Jornal 34 - Sociedade Cearense de Oftalmologia

Transcrição

Jornal 34 - Sociedade Cearense de Oftalmologia
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Ceará Oftalmológico
Órgão Oficial da Sociedade de Oftalmologia do Ceará
Ano XXVII Nº 34
Gestão Atual - Trimestral - Abril/Junho 2007 - Nº 02
PALAVRA DO PRESIDENTE
A SOC vem promovendo regularmente atividades científicas, e
esclarecendo a população, alertando sobre os riscos à saúde
ocular propiciados pela atuação
de profissionais não habilitados
legalmente a fazer exames oftalmológicos. Alerta-se, também,
quanto a venda de lentes de contato sem a orientação do médico.
A possibilidade de haver compliCaros colegas,
A medicina, como todos os setores da ciência, evoluiu bastante
no século XX. No caso da oftalmologia, o surgimento de equipamentos para fins de diagnóstico,
tratamento e correções ópticas
fez uma verdadeira revolução
dentro da especialidade. Para
acompanhar essas mudanças, e
para que o médico oftalmologista
absorvesse a grande quantidade
de informações, as faculdades de
medicina tiveram que adaptar-se
aos novos tempos. Surgiram, então, as residências médicas e os
cursos de pós-graduação. O médico oftalmologista, hoje, quando termina sua especialização,
possui uma bagagem de conhecimento sem concorrentes para
tratar dos problemas oculares.
A SOC vem promovendo regularmente atividades
científicas, e esclarecendo
a população, alertando sobre os riscos à saúde ocular
propiciados pela atuação de
profissionais não habilitados legalmente a fazer exames oftalmológicos.
cações que possam acarretar a
perda da visão é um fato relevante nesta questão. O departamento jurídico da SOC propôs ações
que estão em tramitação na Justiça às quais versam sobre o exercício ilegal desta atividade.
Tenho procurado, como membro da Comissão de Defesa da
Saúde Ocular do Estado do Ceará, ressaltar nas reuniões, que
temos uma quantidade suficiente
de oftalmologistas para cuidar da
população cearense. A questão
é que o número de colegas lotados no serviço público é muito
reduzido. Isso se deve pela falta
de concursos, causando distorções no atendimento, e levando
a uma carência de consultas e
procedimentos aos pacientes de
baixa renda. Associa-se a este
fato as limitações na liberação,
por parte das secretarias municipais de saúde, das guias de
procedimento,
principalmente
na cirurgia de catarata, gerando
uma fila de espera que incomoda os profissionais de saúde e
aborrece a população.
Esperamos sensibilizar a
classe política e os gestores
de saúde na Administração
Pública para buscarem resolver as questões relacionadas
a esta área. Gostaria, também, que todos os colegas
pudessem colaborar para,
unidos com a sociedade, podermos estar sempre à frente
na resolução dos problemas
oculares da população.
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Ceará Oftalmológico
Dra. Rosemary Albuquerque
Para
Leonardo
da
Vinci
(1452-1519), o olho é o
órgão mais precioso. “É a
janela da alma, o espelho do
mundo”. Para ele, as ciências
que o tem por fundamento
são perfeitamente corretas.
Assim, nós oftalmologistas
somos
privilegiados
por
desempenhar tal atividade.
Devemos
pois,
sentirmos
honrados e lisonjeados por
termos a capacidade de
z e l a r p e l a s a ú d e o c u l a r.
Possivelmente
por
conta
da importância do órgão da
visão, a Oftalmologia ocupou
sempre posição de destaque
dentro da Medicina.
To d o s
nós
sabemos
do
desenvolvimento tecnológico
da Oftalmologia no século
XX e que persiste no século
XXI. Hoje dependemos cada
vez mais dessa tecnologia.
Muitas vezes entristecemos
por
não
conseguirmos
acompanhar
esse
avanço
pois nos sentimos cada vez
mais obrigados a possuir
equipamentos de custos cada
vez mais elevados e muitas
vezes quando conseguimos
adquiri-los nos deparamos
com a surpresa de que já
há algo mais moderno e
mais
p r e c i s o . Te m o s
de
acompanhar a tecnologia,
mais do que isso, tem a
obrigação de oferecer o
melhor para os pacientes.
Isso pode ser feito de modo
direto ou encaminhando para
colegas que dispõem da
tecnologia mais apropriada
p a r a o c a s o . Te m o s q u e
investir em tecnologia, termos
equipamentos cada vez mais
modernos, estudarmos cada
vez mais para acompanhar
o crescimento científico...
mas não podemos esquecer
de
investir
na
relação
médico-paciente. Por isso,
não podemos ser mecânicos
e
computadorizados.
O
paciente deseja um médico e
n ã o u m c o m p u t a d o r. M u i t o s
já têm o computador em
sua casa, ou seja, muitos
já procuram o médico com
algum
conhecimento
de
sua afecção. Na verdade
o que vai fazer a diferença
é o relacionamento com o
médico.
Se a trajetória está árdua,
se
somos
julgados
e
criticados até pelo estilo
de vida que levamos, se as
oportunidades do mercado
de trabalho são escassas,
se sentimos a necessidade
de
termos
melhores
remunerações,
se
temos
uma jornada de trabalho
extensa para cumprir nossos
compromissos
financeiros
e se existem tantos outros
questionamentos...
mesmo
assim, somos privilegiados.
Precisamos acreditar mais no
nosso potencial, fortalecer
os nossos princípios éticos,
sermos
mais
amigos
e
receptivos com os colegas.
Os conhecimentos se somam
e nós não somos os donos
d a v e r d a d e a b s o l u t a . Ta l v e z
se conseguíssemos valorizar
mais a amizade, reconhecer
os
valores
morais
do
nosso colega e enxergar
a importância do trabalho
que desempenhamos para
a
sociedade,
a
nossa
classe fosse cada vez mais
unida. E com essa união
assumíssemos o nosso real
papel de destaque como
médicos da janela da alma e
do espelho do mundo.
Nesta Edição
Editorial
pág. 02
Simpósio MÁCULA 2007
pág. 03
Dia do Oftalmologista
pág. 04
Simpósio Internacional
de Glaucoma
pág. 07
São João da SOC
pág. 07
Artigo Científico
(Dr. Rogério Costa)
pág. 08
Artigo Científico
(Dr. Fernando Paganelli)
pág. 10
Entrevista
(Dr. Marcos Ávila)
pág. 12
Comissão de Saúde Ocular
e Prevenção à Cegueira
pág. 12
Espaço Jurídico
pág. 13
Defesa da Saúde Ocular
pág. 13
Reflexão
(Dr. Flávio Paranhos)
pág. 14
Oftalmologia e Arte
pág. 15
Calendário Oftalmológico
pág. 16
Piadas
pág. 16
Conselho Editorial:
Adriano Maciel Xerez, Emilson Alves de
Sousa, Héverson Paranaguá, Maria do
Socorro Aguiar Lucena
e Rosemary Jorge Albuquerque
Jornalista Responsável:
José Mario Pinto
- Reg/DRT 290/01/148 CE
Editoração Gráfica:
Demir de França
Impressão:
Expressão Gráfica - 3253.2222
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Ceará Oftalmológico
PEC - Simpósio Mácula 2007
A Sociedade de Oftalmologia do Ceará
promoveu no dia 02 de Março o Simpósio Mácula 2007, o mais tradicional evento da área de Retina em nosso estado.
