Marconi destaca força econômica do Centro-Oeste

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Marconi destaca força econômica do Centro-Oeste
ANO 29 - Nº 1.531
FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA
GO I Â NIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
tribunadoplanalto.com.br
"Goiânia não tem
nenhum planejamento "
R$ 2,00
ENTREVISTA / VANDERLAN CARDOSO
Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso diz, em entrevista à Tribuna do
Planalto, que está pensando Goiânia 24 horas por dia. Página 5
BALANÇA COMERCIAL
Marconi destaca força
econômica do Centro-Oeste
n O governador
Marconi Perillo
enfatizou que a região
Central do Brasil tem
Workshop
ensina a
sair da crise
financeira
mostrado resultados
positivos na economia
e um deles se refere à
Balança Comercial,
que gerou, em 2015,
R$ 20 bilhões em
superávit. Ele
comandou nova
reunião do Fórum de
Governadores do Brasil
Central, em Cuiabá
(MT). Página 6
Francisco
Oliveira mira
presidência
da Alego
Deputado estadual Francisco
Oliveira (PSDB) é um dos
principais nomes da base do
governador Marconi Perillo para
suceder o atual presidente, Helio
de Sousa (PSDB). Ele e o
deputado José Vitti (PSDB) vão
travar queda de braço para ter a
preferência de maioria da Casa.
Página 4
Fotos: Paulo José
Nesta terça-feira, dia 26, a partir
das 18 horas, tem palestra com
Bel Pesce, um dos grandes nomes
do empreendedorismo e inovação,
sobre o tema Oportunidades na
Crise. A palestra faz parte do
workshop promovido pelo Sebrae,
no Centro de Convenções de
Goiânia. Página 8
Povo saberá
impedir o
retrocesso,
afirma Dilma
A presidenta Dilma Rousseff
discursou na abertura da cerimônia
de assinatura do Acordo de Paris,
na sede da Organização das Nações
Unidas (ONU), em Nova York.
Presidente surpeendeu e não se
colocou como vítima de um "golpe
parlamentar" no Brasil. Página 7
Vecci quer
governo de
alianças
Pré-candidato a prefeito de
Goiânia pelo PSDB, Giuseppe
Vecci afirma que é preciso
parcerias para governar bem a
cidade. “Ninguém consegue
governar sozinho”, diz.
Linha Direta, página 3
Elas dão o tempero às noites goianas
Negócios tradicionalmente liderados por homens, muitos bares da Capital já são comandados por mulheres. De coadjuvantes na cozinha, elas
passaram aos postos de donas. A organização do Comida di Buteco enxerga muito bem essa mudança no perfil desses comerciantes. Página 7
Evasão escolar chega
a 42% no ensino médio
O ensino médio é uma etapa decisiva na vida escolar para o estudante que
pretende continuar os estudos numa instituição de ensino superior. Mas os
três últimos anos da educação básica precisam passar por mudanças. O
Ministério da Educação (MEC) aponta que 42% dos alunos brasileiros
deixam a escola em algum período do
ensino médio, principalmente por falta
de motivação para estudar. Excesso de
matérias obrigatórias também provoca
evasão de alunos.
Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected] – Telefone: (62) 3226-4600
Opinião
GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
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2
CENA URBANA
CARTA AO LEITOR
FLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO
PAULO JOSÉ
Economia estagnada
Saímos de um mundo cor de rosa durante a campanha presidencial de 2014,
criativamente desenhado pela equipe de marketing da presidente Dilma Rousseff, e
caímos no inferno das contas a pagar, impostos elevados, desemprego, juros ainda
mais alto... Esse é talvez o ponto de inflexão que impede a permanência da presidente Dilma no cargo máximo da República. É inegável a incompetência administrativa da presidente em matéria de política econômica e fiscal. Os números da
economia são estarrecedores.
Falando à BBC Brasil, as três maiores agências de risco do mundo, Moody’s,
Fitch e Standard & Poor’s, indicaram que as profundas dificuldades amargadas
pela economia brasileira não devem sofrer grande melhora tanto se o poder ficar
com Dilma Rousseff como se for repassado ao vice, Michel Temer. As três agências
acreditam que as perspectivas serão negativas no mínimo até 2018.
Mais do que um governo Dilma ou Temer, na visão dos analistas, é necessário
que o país empreenda reformas, sobretudo fiscais, para sanar o déficit e retomar
qualquer chance de crescimento, do consumo, e do retorno dos investidores estrangeiros. Diante das dificuldades de empreender tais mudanças num cenário complexo, a previsão das três maiores agências de risco é de manutenção da crise
econômica no mínimo pelos próximos dois anos.
O cenário é desolador para onde quer que se olhe. O desemprego ficou em
10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo dados divulgados na quartafeira da semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o maior índice da série, iniciada em 2012. Pela primeira vez, a taxa da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua) atinge dois dígitos.
O índice ficou bem acima do registrado no mesmo período de 2015, quando
chegou a 7,4%. A população desocupada somou 10,4 milhões de pessoas e também
atingiu o maior patamar desde o início da Pnad. Esse indicador mostrou forte alta,
principalmente na comparação com o mesmo período de 2015, quando o contingente subiu 40%. Diante do trimestre de setembro a novembro, o avanço foi menor,
de 13,8%.
No mesmo viés, a arrecadação de impostos e contribuições federais pelo governo
registrou em março uma queda real de 6,96% (somou R$ 95,77 bilhões) frente ao
mesmo mês de 2015. Foi o pior março desde 2010. No acumulado do primeiro trimestre, a queda na arrecadação atingiu 8,19%, frente ao mesmo período do ano
passado, totalizando R$ 313 bilhões. O resultado do primeiro trimestre também é
o pior para o período desde 2010.
Os números divulgados na terça-feira passada pela Receita Federal mostram
que a forte queda da arrecadação acontece em um momento de fraco nível de atividade econômica, com o país em meio à maior recessão de sua história. No ano
passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8% e a previsão de analistas é de
uma retração semelhante neste ano. Com a economia fraca, cresce o desemprego
e a inadimplência e recuam as vendas de produtos e serviços, o que leva à redução
no pagamento de impostos.
Em outras palavras, os principais setores responsáveis pela geração de emprego
e renda estão sofrendo com o cenário econômico. Com menos renda disponível na
economia, há uma redução da demanda agregada e isso vai diminuir a arrecadação
dos impostos que incidem sobre o consumo e, em um segundo momento, sobre a
produção também. A queda dos postos de trabalho traz também uma forte redução
na arrecadação previdenciária. Ou seja, a estagnação econômica contamina a todos.
Portanto, é fundamental resolver logo o impasse político por que passa a nação,
sob pena de entrarmos em um buraco ainda mais fundo, o que levaria à deterioração
de todo o tecido social.
MANOEL MESSIAS – EDITOR EXECUTIVO
Registro feito na véspera do feriado de Tiradentes. Em meio ao tumultuado trânsito do final de
tarde, a serenidade deste casal de idosos pede passagem, na volta para casa de bicicleta, pelas
ruas do tradicional bairro de Campinas.
ESFERA PÚBLICA
ESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL
Cuidados para investir na crise
Reinaldo Domingos
Não é novidade para ninguém o cenário atual da economia no país. As inconstâncias levam muitas pessoas a sérios
problemas financeiros, não só pela falta
de educação financeira – que é cultural da
população –, mas também pela realização
de investimentos errados.
A Caderneta de Poupança não vem sendo considerada ótima escolha desde que começou a render menos que a inflação. Segundo o IBGE, em
2015, a poupança teve valorização de 8,15%, enquanto que a inflação oficial foi de 10,67%. Paralelo a isso, o Tesouro Direto começou a se
destacar; passou por algumas mudanças, se tornou mais atraente e ganhou muitos adeptos.
Mas o que antes era considerado uma garantia
de baixo risco, hoje, é motivo de cautela: o governo. A modalidade funciona como se o investidor emprestasse dinheiro para o Governo Federal,
e em troca, depois de um período, recebesse o
valor de volta corrigido.
Os investidores estão sujeitos a pagamento de
duas taxas na aquisição: uma cobrada pela
BM&FBovespa e outra cobrada pela instituição
ou intermediário financeiro com quem operará.
Aí é que vem o impasse: se a situação do Governo é uma incógnita e já estamos sentido alguns desses efeitos colaterais na microeconomia,
como podemos ter total segurança do pagamento dessa dívida?
As perspectivas realmente não são boas. Recentemente, o fundador do antigo Pactual, Luiz
Cezar Fernandes, deu uma entrevista ao site O Fi-
nancista, na qual diz que, até 2018, a dívida pública deverá crescer substancialmente, impossibilitando que o Governo a
honre. Ele diz que “nem mesmo a inflação
alta será capaz de corroê-la”.
