Vietname

Transcrição

Vietname
ViETnAME
ViETnAME
CONFISSÕES
RELIGIOSAS
Budistas49,2%
Agnósticos19,3%
Novasreligiões11,1%
Animistas10,4%
Cristãos8,5%
Outros1,5%
Cristãos
6.981.130
Católicos
6.187.000
Circunscrições
eclesiásticas
26
SUPERFÍCIE
331.689km2
POPULAÇÃO
89.029.000
REFUGIADOS
2.357
DESALOJADOS
---
344
O ano de 2009 começou com o anúncio por parte das religiosas da
Congregação de São Paulo de Chartres, em Vinh Long, segundo o qual
estas desistiam dos protestos contra a expropriação da sua residência.
Como condição para o fim dos protestos, as autoridades deveriam, por
seu turno, reconhecer que o Governo estava envolvido numa “política
arquitectada para erradicar religiões e ordens religiosas, política essa
que justificou o tratamento a que foram sujeitas dezoito religiosas
da Congregação de São Paulo, tratadas como criminosas perigosas,
proibidas de levarem a cabo as suas actividades, detidas e expulsas
da sua casa, assim como sujeitas à confiscação das suas propriedades,
incluindo artigos religiosos, sem qualquer ordem legal ou mandato”.
No final, nada acabaria por ser reconhecido ou devolvido, nem tão
pouco qualquer dos pedidos deferido.
Como se tal fosse necessário, o Governo central providenciou ainda
apoio adicional às autoridades locais. A 6 de Janeiro, o primeiroministro Nguyen Tan Dung emitiu uma directiva (N. 1940/CT-TTg), a
qual declarava que nenhuma das 2.250 propriedades confiscadas à
Igreja Vietnamita seria devolvida. Os Cristãos que se sentissem tentados a organizar protestos contra o Governo seriam severamente punidos por causarem “distúrbios sociais”. E esta não era uma ameaça vã.
A 8 de Janeiro, um Tribunal de Recurso em Hanói aceitou ouvir um
pedido apresentado por oito membros da Paróquia de Thai Ha, os
quais protestavam contra a sua condenação por “conduta desordeira”
e “destruição de propriedade do Estado”. Os alegados transgressores faziam parte de uma multidão de alguns milhares de pessoas
que protestaram contra a decisão de confiscar terrenos à sua Igreja.
Durante o julgamento, os advogados de defesa foram impedidos de
apresentar as suas provas. Mas ainda há mais. Os órgãos de comunicação social estatais escreveram que os acusados “admitiram sinceramente a sua culpa e imploraram pelo perdão governamental”,
quando, de facto, “esta foi uma gritante distorção da verdade […] visto
que todos se consideraram inocentes”, afirmaram os católicos condenados. “Durante o julgamento”, um dos réus, Nguyen Thi Viet, afirmou
numa entrevista à Radio Free Asia que “cada um de nós refutou as
acusações […] Insistimos que não éramos culpados.”
A 15 de Janeiro, os autores do artigo no Ha Nôi Moi ou aqueles que
mencionaram a história na Vietnam Television I viram ser-lhes atribuído um prémio sob os auspícios de Pham Quang Nghi, secretário do
Partido Comunista em Hanói. O artigo vencedor intitulava-se “Luta
contra a tentativa de recuperar terras.”
VIETNAME
Em Fevereiro, seria lançada outra campanha mediática, desta vez contra Lê Tran Luât, advogado que representava os paroquianos. O seu escritório foi revistado sem qualquer explicação, sendo que o advogado não foi autorizado a encontrar-se com os seus clientes. Ao fim de
algum tempo, a Ordem dos Advogados local retirou-lhe a licença para a prática da actividade
e, a 27 de Março, o tribunal de recurso decidiria manter as condenações dos oito réus.
