óleo - Instituto Politécnico de Santarém

Transcrição

óleo - Instituto Politécnico de Santarém
PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS (PAM)
- Utilizações Industriais
Carmo Serrano
[email protected]
Instituto Politécnico de Santarém
6-03-2013
Objectivo do estudo das PAM
• Estudar químicamente as essências e os extratos das PAM para
utilizar com fins terapêuticos (plantas medicinais), aromáticos (plantas
aromáticas) e dietéticos ou gastronómicos (plantas condimentares)
• Selecionar as espécies com maior rendimento e elevado conteúdo em
substâncias (ou princípios ativos) para utilização nos diferentes setores
industriais.
• O valor da sua utilização depende da riqueza em princípios ativos, da
abundância/escassez com que existem na natureza e da dificuldade da sua
extração
Quantas espécies de PAM são comercializadas?
• 12 Países lideravam o mercado mundial de exportação (281 550 ton) e importação
(342 550 ton) de PAM de 1991 a 1998.
• Europa (94 300 toneladas) região onde predominava a importação de PAM.
Países que exportam
11250
ton
11350
ton
11850
ton
10150 ton
10600
ton
Países que importam
7600 ton
11350 ton
8100 ton
7350 ton 7250 ton
8600
ton
11450 ton
12400 ton
73650 ton
Hong Kong
20800 ton
139750 ton
China
15050 ton
11950 ton
Alemanha
China
Chile
Bulgária
6550 ton
31400 ton
36750 ton
India
India
Egipto
Pakistão
56750 ton
Japão
45850 ton
Alemanha
Alemanha
Singapura
Alabânia
USA
México
Marocos
56000 ton
USA
Hong Kong
Japão
USA
Alemanha
Rep. Coreia
França
China
Itália
Pakistão
Espanha
Reino Unido
Singapura
 2000 espécies comercializadas: 1.200 a 1.300 são nativas da Europa
90% PAM europeias são silvestres; 14 espécies em perigo de extinção
Fonte: UNCTAD COMTRADE database, United Nations Statistics Division, New York (Lange 2002).
Quantas PAM são usadas no mundo inteiro?
Quantas espécies de plantas são usadas para fins medicinais?
Vietnam
USA
Tailândia
Sri lanka
Philipinas
Paquistão
Nepal
Malásia
Indónésia
India
China
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Espécies de plantas medicinais (52885)
Do total das 422 000 espécies de plantas, pode-se estimar que ~50 000
(~8,5%) são utilizadas para fins medicinais.
Compostos isolados 12.000 (10% total)
(Fonte:Bramwell 2002; Govaert 2001),
Tipos de matérias primas obtidas a partir das PAM
Matéria prima – materiais extraídos da natureza para produzir bens de consumo
Produto
inicial
Planta fresca
Produto final
Processo de transformação
Planta fresca
Lavagem, desinfeção, embalagem
Planta seca
Trituração, secagem, triagem
Planta congelada
Planta liofilizada
Lavagem , desinfeção, congelação,
Congelação por sublimação
Óleo essencial
Trituração, arejamento , destilação
Extracto
Trituração, arejamento , extração
Óleo-resina
Desidratação, extração, evaporação
A transformação depende do produto comercial que se pretende obter e do
sector industrial a que se destina
Planta seca sob a forma de:
 flores (camomila, arnica, laranjeira, bergamota)
 pétalas (rosa, malva)
 folhas (segurelha, menta, eucalipto, louro)
Calêndula
 caule (tilia, canela)
 madeira (sândalo)
 raizes (valeriana), rizomas (cúrcuma)
 fruto (limão, noz moscada)
 estigmas (açafrão)
 planta (urtiga, dente de leão, anis)
 sementes (anis, cominho, coriandro)
Noz-moscada
Segurelha
Canela
Sândalo
Planta fresca
Planta inteira vendida sem secagem
Planta congelada
Salsa
Planta conservada e/ou crio-triturada com azoto líquido
( T=-196ºC ) evita degradações das substâncias a preservar
Planta liofilizada
Desidratação por congelação. Submeter o material a temperaturas baixas
(T= -40º C, -50º C )  congela a água e sublima o gelo pelo vácuo.
Óleo essencial
Produtos aromáticos que se evaporam à temperatura ambiente designando-se
óleos voláteis, óleos essenciais ou essências.
