YAHUSHUA! QUEM FOI? QUEM É?

Transcrição

YAHUSHUA! QUEM FOI? QUEM É?
YAHUSHUA! QUEM FOI? QUEM É?
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=1-QbJ1XYkgc
Por incrível que pareça, mesmo aqueles que dizem ter saído de Bavel
prosseguem sua jornada
bem distantes da verdade
sobre Yahushua. Sabemos
que em muitas outras
doutrinas também o
fazem, mas creio que o
que mais afasta as
pessoas de um verdadeiro
relacionamento
com
Yahuh UL, seja o fato de
que o inimigo com as suas
artimanhas
religiosas,
tenha colocado no coração de tantos a maior mentira dentre todas, aquela
que por intermédio do Sacro Império Romano foi difundida aos quatro
cantos do mundo e tenham transformado a herança, promessa e ensino,
do Eterno UL, em idolatria a um ser inventado, com base no mitológico deus
mitra. Assim como com muitos outros dogmas e tradições humanas
conseguiu e consegue manter a humanidade afastada do Criador e de Sua
redenção.
Vivemos hoje em uma Bavel religiosa e política muito mais
avassaladora do que a de anos atrás, porque os incautos agora creem que
pelo motivo de dizerem: Yeshua, Yohoshua, Yehoshua, ou até mesmo
Yahushua, ao clamarem a Yahushua Há Mashiach, prosseguem, em suas
mentes e corações idolatrando a um falso deus ou a uma parte de um deus
ou a alguém que julgam ter morrido por eles para perdoa-los de seus
pecados. Alguém filho de uma mulher com um deus o qual nasceu sem
pecado e assim pode servir de sacrifício por todos aqueles que apenas
crerem em seu nome. Alguém preexistente que ajudou ao Criador na
criação de todas as coisas, em outras palavras, o LOGOS de Platão.
Portanto esse estudo se propõem a buscar, na Palavra de YAhuh, a
resposta para esse engodo que persiste a tanto tempo e que ceifará a vida
de bilhões de pessoas. Se não está preparado para escutar ou ler a verdade
1
pare por aqui... se foste chamado prossiga e receba a benção de conhecer
Yahushua Há Mashiach.
Parte 1
Já nos tempos de Yahushua Há Mashiach, existia entre seus
contemporâneos, muitas dúvidas e contradições a respeito de sua pessoa.
Podemos afirmar que até aos dias de hoje, passados quase 2000 anos, de
sua morte e ressurreição, o mesmo Yahushua continua sendo ainda, uma
figura enigmática. Segundo a narrativa constante do livro de Yahuchanan
Moshe (Marcos) no capítulo 8:27-29, (reforçado por outros trechos nos
livros de Mattityahu e Luka), lemos: “27 E saiu Yahushua, e os seus
discípulos, para as aldeias de Cesárea de Filipe [um outro filho de
Herodes); e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem
dizem os homens que eu sou? 28 E eles
responderam: Yahuchanan o imersor; e
outros: Eliyahu; e muitos outros: Um dos
profetas. 29 E ele lhes disse: Mas vós, quem
dizeis que eu sou? E, respondendo Kefa, lhe
disse: Tu és Há Mashiach”.
A princípio, diríamos que essa não
seria uma pergunta difícil de responder.
Entretanto, já naqueles dias, as respostas
foram das mais confusas possíveis.
Conforme relatos dos livros de Yahuchanan
Moshe (Marcos), acima, e Luka (Lucas) 9:1820: “E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os
discípulos; e perguntou-lhes,
dizendo: Quem diz a multidão
que eu sou? E, respondendo eles,
disseram:
Yahuchanan
o
imersor; outros, Eliyahu, e
outros que um dos antigos
profetas ressuscitou”
No livro de Mattityahu
(Mateus) 16: 13, 14, vemos
acrescentada a figura do profeta
Yirmeyahu (Jeremias): “E, chegando Yahushua às partes de Cesárea de
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Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser
o filho do homem? E eles disseram: Uns, Yahuchanan o imersor; outros,
Eliyahu; e outros, Yirmeyahu (Jeremias), ou um dos profetas”.
Podemos observar pela multiplicidade de respostas que enquanto,
Yahushua Há Mashiach, viveu entre nós, já nos seus dias, corriam entre o
povo, os conceitos mais desencontrados a seu respeito. Afora os que eram
hostis a ele, é evidente que a atitude mais comum de alguns do povo era
ver em Yahushua um profeta, um homem de YAhuh, um Eliyahu, Yirmeyahu
ou Yahuchanan o imersor, já que esta era uma tradição, um tipo bem
conhecido na religião criada pelos do povo Yahudi (judeu), o judaísmo.
Yahushua foi profeta? Muitos lhe atribuíram o título: Na entrada de
Yahushalayim, era assim que muita gente o enxergava [Mattityahu
(Mateus) 21:10-11 - “E, entrando ele em Yahushalayim, toda a cidade se
alvoroçou, dizendo: Quem é este? E a multidão dizia: Este é Yahushua, o
profeta da Galileia”. E foi assim igualmente que dois discípulos o teriam
qualificado no episódio ocorrido na estrada para Emaús – [Luka (Lucas)
24:18-20 “E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só
peregrino em Yahushalayim, e não sabes as coisas que nela têm sucedido
nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem
respeito a Yahushua, que foi homem profeta, poderoso em obras e
palavras diante de YAhuh e de todo o povo; E como os principais dos
sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e
o mataram no madeiro”.] Também os moradores da cidade de Naim, assim
o viram quando da ressurreição do filho único de uma viúva – [Luka (Lucas)
7:16 - “E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a YAhuh, dizendo:
Um grande profeta se levantou entre nós, e UL visitou o seu povo”], etc.
Mais do que qualquer outra figura do judaísmo, ele assemelha-se a
um profeta: Fala em nome de YAhuh, situa-se fora das estruturas culturais
e políticas da época, não se serve de fórmulas proféticas, mas fala e ensina
com a autoridade que lhe é própria. De certo, vê-lo como profeta, segundo
a concepção de alguns dentre o povo, não era errado, mas ele, Yahushua,
nunca se o atribuiu, como não reivindica o título a si mesmo, embora não
recusou para si a designação de profeta.
Mas já não bastava, pois a seus olhos Yahuchanan o imersor (que em
alguns versículos da aliança renovada é apresentado como o último dos
profetas, o precursor do Mashiach – [Mattityahu (Mateus) 11: 10-13 – “10
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Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu
anjo (enviado), Que preparará diante de ti o teu caminho. 11 Em verdade
vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém
maior do que Yahuchanan o imersor; mas aquele que é o menor no reino
dos céus é maior do que ele. 12 E, desde os dias de Yahuchanan o imersor
até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam
dele. 13 Porque todos os profetas e a lei profetizaram até Yahuchanan.”];
[Luka (Lucas) 16: 16 – “A lei e os profetas duraram até Yahuchanan; desde
então é anunciado o reino de UL, e todo o homem emprega força para
entrar nele”]; [Yahuchanan (João) 3: 27, 28 – “27 Yahuchanan respondeu,
e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do
céu. 28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou Há
Mashiach, mas sou enviado adiante dele.”];
Fora mais que um profeta: “E, partindo eles, começou Yahushua a
dizer às turbas, a respeito de Yahuchanan: Que fostes ver no deserto? uma
cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? um homem ricamente
vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então
que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que
profeta”. [Mattityahu (Mateus) 11: 7-9]; assim como lemos o mesmo
episódio em Luka (Lucas) 7: 24-26.
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Parte 2
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=KLqhflnqL4U
A confusão aumenta à medida que o tempo passa!
Podemos observar que era (e ainda
o é) grande o desconhecimento a respeito
do Mashiach Yahushua:
1) Por causa das profecias do
Tanach
(conhecido
como
velho
testamento) sempre falarem a respeito do
retorno do Mashiach e não sobre o seu
nascimento, apesar de que no cristianismo teimem em transformar
passagens do Tanach em profecias messiânicas, em arquétipos, em tipos,
etc., mas aos poucos vamos percebendo que na verdade nada
encontraremos a esse respeito nem sequer na história da humanidade.
Assim quis nosso Eterno PAi que fosse e assim o foi e assim o é. Infelizmente
isso tem levado muitos oferecidos a desacreditarem da pessoa do Mashiach
nascido no primeiro século de nossa era, levando-os com isso a negação do
Mashiach e por consequência também dos escritos da Aliança Renovada
(NT). Isso eu denomino de suicídio espiritual uma vez que afasta, o
concorrente a crente, de qualquer chance de chamamento ou eleição.
Observem: "Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei
também diante de meu PAi, que está nos céus." [Mattityahu (Mateus) 10:
33]. O que? Muitos irão dizer: “Mas usas contra nós palavras da Aliança
renovada?” Eu respondo: Sim e espero que muitos de vocês retornem ao
caminho até o término deste estudo.
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2) Com o advento da igreja romana apostólica romana e seu
sincretismo, que unia a Palavra de
YAhuh a mitologia grega e o
misticismo de muitos outros povos
pagãos, foi tornando-se a cada dia
mais difícil a identificação correta
do Mashiach de YAhuh, pois no
intento de afastar de vez e de tomala para si a ligação da Palavra do
Criador com o povo que por direito
e escolha, do próprio UL, é herdeiro da
herança e das promessas feitas a Avracham,
usurpando para si o lugar do verdadeiro
povo de YAhuh, criaram para si um novo
Mashiach o chamando de Yesu, Yesus,
Yeshua e finalmente quando inventaram a
letra J, Jesus o Cristo. Personagem essa que
foi construída da mistura de várias fábulas
e mitos incluindo o de Mitra e o de todos os
povos conhecidos, de que uma virgem daria
a luz ao salvador do mundo em cópula com
um deus gerando assim um semideus capaz de trazer a liberdade a todos
os cativos.
Mas prossigamos com nosso estudo para que possamos estabelecer
uma linha de tempo onde tudo foi ocorrendo, para assim o estudante não
fique com meias verdades que na verdade significam mentiras inteiras...
Portanto, as respostas trazidas, a Yahushua, pelos seus discípulos,
constantes em Yahuchanan Moshe (Marcos) 8: 27-29, representavam, sem
sombra de dúvida, as opiniões desencontradas de alguns dentre o povo,
daqueles que não conheceram e não ouviram a mensagem dos emissários
de Yahushua. Não que este tipo de reconhecimento – como profeta – não
fosse importante, mas era imprescindível a Yahushua, saber, o que
pensavam a seu respeito, não só homens, mas seus próprios discípulos, e
para tanto, faz-lhes novamente uma segunda e decisiva pergunta, agora,
não para colher as opiniões do povo, mas para ser respondida diretamente
pelos seus discípulos, os membros do povo de YAhuh (o povo Yashuru) que
Yahushua estava regenerando, o Tabernáculo de Davi, ou seja as casas de
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Yashuru novamente baixo a um mesmo governo, assim como no tempo do
rei Dauid. ["E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Yashuru." Mattityahu (Mateus) 15: 24].
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Mas vós, quem dizeis que eu sou? Com esta nova pergunta, Yahushua
Há Mashiach, não esperava ouvir, ao lado dos múltiplos conceitos que
corriam a seu respeito, uma resposta comum à do povo, mas sim uma
resposta à altura das demais. E Kefa, respondendo pelos discípulos, fez a
seguinte e incontestável declaração de fé: “TU ÉS HÁ MASHIACH”,
Yahuchanan Moshe (Marcos) 8:29; Mattityahu (Mateus) 16:16; Luka (Lucas)
9:20). A resposta e confissão de Kefa:” Tu és Há Mashiach”, recebeu a
aprovação expressiva de Yahushua. Kefa é declarado bem-aventurado; é
revelado a Kefa a origem misteriosa de seu reconhecimento: “Bemaventurado és, Kefa, porque não foi a carne e sangue que lhe revelaram,
mas meu Pai que está nos céus”. [Mattityahu (Mateus) 16:17].
Observe que atribuiu-se a confissão de Kefa à revelação. A confissão
de Kefa, representava para Yahushua Há Mashiach, não a simples e
desencontrada opinião do povo, mas um verdadeiro reconhecimento de
confissão de fé do povo de YAhuh, sobre sua pessoa e obra.
É evidente ainda na confissão de Kefa, que verdadeiro povo de
YAhuh, nos seus primórdios, via Yahushua, não como simplesmente um
profeta, um grande pregador e operador de curas maravilhosas, e muito
menos como um ser divino preexistente, encarnado no ventre de uma
virgem, mas, comprovadamente como Há Mashiach prometido nas
escrituras proféticas – O descendente legítimo da linhagem (família) do rei
Dauid, a prometida semente de Gênesis 3:15, e disto deu testemunho o
próprio emissário em seu discurso no dia de Shavuot, à todos os que se
encontravam em Yahushalayim e que ouviram a Palavra de Redenção do
Eterno: [“Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do
patriarca Dauid, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje
a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que YAhuh lhe havia
prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne,
levantaria o Mashiach, para o assentar sobre o seu trono, Nesta previsão,
disse da ressurreição do Mashiach, que a sua alma não foi deixada na
sepultura, nem a sua carne viu a corrupção. Yahuh ressuscitou a este
Yahushua, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado
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pela destra de YAhuh, e tendo recebido do Pai a promessa do espírito de
santidade, derramou isto
que vós agora vedes e
ouvis. Porque Dauid não
subiu aos céus, mas ele
próprio diz: Disse YAhuh
ao meu Senhor: Assentate à minha direita, Até que
ponha os teus inimigos por
escabelo de teus pés.
Saiba, pois, com certeza
toda a casa de Yashuru
que a esse YAhushua, a quem vós matastes no madeiro, YAhuh o fez rei e
Há Mashiach”. Maaseh Shlichim (Atos dos Emissários) 2:29-36] Da mesma
forma que Kefa, também Shaul, pregando aos yahudim, numa sinagoga em
Antioquia, da Pisídia, testemunhou a respeito de Yahushua, dizendo – “E,
depois disto, por quase quatrocentos e cinquenta anos, lhes deu juízes, até
ao profeta Shmuel. E depois pediram um rei, e Yahuh lhes deu por quarenta
anos, a Saul filho de Quis, homem da tribo de Benjamim. E, quando este foi
retirado, levantou-lhes como rei a Dauid, ao qual também deu testemunho,
e disse: Achei a Dauid, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que
executará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a
promessa levantou YAhuh a Yahushua para renovador da aliança; Tendo
primeiramente Yahuchanam, antes do início do ministério dele, pregado a
todo o povo de Yashuru o arrependimento. Mas Yahuchanam, quando
completava a carreira, disse: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou Há
Mashiach; mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de
desatar as alparcas dos pés. Homens irmãos, filhos da geração de
Avracham, e os que dentre vós temem a YAhuh, a vós vos é enviada a
palavra desta redenção. Por não terem conhecido a este, os que habitavam
em Yahushalayim, e os seus príncipes, condenaram-no, cumprindo assim as
vozes dos profetas que se leem todos os sábados. E, embora não achassem
nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto. E,
havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirandoo do madeiro, o puseram na sepultura; Mas YAhuh o ressuscitou dentre os
mortos. E ele por muitos dias foi visto pelos que subiram com ele da Galileia
a Yahushalayim, e são suas testemunhas para com o povo. E nós vos
anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, YAhuh a cumpriu a nós,
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seus filhos, ressuscitando a Yahushua”. [Maaseh Shlichim (Atos dos
Emissários) 13:20-32]
O reconhecimento e a mensagem de Yahuchanam, os testemunhos
dos emissários Kefa e Shaul, e de outros eloquentes mensageiros como
Apolo [Maaseh Shlichim (Atos dos Emissários) 18:24-28 – “24 E chegou a
Éfeso um certo yahudim chamado Apolo, natural de Alexandria, homem
eloquente e poderoso nas Escrituras. 25 Este era instruído no caminho de
Yahuh e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas
de Yahuh, conhecendo somente os ensinamentos até Yahuchanam. 26 Ele
começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila
e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o plano
de YAhuh.”], e de muitos outros mensageiros enviados por YAhuh, são
incontestáveis provas, de que as primeiras ovelhas perdidas de Yashuru
resgatadas, no seu primórdio, não viam a Yahushua, como simplesmente
um grande profeta, mas comprovadamente, como Há Mashiach, o
descendente legítimo da linhagem (família), da semente de Dauid,
prometido (e parte do plano de redenção do Eterno) por YAhuh. Quanto à
“revelação” do Jesus (de origem grega e latina) da cristandade, como verbo
divino, preexistente e encarnado no ventre de uma virgem, deus feito
carne, etc., não foi uma revelação de YAhuh, ou de Seus profetas, ou do
espírito de santidade de YAhuh, mas comprovadamente, através de
decisões ecumênicas dos quatro primeiros séculos pós-invenção do
cristianismo, que travaram lutas incansáveis com o fito de definir os dogmas
trinitário e de Cristo lógico.