O que podemos entender é que o calote será tão expressivo que quebrará as
instituições bancárias. O resultado disso,
se a situação se confirmar, é que os investidores
do Tesouro Direto serão afetados e sofrerão prejuízos. Por isso, a recomendação agora, sem dúvida nenhuma, é de cautela.
Não é para se desesperar, tirar todo o dinheiro
dessa modalidade – caso já tenha aplicado – ou
qualquer atitude extremista. O interessante é analisar o todo, buscar se informar o máximo possível e, para quem tem dinheiro para investir,
espalhar seus recursos, ou seja, fazer uma carteira
de investimentos. Procurar destinar no máximo
20% para o Tesouro Direto, como uma tentativa
de proteger as finanças do que há por vir.
E para finalizar, buscar por conhecimento
sobre educação financeira. Diversos livros, palestras e cursos abordam o assunto de maneira
descomplicada e eficaz. Não há saída melhor do
que essa para agir corretamente em relação ao
uso e à administração do dinheiro, em qualquer
situação.
Reinaldo Domingos,é mestre em Educação Financeira e terapeuta financeiro, presidente da
DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora
DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira,
dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.
Dificuldades à vista
Luiz Gonzaga Bertelli*
Editado e impresso por
Rede de Notícia Planalto Ltda-ME
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Fundador e Diretor-Presidente
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Paulo Roberto Oliveira
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A crise política e econômica que atingiu o país em praticamente todos os setores ainda parece longe de acabar. Na
educação, área estratégica para o desenvolvimento, um dos campos mais afetados foi o ensino superior privado.
Estimativas realizadas pela consultoria Hoper
Educação mostram que as faculdades particulares vão amargar, pelo menos, dois anos de queda
bruta no número de novos alunos. Será uma
baixa de quase 500 mil calouros, equivalente a
20% do número de matriculas. Os maiores fatores para essa diminuição são as reduções de incentivos do governo federal – como o Prouni e o
Fies –, o aumento do desemprego e a consequente queda de renda de boa parte da população.
Em 2015, segundo a consultoria, que pesquisou 30 instituições superiores, houve uma redução de 12% no número de matrículas de
calouros, em relação a 2014, o que significa 284
mil estudantes a menos. A previsão é que, neste
ano, a diminuição chegue a 10% em relação ao
ano passado, o que representaria 207 mil calouros. Não é difícil encontrar jovens que tiveram dificuldades em conseguir os benefícios
governamentais pelos programas de financiamentos estudantis. Da mesma forma, muitos, ao
entrar na universidade, não conseguiram
cumprir com as obrigações de pagamento e desistiram dos cursos. Em 2014,
o Ministério da Educação ofereceu 750
mil vagas no Fies. No ano seguinte,
foram 311 mil. E para este ano, sobraram
apenas 250 mil vagas para os estudantes.
A mudança na política afetou mais os
cursos de administração, engenharia, ciências
contábeis e comunicação. Agora as universidades
estão atraindo os alunos para cursos à distância,
que devem crescer 15% neste ano. Bolsas e descontos nas mensalidades mantêm as instituições
de ensino competitivas para atrair os alunos.
Com mais de 52 anos de atuação na inserção
de jovens no mercado de trabalho, o CIEE entende que o estágio e a aprendizagem são dois
modalidades importantes que auxiliam o estudante mais necessitado a manter-se na universidade, já que, pela capacitação prática, eles vão se
qualificar em determinadas áreas e, ao mesmo
tempo, receberão uma remuneração que os ajudará no pagamento das mensalidades escolares.
Dessa forma, podem garantir formação para o
desenvolvimento de uma carreira de sucesso.
Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista
de História (APH)
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POLÍTICA 3
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GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
LINHA DIRETA
Ronaldo Coelho
[email protected]
Foco na gestão
Expulsão do PDT
A deputada federal Flávia Morais já
sabia antes de votar a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT)
que poderia ser punida com a expulsão do
PDT, o que inviabilizaria sua candidatura a
prefeita de Trindade este ano já que o prazo
para filiação partidária para quem pretende
concorrer nestas eleições terminou no dia 2
de abril.
Vecci fala em profissionalizar a
gestão com governo de alianças
Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSDB, o deputado federal Giuseppe Vecci percorre os bairros de Goiânia em reuniões com a comunidade, oportunidade que aproveita para
tratar de assuntos de interesse coletivo e para ouvir sugestões do goianiense na elaboração
do plano de governo que será apresentado na campanha eleitoral. “É fundamental termos
políticas públicas para segmentos sociais da população: mulheres, idosos, pessoas com deficiência, e outros”, afirmou durante encontro com
membros do PSDB Mulher. “Precisamos criar políticas mais profissionalizadas, que possam exigir
zelo, responsabilidade para com a sociedade”,
acrescentou. Nos frequentes encontros com a
comunidade, Vecci tem insistido na proposta de
manter a gestão próxima da população, de
forma a atender as necessidades do povo, e de
que é preciso parcerias para governar bem a cidade. “Ninguém consegue governar sozinho. É
preciso ter alianças com o governo federal, estadual, ter parcerias com os segmentos
organizados da sociedade, com
sindicatos, associações comunitárias e a população em geral para que,
em conjunto, possamos
resolver gradativamente os problemas
que nos afligem”,
destaca.
Tranquila
Flávia Morais, no entanto, preferiu correr o risco e, por isso, demonstra estar com
a consciência tranquila. “Reconheço que
houve avanços importantes nos últimos
anos. Mas chegou o momento da mudança,
chegou a hora de ouvirmos o desejo da vontade da maioria dos brasileiros. Estou preparada para as consequências desta minha
decisão”, afirmou em sua conta no Facebook.
Pois é!
Tem muita gente acreditando que se o
processo caminhar no Senado e Dilma
Rousseff (PT) for impedida, a deputada
Flávia Morais e seus cinco colegas ameaçados de expulsão podem ser perdoados pela
“rebeldia” já que eles fariam falta numa
provável negociação por cargos no Planalto
em eventual governo de Michel Temer
(PMDB), que beneficiaria, como sempre,
Carlos Lupi, o chefão do PDT no Brasil.
Exemplo ao mundo
Governador Marconi Perillo (PSDB) reconhece que o Brasil vive crise política grave e
que precisa de liderança com compromisso de
tirá-lo do buraco. "O Brasil vai precisar muito
de nós governadores e dos prefeitos. E nós
vamos dizer 'sim' a esse País que nasce a partir
de agora para superar as crises, para dar exemplo ao mundo, porque potencial e povo trabalhador nós temos”.
Venda da Celg
O secretário de Desenvolvimento Econômico,
Thiago Peixoto, acompanhou o governador
Marconi Perillo à 2ª Edição da Brazil Conference, realizada em Cambridge (Massachusetts,
EUA). Os dois já estão de volta à Goiânia.
A meritocracia para os servidores públicos estaduais, efetivos ou comissionados, será retomada e a estimativa é que, até o fim do ano, os
novos selecionados tomem posse nos cargos. A
informação é do secretário de Gestão e Planejamento, Joaquim Mesquita.
X
Além de familiares e amigos, políticos de vários
partidos compareceram ao velório e enterro da
juíza Maria Aparecida Siqueira Garcia, mãe do
prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), que faleceu
na madrugada de sexta-feira, dia 22, de infarto.
D. Maria Aparecida cursou Pedagogia e foi professora. Virou juíza e exerceu a magistratura por
35 anos em cidades do interior. Casou-se com
Altamiro Garcia e teve quatro filhos. Paulo Garcia é o mais velho. Condolências da Tribuna do
Planalto à família.
X
Para o deputado estadual Adib Elias
(PMDB), com o trabalho do senador Ronaldo
Caiado (DEM), em Brasília, e com o PMDB
no poder, eles terão como desenvolver trabalho
mais forte contra a venda da Celg aqui em
Goiás.
RÁPIDAS
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Trabalho forte
Presidenta Dilma Rousseff ao discursar perante chefes de Estado mundiais na sede da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Nova York.
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Mesmo tendo sido responsável pela venda
da Usina de Cachoeira Dourada, o PMDB de
Goiás sempre lutou para impedir a venda da
Celg durante os dois últimos governos de
Marconi Perillo (PSDB). Agora, com a possibilidade de Michel Temer (PMDB) assumir a
Presidência da República, a bancada peemedebista na Assembleia Legislativa acredita no
impedimento da privatização da Celg, dada
como certa no governo Dilma Rousseff (PT).