Óleo-resinas
Obtém-se de espécies desidratadas por extracção com um solvente não
aquoso, sendo posteriormente evaporado
Métodos de extração de óleos essenciais
 Destilação a vapor
 Hidrodestilação
 Prensagem a frio
 Extração com solventes
 Enfleurage
 Extração com dióxido de carbono
Extrato
Maior concentração de ervas produzidas por extração com um solvente.
 Extrato em pó
Versão em pó do extrato líquido ou sólido após evaporação do solvente
(coeficiente de erva seca 1:1 a 10:1)
 Extrato sólido
Extrato líquido concentrado por evaporação a vácuo (coeficiente de erva seca 4:1)
 Extrato normalizado
Extrato em pó elaborado por evaporação, com o componente activo identificado e
quantificado
 Extrato completo
Contém todo o espectro dos ingredientes presentes na erva original, para além dos
compostos activos
 Extrato líquido
Preparação alcoólica ou hidroalcoólica com um coeficiente de erva seca de 1:2
Métodos para obtenção dos extratos vegetais

Infusão

Maceração

Percolação

Digestão

Decoção

Extração contínua a quente

Precipitação

Extração líquido-líquido

Destilação
Que valor comercial têm as plantas secas?
Plantas produzidas em modo biológico na Europa
9,3 EUR/Kg
5,3 EUR
Tomilho
/Kg
Alecrim
8,2 EUR/Kg
Sálvia
10,65 EUR/Kg
Estragão
11,85 EUR/Kg
7,8 EUR
Segurelha
/Kg
Menta
alecrim Espanha/Turquia
segurelha França
estragão Espanha/Holanda
sálvia Espanha/Croácia
menta Egipto/Turquia
tomilho Alemanha
Mercado mundial - Preços de plantas secas
• Plantas secas mais consumidas em volume
Nome comum
Nome científico
Preço
(USD/Kg)
Cardo mariano
Sylibum marianum
45,6
Cavalinha
Equisetum arvense
54,7
Folha de eucalipto Eucaliptus globulus
Cavalinha
--
Folha de eucalipto
• Plantas secas mais caras
Estragão
Raíz de gisengue
Estrigmas do açafrão
Nome comum
Nome científico
Preço
(USD/Kg
Raiz de ginsengue
Panax ginsengue
730,0
Estigmas de açafrão
Crocus sativus
694,5
Estragão
Artemisia drancunlus
60,0
Que valor comercial têm os óleos?
• Óleos essenciais de ervas
Plantas
Nome científico
Mangericão
Ocimum basilicum
Camomila, alemã Matricaria recutita
Camomila, romana Anthemus nobilis
Alfazema
Lavandula officinalis
Alfazema
Lavandula officinalis
Alfazema
Lavandula officinalis
Alfazema
Lavandula x intermedia
Oregão
Origanum vulgare
Oregão
Origanum vulgare
Menta
Mentha x piperita
Menta
Mentha x piperita
Menta
Mentha arvensis L.
Alecrim
Rosmarinus officinalis
Segurelha
Satureja hortensis
Tomilho
Thymus vulgaris
Origem
Itália
R.Unido/Hungria
Reino Unido/Itália
Bulgária
França/Bulgária
França
França/Espanha
Índia/Espanha
Espanha
França
Reino Unido/Índia
Nepal
Tunísia/Espanha
Bósnia/Croácia
Albânia/Húngria
Preço
(EUR/Kg)
180-220
800-1050
1200-1700
100-130
135-215
180-240
110-130
160-190
150-190
150-165
70-125
80-90
60-90
60-200
210-300
Que valor comercial têm os óleos?
• Óleos essenciais de especiarias e citrinos
Nome comum
Nome científico
Preço
EUR/Kg
Pimenta preta
Piper nigrum
180-220
Cardamomo
Elettaria cardamomum
400-500
Gengibre
Zingiber officinale
240-300
Anis
Pimpinella anisum
250-270
Coentro
Coriandrum sativum
250-360
Funcho
Foeniculum Vulgare
160-200
Cominho
Cuminum cyminum
220-250
Limão
Citrus lemon
45-130
Bergamota
Citrus bergamia
140-250
Laranja
Citrus aurantium
20-40
Tangerina
Citrus reticulata
240-250
Óleos de
especiarias
Óleos de
especiarias
sementes
Óleos de
citrinos
Que valor comercial têm os óleos?