É importante ressaltar nesse contexto, que quando da confissão de
Kefa: “Tu és Há Mashiach”, revelado pelo espírito de santidade de Yahuh,
se os discípulos primitivos, na fé primitiva recebida de Yahuh
reconhecessem ao Mashiach Yahushua, como: o verbo divino, preexistente,
encarnado no ventre da virgem Miriam, deus feito carne, com toda a
certeza o emissário Kefa o confessaria como tal, dado a origem de sua
confissão – “E Yahushua, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu,
Kefa, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está
nos céus”. [Mattityahu (Mateus) 16:17]. Uma confirmação evidente da
frase de Yahushua: “... ninguém conhece o filho do homem, senão o Pai; ...
[Mattityahu (Mateus) 11:27]
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Conforme veremos neste estudo, a verdade é que, deve-se aos
quatro primeiros concílios ecumênicos (“os quatro evangelhos da
Ortodoxia”, na expressão de Gregório Magno) a total perda do
conhecimento sobre o plano de YAhuh e do filho do homem Yahushua.
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Parte 3
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Uma semente – uma descendência prometida
Em Bereshit (Gênesis) 3:15 encontramos
registrada a seguinte sentença: “E porei inimizade
entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar”. Ao pronunciar esta sentença para os
envolvidos na rebelião
contra Sua autoridade,
YAhuh declarou que
suscitaria uma “semente” ou “descendência”
que desfaria os danos causados pelo
instigador da rebelião – Há Satã.
Essa “descendência” da linhagem santa
se relaciona perfeitamente com a realização
do propósito do Criador para a humanidade,
como um todo, conforme registrado em Bereshit (Gênesis) 22:18 – “E em
tua semente serão benditas todas as nações da terra; porquanto
obedeceste à minha voz”. Onde o patriarca Avracham recebeu de Yahuh a
promessa contida no texto acima. Neste contexto, diga-se, de passagem,
que a descendência e o descendente da semente santa – viria da semente
de Avracham – “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue,
também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte
aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos
os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência
de Avracham”. [Ivrim (Hebreus) 2: 14-16]
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Porém, diversas coisas importantes aconteceram no período que
decorre entre Adam e Avracham. Por exemplo: houve o primeiro homicídio.
Adão e Eva tiveram muitos filhos e filhas (Bereshit (Gênesis) 5:4), mas a
Palavra de Yahuh cita somente alguns por serem importantes para a
história da redenção, são eles: Caim, Abel e Sete. Abel era justo e ofereceu
a Yahuh maior e melhor sacrifício do que Caim (Ivrim (Hebreus) 11:4). Abel,
certamente, mediante seu caráter e justiça, representava a semente
(linhagem). Caim, movido de ciúme, matou seu irmão Abel. Por esse terrível
fato e caráter pecaminoso, Caim é aqui caracterizado como instrumento do
maligno como lemos em Yahuchanan Alef (1 João) 3:12 – “Não como Caim,
que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou?
Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas”. Mas para que
houvesse a continuação da linhagem santa, Yahuh deu a Adão e Eva, o
terceiro filho – Sete, que tomou o lugar de Abel: “E tornou Adão a conhecer
a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque,
disse ela, Yahuh me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o
matou”. [Bereshit (Gênesis) 4:25]
O restaurador – o descendente prometido – o Mashiach, viria da
família (linhagem) de Sete: “E a Sete
também nasceu um filho; e chamou o seu
nome Enos; então se começou a invocar o
nome de Yahuh”. [Bereshit (Gênesis) 4:26].
Enos, gerou a Quenã, Quenã gerou a
Maalalel, Maalalel gerou a Jarede e Jarede
gerou a Enoque – “E andou Enoque com
Yahuh, depois que gerou a Matusalém,
trezentos anos, e gerou filhos e filhas”.
[Bereshit (Gênesis) 5:22]. Matusalém gerou
a Lameque. E Lameque gerou um filho – “A
quem chamou Noé, dizendo: Este nos
consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa
da terra que Yahuh amaldiçoou”. [Bereshit (Gênesis) 5:29]O mal havia se
espalhado sobre toda a face da terra. O gênero humano encontrava-se
totalmente corrompido em seus caminhos e novamente afastado da
presença de YAhuh. Yahuh havia determinado: iria destruir toda aquela
geração perversa e pecaminosa através de um grande dilúvio sobre a terra.
Mas, onde estava a semente santa? – “Noé, porém, achou graça aos olhos
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de YAhuh. Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito
em suas gerações; Noé andava com Yahuh. E gerou Noé três filhos: Sem,
Cão e Jafé”. [Bereshit (Gênesis) 6:8-10]. Ali estava a semente santa, da qual
viria o redentor da humanidade, da descendência prometida em Bereshit
(Gênesis) 3:15. E disse YAhuh a Noé: “Mas contigo estabelecerei a minha
aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres
de teus filhos contigo”. [Bereshit (Gênesis) 6:18]. Esse pacto ou aliança,
evidentemente, tratava-se da promessa feita por YAhuh, no princípio, na
criação, contida no Seu plano de redenção – do descendente que nasceria
da descendência/linhagem bendita para pôr fim a existência e a rebelião de
Satanás.
Então, Yahuh, por intermédio de Noé, descreveu o curso da história
subsequente. Um descendente de Sem, filho de Noé, traria continuidade
àquela descendência, e que os descendentes de Jafé participariam dessa
redenção. “E Abençoou YAhuh a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai
e multiplicai-vos e enchei a terra”. [Bereshit (Gênesis) 9:1].
Com o crescimento da raça humana sobre a terra, crescia novamente a
maldade no coração do homem, o pecado e idolatria. Portanto, para trazer
redenção a humanidade, o Criador da linhagem – descendência de Sem (Bereshit
(Gênesis) 11:20-27), escolhe a família de Avracham (Bereshit (Gênesis) 12:1-3).
De Avracham, viria a descendência que tornaria todos os povos benditos.
Avracham foi o pai de muitas nações (Bereshit (Gênesis) 17:4-7), mas, YAhuh
revelou claramente através de qual dessas linhagens viria a prometida semente,
a descendêncio – o Mashiach prometido, que traria bênçãos a toda a
humanidade: “A minha aliança, porém, estabelecerei com Isaac, o qual Sara
dará à luz neste tempo determinado, no ano seguinte”. [Bereshit (Gênesis)
17:21]. Tanto o filho de Avracham, Isaac, como seu neto, Yakov, ambos foram
mencionados como pertencentes à linhagem que produziria a redenção
anunciada em Bereshit (Gênesis) 3:15. Uma das nações que se originou de
Avracham, foi a nação de Yashuru (Yisrael), que abrangia, inicialmente, as doze
tribos que descenderam dos filhos de Yakov, neto de Avracham. Era nessa nação,
que, finalmente, surgiria o Mashiach prometido – (Bereshit (Gênesis) 26:1-4;
28:10-15).
Profecias posteriores revelaram que um descendente especial ou
governante, viria por meio de uma das treze tribos de Yashuru,
especificamente, da tribo de Yahudah.
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PARTE 4
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=3UV7PiD_BvU
Da tribo de Yahudah e da descendência de Dauid
Dentre os doze filhos de
Yakov, os quais foram os príncipes
das tribos de Yashuru, Yahuh
elegeu a tribo de Yahudah, da
qual procederia aquele que não
somente reinaria sobre toda a
descendência
prometida
a
Avracham mas também sobre
todas as nações ímpias da terra
que sobrevivessem a terceira
guerra mundial entre o rei do sul
e o rei do norte, e posteriormente
sobre a guerra do Armagedom.
No livro de Bamidbar (Números)
24:17 encontramos a seguinte
profecia: “Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto;
uma estrela procederá de Yakov e um cetro subirá de Yashuru...”. O
patriarca Yakov, neto de Avracham, abençoando a seu filho Yahudah,
profetizou: “O cetro não se arredará de Yahudah, nem o legislador dentre
seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”. [Bereshit
(Gênesis) 49:10].
O comentarista bíblico Rashid declara que a frase: “até que venha
Siló”, significa:” até que venha o rei Yahushua Há Mashiach, a quem
pertencerá o Reino”. Como Rashid, muitos comentaristas bíblicos têm
entendido essa profecia como tendo significado messiânico, como de fato
tem, só que para em seu retorno e não para a época de seu nascimento no
primeiro século.
O primeiro governante da linhagem de Yahudah foi o valoroso rei
Dauid, o qual recebeu a seguinte promessa de Yahuh: “Porém a tua casa e
o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme
para sempre”. [Shmuel Bet (2 Samuel) 7:16]. [Lembrem-se para sempre significa
durante toda a eternidade]. Yahuh prometeu adicionalmente: ”E há de ser que,
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quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus pais, suscitarei a
tua descendência depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu
reino. Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu trono para sempre”.
[Divre HaYamim Alef (1 Crônicas) 17:11, 12] [falava de Shlomo]
No livro dos Tehillim (Salmos), encontramos confirmada essa
promessa: “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo
Dauid, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o
teu trono de geração em geração”. [Tehillim (Salmos) 89:3,4].
O filho e sucessor de Dauid, o rei Shlomo, de fato, construiu a Casa, ou o
grande Templo em Yahushalayim, mas, ele, obviamente, não reinou para
sempre. Evidentemente, não era ele, Shlomo, o Mashiach prometido que
viria para desfazer as obras de Satanás e, consequentemente, resgatar o
homem a Seu Criador e, vencendo todas as coisas, reinar durante o milênio.
Um dos da semente (descendência) de Dauid, seria o mesmo Siló, ou
Mashiach (O Leão da tribo de Yahudah) profetizado em Bereshit (Gênesis
49:9, 10: “Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e
deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro
não se arredará de Yahudah, nem o legislador dentre seus pés, até que
venha Siló; e a ele se congregarão os povos”. A Yahuchanam na ilha de
Patmos foi revelado quem era o “Leão da tribo de Judá” já profetizado: “E
disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Yahudah,
a raiz de Dauid, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos”.
[Gilyahna (Revelação/Apocalipse) 5:5]
Esse “Rebento ou Descendente” aqui mencionado, é, sem dúvida,
Yahushua Há Mashiach, aquele que triunfantemente vencerá Satanás e
todo o império do mal, e que com o seu ato renovando a aliança comprou
(resgatou) para Yahuh, homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação –
homens das tribos de Yashuru em diáspora - [conforme sua designação desde seu
nascimento no primeiro século] (Gilyahna (Revelação/Apocalipse) 5: 6-10; Kefa
Alef (1 Pedro) 1:18-21). A propósito, esse “Rebento – o Mashiach”, já havia
sido profetizado que viria do trono de Jessé, pai do rei Dauid. Vejamos a
profecia: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes
um renovo frutificará”. [Yeshayahu (Isaías) 11:1]. Perguntamos: À quem se
referia o oráculo do profeta, quando disse: “e das suas raízes um renovo
frutificará”. Referia-se a Dauid um dos oito filhos de Jessé – [Shmuel Alef (1
Samuel) 17:12- “E Dauid era filho de um homem efrateu, de Belém de
14
Yahudah, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; e nos dias de Saul era
este homem já velho e adiantado em idade entre os homens.”]? Ou de
Dauid (uma das raízes do tronco de Jessé), brotaria um Renovo? O ravino
Shaul, também conhecido pelo cognome latino Paulo, em sua pregação aos
yashurum numa sinagoga em Antioquia, responde a questão: “E depois
pediram um rei, e Yahuh lhes deu por quarenta anos, a Saul filho de Quis,
homem da tribo de Benjamim. E, quando este foi retirado, levantou-lhes
como rei a Dauid, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Dauid,
filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a
minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, levantou
Yahuh a Yahushua para redentor de Yashuru”. [Maaseh Shlichim (Atos dos
Emissários) 13:21-23]
E que promessa fez Yahuh a Dauid? A resposta encontramos
registrada no livro de Tehillim (Salmos) 132 verso 11 que diz: “Yahuh jurou
com verdade a Dauid, e não se apartará dela: Do fruto do teu ventre porei
sobre o teu trono”. Essa promessa, cumprir-se-á, finalmente na pessoa de
nosso Senhor Yahushua Há Mashiach. E o emissário Kefa, confirma:
“Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca
Dauid, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua
sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Yahuh lhe havia
prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne,
levantaria o Mashiach, para o assentar sobre o seu trono, Nesta previsão,
disse da ressurreição do Mashiach, que a sua alma não foi deixada na
sepultura, nem a sua carne viu a corrupção. Yahuh ressuscitou a este
Yahushua, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado
pela destra de Yahuh, e tendo recebido do Pai a promessa do espírito de
santidade, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. Porque Dauid não
subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse Yahuh ao meu Senhor: Assentate à minha direita. Até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus
pés. Saiba, pois, com certeza toda a casa de Yashuru que a esse Yahushua,
a quem vós matastes no madeiro, Yahuh o fez Senhor e Mashiach”.
[Maaseh Shlichim (Atos dos Emissários) 2:29-36]
Shaul, escrevendo a Timóteo, confirmando, novamente, as palavras
do apóstolo Kefa, acrescentou: ”Lembra-te de que Yahushua Há Mashiach,
que é da descendência de Dauid, ressuscitou dentre os mortos, segundo
as minhas boas novas”. [Timtheous Bet (2 Timóteo) 2:8]
15
Finalmente, somente alguém, realmente, considerado como um
descendente (Rebento) legítimo, nascido da estirpe (família) de Dauid,
poderia verdadeira e comprovadamente, fazer a seguinte e irrefutável
declaração: “Eu, Yahushua, enviei o meu anjo, para vos testificar estas
coisas nas congregações. Eu sou a raiz e a geração de Dauid, a
resplandecente estrela da manhã”. [Apocalipse 22:16]
Vejamos o texto bíblico acima em outras traduções:
Bíblia de Yahushalayim: "Eu, Yahushua, enviei o meu Anjo para vos atestar
estas coisas a respeito das congregações. Eu sou o Rebento da Estirpe de
Dauid, a brilhante estrela da manhã".
