URBANISMO
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URBANISMO
URBANISMO a revista da caixa PENSAR AS CIDADES DO FUTURO, COM OS OLHOS POSTOS NO PRESENTE NUNO PORTAS TRAÇAR OS ESPAÇOS PÚBLICOS CAIXA GERAL DE DE P ÓSI TOS O ALGARVE TAMBÉM É ISTO N.o 11 | maio de 2013 | Ano IV A PRAIA É APENAS UM PRETEXTO PARA DESCOBRIR O OUTRO LADO DESCUBRA AS VANTAGENS DE SER CLIENTE MAIS CONHEÇA A APP € 1,50 CONTINENTE E ILHAS PERIODICIDADE TRIMESTRAL CLIENTE MAIS SER CLIENTE MAIS É SOMAR 12 VANTAGENS. TEM 12 VANTAGENS À SUA ESPERA. + VANTAGENS EM POUPANÇAS; + VANTAGENS EM FINANCIAMENTOS; + VANTAGENS EM SEGUROS; + VANTAGENS NA GESTÃO DO DIA-A-DIA. Para ser Cliente Mais deverá domiciliar o rendimento, ter Caixadirecta, Cartão de Crédito e de Débito. MAIS VANTAGENS É NA CAIXA. COM CERTEZA. www.cgd.pt | 707 24 24 24 | 24 horas por dia / todos os dias do ano. Informe-se numa agência da Caixa. e editorial Desafios e criatividade a revista da caixa Diretor Francisco Viana Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra Colaboradores Ana Rita Lúcio, Helena Estevens, Leonor Sousa Bastos, Paula Lacerda Tavares (texto); Anabela Trindade, João Cupertino, FG + SG, Filipe Pombo e Gualter Fatia, com agências Corbis, Getty Images e iStockphoto (fotos); Marta Monteiro (ilustração), Dulce Paiva (revisão) Secretariado Teresa Pinto Gestor de Produto Luís Miguel Correia Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font REDAÇÃO TELEFONE: 21 469 81 96 FAX: 21 469 85 00 R. Calvet de Magalhães, 242 2770-022 Paço de Arcos PUBLICIDADE TELEFONE: 21 469 87 91 FAX: 21 469 85 19 R. Calvet de Magalhães, 242 2770-022 Paço de Arcos Diretor Comercial Pedro Fernandes ([email protected]) Diretor Comercial Adjunto Miguel Simões ([email protected]) Diretora Coordenadora Luísa Diniz ([email protected]) Assistente Florbela Figueiras (ffi[email protected]) Coordenador de Materiais José António Lopes ([email protected]) Editora Medipress - Sociedade Jornalística e Editorial, Lda. NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90; CRC Lisboa Composição do capital da entidade proprietária Impresa Publishing, S. A. - 100% R. Calvet de Magalhães, 242 2770-022 Paço de Arcos Tel.: 21 469 80 00 • Fax: 21 469 85 00 Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, S. A. Distribuição Gratuita (a revista Cx tem preço de capa, mantendo-se, no entanto, o seu caráter de oferta) Foto de capa: nadla / iStockphoto Propriedade Caixa Geral de Depósitos Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa Periodicidade Trimestral (Edição n.º 11, abril/junho 2013) Depósito Legal 314166/10 Registo ERC 125938 Tiragem 72 000 exemplares Correio do leitor [email protected] A Cx é uma publicação da Divisão Customer Publishing da Impresa Publishing, sob licença da Caixa Geral de Depósitos As emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção desta publicação foram compensadas no âmbito da estratégia da CGD para as alterações climáticas. APÓS UMA EDIÇÃO POR ENTRE OS VERDES e os dourados das vinhas, regressamos à cidade – ou às cidades, se assim preferir –, com o objetivo de perceber para onde caminham os nossos núcleos urbanos. O ponto de partida é cada vez mais consensual: sem espaço para manter um modelo expansionista, torna-se urgente alterar o rumo e privilegiar o reordenamento paisagístico das cidades, a reabilitação do parque imobiliário existente e a criação de polos dinamizadores de emprego. Fruto do seu papel na sociedade e daquilo que é a sua atividade, a Caixa não fica indiferente a esta problemática e à ideia de regeneração dos centros urbanos. Prova disso são as muitas soluções a este nível que a Caixa disponibiliza a empresas, autarquias e particulares, tendo em vista a promoção de projetos que reabilitem as cidades, promovendo melhores condições para as populações. Exemplo disso mesmo, a Caixa foi uma das entidades nacionais selecionadas para implementar e gerir um Fundo de Desenvolvimento Urbano JESSICA, disponibilizando 178 milhões de euros para apoiar projetos de reabilitação e regeneração urbana conducentes ao repovoamento e dinamização da atividade económica. Trata-se de uma iniciativa comunitária lançada, conjuntamente, pela União Europeia, pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, que visa apoiar os Estados-membros na reabilitação e regeneração das suas cidades. Mas não é tudo. A mobilidade é outro dos grandes problemas das cidades e, também aqui, a Caixa Geral de Depósitos procura dar o exemplo, dispondo de um Plano de Mobilidade próprio. Trata-se de um projeto pioneiro, à escala nacional, e que visa a promoção de mais e melhores opções de acessibilidade para pessoas, bens e serviços, dentro do Grupo CGD, incluindo soluções alternativas e mais eficientes. Estes são apenas alguns dos desafios que se colocam às cidades atuais e que merecem uma resposta pensada dos vários agentes, numa reflexão urgente para a qual o convidamos nesta edição da Cx. Um convite, aliás, pela mão de Nuno Portas, referência incontornável em urbanismo e com quem estivemos à conversa. E porque, nesta aposta na regeneração urbana, há que valorizar os bons exemplos já existentes, visitámos a Studio Teambox e o Oliva Creative Factory, dois projetos onde a criatividade impera. Tudo isto e muito mais numa Cx feita a pensar em si. FRANCISCO VIANA «FRUTO DO SEU PAPEL NA SOCIEDADE, A CAIXA NÃO FICA INDIFERENTE À PROBLEMÁTICA E A ESTA IDEIA DE REGENARAÇÃO DOS CENTROS URBANOS» Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico Cx a re v i s ta d a c a i xa 3 i interior 06 Pormenor Notícias breves DESTAQUES PESSOAS 10 Histórias de sucesso Adelaide de Sousa 12 Talento As fotos de Daniel Rodrigues e as árvores de Marta Pinto ESTILO 16 Design & arquitetura Pedras Salgadas Eco Resort; a dupla que conquistou os Muse; Trienal de Arquitectura 20 Automóveis Um Smart ligado à elétricidade 22 Culto + Soluções Peças com muito estilo e ideias para o dia a dia 24 Gourmet + Prazeres O Barão Fladgate, a Casa da Dízima e um tentador brownie 39 Observatório CGD DESTINOS 46 Roteiro De Tomar à Nazaré 48 Fugas Outros Tempos – Turismo de Aldeia + Onyria Marinha Edition Hotel & Thalasso VIVER 53 Finanças Evitar o sobre-endividamento; O sucesso da exposição Educação+ Financeira 60 Sustentabilidade Cátedra CGD - Estudos do Mar; Oceanário celebra 15 anos 66 Saúde Férias ao ar livre CULTURA 67 Livros & Discos 70 Studio Teambox Cooperar é a alma do negócio 72 Agenda 73 Vintage Entre pesos e medidas 74 Fecho Notícias CGD 4 Cx a rev i s ta d a ca i xa 32 Para onde caminham as nossas cidades? De um passado feito de excessos, em que a malha urbana se estendeu rumo às periferias, o novo molde citadino talha-se à medida das exigências da crise e da sustentabilidade. Regressando aos centros históricos, o futuro passa, ainda, pelo redesenho das políticas de mobilidade e pela regeneração dos tecidos urbanos. 