relato sobre utilização de hidrofibra com prata como
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relato sobre utilização de hidrofibra com prata como
RELATO SOBRE UTILIZAÇÃO DE HIDROFIBRA COM PRATA COMO RECURSO ADJUVANTE NO TRATAMENTO DE QUEIMADURA EM CRIANÇA. 1 LUISA ARYADNA FEITOSA FREIRE 2 VLÁDIA TELES MOREIRA 3 GILKA ALBUQUERQUE FORTE AGUIAR 4 SILVANIA MENDONÇA ALENCAR ARARIPE 5 MARIA EDILENE NUNES FERNANDES INTRODUÇÃO: As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, caracteriza-se por lesão tecidual resultado da ação direta ou indireta do calor sobre o organismo humano. Dentre as situações que oferecem maiores riscos para acidentes por queimaduras em crianças estão: a manipulação de líquidos superaquecidos, produtos químicos e/ou inflamáveis, metais aquecidos, o uso de fogões improvisados na presença de criança , manipulação de panelas no fogão, cabo de panela para fora do fogão, tomadas elétricas, bombas festivas e fios desencapados ao alcance de crianças4. De acordo com a quantidade de tecido atingido e a profundidade da lesão a queimadura pode ser classificada em primeiro grau, segundo grau e terceiro grau1. Dependendo da gravidade da situação e a complexidade da queimadura, o tratamento pode traduzir-se em hospitalizações por vezes prolongadas, com isso o paciente fica privado de seu convívio familiar e de suas interações sociais, além de dor física causada pela mesma. Procedimentos inerentes ao processo de recuperação, como mudanças de curativos são reconhecidos como particularmente dolorosos, mesmo com a utilização de sedativos, como também o transporte desses pacientes de uma unidade para outra, interferem na estabilidade hemodinâmica do paciente .OBJETIVO:relatar experiência sobre utilização de uma cobertura a base de hidrofibra impregnada com prata como recurso adjuvante no cuidado de enfermagem á criança com queimadura.METODOLOGIA: trata-se de um relato de caso com informações obtidas por meio de revisão do prontuário e da literatura, entrevista com familiar do paciente, registro fotográfico do método de tratamento ao qual o paciente foi submetido, atendendo aos aspectos éticos da pesquisa descritas na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) sob parecer Nº849116/14. Lactente, sexo masculino, cor parda, com 60% de superfície corpórea queimada (SCQ) em face, tórax, membros superiores e inferiores por liquido inflamável sendo considerada de acordo com suas características, lesão de segundo grau. O tratamento teve duração de 15dias, totalizando duas trocas de curativos com hidrofibra com prata, onde no primeiro curativo, foram utilizadas 12 placas de tamanho 10×10 cm e na segunda troca, utilizadas mais 2 placas de tamanho 10×10 cm, perfazendo um total de 14 placas, em dois procedimentos de troca de curativos. O primeiro procedimento ocorreu em 14.07.2015, no qual foram aplicadas 12 placas no tamanho 10×10 cm, conforme disponibilização das áreas lesadas. No dia 21.07.2015 as lesões foram reavaliadas, à medida que ocorria a epitelizacão das áreas, as placas desprendiam-se e eram removidas facilmente por recorte, sendo neste segundo procedimento mantido as placas que 1 Mestre em Enfermagem, Pós-Graduanda em Enf. Em Dermatologia, Enfermeira da UTI-IJF, [email protected] 2 Mestre em Enfermagem, Pós-Graduanda em Enf. Em Dermatologia, Enfermeira/Docente UTI-Unifor/ IJF, [email protected] 3 Mestranda em Enfermagem, Pós-Graduanda em Enf. Em Dermatologia, Enfermeira do CTQ-IJF, [email protected] 4 Enfermeira Estomaterapeuta (ET), Coordenadora da CITRAFE-IJF, [email protected] 5 Enfermeira Pós-Graduanda em Enf. Em Dermatologia, Membro da CITRAFE/EMERGÊNCIA –IJF, [email protected] não desprenderam e acrescidas 02 placas de hidrofibra com prata na área da face que não se encontrava epitelizada. Em 30.07.2015, paciente apresentou completa cicatrização da superfície corporal queimada. DISCUSSÃO:O paciente encontrava-se internado na unidade de terapia pediátrica com queimaduras de segundo grau, sem necrose e era transferido, em dias alternados, para o centro de tratamento de queimado, localizado no 7º andar, para realizar banhos anestésicos e trocas de curativos convencional, como uso de bandagens embebidas em sulfadiazina de prata a 1% , devido saturação precoce das coberturas secundárias. Durante o transporte paciente apresentava instabilidade na hemodinâmica.No intuito de reduzir a problemática citada em relação à terapêutica convencional e bem como evitar complicações no quadro clinico durante o transporte, , elegemos o uso da hidrofibra com prata, por proporcionar um menor número de troca de cobertura e consequentemente menor manipulação do lactente,, por manter o exsudato verticalmente na fibra, evitando maceração das bordas.Além disso uso em criança é viável,pois a cobertura é composta de carboximetilcelulose sódica e 1,2% de prata iônica distribuída ao longo de toda placa3. Deste modo proporciona-se uma concentração maior de prata em contato com os microorganismos, capaz de obter atividade bactericida e bacteriostática eficaz, sem causar efeitos tóxicos aos fibroblastos. A ação hidrofílica da placa confere capacidade de reter umidade, garantindo a absorção e retenção do exsudato, impedindo a evasão de líquidos e risco de maceração em área circundantes da ferida.Optamos o uso da hidrofibra com prata na perspectiva de otimizar a sistematização da assistência de enfermagem e proporcionar ao paciente um tratamento efetivo com redução de internação e transtornos causados durante as trocas de bandagens CONCLUSÃO: As lesões apresentam boas respostas com o método tradicional, porém necessita de trocas diárias, aumento da dor e, consequentemente, interfere na transferência do paciente entre unidade intra-hospitalar, favorecendo a instabilidade clínica hemodinâmica do paciente. Dessa forma o uso de coberturas de hidrofibra com prata, diminuiu as trocas diárias, o que torna economicamente viável esta modalidade terapêutica, uma maior efetividade no processo de cicatrização e restabelecimento da integridade da pele em menor tempo consequentemente, menor exposição do paciente favorecendo os cuidados de enfermagem. Limitação reconhecida em nosso relato, à utilização da hidrofibra com prata apenas nas lesões de primeiro e segundo graus. REFERÊNCIAS: 1. Garcia AP V, Souza JÁ, AraujoEJ, FeijóR,PereimaMJL.Análise do método clinico no diagnóstico diferencial entre queimaduras de espessura parcial e total. Ver Bras Queimaduras. 2011;10(2):42-9; 2. Pereima MJL. Particularidades das queimaduras em crianças. Disponivel em http//www.liat.ufsc/aquivo1.pdf; 3.Caruso DM,ForsterKN,HermansMH,Rick C. hidrofibra com prata in ManagmentofPartialthincknessburns: ResultsofclinicalTrial. J BurncareRehabil 2004.25(1) :89-97; 4.VENDRUSCULO,TM,BALIEIRO,CBR et al. Queimaduras em ambiente doméstico: características e circunstâncias do acidente. Rev. Latino-Am. Enfermagem 18(3):[08 telas] mai-jun 2010 disponível em: www.eerp.usp.br/rlae.Acesso 02 de dezembro 2015. DESCRITORES: Queimaduras, Curativos, Equipe de Enfermagem.