Bíblia Edições Vozes: "Eu, Yahushua, enviei meu Anjo para vos dar
testemunho destas coisas sobre as congregações. Eu sou a Raiz e a
Linhagem de Dauid, a estrela brilhante da manhã”.
Bíblia Edições Loyola: “Eu, Yahushua, enviei meu anjo para atestar estas
coisas a respeito das congregações. Eu sou a raiz e a descendência de
Dauid, a estrela brilhante da manhã”.
[Perceba o leitor que as expressões: Raiz, Geração, Rebento da Estirpe, Linhagem e
Descendência de Dauid, significam, literalmente, do mesmo sangue, da mesma
semente, cumprindo-se assim, fielmente, na pessoa de Yahushua Há Mashiach, a
promessa feita por Yahuh, conforme Gênesis 3:15 – de uma semente ou de um
descendente que nasceria da linhagem (semente) santa, onde através de sua morte e
ressurreição causaria a destruição e o aniquilamento do império do mal – de Satanás
em seu retorno para reinar por mil anos].
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16
PARTE 5
A importância das profecias
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=pD-v-UPhmu0
A ideia da concepção virginal é um paradoxo às profecias
messiânicas. E em toda a
extensa literatura hebraica e
no contexto das profecias
bíblicas, não há uma só
passagem ou profecia que
possa justificar a ideia de que
o Mashiach prometido – o
descendente legítimo de
Bereshit (Gênesis) 3:15 –
devia ser milagrosamente
concebido, nem mesmo o
texto de Yeshayahu (Isaías)
7:14 – “Portanto o mesmo UL
vos dará um sinal: Eis que a
jovem mulher conceberá, e
dará à luz um filho, e
chamará o seu nome
Emanuel”
(conforme
veremos na parte 6).
É como disse C. Perrot, especialista da literatura judaica: “Diríamos
antes que Há Mashiach era esperado por uma intervenção de Yahuh, mas
sem que isso significasse necessariamente uma interrupção na
descendência de Dauid”.
A Palavra de Yahuh nos revela, satisfatoriamente, o meio pelo qual
Yahuh, através dos séculos, manifestou à humanidade Seu glorioso plano
de redenção. No livro do profeta Ahmos (Amós), encontramos que esse
meio de revelação escolhido por YAhuh, foi o ministério profético:
“Certamente Yahuh UL não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu
segredo aos seus servos, os profetas”. [Ahmos (Amós) 3:7]. E a Palavra e a
Vontade de YAhuh revelada por seus profetas, permanece firme e
inalterada. Assim confirmou o emissário Kefa, a importância das profecias,
17
e o contexto profético, quando
enfatizou a base de sustentação da fé
dos membros do povo no seu tempo
primitivo: “E temos, mui firme, a
palavra dos profetas, à qual bem
fazeis em estar atentos, como a uma
luz que alumia em lugar escuro, até
que o dia amanheça, e a estrela da
alva apareça em vossos corações”.
[Kefa Bet (2 Pedro) 1:19], o que nos
remete a um outro texto que nos traz
o mesmo entendimento: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora,
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. [Mishle (Provérbios)
4:18]
Shaul, em sua carta aos romanos, também corrobora com a
declaração do profeta Ahmos (Amós), quando afirmou: “Shaul, servo de
Yahushua Há Mashiach, chamado para emissário, separado para as boas
novas de YAhuh. O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas
Escrituras, acerca de seu Mashiach, que nasceu da descendência de Dauid
segundo a carne”. [Romanos 1:1-3]
A manifestação do Mashiach foi notificada pelas escrituras
proféticas: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o
meu ensino e a pregação de Yahushua Há Mashiach, conforme a
revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, Mas que
se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo
o mandamento do UL eterno, a todas as nações para obediência da fé”.
[Romanos 16:25,26]. Nisto podemos concluir satisfatoriamente, que o
Mashiach prometido, segundo as escrituras dos profetas, não apareceu de
forma repentina e misteriosamente no mundo. Vários eventos e inúmeras
profecias indicavam, evidentemente, o seu nascimento. Mediante as
profecias, seu nascimento era ansiosamente aguardado [Luka (Lucas) 2:2530 – “25 Havia em Yahushalayn um homem cujo nome era Simeão; e este
homem era justo e temente a UL, esperando a consolação de Yashuru; e o
espírito de YAhuh estava sobre ele. 26 E fora-lhe revelado, pelo espírito de
santidade, que ele não morreria antes de ter visto Há Mashiach de Yahuh.
27 E pelo espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino
Yahushua, para com ele procederem segundo o uso da lei, 28 Ele, então,
18
o tomou em seus braços, e louvou a UL, e disse: 29 Agora, meu UL,
despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; 30 Pois já os meus
olhos viram a tua redenção, 31 A qual tu preparaste perante a face de
todos os povos; 32 Luz para iluminar os dispersos entre as nações, E para
glória de teu povo Yashuru. ”]
Dentro do contexto profético, como temos verificado até aqui,
Yahushua Há Mashiach, era um descendente legítimo (da semente) de
Dauid. YAhuh, segundo a Sua vontade revelada, profeticamente escolheu e
elegeu a tribo de Yahudah (Judá) da qual descenderia Há Mashiach
[Bereshit (Gênesis) 49:10 – “O cetro não se arredará de Yahudah, nem o
legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os
do povo em diáspora”; [Ivrim (Hebreus) 7:14 – “Visto ser manifesto que Há
Mashiach de YAhuh procedeu de Yahudah, e concernente a essa tribo
nunca Moshe falou de sacerdócio”].
Da tribo de Judá descendeu o rei Dauid e de sua linhagem real,
mediante as promessas e juramento feitos por Yahuh, descendeu o grande
Mashiach – Yahushua. [Yeshayahu (Isaías) 11:1 – “Porque brotará um
rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará”];
[Timtheous Bet (2 Timóteo) 2:8 – “Lembra-te de que Yahushua Há
Mashiach, que é da descendência de Dauid, ressuscitou dentre os mortos,
(...)”]; Apocalipse 22:16).
Nessa breve recapitulação (Promessa e Cumprimento), considerando
os escritos proféticos e o testemunho apostólico, podemos afirmar
decisivamente que Ha Mashiach Yahushua nascido em Belém – não era, no
primeiro século, no início da restauração do tabernáculo de Dauid [da
aliança ter sido renovada para o povo Yashuru], nos primeiros grupos de
yashurum que foram sendo chamados, uma encarnação divina, ou seja, o
verbo encarnado.
Há Mashiach era esperado, ansiosamente pelos yashurum do
primeiro e dos séculos anteriores segundo as escrituras proféticas, observe:
[Yahuchanam (João) 1:45 – “Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos
achado aquele de quem Moshe escreveu na lei, e os profetas: Yahushua
Há Mashiach, filho de Yosef”; 4:22 – “Vós adorais o que não sabeis; nós
adoramos o que sabemos porque a redenção vem para os yashurum”]
19
A propósito, diga-se de passagem, que a doutrina da encarnação do
verbo (João1:14) e, consequentemente, da concepção virginal constantes
das narrativas da infância em Mattityahu (Mateus) 1:23 e Luka (Lucas) 1:31
é, comprovadamente, um desvio teológico do contexto histórico/profético
sobre Há Mashiach, o qual segundo as profecias contidas na Palavra de
Yahuh seria um descendente legítimo de Dauid, em sentido biológico, e não
adotivo. Em detrimento à Verdade e contrariando as profecias da Palavra
de Yahuh o catolicismo romano, toda a cristandade e também alguns
adeptos do messianismo judaico, afirmam, inconvenientemente, que a
filiação do Mashiach à linhagem davídica é adotiva e não legitima, tendo
em vista a suposta ideia da encarnação do verbo e da concepção
miraculosa. É inútil querer torcer a Verdade (as escrituras proféticas) e
tentar colocar a descendência de Yahushua numa base de filiação adotiva,
cuja paternidade foi assumida por Yosef seu pai legal, não biológico, da
tribo de Yahudah. Essa aberração teológica, da filiação adotiva, é fruto da
grande apostasia produzida por aqueles que se afastaram do verdadeiro
caminho delineado por Yahushua Há Mashiach, criando o que hoje
conhecemos como cristianismo, afastando-se completamente da fé uma
vez dada aos santos e da sã doutrina baseada nos profetas e emissários,
pregada e crida entre o povo chamado do primeiro século. Bem disse um
eminente historiador: “O cristianismo não se identifica com a nação
Yashuru, verifica-se uma enorme distância entre a nação formada pelas 13
tribos de Yashuru e a religião criada por Constantino”.
Ademais, quando o recém inventado cristianismo se colocou em
contato com o mundo, culturalmente grego, moldado essencialmente numa
filosofia platônica, o que houve de fato, não foi apenas uma simples fusão entre
o cristianismo, recém-criado, e o helenismo, mas, houve, comprovadamente, a
helenização do cristianismo, cujos conceitos helenísticos influenciou
decisivamente a elaboração doutrinal das antigas congregações, desde os
apologistas do século II, culminando com as decisões ecumênicas verificadas nos
séculos posteriores, onde nessas decisões, observa-se o amplo emprego de
vocabulário e de conceitos extraídos da filosofia grega (conforme veremos mais
para frente neste estudo).
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20
PARTE 6
YOUTUBE: http://www.youtube.com/watch?v=ocjdxxyczaQ
Síntese sobre Yeshayahu (Isaías) 7:14
Texto original em hebraico:
Texto transliterado: LACHEN ITEN ‘YAHUH UL’ LACHEN ‘OT HINEH
HÁ’ALMAH HARÁH VEILEDET BEN VEKARA ‘T SHMO ‘IMANU’UL
Texto traduzido: “POR ISSO, YHWH UL MESMO NOS DARÁ UM SINAL: EIS
QUE A JOVEM MULHER ESTÁ GRÁVIDA E VAI DAR À LUZ UM FILHO, E O
CHAMARÁ IMANWUL”.
O texto é célebre. Essa formulação é bem conhecida: trata-se do
anúncio do nascimento do primeiro filho de uma jovem mulher. Para
compreender o sentido e o alcance do texto em pauta, é preciso saber
quem é o menino cujo nascimento se anuncia e o sentido do termo
hebraico: “Jovem mulher”.
Essa mulher deve ser uma pessoa concreta, pois o termo hebraico:
‘ALMÁH’ vem precedido do artigo (a): HÁ‘ALMÁH. O termo hebraico:
‘ALMÁH’ (Jovem mulher) inserido no texto não é o que significa “VIRGEM”.
Em certo número de casos e, sobretudo nos textos mais antigos (inclusive
em textos fora do Tanach), designa uma mulher jovem já casada. Nisto
concorda o historiador Vamberto Morais (doutor em História Antiga pela
Universidade de Londres), quando diz: “A palavra hebraica que traduz como
jovem é ‘ALMÁH’, que ocorre em vários trechos da bíblia com o sentido de
“mulher jovem, núbil”, “casada ou recém-casada”. Se o profeta tivesse
querido falar do tremendo prodígio da concepção de uma virgem, teria
usado o termo apropriado – BETHULÁH.
À luz do contexto do versículo, pode-se, satisfatoriamente,
determinar, essa que é chamada Há’Almáh é a jovem rainha, assim
designada antes do nascimento do primeiro filho. Nesse caso, o filho cujo
nascimento é anunciado não pode ser se não o de Acaz, o futuro rei
21
Ezequias; foi ele, com efeito que sucedeu a seu pai no trono de
Yahushalayim, em Yahudah.
A propósito a própria Bíblia
– Edições Loyola, sobre o texto de
Yeshayahu (Isaías) 7:14 traz a
seguinte nota explicativa:
Yeshayahu (Isaías) 7:14 – De
modo imediato todo este oráculo
se refere aos acontecimentos de
735 AEC. E ao seu horizonte
próximo: a jovem mulher é a
rainha esposa de Acaz; a criança a
nascer com sinal de proteção
divina é o filho do futuro sucessor
de Acaz, o piedoso rei Ezequias; a
idade de discernimento da criança
coincide, efetivamente, com a
destruição do Reino de Damasco e
a devastação do de Samaria em
732 AE.C.
À luz do contexto histórico, Yeshayahu (Isaías) 7:14,
comprovadamente, tratava-se de um sinal eminente, referia-se aos
acontecimentos pertinentes ao reinado de Acaz, rei de Yahudah (735-716).
Yeshayahu (Isaías) 7:14, bem como, o nome teóforo ”Imanu’ul” (Imanwul),
representava um sinal e uma promessa de livramento. É o sinal da presença
graciosa e salvadora de Yahuh entre seu povo. Imanwul, não era
propriamente o nome que se devia dar à criança, mas sim o que essa criança
representaria: o selo de uma promessa: CONOSCO ESTÁ UL, significando
que Yahuh vai proteger seu povo, e consolidará a promessa dinástica
(2Samuel 7), em meio à guerra siro-efrayimita.
A profecia de Yeshayahu (Isaías) 7:14 referia-se (conforme vimos na
nota explicativa acima), a um futuro razoavelmente próximo, e não do
nascimento do Mashiach, que teve lugar uns 700 anos mais tarde.
Entretanto, esse texto nos é apresentado no Livro de Mattityahu Mateus
1:23 da seguinte forma: “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho,
E chamá-lo-ão pelo nome de Imanwul, que traduzido é: UL conosco”, como
22
referência e anúncio do nascimento virginal do Mashiach prometido. Como
se chegou até lá?
O exegeta J. M. Asumendi (professor do Instituto Católico de Paris),
responde: “Alguns séculos mais tarde, a tradução grega chamada dos
Setenta (Septuaginta), traduz o termo por “PARTHENOS” que quer dizer
virgem. Quando foi escrito Yeshayahu (Isaías) 7:14 não tinha o sentido
messiânico, foi só com a tradução grega que ele ganhou essa dimensão”.
C. Perrot, especialista da Literatura Israelita acrescenta: ”A jovem –
em hebraico, Almáh designa a esposa do rei. A linhagem de Dauid não se
interromperá, e Ezequias, filho de Acaz, consolidará a promessa davídica. É
difícil saber em que época foi dada a este versículo uma interpretação
messiânica; mais difícil ainda é saber por que a tradução grega dos Setenta
– desde o século II AE.C. – traduziu o termo ‘Almáh por Parthenos, a
“virgem”. Esperaria a tradição judaica de Alexandria o nascimento virginal
do Messias (como pensa a TEB, em nota sobre Yeshayahu (Isaías) 7:14)?
“Seria talvez pretender demais. Diríamos antes que o Messias era esperado
de uma intervenção de Yahuh, mas sem que isso significasse
necessariamente uma interrupção na descendência de Dauid”.
Finalmente, a Bíblia na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do
Brasil, conclui dizendo: “O uso da palavra “virgem” em Mattityahu Mateus
1:23 vem da tradução grega (Septuaginta) do Tanach, feita uns quinhentos
anos depois do profeta Yeshayahu (Isaías) ”.
