148 - ABPI
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Boletim da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual Julho/Outubro de 2015 - nº 148 Grupo Nacional Congresso da AIPPI coloca Brasil no debate mundial da Propriedade Intelectual Realizado pela segunda vez no Rio, em conjunto com a ABPI, o Congresso da AIPPI, o maior do gênero no mundo, reuniu mais de 1.600 participantes. Durante quatro dias, 63 painelistas, entre debatedores e moderadores, trataram de temas ligados à Propriedade Intelectual como proteção de cultivares, tecnologias verdes, desenhos industriais, internet, marcas coletivas, mediação e remuneração dos inventores. “O evento coloca o Brasil no debate mundial da Propriedade Intelectual”, disse a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete. “O Congresso foi um sucesso absoluto”, afirmou o presidente do Comitê Felipe Claro defende educação sobre PI para jovens Maria Carmen de Souza Brito é eleita presidente da ABPI Novo presidente do INPI toma posse prometendo melhorias Em seu discurso de abertura do 46º Congresso mundial da AIPPI, no Rio, o presidente da AIPPI, Felipe Claro, reconheceu as dificuldades para a harmonização global do sistema de Propriedade Intelectual. Para a América Latina ele defendeu ajuste nas estruturas de PI das economias e iniciativas de educação para sensibilizar os jovens sobre o “uso indevido de direitos de propriedade intelectual”. Pág. 3 A atual vice-presidente da ABPI, Maria Carmen de Souza Brito, do escritório Dannemann Siemsen, foi eleita em AGO no dia 28 de setembro, para a presidência da entidade para o biênio 2016-2017. Maria Carmen é engenheira química e toma posse no próximo dia 8 de dezembro, no Windsor Hotel, no Rio, durante o tradicional almoço de confraternização de fim de ano da ABPI e da ABAPI. Pág. 20 O enfrentamento do backlog e as melhorias no INPI foram os temas predominantes na primeira reunião da ABPI com o novo presidente da autarquia, Luiz Otávio Pimentel, que tomou posse no dia 11 de setembro e prometeu melhorias no órgão. No encontro, a ABPI fez a entrega formal dos dois volumes das “Propostas da ABPI para a Inovação e a Propriedade Intelectual”. Pág. 21 Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Organizador do evento, Luiz Henrique do Amaral. Pág. 2 Comitê Executivo da AIPPI Boletim da ABPI 1 Congresso da AIPPI Debates de alto nível e variada programação social marcaram o segundo Congresso da AIPPI no Brasil Um jantar de gala, no dia 14 de outubro, no Jockey Club, no Rio, para 1.600 convidados, marcou o encerramento do 46º Congresso da Propriedade Intelectual da International Association for the Protection of Intelectuall Property - AIPPI, o maior do gênero no mundo, realizado de 10 a 14 de outubro, no Windsor Barra Hotel. Durante quatro dias, 63 debatedores e moderadores, entre brasileiros e estrangeiros, discutiram temas como proteção de cultivares, tecnologias verdes, desenhos industriais, internet, marcas coletivas, mediação e remuneração dos inventores. Realizado pela segunda vez no Rio, em convênio com a Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI, o congresso reuniu grandes especialistas e representantes de organizações mundiais do setor, como a WIPO, ASIPI, USPTO e AIPLA, entre outros. “O Congresso levantou as questões mais contemporâneas da Inovação e das criações autorais e, pela sua magnitude, definitivamente coloca o Brasil no mapa do debate mundial da Propriedade Intelectual”, resume a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete. Além dos debates técnico-jurídicos ligados à Propriedade Intelectual, uma parte do tempo gasto no evento foi reservada para intensa programação social. Os congressistas apreciaram a diversidade cultural brasileira mediante amostras de dança e música típicas, divertiram-se em coquetel e samba no Copacabana Palace, conheceram o Maracanã e, por fim, confraternizaram no Jockey Clube Brasileiro. “O congresso foi um sucesso absoluto: mais de 1.600 participantes, 80 países representados e conclusões de trabalho que vão orientar o futuro da PI no mundo por anos à frente. Todos os eventos foram super bem avaliados pelos participantes que tiveram dias fantásticos no Rio de Janeiro. Os estrangeiros levarão na memória momentos muito agradáveis no país”, disse o presidente do Comitê Organizador do Congresso, Luiz Henrique do Amaral. No evento, a AIPPI – entidade que reúne associações nacionais nos países, como a ABPI, debateu, por meio de um sistema de votação eletrônica, as resoluções (Q244, Q245, Q246 e Q247), que estabelecem procedimentos sobre invenções multinacionais, marcas registradas, direitos autorais e segredos de negócios para serem adotados pelos países-membros. Um capítulo à parte foi o dia dedicado a temas da indústria farmacêutica, com temas ligados à medicina personalizada, transferência de tecnologia, entre outros. A AIPPI Felipe Claro Elisabeth Kasznar Fekete Luiz Henrique do Amaral 2 Luiz Henrique do Amaral Boletim da ABPI A Associação Internacional para a Proteção da Propriedade Intelectual, geralmente conhecida pela sigla “AIPPI”, é a maior organização internacional dedicada ao desenvolvimento e aprimoramento de todos os direitos de Propriedade Intelectual. É uma organização imparcial e sem fins lucrativos, sediada na Suíça, que atualmente possui quase 9.000 associados, representando mais de 100 países. O objetivo da AIPPI é aprimorar e promover a proteção da Propriedade Intelectual, tanto internacional como também nacionalmente. Os esforços na busca deste objetivo são feitos trabalhando para o desenvolvimento, expansão e melhoria dos tratados e acordos regionais e internacionais e também através de leis nacionais relacionadas à Propriedade Intelectual. Lidando com mudanças No discurso em que descreveu o ambiente da Propriedade Intelectual na atualidade brasileira, a presidente Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete, afirmou que “no contexto de mudanças aceleradas que todos vivemos na sociedade neste século, a Inovação e a PI tornaram-se fundamentais, tanto para a lealdade concorrencial, quanto para a competitividade. Pensar de maneira inovadora e criativa tem conduzido à Economia do Conhecimento e agregado valor às indústrias, comércio