26 Entrevista Do arquiteto que, depois de o ser, não mais o foi ao urbanista projetado no corpo das cidades a que ajuda a dar vida, Nuno Portas continua a apostar no futuro dos espaços públicos, abrindo caminho para os planos nos domínios da incerteza. 40Grande viagem Com a chegada dos meses mais quantes, aponta-se a um destino incontornável: o Algarve. Mas, acredite, existem muitos e bons motivos para retardar o mergulho nas tão desejadas águas temperadas. 56 Institucional Seja um Cliente Mais e conheça os produtos e serviços da CGD, criados a pensar em si. 62 Sustentabilidade A imaginação é a matéria-prima da Oliva Creative Factory. A sua técnica produtiva é usar a criatividade para gerar negócios. E o seu valor é calculado com a soma do talento com a ambição e o trabalho. O concelho de São João da Madeira está prestes a inaugurar um cluster de indústrias criativas para apostar em ideias inovadoras. 68 Cultura No âmbito do Projeto Orquestras, a Caixa Geral de Depósitos apoia e divulga a música erúdita junto de famílias e jovens. FDU JESSICA - CGD APOIAMOS A REGENERAÇÃO DOS CENTROS URBANOS EM PORTUGAL. Porque queremos apoiar a dinamização da atividade económica nas áreas urbanas do Norte, Centro e Alentejo, disponibilizamos soluções de financiamento para apoio à reabilitação e regeneração, integradas na iniciativa comunitária JESSICA. Se tem um projeto de requalificação para fins comerciais ou turísticos, na vertente das instalações desportivas ou de apoio social e cultural, no domínio da modernização de infraestruturas urbanas e espaços públicos, ou ainda para a melhoria da eficiência energética e introdução de energias renováveis, saiba que pode contar com a Caixa. Com Certeza. Informe-se numa agência ou gabinete Caixa Empresas, ou através do email [email protected] HÁ UM BANCO QUE MEXE E FAZ MEXER O PAÍS. A CAIXA. COM CERTEZA. www.cgd.pt/empresas | 707 24 24 77 | 8/22h / todos os dias do ano. p pormenor ARTE E CHOCOLATE Nascida de um interesse comum de Ana Rita Gonçalves e de Hélder Bernardo pelo colecionismo de pacotes de açúcar, a My Sugar (www.mysugar.pt) destaca-se pela capacidade de cruzar o prazer do chocolate com ilustrações para guardar. Cada tablete vem embrulhada num invólucro ilustrado por criadores portugueses (como Diana Cró, Joana Nogueira ou Tiago Leal), transportando uma mensagem adaptada a quem vai saborear o chocolate. A loja oficial fica em Aveiro e merece uma visita de todos os gulosos. LOUBOUTIN INSPIRA-SE NA CARRASQUEIRA O famoso estilista francês Christian Louboutin, por muitos considerado o principal designer de sapatos do mundo, escolheu o porto palafítico da Carrasqueira, na Herdade da Comporta, para fotografar a coleção primavera/verão de 2013. Defensor de que «qualquer mulher pode pescar um homem bonito quando calça uns sapatos Louboutin», o estilista escolheu o fotógrafo Peter Lippmann para captar imagens poderosas e irreverentes, que servem de primeira montra a uma coleção que bebe inspiração na obra surrealista do artista belga René Magritte. ILUZTRA À luz da tradição Retratar o que Portugal tem de melhor é o mote para um novo projeto de design de iluminação as nossas marcas aos quatro cantos do mundo Chama-se Iluztra e é uma jovem marca, cem por cento portuguesa, que nasceu do desejo de criar um novo produto, diferenciador e criativo, para o mercado dos souvenirs. A aposta inicial recaiu sobre os candeeiros de mesa e os abat-jours, considerados o veículo ideal para fundir o design de iluminação e a ilustração, transportando consigo memórias da cultura e do património nacionais. Inês Marujo, Cláudia Sirgado, Rita Pedro e Pedro Flores são os responsáveis por um projeto que convidou cinco artistas nacionais para «iluztrar», de forma exclusiva, as primeiras peças: Sara Paz, Rodolfo Bispo, Ricardo Santo, Sílvia Rodrigues e Oraviva. Um projeto que promete tornar mais simples levar um pouco das nossas tradições, da nossa cultura e do nosso património para qualquer canto do mundo. «FUNGAGÁ» DA BICHARADA Os portugueses não param de dar que falar e um dos nomes em destaque é o de Afonso Barbosa. Designer e programador, Afonso criou a Pet2mate, uma rede social destinada a donos de animais e a aficionados do reino da bicharada. Ao contrário do facebook, onde cada utilizador cria o seu 6 Cx a re v i s ta d a c a i xa perfil, aqui existem dois perfis associados: o do utilizador e o do respetivo animal. O objetivo passa por criar uma comunidade em redor dos animais de estimação e, depois da versão iPad, estão previstas a versão Android e a formalização da comunidade na Web. BALOTELLI COM CHUTEIRAS À PORTUGUESA RAHMA PROJEKT Design com sotaque Do outro lado do Atlântico, mais precisamente do sul do Brasil, chega-nos este projeto de Rafael Hoffmann, um professor de design. Como o próprio explica, «o Rahma Projekt nasceu pelo desejo de criar, simplesmente pelo prazer de criar. Sem briefing, sem pressão, sem cliente, sem pretensão. Criando o que eu gosto, como eu gosto, sem me preocupar em ter de dar explicações [...] Uma válvula de escape que junta duas das minhas paixões: o design e o rock’n’roll». E estas duas paixões estão juntas numa deliciosa coleção de posters, que recupera algumas das mais emblemáticas músicas da história. Para descobrir em www.rahmaprojekt.com. Fotos: D.R. SCOOTER DO FUTURO elétrica e extremamente portátil, a Moveo apresenta-se como uma alternativa a ter em conta numa sociedade cada vez mais desperta para a sustentabilidade. Criada pela Antro, uma organização sem fins lucrativos húngara que se dedica ao desenvolvimento de transportes ambientalmente sustentáveis, a Moveo tem como grande vantagem a possibilidade de poder ser dobrada e levada para qualquer lado, como se fosse um trolley de viagem. Leva pouco mais de dois minutos a voltar à forma original, tem uma bateria com autonomia para 35 quilómetros, atinge uma velocidade de 45 km/h e deve entrar em produção ainda este ano. se um dia vir mario balotelli com umas chuteiras camufladas, vai estar a ver um dos mais famosos jogadores do mundo a calçar um modelo desenhado por um português. O autor é MrDheo, artista oriundo do Porto e aficionado por futebol, que conta, no seu currículo, com um mural de Radamel Falcao, desenhado durante a Primeira Bienal de Arte Urbana de Cali, na Colômbia. Mas voltemos às chuteiras. O jogador italiano deu indicação de que queria o número 45 e a frase «Balo is Back» e o graffiter português acrescentou-lhe o padrão surpresa e outros elementos inesperados, tais como o símbolo do Super-Homem. Inspirar a sociedade SIZA VIEIRA EM LIVRO ter coragem de partir e deixar tudo para trás. Ter coragem de prescindir da zona de conforto. Ter coragem de dar forma aos sonhos. É este o ponto de partida de Susana, Norberto, Paco