• Óleos essenciais para perfumes
Nome comum
Nome científico
Preço
(EUR/Kg)
Gerânio
Pelargonium graveolens
200-240
Patchouli
Pogostemon cablin
130-160
Rosa
Rosae damascena
7000-7500
Baga de zimbro
Juniperus communis
160-330
Kananga do Japão
Cananga odorata
250-300
Citronela
Cymbopogon nardus
25-50
Eucaliptus
Eucalyptus citriodora
40-45
Erva-principe
Cymbopogon citratus
45-65
Eucalipto
Eucaliptus globulus
25-30
Palmarosa
Cymbopogon martinii
55-100
Capim-vetiver
Chrysopogon zizanioides L.
225-350
• Socilitados por empresas
Nome comum
Nome científico
Preço
EUR/Kg
Alecrim
Rosmarinus officinalis
60-90
Eucalipto
Eucalyptus globulus
25-80
Tomilhos
Thymus sp.
210-300
Limão
Citrus lemon
45-130
Hortelã pimenta
Mentha piperita
70-190
Laranja
Citrus aurantium
20-40
• Maior consumo em volume
Nome comum
Nome científico
Laranja
Citrus aurantium
Lavanda
Lavandula angustifolia
Que valor comercial têm os extratos?
Tipo
Nome
comum
Nome científico
Normalização Preço
(%)
(USD/Kg)
Gingko
Gingko biloba
--
--
Cavalinha
Equisetum arvense
--
--
Hypericum
perforatum L
0,3/3,0
Hipericinas
46
Valeriana officinalis
0,25-0,35
Ácido
valerénico
60-70
Glycyrrhyza glabra
L.
--
24,05
Medicinal Hipiricão
Valeriana
Alimentar Alcaçuz
Tipos de plantas que se utilizam nas várias
indústrias
Aromáticas:
óleos essenciais nas
folhas
Medicinais: metabolitos
secundários 
atividade terapêutica
Especiarias:
Plantas amargas:
atividade antisética e
tempero de alimentos
substâncias amargas
(licores)
Corantes:
componentes químicos
para tingir tecidos,
alimentos,
cosméticos,…
Resinas: plantas que
contém exudados,
principalmente no
tronco
(incensos, perfumes)
Principais produtos e utilizações
Atividade
farmacológica
Plantas em pó
Extratos
Óleos
essenciais
Fitoterapia
Homeopatia
Aromoterapia
Preparação de
medicamentos
Isolamento de
ingredientes
ativos
Matérias primas para uso
industrial
Modelos para
síntese
Moléculas para
semi-síntese
Plantas em pó
Complemento
Óleos
essenciais
nutricional
Extratos
Produtos
isolados
Produtos
alimentares
Cosméticos
Como se determina a atividade farmacológica das
plantas?
Biomassa
Extrair
Extrato concreto
Determinar a
atividade biológica
Separar
Extrato frações
Isolar
Composto ativo
Composto puro
Identificar
Compostos ativos nas plantas medicinais
Componentes ativos e atividade farmacológica de algumas plantas
Espécies
Propriedades
Componentes ativos
Cáscara sagrada
Purgativos
Antraquinonas
Dedaleira
Diurético, tónico para o coração
Heterósidos cardiotónicos
Cerejeira, amendoeira
Anestésicos. Anti-espasmódica. Hipotenso.
Cianogénicos
Aveia
Antibacteriana. Anti-coagulante.
Proteção contra o sol.
Coumarinas
Pereira, salgueiro
Antipirético
Compostos Fenólicos
Girassol
Capilares fracos. Vitamina C
Flavonóides
Alho, cebola
Antibióticos
Sulfurados
Árvore de abeto. Milho.
Alcaçuz.
Saponaria. Violeta.
Anemia. Emolientes.
Dermatite.
Saponinas
Plantas de bagas
Irritação da pele
Ranunculósidos
Compostos ativos nas plantas medicinais
Grupos funcionais de cada categoria e atividade farmacológica
Composto
Propriedades
Exemplo
Álcool
Mentol, geraniol
Antimicrobiano, antisético tonificante,
espasmolítico
Aldeído
Citral, citronelal
Espasmolítico, sedante, antiviral
Cetona
Cânfora, tujona
Mucolítico, regenerador celular, neurotóxico
Éster
Metil salicilato
Espasmolítico, sedativo, antifúngico
Éteres
Cineol, ascaridol
Espectorante, estimulante
Éter fenólico
Safrol, anetol, miristicina
Diurético, estomacal, expetorante
Fenol
Timol, eugenol, carvacrol
Antimicrobiano, irritante, estimulante
imunológico
Hidrocarboneto
Pineno, limoneno
Estimulante, descongestionante antivírico,
antitumoral
Setores industriais que utilizam as PAM
Medicinal e
produtos
herbais
Alimentar
Perfumes e
cosmética
Setor medicinal e herbal
Indústria farmacêutica
A indústria farmacêutica utiliza as plantas medicinais devido ao seu
conteúdo em substâncias bio-ativas com propriedades terapêuticas.
