Neutralizando blitzes

Transcrição

Neutralizando blitzes
HEAD COACH BRASIL – FUTEBOL AMERICANO INTELIGENTE
4 de abril de 2016
“Neutralizando blitzes”
Jack Bicknell com Mike Maser e
Vince Martino
A chave para um jogo aéreo de sucesso é proteger o passador. Nós enfatizamos essa fase do nosso esquema
ofensivo com distribuição de tempo nos treinos e com delegações de funções da nossa comissão técnica.
Quando nos sentamos e conversamos sobre proteção de passe com o nosso staff, a primeira coisa que nós
falamos é sobre neutralização de blitzes. Nós nunca tivemos um treino, seja em pré-temporada ou pós-temporada,
sem um período de 10 minutos de neutralização de blitz.
A chave do sucesso na proteção de passe é comunicação das funções; esse é o motivo de nós definirmos os
titulares cedo na temporada e não mudarmos muito nossa linha ofensiva. Trabalhando juntos, seus linemen
aprendem a se comunicar uns com os outros. Se nós temos um lineman novato, nós tentamos colocar jogadores
experientes nos lados dele.
Nós temos dois esquemas de proteção de passe máximos*: um de play-action e de dropback direto. Como
em todos os esquemas de PP máximos, nós queremos solidificar o backside1 da formação sempre, o que significa
tentar colocar pelo menos quatro homens concentrados naquele lado, oposto ao lado da leitura primária do
quarterback. Isso está embutido no próprio esquema desde o primeiro dia de treinos do ano. Nós acreditamos em
ensinar as proteções de passe minuciosamente, modificando muito pouco e somente quando necessário.
PROTEÇÃO DO PLAY-ACTION
Nossa PP de play-action é derivada da nossa sprint-draw action2. É baseada num esquema individual de
proteção, com alguns princípios de zona incorporados. As figuras 1 e 2 mostram essa proteção contra fronts de 7 e 8
homens.
A parte individual da PP envolve o OT do playside, fullback e tailback. Os outros jogadores têm que ficar de
olho em determinados pontos de ataque, porém trabalham em zona, se adaptado caso a defesa mude a
1
Lado oposto ao lado da jogada.
Espécie de dropback acelerado, simulando esquemas de sprint-out passing, onde o QB rola para fora do pocket e tenta fazer o
passe. Nesse caso, existe uma draw, uma corrida demorada, após a “simulação” de um esquema típico de passe.
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responsabilidade dos gaps, faça algum stunt, etc. O princípio do backside é enfatizado no playside3 guard. Se o gap
que lhe é assinalado não está “preenchido” (coberto), então ele deve dropar num angulo de 45° para o backside e
bloquear. A chave aqui é o controle e ângulo do drop. Nós queremos colocar o defensor o mais longe possível do
quarterback, de modo que nem sequer sinta a pressão do pass rush.
Stunts da secundária são responsabilidade dos running backs (FB e TB) e uma chamada de Alerta pode ser
feita pelo QB, antes ou depois do snap, para alertar que um stunt da secundária está vindo e o fake deve ser
desconsiderado. A chamada de alerta não muda a proteção de nenhuma maneira.
PROTEÇÃO DE DROPBACK
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Lado da jogada
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Nossa proteção de dropback é individual. É uma chamada dirigida do huddle e incorpora os mesmos
princípios de nossa proteção de play-action. Esse esquema é mostrado contra fronts de 7 e 8 homens
respectivamente abaixo.
Contra ambos os fronts, nos tentamos incorporar um check release4 para nossos backs. Contra um front de 7
homens, eles estão “amarrados” com o guard checando os linebackers e o defensive end. Contra um front de 8, o
tailback está amarrado com o center na mesma relação e o fullback tem uma checagem dupla no playside da jogada.
Nós não bloqueamos o nose tackle com dois jogadores porque nós não queremos nossos backs bloqueando um
rusher da ponta da linha em uma situação normal, quando eles poderiam ser uma válvula de escape para o QB. Nós
ajudamos o center com o guard se a sua checagem dupla não lhe der ninguém para bloquear.
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Tipo de release onde os backs checam blitzes antes de abrir numa rota de passe.
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A maior semelhança entre a PP de dropback e a de play-action é que ambas utilizam os backs na linha para
uma proteção máxima. Os backs precisam estar atentos que quando nós usamos essas proteções, eles são
bloqueadores primeiro e recebedores apenas quando as regras e checks estiverem totalmente realizados.
PROTEÇÃO HOT
Nossa filosofia é esticar ao máximo a defesa, não comprimi-la e usar proteção máxima. Nós não queremos
que a defesa dite para nós quando precisamos usar muitos audibles.
Esse é uma de nossas proteções hot mais usadas. Essa PP é uma leitura direcional para o defensive end
aberto chamada Lucy/Ricky. O QB precisa ler os defensores do playside para a bola hot. Por exemplo, se nosso tight
end está na esquema, nós podemos usar a proteção Ricky (ver figura 5).
Nós usaríamos Lucy se ele estivesse na direita (ver figura 6). Dois TEs nos dariam a possibilidade de ir a
qualquer direção. Um de nossos linemen tem uma checagem dupla. Se ambos defensores rusharem, é hora da bola
quente (hot).
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Nós também precisamos ter algumas chamadas de linha no caso de um linebacker de dentro causar
problemas a um back. Esses tipos de caso estão diagramados nas figuras 7 e 8.
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Mudando a posição do back para mais perto da linha de scrimmage ou mudar para shotgun são opções para
esse alinhamento complicado do linebacker. Essa é uma excelente proteção para o quarterback e nos permite
executar nosso ataque sem chamar uma dezena de audibles.
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