O evento, em sua quinta edição, foi coordenado por seu idealizador, Dr. Abelardo Targino do Centro Avançado de
Retina e Catarata, e contou com a participação de 162 oftalmologistas inscritos. Como nos anos anteriores, a comunidade leiga teve acesso aos avanços
no diagnóstico e tratamento das doenças retinianas, em aulas especialmente
formuladas para o público em geral.
As palestras foram proferidas pelos
professores Rogério Costa e Rodrigo
Jorge, da USP de Riberão Preto, ambos autoridades internacionalmente
reconhecidas por suas pesquisas no
tratamento da Degeneração Macular.
A interatividade entusiasmou tanto aos
Residentes quanto aos médicos veteranos presentes.
Após a programação científica, verificou-se o sucesso do evento no excelente jantar de confraternização, oferecido gentilmente pelas Óticas Boris, e
Transitions.
Em 2008 o Mácula mais uma vez abrirá
o calendário científico oficial da SOC.
Segundo o Dr. Abelardo Targino, o
evento promete repetir o sucesso das
edições anteriores.
Rogério Costa e Rodrigo Jorge
Sérgio Augusto
Abelardo Targino
Hyder Carneiro, Fernando Furtado,
Idalina Costa e Francisco Eurípedes
Platéia
Equipe Transitions
Eveline Boris, Ana Valéria Teixeira,
Elizabeth Targino e Denise Rocha
Sérgio Cruz e Leiria de Andrade Neto
Gersivan Gomes, Renato Stênio e
Álvaro Fernandes
Alcy Feitosa e Aristófanes Canamary
Abrahão Lucena e Ivalto Gonçalves
David Lucena, Danielle Costa
e Adauto Ponte
Evandro Marques, Ismar Dias, Airton
Boris e Jorge Eldo
David Lucena, Socorro Lucena
e Abelardo Targino
Sylvio Leal, Abelardo Targino
e Válter Justa
Jean Rodrigues e Volney Castaldelli
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Ceará Oftalmológico
Dia do Oftalmologista 2007
PEC 2007 - Sessão Clínica
A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (S.O.C.),
dando continuidade ao PEC (Programa de
Educação Continuada), promoveu no dia 04 de
maio de 2007 a apresentação de casos clínicos
e cirúrgicos por renomados oftalmologistas do
nosso estado. Tal evento contou com a presença
do Presidente da Sociedade de Oftalmologia do
Ceará Dr. Sérgio Augusto Carvalho Pereira e
com os coordenadores: Dr. Fernando Furtado,
Dra. Ana Paula Ximenes, Dr. Walder Braga e
Dra. Rosemary Jorge de Mendonça Albuquerque
e teve lugar no Hotel Luzeiros. Todos os
oftalmologistas palestrantes foram elogiados
pelo alto nível de suas apresentações.
Sérgio Augusto, Ana Paula Ximenes
e Fernando Furtado
Sérgio Augusto
Abelardo Targino, Eurípdes de Lima,
Sérgio Augusto e Álvaro Fernandes
Arabella Primo, Regina Forte, Rosemary
Albuquerque e Ivana Carneiro
Werton Farias, Fernando Delgado e
Gersivan Gomes
Islane Verçosa e Excelsa Costa Lima
Fábio Canamary e Marcos Aurélio Correia
Adriano Chaves e Juliana Lucena
Danielle Costa e Socorro Lucena
Ana Karla Soares e Clayrton Martins
Igor Allamo, Newton Andrade, Sérgio
Augusto e João Conrado
David Lucena e Walder Braga
Joana Gurgel
Levi Madeira
Danielle Costa
Igor Allamo
Abelardo Targino
Ricardo Marrocos
Islane Verçosa
Edmar Guedes
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Ceará Oftalmológico
Abrahão Lucena
Juliana Lucena
Socorro Lucena
George Carneiro
David Lucena
Javier Montero
César Juaçaba
Wantan Laércio
Nonato Ribeiro (ALCON)
e Rosemary Albuquerque
Glauco Oliveira e Rachel Lima (GENON)
e Sérgio Augusto
Parceiros
Dia do Oftalmologista 2007
Sérgio Augusto e
Cristiane Brasil (ESSILOR)
Fernando Cruz (MERCK SHARP & DOHME)
e Sérgio Augusto
Elizete (RODENSTOCK) e Sérgio Augusto
Rita de Cássia (Ótica Mariz)
e Sérgio Augusto
Dia do Oftalmologista 2007 - FESTA
A Sociedade de Oftalmologia do
Ceará (SOC), tendo a frente o seu
presidente, Dr. Sérgio Augusto
Carvalho Pereira, comemorou a
passagem do Dia do Oftalmologista
com dois eventos. No dia 4 de maio
aconteceu a Sessão Clínica onde
foram apresentados e discutidos
casos clínicos pelos médicos
oftalmologistas cearenses. No dia
5, a SOC promoveu uma grande
festa que reuniu os oftalmologistas
cearenses em clima de harmonia
e muita animação.
Márcia Medeiros e Sérgio Augusto
Sérgio Augusto, Valéria Lucena e Mairton Lucena
Socorro Lucena
Lucena, David Lucena
Lucena, Márcia Medeiros,
Medeiros Sérgio Augusto e Joana Gurgel
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Ceará Oftalmológico
Alessandra Rossi e Paulo César Marques
Sérgio Augusto e Lourdes Soares
Marineuza e Alonço Memoria
Claudina e João Conrado Ponte
Edison e Livramento Costa
Germano e Bernadeth Andrade
Juliana e Parcifal Botelho
Germana Ximenes e Adriano Viana
Ana Valéria e Ivon Teixeira
Ana Larissa e Jovanni Alves
Denise e Valdy de Menezes
Amélia Lima e Jorge Eldo
Mary Helena e Aécio Dias
Andréa Cavalcante e Edmar Guedes
Renato Stênio Torres
Michele Albuquerque e Cleanto Jales
Luiziane Cavalcante e Luciano Alencar
Volilma e Werton Farias
Ivana Carneiro,
Carneiro Breno Holanda,
Holanda Jocélia
e Hyder Carneiro
Carlos Alfredo Guerra
Verônica e Héverson Paranaguá
Ana Zélia e Fernando Furtado
Aristófanes e Vânia Canamary
Ivalto Gonçalves,
Gonçalves Gardênia Diniz,
Diniz
Maria do Rosário e Ismar Dias
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Ceará Oftalmológico
PEC - SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GLAUCOMA
A SOC promoveu no dia 01 de junho o Simpósio Internacional de Glaucoma. O evento trouxe a Fortaleza o
médico oftalmologista cearense Dr. Felipe Medeiros, atualmente radicado nos Estados Unidos. O Simpósio,
pelo alto nível do palestrante, atraiu um grande número de participantes.