Utiliza a planta seca, extractos ou os princípios ativos isolados, para o
fabrico de medicamentos.
Ex: a morfina foi isolada, no séc XIX a partir da papoila (Papaver
somniferum)
=
Papaver somniferum
Extracto
Composto puro
Morfina
Setor medicinal e herbal
Princípios ativos isolados de plantas
Categoria
Fármaco
Planta medicinal
Antimaláricos
Quinina
Cinchona officinalis
Analgésicos
Codeína e Morfina
Papaver somniferum
Anti-hipertensivos
Reserpina
Rauwolfia serpentina
Glicósidos cardíacos
Digoxina
Digitalies purpúrea
Anticancerígenos
Taxol
Taxus bervifolia
Cinchona officinalis
Papaver somniferum
Digitalies
Rauwolfia serpentina purpúrea
Taxus
bervifolia
Setor medicinal e herbal
Óleos essenciais na indústria farmacêutica
Pelas caraterísticas aromáticas:
•Corretivos de sabor e odor de medicamentos
de administração oral.
• Aromatizantes em medicamentos
para aplicação sobre a pele e mucosas.
•Matérias-primas para a semi-síntese
de outros compostos:
Cominhos
Limoeiro
Safrol
Síntese da vanilina a partir do safrol ou do eugenol;
Sintese da vitamina A a partir do citral
Síntese do mentol a partir do α-pineno.
Setor medicinal e herbal
Fitoterapia
Fitoterapia, baseia-se no estudo das plantas medicinais e
nas suas aplicações na cura das doenças.
A Fitoterapia utiliza a planta toda ou parte dela:
plantas são secas, realizam-se extratos ou isolam-se
os componentes ativos.
As plantas medicinais também podem ser utilizadas, sem
isolamento dos princípios ativos, sob a forma de chás.
Hipiricão
Pilriteiro
Sistema nervoso central
Valeriana
Aparelho cardiovascular
Dedaleira
Aparelho respiratório
Tília
Sabugueiro
Sistema digestivo
Hortelã-pimenta
Camomila
Indicações em ginecologia
Cimifuga
Anho-casto
No aparelho urinário
Uva-ursina
Urtiga
No aparelho locomotor
Harpagófito
Salgueiro
Afeções cutâneas
Calêndula
Arnica
Setor medicinal e herbal
Aromoterapia e homeopatia
A aromaterapia consiste na utilização de óleos essenciais com
fins terapêuticos. Aplicados em massagens ou no banho, ou
usados como perfumes e ambientadores.
Na homeopatia, as plantas medicinais, são usadas para preparar
produtos terapêuticos conhecidos como “tinturas mãe”, dos
quais se obtém diluições infinitesimais para os medicamentos
homeopáticas.
Lavanda
Lavandula angustifolia
Salva
Salvia lavandulifolia
Tomilho-do-mar
Thymus camphoratus
Rosmaninho
Rosmarinus officinalis L.
Setor medicinal e herbal
Fitoterapia veterinária
• As plantas medicinais são cada vez mais utilizados como complemento na
alimentação do gado ou no tratamento dos animais.
• As substâncias presentes nas plantas medicinais protegem os animais a
vários tipos de bactérias, fungos, virus sem apresentar efeitos adversos.
Tagetes erecta utilizada na
alimentação de frangos para
Intensificar a cor da gema.
Aloe vera
Luteína
Tagetes erecta L.
Aloés usada para tratar mastites (inflamação
da glândula mamária) em vacas
Harpagófito
Alcaçuz
Anti-inflamatórias
Harpagofitum procumbens
Glycyrrhyza glabra L
Equinácea
Salva
Antimicrobianas
Equinacea angustifolia D.C
Espinheiro -branco
Salvia officinalis
Plantas para cólicas e dispepsias
Nogueira do
Japão
Melaleuca
Crataegus monogyna
Antifúngica
Inseticida
Ginkgo biloba
Citronela
Melaleuca armillaris
Cymbopogon winterianus
Nome comum
Nome científico
Arnica
Arnica montana
Alcachofra
Cynara scolimus
Equinácea
Echinacea purpurea
Cavalinha
Equisetum arvense
Hipiricão
Hypericum perforatum
Louro
Laurus nobilis
Menta
Mentha piperita
Tomilhos
Thymus sp.