“Nosso povo é trabalhador e com grande apreço
pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir
quaisquer retrocessos”
Francisco
Oliveira mira
presidência
da Alego
Manoel Messias e
Marcione Barreira
De olho na presidência da
Assembleia Legislativa, o deputado estadual Francisco Oliveira
(PSDB) é um dos principais
nomes da base do governador
Marconi Perillo (PSDB) para
suceder o atual presidente, Helio
Coisas da política
Prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito
Vilela (PMDB) sempre esteve ao lado e defendeu a presidenta Dilma Rousseff (PT), mas
depois que seu filho, o deputado federal Daniel Vilela, presidente regional do PMDB,
votou a favor do impeachment, ele mantém silêncio sobre o assunto
Atritados
Não convide para a mesma mesa de almoço num restaurante qualquer o deputado
estadual Carlos Antônio, o presidente do SDD
em Goiás, Armando Vergílio, e o deputado federal Lucas Vergílio. Carlos Antônio é acusado
pelos dois de “traição” por ter trocado o SDD
pelo PSDB para ser candidato da base do governador Marconi Perillo a prefeito de Anápolis.
Que coisa!
A Associação Nacional do MP de Contas,
o Conselho Nacional de Procuradores Gerais
de Contas, o Instituto de Fiscalização e Controle e a Associação Contas Abertas querem o
afastamento do conselheiro do TCE, Edson
Ferrari, do processo de julgamento das contas
do governo de Goiás do ano de 2015 por considerarem que ele tem íntima relação de amizade e de gratidão com o governador Marconi
Perillo. Essa relação dos dois já é conhecida
há muitos anos, mas achar que o fato pode interferir na atuação do conselheiro é algo comprometedor.
Xadrez político
Iris Rezende (PMDB) só aguarda definição
do Senado sobre o impedimento da presidenta
Dilma Rousseff (PT) para lançar sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia. Saindo PT e
entrando o PMDB no comando da nação, o
arranjo político muda e ele quer aproveitar
bem essa situação para definir sua chapa,
longe dos petistas.
Definição
Professor Alcides Ribeiro Filho vai cobrar
do governador Marconi Perillo esta semana
definição sobre os rumos do PSDB em Aparecida de Goiânia. O Professor Alcides disputa
a indicação do partido para concorrer a prefeito com atual vice-prefeito Ozair José. Ele
acha que a indefinição prejudica a pré-campanha.
PAULO JOSÉ
NOVO PROJETO
Parlamentar do
PSDB já articula
seu nome e,
além de almejar
presidir a Casa,
deputado quer
reeleição em 2018
Secretário de Governo da Prefeitura de
Aparecida, Euler Morais, que foi preterido na
escolha do pré-candidato a prefeito pelo
PMDB, prega a unidade da base de Maguito
Vilela como fator preponderante para que o
vereador Gustavo Mendanha vença as eleições. Mas ele, no entanto, não dá sinais de que
vá participar da campanha. “A partir de agora
o propósito é continuar colaborando com a
administração do Maguito em diversas atividades e projetos que estão sob a minha coordenação na Secretaria de Governo”, diz.
de Sousa (PSDB). Dentro da
base, ele e o deputado José Vitti
(PSDB) travam queda de braço
para ter a preferência de maioria
da Casa.
A eleição deve ocorrer no dia
10 de outubro e vai eleger o próximo mandatário para os dois
anos seguintes. De olho na principal cadeira da Alego, Francisco
Oliveira não refutou ao convite
do governador Marconi Perillo
para se filiar ao PSDB no início
do ano. Antes no PHS, Francisco admite que com os peessedebistas
suas
chances
aumentam.
No bloco governista desde
1998, ano da primeira eleição de
Marconi, Oliveira disputou em
2006 a eleição pelo PSDB, mas
foi na ala humanista que conquistou uma cadeira na Assembleia, em 2014. Natural de
Morrinhos e vereador por Goiânia por três mandatos, Francisco
Oliveira visitou a Tribuna do
Planalto essa semana e discorreu sobre diversos temas.
Alego
O parlamentar foi um dos
primeiros a mudar de partido na
primeira janela de troca partidária no início do ano. Segundo
ele, estão entre os motivos que o
fez optar pelo PSDB alguns fatores. Entre os quais, o convite
do governador; a abertura de espaço para colegas dentro do
PHS e a possibilidade de presidir
a Assembleia
Deputado Francisco Oliveira, de olho na presidência da AL
Ainda segundo Francisco
Oliveira, sua saída do PHS foi
amplamente discutida com o deputado estadual e presidente do
partido, Dr. Jean Carlos, por
quem tem muito apreço. “Estava
bem no partido, eu saí de
comum acordo com o deputado
Jean, bem como com o presidente nacional Eduardo Machado (PHS), são meus
amigos”, disse.
Francisco Oliveira destacou
ainda que no PHS há um projeto de disputar uma cadeira na
Câmara dos Deputados em
2018 e, com sua saída, abrirá espaço para que outros nomes do
partido possam ter igualdade de
condições.
“Normalmente
quando o partido tem um depu-
tado dificilmente você tem précandidatos. Acham que quem
está lá tem preferência”, disse.
Na Assembleia Legislativa
tem sido um dos maiores aliados
do governo com quem é unido
há quase 20 anos. Segundo
Francisco, seu projeto em médio
e longo prazos está centrado em
dois eixos: “Meu projeto é tentar
a presidência da Alego e, por
conseguinte, a minha reeleição a
deputado estadual”.
Mirando apoio para comandar a Assembleia, Francisco Oliveira destaca que a Casa passou
por um processo difícil, mas que
atualmente vem sendo muito
bem conduzida pela atual presidência. “Dr. Helio tem tido autonomia, independência junto
ao Legislativo. São conquistas
que a Casa tem tido”, afirma.
Ainda segundo ele, a Assembleia precisa estar aberta para
discutir com os diversos segmentos da sociedade. Ainda na visão
do deputado, apesar disso, precisar ser independente. “A Casa
tem que estar aberta, entretanto,
tem que ser independente, tanto
que nós temos o Poder Executivo, o Legislativo e o Poder Judiciário. Eu prego que ela seja
um poder independente”, declara.
Eliton
De volta para a política regional Francisco Oliveira fez questão de destacar o trabalho do
vice-governador José Eliton a
frente da Secretária de Segurança Pública. Segundo ele, na
época em que assumiu a pasta, a
análise geral era de que Eliton
havia feito uma escolha errada.
Entretanto, Oliveira afirmou que
os fatos mostram o acerto.
Para ele, o discurso de José
Eliton é claro e permeia a valorização dos policiais. Com isso, os
resultados começam a aparecer.
“Ele tem dado uma demonstração clara que os índices estão
caindo. Os policiais estão nas
ruas e o sentimento de segurança
está mudando”, disse.
Ainda segundo o deputado, a
população, em breve, vai tomar
conhecimento de que o vice-governador foi o responsável por
ampliar o sentimento de segurança do cidadão de goianiense.
“O remédio que o governador
entendeu ser o certo para aplicar
na segurança pública foi o José
Eliton”, afirma.
NA ONU
GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
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4 POLÍTICA
CONTRA-ATAQUE
Povo brasileiro
saberá impedir
retrocesso, diz Dilma
peito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país com uma sociedade que soube vencer o
autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é
um povo trabalhador e com
grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir
qualquer retrocesso. Sou grata a
todos os líderes que expressaram
a mim sua solidariedade”, disse
no encerramento do discurso.
Presidente recua e
não se diz vítima de
um "golpe
parlamentar" no
Brasil ao discursar
perante chefes de
Estado
A presidenta Dilma Rousseff
discursou na manhã de sextafeira, dia 22, na sessão de abertura
da cerimônia de assinatura do
Acordo de Paris, na sede da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Nova York.
Em seu discurso para a comunidade internacional, que durou
cerca de nove minutos, Dilma
Rousseff afirmou que as metas do
Brasil até 2030 são: reduzir em
43% a emissão de gases do efeito
estufa; zerar o desmatamento na
Amazônia; reflorestar 12 milhões
de hectares de florestas e 15 milhões de hectares de pastagens degradadas; integrar 5 milhões de
hectares na relação lavoura-pecuária-florestas; e adotar 45% de
energias renováveis na matriz
energética.
"Países em desenvolvimento,
como o Brasil, têm apresentado
resultados expressivos na redução
das emissões [de gases] e se comprometido com metas ambiciosas. O desafio é enfrentar as
mudanças climáticas. [...] E isso
exige, de forma continuada, a mo-
Presidente Dilma Rousseff discursa a líderes mundiais na ONU
bilização e a implementação dos
meios adequados para que os
países em desenvolvimento tenham o suporte necessário e contribuam para os esforços globais",
declarou a presidente na solenidade da ONU.
Impeachment
Alvo de um processo de impechment no Congresso Nacional, a presidente chegou a cogitar
nos últimos dias, segundo assessores do Palácio do Planalto, denunciar durante seu discurso na
ONU que é vítima de um "golpe
parlamentar" no Brasil.