e Milán, dois portugueses, um espanhol e um húngaro, que decidiram trocar as suas carreiras por voluntariado em África. A partida teve lugar em maio e, ao longo de nove meses, irão atravessar vários países do continente africano, colaborando com, pelo menos, cinco ONG. Conheça o projeto em http://goaheadfollowus.wix. com/followusfollowlife. Álvaro Siza. Complete Works 1952-2013 foi o título escolhido para um livro que pretende ser um verdadeiro guia sobre a(s) obra(s) de Siza Vieira. Editado pela famosa editora alemã Taschen, o livro tem 500 páginas e surge numa edição multilingue, escrito em português, espanhol e italiano. Mais uma prova de reconhecimento do trabalho de Siza Vieira, primeiro Pritzker português, que foi alvo de uma grande entrevista na edição 9 da Cx e que continua a deixar a sua marca um pouco por todo o mundo. Cx a re v i s ta d a c a i xa 7 p a Caixa ao pormenor BANCO MAIS SUSTENTÁVEL DE PORTUGAL QUALIDADE DE SERVIÇO Linha de Atendimento ao Cidadão Surdo A Caixa inova uma vez mais, tornando-se o primeiro Banco nacional a disponibilizar este serviço a linha de atendimento ao Cidadão Surdo é uma linha via Internet, à disposição de qualquer cidadão surdo que domine a língua gestual portuguesa, seja ou não Cliente da Caixa. Através de uma videochamada e de um intérprete on-line de língua gestual portuguesa, pode contactar um assistente Caixadirecta e obter informação sobre os produtos e serviços da CGD, bem como cancelar meios de pagamento da Caixa em caso de perda ou furto. Para tal, deve registar-se no Portal do Cidadão Surdo (www.portaldocidadaosurdo.pt), com atendimento especializado através de vídeo-intérprete. Para isso, deve ter um computador ou telemóvel, com ligação à Internet (3G ou Wi-Fi), câmara e microfone, e ligar o número 12472, disponível todos os dias úteis, das 9h às 17h (custo 0,01 euros/min.). Uma vez registado, pode estabelecer o contacto visual com um intérprete de língua gestual portuguesa, através de videochamada, que assegura a ligação telefónica com o assistente do serviço do Caixadirecta. O intérprete atuará como um intermediário, traduzindo toda a conversa entre si e o assistente. Esta Linha de Atendimento ao Cidadão Surdo presta informação exclusivamente genérica sobre produtos e serviços da CGD, não sendo permitido prestar informações sobre contas, depósitos ou dados pessoais ou bancários. O serviço oferece a máxima confidencialidade e segurança, quer ao operador/intérprete, quer ao cidadão surdo. O SERVIIN (entidade prestadora do serviço) está obrigado aos princípios do sigilo bancário, bem como a prestar todo o serviço de atendimento de acordo com a Lei n.º 134/2009 (call center), e a cumprir os níveis de serviço nela convencionados, consignados, por protocolo e respetivo acordo de confidencialidade, com a Caixa Geral de Depósitos. a caixa é marca Bancária de Confiança em Portugal, pela 13.ª vez consecutiva, pelo estudo Marcas de Confiança, uma iniciativa da Reader’s Digest que resulta da opinião dos consumidores. Esta é uma prova da dedicação e emprenho da Caixa em relação aos seus Clientes, reforçada pela continuidade do prémio e por outras distinções igualmente relevantes. 8 Cx a re v i s ta d a c a i xa a caixa foi eleita o Banco Mais Sustentável de Portugal, em 2012, pela revista The New Economy. A distinção surge no âmbito da iniciativa The New Economy´s Sustainable Finance Awards e visa reconhecer os bancos e instituições financeiras que, ao nível internacional, demonstraram liderança e inovação na integração de critérios sociais, ambientais e corporativos na atividade corrente. Na edição 2010/11, a iniciativa passou a incluir Portugal, tendo a CGD sido distinguida como a Instituição Financeira Mais Sustentável de Portugal. O reconhecimento repetiu-se na edição seguinte, desta vez premiando o Grupo CGD como o mais sustentável em Portugal, elegendo-o como embaixador do setor financeiro nacional. A distinção agora recebida, referente a 2012, vem, assim, reforçar a estratégia e o trabalho efetuado no âmbito da sustentabilidade. A CGD detém, atualmente, um programa de sustentabilidade abrangente e estruturado, que tem sido amplamente reconhecido por entidades externas, nacionais e internacionais. ARREDONDE COM O SEU CARTÃO ao efetuar compras com os cartões de débito, débito diferido ou crédito da Caixa (exceto Made By), pode beneficiar do mecanismo de arredondamento da Caixa, revertendo um determinado montante, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples, basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou no serviço Caixadirecta telefone para associar um dos três programas de arredondamento à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt. N OVO LO O K Já viste o novo Cartão MTV? Nova imagem, as mesmas vantagens, disponíveis até para Clientes de outros bancos O cartão MTV tem uma nova imagem, mais radical e atrativa, própria para ti que gostas de música, festas e diversão. Trata-se de um cartão que oferece vantagens únicas e exclusivas, levando os seus Clientes às melhores festas MTV, a concertos e aos festivais de verão. Este cartão existe em versão de débito e de crédito (1), neste caso permitindo efetuar compras a crédito em estabelecimentos da rede Visa, levantamentos a crédito (cash advance) e acesso às caixas automáticas e agências bancárias identificadas com o símbolo Visa, em Portugal e no estrangeiro. Se optares pela vertente de crédito, podes escolher: U Pagar, no final do mês, a totalidade do plafond utilizado, sem juros nem custos adicionais; U Pagar, mensalmente, uma percentagem do plafond utilizado, dividindo o valor por vários meses, e usufruir de uma taxa de juro muito competitiva: 5%, 10%, 25%, 50%, 75% ou 100% do saldo em dívida, com um mínimo de 25 euros. Indicado para ti, que tens 18 anos ou mais, este cartão está disponível também para Clientes de outras instituições de crédito, que podem aderir sem mudarem de banco. Para tal, basta enviar o NIB da conta onde pretendes que sejam feitos os pagamentos. Descobre como aderir em www.cgd.pt ou em www.cartaomtv.com. Poderás, então, participar em eventos exclusivos, ganhar bilhetes para concertos MTV, aceder a conteúdos exclusivos e obter descontos em parceiros de música, cinema e cultura! (1) TAEG de 19,2%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 18,00% A Caixa está no facebook O Caixa IU é a presença mais recente da Caixa no facebook, disponível em www.facebook.pt/caixaiu. O lançamento deste perfil coloca a Caixa ainda mais perto dos seus Clientes, neste caso dos jovens e universitários. E isso confirma-se pelos números: apenas três meses depois do seu lançamento, o caixa IU ultrapassava já os 20 mil fãs. Naquela plataforma, desenvolvem-se passatempos e outras iniciativas, como está previsto acontecer no âmbito dos festivais