Valeriana
Valeriana officinalis
Plantas que os mercados pretendem
Nome comum
Nome científico
Papoila
Papaver somniferum
Cardo Mariano
Sylibum marianum
Uva-ursina
Arctostaphylos uva-ursi L.
Açafrão
Crocus sativus
Hipiricão
Hypericum perforatum
Valeriana
Valeriana officinalis
Camomila
Matricaria chamomilla L.
Hortelã-pimenta
Mentha piperita
Salvia
Salvia officinalis
Tomilho
Tomilho vulgaris
Erva-cidreira
Melissa officinalis L.
Hortelã
Mentha spicata
Lúcia-lima
Aloysia triphylla
Mangerona
Origanum majorana
Nota: Laboratórios farmacêuticos, ervanária
O setor alimentar
A índústria de especiarias e condimentos
Utilização de substâncias vegetais em pequenas
quantidades para dar sabor e preservar os alimentos.
Provenientes de raízes, cascas, flores, sementes, folhas e frutos de plantas
aromáticas secas.
Os países do mediterrâneo são os principais produtores de folhas como o
tomilho e o louro, de estigmas como o açafrão e de algumas sementes como
o coentro.
Louro
Tomilho
Açafrão
Coentro
Coriandrum sativum
O setor alimentar
Aditivos alimentares
Substâncias químicas adicionadas alimentos, processados,
congelados ou enlatados para os conservar, mantendo a textura, o
sabor, a aparência e o cheiro.
Obtidos a partir de óleos essenciais e de extratos de substâncias
vegetais, etc.
Amarelo - Curcumina usada em gelados, padaria, iogurtes, molhos,
queijos, bebidas, condimentos, pratos pré-cozinhados, sopas
Luteína
extraída da
Tagetes erecta L.
Laranja - Carotenóide usada em manteiga, queijos,
compota e cereais
Vermelho - Carotenóide usado em
produtos cárneos
A aplicação de extratos como conservantes está relacionada com a
estrutura química específica presente nos materiais vegetais de partida
Óleos
Syzygium aromaticum
Rosmaninho
Extratos
O setor alimentar
Alimentos funcionais
Alimentos que, para além das propriedades nutricionais, providenciam
efeitos benéficos na saúde.
Probióticos: micróbios vivos que podem ser incluídos na preparação de vários
produtos (alimentos, medicamentos e suplementos dietéticos)
Ex: iogurtes com os lactobacílos
Pré-bióticos: substâncias alimentares polissacarídeos ou oligossacáridos mal
digeridos pelas enzimas e utilizados como ingredientes de alimentos e cremes
Ex: Oligofrutose, Lactulose (fibras das ervilhas e tremoços)
Compostos bioativos:
Carotenóides: betacaroteno, licopeno e luteína
Glucosinolatos: sulforafano, sinigrina
Fitoestrogénios: isoflavonas
Polifenóis: ácidos fenólicos, flavonóides, taninos, etc
O setor alimentar
A índústria de licores
Plantas aromáticas e medicinais são utilizadas para preparar licores.
Nos séculos XV-XIX, foram usados para fins medicinais.
São usados métodos de extração a frio por maceração (frutos) e a quente
por destilação (sementes, flores e cascas).
Entre as muitas espécies vegetais encontramos:
O setor dos cosméticos e perfumes
Os cosméticos
Fito-cosméticos como o uso de ingredientes ativos de plantas para o
tratamento da pele ou do cabelo.
Propriedades dermatológicas: tonificantes, adstringentes, antiflamatórias,
antiséticas, cicatrizantes, detergentes, suavizantes, calmantes, refrescantes,
descongestionantes
As preparações cosméticas a partir de extractos vegetais podem apresentar-se
em cremes, emulsões, loções, géis, óleos, sabonetes, desodorizantes,
cosméticos etc ...
