(EPDA) e Termos de Referência (TdR)
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(EPDA) e Termos de Referência (TdR)
Sasol Petroleum Moçambique Avaliação de Impacto Ambiental do Projecto do Oleoduto desde a Unidade Central de Processamento em Temane até a Unidade Flutuante Marinha de Armazenamento & Escoamento na Província de Inhambane, em Moçambique Relatório do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR) MSDP1401-ERM-0000-11400- REP-00005 Versão Preliminar 18 de Julho de 2016 www.erm.com Delivering sustainable solutions in a more competitive world Sasol Petroleum Moçambique Avaliação de Impacto Ambiental do Projecto do Oleoduto desde a Unidade Central de Processamento em Temane até a Unidade Flutuante Marinha de Armazenamento & Escoamento na Província de Inhambane, em Moçambique Relatório do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR) Por e em nome da Environmental Resources Management Por e em nome da Environmental Resources Management Aprovado por: Ingeborg McNicoll Aprovado por: Paula Gonzalez Assinatura: Sócio Responsável Data: 18 de Julho de 2016 Assinatura: Responsável pela QA/QC residente no país Data: 18 de Julho de 2016 O presente relatório foi elaborado pela Environmental Resources Management, com toda a competência, cuidado e diligência razoáveis consoante os termos do Contrato com o cliente, integrando os nossos Termos Gerais e Condições Comerciais e tendo em consideração os recursos que lhe foram atribuídos por acordo estabelecido com o cliente. Não assumimos qualquer responsabilidade perante o cliente e terceiros a respeito de quaisquer questões que não se enquadrem no âmbito do acima referido. Este relatório é da confidencialidade do cliente e não aceitamos qualquer responsabilidade seja de que natureza for perante terceiros a quem este relatório, ou parte do mesmo, seja divulgado. O uso do presente relatório por essa parte é por sua própria conta e risco. Índice 1 INTRODUÇÃO 1-10 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1-10 1-14 1-16 1-22 1-22 1.7 1.8 1.9 ANTECEDENTES AO PROJECTO MOTIVAÇÃO DO PROJECTO HISTÓRICO DA SASOL NA ÁREA DO PROJECTO O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL FINALIDADE DO PRESENTE RELATÓRIO DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DADOS SOBRE O PROPONENTE E A ENTIDADE PROFISSIONAL DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DADOS RELATIVOS À EQUIPA RESPONSÁVEL PELA AIA DO PROJECTO ESTRUTURA DO PRESENTE RELATÓRIO PRESSUPOSTOS E LIMITAÇÕES 2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 INTRODUÇÃO ANTECEDENTES E NECESSIDADE DO PROJECTO LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ÁREA DO PROJECTO ALTERNATIVAS DE PROJECTO AVALIADAS INSTALAÇÕES E INFRA-ESTRUTURAS DO PROJECTO ESPECIFICAÇÃO DAS FASES DO PROJECTO PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA DE EMERGÊNCIA PROCEDIMENTOS DE COMPENSAÇÃO 3 QUADRO LEGAL E PADRÕES DE MELHORES PRÁTICAS 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 INTRODUÇÃO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NACIONAL LEGISLAÇÃO DE APOIO RELEVANTE AO PROJECTO CONVENÇÕES E RESOLUÇÕES DIRECTRIZES E PADRÕES INTERNACIONAIS 4 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 4-1 4.1 4.2 4-1 4.3 4.4 4.5 4.6 INTRODUÇÃO PRÉ-AVALIAÇÃO /INSTRUÇÃO DO PROCESSO DA AIA (RECONHECIMENTO PRELIMINAR) DEFINIÇÃO DO ÂMBITO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ESTUDOS ESPECIALIZADOS (RECOLHA DE DADOS DE REFERÊNCIA) AVALIAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS 5 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 5-1 5.1 5.2 5.3 5.4 INTRODUÇÃO OBJECTIVOS DA PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ABORDAGEM À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA FÓRUM DE INTERVENIENTES E REVISÃO INTERPARES 1-23 1-24 1-24 1-25 2-1 2-1 2-1 2-2 2-2 2-4 2-8 2-20 2-37 2-38 3-1 3-1 3-1 3-4 3-11 3-12 4-4 4-4 4-5 4-6 4-7 5-1 5-2 5-6 5-10 6 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO 6-1 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 INTRODUÇÃO AMBIENTE FÍSICO AMBIENTE BIOLÓGICO EM TERRA AMBIENTE BIOLÓGICO RESUMO DO AMBIENTE BIOFÍSICO 7 SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA SOCIOECONÓMICA 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 7.8 INTRODUÇÃO 7-1 DIVISÃO ADMINISTRATIVA E ASSENTAMENTOS POPULACIONAIS 7-1 DEMOGRAFIA – POPULAÇÃO E DENSIDADE POPULACIONAL 7-3 ACTIVIDADES ECONÓMICAS 7-5 INFRA-ESTRUTURAS E SERVIÇOS 7-25 TRANSPORTE MARÍTIMO E NAVEGAÇÃO 7-29 ASPECTOS CULTURAIS, ARQUEOLOGIA E PATRIMÓNIO CULTURAL7-32 RESUMO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO DE REFERÊNCIA 7-36 8 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS8-1 8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 INTRODUÇÃO 8-1 O PROCESSO DE DEFINIÇÃO DO ÂMBITO 8-3 POTENCIAIS INTERACÇÕES DO PROJECTO COM AS COMPONENTES AMBIENTAIS8-3 QUESTÕES IDENTIFICADAS 8-6 RESUMO DAS QUESTÕES PRINCIPAIS 8-21 QUESTÕES FATAIS 8-22 ÁREA DO PROJECTO 8-24 9 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS DA AIA 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 9.7 9.8 9.9 9.10 9.11 9.12 9.13 9.14 9.15 9.16 9.17 9.18 INTRODUÇÃO QUALIDADE DO AR RUÍDO EM TERRA E NO MAR HIDROLOGIA, QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA SOLOS E GEOLOGIA ECOLOGIA TERRESTRE ECOLOGIA AQUÁTICA ECOLOGIA MARINHA E COSTEIRA SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS SAÚDE COMUNITÁRIA ASPECTOS SOCIAIS E SOCIOECONÓMICOS ARQUEOLOGIA E PATRIMÓNIO CULTURAL TURISMO PESCA ILUMINAÇÃO VISUAL TRÁFEGO TERRESTRE E MARINHO AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RISCOS EQUIPA ESPECIALISTA PROPOSTA 9-1 9-2 9-3 9-3 9-4 9-5 9-6 9-7 9-8 9-8 9-9 9-10 9-11 9-12 9-12 9-13 9-14 9-14 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10-1 6-1 6-2 6-16 6-24 6-38 7-1 9-1 Abreviaturas1 AASR Avaliação Ambiental e Social Regional ABS Agência Americana de Navegação (do inglês American Bureau of Shipping) ADNAP Administração Nacional das Pescas AI Área de Influência AIA Avaliação de Impacto Ambiental AID Área de Influência Directa AII Área de Influência Indirecta AIS Avaliação do Impacto na Saúde ALARP ANE Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível (do inglês As Low As Reasonably Practicable) Administração Nacional de Estradas AOPL Associação de Oleodutos (do inglês Association of Oil Pipelines) AP Alta Pressão API Instituto Americano de Petróleo ( do inglês American Petroleum Institute) APIT Área Prioritária para o Investimento em Turismo APP Acordo de Partilha de Produção AQUA Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental ASME AVAC Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (do inglês American Society of Mechanical Engineers () Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado bbls Unidade de Barris de Petróleo do inglês (Barrel of Oil Unit) BP Baixa Pressão BPD Barris por dia BTEX Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno, e Xilenos Ca Cálcio CEDAW CMH Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres ( do ingles Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women) Sistema de Gestão de Garantia de Competências (do inglês Competency Assurance Management System) Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos CO Monóxido de Carbono COLREGs COV Convenção sobre o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar (do inglês Convention on the International Regulations for Preventing Collisions at Sea) Degradação de Recifes de Corais no Oceano Índico (do inglês Coral Reef Degradation in Indian Ocean) Compostos Orgânicos Voláteis CPF Unidade Central de Processamento (do inglês Central Processing Facility) CPP Contrato de Produção de Petróleo CTRG Central Térmica de Ressano Garcia em Moçambique dB(A) Decibel de Ponderação A (do inglês A weighted decibels ) DdD Documento de Discussão DINAB Direcção Nacional do Ambiente DP Posicionamento Dinâmico (do inglês Dynamic Positioning) CMAS CORDIO 1 Dado o uso corrente e familiaridade de alguns acrónimos na língua Inglesa, associados ás infra-estruturas e actividades do sector de Petróleo e Gás em Moçambique, no presente EPDA foi mantido o uso destes acrónimos. Nestes casos, apresentase a sua definição em Português, e indica-se a origem do acrónimo em língua inglesa na tabela de Abreviaturas e respectivo Glossário, para esclarecimento do leitor. I DPCA Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental DPREME Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia DPTADER Direcção Provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural DWT Toneladas de Peso Morto (do inglês Dead weight tonnes) EAS Estudo Ambiental Simplificado EDM Electricidade de Moçambique EP Princípios do Equador (do inglês Equator Principles) EPDA Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito EPFI EPP Instituições Financeiras Signatárias aos Princípios do Equador (do inglês Equator Principle Financial Institutions) Equipamento de Protecção Pessoal ERM Environmental Resources Management ESD EWT Válvula de Encerramento de Emergência (do inglês Emergency Shutdown valve) Fundo Natureza em Perigo (do inglês Endangered Wildlife Trust) F&G Fogo e Gás FDI Fórum de Intervenientes FNP Fórum Natureza em Perigo FOC Cabo de Fibra Óptica (do inglês Fibre Optic Cable) FSO GdM Unidade Flutuante Marítima de Armazenamento e Escoamento (do inglês Floating, Storage and Off-loading Unit) Governo de Moçambique GHG Gases de Efeito Estufa (do inglês Greenhouse Gas) GI Gás Inerte GJ Gigajoules GPL Gás de Petróleo Liquefeito GPS Sistema de Posicionamento Global (do inglês Global Positioning System) HDD Perfuração Direccional Horizontal (do inglês Horizontal Directional Drilling) HH Agregado Familiar (do inglês Household) IACS Associação Internacional de Sociedades de Classificação (do inglês International Association of Classification Societies) Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (do inglês Convention on the Rights of Persons with Disabilities) Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala ICRPD IDPPE IFC IFC PS IFI IIP IMO Corporação Financeira Internacional (do inglês International Finance Corporation) Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional (do inglês International Finance Corporation Performance Standards) Instituições Financeiras Internacionais (do inglês International Finance Institutions) Instituto de Investigação Pesqueira INAHINA Organização Marítima Internacional (do inglês International Maritime Organization) Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação INAMAR Instituto Nacional da Marinha INE Instituto Nacional de Estatística INP Instituto Nacional de Petróleo IPIECA Associação Internacional de Conservação Ambiental do Sector Petrolífero (do inglês International Petroleum Industry Environmental Conservation Association) Relatório sobre Questões levantadas e Respectivas Respostas (do inglês Issues and Responses Report) União Internacional para a Conservação da Natureza (do inglês International Union for Conservation of Nature) IRR IUCN II L&FS Segurança Pessoal e Contra Incêndios (do inglês Life and Fire Safety) 3 LPE Polietileno de Camada Tripla (do inglês Three-layer Polyethylene) LPF Central de Processamento de Líquidos (do inglês Liquids Processing Facility) LRS mamsl Registo de Embarcações Marítimas da Lloyds (do inglês Lloyds Register of Shipping) Metros acima do nível médio do mar (do inglês Meters above mean sea level) MAP Apólice de Seguros Marítimos (do inglês Marine Assurance Plan) MARPOL MBC Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios (do inglês International Convention for Prevention of Pollution from Ships) Programa Âncora de Investimento em Turismo em Moçambique (do inglês Mozambique Anchor Tourism Investment Programme) Misturar-Enterrar-Cobrir (do inglês Mix-Bury-Cover) MBR Membrana Bio reactora (do inglês Membrane Bioreactor) MdP Ministério das Pescas Mg Magnésio MGC Matola Gas Company MGO Gasóleo marítimo (do inglês Marine Gas Oil) MGJ/ano Milhões de Gigajoules por ano MGtP Projecto da Central Térmica de Temane (Mozambique Gas to Power) MIREME Ministério dos Recursos Minerais e Energia MISAU MITADER MICULTUR Ministério de Saúde Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (anteriormente designado por MICOA) Ministério da Cultura e Turismo MSP Gasoduto Moçambique Secunda (do inglês Moçambique – Secunda Pipeline ) MSV Embarcação de Apoio Marinho (do inglês Marine Support Vessel) NaCl Cloreto de Sódio NO2 Dióxido de Azoto NOx Óxidos de Azoto OCIMF ODM Fórum Marítimo Internacional de Companhias Petrolíferas (do inglês Oil Companies International Marine Forum) Objectivos de Desenvolvimento do Milénio OMS Organização Mundial de Saúde ONG Organização Não Governamental OPRC OSEN Convenção Internacional sobre a Prevenção, Actuação e Cooperação no Combate à Poluição por Hidrocarbonetos (do inglês International Convention on Oil Pollution Preparedness, Response and Cooperation) Plano de Contingência para Derrames de Petróleo (do inglês Oil Spill Contingency Plan) Oscilação Sul - El Niño PARPA II Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta II PD Plano de Desenvolvimento PDP II Plano Director das Pescas PDR Plano de Desmobilização e Reabilitação PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital PEDPA Plano Estratégico de Desenvolvimento da Pesca do Atum PESPA Plano Estratégico para o Sector da Pesca Artesanal PGA Plano de Gestão Ambiental PGA-c Plano de Gestão Ambiental para a Construção PGA-o Plano de Gestão Ambiental para as Operações PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social PGN Projecto de Gás Natural MATIP OSCP III PI&As Partes Interessadas e Afectadas PIG PJ/a Medidor de inspecção de tubagem/Oleodutos (do inglês Pipeline Inspection Gauge) ex: Medidor de Pressão/Caudal Petajoules por ano PMA Precipitação Média Anual PNAB Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto POB Pessoal a Bordo (do inglês Personnel on Board) PPP Processo de Participação Pública PSU Unidade Prática de Salinidade (do inglês Practical Salinity Unit) PTI Pande, Temane e Inhassoro QRH Gancho de Libertação Rápida (do inglês Quick Release Hook) REIA Relatório do Estudo de Impacto Ambiental RNT Resumo Não Técnico RPP Relatório de Participação Pública RSC Responsabilidade Social Corporativa ROW Direito de Passagem (do inglês Right of Way ) SAR Convenção Internacional sobre Busca e Salvamento Marítimo (do inglês International Convention on Maritime Search and Rescue) Metas de Desenvolvimento Sustentável (do inglês Sustainable Development Goals ) Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas SDG SDPI SEP SEPI Plano de Envolvimento das Partes Interessadas (do inglês Stakeholder Engagement Plan) Sasol Exploration and Production International SIG Sistema de Informação Geográfica SO2 Dióxido de Enxofre SOLAS SOx Convenção Internacional para Salvaguarda de Vida Humana no Mar (do inglês International Convention for the Safety of Life at Sea) Óxidos de Enxofre (do inglês Sulphur Oxides) SPM Sasol Petroleum Moçambique SPT Sasol Petroleum Temane SSA Saúde, Segurança e Ambiente SSIV Válvula Submarina de Isolamento (do inglês Subsea Isolation Valve) TAC Captura Total Permissível (do inglês Total Allowable Catch) TdR Termos de Referência TDS Sólidos Totais Dissolvidos (do inglês Total Dissolved Solids) TMS Sistema de Torre de Ancoragem (do inglês Turret Mooring System ) TRP Plano de Resposta Táctica (do inglês Tactical Response Plan) TSM Temperatura da Superfície do Mar UNFCCC VOS Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (do inglês United Nations Framework Convention on Climate Change) Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (do inglês United States Environmental Protection Agency) Navio de Observação Voluntária (do inglês Voluntary Observing Ship) WWF Fundo Mundial para a Natureza (do inglês World Wildlife Fund) ZCIT Zona de Convergência Intertropical ZEE Zona Económica Exclusiva ZPO Zona de Protecção do Oleoduto US-EPA IV Glossário Abrigo Dianteiro Accionado Acordo de Partilha de Produção Área de Influência Directa Área de Influência Indirecta Área de Influência Auger bore Avaliação de Impacto Ambiental Base da Coluna de ascensão Batelão de Colocação de Condutas Boça ou Cabo tipo hawser Bóia Bomba de Exportação Central de Processamento de Líquidos Colector múltiplo (manifold) Coluna de Ascensão Compostos Orgânicos Voláteis Área fechada acima do convés na parte dianteira da FSO perto da torre de ancoragem para fins de evacuação de emergência. Accionar significa colocar em funcionamento (uma máquina ou um dispositivo). Uma licença que abrange todas as outras formações nas áreas geográficas de Temane e de Pande que estão presentemente a ser consideradas para fins de desenvolvimento, e também inclui vários outros campos e prospecções na área ligeiramente mais vasta onde foram perfurados poços de exploração e de avaliação mas que não foram ainda declarados como sendo comercialmente viáveis. Área que o Projecto proposto afecta directamente com base nas características físicas, bióticas e socioeconómicas. Área afectada por actividades ou influências não directamente relacionadas com o Projecto mas que são desencadeadas pela presença física do Projecto ou actividades relacionadas. Área de Influência refere-se à dimensão física ou espacial na qual pode ocorrer um impacto – não se relaciona com a potencial consequência do impacto. Auger Bore é uma técnica de perfuração de poços horizontais no solo por meio de uma cabeça rotativa de corte. O processo através do qual se faz a avaliação dos efeitos antecipados de um desenvolvimento ou Projecto proposto sobre o ambiente. Uma estrutura submarina de apoio para fixar a coluna de ascensão e conectar ao umbilical. Uma embarcação marítima usada para a construção das infra-estruturas submarinas. Cabo de amarração entre a FSO e o rebocador do navio aliviador. Um corpo ou objecto flutuante colocado na água geralmente ancorado, a fim de assinalar um local, facilitar a recuperação de qualquer objecto afundado, ou registar dados oceanográficos. Bomba que providencia pressão suficiente para exportar petróleo ou gás através das condutas. A LPF fará o processamento dos fluidos de produção derivados dos poços de petróleo/ gás do Campo de Inhassoro, o seu armazenamento e preparação para a exportação. Um tubo colector largo e/ou maior ao qual se ligam os tubos mais pequenos. Uma conduta flexível que transfere o petróleo leve da base da coluna de ascensão localizada no fundo do mar para a superfície. São conhecidos como um vasto grupo de químicos à base de carbono que evaporam facilmente a uma temperatura ambiente. Enquanto a maioria das pessoas pode sentir o cheiro de níveis elevados de determinados COVs, alguns COVs não tem odor. V Contrato de Produção de Petróleo As licenças CPP e APP sobrepõem-se em grande medida, tanto na área de Pande como de Temane. A licença para o CPP aplica-se a formações específicas que contêm hidrocarbonetos e que se encontram nestas áreas. Corporação Financeira Internacional (International Finance Corporation) É uma organização que auxilia os países em desenvolvimento a obter um maior nível de investimento privado. dB(A) Unidade usada para medir a intensidade de um som ou nível de potência de um sinal eléctrico através da sua comparação com um dado nível numa escala logarítmica. A escala tem uma ponderação A a fim de a aproximar à sensibilidade da audição humana. Um cerco secundário, que é tipicamente constituído por um muro ou berma, que circunda um tanque ou qualquer mecanismo de manuseamento de líquidos, visado a conter quaisquer derrames ou fugas. Terras que foram anteriormente ocupadas por actividades industriais ou comerciais que potencialmente podem estar degradadas ou contaminadas. A estação de praia é onde a conduta marítima e a terrestre se unem em terra e onde serão executadas as actividades de reparação, testagem e manutenção. Os corais constroem recifes através da deposição de material calcário duro, os quais formam uma estrutura pedregosa do recife. Gás essencialmente constituído por propano e butano, que foi liquefeito a temperaturas baixas e a pressões moderadas. Impacto causado pelo Projecto no caso de interagir com um outro impacto de outra actividade, cuja combinação crie um impacto adicional. Um dispositivo instalado na conduta para lançar / receber pigs. Estes pigs executam várias operações (por ex., limpeza, inspecção) numa conduta sem parar o fluxo do produto. A Lista Vermelha da IUCN constitui um indicador crítico da saúde da biodiversidade do mundo. Constitui a dimensão de referência padronizada a nível internacional para a medição da profundidade da água e para definir a linha costeira nas cartas náuticas. A MARPOL 73/78 é a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios, de 1973 alterada pelo Protocolo de 1978. ("MARPOL" é a abreviatura para poluição marinha e “73/78” a forma abreviada para indicar os anos 1973 e 1978). Metocean refere-se à abreviatura silábica de meteorologia (clima e tempo) e oceanografia (física). Um gás inflamável, inodoro, incolor, altamente tóxico produzido industrialmente aquando da produção de vários produtos químicos orgânicos e inorgânicos; também está presente nos gases de escape de motores de combustão interna e em fornos industriais como consequência da combustão incompleta de carbono. É um termo genérico usado para descrever tanto eventos de interacção oceano – atmosfera quentes (El Niño) e frios (La Niña) do Pacífico Tropical. A Oscilação Sul constitui a relevante componente atmosférica, associada com a mudança na temperatura do mar. Delimitação Espaços industriais abandonados e degradados Estacão de praia Formações de recifes hermatípicos Gás de Petróleo Liquefeito Impactos Ambientais Cumulativos Lançador / Receptor de Pigs Lista Vermelha Maré Astronómica mais Baixa MARPOL73/78 Metocean Monóxido de Carbono Oscilação Sul - El Niño VI Óxidos de Azoto Óxidos de Enxofre Perfuração Direccional Horizontal “ PIGs” Inteligentes Pigging (ou inspecção de condutas) Plano de Desenvolvimento Plano de Gestão Ambiental Plano de Gestão Ambiental e Social Plano de Gestão Ambiental Operacional Pórtico da Torre de Ancoragem Posicionamento Dinâmico Podem referir-se a um composto binário de oxigénio e azoto, ou a uma mistura de compostos tais como: Óxido Nítrico, também conhecido por Monóxido de Azoto (NO), Óxido de Azoto (II), Dióxido de Azoto (NO2), Óxido de Azoto (IV). Óxido Nitroso (N2O), Óxido de Azoto (−I, III). Refere-se a todos os óxidos de enxofre, dos quais os dois mais importantes são o dióxido de enxofre (SO2) e o trióxido de enxofre (SO3). O dióxido de enxofre é um gás incolor com um odor e sabor intenso e irritante. É altamente solúvel na água formando um ácido sulfúrico ligeiramente ácido. É um método de perfuração horizontal manobrável intrusivo, mas sem recurso a escavação de valas, para a instalação de uma conduta subterrânea ao longo de uma trajectória determinada, usando uma plataforma de perfuração à superfície, com um mínimo de impacto na área circundante. Instrumentos de medição de inspecção de tubagens/oleodutos sofisticados que incluem componentes electrónicos e sensores para fazer a recolha de várias medições de dados a fim de destacar questões de integridade. Refere-se à prática de uso de um medidor de inspecção de tubagem designado por ‘pig’ (do termo inglês) quando é inserido dentro de uma conduta para executar várias operações de manutenção nas condutas. Estas operações incluem, mas não se limitam, à limpeza e inspecção da conduta. Plano que fornece as melhores soluções técnicas para a optimização do campo. Os PDs compreendem todas as actividades e processos necessários para o desenvolvimento de um campo petrolífero ou de gás: impacto ambiental, aspectos geofísicos, geologia, engenharia de produção e do reservatório, infraestruturas, projecto de conclusão, instalações à superfície, avaliação dos riscos e dos aspectos económicos. Um PGA é um plano relativo a um Projecto específico, desenvolvido com base nas recomendações feitas na Avaliação de Impacto Ambiental para garantir que todas medidas necessárias para gestão de impactos sejam definidas em detalhe e implementadas, de forma a proteger o ambiente biofísico e social e cumprir com à legislação ambiental. Um PGA operacional refere-se a fase operacional de um Projecto. Este termo é muitas vezes usado como sinónimo de ‘Plano de Gestão Ambiental’. Consultar a definição acima. O PGA é um plano local específico desenvolvido para garantir que todas as medidas necessárias sejam identificadas e implementadas a fim de proteger o ambiente e cumprir a legislação ambiental. Um PGA operacional refere-se à fase operacional do Projecto. Uma estrutura semelhante a uma ponte, instalada no convés do navio por cima da torre. Um sistema controlado por computador para manter automaticamente a posição e aproamento de uma embarcação por meio de hélices e propulsores. VII Princípios do Equador Processo de Participação Pública Protecção Catódica Questões fatais/riscos Rebocador de ancoragem marítima Relatório de Definição do Âmbito Sistema de Amarração de Cabos tipo Tandem Testes Hidráulicos Torre de Ancoragem Transmissibilidade Umbilical Unidade Central de Processamento Unidade de Medição Unidade Flutuante de Armazenamento e Escoamento Válvula Submarina de Isolamento Os Princípios do Equador providenciam um quadro de gestão de riscos, adoptado pelas instituições financeiras, para determinar, avaliar e gerir os riscos ambientais e sociais dos Projectos em que investem, com o objectivo principal de estabelecer um padrão mínimo de devida diligência visado a apoiar a tomada responsável de decisões relativas a riscos de este tipo. O processo através do qual uma organização consulta indivíduos, organizações e entidades governamentais interessados ou afectados por um Proejcto especifico, antes de tomar uma decisão. Uma técnica electroquímica usada para controlar a corrosão (enferrujamento) de uma superfície metálica. Esta técnica envolve a introdução de uma corrente eléctrica muito reduzida na superfície metálica. São impactos ambientais e/ou sociais negativos irreversíveis de tal significância que a implementação do projecto ou actividade em análise não seja de interesse público. Uma embarcação que reboca o navio aliviador para o seu posicionamento e faz a ancoragem do mesmo. Um relatório no qual são identificadas as questões fundamentais de entre uma vasta gama de potenciais preocupações para inclusão no processo AIA. O Relatório de Definição do Âmbito confirma o nível a que as questões identificadas devem ser estudadas e as áreas afectadas. Operação de descarregamento caracterizado pela posição relativa “tandem” entre a FSO e o petroleiro de transporte. A proa do petroleiro de transporte está ligada à popa da FSO através de uma espia. Testes para determinar a resistência da conduta através da pressurização com água. O sistema de torre de ancoragem é constituído por um conjunto giratório integrado numa embarcação composto por uma torre permanentemente fixa ao leito do mar por um sistema de ancoragem. Este sistema permite que a embarcação gire à volta da parte fixa da torre fazendo face às ondas quando a FSO necessita de protecção contra ventos, onda e corrente fortes. Fluxo de fluido em meio poroso. Um tubo flexível que providencia energia e controles hidráulicos para a FSO. A Unidade Central de Processamento (CPF) da Sasol é a fábrica de processamento de gás e condensando,, fornecido pelos poços de produção em terra localizados no Campo de Gás de Temane. Uma plataforma especial onde se encontram instalados vários dispositivos e instrumentos de medição. Exemplo: Temperatura, caudal, pressão. Uma embarcação flutuante, permanentemente ancorada usada para o armazenamento de petróleo leve estabilizado. Uma válvula que estabelece uma barreira de segurança caso algum troço da conduta necessite de ser fechado. A finalidade principal de uma Válvula Submarina de Isolamento (SSIV) é de interromper o fornecimento de óleo leve estabilizado para a FSO no caso de uma emergência. VIII Ventilador de Gás Inerte Zona de Convergência Intertropical Zona Económica Exclusiva Zona Exclusiva de Segurança Uma chaminé ou ponto elevado através do qual é feita a descarga do gás inerte para a atmosfera durante as operações de carregamento. Este ventilador faz parte do sistema de ventilação do Gás Inerte. É uma faixa de baixa pressão que circunda a Terra, em geral perto do equador onde os ventos alísios dos Hemisférios Norte e Sul se encontram. A Zona Económica Exclusiva da República de Moçambique compreende a zona marinha situada além do mar territorial de Moçambique e adjacente a este que se estende além de 200 milhas marítimas da costa, medidas a partir da linha de baixa-mar. Uma zona exclusiva de segurança é uma área que se estende de qualquer ponto exterior das instalações marítimas de petróleo e gás e é automaticamente estabelecida em redor de todas as instalações, que estão acima no nível do mar em qualquer nível de maré. As instalações submarinas também podem ter zonas de segurança, estabelecidas através de um instrumento legislativo, com a finalidade de as proteger. Todas as embarcações, independentemente do país a que pertençam, devem respeitar estas zonas. IX 1 INTRODUÇÃO 1.1 ANTECEDENTES AO PROJECTO A Sasol Petroleum Moçambique Limitada (doravante Sasol ou SPM) obteve a aprovação do Conselho de Ministros de Moçambique relativamente aos Acordos de Partilha de Produção (APP) do Plano de Desenvolvimento (PD) que irá proporcionar o desenvolvimento de recursos adicionais de hidrocarbonetos com vista a apoiar o crescimento económico de Moçambique. O que é o Acordo de Partilha de Produção (APP)? A Sasol Petroleum Moçambique tem um Acordo de Partilha de Produção (APP) com o Governo de Moçambique e a ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos). Por sua vez, foi assinado um Contrato de Produção de Petróleo (CPP) entre a Sasol Petroleum Temane (SPT) e seus parceiros[ Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) e a International Finance Corporation (IFC)] e o Governo de Moçambique, que engloba os campos presentemente em produção nas áreas de Temane e de Pande. As licenças CPP e APP sobrepõem-se em grande medida, tanto na área de Pande como de Temane. A licença para o CPP aplica-se a formações específicas que contêm hidrocarbonetos e que se encontram nestas áreas. A licença APP abrange todas as outras formações nas áreas geográficas de Temane e de Pande para as quais um Plano de Desenvolvimento de Campo foi aprovado para desenvolvimento, e também incluem vários outros campos e prospecções onde foram perfurados poços de exploração e de avaliação, mas que não foram ainda declarados como sendo comercialmente viáveis. O projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP compreende várias reservas de hidrocarbonetos nas áreas de Temane, Pande e Inhassoro; as quais se encontram todas localizadas na Província de Inhambane em Moçambique, a uma distância de 40km a noroeste de Vilanculos e 560 km a norte de Maputo (Figura 1.1). Nos termos do acordo da licença APP, a Sasol detém 100 por cento de participação como Operadora. A fábrica de processamento de gás da Sasol, designada por Unidade Central de Processamento de Temane (CPF), está situada a 40 km a noroeste de Vilanculos. Esta fábrica entrou em funcionamento em 2004, é abastecida por poços localizado no Campo de Gás de Temane. Toda a produção da fábrica é tanto usada em Moçambique, para propósitos industriais e geração de energia eléctrica, ou exportada, como gás transportado por gasoduto para a África do Sul, ou na forma de condensado enviado por transporte rodoviário para a Beira, para posterior envio por via marítima, ou é usada em Moçambique para propósitos industriais e geração de energia. Na Província de Inhambane, o gás é fornecido para a Central Térmica de Temane da EDM (Electricidade de Moçambique), que produz energia eléctrica para Inhassoro, Vilanculos e áreas circundantes. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-10 Desde o início do estabelecimento do Projecto de Gás Natural (PGN) , a Sasol foi aumentando a sua capacidade através do estabelecimento de novos poços de gás a operação nos Campos de Gás de Temane e Pande. Actualmente, a CPF é alimentada por 24 poços de produção em terra, 12 situados no Campo de Temane e 12 no Campo de Pande. A produção na CPF foi aumentada a fim de processar o gás e líquidos adicionais e a produção actual situa-se em cerca de 197 GJ de gás por ano e 250m3 de condensado por dia. Figura 1.1 Mapa Regional da Área de Desenvolvimento do Projecto no âmbito do APP A Sasol está empenhada na avaliação e desenvolvimento faseada dos recursos adicionais de petróleo e gás dentro das suas áreas de concessão. Em 2014, teve início um EIA detalhado para o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL, que envolve a expansão da CPF e o desenvolvimento de uma nova Central de Processamento de Líquidos (LPF) adjacente à CPF, para processar o gás adicional, condensado e petróleo leve no âmbito do APP da área definida no Acordo de Partilha de Produção com o Governo de Moçambique. O petróleo leve é muito semelhante ao condensado existente, sendo um líquido de cor amarelada tipo palha com uma consistência semelhante à parafina. O Projecto proposto irá aumentar, de forma significativa, a capacidade da Sasol de processar gás e líquidos, já que a LPF irá incluir uma instalação para produzir Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) destinado a substituir a maior parte do GPL actualmente importado para Moçambique a um custo significativamente menor (Figura 1.2). A licença ambiental para o Projecto de ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-11 Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL foi emitida pelo MITADER em Dezembro de 2014, após a reavaliação do REIA do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL (Golder, 2014). Esta licença excluiu a autorização para o transporte dos líquidos adicionais de hidrocarbonetos , cuja produção aumentará de 250m3 para 2 500 m3 por dia. Figura 1.2: Diagrama da Configuração do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP, Incluindo Novos Poços Petrolíferos e de Gás, Linhas de Fluxo, Instalações de Produção e Transporte do Produto Continua a existir alguma incerteza sobre a quantidade petróleo leve que será produzida, por isso está a ser avaliada uma opção alternativa de transporte, adequada para grandes volumes a ser bombeados através de um oleoduto terrestre para uma Unidade Flutuante Marítima de Armazenamento e Escoamento (doravante designada por FSO), situada a cerca de 50km a norte da Ilha do Bazaruto (Figura 1.2 e Figura 1.3), onde o petróleo leve será recolhido por navios aliviadores. O oleoduto estender-se-á desde a Central de Processamento de Líquidos (LPF) ao longo da rota da conduta principal existente em Pande, virando para direcção norte – leste até uma área rebaixada a cerca de 17km a norte de Inhassoro, e a partir daí sendo encaminhado por cerca de 50km num sentido Nordeste até à FSO proposta. Também é possível que, inicialmente, seja preferido o seu transporte por via rodoviária, seguido pela opção de transporte por oleoduto / armazenamento marítimo à medida que os volumes aumentam. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-12 Neste sentido, a Sasol tenciona obter a necessária licença para as opções de transporte rodoviário e por oleoduto / armazenamento marítimo como parte do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP, a fim de proporcionar alguma flexibilidade no planeamento posterior logo que os volumes de líquido sejam confirmados. Este último método, designado por Projecto do Oleoduto e FSO da Sasol para o escoamento do petróleo leve estabilizado, constitui a matéria do presente relatório. Figura 1.3 Mapa da Localização do Oleoduto e da FSO Propostos ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-13 Figura 1.4: Esquema da FSO, infra-estruturas submarinas e ancoragem 1.2 MOTIVAÇÃO DO PROJECTO 1.2.1 Exportação de Líquidos por Conduta Durante a Fase de Selecção (Viabilidade) do Projecto, a Sasol efectuou a avaliação das opções disponíveis para a exportação de 15 000 barris de petróleo leve estabilizado por dia, a partir da nova LPF. Foram estudados dois conceitos gerais de transporte de líquidos por conduta, nomeadamente: Opção 1 (cenário base): A construção e colocação em funcionamento de um oleoduto a partir da nova LPF no âmbito do APP para uma FSO marítima a norte do Arquipélago de Bazaruto (Projecto do Oleoduto e da FSO da Sasol, consultar a Figura 1.3); e Opção 2 (alternativa ao cenário base): A construção e colocação em funcionamento do oleoduto terrestre a partir da LPF no âmbito do APP em Temane até aos reservatórios do Porto da Beira (Figura 1.5) e incluindo as alternativas indicadas a seguir: Opção 2 A: Uma conduta com 12 polegadas e uma extensão de 258 km até ao Porto da Beira, incluindo uma travessia de 7.5km no Estuário do Púngué; e ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-14 Opção 2B: Uma conduta com 12 polegadas e uma extensão de 291 km até ao Porto da Beira, incluindo um redireccionamento de 33 km de extensão para evitar a travessia do Estuário do Púngué. Figura 1.5: Avaliação das Opções do Conceito de Oleoduto de Exportação A Opção 1 (o Projecto do Oleoduto e da FSO da Sasol) foi levada avante para a fase de definição adicional de engenharia, uma vez que foi considerada técnica e comercialmente viável devido em grande parte às extensões mais curtas dos troços do oleoduto terrestre e marítimo e subsequente terreno a ser atravessado. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-15 A Opção 2 foi rejeitada com base nos custos e em constrangimentos de ordem técnica relativos aos métodos de construção do oleoduto no que diz respeito ao atravessamento do Rio Púnguè no Estuário da Beira. Em termos gerais o oleoduto terrestre a ligar à Beira foi considerado como apresentando desafios mais significativos do que a Opção 1 em termos de construção, necessitando de travessias em quatro rios principais. 1.2.2 Exportação por Camiões-Tanque Uma alternativa à abordagem de construção de uma conduta para o transporte de líquidos é a exportação por via rodoviária. Tal constitui essencialmente uma expansão de uma actividade que já existe há mais de 10 anos, para os 250 m3 por dia de condensado no âmbito do CPP ao longo das mesmas estradas (ou seja, as rotas entre Temane e Beira e entre Temane e Maputo). Em geral, o uso de um oleoduto como uma alternativa ao transporte rodoviário do petróleo leve estabilizado é determinado pelo volume a ser transportado. À medida que os volumes aumentam, o custo da construção e operação de um oleoduto torna-se mais aliciante, quando comparado com as alternativas de transporte por via rodoviária. O uso de um oleoduto também apresenta oportunidades para reduzir os riscos gerais de Saúde, Segurança, e Ambiente (SSA) associados com o transporte por camiões-tanque, nomeadamente acidentes rodoviários mas também reduz o consumo de combustível e, portanto, as emissões de gases de efeito estufa. O volume exacto dos líquidos a serem exportados será confirmado durante a campanha inicial de Perfuração no âmbito do APP (em 2016 e 2017). Caso o volume do petróleo leve estabilizado seja inferior ao volume antecipado, após avaliação dos resultados da campanha de Perfuração no âmbito do APP, a Sasol pode considerar continuar e expandir a actual opção de exportação de líquidos por camiões-tanque. No entanto considerando o volume de produção antecipado de 15 000 barris por dia, a construção do oleoduto (o Projecto do Oleoduto e da FSO da Sasol) constitui a opção preferida pela Sasol e será a avaliada durante este processo de Definição do Âmbito e de Avaliação de Impacto Ambiental. 1.3 HISTÓRICO DA SASOL NA ÁREA DO PROJECTO A presença da Sasol nesta região foi estabelecida em 1998 quando, em parceria com a Arco[1], realizaram-se levantamentos de pesquisa sísmica em Pande e Temane, bem como a perfuração de cinco poços em Temane. Tal levou à assinatura do APP entre a Sasol e o Governo de Moçambique em Outubro de [1] A Sasol adquiriu a comparticipação da Arco no projecto em 1999 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-16 2000, e este acordo serviu de base para o investimento da Sasol no Projecto de Gás Natural (PGN). Em 2001, e como parte do PGN, a Sasol iniciou a construção da Unidade Central de Processamento (CPF) e do Gasoduto Moçambique-Secunda (MSP) com uma extensão de 865km. O PGN tornou-se produtivo, a nível comercial, em Fevereiro de 2004. A Tabela 1.1 apresenta o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL no contexto das actividades da Sasol que se têm vindo a realizar desde Fevereiro de 2004 e descreve também os futuros Projectos planeados. Tabela 1.1 Fases de Desenvolvimento do Projecto de Gás Natural da Sasol desde 2004 Actividades Iniciais de Produção (2004) A primeira fase do Projecto de Gás Natural (PGN) envolveu a extracção inicial, processamento, transporte e uso das reservas de gás natural na Província de Inhambane em Moçambique. A componente Moçambicana deste projecto incluiu o seguinte: Desenvolvimento do Campo de Gás de Temane, incluindo a instalação de poços e a construção de linhas de fluxo e das rotas de acesso entre os poços e a Unidade Central de Processamento; O estabelecimento de uma CPF em Temane, que faz a separação do gás dos hidrocarbonetos líquidos e água produzida que existe nos fluidos do poço; e A construção de um gasoduto com uma extensão de 865km entre Temane em Moçambique e Ressano Garcia (e a continuação da rede de reticulação de gás até à Sasol em Secunda na África do Sul). Relacionado com o PGN, o Governo de Moçambique (GdM) assinou um contrato de venda de gás com a Matola Gas Company (MGC) para vender a porção da Taxa de Produção de Petróleo em espécie, ou seja, gás (“royalty gas”). A MGC responsabilizou-se pela construção de um gasoduto de 68km desde o ponto de saída em Ressano Garcia até Matola, para a sua distribuição aos clientes industriais na Matola e na Machava. ERM E IMPACTO Construção do Gasoduto MoçambiqueSecunda (MSP) de forma a evitar os embondeiros de grande porte. Monitorização da restauração dos meios de subsistência em conformidade com o Programa de Implementação e de Planeamento do Reassentamento da Sasol para agricultores que tivessem perdido as suas colheitas. RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-17 Outras Actividades de Construção e Perfuração (2006-2008) Integrada na Campanha de Perfuração 2006-2008 visada a apoiar o projecto de expansão da CPF, conforme descrito acima, foi feita a perfuração de oito poços de avaliação no lado Leste do Rio Govuro e catorze poços antigos foram permanentemente fechados e abandonados. Para além disso, foram perfurados três poços de exploração. Reabilitação de um local de um poço abandonado usando lamas residuais de perfuração Desenvolvimento de Capacidade Adicional para Fornecer Gás (2006-2009) Com vista a suster a expansão da CPF, a capacidade de produção de gás na área enquadrada no âmbito do Contrato de Produção de Petróleo (CPP) foi aumentada. Esta expansão envolveu o desenvolvimento da reserva de gás Pande G6, bem como o aumento da capacidade de produção na reserva Temane G9. O gás de Pande é transportado para a CPF em Temane através de uma linha-tronco com uma extensão de 48km. A primeira produção no Campo de Pande teve início em Julho de 2009. Programa Comunitário de Pedestres e Segurança Rodoviária em Pande, desenvolvido pela Sasol e pelas Autoridades Rodoviárias Provinciais. Aumento da Capacidade das Estações de Compressão do MSP (2007-2010) Em conformidade com uma estratégia de longo prazo para aumentar o fluxo de gás no gasoduto Moçambique-África do Sul, a Sasol efectuou o planeamento detalhado de Estações de Compressão em Komatipoort, na África do Sul, e em Dindiza, na Província de Gaza, em Moçambique. O desenho destas instalações inclui infra-estruturas à superfície onde estão instalados dois compressores turbinados a gás. Estação de Compressão em Komatipoort ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-18 Expansão da CPF em Temane (2007 - 2011) A expansão do projecto NATGAS 183 foi planeada a fim de aumentar a capacidade de produção da fábrica de 120 PJ/ano para 183 PJ/ano. O projecto compreendeu a instalação de equipamento adicional dentro do perímetro da CPF, concebido para processar os volumes adicionais de gás, armazenar volumes maiores de produtos derivados, e providenciar uma capacidade adicional para tratar e fazer a eliminação segura dos produtos residuais. Bio-reactor de Membrana – Estação de Tratamento de Efluentes (MBR) instalada na CPF para aumentar, de forma significativa, a capacidade de tratamento, integrada no Projecto NATGAS 183. Campanha de Aquisição de Dados Sísmicos em Terra no Âmbito do APP (2009) Em Março de 2009, a Sasol lançou o seu terceiro projecto de aquisição de dados sísmicos em terra em duas áreas, uma entre Mabote e Maphinane na área sul do Bloco de Pesquisa e o outro a norte do Campo de Gás de Pande e do Rio Save. No total foram desminados 927km de linhas sísmicas. Recuperação gradual das brenhas ao longo de uma antiga linha de corte sísmico efectuada em 2009 Campanha de Perfuração Em Terra (2010-2011) A campanha de perfuração incluiu dois poços de exploração, um a norte do Rio Save, e um a Sul do Campo de Temane, um poço horizontal de avaliação no Distrito de Inhassoro e um segundo poço de reinjecção de água produzida na CPF de Temane, concebidos para a providenciar à Sasol um meio de redundância na eventualidade de falha de reinjecção em qualquer dos poços. Adicionalmente foram completados oito poços tanto nos Campos de Temane e de Pande a fim de melhorar os fluxos de produção de gás. ERM E IMPACTO Uso do método misturar-enterrar-cobrir (MBC) para a eliminação dos resíduos de perfuração nas áreas de poços em Inhassoro RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-19 Projectos de Expansão Eléctrica e de Compressão de Baixa Pressão da CPF (2013-2014) Na sequência da expansão do projecto NATGAS 183 que foi colocado em funcionamento em Outubro de 2011, os melhoramentos às instalações da CPF incluem infra-estruturas adicionais planeadas para assegurar uma produção contínua e eficiente de gás na CPF ao longo do tempo. Este projecto envolve a construção de compressores adicionais de Baixa Pressão (BP) turbinados a gás, e instalação de geradores turbinados a gás para o fornecimento de energia eléctrica. A construção das duas primeiras unidades de compressão de BP teve início em 2014 e foi finalizada em 2015. Os trabalhos no resto do projecto irão continuar por fases, até 2022. Medição das emissões da chaminé de queima da fábrica como base para a modelação dos impactos cumulativos da poluição do ar. Aumento da Capacidade do projecto da Linha Ramal da MSP – Fase 1 (2013-2015) A intenção de aumentar a cadeia de valor do gás para satisfazer a antecipada procura no mercado exigiu aumentos adicionais na capacidade da MSP. A linha ramal foi planeada para aumentar a capacidade da MSP de 170 MGJ/ano para 212 MGJ/ano. Esta linha ramal finalizada terá uma extensão de 254km, com uma rota a partir da CPF em Temane até à Estação 2 de Raspagem com Sistema Colector e instalada no mesmo direito de passagem que a MSP. A primeira fase (128km) desta linha ramal entrou em funcionamento em Dezembro de 2014, com uma rota a partir da CPF até à Estação 1 de Raspagem com Sistema Colector. Esta fase irá aumentar a capacidade da MSP para 188 MGJ/ano. A construção da segunda fase do projecto terá início em 2015, estando a colocação em funcionamento prevista até Janeiro de 2017. Limpeza do equipamento de terraplenagem trazido para a área de construção da linha ramal para a prevenção de plantas invasivas. Projecto da Central Térmica de Ressano Garcia em Moçambique (CTRG) (2014) Em 2014, a monetização interna dos recursos de gás de Moçambique em grande escala alcançou um marco significativo com a colocação em funcionamento da Central Térmica de Ressano Garcia, conhecida por CTRG. Finalizada a um custo total de 246 milhões de USD, a CTRG é uma central térmica com uma potência de 175MW que constitui uma joint-venture entre a Electricidade de Moçambique – 51 por cento e a Sasol 49 por cento. Esta central que constitui a primeira central térmica permanente em Moçambique fornece electricidade a dois milhões de moçambicanos, o que equivale a 23 por cento da procura actual do país. ERM E IMPACTO Uma das dezassete sepulturas identificadas para exumação no local da CTRG, antes da construção. Uma reavaliação da delimitação do local evitou todas as exumações excepto uma. RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-20 O Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP & de Produção de GPL (2014-2020) Este Projecto envolve o desenvolvimento de cinco novos poços de gás e sete novos poços petrolíferos no âmbito do APP (mais dois poços petrolíferos existentes), que serão ligados a uma LPF nova construída adjacente à CPF da Sasol. O Projecto irá incluir o aumento da produção de gás, de petróleo leve e de GPL, que irá substituir grande parte do produto presentemente importado para Moçambique. A licença para o Projecto foi concedida pelo MITADER a 12 de Dezembro de 2014, com base na apresentação de Relatório completo do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) e Planos de Gestão Ambiental. Esta licença foi reavaliada a 16 de Março de 2016 com base numa Adenda à AIA e revisão dos PGAs. Está em curso o licenciamento ambiental para o transporte rodoviário, oleoduto terreste / marítimo e FSO (presente projecto) segundo AIAs apresentadas separadamente. O Riacho Costeiro Nhangonzo, um potencial ‘Habitat Crítico’ identificado durante a AIA do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP. Projecto de Aquisição de Dados Sísmicos do PGN (2015-2017) A Sasol propõe realizar pesquisa sísmica a 2D e 3D focadas sobre vastas extensões das suas áreas no âmbito do CPP e APP. Foi planeado a curto prazo um programa urgente nos Campos de Pande e de Inhassoro, enquadrados no âmbito do CPP e do APP, com vista a apoiar o desenvolvimento de planos de perfuração de poços nas reservas petrolíferas G10 e G6 e a remediação do poço Pande 4. Serão adquiridos tanto dados sísmicos a 2D como a 3D. Encephalartos ferox identificada na planície de inundação do Rio Govuro perto de Nova Mambone durante o trabalho no campo para a Adenda à AIA do PGN. Projecto da Central Térmica de Temane Proposto (MGtP) (2015 -2020) Com vista a reduzir ainda mais a dependência de Moçambique na importação de energia do estrangeiro, a Sasol e empresa estatal de energia eléctrica de Moçambique, EDM, propõem o desenvolvimento do Projecto da Central Térmica de Temane (MGtP), uma central térmica com uma potência para 400MW alimentada por gás da Unidade Central de Processamento da Sasol no âmbito do APP. O local proposto para a MGtP está localizado nas proximidades da CPF, a aproximadamente 500m para sul da linha de vedação existente. Para além da central térmica propriamente dita, o projecto MGtP irá incluir uma linha de transmissão de energia eléctrica com 400kV de potência e um comprimento de 25km, a ligar a central térmica à rede eléctrica nacional, uma conduta de abastecimento de água com um comprimento total ERM E IMPACTO Exemplo de equipamento pesado a ser descarregado de um batelão – informação que foi apresentada às partes interessadas nas reuniões de consulta pública em Inhassoro. RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-21 de 13km a partir do Rio Govuro, uma estrada de acesso com um comprimento de 3km, e um gasoduto entre a CPF e a central térmica. Para a fase de construção está a ser considerada a construção de estruturas temporárias de desembarque na praia perto de Inhassoro, juntamente com algumas obras necessárias de melhoramento de estradas e pontes entre Inhassoro e a CPF. 1.4 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL O Projecto requer uma Licença Ambiental concedida pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) em conformidade com a Lei Nacional do Ambiente (Lei Nº 20/1997), considerando tanto o Decreto que rege o processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto Nº. 45/2004 conforme alterações pelo Decreto Nº 42/2008) como o Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto Nº 56/2010). Em conformidade com o Decreto Nº 45/2004, a Sasol submeteu os documentos de Registo do Projecto ao Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) para a devida categorização. De acordo com o Decreto Nº. 45/2004, este projecto foi classificado como um ‘Projecto de Categoria A ’ (Consultar o Anexo 1 do Regulamento para a AIA), Número de Referência 90/180/DGA/DPTADER/16, para o qual é necessário um REIA completo. Com vista a obtenção da Licença Ambiental, a Sasol deve preparar um Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA), em conformidade com as disposições regulamentares ambientais de Moçambique. A Environmental Resources Management International Services Ltd (ERM) foi designada pela Sasol para fazer a gestão do processo AIA e apresentação do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) em seu nome. O presente documento constitui o Relatório do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR), um documento essencial no processo da AIA, que determina o âmbito do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA). O presente Relatório de EPDA (doravante designado como Relatório de Definição de Âmbito) será apresentado às Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) como parte do processo de participação pública, que é obrigatório para as actividades de ‘Categoria A’. 1.5 FINALIDADE DO PRESENTE RELATÓRIO DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO O presente Relatório Preliminar de Definição de Âmbito apresenta somente as constatações e resultados do (1) Requerimento de Pré-Avaliação da AIA e (2) as fases de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito. Para fins do presente relatório, estas fases serão designadas por Definição do Âmbito. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-22 Os principais objectivos deste relatório são: Apresentar uma descrição do Projecto proposto; Apresentar o processo da AIA, incluindo a metodologia e legislação relevante que será respeitada; Apresentar uma descrição inicial das características físicas, biológicas e socioeconómicas da Área do Projecto; Identificar as questões ambientais e socioeconómicas relacionadas com o Projecto proposto, na Área do Projecto onde o Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA);incidirá; Identificar quaisquer falhas associadas com o Projecto que possam potencialmente inviabilizar o mesmo; e Apresentar uma descrição geral dos Termos de Referência para os vários estudos especializados que irão fazer a avaliação das questões ambientais e sociais identificadas. Nota – o presente Relatório de Definição de Âmbito não constitui uma avaliação completa de referência nem uma avaliação dos impactos ambientais e socioeconómicos. É um documento que contém os Termos de Referência para o processo da AIA a ser seguido. As respostas detalhadas serão apresentadas no Relatório sobre o Estudo de Impacto Ambiental. 1.6 DADOS SOBRE O PROPONENTE E A ENTIDADE PROFISSIONAL DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL 1.6.1 Proponente O proponente do Projecto proposto é a Sasol Petroleum Moçambique. Os seus dados de contacto são: SASOL Petroleum Moçambique - SPM Contacto: Ailton Rego Endereço: Rua dos Desportistas, No. 833, Prédio Jat V-3, 11º e 12º Tel.: +258 357400 E-mail: [email protected] 1.6.2 Entidade Profissional de Avaliação Ambiental A ERM é uma empresa global de consultoria ambiental com mais de 5 000 especialistas em mais de 160 escritórios distribuídos por 40 países. A ERM é uma das maiores empresas de consultoria totalmente focada em sustentabilidade na região. Consoante os requisitos do Decreto Nº. 42/2008, a ERM está registada no MITADER. Os dados de contacto para os escritórios da ERM em Moçambique são os seguintes: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-23 ERM International Services Limitada Contacto: Paula Gonzalez Endereço: Rua dos Desportistas, Edifício Vodacom Nº. 649, 12º Andar, Maputo, Moçambique Tel: +258844905586 E-mail: [email protected] 1.7 DADOS RELATIVOS À EQUIPA RESPONSÁVEL PELA AIA DO PROJECTO A Tabela 1.2 contém a lista dos elementos da Equipa da AIA que vai realizar o processo da AIA em nome da Sasol. Tabela 1.2 Equipa responsável pela AIA do Projecto Actividade Nome Empresa e Localização Equipa de Gestão do Projecto Liderança Técnica e Sócio Responsável Ingeborg McNicoll ERM – África do Sul Dieter Rodewald Uke Overvest Ricardo Costa Pereira Vicky Stevens Paula Gonzalez ERM – África do Sul Impacto - Moçambique ERM - Moçambique Vicky Stevens Jessica Hughes Callie Philips Ken King ERM – África do Sul ERM – África do Sul ERM – Quénia ERM – África do Sul Gestor do Projecto Gestor do Projecto Residente no País Gestor Assistente do Projecto Residente no País Gestor Assistente do Projecto Responsável pela QA/QC residente no país Liderança Técnica Especialista Marinho Liderança Técnica Terrestre Liderança Técnica Social / Reassentamento Liderança Técnica Solos/Hidrologia/ Hidrogeologia 1.8 ERM – África do Sul ERM - Moçambique ESTRUTURA DO PRESENTE RELATÓRIO O presente relatório contém dez capítulos, cujo conteúdo se encontra listado a seguir: Tabela 1.3 Estrutura do presente Relatório Secção Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 ERM E IMPACTO Descrição Resumo Não Técnico Introdução Descrição do Projecto Quadro Legal e Padrões de Melhores Práticas O Processo da AIA O Processo de Participação Pública Descrição do Ambiente Biofísico Afectado Descrição do Ambiente Socioeconómico Afectado Identificação das Principais Questões Termos de Referência para os Estudos da AIA Referências Bibliográficas RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-24 1.9 PRESSUPOSTOS E LIMITAÇÕES O presente relatório usa fontes secundárias de dados que foram revistas pela ERM. As lacunas identificadas nos dados serão abordadas durante a fase da AIA; e O presente relatório foi elaborado usando uma descrição de alto nível do Projecto que é suficiente para fins da Definição de Âmbito. Será proporcionada informação adicional em relatórios posteriores logo que a fase conceitual do projecto de engenharia se encontre num estado mais avançado e as especificações e requisitos técnicos sejam definidos. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E FSO DA SASOL 1-25 2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 2.