e serviços.” Na parte final, um espetáculo de dança e música, mostrando a diversidade cultural brasileira deu tom à cerimônia, que foi conduzida pelo presidente do Comitê Organizador do Rio 2015 AIPPI e ex-presidente da ABPI, Luiz Henrique do Amaral, e teve a presença de representantes de entidades nacionais e internacionais da PI. Os participantes também apreciaram o concerto de violinos e cellos da Camerata Laranjeiras, que tocou o hino nacional e clássicos da música popular brasileira como “Desafinado”, de Tom Jobim. Em seu discurso, o presidente da AIPPI, Felipe Claro, ressaltou que o Rio 2015 AIPPI foi o primeiro congresso a adotar o sistema paperless, que elimina o papel, para os participantes. “Estamos lidando permanentemente com mudanças e a AIPPI deve estar preparada o tempo todo para estes novos desafios”, disse. Felipe Claro: a luta pela harmonização da PI Em entrevista ao Managing Intellectual Property, publicação oficial do Congresso da AIPPI, Felipe Claro disse, que está mantendo estreita vigilância sobre uma série de questões importantes da PI. “A harmonização a nível mundial tem sido, desde o início, o maior problema para a AIPPI”, “E esta aplicação ganha maior importância na região latino-americana onde as economias precisam estar ajustadas na estrutura da PI para serem bem-sucedidas”. Iniciativas de sensibilização neste sentido são bem-vindas, segundo ele, inclusive educar os jovens para reduzir o uso indevido de direitos da Propriedade Intelectual. Para o presidente da AIPPI, o estudo das questões da PI abordados no Congresso da entidade, fornece um caminho a seguir para os proprietários dos direitos da PI, usuários e reguladores. “Esta é a meta da AIPPI, ter um impacto positivo no entendimento da PI em todo o mundo”, disse. “A AIPPI está sempre promovendo uma mudança positiva globalmente, para que o mundo PI possa se tornar menos complicado e mais bem compreendido por todos”. Desafio do INPI é reduzir o backlog e cortar despesas “O INPI está passando por uma grande contenção de gastos, como de resto estão fazendo as demais instituições do governo”, disse o presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, Luiz Otavio Pimentel, em almoço com palestras, no último dia 12, durante o Rio AIPPI 2015. “O nosso grande desafio será reduzir o backlog”, enfatizou. O desafio torna-se ainda maior, reconheceu Pimentel, porque o INPI Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 3 Congresso da AIPPI trabalha com um número reduzido de examinadores e com salários pouco competitivos com relação a outros órgãos públicos. No almoço, cujo tema proposto tratava justamente da “melhoria contínua dos sistemas da PI”, participaram representantes de outros escritórios internacionais de patentes, como o USPTO, dos Estados Unidos, e o JPO, do Japão. Restrição a patenteamento genético inibe pesquisa Uma sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos contra o patenteamento de genes humanos, proferida em junho passado, no rastro das descobertas do laboratório americano Myriad, entrou no debate sobre “Medicina Personalizada”, no terceiro dia do Congresso Mundial da AIPPI. “Esta prerrogativa é um grande problema para a indústria farmacêutica e também para a área de diagnóstico no mundo”, disse Adrian Looney, da Pfizer. “Em oncologia, quase 50% dos compostos são naturais ou derivados de produtos naturais. Isso vai fazer com que, muitas vezes, nossos cientistas interrompam processos de desenvolvimento de moléculas”. O painel sobre “Medicina Personalizada” reuniu ainda o químico Hugo Caro, chefe do Departamento de Propriedade Intelectual do grupo farmacêutico espanhol Ferrer Internacional e Wen Cao, diretora do escritório em Shangai da NTD Patent & Trademark Agency, sob a mediação do médico e advogado João Luis D’Orey Facco Vianna, sócio do escritório Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual. Os participantes do painel debateram os aspectos jurídicos relacionados à biotecnologia e à genética sob o prisma da Propriedade Intelectual. Para Looney, a medicina personalizada atravessa um momento interessante com novas descobertas, estudo de formas precisas de detecção precoce de doenças, indicação de drogas e dosagens específicas para o paciente. “A Pfizer investe US$ 7 bilhões por ano em pesquisa e desenvolvimento de novas drogas e na área de oncologia, por exemplo, o índice de fracasso é de 95%”, explicou Looney. Os exames diagnósticos, como o que a Myriad desenvolveu, ajudam a escolher os medicamentos de acordo 4 Felipe Claro e Comitê Executivo com a carga genética ou análise molecular ou celular de cada doente. A atriz Angelina Jolie baseou-se nas informações fornecidas por meio deste teste para decidir-se por uma mastectomia dupla para remoção das glândulas mamárias. Mas, apesar de considerar brilhante a descoberta do Myriad, de Salt Lake City/Utah, que conseguiu desenvolver um teste que revela a presença dos genes mutantes no organismo da mulher antes de qualquer sinal de câncer de mama ou de ovário, a Suprema Corte americana anulou a patente requerida pelo laboratório. A decisão limita sobremaneira as opções referentes ao registro de patentes de biomarcadores, diagnósticos, algoritmos de seleção e outras ferramentas. No Brasil, pela atual legislação, o genoma humano não é passível de patenteamento, mesmo que seja fabricado artificialmente. A saída para muitas empresas que trabalham nesta área de pesquisa é proteger a descoberta por meio de segredo industrial. Há o caso de um médico de São Paulo que, impedido pela legislação brasileira nesta área, trabalha com Boletim da ABPI mapeamento genético para empresas instaladas fora do País. Caro ressaltou que a medicina personalizada não se aplica apenas ao diagnóstico, mas também a outras áreas como produtos terapêuticos e sensores fisiológicos para identificar qual o melhor tratamento e prever a sua resposta. “Quando falamos de medicina personalizada, falamos de saúde. Discutimos se queremos viabilizar isso ou não. Temos muita tecnologia em áreas terapêuticas. A imunoterapia, por exemplo, é a nova arma no tratamento do câncer, com o uso de medicamentos para que o próprio sistema imunológico do paciente, depois de fortalecido, combata a doença”, destacou o representante da Ferrer International. De acordo com Wen Cao, foram criados nao passado na China três novas cortes destinadas à apreciação de casos na área da Propriedade Intelectual: em Beijing, Shangai e Guangzhou. “No campo da medicina personlizada, todos sabemos que a proteção é muito importante. No futuro, acreditamos que os juízes estarão mais experientes para julgar esses casos”, explicou a executiva. Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI Embraer tem mais de 200 parcerias mundiais em PI Com apenas quatro pessoas envolvidas diretamente com a Inovação, desde 2006, a Embraer possui mais de 200 contratos com parceiros externos, incluindo universidades e institutos de pesquisa, disse o representante da empresa, Wander Menchick, no almoço do segundo dia do Rio 2015 AIPPI. No almoço, Menchick, Dean Harts, da 3M e Kenichi Nagasawa, da Canon, debateram sobre o desafio de gestão da Propriedade Intelectual em ambientes adversos. “Nossos concorrentes são muito maiores e tem uma tradição mais forte em PI, enquanto que nós ainda estamos na fase de aprendizagem”, disse o representante da Embraer. Segundo Menchick, a empresa tem procurado proteger e estruturar seus ativos da melhor maneira, mas ele teme pelas consequências da revisão da Lei de Incentivos no Brasil, que está sendo cogitada. “Esta revisão poderia ser um grande obstáculo para se investir no País”, disse. Chineses dominam tecnologia eólica Mais do que do sistema de patentes, o processo de transferência de tecnologia depende de estímulos comerciais por meio de políticas de governo, defendeu o advogado Adarsh Ramanujan, do escritório indiano Lakshikmi Kumaran & Sridharan, durante o Painel III, que tratou do impacto ambiental das tecnologias verdes e suas implicações no sistema de patentes. Ramanujan citou o exemplo da China que, por meio de parcerias com empresas de países desenvolvidos, dominou a tecnologia de energia eólica e tornou-se exportador de geradores para os Estados Unidos e União Europeia. “A China fez o dever de casa e hoje exporta suas turbinas pela metade do custo das europeias e está ganhando mercado”, disse. Ramanujan explicou que para incentivar as tecnologias verdes no país, em 1997 o governo chinês criou um programa de incentivo às empresas interessadas em investir em energia eólica, como a espanhola Gamesa, tendo como contrapartida a transferência de tecnologia. O estímulo baseou-se em contratos de 40 anos e tarifas de energia elétrica atraentes e, ainda, a garantia de que 40% das turNº 148 • Julho/Outubro de 2015 binas fossem fabricadas no país. O resultado foi que a produção de energia eólica no país saltou de 2,5 gigabytes em 2005, para 25 gigabytes em 2009. Em 2011, já dominando a energia de fabricação de turbinas, quatro empresas chinesas estavam entre as dez maiores do mundo no setor. O debate contou ainda com a presença do brasileiro Júlio Prezotti, da Manancial Projectos e Consultoria Ambiental, e do francês Guillaume Henry, do Szleper Henry Avocats e teve como debatedor Bertram Huber, do IP SEVA, da Alemanha. Licença compulsória não transfere tecnologia A licença compulsória, mecanismo adotado para nacionalizar a fabricação de medicamentos, não transfere tecnologia para o país, disse o brasileiro Guilherme Leeser, representante da Merck no debate sobre transferência de tecnologia na indústria farmacêutica. O debate reuniu ainda o tailandês Nandana Indanada e a representante da Eli Lilly dos Estados Unidos, Manisha Desai, sob a moderação do advogado indiano Hari Subramanian. “Não acredito em preço padrão de um medicamento”, disse Leeser, para quem cada empresa tem que identificar o preço do seu mercado. Ele deu o exemplo de um medicamento de combate ao câncer que inicialmente era importado e depois, sob licença compulsória, está sendo produzido no país por três laboratórios. “Até hoje o governo depende de comprar destas empresas, gasta muito e não domina a tecnologia”, explicou. Há outras maneiras de controlar preços de medicamentos consideraBoletim da ABPI dos essenciais que não seja a licença compulsória, defendeu Subramanian. Para ele, ao subsidiarem os licenciados, os governos prejudicam o patenteado e, no longo prazo, encarecem o preço dos produtos. Advogado não pode ser dominante na mediação A advocacia é essencial na mediação, mas não deve ter papel dominante, defendeu o advogado Manoel J. Pereira dos Santos, presidente do Centro de Resolução de Disputas da ABPI e debatedor do Painel sobre Mediação em Propriedade Intelectual, no último dia do Rio 2015 AIPPI. “O ideal é que os advogados aturem como facilitadores do processo, quase como assessores silenciosos”, acrescentou. Para Pereira dos Santos, a natureza “adversária” da advocacia, se não administrada, pode fazer com que se transfira para a Mediação o ambiente dos tribunais. “Cabe ao advogado dar o suporte jurídico para que as partes protagonizem o entendimento, pois a mediação não pode virar um processo de barganha”, explicou para os participantes do Painel, que teve a mediação do americano Tony Piazza, da Mediations Negotiations e, ainda, como debatedores, o croata Mladen Vukmir, do Vukmir & Associations, da alemã Clara Sattler de Souza e Brito, da ZSP Patentanwälte. Os debatedores concordaram que a Mediação coercitiva, estabelecida pelo juiz, não afeta o seus objetivos, que é buscar um meio consensual de solução de conflitos. “A mediação compulsória é libertadora, pois coloca as partes na mesma mesa para a superação dos seus conflitos”, disse Clara Sattler de Souza Brito. 