Mas a presidente Dilma
Rousseff recuou e não se disse vítima de um "golpe parlamentar"
no Brasil ao discursar perante
chefes de Estado. Praticamente
todo o seu discurso foi sobre
clima. Apenas nas cinco frases finais, Dilma disse que o Brasil vive
atualmente um "grave momento",
com uma sociedade que construiu uma "pujante democracia" e
que o povo saberá "impedir quaisquer retrocessos".
A presidente, no entanto, mencionou a crise política que vive o
Brasil no final do seu discurso. Ela
disse que a sociedade brasileira
soube vencer o autoritarismo,
construir a democracia e saberá
impedir retrocessos.
“Não posso terminar minhas
palavras sem mencionar o grave
momento que vive o Brasil. A des-
Acordo de Paris
O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro chefe
de Estado a discursar na sessão.
Representantes de cerca de
160 países assinam o acordo de
Paris, que visa a combater os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de
efeito estufa. A cerimônia de assinatura do documento, fechado
em dezembro de 2015, depois de
difíceis negociações entre 195 países e a União Europeia, ocorre na
sede da ONU, no Dia Mundial da
Terra.
Para entrar em vigor em 2020,
o acordo, no entanto, só se concretizará quando for ratificado por
55 nações responsáveis por, pelo
menos, 55% das emissões de
gases de efeito de estufa.
Depois da adoção do texto em
Paris, ainda é necessária a assinatura do acordo, até fim de abril de
2017, seguida da ratificação nacional, conforme as regras de cada
país, podendo ser por meio de votação no parlamento ou de decreto-lei, por exemplo.
Temer condena
desqualificação
e agressões à
Vice-Presidência
O vice-presidente da República, Michel Temer, disse na
sexta-feira, dia 22, quando estava na condição de presidente
em exercício, que o Brasil não
merece ser desqualificado com
agressões à Vice-Presidência e
que decidiu dar entrevistas à
imprensa estrangeira após se
sentir atacado por declarações
da presidenta Dilma Rousseff
“Fui provocado para aquelas
entrevistas, achei que deveria dizer
alguma coisa à imprensa internacional, já que houve manifestações
[de Dilma] em relação à imprensa
internacional, especialmente pretendendo desqualificar a minha
posição. Aí não é a coisa do vicepresidente, é uma coisa do Brasil,
acho que o Brasil não merece desqualificação por meio de eventuais
agressões à Vice-Presidência”,
disse Temer em entrevista na saída
de seu gabinete, no anexo do Palácio do Planalto.
Nos últimos dias, Dilma endureceu as críticas sobre o impeachment contra ela que tramita
no Senado, classificando o processo de golpe. Dilma está em
Nova York para a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre
mudança do clima ma Organização das Nações Unidas (ONU).
Antes de embarcar de volta ao
Brasil, a presidenta concedeu entrevista a jornais estrangeiros em
que disse que há uma “gravíssima
aventura golpista” em curso no
país.
Na quinta-feira, dia 21, Temer
deu entrevistas ao The New York
Times, ao Financial Times e
ao Wall Street Journal em que
negou que esteja conspirando contra Dilma, disse que está preocupado com as declarações da
presidenta sobre o Brasil no exte-
Michel Temer: entrevistas
após ser atacado por Dilma
rior, como se o país fosse uma “república menor” onde “ocorrem
golpes”. Ao The New York Times,
Temer disse ainda que passou quatro anos no “ostracismo absoluto”.
Equipe de governo
Sobre o eventual afastamento
de Dilma, o vice-presidente voltou
a dizer que vai aguardar “silenciosa e respeitosamente” a decisão
do Senado. Perguntado sobre as
conversas que têm tido para montar a equipe de seu possível governo, Temer respondeu que está
“apenas ouvindo”.
“Naturalmente, estou sendo
procurado por muita gente, estou
ouvindo muita gente, mas apenas
ouvindo, nada mais do que ouvindo.”
Michel Temer disse ter considerado “adequado” o discurso de
Dilma na ONU, em que a presidente afirmou que a sociedade
brasileira saberá impedir retrocessos, mas sem mencionar a palavra
golpe.
Manoel Messias e
Marcione Barreira
Como está esse momento de
pré-campanha já que as
atenções estão voltadas para o
cenário nacional?
Nosso nome foi o primeiro a
ser colocado e desde que fomos
colocados nós nunca deixamos de
estar pensando Goiânia 24 horas.
No momento atual as atenções
realmente estão voltadas para
Brasília na questão do impeachment. Mesmo tendo esse momento aí, nós continuamos tendo
nossas reuniões, visitas aos bairros, principalmente nas regiões
mais distantes de Goiânia já ouvindo a população para estarmos
apresentado um plano de governo
bem consistente.
O senhor tem feito o uso das
redes sociais?
Nós temos usado As redes sociais e todas as ferramentas que
estão ao nosso alcance. Redes sociais, entrevistas, tanto de rádio
quanto de jornais, como essa
agora, as reuniões nas regiões, ou
seja, conversando com os partidos. Nós estamos trabalhando
em várias frentes.
Como tem sido a receptividade
nas regiões, apesar do desgaste
que vem tendo a classe política?
Todos os lugares que nós
vamos aqui em Goiânia, independentemente da região, nós somos
todos bem recebidos. A visão que
o leitor tem de nós, não é de um
político de carteirinha, um político
tradicional que vive simplesmente
da política. Vivemos como um
político independente que tem a
vida resolvida. Isso tem facilitado
num momento em que os políticos estão desacreditados.
O que o senhor oferece para o
eleitorado, além de ser um
empresário e já ter administrado
Senador Canedo? Tem alguma
característica especifica que o
candidato oferece para cativar o
eleitor?
Falar com propriedade, com
experiência que nós já tivemos,
saber trabalhar com planejamento, trabalhar em todas as
áreas. Eu sou daquele que
quando tive oportunidade de dirigir a cidade não trabalhei dando
prioridade para uma ou para
outra área. Nós trabalhamos em
todas as frentes. Então, nós falamos com propriedade e o eleitor
hoje está sabendo diferenciar isso.
Quando a gente vai para as reuniões para falar com a comunidade é falar com propriedade. O
eleitor quer isso, quer um gestor
que saiba o que ele está falando
para que ele sinta firmeza até
mesmo para que possa tomar a
sua decisão.
Recentemente o senhor declarou
que o transporte coletivo de
Goiânia está um caos. Já
tivemos prefeito que prometeu
resolver em seis meses, mas que
na verdade foi só uma estratégia
para, de alguma forma, justificar
alguma coisa ou ganhar voto. O
senhor tem projeto para resolver
a questão do transporte de uma
vez por todas?
Eu não prometo que vou resolver o problema em seis meses,
mas eu digo que vamos resolver o
problema. Enquanto o prefeito de
Goiânia não assumir que a responsabilidade é dele, se você for
observar aí, quem indica o presidente da CMTC é o prefeito, o
presidente da Câmara Deliberativa é o próprio prefeito, então ele
tem que assumir a responsabilidade e buscar a solução para o
transporte coletivo e não ficar
nesse jogo de empurra e ficar fazendo de conta que o problema
não é com ele. A autoridade
maior no município é o prefeito,
então se as empresas não estão
resolvendo, se estão tendo problemas no transporte coletivo, então
ele tem que ir lá, encabeçar e resolver o problema. Eu procurei resolver o problema em Senador
Canedo e resolvi, eu não aceitei
que as empresas viessem a fazer
Pré-candidato a
ENTREVISTA/VANDERLAN CARDOSO
prefeito de Goiânia
pelo PSB, Vanderlan
Cardoso diz, em
entrevista exclusiva à
Tribuna do Planalto,
que está pensando
Goiânia 24 horas por
dia. Fala de projetos
para o transporte
coletivo e a mobilidade
urbana, critica a falta
de planejamento da
atual gestão e diz que o
eleitor quer um gestor
que saiba o que está
falando para que ele
sinta firmeza na hora
de decidir sobre quem
deve ser o seu prefeito.
Sobre adversários,
Vanderlan afirma que
não faz escolha, que
respeita a todos.
Declara ainda que
pretende entrar para a
história de Goiânia,
assim entrou na
história de Senador
Canedo.
“Goiânia não
tem nenhum
planejamento”
um investimento nem em terminal
de passageiros e nem em ponto de
ônibus. Nós fizemos isso por
conta do próprio município. Só
que nós, quando terminamos, nós
exigimos as linhas que a população precisava e não de acordo
com que as companhias queriam
fazer. Nós vamos fazer da mesma
maneira aqui, vamos assumir
como um problema que o prefeito
tem que resolver e buscar as parcerias, aí que entra as empresas, o
Estado, recursos do governo federal como está sendo feito agora
com a construção do BRT.