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo apresenta uma descrição do Projecto da Sasol de construção de um Oleoduto desde da Unidade de Processamento Central de Líquidos em Temane até a Unidade Flutuante Marinha de Armazenamento e Exportação (doravante designada FSO) e fases associadas com o mesmo. Esta é uma descrição preliminar e somente para fins informativos. Logo que esteja disponível uma descrição mais pormenorizada do projecto, será disponibilizada informação adicional no Relatório completo do Estudo de Impacto Ambiental (REIA). 2.2 ANTECEDENTES E NECESSIDADE DO PROJECTO A Sasol obteve a aprovação do Conselho de Ministros de Moçambique relativamente ao Acordo de Partilha de Produção (APP) e ao Plano de Desenvolvimento (PD) que irá proporcionar o desenvolvimento de recursos adicionais de hidrocarbonetos com vista a apoiar o crescimento económico de Moçambique. Conforme discutido no Capítulo 1, o projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP inclui várias reservas de hidrocarbonetos nas áreas de Temane, Pande e Inhassoro. Com vista a proporcionar à Sasol acomodar o aumento na exigência relativa ao processamento, será feita a expansão da Unidade Central de Processamento de Temane (CPF) para processar gás, condensado e petróleo leve estabilizado adicionais. A Sasol obteve a aprovação do REIA relativo aos Projectos de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL. O Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP será feito por fases. A 1ª fase inclui o desenvolvimento de um projecto integrado de produção de petróleo leve estabilizado e Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), adjacente à existente área da Planta CPF no âmbito do Contrato de Produção de Petróleo (CPP) da Sasol e seus parceiros. Sujeito à obtenção de resultados satisfatórios da campanha inicial de perfuração no âmbito do APP (em 2016 e 2017), prevê-se que a Central de Processamento de Líquidos (LPF), adjacente à existente CPF de Temane efectue o processamento de 15 000 barris de petróleo leve estabilizado por dia. A Sasol tenciona exportar este petróleo leve estabilizado através de um oleoduto a partir da nova LPF, adjacente à CPF de Temane, para uma Unidade Flutuante Marinha de Armazenamento e Exportação (FSO) localizada a norte do Arquipélago de Bazaruto (Figura 1.3). Esta FSO terá uma capacidade para armazenar até 500 000 bbl de petróleo leve estabilizado a bordo e fazer a transferência de 300 000 bbl num prazo de 24 horas. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-1 2.3 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO O Projecto fica localizado na região sul da Província de Inhambane em Moçambique (Figura 1.3), cuja capital é a cidade de Inhambane. A proposta rota terrestre para o oleoduto da nova LPF até ao local de travessia da praia terá um comprimento de 57km. A travessia da praia fica localizada a aproximadamente 20km a norte de Inhassoro. A rota marinha proposta para o oleoduto (a ser localizada dentro da área de um corredor de investigação planeado de 700m de largura) até à FSO estendese por uma distância de aproximadamente 50km num sentido nordeste do local da travessia da praia. A FSO ficará instalada num local fixo no enquadramento de um bloco de 2 x 2km (Tabela2.1 e Figura 2.1), dentro da Zona Económica Exclusiva (ZEE), e a aproximadamente 46km a nordeste do Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto (PNAB) , a uma profundidade de água de aproximadamente 50 m. A localização preferencial da FSO dentro do bloco de 2 x 2km será confirmada apos a finalização de um levantamento detalhado ( a ser desenvolvido antes da construção). Tabela2.1 Coordenadas da Localização do Bloco FSO Latitude (Sul) 21°7'49.37" 21°7'21.81" 21°8'20.82" 21°8'48.09" Longitude (Leste) 35°33'39.94" 35°34'42.82" 35°35'11.98" 35°34'9.41" Foram avaliadas quatro alternativas diferentes para a localização da FSO durante a Fase de Reconhecimento Preliminar (Secção 2.5). Uma das razões principais para a selecção da localização preferencial d a FSO foi a sua maior distância da Ilha de Bazaruto, a ilha mais próxima dentro do PNAB, e do continente. 2.4 ÁREA DO PROJECTO A Área do Projecto inclui vários receptores ambientais e socioeconómicos que podem ser afectados tanto directa como indirectamente pelas actividades do Projecto descritas a seguir. A Área do Projecto pode ser dividida em Áreas de Influência Directa (AID) e Áreas de Influência Indirecta (AII) dependendo da fonte e das causas dos impactos e estes irão ter uma abrangência variável dependendo do tipo de receptor afectado. A descrição do ambiente de referência da Área do Projecto é feita com base em dados disponíveis e está apresentada no Capítulo 5 (aspectos biofísicos) e no ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-2 Capítulo 6 (aspectos socioeconómicos), como base para identificação dos potenciais impactos apresentados no Capítulo 7. A partir da informação de referência e dos impactos identificados, apresenta-se no Capítulo 8 um resumo da classificação das AID e AII relativamente a cada tipo de receptor, como base para a definição das áreas de estudo para os estudos especializados. Figura 2.1 Mapa da Área do Projecto ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-3 2.5 ALTERNATIVAS DE PROJECTO AVALIADAS Após a finalização do estudo de viabilidade, foi seleccionado o conceito de Oleoduto e FSO para posterior definição mais detalhada. A Equipa de Engenharia fez a avaliação de várias possíveis alternativas de localização das rotas do oleoduto desde a LPF até à FSO. As opções foram avaliadas com base nos seguintes critérios: Segurança das operações (ou seja, riscos às infra-estruturas existentes e potencial interferência por terceiros); Segurança, Saúde e Ambiente durante a Construção e Operações (SSA); Considerações de ordem Ambiental e Social; Dificuldades Técnicas / de Construção; Prazos; e Custos. 2.5.1 Alternativas para a Rota Terrestre do Oleoduto Realizou-se, em 2014, uma avaliação do corredor para a colocação do oleoduto (Genesis, 2014) que fez uma apreciação das potenciais rotas disponíveis para a construção do oleoduto entre a LPF de Temane e a FSO marinha. Conforme se encontra detalhado na Figura 2.2 foram avaliadas as seguintes opções da rota terrestre para o oleoduto: Rota do Cenário de Referência: oleoduto com um comprimento de 57km; Opção A para a Rota: oleoduto com um comprimento de 48km; Opção B para a Rota: oleoduto com um comprimento de 45km; e Opção C para a Rota: oleoduto com um comprimento de 146km As rotas do cenário de referência e das Opções A e B foram todas localizadas a norte da CPF de Temane em direcção a uma área rebaixada que evita áreas húmidas / mangais com sensibilidade ambiental situadas mais a norte, bem como áreas povoadas em redor a Inhassoro no sentido sul. A Rota da Opção C é encaminhada em sentido sul da CPF em direcção a uma área rebaixada no extremo sul do PNAB. O cenário de referência foi considerado como sendo o que apresenta a opção mais favorável levando-se em conta os critérios indicados acima, que podem ser resumidos da seguinte forma: Fragmentação limitada do habitat, optimizando o uso do existente corredor do oleoduto; Minimização da rota que atravessa as áreas de planícies de inundação (consideradas como uma área de captação hidrográfica com valor elevado bem como um receptor ambiental sensível); ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-4 Minimização da potencial perturbação ao desenvolvimento turístico e recreativo evitando-se a colocação de um oleoduto ao longo da faixa costeira; Risco reduzido de interferência por terceiros relativamente ao troço da rota que segue o existente corredor da linha-tronco de Pande; e Risco reduzido de acidentes rodoviários e atropelamentos de pedestres evitando-se o transporte rodoviário para a construção na estrada EN1. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-5 Figura 2.2 Alternativas Consideradas para as Rotas Terrestres do Oleoduto 2.5.2 Alternativas para a Rota Marinha do Oleoduto e para a Localização da FSO Durante a fase de estudo de viabilidade, foram identificados quatro possíveis locais para o posicionamento da FSO num contorno de água com uma profundidade de 50m às seguintes distâncias da Ilha de Bazaruto (Figura 2.3): Local 1 – 52km; Local 2 – 46km; ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-6 Local 3 – 31km; e Local 4 – 19.5km. Foi escolhida uma profundidade de água de 50m a fim de acomodar o desenho da coluna de ascensão e do sistema de ancoragem às condições metoceânicas antecipadas, e para providenciar uma profundidade de água suficiente para permitir a aproximação e partida dos navios aliviadores durante a fase de operação. O Local 2 foi escolhido como o local preferido para a localização da FSO com base no seguinte: Segundo previsto, nem a FSO nem os navios aliviadores terão qualquer impacto visual sobre a Ilha de Bazaruto (em relação a elevação acima do nível do mar); Disponibilização de uma profundidade de água suficiente para proporcionar uma área livre de manobras para a aproximação e partida seguras dos navios aliviadores; e Minimização do comprimento total do oleoduto em comparação com as opções de localização da FSO mais para norte da Ilha de Bazaruto. Na determinação da rota marinha, foram utilizados os critérios indicados a seguir, sendo que a razão fundamental para a selecção da rota marinha para o oleoduto é a localização da área rebaixada em terra, e a localização da FSO: Distância mínima entre a travessia da praia e o local de posicionamento da FSO; Minimização do comprimento do oleoduto situado em águas pouco profundas a fim de optimizar a estabilidade do mesmo; Evitar áreas pouco profundas indicadas em cartas náuticas (por exemplo, possíveis afloramentos de recifes de corais); Minimização dos impactos nos tapetes de ervas marinhas (que muitas vezes estão associados com a presença de dugongos) através da selecção de aproximação à costa de forma a atravessar o ponto mais estreito dos tapetes de ervas marinhas; e Evitar os canais de navegação existentes. Antes da construção do oleoduto será realizado um levantamento marinho a fim de recolher informação necessária para confirmar a localização final da FSO e a rota marinha do oleoduto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-7 Figura 2.3 Alternativas Avaliadas para a Localização da FSO 2.6 INSTALAÇÕES E INFRA-ESTRUTURAS DO PROJECTO O Projecto inclui as seguintes instalações e infra-estruturas, ilustradas na Figura 2.4 a seguir. Todas as infra-estruturas e equipamentos do Projecto terão uma vida útil de 15 anos. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-8 Figura 2.4 Ilustração do Processo do Projecto do Oleoduto e da FSO da Sasol 2-9 2.6.1 Infra-estruturas Terrestre Instalações para a Exportação de Petróleo Leve Bomba de Exportação – uma bomba que providencia pressão suficiente para transportar o petróleo leve ao longo do oleoduto. Colector múltiplo – um colector de tubulação mais largo e/ou maior ao qual ligam-se tubos mais pequenos. Unidade de Medição - uma plataforma especial onde se encontram instalados vários dispositivos e instrumentos. Lançador / Receptor de Pigs – um mecanismo instalado no oleoduto para lançar / receber pigs (os medidores de inspecção de oleoduto). Estes dispositivos desempenham várias operações (por ex.: limpeza, inspecção) num oleoduto sem parar o fluxo do produto transportado no mesmo. As instalações de exportação do petróleo leve estabilizado (bombas e infra-estruturas de manutenção do oleoduto) ficarão localizadas dentro da LPF (Figura 1.3), situada adjacente à existente CPF de Temane. Esta incluirá um colector múltiplo, uma unidade de medição, bombas de exportação, e um lançador e receptor temporário de pigs (medidores de inspecção de tubagem). As bombas de exportação farão a bombagem do petróleo leve estabilizado a partir dos quatro tanques, localizados dentro da área da LPF, para a FSO. Oleoduto terrestre A rota do oleoduto terrestre começará na LPF e seguirá a rota no sentido norte do corredor existente da linha-tronco de Pande, por uma distância de aproximadamente 32km a norte de Temane. Em geral, o terreno ao longo da linha-tronco de Pande é plano e é composto por uma mistura de áreas de agricultura de subsistência e áreas de matas. Este troço do oleoduto está alinhado ao longo do lado leste do Direito de Passagem (ROW) da linha-tronco durante a maior parte do troço norte-sul da rota, a fim de minimizar o desmatamento adicional necessário para a construção. O oleoduto terrestre virará no sentido nordeste em direcção à costa, a uma distância aproximada de 33km da LPF. Este troço do corredor da rota atravessa um habitat praticamente intocado. Este atravessa a estrada nacional EN1 e infra-estruturas relacionadas, a uma distância de aproximadamente 8km do ponto onde o oleoduto vira, e depois, a uma distância aproximada de 10km da EN1 onde este atravessa o Rio Govuro e respectiva planície de inundação. A uma distância aproximada de 6km do Rio Govuro o oleoduto terrestre termina na estação de válvulas localizada na praia, aproximadamente a 20km a norte de Inhassoro. Este troço da rota atravessa uma área de assentamentos rurais dispersos, machambas de subsistência e brenhas secundárias. Todo o oleoduto terrestre desde a LPF até à estação de válvulas localizada na praia será enterrado numa vala escavada. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-10 Figura 2.5 Exemplo da Construção de um Oleoduto e Direito de Passagem Associado Fonte: Golder, 2015 Serão instaladas válvulas de seccionamento da linha principal accionadas por controlo remoto, em ambos os lados da travessia do Rio Govuro, que podem ser fechadas a partir da LPF na eventualidade de um potencial emergência, impedindo o fluxo contínuo do produto no rio. A conduta usada será de 10 polegadas e feita de aço carbono com juntas soldadas , o que adere à especificação 5L estipulada pelo Instituto Americano de Petróleo (API). Válvulas de seccionamento da Linha Principal –válvulas de corte de segurança, no Rio Govuro, a fim de minimizar a quantidade de petróleo leve derramado para o rio no potencial caso de acidente devido a alguma fuga ou ruptura no oleoduto. Especificação API 5L – é uma especificação estipulada pelo Instituto Americano de Petróleo para condutas em aço carbono com juntas soldadas apropriadas para o transporte de petróleo, água e gás. Serão implementados dois métodos diferentes de protecção do oleoduto contra a corrosão. A primeira camada de protecção do oleoduto é constituída por um revestimento de polietileno tripla camada (3 LPE), e a segunda camada é constituída pela introdução de uma pequena corrente eléctrica para dentro do oleoduto (conhecida como protecção catódica). Travessia da Praia e Estação de Válvulas Localizada na Praia O local da travessia da praia, a uma distância de aproximadamente 20km a norte de Inhassoro, inclui uma arriba com uma altura aproximada de 35m, que liga a uma praia arenosa com uma ligeira inclinação (Figura 2.6). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-11 Figura 2.6 Fotografia do Local Proposto para a Travessia da Praia Fonte: ERM, 2015 A estação de válvulas localizada na praia Inspecção em Linha (Pigging) (incluindo os sistemas de reparação, testes, Refere-se à prática de uso de um medidor de inspecção de tubagem segurança e manutenção do oleoduto) ficará designado por ‘pig’ (do termo localizada a partir do topo da arriba e terá uma inglês) quando é inserido dentro pegada de aproximadamente 30m x 30m. Esta de uma conduta para executar estação de válvulas localizada na praia irá várias operações de manutenção nas condutas. Estas operações incluir duas ligações para um lançador incluem, mas não se limitam, à /receptor temporário dos medidores de limpeza e inspecção da conduta. inspecção de oleodutos para fazer a inspecção em linha tanto do oleoduto terrestre como do oleoduto marinho. A função da estação de válvulas localizada na praia é isolar os oleodutos terrestre e marinho, e providenciar uma instalação para auxiliar no processo de inspecção em linha de ambos os oleodutos. A limpeza do oleoduto será feita usando os medidores de inspecção de tubagem (pigs) (Figura 2.7); prevê-se que esta actividade seja executada de dois em dois anos durante o período de duração das operações. Para fins da inspecção, manutenção e monitorização do oleoduto poderão ser utilizados “pigs inteligentes”. Os pigs inteligentes são instrumentos sofisticados que incluem componentes electrónicos e sensores para fazer a recolha de várias medições de dados do oleoduto a fim de identificar e monitorizar questões de integridade do mesmo. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-12 Figura 2.7 Exemplo de um medidor de inspecção de oleoduto Típico (“Pig”) Fonte: www.rosen-group.com Também serão instaladas válvulas de Válvula de seccionamento – uma válvula que irá criar uma seccionamento accionadas manualmente tanto barreira de segurança, na no oleoduto marinho como no oleoduto estação de válvulas localizada terrestre na estação de válvulas localizada na na praia, a fim de isolar tanto o praia, providenciando uma barreira de oleoduto terrestre como o marinho na eventualidade de segurança, que isolará tanto o oleoduto uma fuga ou de qualquer terrestre como o marinho quando e se emergência. necessário. A Tabela 2.2 e a Caixa 2.1 apresentam um resumo das especificações e salvaguardas do desenho do oleoduto terrestre e infra-estruturas de apoio. 2.6.2 Base de Apoio na Beira A base de apoio ficará localizada no Porto da Beira, num espaço industrial existente inutilizado (local anteriormente desenvolvido) e portanto não se encontra incluído neste processo da AIA. A base de abastecimento irá providenciar todos os suprimentos, embarcação de apoio e serviços para a FSO. Para apoiar a resposta de emergência e Rebocador de ancoragem logística operacional da FSO estará marinho – uma embarcação posicionada permanentemente, fora da zona que reboca o navio aliviador exclusiva de segurança de 500m da FSO, uma para o seu posicionamento e Embarcação de Apoio Marítimo (MSV) efectua a sua ancoragem. (consultar a Secção 2.6.3). Esta embarcação actuará como uma embarcação de vigilância a fim de assegurar que outros utilizadores marítimos permaneçam fora da zona de exclusiva de segurança de 500m da FSO e providenciem capacidade de resposta em combate a incêndios e ocorrência de derrames na eventualidade de uma potencial emergência. A MSV terá uma tripulação normal de entre 15 a 18 pessoas. Para além da MSV, uma embarcação com dupla finalidade efectuará as trocas de tripulação e providenciará apoio logístico incluindo a transferência de resíduos de e para o Porto da Beira. Esta embarcação actuará também como um rebocador de e para o ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-13 posicionamento e ancoragem da FSO. Prevê-se que esta embarcação permaneça nas proximidades do local da FSO durante aproximadamente 26 dias por mês e esta será equipada com equipamento para extinção de incêndios a bordo. A tripulação normal desta embarcação será de aproximadamente 10 pessoas. A base de abastecimento marinho também receberá os resíduos da construção do oleoduto terrestre, e ainda os resíduos da FSO durante as fases de construção e de operação. Serão nomeados operadores de gestão de resíduos devidamente licenciados que farão a separação e eliminação dos resíduos de forma adequada, em conformidade com os requisitos legais vigentes em Moçambique. Tabela 2.2 Especificações do Desenho do Oleoduto Terrestre e das Infra-estruturas de Apoio Característica Diâmetro do oleoduto Enterramento do oleoduto Profundidade da cobertura do oleoduto Profundidade de colocação do oleoduto por baixo do leito do rio Tipo de material do oleoduto e revestimento Protecção do oleoduto contra a corrosão (protecção catódica) Marcadores permanentes do oleoduto na superfície Vedação permanente Corredor da rota de investigação do oleoduto Válvulas de seccionamento da linha principal accionadas por controlo remoto Válvulas de seccionamento accionadas manualmente Base de apoio marinho ERM E IMPACTO Descrição 10 polegadas O oleoduto terrestre será colocado em valas e enterrado entre a LPF até à estação de válvulas localizada na praia. Mínimo de 1m desde o topo do oleoduto Travessia sem valas 3m abaixo do leito do Rio Govuro Tubo de aço carbono (API 5L x 60) Polietileno tripla camada (3 LPE) Em terra – revestimento 3 LPE & protecção catódica com a introdução de corrente eléctrica No mar – revestimento 3 LPE & protecção catódica Oleoduto terrestre, em geral intervisível ao longo da linha central do oleoduto Vedação permanente à volta de todas as válvulas de seccionamento da linha principal, ou seja, a vedar instalações acima do nível do solo 700m no total Instaladas em ambos os lados da travessia do Rio Govuro Instaladas tanto no oleoduto marinho como no oleoduto terrestre na estação de válvulas localizada na praia Localizada no Porto da Beira, num espaço industrial existente inutilizado RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-14 Caixa 2.1 Principais Elementos de Segurança do Desenho da Conduta Terrestre e das Infra-estruturas de Apoio em Terra O oleoduto terrestre será completamente enterrado a fim de evitar qualquer tipo de interferência por terceiros; A rota do oleoduto irá evitar, se possível, áreas terrestres com sensibilidade ambiental; Travessias sem valas a fim de minimizar os impactos da construção no Rio Govuro e no local da travessia da praia; Válvulas de seccionamento da linha principal accionadas à distância em ambos os lados do Rio Govuro para isolar a travessia na eventualidade de ocorrência de uma fuga ou de outro tipo de emergência; Válvulas de seccionamento accionadas manualmente na estação de válvulas localizada na praia para isolar tanto o oleoduto terrestre como o marinho na eventualidade de ocorrência de uma fuga ou de outro tipo de emergência; e Sistemas de protecção do oleoduto contra a corrosão e de detecção de fugas. 2.6.3 Infra-estruturas Marinhas Oleoduto marinho A rota do oleoduto marinho estende-se desde a estação de válvulas localizada na praia até uma distância marítima de aproximadamente 50km. Prevê-se que o oleoduto seja enterrado nas áreas onde a profundidade da água do mar é inferior a 10m para manter a estabilidade do oleoduto em águas de pouca profundidade. Onde possível, a rota final do oleoduto evitará áreas sensíveis como por exemplo, tapetes de ervas marinhas, recifes de corais e áreas que sejam normalmente usadas por pescadores artesanais e semi-industriais (de pequena escala). O proposto oleoduto marinho também irá atravessar um cabo de fibra óptica (FOC) existente enterrado no mar. Serão instalados colchões de concreto no leito do mar por cima da área do cabo de fibra óptica, sobre os quais será então colocado o oleoduto, de forma a repartir a carga e a proteger o FOC contra danos. Não existem requisitos relativamente a travessias de oleodutos offshore para quaisquer infra-estruturas existentes. O oleoduto marinho será projectado de forma a facilitar a sua inspecção e limpeza. Para se alcançar este objectivo, o oleoduto será equipado com filtros receptores temporários dos medidores de inspecção de oleoduto, um na base submarina da coluna de ascensão e outro na estação de válvulas localizada na praia. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-15 Base da Coluna de Ascensão, Válvula Submarina de Isolamento, Coluna de Ascensão e Umbilical A base da coluna de ascensão ficará Válvula Submarina de Isolamento (SSIV) – uma válvula que estabelece uma localizada no leito do mar, a uma barreira de segurança, na base da coluna distância marítima de de ascensão e na FSO, a fim de aproximadamente 50km. Esta base da minimizar a quantidade de petróleo leve coluna de ascensão ligará o oleoduto derramado no mar devido a uma potencial fuga ou ruptura no oleoduto à FSO através de uma conduta marinho e/ou na coluna de ascensão. flexível designada por coluna de Coluna de Ascensão – conduta flexível ascensão juntamente com um que transfere o petróleo leve a partir da umbilical. A coluna de ascensão e o base da coluna de ascensão no leito do umbilical ficarão fixos na torre de mar para a superfície. Base da Coluna de Ascensão - uma ancoragem na FSO. A base da coluna estrutura submarina de apoio a ser unida de ascensão inclui uma Válvula ao oleoduto e ligar ao umbilical. Submarina de Isolamento (SSIV). A Umbilical – tubo flexível que SSIV permite que a importação do providencia a potência hidráulica e os controlos para a FSO. petróleo leve estabilizado para a FSO seja isolada na base da coluna de ascensão na eventualidade de ocorrência de uma emergência. A SSIV é controlada e accionada por controlo remoto a partir da FSO através do umbilical. A SSIV constitui um sistema à prova de falhas, ou seja, caso a comunicação da FSO com a SSIV falhe, esta fechará automaticamente. A Tabela 2.3 e a Caixa 2.2 a seguir, apresentam um resumo das especificações e salvaguardas do desenho do oleoduto terrestre e infra-estruturas associadas. Tabela 2.3 Especificações do Desenho do Oleoduto Marinho e Infra-estruturas Associadas Característica Diâmetro do oleoduto Enterramento do oleoduto Corredor da rota de investigação do oleoduto Zona Exclusiva de Segurança FSO e infra-estruturas submarinas Base da coluna de ascensão ERM E IMPACTO Descrição 10 polegadas Enterrado onde a profundidade da água do mar seja inferior a 10m 700m 500m durante a construção 50m de profundidade de água (a ser confirmado pelo Levantamento Marinho) Desenhada para minimizar a interacção com o equipamento de pesca Válvula Submarina de Isolamento (SSIV) Filtro receptor recuperável dos medidores de inspecção de oleoduto RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-16 Caixa 2.2 Principais Aspectos de Segurança incluídos no Desenho do Oleoduto Marinho e Infra-estruturas Associadas Rota do oleoduto deve evitar, onde possível, áreas marinhas com sensibilidade ambiental; Zona exclusiva de segurança com uma extensão de 500m durante a construção; Enterrado onde a profundidade da água do mar seja inferior a 10m para providenciar estabilidade em águas de pouca profundidade; Desenho do oleoduto de forma a facilitar a inspecção e limpeza dentro do mesmo; Colchões de concreto colocados sobre o cabo de fibra óptica (FOC) antes da instalação do oleoduto; e SSIV na base da coluna de ligação para fechar o fornecimento de petróleo leve na eventualidade de uma emergência. Unidade Flutuante de Armazenamento e Exportação (FSO) e Torre de Ancoragem A FSO (Figura 2.8) ficará localizada no Canal de Moçambique a norte da Ilha de Bazaruto e como tal estará sujeita à aderência às regras e regulamentos do Governo de Moçambique bem como a quaisquer tratados internacionais aos quais Moçambique é signatário. A FSO irá provavelmente ser um navio-tanque convertido (Aframax), de tamanho médio, com entre 95 000 e 110 000 toneladas de peso morto (DWT) com uma idade inferior a dez anos na altura de conversão. FSO – uma embarcação flutuante usada para o armazenamento e descarregamento (exportação) de petróleo leve estabilizado para navios aliviadores Sistema de Torre de Ancoragem – é constituído por um sistema de torre giratória que está integrada numa embarcação e fixa permanentemente ao leito do mar por meio de um sistema de ancoragem. Este sistema permite que a embarcação gire em redor da parte fixa da torre em sentido da direcção das águas do mar quando a FSO requer protecção contra ventos fortes, ondas e correntes fortes. A FSO terá um comprimento aproximado de 234m e 42m de largura com um calado operacional de entre 7 a 15m (abaixo do nível da água). A FSO terá um casco duplo e um fundo duplo a fim de proteger contra qualquer perda de hidrocarbonetos armazenados na eventualidade de abalroamento ou de impacto. O desenho da FSO visa uma vida útil de serviço contínua de 15 anos sem atracagem do navio e a funcionar numa profundidade de água de 50m. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-17 Figura 2.8 Unidade Flutuante de Armazenamento e Exportação (FSO) A FSO terá acomodação para uma tripulação de 50 elementos a fim de permitir a presença de suficientes tripulantes a bordo durante períodos que requerem um nível elevado de efectivos, como é o caso da montagem e conexão inicial e da fase de colocação em funcionamento. Os níveis normais de efectivos irão necessitar de 35 a 38 elementos de pessoal a bordo (POB) durante as operações. Os alojamentos da tripulação ficarão localizados na ré (parte traseira) da FSO. A FSO estará permanentemente ancorada no leito do mar, dentro da Zona Exclusiva de Segurança de 500 m, usando um Sistema de Torre de Ancoragem montado na proa externa (Figura 2.10), em conformidade com os requisitos de manutenção de posicionamento especificados no padrão ISO-19007-1. O sistema de ancoragem será instalado na parte dianteira da FSO. Figure 2.9 Representação Esquemática da Zona Exclusiva de Segurança de 500 m da FSO ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-18 Os cabos de ancoragem estender-se-ão desde a torre até às âncoras no leito do mar. O Sistema de Torre de Ancoragem da FSO irá necessitar de nove correntes de ancoragem dispostas em três feixes e nove âncoras. As âncoras ficarão localizadas a um raio de aproximadamente 900m da torre. Será instalado um Sistema de Amarração de Cabos para Descarregamento tipo Tandem com uma Mangueira de Descarga na popa da FSO. A Mangueira de Descarga terá uma carcaça dupla para conter potenciais derrames da carcaça principal caso esta falhe. Figura 2.10 Sistema de Torre de Ancoragem (TMS) A FSO, incluindo o Sistema da Torre de Ancoragem (TMS), será classificada, ou seja, projectada em conformidade com os requisitos aplicáveis aos membros da Associação Internacional das Sociedades de Classificação (IACS). Uma sociedade de classificação é uma organização não-governamental que estabelece e mantém os padrões técnicos para a construção e operação de navios e de estruturas marinhas. Esta sociedade faz também a validação de que a construção está conforme estes padrões e efectua ainda inspecções de cinco em cinco anos a fim de assegurar uma conformidade contínua aos padrões estabelecidos. A FSO terá uma Autoridade do Estado de Bandeira . O Estado de Bandeira tem a autoridade e a responsabilidade de aplicar os regulamentos em embarcações registadas sob a sua bandeira, incluindo o que se relaciona com inspecções, certificação, segurança e prevenção de poluição. A FSO irá aderir a todas convenções, decretos, códigos, regras e regulamentos nacionais e internacionais aplicáveis, incluindo: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-19 Convenção Internacional para Salvaguarda de Vida Humana no Mar (SOLAS); Convenção Internacional para Linhas de Carga; Convenção Internacional sobre a Arqueação de Navios; Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios (MARPOL73/78); Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar; e Regulamento para Comunicações Marítimas. Tabela2.4 Especificações do Desenho da FSO Característica Dimensões da FSO Profundidade da água no local da FSO Construção do Casco Tipo de ancoragem Capacidade de Armazenamento Taxa de Carregamento Taxa de Descarregamento Zona Exclusiva de Segurança Pessoas a Bordo (POB) Idade Mínima da embarcação: Vida útil em serviço Caixa2.3 Descrição 234m de comprimento 42m de largura Calado operacional (7 a 15m) 50m Construção com Casco Duplo com Tanques de Combustível Duplos Torre externa permanente de ancoragem, 9 âncoras e correntes 500 000 barris 15 000 barris de petróleo leve estabilizado por dia 300 000 barris durante um período de 24 horas 500m 50 (máximo) 35 a 38 (operações normais) Menos de 10 anos na altura de conversão 15 anos Principais Aspectos de Segurança incluídos no Desenho da FSO Construção com casco duplo para proteger contra fugas de hidrocarbonetos na eventualidade de um impacto ou abalroamento; Petróleo leve estabilizado armazenado dentro de 12 tanques de armazenamento interno individuais a fim de minimizar a perda de inventário na eventualidade de um impacto ou colisão; FSO localizada de forma a minimizar a sua visibilidade; O Sistema de Torre de Ancoragem minimiza a pegada no leito do mar; Uma zona exclusiva de segurança de 500m em redor da FSO e da área de ancoragem ; O Sistema de Torre de Ancoragem permite que um movimento giratório da FSO (ou segundo o cata-vento) de acordo com as condições do mar e a direcção do vento e é desenhado para funcionar com segurança em condições meteorológicas ciclónicas extremas; e Medidas de prevenção de derrames no sistema de manuseamento de carga. 2.7 ESPECIFICAÇÃO DAS FASES DO PROJECTO As actividades planeadas durante a vida útil do Projecto encontram-se resumidas na Figura 2.11 e descritas no texto a seguir. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-20 Figura 2.11 Fases do Projecto e Actividades Associadas 2.7.1 Fase 1: Trabalhos de Preparação Preparação do Local A preparação do local em terra inclui a desminagem, desmatamento e a remoção da camada arável do solo, e respectivo empilhamento do solo removido ao longo do corredor do oleoduto terrestre. Pode ser necessário fazer-se alguma desmatação da vegetação costeira nas proximidades da estação de válvulas localizada na praia. Esta vegetação será posteriormente restabelecida em conformidade com uma versão actualizada do PGA existente para a Construção de Infra-estruturas (Golder, 2014a) relativamente às actividades do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL. Com relação à rota do oleoduto marinho será feito uma avaliação de existência de detritos no leito do mar antes da instalação do oleoduto marinho, das infraestruturas submarinas e da FSO. Quaisquer detritos e equipamento de pesca ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-21 encontrado ao longo do corredor do oleoduto marinho e na área de localização da FSO serão removidos ou evitados. Acampamentos e Áreas para Estaleiros das Obras Durante a duração das actividades de construção, serão estabelecidos acampamentos e áreas para estaleiros das obras nas proximidades da CPF, ao longo do alinhamento do corredor do oleoduto e perto da costa. A Sasol tenciona usar acampamentos e áreas de estaleiros das obras existentes nesta área dependendo da sua disponibilidade durante a construção. Estes acampamentos serão utilizados pelos trabalhadores envolvidos nas actividades de construção e prestação serviços de apoio, incluindo escritórios, clínicas, oficinas, armazéns, alojamento, cozinhas e instalações sanitárias. Alargamento e Manutenção de Estradas de Terra Batida e do Direito de Passagem do Oleoduto A estrada de terra batida existente a partir de Inhassoro em direcção a norte ao longo da costa será usada para providenciar acesso às viaturas de construção à área de travessia da praia e à estação de válvulas localizada na praia, e pode necessitar de um alargamento adicional bem como nivelamento. Será estabelecido um trilho de acesso à área de Direito de Passagem (ROW) e ao longo da mesma, que será mantido durante o ciclo de vida útil das operações. Também existe a possibilidade de se fazer a instalação de uma ponte temporária a atravessar o Rio Govuro a fim de minimizar o impacto do tráfico de construção sobre as infra-estruturas locais de transporte. A ponte temporária será instalada num local apropriado nas proximidades da travessia do oleoduto de forma a permitir que as viaturas se movimentem no ROW do oleoduto e a limitar o aumento de tráfego rodoviário. Instalação das Ancoragens marinhas, da Coluna de Ascensão e do Umbilical A torre de ancoragem, âncoras e cabos das âncoras, coluna de ascensão e umbilical serão instaladas no mar usando um Rebocador de ancoragem marinha e embarcações de apoio antes da chegada da FSO ao seu local de ancoragem. As técnicas de Instalação serão confirmadas e discutidas no REIA. 2.7.2 Fase 2:Actividades de Construção Construção do Oleoduto A metodologia preferida para a construção do oleoduto terrestre desde a LPF até à estação de válvulas localizada na praia é usar técnicas padrão de construção e o oleoduto deve ser enterrado em valas escavadas (Figura 2.12). A Servidão / Zona de Protecção Parcial (ZPP) está planeada para ter 50m ou menos de largura. A Servidão / ZPP é a faixa de terreno onde o oleoduto ficará localizado, e exige que qualquer outra entidade que tencione realizar qualquer actividade ou construir qualquer infra-estrutura dentro da servidão ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-22 / ZPP do oleoduto solicite a autorização prévia do detentor do certificado (Sasol). Para além da Servidão do Oleoduto / ZPP está planeada uma Zona de Segurança, que significa uma faixa adicional de 50m em ambos os lados da servidão do oleoduto, e que pode ser optimizada caso necessário. A Zona de Segurança é uma área onde será restrita a construção de habitações ou outros tipos de infra-estruturas. A camada decapada de solo será empilhada ao longo da rota do oleoduto no Direito de Passagem do mesmo, e será então restabelecida após a completação das actividades de construção do oleoduto. A metodologia Auger Bore (Perfuração Horizontal com hélice contínua) constitui a metodologia preferida de construção para a travessia da estrada EN1 e travessia do Rio Govuro. Prevê-se que a Perfuração Horizontal com hélice contínua seja completada dentro da área do Direito de Passagem com uma largura de 50m. A profundidade da perfuração horizontal é determinada pelas condições geotécnicas encontradas e pela capacidade da empreiteira, mas será de aproximadamente 3m abaixo do leito do Rio Govuro. Após a instalação do oleoduto, os furos de perfuração horizontal serão aterrados segundo o nível original e reabilitados. Figura 2.12 Corte Transversal da Escavação Típica de Valas e Enterramento de um Oleoduto Fonte: Association of Oil Pipelines (AOPL) ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-23 Figura 2.13 Exemplo da Técnica de Auger Bore (Perfuração Horizontal com Hélice Contínua) para a Travessia de uma Estrada Fonte: US Department of Transportation (Federal Highways Administration) A metodologia preferida (sujeita à avaliação geotécnica na zona costeira) para a construção do oleoduto desde a estação de válvulas localizada na praia até aproximadamente 600m do mar é usar a técnica de Perfuração Direccional Horizontal (HDD). Esta técnica utiliza um método de perfuração orientado e sem necessidade de escavar valas para a instalação subterrânea de infraestruturas, que irá permitir que o oleoduto seja instalado por baixo da praia e da linha costeira imediata sem qualquer exposição à superfície durante a construção. As lamas e aparas de perfuração serão devolvidas através do furo para a estação de válvulas localizada na praia, e as lamas serão separadas e reutilizadas, e as aparas serão eliminadas em conformidade com o PGA para a Construção de Instalações. O resto do oleoduto marinho será instalado usando um batelão especial para a colocação de condutas. O tipo de batelão que irá muito provavelmente ser usado é um batelão tipo S-lay ancorado, conforme ilustrado na Figura 2.14. Os batelões apropriados têm tipicamente um comprimento entre 120 e 150m, que inclui uma longa estrutura de apoio saliente, designada por stinger. A embarcação manterá o posicionamento e velocidade correctos usando âncoras. Os troços do oleoduto serão transportados para o batelão de posicionamento das condutas em troços de 12m de comprimento por um batelão separado. O batelão de colocação das condutas une as várias secções das condutas soldando-as, e aplicando depois um revestimento por cima do aço nu como parte do sistema de protecção do oleoduto contra a corrosão. À medida que o oleoduto vai ficando mais longo, a embarcação vai avançando de forma a colocar progressivamente a conduta no leito do mar. Depois de se finalizar a colocação das condutas marinhas, será instalada a base da coluna de ascensão no ponto de junção da linha adutora. Estas técnicas de construção serão confirmadas e discutidas no Capítulo de Descrição do Projecto do REIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-24 Figura 2.14 Exemplo de um Batelão para Colocação de Condutas para a Instalação do Oleoduto marinho Fonte: www.2b1stconsulting.com Construção da FSO / Torre de Ancoragem e comissionamento mecânico A construção e conversão da FSO incluindo o fabrico do casco, dos costados, integração da torre de ancoragem e comissionamento em terra serão concluídas num Estaleiro de Construção designado. A Torre de Ancoragem será fabricada separadamente noutras instalações e transportada para um estaleiro de construção designado para a sua integração e colocação em funcionamento. Durante a construção deve-se confirmar que todos os trabalhos completados sejam submetidos a testes e que seja obtida a certificação de comissionamento mecânico exigido antes da entrega dos sistemas à equipa de colocação em funcionamento. O comissionamento mecânico requer que todas as actividades de construção e de instalação relacionadas, mas não limitadas, ao equipamento, condutas, serviços eléctricos, instrumentação/ controlo e serviços afins sejam fisicamente finalizados e que sejam efectuadas inspecções de verificação/ testes a um nível considerado aceitável para a Sasol. Serão executados trabalhos adicionais de construção para o desenvolvimento e comissionamento da base de apoio marinho no Porto da Beira e Embarcação de Apoio Marítimo (MSV). Prevenção de Acesso Relativamente às actividades de construção o acesso para as áreas de construção já existente, as mesmas não terão alteração. No entanto, o acesso ao corredor do oleoduto durante as actividades de construção, especificamente ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-25 nas frentes de trabalho da obra e nas valas abertas, será limitado a fim de garantir a segurança do público. Durante a construção, qualquer impedimento ao acesso será discutido com as partes afectadas e serão estabelecidas rotas alternativas por decisão consensual com a Sasol. Durante a instalação do oleoduto marinho e das infra-estruturas submarinas incluindo o sistema de ancoragem será estabelecida uma zona exclusiva de segurança com um raio de 500m em redor das instalações e das embarcações de apoio. Durante as fases de trabalhos de preparação e de construção, não será permitido o acesso à zona exclusiva de segurança a navios, barcos de pesca e outras embarcações. Esta zona exclusiva de segurança será patrulhada por embarcações de apoio a funcionarem na área. 2.7.3 Fase 3: Pré-Comissionamento e Comissionamento Comissionamento do cais da FSO e Testes no Mar As actividades de comissionamento em terra (cais) serão finalizadas no Estaleiro de Conversão antes da partida da FSO de forma a confirmar que todos os sistemas exigidos pela Classe designadas sejam satisfatoriamente entregues para operações. O comissionamento da FSO incluirá também um período de testes no mar. Logo que os sistemas estejam a funcionar adequadamente a FSO será entregue à gestão de operações pelo período de duração do transporte para o local da instalação em Moçambique. Transporte, Instalação e Conexão da FSO A FSO partirá das instalações de conversão do navio-tanque (localização a ser confirmada) em completa aderência aos requisitos relativos a Classe e Bandeira (Secção 2.6.3) e será rebocada ou deslocada por autopropulsão para a localização da FSO. Após a chegada da FSO à área designada, e estando disponíveis condições meteorológicas adequadas, uma embarcação de apoio apanhará os cabos de ancoragem que forma pré-colocados no leito do mar e fará a ligação destes à TMS. Depois da ligação do último cabo de ancoragem , a FSO será classificada com uma instalação. Após se ter finalizado a sua instalação, a FSO será ligada às infra-estruturas submarinas, nomeadamente o umbilical e a coluna de ascensão. Estando completada a FSO e a ligação dos sistemas submarinos, ambos sistemas podem ser integrados e feita a colocação integral em serviço, nomeadamente pode iniciar a introdução de hidrocarbonetos. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-26 Pré-comissionamento e Comissionamento do Oleoduto Antes do início normal de operações do oleoduto, este será submetido a um teste de resistência e preparado para a introdução de petróleo leve estabilizado. Isso irá exigir os passos indicados a seguir: Limpeza inicial do oleoduto; Enchimento do oleoduto com água; Testes hidráulicos (teste da resistência do oleoduto através da introdução de água à pressão no mesmo); Desumidificação do oleoduto; e Enchimento do oleoduto com petróleo leve estabilizado (Colocação em Serviço). Serão introduzidos medidores de inspecção de oleoduto no oleoduto para efectuar a limpeza do mesmo, e confirmar que a qualidade do oleoduto está em linha com os limites aceitáveis. O oleoduto será então enchido com água para os testes hidráulicos. Para se encher o troço terrestre do oleoduto, serão necessários cerca de 3 000 m3 de água doce. Os furos existentes presentemente usados pela Sasol constituirão a fonte preferida de água e estes podem ser complementados com poços novos caso não exista um fornecimento suficiente de água doce para a realização dos testes. A água será extraída dos furos a uma taxa baixa de extracção (aproximadamente 0.03 m3/s) antes de ser bombeada para dentro do oleoduto. Serão necessários aproximadamente 3 000 m3 de água do mar para o enchimento do oleoduto marinho, sendo esta água extraída do mar no ponto de localização da FSO a uma taxa baixa de extracção e com o uso de filtros ou telas de exclusão a fim de minimizar a entrada de vida marinha. Logo que o oleoduto esteja cheio, este e o equipamento submarino serão submetidos a testes hidráulicos a fim de confirmar que a integridade estrutural do oleoduto e para verificar se existem fugas. Os troços terrestre e marinho do oleoduto serão submetidos separadamente aos testes hidráulicos. A água usada para os testes dos troços terrestre e marinho do oleoduto será filtrada e tratada com uma mistura de produtos químicos formulados para minimizar a corrosão do oleoduto. Os produtos químicos e aditivos específicos que irão ser usados serão seleccionados em conformidade com os sistemas de classificação aprovados a nível internacional, com a intenção de usar produtos químicos que sejam menos nocivos ao ambiente. Logo que os testes hidráulicos tenham sido finalizados para ambos os troços do oleoduto, todo o oleoduto será desidratado. Será feita uma descarga de aproximadamente 6 000 m3 de água trata da FSO durante um período de cerca ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-27 de 24 horas. A desumidificação irá necessitar de inspecção em linha a fim de remover a água do oleoduto, e os medidores de inspecção de oleoduto utilizados tanto serão accionados por ar comprimido ou por petróleo leve (ou seja, durante a colocação do oleoduto em funcionamento). A colocação do oleoduto em funcionamento (enchimento com hidrocarbonetos) não será iniciada até que a FSO esteja ligada ao oleoduto e todo o sistema seja aceite como estando pronto a entrar em serviço pela Sasol. A colocação do oleoduto em funcionamento será feita através do enchimento do oleoduto com petróleo leve estabilizado transportado da LPF fazendo primeiro a deslocação de um medidor de inspecção de oleoduto através do oleoduto terrestre e depois do oleoduto marinho até à FSO. A operação de enchimento será acompanhada através de medições cuidadosas do volume de petróleo leve estabilizado introduzido no oleoduto. 2.7.4 Fase 4: Actividades Operacionais Armazenamento e Exportação de Petróleo Leve A FSO receberá um fluxo contínuo de petróleo leve estabilizado provindo da LPF. A FSO terá um sistema de Gás Inerte (GI) e de ventilação, cuja função é manter, permanentemente, uma atmosfera não explosiva nas áreas de armazenamento, recepção e tanques de depósito da carga. A ventilação dos tanques na FSO irá ocorrer durante o carregamento à medida que os tanques são enchidos com petróleo leve estabilizado e o gás localizado por cima do petróleo leve estabilizado é deslocado. A composição do gás ventilado irá variar dependendo da fase de carregamento. No início do enchimento do tanque, o gás inerte será quase todo retirado; a seguir enquanto uma mistura de gás inerte e de vapores de hidrocarbonetos (compostos orgânicos voláteis) será retirada à medida que o tanque enche. A maior parte dos vapores residuais de hidrocarbonetos no petróleo leve estabilizado será removida através do processo de estabilização na LPF. Será desenvolvido um Plano de Gestão de Compostos Orgânicos Voláteis (COV) em conformidade com o Anexo VI da MARPOL (Prevenção da Poluição Atmosférica Causada por Navios) para o armazenamento do petróleo leve estabilizado a bordo da FSO com o objectivo de minimizar as emissões COV através de procedimentos eficazes de controlo e de manutenção. O sistema de carga a bordo da FSO terá capacidade para isolar, de forma independente, qualquer tanque para inspecção, manutenção e reparações sem interromper o uso dos outros tanques tanto para carregamento como para o descarregamento. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-28 Operações de Descarregamento O petróleo leve estabilizado armazenado na FSO será descarregado periodicamente através de uma mangueira de descarga de carcaça dupla para um navio aliviador posicionado por trás da FSO (ou seja, em tandem) (Figura 2.15). Serão aplicadas zonas de segurança dupla durante as operações de descarregamento com a aplicação de uma zona exclusiva de segurança com um raio de 500m em redor da FSO e do navio aliviador. Figura 2.15 Descarregamento da FSO para o Navio Aliviador Figura 2.16 Esquema da Zona Exclusiva de Segurança Dupla –FSO e Navio Aliviador ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-29 Antes da adjudicação dos contractos para o descarregamento para exportação, a Sasol fará uma avaliação completa da adequabilidade dos navios aliviadores para a transferência segura do petróleo leve. Os navios aliviadores terão que aderir à Apólice de Seguros Marítimos (MAP) da Sasol que rege todos os requisitos de descarregamento. A Sasol fará a elaboração da MAP para as operações de descarregamento, a qual incluirá as disposições necessárias relativas à formação e competência da tripulação, manutenção da embarcação e resposta de emergência durante incidentes marinhos. De forma a garantir que os trabalhadores a bordo da FSO possuam a competência para executar as suas funções, a Sasol fará o desenvolvimento de um Sistema de Gestão de Garantia de Competências (CMAS) integrado no plano de Prontidão e Garantia Operacional para o Projecto. A capacidade do sistema de exportação da FSO será projectada de forma a minimizar a período de descarregamento. O descarregamento da carga de 300 000 bbls levará, tipicamente, 24 horas a efectuar, incluindo as operações de conexão e desconexão. O descarregamento da FSO através dos navios aliviadores será executado em cada 20 a 28 dias. Os sistemas de ancoragem dos navios aliviadores serão equipados com um Gancho de Liberação Rápida (do inglês Quick Release Hook ). Este conjunto QRH será instalado em conformidade com as directrizes do Fórum Marinho Internacional de Companhias Petrolíferas (OCIMF), integrado no sistema de manuseamento de carga. O QRH desligará automaticamente caso o nível de cargas seguras a serem descarregadas seja excedido durante o descarregamento. O sistema de carga da FSO será projectado e operado para minimizar derrames de petróleo leve estabilizado resultantes de quaisquer danos ao casco do navio ou ao sistema de manuseamento de carga. As medidas de prevenção de poluição incluem: Plataforma FSO com casco duplo (ou seja, com duas camadas completas de superfície impermeável do casco caso o casco exterior fique danificado e apresente fugas); Mangueira de descarga de carcaça dupla montada com um acoplamento de engate autovedante, à prova de fugas; Válvula de bloqueio de emergência para o sistema de exportação da carga; Lavagem da mangueira para os tanques a bordo após a finalização do descarregamento; e Procedimentos de inspecção e manutenção de mangueira. Adicionalmente, as embarcações de apoio e a FSO terão equipamento de combate a incêndios e de resposta a derrames a bordo, em conformidade com os requisitos da classe, a fim de reagir a potenciais derrames operacionais resultantes de pequenas fugas, queda de objectos, transferência e armazenamento de gasóleo, e incidentes relacionados com as actividades de ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-30 descarregamento. Haverá também um sistema de Encerramento de Emergência (ESD) e um sistema de detecção Fogo e Gás (F&G). A base da coluna da ascensão terá uma Válvula Submarina de Isolamento (SSIV), que actuará como um sistema de segurança à prova de falhas que proporciona a paragem do fluxo do petróleo leve estabilizado a ser transportado para a FSO na base da coluna de ascensão por controlo remoto a partir da FSO Produção de Energia Eléctrica e Serviços de Apoio1 na FSO A produção da energia eléctrica principal na FSO será feita através de geradores a gasóleo, alimentados com Gasóleo Marítimo. As especificações exactas serão determinadas numa altura posterior durante a fase conceitual do projecto de engenharia e definidas em mais detalhe no Capítulo sobre a Descrição do Projecto no REIA. A FSO irá incluir os sistemas marinhos e de serviços de apoio a bordo: Sistemas de Ar (ou seja, sistemas que utilizam ar comprimido); Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (AVAC); Sistemas de arrefecimento de água; Sistema de água potável; Sistemas de combustível; Estação de tratamento de águas de lastro; Sistema de lavagem de petróleo bruto, para a lavagem dos tanques de carga; Sistemas de drenagem equipados com equipamento de monitorização de descarga de óleo; e Estação de tratamento de águas de esgotos. Os serviços de apoio a bordo da FSO dependerão da embarcação que for seleccionada e da capacidade da embarcação para providenciar esses serviços. Serão providenciados mais detalhes sobre os serviços de apoio a bordo no REIA. 2.7.5 Fase 5: Desmobilização O equipamento e as instalações serão desmobilizadas no final da vida económica do Projecto, que se prevê seja de 15 anos a partir da primeira produção de petróleo leve estabilizado. A desmobilização marinha irá envolver a consolidação da segurança da FSO, do oleoduto marinho e das instalações associadas bem como a remoção de todas as infra-estruturas excepto o oleoduto. O desenho das infra-estruturas submarinas irá permitir a remoção de todas as construções submarinas em conformidade com as melhores práticas internacionais e com a legislação 1 São serviços de apoio a bordo, todos aqueles necessários para dar suporte as operações desenvolvidas a bordo do navio. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-31 nacional, para a sua possível reutilização e reciclagem em terra. Os umbilicais e as colunas de ascensão serão recuperados e descartados em terra usando os procedimentos normais de gestão de resíduos da Sasol, preparados como parte do Plano de Desmobilização geral, para equipamento potencialmente contaminado por petróleo. A FSO será separada das linhas de ancoragem, as quais serão colocadas no leito do mar. A FSO será então rebocada do seu posicionamento como plataforma de operação para um estaleiro designado. As linhas de ancoragem e as âncoras serão recuperadas, de uma forma semelhante a como foram instaladas. Estas serão descartadas em terra usando os procedimentos normais de gestão de resíduos da Sasol. A estratégia geral para a desmobilização da FSO e da estrutura de ancoragem é assegurar um impacto mínimo permanente no ambiente marinho e outros utilizadores do mar. A desmobilização em terra envolve consolidar a segurança de todas as instalações terrestres juntamente com a remoção de todas as infra-estruturas acima do nível do solo que não voltarão a ser usadas. A restauração da rota do oleoduto terrestre e do ROW será feita em conformidade com os requisitos regulamentares e os estipulados na licença. A estratégia geral para a desmobilização do Projecto é assegurar um impacto mínimo no ambiente terrestre e marinho e a outros utilizadores da Área do Projecto. Portanto, a remoção será feita de forma a evitar quaisquer efeitos adversos significativos. Durante a Fase da AIA será desenvolvido um Plano de Desmobilização e Reabilitação (PDR), que será sujeito a uma revisão e actualização dois anos antes do final da vida útil do Projecto. A desmobilização será executada de forma a cumprir, no mínimo, os requisitos regulamentares vigentes nessa altura. O PDR constitui um requisito da legislação nacional de Moçambique (Lei dos Petróleos 21/2014) e as melhores práticas internacionais, e visa garantir que as empresas que exploram grandes unidades industriais identifiquem e estabeleçam provisões suficientes para os custos de encerramento das instalações. 