de verão, além da divulgação de ações dirigidas a este público. Foi o caso do recente tour Caixa IU, que, entre maio e junho, passou por diversas universidades, oferecendo bilhetes duplos para as semanas académicas do Algarve, Coimbra, Porto, Lisboa e Évora. Além do Caixa IU, a CGD tem, também, mais três perfis ativos no facebook: o CaixaWoman, em www.facebook.pt/ caixawoman, o Vantagens Caixa, em www.facebook.pt/vantagenscaixa, e o Saldo Positivo, em www.facebook.com/ saldopositivo. Conhecer ainda melhor os seus Clientes, os seus gostos e a suas necessidades é, no fundo, o objetivo, para que a CGD possa mobilizar-se cada vez mais em sua função. VAI AO MEO SUDOESTE COM A CAIXA a caixa está a oferecer bilhetes para o Meo Sudoeste, a realizar entre 7 e 11 de agosto, aos jovens universitários Clientes da Caixa, detentores do cartão Caixa IU, Caixa ISIC ou Caixa Académica Estudante. A oferta está associada à subscrição ou reforço da conta Caixapoupança Superior e irá premiar os 50 primeiros depósitos, assim como os 50 maiores, durante o mês de junho (mínimo de 250 euros para atribuição de prémio). O mesmo havia já acontecido para o festival Super Bock Super Rock, numa iniciativa em tudo idêntica, efetuada durante o mês de maio. A Caixa está, ainda, a oferecer estadias no hostel da CGD, uma forma mais confortável e acolhedora de viver os festivais. Esta oferta insere-se no âmbito de um passatempo dinamizado no facebook, sendo que serão realizados outros passatempos com ofertas adicionais de estadias, nos próprios eventos, no stand da Caixa. Descobre tudo em www.cgd.pt e em www.facebook.pt/caixaiu. Cx a re v i s ta d a c a i xa 9 h histórias de sucesso ADELAIDE DE SOUSA A arte de saber viver FELIZ Atriz e apresentadora, Adelaide de Sousa associa o sucesso às lições que aprendeu com as suas etapas de vida. Revela que a fizeram amadurecer e conquistar uma forma de saber viver mais atenta a si e aos outros Por Paula de Lacerda Tavares Fotografia Filipe Pombo COM 44 ANOS, Adelaide de Sousa afirma que deixou «cair a mania que tinha aos 30 anos de autossuficiência e independência. Acredito que ninguém amadurece se não aprender a amar melhor. Por isso, estou mais humana, calma, empática, atenta e amorosa.» Cx: O que é para si o sucesso? Adelaide de Sousa: Creio que o sucesso é o cumprimento de um propósito que não poderíamos ter conhecido no início do processo. Sinto que as várias etapas da minha vida foram cumpridas e bem-sucedidas, independentemente de elas me terem levado a lugares e a situações que não eram as que eu procurava de início, mas, se calhar por isso mesmo, me trouxeram crescimento pessoal. Cx: Como era a menina Adelaide que tinha as suas conversas com Deus? AS: Tinha vindo de Moçambique com sete anos, com os meus pais e os meus quatro irmãos, e deparei-me com um ambiente muito hostil, em Portugal, em contraste com o ambiente de proteção e de carinho que, até então, tinha vivido. Apesar de ter troçado com os meninos que iam à catequese, pouco tempo depois comecei a sentir que estava acompanhada por uma presença protetora, que identifiquei como sendo Deus, e com quem falava. Nessa altura, cheguei a acreditar que queria ser freira. Cx: Ser mulher e crescer passa por uma reconciliação com o passado? AS: Absolutamente. Tinha muitas coisas para resolver em mim. O primeiro passo é ter a consciência da necessidade de uma introspeção atenta e, depois, é um processo. Quando chegamos à idade adulta, há uma necessidade de olhar para trás, para nós mesmos, de fazer um balanço com os olhos de adulto. Há um olhar benevolente em relação ao passado, que é necessário para um bem-estar interno 10 Cx a re v i s ta d a c a i xa e para se poder prosseguir. O crescimento com amadurecimento é bom por causa disso, ajuda-nos a entendermo-nos, a aprendermos as nossas próprias lições, a sabermos traçar os nossos caminhos e a tornarmo-nos ainda mais amigas de nós. Quando encontramos o nosso processo de amadurecimento, a relação com os outros também é mais atenta e generosa. Cx: Em 2002, por causa da sua participação em Joia de África, teve a oportunidade de regressar a Moçambique, onde nasceu. Como foi este reencontro com o lugar das memórias? AS: Foi algo que desejei imenso durante muito tempo. Ao regressar, foi quase como se aqueles 30 anos não tivessem acontecido. Andei para trás, numa memória sensitiva que foi fantástica. Estive lá cinco meses a gravar esta telenovela e, por minha vontade, tinha por lá ficado. Durante muito tempo, fiquei a matutar como tal seria possível. A minha mãe morreu em 1990 (tinha eu 20 anos) e esta viagem foi, de alguma forma, um resgatar de memórias de ambas porque também ela era moçambicana. Senti-me filha da terra neste regresso às origens. Cx: Como era a Adelaide, na sua juventude, com as suas tentativas de encontrar um rumo profissional? AS: Comecei como modelo, por volta dos 16 anos. Aos 19, fui hospedeira de bordo e fiz formação em socorrismo, tirei um curso de maquilhadora e, aos 21, fui porteira de um bar. Queria descobrir para o que tinha jeito. Depois, passei para a televisão com um concurso na TVI, Não te Enerves. Seguiram-se SENSÍVEL outros trabalhos pontuais, como o programa Jet 7 e uma participação em Médico de Família. Fiz um workshop com o Tozé Martinho e foi aí que conheci dois professores de representação americanos que despertaram em mim a vontade de ir para Nova Iorque tirar um curso de três anos. Cx: Curiosamente, quando estava a tornar-se mais conhecida do público e solicitada para trabalhos televisivos, decide ir para Nova Iorque tirar um curso de representação. Foi um risco? AS: Foi. E a motivação de vender a casa, o carro e ir para os Estados Unidos prendia-se pela falta de bases que eu então sentia. Recebi muitas críticas por me ir embora nessa altura, mas sabia também que, se não agarrasse essa oportunidade aos 30 anos, já não a iria mais aproveitar. Foi muito claro, para mim, que aquela era a altura certa. INTROSPETIVA Print PROJETO GUERREIRAS Solidariedade revelada através de um projeto que apoia mulheres com cancro de mama. ESPONTÂNEA Cx: Que lição de vida reteve desse período? AS: O ir para os E.U.A. foi determinante em termos profissionais e pessoais (encontrei lá o meu atual marido); em termos espirituais, porque foi através dele que me voltei a ligar, a estar mais consciente de mim, de Deus na minha vida e do que eu pretendia. E, em termos profissionais, o curso no Lee Strasber Institute deu-me ferramentas não só para a minha faceta de atriz, mas também para a vida. Cx: Ao decidir-se pela representação, foi por uma necessidade interna de se experimentar noutras facetas e demonstrar a sua capacidade e talento? AS: Foi mais porque eu nunca soube o que queria ser na vida, portanto era fácil. A representação é uma profissão que me permite também ser