Márcia Medeiros e Felipe Medeiros
Felipe Medeiros
Sérgio Augusto
Máurea César
Luciano Alencar e Fernando Furtado
Héverson Paranaguá e Ivana Carneiro
Werton Farias, Francisco Eurípedes e
Evandro Marques
Socorro Lucena e Ivana Carneiro
Edmar Guedes, Sérgio Augusto,
Abrahão Lucena, David Lucena,
Márcia Medeiros e Vitor Luna
Telma Freitas, Máurea César
e Marília Araújo
Mark Sampaio (Essilor), Joana
Guergel, Marcos Aurélio de Castro e
Francisco Melo
Igo Enomoto, Daniel Justa
e Felipe Carvalho
Denise Rocha e Marineuza Memória
Jean Rodrigues (Casa dos Relojoeiros)
e Carlos Alfredo Guerra
Socorro Lucena, David Lucena,
Nayana (Pfizer) e Máurea César
Luciana Costa (Transitions) e
Margareth Tatcher (Carl Zeiss)
SÃO JOÃO DA SOC
A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) promoveu no último dia 23 de junho o “Arraiá da SOC”.
O evento, organizado pelo médico oftalmologista Hyder Carneiro, aconteceu no Sítio Casarão e já faz
parte do calendário da oftalmologia do Ceará. A festa foi prestigiada por um grande número de médicos
oftalmologistas, familiares e convidados, tendo a frente o presidente da SOC, Dr. Sérgio Augusto Pereira.
Cleanto Jales, Michele Albuquerque,
Flávia Carneiro e George Carneiro
Flávia Carneiro, Abelardo Targino,
George Carneiro e Regina Coeli Forte
Daniele Rios, Manoela
e Rodrigo Vicentini
Casamento na Roça
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Ceará Oftalmológico
FÁ R M A C O - M O D U L A Ç Ã O A N G I O G Ê N I C A :
U M A N O VA E R A D E T R ATA M E N T O ( PA R A T O D O S ? )
Rogério A. Costa
Diretor Clínico, U.D.A.T.
Divisão de Mácula: Imagem e
Tratamento
Hospital de Olhos Araraquara
Araraquara-SP
Especilista em Retina e Vítreo
Doutor em Oftalmologia
Escola Paulista de Medicina
Universidade Federal de São Paulo –
UNIFESP
Professor Doutor Orientador
Programa da Pós-graduação
Departamento de Oftalmologia
Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto
Universidade de São Paulo – USP
Ribeirão Preto-SP
Desenha-se na atualidade,
nova perspectiva no tratamento de patologias coroidoretinianas: a modulação da
angiogênese (processo em
que células endoteliais proliferantes formam “novos elementos vasculares” a partir
de vasos pré-existentes) por
meio de fármacos injetados
na cavidade vítrea. Dentre
os agentes disponíveis para
fármaco-modulacao angiogênica, os resultados mais consistentes alcançados no manejo de doenças do segmento
posterior ocular, até o presen-
te momento, pertencem ao ranibizumabe (Lucentis®). Este
agente foi especificamente
desenvolvido pela empresa
Genentech com modificações
a nível molecular para que sua
função anti-angiogênica fosse
otimizada quando injetado na
cavidade vítrea. Já no campo
alternativo (“experimental”) o
agente bevacizumabe (Avastin®), anticorpo monoclonal
humanizado direcionado ao
VEGF circulante também desenvolvido pela empresa Genentech, vem gradativamente
conquistando a confiança de
pesquisadores ao redor do
planeta.
O bevacizumabe foi aprovado em fevereiro de 2004 pelo
FDA norte-americano para uso
endovenoso no tratamento de
primeira linha do câncer de
cólon metastático, associado à quimioterapia baseada
em 5-fluorouracil, passando a
constituir a primeira droga anti-angiogênica aprovada para
uso em humanos. Estudos realizados pela empresa fabricante sugeriram inicialmente
que o bevacizumabe (full-lengh), se injetado intravítreo,
apresentaria menor eficácia
por dificuldades de transposição da membrana limitante interna. Não obstante, as
possíveis diferenças e seme-
lhanças moleculares entre ranibizumabe e bevacizumabe
parecem ter pouca relevância
clínica frente aos resultados
preliminares observados em
diversas patologias coróidoretinianas utlizando ambas
medicações.
O uso alternativo do bevacizumabe intravítreo em Oftalmologia vem ecoando desproporcionalmente em virtude de
uma série de fatores. Além de
resultados
indiscutivelmente promissores até o presente momento, o medicamento
(bevacizumabe) já se encontra registrado junto à ANVISA
(para uso endovenoso em Oncologia) e disponível comercialmente em território nacional. Adicionalmente, sua
recente “nacionalização” e relativo baixo custo estabelecido pela Câmara de Regulação
do Mercado de Medicamentos
(CMED), vem facilitando o
acesso ao medicamento. Por
fim, diferentemente da triamcinolona, glaucoma e catarata não são eventos esperados
após a administração intravítreo do bevacizumabe em
virtude de suas propriedades
farmacológicas favoráveis.
Contudo, como observado em
qualquer tratamento, limitações existem. Algumas são
óbvias; outras porém, ainda
Ceará Oftalmológico
são desconhecidas em virtude
da limitada experiência do uso
de agentes anti-angiogênicos
em Oftalmologia.
Em relação ao procedimento de tratamento (injeção intravítreo),
a ocorrência de endoftalmite
deve ser nossa principal preocupação.
Tendo por base
dados dos Estudos MARINA e
ANCHOR (ranibizumabe) devemos considerar uma taxa de
endoftalmite de ~1%, uma vez
que múltiplos procedimentos
de tratamento (independente
do medicamento escolhido)
serão necessários na grande
maioria para manutenção de
possíveis efeitos benéficos
da fármaco-modulação angiogênica em monoterapia. Se a
promessa de “estabilizar” a visão agrada parte dos pacientes acometidos, parcela maior
destes (geralmente com idade
superior a 70 anos) sentese desconfortável com a real
possibilidade de freqüentes (a
cada 4 ou 6 semanas) visitas
ao seu médico. Para o oftalmologista, novos “desafios”
estão por vir. Por exemplo,
em casos de DMRI neovacular detectados precocemente,
surge agora a possibilidade
de conseguirmos níveis sustentáveis de acuidade visual
em torno de 20/25~20/32 após
um ou dois procedimentos de
tratamento. Uma vez alcançados esses níveis de visão,
o médico passará a enfrentar
uma situação um tanto desafiadora pois, em teoria, o melhor benefício foi alcançado,
restando a este desenvolver
estratégias para convencer
seu paciente que futuros procedimentos de tratamento serão ainda necessários “apenas” para a “manutenção” do
efeito induzido (mas com os
mesmos riscos de quando a
visão era de 20/60~20/80).
Do ponto de vista prático, ou-
tro fator preocupante diz respeito a mudança na dinâmica
de atendimento médico que a
disseminação desta forma de
tratamento pode causar.