Eventos semelhantes ocorreram simultaneamente noutros locais. Na província de Son La, na
região Noroeste do país, junto à fronteira com o Laos, as autoridades locais lideraram uma
campanha destinada a erradicar os cristãos daquela localidade. Anteriormente motivados
pela filosofia Marxista-Leninista, combatem agora o Cristianismo como forma de promover
o renascimento das ancestrais práticas e crenças pagãs. As famílias que apresentaram resistência viram ser-lhe retirados apoios estatais, sendo ainda forçadas a obter autorização policial para receberem visitas, para além de serem tratadas como párias por parte dos restantes
habitantes da região.
As preocupações do Vaticano com o estado da liberdade de religião no país tornaram-se mais
aparentes quando uma delegação da Santa Sé visitou o Vietname em Fevereiro, sendo calorosamente recebida pelos católicos de Hanói. Num comunicado conjunto emitido a 20 de
Fevereiro, ambas as partes mencionaram uma “atmosfera de abertura”; contudo, o Monsenhor Mario Parolin, sub-secretário de Estado para as Relações Estatais e líder da delegação
do Vaticano, apesar de reconhecer que a situação tinha melhorado com o passar dos anos,
não deixou de apresentar “algumas reticências”, frase que indica a ausência de um acordo
total no que toca às explicações dadas pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Nguyen
Quoc Cuong, sobre a “liberdade de convicção”. Por sua vez, o Vaticano assegurou às autoridades vietnamitas que a Igreja não tem por objectivo envolver-se em quaisquer actividades
políticas.
Apesar disso, nem tudo é negativo. Na cidade de Ho Chi Minh, antiga Saigão, 2.000 jovens
foram baptizados na véspera da Páscoa de 2010. Por outro lado, em Son La, uma festividade
semelhante foi proibida. As autoridades locais detiveram um sacerdote enviado pelo Bispo de
Hung Hoá para celebrar a missa dominical. No Natal, a polícia interpelou dois outros sacerdotes que tentavam deslocar-se à mesma cidade. “Não eram aí necessários”, foi a explicação
oficial para o sucedido, dado “não existirem cristãos” naquela província. De facto, documentos diocesanos demonstram a existência de pelo menos 3.000 católicos naquela província.
Estes têm, contudo, sido forçados a reunir-se em segredo desde 2004. Apenas em finais de
Outubro as autoridades recuaram, autorizando uma missa, realizada sob vigilância da polícia, tendo esta fotografado os cerca de 500 fiéis que acorreram ao serviço religioso.
Em meados de Abril, e com o ambiente da Páscoa ainda presente, os órgãos de comunicação
social estatais lançaram uma nova campanha, desta feita contra dois Redentoristas, acusados de tentativa de derrube do regime, ofensa punível com a pena capital. Os dois clérigos
haviam apoiado uma campanha de carácter abrangente que se opunha ao desenvolvimento
da exploração dos depósitos de bauxite nas Terras Altas do Vietname central, dado que a
mesma causaria danos irreversíveis no meio ambiente, para além de prejudicar os residen345
ViETnAME
tes. Líderes budistas, assim como o general Giap, lendário comandante norte-vietnamita na
guerra contra os EUA, encontravam-se também entre os críticos da exploração.
De Norte a Sul, registaram-se episódios semelhantes. Em inícios de Junho, em Long Xuyen
(Diocese de Long Xuyen), capital da província de An Gang (Sul do Vietname), bulldozers demoliram o Convento dos Irmãos da Sagrada Família, em Banam. As autoridades não apresentaram qualquer explicação para o sucedido, tendo habitantes locais sugerido que a especulação e a corrupção estavam por detrás dos ataques contra as propriedades da Igreja.
A decisão do Governo vietnamita de abrir a economia às forças do mercado elevou o perfil
do país entre os investidores estrangeiros, interessados em mão-de-obra barata e controlo
ambiental limitado, especialmente no que às indústrias da manufactura e do turismo concerne. Desde então, o crescimento económico do país tem sido desigual, tendo os preços das
propriedades aumentado consideravelmente. De acordo com a Constituição vietnamita, as
“terras” são “propriedade de todos” sendo “atribuídas pelo Estado a organizações e indivíduos, tendo em vista o uso sustentado a longo prazo”. Contudo, muitas vezes os responsáveis
consignam as terras tomando em conta as suas próprias prioridades. Não é por acaso que
o Partido Comunista refere constantemente, mas sem grande sucesso aparente, que a luta
contra a corrupção é um dos seus “objectivos”.