muitas coisas durante um período, quer seja de forma externa como interna. Permite brincar comigo própria e «pintar-me» de outras maneiras sem que isso me defina. coisa e que, mesmo que queira antecipar algo, não vou conseguir. Por isso, estou mais calma, tenho a noção de que vivo um sucesso ou insucesso de cada vez. Cx: Prefere representar ou fazer entrevistas? AS: Como cada vez mais gosto de ser quem sou, de dizer o que penso e de ter a minha própria maneira de agir, considero que estou numa fase em que prefiro a realidade à ficção. É um privilégio e uma grande responsabilidade ter como profissão o encontro com pessoas que se dão a conhecer. Mas também sinto saudades da representação. Cx: A maternidade é… AS: Uma terapia de choque, que não permite crescimentos lentos, e um grande desafio que me leva ao limite de mim. É, simultaneamente, maravilhosa e difícil. O meu filho Kyle tem-me ensinado a largar as minhas expectativas e é, também, através dele que me tenho resolvido enquanto mulher. Cx: Falemos do significado de amadurecer. Sente-se uma mulher de sucesso? AS: Julgo que sim, que estou no meio caminho do sucesso perante mim própria. Conquistei mais sobriedade, a noção de que sei pouca Cx: Gostava que a Adelaide com 50 anos fosse… AS: Uma mulher genuína, despida de máscaras, focada no essencial e humana. Uma mulher que olhe para trás e que sinta a diferença pelo seu caminho de vida percorrido. Se é uma mulher ativa, moderna e que valoriza soluções eficientes, os cartões de débito e de crédito (1) Caixa Woman são a solução que precisa. Contam com um programa de cashback, que permite poupar automaticamente nas compras em supermercados, em função das compras efetuadas noutros estabelecimentos, além de benefícios em parceiros e outras vantagens. Saiba mais em www.cgd.pt. (1) TAEG de 22,3%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,50%. Agradecimento ao MYRIAD by SANA HOTELS pela utilização do espaço na produção fotográfica SOLIDÁRIA A viver um momento de transição, Adelaide de Sousa revela que, atualmente, ela e o marido, Tracy Richardson, têm o propósito de se estenderem em ações que marquem a vida de outras pessoas. Por isso, o casal está com o projeto Guerreiras, em que cria a ligação entre mulheres que têm ou tiveram cancro de mama em contato com uma comunidade terapêutica nas mais diversas áreas. Para já, o projeto está a avançar na rede social facebook e o casal pretende, ainda, lançar um livro e fazer diversas exposições por todo o País, de forma a dar a conhecer as histórias de vida destas mulheres. Tudo para evitar a solidão das mulheres em todas as fases desta doença. t talento Print M A R TA P I N T O À sombra do futuro FLORESTA CAIXA Ontem, ergueu casas nas árvores. Hoje, semeia florestas pelas cidades. A investigadora que está na raiz do projeto que quer plantar cem mil árvores, na Área Metropolitana do Porto, lança a semente para um amanhã mais sustentável Por Ana Rita Lúcio Fotografia Anabela Trindade OS NÚMEROS SOLTAM-SE, velozes, entre um sorriso e outro, como frutos amadurecidos que descem das alturas, prontos a serem saboreados. «22 964», cinco algarismos que, embora não carreguem a chave do Euromilhões, podem abrir a porta à sorte grande da segunda maior cintura urbana do País. O saldo dificilmente poderia ser mais positivo, contas feitas ao total de árvores plantadas desde o início do projeto das cem mil que Marta Pinto e a equipa do Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto (CRE.Porto) querem fazer despontar, em 16 municípios do Grande Porto. Numa equação onde se juntam mais de 60 hectares já intervencionados e cerca de 123 atividades de plantação e de manutenção, a bióloga que dá vida e rosto à iniciativa prefere, contudo, pôr em evidência as «perto de dez mil horas de voluntariado» na resposta dada pela comunidade. Um contributo de valor inestimável para o futuro de todos. Mas, antes de se falar no futuro que grassa nestas florestas urbanas nativas desde outubro de 2011 – não é, aliás, por acaso que o projeto se chama FUTURO - 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto –, Marta puxa a meada às raízes do amor ao meio ambiente. A semente pode ter sido lançada pelo pai, «uma daquelas pessoas muito sensíveis à natureza», que devorava todos os programas de vida selvagem que davam na televisão. Ou, talvez, pela avó que, por viver num meio rural, a ajudou a nunca tirar os pés da terra. Pode até mesmo ter nascido de geração espontânea, numa das muitas aventuras no campismo, onde «um batalhão de miúdas», num exército de brincadeiras, erguia morada na copa das árvores. Já a consciência ambiental haveria de ganhar mais força numa visita de estudo, algures pelos 11 ou 12 anos, à Lipor (entidade responsável pela gestão e tratamento dos resíduos urbanos em oito municípios do Grande Porto). E foi por entre uma «impressionante quantidade de lixo» que percebeu «que as pequenas coisas que fazemos podem ter um impacto global». O terreno para um percurso profissional trilhado com a bandeira da ecologia em riste estava preparado: depois de se formar, deu aulas no ensino básico, passou por 12 Cx a rev i s ta d a ca i xa várias organizações não-governamentais de ambiente, foi voluntária no FAPAS (Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens) e deu a voz pela educação e comunicação ambiental na revista Fórum Ambiente. Isto, antes de rumar à Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica do Porto, para colocar as questões do desenvolvimento sustentável no centro da agenda local. Ninguém diria que, no 12.º ano, a Psicologia ainda a fez vacilar. Mas os exemplos dos «excelentes» professores e a vontade de «enfrentar o medo da Matemática» acabariam por ditar o reencontro com a Biologia. Os números não voltaram a atemorizá-la. Nem mesmo na altura de negociar «a meta relativamente confortável e suficientemente ambiciosa» das cem mil árvores, para compor o ramalhete de espécies autóctones nestas florestas urbanas, que a rede de 35 parceiros do CRE.Porto quer devolver à Área Metropolitana. A tarefa quase parece fácil, quando contada pela investigadora que foi distinguida com o primeiro lugar nos Prémios Terre de Femmes, atribuídos pela Fundação Yves Rocher a figuras femininas que lideram projetos na área da sustentabilidade. «Plantar não é nada de novo, toda a gente já plantou árvores. O difícil é garantir que elas tenham um acompanhamento a posteriori», explica. Uma aposta na floresta portuguesa, que vai já em 157 mil árvores e que resultará em uma por cada criança Cliente da CGD. A Floresta Caixa é um projeto de responsabilidade social da CGD, que visa contribuir para uma floresta de espécies autóctones, gerida de forma ativa e sustentável. Inclui desde o apoio a ações de florestação e recuperação de zonas ardidas até iniciativas