A
terapia com ranibizumabe implica em injeções intravítreo
continuadas a cada 4 semanas. Ou seja, se considerarmos hipoteticamente a inclusão de apenas 5 novos pacientes com DMRI neovacular
para tratamento com ranibizumabe por mês, no oitavo mês,
40 procedimentos intravítreo
serão realizados em um único
mês. Protocolos de pesquisa clínica realizados no Hospital de Olhos de Araraquara
em conjunto com a USP de
Ribeirão Preto (Dr. Rodrigo
Jorge) sugerem que a historia
não será muito diferente com
o agente bevacizumabe em
termos da obrigatoriedade de
múltiplos procedimentos de
tratamento.
As reais complicações relacionadas
especificamente ao medicamento utilizado
na terapia anti-angiogênica
ainda são pouco entendidas.
O VEGF está implicado não
apenas na angiogênese “normal” assim como parece ter
papel crítico na manutenção
neuronal. Eventos adversos
não-oculares foram considerados raros de acordo com os
Estudos MARINA e ANCHOR
(ranibizumabe). Uma análise
interina dos pacientes submetidos a ranibizumabe intravítreo (Estudo SAILOR) sugeriu
uma possível maior associação desta terapia com infarto
do miocárdio naqueles submetidos à maior dose testada
(1.2% [0.5 mg] versus 0.3%
[0.3 mg]). A publicação dos
dados definitivos do Estudo
SAILOR, provavelmente na
segunda metade de 2007, nos
ajudará a entender melhor
essa questão. Níveis altos de
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VEGF são também encontrados em tecidos retinianos de
olhos “normais” e seu papel
parece estar relacionado a
manutenção do EPR e fotorreceptores. Dúvidas sobre a
segurança relacionada à inibição “continuada” do VEGF
em tecidos oculares existem.
Apesar da baixa dosagem utilizada intravítreo, concentrações relativamente altas de
medicação anti-angiogênica
foram encontradas na corrente sanguínea após múltiplas
injeções. A longo prazo (3~4
anos), devemos esperar alterações a nível do SNC e tecidos cardíacos bem como a nível do EPR e fotorreceptores?
Ninguém tem essa resposta,
ainda...
Estamos tendo a oportunidade de presenciar o início de
uma nova era de tratamento
em retina. Embora indesejáveis e ainda desconhecidos
eventos possam estar associados à fármaco-modulação
angiogênica, acredito que a
possibilidade de estabilização
da perda bem como recuperação clinicamente significante
da visão em parcela considerável de pacientes compense
os possíveis riscos associados. Em relação a polêmica
ranibizumabe versus bevacizumabe, acredito que nosso
dever como oftalmologistas é
o de informar conscientemente nossos pacientes sobre seu
estado de saúde ocular e possíveis formas de tratamento.
Já a opção pelo tratamento
e forma de exerce-lo depende exclusivamente do paciente. Se tratamentos aprovados
existem, estes devem ser colocados em discussão. O alto
custo de um procedimento terapêutico per se não justifica
sua exclusão. Em paralelo,
gostaria de acreditar que as
companhias
farmacêuticas
10
Ceará Oftalmológico
responsáveis pela produção
e distribuição destes medicamentos também levarão em
conta esse fator durante seu
planejamento estratégico.
Mais especificamente em relação ao uso do bevacizumabe, se acreditamos no potencial desta medicação para a
fármaco-modulação angiogênica, ações que culminem
nesta constatação devem ser
tomadas.
Verdade é que,
desde seu “aparecimento”,
passamos a viver um dilema:
garantir acesso a um tratamento promissor, economicamente viável, porém com
ainda limitados dados de segurança e eficácia versus limitar-se ao emprego de técnicas regularizadas porém
moderadamente eficazes ou
pouco viáveis do ponto de
vista sócio-econômico de
nossa população? Simplisticamente, “promover mas não
proteger” ou “proteger mas
não promover”? Gostaria de
terminar exaltando o ranibi-
Figura. Remodelação macular favorável observada em um paciente com degeneração macular
relacionada à idade forma neovascular após sua primeira sessão de fármaco-modulacao angiogênica
(intravítreo). A manutenção dos efeitos induzidos geralmente implica em novas sessões de tratamento
em intervalos regulares entre 4 a 8 semanas.
zumabe, por ser o primeiro
agente empregado para fármaco-modulacao angiogênica a comprovar, cientificamente, eficácia clinicamente
significante, e seu “primopobre” bevacizumabe, que
talvez nunca comprove sua
eficácia por meio de estudos
rigorosamente
conduzidos
por razões óbvias, mas que
pode ser o grande protago-
nista de fato dessa nova era
de tratamento. Uma era de
tratamento potencialmente
segura, eficaz e, principalmente, que faça diferença na
vida de nossos pacientes.
Endereço para correspondência:
Dr. Rogério A. Costa
Rua Padre Duarte 989 ap172
Araraquara-SP 14801-310
Telefone/fax: (16) 3331-1001
Email: [email protected]
OPÇÕES NO TR ATAMENTO DE CER ATOCONE
Fernando
F
d P
Paganelli
lli
Setor de Patologias Corneanas e
Transplante de Córnea
Centro de Oftalmologia Especializada e
Hospital de Olhos de Araraquara
Araraquara – SP – Brasil
O ceratocone é uma distrofia
da córnea em que ocorrem
protrusão e afinamento progressivos do ápice, causan-
do baixa visual em virtude
do astigmatismo irregular da
superfície corneana. É uma
doença de evolução lenta,
geralmente bilateral e de
etiologia desconhecida, que
se inicia entre 14 e 22 anos
de idade, evoluindo até 35 a
40 anos.
Mesmo após vários estudos,
as causas do ceratocone
ainda não estão definidas.
Pesquisas indicam tratar-se
de uma doença multifatorial,
com componentes genéticos, estruturais e com in-
fluência de fatores externos
como micro traumas oculares, como coçar os olhos e
uso de lentes de contato. O
papel da hereditariedade no
desenvolvimento do ceratocone ainda não foi bem estabelecido, mas em cerca de
10 a 15% dos casos existem
outros membros afetados na
família.
A identificação do ceratocone moderado ou avançado é
razoavelmente simples através de topografia corneana.
Entretanto, o diagnóstico em
Ceará Oftalmológico
suas fases iniciais requer
cuidadosa
história
clínica,
medidas da acuidade visual
e refração, e ainda exames
complementares que estudam a face posterior e elaborem mapas paquimétricos
da córnea como o Orbscan
(Bausch & Lomb®) e o Pentacam HR (Oculus®).
A maioria dos pacientes com
Ceratocone tem sua visão
restabelecida com óculos ou
lentes de contato, aproximadamente 95% dos pacientes ficarão satisfeitos com
o tratamento não cirúrgico.
Atualmente existe uma gama
enorme de lentes de contato
e materiais, lentes gelatinosa para ceratocone, materiais híbridos, mas os melhores resultados ainda são
obtidos com as lentes esféricas ou bi curvas (Soper) gás
permeáveis.