Exemplos de extratos de algumas espécies vegetais são:
Calêndula
Camomila
O setor dos cosméticos e perfumes
Os perfumes
Utilização de óleos essenciais e aromas obtidos a partir
de diferentes partes de plantas:
 flores (maior fonte de aromas): jasmim, rosa, mimosa, camomila,
arnica, laranjeira, bergamota
 caule (canela, sassafrás (Sassafras albidum)
 folhas (salvia, violetas, alecrim, folhas de cítricos)
 madeira (sândalo, jacarandá, cedro, pinheiro, zimbro)
 raizes (vetiver), rizomas (cúrcuma)
 frutos (limão, noz moscada)
 estigmas (açafrão)
 sementes (coentro, cardamomo, anis)
 Resinas ( láudano, mirra, bálsamo do Perú, pinheiro e abeto)
O setor dos cosméticos e perfumes
Os perfumes
O perfume é feito usando o sistema piramidal ou 3 camadas
Altas (mais volátil), médias e baixas (menos volátil)
Perfume é a maior concentração de uma fragância, contém ~20% óleos
essenciais ou aromas.
Água de perfume contém ~ 10%
Água de toilette contém ~ 5%
Água de Colónia contém entre 2 ou 3%
Quanto maior a concentração de óleos essenciais no perfume mais caro é.
Exemplos de espécies vegetais usadas como perfumes:
Arnica
Jasmim
Laranja amarga
Narciso
Necessidades do mercado
Nome comum
Nome científico
Louro
Laurus nobilis
Alecrim
Rosmarinus officinalis
Hortelã-pimenta
Mentha spicata
Citricos
Laranja, limão
genciana
Gentiana lutea L.lutea
Alfavaca
Ocimum basilicum
Zimbro
Juniperus communis
salsa
Petroselinum crispum
Lavanda
Lavanda angustifolia
Hortelã-pimenta
Mentha spicata
Camomila
Chamaemelum nobile
Rosa
Rosa spp
Aloe-vera
Aloe barbadensis
Calêndula
Calendula officinalis
Arnica
Arnica montana
Nota: Indústria alimentar e indústria de cosméticos e perfumes
Perspetivas
Em Portugal, está a assistir-se a um incremento da
produção de PAM reflexo do consumo e de novos
mercados.
A caracterização e isolamento das substâncias
com princípios ativos, para a produção de novos
fármacos são cada vez mais utilizados pela
medicina atual (fitoterapia).
 As PAM revelam enormes potencialidades de
aplicação, diversificação de produtos e de utilização
Classificação dos óleos essenciais
óleos
Origem
Natureza química
Essências
Naturais
Quimiotipo
Bálsamos
Artificiais
Resinas
Sintéticos
Consistência
Óleo-resinas
Gomo-resinas
Essências: fluídas, líquidos voláteis à temperatura ambiente
Bálsamos: espessas, pouco voláteis, extratos naturais obtidos de uma árvore ou arbusto (ex:
Bálsamo do Perú)
Resinas: sólidos amorfos, de natureza complexa
óleoresinas: misturas homogéneas de resinas e óleos e essenciais
(ex: resina de Pinus contém resina (colofónia) e óleo essencial (terebintina)
gomoresinas: extratos obtidos de árvores ou plantas misturas de gomas e resinas
Naturais: obtém-se directamente da planta
Artificiais: processos de enriquecimento da mesma essência com um ou vários dos seus
componentes (ex.: essência de anis enriquecida com anetol)
Sintéticos: produzidos por síntese química (ex: essências de baunilha, limão)
Quimiotipo: Variação da composição do óleo essencial dentro da mesma espécie
Exemplo: Thymus vulgaris contém 6 quimiotipos diferentes: timol, carvacrol, linalol, geraniol, tujanol,
terpineol ex:Thymus vulgaris linalol Thymus vulgaris timol
Myroxylon
peruiferum L
resina de Pinus
Ferula gummosa
bálsamo do Perú
Gálbanogomoresina
Princípios ativos das PAM
A atividade farmacológica das PAM baseia-se na presença de compostos
químicos que se denominam princípios ativos.
Os grupos químicos mais importantes são:
 Produtos do metabolismo primário  processos químicos do crescimento
• glúcidos, lípidos derivados de aminoácidos
 Produtos do metabolismo secundário  sintetizados como defesa de
hebívoros,etc..
• Heterósidos: antraquinónicos, cardiotónicos, cianogénicos, cumarínicos,
fenólicos, flavónicos, racnunculósidos, saponósidos, sulfurados
• Polifenóis: ácidos fenólicos, cumarinas, flavonóides; lignanos; taninos;
quinonas
• Terpenóides: óleos essenciais, iridóides , lactonas, diterpenos, saponinas
• Alcalóides
Sistema nervoso central
Hypericum perforatum L.