5 Congresso da AIPPI Segundo ela, apesar de estar crescendo, o recurso da Mediação é adotado em apenas 1% dos casos de litígios na Europa e, em número ainda menos expressivo, nos processos envolvendo Propriedade Intelectual. O advogado Vukmir observou que a mediação compulsória obriga as partes a “sentarem-se à mesa”, mas não a chegarem a um acordo. O sucesso da Mediação, para ele, está na capacidade e no conhecimento da matéria por parte do mediador. “Para isso é essencial que o mediador tenha uma formação que contemple pelo menos 40 horas de estudo”, disse ele. Curtas Regra global para remunerar inventores ainda é desafio • O executivo John Bochnovic foi anunciado no Rio 2015 AIPPI como o novo diretor-executivo da AIPPI. Aposentado recentemente da Smart & Biggar no Canadá, onde foi sócio durante 29 anos, ele mudou-se em setembro para Zurique onde fica o escritório da AIPPI. Entre as funções do cargo, criado em 2012, está a articulação entre os grupos nacionais da entidade. A harmonização de regras mundiais para a remuneração dos inventores ainda é um desafio a ser alcançado, concluíram os debatedores do Painel VIII do Rio 2015 AIPPI, o alemão Sebastian Wündish, da Universidade de Dresden, o japonês Tashinao Yamazaki, do Japan Patent Office, e o americano Lawrence T. Welch, da Eli Lilly Company, reunidos no Windsor Barra Hotel, sob a moderação do advogado Ted Chwu, de Hong Kong. Segundo Welch, tem havido revisões contínuas sobre este tema nas legislações dos países favoráveis aos inventores e há uma busca pela harmonização. O modelo alemão, muito elogiado, remunera os inventores com base nas receitas da empresa. “A legislação alemã, por exemplo, tem muitos méritos, mas é muito complexa para ser adotada nos Estados Unidos”, disse Welch. “A harmonização global das regras para remunerar os inovadores é o caminho, mas ele será longo”, completou Wündish. O modelo japonês, segundo Yamazaki, baseia-se no arbítrio dos tribunais, que considera mais justo. Ele lembrou o caso de Shuji Nakamura (Prêmio Nobel de Física ao lado de Ysamu Akasaki e Hiroshi Amano) que, em 2006, quando trabalhava para a corporação Nishia, desenvolveu o sistema LED de alto brilho. Na época Nakamura teria recebido apenas US$ 200 pela invenção e ao entrar com uma ação na justiça pediu uma indenização de US$ 600 milhões de dólares. “Graças ao bom senso do tribunal o valor caiu para razoáveis US$ 8 milhões”, disse. 6 • O Comitê Executivo da AIPPI, reunido no penúltimo dia do Congresso, dia 13, confirmou o ingresso dos grupos nacionais do Paquistão e do Vietnã. Com a entrada dos dois novos membros, formados no passado, a AIPPI tem agora 66 grupos nacionais e dois grupos regionais (que abrange o Caribe e o Oriente Médio). ABPI repudia propaganda indevida em eventos sob sua chancela A ABPI, em defesa da ética concorrencial, da boa condução dos negócios e dos interesses de seus associados, repudia as práticas de publicidade indevida e não autorizada, assim como os atos de marketing de emboscada realizados em qualquer dos seus eventos. Considerando que a prática de tais atos por parte de um associado durante o XXXV Congresso Internacional da Propriedade Intelectual, realizado de 10 a 14 de outubro de 2015 sob a chancela da ABPI e da AIPPI, foi relatada ao Comitê Executivo e Conselho Diretor da ABPI, estes decidiram ressaltar o explicitado no artigo 5º de seu estatuto: “7º A qualidade de associado só se adquire e só se mantém na Associação e dentro das várias categorias de associados desde que preenchidas as seguintes condições: Boletim da ABPI (a) Gozo de bom conceito e procedimento compatível com os interesses sociais e éticos da Associação;” Cabe ainda à ABPI comunicar a todos que os atos de publicidade indevida e não autorizada, se praticados nos eventos sob sua chancela, são passíveis de advertência desta e, em caso de reincidência, de exclusão do infrator do quadro de associados, conforme previsto no artigo 5º do estatuto: “§ 8º O associado poderá ser excluído da Associação quando houver justa causa, mediante decisão da maioria absoluta do Comitê Executivo e de maioria absoluta do Conselho Diretor, em processo no qual será assegurado direito de ampla defesa. O Conselho Diretor, por sugestão do Comitê Executivo, aprovará o regulamento do processo de exclusão e defesa do associado”. Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI - Eventos sociais Dia 10 – Jantar no Gávea Golf Clube O jantar dos membros da Diretoria e dos Presidentes dos Grupos Nacionais da AIPPI, no Gávea Golf Clube, no dia 10 de outubro, foi o primeiro evento social do Congresso. Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 7 Congresso da AIPPI - Eventos sociais Dia 12 – As mulheres na PI Em clima de informalidade, as profissionais de PI, de vários países, reuniram-se, em 12 de outubro, no tradicional evento da AIPPI. 8 Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI - Eventos sociais Dia 12 – Noite cultural no Copacabana Palace A noite cultural no majestoso Copacabana Palace, no dia 12 de outubro, foi um show de alegria e animação, em que todos se divertiram. Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 9 Congresso da AIPPI - Eventos sociais Dia 13 – Visita ao Maracanã Patrocinada pelos escritórios, a visita ao estádio Jornalista Mário Filho, o popular Maracanã, no dia 13 de outubro, foi um show à parte na programação, com direito a embaixadinhas e chute ao gol e animado coquetel dançante nos salões. 10 Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI - Eventos sociais Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 11 Congresso da AIPPI - Eventos sociais Dia 14 – Jantar no Jockey Club No encerramento do Congresso da AIPPI/ABPI, no último dia 14 de outubro, os convidados foram recepcionados com um jantar de gala no Jockey Club brasileiro, um dos endereços tradicionais do Rio. 12 Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI - Questões AIPPI Q244 Autoria de invenções transnacionais 13 de outubro Luiz Henrique do Amaral, John Osha, Jochen Ehlers, Fraser Rowand, Louisie Jonshammar e Yali Shao Q245 Aproveitamento desleal de marcas: aproveitamento parasitário e free-riding 14 de outubro Soh Kar Liang, Thierry Calame, Graciela Perez de Inzaurraga, David Gilat, Dennis Prahl, e Anne Marie Verschuur Q246 Exceções e restrições à proteção de direitos autorais para bibliotecas, arquivos e instituições de ensino e pesquisa 12 de outubro Curtis Behmann, Giorgio Mondini, Jochen Bühling, Sun Kim e Yusuke Inui Q247 Segredos de Negócio: restrições ao comércio e aspectos relativos a sua exequibilidade 13 de outubro Johanna Flythström, Justin Watts, Mark Halligan, Kazuhiko Yoshida, Matthew Swinn e Ari Laakkonen Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 13 Congresso da AIPPI - Indústria farmacêutica Indústria Farmacêutica - Sessão 1 Garanta a proteção de sua marca 13 de outubro Rowani A Nakan, Jacques Labrunie, Steven Garland e Matthew Asbell Indústria Farmacêutica - Sessão 2 Medicamentos personalizados 13 de outubro João Luiz Vianna, Adrian looney, Wen Cao e Hugo Caro Indústria Farmacêutica - Sessão 3 Transferência de tecnologia: interesses públicos x privados 13 de outubro Manisha Desai, Hari Subramaniam, Rodolfo Martinez, Nandana Indanada e Guilherme Leser Indústria Farmacêutica - Sessão 4 Dupla ameaça: exame de patenteabilidade com base em políticas públicas 13 de outubro John Todaro, Ronaldo Pires, Hirokazu Honda e Carlos Olarte 14 Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI - Painel de debates Sessão I Patentes para padrões na indústria (princípio FRAND): liminares e exceções à proteção e o uso de mecanismos alternativos de resolução de controvérsia 12 de outubro Judge Peter Meyer Beck, Michael Frolich, Latonia Gordon, Monica Barone, Monica Magnusson e Gertjan Kuipers Sessão II Proteção de cultivares: uso dos instrumentos corretos 12 de outubro Viviane Kunisawa, Joergt-Uwe Spzipl, Paul van Dongen e KarenHenning-Mixa Sessão III Tecnologia verde: mudanças na área de direitos de PI 12 de outubro Bertran Huber, Guillaume Henry, Adarsh Ramanunjan e Julio Prezotti Sessão IV Desenho Industrial: a forma acima da função? 13 de outubro Christopher Carani, Sarah Ashby, Lucas Martis e Lili Wu Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 15 Congresso da AIPPI - Painel de debates Sessão V Marcas coletivas e IGs 13 de outubro Patrick J. Kole, Giulio Sirone, Volker Schoene e Sandra Leis Sessão VI Mantendo a fé: como lidar com registros obtidos por má fé 13 de outubro Dabby Awdeh, Sergio Barragan Tobias Cohen Jehoram e Mariangela Sampaio Sessão VII Marcas não tradicionais: soa como uma marca, tem cheiro de marca... 13 de outubro Maria Scungio, Hiromichi Aoki, Juan Vanrell e Lena Molina Sessão VIII Remuneração dos inventores: o quebra-cabeça mundial 14 de outubro Sebastian Wündisch, Tashinao Yamazaki, Ted Chwu e Lawrence T. Welch 16 Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Congresso da AIPPI - Painel de debates Sessão IX Responsabilidade dos Provedores de Serviços de Internet: uma análise dos procedimentos de remoção de conteúdo (dentre outros) 14 de outubro Reinhard Oertli, Elena Blobel, Cláudio Lins de Vasconcelos e Caleb Donaldson Sessão X Oposições posteriores à concessão: virando o jogo? 14 de outubro Akihiro Ryuka, Márcio Merckl, Taliah Walklett e Tammy Terry Sessão XI Mediação 14 de outubro Tony Paizza, Mladen Vukmir, Manoel J. Pereira dos Santos e Clara Sattler de Souza e Brito REVISTA DA ISSN 1980-2846 Assine a Revista da ABPI ASSOcIAçãO BRASIlEIRA DA PROPRIEDADE INTElEcTuAl 138 Set/Out de 2015 JouRnal of thE BRazilian intEllEctual pRopERty association Edição EspEcial REsoluçõEs da aBpi 2009-2015 spEcial Edition aBpi’s REsolutions 2009-2015 Escreva para: [email protected] ou ligue: 21 2507-6407 Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Boletim da ABPI 17 Congresso da AIPPI - Patrocinadores 18 Volta ao topo da página ou volta à página inicial Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Institucionais Por que Participar? Introdução Sobre a AIPPI Comitê Organizador Sobre o Rio Institucionais Por que Participar? Informações Associados ABPI Prazos e Tarifas Institucionais Por que Participar? Informações Associados ABPI Prazos e Tarifas Sócios Institucionais Sócios Institucionais Sócios Institucionais Sóci QuadroResumo Programação Sócios Institucionais Sócios Institucionais QuadroResumo Programação Questões AIPPI Ind. Farmacêutica Painéis Questões AIPPI Ind. Farmacêutica Painéis Local do Evento Hospedagem ABPI Local do Evento Hospedagem - Sócios institucionais Abertura Mulheres na PI Noite Cultural Recepção Escritórios Jantar de Gala Introdução Sobre a AIPPI Comitê Organizador Sobre o Rio Introdução Sobre a AIPPI Comitê Organizador Sobre o Rio ura Mulheres na PI Noite Cultural Recepção Escritórios Jantar de Gala Confirmados Por que Participar? Informações Associados ABPI Prazos e Tarifas Informações Associados ABPI Prazos e Tarifas Confirmados Por que Participar? Institucionais Por que Participar? QuadroResumo Programação QuadroResumo Programação Institucionais Por que Participar? Sócios Institucionais Questões AIPPI Ind. Farmacêutica Painéis Questões AIPPI Ind. 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Farmacêutica Painéis Abertura Mulheres na PI Noite Cultural Recepção Escritórios Jantar de Gala Questões AIPPI Ind. Farmacêutica Painéis Local do Evento Hospedagem Confirmados Por que Participar? Local do Evento Hospedagem Abertura Mulheres na PI Noite Cultural Recepção Escritórios Jantar de Gala Institucionais Por que Participar? ra Mulheres na PI Noite Cultural Recepção Escritórios Jantar de Gala Confirmados Por que Participar? Confirmados Por que Participar? Sócios Institucionais Sócios Institucionais Institucionais Por que Participar? Institucionais Por que Participar? Sócios Institucionais Introdução Sobre a AIPPI Comitê Organizador Sobre o Rio Sócios Institucionais Informações Associados ABPI Prazos e Tarifas QuadroResumo Programação Questões AIPPI Ind. Farmacêutica Painéis Local do Evento Hospedagem Abertura Mulheres na PI Noite Cultural Recepção Escritórios Jantar de Gala Confirmados Por que Participar? Institucionais Por que Participar? Sócios Institucionais Sócios Institucionais Sócios Institucionais Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Volta ao topo da página ou volta à página inicial Boletim da ABPI Volta ao topo da página ou volta à página inicial Volta ao topo da página ou volta à página inicial 19 AGO Maria Carmen de Souza Brito é eleita presidente da ABPI para biênio 2016-2017 Prosseguir com “o trabalho de excelência” que a ABPI vem desenvolvendo foi o compromisso já assumido pela futura presidente da entidade, Maria Carmen de Souza Brito, eleita por aclamação em Assembleia Geral Ordinária - AGO, no dia 28 de setembro, para o biênio 2016-2017. Maria Carmen, que toma posse no próximo dia 8 de dezembro, no tradicional almoço de confraternização de final de ano da ABPI, assume a gestão em janeiro do ano que vem. A presidente eleita agradeceu o apoio e a confiança depositada em seu nome, particularmente pela atual presidente, Elisabeth Kasznar Fekete, pelo ex-presidente Luiz Henrique do Amaral e seus sócios