Quando a acuidade visual com óculos ou lentes de
contato não é suficientemente boa para que o paciente
desenvolva suas atividades
de estudo e/ou trabalho (em
geral nos casos mais avançados, com alto astigmatismo irregular, leucoma ou intolerância ao uso das lentes)
abre-se atualmente um leque
enorme de possibilidades cirúrgicas. Anéis intra-corneanos, transplantes penetrantes, transplantes lamelares
e cirurgias corneanas assistidas por femtosecond laser
(IntraLase Corp.) são ótimas
opções no tratamento cirúrgico do ceratocone quando
bem indicadas e realizadas.
Quando já não existe indicação de óculos ou lentes
de contato e a córnea ainda
permanece sem leucomas
com uma ceratometria inferior a 56 D e com menos de
5 D de miopia os anéis intra-corneanos são uma boa
opção. Hoje temos disponíveis no mercado mundial o
INTACS (Addition Technology, Inc.) e o Anel de Ferrara
(Ferrara Ring), desenvolvido
pelo Oftalmologista brasileiro Paulo Ferrara. A vantagem da colocação dos Anéis
intra-corneanos em relação
ao transplante de córnea é
que se trata de um procedimento mais rápido, feito com
anestesia tópica e menores
riscos de complicações graves. A grande maioria de pacientes com ceratocone que
necessitam de transplante
podem precisar de mais de
um procedimento ao longo
da vida aumentando em muito o risco de catarata, glaucoma e complicações vítreo
retinianas. Seu custo é menor que a cirurgia de transplante de córnea se considerado o custo de obtenção
de córneas de boa qualidade
pelos Bancos de Olhos. Se
não der bons resultados, os
anéis podem ser removidos
e o paciente poderá receber
uma nova córnea, sem nenhum risco adicional à cirurgia do transplante. A cirurgia
do Anel de Ferrara, no entanto, merece um estudo multicêntrico e um tempo maior de
observação a médio e longo
prazo para que conheçamos
com mais consistência suas
reais vantagens e eficácia.
Córneas com leucomas por
evolução do ceratocone ou
trauma pelo uso de lentes
de contato por longos períodos, ceratometria superior
11
a 56 D, mais de 5 D de miopia e falência no tratamento
com anéis intra-corneanos
poderão se beneficiar de
transplante penetrantes ou
lamelares de córnea . Nos
casos de leucoma ou de espessura corneana extremamente finas está indicado o
transplante penetrante, sua
principal vantagem é a qualidade de visão pós operatória
muitas vezes não conseguida
com os enxertos lamelares e
sua principal desvantagem é
o risco de rejeição aumentado em relação aos lamelares.
Transplantes lamelares automatizados e transplantes
lamelares profundos podem
remover cicatrizes e prover
tecido as córneas com ceratocone com poucos pontos
ou até mesmo sem pontos
levando a uma rápida recuperação visual e com mínimo astigmatismo.
Um grande avanço nas cirurgias corneanas é o uso de
femtosecond laser (IntraLase Corp.) para construção
de túneis para o implante
dos anéis, confecção de cortes perfeitos e com possibilidade de encaixe tipo zigzag ou outros desenhos na
córnea doadora e receptora
em transplantes penetrantes
e cortes lamelares sem distorções que são provocadas
pela dissecção manual ou
pelo microceratomo. O grande limitante para a expansão
do uso do femtosecond laser
(IntraLase Corp.) no Brasil é
seu alto custo de aquisição e
manutenção, mas com certeza esta técnica já rompeu o
paradigma da cirurgia corneana com trépanos e microceratomos.
12
D r. M a r c o s Á v i l a
Ceará Oftalmológico
O Ceará Oftalmológico
entrevista o professor do
Departamento de Oftalmologia da
Universidade Federal de Goiás, Dr. Marcos
Ávila. O Dr. Marcos Ávila fala sobre o XXXIV Congresso
Brasileiro de Oftalmologia que se realizará em Brasília, no período de 3 a 6 de setembro de 2007.
Qual será o tema oficial do
XXXIV Congresso Brasileiro de
Oftalmologia?
R. Doenças externas e córnea
Durante o Congresso será
realizado o II Fórum Nacional de
Saúde Ocular. Há 6 anos, o I Fórum
Nacional de Saúde Ocular trouxe
resultados efetivos para a saúde
ocular da população brasileira.
Quais são as expectativas para o
II Fórum, neste momento de crise
generalizada na saúde?
Esperamos
reconquistar
o
financiamento
das
ações
oftalmológicas
existentes
no
passado, pelos gestores públicos.
Pretendemos também implantar
no País a hierarquização da rede
de atendimento em níveis de
complexidade.
Quais são os principais
desafios – científicos, financeiros
e políticos – para se organizar um
congresso desse porte?
Científica organizar mais de 800
palestrantes;financeiro - conseguir
colocar no budget da indústria
evento desta grandiosidade.
A realização do XXXIV
Congresso
Brasileiro
de
Oftalmologia em Brasília dará à
Oftalmologia Brasileira uma maior
visibilidade junto aos poderes
constituídos?
A força da oftalmologia nacional,
a especialidade com maior
engajamento social e político se
fará sentir no centro das decisões
nacionais.
As empresas patrocinadoras
parecem ser fundamentais para
a realização do congresso. Elas
exercem alguma influência sobre
a grade científica?
Felizmente, não.
Quais
novas
práticas
diagnósticas,
terapêuticas
clínicas e cirúrgicas serão
abordadas no evento?
Sedimentação dos antigos e
lançamentos de novos produtos
pela indústria.
Haverá
palestrantes
internacionais? A presença de
convidados estrangeiros atrai
mais público?
Muitos, mas hoje pelo alto nível
da oftalmologia brasileira, não
tem-se que, necessariamente,
convidar
palestrantes
internacionais.
Como está a programação
social do evento? Está prevista
alguma grande atração?
Fantástica! O cantor Leonardo
será a atração nacional.
COMISSÃO DE SAÚDE OCULAR E PREVENÇÃO À CEGUEIRA
Por ocasião do Seminário
Cearense de Saúde Ocular,
ocorrido no último dia 16 de maio
de 2007 na Secretaria da Saúde
do Estado do Ceará, tomou posse
a nova Comissão de Saúde
Ocular e Prevenção à Cegueira
do Estado do Ceará. Por ato do
Secretário da Saúde do Estado
do Ceará, Dr. João Ananias
Vasconcelos Neto, através do
Decreto nº 28.689, de 28 de
fevereiro de 2007, fica assim
constituída a nova comissão:
Dr. Fernando Queiroz Monte
(Conselho
Regional
de
Medicina, que exercerá a
função de Presidente); Dr. João
Hélder Alves Arcanjo (Hospital
São Francisco de Canindé,
que exercerá função de VicePresidente); Dra. Francisca
Leonete Borges de Almeida
(Coordenadoria de Políticas e
Atenção à Saúde/Núcleo de
Atenção Especializada, que
exercerá as funções de Secretária
Executiva); Dra. Ana Valéria
Carneiro Teixeira (Secretaria
da Saúde do Município de
Fortaleza, que exercerá as
funções de 1ª Secretária) e Dra.