Origem
Toda Europa (excepto extremo N),
ocidente Ásia, Próximo Oriente, Região
Mediterrânea e Macaronésia
Habitat
Terrenos cultivados, incultos, matagais,
matos e ruderal
Época de Floração
Maio - Outubro
Partes utlilizadas
Flores e óleo essencial destas
Atividade
Farmacológica
Atividade ansiolítica, hipnótica e
sedativa
Constituinte ativo
Hipericinas
Produto
Cápsulas
Nome comum
Erva-de santa-Maria, hipiricão ou
milfurada
Hipiricão
Aparelho cardiovascular
Crataegus oxycantha L.
Distribuição
Geral
W e C Europa, Cáucaso, Anatólia, Próximo
Oriente e NW África; introduzida na
Macaronésia (Madeira), América do N, SE
Austrália e Nova Zelândia
Habitat
Matos e ruderal
Época de
Floração
Abril - Maio
Partes
utlilizadas
Folhas, Flores e bagas extractos
Atividade
Farmacológica
Tratamento de insuficiência cardíaca
classe I e II da Classificação funcional da
NYHA
Compostos
ativos
Flavonóides, Proantocianidinas
Produto
Ampolas, gotas, cápsulas e xarope
Nome comum
Abronceiro; Branca-espinha; Cambrulheiro;
Combroeiro; Escalheiro; Escrambrulheiro;
Espinha-branca; Espinheiro-alvar; Espinheirobranco; Espinheiro-ordinário;
pilriteiro
Frutos de pilriteiro
Aparelho respiratório
Sambucus nigra L.
Origem
Grande parte Europa, Cáucaso, W e SW Ásia;
subespontânea N África (Argélia e Tunísia) e
Macaronésia (Açores e Madeira)
Habitat
Matos e ripícola; ornamental
Época de
Floração
Abril - Agosto
Partes utlilizadas
Flores e óleo essencial destas
Atividade
Farmacológica
Gripes com o diaforético e indutor da
secrecção brônquica.
Composto ativo
Flavonóides, mucilagens e fitoesteróis
Produto
Gotas, Xarope. Infusões.
Nome comum
Candelheiro; Canineiro; Flor-de-sabugueiro;
Galacrista; Rosa-de-bem-fazer; Sabugo;
Sabugueiro; Sabugueiro-negro; Sabugueiropreto
sabugueiro
Sistema digestivo
Chamomilla recutita (L.) Rauschert
Origem
Quase toda Europa, Região Mediterrânica
Habitat
Relvados húmidos e ruderal
Época de
Floração
Abril - Julho
Partes utlilizadas
Capítulos Florais e óleo essencial destas
Atividade
Farmacológica
Na inflamação da mucosa gástrica.
Composto ativo
Extractos:Glucósidos de Flavonoides
Óleo: Sesquiterpénicos
Produto
Gotas e solução
Nome comum
Camomila; Camomila-alemã; Camomila-daAlemanha;
Camomila-dos-alemães; Camomila-vulgar;
Mançanila; Margaça-das-boticas; Matricária
camomila
Com indicações em ginecologia
Vitex agnus-castus L.
Origem
Região mediterrânea e Ásia Ocidental. Em
Portugal encontra-se em Trás-os-Montes
Habitat
Sebes, margens dos rios e terrenos pantanosos
Época de
Floração
Partes utlilizadas
Frutos (bagas escuras)
Atividade
Farmacológica
Síndrome pré-menstrual e desconforto
mamário. Irregularidades menstruais e
fertilidade. Lactação e líbido
Constituintes
ativos
Flavonóides, diterpenóides labdânicos,
Glicósidos iridóides e esteróides
Produto
Fruto. Tintura
Nome comum
Agno-casto, árvore da castidade, flor-dacastidade
Anho-casto
Com ação no aparelho urinário
Arctostaphylos uva-ursi
Origem
Europa.
Habitat
Região montanhosa do norte de Portugal
Época de
Floração
Partes utlilizadas
Folhas
Atividade
Farmacológica
Infeções urinárias
Composto ativo
Glucósido da hidraquinona (arbutósido)
Produto
Cápsulas e gotas
Nome comum
Buxulo, medronheiro-rojante, medronheiro-ursino
e uva-de-urso
Uva-de-ursina
Com acção no aparelho locomotor
Salix alba L.