As Irmãs da Congregação dos Adoradores da Santa Cruz, em Thu Thiem, um subúrbio de
Ho Chi Minh, viram-se envolvidas numa disputa por terrenos. A 11 de Junho, as autoridades
do Segundo Distrito da cidade convocaram as religiosas para informar as mesmas de que
teriam de abandonar a sua residência, a qual se encontrava na posse da congregação há pelo
menos 170 anos. O edifício foi erigido num terreno com 3,5 hectares de dimensão, o qual fazia
parte de uma propriedade mais ampla, a rondar os 40.000 m2 confiscada pelas autoridades
após a reunificação. Com o passar do tempo, as religiosas construíram nesse lote uma igreja,
um convento, uma escola, uma quinta, um centro de dia, uma clínica e um jardim de infância
para cerca de 400 crianças. O terreno, contudo, está localizado próximo do rio Bach Dang,
nas imediações da Cidade de Ho Chi Minh, local onde o preço das propriedades é já elevado.
Junho foi um mês de tormentos. O primeiro caso envolveu o P. Peter Nguyen Van Phuong,
frade dominicano que trabalha na província de Dak Lak, nas Terras Altas Centrais. O Comité
Popular do Condado de Lak rejeitou um pedido apresentado pelos paroquianos no sentido
de que este fosse autorizado a continuar o seu trabalho pastoral naquela área, justificando
a decisão com o facto de que “nenhum estabelecimento religioso estava presente naquelas
regiões; assim sendo, não há necessidade de religião. Os fiéis daquelas quatro aldeias podem
praticar a sua religião em casa.”
O último caso envolveu o Padre Redentorista Joseph Le Quang Uy. Renomado activista provida, também ele se opôs aos planos governamentais para o desenvolvimento das minas de
bauxite nas Terras Altas Centrais. A 6 de Junho, foi detido no Aeroporto de Tan Son Nhat sem
motivo aparente. Seria libertado algumas horas depois, sendo contudo informado de que
deveria regressar para “sessões de trabalho”. O seu computador portátil foi também confiscado.
346
VIETNAME
Estas são, contudo, ocorrências menores quando comparadas com o sucedido na Igreja de
Tam Toa, Diocese de Vinh, a cerca de 334 quilómetros de Hanói.
A Igreja de Tam Toa ocupa um local especial nos corações dos católicos vietnamitas. Foi mencionada pela primeira vez em 1631. No século XVII, era a maior igreja daquela região, então
apelidada de Sao Bun, contando com cerca de 1.200 membros. O presente edifício, construído
em estilo português com uma grande torre com sino, foi inaugurado em 1887, sendo esta
igreja considerada uma das mais belas do país.
Durante a Guerra do Vietname, a igreja foi atingida por aviões americanos, tendo apenas a
fachada e a torre sobrevivido aos ataques. Após o final do conflito, os paroquianos estavam
demasiado empobrecidos para poderem apoiar a reconstrução do edifício, tendo, contudo,
continuado a aí levar a cabo cerimónias religiosas. Em 1996, o Comité Popular da província
de Quang Binh confiscou a propriedade de forma a transformar a mesma num “monumento
comemorativo”, “preservado e protegido para futuras gerações como prova dos crimes de
guerra dos EUA”. A Arquidiocese de Hue exigiu por sua vez a devolução da propriedade, mas
não teve sucesso.
Em Julho, rumores começaram a circular de que o “monumento” iria ser demolido para dar
lugar a um complexo turístico. Para os fiéis, contudo, aquilo que resta do edifício é ainda a
igreja na qual realizam celebrações religiosas. A 20 de Julho, polícias à paisana e activistas
partidários atacaram crentes católicos, agredindo indiscriminadamente homens, mulheres
e crianças. Dois sacerdotes, Paul Nguyen Dinh Phu e Peter Nguyen The Binh, acabaram no
hospital, o primeiro com costelas partidas e ferimentos na cabeça, e o segundo em estado
de coma em virtude das agressões. Na sequência do incidente, realizar-se-iam protestos em
Hanói e na Cidade de Ho Chi Minh.