Assim sendo concluímos que: a versão grega (Septuaginta) do
Tanach, em hebraico, que chegou até nós, preservou a tradução imprópria
de “Pathernos – virgem”, e foi assim que acabou surgindo no livro de
Mattityahu (Mateus) tal citação a Yeshayahu (Isaías) 7:14 do texto grego,
onde essa fórmula, comprovadamente, trata-se de uma elaboração
posterior, cujo sentido foge à interpretação original do oráculo do profeta
Yeshayahu (Isaías). E a Bíblia Edições Vozes corrobora com essa afirmação
quando também em nota explicativa sobre Yeshayahu (Isaías) 7:14, declara:
“Jovem mulher (em hebraico ‘Almáh). Trata-se provavelmente da esposa
de Acaz.
A tradução grega dos LXX interpretou ‘Almáh no sentido de “virgem”,
deslocando o sentido original do nascimento do filho para o da concepção
virginal. É nesse sentido que surgiu em Mattityahu (Mateus) 1:22, 23 a
23
aplicação do texto de Yeshayahu (Isaías) 7:14 à concepção virginal de
Miriam (Maria)”.
Diga-se de passagem, que esse deslocamento da profecia, e sua
adição ao livro de Mattityahu (Mateus), que originalmente foi escrito em
hebraico, esse desvio da verdade – chamado: Apostasia –
propositadamente, utilizado pelo catolicismo romano, resultou como
instrumento para a formulação de vários outros dogmas cristológicos.
Citamos aqui, especialmente, o da: Preexistência/Divindade/Encarnação do
Verbo, onde através concepção virginal de Miriam (Maria), pelo espírito de
santidade de Yahuh, assim sendo elevado, o JESUS da cristandade, a
segunda pessoa da santíssima trindade. Não somente os dogmas acima
citados, bem como, o da glorificação de Miriam (Maria) como “THEOTOKOS
(Mãe de deus)” estão intimamente ligados à elaboração do dogma
trinitário, essência do cristianismo moldado e profundamente influenciado
pelo helenismo, ou seja, pelo paganismo, para que pudessem retornar a
adoração à Rainha dos Céus, desta feita utilizando a figura de Miriam
(Maria).
Será que não havia para os tradutores gregos ou helenistas, um
termo próprio para traduzir Jovem Mulher – ‘Almáh, em hebraico,
constante em Yeshayahu (Isaías) 7:14? Haviam alguns autores do
cristianismo do século II, Irineu e Justino, que nos prestaram o serviço de
preservar a versão mais correta: “Eles nos dizem, com indignação, que nas
versões gregas da Bíblia usadas pelos judeus, a palavra usada é “NEANIS”
(mulher jovem, sem acepção de virgem) e não “Parthenos”. Como não
sabiam o hebraico, atribuíam isto à “má-fé” dos yashurum”.
Mas nós podemos verificar hoje que a versão correta é Neanis. E este
não foi o único caso em que autores da cristandade, ignorantes do hebraico,
deturparam, ou mesmo interpolaram versículos do Tanach, para ler neles
supostas alusões ao Mashiach.
Concluindo, a doutrina da concepção virginal, que acabaram
constando das narrativas da infância em Mattityahu (Mateus) 1:23 e Luka
(Lucas) 1:31-35 é, comprovadamente, conforme temos aqui verificado,
segundo testemunhos incontestáveis, um desvio do contexto
histórico/profético sobre o Mashiach prometido, que segundo as profecias
da Palavra de YHWH, o Mashiach descenderia da linhagem de Dauid e da
tribo de Yahudah. O próprio Mashiach endossa sua descendência davídica,
24
quando triunfantemente faz a declaração que está em Apocalipse 22:16. A
crença da doutrina da ENCARNAÇÃO DO VERBO (do Logos preexistente) no
ventre da virgem Maria, através da concepção virginal, é um paradoxo à
revelação e autoafirmação do Mashiach, constante no texto acima
mencionado.
A ideia do nascimento virginal, nunca foi originada da profecia
hebraica, mas foi introduzida na doutrina bíblica de fontes pagãs, pelos fins
do primeiro século, e tornou-se acreditada devido ao influxo de
“convertidos” dos povos pagãos (influência grega), que achavam nessa
ideia uma correspondência com suas crenças mitológicas, anteriores. Há
indicações de que esta proliferação de mitos só começou a fazer-se em
maior medida quando os gentios começaram a predominar na igreja
nascente (diga-se catolicismo romano), trazendo consigo seus hábitos
mentais, tradições e crenças, ligadas à mitologia grega ou asiática. Enfim,
se o cristianismo superou os cultos gregos, romanos e asiáticos, também
absorveu, conscientemente, algumas de suas crenças, adaptando-as à
verdadeira doutrina bíblica, a doutrina dos profetas e dos emissários do
Mashiach, de modo a se tornar irreconhecível aos verdadeiros membros do
povo Yashuru.
Dentro do contexto das profecias da Palavra de Yahuh, não há se quer
uma só passagem (original) que possa justificar a ideia de que o Mashiach
prometido devia ser milagrosamente concebido. Portanto, apresentar o
texto de Yeshayahu (Isaías) 7:14 – fora de seu contexto histórico, e afirmar
que o mesmo se tratava de uma profecia messiânica, sobre o nascimento
virginal do Mashiach, deve tornar-nos bastante prudentes.
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25
PARTE 7
YOUTUBE: http://www.youtube.com/watch?v=7g9L3thbG3U
Yeshayahu Isaías 7:14 dentro de seu contexto histórico
Liga defensiva antiassíria e a guerra Siro-Efrayimita
“Todo texto fora do seu contexto, torna-se um pretexto”.
Nesta sétima parte, procuraremos fazer, resumidamente, uma
retrospectiva do contexto histórico em que está inserido o tão conhecido,
porém, mal interpretado texto de Yeshayahu Isaías 7:14. As circunstâncias
históricas da redação de Yeshayahu Isaías 7:14, não podem ser esquecidas
ou ignoradas se quisermos entender corretamente o significado do oráculo
do profeta, embora, já o temos visto no tópico anterior. Contudo,
analisemos cuidadosamente, seu contexto histórico. Vejamos:
Em 745 AEC., subira ao trono assírio um antigo soldado de nome Pul,
que passou a chamar-se: Teglat Phalasar
III. Foi o primeiro de uma série de tiranos
brutais que conquistaram o que se
tornou então o maior Império do Antigo
Oriente. Seu objetivo era a Síria, a
Palestina e o último pilar do mundo
antigo: o Egito. E assim foi que Yashuru
e Yahudah se encontraram entre as mós
implacáveis de um Estado militar, para
quem a palavra “PAZ” só merecia
desprezo e cujos déspotas e Côrtes só
entendiam de três coisas: marchar,
conquistar, oprimir. O rei assírio, Teglat
Phalasar III, teve de mostrar que era o senhor e o fez rapidamente! Desde
seu primeiro ano, parte em expedição.
A partir de 743, e dos anos seguintes, desce para o oeste e para o
norte da Síria. Desde o norte da Síria, Teglat Phalasar III, invadiu todas as
terras ao longo do mediterrâneo, transformando povos independentes em
províncias do Império da Assíria e em estados tributários.
Em 738, todos os reinos da região pagavam-lhe tributos. Entre esses
estava o rei Menaém, de Yashuru do norte. A princípio, Yashuru se
26
submeteu voluntariamente: “Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra;
e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse a
firmar o reino na sua mão. E Menaém tirou este dinheiro de Yashuru, de
todos os poderosos e ricos, para dá-lo ao rei da Assíria, de cada homem
cinquenta ciclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não ficou ali na
terra...”. [Melechim Bet (2 Reis) 15:19-20]. O rei Menaém, rei de Yashuru,
julgou que o pacto com o tirano e o pagamento voluntário seria um mal
menor. Mas isso começou a contrariar o povo. A contrariedade por causa
do imposto assírio degenerou em conspiração e assassínio. O ajudante.
Faceia (o mesmo. Peca, filho de Remalias) matou o filho e herdeiro de
Manaem e tomou o poder – Melechim Bet (2 Reis) 15:23-25 – Desde esse
momento, o partido antiassíria determinou a futura política do reino do
norte.
Em 735-734, é feita a liga antiassíria (uma aliança defensiva) que
tinha como objetivo: se opor ao avanço dos assírios, e se livrar do tributo
que o novo rei assírio – Teglat Phalasar III lhes havia imposto por volta de
738 AEC. Rezim, rei de Damasco (Síria), tomou energicamente a iniciativa.
Sob sua direção estabeleceu-se a liga de defesa dos Estados arameus contra
a Assíria. Os Estados fenícios e árabes, as cidades filisteias e os edomitas se
incorporaram a ela. Yashuru (sob o reinado de Peca, filho de Remalias)
aderiu também à liga.
O rei Acaz, que começa a reinar em Yahudah, no fim de 735-716, se
manteve obstinadamente à parte. Diante da recusa de Acaz, rei de
Yahudah, os dois reinos: Rezim, rei arameu de Damasco, em 735 AE.C., fez
aliança com Peca, filho de Remalias, rei de Yashuru, contra Yahudah, na
tentativa de forçá-lo a entrar na coalizão (liga) antiassíria. Ai estava formada
a guerra sírio-efrayimita, ou seja, Damasco e Yashuru, reino do Norte,
contra o reinado de Acaz, rei de Yahudah. Essa guerra constituía para
Damasco (reino da Síria) e Samaria (reino de Yashuru, que ainda é
designado pelo seu outro nome, Efrayim, daí o nome da guerra ”sírioefrayimita”), um preâmbulo para o confronto com Teglat Phalasar III.
Para Damasco e Samaria que combatiam ao norte, contra a Assíria,
era importante evitar uma segunda frente de batalha, no Sul, com Yahudah.
Por isso, esses dois reinos, quiseram fazer o reino de Yahudah entrar à força
na liga antiassíria. Acaz, rei de Yahudah, entretanto, recusou participar
desta campanha antiassíria. Diante da decisão de Acaz, os dois reinos,
27
Damasco e Samaria (Efrayim), tomaram uma resolução de grande vulto:
ocupar Yahushalayim e mudar seu rei. Então, o rei Acaz e seu povo temeram
essa guerra: “Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias,
rei de Yahudah, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de
Yashuru, subiram a Yahushalayim, para pelejarem contra ela, mas nada
puderam contra ela. E deram aviso à casa de Dauid, dizendo: A Síria fez
aliança com Efrayim. Então se moveu o seu coração, e o coração do seu
povo, como se movem as árvores do bosque com o vento”. [Yeshayahu
(Isaías) 7:1,2]. É exatamente nesse momento que se situa a intervenção de
YAhuh, através do profeta Yeshayahu Isaías, que culminou com o sinal do
Imanwu’Ul constante no verso 14. Vejamos resumidamente todo o
contexto bíblico:
[Yeshayahu (Isaías) 7:3 – “Então disse Yahuh a Yeshayahu (Isaías): Agora,
tu e teu filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz, ao fim do canal do
tanque”. Nota = A presença do filho de [Yeshayahu (Isaías) durante o
diálogo do profeta com o rei, não é desprovida de sentido, sobretudo, se
leva em conta que o nome do menino: Sear-Jasube ou “Um Resto Voltará”
no português. Esse nome é portador de esperança; deve servir para o rei de
garantia e de sinal da fidelidade de Yahuh.
[Yeshayahu (Isaías) 7:4 – “E dize-lhe: Acautela-te, e aquieta-te; não temas,
nem se desanime o teu coração por causa destes dois pedaços de tições
fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim, e da Síria, e do filho de
Remalias”.
Nota = O texto é claro e explicativo. Os dois pedaços de tições fumegantes,
referiam-se: a Razim, rei da Síria e a Peca, filho de Remalias, rei de Yashuru,
que intentavam invadir Yahushalayim e acabar com o reinado de Acaz, rei
de Yahudah, que se recusou entrar na coalizão antiassíria e por ser uma
ameaça futura aos reinos do Norte.
[Yeshayahu (Isaías) 7:5,6 – “Porquanto a Síria teve contra ti maligno
conselho, com Efrayim, e com o filho de Remalias, dizendo: Vamos subir
contra Yahudah, e molestemo-lo e repartamo-lo entre nós, e façamos
reinar
no
meio
dele
o
filho
de
Tabeal”.
Nota = A descrição “filho de Tabeal” é incerta. Parece tratar-se de um filho
do rei de Tiro, membro da coalizão, que se chamava Tubail e que reinava
ainda em 737 AE.C. Seja como for, esse intento, comprometeria seriamente
a dinastia davídica, e a promessa feita por Yahuh ao fundador dessa dinastia
28
como podemos comprovar lendo, Shmuel Bet (2 Samuel) 7: 8-16). Tal
intento era maligno e contrário a promessa de Yahuh a Dauid.
[Yeshayahu (Isaías) 7:7 – “Assim diz Yahuh Eterno: Isto não subsistirá, nem
tampouco acontecerá”. Nota = A esta altura do acontecimento, Yahuh
promete e garante livrar seu povo como um todo, tanto Yahudah ao sul
como a Yashuru ao norte.
[Yeshayahu (Isaías) 7:8,9 – “Porém a cabeça da Síria será Damasco, e a
cabeça de Damasco Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efrayim será
destruído, e deixará de ser povo. Entretanto a cabeça de Efrayim será
Samaria, e a cabeça de Samaria o filho de Remalias; se não o crerdes,
certamente não haveis de permanecer”. Nota = A promessa de Yahuh não
é incondicional. O verso 9, apresenta a condição do êxito: “se o não crerdes,
certamente não ficareis firmes”, ou seja, é preciso crer, é preciso manterse firme para poder ser fortalecido e sair vitorioso.
[Yeshayahu (Isaías) 7:10 – “E continuou Yahuh a falar com Acaz, dizendo:”.
Nota = Começa aqui um novo diálogo. Entretanto, não houve interrupção
entre as duas partes do diálogo.
[Yeshayahu (Isaías) 7:11 – “Pede para ti a Yahuh teu UL um sinal; pede-o,
ou em baixo nas profundezas, ou em cima nas alturas”. Nota = Aqui Yahuh
propõe a Acaz um sinal, precisando bem que Ele pode referir-se a domínios
onde só Yahuh é UL. A expressão “embaixo nas profundezas ou em cima
nas alturas” mostra a extensão do campo oferecido por Yahuh a Acaz.
[Yeshayahu (Isaías) Isaías 7:12 – “Acaz, porém, disse: Não pedirei, nem
tentarei a Yahuh”. Nota = O rei Acaz, se recusa a pedir um sinal. A razão
pela qual o rei se recusa a pedir um sinal parece legítima à primeira vista: o
homem não deve tentar a Yahuh. Mas aqui há uma diferença essencial: É o
próprio Yahuh que oferece o sinal. A atitude do rei e a sua resposta
constituem, de fato, uma desculpa má. Se o rei não quer pedir um sinal, é
simplesmente porque sua fé não é o suficiente, o sinal reconforta, garante,
dá segurança, mas quando não se crê em nada mesmo, o sinal não tem
razão de ser. O pedido de um sinal supõe alguma fé; a atitude de Acaz a
nega.
[Yeshayahu (Isaías) 7:13 – “Então ele disse: Ouvi agora, ó casa de Dauid:
Pouco vos é afadigardes os homens, senão que também afadigareis ao
meu UL? ” Nota = A reação do profeta é dura. Essa reação representa o
29
ponto culminante do conflito entre Yeshayahu (Isaías) e o rei Acaz. O
profeta fala ao “meu UL” e não mais do “teu UL” como no verso 11 e, a seu
ver, o rei está abusando da paciência de Yahuh e dos homens. E a sua
palavra não visa apenas ao rei, mas à dinastia como tal, à “casa de Dauid”.