do escritório Dannemann Siemsen, onde trabalha há 27 anos. Maria Carmen é engenheira química, graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ. Agente da Propriedade Industrial, especialista nas áreas química, farmacêutica e biotecnologia, iniciou sua carreira no escritório Danne- ção, Benefícios aos Associados e Destaques Operacionais e pelo diretor relator, Cláudio Lins de Vasconcelos , que presidiu a mesa Diretora da AGO. Os relatórios foram aprovados por unanimidade. Em seguida, o diretor tesoureiro, Rodrigo Ouro Preto, apresentou as contas referentes ao exercício 2014 e respectivo Relatório da Auditoria, ambos unanimemente aprovados. A chapa eleita para o Biênio 2016-2107 é a seguinte: mann Siemsen em 1988 onde tornouse sócia no ano 2000. A eleição do Comitê Executivo e Conselho Diretor do próximo biênio completou assim a pauta da AGO, cujos participantes deliberaram também sobre os Relatórios Gerais das Atividades da Presidência, Diretorias e Representações Seccionais, no período de 01/01/2014 a 20/09/2015, referentes ao mandato em curso, apresentados pela presidente Elisabeth, que relatou também as atividades das Coordenações, como a de Comunica- Comitê Executivo Maria Carmen de Souza Brito - Presidente Antonio Carlos Siqueira da Silva 1º Vice-presidente Eneida Elias Berbare - 2º Vice-presidente Benny Spiewak - Diretor Relator João Marcelo de Lima Assafim Diretor Editor Rodrigo A. de Ouro Preto Santos Diretor Tesoureiro Ricardo Cardoso Costa Boclin Diretor Secretário Luiz Edgard Montaury Pimenta - Diretor Procurador Saulo Veloso Silva - Representante Seccional BA Gustavo Monteiro - Representante Seccional MG Márcio Merkl - Representante Seccional PR Ticiano Tôrres Gadêlha - Representante Seccional PE Fabiano de Bem da Rocha Representante Seccional RS Marcelo Junqueira Inglez de Souza Representante Seccional SP Conselho Diretor André Luiz Souza Alvarez Antonella Carminatti Antonio de Figueiredo Murta Filho Claudio Lins de Vasconcelos Elisabeth Siemsen do Amaral Erika Barbagalo Gabriela Muniz Pinto Valério Jacques Labrunie João Luis D’Orey Facco Vianna José Carlos Vaz e Dias Leonardo Barém Leite Liliane do Espírito Santo Roriz de Almeida Luis Fernando R. Matos Jr. Maitê Cecilia Fabbri Moro Marcos Chucralla Moherdaui Blasi Mariangela Sampaio Pratas da Costa Mario Augusto Soerensen Garcia Mauricio Ariboni Paulo Parente Marques Mendes Peter Eduardo Siemsen Rafael Lacaz Amaral 20 Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 INPI Ministro reconhece carência de examinadores no INPI “O Brasil precisa de um ambiente adequado para a Inovação, mas isso só ocorrerá se o INPI receber o apoio necessário do governo”, disse, em 11 de agosto, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, ao dar posse do novo presidente do INPI, Luiz Otávio Pimentel, no auditório da Escola Superior de Guerra - ESG, na Urca, no Rio. Representando a ABPI na cerimônia estavam a presidente, Elisabeth Kasznar Fekete, a vice-presidente Maria Carmen de Souza Brito, o diretor Rodrigo Ouro Preto e o conselheiro Ricardo Vieira de Mello. Em discurso de improviso, diante de um público formado por autoridades, representantes de entidades empresariais, profissionais da área da PI e acadêmicos, o ministro Armando Monteiro reconheceu a “insuficiência operacional” do INPI. “Nós precisávamos no INPI de uma liderança capaz de enfrentar os desafios que teremos pela frente e que não serão pequenos”, sentenciou o ministro, ao referir-se ao no presidente do órgão, Luiz Otávio Pimentel. Um destes desafios a ser enfrentado pelo novo dirigente do INPI, indicou o Ministro, será reduzir o backlog de patentes. “No Brasil, cada examinador analisa dez vezes mais processos do que o padrão recomendável adotado por outros escritórios de patentes no mundo” comparou. Mas para quem esperava mudanças imediatas, citou as limitações do ajuste fiscal que está sen- do feito pelo governo e, por conta disso, não prometeu solução de curto prazo para o problema. “Enquanto não dispõe de mais examinadores, o INPI tem espaço para rever processos e melhorar a produtividade com o uso intensivo de tecnologia da informação e através da cooperação internacional com outros escritórios internacionais de patentes”, disse o ministro. Novo presidente do INPI quer atacar a “doença do backlog” “Há um desafio a ser vencido em conjunto pela administração geral e todos os funcionários do INPI, que é atacar a doença do backlog”, disse o novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, Luiz Otávio Pimentel, ao tomar posse, no auditório da Escola Superior de Guerra - ESG, no Rio. “É imprescindível um INPI que funcione bem, que não seja um gargalo para a política brasileira de inovação”, acrescentou o novo presidente do órgão, em solenidade que contou com a presença do Ministro Armando Monteiro, da Ministra interina da Ciência e Tecnologia, Emília Maria Silva Ribeiro Curi, dos presidentes da APEX, David Barioni Neto, do tenente-brigadeiro do ar, Rafael Rodrigues Filho assim como de membros do Executivo e Judiciário. Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 Do setor privado, estavam presentes à solenidade, entre outros, os presidentes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Glauco José Côrte, da ABPI, Elisabeth Kazsnar Fekete, da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial - ABAPI, Antonio Ricci e da Associação Paulista da Propriedade Intelectual - ASPI, Marcelo Nemer, além de profissionais da área da PI. Boa parte do público que lotou o auditório da ESG durante a posse do novo presidente do INPI era de acadêmicos, de várias partes do País, que participavam do VIII Encontro Acadêmico da Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento, Boletim da ABPI realizado concomitantemente ao V Congresso Brasileiro de Prospecção Tecnológica, o II Encontro das PósGraduações em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia e o II Worskhop de Tech Mining e Inovação. A proximidade com a academia é uma constante na vida do novo presidente do INPI. Gaúcho de Lagoa Vermelha, Pimentel é doutor em Ciências Jurídicas, com ampla produção acadêmica nas áreas da Propriedade Intelectual e Inovação. Professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, ele