Origem
Europa, W, SW e C Ásia e Região
Mediterrânica; naturalizado América N
Habitat
Relvados húmidos e ripícola
Época de Floração
Março - Abril
Partes utlilizadas
Cascas
Atividade
Farmacológica
Tratamento de dores reumatismais
Composto ativo
Glucósido salicina
Produtos
Cápsulas. Xarope, ampolas, gotas e gel
Nome comum
Salgueiro-branco; Sinceiro; Vimeiro-branco
Salgueiro
Com acção nas afecções cutâneas
Calendula officinalis L. var. prolifera
Origem
Sul da Europa
Habitat
Climas frescos e temperados; Solos bem
drenados
Época de
Floração
Junho - Outubro
Partes utlilizadas
Capítulos florais
Atividade
Farmacológica
Cicatrizante e anti-séptico em afecções
dermatológicas (eritemas, queimaduras,
dermatoses secas, úlceras...)
Principais
constituintes
ativos
Flavonóides, ésteres do triterpendiol e os
saponósidos
Produto
Pomada e creme
Nome comum
Calêndula; Maravilhas; Boas-noites; Belas-noites
calêndula
Mentha pulegium L.
Origem
Habitat
S, W e C Europa, NW África e
Próximo Oriente
Relvados húmidos, ruderal e ripícola
Época de
Floração
Junho - Agosto
Partes
utlilizadas
Partes aéreas floridas e o óleo
essencial destas
Atividade
Farmacológica
Antisético e cicatrizante (óleo )
Principais
utilizações
Fitoterapia, insecticida e
detergentes.
Nome comum
Hortelã-dos-Açores; Hortelãpimenta-mansa; Poejo; Poêjo;
Poêjos
poejo
Laurus nobilis L.
Origem
Região Mediterrânica
Habitat
Rípicula
Época de
Floração
Fevereiro - Abril
Partes
utlilizadas
Folhas e óleo essencial destas
Atividade
Farmacológica
óleo: antisético e antifúngico
Principais
utilizações
Fitoterapia (folhas ); Condimentar (folhas
secas); Indústria alimentar (aromatizante)
(óleo:preparação de molhos e aroma de
pratos pré-preparados)
Nome comum
Louro, loureiro-comum, loureiro-de-apolo,
loureiro dos-poetas
loureiro
Mentha x piperita L.
Origem
Sub-espontânea
Habitat
Relvados húmidos e ripícola
Época de
Floração
Maio - Outubro
Partes
utlilizadas
Folhas e óleo essencial da parte aérea florida
Actividade
Farmacológica
Principais
utilizações
Nome comum
Folhas: Antisética, tranquilizante, analgésica
Òleo acção espasmolítica, espectorante,
descongestionante,...
Fitoterapia (folhas); Condimentar (folhas); Indústria
alimentar (óleo), indústria farmacêutica, indústria
tabaqueira, perfumes...
Hortelã; Hortelã-apimentada; Hortelã-de-água-de-cheiro;
Hortelã-de-água-de-colónia; Hortelã-das-damas; Hortelãpimenta
Hortelã-pimenta
Rosmarinus officinalis L.
Origem
Região Mediterrânica
Habitat
Matos, matagais, terrenos incultos e
rupícola
Época de
Floração
Quase todo ano (essencialmente Janeiro
- Maio)
Partes
utlilizadas
Folhas, partes aéreas floridas e óleo
essencial destas
Atividade
Farmacológica
Folhas: Antiespasmódica,
hepatoprotectora, óleo : antisética e antiinflamatória
Principais
utilizações
Fitoterapia, cosmética, condimentos,
antioxidante na indústria alimentar(folhas
e partes aéreas floridas); aromoterapia
(óleo), insecticida (planta)
Nome comum
Alecrim; Alecrim-da-terra; Alecrinzeiro;
Alicrizeiro; Rosmaninho
alecrim
Arnica montana L.
Origem
Habitat
Europa; América do Norte
Prados, urzais e clareiras, sobretudo
montanhosos
Época de
Floração
Primavera, a partir de Abril
Partes utlilizadas
Capítulos florais e óleo essencial destes
Atividade
Farmacológica
Contusões, hematoma, edema devido a
fracturas, dores reumáticas, faringe, picadas
de insectos
Constituintes
ativos
Lactonas sesquiterpénicas e outros ésteres
Produtos
Creme. óleo de massagem
Nome comum
Arnica; Panaceia-das-quedas; Craveiro-dosAlpes; Arnica-europeia; Quina-dos-pobres;
Tabaco-dos-saboianos
arnica
Obrigada