Entretanto, embora, a recusa e incredulidade do rei Acaz, nem tudo
terminou: o próprio Yahuh vai dar um sinal. Eis o sinal: [Yeshayahu (Isaías)
7:14 – “Por isso o próprio Yahuh vos dará um sinal: Eis que a jovem mulher
está grávida e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Imanw ‘ul”. Nota
= Conforme temos verificado no tópico anterior “Síntese sobre Yeshayahu
(Isaías) 7:14” – comprovadamente, a “Jovem Mulher” é a rainha esposa de
Acaz, e o filho cujo nascimento é anunciado, é o futuro sucessor de Acaz, o
piedoso rei Ezequias. A forma “Imanu ‘ul” caracteriza-se como selo de uma
promessa de livramento. É o sinal da presença graciosa e salvadora de
Yahuh entre Seu povo e a confirmação da promessa feita a Dauid: “Porém
a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono
será firme para sempre”. [Shmuel Bet (2 Samuel) 7:16]
Acaz, rei de Yahudah, incrédulo não aceitou o livramento da parte de
Yahuh; não se manteve firme à eficácia dessa promessa, e recusou a
intervenção divina. Essa recusa custou caro para o rei Acaz, e para o povo
de Yahudah. Os fracassos sofridos por Acaz encontram-se registrados no
livro de Divre HaYamim Bet (2 Crônicas) 28:5-19. Diante do grande aperto
que se encontrava, Acaz apela para o rei da Assíria – Teglat Phalasar III –
para que o salve. O livro dos Melechim (Reis) nos cita a mensagem do rei
de Yahudah ao rei assírio: “E Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei
da Assíria, dizendo: Eu sou teu servo e teu filho; sobe, e livra-me das mãos
do rei da Síria, e das mãos do rei de Yashuru, que se levantam contra mim.
E tomou Acaz a prata e o ouro que se achou na casa de Yahuh, e nos
tesouros da casa do rei, e mandou um presente ao rei da Assíria”.
[Melechim Bet (2 Reis) 16:7-8]
Ouvindo o apelo do rei de Yahudah, os assírios tomaram Samaria em
734 AE.C. e Damasco em 732 AE.C. Acaz, salvou-se tornando-se um vassalo
(servo) da Assíria. Desde que o rei Acaz se submetera voluntariamente a
Teglat Phalasar III, Yahudah era Estado vassalo dependente e os
pagamentos de seus tributos eram registrados metodicamente em Nínive.
Quando Ezequias, filho e sucessor de Acaz, começou a reinar, não
quis seguir a política do pai. Com Ele subiu ao trono a reação: “Assim foi
30
Yahuh com ele; para onde quer que saía se conduzia com prudência; e se
rebelou contra o rei da Assíria, e não o serviu”. [Melechim Bet (2 Reis) 18:7]
Ezequias, ao contrário de seu pai, rei Acaz, fez o que era reto aos
olhos de YAhuh. Promoveu uma reforma na adoração no templo. Tirou
todas as abominações que seu pai havia introduzido em Yahudah,
destruindo os lugares de adoração a Baal e a escultura de metal Neustã. Fez
a purificação do Templo e restabeleceu o culto a YAhuh. No UL de Yashuru
confiou, guardou os mandamentos que YAhuh tinha dado a Moshe
[Melechim Bet (2 Reis) 18:3-6) e, “Assim foi o Eterno com ele...”, ou seja,
com a “casa de Dauid”. Nisto se cumpria finalmente o sinal do Imanu’ul:
“CONOSCO ESTÁ O ETERNO DE YASHURU”.
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31
Parte 8
YOUTUBE: http://www.youtube.com/watch?v=zR7RicB0eR4
Decisões ecumênicas
Os quatro primeiros concílios ecumênicos do cristianismo
Inicialmente, esclareceremos que por tratar-se de uma narrativa
histórica de concílios
ecumênicos romanos,
usaremos aqui os
nomes que ali foram
usados. O termo
“igreja” a que se
refere esta matéria
corresponde
ao
Catolicismo Romano –
apostata – ou seja, a
religião criada por
Roma
intitulada
cristianismo; e não aos primeiros membros do povo de YAhuh que foram
sendo encontrados.
Os quatro primeiros séculos do cristianismo lutas incansáveis foram
travadas com o fito de definir os dogmas trinitário e cristológico. De fato,
deve-se aos quatro primeiros concílios ecumênicos (Niceia, em 325 EC. –
Constantinopla, em 381 EC. – Éfeso, em 431 EC. E Calcedônia, em 451 EC.),
a formulação de vários dogmas cristológicos e ortodoxos, que,
decisivamente, nortearam o mundo religioso da cristandade.
Procuraremos, resumidamente, ressaltar as definições desses
concílios, onde doutrinas
que melhor se adaptavam
aos interesses terrenos da
“igreja”, foram, progressiva
e
inescrupulosamente
elaboradas
por
essas
“célebres
assembleias”
conhecidas como concílios
ecumênicos.
32
Foi sob a soberana influência dos pontífices romanos que se elevou,
através dos séculos, essa mistura de dogmas estranhos às primeiras
comunidades arrebanhadas pelos emissários, e que nada tem de comum
com a Palavra de Yahuh e lhe são muitíssimos posteriores. Essa pesada
construção de dogmas sem conta, que obstrui o caminho à VERDADE,
surgiu na terra no ano 325 da era comum.
O ano 325, figura na história da “igreja” como o mais decisivo na
expressão da cristologia. A divindade do Jesus da cristandade, rejeitada por
três sínodos, o mais
importante dos quais foi o
de Antioquia (268), foi em
325, proclamada pelo
Concílio
de
Niceia.
Convocado
por
Constantino, em 325 EC., o
Concílio
de
Niceia,
segundo
a
tradição,
contou com a presença de
318 bispos procedentes de
todas as províncias do
Império. O próprio imperador Constantino assumiu a direção dos trabalhos,
tomando uma posição de liderança teológica no Concílio, quando arbitrou
a controvérsia ariana.
Ario, sacerdote de Alexandria, entrou em conflito com a “igreja”,
desligando-se dela para sempre no Concílio de Niceia. Ario, afirmava que
vistas a Eternidade e unicidade de Yahuh, não cabia falar de seres criados
consubstanciais a Yahuh (da mesma substância de Yahuh), mas apenas de
seres criados ao lado e sob a dependência de YHWH. Ario opta, pois por
uma cristologia subordinada, em nome do Monoteísmo, que não consente
outro UL ao lado do Único UL Verdadeiro. Neste contexto, Ario, negava que
o Jesus criado pelo cristianismo era coigual, coeterno e da mesma
substância com o Pai, declarando ser ele apenas uma criatura (ou seja,
assim como a Palavra de Yahuh nos demonstra – um homem).
33
Escrevendo a Eusébio de Nicomédia Ario se lamenta: “Somos
perseguidos porque afirmamos que o messias
tem uma origem, enquanto que Yahuh não
tem começo. O Pai não foi Pai desde o
princípio, houve época em que o filho era
inexistente, ainda não criado (ou seja, não
havia nascido ainda). Yahuh só se tornou Pai
com o nascimento/morte e ressurreição
(recriação) de seu filho. Este filho, porém, não
se origina da substância do Pai, mas somente
da sua vontade (o plano). O Pai é incriado, mas
o filho, pois foi gerado, aliás gerado não da
mesma substância do Pai, mas por estar no
plano de Yahuh. Portanto, ele (o filho) não é
verdadeiro UL, mas uma criatura decerto
maravilhosamente
obediente
e
excepcionalmente relacionada com Yahuh”.
Depois de muita controvérsia sobre a
questão, os bispos nicenos, notadamente,
Atanásio (principal defensor e promotor da
ortodoxia nicena), condenando as afirmações de
Ario, criaram a formulação do dogma trinitário,
nos seguintes termos:
“Cremos em um só Deus, Pai TodoPoderoso, Criador das coisas visíveis e invisíveis, e em um só Senhor, Jesus
Cristo, Filho de Deus, único gerado do Pai, ou seja, consubstancial ao Pai,
Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado e
não criado, da mesma substância do Pai, que tudo criou no céu e na terra,
que por nós e pela nossa salvação desceu do céu, encarnou-se e fez-se
homem, sofreu e ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu e virá julgar os
vivos e os mortos. E creio no Espírito Santo”. (Observem que o espírito
santo ainda não era uma pessoa em 325 EC.). “Aqueles que afirmam:
houve um tempo em que ele não existia e ele não existia antes de ter sido
gerado, foi criado do nada, ou que sustentam ser ele de outra hipóstase ou
de uma substância diferente (do Pai), ou que o Filho de Deus foi criado, que
não é imutável, mas sujeito a transformação, recebem o anátema da IGREJA
CATÓLICA”. (a mãe da cristandade).
34
Nesse dogma, o Concílio de Niceia, definia conjuntamente, segundo
a sua própria conveniência, sob anuência do imperador Constantino, a base
fundamental do dogma trinitário: a consubstancialidade (divindade),
preexistência e a encarnação do verbo – o Logos, que conforme está
explícito no dogma: “desceu do céu, encarnou-se e fez-se homem”.
Finalmente, o termo “consubstancial” (homo-ousios), que em 268 EC., tinha
um sabor herético, pois tratava-se de emanação gnóstica, tornou-se o
“centrum nicaenum” o coração da confissão cristológica. A “igreja”
precisava confessar “Jesus Cristo” como “Verdadeiro Deus”.
Em suma, as doutrinas da divindade, preexistência e encarnação do
verbo, estão intimamente ligadas ao dogma da trindade. Não existe
trindade se não existir esses três elementos acima mencionados. E essa
definição ecumênica, do Concílio de Niceia, foi incorporada a fé “Cristã”
(das “igrejas” da cristandade) e é hoje, o sustentáculo da fé da cristandade,
por outro lado, é também, comprovadamente, um paradoxo ao contexto
profético e apostólico sobre a pessoa do Mashiach prometido por Yahuh
em Gênesis 3:15 conforme temos verificado no transcorrer deste estudo.
Convém ressaltar que, a fé na: divindade, preexistência e a
encarnação do verbo (que são os três pilares principais que sustentam o
dogma da trindade, de elaboração
e confissão católica), não podem
ser desligadas da fé da trindade. E
todos os que estão ligados a todos
ou a apenas um desses dogmas,
estão ligados na trindade e,
teologicamente, estão de mãos
dadas com o catolicismo romano
– A Grande Igreja Mãe, a Grande
Babilônia religiosa de Apocalipse 18, onde as nações (religiões) beberam do
vinho da ira de sua prostituição, e os reis da terra (organizações religiosas)
se prostituíram com ela; e os mercadores da terra (líderes religiosos) se
enriqueceram com a abundância de suas delícias (falsas doutrinas).
O sentido de Apocalipse 18 é religioso/político/espiritual.
A propósito, diga-se de passagem, que conforme o segundo Concílio
Ecumênico “a Grande Igreja” (a grande Meretriz Babilônia – A Grande – A
Mãe das Meretrizes e das abominações da terra – de Apocalipse 17),
35
considera os que aceitam, cegamente, os seus dogmas (doutrinas), como:
“irmãos separados”. Vejamos: “Este sagrado concílio deseja
insistentemente que as iniciativas dos filhos da igreja católica juntamente
com as dos “irmãos separados” se desenvolvam, e que não se prejudiquem
os futuros impulsos do espírito santo. Além disso, declara estar consciente
de que o santo propósito de reconciliar todos os “cristãos” na unidade de
uma só e única “igreja” excede as forças e a capacidade humana.
Abraçamos (...) em espírito os irmãos que ainda não vivem em plena
comunhão conosco, e as suas comunidades, com as quais estamos unidos
na confissão do Pai, Filho e Espírito Santo”.
É o esforço da Mãe (Igreja Católica Romana), desejando unir as filhas
e netas (religiões da cristandade que creem no jesus e na santíssima
trindade) em uma só comunidade (ecumenismo). Aliás, é importante
ressaltarmos que, teologicamente, a cristandade já está unida, conforme
confissão da Grande Igreja Mãe, através da crença na trindade, triunidade
e unicismo – Pai, Filho e Espírito Santo.
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36
Parte 9
YOUTUBE: http://youtu.be/k4Cmu913DRo
Decisões ecumênicas II
Em 381 EC., não muito depois da definição
de Niceia, entra em cena Apolinário de
Laodiceia. Embora fosse um admirador
incondicional de Atanásio e partidário de Niceia,
contudo, entrou, também, em conflito com a
“Grande Igreja”.
Apolinário citando preferencialmente
João1:14 “o verbo se fez carne...”, entendia que
“se o Logos (grego) tivesse assumido a forma de
homem completo, também teria assumido a
mutabilidade e a pecaminosidade integrantes da
natureza humana. Uma união só é possível com
a condição do Logos fazer o papel de espírito
humano, princípio da autoconsciência e da autodeterminação. Na tentativa
de entender a união hipostática (das duas naturezas), Apolinário idealizou
dois tipos de processos:
1) Dicotomia Antropológica (Alma e Corpo): o Verbo (Logos) assumindo
apenas o corpo;
2) Tricotomia Antropológica (Alma, Corpo e Espírito): o Verbo (Logos)
assumindo apenas a alma e o corpo.
Resumindo: Para Apolinário, no Verbo não cabia uma natureza humana
integral e genuína, assim sendo, em seu pensamento, a humanidade de
“cristo” não podia ser absolutamente consubstancial à nossa, ou seja,
Apolinário proclamava (blasfemava) que “cristo” não era homem genuíno.
A igreja romana, que defendia ardentemente a doutrina da encarnação do
Verbo, no Concílio de Constantinopla (381), proclamou a perfeição da
humanidade de “cristo” e condenou o Apolinarísmo. De fato, a mesma
“igreja” que pouco antes condenou os inimigos da divindade de “cristo”,
travou uma luta não menos árdua em favor de sua humanidade: a natureza
divina não absorve a natureza humana, defendendo assim o “mistério” da
37
união hipostática das duas naturezas – a divina e a humana, através da
encarnação do verbo.
Theotokos
Continuando as controvérsias cristológicas,
outra questão que deve aqui ser tratada de
relance (pois afinal a criação da divindade de
“cristo” – sua preexistência – a criação da
trindade, nascimento virginal de “cristo”, etc.
foram para esse fim), é a questão da
“Theotokos”, ou seja, do título dado a Miriam
(Maria), pela igreja católica, como “Mãe de
Deus”.
O célebre bispo de Constantinopla,
Nestório, relutou contra a proclamação de
Miriam como “Theotokos – Mãe de Deus”.
Para ele Miriam (Maria) só podia ser chamada
de “Christotokos – Mãe de cristo”, ou seja, mãe da natureza humana e não
“Theotokos”, Mãe da natureza divina. Nestório, embora fosse também
partidário de Niceia, refutava e considerava herético que a divindade
pudesse ter mãe. Para pôr fim a questão, a “igreja” no Concílio de Éfeso
(431 EC.) anatematizou a quem negasse a Miriam (Maria) o nome de: “Mãe
de Deus – Theotokos”.