O senhor acha que é possível
equacionar esse modelo de
transporte de Goiânia, que
envolve também outras
prefeituras? É possível? Falta
vontade política?
Falta vontade política de resolver o problema. O modelo não
é ruim. Por isso, foi criado a Câmara Deliberativa, tem a CMTC.
Só que esses órgãos estão se reunindo muito para discutir tarifas,
aí não adianta. Tem que ser reuniões exaustivas até para que se
resolva o problema. Mas são uma
série de medidas que têm que ser
tomadas. Nós temos que manter
as faixas exclusivas, fazer mais
viadutos, trincheiras, nós temos
que dar trafegabilidade para esses
veículos porque não adianta você
falar que vai resolver o problema
do transporte coletivo colocando
mais mil ônibus. Os ônibus já
estão rodando a uma velocidade
de 10, 12, 15 km por hora, nós
temos que fazer com que eles
andem numa velocidade maior e
com isso vai passar até a sobrar
ônibus.
A situação financeira não é fácil,
o candidato acha que a máquina
pública municipal tem alguma
condição de investir em grandes
obras assim?
Quando eu falo em buscar
parcerias nós temos aí, através da
iniciativa privada, várias compensações que podem ser feitas. Por
exemplo, tem um determinado
empreendimento que pode trazer
lucros para os empresários, eles
podem trazer uma compensação
construindo trincheiras, construindo viadutos, abrindo avenidas. Tudo isso é possível. Agora,
depende de uma boa vontade e de
uma boa negociação.
Nós olhamos para a cidade de
Aparecida e a gente vê o prefeito
lá com uma política de atração
de empresas e geração de
empregos. Em Goiânia você não
vê movimentação do prefeito no
“
Eu não escolho
adversário. Eu
disputei a eleição
para governador
com os dois
maiores nomes
da política do
Estado, que são
Iris e Marconi”
sentido. O senhor considera que
isso é possível fazer ou é aquela
história que Goiânia só tem
vocação para prestação de
serviço e que vai continuar desse
jeito?
Vamos voltar 20, 25 anos
atrás. De cada R$ 100 que era arrecadado do ICMS do Estado de
Goiás, na faixa de R$ 32 eram de
Goiânia. Naquela é poça, estabeleceu-se uma política de que
Goiânia não poderia ter pólos de
desenvolvimento e nem indústrias, era simplesmente serviço,
conforme você falou. Hoje, de
cada R$ 100 somente R$ 17 ficam
para Goiânia. Nosso projeto que
está sendo apresentado é de
Goiânia ter seus distritos industriais, seus pólos de desenvolvimento, atrair esses investimentos
para as regiões, principalmente as
mais distantes, com isso, vamos
ajudar a resolver o problema do
transporte coletivo porque a partir
do momento que a pessoa está
trabalhando próximo da sua casa
não precisa pegar ônibus. Então,
são medidas simples, não são medidas complicadas. Como é que
nós vamos fazer esses pólos?
Serão parcerias feitas com as empresas, essas que querem fazer
esses investimentos. Elas terão
que fazer a sua doação, a sua
contrapartida em áreas para desenvolver Goiânia. Da mesma
forma nós estamos trabalhando
para colocar quarto regionais.
Quatro pólos administrativos em
Goiânia para resolver o problema
da região. Facilitar a manutenção
das escolas, da saúde, equipe que
vai trabalhar na iluminação pública, capina, poda de arvores,
pintura de meio fio. Isso tudo vai
ser ali daquela região e também
para aquelas pessoas não terem
que ficar pegando ônibus ou se
deslocando a longa distância para
poder trabalhar.
Estive pesquisando as idéias
sobre o plano de governo que o
senhor está pensando em
elaborar e vi áreas com
segurança pública, transporte
coletivo, educação, saúde e
geração de emprego. A
mobilidade urbana também deve
entrar?
Inclusive já até citamos né.
Sobre transporte coletivo, faixas
exclusivas para ônibus que hoje já
começou. Se você perguntar pra
mim o que o prefeito atual está fazendo que tenha contribuído com
a cidade e, principalmente com o
transporte coletivo e a trafegabilidade, são as faixas exclusivas. Isso
é um ponto positivo. Então,
quando eu digo que nós vamos
construir, vamos dar ênfase na
construção de viadutos que serão
feitos de uma maneira bem planejada e hoje se constrói fácil. Constrói fora e monta no local né, as
trincheiras também, então tudo
isso você vai melhorando a condição nossa de ir e vir.
Hoje o senhor tem
conhecimento da real situação
da prefeitura, por exemplo,
quantidade de pessoal, valor
gasto com servidores?
Nós temos sim, algumas informações, mas o que eu posso
garantir para você é que está se
gastando dinheiro sem qualidade.
Você gastar o dinheiro sem qualidade o dinheiro não vai render.
Nós temos condições de gastar
bem menos com a qualidade bem
maior desses serviços que são executados hoje. Troca de lâmpadas,
por exemplo, é o básico do básico.
PAULO JOSÉ
Nós chagamos aí ao absurdo de
o Ministério Público ter que entrar na Justiça até com um pedido
de improbidade administrativa
por um pacto não cumprido pelo
prefeito que o obrigava a trocar
lâmpada ,que é o básico do básico
ter uma cidade clara que, inclusive, pode melhorar na questão da
segurança pública.
O que o senhor tem em mente
que poderia ser feito para
melhorar a segurança pública?
Da mesma forma do transporte coletivo, o problema está no
município e tem que ser resolvido
e a autoridade máxima é o prefeito, a questão da segurança é a
mesma coisa. Nós temos que
parar com esse discurso de dizer
que a segurança é problema do
Estado. É obrigação do estado
sim, mas o problema está no município e autoridade máxima do
município, sendo o prefeito, ele
tem que encabeçar e liderar o movimento para que possa resolver
essa questão e buscar parcerias. A
parceria é com a Polícia Militar,
com a Polícia Civil, com a prefeitura entrando com a Guarda Municipal, chamando o Judiciário
para fazer parte, chamando os
conselhos de segurança, que é
onde entra a população. Se o prefeito encabeçar isso, você pode ter
certeza, essas forças unidas nós
vamos ter o objetivo sendo alcançado, que é diminuir e muito a criminalidade.
As finanças de Senador Canedo,
comparando com as de Goiânia,
são muito menores?
Não são. Se você pegar o orçamento proporcional de Senador
Canedo ao de Goiânia, Goiânia é
maior proporcionalmente. Se você
pegar a renda per capita de Goiânia em relação a Senador Canedo,
Goiânia tem 30% a mais. Então o
que falta? Aconteceu lá porque as
prioridades eram outras. Nós planejamos uma cidade 30 anos para
frente. Goiânia não tem planejamento algum. Tanto é que a cidade até pouco tempo atrás só
trabalhava até meio dia. A capital
do nosso estado trabalha apenas
POLÍTICA 5
X
GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
meio período. E os serviços? O
balanço que foi dado aí é que não
chegou a R$ 6milhõess durante os
meses. E quanto se gastou para
pagamento de pessoas para economizar R$ 6 milhões? Então, as
prioridades estão sendo diferentes em relação a Senador Canedo. O dinheiro não está sendo
aplicado como deveria ser pra
trazer os benefícios que a população tanto espera.
Que nota o senhor daria para o
prefeito Paulo Garcia?
Eu não gosto de dar nota
para ninguém. O que eu posso
dizer para você é que hoje a cidade está suja para todos os
lados, praças abandonadas, uma
cidade escura, esburacada e a população está de cabeça baixa, desanimada com a nossa capital.
Então, você pode ter certeza que
as pesquisas que a gente está
vendo mostram a realidade do
prefeito, que numa escala de zero
a 10 está na faixa de um. Então,
eu não gosto de dar nota porque
parece que eu estou, como précandidato, querendo colocar
mais abaixo do que já está.
Qual é o raio de aliança que o
senhor pretende fazer com
outras legendas, outros grupos
políticos, mesmo pessoas nesse
período de primeiro de turno?
Eu trabalho com uma aliança
que nos dê tranqüilidade na eleição. Não trabalho para ter uma
aliança muito grande, muito
ampla porque Goiânia precisa
mudanças profundas. Essas
alianças muito grandes é que e levaram o Brasil a esse buraco que
está. Se nós pegarmos em nível
nacional a aliança PT/PMDB fez
chegar a esse caos que está o País.
Trazendo para Goiânia, o caos
que está em Goiânia foi devido a
aliança que foi feita, uma aliança
ampla, inclusive, a mesma
aliança. A aliança nacional se repetindo em Goiânia e está esse
caos que está aí hoje.
Já tem conversado já com
alguns partidos?
Posso dizer a você que já está
adiantado com alguns partidos já.