é docente da Academia de Propriedade Intelectual, Inovação do INPI, árbitro ad hoc do Tribunal Arbitrário do Mercosul e membro da Comissão de Avaliação de Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq. 21 Matéria Luiz Otávio Pimentel recebe “Propostas para Inovação” da ABPI Ouvir o novo presidente do INPI, Luiz Otávio Pimentel, dialogar sobre uma agenda positiva da PI para o Brasil e alinhar as melhorias do sistema da PI, especialmente no que se refere ao fortalecimento do INPI e ao enfrentamento do backlog foram os pontos que marcaram a primeira reunião da ABPI com o novo dirigente da autarquia, realizada na sede desta, no Rio, em 01 de setembro. A ABPI, representada pela sua presidente, Elisabeth Kasznar Fekete, a vice, Maria Carmen de Souza Brito, o conselheiro Ricardo Vieira de Mello e o representante seccional do Paraná, Marcio Merkl, fez a entrega formal ao presidente do INPI dos dois volumes das “Propostas da ABPI para a Inovação e a Propriedade Intelectual”, cujo primeiro capítulo, inclusive, trata do fortalecimento do órgão. Participaram do encontro, pelo INPI, além de seu presidente, o vice, Mauro Maia, e a coordenadora substituta de Inserção Internacional e Temais Globais (COTEG/PR), Milene Dantas. No encontro, Pimentel descreveu as medidas já em curso e os projetos da nova gestão e a ABPI apresentou as demandas dos usuários do sistema da Propriedade Intelectual. As duas instituições discutiram formas de cooperação para a melhoria do sistema no curto, médio e longo prazo e consideraram imprescindível a urgência de uma série de medidas. Entre os principais temas tratados, questões operacionais e substantivas referentes a patentes, marcas, desenhos industriais, contratos, indicações geográficas. Presidente da ABPI ressalta os impactos negativos de PLs em Audiência Pública sobre Patentes na CCJC da Câmara 22 país, contrariando tratados internacionais e a urgente necessidade de melhorar a infraestrutura brasileira de Propriedade Intelectual. Comparativamente, mostrou exemplos de países que priorizam fortemente um bom sistema de Propriedade Intelectual, num cenário de aumento do distanciamento brasileiro com relação aos rankings mundiais de patentes. Em seu depoimento e rebatendo alegações sobre abusos, Elisabeth descreveu a série de salvaguardas já previstas na legislação brasileira atual contra o cometimento de abusos mediante patentes, que, segundo esclareceu, são exceção e que já encontram a justa previsão das sanções aplicáveis. Tratou ainda do que clas- sificou de entendimento equivocado de que existiria no Brasil “extensão” de prazo de vigência de patentes, pois estas, como atos vinculados da Administração Pública, esclareceu, só são concedidas quando cumpridos todos os requisitos legais e são improrrogáveis por lei. A presidente da ABPI enfatizou que qualquer debate sobre patentes deve sempre ter como objetivo a modernização da infraestrutura de PI e de P&D, a geração de tecnologia, de empregos e investimentos, a industrialização e internacionalização das empresas brasileiras, a sustentabilidade, a importância do empreendedorismo e não o de criar desestímulos e gargalos, caso destes PLs. Antonio Augusto / Câmara dos Deputados Em palestra na Audiência Pública na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, no dia 20 de outubro, em Brasília, a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete, posicionou a ABPI contra os PLs 139/1999 e 5402/13, que, explicou, visam inserir - sem suficiente análise técnica e sem os necessários debates com a indústria e os pesquisadores - mudanças substanciais em artigos sobre patentes da Lei nº 9.279/1996. Na audiência, que durou em torno de quatro horas, palestraram ainda o representante do MDIC, o presidente da Associação Nacional de Pesquisa das Empresas Inovadoras ANPEI e representantes da Fiocruz, ABIFINA e Rede Brasileira pela Integração dos Povos (GTPI/REBRIP). Na audiência, a presidente da ABPI ressaltou as falhas técnicas de cada uma das dez alterações propostas nos PLs que, caso aprovadas, impactarão negativamente sobre a economia do País, sobre as iniciativas inovadoras e os investimentos em P&D de todos os setores industriais e universidades, prejudicando também a competitividade e a produtividade. As alterações, enfatizou, seguem na contramão não só do equilíbrio do sistema, mas também do interesse social das patentes previsto na Constituição Federal em prol do desenvolvimento tecnológico e econômico do Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148 Notas Luiz Henrique do Amaral recebe comenda do TRT O ex-presidente da ABPI Luiz Henrique do Amaral, foi condecorado com a outorga de Comendador do Poder Judiciário pelo Tribunal Regional do Trabalho - TRT. A aprovação da comenda a Amaral, que é membro nato do Conselho Diretor da ABPI, foi proposta pelo Conselho da Ordem do Méri- to Judiciário do TRT da 1ª Região e aprovada pelo Órgão Especial em sessão realizada no dia 8 de outubro passado. A cerimônia de entrega da comenda ocorre no dia 1º de dezembro próximo, às 17h, no Centro Cultural do Banco do Brasil – CCBB, rua 1º de Março, 66, no Rio. Luiz Henrique do Amaral Câmara de Arbitragem terá procedimento simplificado A Câmara de Arbitragem da ABPI (CArb-ABPI) está implementando um sistema simplificado para agilizar e baratear as demandas de arbitragem envolvendo valores até R$ 500 mil. O novo procedimento, que entra em vigor imediatamente, utilizará prioritariamente o meio eletrônico, a exemplo do que já ocorre no âmbito da Câmara de Nomes de Domínio (CASD-ND). O diretor da Câmara de Arbitragem da ABPI, Manoel J. Pereira dos Santos, explicou que, ao contrário das grandes causas de arbitragem, o novo procedimento, para ser executado, não exige muitas etapas for- Manoel J. Pereira dos Santos mais, o que o torna menos oneroso, permite que seja processado em boa parte por meio virtual e requer a atuação de apenas um árbitro. É indicado para disputas envolvendo valores menores como ocorrem, por exemplo, entre franqueados e franqueadores, autores e editores e alguns casos de licenciados de marca. O grupo que trabalhou para a implementação do novo sistema foi liderado por Manoel Pereira dos Santos e formado ainda pelas diretoras Maria Cristina