Rosimeyre Anastácia da Silva
(Serviço Social da Indústria
(SESI), que exercerá a função
de 2ª Secretária). Fazem ainda
parte da Comissão o Dr. Sérgio
Augusto
Carvalho
Pereira
(Sociedade de Oftalmologia do
Ceará), Dr. Hermínio Resende,
Dr. David da Rocha Lucena, Dr.
Raimundo José Arruda Bastos,
Dr. João Maia Nogueira, Dr.
Ricardo Evangelista Marrocos
Aragão, Dr. Aldrovando Nery de
Aguiar, Dra. Islane Maria Castro
Verçosa, Dr. Carlos Afonso
Silva, Dra. Ofélia Maria Gomes
de Matos, Dr. Paulo César Dias
Almeida, Dra. Joana Gurgel
Holanda Filha, Dra. Verônica
Maria Benevides Pedrosa, Dr.
Sisley Jean Araújo Viana, Dra.
Itelvina Marly Goes Sampaio,
Sra. Maria Josélia Sá e Almeida,
Dr. Orismar Vanderlei Diniz, Dr.
Francisco Airton de Vasconcelos
e o Sr. Jorge Rolim de Castro.
13
Ceará Oftalmológico
E S PA Ç O J U R Í D I C O
Como Minimizar os Riscos da Atividade Médica
Ao longo dos últimos anos vem
surgindo no Brasil uma tendência
de ajuizamento de ações judiciais
de reparação de danos materiais e
morais das mais diversas naturezas. Relações de consumo, conflitos entre vizinhos, colisões de automóveis, inscrições indevidas de
pessoas em serviços de proteção
ao crédito são somente algumas
das situações levadas ao Poder
Judiciário para este fim.
“Mas onde os médicos enquadramse nestas situações?”, pode perguntar o leitor.
A resposta é simples: os próprios
atendimentos, consultas, procedimentos e intervenções cirúrgicas
podem ser motivo de reclamação
do paciente e levarem a eventual
propositura de ação judicial de reparação de danos contra o médico
e/ou sua clínica. O tão falado “erro
médico” é um dos casos que enseja
a propositura de ações judiciais de
reparação de danos, mas não somente em casos de erros em procedimentos e tratamentos ensejam
a reparação de danos.
De acordo com o entendimento
pacífico dos tribunais pátrios, os
médicos e hospitais e seus respectivos pacientes se enquadram nas
definições que o Código de Defesa
do Consumidor dá para “fornecedor” e “consumidor”, fato que, por
si, pode dificultar a defesa em juízo dos profissionais da saúde envolvidos em processos. É que me
relações de consumo, existe a possibilidade de o juiz determinar que
o fornecedor do serviço (no caso,
médicos e hospitais) prove que os
atos realizados não foram danosos
ao autor da ação (paciente).
Neste contexto, cabe aos próprios
médicos de se cercarem de medidas acautelatórias simples e indispensáveis que possibilitam a diminuição dos riscos de demandas jurídicas, sendo necessária a própria
participação efetiva desse profissional na tomada de medidas acautelatórias simples e indispensáveis,
tudo no seu dia-a-dia dentro dos
consultórios e salas cirúrgicas.
Como alternativa a minimizar o recebimento do “convite” do Poder
Judiciário, ou mesmo para poder
opor uma defesa contundente, o
profissional da medicina deve estar cada vez mais atento não só na
execução de seus procedimentos,
mas também nas informações que
transmite ao paciente.
Aí entra o chamado Termo de Consentimento Informado (TCI) que
nada mais é do que um documento produzido pelo médico, redigido
sem grandes formalidades, que
menciona, entre outros elementos,
a descrição completa do procedimento a ser realizado, os riscos
que o envolvem e os cuidados a
serem tomados antes e depois do
mesmo, tudo de forma muito clara
e objetiva, para que qualquer leigo
entenda prontamente as informações nele contidas. Este documento deve ser assinado pelo médico,
paciente e por duas testemunhas,
após esclarecidas todas as dúvidas
formuladas pelo atendido.
É certo que nem todo mau resulta-
do é sinônimo de erro médico. Da
mesma forma, não se deve admitir
que as conseqüências da má prática médica deixem de ser justamente reparadas. Nesse sentido, é
importante iniciar uma investigação
profunda acerca do resultado ocorrido, coletar todos os documentos
necessários e consultar outros profissionais a respeito do caso. E é
exatamente neste momento que
podem aparecer os problemas que
dificultam a defesa dos médicos
em juízo, justamente pela falta de
documentos e provas destes.
Os TCIs já tiveram fundamental importância para diversos julgamentos no Brasil que o levaram como
prova fundamental para o desfecho
do processo. Mas não só o TCI é
suficiente para a redução substancial dos riscos da atividade médica.
Solicitar os exames necessários
no pré-operatório; empregar técnicas reconhecidas no ato cirúrgico;
verificar se a aparelhagem utilizada teve a manutenção adequada;
prestar adequadamente os cuidados do pós-operatório; informar
adequadamente aos pacientes
acerca dos riscos dos procedimentos, especialmente quando envolvam cirurgias, são outras medidas
que muito ajudam no momento de
realizar a prova judicial, cercando
e resguardando os profissionais da
medicina de eventuais ações judiciais de reparação de danos.
Mário Dos Martins Coelho Bessa
Assessor Jurídico da Sociedade
de Oftalmologia do Ceará
Advogado OAB-CE 15.254
DEFESA DA SAÚDE OCULAR
DEPUTADO
HERMÍNIO RESENDE
PRONUNCIAMENTO: Denuncia
contra práticas danosas à visão do
povo do Ceará.
DATA: 13.03.2007
Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhores da Imprensa,
alunos do Colégio Dom Manuel,
presentes nesta galeria, amigos telespectadores da TV Assembléia,
da TV Ceará. Estou usando esta
Tribuna, mais uma vez, para falar
de um assunto que reputo ser da
maior importância e da mais alta
gravidade.
Eu queria que hoje estivesse até
mais médicos nessa casa, pois o
assunto é caso de saúde pública, e
vem se arrolando por vários anos.
Aqui no Ceará tem nos preocupado
muito que pessoas não qualificadas
vem prescrevendo óculos e lentes
de contatos. Pessoas, Dr. Washington, que estão muitas vezes, eu diria com muita freqüência, cegando
cearenses por não estarem qualificados para tal ato.
Nobre Deputado Fernando Hugo,
Vossa Excelência é médico, tem
que nos ajudar. O que mais me assusta é que as pessoas menos esclarecidas procuram esses pseudo-
14
Ceará Oftalmológico
profissionais para realizarem exames e para prescreverem lentes.
Nós que somos médicos sabemos
que a grande maioria dessas pessoas que não estão enxergando
bem não é pelo viço refracional.