Quem é o adversário que de
alguma forma é o adversário a
ser enfrentado, na sua opinião?
Eu não menosprezo nenhuma candidatura. Eu não escolho adversário. Eu disputei a
eleição para governador com os
dois maiores nomes da política
do Estado, que são Iris e Marconi. Então, eu não escolho. Eu
tenho respeito por todos.
O senhor acha que essa
campanha vai ter um fator
preponderante?
Essas eleições vão ser muito
diferentes das outras. Por tudo
isso que tem acontecendo, as pessoas estão de olho nas campanhas volumosas. Vai ser uma
campanha mais de proposta. O
eleitor está muito atento a isso.
Ele não vai mais ficar tão desatendo como houve em outras ligações. Ele está prestando muita
atenção e eu tenho visto isso nas
andanças por Goiânia.
Em relação a eleição municipal,
já tem uma chapa de vereadores
em andamento?
O PSB está com uma chapa
muito boa. Os partidos que já
manifestaram apoio ao PSB também têm suas chapaa e eu creio
que nós vamos ter uma chapa
com bons candidatos a vereador.
Alguma questão que o senhor
queira colocar?
Só dizer que nós estamos preparados para esse desafio que é
Goiânia. Goiânia passa por
muita dificuldade, é um desafio
para ficar na história e eu pretendo ficar para a história de
Goiânia como nós ficamos na
história de Senador Canedo.
Goiânia que hoje está passando
por várias dificuldades, mas que
nós estamos preparados para
resgatar a cidade e fazê-la voltar
a sorrir em pouco tempo.
GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
X
6 ECONOMIA
SUPERÁVIT DA ECONOMIA
Marconi destaca força
do Centro-Oeste
HUMBERTO SILVA
Governador enfatiza
que a região tem
dado resultados
positivos na
economia que gerou,
em 2015, R$ 20
bilhões em superávit
O governador Marconi Perillo enfatizou que a região Central do Brasil é muito
importante economicamente,
tem dado resultados positivos
na economia e um deles se refere à Balança Comercial, que
gerou, em 2015, R$ 20 bilhões
em superávit.
A afirmação do governador
surgiu no seu discurso, na
quarta-feira, dia 20, na abertura
da primeira edição da Feira Internacional de Turismo do Pantanal (FIT Pantanal) e da
Zona de Integração do Centro
Oeste Sul-Americano (Zicosur),
bloco que reúne seis países da
América do Sul (Argentina,
Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai
e Peru) e que traça estratégias
de fortalecimento econômico e
ambiental dos estados e das
províncias que participam do
grupo. Os dois eventos aconteceram no Centro de Eventos
Pantanal, em Cuiabá, Mato
Grosso.
Na qualidade de presidente
Governador Marconi Perillo discursa na Feira Internacional de Turismo, em Cuiabá (MT)
do Fórum de Governadores do
Brasil Central, Marconi Perillo
comandou as reuniões do
grupo e disse que o Brasil Central abriga os estados que dão
certo, que comandam os melhores índices da economia brasileira, citando a geração de
empregos e o superávit de 20 bilhões de dólares na Balança
Comercial do Brasil.
Marconi elogiou os dois
eventos que, simultaneamente,
foram realizados na capital
mato-grossense até domingo,
dia 24, reunindo representantes
de vários países da América Latina e da China. “Nos associamos ao Mato Grosso para
divulgar nossos destinos turísticos. Este, sem dúvida, é um dos
mais belos estados brasileiros”,
observou.
Política e economia
Ele aproveitou a oportunidade para destacar o momento
político e econômico brasileiro.
Disse que o Brasil vai precisar
muito dos governadores e dos
prefeitos para atravessar este
período. “E nós – salientou –
temos que dizer sim ao Brasil,
dar a nossa parcela de contribuição para vencermos os desafios que virão”.
A primeira edição da FIT
Pantanal, sob o tema Turismo:
um grande negócio, teve como
objetivo promover os destinos
de Mato Grosso, bem como estimular a comercialização de
pacotes para a região.
A feira contou com a participação de empresários, representantes do setor público e
consumidores finais, e contou
com um festival gastronômico
com pratos típicos da culinária
mato-grossense, além de um espaço dedicado à exposição de
artesanato com destaque para o
trabalho desenvolvido pelas associações de artesãos e artes indígenas.
A reunião da Zicosur teve por
objetivo reunir em um mesmo
período autoridades governamentais e líderes empresariais
para estreitar as relações e também criar formas de alavancar o
turismo e a economia dos seis
países pertencentes ao bloco.
ANÁLISE
Altair Tavares
Rádio 730
Eleição no escuro
Diferente de outras eleições,
a disputa para prefeito de Goiânia, e outras cidades, em 2016,
está no escuro por causa da não
divulgação das pesquisas eleitorais. Anteriormente, com antecedência de um ano, eram
corriqueiras as sondagens que
apresentavam o cenário eleitoral
em cada município. Os veículos,
que costumeiramente realizavam pesquisas, abandonaram a
ação que informava aos seus leitores e, de certa forma, interferiam no debate eleitoral.
Agora, as pesquisas estão
rodando nas mãos dos integrantes dos comitês dos pré-candidatos, tanto quantitativas
quanto qualitativas. Somente os
políticos sabem qual é a opinião
do eleitor goianiense, hoje, e traçam suas estratégias para o enfrentamento eleitoral.
No geral, hoje, os cenários
das pesquisas apontam a liderança de Iris Rezende na estimulada, apesar de ele não assumir,
efetivamente, a candidatura. Os
candidatos Waldir Soares (PR),
Vanderlan Cardoso (PSB) e
Adriana Accorsi (PT) aparecem
num grupo. Luiz Bittencourt
(PTB), Francisco Júnior (PSD)
e Giuseppe Vecci (PSDB) em
outro. (A divulgação de dados
percentuais dos candidatos é
proibida pela legislação, sem o
devido registro das pesquisas).
Iris Rezende é visto como
um candidato que tem uma
idade elevada, mas que sabe cuidar do asfalto, do lixo e da manutenção da cidade. Ele é o fator
determinante de todos os cenários da disputa eleitoral. Sem
ele, a disputa ganha outra configuração. Ao final de 2015, Rezende reuniu vereadores e
líderes do PMDB e afirmou que
todos deveriam se preparar para
uma surpresa e que a candida-
tura do partido talvez não tivesse o nome dele. Ele assustou
os candidatos a vereador e alguns saíram do partido enlembravam
dessa
quanto
história.
A presença do nome de Iris
Rezende mexe com o quadro
eleitoral, mas não significaria
que o processo tem um favorito,
como eram feitas outras avaliações há alguns meses. Os peecontinuam
medebistas
confiando na idéia de que,
quando anunciar a candidatura
oficial, o ex-prefeito ganhará
pontos junto ao eleitorado suficientes para o crescimento.
No segundo time, dois
nomes são fatores garantidores
do segundo turno para uma
análise do quadro, hoje. E é
exatamente neste grupo que a
disputa deve ficar mais acirrada, pois Iris Rezende não alcançou, ainda, índices para
uma vitória no primeiro turno.
Aliás, a maior chance do peemedebista estaria na performance para o primeiro tempo
da disputa, pois no atual quadro os apoios de segundo turno
seriam limitados. Diferentemente da última que disputou
em Goiânia, Iris pode ter uma
quantidade menor de partidos.
Quando surgir a primeira
pesquisa com dados submetidos à divulgação, será possível
perceber onde cada candidato
tem melhor credibilidade junto
ao eleitorado. Não há dúvida de
que na região Noroeste de
Goiânia, a disputa é forte entre
Iris Rezende e Waldir Soares.
Na região Leste, conforme os
últimos resultados eleitorais,
Vanderlan Cardoso tem vantagem por causa da proximidade
de Senador Canedo. No restante, há dúvidas. Afinal, a eleição carece de luz.
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VIDA NOTURNA
COMUNIDADES 7
X
GOIÂNIA, 24 A 30 ABRIL DE 2016
Elas estão no comando
Negócios
tradicionalmente
liderados por
homens, muitos
bares da Capital já
são comandados por
mulheres. De
coadjuvantes na
cozinha, elas
passaram aos postos
de donas
Daniela Martins
Há dois anos, quando o marido avisou que ia vender o bar
que mantinha em sociedade com
uma irmã dele “porque estava
cansado”, Pricila não pestanejou.
Convocou sua irmã para sócia e
adquiriu o negócio, ingressando
em um mundo totalmente novo e
dando início a um ritmo de trabalho frenético.