O Concílio de Éfeso – 431 EC.
O Concílio em Éfeso foi
convocado pelo imperador
Teodósio II. A sede do
Concílio não podia ser mais
desfavorável a causa de
Nestório. A província de
Éfeso atribuía à questão um
interesse particularíssimo. A
“tradição” situava em Éfeso
o lugar onde morreu a
“Virgem Maria”. Convém acrescentar, que o qualificativo “Mãe de Deus”
dado a Maria, está intimamente ligado ao desenvolvimento mariológico da
38
teologia católica. “Theotokos” (Mãe de Deus) e “Aeiparthenos” (Sempre
Virgem) são termos que receberam entre os católicos um desenvolvimento
considerável. Podemos acrescentar ainda, seguramente, que não somente
entre os católicos, mas, também, , entre todos os
que creem que “Jesus é Deus” (o verbo preexistente
encarnado nascido de uma virgem), pois se ele é
Deus então Maria para estes também é a “Mãe de
Deus”, mesmo que de
tabela, pois também
creem que ele “foi concebido miraculosamente
pelo espírito santo no ventre da Virgem Maria”,
devem considerar e aceitar a definição
cristológica de 431, do Concílio de Éfeso, de
Maria como “Theotokos – Mãe de Deus”. É
como disse um eminente historiador:
“Considerando a consubstancialidade do
Verbo e a Divindade de “cristo”, em resultado
dessa definição cristológica, Maria podia ser
chamada, em certo sentido, “Mãe de Deus –
Theotokos”. Concluindo a breve narrativa do terceiro Concílio Ecumênico,
chegamos às fronteiras dogmáticas de Calcedônia e de seu “vere Deus et
vere homo” – verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
Devido às lutas cristológicas do
século IV, o “problema” da interrelação das duas naturezas de
“cristo”, não cessava de renascer.
Evidenciou-se isso particularmente no
princípio do século V (500 anos após a
morte do Mashiach), com a luta
contra os ensinos de Nestório e de
Eutiques.
A “igreja” viu-se levada a condenar
ambos no Concílio de Calcedônia, em 451 EC. O
nestorianismo já tinha sido condenado pelo
Concílio de Éfeso em 431 EC. Resumidamente o
ensino de Nestório convertia as duas naturezas
39
em “cristo” em duas pessoas distintas. Eutiques reveste-se de um caráter
bem diferente. Eutiques achava que depois da união hipostática (união das
duas naturezas – divina e humana) só cabia falar de uma única natureza em
“cristo” (Monofísimo). O Concílio de Calcedônia pronunciou-se não só
contra a separação, como contra a fusão das duas naturezas. Assim, em 451
EC., o Concílio de Calcedônia, resolveu que era preciso rejeitar tanto a
separação como a fusão das naturezas em “cristo”. Condenando as
“heresias”, a igreja católica romana (A grande Meretriz de Apocalipse 17)
definiu que “Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente
homem (vere Deus et vere homo)”.
Convocado pelo imperador Marciano a pedido do papa, o Concílio de
Calcedônia declarou a “fé ortodoxa” nos seguintes termos: ”Segundo os
Santos Padres, nós confessamos unanimemente um só e o mesmo Filho
Nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na divindade e perfeito na humanidade,
verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem, composto de uma alma
racional e de um corpo, consubstancial como Pai segundo a divindade, e
consubstancial conosco segundo a humanidade, em tudo semelhante a nós,
exceto no pecado; foi gerado antes dos séculos (preexistência) pelo Pai
segundo a divindade e nesses últimos tempos para nós, para nossa
salvação, por Maria, a Virgem, a Mãe de Deus; um e o mesmo “cristo”
senhor, unigênito, a quem reconhecemos ser em duas naturezas sem
confusão, sem mudança, divisão ou separação; não sendo pela união
suprimida a diferença das duas naturezas, mas antes sendo preservadas as
propriedades de cada natureza e reunidas em uma só pessoa, em uma só
hipóstase, mas um e o mesmo Filho Unigênito, Deus, Verbo, Senhor, Jesus
Cristo, como desde o princípio os profetas ensinaram a respeito dele, e
como ele mesmo o Senhor Jesus Cristo nos ensinou e nos foi transmitido
nos Símbolos dos Padres”. (?!?!)
_____________________________________________
Concluímos aqui, resumidamente, a narrativa histórica dos quatro
primeiros Concílios Ecumênicos, os quais foram decisivos e determinantes
na elaboração doutrinal da “Grande Igreja Mãe”, e que marcou,
profundamente, a fé da cristandade até os nossos dias. Ainda hoje,
passados mais de dezessete séculos, desses concílios, milhões de pessoas
religiosas, nas mais variadas formas eclesiásticas (denominações
evangélicas, além da Grande Mãe), seguem cega e religiosamente, a
40
herança (apostasia) legada (transmitida) pelos chamados célebres “Pais da
Igreja”.
Conforme já mencionado, no livro de Apocalipse (Revelação),
encontramos registrado que a grande Babilônia, a grande meretriz está
assentada sobre muitas águas (povos, nações e línguas). Essa grande
prostituta embriagou as nações, dando-as de beber do cálice das suas
prostituições. O sentido aqui é político e espiritual (religioso), confira em
Apocalipse 17: 1-18.
Os dogmas criados (formulados) pelo catolicismo romano
(cristianismo), principalmente, nos quatro primeiros Concílios Ecumênicos
como: a divindade (consubstancialidade do verbo), preexistência,
encarnação do verbo (que é o grande mistério do cristianismo), a trindade
e a dualidade, a união hipostática das duas naturezas (doutrina das duas
naturezas – divina e humana), o nascimento virginal, o título a Maria: “Mãe
de Deus – Theotokos”, e a confissão de “Jesus” como “verdadeiramente
Deus e verdadeiramente Homem (vere Deus et vere Homo)”, e diversos
outros dogmas romanos (que não foram aqui mencionados), constituem,
sem dúvida alguma, um reflexo da apostasia que fatalmente haveria de
surgir nos últimos tempos. Esta apostasia já havia sido anteriormente
alertada: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será
assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição”. [2Tessalonicenses 2:3]
______________________________________________
A fé primitiva e genuína, das primeiras comunidades compostas por
ovelhas desgarradas das duas casas de Yashuru, foram aos poucos, sendo
substituídas por dogmas estranhos aos conceitos bíblicos da época dos
profetas e emissários. A sã doutrina, das congregações primitivas, foi
tornando-se “heresia” para a “Grande Igreja Romana”, e a heresia romana
(os dogmas, alguns aqui listados), tornou-se “ortodoxia”, a base da fé da
cristandade.
Os primitivos seguidores do Mashiach transformaram-se em
heréticos só porque se mantiveram à margem da evolução doutrinal da
“Grande Igreja Mãe”, não aceitando, ou simplesmente ignorando, os
acréscimos e desdobramentos recebidos pelos cristãos a partir do singelo
“kérygma primitivo” (primeira proclamação das Boas Novas do Reino de
41
YAhuh – o ensinamento do próprio Mashiach e de seus emissários),
sobretudo depois que assimilou os esquemas e conceitos do pensamento
grego, notadamente sobre a doutrina da encarnação do verbo, o Logos de
Platão.
A igreja romana, com o seu recém fundado cristianismo, conseguiu
que seus pontos de vista e concepções triunfassem no conjunto de toda a
cristandade recém-criada e posta no lugar do Yashuru de Yahuh, ou seja,
conseguiu impor a “ortodoxia”. Em suma, a vitória final da “ortodoxia”
(apostasia) na antiguidade equivale simplesmente à vitória do cristianismo
inventado por Roma. A partir do momento em que o cristianismo, depois
de fundado, tornou-se a religião oficial do Império Romano, pouco a pouco
ia se afastando da verdadeira fé, tornava-se cada vez mais susceptível ao
influxo de convertidos dos povos pagãos.
Basta dizer que muitos dos “Pais da Igreja” chamados “apologistas” e
responsáveis pela herança doutrinária (apostasia) que transmitiram às
posteridades, vieram do paganismo, de um mundo culturalmente grego,
trazendo consigo suas tradições e crenças ligadas à filosofia grega,
essencialmente a de inspiração platônica – doutrina do Logos – do verbo
encarnado, é o que veremos nas próximas partes quando falaremos da
helenização do cristianismo...
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42
Parte 10
YOUTUBE: http://youtu.be/Hq12JMaR7mc
A Helenização do Cristianismo
HELENISMO (gr. Hellen = Grego):
É um termo aplicado para
designar o período de cultura
grega a partir de Alexandre
Magno (357-323 AEC.), até o
início do Império Romano sob
Augusto (31 AEC.).
O helenismo designa a
difusão da civilização e da
cultura grega imposta nos reinos
conquistados por Alexandre (o Grande), filho e
sucessor
de
Filipe
da
Macedônia.
Influenciando assim, decisivamente, todos os
povos conquistados; penetrando mais
profundamente nas cidades, onde trouxe o
estudo da literatura e da filosofia grega.
Uma das principais cidades do período
helenístico foi, sem dúvida, Alexandria, capital
do Egito. Fundada por Alexandre Magno em
332-331 AEC., de quem tomou o nome.
Alexandria floresceu rapidamente, tornandose o maior centro intelectual do mundo helenístico, com suas grandes e
famosas bibliotecas e sua concentração de renomados mestres. Reuniramse sob sua jurisdição as melhores cabeças do mundo grego oriental. Digase de passagem, que foi em Alexandria, sob o reinado e a pedido de
Ptolomeu II Filadelfo (385-246 AEC.), que se elaborou a “famosa”
Septuaginta (versão grega dos setenta da antiga aliança em hebraico) onde,
lamentavelmente, houve a helenização do nome hebraico Yahushua
(Yeshua em aramaico) para o grego IESOU, do qual a cristandade herdou a
forma latina IESVS, donde no século VII EC. Com a criação da letra “J”
tornou-se Jesus, neolatino, em português.
43
No começo da segunda metade do século II EC., abriu-se em
Alexandria, uma escola catequética para instruir os convertidos do
paganismo ao cristianismo. Seu primeiro diretor foi Paterno, “competente”
“convertido”, vindo, segundo alguns, do Estoicismo. Clemente e Orígenes
foram os seus sucessores nesta “influente” escola de teologia cristã – um
protótipo das faculdades teológicas hoje existentes. Essa escola filosófica
formou pensadores e “mestres” destinados a grandes celebridades,
destacando-se Atanásio (principal defensor da ortodoxia nicena e autor da
teologia da Encarnação do Verbo), os três Capadócios, Basílio Magno,
Gregório de Missa e Gregório Nazianzeno, e Cirilo.
Os membros desta escola recorriam para a interpretação exegética,
ao método da “alegorese” (sistema exegético que preconiza a existência de
um sentido espiritual escondido sob a liberalidade do texto bíblico).
A estrutura da escola Alexandrina, ou seja, sua visão filosófica era
platônica, e sua paixão a especulação teológica. Seus membros estavam
ansiosos por desenvolver um sistema teológico a partir do uso da filosofia
grega que, segundo eles, seria capaz de permitir uma exposição sistemática
do cristianismo. Educados na literatura e na filosofia clássicas, os
alexandrinos, assim chamados, pensaram que poderiam usá-las na
formulação da teologia cristã. E foi o que de fato ocorreu. Ao invés de
enfatizarem uma interpretação histórico/gramatical da Bíblia (a exemplo da
escola de Antioquia), pelo contrário, criaram, sob a inspiração da filosofia
grega, um sistema alegórico de interpretação, que ainda hoje assola o
cristianismo.
Em síntese: O helenismo, através da cultura e filosofia grega,
influenciou decisivamente o cristianismo nascente. Muitos “mestres”
filósofos vindos do paganismo e que haviam se convertido ao cristianismo,
queriam combinar cristianismo com filosofia, ou vestir a filosofia pagã com
uma roupagem cristã. E o resultado desse sincretismo religioso, ou seja, a
combinação e influência da filosofia grega sobre o cristianismo trouxe,
inevitavelmente, graves consequências religiosas. E é certo que as
correntes culturais que se desenvolveram em Alexandria, tenham deixado
marcas também na linguagem do que chamam de nova aliança.
Depois da elaboração da versão grega dos SETENTA (SEPTUAGINTA)
aproximadamente no ano 250 AEC., e com os apologistas do século II EC.,
44
(Justino Mártir, Clemente de Alexandria, Orígenes
e outros) presencia-se o primeiro passo desses
esforços de elaboração doutrinal, notadamente a
doutrina do Logos – a encarnação do verbo,
surgidos da confluência entre o cristianismo e o
mundo grego antigo.
Era imprescindível que tais autores
(chamados de apologistas ou polemistas), ao
tentarem tornar a fé compreensível a seus
contemporâneos (convertidos do paganismo),
colocando-se em vias de helenização, ultrapassassem os limites teológicos
da exegese histórico/gramatical do contexto profético/hebraico da Palavra
de YAhuh, que até então, haviam servido para expressar a reflexão da fé
primitiva. Assim, foram levados a utilizar conceitos e noções próprios ao
meio em que viviam, ou seja, ao mundo helenístico, onde muitos
pensamentos e ideias da filosofia grega foram extraídos e incorporados
teologicamente na elaboração doutrinal da Grande Igreja Romana,
progenitora de toda a cristandade.
De fato, o mundo helenístico oferecia condições favoráveis para a
difusão do cristianismo. Além do mais, a própria facilidade de comunicação
do mundo helenístico, favoreceu aos “apologistas” do século II EC., a
difusão rápida (embora apostatada) do Evangelho, numa área
extremamente extensa, porém, helenizada culturalmente.
Convém ressaltar que o catolicismo romano (cristianismo) era
politicamente romano, mas grego culturalmente. E é inegável, que ao se
confrontar com a cultura grego/romana, o cristianismo, recém-inventado,
esforçou-se, conforme assinalamos acima, por assimilar alguns de seus
valores, adaptando-os e reinterpretando-os. Onde o resultado da
confluência do cristianismo com a cultura grega, permitiu de fato, não
apenas uma junção entre o cristianismo e o helenismo, mas, sobretudo, a
helenização do cristianismo, que passou a empregar o esquema conceitual
e os métodos usuais no meio ambiente.... É como ponderou Hamack, “tal
helenização do cristianismo constituiu um dos fatores determinantes da
elaboração doutrinal da ‘igreja antiga’” – o catolicismo romano.
As tentativas de síntese entre o cristianismo e a cultura clássica
aparecem desde os apologistas do século II, atingindo maior amplitude e
45
forma mais sistemática com os alexandrinos, Clemente e Orígenes,
seguidos, no final do século IV, pelos Padres da igreja, em particular, Santo
Agostinho no Ocidente e, no Oriente, os capadócios.
Nas controvérsias doutrinais dos séculos III e IV, assim como nas
formulações da ortodoxia eclesiástica a que deram surgimento às decisões
ecumênicas (conforme verificamos em partes anteriores), observa-se o
amplo emprego de vocabulário e de conceitos da filosofia grega. Trata-se
de um fato universalmente reconhecido, só não reconhecido por aqueles
que não conseguem enxergá-lo.
A própria teologia ensinada pelos apologistas ou polemistas, por
exemplo, evidencia o amplo emprego de conceitos extraídos da filosofia
grega. Antes de fazermos uma leitura da teologia ensinada pelos
apologistas,
conheçamos,
resumidamente,
a
apologética
judeu/alexandrina, que também helenizada, influenciou decisivamente o
cristianismo em suas decisões dogmáticas.