de sensibilização para a importância da floresta. E são já 157 mil árvores plantadas ou em plantação, as últimas 50 mil em Pampilhosa da Serra, um número que se traduzirá numa árvore por cada Cliente da Caixa até aos doze anos. Espera--se, assim, contribuir para a recuperação da floresta nacional, um importante recurso que afeta mais de 150 mil empregos em Portugal e que permite reduzir as concentrações de CO2 na atmosfera, visando o combate às alterações climáticas. Não esconde, por isso, que a sua «atividade favorita» seja voltar, depois, para assegurar a limpeza e a manutenção do terreno e ver crescer as «árvores que se agarram à vida» e aquelas que, morrendo de pé, cedem o lugar a outras fura-vidas. Quanto aos frutos da iniciativa que pinta a tela urbana de verde, o desejo de Marta é que as florestas se tornem um recurso – sustentável, claro – com as pessoas e para as pessoas. «O nosso sonho é desenvolver projetos de economia social, aproveitando alguns recursos da floresta», ambiciona, deixando antever o futuro que se enraíza mais fundo. A CGD reconhece as alterações climáticas como um tema prioritário e, nesse sentido, disponibiliza o Cartão Caixa Carbono Zero (1) , aplicando uma percentagem das suas compras em projetos de compensação de emissões de CO2. A Tapada Nacional de Mafra foi o primeiro projeto a beneficiar dos fundos disponibilizados por este cartão. (1) TAEG de 24,7%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%. t talento Print DANIEL RODRIGUES Do outro lado da lente MISSÃO POSSÍVEL Um simples clique e um momento eternizado no tempo. Foi assim para Daniel Rodrigues, na Guiné-Bissau, onde estava em missão humanitária, com uma foto que lhe valeu um prémio World Press Photo Texto Helena Estevens Fotografia João Cupertino FOI DEPOIS de um «dia de cão», como lhe chama, daqueles em que «apetece desistir de tudo» e simplesmente fugir, que Daniel Rodrigues recebeu a notícia que lhe mudaria radicalmente a vida, catapultando-o para o lado oposto das objetivas. Há cinco meses sem fotografar – vicissitudes da vida e da crise económica em que mergulhámos –, estava longe de imaginar que uma fotografia tirada em África, numa missão humanitária, lhe traria o World Press Photo (a exposição pôde ser vista, até dia 26 de maio, no Museu da Eletricidade), o equivalente aos Óscares na fotografia, e o reconhecimento público. «Antes ninguém conhecia o meu trabalho; agora toda a gente conhece, o que é muito bom», afirma com um brilho de felicidade nos olhos. A mesma felicidade, aliás, retratada na foto galardoada, a preto e branco, a sua paixão: um grupo de miúdos a jogar à bola, um instante parado num momento, «para os outros verem a realidade que existe no mundo e mostrar as coisas que acontecem», acrescenta Daniel, para quem esta é a verdadeira essência do fotojornalismo. «Muitas vezes, as pessoas não têm oportunidade de ir aos locais e é uma forma de se mostrar a realidade ao mundo.» Além do reconhecimento, o prémio trouxe-lhe mais trabalho e material, mas não uma forma diferente de fotografar. «Continuo exatamente o mesmo a fotografar. Tanto antes como depois. Todos os dias, aprendo coisas novas. Continuo a ser o mesmo, tentando sempre evoluir e ser melhor.» Há, no entanto, uma pequena diferença: ele, que estava habituado a ficar atrás da objetiva, é, agora, entrevistado por jornalistas, alguns MESMO QUANDO NÃO ESTOU A TRABALHAR, ESTOU A FOTOGRAFAR. É TAMBÉM UM HOBBY 14 Cx a rev i s ta d a ca i xa deles colegas com os quais já trabalhou lado a lado, e vê-se, repetidamente, no papel de fotografado. O gosto pela fotografia surgiu em criança, um bichinho que se foi tornando cada vez maior e que o levou a tirar o curso, no Instituto Português de Fotografia, e a enveredar por uma carreira que abraça com paixão e a tempo inteiro. «Mesmo quando não estou a trabalhar, mesmo que seja com o telemóvel, estou a fotografar. Acho que é, também, um hobby.» O único que tem. Tal como o tema preferido. E recorrente: «Sempre adorei África e, desde o ano passado, em que estive um mês e meio lá, que o bichinho ainda ficou maior e a vontade de regressar e fotografar lá ainda é maior.» Planos para o futuro não tem ainda propriamente definidos, preferindo viver antes um dia de cada vez. Mas sonhos não faltam. E os principais voltam a centrar-se no continente negro, que quer percorrer e explorar através de uma viagem de carro. E, no fim, apresentar uma fotorreportagem, o que, apesar de tudo, continua a não ser muito fácil. «O problema é arranjar financiamento para essas coisas», explica. Trabalhar para uma grande agência ou jornal internacional é outro desses sonhos. Para os mais jovens, fica um conselho: «Nunca desistir. Mesmo que a vontade seja desistir e fugir. O dia antes de receber a notícia de que tinha ganhado o prémio foi um daqueles chamados ‘dias de cão’, um dia em O voluntariado foi sempre uma coisa que quis fazer. Foi, inclusive, durante uma missão humanitária, o ano passado, em Dolumbi, na Guiné-Bissau, que tirou a foto premiada. «Acho que só ajudando os outros, só vivendo o que vivi, é que se pode saber o que é ajudar. Ajuda-se sem receber nada em troca, embora se recebam sorrisos e a felicidade dos outros, o que é uma coisa inexplicável. É a melhor emoção que uma pessoa pode sentir. E África é aquele continente em que as pessoas precisam mais e em que toda a ajuda é precisa.» Entre as várias tarefas desempenhadas, ajudou a reconstruir um hospital e uma escola, mas uma das histórias que guarda com mais carinho é a de um bebé com queimaduras em 60% do corpo: «Tenho um orgulho enorme em ter salvado a vida de uma criança de dois anos e só isso vale por tudo.» Da Guiné-Bissau guarda ainda memórias «de um país feliz – mesmo sem nada. As pessoas [cá] não fazem a mínima ideia do que é não ter nada, não ter posses, não ter luz, não ter água. Em Portugal, França, Espanha ou em qualquer país civilizado, basta não se ter um telemóvel para se ficar triste. E eles não têm água, não têm luz. E são felizes. As fotos podem mostrar muito bem isso», explica. que só me apetecia desistir e essas coisas. Nunca imaginei que, passadas umas horas, a minha vida iria mudar completamente. Por isso é que acho que se deve lutar sempre por aquilo que se quer.» Cx a rev i s ta d a ca i xa 15 d design & arquitetura ECO-HOUSES São sete casas, muito engraçadas Ficam no Parque de Pedras Salgadas e a harmonia entre elas e a natureza é tal que receberam o prémio de Edifício do Ano, atribuído pelo Arch Daily Texto Pedro Guilherme Lopes Fotografia FG+SG O PARQUE DAS PEDRAS SALGADAS, reconhecido pela qualidade das suas águas, passou a ter uma outra atração: um eco-resort, constituído por sete casas em madeira que parecem saídas de um filme, tal a perfeição com que se enquadram no meio ambiente. E o argumento torna-se ainda mais «eco» se pensarmos que, para chegar até elas, temos de ir a pé, utilizar uma bicicleta ou um carrinho de golfe elétrico. O projeto é assinado pelos arquitetos Luís Rebelo de Andrade e Diogo Aguiar, que criaram estas eco-houses com base num sistema modelar, desenvolvido pela Modular System. No fundo, é como se cada módulo da casa (e elas são compostas por três, que as tornam diferentes umas das outras) fosse uma peça de lego, encaixada, com toda a precisão, para se adaptar ao território sem ter de obrigar a alterar a estrutura arbórea do parque. Cada eco-house alberga até seis pessoas e, nos seus cerca de 60 m2, divide-se em dois quartos, sala, kitchenette, casa de banho, hall e deck. O vidro, a madeira e a ardósia são os materiais predominantes e as coberturas de duas águas, que resultam em telhados inclinados, conferem um dinamismo extra e criam uma sensação de amplitude para quem entra. São, aliás, uma das imagens de marca deste que é o primeiro avanço no que toca a casas pré-fabricadas com o objetivo de serem implantadas na floresta e preparadas para suportar neve. Lá dentro, o minimalismo é palavra de ordem, contrastando com a natureza que espreita pelas diversas zonas envidraçadas. Motivos mais do que suficientes para o Arch Daily, a publicação on-line de arquitetura mais visitada do mundo, ter entregado a estas eco-houses o prémio de Edifício do Ano, na categoria de Hotéis e Restaurantes. Não se pense, no entanto, que o projeto está terminado. Em breve, este verdadeiro conjunto de quadros vivos ganhará casas suspensas nas árvores, que, apostamos, levarão ainda mais gente à descoberta destas casas muito engraçadas. 16 Cx a re v i s ta d a c a i xa d design & arquitetura ONENESS TEAM Um grito do interior De Portalegre para o mundo, a história de dois estudantes que assinam o videoclipe de uma das mais importantes bandas do planeta Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia João Cupertino ELA VEM DE BEJA, ele de Arruda dos Vinhos. Conheceram-se na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Portalegre, e, após criada empatia, não tardou que começassem a ajudar-se na realização de trabalhos da faculdade. Da união nasceu a Oneness Team, nome com o qual assinam trabalhos como a curta que rodou nos Festivais Fantasporto e Monstra. Sendo fãs dos Muse, Inês e Miguel costumam estar a par das novidades daquela que é uma das mais importantes bandas do planeta e, ao saberem do desafio para a criação do videoclipe do tema Animals, não hesitaram. Mesmo que não ganhassem, ficariam com mais uma animação no portfólio. «Nós não acreditávamos que íamos ficar entre os finalistas, quanto mais ganhar», recorda Inês. «Ao todo, participaram 129 vídeos de todo o mundo, alguns muito bons. Como o nosso era uma curta de animação, pensámos que as pessoas poderiam não gostar tanto, mas foi o oposto; o facto de ser animado é que atraiu as pessoas a verem, a comentarem e a partilharem o 18 Cx a re v i s ta d a c a i xa nosso vídeo.» Focando o capitalismo, o tema Animals é muito forte e o que Inês e Miguel pretenderam foi retratar a letra. «Transformámo-la numa metáfora com desenhos simples. Por exemplo, os membros das pessoas representam o valor pessoal, que está a ser transformado em dinheiro». vencedores Miguel Mendes e Inês Freitas com o seu Animals, videoclipe dos Muse A importância das redes sociais A notícia da vitória chegou quando os votos de parabéns já se espalhavam pelas redes sociais. Numa questão de minutos, os nomes dos dois jovens estudantes corriam o mundo, comprovando a importância destas mesmas redes como ferramenta de trabalho. «A cada novo dia, vemos o poder das redes sociais. É algo que pode ser muito bom na descoberta de jovens artistas e na descoberta de novas ideias», diz Inês Freitas. E, porque não dizê-lo, para a descoberta de cidades, pois Portalegre passou a estar no mapa de muito boa gente, com a dupla a acreditar que esta conquista poderá ajudar a que se olhe, de outra forma, para o que se faz no interior do País. «Esta competição foi uma mostra que se faz trabalhos artísticos e que se trabalha bem em Portugal. Não só para as pessoas de outros países, mas, também, para quem reside noutras zonas de Portugal, que possa pensar que não se faz muito no interior e, neste caso, no Alentejo», afirma Miguel Mendes. E acreditam, também, que esta nota de relevo no currículo ajudará a abrir novas portas profissionais, tanto em conjunto como individualmente. «Iremos sempre trabalhar individualmente, como é óbvio, mas, quando fazemos algo como Oneness Team, torna-se um processo diferente e as possibilidades de sair algo mais criativo aumentam», explica Inês, que revela a vontade de tentarem a sua sorte no estrangeiro. «Gostaríamos muito de poder triunfar lá fora, especialmente porque as áreas de que mais gostamos, como os videojogos, a banda desenhada e a animação, têm uma dimensão superior e um mercado de trabalho maior fora do nosso País». Para já, continuam por cá, vão desfrutando do sentimento de que o seu trabalho e o seu curso ganharam nova visibilidade. E da sensação de que, se continuarem a trabalhar afincadamente, há um novo futuro à sua frente. d design TRIENAL DE ARQUITECTURA Objetivo: aproximar Uma conversa entre Alberto Campo Baeza e Manuel Aires Mateus assinalou o arranque da programação do Pavilhão Kairos, inserida no programa Distância Crítica Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Gualter Fatia COM UMA AGENDA REPLETA de iniciativas, que se estenderão ao longo de 2013, a Trienal de Arquitectura de Lisboa dá continuidade à sua missão de investigar, dinamizar e promover o pensamento e a prática em arquitetura. E, face àquilo que se identificou como uma crescente falta de distância crítica na arquitetura contemporânea, em Portugal, versus um persistente afastamento crítico entre a disciplina e o público, a Trienal lançou o ciclo Distância Crítica, cujo programa compreende, entre outros, conferências, mesas-redondas, workshops e publicações. O arranque deu-se em novembro de 2011, com uma conferência de Kazuyo Sejima e Beatrice Galilee, na Aula Magna, e, já este ano, realizou-se, na Culturgest, o lançamento do livro NU#40 Entrevistas. Antologia Crítica 2002-2012, acompanhado de uma mesa-redonda com Tony Fretton, Álvaro Domingues, Didier Faustino, Diogo Seixas Lopes e Paulo Providência. No âmbito desta programação e estendendo as fronteiras do distanciamento crítico à escala ibérica, a 13 de abril, o Espaço Lx, no Lx Factory, foi palco de uma conferência com os arquitetos Alberto Campo Baeza, recentemente distinguido com a medalha de ouro Heinrich Tessenow 2013, e Manuel Aires Mateus. Este último deu o mote para a inauguração da instalação Uma Chuva de Sonhos (na qual Baeza tira partido do sistema construtivo das peças de betão para fixar os esquissos