“Pensei: 'Mas gente, por
quê?'. Eu era cliente aqui, o movimento era muito bom, o bar
bombava... Por que vão abrir
mão do bar?”, se questionava
Pricila. Sem respostas, ela com-
Pricila Machado (em pé) comanda sozinha, há dois anos, a Toca do Dino, bar noturno e
restaurante durante o dia: “mulher tem mais garra, a sociedade exigiu isso”
prou o Toca do Dino, bar que fica
no Setor Goiânia 2. “Foi muito
difícil tudo, porque trabalhar com
alguma coisa que você nunca trabalhou é um desafio. No começo,
você apanha muito, mas vai se
adaptando, um dia após o
outro”, resume.
De lá pra cá, muita coisa
mudou. A hoje empresária Pricila
Alves Machado, de 41 anos, separou-se. Sua irmã logo deixou a
sociedade e ela, sozinha, tocou o
barco. Da sacoleira que comprava mercadorias no exterior
para vender pelo Brasil afora,
passou a dona de bar, responsável por gerenciar absolutamente
tudo, desde as compras diárias de
alimentos, consertos inesperados,
contratação de funcionários, receber com um sorriso no rosto a
clientela e até cuidar do caixa.
Não satisfeita em ter um bar,
Pricila transformou o Toca do
Dino em restaurante por quilo
durante o dia. Assim, sua rotina
começa diariamente às 8 horas
da manhã, de segunda a segunda. É quando ela sai de casa
para ir às compras, parando de
supermercado em supermercado,
açougues, Ceasa, atacados, na
corrida em busca de promoções.
Chega ao Toca do Dino por
volta das 10h da manhã, acompanha tudo, conversa com fornecedores, espera finalizar o
atendimento do almoço ali, por
volta das 3 da tarde, e corre pra
rua de novo. “Vou em casa tomar
banho para depois retornar, e aí
tenho de passar em um monte de
lugares... de novo”. E sempre tem
uma questão inesperada pra resolver, um freezer que estraga, a
balança que quebra. “Todo dia
surge alguma coisa”.
E Pricila vai tirando de letra.
Inclusive, aprendeu a lidar com
“uns probleminhas de mão de
obra” quando precisa consertar
algum eletrodoméstico ou fazer
pequenas reformas. “Nesse tipo
de mão de obra, sinto dificuldade. Eles pensam que você não
entende, e que podem cobrar o
que preço que querem. E aí você
tem que fazer pesquisa com um
monte de gente pra ver que
aquele valor não é real”, presume.
O trabalho no Toca só termina por volta de 1h da manhã.
E, com tudo isso, como fica a
vida pessoal? “Eu dou um jeito”,
conta aos risos. “Tenho um pique
muito bom, meus amigos ficam
até encabulados. Consigo sair
daqui e ir para um barzinho, me
divertir, depois ir pra casa, dormir
duas ou três horas e no outro dia
trabalhar cedo”, revela.
Descanso mesmo só nas noites de domingo e de segunda,
após as 5h da tarde, que é quando
o Toca não abre. “Aí eu tô de boa,
só pra curtir e lavar forro (de
mesa, do bar)”. É quando Pricila
cuida, também sozinha, da sua
casa. Foram dois casamentos,
dois divórcios, e ela optou, já na
primeira união, por não ter filhos.
“Criança vai tomar muito meu
tempo e eu prefiro viajar, trabalhar, cuidar da minha vida, do que
cuidar de outra vida”, diz.
Toda essa rotina extenuante
não tira de Pricila nem a alegria
nem a vaidade. A todo momento,
ela é só sorrisos para qualquer um
que chega mais perto, seja um
cliente, amigo, funcionário... Simpática e muito bem arrumada,
conta que não abre mão de se cuidar. Mesmo cansada faz questão
de escovar o cabelo e de se maquiar, todo dia, antes de partir
para as noites no Toca do Dino.
Para finalizar, uma perguntar:
mulher tem mais garra, Pricila?
“Eu acho, a gente precisa ter. A
sociedade exigiu isso”.
Adriana Junqueira e Kamylla Moreira, companheiras e sócias na Cervejaria Mandala
Maria, Edna, Jéssica, Irani e Helia: luta, companheirismo e simpatia no Wisquinão Bar
Casal de empreendedoras
O quinteto fantástico
Mais que vender cervejas e
petiscos, as sócias Adriana Junqueira, 28 anos, e Kamylla Moreira, 27, “valorizam a
experiência das pessoas” que
frequentam o Mandala Cervejaria, o charmoso bar rodeado
por árvores, próximo ao Campus II da Universidade Federal,
no Setor Itatiaia.
Além de sócias, as duas são
companheiras. “Somos casadas,
pode colocar aí”, deixa claro Kamylla. As duas se conheceram
trabalhando em outros bares.
Adriana já tinha mais experiência
na área, muitas ideias na cabeça,
só que sempre se via limitada na
hora de colocar seus projetos em
prática nas empresas em que era
apenas funcionária.
Resolveu trocar de lado. Sem
dinheiro, e cheias de coragem e
companheirismo, as duas decidiram arriscar. Há um ano e três
meses, Adriana e Kamylla abriram as portas do Mandala.
“Quando o primeiro cliente entrou, a gente estava chegando
com as compras de comida, limpando aqui, e ele nos ajudou a
terminar de limpar, colocou a
mesa e disse que queria tomar
uma cerveja”, recordam.
Foram elas que cuidaram de
tudo. Desde a reforma e decoração do local, escolha do cardápio, da comida e bebidas, até a
definição da montagem dos pratos. Tudo feito com muita atenção a cada detalhe e capricho,
facilmente percebido no resultado final. O lugar é um charme.
“Na época da reforma, as pessoas passavam, viam a gente
com lixadeira na mão, e arregalavam os olhos...”, lembra Kamylla.
Jovens e mulheres, elas avalaiam que houve, sim, um certo
preconceito. Muitos fornecedores não deram tanto crédito às
duas, não facilitaram as coisas,
tanto quanto teriam feito caso
fossem homens empreendendo.
Elas contam que ainda hoje observam alguns olhares preconceitusos. “Se chegam lá dentro e
atrás do balcão estamos nós
duas e tem um homem, o cliente
se reporta a ele, como se ele
fosse o dono. Aliás, sempre perguntam pelo 'dono'", observa
Adriana.
Em Goiânia,
60% da clientela
é formada
por mulheres
E ela complementa que há
também toda a simplicidade das
duas, o que contribuiu, de certa
forma, para o preconceito. “Fazemos o que é preciso, estamos
na cozinha, lavando o banheiro.
Nas multinacionais, é comum
isso, o dono tem que passar em
todas as etapas do negócio para
saber administrar”, explica.
“Meu sonho é viver num
mundo onde ninguém se assuste
com a mulher no comando, num
mundo igualitário”, salienta Kamylla.
No começo da Mandala
Cervejaria havia somente mulheres trabalhando. Hoje, dos 11
funcionários, seis são homens.
“Meu sonho era que todos fossem mulheres, mas tem certos
serviços que são mais complicados, pegar peso, por exemplo”,
completa Adriana.
“Nós nos tornamos empresárias da noite para o dia, sem
capital, e a gente soube tirar
tudo de letra. É preciso ter força
de vontade, garra e criatividade”,
resumem as duas, que finalizam:
“Estamos prontas pra qualquer
coisa”.
A história da origem dos
bares, ou a história da cerveja
que nos leva aos bares, remonta
ao Egito Antigo, quando surgiram as tabernas, locais onde se
produzia cerveja. Segundo historiadores, eram nas tabernas que
as pessoas se reuniam para
tomar bebidas alcoólicas e provar comidas locais. O mais interessante é que, à época de seu
surgimento, as responsáveis
pelas tabernas eram as mulheres.
Quando os pais das irmãs
Maria Teodoro, 67, Helia Teodoro, 64, Edna das Graças, 57, e
Irani Maria, 53, deixaram a cidade de Nova Veneza para se instalar
em
Goiânia,
não
imaginavam a história de cumplicidade que suas filhas construíriam por aqui. Com as
economias, o pai comprou um
lote no setor Marechal Rondon e,
para agradar as filhas, construiu
uma mercearia de tábuas com intuito de vender frutas, verduras e
alguma bebida. O cômodo era
pequeno e o comércio, tímido.
Não deu muito certo.
Cada filha tomou seu rumo.
Maria Teodoro por mais de duas
décadas trabalhou na área de cobrança. “Ela era brava”, recorda
a irmã Helia. Lá pelos idos de
1991, a idade já estava preocupando, e Maria decidiu dar uma
reviravolta na vida. Pediu as contas e pretendia montar uma lanchonete. “Só que fiquei longe da
avenida e lanchonete não ia pegar,
passei pra bar”, sintetiza.
Para tocar o negócio, vendeu
um apartamento que tinha em
Aparecida de Goiânia, pegou me-
tade do dinheiro e investiu. Nascia
ali o Wisquinão Bar. “Sobrou um
pouco do dinheiro e eu guardei,
depois construímos um sobrado,
e todo mundo mora aí (as quatro
irmãs). Tudo tirado daqui”.