Na manhã de 26 de Julho, o P. Paul Nguyen Dinh Phu, pároco de Du Loc, foi atacado por um
grupo de polícias à paisana quando se deslocava para Tam Toa para aí co-celebrar a missa.
Uma manifestação estava planeada para protestar contra as agressões de 20 de Julho,
durante as quais sete fiéis foram detidos. Cerca de 170 padres, 420 religiosas e 500.000 católicos de Vinh e das dioceses vizinhas juntaram-se à manifestação.
A 30 de Julho, o General Hoang Cong Tu, do Ministério da Segurança Pública, negou que qualquer acto violento tivesse sido levado a cabo contra os sacerdotes. A polícia rejeitou ainda as
acusações feitas pela Diocese de Vinh relativamente às agressões, afirmando que as mesmas
eram falsas. A diocese respondeu publicando electronicamente fotografias que mostravam
os sacerdotes e os ferimentos causados pelos activistas partidários que acompanhavam a
polícia. O General Tu anunciou que os sete católicos acusados de “conduta desordeira” seriam
presentes a tribunal. A razão para tal acusação foi baseada no facto de estes terem erigido
uma tenda nas ruínas da Igreja de Tam Toa, aí realizando celebrações religiosas.
A 8 de Agosto, as 178 paróquias da diocese realizaram vigílias de oração. Meio milhão de católicos apelaram às autoridades no sentido de que estas respeitassem a liberdade de religião
e libertassem todos aqueles que haviam sido detidos. No Dia da Festa da Assunção (15 de
347
ViETnAME
Agosto), 200.000 pessoas participaram numa missa. Outras 500.000, impedidas de participar na cerimónia, celebraram a liturgia junto a uma estrada.
A 20 de Agosto, bulldozers enviados pelas autoridades municipais demoliram aquilo que restava do edifício sagrado, deixando de pé apenas a torre.
Alguns dias antes, a 13 de Agosto, bispos católicos vietnamitas relembraram ao Governo o
bom trabalho levado a cabo pelos católicos em prol do país. Apelaram às autoridades para
que estas iniciassem um diálogo e revissem a actual legislação imobiliária, a qual coloca o
controlo total nas mãos do Estado, assim criando oportunidade para possíveis abusos de
poder ou actos de corrupção.
“A opinião pública tem estado muito preocupada com as recentes disputas em torno das
propriedades da Igreja”, afirmaram os bispos num artigo publicado no VietCatholic News.
Infelizmente, iriam assistir a retaliações jurídicas por parte do Governo, entre as quais se
incluiu a premeditada “perseguição e detenção de católicos.”
Perto do final do mês, os meios de comunicação social estatais responderam às alegações
dos prelados, distorcendo aquilo que Bento XVI havia dito aos bispos vietnamitas aquando
da visita ad limina destes ao Vaticano. Usando as palavras do Papa, bispos, padres e fiéis
foram criticados por permitirem que a Igreja rumasse à “corrupção espiritual”. Por exemplo, a
24 de Agosto, o Vietnam Net, órgão de comunicação social estatal, publicou um artigo intitulado “Um bom católico é um bom cidadão”. No mesmo, as palavras do Papa foram retiradas
do contexto para demonstrar que “Bento XVI critica fortemente os bispos” de forma a obrigálos a “lutar pela santidade, para que assim possam conduzir os seus rebanhos rumo à vida
como o Papa a deseja, nomeadamente enquanto bons católicos e bons cidadãos.”
Um jovem catecúmeno católico, que possui um blogue foi detido a 27 de Agosto. Fontes
locais afirmaram à AsiaNews que a polícia estava a preparar uma nova série de detenções de
indivíduos que haviam ousado criticar a forma distorcida como os jornais do regime apresentaram o discurso de Bento XVI aos bispos vietnamitas.
O P. Nguyen Van Khai, sacerdote redentorista de Hanói, falou à AsiaNews, confirmando “a
detenção de Biu Thanh Hieu, jovem catecúmeno da diocese, o qual se preparava para receber
o baptismo.”