2.7.6 Emissões, Descargas e Resíduos Emissões Atmosféricas As emissões produzidas durante as fases de trabalhos de preparação e de construção estarão relacionadas essencialmente com a poeira resultante do desmatamento e das emissões das viaturas de construção ao longo da rota do oleoduto. Durante a fase operacional não haverá qualquer descarga de ventilação do oleoduto. As emissões durante a fase operacional serão limitadas às associadas com as bombas usadas na exportação, situadas na LPF, e com o carregamento e descarregamento da FSO. Estas últimas emissões resultarão da ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-32 produção de energia eléctrica, ventilação de gás inerte a partir dos tanques FSO e incineração de resíduos. Estas emissões irão incluir Monóxido de Carbono (CO), óxidos de azoto (NOx) e óxidos de enxofre (SOx), Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) e partículas em suspensão. Ruído As actividades de construção terrestre do Projecto e o equipamento relacionado irão aumentar o ruído na área local Posicionamento Dinâmico (DP) – é um durante os trabalhos de preparação, e durante as sistema controlado por fases de construção e operacional. computador para manter Durante o comissionamento e a operação será automaticamente a posição e aproamento de produzido algum ruído pelas bombas de uma embarcação por exportação localizadas na LPF. meio das hélices e dos propulsores A FSO, embarcações de instalação, navios aliviadores e embarcações de apoio irão criar ruído no ambiente marinho durante a sua mobilização para o local e enquanto no local de serviço usando o sistema de posicionamento dinâmico. O ruído das embarcações é primariamente atribuído à cavitação das hélices e motores de propulsão (ou seja, ruídos transmitidos através do casco da embarcação). Aumento de Tráfego Haverá um aumento na actividade de viaturas de construção em terra, devido ao fornecimento e transporte de material da Beira e de Maputo. Serão necessários aproximadamente 200 carregamentos de camião durante um período de nove meses. Serão desenvolvidas e incluídas no PGA revisto de Construção de Infra-estruturas, as medidas de gestão de tráfego. A construção, instalação, comissionamento e movimentação de embarcações de apoio irão aumentar o tráfego de embarcações marítimas do Porto da Beira até ao corredor do oleoduto marinho e localização da FSO. Iluminação A FSO ficará iluminada permanentemente por motivos de segurança e para fins operacionais e terá uma iluminação semelhante à de um navio-tanque. O local da FSO foi seleccionado de forma a minimizar o risco do impacto da iluminação nas ilhas e área continental mais perto e este aspecto será confirmado durante o Processo da AIA. Eliminação de Resíduos Sólidos Durante todas as fases do Projecto, serão produzidos resíduos perigosos e não perigosos tanto em terra como no mar. Toda a gestão de resíduos será feita em conformidade com os requisitos da legislação de Moçambique incluindo o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (Decreto Nº. 94/2014). Os ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-33 resíduos de construção terrestre e marinha serão geridos pelos empreiteiros de construção. Os resíduos da construção terrestre serão geridos em conformidade com o PGA existente para a Construção de Infra-estruturas. Durante a Fase da AIA será adicionada uma nova secção sobre resíduos marinhos ao PGA existente para a Construção de Infra-estruturas. Durante a fase operacional, a maior parte dos resíduos será gerada pela operação da FSO. Estes resíduos serão incinerados ou reenviados por via marítima para a base de abastecimento marinho onde serão reutilizados ou reciclados, onde possível, ou eliminados através de empresas locais de gestão de resíduos devidamente licenciados. Os tipos de resíduos que serão produzidos e os possíveis métodos de eliminação não estão ainda confirmados. No entanto, os tipos típicos de resíduos e os potenciais métodos de eliminação com base nas boas práticas industriais estão apresentados na Tabela 2.5. Tabela 2.5: Tipos Típicos de Resíduos e Possíveis Rotas de Eliminação Tipo Possível Método de Eliminação Resíduos Perigosos Tintas, colas, solventes Incineração – tipicamente latas parcialmente usadas que devem ser secadas e posteriormente incineradas. Os recipientes metálicos podem ser recuperados e reciclados. Tambores vazios que contêm resíduos perigosos Outros - tipicamente os tambores são descontaminados em instalações apropriadas, e então enviadas para a sua reciclagem Lubrificantes, óleos de motor, óleo hidráulico, Reciclagem ou Incineração petróleo bruto Transformadores, capacitores, baterias, Reciclagem / incineração/ outros – itens como aerossóis, filtros contaminados, trapos oleosos, por exemplo baterias e capacitores devem ser refrigerantes, absorventes enviados para instalações especializadas em reciclagem. Lamas / Líquidos / Lavagem de tanques: Reciclagem ou Incineração derrames de petróleo, metais pesados, águas de lavagem de tanques, cera usada pelos medidores de inspecção/limpeza Não perigosos Fluidos não perigosos Aterro sanitário Tambores metálicos / de plástico vazios, latas Reciclagem/ aterro sanitário de tinta secas Sucata metálica, cabos de aço, tubagem não Reciclagem/ aterro sanitário contaminada, cabos eléctricos Latas de alumínio, papelão, papel, madeira, Reciclagem/ aterro sanitário borracha, plásticos, vidro, lâmpadas fluorescentes, óleo de cozinhar Lixo de cozinha, resíduos do alojamento, Incineração/ aterro sanitário resíduos do compactador Águas não perigosas de lavagem do tanque Incineração Fonte: extraído de LMC, 2016 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-34 Eliminação das Águas Residuais Em Terra As instalações sanitárias portáteis e os acampamentos existentes serão utilizados para providenciar instalações sanitárias para as actividades de construção em terra. As águas pluviais serão geridas nos acampamentos existentes em conformidade com os planos de gestão existentes. Eliminação das Águas Residuais no Mar A operação das instalações, construção e embarcações de apoio irão resultar em descargas de rotina para o mar (ou seja, águas de esgotos, resíduos alimentares, águas de porão, água de lastro e drenagem do convés). Uma descarga única para o mar inclui um volume estimado de 6 000 m3 de águas dos testes hidráulicos do oleoduto em terra e no mar; que potencialmente contêm corantes, absorvedores de oxigénio e inibidores de corrosão. Quando se faz a desumidificação dos oleodutos e das colunas de ascensão (ou seja, a sua lavagem) após os testes de pressão e tratamento, estes fluidos serão bombeados através do oleoduto para a FSO para a sua descarga no mar. As descargas de rotina do projecto irão incluir tipicamente: águas de esgotos, águas cinza, resíduos alimentares, drenagem do convés, águas de porão, água de lastro, água salobra e água de arrefecimento. Os volumes antecipados de descarga e os métodos de tratamento serão avaliados durante o processo da AIA. Os fluxos de descarga serão tratados consoante os padrões nacionais e internacionais exigidos (por ex., MARPOL 73/78) antes da sua descarga. 2.7.7 Uso de Água Doce É provável que a água para o pessoal de construção e para as actividades de construção seja providenciada através dos existentes poços de água subterrânea da Sasol perto da CPF e se possível, das áreas de desenvolvimento de poços no âmbito do APP. Antes da construção, a Sasol procederá à verificação do volume de água exigido e a sua possível disponibilidade a partir dos furos de água existentes, aquíferos e fontes adicionais que possam ser necessárias. Será providenciada água potável engarrafada à tripulação na FSO e em todas as outras embarcações. Toda a outra água necessária para as embarcações de abastecimento será providenciada por uma fonte local de água a ser confirmada no REIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-35 2.7.8 Mão-de-Obra, Equipamento e Serviço de Abastecimento Será necessário pessoal qualificado para prestar apoio tanto às actividades terrestres como marinhas incluindo mas não se limitando a: Trabalhos de preparação e actividades de construção; Base de Apoio da Beira; Acampamentos; Operações de logística (por ex., transporte terrestre, transporte aéreo, operações marinhas / no cais, manuseamento de material, carregamento e transporte); Operações da FSO; Operações das embarcações de instalação; e Embarcações de apoio Os requisitos em termos de trabalhadores serão alcançados através de uma combinação de recrutamento directo de trabalhadores, contractos terceirizados e consultores bem como provedores terceirizados de serviços. Nos casos onde existam trabalhadores moçambicanos disponíveis para apoiar as operações da Sasol, tanto recrutados directamente como através de terceiros, a Sasol irá assegurar que sejam providenciadas oportunidades de emprego para estes trabalhadores, tanto quanto possível. Os requisitos para recrutamento directo (trabalhadores da Sasol) e indirecto (serviços contratados) irão mudar com cada fase do Projecto até às operações de produção. Um dos objectivos principais é atrair, desenvolver e reter profissionais qualificados, com desempenho elevado. A Sasol irá continuar a promover o recrutamento de mão-de-obra local através do existente Fórum de Ligação Comunitária (CLF) em Inhassoro e em Govuro (Pande). Este Fórum inclui representantes da Sasol, dos governos a nível local de Inhassoro e Govuro, e dos Líderes Comunitários que representam cerca de 32 comunidades individuais em ambas as áreas. 2.7.9 Actividades e Prazos do Projecto O Projecto está planeado para ter início no terceiro trimestre do ano 2019 e estar pronto para entrar em funcionamento no terceiro trimestre do ano 2021 (Figura 2.17). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-36 Figura 2.17: Prazos Preliminares do Projecto 2.8 PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA DE EMERGÊNCIA A Sasol tem um Plano de Resposta de Emergência já existente para todas as actividades em Temane, que será submetido a uma revisão e actualizado durante a Fase da AIA a fim de incluir as actividades deste Projecto. Os objectivos deste plano de resposta de emergência são de garantir que todas as situações de emergência levem em consideração: A segurança de todos os trabalhadores da SPT e trabalhadores do prestador de serviços; A segurança da CPF; A protecção do ambiente; e A avaliação rápida e contenção da situação de emergência. A Sasol também desenvolveu um Plano Táctico de Reacção (TRP), juntamente com o Plano de Contingência para Derrames de Petróleo (OSCP), para os activos de produção dos campos de Temane, Pande e Inhassoro. Estes planos também serão sujeitos a uma revisão e actualizados para incluir as actividades deste Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-37 2.9 PROCEDIMENTOS DE COMPENSAÇÃO A Sasol adoptou e implementou as políticas e procedimentos de compensação do Grupo Banco Mundial e possui um procedimento de compensação existente, para o desenvolvimento de actividades em terra e no mar na região, que será actualizado para incluir este projecto. No âmbito do quadro providenciado pela política, procedimentos e directivas, a Sasol adoptou os objectivos seguintes: Evitar impactos a pessoas e aos seus bens sempre que viável através de um planeamento integrado e iterativo; Nos casos em que os impactos a pessoas e aos seus bens sejam inevitáveis: Minimizar o âmbito e a magnitude dos impactos; Tratar todas as partes afectadas com o devido respeito, dignidade e justiça; Pagar uma compensação justa e equitativa às partes afectadas consoante o nível a que estas partes foram afectadas pelas actividades do projecto; Auxiliar as partes afectadas na sua adaptação ao novo ambiente; e Monitorizar os efeitos dos impactos do projecto por um período e tempo após a finalização do projecto e tomar as acções necessárias para solucionar questões que possam surgir. A Sasol tem um programa detalhado de desenvolvimento socioeconómico que é gerido e executado a nível central em termos do qual todos os programas de desenvolvimento socioeconómico da Sasol são efectivamente aplicados e, portanto, e não formam parte do procedimento de compensação. A Sasol definiu a rota do oleoduto terrestre de forma a minimizar a necessidade de deslocamentos económicos e reassentamentos. A Sasol fará a monitorização de potenciais danos ou perda de bens ou machambas antes, durante e depois das actividades chave; o mapeamento desta monitorização com base em dados documentados e confirmação de tendências. Nos casos onde seja identificada uma potencial ligação entre as actividades da Sasol e danos ou perda de bens ou de machambas, os pedidos de compensação serão avaliados. A Sasol fará a monitorização dos volumes de pescado através do Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pescas de Pequena Escala (IDPEE) e o seu mapeamento com base em dados documentados e confirmação de tendências. Nos casos onde seja identificada uma potencial ligação entre as actividades da Sasol e reduções nos volumes de pescado, os pedidos de compensação serão então avaliados. A Sasol fará a monitorização das actividades de turismo na Área do Projecto e o seu mapeamento com base em dados documentados e confirmação de tendências. Nos casos onde seja identificada uma potencial ligação entre as actividades da Sasol e uma redução na actividade turística, os pedidos de compensação serão então avaliados. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 2-38 3 QUADRO LEGAL E PADRÕES DE MELHORES PRÁTICAS 3.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo apresenta dados pormenorizados sobre o quadro legislativo aplicável ao processo da AIA associado ao Projecto do Oleoduto e FSO da Sasol para o escoamento do petróleo leve estabilizado. Este Capítulo apresenta as leis nacionais (Moçambicanas) consideradas aplicáveis e relevantes para a implementação de todas as componentes do Projecto. Acresce salientar que a Sasol está comprometida a agir em conformidade com as directrizes e padrões internacionais (Princípios do Equador, Políticas Operacionais do Grupo Banco Mundial e Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional – IFC International Finance Corporation) nos casos em que estes sejam mais rigorosos ou mais detalhados do que os padrões nacionais e ou quando não exista normativa ou padrões em Moçambique. 3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NACIONAL A gestão ambiental na sua totalidade, em particular o processo da AIA, é regulamentada por várias leis e regulamentos nacionais. Estes encontram-se apresentados na Secção a seguir. 3.2.1 A Constituição da República de Moçambique A Constituição é a lei suprema do País e qualquer acto ou conduta que seja inconsistente com os princípios consagrados na Constituição é considerado ilegal. A Constituição prevê a protecção do ambiente natural bem como de outros direitos socioeconómicos nos termos dos artigos indicados a seguir: “Artigo 117º (1): O Estado promove iniciativas para garantir o equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente visando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.” “Artigo 111º: Na titularização do direito de uso e aproveitamento da terra, o Estado reconhece e protege os direitos adquiridos por herança ou ocupação, salvo havendo reserva legal ou se a terra tiver sido legalmente atribuída à outra pessoa ou entidade.” “Artigo 112º (2): O Estado propugna a justa repartição dos rendimentos do trabalho.” “Artigo 90º (1): Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender.” ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-1 3.2.2 A Lei do Ambiente A Lei do Ambiente (Decreto Nº. 20/1997 de 1 de Outubro) foi aprovada pelo Parlamento Moçambicano em Julho de 1997. O objectivo desta lei é de estabelecer um quadro legal para o uso e gestão correcta do ambiente e seus componentes. Os princípios fundamentais da gestão ambiental em Moçambique incluem: O melhoramento da qualidade de vida dos cidadãos e protecção da biodiversidade e dos ecossistemas do país; Reconhecimento e valorização das tradições e conhecimentos das comunidades locais; Os poluidores responsáveis pela degradação ambiental serão responsabilizados pelas medidas de reabilitação ou custos de compensação; Proibição da descarga de quaisquer substâncias poluidoras no solo, subsolo, água ou atmosfera ou de qualquer outra forma de degradação do ambiente, que não respeite os limites estipulados por lei; Proibição de importação de desperdícios perigosos ou de resíduos perigosos, excepto consoante previsto na legislação específica; e Priorização dos sistemas de prevenção contra a degradação ambiental. Com foco no processo da AIA, os Artigos 15º a 17º estabelecem que qualquer actividade, que devido à sua localização, concepção ou escala, possa causar impactos ambientais significativos, requer uma Licença Ambiental concedida pelas autoridades competentes. A decisão final sobre a emissão da licença por estas autoridades é condicionada pelos resultados do processo de AIA. 3.2.3 Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental aprovado pelo Decreto Nº. 45/2004 de 29 de Setembro conforme alterado através do Decreto Nº. 42/2008 de 4 de Novembro, define os procedimentos que devem ser cumpridos no processo de AIA. Em termos do Artigo 2º, os requisitos estipulados por este Decreto aplicam-se a todas as actividades públicas ou privadas que podem, directa ou indirectamente, influenciar o ambiente, em conformidade com os termos do Artigo 3º da Lei Ambiental. Em termos do Artigo 3º, o Projecto deve ser avaliado com base nos critérios estabelecidos para a definição de categorias (projectos de Categoria A, B e C) e critérios ambientais adicionais definidos nos Artigos 6º, 7º e 8º para determinar os requisitos do processo da AIA. O projecto foi classificado como um ‘Projecto de Categoria A’ pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-2 Rural (MITADER) e será, portanto, sujeito à elaboração de um Relatório completo de Impacto Ambiental (REIA). Nota: Foi publicado no Decreto Nº. 54/2015 o novo Regulamento que rege o processo de Avaliação de Impacto Ambiental em Moçambique, e que entrou em vigor a 30 de Março de 2016. Contudo, o Projecto do Oleoduto e da FSO da Sasol foi registado ao abrigo do Decreto Nº. 45/2004 e será conduzido em conformidade com os requisitos contidos nesta legislação. A aplicação dos novos requisitos num processo que já está em andamento será discutida com o MITADER como parte da apresentação do presente EPDA. 3.2.4 Alterações ao Processo de Avaliação de Impacto Ambiental As Alterações ao Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto Nº. 42/2008 de 4 de Novembro) prevêem as revisões e alterações a certos Artigos do Decreto Nº. 45/2004. As alterações indicadas a seguir têm uma possível significância para este Projecto: Alteração ao Artigo 18º que especifica os prazos para a emissão de decisões incluindo a disposição adicional de prazos relativos à revisão dos PGAs; Alteração ao Artigo 20º no que se relaciona com a validade das licenças ambientais, e especificamente os requisitos aplicáveis à renovação de licenças; e Alteração ao Artigo 25º no que se relaciona com o aumento nas taxas de licenciamento ambiental, e taxas relativas a alterações em licenças. 3.2.5 Directiva Geral para os Estudos de Impacto Ambiental A Directiva Geral para os Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 126/2006 de 19 de Julho) estabelece os requisitos relativos ao conteúdo e informação para um REIA. Esta directiva estabelece ainda os requisitos mínimos do REIA a respeito da estrutura da informação e do relatório. 3.2.6 Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no Processo de Avaliação de Impacto Ambiental A Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 130/2006 de 19 de Julho) expandese sobre os requisitos processuais aplicáveis ao processo de participação pública, conforme estabelecidos no regulamento para a AIA. Esta directiva estabelece as normas e princípios gerais que devem ser cumpridos na realização do processo de participação pública. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-3 3.2.7 Legislação Específica A ERM também irá levar em consideração a legislação indicada a seguir: Decreto Nº. 56/2010 – Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas – Determina o processo da AIA a ser implementado às Operações Petrolíferas. Define as categorias de actividade do projecto e o nível de avaliação ambiental exigido para cada uma das categorias; Lei Nº. 21/2014 – Lei dos Petróleos – Estabelece o sistema de atribuição de direitos para realizar operações petrolíferas e a respectiva desmobilização no país, incluindo aspectos relacionados com Segurança e Protecção Ambiental e com a descarga de resíduos oleosos e águas residuais contaminados; e Decreto Nº. 34/2015 – Regulamento para as Operações Petrolíferas – estabelece os requisitos operacionais, incluindo aspectos relacionados com segurança, saúde e protecção ambiental e apresenta uma lista das questões ambientais a serem levadas em consideração durante operações petrolíferas. 3.3 LEGISLAÇÃO DE APOIO RELEVANTE AO PROJECTO Para além da legislação primária discutida anteriormente neste Capítulo, apresenta-se na Tabela 3.1 a legislação ambiental suplementar e outra legislação relevante: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-4 Tabela 3.1 Sectores Lista de Legislação Ambiental Suplementar e Outra Legislação Relevante Lei / Decreto Lei Nº. 10/99 de 7 de Julho Decreto Nº. 12/2002 de 6 de Junho conforme alterado pelo Decreto Nº. 11 / 2003 de 25 de Março AMBIENTAL Lei Nº. 16/2014 de 20 de Junho Decreto Nº. 25/2011 de 15 d Junho Decreto Nº. 18/2004 de 2 de Junho conforme alterado pelo Decreto Nº. 67/2010 de 31 de Dezembro Decreto Nº. 11/2006 de 15 de Junho Decreto Nº. 83/2014 de 31 de Dezembro Decreto Nº. 94/2014 de 31 de Dezembro Título Descrição Estabelece os princípios relacionados com a formalização de áreas protegidas e a gestão dos Lei de Florestas e Fauna recursos florestais e de fauna bravia. O Artigo 13º estabelece a necessidade de protecção de Bravia locais de valor histórico e cultural para as comunidades locais. Estabelece regulamentos adicionais em apoio à Lei de Florestas e Fauna Bravia. Este Regulamento de Florestas e regulamento determina os princípios orientadores associados a gestão, protecção, uso e Fauna Bravia exploração de recursos florestais e de fauna bravia. Estabelece os princípios e regras básicas sobre a protecção, conservação, restauração e uso Lei sobre a Conservação da sustentável da diversidade biológica nas áreas de conservação, bem como o quadro para a Biodiversidade gestão integrada para o desenvolvimento sustentável do país. Regulamento Sobre o Este Regulamento define a auditoria ambiental como uma ferramenta de gestão para a Processo de Auditoria avaliação sistemática, documentada e objectiva da operação e organização do sistema de Ambiental gestão e dos processos de protecção e controlo ambiental. Regulamenta e assegura o controlo e monitorização efectivos sobre a qualidade do ambiente Regulamento sobre os e dos recursos naturais. Estabelece padrões e regulamentos específicos sobre a qualidade da Padrões de Qualidade água, emissões atmosféricas e ruído. Estes regulamentos terão relevância durante a fase de Ambiental e Emissão de construção do Projecto e com relação ao armazenamento de combustível durante as Efluentes operações. Regulamentos sobre Regulamenta as actividades associadas a supervisão, controlo e conformidade com os Inspecções Ambientais padrões de protecção ambiental a nível nacional. Regulamento sobre Resíduos Estabelece o quadro legal para a gestão de resíduos perigosos em Moçambique de forma a Perigosos minimizar os impactos negativos sobre a saúde social e sobre o ambiente. Estabelece o quadro legal para a gestão de resíduos sólidos urbanos em Moçambique de Regulamento sobre a Gestão forma a minimizar os impactos negativos sobre a saúde social e sobre o ambiente. Este de Resíduos Sólidos Urbanos regulamento determina as regras para a classificação de resíduos sólidos, as formas de separação, a recolha e transporte, tratamento e eliminação d dos mesmos. 3-5 DIREITOS FUNDIÁRIOS / AQUISIÇÃO DE TERRAS RECURSOS HÍDRICOS Sectores Lei / Decreto Título Lei Nº. 16/1991 de 3 de Agosto Lei de Águas Descrição Estabelece a base para a gestão dos recursos hídricos e defende a política de “utilizador pagador” e “poluidor pagador”. Em casos de uso ou aproveitamento privativo de água, esta lei determina que será dada total prioridade ao abastecimento de água à população (consumo humano e atendimento às necessidades sanitárias). Para além disso proíbe o uso privado de água nos casos em a disponibilização do uso dessa água seja prejudicial para o ambiente. O Artigo 18º nomeia as Administrações Regionais de Água como sendo as instituições responsáveis pela gestão dos recursos hídricos subterrâneos e de superfície e que atribuem as competências de gestão, controlo e planeamento incluindo a aprovação de trabalhos de construção de obras hidráulicas. Neste contexto, a Administração Regional de Água (designada por ARA-Sul) foi estabelecida para a gestão de Bacias Hidrográficas dentro das fronteiras de Moçambique Os Artigos 25º e 26º especificam o aproveitamento privativo de água e prioridades associadas. No caso de aproveitamento privativo de água, a lei estipula, no Artigo 26º, que o abastecimento de água à população, para consumo humano e para satisfação das necessidades sanitárias, tem prioridade sobre os demais usos privativos. Faz ainda referência ao facto de que não é autorizado o uso privativo de água em prejuízo das quantidades necessárias à protecção ao ambiente. Lei Nº. 19/1997 de 1 de Outubro Deve-se destacar que os direitos ao aproveitamento privativo de água podem ser adquiridos mediante licenciamento ou concessão nos termos desta lei e seus regulamentos (Artigo 25º). Tal inclui obras de carácter não permanente que não alteram as margens ou leitos das correntes, lagos, lagoas ou pântanos (Artigo 32º). Estabelece como princípio geral que, em Moçambique, a terra é propriedade do estado. Esta lei e os seus regulamentos associados estabelecem os direitos de uso de terra e os procedimentos através dos quais os indivíduos e empresas podem obter os direitos de uso e aproveitamento de terra (referidos como DUAT). Adicionalmente, entre outras disposições que merecem uma atenção especial considerando o contexto do Projecto relativamente ao qual esta lei providencia uma orientação legal, contam-se as seguintes: Os impactos dos DUATs existentes relativamente ao Projecto; Os impactos no zoneamento e planeamento do uso da terra para fins sociais e económicos; e Os impactos sobre a agricultura; e Os impactos sobre a saúde pública devido a mudanças ecológicas. Lei de Terras 3-6 Sectores Lei / Decreto Título Descrição Contém regulamentação no que diz respeito à Lei de Terras, Lei Nº. 19/1997 de 1 de Outubro. Este regulamento apresenta várias disposições relacionadas com terras de propriedade pública; direitos de uso de terras; processo de requerimento de títulos de terras, inspecções e taxas. De relevância para o Projecto seriam as disposições incluídas no Artigo 17º, que determina a responsabilização por danos e/ou compensação ao detentor do direito de uso da terra por terras intencionadas para outros usos por um investidor público ou privado. A Lei de Terras descreve os procedimentos a ser cumpridos durante o requerimento e aquisição dos direitos de uso e aproveitamento de terras (DUAT) e estabelece a obrigação de pagamento das respectivas taxas. O Artigo 22º introduz os procedimentos para a aquisição de terras e as autoridades competentes que devem ser envolvidas. REASSENTAMENTO ORDENAMENT O TERRITORIAL Decreto Nº. 66/98 de 8 Dezembro conforme alterado pelo Decreto Nº. Regulamento da Lei de 1/2003 de 18 de Novembro e Decreto Terras Nº. 43/2010 de 20 de Outubro Diploma Ministerial Nº.29/2000 – A de 17 de Março Anexo Técnico ao Regulamento da Lei de Terras Define a abordagem e mecanismo de implementação associados ao processo de apreciação dos títulos. Este anexo técnico contém ainda disposições relativas aos direitos e obrigações das comunidades locais Decreto Nº. 19/ 2007 de 18 de Julho Lei sobre o Ordenamento Territorial Esta lei e estabelece os princípios, objectivos e quadro legal para o ordenamento territorial em Moçambique. Esta lei determina as medidas e procedimentos regulamentares exigidos para o melhoramento dos padrões de vida do povo moçambicano e para o desenvolvimento sustentável. Decreto Nº. 31/2012 de 8 de Agosto Regulamento sobre o Processo de Reassentamento como Resultado de Actividades Económicas Este regulamento estabelece as regras e princípios básicos associados ao reassentamento, como resultado de actividades económicas públicas ou privadas, executadas por cidadãos nacionais ou estrangeiros, pessoas singulares ou colectivas, com vista à promoção da qualidade de vida dos cidadãos e à protecção do ambiente. Resolução Ministerial Nº. 156/2014 Directiva Técnica sobre a Preparação dos Planos de Reassentamento e Processo de Implementação Esta Directiva auxilia a: assegurar e avaliar a conformidade com as metas incluídas nos planos de acção e reassentamento; avaliar o nível de satisfação das necessidades das populações reassentadas; a avaliação técnica e validação da informação recebida a partir do processo de implementação do plano. 3-7 MARINHO Sectores Lei / Decreto Título Decreto Nº. 45/2006 de 30 de Novembro Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro Lei Nº. 4/1996 de 4 de Janeiro Regulamento Geral da Pesca Marítima (REPMAR) O Ministério das Pescas, com base em comentários apresentados pela administração da comissão de pescas, irá determinar a lista de espécies aquáticas sujeitas a um regime de protecção especial, total ou parcial, bem como as condições específicas aplicáveis. Regulamento de Transporte Decreto Nº. 35/2007 de 14 de Agosto Comercial Marítimo Regulamenta o transporte marinho e actividades relacionadas em Moçambique. Carece de autorização (emitida pelo Director Geral do INAMAR) para e realizar quaisquer actividades comerciais marítimas (que se aplica tanto para passageiros como para mercadorias) efectuadas por embarcações sob a jurisdição de Moçambique. TRABALHO Lei do Mar Esta Lei define o contexto legal dos direitos de jurisdição sobre a faixa do mar ao longo da costa moçambicana e contém disposições sobre as bases normativas para a regulamentação da administração e das actividades marítimas do país, e estabelece os direitos da soberania do Estado para fins de exploração e usufruto dos seus recursos naturais. Lei Nº. 23/2007 de 1 de Agosto Lei do trabalho Define os aspectos relacionados com a contratação de trabalhadores, direitos e responsabilidades dos trabalhadores, incluindo higiene, saúde e segurança. Esta lei também trata das, relações de trabalho entre empregadores e trabalhadores e apresenta disposições relacionadas com trabalhadores nacionais e estrangeiros. CULTURA Decreto Nº. 43/2003 de 10 de Dezembro Descrição Prevê a regulamentação do ambiente marinho e costeiro. O Artigo 5º estipula que todos os portos, instalações portuárias, plataformas, instalações com emissões ao longo da costa bem como todas as instalações de apoio associadas devem obrigatoriamente ter instalações adequadas ou meios para a recolha e tratamento de vários tipos de resíduos ou para o combate à poluição. Este decreto estipula ainda que a descarga de substâncias nocivas ou perigosas em águas de jurisdição nacional – que em termos das normas internacionais e do regulamento em vigor aplicáveis à gestão de resíduos, representa um risco mais elevado tanto para a saúde humana como para os ecossistemas aquáticos, incluindo os que sejam temporariamente classificados como tal, como é o caso de águas de lastro, resíduos da lavagem de tanques ou outras misturas que contenham essas substâncias, é proibida. Lei Nº. 10/1988 de 22 de Dezembro conforme alterado pela Lei Nº. 13/2009 de 25 de Fevereiro Lei sobre a Protecção do Património Cultural Estabelece a protecção legal para os bens materiais e imateriais associados com o património cultural de Moçambique (existentes ou ainda a serem descobertos). No que se relaciona com o Projecto, o Artigo 13º estipula a necessidade de se comunicar às devidas autoridades quaisquer descobertas feitas em edifícios, objectos ou documentos, que podem potencialmente ser classificadas como bens do património cultural. 3-8 Sectores Lei / Decreto Título Decreto Nº. 27/1994 de 20 de Julho Regulamento para a Protecção de Bens Arqueológicos Descrição Estabelece os direitos e protecção de recursos que tenham valor arqueológico e histórico. O Artigo 21º do regulamento em referência proíbe a execução de obras de construção e de demolição ou de quaisquer outros trabalhos que possam resultar em mudanças físicas às zonas de protecção de áreas arqueológicas com um elevado valor científico ou que sejam importantes preservar para as gerações futuras. Este regulamento estabelece, inter alia, que a descoberta de artefactos deve ser notificada às autoridades locais (Administração Distrital ou Conselho Municipal) dentro de um prazo de 48 horas. 3-9 3.4 CONVENÇÕES E RESOLUÇÕES Moçambique é signatário de várias convenções e acordos internacionais relacionados com a gestão ambiental e energia, e em certos casos estes têm influenciado o desenvolvimento de políticas, directrizes e regulamentos. O processo de AIA terá que levar em consideração estas convenções e acordos com vista a garantir a conformidade com os mesmos durante as fases de planeamento, construção e operação do Projecto. Moçambique é signatário das seguintes convenções e protocolos internacionais, que têm relevância para este Projecto e serão levados em consideração na Fase da AIA: Tabela 3.2 3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.4.4 3.4.5 3.4.6 3.4.7 3.4.8 3.4.9 3.4.10 Lista das Convenções e Resoluções Nome Ambiente: Aspectos Gerais Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional especialmente Habitats de Aves Aquáticas (Convenção de Ramsar) (1975) Convenção sobre a Diversidade Biológica aprovada pelas Nações Unidas (CBD) (1992) Resolução 45/2003, de 05 de Novembro, que ratifica a Convenção sobre Áreas Tropicais de Importância Internacional que servem como Habitats de Aves Aquáticas Resolução 18/81, de 30 Dezembro, que ratifica a Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais Ambiente: Mudanças Climáticas Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono (1985) Protocolo de Montreal para a Protecção da Camada de Ozono (incluindo as alterações de 1990 e 1999) (1987) Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) e Protocolo de Quioto de 1992 e 1997 (1992 e 1997) Substâncias Perigosas Convenção de Roterdão sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado para Determinados Produtos Químicos e Pesticidas Perigosos no Comércio Internacional (1998) Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (2002) Resíduos Convenção sobre a Proibição da Importação para a África e o Controlo do Movimento Transfronteiriço e Gestão de Resíduos Perigosos em África (Convenção de Bamako) (1991) Convenção de Basileia sobre o Controlo de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e a sua Deposição (1989) Património Convenção da UNESCO para a Protecção do Património Cultural e Natural Mundial (1972) Marinho Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 10 de Dezembro de 1982 Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973, alterada pelo Protocolo correspondente de 1978 (MARPOL 73/78), Anexos I-V (Moçambique não é signatário ao Anexo VI) Resolução 52/2001 de 6 de Novembro concernente à Convenção Internacional e Protocolo sobre a Responsabilidade Civil pelos Prejuízos devidos à Poluição por Hidrocarbonetos Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS), 1974 Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966 Convenção Internacional sobre a Arqueação de Navios, 1969 Convenção sobre o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar, 1972 (COLREGs) Convenção Internacional sobre os Padrões de Formação, Certificação e Vigilância para Marítimos, 1978 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-11 Nome Convenção Internacional sobre Busca e Salvamento Marítimo (SAR) 79 Aprova a Convenção Internacional sobre a Prevenção, Actuação e Cooperação no Combate à Poluição por Hidrocarbonetos (OPRC 90) (1990) Protocolo sobre a Prontidão, Actuação e Cooperação em Incidentes de poluição por Substâncias Perigosas e Nocivas, 2000 (Protocolo OPRC-HNS) Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por danos causados pela poluição por combustíveis de Navios, 2001 Convenção para Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro de África Oriental, Convenção 17/96 de 26 de Novembro Trabalho Convenção sobre a Abolição do Trabalho Forçado, 1957 (Nº. 105) Convenção sobre a Idade Mínima de Admissão ao Emprego, 1973 (Nº. 138) Convenção sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999 (Nº. 182) Direitos Humanos Convenção sobre a discriminação (Emprego e Profissão), 1958 (Nº. 111) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas da Discriminação Racial: 1969 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres: 1981 (CEDAW) Convenção sobre os Direitos da Criança: 1990 Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das Suas Famílias: 2003 Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência: 2008 (ICRPD) 3.5 DIRECTRIZES E PADRÕES INTERNACIONAIS A finalidade da identificação e aplicação das seguintes directrizes e padrões internacionais é de garantir que todas as questões sejam consideradas e geridas em linha com as melhores práticas internacionais. Esta secção descreve as directrizes e padrões internacionais mais relevantes que visam garantir que todas as questões de ordem ambiental e social sejam consideradas e geridas em linha com as melhores práticas internacionais. A Sasol está comprometida a agir em conformidade com as melhores práticas da indústria petrolífera. Nos casos em que não existam padrões ou directrizes em termos da Lei Moçambicana, ou estas sejam menos rigorosas do que as directrizes equivalentes na indústria, a Sasol irá, dentro da medida do possível, agir em conformidade com a directriz mais rigorosa da indústria. 3.5.1 Os Princípios do Equador A Sasol está comprometida a agir em conformidade com os Princípios do Equador e com os Padrões de Desempenho da IFC em todas as suas actividades em Moçambique quer estejam ou não envolvidas instituições de financiamento (tal como a IFC). Os Princípios do Equador (EPs) constituem um quadro de gestão de risco que foi adoptado por instituições financeiras, visado a determinar, avaliar e gerir os riscos ambientais e sociais nos Projectos. Estes destinam-se essencialmente a providenciar um padrão mínimo de diligência prévia com vista a apoiar a tomada de decisões responsáveis sobre riscos. As Instituições Financeiras Signatárias dos Princípios do Equador (EPFIs) comprometem-se a implementar os EPs nas suas políticas, procedimentos e padrões ambientais e sociais internos relativamente a projectos que estas financiam e não providenciarão Financiamento para Projectos ou Empréstimos Corporativos Relacionados com Projectos onde o cliente não age, ou é incapaz de agir em conformidade com os Princípios do ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-12 Equador. Com vista a facilitar o potencial acesso ao financiamento para o desenvolvimento de projectos, as possíveis organizações mutuárias devem, obrigatoriamente, levar em consideração os EPs bem como a gestão dos riscos ambientais e sociais como parte integrante do processo de AIA. Estes Princípios do Equador, ilustrados na Caixa 3.1 (chamamos a atenção para o facto de que os EPs em negrito são relevantes à Fase de AIA deste Projecto), exigem que os projectos executem um processo de AIA em conformidade com os Padrões de Desempenho da (PS) IFC sobre a Sustentabilidade Ambiental e Social (IFC PS). Os requisitos aplicáveis aos IFC PS estão apresentados na Secção 2.4.3. Caixa 3.1 Os Princípios do Equador 1. Revisão e categorização 2. Avaliação social e ambiental 3. Normas sociais e ambientais aplicáveis 4. Sistema de Gestão Ambiental e Social e Plano de Acção dos Princípios do Equador 5. Envolvimento das Partes Interessadas 6. Mecanismo de Reclamação 7. Revisão Independente 8. Convénios 9. Monitorização independente e Relatórios 10. Relatórios e Transparência 3.5.2 Políticas Operacionais do Grupo Banco Mundial Os projectos e actividades financiadas pelo Banco Mundial são regidas pelas Políticas Operacionais formuladas com a finalidade de garantir que os projectos sejam económica, financeira, social e ambientalmente sólidos. Com relação a projectos que não procuram financiamento da parte do Banco Mundial, as suas políticas e procedimentos servem como padrões relevantes para as boas práticas internacionais. O Banco Mundial formulou dez Políticas de Salvaguarda ambiental e social que são usadas para examinar os potenciais riscos e benefícios ambientais e sociais associados as operações de financiamento ou empréstimos do Banco Mundial. Estas políticas de salvaguarda incluem o indicado a seguir (de notar que as políticas de salvaguarda em negrito são potencialmente relevantes para este Projecto): 1. 2. 3. 4. 5. 6. Avaliação Ambiental; Habitats Naturais; Florestas; Controle de Pragas; Bens Culturais; Política Operacional Preliminar Revista 4.10: Povos Indígenas (substitui a Directiva operacional 4.20 sobre Povos Indígenas); 7. Reassentamento Involuntário (deslocação física e económica); 8. Segurança de Represas; ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-13 9. Projectos em Águas Internacionais; e 10. Projectos em Áreas Disputadas. 3.5.3 A Corporação Financeira Internacional Padrões de Desempenho da IFC A Corporação Financeira Internacional (IFC), uma divisão do Grupo Banco Mundial que concede empréstimos a investidores privados, publicou uma Política de Sustentabilidade e um conjunto de Padrões de Desempenho sobre a Sustentabilidade Ambiental e Social (Janeiro 2012). Estes Padrões substituem as anteriores políticas de salvaguarda e são usados na avaliação de qualquer projecto que vise a concessão de financiamento através da IFC. Deve-se notar, que mesmo para projectos que não procurem a disponibilidade de financiamento pela IFC, os Padrões de Desempenho da IFC são tipicamente aplicados como um parâmetro de referência para as melhores práticas internacionais. Estes padrões também incluem o envolvimento das partes interessadas e obrigações de divulgação por parte do cliente no que se relaciona com as actividades a nível do projecto. No caso de investimentos directos (incluindo financiamento corporativo e para projectos providenciados através de intermediários financeiros), a IFC exige que os seus clientes apliquem os Padrões de Desempenho na gestão dos riscos e impactos ambientais e sociais de forma a promover as oportunidades de desenvolvimento (IFC, 2012). Os Padrões de Desempenho da IFC encontram-se descritos na Box 3.2 a seguir (de notar que os padrões em negrito são considerados relevantes para este Projecto)). Box 3.2 Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional (IFC) Padrões de Desempenho: PS 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Ambientais e Sociais. PS 2. Condições de Emprego e Trabalho PS 3. Eficiência de Recursos e Prevenção da Poluição PS 4. Saúde e Segurança da Comunidade PS 5. Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário PS 6. Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável de Recursos Naturais Vivos PS 7. Povos Indígenas PS 8. Património Cultural Directrizes de Saúde, Segurança e Ambiente da IFC As Directrizes sobre Saúde, Segurança e Ambiente (SSA) da IFC são documentos técnicos de referência, que apresentam exemplos gerais e específicos da indústria sobre as Boas Práticas Internacionais da indústria. Estas directrizes contêm os padrões e medidas de desempenho normalmente considerados aceitáveis pela IFC e pelo Banco Mundial, e geralmente ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-14 considerados como viáveis em novas instalações a um custo razoável com o uso de tecnologia existente. Esta informação apoia acções destinadas a evitar, minimizar e controlar os impactos na SSA durante as fases de construção, operação e desmobilização de um projecto ou instalações. Quando os regulamentos do país anfitrião (por ex., Moçambique) diferem dos níveis e medidas apresentadas nas Directrizes de SSA, a IFC recomenda que os projectos cumpram os que forem mais rigorosos. Caso níveis ou medidas menos rigorosas sejam apropriadas, face as circunstâncias específicas do projecto é necessária uma justificação completa e detalhada para quaisquer alternativas propostas. Existem Directrizes de SSA gerais que contêm informação sobre como determinar alternativas para as questões ambientais, de saúde e segurança potencialmente aplicáveis ao presente Projecto. Estas encontram-se listadas na Box 3.3. Box 3.3 Directrizes Gerais SSA da IFC Directrizes Gerais SSA 1. Ambiente 1.1 Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar Ambiente 1.2 Conservação de Energia 1.3 Águas Residuais e Qualidade da Água Ambiente 1.4 Conservação dos Recursos Hídricos 1.5 Gestão de Materiais Perigosos 1.6 Gestão de Resíduos 1.7 Ruído 1.8 Solo Contaminadas 2. Saúde e Segurança Ocupacional 2.1 Concepção e Operação de Instalações 2.2 Comunicação e Formação 2.3 Perigos Físicos 2.4 Perigos Químicos 2.5 Perigos Biológicos 2.6 Perigos Radiológicos 2.7 Equipamento de Protecção Pessoal (EPP) 2.8 Ambientes de Perigos Específicos 2.9 Monitorização 3. Saúde e Segurança Comunitária 3.1 Qualidade e Disponibilidade de Água 3.2 Segurança Estrutural da Infra-estrutura do Projecto 3.3 Segurança Pessoal e Contra Incêndios (L&FS) 3.4 Segurança no Trânsito 3.5 Transporte de Materiais Perigosos 3.6 Prevenção de Doenças 3.7 Preparação e Reacção em Situações de Emergência 4. Construção e Desmobilização 4.1 Ambiente 4.2 Saúde e Segurança no Trabalho 4.3 Saúde e Segurança Comunitária ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-15 Para além das Directrizes Gerais de SSA, foram também desenvolvidas directrizes específicas ao sector. Durante o processo de AIA, estas directrizes específicas ao sector consideráveis aplicáveis ao Projecto serão levadas em consideração. As Directrizes com relevância para este Projecto e para o processo de AIA são: Directrizes de Saúde, Segurança e Ambiente para Desenvolvimentos Petrolíferos e de Gás no Mar, 2007. Directrizes de Saúde, Segurança e Ambiente para Desenvolvimentos Petrolíferos e de Gás Terrestres, 2007. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO DA FSO DA SASOL 3-16 4 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 4.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo apresenta um resumo do processo da AIA que está a ser adoptado para o Projecto do Oleoduto e FSO da Sasol para o escoamento do petróleo leve estabilizado. A estruturação deste processo está em conformidade com os requisitos regulamentares estabelecidos pelo Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental aprovado pelo Decreto Nº. 45/2004 de 29 de Setembro1 conforme alterações pelo Decreto Nº. 42/2008 de 4 de Novembro (consultar o Capítulo 3 do presente documento) e o Decreto Nº. 56/2010 – Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas. O processo também leva em consideração os requisitos estabelecidos nos padrões de desempenho da IFC aos quais a Sasol está comprometida a aderir. A finalidade geral da AIA é identificar e avaliar os potenciais impactos ambientais e económicos associados com as fases do Projecto proposto, com vista a apoiar a decisão ser tomada pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) em termos de emissão da licença ambiental do projecto. O Processo da AIA está dividido em três fases distintas, nomeadamente: 1. Pré-Avaliação / Instrução do Processo da AIA (Reconhecimento preliminar): É feita uma avaliação da instrução do processo com base nas leis e regulamentos ambientais aplicáveis para determinar a categoria de avaliação que deve ser executada. 2. Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (Definição do Âmbito): Nos casos de projectos classificados como Categoria A, é feita a definição de âmbito para identificar potenciais impactos, estabelecer um envolvimento preliminar com as partes interessadas e afectadas (que podem auxiliar a determinar os potenciais impactos) e definir os Termos de Referência (TdR) para o REIA. 3. Avaliação de Impacto Ambiental: A fase da AIA consiste de uma série de passos que servem para fazer uma avaliação colectiva da forma como o projecto proposto irá interagir com os elementos dos ambientes físico, biológico e socioeconómico resultantes em impactos sobre os recursos / receptores. Além disso, a fase da AIA faz uma avaliação sobre quais as medidas de mitigação que são necessárias a fim de evitar ou reduzir a magnitude dos impactos associados com o projecto proposto. Com base numa perspectiva equilibrada das vantagens e desvantagens do Projecto, a AIA faz uma recomendação quanto à eventual autorização do Projecto. A Figura 4.1 ilustra, de forma sucinta, o processo da AIA que será adoptado para este Projecto. O processo assenta, em grande medida, em fases 1Nota: Foram publicados no Decreto Nº. 54/2015 novos Regulamentos que regem o processo de Avaliação de Impacto Ambiental em Moçambique, e que foram promulgados a 30 de Março de 2016. Contudo, o Projecto do Oleoduto e da FSO da Sasol foi registado ao abrigo do Decreto Nº. 45/2004 e será conduzido em conformidade com os requisitos contidos nesta legislação. A aplicação dos novos requisitos num Projecto que já está em execução será discutida com o MITADER como parte da apresentação do presente EPDA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-1 regulamentadas que podem ser divididas nas três fases principais descritas acima, ou seja, a Instrução do Processo, Definição do Âmbito e a Fase de Avaliação de Impacto Ambiental, que inclui os estudos especializados e o Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA). Contudo, convém salientar que este processo não é um processo linear, mas um processo onde as várias fases podem ser executadas de forma paralela e onde os pressupostos e as conclusões são reavaliados e modificados à medida que a AIA progride. As secções a seguir contêm detalhes sobre a forma como cada uma das fases do processo da AIA será aplicada ao Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-2 Figura 4.1 Fases do proposto Processo da AIA para este Projecto de Categoria A ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-3 4.2 PRÉ-AVALIAÇÃO /INSTRUÇÃO DO PROCESSO DA AIA (RECONHECIMENTO PRELIMINAR) Todos os empreendimentos importantes devem ser sujeitos a um reconhecimento preliminar com vista a determinar que processo de avaliação de impacto ambiental deve ser efectuado. O Artigo 3º do Regulamento da AIA e Anexos I, II e III associados, apresentam uma definição deste processo. O processo de instrução do processo envolve a apresentação ao MITADER da documentação para o Registo do Projecto juntamente com um Formulário de Requerimento Ambiental, mais especificamente junto da Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental (DPCA) e da Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA). Com base nesta documentação o MITADER determina categoria do projecto bem como qual o processo de avaliação de impacto ambiental a ser adoptado. A Instrução de Processo foi apresentada às autoridades ambientais nacionais e provinciais a 4 de Dezembro de 2015. O processo de avaliação de impacto ambiental foi formalmente classificado como um Projecto de Categoria A pelo MITADER (consultar a Secção 3.2.3) a 26 de Janeiro de 2016 (número de referência 90/180/DGA/DPTADER/16). 4.3 DEFINIÇÃO DO ÂMBITO A fase de definição do âmbito tem por finalidade identificar as sensibilidades principais bem como quais as actividades que podem, potencialmente, contribuir ou causar impactos potencialmente significativos aos receptores e recursos ambientais e socioeconómicos, bem como avaliar alternativas tecnológicas, de localização e plano geral para o projecto proposto. Os principais objectivos da definição do âmbito são: Identificar as principais questões ambientais e sociais; Obter os pontos de vista das partes interessadas através de um processo de consulta pública; e Desenvolver os Termos de Referência para a AIA através de consulta a fim de garantir que o processo e os resultados antecipados sejam focados nas questões principais. As fases subsequentes do Processo da AIA concentram-se nas questões fundamentais através da recolha de informação sobre as condições ambientais e sociais; envolvimento das partes interessadas; entendimento dos impactos ao ambiente físico, biofísico e social; e desenvolvimento de medidas para evitar / controlar e fazer a monitorização destes impactos. O presente Relatório sobre a Definição do Âmbito irá ser apresentado ao MITADER para sua aprovação, antes da iniciação da Fase da AIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-4 4.4 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA O Processo de Participação Pública (PPP) para este Projecto será executado em conformidade com a Legislação de Moçambique, especificamente com os requisitos estipulados no Artigo 19, Secção III, Capítulo II, do Decreto Nº. 56/2010 de 22 de Novembro e em aderência às Directrizes para o Processo de Participação Pública (Diploma Ministerial Nº. 130/2006 de 19 de Julho). Para além de agir em alinhamento com os padrões nacionais, a Sasol comprometeu-se a seguir o processo de envolvimento em linha com as boas práticas internacionais relevantes, especificamente com os Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional (IFC PS). Os requisitos da IFC dão especial destaque ao envolvimento alargado e divulgação dos resultados às partes interessadas (Caixa 4.1) e exigem o desenvolvimento de um plano de envolvimento de partes interessadas. Integrado num Processo anterior de AIA realizado pela Sasol para a pesquisa dos Blocos marítimos 16 e 19, foi constituído um Fórum de Intervenientes (FDI) na Área do Projecto a fim de proporcionar a um grupo de representantes das partes interessadas acompanhar de perto o Processo da AIA, através de um maior envolvimento com os consultores e com a Sasol. O FDI anterior nomeou o Instituto Sul-Africano de Avaliações Ambientais (SAIEA) (representado por Peter Tarr) para lhes prestar apoio técnico na revisão do REIA preliminar bem como os assegurar de que os consultores da Sasol tinham sido objectivos na forma como realizaram o processo da AIA. O funcionamento do FDI e o processo de revisão interpares facilitaram um nível maior de transparência e de confiança no Processo da AIA dos Blocos 16 & 19. Espera-se, que o mesmo aconteça com relação a este Projecto, pelo que a Sasol comprometeu-se a estabelecer um Fórum de Intervenientes novo para o Processo da AIA (discutido em maior detalhe no Capítulo 5 ) do presente Projecto assim como para submeter o presente processo de AIA a uma revisão interpares independente (discutida com mais detalhe na Secção 4.4). . Caixa 4.1 Definição de Partes Interessadas As partes interessadas incluem os indivíduos, grupos ou organizações que poderão vir a ser directamente afectados pelo Projecto (pessoas afectadas pelo Projecto) e os indivíduos ou organizações que, muito embora não directamente afectados pelo Projecto, representam os que são afectados ou têm uma obrigação em termos da lei, algum interesse, influência ou envolvimento secundário no Projecto (partes interessadas secundárias). Para este Projecto, a ERM nomeou o Instituto Sul-Africano de Avaliações Ambientais (SAIEA) representado pelo Dr. Peter Tarr para apoiar o FDI na revisão do Relatório de Definição de Âmbito, do REIA e dos estudos especializados associados, e assegurar que os processos de Definição de ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-5 Âmbito e do REIA adoptado para o projecto são objectivos e focados na qualidade. O SAIEA é uma organização ambiental não lucrativa de confiança cuja missão é apoiar o desenvolvimento sustentável na África através da promoção do uso efectivo e eficiente da avaliação ambiental como uma ferramenta de planeamento. A ERM também nomeou Madalena Dray, consultora ambiental com vários anos de experiencia em Moçambique, para fazer a revisão interpares dos processos de envolvimento das Partes Interessadas e Fórum de Intervenientes. Madalena Dray irá garantir que as questões levantadas pelas Partes Interessadas são abordadas nos relatórios de processo de participação pública e que os seus pontos de vista, opiniões e preocupações são considerados no desenvolvimento do REIA e das medidas de mitigação relevantes. Os comentários dos revisores interpares serão partilhados com o FDI a fim de reconfirmar a qualidade dos relatórios e garantir que de facto houve aderência ao processo de avaliação ambiental. A consulta com as partes interessadas terá lugar em várias fases durante a evolução do Projecto. O Capítulo 5 do presente documento contém uma abordagem resumida do PPP para este Projecto. 4.5 ESTUDOS ESPECIALIZADOS (RECOLHA DE DADOS DE REFERÊNCIA) As questões identificadas durante a Fase de Definição do Âmbito do processo da AIA serão avaliadas, a fim de se adquirir um entendimento sobre quais os receptores e recursos que serão afectados de forma significativa pelo Projecto. Os estudos especializados também farão uma descrição das condições de referência que irão influenciar a avaliação tanto dos impactos ambientais como sociais. A descrição da base de referência tem por objective providenciar detalhes suficientes para corresponder aos objectivos seguintes: Identificar as principais condições e sensibilidades nas áreas potencialmente afectadas pelo Projecto; Providenciar uma base para a extrapolação da situação actual e o desenvolvimento de cenários futuros sem o Projecto; Proporcionar dados visados a auxiliar na previsão e avaliação de possíveis impactos do Projecto; Adquirir um entendimento das preocupações, percepções e expectativas das partes interessadas com relação ao Project; Facilitar o desenvolvimento de medidas de mitigação apropriadas numa fase posterior do Processo da AIA; e Constituir uma referência de base para a avaliação de mudanças futuras e da eficácia das medidas de mitigação. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-6 Os Termos de Referência para cada um dos estudos especializados necessários para este Projecto estão descritos no Capítulo 9. 4.6 AVALIAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A fase de avaliação de impactos consiste de uma série de passos que servem para fazer uma avaliação colectiva da forma como o projecto proposto irá interagir com os elementos dos ambientes físico, biológico e socioeconómico resultantes em impactos sobre os recursos / receptores. O processo de previsão e avaliação dos impactos e o desenvolvimento de medidas de mitigação é iterativo, informando e funcionando paralelamente com o planeamento do Projecto. Este processo também está ligado ao processo de consultas e opiniões das partes interessadas no que se relaciona com a significância dos impactos e a adequabilidade das medidas de mitigação propostas. O referido processo está ilustrado na Figura 4.2. Após as avaliações detalhadas, os impactos sobre cada recurso / receptor social e ambiental serão apresentados em três fases: (i) descrição do potencial impacto; (ii) descrição em linhas gerais da mitigação à qual a Sasol se compromete; e (iii) descrição do impacto residual (que permanece após a mitigação) e atribuição de um nível de significância. Figura 4.2 Previsões, Avaliação e Mitigação dos Impactos Os passos envolvidos na previsão, avaliação e mitigação dos impactos estão descritos em maior detalhe, a seguir. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-7 4.6.1 Previsão do Impacto O processo de avaliação de impactos descreve, dentro do possível, o que irá acontecer com base numa previsão da magnitude dos impactos e a sua quantificação. O termo ‘magnitude’ é usado como um termo de referência que engloba todas as dimensões do impacto previsto, incluindo: A natureza da mudança (o que foi afectado e de que forma); A sua dimensão, escala ou intensidade; A sua abrangência e distribuição geográfica; e A sua duração, frequência, reversibilidade, etc. A magnitude descreve, portanto, a mudança real que se prevê que ocorra no recurso ou receptor (por ex., a área e a duração de possibilidade de poluição da atmosfera e o nível do aumento na concentração, bem como o nível e probabilidade do impacto sobre a saúde de uma comunidade local). A terminologia característica a impactos que será usada na avaliação dos impactos está resumida na Tabela 4.1. Tabela 4.1 Terminologia Característica sobre Impactos Característica Tipo Extensão Duração Escala Frequência Definição Um descritor que indica a relação entre o impacto e Projecto (em termos de causa e efeito). O “alcance” do impacto (por ex., limitado a uma área pequena em redor da Pegada do Projecto, que se estende por vários quilómetros, etc.). O período de tempo durante o qual um recurso / receptor é afectado. A dimensão do impacto (por ex., a dimensão da área danificada ou impactada, a fracção de um recurso que é perdido ou afectado, etc.) Medição da regularidade ou periodicidade do impacto. Designação Directo Indirecto Induzido Local Regional Internacional Temporário Curto prazo Longo prazo Permanente [sem designação fixa; para ser indicado como um valor numérico] [sem designação fixa; para ser indicado como um valor numérico] Ao fazer a classificação de um impacto é importante constatar que este processo levará em conta quaisquer medidas de controlo que já estejam integradas na concepção do projecto. Serão propostas, quando necessário ou ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-8 apropriado, medidas adicionais de mitigação com a intenção de reduzir ainda mais a significância dos impactos. No que se refere ao tipo, as designações são definidas a nível universal (isto é, aplicam-se as mesmas definições a todos os recursos / receptores e impactos associados). As definições para estas designações definidas universalmente estão apresentadas na Tabela 4.2. Tabela 4.2 Definições das Designações Designação Directo Indirecto Induzido Local Regional Internacional Definição Tipo Impactos que resultam da interacção directa entre o Projecto e o recurso / recurso/receptor (por ex., entre a ocupação de uma machamba e os habitats que são afectados). Impactos que resultam das interacções directas entre o Projecto e o seu ambiente, como resultado de interacções subsequentes no ambiente (por ex., a viabilidade da população de uma espécie resultante de perda de parte do habitat como resultado do Projecto que ocupa uma parcela de terra). Impactos que resultam de outras actividades (que não estão integradas no Projecto) que acontecem como uma consequência do Projecto (por ex., influxo de pessoas que se mudam para área com os trabalhadores, resultante da importação de uma mão-de-obra elevada para o Projecto). Extensão Definida numa base específica de recurso /receptor. Duração Temporário Curto prazo Longo prazo Permanente Definida numa base específica de recurso /receptor. Uma característica adicional que está relacionada somente com eventos não planeados (por ex., acidentes rodoviários, descarga acidental de gás tóxico, tumultos na comunidade, etc.) é a probabilidade. A probabilidade de ocorrência de um evento não planeado é determinada através do uso de uma escala qualitativa (ou semi-quantitativa, nos casos onde existam dados apropriados), conforme descrito na Tabela 4.3. Tabela 4.3 Definições para as Designações de Probabilidade Probabilidade Improvável Possível ERM E IMPACTO Definição É pouco provável que o evento ocorra mas este pode ocorrer num dado momento durante as condições normais de operação. É provável que o evento ocorra num dado momento durante as condições normais de operação. RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-9 Probabilidade Provável Definição O evento irá ocorrer durante as condições normais de operação (ou seja, este é na realidade inevitável). Para além da caracterização da magnitude do impacto, o outro passo importante necessário para atribuir um nível de significância a um dado impacto é definir a sensibilidade /vulnerabilidade/importância do recurso / receptor do impacto. Existem vários factores que devem ser levados em consideração na definição da sensibilidade/vulnerabilidade/importância do recurso/receptor, que pode ser físico, biológico, cultural ou humano. No caso de um recurso físico (por exemplo, uma massa de água) , são consideradas a sua qualidade, sensibilidade à mudança e importância (a uma escala local, nacional e internacional). No caso de um recurso / receptor biológico ou cultural (por exemplo, o ambiente marinho ou um recife de coral), é considerada a sua importância (por exemplo, a sua importância a nível local, regional, nacional ou internacional e a sua sensibilidade a um tipo específico de impacto. No caso de um receptor humano, é considerada a vulnerabilidade do indivíduo, da comunidade ou do grupo mais amplo da sociedade. Ao se fazer a caracterização da sensibilidade / vulnerabilidade / importância, podem também ser considerados outros factores como protecção legal, política governamental, opiniões das partes interessadas e valor económico. 4.6.2 Avaliação de Significância Assim que a magnitude do impacto e a sensibilidade / vulnerabilidade / importância do recurso / receptor tenha sido caracterizada, pode então fazerse a atribuição da significância em cada registo. A significância do impacto será determinada com base na matriz indicada na Tabela 4.4. No caso de impactos resultantes de eventos acidentais / não planeados, é usada a mesma abordagem específica ao recurso/receptor para determinar a designação da magnitude, mas o factor ‘probabilidade’ conforme descrito na Tabela 4.3 é também considerado, juntamente com outras características do impacto. Tabela 4.4 Significância do Impacto Avaliação da Significância Sensibilidade / Vulnerabilidade / Importância do Recurso / Receptor Baixa Média Alta Baixa Magnitude do Impacto ERM E IMPACTO Insignificante Menor Moderada Menor Moderada Importante Média RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-10 Avaliação da Significância Magnitude do Impacto Sensibilidade / Vulnerabilidade / Importância do Recurso / Receptor Baixa Média Alta Baixa Insignificante Menor Moderada Moderada Importante Importante Impactos Positivos Menor Moderada Importante Alta Positiva A matriz aplica-se universalmente a todos os recursos / receptores e a todos os impactos a esses recursos / receptores, à medida que as considerações específicas ao recurso/receptor são tidas em conta na atribuição das designações de magnitude e sensibilidade que são registadas na matriz. A Caixa 4.2 apresenta um contexto relevante ao significado das classificações de significância dos impactos. Caixa 4.2 Contexto da Significância do Impacto Um impacto é considerado como insignificante nos casos onde o recurso/receptor (incluindo pessoas) não será, em essência, afectado de alguma forma por uma actividade específica ou o efeito previsto é considerado como sendo ‘imperceptível’ ou é indistinguível das variações naturais de fundo. Um impacto com significância menor é um impacto onde irá ocorrer um efeito evidente sobre qualquer recurso/receptor, mas a magnitude do impacto é suficientemente pequena (com ou sem mitigação) e/ou o recurso/receptor tem uma sensibilidade/ vulnerabilidade/ importância baixa. Em qualquer caso, a magnitude deve estar em linha com os padrões aplicáveis. Um impacto com significância moderada tem uma magnitude que está em linha com os padrões aplicáveis, mas que se enquadra algures no âmbito de um limite abaixo do nível em que o impacto é menor, até um nível considerado como quase violando um limite legalmente estabelecido. É evidente que, não constitui melhor prática projectar qualquer actividade cujos efeitos se situem a um nível que quase viola a lei e/ou cause um impacto significativo. Assim, o foco dos impactos moderados é demonstrar que o impacto foi reduzido a um nível que seja tão baixo quanto razoavelmente possível (ALARP). Tal não significa, necessariamente que os impactos com uma significância moderada tenham que ser reduzidos para um nível menor, mas que os impactos moderados devem ser geridos de uma forma eficaz e eficiente. Um impacto com uma significância importante é um impacto onde se pode exceder um nível ou padrão determinado, ou onde ocorram impactos com uma magnitude elevada a recursos/receptores altamente sensíveis/ com um valor elevado. Uma das finalidades da avaliação dos impactos é alcançar uma posição onde o Projecto não tenha quaisquer impactos residuais importantes, certamente não impactos que venham a perdurar a longo prazo ou que se estendam por uma área vasta. No entanto, com relação a alguns aspectos, podem existir impactos residuais importantes depois de se terem exaurido todas as opções práticas de mitigação (ou seja, depois de se ter aplicado o ALARP). Um exemplo pode ser o impacto visual de algumas instalações. Constitui então função dos reguladores e das partes interessadas ponderar sobre os factores negativos em comparação com os positivos, como é o caso de emprego, na altura de tomada de decisão sobre o Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-11 4.6.3 Mitigação dos Impactos Após ter sido feita a caracterização de um dado impacto usando a matriz indicada acima, o passo a seguir é avaliar quais as medidas de mitigação que são necessárias. Em linha com a Hierarquia de Mitigação, a prioridade na mitigação é primeiro aplicar as medidas de mitigação à fonte do impacto (ou seja, evitar ou reduzir a magnitude do impacto da actividade associada ao projecto), e então considerar o efeito resultante do recurso/receptor através de medidas de redução ou de compensação ou contrabalanços (o que significa, reduzir a significância do efeito após terem sido aplicadas todas as medidas de mitigação razoavelmente possíveis a fim de reduzir a magnitude do impacto. É importante notar que não constitui uma necessidade absoluta que todos os impactos sejam mitigados ao nível mais baixo de significância; em certos casos, pode antes ser aceitável mitigar os impactos até um nível ALARP (Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível). Após as medidas de mitigação terem sido declaradas, o passo seguinte é atribuir uma significância residual do impacto. Em essência tal constitui uma repetição dos passos de avaliação de impactos, pressupondo a implementação das medidas de mitigação adicionais declaradas. 4.6.4 Avaliação da Incerteza Mesmo com um desenho ou plano final e um ambiente imutável, é difícil fazer uma previsão dos impactos com um nível de segurança. Nos casos em que essas incertezas são materiais aos resultados da AIA, estas serão especificadas de forma clara e abordadas de uma forma prudente (‘a abordagem de precaução’) de forma a identificar o leque mais amplo de possíveis impactos residuais e as medidas de mitigação necessárias. Os potenciais impactos podem ser avaliados usando ferramentas que variam entre técnicas quantitativas como por exemplo a modelação hidrodinâmica a técnicas qualitativas com base num parecer especializado e em informação história. A exactidão destas ferramentas de avaliação depende da qualidade dos dados originais e da informação disponível, e da experiência da equipa de estudo. Nos casos onde tenham sido feitos pressupostos, a natureza de quaisquer incertezas associadas com o pressuposto é discutida. No que se relaciona com previsões/ avaliações, alguma incerteza é reduzida através de consultas. 4.6.5 Impactos Cumulativos Os impactos cumulativos são os que resultam da interacção de um impacto do Projecto com o impacto de uma outra actividade, criando um impacto adicional, maior. A abordagem para a avaliação dos impactos cumulativos é influenciada pela disponibilidade de informação sobre o impacto de uma ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-12 outra actividade, e se esta já existe ou não ou se é uma actividade ainda em ponto de proposta. Quaisquer impactos/efeitos cumulativos para os quais o projecto possa contribuir serão avaliados, quando for possível na prática. 4.6.6 Gestão e Monitorização É necessário definirem-se as medidas de gestão e de monitorização a fim de se identificar: Os impactos ou suas componentes associadas ao Projecto continuam em conformidade com os padrões aplicáveis, e As medidas de mitigação representam uma resposta eficaz aos impactos e as medidas de compensação e contrabalanços estão a reduzir os efeitos conforme previsto. Este passo pode incluir elementos adicionais, tais como a identificação dos indivíduos responsáveis pela implementação das medidas de mitigação e mecanismos de garantia a serem utilizados para confirmar a implementação adequada das medidas de mitigação. 4.6.7 Relatório do Estudo de Impacto Ambiental Os resultados dos estudos especializados e a avaliação dos impactos das actividades propostas serão integrados num Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA). Este relatório será elaborado consoante o Artigo 12º do Regulamento sobre a AIA. O REIA fará uma avaliação dos potenciais impactos associados com o Projecto proposto e apresentará recomendações sobre a mitigação dos impactos negativos e reforço dos impactos positivos. 4.6.8 Planos de Gestão Ambiental Como parte do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL, a Sasol desenvolveu os seguintes PGAs: Plano de Gestão Ambiental para a Construção (PGA-c) – Complexo CPF. Plano de Gestão Ambiental para a Construção (PGA-c) - Construção das Infra-Estruturas associadas ao Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL, incluindo as Áreas de poços, Linhas de Fluxo, Linhas-tronco e Estradas de Acesso (excluindo Perfuração de Poços) na Província de Inhambane, Moçambique Plano de Gestão Ambiental para as Operações (PGA-o) - Operação da Unidade Central de Processamento, Planta de Produção de Líquidos e de GPL no âmbito do APP, Poços de Produção, Linhas de Fluxo e Estradas de Acesso na Província de Inhambane, Moçambique ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-13 Estes PGAs serão submetidos a revisão e actualizados para incluir as medidas de mitigação especificadas no REIA. Onde necessário serão elaborados novos PGAs para incluir as medidas de mitigação para as actividades marinhas. Estas medidas de mitigação serão apresentadas no PGA como medidas práticas evidentes aplicáveis às condições locais. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 4-14 5 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 5.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo apresenta um resumo das actividades de envolvimento das partes interessadas planeadas como parte integrante do Processo de AIA. Este serve como um resumo do Plano de Envolvimento das Partes Interessadas (SEP), mais detalhado, que apresenta a abordagem de envolvimento e identifica as partes interessadas e os mecanismos através dos quais estas serão envolvidas. O Processo de Participação Pública (PPP) relativo a este Projecto será realizado em conformidade com a legislação Moçambicana, especificamente com os requisitos estipulados no Artigo 19º, Secção III, Capítulo II, do Decreto Nº. 56/2010 de 22 de Novembro e em cumprimento com as disposições da Directiva Geral para o Processo de Participação Pública (Diploma Ministerial Nº. 130/2006 de 19 de Julho). Para além de agir em concordância com os padrões nacionais, a Sasol comprometeu-se a seguir o processo de envolvimento de acordo com as boas práticas internacionais relevantes, especificamente os Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional (IFC PS). Os requisitos da IFC dão especial destaque ao envolvimento alargado e divulgação dos resultados às partes interessadas e exigem o desenvolvimento de um plano de envolvimento de partes interessadas. Integrado num Processo anterior de AIA realizado pela Sasol para a pesquisa nos Blocos marítimos 16 e 19, foi constituído um Fórum de Intervenientes (FID) e um processo independente de revisão interpares. A finalidade do FID e do processo de revisão interpares foi de manter as partes interessadas informadas sobre o Projecto e sobre Processo de AIA e garantir a qualidade técnica do REIA. Este FID e o processo de revisão interpares foram favoravelmente acolhidos e providenciaram um valioso ponto de envolvimento com representantes dos diferentes grupos interessados desde a pesca artesanal e semi-industrial, turismo, conservação e outros representantes governamentais. Tal providenciou a base para que estes representantes adquirissem um entendimento detalhado do Projecto e resultados obtidos, bem como uma forma de interacção directa com a equipa de AIA e o cliente (Sasol) sobre questões preocupantes. Também facilitou um nível maior de transparência e de confiança no Processo de AIA relativamente aos Blocos 16 e 19. Dado que se espera atingir o mesmo objective com relação a este Projecto, a Sasol comprometeu-se em estabelecer um novo Fórum de Interveniente (FDI) e um processo de revisão interpares para este Projecto. Esta questão será apresentada em mais detalhe na Secção 5.4. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-1 5.2 OBJECTIVOS DA PARTICIPAÇÃO PÚBLICA FDIAssegurar o Entendimento: Será instituído um processo aberto, inclusivo e transparente de envolvimento e comunicação culturalmente apropriado a fim de assegurar que as partes interessadas sejam bem informadas sobre o Projecto. Esta informação será divulgada quanto mais cedo e quanto mais detalhada possível. Envolvimento das Partes Interessadas na Avaliação: Os pontos de vista e as preocupações das partes interessadas serão levadas em consideração na definição do âmbito das questões, e servirão de informação para uso na avaliação de impactos, na elaboração das medidas de mitigação e de gestão e na finalização do EIA, em particular através do FDI. A informação disponibilizada pelas partes interessadas também pode desempenhar um papel importante para providenciar conhecimentos a nível local e informação para apoiar a base de referência, que informará a avaliação de impactos. Estabelecimento de Relacionamentos: Ao apoiar um diálogo aberto, o envolvimento das partes interessadas também irá estabelecer e manter um relacionamento profícuo entre a equipa de AIA e as partes interessadas. Este aspecto irá auxiliar não só na execução eficaz da AIA, mas irá também fortalecer os relacionamentos positivos já existentes entre a Sasol e as partes interessadas. Envolvimento de Pessoas Vulneráveis: O uso de uma abordagem aberta e inclusiva à consulta pública aumenta a oportunidade de as partes interessadas apresentarem os seus comentários sobre o Projecto e expressar as suas preocupações. No entanto, algumas das partes interessadas necessitam de uma atenção especial nesse processo devido à sua vulnerabilidade. Nesse sentido, serão consideradas e implementadas medidas especiais, tais como reuniões de grupos focais, com vista a garantir que os pontos de vista das partes interessadas vulneráveis sejam ouvidos. Gestão de Expectativas: É importante assegurar que o Projecto não crie ou permita que as partes interessadas desenvolvam expectativas que não correspondam à realidade no que se relaciona com os benefícios do Projecto. O processo de envolvimento das partes interessadas irá servir como um mecanismo para adquirir um entendimento das expectativas das partes interessadas e da comunidade, e fazer a devida gestão a este respeito. Esta gestão será alcançada através da disseminação de informação correcta de uma forma acessível. Garantir o Cumprimento: O processo está concebido de forma a garantir o cumprimento dos requisitos regulamentares locais e das melhores práticas internacionais. Um dos principais resultados antecipados do processo de envolvimento deve ser a consulta livre, prévia e informada das partes interessadas. Tal deve ser entendido no seguinte âmbito: Livre: Envolvimento isento de manipulação, coerção ou intimidação externa; Prévio: Envolvimento realizado de uma forma atempada, por exemplo, a divulgação oportuna de informação a fim de permitir que as partes interessadas tenham o tempo necessário para fazer uma avaliação do material, apresentar as suas perguntas e receber respostas, para além de proporcionar que os seus pontos de vista sejam considerados na AIA; e Informado: Um envolvimento viabilizado por informação relevante, compreensível e acessível, incluindo explicações claras sobre a abordagem e os resultados dos estudos técnicos. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-2 O envolvimento detalhado das partes interessadas inicia durante a fase de pré-avaliação do Projecto e continuará durante a avaliação, assegurando a conformidade com requisitos legislativos e padrões do Projecto. Também garante que as preocupações das partes interessadas sejam abordadas na avaliação e que as fontes de informação e de perícia existentes sejam identificadas. 5.2.1 Identificação das Partes Interessadas As partes interessadas inicialmente identificadas para o Processo de AIA para este Projecto incluem, mas não estão limitadas às organizações apresentadas na Tabela 5.1 a seguir. Antes do início do processo de consulta pública para a Definição do Âmbito foi elaborada uma base de dados de partes interessadas. Esta base de dados irá servir como um documento ‘vivo’ sujeito a uma actualização contínua durante todo o Processo de AIA. É provável que questões diferentes preocupem partes interessadas diferentes e portanto, a separação dos grupos de partes interessadas foi estabelecida com base no seu interesse previsto no Projecto. O entendimento das preocupações de um grupo específico de partes interessadas sobre o Projecto irá auxiliar a identificar os objectivos principais das actividades de envolvimento para cada um dos grupos específicos. À medida que o Processo de AIA avança, será feita a identificação, mapeamento e análise das partes interessadas durante as fases subsequentes da AIA. As fases iniciais de envolvimento também irão identificar e confirmar que estas estão interessadas e são potencialmente afectadas pelo Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-3 Tabela 5.1 Partes Interessadas Identificadas até ao Momento Presente Grupos de Partes Partes Interessadas Interessadas Responsáveis pela Tomada de Decisões / Reguladores Governo – Nacional Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Ministério dos Recursos Minerais e Energia Ministério da Economia e Finanças Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas Ministério da Cultura e Turismo Ministério dos Transportes e Comunicações Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA) Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) Direcção Nacional de Planeamento Territorial e Reassentamento Direcção Nacional de Serviços Agrários Direcção Nacional de Terras e Florestas Direcção Nacional de Áreas de Conservação Direcção Nacional de Geologia Instituto Nacional de Geologia e Minas Instituto Nacional de Gestão de Calamidades Governo Provincial de Gabinete do Governador da Província de Inhambane Inhambane Direcção Provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia Direcção Provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos Direcção Provincial da Agricultura e Segurança Alimentar Direcção Provincial de Pescas Direcção Provincial do Mar, Águas Interiores e Pescas Instituto de Investigação Pesqueira – Delegação Provincial Direcção Provincial da Indústria e Comércio Direcção Provincial do Trabalho, Emprego e Segurança Social Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações Direcção Provincial da Mulher e da Acção Social Direcção Provincial de Saúde Direcção Provincial de Turismo Administração Marítima Governo a Nível Distrital Administrador do Distrito de Inhassoro Secretário Permanente Distrital Comando Distrital da Polícia (PRM) Serviço Distrital de Actividades Económicas Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estrutura Posto Administrativo de Bazaruto Posto Administrativo de Inhassoro Posto Administrativo de Vilankulo Administração Marítima de Vilankulo Grupos de Interesse Público, empresas privadas, ENH agências e instituições Logística da ENH ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-4 Grupos de Partes Partes Interessadas Interessadas financeiras (a nível nacional Petromoc & provincial) Matola Gas Company Banco Mundial EDM Administração Nacional de Estradas (ANE) ARA-Sul Autoridade Portuária da Beira (por ex., Beira) Grupos de Interesse IUCN Ambiental FNP – Fórum Natureza em Perigo WWF Moçambique – Fundo Mundial para a Natureza EWT - Fundo Natureza em Perigo ANAC – Administração Nacional das Áreas de Conservação CTV – Centro Terra Viva African Parks (ONG Ambiental com foco na Conservação) Pessoas afectadas localmente Líderes locais Líderes dos povoados nomeados pelo Governo Autoridades Tradicionais, Régulos e Líderes Líderes religiosos ou educacionais Igreja Metodista Unida de Moçambique Pessoas influentes Indivíduos afectados Homens, mulheres, crianças, juventude, idosos e incapacitados Instituições locais e Serviços educacionais e de saúde provedores de serviços na Área de Influência do Projecto Grupos Vulneráveis Pessoas incapacitadas Idosos Comércio / Empresas locais Proprietários comerciais (em terra, no mar, e no Arquipélago de Bazaruto) Associação dos Pescadores de Vilanculo ONGs, entidades de Justiça Ambiental conservação e organizações Livaningo da sociedade civil a nível AMAVIL (Associação dos Amigos de Vilankulo) local Fórum de Turismo de Vilankulo Plataforma dos Recursos Naturais e Indústria Extractiva Associação para a Investigação Costeira e Marinha Associação Tomba Yedo (Ilha de Bazaruto) Organizações de Base Organizações locais que representam os principais grupos de Comunitária interesse na comunidade. Organizações académicas / de investigação Organizações académicas / Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pesca de Pequena de investigação Escala (IDPPE) Instituto de Investigação Pesqueira (IIP) Universidade Eduardo Mondlane - Faculdade de Ciências Instituto de Ciências e Tecnologia de Moçambique CDS - Gestão das Zonas Costeiras - Xai-Xai CIP – Centro para a Integridade Pública Museu de História Natural Universidade Católica de Moçambique ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-5 5.3 ABORDAGEM À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA O PPP associado ao Processo de AIA para este Projecto será efectuado desde a Fase de pré-avaliação até à divulgação da decisão do MITADER relativamente ao REIA. Será usada uma abordagem por fases em conformidade com as várias fases do Processo de AIA. As várias etapas incluídas no PPP estão resumidas na Figura 5.1. Figura 5.1 Processo de Participação Pública 5.3.1 Fase de Pré-avaliação Em Janeiro de 2016, efectuou-se o envolvimento inicial com as partes interessadas durante a fase de pré-avaliação do Processo da AIA. O objectivo deste envolvimento foi informar as partes interessadas sobre o Projecto, sobre o Processo de AIA e sobre o processo de envolvimento e sua participação. A 5 de Fevereiro de 2016 foi distribuído um Documento com Informação de Referência (BID) em Português e em Inglês que foi enviado por correio electrónico ( e-mail) e distribuído em folhetos na reunião inicial do FDI a 55 partes interessadas a fim de apoiar a disseminação de informação. A 9 de Fevereiro de 2016 realizou-se uma reunião inicial do FDI (Secção 5.4), que envolveu partes interessadas potencialmente afectadas. A finalidade desta primeira reunião do FDI foi estabelecer um novo FDI para este Projecto e estipular os Termos de Referência (TdR) para o seu funcionamento. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-6 5.3.2 Fase de Definição do Âmbito Objectivos A participação pública constitui requisito legal da Fase de Definição de Âmbito dado que permite que seja feita uma identificação antecipada das expectativas do público e suas preocupações que terão que ser levadas em consideração e abordadas durante o processo de AIA. As actividades mais amplas do processo de participação pública durante a Fase de Definição do Âmbito irão incluir: Actualização da identificação e mapeamento das partes interessadas; Notificação às partes interessadas sobre o Projecto e sobre o Processo de AIA através da distribuição do Resumo Não Técnico (RNT) do Relatório sobre a Definição do Âmbito; Realização de reuniões de grupos focais com os operadores de pesca e de turismo e reuniões públicas para apresentar o Projecto, o Processo de AIA e o processo de participação pública, bem como fazer a recolha de comentários, preocupações e pedidos de esclarecimentos relativos ao Projecto e Processo de AIA associado; Providenciar às partes interessadas uma oportunidade para fazerem perguntas e darem o seu parecer sobre o Projecto; e Organizar por tabelas os comentários e respostas sobre as questões levantadas pelas partes interessadas para sua inclusão no Relatório Preliminar de Definição do Âmbito. Disseminação do Relatório Preliminar de Definição do Âmbito As partes interessadas serão notificadas sobre a disponibilidade do Relatório Preliminar de Definição do Âmbito bem como sobre a data, hora e local das reuniões públicas através de anúncios nos jornais locais e anúncios radiofónicos (em Português e em dialecto Xitswa), e ainda convites formais. Esta notificação será efectuada com uma antecedência de pelo menos 14 dias antes das reuniões públicas. Este processo está em conformidade com os requisitos estipulados na Directiva Geral para Processo de Participação Pública no Processo de AIA. O Resumo Não Técnico (RNT) do Relatório Preliminar de Definição do Âmbito, que contém um resumo do Projecto, do Processo de AIA e PPP associado será distribuído com as cartas convite formais a todas as partes interessadas registadas. O RNT está elaborado em língua portuguesa e será distribuído em língua inglesa às partes interessadas perante solicitação. Para além disso, o RNT incluirá uma folha de comentários para permitir que as partes interessadas apresentem um comentário inicial e efectuem o registo formal de participação no Processo de AIA. O Relatório de Definição de Âmbito será disponibilizado para comentários pelas partes interessadas nos locais indicados a seguir: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-7 Em Maputo: MITADER; Direcção Nacional do Ambiente (DINAB); Instituto Nacional de Petróleo (INP); Escritórios da IMPACTO; e Escritórios da ERM; Em Inhambane: Direcção Provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER); e Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia (DPREME). Em Govuro: Administração Distrital; e Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estrutura (SDPI). Em Inhassoro: Administração Distrital; e Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estrutura (SDPI). Adicionalmente será disponibilizada uma versão electrónica do Relatório de Definição de Âmbito e do RNT na página de Internet da IMPACTO: www.impacto.co.mz e página de internet da ERM: www.erm.com/SasolPipeline-FSO-Project. Os comentários podem ser apresentados à equipa de AIA via fax, carta, e-mail e através da página de Internet da Impacto conforme indicado a seguir: Para se registar como parte interessada ou para alguma informação adicional, deve contactar Sandra Fernandes da IMPACTO. E-mail: [email protected] Tel: +258 21 499 636; Móvel: +258 82 304 6650; Fax: +258 21 493 019 Endereço: Av. Mártires da Machava, 968 Maputo – Moçambique Para que os comentários sejam incluídos no Relatório Final de Definição de Âmbito, estes devem chegar à Impacto o mais tardar até 9 de Setembro de 2016 (ou seja, 14 dias úteis após o encerramento das reuniões de consulta pública). Os comentários relevantes recebidos até esta data serão incluídos no REIA. Relatório de Participação Pública (RPP) Os resultados relativos ao PPP realizado durante a Fase de Definição de Âmbito serão incluídos no Relatório de Participação Pública (RPP), que será elaborado após o PPP na Fase de Definição de Âmbito e durante a finalização do Relatório de Definição de Âmbito. O RPP será anexado ao Relatório Final de Definição de Âmbito que será submetido ao MITADER. O RPP incluirá o seguinte: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-8 5.3.3 Metodologia usada para o PPP; Base de Dados sobre as Partes interessadas; Relatório sobre Questões levantadas e Respectivas Respostas (IRR); e Cópias de toda a documentação relevante como actas de reuniões, registos de presenças, anúncios e cartas convite (incluindo o RNT). Envolvimento Realizado entre o Relatório de Definição de Âmbito e a AIA Durante esta fase realizar-se-á uma reunião do FDI no Distrito de Inhassoro. A finalidade desta reunião nesta fase será de actualizar os membros do FDI sobre as actividades do Projecto e os estudos especializados que estão a ser realizados, bem como fazer a recolha de quaisquer contribuições ou preocupações adicionais a serem consideradas no REIA preliminar. 5.3.4 Participação Pública durante a AIA Durante a fase de AIA os métodos de envolvimento do público irão incluir: Reuniões de grupos focais em Inhassoro e Inhambane; Reuniões de grupos focais em Govuro; e Reuniões abertas ao público em Inhassoro e Maputo; e reuniões comunitárias em Govuro, Temane, Matsanze, Catine, Maperepere, Chinhocane/Colonga e Chibo. O processo PPP irá providenciar às partes interessadas uma percepção quanto à previsão de impactos e respectiva mitigação, bem como contribuir para o seu conhecimento sobre a avaliação e desenvolvimento de medidas de mitigação. Este também irá dar às partes interessadas a oportunidade de confirmarem que as suas preocupações, questões e expectativas foram registada e levadas em consideração nas investigações especializadas e no plano conceptual do Projecto, onde possível e quando apropriado. Esta fase de envolvimento irá incluir a divulgação do REIA preliminar e do PGA associado (em Português) e o RNT entre as partes interessadas registadas antes da realização das reuniões de consulta pública formais. As partes interessadas terão 14 dias após a finalização das reuniões de consulta pública para fazer uma avaliação e analisar a informação que lhes foi providenciada e apresentar comentários ou opiniões à equipa da AIA sobre o REIA. Tal pode envolver opiniões por escrito e/ou apresentadas verbalmente. Todas as opiniões recebidas por parte das partes interessadas serão documentadas, consideradas e, onde relevante, incorporadas no REIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-9 5.3.5 Divulgação Pública e Envolvimento no Final da Fase da AIA No final da Fase de AIA e após o MITADER ter emitido a sua decisão sobre a aprovação do REIA, realizar-se-á uma reunião do FDI em Inhassoro a fim de comunicar a decisão das autoridades às partes interessadas e encerrar o processo e consultas públicas para o Processo de AIA. Para além disso, as partes interessadas registadas na base de dados também serão informadas por correio electrónico ( e-mail) sobre a decisão das autoridades. Não existe qualquer requisito regulamentar de informar as partes interessadas sobre a decisão do MITADER, mas este processo será instituído de acordo com as melhores práticas internacionais a fim de manter as partes interessadas informadas bem como manter a devida transparência e confiança no processo de envolvimento público. Caso sejam solicitados esclarecimentos adicionais, a equipa da AIA prestará os esclarecimentos durante a reunião ou por correio electrónico ( e-mail ) ou fax dentro do prazo de 15 dias. 5.4 FÓRUM DE INTERVENIENTES E REVISÃO INTERPARES 5.4.1 Fórum de Intervenientes Conforme discutido no Capítulo 4, foi constituído na Área do Projecto um FDI integrado no anterior Processo de AIA realizado pela Sasol, com vista a permitir que representantes das partes interessadas seguissem de perto o Processo de AIA através de discussões com os consultores e a Sasol. O FDI anterior incluiu aproximadamente 41 membros (21 organizações) que representavam os principais sectores tais como a pesca, turismo, comunidades, conservação e instituições governamentais. Este FDI elaborou, consensualmente, os Termos de Referência que definiram o âmbito, mandato e função do FDI. Os elementos do FDI também foram responsáveis pela partilha de informação aos principais grupos do sector que representam. Este FDI foi bem acolhido e constitui uma ferramenta importante para manter as partes interessadas actualizadas sobre o Processo de AIA e resultados obtidos. O FDI contribuiu para o estabelecimento de fortes laços de relacionamento entre as partes interessadas e o Projecto através de um contacto regular e partilha de informação. Neste sentido, está a ser estabelecido um novo Forum de Intervenientes (FDI) semelhante em atribuições e funcionamento para este Projecto. A finalidade principal do FDI para o presente Projecto é facultar discussões produtivas, aprofundadas e eficazes com os representantes do FDI, e os resultados e pareceres obtidos durante as mesmas serão levados em consideração no Processo de AIA. Este FDI irá portanto providenciar uma plataforma às partes interessadas segundo a qual estas poderão discutir as suas preocupações e sugestões específicas em detalhe, através de dissuasões orientadas em grupo e pode ser acordada à melhor abordagem para a gestão de questões e de preocupações. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-10 Os membros do Fórum serão convidados a discutir e compreender os métodos de recolha de dados, resultados dos estudos, medidas de mitigação e determinação de soluções à medida que estas surjam. Os membros do FDI serão responsáveis pela partilha de informação e das questões levantadas com os grupos sectoriais chave que representam. Também se antecipa que o FDI irá servir para gerir as expectativas relacionadas com o Projecto. Espera-se que este contribua para o estabelecimento de um bom relacionamento entre a Sasol, os seus consultores e as partes interessadas. Segundo as expectativas, e tal como aconteceu com o FDI anterior, antecipa-se que como resultado destas reuniões e do processo independente de revisão interpares seja estabelecida uma confiança adicional nos resultados do REIA. No início do Processo de AIA, a equipa de consultores convidou todos os membros do FDI anterior e outras partes interessadas adicionais relevantes para a primeira reunião do FDI para este Projecto. A finalidade desta primeira reunião, que teve lugar no dia 9 de Fevereiro de 2016, foi informar as partes interessadas sobre o Projecto, os objectivos do FDI e os TdR, bem como sobre os processos de consulta e ainda discutir a sua prontidão para participar neste FDI. Durante o Processo de AIA serão realizadas duas reuniões adicionais do FDI nas instâncias indicadas a seguir: Reunião 2 do FDI: entre as Fases de Definição do Âmbito e da AIA; e Reunião 3 do FDI : após a fase de AIA. Caso seja necessário, será organizada uma Reunião adicional do FDI em altura apropriada. A necessidade desta reunião adicional será determinada com base nos requisitos dos membros do FDI. 5.4.2 Revisão Interpares Como mencionado no Capítulo 4, a ERM nomeou a SAIEA (Representada por Peter Tarr para apoiar o Fórum na revisão técnica deste relatório de definição do âmbito, do EIA e Estudos Especializados para assegurar que os processos de definição do âmbito e EIA seguidos para o projecto são objectivos e de qualidade. Para alem disso a ERM nomeou Madalena Dray, uma consultora ambiental com vários anos de experiencia relevante em Moçambique, para fazer a revisão interpares dos processos de envolvimento das Partes Interessadas e do FDI. Madalena Dray irá garantir às Partes Interessadas que as questões por elas levantadas são abordadas nos relatórios do processo de participação pública, e que os seus pontos de vista e opiniões assim como preocupações sejam consideradas no desenvolvimento do REIA e nas medidas de mitigação relevantes. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 5-11 6 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO 6.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo descreve o ambiente físico e biológico do Projecto do Oleoduto e FSO da Sasol para o escoamento do petróleo leve estabilizado. É importante adquirir um entendimento das características biofísicas da Área do Projecto e áreas circundantes, dado que este facilitará um melhor entendimento sobre o ambiente receptor onde se propõe estabelecer este Projecto. Esta informação será usada para informar o estudo de referência, após o qual se poderão avaliar os potenciais impactos do Projecto proposto. A presença da Sasol na Área do Projecto remonta a 2001 e esta tem presentemente operações existentes e actividades contínuas de pesquisa nesta área. Isso significa que existe um volume considerável de informação disponível para descrever o ambiente de referência da Área do Projecto. Grande parte desta informação está documentada em estudos de referência anteriormente realizados e em AIAs para as áreas de concessão da Sasol e foi usada, nesta instância, para informar a descrição ambiental da Área do Projecto neste Capítulo. O Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) incluirá descrições mais detalhadas sobre os ambientes físicos, biofísicos e socioeconómico de referência ao longo da rota do oleoduto. As fontes relevantes de informação incluem: Mark Wood Consultants & Impacto (2002). Relatório de Estudo de Impacto Ambiental de Exploração Sísmica nos Campos de Gás de Pande e Temane. Relatório elaborado em nome da Sasol Petroleum Temane Limitada. Mark Wood Consultants (Julho 2003). Projecto de Gás Natural. Avaliação Ambiental e Social Regional. Relatório elaborado em nome da Sasol Technology. ERM / Consultec (Março, 2008). Avaliação do impacto ambiental da pesquisa de hidrocarbonetos offshore, nos blocos 16 & 19, províncias de inhambane e Sofala,–. Relatório elaborado em nome da Hidrocarbonetos de Moçambique e da Sasol Petroleum Sofala Limitada. Golder Associates (2014a). AIA para o Projecto de Desenvolvimento no Âmbito do Acordo de Partilha de Produção (APP) e Projecto de Produção de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL). Golder Associates (2014b). Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL da Sasol: Relatório Final sobre a Avaliação de Impacto Ambiental (incluindo estudos especializados). Golder Associates (2015a). Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL da Sasol: Adenda À AIA Final (incluindo vários estudos especializados). Golder Associates (2015b). Estudos de Base de Referência sobre a Biodiversidade para o Projecto proposto de Expansão dos Poços de Pande e actividades de Exploração Sísmica associadas (Blocos de Pande e Temane) Golder Associates (2015c). Mapa de Sensibilidade da Biodiversidade para a exploração sísmica proposta nas áreas de Pande e Temane, Moçambique. Relatório Preliminar. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-1 Golder Associates (2015d). Estudos Ecológicos para a Avaliação da Biodiversidade do Habitat Crítico do Riacho Costeiro Nhangonzo ((Adenda à AIA) para o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e Projecto de Produção de GPL, Província de Inhambane). Inclui estudos sobre vegetação e flora, fauna terrestre, terras húmidas, habitats aquáticos e de peixes, qualidade da água de superfície, mangais e estuários.. 6.2 AMBIENTE FÍSICO 6.2.1 Clima e Tendências Climáticas a Longo Prazo O clima de Moçambique pode ser descrito como sendo semi-árido e subtropical a sul e tropical a norte. A região sul do país é em geral mais seca do que a região norte e tem acentuadas flutuações em termos de temperatura e de precipitação, ocorrendo as chuvas mais intensas entre Outubro e Março (Tadross e Johnston, 2012). Os sistemas meteorológicos mais importantes que determinam os níveis e padrão de precipitação em Moçambique são: 1. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT); 2. Ciclones Tropicais; 3. Amplitudes térmicas baixas ao longo da costa como resultado de um cavado semi-permanente no Canal de Moçambique; e 4. Ondulação proveniente do leste de África que muitas vezes serve como circulações que estão naorigem de uma grande parte dos ciclones tropicais. Na Tabela 6.1 apresentam-se as tendências mensais de temperatura entre 2010 e 2013 na Área do Projecto. Tipicamente, as temperaturas médias variam entre 19°C e 27°C, com as temperaturas médias mais elevadas a ocorrer entre Dezembro e Março. Tabela 6.1 Temperaturas Mínima, Máxima e Média no Local da CPF (2010 a 2013) Mês Mínima Média Máxima Jan. 19.2 27.0 35.0 Fev. 19.0 26.4 36.1 Mar. 17.9 26.2 35.4 Abr. 14.0 23.3 32.9 Maio 10.6 21.4 33.8 Jun. 4.9 19.9 32.3 Jul. 7.7 18.8 31.0 Ago. 8.8 20.3 32.5 Set. 9.7 22.9 37.1 Out. 13.8 24.1 35.3 Nov. 14.9 25.6 37.3 Dez. 17.2 26.6 35.6 Fonte: Golder, 2014b Existe uma variação sazonal evidente nos volumes de precipitação em Moçambique com uma estação mais seca e mais fria entre Maio a Setembro e uma estação quente e chuvosa entre Outubro e Abril. Estas variações sazonais estão associadas com a ZCIT e a sua movimentação num sentido sul em direcção ao sul do país. O nível de precipitação em Moçambique também é afectado pelas variações locais em altitude, ocorrendo muitas vezes uma maior precipitação nas ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-2 áreas de maior altitude. As chuvas mais intensas estão associadas ao movimento dos ciclones tropicais que têm origem no Oceano Índico e atravessam o Canal de Moçambique, geralmente num sentido norte a sul, e podem resultar em cheias intensas (Tadross, 2009). A precipitação média mensal na Área do Projecto (conforme medições efectuadas na CPF) entre 2010 e 2013 encontra-se ilustrada na Figura 6.1 a seguir. As chuvas mais intensas ocorrem tipicamente entre Dezembro e Março. Existe um nível muito variável de precipitação nesta região. Figura 6.1 Pluviosidade Medida na Unidade Central de Processamento terrestre da Sasol: 2010 a 2013 Fonte: Golder, 2014b Os ventos terrestres na Área do Projecto são predominantemente num sentido sudeste e aumentam durante o período da tarde. Os ventos prevalecentes em terra sopram num sentido sul e leste (Figura 6.2). A velocidade dos ventos em terra entre 3 e 4 m/s ocorre em cerca de 43 por cento do tempo e as velocidades excedem 6 m/s em cerca de 5.6% do tempo1. Observações obtidas por Navios Observadores Voluntários (VOS) relativamente ao período entre 1968 e 1998, indicam que os ventos na região marinha a leste do arquipélago são predominantemente ventos do sul e do sudeste e são mais fortes durante os meses de Verão (Figura 6.3). 1Foram usados os dados de medição de vento da Lakes MM5 relativamente a Vilankulos dado estes providenciarem dados sobre os ventos de nível superior, que são importantes na análise da dispersão da qualidade do ar. O registador de ventos da Sasol na CPF não efectua a medição dos ventos a nível superior. No entanto, os dados da Lakes e da Sasol relativos aos ventos a nível do solo são muito semelhantes e portanto os dados da Lakes podem ser usados com fiabilidade. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-3 Figura 6.2 Rosas-dos-Ventos Periódicas e Diurnas Fonte: Golder, 2013 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-4 Figura 6.3 Velocidade do Vento no Mar e Ocorrências de Direcção do Vento CSIR, 2006 Moçambique é propenso a ciclones, sendo a região norte da Província de Inhambane classificada, pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, como tendo o maior risco de ciclones. Desde 1970 a costa norte de Inhambane foi atingida por pelo menos nove ciclones (Tabela 6.2 e Figura 6.4), tendo três ocorrido desde 2001. O pior ciclone de que há memória a atingir a costa, o Ciclone Favio, ocorreu em Fevereiro de 2007; um evento de categoria 4 que causou atrasos ao programa de perfurações da Sasol e causou danos às infra-estruturas costeiras. A temporada de ciclones estende-se entre Dezembro e Março, atingindo um pico em Dezembro e Janeiro e causando inundações sazonais e danos materiais. Tabela 6.2 Historial de Ciclones em Moçambique desde 1956 Ano 1956 1994 1996 2000 2001 2003 2003 2007 2008 2012 Mês Abril Março Janeiro Fevereiro Março Janeiro Março Fevereiro Março Janeiro Nome Desconhecido Nadia Bonita Eline Dera Delfina Japhet Favio Jokwe Funso ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-5 Fonte: Grab e Fitchett, 2014 Tendências Climáticas a Longo Prazo A variabilidade interanual do clima de Moçambique é muitas vezes influenciada por padrões globais de mudança em larga escala como é o caso da Oscilação Sul El Niño (OSEN). As Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Índico (que por vezes estão associadas com o El Niño) também têm uma influência forte no clima de Moçambique. Enquanto as TSM quentes do Oceano Índico podem dar origem a condições mais secas no interior, TSM elevadas nas regiões costeiras no Canal de Moçambique podem resultar num aumento de humidade e de chuvas. Moçambique é vulnerável a eventos climáticos tais como inundações, secas e ciclones e a mudanças climáticas. Nos últimos anos os ciclones tropicais tornaramse mais frequentes dando origem à ocorrência de grandes inundações, tais como os que ocorreram em 2008 e 2009. Prevê-se que as condições climáticas dêem origem a uma maior variabilidade no regime de chuvas e condições meteorológicas extremas mais frequentes e mais intensas, bem como o aumento do nível do mar e um aumento de temperatura de até 3°C (INGC, 2009). Em Março de 2015, o aumento da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico Inter-tropical foi de 0.5ºC acima da média, como resultado do fenómeno El Niño. Na região da África Austral, em geral o El Niño significa menos chuvas, e como resultado deste evento climático, Moçambique tem estado afectado por uma seca desde 2015 (OCHA, 2015). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-6 Figura 6.4: Ocorrência de Ciclones Tropicais no Sul de Moçambique a partir de 1970 Fonte: Golder, 2014b 6.2.2 Topografia e Batimetria do Fundo do Mar A Área terrestre do Projecto está situada na vasta planície costeira a sul de Moçambique, que raramente excede uma altitude de 50m acima do nível do nível médio do mar (mamsl) (Figura 6.5). O terreno ao longo da rota proposta para o oleoduto entre a CPF e a travessia na costa é relativamente plano com uma ligeira inclinação. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-7 A área proposta para travessia da costa (Figura 6.6) é caracterizada por uma praia com uma ligeira inclinação desde o mar até algumas escarpas com uma altura entre 10 e 35m. A rota marítima do oleoduto apresenta um aumento no nível do mar de um metro em cada quilómetro entre as águas pouco profundas perto da costa (com uma profundidade média de 10km) até ao local proposto para a localização da FSO (com uma profundidade aproximada de 50m). Figura 6.5 Topografia das Rotas Terrestre e Marítima do Oleoduto Fonte: Genesis, 2014 Figura 6.6: Localização Proposta para a Travessia da Praia Fonte: ERM, 2015 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-8 6.2.3 Geologia, Solos e Sedimentos no Leito do Mar A planície costeira de Moçambique consiste em areia de textura fina a média não consolidada de origem eólica (e/ou marinha) que se sobrepõe ao calcário carsificado e calcarenitos da Formação Jofane. Na Área do Projecto ocorrem dois tipos de solos: Solo Tipo A – Solos de Argila e Solo Tipo C - Areias Litorais. Os Solos de Argila (Solo Tipo A) parecem dominar a área para oeste do Rio Govuro. As Areias Litorais (Solo Tipo C) dominam a área para leste do Rio Govuro, e são extensivamente cultivados com milho e amendoim, mas possuem árvores e arbustos suficientes para limitar a erosão eólica. Os solos costeiros são constituídos por areias cinzentas ou amarelocinzentas muito pálido profundos ou muito profundos. O Arquipélago de Bazaruto é constituído essencialmente por areias quartzíferas não consolidadas, com uma reduzida componente de carbonato derivada dos esqueletos de organismos marinhos (CSIR, 2006), e grés costeiro (beachrock). A formação de grés costeiro é um processo dinâmico que continua a providenciar a fundação para a existência continuada das ilhas (ERM, 2006). Adicionalmente, os afloramentos de grés costeiro providenciam o único substrato adequado sobre o qual se podem formar os recifes de corais nesta área (Dutton e Zohla, 1990). Existem várias planícies arenosas no interior das ilhas e para o norte e sul do arquipélago. Estas são mais intertidais por natureza para o sul das ilhas, e são ligeiramente mais profundas para o norte. Os sedimentos nestas áreas são essencialmente constituídos por areia e lamas arenosas (CSIR, 2006). Mais para norte do Arquipélago, o sedimento torna-se mais lamacento mais próximo do Delta do Rio Save devido aos depósitos de limos provenientes dos rios nesta região (Pereira et al, 2014). As características dos sedimentos do fundo domar na Área do Projecto são presentemente desconhecidas mas segundo as previsões estes são predominantemente arenosos. A natureza destes sedimentos será investigada durante os estudos sobre a Ecologia Marinha como parte da AIA. 6.2.4 Água de Superfície e Água Subterrânea Água de Superfície O Rio Govuro (Figura 6.7) tem aproximadamente 185 km de extensão e corre mais ou menos paralelamente à linha costeira do sul (Cheline) em direcção norte (passando por Macovane e desaguando no Estuário do Govuro perto da Península de Bartolomeu Dias. O oleoduto terrestre proposto atravessa o Rio Govuro a aproximadamente 12km para norte de Macovane na margem oeste do rio e perto de Chibo na margem leste do rio (Figura 6.7). Em Nova Mambone, a aproximadamente 48km a norte da travessia da costa pelo oleoduto, o Rio Govuro e o Rio Save combinam-se para formar um extenso estuário costeiro, que é constituído principalmente por pântanos de mangais com uma diversidade elevada. A margem sul deste estuário fica situada a aproximadamente 3 a 5 km ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-9 para norte do oleoduto terrestre proposto, e é protegida por um sistema de dunas costeiras conhecido por Península de Bartolomeu Dias, onde existem vários lodges turísticos. Os trechos sul do Rio Govuro estão associados com extensas terras húmidas sazonais e permanentes. Nas proximidades de Inhassoro e Vilanculos, ocorrem vários lagos costeiros que variam, de forma significativa, em tamanho. A maior parte destes lagos contém água doce e estes parecem ser alimentados por água subterrânea mas, em algumas instâncias, é evidente através de imagens satélite, a existência de uma ligação na superfície entre a planície de inundação do Govuro. Os accionadores hidrológicos que suportam estes lagos permanentes nunca foram investigados. Nenhum dos lagos permanente está situado próximo do oleoduto terrestre proposto, sendo o mais próximo a aproximadamente 10km para sul e a maioria localizada a mais de 20km para Sul. Figura 6.7 O Rio Govuro Fonte: J Hughes 2015 Os dados sobre o fluxo do Rio Govuro sugerem um caudal médio anual de 121Mm3 por ano (Golder, 2015). Este fluxo varia numa base sazonal e nos trechos inferiores do rio, até à ponte de Inhassoro, apresenta algum nível de influência das marés. A qualidade da água do Rio Govuro é boa, com água fresca, límpida (com uma turvação muito reduzida) e com teores baixos de salinidade. Com base na amostragem efectuada pela Golder (2014) a água de superfície no Rio Govuro é mais salina e possui uma concentração mais elevadas de Sólidos Totais ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-10 Dissolvidos (TDS) nos trechos inferiores do rio do que os superiores. Mais para norte, perto da travessia do oleoduto e aumentando em direcção ao estuário, a influência das marés resulta num aumento de condutividade. Fluxo de Água Subterrânea O fluxo de água subterrânea é controlado pela topografia, ou seja, a água subterrânea desloca-se das zonas altas para as zonas baixas. O fluxo de água subterrânea na área de Inhassoro assemelha-se em grande parte a uma topografia (Golder, 2015), e é provável que o mesmo aconteça mais para norte na área do oleoduto proposto. De acordo com a AIA para o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP (Golder, 2014), a área de Temane possui uma elevação geral da água de 16 a 25 mamsl com fluxos no sentido do Rio Govuro para Leste (Figura 6.8). As áreas a nordeste na direcção de Inhassoro são caracterizadas por níveis de águas mais profundos (>31 mamsl), o que cria uma divisão localizada da água entre as dunas costeiras e o Rio Govuro. Uma situação similar ocorre em direcção à zona costeira a sudeste (área de Chipongo). O lençol freático reduz nas proximidades do Rio Govuro. Durante a época chuvosa, o rio adiciona água ao sistema de águas subterrâneas. Durante condições de baixo fluxo no inverno, a água subterrâneas juntam-se à rede fluvial havendo assim uma interacção entre os sistemas de águas de superfície e subterrânea. Figura 6.8 Modelo conceptual da hidrogeologia Área do Projecto Fonte: Golder, 2015a ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-11 Qualidade da Água Subterrânea A qualidade da água subterrânea é controlada pela descarga anual do sistema de águas subterrâneas, tipo de rocha, dinâmicas de fluxos dentro dos aquíferos e em algumas instâncias, pelas fontes de poluição. A amostragem indica que a qualidade da água subterrânea é dominada por iões de cálcio e de magnésio (Ca e Mg) a oeste de Temane e cloreto de sódio (NaCl) em direcção à costa. Este último é típico de meios com salitre, associados ao aquífero de Calcário Jofane que ocorre nesta área e que constitui a fonte dominante de água para as comunidades na área de Temane. As altas concentrações de sólidos totais dissolvidos, especialmente sódio e magnésio, resultam num sabor de água salobra (ligeiramente salina). Mais próximo da costa na área de Inhassoro (e possivelmente ocorrendo uma situação semelhante na área do oleoduto terrestre), existe um aquífero de dunas subjacente ao calcário de Jofane com água subterrânea doce devido à recarga pelas águas da chuva e ao Rio Govuro. Aqui as comunidades dependem de poços rasos escavados à mão que alcançam este aquífero não confinado. Parâmetros do Aquífero Os furos testados na área do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP para sul do oleoduto tinham profundidades que variavam de 20m a 150m. A transmissibilidade da água subterrânea (ou seja, o fluxo horizontal da água) varia entre 541 e 9245m2/d (Golder, 2014b), o que significa que os atributos do aquífero não estão directamente relacionados com um aquífero calcário mais profundo, mas sim com a mistura de sistemas. A transmissibilidade através do aquífero de calcário foi de uma média de 551m2/dia com água na zona superficial superior a mover-se a cerca de 16m2/dia. As maiores transmissibilidades podem ser causadas por calcário altamente carsificado e/ou de aquíferos de areias permeáveis mais próximo do litoral. 