Na sequência, Helia Teodora,
que era funcionária pública, se
aposentou e foi trabalhar com a
irmã. A mais nova, Irani Maria,
depois de se casar, ter a filha Jéssica, se separou, e se juntou às
duas na labuta do bar. Por último,
Edna, que trabalhava num escritório, seguiu o mesmo caminho,
hoje é a responsável pela cozinha.
A partir daí se passaram 24
anos. Jéssica cresceu, formou-se
em arquitetura e, agora, trabalha
durante o dia fora e, à noite, ajuda
na empresa da família. “Todo
mundo admira a nossa coragem,
porque o único homem que nós
temos é esse”, revela Maria, apotando para o garçom, que chega
à casa, por volta das 6 da tarde.
A essa hora, tudo já tem de
estar pronto. E é Maria Teodoro
quem sai para as compras. Ela e
Jéssica são as únicas motoristas
da turma, e como a sobrinha fica
fora durante o dia, é Maria quem
enfrenta o vai-e-vem.
Enquanto isso, as outras três
irmãs preparam o bar, tem a arrumação do espaço, e a confecção
dos temperos, no tradicional pilão
de madeira. “É o dia todo batendo tempero no pilão”, aponta
Helia, a menorzinha da turma.
Na vizinhança, todos gostam
das irmãs. “Somos muito respeitadas”, adianta Maria. “Fazemos
nosso trabalho, e aos domingos
vamos cuidar das nossas obrigações em casa, descansar ou não...
E continuamos a vida assim”.
“Tem pessoas que vimos nascer, vimos a mãe grávida, e hoje
estão casadas. Elas chegam aqui
e a gente vê, pensa, 'uau, não
pode, já passou isso tudo?'”,
conta Helia.
As três irmãs mais velhas não
se casaram nem tiveram filhos. A
caçula presenteou a todas com a
sobrinha Jéssica. E é quem deve
receber, futuramente, a tarefa de
tocar o negócio da família e perpetuar essa história. Uma história
de tamanho companheirismo
que, certamente, encheria de orgulho os pais dessas lindas senhoras detrás do balcão.
Tantos anos se passaram. A
taberna virou bar, boteco, bar do
copo sujo, pubs... e elas continuam por lá. Levantamento promovido pelos organizadores do
concurso Comida di Buteco,
com base no público que visitou
os bares brasileiros em 2015,
aponta que 53% dos frequentadores de botecos são mulheres.
“No caso de Goiânia, é mais
de 60% e isso se reflete atrás do
balcão. Elas começam a ter uma
voz mais ativa no negócio. Em
Goiânia, a gente tem bastante
botecos que são tocados por mulheres”, avalia o coordenador regional do Comida di Buteco
2016, Elmo Santos.
“Enxergamos muito bem
essa mudança no rumo dos negócios dos botecos, que são tocados por mulheres. É muito
gratificante porque elas acabam
tendo uma preocupação muito
alta em todos os quesitos. A mu-
lher por si só é mais zelosa e isso
reflete nos negócios”, explica.
CONCURSO
Concurso nacional, com participação de 20 cidades brasileiras, o Comida di Buteco 2016 vai
até 15 de maio. Em Goiânia, 31
bares disputam o título de melhor boteco, entre eles o Toca do
Dino, com o petisco “Tilápia da
Toca”, e o Wisquinão Bar, com o
petisco “Kibitos”.
8 ECONOMIA
Bazar
X
GOIÂNIA, 24 A 30 DE ABRIL DE 2016
Workshop para empreendedores:
“Oportunidades na Crise”
Nesta terça-feira, 26, a partir das 18h, tem
palestra com Bel Pesce (foto), um dos grandes nomes do empreendedorismo e inovação
sobre o tema Oportunidades na Crise. A palestra faz parte do workshop promovido pelo
Sebrae, no Centro de Convenções, e traz
ainda o administrador e mestre em Inteligência Competitiva, Omar Hennemann (ele é superitendente do Sebrae Tocantins), e o diretor
de Negócios da MarketUP Brasil, Luís Fernando Gracioli. No encontro, Luís Fernando
apresentará o único sistema de gestão gratuito para micro e pequenas empresas. Inscrições 0800 570 0800. Evento gratuito.
Daniela Martins - [email protected]
Festival de Bets Sesc Universitário
O Sesc Universitário realiza, dia 7 de maio, o
1º Festival de Bets Sesc Universitário, um esporte
que marcou a infância de muita gente. Para participar, basta inscrever sua equipe nas categorias
mistas: infantil (de 12 a 15 anos), juvenil (de 15
a 17 anos) e livre (acima de 18 anos).
A inscrição é gratuita e deve ser feita antecipadamente, mas será feita a arrecadação de agasalhos para serem doados às instituições sociais
cadastradas no Programa Mesa Brasil Sesc
Goiás. O Sesc realiza o 1º Festival de Bets com o
objetivo de estimular e valorizar a prática deste
tradicional jogo. Informações: 62 3522 6199.
Uso poético da fotografia
Para quem curte fotografia, dia 29, às 20h, tem
palestra com Pio Figueiroa, fechando o ciclo de
palestras gratuitas promovidas WA Imagem, dentro do Projeto F/5. Será na Escola de Artes e Arquitetura da PUC e a participação está sujeita à
lotação do auditório. O fotógrafo Pio Figueiroa
iniciou carreira no fotojornaismo, é fundador do
coletivo Cia de Foto e já integrou mostras importantes em São Paulo, Ohio (EUA) e Lisboa. Sua
atuação na última década serviu de parâmetro
para uma revisão feita na fotografia brasileira.
Sorriso perfeito
O cirurgião dentista Francis Lima acaba de
inaugurar sua nova sede, a Primordialle Oral
Clinic, no elegante edifício New Times Square.
O projeto da sua filha, a arquiteta Natália Lima,
contempla o que há de mais moderno e sofisticado quando o assunto é construir o sorriso perfeito. Aparelhos com tecnologia de ponta e
mobiliário que preza pelo conforto dos pacientes
são itens indispensáveis no novo espaço, projetado na medida certa para atendimentos personalizados.
Feira de livros
O Shopping Estação Goiânia, em parceria
com a Feira de Livros Emergir, do Rio de Janeiro,
realiza até 22 de maio a feira Mundo Fantástico
da Leitura e Fantoches, que disponibiliza 5 mil
exemplares com preços a partir de R$ 3.
O evento traz livros para todas as idades, mas
tem dedicação especial às crianças, e conta com
o Espaço Kids, com mesas, cadeiras e até tapetes
em tamanhos menores, para que os pequenos
possam ler, desenhar e pintar. A entrada é gratuita.
Cidade Negra no Buriti Shopping
Com Toni Garrido de volta aos vocais, a
banda Cidade Negra se apresenta, dia 29, às
19h30, no Buriti Shopping, em Aparecida de
Goiânia. É a comemoração dos 20 anos do
Shopping, dentro do projeto Buriti Life, e marca
ainda os 30 anos do lançamento do primeiro trabalho da banda, que tem Bino Farias no baixo e
Lazão na bateria.O show é gratuito.
Homenagem a Cazuza no Flamboyant
Dando sequência à progração 2016 do Flamboyant In Concert, os irmão Rogério Flausino
(Jota Quest) e Wilson Sideral fazem show em
homenagem a Cazuza, dia 26, às 19h30, no Deck
Parking Sul. Os ingressos podem ser adquiridos
mediante troca de notas fiscais de lojas do Flamboyant, inclusive das áreas de alimentação. Informações: 3546-2016.
Huapa promove concurso de paródias
para conscientizar sobre higienização
Em em tempos de H1N1, uma iniciativa
interessante chama a atenção. O Hospital de
Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa)
realiza, dia 10 de maio, às 14 horas, um
concurso de paródias entre os colaboradores
da unidade com o tema higienização das
mãos, em alusão ao Dia Mundial de
Higienização das Mãos, comemorado em 5
de maio. O Canta Huapa faz parte da VI
Campanha de Higienização das Mãos do
hospital e visa informar os profissionais de
saúde de forma lúdica sobre a importância
de higienizar as mãos, como forma de
prevenção e controle das Infecções
Relacionadas à Saúde.
Em palestra, Oscar Schmidt ensina
a vencer obstáculos com obstinação
Ex-jogador de basquete da Seleção Brasileira,
Oscar Schmidt (foto) estará em Goiânia, dia 28,
para a palestra Como usar a obstinação para
vencer obstáculos, às 7h30, dentro da Conveção
Olímpica Tropical Urbanismo e Incorporação,
que será realizada no Goiânia Arena. Voltado
para parceiros do mercado imobiliários, o evento
marca os 40 anos da Tropical.
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