“A sua detenção não será a última”, afirmou uma religiosa. “Muitos bloggers católicos criticaram a ‘vergonhosa distorção’ apresentada pelos meios de comunicação social estatais em
torno do discurso do Papa Bento XVI aos bispos ad limina. Todos correm o risco de serem
detidos.”
Em Setembro, assistir-se-ia a novos episódios de violência e à confiscação de mais propriedades da Igreja. A Paróquia de Loan Ly, em Loc Hai, Distrito de Phu Loc (Arquidiocese de Hue),
conta com 900 membros, a maioria dos quais aí se estabeleceu em 1954 após fugir do Norte
do país. A 15 de Setembro, ocorreu um “xoâ xaùt” (confronto) com a polícia, após esta última
interromper uma aula de catequese, segundo informou a AsiaNews.
A agora familiar campanha anti-católica levada a cabo pelos meios de comunicação social
do Estado recomeçou. Televisões e jornais concentraram as suas críticas no Arcebispo de Hue,
348
VIETNAME
culpado, segundo os mesmos, de criticar a confiscação da escola de Loan Ly e a brutalidade
policial.
A 21 de Outubro, centenas de agentes da polícia atacaram os fiéis e cortaram o acesso à propriedade. As linhas telefónicas e de Internet foram bloqueadas, para assim impedir que os
fiéis pudessem dar o alarme. Também aqui, os políticos locais e os empresários imobiliários
estavam aliados no sentido de se apoderarem da propriedade.
Alguns dias depois, a Diocese de Vinh voltou às notícias. A 5 de Novembro, a polícia deteve o
P. Nguyen Van Huu, pároco de Bau Sem, que ia a caminho da Residência Episcopal em Xa Doai.
Durante a detenção, dezenas de polícias anti-motim, escoltados por militantes, removeram a
estátua de Nossa Senhora do cemitério da paróquia.
Mas os problemas não ficariam por aqui. A 24 de Novembro, dia em que são relembrados os
117 mártires vietnamitas canonizados por João Paulo II, acenderam-se milhares de velas para
marcar o início do Ano Jubilar da Igreja Vietnamita. Bento XVI enviara uma mensagem para
marcar a ocasião, afirmando-se esperançoso de que o Jubileu pudesse ser uma ocasião para
a reconciliação e uma mais profunda comunhão eclesial no seio da Igreja do Vietname, para
assim construir “uma sociedade justa e leal, em conformidade com o princípio da solidariedade, através do diálogo genuíno, do respeito mútuo e da colaboração salutar.”
Seis dias mais tarde, as autoridades em Da Lat, no Sul do Vietname, começaram a demolir o
Instituto Pontifício São Pio IX, para aí construírem um “parque cultural e urbano”, isto apesar
dos repetidos pedidos por parte dos bispos do país no sentido de que este fosse novamente
utilizado como seminário. Cerca de treze bispos e 306 padres que actualmente operam no
país foram formados naquele instituto. A primeira aula realizou-se a 13 de Setembro de 1958
no instituto, originalmente sediado num edifício pertença do representante do Vaticano no
Vietname.
Apesar de tudo, o presidente do Vietname, Nguyên Minh Triêt, visitou o Vaticano a 11 de
Dezembro, sendo recebido por Bento XVI. A conversa entre ambos foi cordial, mas inusitadamente longa.
Os católicos vietnamitas esperavam que o encontro acabasse com o anúncio de que o Vietname e a Santa Sé haviam estabelecido relações diplomáticas e que o Papa seria convidado
a visitar o país.
Contudo, nenhum anúncio foi feito quanto a relações diplomáticas ou a uma visita papal.
Apesar de tudo, num comunicado à imprensa, a “Santa Sé expressa o seu agrado pela visita”,
a primeira por parte de um chefe de Estado vietnamita.
Para além disso, “expressou a esperança de que algumas questões relevantes possam ser
solucionadas quanto antes”. Esta foi uma clara referência às questões que envolvem a Igreja
Vietnamita e, de forma mais geral, à liberdade de religião.
349

Documentos relacionados