades na gama de 7-8 Hz. As pulsações biomagnéticas das mãos estão
na mesma gama de freqüência das
ondas cerebrais e estudos científicos das freqüências necessárias para
a cura indicam que elas passam naturalmente pela gama de freqüências
terapêuticas, podendo assim estimular a cura em qualquer parte do corpo.
Em 1992 veio a confirmação dos
resultados de Zimmerman, quando
Seto e colegas, no Japão, analisaram
vários praticantes de artes marciais
e métodos de cura. A “emissão de
Qi” das mãos é tão forte que eles
podiam ser detectadas por um simples magnetômetro. Desde então,
vários estudos de praticantes de
QiGong estenderam estas investigações para o som, a luz, e campos térmicos emitidos por curadores. O que
é particularmente interessante é que
a freqüência de pulsação varia de
momento a momento. Além disso,
pesquisas médicas desenvolvendo
terapias de campos magnéticos
pulsantes estão descobrindo que
estas mesmas freqüências são efetivas no “salto inicial” de cura em uma
variedade de tecidos macios e duros, até mesmo em pacientes não
curados num espaço de 40 anos. Freqüências específicas estimulam o
crescimento de nervos, ossos, pele,
vasos capilares, e ligamentos. Claro
que praticantes de Reiki e seus pacientes têm experiências diárias do processo de cura - salto inicial, e medicina acadêmica está começando a
aceitar esta terapia como lógica e
benéfica por causa destas novas
descobertas científicas.
Para estudar a projeção de energia das mãos de terapeutas, os cientistas têm que reconhecer primeiro
que há diferenças individuais enormes entre pessoas. A prática repetida de várias técnicas pode aumentar
o efeito.
As “ondas cerebrais” não estão
confinadas no cérebro, mas espalhadas ao longo do corpo via sistema
perineal, o tecido conjuntivo que
envolve todos os nervos. Dr. Robert
O. Becker descreveu como este sistema, mais que qualquer outro, regula processos de reparação de danos
ao longo do corpo. Conseqüentemente o sistema nervoso inteiro age
como uma “antena” por projetar as
pulsações biomagnéticas que começam no cérebro, especificamente no
tálamo.
Além disso, ondas que começam
como pulsações relativamente fracas
no cérebro parecem juntar forças assim que fluem ao longo dos nervos
periféricos e nas mãos. O mecanismo desta amplificação envolve o sistema perineal e os outros sistemas
do tecido conjuntivo, como o fáscia
que é intimamente associado com ele.
Conclusão
Neste breve resumo, mostrei
como algumas das experiências de
terapeutas (de energia) têm uma base
em biologia e física. Depois de séculos de negligência, terapias enérgicas podem ocupar seu lugar na clínica médica. As grandes descobertas
de biólogos e dos sensitivos estão
sendo integradas para nos dar um
entendimento mais profundo da vida,
da doença e da cura. Ciência não
pode ignorar o mistério da vida, nem
pode diminuir o componente espiritual da cura. Acreditamos que pesquisa nas terapias de energia pode
conduzir a um entendimento mais
completo de vida, da doença e da
cura.
(Tradução da Reiki News Magazine por José Roberto Ruiz)

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