6.2.5 Oceanografia Física São reconhecidos padrões distintos de circulação para a plataforma continental, oceano aberto e Baía de Bazaruto. A circulação do oceano aberto adjacente ao Arquipélago de Bazaruto é regida pelo sistema de circulação do Canal de Moçambique que compreende uma série de redemoinhos intermitentes de grande escala à deriva em direcção ao sul (Figura 6.9). As correntes da superfície associadas com este sistema de circulação são conhecidas como fluindo em direcção a sul durante todo o ano, com velocidades de fluxo variável conforme as estações. Esta corrente flui predominantemente num sentido sul e é mais forte no Verão (Outubro a Fevereiro), alcançando velocidades de até 2 m/s durante este período e 1.3 m/s noutras alturas do ano (ERM, 2006). Contudo, com relação à região costeira do Arquipélago, existe uma indicação de contra correntes costeiras intermitentes que fluem predominantemente num sentido para norte com velocidades de aproximadamente 0.8 m/s. Estas correntes são conhecidas como sendo altamente variáveis tanto em termos de velocidade como direcção e são movidas pelas ondas e consistentes com os padrões de ondas ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-12 desta região. Na baía, a característica principal de circulação é a ocorrência de corrente tidais fortes que empurram a água para dentro da baía durante a fase de maré cheia e para fora da baía durante a maré baixa (ERM, 2006). No Arquipélago de Bazaruto a temperatura da água varia entre os 23ºC no Inverno e os 27 ºC no Verão e os níveis de salinidade variam entre os 35.4 PSU no Inverno até 34.7 PSU no Verão (Dutton e Zolho, 1990). As marés são semi-diurnas. A amplitude média da mudança de maré é de aproximadamente 3m durante as mudanças de maré normais, aumentando para aproximadamente 4.4 m durante as mudanças de marés no equinócio. A amplitude média na mudança de maré cheia produz fortes correntes tidais nos canais entre as ilhas que transportam vastas quantidades de areia para formar extensos deltas de maré alta e maré baixa. Estes fluxos tidais fortes também mantêm os canais profundos no lado terrestre das ilhas e transportam areia nas planícies tidais (ERM, 2006). Figura 6.9 As Principais Características Circulatórias do Canal de Moçambique Fonte: Lutjeharms, 2006 O ambiente de ondas marinhas é movido pelos ventos e dominado por ondas num sentido sudeste (Figura 6.10), com as ondas mais altas a originar do sul durante os meses de Verão (Outubro a Fevereiro) (ERM, 2006). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-13 Mais perto da costa, em redor das ilhas do Arquipélago e dentro da Baía, a acção das ondas é limitada para o lado das ilhas virado para o mar, incluindo as áreas costeiras mais para norte do Arquipélago, onde ocorre o desenvolvimento proposto. A acção das ondas nestas áreas impede a formação de planícies tidais extensas, como as que se apresentam para sul do Arquipélago e na costa das ilhas. O lado a sotavento das ilhas é protegido da energia das ondas directas, e assim apresenta condições mais tranquilas, que são dominadas pela energia tidal (CSIR, 2001; ERM, 2006; Everett et al, 2008). Figura 6.10 Altura e Direcção das Ondas do Mar CSIR, 20062 6.2.6 Regime Físico-Químico das Massas de Água Marinhas As características físico-químicas das massas de água da Baía de Bazaruto e as áreas costeiras a norte da Baía apresentam uma variabilidade espacial e temporal. A salinidade ao longo da costa é sazonalmente afectada, onde a evaporação e o baixo escoamento do rio aumentam as salinidades (para entre 35 e 36 PSU) no estacão seca e um aumento na contribuição de água doce diminui a salinidade Observações a partir de embarcações voluntárias de observação num bloco (21º30’-22º30’S; 35º-36ºE) e no período entre 1968 e 1998 2 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-14 (para entre 33 e 35 PSU) durante os meses mais chuvosos do Verão. Durante a estação chuvosa, a variação espacial na salinidade ocorre em toda a Baía com níveis elevados de salinidade na parte este e níveis mais baixos ao longo da costa na parte ocidental. As áreas costeiras a ocidente são áreas estuarinas e na estação das chuvas são progressivamente mais influenciadas pelas contribuições de água doce do fluxo de saída do Rio Save (ERM, 2006). 6.2.7 Qualidade do Ar Em Terra A rota do oleoduto terrestre estende-se desde o perímetro norte da CPF através de áreas rurais e praticamente sem assentamentos populacionais até à costa. O aumento de poeira durante a construção do oleoduto constitui o poluente primário da qualidade do ar a ser gerado pelo Projecto, particularmente em áreas como a planície de inundação do Govuro que inclui poeira fina cinzenta. Felizmente, parece haver poucos assentamentos populacionais nesta área para além do povoado de Macovane, localizado na orla da planície de inundação. A Sasol efectuou campanhas regulares de monitorização ambiental e das chaminés na CPF durante os últimos anos (Mark Wood Consultants, 2015) para verificar a conformidade com os limites especificados no Plano de Gestão Ambiental para as Operações (PGA-o). O programa de monitorização de referência para a AIA do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP (Golder, 2014b) confirmou que, durante os últimos 10 anos, a CPF causou uma mudança insignificante na qualidade do ar para além da delimitação do local do projecto. As concentrações ambientes de SO2, NO2 e poluentes orgânicos são medidas na delimitação da CPF e permanecem de acordo com os níveis alvo especificados no PGA-o. Contudo, os níveis de poeira ocasionalmente excederam os níveis alvo devido às actividades de construção na CPF: os níveis elevados de poeira registados em 2011 registaram uma redução a partir de 2012 situando-se em conformidade com os níveis alvo o que coincide com a redução nas actividades de terraplenagem (Airshed, 2015). A qualidade do ar ambiente nas áreas rurais ao longo da rota do oleoduto é essencialmente afectada pelo impacto derivado da queima de brenhas e de prados para o desmatamento de terras agrícolas e para uso para pastagem, caça e assentamento populacional, bem com pela queima de resíduos e de combustíveis. A queima anual dos campos durante os meses secos de Inverno que precedem a estação das chuvas tipicamente resulta em condições nebulosas e empoeiradas. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-15 No Mar O oleoduto marinho e a FSO ficarão localizados no ambiente marinho afastado de outras indústrias, povoados ou outras fontes terrestres de poluição do ar. As únicas fontes marinhas de poluição do ar são as embarcações (por ex., navios porta-contentores e navios aliviadores, etc.) que se deslocam ao longo das faixas de navegação em proximidade ao Projecto e as embarcações (por ex., navios aliviadores, embarcações de abastecimento, etc.) envolvidas em operações petrolíferas e de gás nesta área. A qualidade do ar no mar é considerada como sendo essencialmente não afectada pelas fontes antropogénicas. 6.2.8 Ruído Em Terra A rota terrestre do oleoduto fica localizada num ambiente rural tranquilo não afectado por fontes de ruídos rodoviários ou industriais. Na CPF os níveis de ruído são elevados devido à operação de equipamento mecânico e da chaminé de queima, alcançando 65dB(A) no perímetro da planta, mas este nível diminui rapidamente para o nível natural ambiente normal afastado da planta. No local onde o oleoduto atravessa a EN1, o ambiente sonoro só é influenciado pelo tráfego que circula na área, em particular por autocarros e camiões. No Mar O ruído antropogénico na região marinha é mínimo devido à falta de actividades industriais e outras. Os níveis actuais de ruído e vibração marinha são devidos a fontes naturais (movimentação da água e eventos meteorológicos) com contribuições do tráfego de embarcações. 6.3 AMBIENTE BIOLÓGICO EM TERRA 6.3.1 Introdução Realizaram-se recentemente vários levantamentos na área terrestre mais vasta do oleoduto. Estes incluíram levantamentos no Bloco de Pande (a aproximadamente 2 a 20km para norte do oleoduto terrestre) durante a AIA para o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP (Golder, 2015b) e para a AIA de pesquisa e actividades de desenvolvimento nos Blocos de Pande, Temane e Inhassoro (PTI) (doravante referida como a AIA PTI). Os dados sobre a biodiversidade derivados destes estudos são considerados como amplamente representativos de alguns dos habitats das brenhas e florestas ao longo da rota do oleoduto para a FSO. Apresenta-se a seguir um resumo da biodiversidade identificada durante estes estudos que é considerada relevante para a rota do oleoduto para a FSO. Serão realizados levantamentos sazonais no campo no corredor do oleoduto terrestre para confirmar os habitats e as espécies que podem sofrer impacto na área de influência do oleoduto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-16 6.3.2 Vegetação e Flora Vegetação Os tipos estruturais de habitats e unidades de cobertura terrestre na área de operação e exploração da Sasol foram mapeados através de imagens satélite em 2014 (Figura 6.11) (Golder, 2015c). Os tipos de habitats atravessados pelo oleoduto terrestre encontram-se resumidos na Tabela 6.3. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-17 Figura 6.11 Tipos de Habitat e de Cobertura Terrestre na Área do Projecto Fonte: Golder 2015c ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-18 Tabela 6.3 Unidades de Vegetação / Habitats que Ocorrem na Área do Projecto Tipo de vegetação/habitat Mosaico de Matas Mistas e Brenhas (Unidade 1) Descrição Matas e Brenhas Baixas de JulbernardiaBrachystegia (Unidade 2) (inclui florestas costeiras e florestas dunares) Esta vegetação é dominante na área leste do Rio Govuro, e compreende comunidades de brenhas baixas com uma diversidade elevada de espécies. A nível regional, as maiores e melhor conservadas manchas de floresta costeira e floresta dunar ao longo de 90 km da linha costeira ocorrem dentro deste habitat, com árvores de até 18m de altura em floresta costeira (muito embora não ocorrendo no corredor do oleoduto da FSO). As árvores de Julbernardia globiflora e Brachystegia spiciformis não foram registadas em nenhum outro lugar dentro da área do projecto. A ausência de grandes árvores é provavelmente o resultado do uso actual e histórico da queima para desmatar a terra para o cultivo. Julbernardia e Brachystegia a leste da área do projecto estão a ser aparentemente cortadas de forma insustentável para a venda sob forma de lenha. Planície de Inundação do Rio Govuro Os sistemas de terras húmidas que ocorrem na planície costeira incluem planícies de inundação, pântanos, depressões sazonalmente inundadas, maioritariamente situadas dentro da planície de inundação do Rio Govuro, e florestas de mangais (tidais) ao longo da costa. A vegetação de pântano e as comunidades de plantas gramíneas hidrófilas são completamente restritas ao Rio Govuro e planície de inundação associada dentro Área do Projecto. Na planície de inundação do Rio Govuro foi registada uma espécie de cicadácea gravemente ameaçada, a Encephalartos ferox subespécie emersus (Rousseau, 2015). Várias espécies de plantas parecem ser em grande parte ou totalmente restritas a esses tipos de planícies de inundação costeiras, incluindo um junco - que é um novo registo para Moçambique - e uma gramínea que provavelmente representa um ‘ecotipo’ único (ambos confirmados perto do riacho costeiro Nhangonzo a aproximadamente 25km para sul do oleoduto). O Rio Govuro desempenha um papel vital na manutenção dos pântanos de mangais na sua foz, na Baía de Bartolomeu Dias, considerado como sendo um dos mangais mais ricos em espécies de toda a costa leste africana (http://ramsar.wetlands.org), onde suporta a pesca comercial e de subsistência. O rio fornece água potável, material de construção (o caniço) e capim de colmo resistente às térmites (D’jeca ou Musule) para as comunidades locais, e auxilia na atenuação de cheias. O Rio Govuro providencia recursos piscatórios importantes, em especial nos trechos inferiores do rio e do estuário. Um mosaico de floresta e vegetação densa de brenhas com manchas frequentes, pequenas de floresta alta ou bosques em morros de muchém. Compreende a maior unidade de habitat na porção Temane / Inhassoro da Área do Projecto. Somente ocorre a oeste do Rio Govuro entre o Rio Save a norte e Inhambane a Sul (cerca de 300 km) e entre ~20 a 60 km para o interior a partir da costa. As brenhas densas contêm árvores com uma altura de até 18m enquanto as brenhas baixas muitas vezes têm 95 – 100% de cobertura de copa e são impenetráveis. A riqueza de espécies e cobertura de trepadeiras é elevada com muitas espécies de flora vasta ou completamente limitadas a este habitat. Palmeiras Lala (Uchema), usadas para fazer vinho de palma, ocorrem em todas as unidades1 e 2 de vegetação/habitat O abate de árvores, maioritariamente ilegal, resultou numa grave exploração excessiva da árvore de mogno (chanfuta). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-19 Tipo de vegetação/habitat Linhas de Drenagem Efémeras (apresentam caudal após fortes precipitações e podem não apresentar caudal por longos intervalos, anos ou mesmo décadas) Descrição Pântanos de Mangais As florestas de mangais dos estuários do Rio Govuro e do Rio Save são constituídas pelas maiores áreas de mangais estuarinos remanescentes e vastamente intactas ao longo da Baía de Sofala. O estuário seguinte mais próximo é o estuário do Nhangonzo, localizado para Sul. Estas florestas de mangais contêm uma diversidade elevada de espécies com relação às que existem na África do Sul, com oito das 11 espécies de mangais registadas em Moçambique confirmadas aqui. A orla da floresta de mangais na direcção do mar está rodeada por planícies lamacentas onde ocorrem grandes bandos de aves pernaltas. A orla dos mangais com o Rio Govuro situa-se a aproximadamente 4km para norte da travessia proposta para o oleoduto e torna-se mais extensa dentro do próprio estuário. Não ocorre nenhum na travessia do oleoduto. Comunidades pioneiras das Dunas Hummock (comunidades pioneiras de espécies tolerantes ao sal (halófitas) restritas às dunas primárias). Este é um ecossistema único que ocorre ao longo de aproximadamente 3km de comprimento de linha costeira em pequenas dunas primárias situadas no interior das faixas de floresta de mangal que se encontram abaixo da marca de maré alta. O lado interior das dunas consiste em terras húmidas de água doce formadas por afluentes não perenes de riachos costeiros e infiltração de dunas frontais altas (com comunidades de florestas dunares). Estas dunas vegetadas desempenham provavelmente um papel crítico permitindo que a água doce penetre nos pântanos de mangais, ao mesmo tempo que impedem a entrada de marés altas nos afluentes. Vários riachos efémeros e grandes planícies de terras húmidas efémeras ocorrem a leste do Rio Govuro e drenam para este. Estes têm um valor funcional importante em termos de manutenção dos padrões hidrológicos e qualidade da água nos sistemas nos quais eles descarregam. Várias espécies de plantas foram registadas apenas nas Linhas de Drenagem Efémeras. Não existem riachos costeiros a atravessar a planície costeira perto da rota do oleoduto terrestre mas ocorrem vários mais perto de Vilanculos, alguns dos quais são avaliados como um Habitat Crítico essencialmente devido à presença de áreas de turfa ou turfeiras (Golder, 2014a). Estas ocorrem a aproximadamente 25km para sul da rota do oleoduto. Flora Foram registadas várias espécies de plantas de importância para a conservação na Área do Projecto, ou porque são espécies que constam na lista vermelha da IUCN, em risco de extinção ou devido ao facto de serem espécies endémicas com uma distribuição localizada. Estas incluem: Uma subespécie de cicadácea em perigo crítico – Encephalartos ferox subespécie emersus – registada na planície de inundação do Rio Govuro (Figura 6.12). Três espécies de importância para a conservação (Dalbergia melanoxylon, Pterocarpus angolensis e Afzelia quanzensis) que constam na lista vermelha da IUCN como Quase Ameaçadas (2015). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-20 Xylia mendoncae (Espécie vulnerável na lista vermelha de Moçambique, endémica à Província de Inhambane mas relativamente comum na planície de inundação costeira (listada como com Deficiência de Dados pela IUCN); a Crinum stuhlmannii (listada como estando em declínio na Lista Vermelha de Dados da África do Sul), e duas espécies endémicas e com Deficiência de Dados - Carissa praetermissa e Ziziphus pubescens (registada nos habitats costeiros). Figura 6.12 Cicadácea Encephalartos ferox subespécie e seu Habitat Típico B A D C A = Adult Plant; B = Plants damaged by a recent fire; C = Typical cycad habitat; D = Male cones Fonte: Rousseau 2015 6.3.3 Fauna Terrestre Segundo as estimativas, prevê-se que ocorram nesta região 29 espécies de sapos, 56 espécies de répteis, 275 espécies de pássaros e 94 espécies de mamíferos (Golder, 2014b). Os tipos de vegetação das brenhas e matas potencialmente suportam a mais diversa gama de fauna terrestre (~ 363 espécies) seguida pelas terras húmidas costeiras com 156 espécies, e o Rio Govuro e planície de inundação com 143 espécies. Prevê-se que a maior parte das espécies de mamíferos e de aves que ocorrem sejam generalistas espalhados em vários habitats. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-21 Mamíferos Com base em informações informais e investigações no terreno, a maior parte de animais de grande porte (por ex., elefantes, leões e hipopótamos) já não ocorrem na Área do Projecto do oleoduto, muito embora possam ocorrer nos trechos inferiores do Rio Govuro e no vale do Rio Save. Contudo, pode-se antecipar a ocorrência de uma diversidade mais vasta de antílopes e de outros mamíferos nas matas e brenhas mais densas das áreas mais inacessíveis a norte da Área do Projecto. Não são encontradas muitas espécies de mamíferos da Lista Vermelha nas matas da área, e apenas o morcego-focinho-de-folha-estriado e o leopardo provavelmente ocorrem em pequenos números nas partes mais densas, e isoladas da Área do Projecto. Os estuários do Govuro e do Save e os habitats costeiros abrigados providenciam habitats favoráveis para o mamífero marinho, o dugongo, lista como Vulnerável a nível mundial na Lista Vermelha da IUCN (consultar a Secção 6.4.1 e 6.4.4). Aves Prevê-se que a biodiversidade de aves nos habitats terrestres seja relativamente alta, especialmente nos habitats das matas e florestas. A maior parte das espécies de aves constantes na Lista Vermelha confirmadas ou com uma ocorrência provável tem uma distribuição muito vasta e ocupa áreas extensas. Entre estas contam-se: o abutre-de-cabeça-branca, a águia bateleur, o tartaranhão-rabilongo, a águia marcial, a águia coroada, o falcão sombrio, o rolieiro-europeu, o beija-florde-garganta-azul-africano e o secretário. O flamingo pequeno quase ameaçado pode ocorrer no lago-barreira das terras húmidas e nos habitats estuarinos, enquanto o grou carunculado considerado vulnerável pode ocorrer sazonalmente nas terras húmidas da planície de inundação do Govuro. Ao longo da costa, os mangais e as vastas planícies lodosas estuarinas providenciam locais de alimentação para as aves pernaltas de água doce e marinhas. Répteis e Anfíbios Os levantamentos anteriores sobre répteis e anfíbios foram limitados a áreas localizadas, em particular na parte sul da Área do Projecto. Foram registados novos registos de distribuição de espécies de répteis e possivelmente uma nova espécie de lagartixa (Golder, 2014b) nos riachos costeiros de Nhangonzo perto de Inhassoro, para sul do oleoduto. Prevê-se que na área estuarina costeira a jusante do oleoduto costeiro ocorra um réptil registado na Lista Vermelha, a tartaruga de carapaça ondulada do Zambeze. Segundo as previsões a maior parte dos répteis na Área do Projecto têm uma distribuição muito vasta em todos os habitats de matas. Não se prevê a existência limitada de espécies de anfíbios a áreas localizadas do corredor do oleoduto dado existir um número muito reduzido de tipos de terras ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-22 húmidas e a planície de inundação do Govuro tem uma extensão bastante uniforme. 6.3.4 Ecologia Aquática O Rio Govuro é o único rio perene atravessado pelo oleoduto proposto e compreende o curso do rio (aquático) e na planície de inundação associada (ribeirinha). Os locais de amostragem do Rio Govuro são em grande parte não modificados e os impactos humanos são actualmente insignificantes. Os habitats aquáticos do Rio Govuro encontram-se num estado praticamente não modificado na área da travessia do oleoduto, muito embora as zonas ribeirinhas estejam cultivadas próximo dos povoados nos trechos superiores do rio. O único uso notável dos recursos vegetais ao longo do sistema fluvial é a colheita de juncos-comuns (Phragmites australis), de capim-serra (Cladium mariscus), e das palmeiras Nala (Hyphaene coriacea), que são espécies dominantes na zona central da planície de inundação. As árvores ribeirinhas são escassas, visto que a zona ribeirinha se funde rapidamente com o sistema de matas terrestres. Os habitats do interior do Rio Govuro são bastante semelhantes em toda a extensão do rio, que integra um canal incisado com ervas aquáticas e com lírios de água emergentes. Não existem áreas de substratos rochosos na correnteza muito embora ocorram afloramentos de caliche em alguns locais no rio. Prevê-se que esta diversidade limitada do habitat limite a biodiversidade de biota aquática – segundo as previsões ocorrem no sistema do Rio Govuro um total de 49 espécies de peixes (Golder, 2013), das quais 26 espécies foram recolhidas em levantamentos associados com o projecto da Sasol. Seis espécies de peixes são razoavelmente comuns aos riachos costeiros no sul da área de estudo perto de Inhassoro, nomeadamente o peixe-gato-africano, a tilápia-do-rio, a tilápia-de-Moçambique, tilápia-negra, o trepador-com-espinhos e a açara-bandeira. A influência das marés sobre a qualidade da água resulta na ocorrência de algumas espécies tolerantes às condições estuarinas nos trechos inferiores do rio. Foram registadas várias espécies estuarinas ou marinhas, como o tarpão-do-indopacífico, morcego-prateado, peixe-borboleta, perca-da-selva, uma espécie de peixevidro, sargo-do-rio, tainha-de-cabeça-achatada e tainha-de-escamas-grandes (Golder, 2013). Muito embora os levantamentos de peixes realizados até à data não dão verdadeiramente uma ideia exacta da diversidade de peixes existente actualmente devido a dificuldades na amostragem, até à data só foi registada uma única espécie ameaçada no Rio Govuro: a tilápia de peito-laranja (em perigo), apanhada em 2004. A tilápia de Moçambique é regularmente pescada pelos pescadores locais e é uma espécie quase ameaçada. Doze lagos-barreira estão situados entre o Rio Govuro e a linha de costa para sul da travessia do oleoduto. Apesar de a flora e fauna terrestres ao longo dos lagosbarreira serem diversas, a diversidade aquática nos lagos é baixa (Deacon, 2014). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-23 Independentemente da baixa diversidade, a presença de água doce como fonte de água potável e a abundância de peixe como alimento para os humanos cria um ecossistema que tem um valor de conservação elevado. Nenhum destes lagosbarreira está situado dentro da área de influência do oleoduto. 6.3.5 Áreas e Espécies Protegidas Não existem áreas terrestres protegidas perto do oleoduto terrestre. O Parque Nacional de Zinave está situado a oeste do Bloco de Pande e da Coutada 4 de Caça Desportiva no lado norte do Rio Save (Figura 6.16). Existem dentro da Área do Projecto certas espécies que estão protegidas, conforme indicado a seguir: O Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto Nº. 12/2002) prevê a protecção de árvores produtoras de madeira; muitos mamíferos de porte médio e grande e aves. As espécies de árvores protegidas relevantes ao oleoduto terrestre serão determinadas e listadas no REIA. 6.4 AMBIENTE BIOLÓGICO 6.4.1 Fauna Marinha Fitoplâncton e Zooplâncton Designa-se por plâncton o conjunto de organismos microscópicos que flutuam nas colunas de água do mar. Existe duas categorias principais de plâncton, que são o fitoplâncton (plantas microscópicas) e o zooplâncton (animais microscópicos). O fitoplâncton é o produtor primário da cadeia alimentar e forma a base da cadeia trófica marinha, constituindo, portanto, um indicador chave da produtividade de um ecossistema local. O zooplâncton, que inclui as ovas e as formas larvares de vários tipos de vida marinha, tem um papel significativo na cadeia trófica marinha através da transferência de energia do fitoplâncton para os níveis tróficos mais elevados, quando assimilado por animais marinhos de porte maior. Existe pouca informação sobre o fitoplâncton marinho em Moçambique. A abundância de fitoplâncton e a sua distribuição na região está fortemente dependente das condições ambientais e oceanográficas, como correntes e afloramento, bem como escoamento dos rios (Sá et al, 2013). Tal como é o caso com o fitoplâncton, o zooplâncton no Canal de Moçambique é escasso. Um levantamento da região ocidental do Canal de Moçambique em 1980 indicou níveis mais elevados de mesozooplâncton nas regiões costeiras comparadas com as regiões marinhas (Nehring et al, 1987). Durante este levantamento, a região costeira do Arquipélago de Bazaruto foi considerada como constituindo a região mais produtiva ao longo da Costa Moçambicana (Nehring et al, 1987; Ternon et al, 2014). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-24 Invertebrados de Grande Porte Os crustáceos constituem um grupo diverso de fauna que inclui camarão, lagosta e caranguejo. Estes têm uma ampla distribuição geográfica e são encontrados em quase todos os habitats marinhos na Área do Projecto. As lagostas são encontradas nas costas rochosas intertidais e nas reentrâncias profundas dos recifes rochosos enquanto o caranguejo é encontrado numa diversidade de habitats que variam desde planícies e costas arenosas, costas rochosas, mangais e pântanos rochosos, em ervas marinhas, recifes de corais e águas mais profundas. O caranguejo da lama das áreas de mangais (Scylla serrata) é comum nos estuários e nos córregos de mangais na Margem de Sofala (da Baía do Govuro em sentido norte) enquanto a espécie de caranguejo azul (Portunus sanguinolentus) é abundante nas águas turvas mas salinas com pouca profundidade (profundidade <20 m) da Margem de Sofala. Podem ocorrer várias espécies de lulas, chocos e polvo na Área do Projecto e nos habitats adjacentes. As espécies de polvo são comuns em águas profundas do mar alto. Na Baía de Bazaruto, a existência de canais profundos perto da costa permite que sejam apanhadas algumas espécies de polvo com redes usadas na pesca de arrasto. A maior parte dos indivíduos apanhados são espécimes juvenis (imaturos) do polvo diamante e do polvo do Índico. O choco da espécie Sepia pharaonis é comum em águas pouco profundas e domina a pesca com rede ao longo da costa dos Distritos de Vilanculos e de Inhassoro (ERM, 2008). Comunidade Bentónica Não existem dados disponíveis sobre a fauna bentónica da região de Bazaruto. Tal como em outros ambientes, prevê-se que a estrutura da comunidade bentónica esteja ligada às propriedades dos sedimentos (Newell et al, 1998). Durante o estudo especialista sobre ecologia marinha integrado na fase da AIA, serão recolhidos dados bentónicos ao longo da rota do oleoduto marinho. Aves Marinhas As aves marinhas pelágicas são consideradas raras nas proximidades da Área do Projecto, incluindo no Arquipélago, devido à proximidade com a costa e a falta de ressurgências na água para produzir um fornecimento constante de alimentos. No entanto, anteriores visualizações das espécies pelágicas na Área do PNAB incluem a gaivota boba de pés vermelhos, o atobá-do-cabo, o tesourão-grande e o tesourãopequeno (ERM, 2006; ORI, 2008). Mamíferos Marinhos (Baleias, Golfinhos, Dugongos e Focas) Baleias e Golfinhos Foram registadas na Área do Projecto cinco espécies de golfinhos (nomeadamente o golfinho corcunda, golfinho-roaz, golfinho-rotador e golfinho malhado), cinco espécies de baleias dentadas (nomeadamente baleia-piloto-tropical, a falsa-orca, a baleia bicuda, o cachalote e o cachalote-anão) e foram registadas na Área do ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-25 Projecto duas espécies de baleias de barbas (baleia anã e baleia-jubarte) (ERM e Impacto, 2011). Todos os cetáceos são considerados espécies protegidas Moçambique (Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia Decreto Nº. 12/2002). Dugongos Os dugongos ocorrem principalmente em águas pouco profundas da baía abrigada entre as ilhas da região do Arquipélago de Bazaruto, desde o Cabo São Sebastião a sul até à foz do Rio Save a norte (Findlay e tal. 2011; Allen 2013; Samoilys et al. 2015) e são muitas vezes vistos nas proximidades dos tapetes de ervas marinhas onde estes se alimentam ( Figura 6.13). Foram observadas pequenas crias nesta área, o que sugere que a população de dugongos se está a reproduzir. Esta população é considerada importante a nível regional e a última população viável remanescente ao longo da costa Ocidental do Oceano Índico, onde, segundo as estimativas, existem entre 200 a 250 indivíduos (EWT, 2013). Estes estão listados pela IUCN como Vulneráveis à extinção mas foram avaliados a nível regional como Em Perigo3. Em Moçambique os dugongos são considerados como uma espécie protegida em termos do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto Nº. 12/2002). Entre as ameaças antropogénicas aos dugongos contam-se a perda do habitat, a caça, mortes incidentais durante as actividades de pesca e colisão com embarcações. Segunda reunião de estados signatários do Memorando de Entendimento sobre a Conservação e Gestão de Dugongos e seus Habitats em toda a sua Área de Distribuição, 2013, citado no EWT 2013. 3 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-26 Figura 6.13: Distribuição da População Adulta de Dugongos na Área do Projecto Fonte: Cockcroft et al, 2008 e EWT, 2014 Focas Ocasionalmente são visualizadas nesta área duas espécies de focas, nomeadamente a foca caranguejeira e a foca subantártica (Guissamulo & Cockroft, 1996) mas estes registos são de animais vagrantes considerados como estando fora do seu âmbito normal de distribuição (ERM, 2006). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-27 Tartarugas Marinhas Na Área do Projecto ocorrem cinco espécies de tartarugas marinhas, nomeadamente a tartaruga verde, a tartaruga careta, a tartaruga oliva, a tartarugade-couro e a tartaruga-de-pente (ERM, 2006). As espécies que podem ocorrer na Área do Projecto são classificadas como ameaçadas (IUCN, 2016): Tartaruga careta: Vulnerável (população global) e Quase Ameaçada (Subpopulação no Sudoeste do Oceano Índico); Tartaruga-de-couro: Vulnerável (população global) e Em Perigo Crítico (Subpopulação no Sudoeste do Oceano Índico); Tartaruga verde: Ameaçada (população global); Tartaruga-de-pente: Em Perigo Crítico (população global); e Tartaruga oliva: Vulnerável (população global). A tartaruga verde e a tartaruga careta são apanhadas nas actividades de pesca com rede perto da costa o que indica a presença destas espécies nas águas costeiras de Inhassoro e da Baía de Bazaruto (Chacate, 2005). A maior parte das capturas de adultos ocorre entre Outubro e Dezembro. As praias arenosas ao longo da costa entre o Inhassoro e a foz do Rio Govuro, especialmente as áreas caracterizadas por dunas pequenas, praias com uma largura maior e uma erosão fraca (como o que ocorre na Ponta de Nhamábuè) são áreas de nidificação adequadas para a tartaruga careta e possivelmente para a tartaruga verde (Marshall et al, 2015). Foram registados restos de tartarugas verde e de tartarugas oliva na área do Cabo São Sebastião (Jacobsen et al, 2008) muito embora não esteja claro se estas se reproduzem nesta área. As tartarugas-de-couro também nidificam na área do Cabo São Sebastião (Figura 6.16). A época de nidificação destas espécies de tartarugas é entre Outubro e Fevereiro e são encontradas tartarugas recém saídas dos ovos entre Janeiro e Abril. Estes períodos são críticos para a nidificação, muito embora as espécies residentes de tartarugas, como é o caso da tartaruga verde, podem ser visualizadas durante todo o ano (ERM, 2008). Todas as tartarugas marinhas são consideradas espécies protegidas em Moçambique (Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia, Decreto Nº. 12/2002). Peixes A variedade de peixes que ocorre em redor do Arquipélago representa mais de oitenta por cento de todas as famílias de peixes marinhos da região Indo-Pacífica (CSIR, 2001). A taxa de recrutamento de peixes para o Arquipélago será razoavelmente seguro tendo em conta a vastidão da área da sua distribuição. O peixe veleiro, três espécies de espadim, tubarões e atum migratório são espécies comuns às águas mais profundas na plataforma continental. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-28 Nas planícies de inundação dos Rios Save e Govuro, sabe-se que ocorrem as seguintes espécies de peixe de água doce: Tilápia-de-peito-vermelho, a Tilápia de Moçambique e a Tilápia Preta. A Tilápia de Moçambique e a Tilápia Preta são particularmente abundantes nos lagos barreira e forma uma parte importante da pesca de subsistência nesta área (Mark Wood Consultants, 2002). 6.4.2 Habitats Costeiros Sensíveis Esta secção descreve vários habitats costeiros que são considerados sensíveis devido à sua importância ecológica ou vulnerabilidade a perturbações. Dunas de Areia As dunas mais sensíveis à perturbação humana são as localizadas na costa oriental das ilhas. Estas são móveis e avançam em direcção oeste. As dunas frontais no lado ocidental são essencialmente dunas costeiras de areia sem vegetação com poucas espécies de plantas pioneiras. A remoção destas plantas pioneiras destabiliza as dunas. Da mesma forma, a costa litoral do Cabo São Sebastião na ligação das ilhas conhecida como Ponta Minga, a costa norte de Vilanculos e a costa sul na foz e no estuário do Rio Govuro (ao longo da Península Bartolomeu Dias), tem dunas recentemente estabelecidas com areias brancas, demonstrando as mesmas características de instabilidade que as existentes nas ilhas. As dunas mais antigas ao longo de alguns segmentos da costa a partir de Vilanculos e ao longo da costa norte do Distrito de Inhassoro sofreram uma erosão severa causada pelo vento, assentamento humano e chuvas. Praias Arenosas Ao longo da maior parte da costa terrestre ocorrem praias arenosas entre o Cabo São Sebastião e a Península de Bartolomeu Dias, onde estas constituem a maior parte das costas leste e oeste das ilhas do Arquipélago. As praias são tipicamente estreitas e com um gradiente pouco profundo, e na Área do Projecto estão apoiadas por uma duna íngreme com ~35m de altura (Figura 6.6). Na área da travessia da faixa costeira a areia é avermelhada devido à erosão de dunas antigas elevadas. As praias mais para norte entre o estuário do Govuro e ao longo da Península de Bartolomeu Dias são dominadas por areias brancas macias. Algumas praias arenosas no Arquipélago e ao longo da faixa costeira adjacente nos litorais virados para o mar estão expostas à forte acção das ondas, correntes de deriva litoral e ciclones. A erosão costeira do sistema de dunas e dos aterros causada pelos ventos e pela acção das marés é cada vez mais evidente nestas áreas, onde causou o colapso de algumas infra-estruturas turísticas em áreas expostas como é o caso da Península de Bartolomeu Dias e em Inhassoro. As dunas nesta área são portanto altamente dinâmicas. A norte da Península de Bartolomeu Dias, as praias arenosas são substituídas por mangais na foz do Rio Save. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-29 Ocorrem tipicamente duas espécies de caranguejos fantasma (Ocypoderyderi e O. ceratophthalmus) nas praias arenosas expostas ao mar aberto. Estas praias também constituem abrigos e áreas de alimentação importantes para várias aves marinhas e pernaltas durante a maré alta. Estuários No contexto da África Austral o indicado a seguir constitui uma definição geralmente aceite de um estuário: “é um corpo de água costeiro parcialmente fechado que ou está permanentemente ou periodicamente aberto para o mar e dentro do qual existe uma variação mensurável de salinidade devido à mistura de água do mar com a água doce derivada da drenagem terrestre” (Day, 1980). Na Área do Projecto existem dois estuários principais, nomeadamente os estuários do Rio Govuro e do Rio Save. A água doce e os nutrientes providenciados por estes rios têm uma importância vital na manutenção dos mangais que constituem uma parte fundamental destes estuários e dos tapetes de ervas marinhas ao longo da costa. Estes estuários são áreas importantes de viveiros de peixes que providenciam pesca protegida para as comunidades locais. Mangais Os mangais na região da foz dos rios Govuro e Save estão entre os sistemas de mangais com melhor desenvolvimento que ocorrem em Moçambique (de Freitas, 1984). Os mangais começam a ocorrer a aproximadamente 8km a jusante da travessia do Rio Govuro pelo oleoduto terrestre. As ilhas de Bazaruto, Benguerra e Santa Carolina, bem como o riacho de Nhangonzo (90km para sul) também têm comunidades pequenas mas viáveis de mangais. Estão representadas cinco espécies de mangais que compreendem o mangal vermelho (Rhizophora mucronata), o mangal preto (Bruguiera gymnorrhiza), o mangal do Índico (Ceriopstagal), e o mangal branco (Avicennia marina e Sonneratia alba). A espécie Sonneratia alba, encontrada em Inhambane no Arquipélago de Bazaruto, fica próximo da delimitação mais a sul da costa leste africana (de Freitas, 1984). Outras espécies de mangais que ocorrem nas áreas da foz dos rios Govuro e Save são o mangal preto (Lumnitzera racemosa), o mangal espelhante (Heriteria littoralis) e bola de canhão (Xylocarpus granatum) (Mark Wood Consultants, 2002). Em muitas partes ao longo da faixa costeira, os mangais estão sob pressão significativa para colheita como recurso de madeira, muito embora pareça existir presentemente, uma pressão relativamente baixa sobre os mangais no estuário do Govuro. 6.4.3 Habitats Marinhos Sensíveis A presente secção descreve os habitats marinhos que são considerados sensíveis devido à sua importância ecológica ou vulnerabilidade a perturbações. Tapetes de Ervas Marinhas Os habitats de ervas marinhas constituem ecossistemas altamente produtivos e desempenham uma função ecológica importante como área de viveiro para peixes ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-30 e crustáceos, como uma fonte de alimentos e abrigo para muitos organismos, e na reciclagem de nutrientes (Richmond, 1997). A sua importância na Baía de Bazaruto, onde estes ocorrem entre o estuário do Save a norte e as Pontas de São Sebastião e de Pomene a sul, é aumentada devido à sua importância como fonte de alimentos para as populações da tartaruga verde e dos dugongos ameaçados que residem nesta área (Cockroft et al, 2008; Findlay et al, 2011). Os tapetes de ervas marinhas também são importantes como áreas de pesca para a pesca artesanal com redes de arrasto. A informação relativa à composição, extensão e distribuição das espécies de ervas marinhas na Baía de Bazaruto deriva essencialmente de levantamentos por transectos efectuados com barcos em 2008 entre o estuário do Inhassoro e do Save, integrado num estudo sobre os dugongos para a AIA dos Blocos 16/19 da Sasol (Cockroft et al, 2008). A extensão e a densidade dos tapetes de ervas marinhas variam na baía (Figura 6.14) com uma maior abundância e distribuição mais próxima de Inhassoro onde se podem estender até 10km no mar (Guissamulo, 2006) em profundidades geralmente inferiores a 10m (Cockcroft et al, 2008). Os tapetes de ervas marinhas estavam mais dispersos nas proximidades do estuário do Rio Save. As espécies de ervas marinhas mapeadas nesta área incluíram a Thalassodendron ciliatum, Halophila ovalis, Halodule uninervis, Hwrightii e a Cymodocea rotundata. Estas espécies ocorrem em densidades e composições diferentes em diferentes troços da linha costeira (Cockroft et al, 2008). Recifes de Corais e Corais A faixa costeira de Moçambique incorpora um amplo leque de tipos de recifes, que cobrem uma área estimada de 1 290 km2 no total (Rodrigues et al, 2000). A maior parte das formações de recifes de corais ocorrem no norte, ao longo da região ecológica costeira de corais de Moçambique, onde os recifes são encontrados quase continuamente ao longo da costa, e a região é caracterizada por orlas de recifes e recifes de ilhas em águas límpidas mornas (Pereira et al, 2014) e são dominados por corais duros (Schleyer et al, 1999). Os recifes que caracterizam o Arquipélago têm uma natureza variável, devido às condições oceanográficas, e variam entre um desenvolvimento esparso ou um laminado de corais em substratos subjacentes de arenito do Plistoceno a verdadeiras formações hermatípicas de recifes (Pereira et al, 2014). A maior parte pode ser dividida em três tipos principais: recifes isolados, recifes submersos de arenito e orlas de recifes submersos (Everett et al, 2008). Schleyer e Maggs (2008) categorizam os recifes em maior detalhe como recifes marinhos submersos, maciços rochosos submersos, barreiras de recifes ou prateleiras rochosas sedimentadas. Os recifes no Arquipélago estão essencialmente concentrados no lado leste da Ilha de Bazaruto, onde existem vastos recifes marinhos submersos e orlas de recifes expostos a águas profundas, particularmente no lado da ilha virado para o mar alto. Vários destes recifes marinhos são procurados como áreas de pesca recreativa como é o caso do recife de 25 milhas para norte da Ilha de Bazaruto (Figura 6.15). Nas costas das ilhas, nas vastas planícies arenosas, a área é dominada por tapetes de ervas marinhas, muito embora ocorram recifes isolados mais pequenos (Schleyer e Celliers 2005). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-31 Existem no Arquipélago representações das duas principais ordens de corais: Scleractinia (corais duros) e Alcyonacea (corais moles) sendo as outras ordens a Gorgonacea (leques de corais) e Antipatharia (corais pretos). Os corais duros dominam a fauna dos recifes de corais e incluem os géneros: Porites, Acropora, Pocillopora, Stylophora, Montipora, Pavona, Favia, Platygyra / Leptoria, e Dendrophyllia. Os corais moles são representados por colónias com formato de cogumelos Sarcophyton. Os recifes existentes na Área do Projecto são relativamente desconhecidos. Serão realizados levantamentos da rota do oleoduto marinho com parte do Estudo Ecológico Marinho para confirmar a presença dos recifes de corais e potenciais riscos. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-32 Figura 6.14 Distribuição dos tapetes de Ervas Marinhas na Área do Projecto Fonte: Guissamulo, 2006 ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-33 Figura 6.15 Distribuição dos Recifes de Corais na Área do Projecto Fonte: ERM 2006; Mahon (Variprint) baixado do site www.sealine.co.za ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-34 Outros Habitats Marinhos Saliências de substrato duro: A aproximadamente 50m da Ilha de Bazaruto foram encontradas saliências de arenito no leito do mar. Em geral estas são dominadas por algas marinhas e têm um nível muito reduzido de crescimento de corais. A estrutura varia entre saliência planas inclinadas e declives de entre 0.5 a 3 m. As saliências também são colonizadas por numerosos organismos bentónicos (equinodermos, crustáceos, esponjas, ascídeos, e moluscos, incluindo a amêijoa gigante Tridacna, que é comum a estes recifes), e providencia refúgio e alimentos para uma variedade de peixes. Canais – ocorrem canais mais profundos com areias grossas entre as ilhas, caracterizados por correntes fortes com profundidades que variam entre os 5 e os 26m. Estes canais constituem as rotas do movimento das marés entre as ilhas e o continente. Onde existem recifes nestes canais este tem um perfil baixo e é dominado por algas marinhas, com pouco ou nenhum crescimento e números baixos de fauna bentónica (CSIR, 2000). 6.4.4 Áreas e Espécies Protegidas Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto O Parque Nacional de Bazaruto (PNB) foi criado em 1971 com a finalidade de proteger a fauna marinha, especificamente os dugongos e as tartarugas marinhas. A área abrangia três ilhas, nomeadamente, as Ilhas de Bangue, Magaruque e Benguerra no distrito de Vilanculos. Em 2001 foram definidos novos limites do PNB por promulgação do Decreto Nº. 39/2001. Com a implementação dos novos limites, as Ilhas de Bazaruto e de Santa Carolina no Distrito de Inhassoro foram incorporadas no Parque, que passou então a ser designado por ‘Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto’ (PNAB). O PNAB é uma área de conservação gerida pela Administração de Parque, sob a jurisdição do Ministério de Turismo. Este Parque tem um Plano de Gestão para 2002-2006, aprovado pelo Ministério de Turismo (Figura 6.16). Grande parte dos esforços empreendidos pela gestão do parque centra-se na regulamentação das actividades piscatórias e de turismo, e a protecção dos recursos marinhos, mais especificamente o dugongo, as tartarugas e os recifes de corais. Área Protegida de São Sebastião A Zona de Protecção Total do Cabo São Sebastião, localizada para sul do PNAB foi criada em termos do Decreto Nº. 18/2003, com o objectivo de proteger os recursos naturais da Península de São Sebastião. O Projecto “Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos” tem uma área de concessão de aproximadamente 25 500 ha designada para o estabelecimento de uma Reserva Natural Privada. Espécies Protegidas Certas espécies costeiras e marinhas dentro da Área do Projecto são protegidas, conforme indicado a seguir: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-35 Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia Decreto Nº. 12/2002 define a protecção de dugongos, tartarugas e certas espécies de aves costeiras e marinhas (por ex., flamingos, pelicanos e cegonhas); Regulamento da Pesca Desportiva e Recreativa Decreto nº 51/ define a protecção de dugongos, baleias, golfinhos, tartarugas do mar e algumas espécies de peixes, bivalves e gastrópodes; e Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro (Decreto Nº. 45/2006, de 30 de Novembro), protege os ecossistemas costeiros e marinhos sensíveis tais como os mangais. Nota: A nova Lei de Conservação, Lei Nº. 16 de 2014, inclui sanções mais rigorosas por actividades ilegais relacionadas com espécies protegidas em áreas protegidas e lista actividades proibidas semelhantes às que existem na actual legislação. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-36 Figura 6.16 Áreas Protegidas Existentes na Área do Projecto ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-37 6.5 RESUMO DO AMBIENTE BIOFÍSICO Tabela 6.4 Resumo do Ambiente Biofísico Clima Qualidade do Ar Ruído Qualidade da Água Geologia, Solos e Sedimentos do Leito do Mar Topografia e Batimetria do Leito do mar Oceanografia Física O clima de Moçambique pode ser descrito como altamente variável e é vulnerável a eventos climáticos como inundações, secas e ciclones bem como a mudanças climáticas. Moçambique está presentemente a sofrer os efeitos de mudanças climáticas que se manifestam através de erosão costeira e secas prolongadas. A qualidade do ar industrial em terra medido na delimitação da CPF adere aos requisitos do PGA operacional para a CPF e aos padrões de qualidade do ar definidos pela IFC. A qualidade do ar nas áreas rurais sofre principalmente o efeito das queimadas sazonais de matas e de pastos, bem como a queima localizada de resíduos e de combustíveis. Em geral a qualidade do ar no mar é boa dado a única fonte de poluição de ar derivar de embarcações que se deslocam nas faixas de navegação, incluindo as que estão envolvidas nas operações de petróleo e gás nesta área. O ruído industrial em terra medido na CPF compre com os requisitos estipulados pela IFC (nível de ruído de 45 dBA durante o período nocturno). O ruído rural em terra praticamente não é afectado por actividades ruidosas excepto o ruído de tráfego ao longo das rotas de transporte. O ruído rural no mar é influenciado em grande parte influenciado pelas fontes de ruído natural ambiente (movimento de água e eventos meteorológicas) com contribuições do tráfego existente de embarcações. A qualidade da água do Rio Govuro em geral é boa, sendo a água essencialmente doce e límpida (baixa turvação) e com níveis baixos mas variáveis de salinidade consoante a influência tidal. A qualidade da água subterrânea regista um aumento no teor de salinidade em direcção à costa. As características físico-químicas das massas de água da Baía de Bazaruto e das áreas costeiras a norte da Baía demonstram uma variabilidade espacial e temporal. Nas áreas costeiras do Distrito de Inhambane, os solos são variáveis mas em geral são arenosos e com um baixo potencial arável. As características dos sedimentos no leito domar na Área do Projecto são presentemente desconhecidas mas prevê-se que sejam predominantemente arenosas. O terreno ao longo da rota proposta para o oleoduto entre a CPF e a travessia da costa é relativamente plano com área de ondulações ligeiras e intersectado pelo Rio Govuro que drena de sul para norte e pela planície de inundação. A área proposta para a travessia da costa é caracterizada por uma praia com um ligeiro declive que se estende desde o mar até arribas com uma altura de entre 10 a 35m. A rota do oleoduto marinho mostra uma caída aproximada de um metro por cada quilómetro desde as águas costeiras de pouca profundidade (com uma profundidade média de 10m) até ao local proposto para a FSO (com uma profundidade de aproximadamente 50m). A circulação do oceano aberto adjacente ao Arquipélago de Bazaruto é regida pelo sistema de circulação do Canal de Moçambique que compreende uma série de redemoinhos intermitentes de grande escala à deriva em direcção ao sul. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-38 Ambiente Biológico Terrestre Ambiente Biológico Marinho A vegetação ao longo do corredor do oleoduto compreende um mosaico de matas e brenhas durante quase toda a rota e os sistemas de terras húmidas da Planície de inundação do Rio Govuro. Os mangais e habitats estuarinos ocorrem no sistema inferior do Rio Govuro a norte da rota do oleoduto. Existem várias espécies de plantas na Área do Projecto, algumas das quais são de importância para a conservação, ou dado o facto de serem espécies que constam na Lista Vermelha da IUCN com um risco elevado de extinção ou devido ao facto de serem espécies endémicas com uma distribuição localizada.. Tal inclui uma subespécie de cicadácea em perigo crítico de extinção. Segundo as previsões a fauna encontrada nos habitats ao longo da rota do oleoduto terrestre é mais diversa nas áreas mais remotas onde a presença humana é mais reduzida e pode incluir vários mamíferos de médio e grande porte bem como uma diversidade elevada de aves. Os habitats costeiros sensíveis incluem dunas arenosas vegetadas, praias arenosas, estuários e mangais. A fauna marinha inclui o fitoplâncton e o zooplâncton, invertebrados grandes, aves marinhas, mamíferos marinhos (baleias, golfinhos, dugongos e focas), tartarugas marinhas e peixes. Os mamíferos marinhos (baleias, golfinhos, dugongos e focas) presentes na Área do Projecto são considerados espécies protegidas em Moçambique. A população de dugongos presente na Área do Projecto tem importância em termos de conservação dado constituir a última população remanescente viável ao longo da faixa costeira ocidental do Oceano Índico e está listada na IUCN com Vulnerável à extinção. Todas as tartarugas marinhas (tartaruga verde, tartaruga careta, tartaruga oliva, tartaruga de couro e tartaruga-de-pente) presentes na Área do Projecto são consideradas espécies protegidas em Moçambique e constam todas da Lista Vermelha da IUCN como ameaçadas e portanto têm importância em termos de conservação. Os habitats marinhos sensíveis são constituídos por tapetes de ervas marinhas, corais e recifes de corais bem com por canais que funcionam como rotas da água das marés a movimentar-se para dentro e fora entre as ilhas e o continente. As Áreas Protegidas presentes na Área do Projecto incluem o Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto (PNAB) e a Zona de Protecção Total do Cabo São Sebastião. Estas áreas são áreas importantes para a conservação marinha especificamente no que se relaciona com dugongos e tartarugas do mar. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 6-39 7 SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA SOCIOECONÓMICA 7.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo apresenta uma breve descrição da situação de referência socioeconómica na Área do Projecto. A informação aqui apresentada é extraída de fontes secundárias de dados incluindo REIAs efectuados para outros projectos no distrito (consultar a Secção 6.1), e outros relatórios e estudos relevantes, na sua maioria realizados para a Sasol. Assim, os dados aqui apresentados relacionam-se somente com a Província de Inhambane e o Distrito de Inhassoro. Entre 2006 e 2008 a ERM e a Impacto realizaram vários estudos detalhados integrados numa AIA e estudos adicionais para a pesquisa sísmica e perfuração nos Blocos 16 e 19, incluindo dados sobre turismo, dugongos, ervas marinhas, recifes de corais e pesca. Estes estudos irão providenciar dados valiosos para comparação com os novos dados que serão recolhidos para a Fase da AIA do Projecto do Oleoduto e FSO da Sasol para o escoamento do petróleo leve estabilizado. Estudos especializados serão realizados para providenciar uma visão detalhada da situação de referência socioeconómica da Área de Influência Directa, suportados por dados secundários sobre a Área de Influência Indirecta. Também se deve observar que os resultados das Reuniões de Divulgação do Relatório de Definição do Âmbito irão influenciar a definição final das Áreas de Influência Directa e Indirecta. 7.2 DIVISÃO ADMINISTRATIVA E ASSENTAMENTOS POPULACIONAIS O Projecto está localizado na região sul de Moçambique na Província de Inhambane, cuja capital é a cidade de Inhambane. O oleoduto terrestre irá atravessar o Distrito de Inhassoro e os Postos Administrativos de Inhassoro e de Bazaruto conforme ilustrado na Tabela 7.1. Tabela 7.1 Divisões Administrativas do Distrito de Inhassoro Província Inhambane Distrito Inhassoro Posto Administrativo Inhassoro Bazaruto Localidade Cometela Inhassoro Maimelane Nhapele Bazaruto Os povoados mais próximos do oleoduto terrestre são Temane, Masadge, Catine, Pere, Chinhocane e Chibo, conforme ilustrado na Figura 7.1 a seguir. Será realizado um inventário detalhado dos povoados na Área do Projecto integrado no estudo especializado socioeconómico para a Fase de AIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-1 Figura 7.1 Distribuição dos Povoados ao Redor do Oleoduto Terrestre ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-2 7.3 DEMOGRAFIA – POPULAÇÃO E DENSIDADE POPULACIONAL 7.3.1 Província de Inhambane Em 2011, a Província de Inhambane tinha uma população total estimada de 1 402 245 habitantes, o que representava aproximadamente 6.1 por cento da população total de Moçambique. As projecções populacionais efectuadas pelo INE (2010) indicaram que a Província de Inhambane teria 1 523 635 habitantes até ao ano de 2016. A distribuição populacional na Província de Inhambane é determinada pelas condições agro-ecológicas relativamente precárias existentes no interior e pelas oportunidades de pesca e de turismo ao longo da costa. Os distritos situados a sul da Província de Inhambane e os que se encontram mais para o interior têm um clima predominantemente seco e solos deficitários, que não são favoráveis para a agricultura; assim, esses distritos têm densidades populacionais baixas. Ao longo da costa as densidades populacionais são mais elevadas, em especial na parte sul da Província devido à produção intensiva de copra. A disponibilidade de fornecimento de água e de acesso rodoviário também constituem factores determinantes na distribuição dos assentamentos. A seca recente resultou também na mudança de localização de alguns dos assentamentos do interior. Embora a maior parte dos agregados familiares na Área do Projecto esteja agrupada em povoados, encontram-se alguns agregados familiares isolados ao longo das estradas. 7.3.2 Distrito de Inhassoro A população do Distrito de Inhassoro equivale a aproximadamente 3.8 por cento da população total da Província e é predominantemente rural (76.6 por cento). De acordo com o censo nacional de 2007, este Distrito tinha 48 190 habitantes, com uma densidade populacional de 10.2 pessoas /km2 que é significativamente inferior à densidade populacional da Província (18.5 pessoas/km2) bem como a dos outros distritos costeiros na Província de Inhambane (77.7 pessoas/km2). Mais de 90 por cento da população no Distrito de Inhassoro está concentrada na sede distrital. Segundo as projecções do INE (2010) até ao ano de 2016 o Distrito de Inhassoro terá 62 132 habitantes, o que indica um crescimento populacional inferior a um por cento desde 2007. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-3 Tabela 7.2 População do Distrito de Inhassoro por Posto Administrativo Área População Total Posto Administrativo de 45 597 Inhassoro Posto Administrativo de 2 593 Bazaruto Distrito de Inhassoro 48 190 Fonte: INE, resultados do Censo de 2007 Percentagem Área de Superfície (km²) 94.6 4 645.4 Densidade populacional (pessoas/km²) 9.8 5.4 100.3 25.9 100 4 746 10.2 O tamanho médio por agregado familiar no Distrito de Inhassoro é de seis pessoas; no entanto, alguns agregados familiares são constituídos por até 10 membros familiares. Os agregados familiares podem incluir famílias alargadas (duas ou três gerações) e os membros da família nuclear (pai, mãe e filhos) (Golder, 2014b). Muitos chefes de família trabalham como mão-de-obra migrante fora da Área do Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-4 7.4 ACTIVIDADES ECONÓMICAS No Distrito de Inhassoro, a maior parte da população (70.2 por cento) está envolvida nos sectores agrícola, florestal e pesqueiro. Aproximadamente 12.5 por cento da população está envolvida nos sectores de comércio e finanças, essencialmente relacionado com o comércio informal (produtos de pesca e outros suprimentos alimentares essenciais). A Tabela 7.3 a seguir apresenta a distribuição da população por sector económico para o Distrito. Tabela 7.3 População por Sector Económico no Distrito de Inhassoro, 2010 Sector Económico Número Populacional Por Sector Percentagem Agricultura/Pescas/Silvicultura Mineração Indústria transformadora Energia Construção Civil Transportes e Comunicações Comércio e Finanças Serviços Administrativos Outros Serviços Desconhecidos Total Fonte: INE, 2010 7.4.1 11.234 275 517 26 706 172 2.007 148 889 34 16.008 70.2 1.7 3.2 0.2 4.4 1.1 12.5 0.9 5.6 0.2 100 Pesca A Lei das Pescas Nº. 3/90 de 26 de Setembro de 1990, que estabelece a legislação básica sobre a Pesca a ser aplicada em Moçambique, classifica as actividades de pescade acordo com o objectivo da actividade de pesca. Em 2009, o Ministério das Pescas identificou seis subsectores com funções importantes no desenvolvimento das pescas em Moçambique ‘Plano Director das Pescas 2010-2019’: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Pesca de Pequena Escala (também designado por pesca artesanal); Pesca Semi-Industrial; Pesca Industrial; Aquacultura Industrial; Aquacultura de Pequena Escala; e Processamento. A pesca constitui a actividade económica dominante nas áreas costeiras do Distrito de Inhassoro. A pesca de Pequena Escala (artesanal) constitui o tipo predominante de pesca praticado no estuário do Rio Govuro e na área próxima da costa no Distrito de Inhassoro (Figura 7.2), enquanto a pesca industrial e a pesca semi-industrial à linha são praticadas na região leste do Arquipélago de Bazaruto (Figura 7.2 e Figura 7.3). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-5 Figura 7.2 Uma vivenda Familiar Típica e Redes de Pesca Fonte: (Impacto, 2015) O Regulamento Geral da Pesca Marítima de Moçambique (Decreto Nº. 43/2003) determina zonas para a operação de diferentes sectores de pesca em Moçambique. De acordo com este zoneamento, as embarcações industriais podem operar a uma distância de 5.5km da costa, as embarcações semiindustriais a 1.8km, e os pescadores artesanais até uma distância de 5.5km da costa. Além disso, foi criada por despacho ministerial em 2003, uma zona exclusiva para os arrastões semi-industriais de pesca de camarão. Esta zona está localizada entre Savane (19°47’S no Distrito de Dondo na Província de Sofala) e a foz do Rio Save (21°00’S) e estende-se pelo mar até um limite determinado que é representado pela linha de longitude 35°11’E. A partir de 1987, a União Europeia (UE) e Moçambique assinaram vários Acordos de Parceria no domínio da Pesca. Este acordo permitia que embarcações da EU (principalmente da França, Espanha, Portugal, Itália e Reino Unido) pescassem em águas moçambicanas e faz parte da rede de acordos sobre a pesca de atum no Oceano Índico. Moçambique e a União Europeia assinaram uma prorrogação de três anos ao actual acordo de parceria no domínio da pesca, que entrou em vigor em Janeiro de 2012 (cujo prazo entretanto expirou e não foi ainda renovado). Em termos do acordo era permitido que 75 embarcações europeias pescassem na costa de Moçambique para além do limite de 12 milha náuticas (aproximadamente 21.6 km) em troca de financiamento para apoiar a política sectorial das pescas em Moçambique para promover a sustentabilidade nas suas águas territoriais (1). A Área do Projecto está localizada fora do Banco de Sofala, que é considerada a área mais importante de pesca em Moçambique. O Banco de Sofala é a região da plataforma continental que se estende por mais de 900km de costa (1) http://ec.europa.eu/fisheries/cfp/international/agreements/mozambique/index_en.htm ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-6 desde o Distrito de Angoche na Província de Nampula (16° 20’S) até à foz do Rio Save (21°00’S). A Figura 7.3 ilustra as principais zonas de pesca para os diferentes tipos de actividades de pesca, bem como a localização dos centros de pesca ao longo da costa da Ilha de Bazaruto, com base em dados obtidos do Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala (IDPPE) (2009), do IIP, e do Departamento de Ambiente Aquático (2011). Como parte da presente AIA, será feito um estudo sobre pesca para identificar e confirmar a localização dos receptores sensíveis durante a recolha de dados de referência. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-7 Figura 7.3 Diferentes Tipos de Actividades de Pesca na Área do Projecto e Centros de Pesca Pesca de Pequena Escala (Artesanal) A pesca em pequena escala (artesanal) em Moçambique é definida como a pesca realizada em embarcações pequenas com um comprimento não superior a 10m, equipadas com meios simples de propulsão e que passam menos de 24 horas no mar por cada deslocação. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-8 Esta definição também inclui a pesca sem o apoio de embarcações. Os pescadores artesanais em Moçambique usam equipamento diversificado de pesca, incluindo redes de cerco, redes de emalhar, armadilhas, linha e anzol. Estes pescadores estão agrupados em povoados, designados centros de pesca, alguns dos quais são temporários e cujo acesso é difícil. O pescado é usado tanto para subsistência como para rendimento em dinheiro. A pesca de pequena escala e processamento associado do pescado e vendas no mercado contribui, de forma significativa, para a segurança alimentar das comunidades ao longo da costa. Conforme ilustrado na Figura 7.3 o troço terrestre do oleoduto marinho (incluindo a zona de segurança de 500m) sobrepõe-se à zona regulamentada de pesca artesanal. O censo pesqueiro realizado pelo IDPPE em 2007 proporcionou dados sobre números de pescadores, processadores de pescado e embarcações que existem no Distrito de Inhassoro, Província de Inhambane (Tabela 7.4). Este censo indica que este distrito tinha um número inferior de pescadores permanentes e de embarcações comparado ao Distrito de Vilanculos mas tinha mais pescadores não permanentes e duas vezes mais o número de processadores de peixe (Impacto e ERM, 2010). Para além dos pescadores artesanais, a indústria de pesca também suporta homens e mulheres envolvidos no processamento e revenda do pescado (Tabela 7.4). O processamento do pescado inclui a secagem, secagem com sal, defumação, congelamento, e revenda de peixe fresco na Província de Inhambane mas também em outras áreas incluindo Maputo. O estudo da situação de referência socioeconómica integrado na AIA irá providenciar mais detalhes sobre o processamento e revenda de peixe. Tabela 7.4 Número de Pescadores, Processadores de Pescado e Embarcações por Distrito na Província de Inhambane em 2007 Província Distrito Baía de Inhambane Vilanculos Inhassoro Govuro Fonte: IDPPE 2007 Pescadores Permanentes Pescadores Não Permanentes Processadores Embarcações de Pescado 278 1 988 1 400 996 71 1 032 1 158 273 5 59 128 102 Inhambane 202 540 305 321 No Distrito de Inhassoro, o principal equipamento de pesca geralmente usado inclui, linha, redes de cerco, arpão, armadilhas e redes de emalhar. No entanto, um censo realizado pelo IDPPE em 2009 indicou que os instrumentos de pesca efectivamente usados no Distrito de Inhassoro são a rede de arrasto na praia,a linha e anzol (Tabela 7.5). As redes de emalhar são usadas nos vizinhos distritos de Vilanculos e Govuro (Impacto e ERM, 2010). Os mergulhadores (geralmente para a captura de lagosta) também representam uma proporção significativa de pessoas envolvidas na pesca de pequena escala. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-9 O estudo da situação de referência socioeconómica integrado na AIA irá providenciar dados mais recentes sobre o equipamento de pesca usado na Área do Projecto. Tabela 7.5 Equipamento de Pesca Activo Contado em Cada Distrito na Província de Inhambane em 2009 Província Distrito Inhambane Baía de Inhambane Tofo Vilankulos Inhassoro Bazaruto Govuro Fonte: IIP 2009 Rede Linha Redes de de e Arrasto Arrasto anzol Pelágico na Praia Chicocota Rede de (Armadilhas Emalhar com Rede Mosquiteira) Pesca Lança à linha de fundo 14 159 0 36 625 15 803 3 443 3 743 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 26 711 8 340 10 731 7 691 98 0 0 0 0 0 0 0 14 642 471 3,081 0 0 13 023 0 0 0 0 0 0 Pesca com Linha e Anzol A pesca à linha ocorre no mar alto, estuários e rios usando uma “almadia(1)”. As linhas usadas ou são do tipo monofilamento ou feitas à mão com fibras de plantas, por ex., ráfia, e têm entre 80 a 100m de comprimento. São presos a cada linha um ou mais anzóis de tamanhos variáveis. Prevê-se que as actividades de pesca artesanal com linha e anzol ocorram na secção que se sobrepõe à rota marítima do oleoduto, mas não se sobrepõe ao local de posicionamento da FSO (Figura 7.3). Redes de Cerco Ao longo da costa, perto das áreas da praia são usadas redes de cerco em vários locais, a uma distância de 3km da costa, nomeadamente: Ao longo da costa ocidental da Ilha de Bazaruto; Na costa dos Distritos de Vilanculos e Inhassoro; Em alguns bancos de areia pouco profundos dentro da Baía de Bazaruto; e Dentro do Estuário do Rio Govuro. A pesca com redes de cerco perto da costa é praticada na mudança de maré baixa, perto dos canais e geralmente em áreas onde existe uma vasta cobertura de ervas marinhas. A pesca com redes de cerco é feita usando embarcações pequenas e redes feitas de material convencional como multifilamentos e redes. (1) Tipo de canoa ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-10 As redes são relativamente pequenas, variando entre 100m a 150m de comprimento, com um tamanho de malha inferior a 2.5cm e urdidura de corda de até um máximo de 150m. Estas redes são montadas em canoas não motorizadas. São necessárias entre sete a dez pessoas para recolher estas redes. A pesca artesanal de arrasto pelágico na Baía de Bazaruto captura cardumes de cavalinha (Decapterus russellii) e de cavalas (Rastrelliger kanagurta) que entram nas águas calmas das entre-marés. Redes de Emalhar e Pesca à Linha A pesca com redes de emalhar geralmente ocorre em águas de pouca profundidade e em estuários. As redes são feitas de monofilamentos e têm uma malha de estiramento de 5 a 7.5cm. Na maior parte dos casos, as redes têm entre 50 a 200 metros de comprimento e geralmente são lançadas a partir de uma canoa pequena por dois pescadores. O método de pesca com rede de emalhar que é usado dentro do estuário do Govuro e ao longo da costa do Distrito de Machanga apanha espécies de peixes pequenos como é o caso do ocar (Thryssa vitrirostris), magumba (Hilsa kelee), tainha olhalvo (Mugil cephalus) e a sardinha do Índico (Pellona ditchela). A pesca artesanal à linha opera a um raio de 10km da praia, principalmente nas áreas seguintes: Costa leste das Ilhas de Benguerra e de Magaruque, que foram demarcadas pelo Parque Nacional como uma área de uso múltiplo; Recifes rochosos em águas pouco profundas na área norte da Baía de Bazaruto, a leste de Inhassoro e a norte da Ilha de Santa Carolina; e Recifes rochosos de águas profundas localizadas a nordeste da Costa de Inhassoro/ Govuro e a sul do Distrito de Machanga. A pesca é principalmente praticada desde manhã cedo até à hora do almoço excepto aos Domingos, feriados públicos, dias de luto ou em instâncias de mau tempo. A Figura 7.4 a seguir ilustra duas imagens de actividades de pesca artesanal, incluindo a secagem de pescado na praia, enquanto a Figura 7.5 apresenta um mercado /acampamento de peixe e pescador típico no baixo estuário do Rio Govuro. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-11 Figura 7.4 Actividades de Pesca na Costa de Inhassoro Fonte: Impacto, 2004 Figura 7.5 Mercado / Acampamento de Peixe e Pescador no baixo Estuário do Rio Govuro Fonte: J Hughes, 2015 Pouco se sabe sobre a pesca artesanal nos mangais, estuários e em águas doces na Área do Projecto muito embora se saiba que esta ocorre. Esta questão será investigada na Fase de AIA. Centros Pesqueiros Segundo as estimativas apresentadas pelo censo de pesca marítima realizado pelo IDPPE em 2007 existem 79 centros pesqueiros ao longo da costa de Inhambane. Embora a pesca artesanal constitua uma actividade que se realiza durante todo o ano, ocorre alguma migração de pescadores, numa base sazonal, entre povoados de pescadores e de uma província para a outra. A Figura 7.3 acima ilustra a localização dos centros de pesca enquanto a Figura 7.6 a seguir ilustra uma palhota tradicional construída nas dunas da praia de Inhassoro. Existe um centro pesqueiro localizado a cerca de 2 km para norte do local do rebaixo do oleoduto e um a cerca de 5km para sul deste local. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-12 Figura 7.6 Palhotas Tradicionais Usadas por Pescadores nas Dunas da Praia de Inhassoro Fonte: (Impacto, 2004) Pesca Semi-Industrial e Industrial Conforme indicado na Figura 7.3, a localização da FSO sobrepõe-se aos locais onde se realiza a pesca industrial e semi-industrial. As embarcações de pesca semi-industrial e industrial pescam essencialmente camarão e uma variedade de capturas acessórias que abastecem os mercados locais, regionais e internacionais com marisco. A frota semi-industrial é caracterizada por embarcações de propriedade local e a pesca é praticada ao longo da costa por embarcações com até 20m de comprimento, equipadas com motores e que usam sistemas de refrigeração mecânica ou com gelo para a conservação do pescado a bordo. Algumas destas embarcações utilizam métodos mecânicos de pesca. O equipamento inclui linhas de pesca bem como canas de pesca fortes com carretéis grandes sem engrenagens. A frota industrial inclui navios congeladores que podem operar numa base contínua durante três semanas ou mais e têm pelo menos um comprimento de 20m, consistindo em dois tipos de operadores: O primeiro é constituído por associações de empresas, muitas vezes entre o Estado Moçambicano e grandes multinacionais estabelecidas na Europa, com meios financeiros suficientes para suportar a renovação da frota e colocar o produto no mercado internacional. Estas empresas possuem entre oito a trinta barcos cada e exploram 70 por cento do Total Autorizado de Capturas (TAC), que contribui para as receitas em divisas estrangeiras; e O segundo tipo é constituído por empresas industriais que usam capital local, com um máximo de quatro barcos por empresa e com uma produtividade baixa devido à obsolência da sua frota e equipamento (Impacto e ERM, 2010). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-13 As embarcações de pesca industrial à linha que operam na Área do Projecto estão estabelecidas nos Portos da Beira, Inhambane e Maputo. Os dados recolhidos em 2007 indicam que existiam aproximadamente 10 embarcações de pesca de camarão a operar na Área do Projecto a uma profundidade de entre 10 a 45m usando redes de arrasto (Impacto 2007, citado em Impacto e ERM, 2010). Segundo a Administração Nacional de Pescas (ADNAP), existiam 14 embarcações envolvidas na pesca à linha dentro da Área do Projecto em 2004. As técnicas de pesca à linha são geralmente usadas em profundidades que variam entre os 30 e os 250m e ocorrem durante todo o ano (Impacto e ERM, 2010). A pesca de camarão com redes de arrasto é feita em áreas com fundo arenoso entre os paralelos 17ºS e 25º40´S, que fica a sul e sudeste da Área do Projecto (Figura 7.3). Segundo a Administração Nacional de Pescas, existiam em 2004 cerca de 12 barcos industriais de pesca de arrasto a operar no país. Estas frotas funcionam entre Março e Dezembro, estando a época de pesca fechada nos meses de Verão, de Janeiro a Fevereiro. As taxas máximas de captura são registadas entre Março e Maio-Junho quando é feita 60 por cento da captura total do ano (Impacto e ERM, 2010). Os dados sobre a pesca relativos à Área do Projecto serão actualizados no REIA no estudo especializado sobre a pesca. Pesca Recreativa A pesca recreativa também é praticada na Área do Projecto, geralmente por pescadores amadores que participam em competições de pesca recreativa. O número de embarcações de pesca para esta actividade depende de cada competição. Para além das competições de pesca desportiva, existem outras actividades de pesca desportiva realizadas com embarcações de recreio pertencentes às estâncias turísticas. Durante a Fase da AIA, será definida a natureza e número de competições de pesca desportiva e recreativa realizadas por turistas dada a evidência anedótica de que se tem registado um declínio nessas actividades nos últimos anos. A pesca recreativa centra a sua actividade nas espécies de peixes de bico e estas actividades ocorrem em duas áreas principais: A área marítima do Arquipélago de Bazaruto; e A Zona de Protecção Total do Cabo São Sebastião num raio de entre 2 a 5km no mar. A pesca recreativa ocorre ainda a uma distância de entre 15 a 30km a leste de Inhassoro e do estuário do Rio Govuro, visando tanto as espécies demersais em ambientes rochosos como as espécies pelágicas. As espécies mais ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-14 populares de espécies de peixes incluem o espadim, veleiro, a cavala-da-Índia, o gaiado e o atum albacora, o xaréu e a cavala. Os peixes de fundos rochosos que são alvo de alguns clubes de pesca desportiva também são espécies alvo da indústria de pesca semi-industrial e artesanal à linha. Existe um centro de pesca privado localizado nas margens da foz do Rio Govuro, a aproximadamente 12.5km ao longo da costa norte da travessia da costa pelo oleoduto. Este lodge tem em funcionamento um sistema de captura e posterior libertação do pescado e oferece pesca em alto-mar, pesca ao largo da costa, pesca em estuários e pesca com mosca (fly fishing) no mar, para além de oferecer também barcos de pesca para alugar e expedições de fly fishing. Como se pode ver na Figura 7.3 a área designada para pesca recreativa sobrepõe-se a um troço da rota do oleoduto marinho (incluindo a zona de segurança de 500m). Não existe sobreposição no que se relaciona com a localização da FSO. Pesca Ilegal Todas as operações de pesca artesanal, semi-industrial ou industrial em águas moçambicanas, bem como qualquer actividade comercial relacionada com a pesca, são obrigadas a obter uma licença oficial de pesca outorgada pelo Estado. A pesca para fins de subsistência pessoal está excluída desta regra. Sabe-se que existem operações de pesca ilegal nas águas costeiras de Moçambique. Os proprietários locais de embarcações sabem da ocorrência de pesca ilegal à noite, principalmente por embarcações estrangeiras. Estas actividades ocorrem principalmente nas regiões de Cabo Delgado, Nampula e Inhambane (na área de Bazaruto), e estão supostamente relacionadas com a pesca de espécies migratórias, como é o caso do atum. A pesca ilegal artesanal do tubarão parece estar mais concentrada nos 85km de costa entre Morrumbene e Pomene, no sul de Moçambique, muito embora toda a área desde o sul do Arquipélago de Bazaruto até Závora esteja sujeita a uma elevada de pressão de pesca. O equipamento habitualmente usado nestas instâncias é o palangre de fundo. Quadro Regulamentar e Estratégico para o Sector de Pescas O quadro regulamentar que orienta a estratégia do sector de pescas em Moçambique e subsectores relacionados inclui: A Lei das Pescas Nº. 3/90 que define o enquadramento legal relativo à pesca neste país; ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-15 A Resolução 11/96 aprova a Política Pesqueira e Estratégia de Implementação; Regulamento Geral da Pesca Marítima, Decreto Nº. 43/2003, que rege as actividades de pesca em águas marítimas e no alto-mar; Regulamento da Pesca nas Águas Interiores, Decreto Nº. 57/2008; Regulamento de Funcionamento dos Comités de Co-Gestão de Pesca, Diploma Ministerial Nº. 147/2007; O Plano Director das Pescas 2010-2019 (PDP 2010-2019), que define a visão de longo prazo e as metas de desenvolvimento do sector, os grupos alvo e outros beneficiários indirectos, a contribuição dos seis subsectores de pesca para a realização das metas do PDDII e os aspectos transversais que têm impacto no desenvolvimento e promoção das actividades de pesca; O Plano Estratégico para o Subsector de Pesca de Pequena Escala, elaborado em 2007 (implementado pelo IDPPE: Instituto de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala em Moçambique define uma visão para a pesca de pequena escala com um horizonte de dez anos e um período de implementação de 5 anos (agora finalizado). Os cinco pilares principais do PESPA incluem: Condições sociais melhoradas nas comunidades pesqueiras; Rendimentos crescentes para os pescadores artesanais; A comercialização do pescado produz resultados mais favoráveis para os pescadores artesanais; Os serviços financeiros destinados à pesca artesanal de pequena escala são acessíveis a um maior número de pescadores e mais fáceis de obter; e As instituições dedicadas ao desenvolvimento e gestão da pesca artesanal são reforçadas e melhoradas. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-16 O Plano Estratégico de Desenvolvimento da Pescaria de Atum, aprovado em Julho de 2013(1), está alinhado com o Plano Director das Pescas 20102019 (ver acima) bem como com outras políticas e estratégias relevantes. O Plano Estratégico visa maximizar os benefícios da indústria do atum na economia de Moçambique, através de um maior aproveitamento e controlo da pescaria de atum na Zona Económica Exclusiva (ZEE) e participação no fortalecimento da gestão do atum no Oceano Índico. Este Plano Estratégico define acções prioritárias e acções de carácter geral para a gestão das pescarias de atum, pesca de pequena escala e pesca industrial. O Ministério das Pescas é responsável pela implementação desta estratégia a nível nacional; e O Plano de Gestão das Pescarias de Linha das Águas Marítimas de Moçambique para o período 2014-2018 foi aprovado pelo Diploma Ministerial Nº. 162/2014. Este Plano estabelece os requisitos a serem cumpridos para a pescaria de linha nas águas marítimas sob jurisdição de Moçambique (que se estendem por uma extensão de 12 milhas no mar). Este Plano centra-se na contribuição das pescas para a economia nacional. O objectivo principal do Plano de Gestão é contribuir para o uso sustentável dos recursos marinhos vivos enquanto apoiao crescimento económico e melhoria das condições de vida das comunidades de pescadores. 7.4.2 Actividades Agrícolas e Segurança Alimentar Em geral os solos são pobres e arenosos nas áreas costeiras do Distrito de Inhassoro. A maior parte da população local pratica a agricultura itinerante de ‘corte e queima e irrigação por chuva’ e as culturas mais comuns são o sorgo, o painço (ou mexoeira em Moçambique), amendoim, feijão, mandioca e milho. A agricultura é essencialmente praticada em pequenas áreas agrícolas designadas por machambas, a nível de agregado familiar. Cada agregado cultiva uma área média de 1.8ha, essencialmente para fins de subsistência, mas o produto excedente é vendido a fim de proporcionar uma fonte de rendimento. Dado o baixo nível de fertilidade do solo e os longos períodos de seca, tal como é a situação actual, esta área depara-se com problemas cíclicos de segurança alimentar. Nas áreas do interior do Distrito, onde a produtividade do solo e as chuvas são adequadas existe a produção comercial de milho e de amendoim. Para além das actividades agrícolas, os agregados familiares executam outras actividades que contribuem para o seu rendimento e que podem desempenhar um papel vital nas estratégias de subsistência destas famílias durante os períodos de seca. Estas incluem: (1) Na 22ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-17 A criação de produtos de madeira e de caniço nas áreas costeiras e no interior de Inhassoro; Criação de gado e caça; Pesca ao longo da costa, nos rios e lagos do interior; Colheita e venda de produtos florestais (frutos, mel, plantas medicinais, postes de madeira, etc.); Produção de carvão e de lenha, que são principalmente vendidos ao longo da EN1; Produção artesanal de pedra para a construção; Capim para uso em telhados de colmo; Fabrico de bebidas tradicionais (por ex., vinho de palma); e Ganho-Ganho (mão-de-obra temporária). A Figura 7.7 a seguir ilustra algumas das actividades de subsistência acima referidas. Figura 7.7 Actividades de Subsistência das Famílias na Área do Projecto Fonte: Impacto, 2015 7.4.3 Recursos Florestais Os principais recursos florestais explorados no Distrito de Inhassoro são constituídos pelas madeiras Mondzo (Combretum imberbe), Chanfuta (Afzelia quanzensis), Umbila (Pterocarpus angolensis), Cimbirre (Androstachys johnsonii), Sândalo (Spirostachys africana), Chacate-preto (Guibourtia conjugata) e Msasa (Brachystegia spiciformis). Segundo o Perfil do Distrito de Inhassoro para a Avaliação Ambiental Estratégica (Impacto, 2011) existiam 18 operadores florestais1 em 2011 neste distrito com licenças anuais, dos quais quatro estavam localizados no Povoado de Cometela, 12 em Maimelane e dois em Nhapele. 1É conferida uma concessão florestal aos operadores florestais para fins de exploração florestal, em particular, o abate de árvores, transporte, extracção, secagem, incluindo o fabrico de carvão, bem como o processamento de madeira, de acordo com um plano de gestão previamente aprovado. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-18 Adicionalmente existem duas empresas de processamento de madeira situadas na Vila de Inhassoro e em Maimelane. Muito embora o uso de fogos não controlados tenha reduzido de forma significativa devido a iniciativas de consciencialização a este respeito, o Distrito de Inhassoro ainda continua a ser afectado pela erosão e desflorestação dado as comunidade locais usarem madeira para a construção local e como lenha para combustível (MAE, 2005). 7.4.4 Turismo A Província de Inhambane é um dos principais destinos turísticos em Moçambique. O turismo é definido como "o maior trunfo para o desenvolvimento da economia da província” (GPE, 2010, citado em Golder, 2014b) e constitui o maior sector formal de emprego na região costeira do Distrito de Inhassoro. O Distrito de Inhassoro está situado na região de Vilanculos/Bazaruto/ Inhassoro e está listado como uma das Áreas Prioritárias para o Investimento Turístico (APIT) conforme ilustrado na Figura 7.8 a seguir. O aglomerado de Vilanculos / Inhassoro / Bazaruto constitui presentemente o destino de lazer mais desenvolvido de Moçambique. Entre as atracções turísticas existentes contam-se ilhas virgens, o PNAB, com actividades recreativas marinhas, incluindo o mergulho e snorkeling de alta qualidade, praias extensas e águas límpidas e calmas para nadar (Golder, 2014b). Várias estratégias nacionais e provinciais reconheceram o potencial turístico desta área (Golder, 2014b), incluindo: O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique (2004-2013) que classifica as ilhas do Bazaruto e a costa continental (incluindo a Área do Projecto) como Área Prioritária Tipo A para o Investimento em Turismo. Os dados disponíveis sobre o impacto deste Plano e actualizações existentes serão considerados na AIA; A inclusão do PNAB na Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo adiciona um peso suplementar ao estatuto de prioridade da região; e A Estratégia de Turismo de Inhambane, elaborada em 2012, mas ainda não adoptada, tem como objectivo desenvolver um produto turístico de classe mundial baseado nas principais atracções da província, principalmente da zona costeira (Tourism Strategy Company, 2012). O ponto de situação desta estratégia será verificado durante o desenvolvimento da AIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-19 Figura 7.8 Área Prioritária de Vilanculos/Bazaruto para Desenvolvimento Turístico em Relação às Componentes Terrestre e Marinha do Projecto A intervenção mais recente e significativa nesta Província vem do Programa Âncora de Investimento em Turismo em Moçambique (MATIP). Esta iniciativa conjunta do Governo de Moçambique e da Corporação Financeira Internacional (IFC) identificou 2 750ha a meia distância ao longo da costa entre Inhassoro e Vilanculos como um "local de investimento âncora" e desenvolveu um plano ambicioso para um desenvolvimento turístico de grande escala. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-20 No entanto, esta área está situada fora da Área do Projecto (numa direcção sul - sudeste) (Golder, 2014b). O Distrito está bem servido por uma variada gama de instalações turísticas, desde lodges/acomodações turísticas a preços acessíveis, a hotéis e estâncias turísticas de alta qualidade, com as estimativas a indicar a existência de cerca de 50 estabelecimentos turísticos em Inhassoro, Península Bartolomeu Dias e Arquipélago de Bazaruto (Figura 7.9). Os estabelecimentos turísticos de luxo estão concentrados nas Ilhas do Arquipélago de Bazaruto, vila de Vilanculos e no Cabo São Sebastião situada nas proximidades. Estas áreas, em especial as ilhas, desenvolveram um perfil destacado com um destino turístico para o segmento alto do mercado, para turistas regionais e internacionais. Figura 7.9·Letreiros de Estabelecimentos Turísticos em Inhassoro Fonte: J Hughes 2015 É importante destacar que só as ilhas de Bazaruto e de Santa Carolina estão situadas no Distrito de Inhassoro (Posto Administrativo de Bazaruto). As outras ilhas estão localizadas no Distrito de Vilanculos que não se enquadra na Área do Projecto; daí a sua ausência da tabela apresentada a seguir. A Ilha de Santa Carolina é a ilha mais pequena do Arquipélago de Bazaruto onde existem as ruínas do antigo Hotel Santa Carolina. Ao longo dos anos houve vários planos por investidores para construir um novo hotel na ilha mas até à data nenhum deles foi avante. Os dados sobre turismo serão actualizados como parte da Fase de AIA. O lodge mais próximo do local de travessia da costa pelo oleoduto é o Mi Casa Game Fishing Lodge – a uma distância de aproximadamente 2 km da travessia da costa – que entrou em funcionamento entre Novembro / Dezembro de 2015, mas que se encontra localizado fora das áreas primárias de turismo. Em altomar, o lodge mais próximo ao oleoduto e à FSO é o Pestana Bazaruto Lodge, localizado na extremidade norte da Ilha de Bazaruto, existindo ainda mais para norte na Península Bartolomeu Dias vários outros lodges cujo acesso é feito por viaturas 4x4 através de uma faixa costeira ou ao longo da praia dependendo das marés e dos níveis de água no estuário (Figura 7.9). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-21 As receitas geradas pelos cerca de 1 798 quartos de alojamento disponíveis nos estabelecimentos turísticos existentes nos Distritos de Inhassoro e Vilanculos em 2005 situaram-se na ordem dos 17.5 milhões de USD. Estes valores são baseados nas taxas registadas de ocupação e consumo de alimentos e bebidas bem como outros produtos e serviços providenciados por terceiros – sendo estes últimos estimados em aproximadamente 31 por cento do valor das instalações turísticas em Inhassoro, e 57 por cento em Vilanculos (Impacto e ERM, 2010). Segundo os dados providenciados pelo Ministério do Turismo, a Província de Inhambane atraiu 18 510 visitantes internacionais durante o ano de 2010, ocupando o segundo lugar após a Cidade de Maputo (Golder, 2014b). A taxa média de ocupação na província está no entanto a diminuir, situando-se os níveis de ocupação em cerca de 10% devido à crise económica internacional; altos custos operacionais; baixos padrões de prestação de serviços; burocracia; corrupção; infra-estruturas inadequadas; e insegurança em Moçambique. O turismo é um sector altamente sazonal, com os períodos de pico durante o Natal e a Páscoa dada a distância das principais áreas fonte de turismo na África do Sul e no Zimbabué. As principais atracções são o mergulho e o snorkelling com os locais mais populares para o mergulho aquático situados no lado noroeste de Magaruque incluindo o Recife de Duas Milhas, o Recife de Cinco Milhas, os Buracos, o Templo Grego, e os recifes ao longo da região leste da Ilha de Bazaruto e os Jardins de Corais a norte (Impacto e ERM 2010) conforme ilustrado na Figura 7.3. Uma das principais vantagens desta área é que os recifes são facilmente acessíveis e providenciam vários tipos de experiência para os mais diversos níveis de mergulhadores. O Recife de 12 Milhas é principalmente visitado por mergulhadores alojados nos lodges do Arquipélago mas constitui também uma das principais áreas de pesca em alto-mar. O melhor período para o mergulho é entre Abril e Dezembro, enquanto geralmente os eventos de pesca em altomar (envolvendo 30 a 60 embarcações) ocorrem nas épocas altas de férias em Abril, Dezembro / Janeiro. A maior parte da pesca recreativa de peixes de bico tem lugar a norte da Ilha de Bazaruto, por vezes até uma distância de 20km da costa com o Recife de 25 Milhas (25 Mile Reef) muitas vezes citado com uma área boa para a pesca (www.sealine.co.za). Conforme referido anteriormente, as competições / eventos de pesca desportiva e de pesca recreativa pelos turistas serão confirmados e documentados na AIA, dado que a evidência anedótica sugere que pode-se ter registado um declínio nestas actividades nos últimos anos essencialmente relacionado com a insegurança no interior de Moçambique. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-22 7.4.5 Exploração e Produção de Hidrocarbonetos As actividades de pesquisa sísmica e perfurações nesta região têm vindo a realizar-se nos últimos 45 anos. De notar que a Sasol tem vindo a realizar actividades na Província de Inhambane desde 2000 e a extrair recursos de gás em terra na Província de Inhambane desde 2004, que são processados na Unidade Central de Processamento de Temane (CPF), no Distrito de Inhassoro. Segundo o INE (2010), 1.7 por cento da população de Inhassoro está envolvida no sector de mineração, que inclui as operações petrolíferas e de gás. De relevância directa para o projecto proposto do Oleoduto e FSO Marinha da Sasol é o anterior Processo da AIA e estudos adicionais relativos aos Blocos 16 e 19. As questões levantadas durante o processo da AIA nas reuniões das Partes intererssadas e do Fórum de Intervenientes que foi estabelecido para o projecto centraram-se principalmente nos riscos do projecto para a conservação, pesca e turismo. As questões de prioridade incluíram os riscos às características costeiras prioritárias que contribuem para a importância de conservação do PNAB, nomeadamente os recifes de corais e os peixes dos recifes, os dugongos e as tartarugas bem como o potencial impacto sobre o turismo e a pesca. Devido às preocupações destacadas sobre os levantamentos sísmicos em águas de pouca profundidade, em particular, realizaram-se estudos adicionais mais detalhados sobre os dugongos e as ervas marinhas, os recifes de corais, pesca e turismo, com vista a estabelecer uma base de referência melhorada. Também foram feitos estudos de monitorização sobre a pesca e as tartarugas marinhas. Foi também desenvolvido e implementado um mecanismo de compensação a fim de compensar os pescadores pela perda temporária de acesso as áreas de pesca na zona de segurança em torno das actividades do projecto. Em Julho de 2006, a Sasol elaborou um Preâmbulo para ser incluído no REIA do Projecto de Pesquisa da Sasol nos Blocos 16 e 19, no qual indicou concordar com as recomendações da AIA e se comprometeu a adiar os levantamentos sísmicos e a perfuração de poços em águas de pouca profundidade até à finalização de estudos adicionais. Na sua resposta ao requerimento de uma Licença Ambiental pela Sasol para a realização de actividades em águas profundas, comprometendo-se a adiar as actividades de pesquisa em águas de pouca profundidade e a executar estudos adicionais, o MICOA (Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, actualmente MITADER) recomendou que o impacto ambiental das actividades relativas a hidrocarbonetos num ambiente de águas pouco profundas devia ser alvo de uma investigação mais aprofundada. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-23 Os estudos adicionais (2007) e de monitorização (2008) subsequentemente realizados incidiram na população de dugongos nesta área e seu habitat, pesca artesanal, indústria de turismo, saúde dos recifes de corais, modelação do impacto de ruídos e monitorização das tartarugas marinhas. Estes estudos foram substanciados por um processo bem documentado de envolvimento das partes interessadas bem como através de uma revisão independente interpares pela SAIEA (Instituto da África Austral para Avaliações Ambientais). Os dois aspectos principais do processo foram: 1. Que o estudo sobre os dugongos indicou que a área de Bazaruto continha provavelmente a última população viável de dugongos na região Ocidental do Oceano Índico e recomendou que não se realizassem actividades de pesquisa na área de águas de pouca profundidade com a retenção dos direitos de pesquisa e o estabelecimento de uma reserva para dugongos; e 2. Que o estudo sobre a pesca artesanal concluiu que a pesca local desempenha um papel vital na economia local, recomendando que não se realizassem levantamentos sísmicos em áreas de pouca profundidade perto de Inhassoro dado os recursos de pesca locais serem particularmente sensíveis. Em Agosto de 2008, e com base nos resultados de estudos adicionais e de monitorização, a Sasol comprometeu-se a não prosseguir, nessa altura, com quaisquer actividades de pesquisa em águas de pouca profundidade (levantamentos sísmicos e perfurações). A Sasol comprometeu-se também a aguardar as recomendações da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) que o Governo de Moçambique se comprometeu a realizar, antes da avaliação desta decisão e rever o seu plano de pesquisa para as áreas de águas pouco profundas. A equipa do projecto está ciente das questões e preocupações levantadas e a forma como estas foram abordadas durante o processo da AIA dos Blocos 16 e 19 e consciente de que o proposto projecto do oleoduto e da FSO Marinha provavelmente dê origem a preocupações semelhantes pelas partes interessadas. Este aspecto é especificamente mais provável dados os recentes processos de AIA que chamaram a atenção sobre a expansão da área de actividades da Sasol nesta região. Em Outubro de 2015, o Instituto Nacional de Petróleo (INP) de Moçambique anunciou os resultados do quinto concurso de concessão de áreas para a pesquisa e produção de petróleo e de gás em 11 áreas marinhas e quatro áreas terrestres. Foi conferida à Sasol Petroleum Mozambique Exploration Ltd, em parceria com a ENH, a área PT5-C, que inclui a área entre os Blocos de Temane e de Pande e uma vasta porção localizada a sul da CPF. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-24 7.5 INFRA-ESTRUTURAS E SERVIÇOS Em geral, a Área do Projecto possui uma infra-estrutura social muito deficiente, e nos casos em que existem infra-estruturas, estas estão concentradas na Sede Distrital e em alguns Postos Administrativos. 7.5.1 Escolas O Distrito de Inhassoro tem 40 escolas primárias de 1º grau (EP1), sete escolas primárias de 2º grau (EP2), uma escola secundária (ESG) e uma escola técnicoprofissional (ETP) no centro de Inhassoro, que tem o apoio da Igreja Católica (Perfil para a Avaliação Ambiental Estratégica do Distrito de Inhassoro, Impacto, 2011). Segundo foi constatado só existe uma escola localizada perto da rota do oleoduto terrestre, situada no povoado de Chibo na margem oeste do Rio Govuro. Durante o levantamento efectuado pela Kula, Estudos e Pesquisas Aplicadas, Lda. para o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e Projecto de Produção de GPL (Golder, 2014b), um terço da população não tinha qualquer educação formal, e somente metade completou o ensino primário. Somente 8.2 por cento tinha completado o ensino secundário. Os níveis de alfabetização entre adultos eram baixos situando-se em 7.3 por cento. Adicionalmente, nenhum dos entrevistados completou estudos universitários e somente 0.6 por cento completou alguma forma de educação profissional. Figura 7.10 Exemplo de uma Escola Primária Típica nesta Área, localizada em Maperepere, no Povoado de Nhapele no Distrito de Inhassoro Fonte: (Impacto, 2016) ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-25 7.5.2 Saúde Em geral, Inhassoro carece de instalações sanitárias e não existe qualquer hospital neste Distrito, sendo o mais próximo localizado em Vilanculos. Os Centros Rurais de Saúde Tipo 1 com recursos melhorados estão localizados na Sede Distrital e nas áreas mais populadas localizadas ao longo da estrada nacional EN1, como é o caso do novo centro de saúde em Mangugumete (Posto Administrativo de Maimelane), financiado pelo programa de Responsabilidade Social Corporativa da Sasol. Este distrito também tem três Centros Rurais de Saúde Tipo 2 e na ilha de Bazaruto existe um Centro de Saúde Tipo Urbano (Figura 7.11). As principais doenças registadas no Distrito de Inhassoro em 2011 incluíram a malária, diarreias e disenteria, doenças de transmissão sexual (incluindo o HIV/SIDA), tuberculose e pneumonia (Impacto, 2011). Muitas das pessoas dependem ainda da medicina tradicional à base de plantas e diversos médicos tradicionais operam área. Segundo o Governo Distrital (2011) a principal causa de mortes entre adultos neste distrito foi o HIV/SIDA devido à não aderência aos princípios básicos de prevenção e de tratamento com antiretrovirais. No entanto, em 2013 alcançou-se um melhoramento de 10 por cento no registo de pessoas em programas para tratamento com antiretrovirais, juntamente com um melhoramento de 29 por cento na retenção de pacientes neste Programa. Segundo constatado o Programa da Sasol para a Consciencialização sobre o HIV/SIDA terá contribuído, de forma substancial, para estes melhoramentos (Golder, 2014b). Os planos, estratégias e iniciativas no sector de saúde serão alvo de uma avaliação e documentados na AIA, com referência ao Quadro Estratégico Nacional para o Sector da Saúde 2014 – 2019 (MISAU, 2013) e outras fontes relevantes de dados. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-26 Figura 7.11 Instalações de Saúde no Distrito de Inhassoro 7.5.3 Abastecimento de Água e Saneamento Somente existem sistemas de água canalizada na Sede Distrital e as comunidades dependem de bombas manuais e poços rasos abertos tradicionais de pouca profundidade e cisternas para a recolha de água da chuva para o seu abastecimento de água. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-27 Não existem bombas manuais em números suficientes para responder às necessidades das áreas rurais, especialmente as áreas interiores, onde o abastecimento de água depende dos furos de água. A água extraída dos furos por vezes é salobra, de fraca qualidade e salina. Estes furos de água são usados tanto pelas populações como para o gado. As Organizações Não Governamentais (ONGs) Kulima e German Agro Action têm estado envolvidas no apoio às comunidades localizadas ao longo da costa para a construção de poços protegidos. No entanto, algumas das pessoas que vivem perto da rota do oleoduto dependem ainda de poços escavados à mão para conseguirem alcançar água entre 2 a 5 metros abaixo do nível do solo, mas muitos destes poços estão a secar durante o actual período de seca, o que força as populações ou a mudar-se ou a percorrerem distâncias maiores à procura de água (ERM observação pessoal 2015). A Figura 7.12 ilustra alguns exemplos das bombas manuais de água encontradas no Distrito de Inhassoro. Figura 7.12 Exemplos de Bombas Manuais de Água no Distrito de Inhassoro Mais de metade dos agregados familiares neste distrito (55.3 por cento) não tem latrinas, o que significa que Inhassoro é um dos distritos costeiros com uma taxa elevada de defecação no mato. Dos 44.7 por cento que têm acesso a latrinas, nove por cento dos agregados familiares totais no Distrito têm latrinas melhoradas e 34.9 por cento têm latrinas tradicionais. Somente 0.8 por cento dos agregados familiares no distrito possuem sanitários ligados a fossas sépticas. 7.5.4 Fornecimento de Energia Eléctrica O Distrito de Inhassoro tem uma rede de distribuição de energia eléctrica de 33kV que abrange a área da sede do Posto Administrativo de Inhassoro e algumas localidades ao longo da costa. No entanto, somente 1.5 por cento dos agregados familiares no distrito beneficiam desta fonte de energia (Impacto, 2011). Mais de metade da população do Distrito (50.8 por cento) utiliza fontes alternativas de energia (por ex., parafina e querosene) para iluminação. Tal situa-se abaixo do nível provincial (76 por cento) e ligeiramente abaixo do nível nacional (54 por cento). ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-28 A maior parte da confecção dos alimentos é feita com base no carvão produzido localmente ou lenha e aproximadamente 28 por cento dos agregados familiares em Inhassoro utilizam a lenha como combustível, o que faz com que Inhassoro seja o distrito costeiro mais dependente de lenha como combustível a nível da Província (Impacto, 2011). A principal fonte de madeira para lenha e para o fabrico de carvão é a madeira localmente conhecida por Chanfuta (Afzelia quanzensis), listada como Quase-Ameaçada na Lista Vermelha da IUCN. 7.5.5 Rede Rodoviária A rede rodoviária no Distrito de Inhassoro compreende um total de 236.7 km de estradas, dos quais 156.8 km são classificados e 79.9 km não classificados. Com a excepção da EN1, e o actual revestimento da estrada entre Inhassoro e a EN1, todas as estradas distritais não são asfaltadas. As estradas na Área do Projecto são geralmente transitáveis por viaturas, dependendo das condições meteorológicas. As comunidades beneficiam das estradas estabelecidas pela Sasol para as áreas de poços e ao longo das condutas. Estas estradas providenciam acesso aos recursos naturais (como madeira, lenha, produtos florestais não madeireiros, e carne de caça); e acesso a outras comunidades tanto para interacção social como para comércio, ou para ter acesso aos centros de saúde ou às escolas. 7.5.6 Transporte Marítimo Existe uma embarcação estatal, com capacidade para 32 passageiros que serve a área local mas que não está em funcionamento há vários anos. O transporte para as ilhas é feito por embarcações motorizadas dos estabelecimentos turísticos ou de outros proprietários em Inhassoro ou através dos botes tradicionais (Impacto, 2011). Consultar a Secção 6.7 a seguir para mais detalhes sobre o transporte marítimo e navegação. 7.6 TRANSPORTE MARÍTIMO E NAVEGAÇÃO A área marinha entre Sofala e Maputo constitui uma área importante para o tráfego marítimo. Os navios em águas mais profundas para leste da localização da FSO, geralmente efectuam a rota marítima entre o Porto da Beira e os portos na região norte de Moçambique tais como os Portos de Quelimane e de Nacala ou para o Porto de Maputo no sul, ou então fazem o transporte para portos internacionais, como para Durban. Na Figura 7.13 a seguir, estão ilustradas as rotas aproximadas de transporte marítimo. Durban é considerado como o “Porto de Entrada” para a região da África Austral e contribui para a maior parte do tráfego ao longo da costa oriental, incluindo o tráfego de e para os portos de Durban e de Richards Bay. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-29 As embarcações de pesca e os navios comerciais viajam próximo da costa entre os Portos de Quelimane, Beira, Inhambane e Maputo. A Autoridade Marítima (o Instituto Nacional Marinha - INAMAR) indicou que uma média anual de 1 000 cargueiros e embarcações de pesca atravessam a Área do Projecto a um distância de 20 a 35 milhas (36 a 63 km) da costa, na sua maioria em trânsito através do Canal de Moçambique (Impacto e ERM, 2010). Esta categoria de tráfego inclui as Embarcações de Pesca Industrial e SemiIndustrial, que utilizam o Porto da Beira como base. Um grande número de embarcações de pesca de pequena escala, totalizando cerca de 7 400, embarcações também está envolvido na pesca artesanal na Baía de Sofala (para norte da Área do Projecto), em geral dentro de um raio de três milhas náuticas (5.5 km) da linha costeira (Impacto e ERM, 2010). O Porto da Beira é o porto mais importante perto da Área do Projecto e controla o transporte marítimo internacional, a cabotagem (1) doméstica e regional, o transporte de pequena escala, as embarcações de pesca e turísticas. O Porto da Beira funciona como um porto de passagem, onde é manuseada a carga de importação e exportação do Zimbabué, Malawi, Zâmbia, África do Sul e outros países da região. A circulação de embarcações internacionais que utilizam o Porto da Beira e atravessam a Área do Projecto inclui tráfego marítimo da Europa, Ásia e das Américas bem como algum tráfego não regular do Norte de África, Corno de África e de outras partes do mundo. A maior parte do tráfego marítimo que usa o Canal de Moçambique inclui navios aliviadores que passam a uma distância considerável da costa. A Figura 7.13 ilustra as distâncias aproximadas da costa). A cabotagem nacional em Moçambique usando o Porto da Beira e que atravessa a Área do Projecto equivale ao segundo escalão de tráfego marítimo na região. Este envolve o tráfego entre Beira-Maputo e Beira-Quelimane, seguido do tráfego entre a Beira e outros portos nacionais tais como o de Pemba, Nacala, Angoche e Inhambane. O tráfego adicional na região é constituído por tráfego de outros portos regionais como é o caso de Mombaça (Quénia), Dar-es-Salaam (Tanzânia), Moroni (lhas Comores) e Tamatave (Madagáscar). O tráfego das embarcações de turismo inclui cruzeiros, iates, e pequenas embarcações recreativas. Os cruzeiros e os iates fazem visitas temporárias ao Arquipélago de Bazaruto, enquanto as pequenas embarcações recreativas tendem a permanecer na área numa base permanente. Em geral, as embarcações turísticas estão principalmente concentradas na Área de Bazaruto em redor das ilhas. (1) A Cabotagem refere-se ao transporte de produtos ou de passageiros entre dois locais no mesmo país por uma operadora de transporte de um outro país. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-30 O melhor período para o mergulho submarino é entre Abril e Dezembro, enquanto os períodos pico para a pesca submarina e pesca recreativa é Abril, Dezembro e Janeiro, especialmente em áreas para o norte da Ilha de Bazaruto, por vezes até uma distância de 20km da costa (Impacto e ERM, 2010). Em geral, durante os meses de Dezembro e Janeiro é comum encontrarem-se em média 17 e por vezes até 20 ou 30 barcos na área do chamado Recife de Duas Milhas (Two Mile Reef) e áreas circundantes, a apoiar as actividades de mergulho e de snorkelling (ERM e Consultec, 2006). Conforme indicado anteriormente, a presença de embarcações de mergulho e de pesca desportiva na área será definida na Fase de AIA. Outra categoria importante de transporte marítimo é o transporte de pequena escala. Esta categoria de tráfego inclui pequenas embarcações de passageiros que fazem a ligação entre as várias Ilhas no do Arquipélago de Bazaruto e o continente (Vilanculos, Inhassoro e Nova Mambone na foz do Rio Save). A Figura 7.13 a seguir ilustra as rotas nacionais (domésticas) de navegação mais próximas da Área do Projecto do que as rotas internacionais. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-31 Figura 7.13 Principais Rotas de Navegação de Transporte Marítimo na Área do Projecto Fonte: Adaptado de Impacto e ERM, 2010 7.7 ASPECTOS CULTURAIS, ARQUEOLOGIA E PATRIMÓNIO CULTURAL Os principais grupos etnolinguísticos nesta região compreendem os Matsuda, os Ndau e os Elomwe. A língua local predominante nesta região é o Xitswa. Segundo SAL (2006), uma população nativa conhecida como os "Bazarutos" ou "Mahoca", descendentes do grupo Ndau de origem Tsonga, migraram do Rio ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-32 Save para as Ilhas do Arquipélago de Bazaruto. Este grupo fala "Xihoca" que é uma mistura de Cindau e Xitswa. As principais religiões praticadas são o Catolicismo (45.9 por cento), Protestantismo / Evangelismo (23 por cento) e Zionismo (5.4 por cento). Os cemitérios familiares em geral estão localizados perto das áreas de residência das pessoas. Em todos os Postos Administrativos existem cemitérios para os chefes tradicionais ou régulos que têm restrições de acesso que devem ser respeitadas. Também foram identificados no Distrito de Inhassoro pela Golder (2014b) locais de importância cultural como por exemplo as florestas, árvores e lagos sagrados. O Distrito de Inhassoro tem um elevado potencial arqueológico devido à sua localização estratégica ao longo das rotas comerciais costeiras (tanto em terra como ao longo da costa) e do Rio Govuro. Na Área mais vasta do Projecto no âmbito do APP (Golder, 2014b) ocorrem cinco locais bem documentados. Também se encontram locais semelhantes na Área do Projecto do Oleoduto e da FSO os quais serão validados na AIA. Os vestígios arqueológicos recolhidos nas áreas vizinhas na Província de Inhambane incluem cacos de barro/ fragmentos em cerâmica, escória de ferro, contas, ferramentas de pedra e instrumentos líticos (Impacto, 2012) bem como artefactos microlíticos, cacos de cerâmica da tradição de Matola, característicos das primeiras comunidades agrícolas (Idade do Ferro Inicial), associados com conchas, etc., encontrados na Área do Projecto no âmbito do APP (Golder, 2014b). No entanto, a maior parte dos locais arqueológicos foram danificados pelo homem ou pela erosão induzida pelo clima (Golder, 2014b). A Figura 7.14 a seguir ilustra as potenciais áreas de interesse arqueológico e local de património cultural perto da rota do oleoduto terrestre (ERM, 2015). As áreas de interesse médio e elevado estão tipicamente associadas com os povoados. Estas serão estudadas em mais detalhe durante a fase de AIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-33 Figura 7.14 Mapa de Sensibilidade Arqueológica 7.7.1 Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas A Área do Projecto está localizada em áreas com solos de produtividade baixa, nível baixo de pluviosidade e em áreas com tendência a ciclones. Nas áreas costeiras do Distrito de Inhassoro, os solos são pobres e arenosos e a maior parte da população pratica a agricultura de sequeiro, agricultura de corte e queima e irrigação por chuva. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-34 A agricultura tem níveis extremamente baixos de produtividade, e está altamente dependente de factores climáticos; como resultado, esta área depara-se com problemas cíclicos de segurança alimentar, com longos períodos de seca. As cheias também ocorrem regularmente nesta região, causando imensos constrangimentos para a população que vive e/ou pratica a agricultura nas margens dos rios. Para além da agricultura e da pesca, os residentes locais dependem grandemente dos recursos naturais para complementar o fornecimento de alimentos e os seus rendimentos, e que desempenham um papel primordial nas estratégias de meios de sustento especialmente nos períodos de secas. Devido aos elevados níveis de pobreza em Inhambane e à dependência dos recursos naturais, a população é extremamente vulnerável às mudanças climáticas. A erosão costeira das dunas e dos aterros entre Inhassoro e a Península Bartolomeu Dias é evidente e constitui uma ameaça para o turismo e outras infra-estruturas. 7.7.2 Planos e Estratégias para o Desenvolvimento Social A estratégia de desenvolvimento do Governo de Moçambique encontra-se resumida em dois planos, o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006-2009 (PARPA II) e o Plano de Acção para Redução da Pobreza 2011-2014 (PARP). Durante a Fase da AIA serão levados em consideração quaisquer dados disponíveis sobre o impacto destes planos e quaisquer actualizações a esse respeito. Os chefes de estado e de governos a nível mundial, incluindo o Presidente de Moçambique Filipe Nyusi, aprovaram uma nova agenda para o desenvolvimento sustentável que abrange os próximos 15 anos e substitui os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das NU (ODS) contêm metas como por exemplo a erradicação da pobreza, o combate à desigualdade e a minimização do impacto das mudanças climáticas. Os resultados e actualizações dos compromissos do país relativamente aos SDG serão avaliados como parte da AIA principal. O Plano de Desenvolvimento para a Província de Inhambane 2011-2020 está baseado nas estratégias nacionais e define como objectivo geral a redução da pobreza de 57.9 por cento (2009) para 45.0 por cento em 2014 e 40.0 por cento até 2020. A Fase da AIA irá incluir detalhes sobre este plano. O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Distrito de Inhassoro 20112015 (PEDD) põe em execução, a nível local, os planos nacionais e provinciais. Quaisquer dados disponíveis sobre o impacto deste plano e actualizações para o período 2016-2020 serão considerados na Fase da AIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-35 Os planos relacionados com a Pesca e o Turismo encontram-se referidos nas anteriores secções relevantes. 7.8 RESUMO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO DE REFERÊNCIA Tabela 7.6 Resumo do Ambiente Socioeconómico de Referência Estrutura Administrativa Aspectos Demográficos Actividades Económicas ERM E IMPACTO O projecto está localizado na região sul de Moçambique na Província de Inhambane. O oleoduto terrestre irá atravessar o Distrito de Inhassoro e os Postos Administrativos de Inhassoro e Bazaruto. Os povoados mais próximos do oleoduto terrestre são Temane, Masadge, Catine, Pere, Chinhocane e Chibo. A Província de Inhambane (2011) tem uma população de 1 402 245 pessoas, aproximadamente 6.1por cento da população de Moçambique. O Distrito de Inhassoro constitui 3.8 por cento da população da Província e é predominantemente rural. As principais religiões praticadas são o Catolicismo (45.9 por cento), Protestantismo / Evangelismo (23 por cento) e Zionismo (5.4 por cento). A língua local predominante é o Xitswa. A maior parte da população (70.2 por cento) do Distrito de Inhassoro está envolvida na agricultura, sector florestal e sector das pescas. A pesca é a actividade predominante nas áreas costeiras. A pesca de pequena escala (artesanal) para subsistência e geração de rendimentos constitui o tipo predominante de pesca praticada no estuário do Rio Govuro e nas regiões costeiras. O principal equipamento usado para a pesca inclui a linha de pesca, redes de cerco, arpão, armadilhas e redes de emalhar. Também se pratica a pesca por mergulho (geralmente para a captura de lagosta). O processamento e revenda de peixe também constituem actividades económicas importantes. A pesca industrial e semi-industrial à linha é praticada a leste do Arquipélago de Bazaruto e fornece o pescado para os mercados nacionais e internacionais. A agricultura é praticada em todo o Distrito e é essencialmente uma agricultura de sequeiro de ‘corte e queima e irrigação por chuva. As colheitas mais comuns são o sorgo, o painço (ou mexoeira), amendoim, feijão, mandioca e milho. A agricultura é essencialmente praticada em lotes pequenos ou machambas (com aproximadamente 1.8ha). As actividades económicas secundárias incluem a pesca, a recolha e venda de produtos florestais não madeireiros e a mão-de-obra também constitui uma parte essencial das estratégias de meios de sustento dos agregados familiares. RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-36 7.8.1 Turismo Infraestruturas Património Cultural A Província de Inhambane constitui um dos principais destinos turísticos em Moçambique. O aglomerado Vilanculos/Bazaruto/Inhassoro está listado como uma das Áreas Prioritárias para o Investimento Turístico (APIT) e constitui o destino de lazer mais desenvolvido de Moçambique. As atracções turísticas incluem ilhas com águas límpidas, o PNAB, actividades recreativas marinhas incluindo o mergulho e o snorkelling, praias, pesca recreativa e natação. O Distrito possui uma boa variedade de instalações turísticas, desde lodges a preços acessíveis a hotéis e estâncias de alta qualidade. O turismo constitui a maior entidade empregadora formal por sectores na região costeira do Distrito de Inhassoro. As instalações educacionais são limitadas neste Distrito com um terço da população sem ter qualquer educação formal. Não existe hospital no Distrito de Inhassoro; os Centros Rurais de Saúde estão localizados na Sede Distrital. As principais doenças registadas em 2011 foram a malária, diarreia e disenteria, doenças de transmissão sexual (incluindo HIV/SIDA), tuberculose e pneumonia. As principais fontes de energia são a parafina, querosene, lenha e carvão. Todas as estradas distritais não são asfaltadas com a excepção da principal EN1. O Distrito de Inhassoro tem um elevado potencial arqueológico devido à sua localização estratégica ao longo das rotas comerciais costeiras. Os cemitérios de família ficam localizados perto das áreas residenciais e os cemitérios dos régulos locais que têm restrições de acesso ficam localizados em cada Posto Administrativo. Também foram identificados no Distrito de Inhassoro locais culturais como as florestas, árvores e lagos sagrados. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 7-37 8 8.1 IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS INTRODUÇÃO A finalidade da Fase de Definição de Âmbito é essencialmente de identificar as principais questões e impactos ambientais que necessitam de ser avaliados em mais detalhe no processo da AIA, e proporcionar a identificação antecipada de quaisquer falhas que possam potencialmente inviabilizar o projecto e impedir a concessão da licença ambiental. O entendimento destas questões serve para assegurar que os Termos de Referência para os estudos especializados englobem todos os riscos potencialmente significativos do Projecto. Conforme foi referido no Capítulo 1, a Sasol tem estado activa na Área do Projecto desde 2001 e realizou várias AIAs das suas actividades. Dessa forma adquire-se um entendimento razoável sobre a maior parte das questões associadas com um oleoduto terrestre e com Projectos marinhos bem com prováveis questões relativas às partes interessadas. Conforme descrito nos Capítulos 6 e 7, o presente Projecto está localizado numa área de sensibilidade ambiental e social, próxima do Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto (PNAB) que é uma Área Marinha Protegida. Em terra, o oleoduto atravessa a planície costeira que é atravessada pelo Rio Govuro que se encontra praticamente intacto e a planície de inundação associadas, que drena para o estuário do Govuro/Save – uma área importante para mangais e para a pesca. As comunidades rurais dispersas e predominantemente rurais que vivem nesta área estão essencialmente dependentes dos sectores agrícola, florestal e pesca para os seus meios de sustento. A pesca artesanal constitui a actividade económica dominante ao logo da costa. O turismo com base nos recursos naturais constitui uma forma importante de geração de rendimentos e criação de emprego na região costeira do Distrito de Inhassoro. A abertura de novos acessos para áreas remotas e inacessíveis com habitats de matas e florestas para a construção do oleoduto pode dar origem a um aumento no acesso das populações para fins de recolha de madeira, caça e desmatação para a agricultura. Na planície de inundação do Rio Govuro, o acesso melhorado pode levar à colheita de cicadáceas com um estado de conservação ameaçado, enquanto a ocorrência de potenciais derrames durante a construção ou derivados do oleoduto podem causar a poluição do Rio Govuro e do estuário. No entanto, é provável que a abertura destes novos acessos seja acolhido favoravelmente pela comunidade dado lhe facilitar o acesso a recursos naturais. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-1 A nível marinho, as questões relacionadas com o risco e consequências de potenciais derrames de petróleo leve estabilizado sobre o estado de conservação do ambiente costeiro e marinho (especialmente os recifes de corais, peixes, dugongos e tartarugas) constituem uma das principais preocupações, uma vez que este ambiente sustenta o PNAB e o sector de turismo associado. Esta questão constituiu o principal assunto de discussão com as partes interessadas envolvidas na AIA para as actividades de pesquisa dos Blocos 16 e 19, e é provável que sejam levantadas preocupações semelhantes relativamente ao Projecto da FSO, não obstante o facto de que a localização da FSO está fora da área imediata de uso em redor do PNAB. Estas preocupações são válidas e devem ser cuidadosamente consideradas neste processo da AIA. Outra questão de importância para as partes interessadas e que deve ser considerada no processo da AIA tem a ver com a interferência e exclusão das áreas de pesca durante a construção e operações do oleoduto marinho e da FSO bem como a perda de alguns rendimentos dos pescadores, e consequentemente afectação,da economia mais vasta derivada da pesca. Estas questões levantam a necessidade de compensação e uma comunicação adequada com as associações de pesca e operadores turísticos relativamente às restrições de acesso no mar e potencial perda de rendimentos. As questões apresentadas pelas Partes Interessadas relacionadas com o oleoduto terrestre irão provavelmente incluir a interferência com as actividades de acesso e de uso da terra na área afectada pelo Direito de Passagem bem como com o requisito de compensação, a atribuição de empregos e formação, e as necessidades de Responsabilidade Social Corporativa (RSC). O presente Capítulo apresenta em linhas gerais os impactos antecipados relativamente às actividades do Projecto Proposto (Capítulo 2), sobre o ambiente biofísico (descrito no Capítulo 6), e sobre o ambiente socioeconómico (Capítulo 7). Este considera ainda os potenciais impactos cumulativos do Projecto proposto no contexto das actividades anteriores e actuais de Sasol nesta área. Este Capítulo discute ainda a forma como os atributos físicos, biológicos e sociais da Área do Projecto podem influenciar e possivelmente ter impacto sobre o Projecto. As principais questões conhecidas encontram-se resumidas na introdução enquanto as tabelas subsequentes apresentadas na Secção 8.4. definem todas questões significativas a serem tomadas em consideração da Fase da AIA deste Projecto. Os impactos identificados no Relatório de Definição do Âmbito irão constituir a base para a Avaliação de Impacto Ambiental e identificação de medidas apropriadas de mitigação / gestão para o Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-2 8.2 O PROCESSO DE DEFINIÇÃO DO ÂMBITO A identificação das principais questões ambientais e sociais associadas com o projecto foi efectuada com base no seguinte: Contributo dos chefes da equipa técnica e elementos especializados da equipa com base em anteriores visitas ao local do projecto e à área e com base na sua experiência em Projectos semelhantes nesta região; Revisão de REIAs anteriores e presentemente em curso para Projectos semelhantes da Sasol na Área mais vasta do Projecto (Temane, Inhassoro e Pande); Revisão das questões apresentadas pelas partes interessadas durante as anteriores AIAs da Sasol nesta região; e Discussões e resultados obtidos durante um Workshop para a Definição do Âmbito realizado entre elementos da equipa da ERM e elementos do Quadro de Gestão do Projecto da Sasol e a equipa de desenho técnico, realizado em Janeiro de 2016 em Londres. 8.3 POTENCIAIS INTERACÇÕES DO PROJECTO COM AS COMPONENTES AMBIENTAIS As potenciais interacções entre as componentes terrestre e marinha do Projecto (tanto actividades planeadas do Projecto como eventos não planeados) e as componentes física, ecológica ou socioeconómica do ambiente afectado encontram-se resumidas na Tabela 8.1 e Tabela 8.2. Estas providenciam uma base para uma descrição mais detalhada dos potenciais riscos do Projecto apresentada na Secção 8.4. A chave para a Tabela 8.1 e Tabela 8.2 está explicada a seguir: Sem interacção Interacção com o ambiente ou receptor que não se prevê seja significativa Interacção com o ambiente ou receptor que pode ser significativa Interacção positiva ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-3 Tabela 8.1 Interacções Terrestres do Projecto Questão 2 Construção do Oleoduto Terrestre A Oleoduto Terrestre A1 Preparação do local: desminagem, desmatamento e remoção da camada arável e A2 armazenamento Instalação do oleoduto: abertura de valas e enchimento A3 Uso / abstracção de água (fonte a ser confirmada) A4 Alargamento do trilho existente / novo acesso em áreas remotas A6 Aumento no tráfego de construção A11 Fornecimento de mão-de-obra, equipamento e serviços B Estação de Válvulas localizada na praia e Local da Travessia da Praia B1 Instalação e construção do Oleoduto usando a Perfuração Direccional Horizontal (HDD) B2 Eliminação dos resíduos da HDD na faixa costeira B3 Instalação da estação de válvulas localizada na praia B4 Alargamento da faixa costeira existente C Travessia da Estrada Nacional EN1 C1 Instalação e construção do Oleoduto usando o método HDD C2 Uso / abstracção de água (fonte a ser confirmada) D Travessia do Rio Govuro D1 Construção da travessia do rio para o oleoduto usando a perfuração horizontal D2 Possível instalação de ponte D5 Uso / abstracção de água (fonte a ser confirmada) Eliminação de águas residuais (a ser confirmada) E Instalações para a exportação de petróleo dentro da área da LPF E1 Construção das instalações de exportação de petróleo na nova LPF no âmbito do APP E3 Aumento de tráfego E4 Iluminação do local G Actividades de Apoio / Mão-de-obra Reutilização dos acampamentos, áreas de estaleiro de construção, locais de G1 G2 reabastecimento Implementação das Zonas Exclusivas de segurança ao longo do ROW G3 Transporte e eliminação de resíduos perigosos e não perigosos G4 Fornecimento de mão-de-obra, equipamento e serviços 2 Comissionamento do Oleoduto 2.1 Testes hidráulicos ao oleoduto 2.2 Uso / abstracção de água (fonte a ser confirmada) 2.3 Eliminação de águas residuais 3 A.1 Operação e Manutenção do Oleoduto Operação das bombas de exportação, lançadores dos medidores de inspecção de A.2 tubagem/ oleoducto e válvulas da conduta principal Limpeza/manutenção do oleoduto (de 5 em 5 anos) A.3 Transporte e eliminação de resíduos perigosos e não perigosos 4 Desmobilização do Oleoduto Terrestre 4.1 Desmobilização do oleoduto, estação de válvulas localizada na praia, válvulas, etc. 4.2 Transporte e eliminação de resíduos perigosos e não perigosos 4.3 Reabilitação das áreas perturbadas 5 Evento acidental / Emergência 5.1 Derrame de hidrocarbonetos / produtos químicos (pequenas proporções) 5.2 Derrame de hidrocarbonetos (grandes proporções) 5.3 Derrames de substancias químicas 5.4 Incêndios florestais 5.5 Acidentes Rodoviários 8-4 Serviços Públicos (por ex. aterros) Actividades Futuras Economia Local Saúde Comunitária Equipamentos públicos e serviços sociais Turismo & Recreação Concessões florestais Actividades agrícolas e segurança alimentar Peixe Emprego & Rendimentos Paisagem & Aspecto Visual Património Cultural Tráfego & Transporte Instâncias Públicas Interessadas Saúde Segurança e Protecção Comunitárias Vegetação Ribeirinha Social Fauna e Flora Marinha / Costeira Habitats costeiros / estuarinos Fauna Aquática e flora nos caudais Ecossistemas Aquáticos de Água Doce Biológica Habitats Sensíveis ou Críticos Fauna Terrestre (animais) Flora Terrestre Solos, Geologia e Capacidade da Terra Topografia / Relevo Ruído Clima Global Qualidade do Ar Ambiente e Poeira Nº. Hidrologia Sensibilidade Ambiental/ Social Física Qualidade / Quantidade de água de superfície e água subterrânea Actividade Tabela 8.2 Interacções Marinhas do Projecto Questão 1.2 Mobilização de embarcações de apoio Operação e presença de embarcações de instalação, suprimentos e de apoio, helicópteros, 1.4 e guindaste Zona Exclusiva de Segurança em redor do oleoduto e das embarcações de segurança 1.5 Geração de energia eléctrica pelas embarcações 1.6 Remoção do equipamento marinho/ embarcações e destroços 1.7 Instalação do oleoduto, incluindo a Zona de Exclusiva de Segurança 2 Instalação da FSO 2.1 Instalação da Torre de Ancoragem da FSO incluindo a coluna de ascensão e o umbilical 2.2 Uso de combustível para o helicóptero e embarcações de suprimentos e de apoio 2.4 Reboque da FSO e ligação à ancoragem 2.5 Presença de Zona Exclusiva de Segurança em redor da FSO 3 Comissionamento do Oleoduto Marinho e da FSO A1 Testes de pressão e fugas da SSIV e coluna de ascensão no pré comissionamento da FSO A2 Introdução de hidrocarbonetos na FSO A3 Armazenamento de gasóleo e uso para condições de arranque autónomo 4 Actividades Gerais de Apoio A4 Provisão de água potável para o POB 1.8 Eliminação de resíduos perigosos e não perigosos 1.10 Eliminação no mar de resíduos (alimentares) da cozinha, águas negras e cinzentas 1.11 Descarga de efluentes sanitários (águas negras e cinzentas) 1.12 Água de lastro das embarcações de apoio e de construção 1.13 Fornecimento de mão-de-obra, equipamento e serviços 5 Operação do Oleoduto Marinho e da FSO A1 Presença da FSO e Zona Exclusiva de Segurança A2 Geração de energia eléctrica A3 Descarga de água de arrefecimento A4 Operações de ventilação A5 Sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (AVAC) A6 Sistema de drenagem A7 Provisão de água potável para o POB A8 Eliminação de resíduos perigosos e não perigosos A10 Eliminação de resíduos de cozinha A11 Descarga de efluentes sanitários (águas negras e cinzentas) A12 Manutenção de rotina (incl. limpeza do tanque, remoção de lamas, pintura) A13 Transferência de petróleo para o navio aliviador A14 Água de lastro da FSO A15 Embarcações de apoio e de abastecimento (incluindo ancoragem temporária) B1 Presença do oleoduto marinho B2 Limpeza e manutenção do oleoduto e eliminação de resíduos B3 Inspecção do oleoduto, da ancoragem e da coluna de ascensão B4 Fornecimento de mão-de-obra, equipamento e serviços C1 Operação da base marinha de abastecimento à FSO 6 Desmobilização da FSO 6.1 Remoção da coluna de ascensão, sistema de ancoragem da FSO 6.2 Remoção dos sistemas de ancoragem da FSO 6.3 Reboque da FSO para fora do local 6.4 Eliminação de resíduos perigosos e não perigosos 6.8 Operação e presença das embarcações de apoio e abastecimento durante a desmobilização 6.9 Água de lastro da FSO , das embarcações de apoio e de abastecimento 6.10 Fornecimento de mão-de-obra, equipamento e serviços 7 Desmobilização do Oleoduto 7.1 Lavagem do oleoduto 7.2 Remoção do oleoduto Remoção das zonas de segurança 6.4 Eliminação de resíduos perigosos e não perigosos 6.8 Operação e presença das embarcações de apoio e de abastecimento 6.9 Água de lastro da FSO, das embarcações de apoio e de abastecimento 7.7 Fornecimento de mão-de-obra, equipamento e serviços 8 Evento acidental 9.1 Derrame de hidrocarbonetos (pequenas proporções) 9.2 Derrame de hidrocarbonetos (grandes proporções) 9.3 Explosão / incêndio na FSO 9.4 Ciclone 9.5 Abastecimento de combustível no mar - derrame de gasóleo 8-5 Serviços Públicos (por ex. aterros) Transporte Marítimo e Navegação Pesca Património Cultural Tráfego & Transporte (Marinho e terrestre) Instâncias Públicas Interessadas Saúde Segurança e Protecção Comunitárias Habitats costeiros / estuário Áreas Protegidas/ Críticas/ Habitats Sensíveis Recifes de Corais / Afloramentos Aves Marinhas Répteis Marinhos (tartarugas) Mamíferos marinhos (por ex., dugongos) Peixe & Flora & Fauna Pelágica Comunidades bentónicas Qualidade da água marinha Geologia Hidrologia Sedimentos no leito do mar Topografia no Leito do Mar Luz / iluminação Níveis de Ruído (Atmosféricos e Submarinos) Construção do Oleoduto Marinho Base marinha de abastecimento 1.3 Clima Global Qualidade do Ar Ambiente 1 1.1 Economia Local Social Emprego & Rendimentos Biológica Nº. Turismo & Recreação Sensibilidade Ambiental/ Social Física Paisagem /Paisagem Marítima & Aspectos Visuais Actividade 8.4 QUESTÕES IDENTIFICADAS Com base na avaliação realizada durante a definição do âmbito, é provável que o Projecto venha a causar impactos que provavelmente serão significativos ou que são considerados como sendo significativos pelas partes interessadas, e que requerem uma avaliação adicional e a necessidade de se realizarem estudos especializados na Fase da AIA. Os impactos significativos que se prevê resultem dos trabalhos de preparação, construção, comissionamento e actividades operacionais encontram-se resumidos na Tabela 8.3. Na Tabela 8.4 apresenta-se um resumo dos impactos que são potencialmente significativos resultantes e eventos não planeados (acidentes), enquanto os que são considerados como insignificantes derivados de actividades planeadas estão resumidos na Tabela 8.5. A Tabela 8.6 apresenta um resumo das questões que serão geridas em conformidade com planos de gestão relevantes e procedimentos operacionais e não estão incluídas nos estudos especializados propostos. Existem várias das questões identificadas que estão interligadas em várias componentes (por ex., o aumento de poeira na saúde da comunidade ou a redução da qualidade de água que causa degradação em ecossistemas aquáticos). Contudo, para fins do presente Relatório de Definição do Âmbito, os impactos são classificados consoante o seu impacto primário (por ex., os impactos da qualidade da água estão enquadrados no ambiente físico e não social). Estas interacções serão exploradas e avaliadas em mais pormenor no REIA integrado. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-6 Tabela 8.3: Questões Potencialmente Significativas Derivadas das Actividades Planeadas Questões de Preocupação 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 Ambiente Físico Terrestre Poeira: Aumento dos níveis de poeira que irá causar uma redução na qualidade do ar ambiente (e riscos à saúde comunitária) Fase do Projecto Actividades Planeadas Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto Fases de trabalhos Desmatação da vegetação, actividades de de preparação e de desminagem e remoção e armazenamento da construção camada arável do solo Os trabalhos de preparação e as actividades da fase de construção irão resultar num aumento de emissões de poeira na área de construção, que podem resultar em perturbações à comunidade ou mesmo ter efeitos sobre a saúde das populações na Área do Projecto e ainda sufocar a vegetação. É necessário fazer-se uma avaliação em mais detalhe, a fim de se determinar a extensão e significância das emissões de poeira na comunidade. Diminuição da Qualidade do Fase Operacional Emissões atmosféricas resultantes das bombas O funcionamento das bombas de exportação localizadas na LPF irá Ar Ambiente: de exportação da LPF adjacentes à CPF produzir fontes adicionais de emissões perto das instalações da CPF. A Diminuição da qualidade do ar contribuição das emissões da bomba de exportação na LPF será ambiente em terra nas quantificada e avaliada cumulativamente com as instalações da CPF em proximidades da CPF terra. Mudanças Climáticas: Fase Operacional Emissões de ventilação e produção de energia A fim de proporcionar fazer-se uma previsão da contribuição dos Projectos Aumento de emissões que eléctrica na FSO e em outras embarcações do para as mudanças climáticas será elaborado um inventário das emissões de contribuem para as Mudanças Projecto. todos os poluentes antecipados resultantes das emissões de ventilação e de Climáticas produção de energia eléctrica na FSO e em outras embarcações. Ruído em Terra: Fase Operacional Níveis maiores de ruído gerados pelo As bombas de exportação, como fonte adicional de ruído, podem resultar Aumento de ruído em terra em funcionamento das bombas de exportação em que a extensão da área geral afectada pelo ruído da CPF/LFP se estenda combinação com o ruído localizadas dentro do local da LPF. para além dos limites da CPF e afectar as comunidades circundantes. O gerado pela CPF aumento adicional nos níveis de ruído será modelado a fim de confirmar se estes níveis irão exceder os níveis alvo especificados no PGA-o para a CPF. Alteração na Hidrologia do Fase da Construção A perfuração horizontal por baixo do Rio A perfuração horizontal por baixo do Rio Govuro pode afectar o caudal do Rio: Govuro irá necessitar de água para a rio através da possível abstracção de água para a perfuração, e a drenagem Alteração na hidrologia do perfuração e escavação dos poços de trabalho ou infiltração de água para as áreas escavadas adjacentes de trabalhos nas canal do rio resultando em adjacentes ao rio e que terão que ser margens do rio (que irão necessitar do reassentamento e da rebombagem inundações desidratados para o rio), ou através da criação de montículos sobre a planície de inundação que podem afectar as inundações. Assim, é necessário fazeremse avaliações adicionais da hidrologia do rio e do estado de referência do ecossistema aquático relativamente às actividades do Projecto e necessidades antecipadas de água, potenciais fontes e a sua gestão para determinar este risco e a significância dos impactos relacionados com a água. A Sasol será responsável pela obtenção das licenças conferidas pela Ara-Sul para a abstracção a partir de fontes de água subterrânea e de água de superfície. 8-7 Questões de Preocupação 1.6 1.7 2 2.1 Redução na Qualidade de Água: Aumento na turvação / sedimentação do Rio Govuro causando uma redução na qualidade da água (e uma redução no estado dos habitats aquáticos) Aumento de Erosão: Aumento de erosão devido à exposição dos solos e dos aterros Fase do Projecto Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto Fase da Construção Escavação e retorno da água para o rio A escavação das áreas de trabalho em ambos os lados do Rio Govuro durante a perfuração horizontal irá provavelmente resultar na necessidade de se devolver a água de infiltração e águas residuais da perfuração de novo para o rio. Prevê-se que isso resulte num nível elevado de turvação da qualidade da água do mar, com potenciais riscos para a ecologia aquática (consultar os itens 2). É necessária a avaliação adicional dos riscos da qualidade da água e significância dos potenciais impactos sobre a ecológica aquática. Fases de Trabalhos A perfuração HDD do oleoduto e a construção Os penhascos ao longo da praia no Distrito de Inhassoro estão cada vez de preparação e de da central de válvulas localizada na praia irá mais propensos à erosão pelos ventos e pelas ondas e estão a exibir construção necessitar da escavação de solos costeiros não evidência de desestabilização. A desmatação da vegetação costeira, consolidados escavação em solos arenosos e a construção das infra-estruturas do oleoduto podem sujeitar areas à escavação e exposição com o passar do tempo, o que irá exacerbar ainda mais a erosão costeira. A mitigação destes riscos será abordada, através do planeamento dos métodos de construção e das infra-estruturas. As medidas de mitigação propostas serão alvo de uma nova avaliação a fim de confirmar que não existe qualquer risco adicional de erosão. Ambiente Ecológico Terrestre Flora e Fauna Terrestre: Fases de Trabalhos Perturbação e remoção da de preparação e de vegetação e flora terrestre, construção incluindo possíveis espécies ameaçadas e protegidas, e deslocação da fauna. O novo acesso para as áreas remotas irá aumentar o influxo de pessoas para uso dos recursos (por ex., caça para consumo de carne de caça, recolha de madeira, e desmatação de habitats para fins de agricultura e assentamentos populacionais). Actividades Planeadas Desmatação da vegetação e remoção da camada arável do solo ao longo da rota do oleoduto terrestre para preparar a servidão e o Direito de passagem do oleoduto 8-8 A desmatação da vegetação da rota do oleoduto, do ROW e o alargamento dos trilhos de acesso existentes irão ter impacto sobre certos habitats que provavelmente contêm flora e fauna em estado ameaçado de conservação, e irão facilitar o acesso melhorado pelas pessoas às áreas remotas não perturbadas com uma biodiversidade maior. Foram identificadas varais espécies de plantas ameaçadas na Área do Projecto e muitas espécies de mamíferos estão sob uma intensa ameaça de caça nos habitats remanescentes menos perturbados. Portanto, os trabalhos de preparação e as actividades de construção irão resultar tanto em impactos directos como indirectos sobre a flora e a fauna. Assim, será necessária uma avaliação adicional da importância ecológica da fauna e da flora ao longo da área não perturbada da rota do oleoduto e do seu potencial para ser qualificado como um habitat crítico ou sensível. Questões de Preocupação Fase do Projecto Actividades Planeadas Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto Desmatação da vegetação, escavação e A desmatação dos habitats e as actividades de construção ao longo da rota remoção da camada arável do solo perto dos do oleoduto terrestre irá ter impacto sobre os habitats aquáticos do Rio ecossistemas aquáticos ao longo da rota do Govuro e possivelmente pequenas depressões sazonalmente enchidas com oleoduto terrestre, especialmente na travessia água através da alteração do escoamento superficial e subsuperficial, do Rio Govuro aumentando a sedimentação e a turvação, e possível contaminação pelos poluentes. Propõe-se a perfuração horizontal por baixo do Rio Govuro como um método para minimizar os impactos físicos da travessia do oleoduto sobre o sistema fluvial. Esta perfuração horizontal por baixo do Rio Govuro pode causar a degradação do trecho do rio no ponto de travessia através da escavação dos sedimentos da planície de inundação, retorno da água de infiltração para o rio com um nível elevado de turvação e perda ou perturbação da vegetação ribeirinha, possivelmente desestabilizando as margens do rio. Os efeitos da sedimentação podem estender-se até um determinado ponto a montante e a jusante devido à influência tidal. Será necessária uma avaliação adicional da importância ecológica da ecologia aquática e estuarina da rota do oleoduto terrestre para se avaliar o impacto do alinhamento e dos métodos de construção propostos para a travessia do Rio Govuro. Desmatação de habitats e escavações na faixa A desmatação dos habitats e a escavação da zona costeira podem resultar costeira para a construção do oleoduto e infra- na remoção de flora ameaçada e/ou protegida, bem como a perturbação da estruturas associadas na central de válvulas fauna costeira, incluindo na área do ponto de entrada da HDD proposta e localizada na praia, e perturbação associada da central de válvulas localizada na praia. Estas actividades no topo do da fauna e flora costeira pelas populações penhasco irão provavelmente causar a exposição dos solos arenosos a um aumento de erosão pelo vento e desestabilização. Assim, será necessária uma avaliação adicional da importância ecológica da ecologia costeira da rota do oleoduto marinho. 2.2 Ecossistemas aquáticos / Fases de Trabalhos estuarinos: de preparação e de Perturbação de ecossistemas construção aquáticos e estuarinos, incluindo espécies ameaçadas e protegidas. 2.3 Habitats costeiros Remoção de vegetação e flora costeira, e perturbação de fauna costeira. 3 3.1 Ambiente Socioeconómico Terrestre Questões Comunitárias: Fases de Trabalhos Acesso limitado ao corredor do oleoduto Perturbação das comunidades, de preparação e de terrestre e alteração na saúde, segurança construção e protecção da comunidade Fases de Trabalhos de preparação e de construção 8-9 Os trabalhos de preparação e as actividades de construção ao longo do oleoduto irão dar origem a várias questões que podem causar se a perturbação da comunidade, incómodo e potenciais riscos à segurança. Estes incluem o acesso limitado ao corredor da rota do oleoduto terrestre ao longo das rotas de acesso, e a presença de valas abertas durante a fase trabalhos de preparação. Assim será necessária uma avaliação adicional do impacto dos trabalhos de preparação e das actividades de construção sobre a saúde de segurança da comunidade na Área do Projecto. Questões de Preocupação 3.2 Recrutamento de Mão-deObra: Emprego, práticas justas de trabalho, uso de mão-de-obra migrante ou estrangeira, formação / capacitação e desenvolvimento das populações locais e concorrência e potenciais incidentes de inimizades e conflitos como resultado das práticas de recrutamento Fase do Projecto Actividades Planeadas Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto Presença de trabalhadores na Área do Projecto Os trabalhadores de construção serão recrutados a nível local, regional e internacional, dependendo das aptidões exigidas para o trabalho e em conformidade com os requisitos de Moçambique. A presença de trabalhadores alojados num acampamento perto das comunidades locais pode criar preocupações em termos de saúde e de segurança muito embora a localização do acampamento perto das comunidades locais também pode providenciar oportunidades de trabalho. Os impactos da presença dos trabalhadores sobre a saúde da população local pode ser significativa caso não seja gerida de forma correcta, e portanto serão avaliados. Fases de Trabalhos Emprego de mão-de-obra e atribuição de Este Projecto irá recrutar trabalhadores durante todas as fases. Estes de preparação, postos de trabalho trabalhadores serão recrutados a nível local, regional e internacional, construção, dependendo das aptidões exigidas para o trabalho. A Sasol tem um acordo operações e de trabalho aprovado com o Governo de Moçambique que assegura o desmobilização respeito pela lei nacional bem como o uso da mão-de-obra local tanto quanto possível, em combinação com a formação e capacitação profissional. As disposições relativas às práticas justas de recrutamento e trabalho terão que ser abordadas no REIA e no PGA para este Projecto dado estudos anteriores de AIA conterem uma indicação das preocupações das partes interessadas no que se relaciona com o processo de recrutamento da Sasol. A menos que seja implementado um processo de recrutamento transparente e justo com um foco especifico no recrutamento e aquisição local de serviços, podem surgir conflitos e concorrência em termos de postos de trabalho entre os povoados e as vilas/cidades e com a Sasol. Caso estes riscos não sejam geridos de forma adequada podem resultar n paralisação das obras ou no bloqueio de estradas. Assim, o potencial conflito do processo de recrutamento e de nomeação de pessoas vindas de fora desta área terá que ser avaliado em mais detalhe a fim de garantir que sejam implementadas políticas apropriadas de recrutamento para lidar com o risco e significância deste potencial impacto. 8-10 Questões de Preocupação 3.3 3.4 3.5 Fase do Projecto Actividades Planeadas Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto Economia Local: Fases de Trabalhos Uso de provedores locais de serviço para o Embora este Projecto, logo que esteja operacional, possa trazer vastos A construção do oleoduto e da de preparação, fornecimento de alimentos, água e serviços de benefícios económicos a uma escala nacional, pode ter impactos positivos e FSO pode beneficiar a construção, eliminação de resíduos para o Projecto negativos sobre a economia local durante e após a construção. As fases de economia local através da operações e trabalhos de preparação e de construção proporcionam potencialmente o criação de emprego e resultante desmobilização maior benefício para a económica local através da criação de emprego e da aumento na capacidade de procura de alojamento para as empreiteiras, e outros serviços. No entanto, gastos em dinheiro a nível local também é possível que a construção e operação do Projecto possam afectar bem como na aquisição de de forma negativa o sector de pesca semi-industrial ou artesanal dada a provedores locais de serviços. limitação de acesso às áreas de pesca bem como o sector de turismo caso as Contudo, esses Projectos actividades recreativas de pesca, mergulho e outras actividades baseadas no também podem ter impacto na turismo ecológico sofrerem impacto economia local existente caso ocorram conflitos que tenham impacto no sector turístico e no sector de pesca. Perda de machambas e Fases de Trabalhos Desmatação de vegetação e escavação da Os trabalhos de preparação e as actividades de construção irão danificar ou questões de compensação: de preparação e de camada arável do solo, e o restabelecimento destruir colheitas em alguns locais ou irão impedir a germinação de A desmatação da área de construção da camada arável do solo pós-construção colheitas já plantadas, o que irá resultar na perda de mão-de-obra. O servidão do oleoduto irá restabelecimento inadequado da camada arável do solo nas áreas resultar na perda e perturbação perturbadas pode causar, em alguns locais, uma redução nas colheitas. de terras agrícolas ou Estas questões foram levantadas durante reuniões de partes interessadas machambas em algumas áreas, nas AIAs anteriores, e necessitam de uma consideração cuidadosa das particularmente a norte da CPF medidas de compensação que também terão que ser aplicadas na e na zona leste costeira. implementação deste Projecto. Os impactos sobre a agricultura e os requisitos de mitigação relacionados serão abordados. Património cultural: Fases de Trabalhos A desmatação e escavação da rota do A desmatação da vegetação e a escavação do solo ao longo da rota do A construção do oleoduto pode de preparação e de oleoduto. oleoduto terrestre e do ROW irão causar danos na superfície da terra e causar a perda do património construção podem danificar /remover quaisquer recursos de património cultural que cultural como é o caso de locais existam no ROW da construção. A presença d recursos de património de importância espiritual, cultural ao longo da rota do oleoduto será avaliada em mais detalhe para sepulturas e locais determinar a significância deste impacto e dos requisitos de mitigação. arqueológicos (por ex., locais da idade da pedra / do ferro, vestígios de cerâmica tribal, concheiros, etc.). 8-11 3.6 3.7 Questões de Preocupação Fase do Projecto Actividades Planeadas Gestão de Resíduos: A geração de resíduos irá incluir resíduos perigosos (como é o caso de solos contaminados com hidrocarbonetos, bem como trapos e recipientes contaminados; fluido de perfuração e recipientes de biocidas; resíduos resultantes da limpeza do oleoduto (pigging); e resíduos não perigosos (como é o caso de invólucros e recipientes em plástico e poliestireno; madeiras residuais / paletes; cabos eléctricos, etc.). . Más práticas de deposição e gestão de resíduos podem resultar em poluição do solo, água e ar. Disponibilidade e abastecimento de água doce Durante todas as fases do Projecto será necessária água doce para as actividades do Projecto e de água potável para os trabalhadores Fases de Trabalhos Geração, transporte e eliminação de resíduos de preparação, perigosos e não perigosos. construção, operações e desmobilização Fases de Trabalhos Água doce para uso nas actividades de preparação, construção, operações e desmobilização 8-12 Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto É necessário fazer-se a confirmação da variedade completa de resíduos a serem gerados e geridos pelas diferentes fases do Projecto. Será desenvolvido, durante esta fase, um plano de gestão de resíduos com a finalidade de garantir a gestão de resíduos em conformidade com os requisitos legais de Moçambique e com as boas práticas internacionais, tomando em consideração as instalações disponíveis para a gestão de resíduos. A água é um recurso muito escasso nesta região e portanto a Sasol terá que estabelecer a disponibilidade de água em furos de água existentes e podem ser necessárias fontes adicionais de água. Questões de Preocupação Fase do Projecto Actividades Planeadas 3.8 Aumento no tráfego terrestre Fases de Trabalhos Transporte de trabalhadores de/para o local de preparação, do projecto, bem como de equipamento e construção, materiais e de resíduos operações e desmobilização 4 4.1 Ambiente Físico e Biológico Marinho Perturbação dos sedimentos Fases de Trabalhos A perturbação do leito do mar será causada no leito do mar: de preparação e de pelo seguinte: Perturbação dos sedimentos no construção Ancoragem do sistema da torre de leito do mar resultando num ancoragem durante a sua instalação, aumento de turvação, perda de posicionamento das âncoras e das fauna bentónica e deslocação correntes de âncoras para a ancoragem da de peixes e de outra fauna FSO e mudança das correntes das âncoras marinha e mudança na durante o período que a FSO se encontra topografia do leito do mar. no local do Projecto. Abertura de valas e enterramento de parte ou de todo o oleoduto marinho. Ancoragem do batelão de colocação da tubulação durante a construção do oleoduto marinho. 8-13 Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto O Projecto irá dar origem a um aumento de tráfego rodoviário para o transporte de trabalhadores de / para o local do projecto, e de equipamento e materiais; bem como de resíduos durante todas as fases do Projecto. No entanto, tudo o acima indicado irá ocorrer numa escala maior durante a fase de construção dado os materiais / equipamento serem transportados do Porto da Beira para o local do Projecto. O tráfego adicional tem o potencial de causar interferência com os actuais utilizadores de estradas incluindo o congestionamento de tráfego e atrasos; aumento de acidentes rodoviários; danos às infra-estruturas rodoviárias pelas viaturas pesadas; e uma redução na segurança e acessibilidade para outros utilizadores das estradas, como pedestres e ciclistas. Assim, o impacto sobre o tráfego e transporte rodoviário pode ser significativo e será avaliado em mais detalhe durante o processo da AIA. A perturbação e suspensão de sedimentos na área da FSO durante a e ancoragem da FSO e das embarcações de colocação do oleoduto entre a travessia da costa até à FSO irão remover os habitats bentónicos e a fauna e perturbar os peixes e outra fauna marinha. A natureza dos sedimentos bentónicos e da fauna serão avaliadas num estudo sobre ecologia marinha para informar a determinação da significância deste impacto. Questões de Preocupação Fase do Projecto 4.2 Qualidade da Água Marinha: Redução na qualidade da água marina com potenciais impactos sobre os peixes, plâncton, ervas marinhas e outra fauna marinha dependente destes para alimento. Fases de Trabalhos de preparação, construção, operações e desmobilização 4.3 Ervas Marinhas e Dugongos Perturbação e deslocação de fauna marinha (por ex., peixes, dugongos, tartarugas, etc.) como resultado da danificação dos tapetes de ervas marinhas ao longo da rota do oleoduto, criação de sedimentos devido à abertura de valas, aumento de ruído, de vibrações, de iluminação e do tráfegomarinho. Actividades Planeadas Os impactos da poluição relacionada com a água sobre o ambiente marinho irão ocorrer através de: Descarga de águas residuais e águas de esgotos das embarcações durante todas as fases do Projecto (em conformidade com os padrões da MARPOL) Descarga de água de lastro das embarcações Descarga da água dos testes hidráulicos de desidratação durante a fase de colocação do oleoduto marinho em funcionamento. Fases de Trabalhos Aumento de ruído, vibrações e tráfego de preparação, marinho durante a construção e operações, e construção e abertura de valas para o oleoduto no ambiente operações perto da costa. 8-14 Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto A descarga de águas residuais e das águas dos testes hidráulicos bem como o aumento na turvação no ambiente marinho a norte do PNAB podem constituir uma questão de preocupação para as partes interessadas, dado o estado de conservação a área e a importância das espécies marinhas sensíveis (por ex., ervas marinhas, recifes de corais e dugongos) que depende no alto nível de qualidade das águas costeiras. Portanto, o impacto das descargas de águas residuais sobre a qualidade da água no mar alto na Área do Projecto será alvo de uma avaliação mais aprofundada. O PNAB e a área atravessada pela rota do oleoduto são reconhecidas como contendo uma das últimas populações remanescentes viáveis de dugongos ao longo a região da Costa Oriental, com um número estimado de 200 à 250 dugongos que se pensa ocorrem entre o estuário do Save e as ilhas do PNAB. A presença dos dugongos e a sensibilidade da região costeira de Bazaruto constituíram uma das principais questões de preocupação durante a AIA de pesquisa da costa litoral nos Blocos 16 e 19. Assim, é provável que esta constitua uma questão principal levantada pelas actuais organizações de conservação relativamente ao presente estudo. Os principais riscos reais e riscos aparentes para os dugongos irão incluir colisões com as embarcações de apoio e de colocação do oleoduto; impactos relacionados com o ruído e vibrações, e a perda de ervas marinhas através da remoção directa ou o asfixiar dos sedimentos. É provável que as partes interessadas expressem a sua preocupação sobre o potencial risco de um derrame de petróleo vir a afectar o habitat de alimentação dos dugongos e as áreas de viveiros da fauna marinha em geral nos estuários do Rio Govuro e do Rio Save. A fim de se confirmarem os riscos para os dugongos, será efectuado um levantamento aéreo específico a este respeito e uma avaliação dos potenciais impactos sobre os dugongos no estudo integrado de ecologia marinha a ser efectuado na Área do Projecto antes da construção do oleoduto. Questões de Preocupação 4.4 5 5.1 5.2 Fase do Projecto Actividades Planeadas Ruído, vibrações, luz e tráfego Fases de marinho sobre a Ecologia construção e marinha operacional Perturbação e deslocação da fauna marinha (por ex., peixes, dugongos, tartarugas, etc.) e potenciais riscos ao PNAB como resultado do aumento de ruído, de vibrações, de iluminação e do tráfego marinho Ambiente Socioeconómico Marinho Perturbação e Perda da Pesca Fases de Trabalhos Artesanal de preparação, Acesso reduzido às áreas de construção pesca artesanal e deslocação dos recursos de peixes das áreas de actividades de construção causando a perda de rendimentos, de segurança alimentar e meios de sustento para as comunidades de pescadores. Ruído, vibrações e tráfego marinho derivados da colocação do oleoduto e das embarcações de ancoragem da FSO, bem como do helicóptero e das embarcações de abastecimento durante a construção, e das operações da FSO, da iluminação e dos navio aliviador de exportação Exclusão de Pesca SemiIndustrial e Industrial da área da FSO Durante a duração do Projecto será proibido o acesso por embarcações de pesca semiindustrial e industrial da zona de exclusão de segurança com um raio de 500m em redor da FSO. A presença de uma zona de exclusão de segurança de 500m em redor da FSO (incluindo as infra-estruturas submarinas) durante o comissionamento e durante o remanescente da vida útil das operações Fases de Trabalhos de preparação, construção, operações e desmobilização As actividades que irão ter impacto sobre a pesca artesanal incluem: Exclusão da zona de exclusão de segurança de 500m em volta do oleoduto e das embarcações de apoio durante a instalação. Recuperação de equipamento de pesca do corredor do oleoduto. Ruído, vibrações e aumento de turvação ligados à colocação do oleoduto e das actividades das embarcações 8-15 Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto As actividades de construção e operacionais do oleoduto marinho e da FSO irão resultar na perturbação do ambiente marinho incluindo a fauna e flora marinhas sensíveis que providenciam a base para o PNAB. Tal será o resultado de uma variedade de efeitos que requerem uma avaliação adicional na AIA através de estudos de modelação das plumas de turvação; da modelação do ruído e das vibrações sobre a fauna marinha e da modelação da iluminação visual. Os resultados destes estudos serão interpretados na AIA integrada a fim de confirmar o nível e significância destes impactos sobre os receptores marinhos sensíveis e para identificar medidas de mitigação apropriadas. A redução nos volumes de pescado e perda de rendimentos foi uma questão significativa levantada durante a AIA de pesquisa do ambiente costeiro dos Blocos 16 e 19 e é provável que constitua uma das questões principais a ser levantada pelas partes interessadas na pesca artesanal e recreativa. Também pode existir a percepção de que o peixe será atraído para a zona de exclusão de segurança em redor da FSO onde não pode ser apanhado (muito embora esta área também sirva como uma pequena área protegida de viveiro de peixes que pode melhorar a captura de peixes). A pesca providencia os meios de sustento e fonte de proteínas para a maioria dos residentes costeiros quer irão provavelmente solicitar o pagamento de compensação pela redução nos volumes do pescado e pela exclusão de áreas de pesca. Assim, dada a importância socioeconómica da pesca nesta área, será feito um estudo sobre a pesca para confirmar as tendências e o estado actual da pesca na Área do Projecto como base para a avaliação da significância dos impactos do Projecto sobre a pesca artesanal. Na área de localização da FSO ocorre a pesca à linha semi-industrial e industrial. A exclusão de embarcações de pesca da zona de exclusão de segurança da FSO pode resultar na percepção de um volume reduzido de pescado e perda de rendimentos. A extensão do impacto da zona de exclusão de segurança sobre a pesca industrial será avaliada com consideração de quaisquer opiniões apresentadas durante o processo de participação pública pelas partes interessadas na pesca industrial. Questões de Preocupação 5.3 5.4 Fase do Projecto Actividades Planeadas Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto Aumento de tráfego Marinho Fases de Trabalhos O tráfego marinho será impactado pelas O Projecto irá criar um aumento no tráfego de embarcações na Área do e presença da FSO no mar de preparação, actividades indicadas a seguir: Projecto durante todas as fases do mesmo. Contudo, este alcançará uma construção, A presença das embarcações de instalação escala maior durante a fase de construção quando será feito o transporte de operações e materiais/ equipamento do Porto da Beira para o local do Projecto. O e de apoio durante as fases dos trabalhos desmobilização tráfego marinho adicional tem o potencial de causar interferência com os de preparação e de construção. utilizadores existentes do mar e limitar a acessibilidade para utilizadores Mudanças da tripulação e suprimentos para a FSO durante o período de operação como navios mercantes e embarcações de pesca. Assim, o impacto sobre o tráfego marinho pode ser significativo e será avaliado em mais detalhe. da mesma. A presença da FSO. Operação dos navios aliviadores. Turismo: Fases de Trabalhos Aumento no ruído, vibrações, iluminação e O potencial impacto da pesquisa marinha em redor de Bazaruto sobre o Os Projectos industriais, e em de preparação, tráfego marinho no ambiente marinho costeiro turismo foi uma das principais questões levantadas durante o REIA para os particular projectos petrolíferos construção e e a presença de infra-estruturas de petróleo e Blocos 16 e 19 e prevê-se que constitua uma questão significativa levantada e de gás executados em operações de gás perto de uma área de conservação pelas partes interessadas para este Projecto. Muitas das partes interessadas recursos naturais, como é o sensível (PNAB) irão, provavelmente, apresentar a sua preocupação sobre os riscos ao caso do Arquipélago de ambiente natural que está na base da indústria do turismo, mas alguns dos Bazaruto, podem levar a uma operadores podem também ser receptivos ao aumento na procura de redução no turismo e no perfil alojamento e de serviços associados a um Projecto desta natureza, alterado do turismo com o especialmente durante a fase de construção. tempo. Estes podem ser o resultado de Será feito um estudo sobre o turismo para se adquirir um entendimento das uma combinação de impactos tendências de turismo na Área do Projecto. Os resultados das reuniões com visuais de infra-estruturas dos as partes interessadas serão integrados como um registo das percepções dos receptores sensíveis de turismo operadores turísticos. A avaliação dos impactos sobre o turismo irá incluir a (por ex., lodges, locais de integração dos resultados do estudo de modelação visual e o estudo da mergulho), a perda aparente ou modelação do ruído e das vibrações a fim de se poder abordar as possíveis real do ‘sentido de lugar’ como percepções dos impactos visuais e de ruído sobre o turismo. um destino turístico em zonas de natureza selvagem, bem como o impacto de ruído, vibrações ou perturbações por navios, e eventos de poluição sobre o ecossistema costeiro e marinho que constitui a base primária da indústria de turismo. 8-16 5.5 Questões de Preocupação Fase do Projecto Actividades Planeadas Perturbação social, aumento de riscos de saúde e de reclamações por parte da comunidade devido à presença de trabalhadores estrangeiros Fases de Trabalhos de preparação, construção e operações Emprego e presença de trabalhadores estrangeiros para a construção do oleoduto marinho e instalação da FSO na Área do Projecto Fundamentação para a Necessidade de uma Avaliação mais Aprofundada na Fase da AIA do Projecto O Projecto irá exigir a presença do pessoal das empreiteiras e tripulação de embarcações na Área do Projecto na base apoio da Beira e em Inhassoro/Vilanculos para construir o oleoduto marinho e para fazer a instalação e comissionamentoda FSO. Tal pode resultar na presença de trabalhadores estrangeiros na comunidade quanto estes têm licença para ir a terra ou estão em trânsito. A presença de trabalhadores estrangeiros pode levar ao aumento das patologias sociais relacionadas com a presença de uma força de trabalho predominantemente masculina com meios financeiros, e um risco elevado de procura de favores sexuais entre as mulheres locais, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e males sociais relacionados. A perturbação social e as ligações aos riscos de saúde (por ex. HIV/SIDA, DTS, etc.) que podem resultar da interacção dos trabalhadores das empreiteiras e tripulações de embarcações na comunidade local serão avaliadas e serão desenvolvidas nos PGAs medidas de mitigação a este respeito. Tabela 8.4: Questões Significativas derivadas de Eventos Não Planeados (Acidentais) 1. 1.1 Questões de Preocupação Fase do Projecto Ambiente Físico, Biológico e Social Terrestre Acidentes Rodoviários: Fase de O aumento do tráfego Construção rodoviário durante a construção envolvendo tanto viaturas ligeiras como camiões para cargas de tamanho grande irá aumentar os riscos de acidentes rodoviários com as comunidades locais, especialmente residentes ao longo das estradas de acesso durante a construção do oleoduto terrestre. Eventos Acidentais / Não Planeados Motivo para a Necessidade de uma Avaliação Adicional Acidentes rodoviários por viaturas de construção envolvendo pedestres locais ou motoristas O aumento do risco de acidentes rodoviários envolvendo viaturas de construção pode causar a perda de vida ou incapacitação dos residentes locais e exigirá a avaliação e o desenvolvimento de medidas de mitigação apropriadas nos PGAs. 8-17 1.2 2. 2.1 2.2 Questões de Preocupação Fase do Projecto Riscos de derrames de petróleo Fase Operacional em terra: Contaminação de água de superfície e de água subterrânea com potenciais riscos para os sistemas aquáticos sensíveis como é o caso do Rio Govuro e seu estuário, com possíveis consequências para a pesca e para o turismo (dependendo da dimensão do derrame) Ambiente Físico, Biológico e Social Marinho Poluição marinha derivada das Fase de Construção lamas de perfuração Contaminação dos sedimentos no leito do mar e redução da qualidade da água marinha devido à descarga de lamas de perfuração com potenciais consequências para os habitats de ervas marinhas, fauna bentónica, peixes e actividades de pesca. Poluição marinha e Fase Operacional degradação do ecossistema marinho e costeiro devido a um derrame de petróleo de grandes proporções: Contaminação da qualidade da coluna da água e dos no leito do mar e impactos sobre receptores sensíveis Eventos Acidentais / Não Planeados Quebra ou fuga na oleoduto resultando nu derrame de hidrocarbonetos de grandes proporções Motivo para a Necessidade de uma Avaliação Adicional Um derrame de petróleo de grandes proporções no Rio Govuro em particular pode vir a ter consequências significativas no trecho inferior do Rio Govuro e seu estuário. A avaliação deste risco na AIA irá incluir a modelação hidrológica de cenários de derrames com base num entendimento das variações dos fluxos do rio e a sensibilidade do ecossistema aquático avaliado num estudo sobre a ecologia aquática. Descarga acidental de lamas de perfuração derivadas da perfuração HDD no ponto de emergência da cabeça de perfuração do leito do mar. As lamas de perfuração usadas na perfuração HDD durante a instalação do oleoduto na travessia da praia e na zona próxima da costa terão uma base aquosa e com um baixo teor de toxicidade, e são constituídas, em grande parte, por uma mistura de água e de argila. Contudo, a descarga acidental de lamas de perfuração pode causar alguma poluição na água marinha e um nível elevado de turvação o qual até que seja disperso pela acção das ondas do mar pode resultar na deslocação de peixes e de actividades marinhas. Um derrame de hidrocarbonetos de grandes proporções resultante de: Uma fuga ou danos no oleoduto, falha nas válvulas em terra ou nas infra-estruturas submarinas. Abalroamentos acidentais com embarcações. Perda de petróleo a partir da FSO/navio aliviador Para avaliar as implicações sobre os receptores sensíveis (dugongos, tartarugas, golfinhos, o estado de conservação do PNAB, sectores de turismo e de pesca) os grandes cenários de derrames de petróleo serão modelados e a significância dos impactos sobre os habitats costeiro e marinho, sobre as espécies, pesca, turismo e outros utilizadores serão avaliados. 8-18 2.3 Questões de Preocupação Risco à saúde humana e à segurança no mar: Qualquer acidente no mar devido ao abalroamento com uma embarcação de pesca e com a FSO pode constituir um risco para a saúde e segurança dos pescadores ou de embarcações recreativas na área. Fase do Projecto Fase Operacional Eventos Acidentais / Não Planeados Será feita uma avaliação do risco para determinar a probabilidade e possíveis resultados Abalroamentos acidentais com embarcações no mar. O potencial impacto das actividades de pesca de arrasto e a necessidade de o oleoduto marinho ter que ser enterrado. Motivo para a Necessidade de uma Avaliação Adicional Os riscos associados com acidentes que constituam um risco para a segurança humana no mar serão identificados no estudo socioeconómico especializado, e serão identificadas medidas de mitigação que serão incorporadas nos PGAs, onde apropriado Tabela 8.5: Questões Consideradas Não Significativas derivadas de Actividades Planeadas 1. 1.1 1.2 Questões de Preocupação Fase do Projecto Ambiente Físico, Biológico e Social Terrestre Impacto sobre o turismo Fase Operacional derivado do oleoduto terrestre Actividades Planeadas Motivo para não ser necessária Avaliação Adicional Mudanças visuais à paisagem devido à instalação do oleoduto e infra-estruturas de apoio O impacto visual do oleoduto terrestre é considerado insignificante dado este ficar enterrado e a pegada na estação da central de válvulas localizada na praia ser reduzida e localizada por cima e atrás dos penhascos que ligam com a praia. Os sanitários portáteis e as instalações de ablução nos campos existentes serão usados pelos trabalhadores durante todas as fases do Projecto e portanto o impacto não será significativo e não é necessária qualquer avaliação adicional. Redução de qualidade da água Fase de Construção Descargas de águas residuais em terra subterrânea e água de e Operacional superfície derivada da descarga de águas residuais dos acampamentos de construção 8-19 Tabela 8.6: Questões Derivadas de Actividades Não Planeadas que serão Geridas consoante os Planos Operacionais e de Gestão Relevantes Questões de Preocupação Fase do Projecto Ambiente Físico, Biológico e Social Marinho Perda de fauna e flora terrestre Fases de Trabalhos e ameaças às machambas de preparação, construção, operações e desmobilização Contaminação de água Fases de Trabalhos subterrânea, geologia e solos de preparação, através de produtos químicos construção, operações e desmobilização Redução na qualidade da água Fase Operacional marinha devido a derrames de produtos químicos no mar Eventos Acidentais / Não Planeados Motivo para não ser necessária Avaliação Adicional Incêndios no mato O risco de um fogo na vegetação é baixo com a implementação de medidas de prevenção de incêndios durante as actividades de soldagem e nos locais de acampamentos. No caso de um incêndio no mato a Sasol responderá imediatamente e portanto a pegada da área queimada será reduzida e é pouco provável que o impacto seja significativo. Derrames de produtos químicos em terra A Sasol tem um plano de gestão para derrames de produtos químicos que contém especificações para a limpeza imediata e como lidar com derrames de produtos químicos em terra e portanto é pouco provável que o impacto de um derrame seja significativo. Derrames de produtos químicos no mar 1.4 Poluição do ambiente marinho Fase Operacional / costeiro ou terrestre Derrames pequenos de hidrocarbonetos 1.5 Perda de ancoragem da FSO Ciclones A Sasol fará a limpeza imediata de derrames de produtos químicos a bordo das embarcações do Projecto e na FSO. É altamente improvável que estes derrames de produtos químicos entrem no ambiente marinho devido aos sistemas de drenagem a bordo estarem fechados. A Sasol fará a gestão de derrames pequenos de petróleo a bordo das embarcações do Projecto e da FSO fazendo a limpeza do derrame imediatamente. É altamente improvável que estes derrames entrem no ambiente marinho devido aos sistemas de drenagem a bordo estarem fechados. O sistema de ancoragem (torre de ancoragem ) da FSO será desenhado de forma a suster eventos ciclónicos em períodos de 100 anos. O descarregamento não será permitido durante condições meteorológicas instáveis e mar encrespado. Os limites para o descarregamento serão estabelecidos na Apólice de Seguros Marítimos. O risco é muito baixo e portanto não necessária qualquer avaliação adicional. 