Eu quero citar aqui alguns exemplos visão que não são decorrentes
de viço refracionais, num linguajar
mais simples: Por falta de lentes
corretoras. È o caso do glaucoma,
no Brasil mais de 900 mil pessoas
são portadoras de glaucoma, doença que destrói o nervo ótico e leva à
cegueira. Muitos desses pacientes,
por falta de um esclarecimento, por
falta de uma oportunidade para realizar uma consulta com um médico oftalmologista, procuram esses
pseudo-profissionais em todos os
cantos do Ceará, na capital e no
interior. Encontramos placas que
anunciam aviamento de consultas
gratuitas. É uma prática danosa,
não pode acontecer. Nós deputados
temos combater essas atitudes.
Gostaria que o Deputado Antônio
Granja, Presidente da Comissão
de Saúde, estivesse presente para
que ele também levantasse essa
bandeira, para que estas pessoas
que prescrevem tanto lentes de
óculos quanto lentes de contatos
fossem abordadas, para que cearenses não mais cegassem por tratamentos indevidos, meu caro Perboyre, Vossa Excelência também é
médico. Eu tenho certeza que lá na
sua região de Saboeiro ocorre esse
problema.
REFLEXÃO
Meu caro Deputado-médico Roberto Cláudio, peço a vossa excelência também que se associe a essa
nossa luta para beneficiar a visão
do povo do Ceará. Que o povo do
Ceará seja consultado por oftalmologista. Tenho certeza que nenhum
dos senhores gostaria que seus
familiares viessem a ter a luz com
um médico que não fosse um ginecologista ou obstetra. Tenho certeza que nenhum dos Senhores, que
tivesse uma fratura quisesse ser
atendido por um médico que não
fosse qualificado para tanto.
Apartearam o Deputado Hermínio
Resende, se solidarizando com
o caso os deputados: Fernando
Hugo, Roberto Cláudio e Perboyre
Diógenes.
Por FLÁVIO R. L. PARANHOS
A pós-graduação e a mais-valia
“Dedico esse momento ao meu
amigo Fulano, que é engenheiro, e
sempre me provocou dizendo que
doutor é quem tem doutorado”
Pós-graduando, ao saber da aprovação de sua tese de doutorado.
Uma medida tomada recentemente por uma empresa de seguros
de saúde é, ao mesmo tempo, alvissareira e triste. Estabelece regras para o ganho do médico, valorizando aspectos como: formado
há mais de dez anos, residência,
especialização, mestrado, doutorado e docência. Quanto aos três
primeiros, não há qualquer sombra
de dúvida de que são indicadores de maior experiência e melhor
formação e preparo profissionais.
Mas será que isso vale também
para mestrado e doutorado? Não.
O mestre/doutor é necessariamente melhor médico do que o que não
possui esses títulos? Não.
O que significa, então, para o médico ter mestrado/doutorado? Significa, na melhor das hipóteses, que
se trata de uma pessoa com grande interesse em ensino e/ou pesquisa. Digo “na melhor das hipóteses” porque, infelizmente, há uma
infinidade de outros motivos menos
nobres para almejar esses títulos.
Vaidade e marketing pessoal, para
começo de conversa. Galgar posições políticas em sociedades médicas, subir na carreira universitária,
melhorar o salário, etc.
Um erro grosseiro que se vem cometendo sistematicamente, e, o
que é pior, encarado de forma natural, é a valorização cega e obsessiva dos títulos de mestre e doutor
pelos meios oficiais de fomento à
educação. Se determinada universidade tem mais mestres/doutores,
é melhor conceituada, recebe mais
atenção, enfim, mais dinheiro. Em
conseqüência, temos universidades tradicionais tratando de garantir que seus próprios quadros abocanhem logo o título, e professores
sem a menor vocação para a pesquisa sendo obrigados a enfrentar
os cursos não como se fossem cursos, mas, sim, obstáculos à obtenção do amaldiçoado título.
Como diz Wladimir Kourganoff, em
A Face Oculta da Universidade (Editora da Unesp), vocação para ensino não significa necessariamente
o mesmo para a pesquisa e viceversa, e o que se consegue com o
atrelamento da produção científica
à subida na carreira docente é apenas a figura dos pseudopesquisadores e pseudoprofessores.
Não há porque obrigar bons professores da graduação a passar
pelo suplício (para eles) de um
curso de pós-graduação. Existem
meios mais inteligentes e justos
para mantê-los atualizados. Por
outro lado, não faz sentido obrigar
pesquisadores a dar aulas, se essa
não for sua vocação. O prejuízo é
duplo: deles próprios e dos alunos.
O financiamento da graduação
não pode depender do número de
mestres/doutores ou mesmo da
produção científica. Aliás, número
de mestres/doutores não deve servir de parâmetro nem para a pósgraduação, pois seu financiamento
e de seus laboratórios de pesquisa
deveria depender exclusivamente
de sua produção científica, quantitativa e qualitativa. Afinal, de que
vale o título com a tese empoeirando nas bibliotecas, sem que seja
sequer publicada ou mesmo inaugure uma linha de pesquisa regular?
Outra conseqüência bastante nociva dessa fome de títulos é a dificuldade de acesso aos cursos de pósgraduação, por parte de candidatos
(com vocação) oriundos de universidades mais novas. Enfrentam a
endogenia reinante em muitas das
ditas tradicionais, e alguns acabam
por desistir no meio do caminho.
Como consolo, apenas o fato de
que, a médio e longo prazos, essa
15
Ceará Oftalmológico
endogenia será fatal a essas universidades, resultando em completa decadência, pois instala um clima de inércia e desestímulo entre
seus integrantes.
Mestrado e doutorado, antes de serem títulos, são cursos. Aprofundase em um tema específico que será
objeto de um experimento científico
para a elaboração da tese e, quiçá, inaugurador de uma linha de
pesquisa. Para tanto, são de vital
importância as disciplinas do chamado domínio conexo (metodologia científica, estatística e didática,
por exemplo). Pois bem. É de estarrecer o desprezo que dispensam
a essas disciplinas os alunos que
evidentemente entram na pós-graduação com todas as credenciais
do mundo, exceto a que mais interessa: vocação. Resultado: formam-se mestres e doutores sem a
menor noção dessas matérias, aliviadas por obterem enfim o título.
Sou médico, não sou matemático,
dizem, referindo-se à campeã das
antipatias, a bioestatística (como
se fosse possível realizar pesquisa
científica sem, no mínimo, compreender seus fundamentos). Alguns,
os chamados medalhões, chegam
a contratar um verdadeiro exército
para elaborar sua tese, com a ale-
gação de falta de tempo. Terminam
o curso como começaram: pseudopesquisadores.
“Sendo o termo da vida limitado,
não tem limites a nossa vaidade”,
escreveu o filósofo brasileiro Matias Aires. É verdade. Que o diga o
rapaz da epígrafe, que fez doutorado para ser chamado de doutor.
FLÁVIO R. L. PARANHOS
Médico, doutor em Oftalmologia pela
UFMG é pós-doutorado pela Escola
Médica de Harvard
OFTALMOLOGIA E ARTE
Estas primeiras palavras para agora iniciar
A leitura das poesias envolvendo a visão
Podendo ser lido por criança, jovem ou
ancião.