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46
Parte 11
YOUTUBE:
Apologética Judeu (yahudim) /Alexandrina
Filo de Alexandria, também conhecido
como Filo, o yahudim (judeu), foi,
provavelmente, o maior yahudim escritor da
diáspora, do primeiro século EC. Foi o
representante mais notável do judaísmo
helenístico de Alexandria. Pouco se sabe da
vida de Filo. Ele nasceu aproximadamente em
20 AEC., numa rica e influente família da tribo
de Yahudah em Alexandria, no Egito, onde na
época, ficava a maior comunidade de
yahudim fora da Palestina (cerca de um
milhão de yahudim podem ter vivido lá). Ele foi educado em todos os
aspectos da cultura grega na cidade de Alexandria, onde morou até o fim
de sua vida. Ele morreu aproximadamente em 50 E.C., talvez na época em
que Paulo estava escrevendo a sua primeira carta aos Tessalonicenses, o
primeiro livro escrito após o nascimento do Mashiach.
Como filósofo, Filo, tinha um profundo conhecimento da cultura
grega, mas a maioria de suas obras (todas escritas em grego) tem a ver com
a interpretação das escrituras hebraicas. Filo era muito respeitado na sua
época, e seus escritos tiveram grande influência sobre vários escritores
cristãos dos primeiros séculos. Na sua teologia, a fim de explicar a Bíblia,
Filo recorria ao método alegórico, que alguns pagãos aplicavam a Homero
e à mitologia, cujo objetivo era desvendar, no texto sagrado, sob seu
sentido literal, um sentido oculto, profundo e espiritual, em que residia a
essência da revelação. À luz dessa interpretação, os episódios e
personagens da história bíblica, assim como as prescrições da Lei
convertiam-se na expressão simbólica de verdades metafísicas ou morais.
Ao que parece, a alegoria foi característica de todo o judaísmo
alexandrino, Filo transformou-a em princípio básico de sua exegese. Filo
elaborou baseado nas Escrituras um sistema lógico e filosófico, que,
embora manifeste bem claramente a influência de diversas escolas pagãs,
possui uma estrutura essencialmente platônica. Nele se encontra a mesma
47
oposição entre mundo sensível e mundo inteligível. Entre deus e o Universo
material, Filo concebia uma completa hierarquia de seres intermediários,
assimilados ora às ideias platônicas, ora às coortes angélicas, criaturas ou
emanações de deus conforme a crença judaica, que receberam a
designação de Potências ou Lógoi. No vértice dessa pirâmide de entes
celestes, situa-se o Logos, entendido simultaneamente como um dos lógoi
individuais – o mais próximo de deus – e como uma espécie de ser coletivo,
fonte e instrumento da criação, que, sem, contudo, ser igual a deus
participa da natureza divina. As interpretações alegóricas de Filo foram
fortemente influenciadas pela filosofia de Platão (platonismo).
Por maior que se afigure a distância entre a corrente principal do
pensamento yahudim na Palestina e esse tipo de especulação, em que não
há quase lugar para aspirações propriamente nacionalistas e messiânicas,
não se encontrava isolado por completo no interior do judaísmo. Verificamse paralelos em alguns escritos da literatura sapiencial, canônicos ou
deuterocanônicos (Provérbios, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico), nos
quais a Sabedoria divina personificada apresenta analogias bem precisas
com as hipóstases de Filo. A posterior Cabala judaica revela também certas
afinidades com as concepções Filonianas. Mas foi principalmente sobre a
igreja em formação (cristianismo) que se exerceu a influência do
Alexandrino: Filo abriu caminho à teologia cristã. Em grande parte, a
popularidade de que Filo gozou entre os cristãos explica o silêncio total que
os rabinos mantiveram em torno de seu nome.
Filo e a “nova aliança”
O pensamento de Filo apresenta afinidades demasiado precisas com
certos escritos da nova aliança para serem fortuitas (casual ou por acaso).
Estão nesse caso o prólogo do quarto evangelho (João) e sua doutrina do
VERBO – o LOGOS grego. Diversos traços atributos do LOGO de Filo
encontram-se presentes no LOGO joanino. Aqui, a originalidade essencial
do cristianismo, manifesta-se nessa identificação do LOGOS na pessoa de
“Jesus”. Não é menos evidente, sem dúvida, que a ideia de explicar “Jesus”
em termos de LOGOS (VERBO) ocorreu apenas porque a palavra e o
conceito se haviam popularizado no judaísmo alexandrino por intermédio
de Filo.
Filo, influenciado pela filosofia grega, usa a palavra LOGOS para
descrever que um Ser – o mais próximo de deus – preexistente, foi a fonte
48
e instrumento de toda a criação. A palavra LOGOS (geralmente traduzida
por VERBO ou por PALAVRA) é usada da mesma forma no evangelho de
João (anos depois da morte de Filo), com um desdobramento considerável
ao LOGOS de Filo: no prólogo joanino (João1: 1-14) aqui o LOGOS, do quarto
evangelho, ele não apenas participa da criação, como ele é o próprio deus
criador que se fez carne e habitou entre nós. Um conceito que foi extraído
da filosofia grega, conforme veremos na teologia ensinada pelos
apologistas ou polemistas dos séculos II e III, e que não há nenhum respaldo
nas escrituras hebraicas.
Por outro lado, o pensamento filoniano só poderia ter ascendência
sobre o cristianismo deturpado, romano, em vias de helenização, e que, por
fim, seu pensamento filosófico e platônico contribuiu decisivamente para
configurar a teologia da igreja, notadamente sobre a doutrina da
Preexistência/Divindade e Encarnação do Verbo (o LOGOS grego).
Em síntese, a apologética yahudim/alexandrina, através de Filo,
comprovadamente, influenciou e abriu caminho aos apologistas do século
II.
É o que veremos, resumidamente, apenas alguns deles, onde nas
suas doutrinas (teologias), observa-se o amplo emprego de conceitos
extraídos da filosofia grega, notadamente sobre a doutrina da Encarnação
do Verbo, o LOGOS grego.
Teologia ensinada pelos Apologistas ou Polemistas dos séculos II
e III
Justino Mártir
Nascido em Samaria, de família pagã de
língua grega, Justino converteu-se ao
cristianismo provavelmente em Éfeso, na
época de Adriano, fixando-se a seguir em
Roma, onde abriu uma escola. Por volta de
165 E.C., foi levado ao martírio. Justino deixou
obra considerável, que Eusébio chegou a
conhecer na íntegra, mas dela sobreviveram
apenas três trabalhos de autenticidade
comprovada: duas Apologias e o diálogo com Trifão, tratado anti-judaíco
em forma polêmica.
49
Como filósofo e profundo conhecedor da cultura grega, Justino
considerava haver convergência entre os melhores produtos do
pensamento pagão e o cristianismo, pois ambos recebiam inspiração da
mesma fonte: “Não foi somente aos gregos e pela boca de Sócrates, que o
VERBO mostrou a verdade. Também os bárbaros foram esclarecidos pelo
mesmo VERBO, que assumiu forma sensível, tornou-se homem e chamouse Jesus Cristo (1Apol. 5-4).
Clemente de Alexandria
Nascido em Atenas, era filho de
pais pagãos. Viajou muito e estudou
filosofia com muitos “mestres”
pagãos antes de começar a estudar
com Panteno, em Alexandria, onde
tornou-se discípulo. Por volta de 190
EC., consagrou-se à atividade
docente, até 215 EC., quando morreu.
Clemente tinha o ideal de um
filósofo cristão como o seu objetivo.
Segundo ele, a filosofia grega seria
aproximada do cristianismo a fim de
que se compreendesse que o
cristianismo era a filosofia superior e
definitiva. De suas obras mais
importantes, preservaram-se três: “o Protréptico, Pedagogo e Stromateis”,
das quais destacamos a primeira.
O Protréptico (discurso persuasivo) é dirigido aos pagãos e combina
uma crítica rigorosa dos cultos e crenças do paganismo com uma teoria do
LOGOS, em que este é apresentado como a origem dos elementos de
verdade contidos na filosofia grega, que em Jesus Cristo se revelou mais
tarde em toda plenitude.
Sobre a teoria do LOGOS, Clemente de Alexandria, reinterpreta e
reveste a filosofia grega, de inspiração platônica, com uma roupagem cristã,
ou seja, Jesus Cristo é o LOGO grego, que se revelou mais tarde.
50
Orígenes
A glória de Clemente foi
eclipsada pela de Orígenes, que
embora lhe sucedendo à frente da
escola de Alexandria, não parece ter
sido seu discípulo. Graças a sua
considerável projeção e seus dons de
apologista, Orígenes, foi considerado
o grande pensador da escola
Alexandrina.
Sua
curiosidade,
entretanto, não se limitou a Bíblia. Era
um profundo conhecedor da filosofia
grega, que lhe fora ensinada por
“mestres” pagãos. Familiarizara-se
com todas as correntes intelectuais e
religiões da época, as quais lhe influenciaram o pensamento em graus
diversos.
Adversário do Gnosticismo, sob muitos aspectos revelou ter com ele
estreita afinidade. Além disso, se de um lado sempre proclamou a
autoridade suprema da Bíblia, de outro reservou-se à filosofia,
especialmente à de inspiração platônica. A filosofia grega desempenhou
importante função em seu pensamento, influenciando-o em grande
medida. Através de seu pensamento filosófico, identificava-se como médio
platonismo, escola de transição entre o platonismo e o neoplatonismo, e
dele provieram algumas de suas doutrinas, notadamente a de deus, da alma
imortal, etc.
A doutrina de Orígenes que revela maior originalidade é a
cosmologia. Ao lado de deus, admitia a existência de um mundo eterno
constituído por ”almas” ou essências lógicas, que, antes de tudo, estariam
livres e, portanto, sujeitas à mutação. Entre deus e as essências lógicas
situava-se o LOGOS, espécie de intermediário que, evitando o contato
direto de deus com as criaturas, permitia, entretanto, a passagem do
simples ao múltiplo. O LOGOS não era deus na plena acepção, era apenas
divino, isto é, deus por participação.
Decorre daí o caráter relativamente subordinacionista da doutrina de
Orígenes sobre o LOGOS. A fim de salvar os homens, esse LOGOS encarnara51
se, e para tanto revestira-se de um corpo e tomara, como alma, uma
essência lógica sem pecado. Mediante sua encarnação, trouxera plena
revelação aos homens, que seriam progressivamente educados por ele,
para chegar a deus. Pela morte na “cruz”, “Cristo” oferecera-se em sacrifício
propiciatório pelos pecados dos homens e alcançara a vitória sobre as
potências demoníacas, que conservavam os homens cativos. O objetivo
final da obra do LOGOS, segundo a teologia de Orígenes, é o retorno de
todas as coisas ao estado primitivo (apocatástase).
Orígenes exerceu considerável influência, sobretudo no domínio da
exegese e da doutrina do LOGOS (encarnação do VERBO), nas decisões
conciliares que aconteceram nos séculos posteriores. A maioria dos
teólogos dos séculos III e IV seriam ou discípulos de Orígenes, como
Gregório o Taumaturgo, ou tributários de seu pensamento, como os
capadócios.
Clemente e Orígenes, como os dois principais pensadores
responsáveis pela escola catequética de Alexandria, deram a inspiração
inicial para outro desenvolvimento da especulação que iria se operar no
Oriente Cristão. Ambos foram profundamente influenciados, em suas
tentativas de compreender e expor a Divindade triúna, pelo platonismo que
neste tempo revivia em Alexandria.
Em suma, as influências e contribuições do mundo helenístico sobre
o cristianismo, representaram, comprovadamente, uma ruptura a fé
primitiva e genuína na Palavra de Yahuh.
Leonard Swidler, doutor em História, citando as palavras de Geza
Vermes, declara: “Se o veículo no qual a teologia cristã se desenvolveu
fosse o hebraico e não o grego, não teria produzido uma doutrina da
encarnação no sentido em que a palavra é tradicionalmente entendida”.
Swildler acrescentou: “A passagem do universo cultural semita para o
helenismo, de um Messias davídico para um Messias preexistente e
divinizado, aconteceu quando o cristianismo nos seus primórdios (a partir
do segundo século) entrava em processo de helenização...”. “A confissão da
divindade de Jesus pode ter sido inevitável e bastante pertinente para os
gregos e europeus dos séculos anteriores, cujos processos de pensamentos
foram moldados pela metafísica platônica”.
Finalmente, concluindo mais essa síntese sobre: “A HELENIZAÇÃO DO
52
CRISTIANISMO”, podemos afirmar seguramente que: a doutrina da
encarnação do VERBO – o LOGOS grego preexistente – constante no
prólogo joanino (João 1: 1-14) e, consequentemente, o pseudo nascimento
virginal, são comprovadamente, frutos de reflexão e especulação teológica,
moldados profundamente em princípios filosóficos gregos, que,
progressivamente, através de vários dogmas católicos, fizeram o Mashiach
davídico (segundo o contexto bíblico/profético), o LOGOS preexistente de
Platão (segundo a filosofia e metafísica grega).
Conclusão
Concluindo nossa síntese, comprovadamente, segundo a exegese
bíblica do contexto histórico/profético e segundo o testemunho apostólico,
temos verificado nesse estudo: que, Yahushua ben Yoseph, era literal e
biologicamente da Linhagem (descendência/da semente) de Dauid.
Conforme já citado, somente alguém realmente considerado como um
descendente (rebento) legítimo, nascido da estirpe (família) de Dauid,
poderia, verdadeira e comprovadamente, fazer a seguinte e irrefutável
declaração: “Eu, Yahushua, enviei o meu anjo, para vos testificar estas
coisas nas congregações. Eu sou a raiz e a geração de Dauid, a
resplandecente estrela da manhã”. [Gilyahna (Revelação/Apocalipse)
22:16]
O que era inconcebível ou mesmo blasfemo em 60 EC., no início do
caminho delineado por Yahushua, quando os apóstolos ainda viviam, veio
a ser doutrina oficial do recém-inventado cristianismo, em 325 EC. – no
Concílio de Niceia – o primeiro grande concílio da história do cristianismo.
O concílio de Niceia foi decisivo na elaboração da “Grande Igreja Mãe”
(catolicismo) que tem legado a cristandade uma teologia contrária à
primitiva pregação aprendida do Mashiach e da Palavra de Yahuh dos
primeiros chamados no primeiro século.
Como resultado dos principais Concílios Ecumênicos (partes oito e
nove deste estudo), a fé da igreja católica (e de toda cristandade – filhas e
netas – chamadas pelo catolicismo de: “irmãos separados”), se
fundamenta, explicando a fé no Pai, no filho e no espírito santo como
perfeitamente antipoliteísta. Para ela, pois, a fé na divindade de “Cristo”
não pode ser desligada da fé na trindade – o grande mistério e pilar também
da cristandade. Ou seja, segundo a teologia católica, existe uma íntima
correlação entre a doutrina da preexistência e divindade de “Cristo” e o
53
deus trino. Afirma o catolicismo: ”Quem combate a preexistência do
“Cristo” (o verbo encarnado) denuncia o dogma trinitário como uma
especulação”.