1. 1.1 1.2 1.3 Fase Operacional Nota: Os eventos não planeados serão geridos ou consoante os planos já existentes ou planos novos elaborados durante a Fase da AIA. 8-20 8.5 RESUMO DAS QUESTÕES PRINCIPAIS Com base na avaliação das AIAs anteriores e num entendimento do Projecto e do ambiente afectado, forma identificados vários riscos de significância para o ambiente. Os impactos terrestres e marinhos incluem: Em Terra A remoção dos habitas e a perda de flora em estado de conservação ameaçado durante os trabalhos de preparação e as actividades de construção resultantes da determinação da rota do oleoduto terrestre incluindo a potencial perda de cicadáceas em perigo crítico de extinção na planície de inundação do Govuro; O aumento no acesso humano a áreas remotas durante os trabalhos de preparação, as actividades de construção e durante todas as actividades de operação para a recolha de madeira e de cicadáceas; caça de animais bravios para consume de carne; e possivelmente o desmatação de habitats para o estabelecimento de novos assentamentos populacionais e novas machambas; Degradação do Rio Govuro durante a construção da travessia do rio através do aumento da sedimentação, riscos de poluição, alteração do caudal e potencial perda subsequente de fauna aquática (invertebrados e peixes); Acesso interrompido e aumento de ruído e de poeira que irão afectar os residentes nas áreas próximas durante os trabalhos de preparação e actividades de construção; Perda dos recursos de património cultura durante os durante os trabalhos de preparação e actividades de construção; Perturbação social e riscos para a saúde causados pela presença de trabalhadores de construção durante os trabalhos de preparação e actividade de construção; Aumento dos riscos de acidentes de tráfego (tanto em terra como no mar) durante os trabalhos de preparação e actividades de construção; Criação de empregos (aspecto positive) durante os trabalhos de preparação e actividades de construção; e Riscos de ocorrência de um impacto não planeado durante operação (por ex., quebra no oleoduto / derrame de petróleo) no solo, água, estuário do Govuro, e recursos piscatórios; e Perda de terras e a implementação de zonas de exclusão de segurança em áreas de agricultura e assentamentos populacionais durante as actividades de construção e operacionais; No mar Exclusão de actividades de durante os trabalhos de preparação, actividades de construção e operação; Aumento dos impactos de ruído, de vibrações e tráfego marinho sobre os dugongos e outra fauna marinha, e actividades de turismo (por ex., pesca, mergulho) durante os trabalhos de preparação e as actividades de construção; Impactos visuais sobre o turismo e os residentes durante as actividades de construção e operacionais das infra-estruturas e das actividades de apoio; e Aumento dos riscos de poluição durante as actividades de construção e operacionais sobre o ambiente marinho e costeiro com impactos no Arquipélago de Bazaruto (por ex., recifes de ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-21 corais, ervas marinhas) e turismo com base em recursos naturais. Destaca-se que alguns destes potenciais riscos dão origem a preocupações significativas para as partes interessadas – especificamente impactos sobre o ambiente marinho e costeiro do Arquipélago de Bazaruto, sobre o turismo e pesca. Essas percepções das partes interessadas quanto aos riscos do Projecto serão cuidadosa e objectivamente avaliadas para garantir que seja apresentada no REIA uma análise equilibrada sobre os impactos. 8.6 QUESTÕES FATAIS Foram identificados vários riscos significativos para o ambiente que irão necessitar de uma investigação adicional na AIA (conforme resumido na Secção 8.5). A existência de uma população de cicadáceas em perigo crítico de extinção, Encephalartos ferox subsp. emersus na planície de inundação do Govuro pode resultar em que um troço da rota proposta do oleoduto seja uma falha que pode inviabilizar o projecto. Neste caso, a Sasol e a ERM efectuarão uma análise de rotas alternativas e de outras possíveis medidas de mitigação durante a Fase da AIA com vista a minimizar os riscos para estas espécies. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-22 Figura 8.1 Área de Conservação e Principais Pontos de Importância Vital em termos de Biodiversidade na Área do Projecto (Incluindo Dugongos) Os TdR dos estudos especializados, apresentados no Capítulo 9, levam em consideração estes riscos identificados prestando uma atenção específicas nos estudos de base de referência especializada e de modelação com vista a assegurar a análise e avaliação integrada dos potenciais impactos. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-23 8.7 ÁREA DO PROJECTO A Área do Projecto inclui a área que pode ser afectada pelos impactos directos (Área de Influência Directa) e impactos indirectos (Área de Influência Indirecta) do Projecto sobre os vários receptores ambientais e socioeconómicos. Os impactos directos e indirectos do Projecto afectam, de forma diferente, os vários receptores ambientais e sociais (por ex., atmosfera, ruído, água, biodiversidade, aspectos socioeconómicos, etc.). Com a excepção dos impactos directos não planeados do Projecto (por ex., derrames de petróleo), que podem afectar uma área vasta, a Área de Influência Directa (AID) tende a ocorrer numa área mais estreitamente delimitada enquanto a Área de Influência Indirecta (AII) pode influenciar uma área mais vasta. 8.7.1 Definição da Área de Influência deste Projecto A Tabela 8.7 a seguir define a Área de Influência (AID e AII) tanto com relação a eventos planeados como a eventos não planeados sobre as questões identificadas acima. Os eventos não planeados são todos considerados impactos directos do Projecto. Nota: A Área de Influência definida refere-se à escala espacial ou física segundo a qual o impacto pode ocorrer – não se relaciona com a potencial consequência do impacto. Por exemplo, a perda de uma espécie sob ameaça de extinção a nível global é atribuída uma classificação de escala a nível do local do projecto ou a nível local e não a nível Global/Internacional. A importância de um receptor será avaliada e ser-lhe-á feita a atribuição da classificação de sensibilidade ou vulnerabilidade no REIA durante a avaliação da significância do impacto (consultar a metodologia da Avaliação de Impacto na Secção 4.6). Em resumo, a maior parte dos impactos directos e indirectos irá ocorrer a uma escala de nível do Local do Projecto ou a uma escala Local. Os impactos indirectos – que na maior parte das vezes estão relacionados com impactos associadas com o acesso induzido pelo homem e assentamento relacionado e outras actividades de uso da terra ou da costa – tendem a ocorrer a uma escala de nível do Local do Projecto ou a uma escala Regional. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-24 Tabela 8.7: Definições para as Áreas do Projecto de Influência Extensão Espacial Insignificante Incerto Local do Projecto Nível local Nível regional Nível nacional Transfronteiriço / Global ERM E IMPACTO Definição Sem uma Área de Influência (AdI) significativa espacial Área de Influência incerta que exige investigação Pegada imediata do desenvolvimento do Projecto (incluindo a área física da rota do oleoduto e da FSO, estradas de acesso, acampamentos para os trabalhadores de construção, área de estaleiro da construção) e áreas próximas dentro da servidão das infra-estruturas do Projecto (ou seja, uma servidão de 50m em ambos os lados do oleoduto terrestre; zona de exclusão de segurança de 500m em redor do oleoduto marinho (durante a construção) e de 500m em redor da FSO (durante as operações). Área próxima da Local do Projecto (em geral a uma distância de entre 2 a 5km) que pode ser directa ou indirectamente afectada pelos trabalhos de preparação, e actividades de construção e operações. Área vasta em redor das infra-estruturas do Projecto que se estendem para além de um raio de 5km, e incluindo o planalto litoral e a faixa costeira nos Distritos de Inhassoro e Govuro entre Vilanculos e a Beira. As áreas da República de Moçambique . RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 8-25 Tabela 8.8 Tipo de Projecto Receptor Área de Influência do Projecto em termos de cada Componente Ambiental Qualidade do Ar Trabalhos antecipados e Operação construção AID AII AID Nível Local Insignificante Insignificante Ruído Nível Local Insignificante Insignificante Água de Superfície Local do Projecto Nível Local Insignificante Hidrologia geológica Nível Local Nível Local Local do Projecto Solos / Geologia Local do Projecto Nível Local Insignificante Habitats de Local do vegetação terrestre / Projecto costeira Nível Local Insignificante Comentário AII Insignificante Os impactos sobre a qualidade atmosférica estão essencialmente relacionados com o aumento na emissão de poeira associada com os trabalhos de preparação e as actividades construção e podem estender-se por uma distância de 2 a 5km das áreas de construção, em especial a poeira fina na Planície de Inundação do Rio Govuro. Insignificante Os impactos do ruído irão ocorrer essencialmente durante as fases de trabalhos de preparação e de construção e serão limitadas a uma escala Local, dentro de um raio de 1 a 2km do oleoduto e das estradas de acesso. Insignificante Os impactos directos dos trabalhos de preparação e da construção sobre a água de superfície irão ocorrer, na sua maioria, a uma escala de Local do Projecto (corredor do oleoduto com uma largura de 150m ou as rotas de transporte) muito embora o aumento do influxo de pessoas para a área devido ao Projecto possa ter impacto sobre os recursos hídricos a uma escala Local. Nível Local Os impactos directos e indirectos dos trabalhos de preparação e da construção podem afectar os recursos de água subterrânea a uma escala local através da alteração dos fluxos ou da qualidade da água subterrânea. Os impactos indirectos sobre a água subterrânea durante a fase operacional derivados do aumento do influxo de pessoas e assentamento populacional podem ocorrer a uma escala Local através do aumento da de abstracção de água subterrânea ou da sua contaminação. Nível Local Os impactos directos dos trabalhos de preparação e da construção sobre os solos podem ocorrer a uma escala de Local do Projecto ao longo da rota do oleoduto e das estradas de acesso. Podem ocorrer impactos induzidos sobre o solo associados com o influxo de pessoas e o aumento de agricultura/assentamentos populacionais atraídos pelas actividades do Projecto durante a fase operacional. Nível Local Os impactos dos trabalhos de preparação e da construção sobre a vegetação podem ocorrer a uma escala de Local do Projecto ao longo das rotas de acesso do oleoduto e das estradas de acesso. Os impactos induzidos associados com o influxo de pessoas ou o estabelecimento de novos empreendimentos atraídos pelas actividades do Projecto podem ter um impacto sobre a vegetação a uma escala Local durante os trabalhos de preparação, as actividades de construção e operacionais dependendo da extensão da desmatação de novos habitats para o assentamento populacional ao longo das estradas de acesso. 8-26 Tipo de Projecto Receptor Trabalhos antecipados e construção AID AII Local do Nível Local Projecto Operação Fauna Terrestre (mamíferos, aves, herpetofauna) Local do Projecto Nível Regional Insignificante Habitats aquáticos e fauna (caracóis, peixe & macro invertebrados Nível Local Nível Local Insignificante Habitats costeiros e Áreas Protegidas Nível Local Nível Local Insignificante Habitats marinhos, recifes de corais, ervas marinhas Nível Local Insignificante Insignificante Peixes marinhos Nível Local Insignificante Nível Local Flora terrestre (plantas) AID Insignificante Comentário AII Nível Local Os impactos directos sobre as espécies de flora de preocupação em termos de conservação (por ex., as cicadáceas) podem ocorrer a uma escala de Local do Projecto durante os trabalhos de preparação e as actividades de construção. Os impactos indirectos derivados do aumento de acesso pelas populações para fins de colheita podem estender-se a uma escala Local. Nível Os impactos directos dos trabalhos de preparação e da construção estão limitados regional ao Local do Projecto mas o acesso induzido a áreas remotas para fins de caça pode ter impactos a uma escala Regional sobre as populações de mamíferos, em particular, estendendo-se para a fase operacional. Nível Segundo as previsões, os impactos directos e indirectos sobre os habitats aquáticos regional – especialmente no Rio Govuro – irão ocorrer a uma escala Local mas dependerão do nível dos impactos da sedimentação e da poluição e da forma como estes riscos são geridos. Antecipa-se que os impactos directos da fase operacional sejam insignificantes mas o assentamento populacional induzido ao longo das novas estradas de acesso pode ter impactos a uma escala Regional sobre o Rio Govuro através do uso humano, poluição, abstracção de água, etc. Para além do Rio Govuro, não existem terras húmidas com importância significativa ao longo do oleoduto (somente algumas depressões pequenas sazonalmente enchidas com água da chuva). Nível Segundo as previsões, os impactos directos dos trabalhos de preparação e das regional actividades de construção do oleoduto no ambiente costeiro / marinho serão classificados a nível Local. Os impactos induzidos durante os trabalhos de preparação e as actividades de construção podem ter impactos a uma escala Local se os povoados costeiros se expandirem ou aumentarem. O influxo de pessoas e o assentamento populacional durante a fase operacional podem ter impactos a uma escala Regional sobre os habitats costeiros e áreas protegidas. Segundo as previsões a construção do oleoduto marinho e a instalação da FSO e Insignificante respectiva ancoragem terão impactos a uma escala Local sobre os habitats marinhos (ou seja, num raio de 5km do oleoduto). Prevê-se que os impactos da operação sejam insignificantes. Segundo as previsões a construção do oleoduto marinhoe a instalação da FSO e Insignificante respectiva ancoragem terão impactos a uma escala Local sobre os peixes marinhos (ou seja, num raio de 5km do oleoduto). Prevê-se que os impactos da operação sejam insignificantes. 8-27 Tipo de Projecto Receptor Trabalhos antecipados e construção AID AII Nível Local Nível Local Operação AID Incerto AII Incerto Perfil / Estado socioeconómico Nível Local Nível Local Nível Local Nível Local Saúde comunitária Nível Local Nível Local Insignificante Nível Local Pesca Nível Local Nível Local Nível Local Nível Local Produção agrícola Local do Projecto Nível Local Nível Local Nível Local Fauna marinha (por ex., dugongos, tartarugas, baleias, golfinhos) Comentário Os impactos causados pelo ruído e vibrações durante a abertura de valas e colocação do oleoduto marinho são incertos mas prevê-se que tenham impactos a uma escala Local sobre a fauna marinha, principalmente devido à deslocação das áreas de habitats de alimentos e das rotas de movimentação. Os impactos operacionais das actividades da FSO sobre a fauna marinha e os dugongos são incertos e necessitam de uma avaliação através da modelação do ruído e de vibrações na AIA. Os trabalhos de preparação e as actividades de construção podem ter impactos a uma escala Local sobre o perfil socioeconómico e sobre o estado das comunidades ao longo do oleoduto através da perturbação das actividades que contribuem para os seus meios de sustento na área do direito de passagem (ROW), compensação pela perda de machambas ou de outras estruturas, etc. Prevê-se que os impactos da fase operacional sejam classificados com uma escala Local através da exclusão contínua do acesso ao ROW para fins de colheitas e assentamento populacional. Segundo as previsões os impactos sobre a saúde comunitária associados com a presença de trabalhadores de construção ou da alteração do acesso às fontes (directos) de água e devido ao influxo de pessoas à procura de emprego (indirectos) serão classificados com uma escala Local, afectando especialmente os povoados dentro de um raio de entre 2 a 5km do oleoduto. Prevê-se que os impactos directos durante a fase operacional sobre a saúde comunitária sejam insignificantes enquanto o aumento do influxo de pessoas devido ao melhoramento do acesso durante a fase operacional pode resultar em impactos a uma escala Local sobre a saúde comunitária e sobre os serviços de saúde. Segundo as previsões os impactos dos trabalhos de preparação e das fases de construção e operações sobre a pesca – tanto em água doce, nos estuários e no mar – irão ocorrer a uma escala Local através da perturbação e exclusão das áreas de pesca. Os impactos sobre a pesca no ambiente marinho serão mitigados através da abertura de valas para a colocação do oleoduto marinho permitindo assim a continuação da pesca artesanal na rota do oleoduto e compensação pela perda de acesso, caso seja apropriado. A localização da FSO fica fora das zonas de pesca artesanal ou semi-industrial e industrial. Os impactos sobre a produção agrícola irão ocorrer a uma escala Local (perda directa de machambas) ou a uma escala Local derivados dos impactos indirectos associados com o aumento das pressões de influxo de pessoas sobre as machambas. A ocorrência de um derrame de petróleo de grandes proporções, muito embora seja improvável, poderia ter impactos a uma escala Regional sobre a produção agrícola em terras aráveis. 8-28 Tipo de Projecto Receptor Património cultural Trabalhos antecipados e construção AID AII Local do Nível Local Projecto Perturbação por tráfego terrestre Nível Local Nível Local Perturbação por tráfego terrestre Nível Local Nível Local Perigos de tráfego marinho Nível regional Nível regional Operação AID Insignificante Comentário AII Nível Local Os impactos dos trabalhos de preparação e das actividades de construção sobre o património cultural, em particular nos vestígios arqueológicos in situ caso existam, irão ocorrer a uma escala do local do Projecto. Os impactos induzidos relacionados com o influxo de pessoas e desmatação de áreas para novos assentamentos populacionais / estabelecimento de novas machambas podem ter impactos a uma escala local sobre o património cultural desde os trabalhos de preparação até à fase operacional. Prevê-se que os impactos operacionais directos sobre o património cultural sejam insignificantes. Insignificante Insignificante Os impactos do tráfego durante os trabalhos de preparação e as actividades de construção serão a uma escala Local e são considerados insignificantes durante a fase operacional. As comunidades podem ser dificuldade no uso das rotas normais de acesso durante as fases de trabalhos de preparação e de construção, muito embora se antecipe que tal seja mitigado através do uso de desvios. Insignificante Insignificante Os impactos sobre o tráfego durante os trabalhos de preparação e as actividades de construção serão a uma escala Local e são considerados insignificantes durante a fase operacional. As comunidades podem ser dificuldade no uso das rotas normais de acesso durante as fases de trabalhos de preparação e de construção, muito embora se antecipe que tal seja mitigado através do uso de desvios. Nível regional Nível O tráfego marinho entre a Beira e o local de posicionamento do oleoduto marinho e regional da FSO irá aumentar, ocorrendo a uma escala Regional durante os trabalhos de preparação, construção e durante a fase operacional (muito embora serão aplicáveis os regulamentos padronizados de navegação marinha). Tal pode resultar num aumento das exigências relativas à navegação para as embarcações de pesca ou uma maior pressão sobre os serviços portuários. Nota: A AdI é baseada na extensão especial das actividades planeadas para o Projecto 8-29 9 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS DA AIA 9.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo apresenta os Termos de Referência para cada um dos estudos especializados recomendados como base para o processo de AIA para este Projecto. Propõe-se que se realizem os seguintes estudos especializados: Qualidade do Ar; Ruído Terrestre eMarinho; Hidrologia, Qualidade da Água Superfícial e Subterrânea; Solos e Geologia; Ecologia Terrestre, Aquática e Costeira; Ecologia Marinha e Costeira (incluindo dugongos, tartarugas e mamíferos marinhos); Serviços dos Ecossistema; Saúde Comunitária; Aspectos Sociais e Socioeconómicos; Arqueologia e Património Cultural; Turismo; Pesca; Iluminação Visual; Tráfego Terrestre e Marinho; e Avaliação Qualitativa de Riscos. As subsecções a seguir descrevem a metodologia para cada estudo especializado e a avaliação de impactos para cada estudo. Os relatórios dos estudos especializados, que serão anexados ao REIA, incluirão somente uma descrição do ambiente de referência para a Área do Projecto. Depois da finalização dos relatórios de referência, os especialistas irão participar num workshop especializado onde irão avaliar os impactos com base na metodologia de avaliação de impactos apresentada no Capítulo 4. Os resultados deste workshop especializado serão incluídos na Secção de Avaliação de Impactos do REIA. A avaliação inicial dos impactos será feita pelos líderes especialistas da equipa de trabalho da equipa responsável pela AIA (representando as componentes social, de biodiversidade, solos e água, e componentes marinhas) usando a metodologia apresentada no Capítulo 4. Esta avaliação será feita em colaboração com os especialistas relevantes que efectuaram o trabalho de campo e elaboraram os relatórios de referência. Será organizado um workshop integrado para a equipa, para a apresentação e discussão os impactos preliminares e requisitos de mitigação a fim de assegurar que todos os impactos relevantes sejam identificados e avaliados usando uma abordagem padronizada. Este workshop também irá facilitar a partilha coordenada de informação e o alinhamento da equipa especializada sobre questões que se sobrepõem. Após o referido workshop, a avaliação de impactos será finalizada e os impactos avaliados serão integrados no REIA. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-1 Nota: Seguindo-se esta abordagem colaborativa, os impactos serão descritos e avaliados somente no REIA e não serão apresentados em relatórios especializados separados. É providenciada uma descrição sucinta dos objectivos, métodos e resultados de cada estudo. A maior parte dos estudos especializados envolve uma investigação de referência no campo, que é descrita no texto. Em algumas instâncias, como é o caso dos estudos sobre os recursos hídricos, será necessário um trabalho de referência com base sazonal, e a metodologia incluirá vários levantamentos. 9.2 QUALIDADE DO AR Tabela 9.1 Avaliação de Referência e do Impacto sobre a Qualidade do Ar Aspecto Emissões de Poeira Metodologia Base de Referência Descrever as fontes existentes de emissão de poeira na Área do Projecto; Descrever as fontes de emissão de poeira gerada pelos trabalhos de preparação propostos e actividades de construção associadas com o Projecto; e Preparar o relatório de referência. Avaliação de Impactos Avaliar os impactos através de uma comparação das concentrações ambientais previstas resultantes das emissões da FSO, com os padrões de Moçambique e com outras directrizes relevantes, incluindo o PGA-c para o Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e as directrizes da IFC/OMS; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; e Recomendar medidas de mitigação. Base de Referência Emissões Atmosféricas Analisar os dados de estudos de gabinete disponíveis relativos à qualidade do ar e dados meteorológicos sobre a Área do Projecto com base em dados secundários; Quantificar a contribuição das emissões da bomba de exportação na LPF; Preparar um inventário de emissões sobre todos os poluentes esperadose Gases de Efeito Estufa (GHG) resultantes das emissões de ventilação e da produção de energia eléctrica na FSO e em outras embarcações do Projecto; e Preparar o relatório de referência. Avaliação de Impactos Modelar a dispersão de poluentes da FSO usando padrão da US EPA e usando o modelo de dispersão recomendado SCREEN-3. Fazer a modelação usando o inventário de emissões e dados meteorológicos pré-definidos a fim de estimar as concentrações ambientais prováveis de poluentes resultantes das emissões da FSO; Avaliar os impactos através de uma comparação com os padrões de Moçambique, com as directrizes da IFC/OMS e com outras directrizes relevantes sobre a qualidade do ar; Avaliar quaisquer impactos acumulativos do presente Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; Fazer uma avaliação qualitativa das concentrações ambiente resultantes dos poluentes de ar na FSO usando as metodologias de inventário Padrão da US-EPA; Avaliar a contribuição do Projecto para as existentes emissões da Sasol nesta área e para a emissão GHG de Moçambique através da comparação das emissões GHG do Projecto com o inventário actual de emissões da Sasol e as emissões GHG do país apresentado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas; e Recomendar medidas de mitigação. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-2 9.3 RUÍDO EM TERRA E NO MAR Tabela 9.2 Base de Referência e Avaliação do Impacto do Ruído Aspecto Terrestre Marinho Metodologia Base de Referência Fazer uma avaliação dos dados disponíveis no REIA do Projecto de Desenvolvimento no âmbito do APP e de Produção de GPL sobre o ruído ambiental em áreas rurais semelhantes às que existem ao longo do ROW do oleoduto. Avaliação de Impactos Avaliar os impactos sobre as comunidades circundantes do aumento previsto da área abrangida pelo ruído da CPF/LPF estendendo-se para além dos limites da CPF fazendo uma comparação da área afectada pelo ruído com as directrizes existentes no PGA-o; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; e Recomendar medidas de mitigação e de monitorização. Base de Referência Fazer a revisão dos dados de estudos de gabinete disponíveis relativos ao ruído marinho para a Área do Projecto; e Preparar os relatórios de referência e de modelação. Avaliação de Impactos Modelar a dispersão acústica submarina incluindo a geração de ruído durante a construção do oleoduto marinho de exportação, a instalação das infraestruturas submarinas e a operação da FSO, incluindo dos navios aliviadores; Avaliar os impactos do ruído e das vibrações sobre os níveis de pescado local e sobre receptores sensíveis como é o caso de mamíferos marinhos e tartarugas, bem como sobre as espécies dos recifes de corais e mergulho recreativo no Arquipélago de Bazaruto e áreas circundantes; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; e Recomendar medidas de mitigação e de monitorização. 9.4 HIDROLOGIA, QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA Tabela 9.3 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Hidrologia e a Qualidade de Água Superficial e Subterrânea Aspecto Hidrologia e Qualidade da Água Superficial e Subterrânea Metodologia Base de Referência Realizar trabalho no campo, recolher e analisar amostras; Recolher informação disponível sobre a qualidade da água superficial, água subterrânea e informação hidrológica; Fazer a recolha de informação primária sobre as características da água, fontes de abastecimento de água e fontes de potencial poluição de água na Área do Projecto; Recolher informação primária sobre as características da água subterrânea, fontes de abastecimento de água subterrânea (por ex., furos de água e poços escavados à mão) e fontes existentes de potencial poluição de água subterrânea na Área do Projecto; Preparar um modelo de bacia hidrográfica para o Rio Govuro a fim de fazer uma previsão do transporte de contaminantes no rio e na planície de inundação resultantes de um possível derrame do oleoduto; e Preparar os relatórios de referência e de modelação. Avaliação de Impactos Modelação numérica da água superficial na Área do Projecto a fim de avaliar os impactos das actividades do Projecto, usando: ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-3 Aspecto Metodologia Um modelo de bacia hidrográfica do Rio Govuro para fazer uma estimativa das taxas de caudais do rio; Um modelo hidráulico do Rio Govuro a partir da Travessia do Rio até ao estuário para fazer uma previsão do transporte de contaminantes para o rio e para a planície de inundação; e Um Modelo de um caso fortuito de derrame de hidrocarbonetos e modelo de transporte para um derrame na água subterrânea (por ex., Bioscreen). Considerar, na avaliação de impactos, os impactos da geração de resíduos e do uso de água e dos sedimentos no Rio Govuro durante a construção; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; e Recomendar medidas de mitigação e de monitorização. 9.5 SOLOS E GEOLOGIA Tabela 9.4 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre os Solos e Geologia Aspecto Solos e geologia Metodologia Base de Referência Analisar os dados de estudos de gabinete disponíveis relativos a solos em relatórios existentes sobre a Área do Projecto; Fazer um levantamento sobre o corredor da rota do oleoduto terrestre de exportação para adquirir um entendimento amplo das zonas de solos e identificar potenciais localizações para a recolha de amostras com base nas infra-estruturas do Projecto, usos identificados da terra e potenciais impactos do Projecto; Fazer a recolha de amostras do solo (amostras de solo superficial e profundo) ao longo da pegada das infra-estruturas propostas; Fazer um registo (segundo uma metodologia aceitável de perfil do solo) sobre quaisquer observações relativas à profundidade das camadas, granulometria, textura, cor, estrutura; Analisar as amostras para determinar o teor de pH, matéria orgânica, nitrogénio total, fósforo, metais (Ca, Mg, Na, As, Cu, Zn, Ni, Cd, Fe, Mn, Hg extraível e Pb), hidrocarbonetos alifáticos, hidrocarbonetos aromáticos (BTEX), hidrocarbonetos poliaromáticos, hidrocarbonetos clorados, sulfetos e enxofre total; Apresentar um comentário sobre a potencial adequabilidade da terra para cultivo; e Preparar o relatório de referência. Avaliação de Impactos Avaliar o potencial de erosão dos solos resultante das actividades do Projecto; Avaliar a capacidade da terra para a sustentabilidade das colheitas; Avaliar os riscos de erosão das dunas associados à HDD; Avaliar o potencial impacto da poluição química dos solos; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto;e Recomendar medidas de mitigação. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-4 9.6 ECOLOGIA TERRESTRE Tabela 9.5 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Ecologia Terrestre Aspecto Ecologia Terrestre Metodologia Base de Referência Mapeamento dos Habitats: Analisar os dados de estudos de gabinete disponíveis e fazer a confirmação de veracidade no campo sobre mapas de vegetação existentes e classificações do uso da terra para o corredor da rota do oleoduto terrestre de exportação até à praia, incluindo os habitats costeiros (por ex., estuário e mangais). Usar os mapas e levantamentos no campo para determinar a presença de habitats com um nível elevado de conservação que serão também categorizados em habitats modificados, naturais e potencialmente críticos consoante a categorização da IFC. Realizar levantamentos no campo para registar os tipos de vegetação e fazer a recolha de informação sobre a flora e sobre os habitats ao longo do corredor do oleoduto terrestre de exportação e áreas circundantes acessíveis em locais definidos por GPS. Flora Terrestre: Fazer uma avaliação dos dados de flora de levantamentos anteriores a fim de confirmar as espécies prioritárias e as que podem existir na Área do Projecto. Fazer um levantamento da flora ao logo de pontos de levantamento préidentificados e transectos percorridos localizados em habitats representativos ao longo da rota do oleoduto, para confirmar a composição da flora representativa dos habitats e identificar as espécies de preocupação para a conservação. Os dados sobre a flora serão correlacionados com atributos relevantes da paisagem. Mamíferos Terrestres: Fazer o registo dos mamíferos presentes nos habitats ao longo da rota do oleoduto ao longo dos transectos percorridos em todos os habitats representativos ao longo da rota do oleoduto. Fazer o registo dos indícios de mamíferos, incluindo pegadas, vestígios, locais de covis, tocas, pêlo, restos de alimentos e escavações usados para identificar as espécies de mamíferos presentes. Aves (Avifauna): Fazer a revisão de dados de levantamentos anteriores para confirmar as principais espécies prioritárias e os habitats que se prevê que existam na Área do Projecto. Fazer o levantamento no campo durante a estação seca e chuvosa para determinar as aves existentes e fazer um registo de todas as aves observadas ou chamadas em habitats representativos ao longo da rota do oleoduto. Fazer o levantamento das terras húmidas costeiras existentes na Área do Projecto para confirmar se estes habitats são adequados para acolher as aves migratórias ameaçadas. Répteis e Anfíbios (Herpetofauna) Analisar os dados de levantamentos anteriores e dos registos de herpetofauna para a Área do Projecto para confirmar as espécies de prioridade que podem estar presentes na Área do Projecto. Fazer o registo de observações de répteis e anfíbios para apoiar os resultados dos estudos de gabinete. Invertebrados Terrestres: Analisar os dados de levantamentos anteriores sobre os invertebrados terrestres na Área mais ampla do Projecto. Não se prevê que a reduzida pegada directa do oleoduto linear tenha um impacto significativo sobre os insectos que justifique um levantamento de insectos no campo. Relatório Especialista de Referência: Compilar um relatório único integrado de referência que abranja a vegetação, ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-5 Aspecto Metodologia flora, aves, mamíferos, herpetofauna e insectos. Avaliação de Impactos Avaliar os impactos do Projecto com particular referência aos impactos em áreas com uma biodiversidade elevada ou espécies de plantas ameaçadas, e dos habitats com locais de reprodução conhecidos ou esperados, de espécies faunísticas ameaçadas. Avaliar o risco da destruição dos habitats e o aumento da caça de fauna e a remoção de vegetação como resultado de mudanças no acesso humano e assentamentos populacionais que podem resultar do Projecto. Os impactos indirectos serão contextualizados com base em evidência recolhida no campo sobre os impactos sobre habitats de anteriores projectos de pesquisa e desenvolvimento na área. Avaliação de quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação a actividades planeadas na Área do Projecto. Serão descritas as medidas de mitigação para a minimização e monitorização dos impactos sobre as características da biodiversidade. Recomendar estratégias de mitigação e de monitorização. 9.7 ECOLOGIA AQUÁTICA Tabela 9.6 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Ecologia Aquática Aspecto Ecologia Aquática Metodologia Base de Referência Mapeamento dos Habitats: Obter o mapeamento sobre o uso de terra disponível e sobre os habitats aquáticos, analisar e confirmar a veracidade dos dados no terreno durante os levantamentos no campo. Usar os levantamentos no campo e análise de imagens para delinear a terras húmidas e outras características aquáticas no corredor do oleoduto e áreas próximas. Fazer a recolha de informação sobre os tipos de habitats ao longo do corredor do oleoduto terrestre de exportação e áreas circundantes acessíveis em pontos definidos por GPS e actualizar o mapeamento dos habitats aquáticos disponíveis. Usar mapas e levantamentos no campo para determinar a presença de habitats com um valor elevado de conservação que irão também ser categorizados em habitats modificados, naturais e potencialmente críticos, em conformidade com a categorização da IFC. Ecologia Aquática: Analisar os dados de levantamentos aquáticos anteriores a fim de determinar as principais espécies aquáticas prioritárias e os habitats que possivelmente existam na Área do Projecto. Retirar amostras dos habitats aquáticos para a determinação de peixes, invertebrados aquáticos, moluscos e anfíbios (nos casos em que estes forem recolhidos) usando redes de pesca, observação directa, e entrevista com os pescadores locais para pescado observar a pesca, etc. Fazer a recolha e identificar os macro-invertebrados usando redes manuais. Fazer a medição dos parâmetros de água (por ex., pH, condutividade eléctrica) usando um multímetro portátil. Documentar a diversidade e o estado dos diferentes habitats aquáticos e a sua fauna e flora componente existentes no corredor do oleoduto num relatório de referência. Relatório Especialista de Referência: Preparar um relatório único integrado de referência que inclua o tipo, ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-6 Aspecto Metodologia distribuição e estado dos habitats aquáticos, peixes, macro-invertebrados e de outra fauna, recolhida durante os levantamentos no campo. Avaliação de Impactos Identificar e descrever os impactos directos e indirectos sobre os habitats aquáticos e fauna aquática específica, incluindo os potenciais impactos de um evento não planeado na planície de inundação do Govuro; Avaliar os impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; e Recomendar medidas de mitigação para evitar, minimizar e monitorizar os impactos sobre a biodiversidade aquática. 9.8 ECOLOGIA MARINHA E COSTEIRA Tabela 9.7 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Ecologia Marinha e Costeira Aspecto Base de referência marinha, incluindo fauna, flora, sedimentos no leito do mar e qualidade da água marinha Metodologia Base de Referência Fazer a recolha de dados primários (base de referência marinha). Analisar os dados secundários extraídos de estudos existentes sobre a Área do Projecto. Fazer a recolha de dados primários e secundários sobre os receptores indicados a seguir, existentes na Área do Projecto: Variação de marés, costas rochosas e ecologia da praia bem como tipos de sedimentos na praia; Recifes de corais e peixes de recifes; Peixes; Ervas marinhas; Mamíferos marinhos (incluindo um estudo separado sobre os Dugongos); Tartarugas marinhas; Qualidade da água marinha; Sedimentos no leito do mar; Comunidade de Macrobentos; e Dados sobre o Metoceano (ventos, ondas e clima). Analisar os dados de estudos de gabinete disponíveis relativos à distribuição e estado dos habitats costeiros como os habitats da faixa costeira, das ervas marinhas e dos recifes de corais. Preparar um relatório integrado de referência. Avaliação de Impactos Avaliar o aumento previsto de actividades marinhas e travessias da costa durante os trabalhos de preparação e fase de construção sobre a fauna marinha sensível. Avaliar as tendências históricas e previstas da população, tamanho e viabilidade dos dugongos e das tartarugas na Área do Projecto de forma a pôr em contexto os potenciais impactos do Projecto. Avaliar o potencial impacto do Projecto sobre os habitats costeiros e marinhos, no contexto de importância para a conservação dos habitats e espécies afectadas a nível local e regional. Modelar a geração e destino das plumas de sedimentos, incluindo assentamento, deposição, ressuspensão, transporte e dispersão e avaliar o impacto da perturbação dos sedimentos no leito do mar sobre a fauna marinha. Modelar o pior dos cenários para um derrame de petróleo usando o Modelo de Derrames de Petróleo MIKE 3 e avaliar o impacto sobre a fauna marinha ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-7 incluindo as espécies sensíveis. Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto. Identificar medidas específicas de mitigação e monitorização. 9.9 SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS Tabela 9.8 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre os Serviços dos Ecossistemas Aspecto Metodologia Base de Referência Serviços Ecossitémico Analisar a informação disponível em estudos de gabinete para identificar o s âmbito completo dos serviços dos ecossistemas a serem considerados. Obter informação relevante sobre o uso dos recursos naturais; pesca, turismo, aspectos socioeconómicos, saúde e património cultural com base em relatórios especializados relevantes. Documentar e avaliar a dependência das partes interessadas locais e do Projecto nos serviços dos ecossistemas na Área do Projecto, e Compilar um relatório sobre os serviços dos ecossistemas usando documentos de orientação da IPIECA. Avaliação de Impactos Avaliar os impactos do Projecto sobre os serviços dos ecossistemas; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto; e Identificar as medidas específicas de mitigação e de monitorização. 9.10 SAÚDE COMUNITÁRIA Tabela 9.9 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Saúde Comunitária Aspecto Metodologia Base de Referência Saúde Comunitária Analisar os dados disponíveis sobre a saúde e instalações sanitárias com base em relatórios existentes de AIAs e outras pesquisas de saúde/ relatórios sobre a Área do Projecto; Analisar os dados estatísticos secundários extraídos de relatórios de saúde a nível nacional, provincial e distrital; estatísticas de saúde, incluindo (mas não se limitando) ao Balanço do Plano Económico e Social Provincial, o Reconhecimento da Área de Saúde elaborados por cada distrito; a Declaração da Política Nacional de Saúde (MISAU, 2007) e o Quadro Estratégico Nacional para o Sector de Saúde 2004 – 2019 (MISAU, 2014);e Realizar trabalhos no campo: Incorporar perguntas sobre saúde nas Discussões dos Grupos Focais, Entrevistas com Informadores Chave e Levantamentos sobre os Agregados Familiares. Avaliação de Impactos Fazer uma avaliação crítica dos potenciais impactos da construção e operação do Projecto sobre a saúde das comunidades na Área do Projecto com base nos resultados de avaliações anteriores; Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação a actividades planeadas na Área do Projecto; Recomendar medidas para minimizar os impactos negativos e optimizar os impactos positivos; e Recomendar requisitos de monitorização para as fases de construção e operação do Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-8 9.11 ASPECTOS SOCIAIS E SOCIOECONÓMICOS Tabela 9.10 Base de Referência e Avaliação do Impacto Social e Socioeconómico Aspecto Aspectos Socioeconómicos Metodologia Base de Referência Estudos de Gabinete: Fazer a avaliação dos dados disponíveis de relatórios de AIAs existentes e outras pesquisas / relatórios socioeconómicos relativos à Área do Projecto. Preparar protocolos de estudo: Questionários para os Agregados Familiares; Orientações escritas para as Discussões de Grupos Focais com os Líderes Locais; Orientações escritas para as Discussões de Grupos Focais com Homens; Orientações escritas para as Discussões de Grupos Focais com Mulheres;e Listas de controlo para entrevistas com oficiais governamentais a nível local e com ONGs. Preparações para os aspectos logísticos primários do estudo, incluindo uma selecção de enumeradores e um dia de formação de enumeradores em Vilanculos. Trabalho de Campo: Fazer a recolha tanto de dados primários como secundários junto do governo local, comunidades locais, sector privado e ONGs, utilizando métodos participativos de recolha de dados qualitativos (discussões em grupos focais, entrevistas com informadores chave e avaliações rurais participativas) bem como métodos quantitativos (questionário para o levantamento de agregados familiares). Entrevistas: Realizar entrevista com instituições governamentais e com ONGs a nível provincial e distrital. As investigações de referência visam a identificação e análise das tendências socioeconómicas na Área do Projecto, como base para a avaliação de impactos e a monitorização a longo prazo. Realizar entrevistas semi-estruturadas e com informadores chave com elementos do governo local como o Administrador, Secretário Permanente, Chefes de Serviços Distritais, Chefes de Localidades e de Postos Administrativos, Régulos dos Povoados e Pescadores no Arquipélago de Bazaruto, e nas comunidades de Inhassoro, Nova Mambone e Machanga que não foram avaliadas anteriormente. Levantamento sobre os Agregados Familiares: Aplicar o Questionário para Levantamentos sobre os Agregados Familiares (HH) a vários agregados familiares dentro da Área do Projecto, a fim de fazer a recolha de informação relacionada com a composição dos agregados familiares; a sua caracterização social e demográfica, as principais infraestruturas que possuem e o uso de recursos naturais como terra, água, florestas, mar, estratégias primárias para a manutenção e desenvolvimento dos agregados familiares, percepções e expectativas sobre o Projecto. Grupos Focais: Realizar reuniões de grupos focais com homens, mulheres e líderes locais na Área do Projecto com vista a obter um entendimento qualitativo mais detalhado sobre questões como o acesso a terra, uso de recursos naturais, estratégias de meios de sustento nos agregados familiares, grupos vulneráveis, práticas culturais locais e tradições, histórico local e sobre a área, bem como as expectativas relacionadas com o Projecto. Avaliação de Impactos Fazer uma avaliação crítica dos potenciais impactos da construção e da operação do Projecto sobre o estado socioeconómico das comunidades na Área do Projecto (incluindo ruído, tráfego, pesca, turismo, saúde, questões ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-9 Aspecto Metodologia visuais, património cultural e perda de colheitas). Recomendar medidas para minimizar os impactos negativos e optimizar os impactos positivos. Avaliar quaisquer impactos negativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto. Recomendar requisitos de monitorização para as fases de construção e operação do Projecto. 9.12 ARQUEOLOGIA E PATRIMÓNIO CULTURAL Tabela 9.11 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Arqueologia e Património Cultural Aspecto Metodologia Arqueologia Base de Referência e Património Identificar, mapear, classificar e avaliar a significância do património Cultural arqueológico e histórico na Área do Projecto; Analisar a informação disponível sobre o património cultural, atributos com valor histórico e cultura, naufrágios e outros aspectos de arqueologia marinha na Área do Projecto; Examinar através da observação a pé do troço em terra do corredor do oleoduto e área imediatamente circundante a fim de identificar as estruturas e artefactos com valor arqueológico e histórico e fazer a recolha de matériaprima lítica, com localizações georreferenciadas para estabelecer dados recolhidos de referência. Fazer a escavação de valas de testes, caso seja necessário; e Fazer a recolha e registo do material em folhas de dados. Os vestígios arqueológicos de cada unidade de recolha serão separados e embalados de acordo com o tipo de material de base (pedras, ossos, cerâmica, metais). Avaliação de Impactos Fazer uma avaliação crítica dos potenciais impactos da construção e operação do Projecto sobre o património cultural na Área do Projecto; Recomendar medidas para minimizar os impactos ao património cultural. Nos casos onde os locais possam ser danificados ou destruídos durante a fase de trabalhos de preparação e a fase de construção, fazer uma avaliação do impacto sobre o local, recomendar opções preferidas de gestão, incluindo: Registo do local (sem necessidade de escavações / remoção de artefactos); Vestígios espalhados na superfície do solo que devem ser removidos antes da construção; Vedacao do local a fim de impedir danos de construção (caso não esteja situado no alinhamento da construção); Local com elevada significância em termos de conservação e alinhamento das infra-estruturas a serem realocadas. Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto. Recomendar requisitos de monitorização para as fases de construção e operação do Projecto. Recomendar um protocolo de ‘Procedimento para Descobertas Fortuitas’ em conformidade com as directrizes da IFC a este respeito. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-10 9.13 TURISMO Tabela 9.12 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre o Turismo Aspecto Turismo Metodologia Base de Referência Fazer a recolha de dados de referência disponíveis sobre o turismo relativamente a Inhassoro relacionados com operadores turísticos (ou seja, acomodação, operadores de mergulho e de pesca recreativa, restaurantes e outros provedores de serviços); níveis de ocupação e receitas geradas. Realizar um levantamento dos operadores turísticos com base num questionário (lodges/estâncias turísticas e outros provedores de serviços) em Inhassoro para determinar as actividades oferecidas, níveis de ocupação, receitas, sazonalidade; tendências existentes e ameaças aparentes ao turismo e percepções sobre o turismo. Analisar os dados sobre o turismo e preparar o relatório de referência sobre o turismo incorporando uma análise de tendências futuras em Moçambique. Avaliação de Impactos Avaliar os potenciais impactos do Projecto sobre o turismo (níveis de ocupação de estâncias turísticas; serviços de turismo e pesca recreativa e mergulho; e a alteração do ‘sentido de lugar’. Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto. Identificar estratégias apropriadas de mitigação e de monitorização incluindo o potencial requisito para o pagamento de compensação aos operadores. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-11 9.14 PESCA Tabela 9.13 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Pesca Aspecto Pescas Metodologia Base de Referência Analisar a informação disponível em relatórios existentes relativos à Área do Projecto e dos dados estatísticos locais e de informação sobre a Área do Projecto, políticas e legislação relevante, etc. Realizar entrevistas com informadores chave e discussões de grupos focais com as principais partes interessadas (por ex., pescadores locais, operadores de turismo e instituições de pesca). Mapear as principais zonas de pesca artesanal e as rotas usadas pelos pescadores entre os centros de pescadores e as zonas de pesca usando técnicas participativas com os pescadores locais. Obter dados adicionais sobre as áreas primárias de pesca com base em observações pela equipa de levantamento marinho para ilustrar a intensidade de uso da área para a pesca. Fazer uma avaliação da cadeia de valores associada as actividades de pesca, incluindo as que estão envolvidas no processamento e comercialização de peixe em toda a Área do Projecto. Obter dados sobre os meios de sustento obtidos da pesca por diferentes tipos de pescadores. Realizar uma análise de tendências relacionada com as taxas de pescado, esforço de pesca e receitas geradas através da comparação de dados recolhidos durante o presente estudo com dados de estudos anteriores. Avaliação de Impactos Fazer uma avaliação crítica dos potenciais impactos (perturbação e perda de pesca artesanal, exclusão de pesca semi-industrial e industrial da área da FSO) da construção e operação do Projecto sobre as comunidades de pesca na Área do Projecto, com um foco específico nos seus meios de sustento. Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto. Recomendar medidas para minimizar os impactos negativos e optimizar os impactos positivos. Recomendar os requisitos de monitorização para as fases de construção e operação do Projecto. Identificar estratégias apropriadas de mitigação e de monitorização incluindo o potencial requisito para o pagamento de compensação aos operadores. 9.15 ILUMINAÇÃO VISUAL Tabela 9.14 Base de Referência e Avaliação do Impacto sobre a Iluminação Visual Aspecto Iluminação Visual Metodologia Base de Referência Identificar os recursos paisagísticos dentro da Área do Projecto e determinar a importância relativa destas paisagens. Identificar a Zona de Influência Visual e os Pontos Principais de Observação dentro da Área do Projecto. Adquirir um entendimento das componentes da FSO, actividades e controlos integrados relevantes à iluminação que podem afectar receptores importantes ou sensíveis. Avaliação de Impactos Avaliar os impactos da iluminação e da aparência do Projecto sobre receptores importantes ou sensíveis e a sua significância com base em ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-12 Aspecto Metodologia investigações através de estudos de gabinete e na modelação através de visualizações computarizadas. Desenvolver um mapeamento da análise da visibilidade / ângulo de visão da FSO e outras infra-estruturas principais; mapear a área de abrangência da iluminação para a FSO indicando a extensão do impacto. Avaliar quaisquer actividades cumulativas do presente Projecto em relação as actividades planeadas na Área do Projecto. Relatório de Avaliação Visual. Recomendar estratégias de mitigação e de monitorização. 9.16 TRÁFEGO TERRESTRE E MARINHO Tabela 9.15 Tráfego e Avaliação de Impactos Aspecto Tráfego Rodoviário em Terra Tráfego Marinho Metodologia Base de Referência Estudo de gabinete sobre a informação disponível relativa ao tráfego terrestre para a Área do Projecto com base em dados secundários. Observar o movimento do tráfego durante os trabalhos de campo. Avaliação de Impactos Avaliar o aumento previsto de tráfego rodoviário gerado pelas infraestruturas de transporte existentes e por outros utilizadores das vias e pelas comunidades circundantes. Recomendar medidas para minimizar os impactos negativos e optimizar os impactos positivos. Recomendar requisitos de monitorização para as fases de construção e operação do Projecto. Base de Referência Fazer uma avaliação dos requisitos legais aplicáveis às operações de embarcações na Área do Projecto. Descrever as actividades de transporte por via marítima na Área do Projecto e áreas circundantes, incluindo o número e tipo de embarcações, tipo de carga transportada e análise do fluxo de tráfego de embarcações na Área do Projecto incluindo as previsões quanto ao tráfego de embarcações para as operações de embarcações propostas. Realizar uma avaliação da navegação para determinar as prováveis trajectórias das embarcações para as operações propostas e as trajectórias típicas para o tráfego marítimo em trânsito dentro da Área do Projecto. Identificar o risco marinho com base nos riscos gerais de transporte marítimo e nos riscos associados especificamente com as operações propostas para as embarcações. Avaliação de Impactos Avaliar o aumento previsto de tráfego gerado sobre o tráfego marinho existente e outros utilizadores do mar. Avaliar quaisquer impactos cumulativos deste Projecto em relação às actividades planeadas na Área do Projecto. Recomendar medidas para minimizar os impactos negativos e optimizar os impactos positivos. Recomendar requisitos de monitorização para as fases de construção e operação do Projecto. ERM E IMPACTO RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-13 9.17 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RISCOS Tabela 9.16 Avaliação Quantitativa de Riscos e Avaliação de Impactos Aspecto Avaliação Quantitativa dos Riscos Metodologia Base de Referência Fazer a avaliação da informação disponível sobre riscos na Área do Projecto com base em dados secundários. Realizar uma Avaliação de Risco do Oleoduto que deve envolver: Identificação de Perigos; Avaliação das consequências de potenciais incidentes que envolvam perigos de grandes proporções. Cálculo das frequências associadas com potenciais eventos de perigos de grandes proporções. Avaliação de Impactos Fazer uma Avaliação Quantitativa do Risco de um acidente de grandes proporções (QRA) do troço terrestre da rota do oleoduto. Esta avaliação centra-se em incidentes que podem resultar em acidentes mortais ou ferimentos graves para a população em vez do impacto ambiental. Esta avaliação será baseada mas melhores práticas internacionais com base na metodologia SSA para o Planeamento de Uso de Terra (LUP) do Reino Unido. A central de gás, o oleoduto submarino e a FSO estão excluídas desta avaliação. Gerar isopletas de risco e transectos de risco para a servidão do oleoduto. 9.18 EQUIPA ESPECIALISTA PROPOSTA Tabela 9.17 Equipa Especialista Proposta para o REIA Actividade Habitats terrestres e estuarinos, Flora & Mamíferos Avifauna & Mamíferos (terrestres/ costeiros) Herpetofauna Nome Warren McCleland Empresa e Localização EcoRex – África do Sul Duncan McKenzie Luke Verburgt Ecossistemas aquáticos Mangais & flora estuarina Tartarugas marinhas & Iniciativas de Conservação Ecologia Marinha e Qualidade da Água: Cientista Marinho Recifes de Corais, Ervas Marinhas, Ecologia da Praia Recifes de Corais, Ervas Marinhas, Ecologia da Praia Mamíferos marinhos (dugongos, baleias e golfinhos) Estudos socioeconómicos Assistente aos Estudos Socioeconómicos Tráfego Marinho Estudo sobre a Pesca Economista sobre Turismo e Recursos (Pesca Marítima e Turismo) Reassentamento/ Compensação Arqueologia e Património Cultural Rob Palmer Warren McCleland Eduardo Videira EcoRex - África do Sul Enviro-Insight - África do Sul Nepid, África do Sul Ecorex, África do Sul Impacto - Moçambique Laura Weston Lwandle Nina Steffani Lwandle Andrea Pulfrich Lwandle ERM E IMPACTO Almeida Guissamulo Impacto - Moçambique Paula Santos Joyce Maguivanhane Eugénio Muianga Atanásio Brito Jane Turpie Impacto – Moçambique Impacto – Moçambique Impacto - Moçambique Impacto – Moçambique Anchor – África do Sul Victor Hugo Nicolau Marta Langa Impacto - Moçambique Impacto – Moçambique RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-14 Especialista sobre Impactos Visuais Especialista no Envolvimento de Partes Interessadas Especialista no Envolvimento de Partes Interessadas Assistente de Consulta Pública Apoio ao estudo de Solos & Geologia & Qualidade da Água de Superfície e Subterrânea Hidrologia (Modelação) Hidrogeologia Modelação da Dispersão de Sedimentos & Derrame de Petróleo Modelação da Qualidade do Ar Peter Austin Mia Couto ERM, África do Sul Impacto - Moçambique Felicidade Munguambe Sandra Fernandes Justin Kmelisch Impacto - Moçambique George Krallis Andreas Stoll Stephen Luger ERM - EUA ERM - África do Sul PRDW - África do Sul Mark9.18.1 Zunckel uMoya-NILU (Pty) Ltd África do Sul Modelação de Ruídos (Marinha) Tráfego Marítimo Estudo de Avaliação Quantitativa dos Riscos Especialista em SIG Especialista em SIG Michael Fraser Eugénio Muianga Gary McFadden Andrew Thurlow Doug Park ERM - Reino Unido Impacto – Moçambique ERM - África do Sul ERM - África do Sul ERM - África do Sul ERM E IMPACTO Impacto - Moçambique ERM - África do Sul RELATÓRIO PRELIMINAR DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO PROJECTO DO OLEODUTO E DA FSO DA SASOL 9-15 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Airshed Planning Professionals Pty Ltd. 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