BLEFAROPLASTIA
Traços primorosos têm as pálpebras no
limiar da existência
Junto com cílios e sobrancelhas harmonizam
a aparência
Ao globo ocular protegem cumprindo grande
função
Ao piscar espalham as lágrimas
aperfeiçoando a visão
INTRODUÇÃO
Ã
O médico Levi Madeira conta em forma de
poesia
Narrando as principais ocorrências da
oftalmologia
De uma forma muito didática e sem nenhum
mistério
Ele vai narrando os fatos levando tudo muito
a sério
Tem muito a nos contar como médico
oftalmologista
Pois além de rotariano tem sido um grande
idealista
Palestras sobre a visão envolvendo a
comunidade
Tem proferido desde o ano que concluiu a
faculdade
Seja em escola, igreja, centro comunitário ou
empresa
Se for convidado irá ele com disposição e
destreza
Projetos de prevenção como Visão do
Escolar
Tem beneficiado muita gente sendo ele o
titular
Com este livro não tem ele nenhuma outra
pretensão
Tão somente esclarecer em forma de
diversão
A quem possa interessar seja médico ou não
Os variados problemas que afetam a visão
Sem mais grandes delongas vamos logo
terminar
Com o envelhecimento da pele e a força da
gravidade
Aparecem então as rugas pela perda da
elasticidade
Radiação solar e o fumo nos que têm
exposição
Envelhecem muito mais cedo já é uma
constatação
Em alguns surgem as temidas bolsas sob a
pele palpebral
É a hérnia de gordura orbitária influindo na
aparência facial
A queda das pálpebras e bolsas simulam
cansaço e tristeza
Chegou o momento de operar e aos olhos
dar mais beleza
Blefaroplastia é a técnica que vai mudar seu
astral
É o nome que damos para a cirurgia plástica
palpebral
Pele, músculo e gordura são retirados com
toda precaução
Com a sutura repõe-se tudo na sua correta
posição
Antes da cirurgia faça uma consulta
oftalmológica
Hemograma, glicemia, coagulograma e
avaliação cardiológica
A campimetria é outro exame que deve ser
usual
Ela mostra se há defeitos no seu campo
visual
Estando tudo acertado finalmente chega o
dia
Primeiro a demarcação das áreas para a
correta cirurgia
Operar duas ou as quatro pálpebras já
houve esta decisão
O anestesiologista agora aplica uma suave
sedação
Infiltração nas pálpebras é feita dando
completa anestesia
Limpeza da face com álcool iodado para
uma boa assepsia
E a transformação agora começa pelas
mãos do cirurgião
Finalizando após pôr tudo na sua mais
correta posição
Entre uma a duas horas é o tempo que dura
a blefaroplastia
Compressas geladas são importantes indo
até o sétimo dia
Sem curativos já vai para casa duas horas
pós-cirurgia
Quanto mais compressas geladas fizer
melhor a fisionomia
Dia seguinte deve ser visto pelo seu
cirurgião
A mobilidade ocular é testada assim como
sua visão
Até o terceiro dia suas pálpebras decerto
incharão
Com oito dias tirar os pontos e fazer outra
avaliação
Muito sucesso temos alcançado na nossa
blefaroplastia
Com 3 sessões de drenagem antes e mais 3
pós cirurgia
Drenagem linfática bem feita além de segura
auxilia
Menos edema e equimose deixa melhor a
cirurgia
Aos três meses já é se observa sua nova
fisionomia
É o milagre da técnica de uma blefaroplastia
Faça as pazes com o espelho afaste aquele
pesar
Veja novamente como é a beleza do seu
olhar...
Levi Madeira
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Ceará Oftalmológico
CALENDÁRIO OFTALMOLÓGICO
NOVEMBRO
XVIII Congresso Cearense de Oftalmologia
22 a 24 de novembro de 2007
Hotel Vila Galé - Fortaleza - Ceará
Informações: ARX Eventos - Tel.: 85 - 4011.1572 (Paula Moraes)
Acesse também o nosso site: www.soc.org.br
Participe!!!
As clínicas / hospitais que desejarem divulgar seus eventos na área de
Oftalmologia, deverão fazê-lo pelo fax: 85-3264-9781 ou
pelo e-mail: [email protected]
PIADAS
• O cara morria de
medo de avião.
No
balcão
do
aeroporto, quando a
moça perguntou que
lugar ele preferia,
respondeu:
- Dentro da caixapreta, por favor!.
• Havia três amigos - um argentino, um
brasileiro e um português. O brasileiro
pediu dinheiro emprestado ao argentino,
que tinha fama de pão-duro. O brasileiro,
por sua vez, tinha fama de caloteiro.
Passaram-se seis meses, sem que a
dívida fosse paga. Um dia os três amigos
se encontraram. O argentino, de repente,
puxa uma arma e diz para o brasileiro:
- Você vai pagar a dívida, ou não?
- Claro que não - debocha o brasileiro.
Eis que ele toma o revólver do argentino,
aponta para a própria cabeça e diz, antes
de atirar:
- Vou para o inferno, mas não pago essa
dívida!
Os amigos ficam olhando, atônitos. O
argentino, descontrolado, pega a arma,
aponta para a cabeça e diz:
- Vou até o inferno para cobrar o que me
devem - e puxa o gatilho.
O português vê os dois amigos mortos,
pensa um pouco, pega a arma, aponta
para a própria têmpora e grita:
- E eu não vou perder essa briga por
nada!!!
• Paulo Maluf vai visitar o Papa e no final
da audiência, Sua santidade coloca a mão
no bolso da batina e diz:
- Espere, meu filho. Eu vou lhe dar um
terço...
- Nada feito! - protesta o político - Só aceito
se for a metade!
AGRADECIMENTOS
SOCIEDADE DE OFTALMOLOGIA DO CEARÁ
Sede Própria: Av. Dom Luiz, 300 - S/ 1127
Meireles-Fortaleza-CE - CEP 60.160-230
Fone-Fax: (85) 3264.9781 - 3264.9404
www.soc.org.br
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DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente
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Vice-Presidente
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Secretário Geral
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1º Secretário
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2º Secretário
Dra. Joana Gurgel Holanda Filha
1º Tesoureiro
Dr. Edmar Oliveira Guedes Júnior
2º Tesoureiro
Dr. Francisco Eurípedes Gomes de Lima
Repres. Reg. Norte Dra. Ana Maria F. Gomes Dias
Repres. Reg. Central: Dr. Raimundo Holanda Amorim
Repres. Reg. Sul: Dr. João Correia Saraiva
COMISSÕES
Cursos:
Dr. Abelardo Pompeu de Targino
Dr. Alexandre Teles Holanda
Dr. David da Rocha Lucena
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Dr. Leiria de Andrade Neto
Dr. Newton Leitão de Andrade
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Dr. Carlos Alfredo Cisne Guerra
Dr. Danton Correia Nobre Junior
Dr. Francisco Melo Neto
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desconto na inscrição do Congresso Cearense de Oftalmologia;
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receber o Jornal Ceará Oftalmológico;
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Informações: (85) 3264-9404
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Dr. Antônio Augusto Matos Pires

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