De fato, o grande ”Mistério” do cristianismo é, sem dúvida, a
“encarnação do verbo”, uma doutrina, que foi formulada e defendida
fervorosamente por Atanásio (“brilhante” assistente de Alexandre, bispo de
Alexandria) contra Ario, um carismático presbítero, também de Alexandria,
que formulara a tese de que Jesus, o Logos encarnado, não era divino da
forma de deus Pai: fora criado por deus antes do começo dos tempos. Ario
não negava a divindade de “Cristo”, mas não o considerava divino por sua
própria natureza. Embora não rejeitasse a trindade, para Ario, o Logos, por
conseguinte, era uma criatura; assim, tempo houvera em que não existia e
em que deus não era Pai.
Atanásio constituiu-se no principal defensor daquilo que seria a
interpretação ortodoxa. Seus pais, ricos, tinham lhe permitido receber sua
educação teológica na famosa escola catequética de Alexandria. Ele ao
contrário de Ario argumentava que o Logos era deus da mesma forma que
deus Pai. Partilhava a mesma natureza (substância) de deus Pai e não fora
nem criado e nem gerado. O conflito se acirrou, e os bispos da “igreja
católica” se viram obrigados a tomar partido. No entanto, o debate
ameaçava dividir a “igreja”. O imperador romano Constantino enfureceuse: não entendia nada de teologia, mas não pretendia permitir que a
controvérsia, entre Ario e Atanásio, pertencentes a mesma igreja católica,
dividisse a instituição que devia ser coesa e unida. Para o imperador
Constantino, o conflito interno na “igreja”, causaria instabilidade ao
império romano. A cristianização do Estado era de suma importância para
Constantino, não como religião única a ser adotada pelos romanos, mas
como política do império.
Constantino procurou então resolver o problema com cartas
enviadas ao bispo de Alexandria e a Ario, mas a polêmica extrapolava o
âmbito de uma carta do imperador. Constantino convocou então um
Concílio dos bispos da “igreja” a fim de encontrar uma solução para a
controvérsia. Este Concílio se reuniu em Niceia no começo do verão de 325
EC... O imperador Constantino presidiu o Concílio, tomando uma posição
de liderança teológica no Concílio, quando arbitrou a controvérsia ariana.
54
Sem entender nada de teologia, Constantino declarou seu apoio ao partido
de Atanásio, esperando resolver o assunto de uma vez por todas.
Sob a anuência do imperador romano, os bispos no Concílio de Niceia
formularam um credo que expressava as ideias de Atanásio. O símbolo –
conforme temos já verificado – exprimia-se nos termos seguintes: “Cremos
em um só deus, pai todo-poderoso, criador das coisas visíveis e invisíveis, e
em um só senhor, “Jesus Cristo”, filho de deus, único engendrado do Pai,
ou seja, da substância do Pai, deus de deus, luz de luz, deus verdadeiro de
deus verdadeiro, engendrado e não criado, da mesma substância do Pai,
que tudo criou no céu e na terra, que por nós e pela nossa salvação desceu
do céu, encarnou-se e fez-se homem, sofreu e ressuscitou no terceiro dia,
subiu ao céu e virá julgar os vivos e os mortos. E creio no Espírito Santo”.
“Aqueles que afirmam “houve um tempo em que ele não existia” e “ele não
existia antes de ser engendrado” “foi criado do nada”, ou que sustentam
ser ele de outra hipóstase ou de uma substância diferente do Pai, ou que o
filho de deus foi criado, que não é imutável, mas sujeito a transformação,
recebem o anátema da Igreja Católica”.
Contrariamente ao que se esperava o imperador, esse texto não
encerrou as discussões que, poucos anos depois, reacenderam com todo
vigor. Na realidade, era demasiado polêmico, permitia a manutenção de
diversos equívocos e, acima de tudo, fora adotado em consequência das
pressões do imperador e sob a ameaça de exílio. Mais tarde, entretanto, ao
findar o século IV, obteria a unânime aceitação da cristandade, tornandose um dos grandes textos dogmáticos da igreja católica, relativos à
divindade do filho e à trindade ou triunidade de deus. (sendo que hoje
muitos se apegam a partes desse texto para pregarem a dualidade – o
unicismo).
Finalmente, aqueles que defendem as doutrinas da Preexistência,
Divindade e Encarnação do Verbo – o Logos grego – estão, de fato,
defendendo a doutrina da trindade que conforme está provada, esta
“ortodoxia” é fruto de decisões ecumênicas – conforme verificamos no
decorrer deste estudo – na parte em que fizemos um breve resumo dos
quatro principais Concílios Ecumênicos do Cristianismo.
Conclusão II
55
Continuando nossa conclusão, não poderíamos deixar de falar
daqueles que defendem o dogma trinitário ou o dualismo (a unicidade) e
afirmam: ”que o quarto evangelho (o livro de Yahuchanam (João)) é o
poderoso testemunho da Divindade de “Cristo”, e precisamente ele é o que
nos apresenta o Verbo Encarnado”. E o que dizer, principalmente, sobre
prólogo joanino – João 1: 1-18?
Bart D. Ehman, um dos maiores especialistas em Critica Textual do
mundo, sobre algumas passagens do Evangelho, responde: “Os leitores
muitas vezes notaram, por exemplo, que o capítulo 21 parece ser um
acréscimo tardio. O evangelho certamente parece se concluir em 20: 30,31;
e os acontecimentos do capítulo 21 parecem ser uma espécie de meditação
posterior, acrescentada provavelmente para completar as histórias das
aparições de Jesus ressuscitado e para explicar que quando o “discípulo
amado” responsável pela narração das tradições no Evangelho morreu, isso
não era imprevisto (cf.21: 22,23). Outras passagens do Evangelho também
não são perfeitamente coerentes com o resto. Mesmo os versículos de
abertura – 1:1-18 – que formam uma espécie de prólogo ao Evangelho,
parecem bastante diferentes do restante. O tantas vezes celebrado poema
fala do ”Verbo” de Deus, que existiu com Deus desde o princípio e sempre
foi Deus e se “fez carne” em Jesus Cristo. A passagem foi embasada em um
estilo de alto teor místico que não se encontra no resto do Evangelho; além
disso, à medida que os temas centrais são repetidos no resto da narrativa,
alguns dos seus importantes vocábulos não são. Desse modo, Jesus é
retratado durante a narrativa como aquele que veio do alto, mas nunca é
chamado de o Verbo em outra passagem desse mesmo Evangelho. É
possível que essa abertura do Evangelho tenha provindo de uma fonte
diferente do restante do relato e que tenha sido acrescentada como um
início apropriado pelo autor depois de o livro ter sido anteriormente
publicado? Aceitemos, por um momento, apenas para manter o
argumento, que o capítulo 21 e 1:1-18 não fossem componentes originais
do Evangelho”.
Resumindo, uma coisa é certa, devido a seu estilo literário diferente
aos demais evangelhos, e muitos textos que contém expressões mitológicas
para estabelecer a preexistência eterna do Filho de Deus, como por
exemplo: “desceu do céu” (fórmula acentuadamente mitológica – ver Atos
14:11), evidencia-se o fato de o Evangelho não ter sido elaborado sem
nenhuma contribuição externa. Ademais, o próprio prólogo joanino, em
56
questão (João 1:1-18) e sua doutrina da Encarnação do Verbo, se inspira em
filosofia grega, de Alexandria, onde o cristianismo, recém criado, sofria
pouco a pouco a sua influência, que o levava a fazer do Mashiach (o
descendente legítimo, da linhagem de Dauid – segundo o contexto
profético) o VERBO, o LOGOS preexistente de Platão, segundo a filosofia
grega.
A verdade é que foi sob a influência pagã da filosofia grega, onde
através do pensamento platônico de vários filósofos como: Filo, Justino
Mártir, Clemente, Orígenes e outros, a teologia “cristã” efetuou a evolução
que consistia em substituir a ideia de um homem honrado, tornado divino,
a de um ser divino que se tornou homem, através da Encarnação do Verbo.
Concluindo: Quanto a doutrina da encarnação do verbo, bem
assinalou Hamach, eminente historiador: “A doutrina do Logos é uma
invasão metafísico/grega no cristianismo”.
Ao contrário do que consta em João1: 14, onde diz: ”E o verbo se fez
carne...” a mensagem ensinada pelos emissários, em relação ao verdadeiro
Mashiach – o Descendente de Dauid, prometido e profetizado na Palavra
de Yahuh – Yahushua Há Mashiach, era e sempre será esta:
YAhuh o fez Senhor e Mashiach .................................. Atos 2:36
YAhuh o ressuscitou ................................................... Atos 3:15; 5:30, etc.
YAhuh ungiu a Yahushua ........................................... Atos 10:38
YAhuh o constituiu juiz dos vivos e dos mortos.......... Atos 10:42
YAhuh levantou a Yahushua para reunir o povo Yashuru. Atos 13:23
YAhuh o destinou ........................................................ Atos 17:30,31
O verdadeiro Mashiach, não teve duas origens: Ou ele é o descendente
legítimo da linhagem de Dauid, (como ele mesmo se identificou em
Apocalipse 22:16), o Leão da tribo de Yahudah profetizado em Gênesis 49:
9,10 (Hebreus 7:14 e Apocalipse 5:5), o descendente da semente santa,
prometido por YAhuh em Gênesis 3:15 conforme temos verificado,
exaustivamente, segundo o contexto profético e o testemunho dos
emissário do Mashiach junto ao povo santo nos tempos primitivos, ou ele é
o verbo encarnado, no ventre da virgem Maria, segundo a teologia do
cristianismo e fortemente influenciado pelo helenismo, onde através deste
sincretismo religioso, vários pensamentos e conceitos foram extraídos da
filosofia grega, culminando em decisões ecumênicas e dogmas através de
57
Concílios romanos, o principal desses o de Niceia em 325 EC., que mudou
tudo.
Aqueles que procuram desembaraçar-se de toda e qualquer
influência da filosofia grega e da apostasia romana (cristandade), e buscam
permanecer fiéis as raízes da verdadeira linhagem de fé dos verdadeiros
membros da nação criada por YAhuh, conforme seus primórdios,
continuam, ainda hoje, crendo e reconhecendo Yahushua como o
Mashiach, nascido da linhagem (descendência) de Dauid, em sentido
biológico e não metafísico (o LOGOS grego encarnado).
É como disse um eminente historiador – Vamberto Morais: “Para
muita gente, esse “Jesus” talvez seja o suficiente. Mas é inegável por outro
lado que a glorificação de “Cristo” na “igreja”, sua adoração nos ícones e
imagens, seu encerramento dentro de dogmas e títulos sem conta, sua
“iconização”, como disse o padre Comblin, tudo isso contribuiu para
prender o verdadeiro “Jesus” (Yahushua Há Mashiach) e ocultá-lo”.
Assim como há uma grande distância e diferença entre “os membros
do povo de Yashuru arrebanhados pelos doze e a “igreja” de Constantino”
também há uma grande distância e diferença entre “o verdadeiro Yahushua
Há Mashiach, do contexto hebraico/profético da Palavra de YAhuh, e o
“Jesus Cristo” inventado pela cristandade (uma adaptação para o
cristianismo do LOGOS grego).
O Mashiach segundo as escrituras proféticas – é um descendente de
Dauid (por linhagem – descendência direta, e não por adoção), o “Cristo”
da cristandade, é o Verbo Divino, preexistente, encarnado no ventre de
uma virgem... É o “Cristo” adaptado pelos Concílios. É o deus da
cristandade, que desceu do céu e se fez carne, segundo o dogma da
trindade e também de alguns unicistas (dualistas), formulado pela igreja
católica, com sua origem no Concílio de Niceia (símbolo da apostasia
instalada dentro da cristandade) com a aprovação do imperador romano
pagão, Constantino, onde muitas coisas foram oficializadas, além do dogma
da trindade, como por exemplo: a observância do domingo (“Dia do Sol”)
como dia feriado obrigatório e o principal do calendário eclesiástico da
cristandade, tido como um dia de descanso e de culto cívico/religioso; a
mudança da data da Páscoa (Pessach), que deveria ser celebrada no dia 14
do primeiro mês do ano lunissolar, segundo o calendário bíblico,
independentemente do dia da semana em que caísse (pois a semana é
58
invenção bem mais moderna), no Concílio de Niceia, foi oficializada para o
primeiro domingo (dia do sol) seguinte ao 14 de Aviv, e muitas outras
apostasias que foram criadas.
A grande meretriz de Apocalipse 18, a Babilônia espiritual/religiosopolítica, deu de beber as nações (diversos segmentos religiosos: católicos,
protestantes, reformistas, messiânicos, judaizantes, etc.), do vinho da ira
de sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os
mercadores da terra (líderes religiosos) se enriqueceram com a abundância
de suas delícias (falsas doutrinas).
Em meio a todo este cenário de apostasia, de antemão já anunciada
(Daniyahu (Daniel) 7:25; 2Tessalonicenses 2:1-3; Atos 20:29,30; 2Pedro 2:1,
etc.) e instalada pelo cristianismo, o anjo de YAhuh, ainda continua
alertando e bradando em alta voz: “Sai dela povo meu, para que não sejas
participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”.
[Apocalipse 18:4].
Se você leu este estudo e o entendeu, pedimos que o repasse ao
maior número possível de pessoas sinceras que estejam realmente
procurando encontrar a VERDADE (Yahuchanam (João) 17:17) que salva e
liberta. Não façamos como muitos que seguem o modelo dos gnósticos e
creem que a VERDADE é só para os iniciados... o que recebeste de graça de
graça repassai...
Que YAhuh por intermédio de seu espírito de santidade o ilumine e lhe dê
entendimento sobre toda a VERDADE. Que a paz de Yahushua Há Mashiach
esteja sobre ti...
Que assim seja!
Bibliografia [Fontes pesquisadas]
Bíblia Hebraica (traduzida para o Português pela editora Sêfer Ltda)
Bíblia de Jerusalém – Edições Paulinas
Bíblia Sagrada – Edições Vozes
Bíblia Sagrada – Edições Loyola
Bíblia de Estudo Almeida – RA (Sociedade Bíblica do Brasil) SBB
Enciclopédia Judaica – Conhecimento Judaico – Vol. I – N. Ausubel
Dicionário Bíblico – John L. Mackenzie – Ed. Paulinas
A Bíblia e sua História – SBB
O Mundo do Antigo Testamento – Editora Vida
Judaísmo e Cristianismo Antigo – Simon & Benoit – EDUSP
O Cristianismo Através dos Séculos – Earle E. Cairns – Ed. Vida Nova
59
Jesus Histórico – Cristologia/Ecumenismo – Leonard Swidler – C.E.P.
O Ministério de Jesus – Vamberto Morais – IBRASA
A Pessoa de Cristo – G. C. Berkouwer – JUERP
A Virgem Maria – Giovanni Miegge – Ed. Presbiteriana – C.E.P.
O Que Jesus Disse? O Que Jesus Não Disse? – Bart D. Ehrman – Prestígio Editorial
As Narrativas da Infância de Jesus – C. Perrot – Cadernos Bíblicos – EP
Jesus e os Evangelhos – Jorge Bertolaso Stella – Imprensa Metodista
Jerusalém, Uma Cidade, Três Religiões – Karen Armstrong – Companhia das Letras
O Messianismo Profético – Congregação Monte de Sião
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Incentivamos a distribuição desde que gratuitamente!
www.benefrayim.org.br
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