Cortez, da CASD-ND, e Cláudia Grosman, da CMed; e, ainda, por Wilson Jabur, Nathalia Mazzonetto, Álvaro Loureiro, Marcelo Inglez de Souza e Claudio Roberto Barbosa. AGE aprova atualização de estatuto A ABPI aprovou, por unanimidade, a atualização do seu estatuto, em Assembleia Geral Extraordinária - AGE, realizada no dia 30 de julho, em sua sede, no Rio de Janeiro. O documento, assinado pela presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Feke- te, pelo diretor-relator Cláudio Lins de Vasconcellos, presidente da mesa, e pelo diretor-secretário, Luiz Fernando Matos Júnior, passa a vigorar a partir da data de sua aprovação. Ao dar por finalizados os trabalhos, a presidente da ABPI fez menção especial de agradecimento aos advogados Camila Gurgel Fasano di Guglielmo, Mário Fioratti e Mariana Cortez, do Koury Lopes Advogados, que atuaram como assessores jurídicos pro-bono na atualização do documento estatutário. ASIPI E EMERJ promovem seminário sobre pirataria A Associação Interamericana da Propriedade Intelectual - ASIPI e a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ promoveram, Nº 148 • Julho/Outubro de 2015 no último dia 12 de novembro, na sede da EMERJ, no Rio, o Seminário, “A Escalada da Pirataria no Brasil”. A ABPI, que apoiou o evento, esteve Boletim da ABPI representada na abertura pela sua vice-presidente, Maria Carmen de Souza Brito, que toma posse como presidente da ABPI no próximo dia 8. 23 Notas Cartilha da Propriedade Intelectual é lançada durante programação do Mês do Advogado Uma publicação para orientar profissionais que buscam conhecimentos na área de marcas e patentes, proteção dos ativos e intangíveis, é a ideia da Cartilha da Propriedade Intelectual da OAB/RS, lançada durante a programação do Mês do Advogado. Uma iniciativa da Comissão Especial de Propriedade Intelectual - CEPI, foi construída por 16 autores, e conta com informações básicas e linguagem acessível, abordando temas como indicações geográficas, projetos arquitetônicos, obras literárias e meios digitais. O presidente da CEPI, Rodrigo Azevedo, frisou que a grupo tem como objetivo a luta para que o tema da “Propriedade Intelectual” deixe de ser uma área exótica dentro do Direito. “Como uma ciência oculta que poucos advogados dominam, mas que seja um conhecimento disseminado e se torne algo que seja acessível aos advogados”, enfatizou. “Até ao generalista que, às vezes, está no interior do Estado e não tem acesso aos conteúdos, acabando por enfrentar desafios para proteger ativos e intangíveis, dentro de uma pequena empresa ou uma grande indústria”, explicou. O material será distribuído entre diversas entidades e instituições do sistema de justiça. “E também colocaremos à disposição no formato digital, acessado pelo site da CEPI”, lembrou. Durante o evento de lançamento, representando o presidente da OAB/ RS, Marcelo Bertoluci, a secretáriageral adjunta da entidade, Maria Cristina Carrion Vidal de Oliveira, Boletim da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual Informativo dirigido aos associados da ABPI. © ABPI 2015 - Todos os direitos reservados. 24 Comissão Especial de Propriedade Intelectual da OAB/RS destacou que o Mês do Advogado oferece aos seus inscritos, e a todos aqueles que querem participar, excelentes palestras. “Sempre proporcionando cultura e conhecimento aos advogados”, prosseguiu. “Hoje, em especial, entrando para as belas obras produzidas por nossas comissões, está a Cartilha feita pela CEPI, pioneira entre as OAB. Este material vai ajudar a todos quando precisarmos consultar os temas”, declarou. Finalizando o lançamento, representante seccional da ABPI no Paraná, Márcio Merkl, palestrou sobre os desafios para quem trabalha na área. “Vivemos uma nova fase da Propriedade Intelectual, apesar de ser um assunto antigo no Direito. A crise econômica e o novo CPC influenciam na vida dos advogados, que precisam contar com um manual como este para obter orientações”, explicou. Também estavam presentes no evento, o promotor de justiça, assessor da Subprocuradoria-Geral para Assuntos Jurisdicionais do Ministério Público, Júlio César de Melo; e o vice-presidente financeiro da Fecomércio/RS, André Luís Roncato. Ferramenta para advogados Dividida por capítulos, os autores compartilharam conhecimentos referentes à sua área de atuação, possuindo entre os temas: obras musicais, obras publicitárias, marcas coletivas, nomes de domínio, programas de computador, concorrência desleal, design, entre outros. Os profissionais poderão consultar sobre legislação aplicável, meios de proteção, tipos penais relacionados e abrangência da proteção. Para Bertoluci, que redigiu a apresentação da Cartilha, o manual servirá como importante ferramenta, em especial para os advogados que labutam na área. “Sendo uma valorosa fonte de contribuição para o aperfeiçoamento jurídico da classe”, afirmou. “Um documento de grande valor que traz conhecimento palatável para a classe, mas com característica do cidadão”. ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Rua da Alfândega, 108 6º andar - Centro - Cep 20070-004 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2507-6407 Fax: 21 2507-6411 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: [email protected] Comite Executivo: Elisabeth E. G. Kasznar Fekete - Presidente; Eduardo Paranhos Montenegro - 1º Vice-presidente; Maria Carmen de Souza Britto - 2º Vice-presidente; Claudio Lins de Vasconcelos - Diretor Relator; André Zonaro Giacchetta - Diretor Editor; Rodrigo A. de Ouro Preto Santos - Diretor Tesoureiro; Luis Fernando Ribeiro Matos Jr. Diretor Secretário; Luiz Edgard Montaury Pimenta - Diretor Procurador Conselho Editorial: Antonio de Figueiredo Murta Filho; Elisabeth E.G. Kasznar Fekete; Fabiano de Bem da Rocha; José Antonio B. L. Faria Correa; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; José Roberto d'Affonseca Gusmão; Lélio Denícoli Schmidt; Lilian de Melo Silveira; Manoel J. Pereira dos Santos Boletim da ABPI: Diretor Editor - André Zonaro Giacchetta; Jornalista Responsável - Rubeny Goulart; Fotos - Gabriel Andrade; Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda. Boletim da ABPI Julho/Outubro de 2015 • Nº 148
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