de arquitetos que o têm acompanhado) e para o lançamento do livro Principia Architectonica, ambos com a assinatura do arquiteto espanhol. Num debate em tom de tertúlia, entre os dois oradores, ambos sublinharam a importância de uma postura reflexiva num campo onde, além de estruturas, se constroem ideias. Daí que, segundo Campo Baeza, «a razão seja o principal instrumento e a memória o common ground dos arquitetos». «A arquitetura é a arte da permanência da ideia», acrescentou Aires Mateus. O evento, que contou com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos e o apoio da Embaixada de Espanha em Portugal, assinalou, ainda, o arranque da programação de 2013 do Pavilhão Kairos, um projeto criado, em 2012, pelos arquitetos João Quintela e Tim Simon, em parceria com a empresa de betão pré-fabricado Gracifer. Afastando-se do circuito institucional de museus e galerias, Kairos surge enquanto resposta a um insustentável e inibidor contexto social e económico, com o objetivo de estimular, gerar e apresentar trabalhos de âmbito cultural, procurando potenciar o encontro, a interação e o cruzamento disciplinar. A programação deste espaço público, livre e aberto à participação, prosseguiu em maio, com a proposta da dupla de arquitetos portugueses Manuel e Francisco Aires Mateus, e em junho, com a intervenção e presença dos arquitetos chilenos do estúdio Pezo Von Ellrichshausen. Co-organizando esta conferência e apresentação, a Trienal de Arquitectura de Lisboa reafirmou o seu apoio às práticas criativas que refletem, ativam e questionam o espaço, enquanto realidade material e simbólica, reforçando a sua crença de que estes projetos contribuem com novas perspetivas e leituras enriquecedoras para a arquitetura, aproximando quem a produz e quem a experiencia. Cx a re v i s ta d a c a i xa 19 d automóveis Um elétrico chamado desejo Em terceira geração, o pequeno Smart ed tem todos os argumentos necessários para se poder afirmar como uma alternativa zero emissões de grande nível Por Luís Inácio O SMART é daqueles carros que tem tudo para dar um bom veículo elétrico. Trata-se de um compacto de apenas dois lugares que já tradicionalmente é utilizado em cidade, percorrendo distâncias curtas. Ora, se é verdade que a tecnologia está cada vez mais desenvolvida, permitindo que os automóveis elétricos possam ter uma autonomia cada vez maior, também é verdade que os cerca de 145 km de autonomia anunciados, bem como a diminuta rede de pontos de carregamento rápidos, estão longe de ser convidativos para grandes viagens em utilitários elétricos. Ou seja, o Smart fortwo ed está como peixe na água. Esteticamente, este Smart elétrico pouco difere da restante oferta e, a não ser que opte pelo electric drive design package – que permite adotar a cor electric green na célula de segurança tridion e em alguns intrumentos no interior –, este fortwo é precisamente igual aos outros fortwo coupé de linha, diferindo apenas a designação do modelo na traseira. Mas, no que diz respeito à condução, a coisa muda de figura. O Smart fortwo ed tem um funcionamento muito mais suave do que as variantes térmicas, já que o modo sequencial da caixa de velocidades é, nesta versão, substituído por uma relação única, destacando-se uma progressão de velocidade sem os solavancos típicos das passagens de caixa dos motores a gasolina e a diesel. É, garantimos-lhe, uma experiência totalmente diferente. E, com uma potência de 75 cv, este Smart tem um binário de 130 Nm logo a partir dos regimes mais baixos. 20 Cx a re v i s ta d a c a i xa PEQUENO, MAS ELÉTRICO Três bons motivos para comprar um Smart fortwo ed. Economia Os custos de manutenção são baixos – não há óleo de motor para mudar, por exemplo – e o ed gasta, apenas, entre 2 euros e 3,50 euros de eletricidade para percorrer 100 quilómetros. Autonomia A distância máxima que pode percorrer ronda os 145 quilómetros, correspondendo a uma utilização normal em cidade, e, se optar pelo aluguer da bateria, pode até trocá-la mais tarde, tirando partido da atualização da tecnologia. Preço Duas possibilidades: cerca de 19 950 euros + 65 mensais de aluguer de bateria ou 24 900 euros já com a bateria. Em ambos os casos, valores muito aceitáveis para um veículo elétrico. 1. 2. 3. A OK! teleseguros oferece 10% de desconto, na contratação dos seguros OK! Essencial e OK! Mulher, aos titulares de cartões da CGD. Saiba quais em www.vantagenscaixa.pt. energia A ebike, também da smart, permite percorrer 100 km sem grande esforço, com o auxílio de um motor elétrico de 250 W. O preço é um senão: custa 2990 euros. Fotos: D. R. COUPÉ ELECTRIC DRIVY OK! TELESEGUROS A OK! teleseguros é a seguradora direta do Grupo CGD, líder no mercado direto de seguro automóvel. Disponível on-line, 24 horas por dia, sete dias por semana, e também por telefone e nos lounges, de segunda a sexta, tem uma plataforma tecnológica que lhe permite tratar de tudo em tempo real, de forma autónoma e segura. Com uma oferta diversificada, a OK! teleseguros tem a melhor solução para si: > OK! Essencial – sempre com o melhor serviço; > OK! Mulher – Com um conjunto de coberturas de proteção acrescida e de serviços de valor acrescentado; > OK! Família – Junte os carros do seu agregado familiar num único seguro e usufrua de um desconto até 20%; > OK! GPS – Ajuda a localizar a sua viatura, em caso de roubo ou acidente, e ainda recebe prémios por ser bom condutor; > OK! Duas rodas – O seguro que o protege a si, à sua mota e até ao seu capacete. SOLUÇÕES MY BABY A CAIXA DÁ AS BOAS-VINDAS AO SEU BÉBÉ. A chegada de um bebé é um momento muito especial, mas também é altura de muitas despesas. 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Esta coleção compreende um anel em ouro branco Anselmo 1910, com 122 diamantes com 0,96 Ct., e brincos em ouro branco Anselmo 1910, com 136 diamantes com 1,08 Ct. Os titulares de cartões da CGD têm 10% de desconto na Anselmo 1910. Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt. BOOST Corrida mais potente Reforçados com milhares de cápsulas, os novos ténis de corrida Boost, da Adidas, prometem um amortecimento do outro mundo, aliado a um elevado retorno de energia. É uma nova forma de correr e, sem sombra de dúvidas, uma das últimas grandes invenções no calçado desportivo. Partindo do icónico crocodilo, do piqué de algodão e da herança clássica da marca, a Lacoste propõe uma fragrância que interpreta estes elementos num bouquet de flores brancas (onde se destaca a flor de laranjeira) com abacaxi, tangerina, bergamota, sândalo, baunilha e vetyver, entre outros. Leve e fresco, a pensar no verão. MONSTER DIESEL Acelerar a Diesel Nascida de uma colaboração entre a Ducati e a Diesel, a edição especial Monster Diesel – que tem como base a Monster 1100EVO – distingue-se pelo espírito militar, com um depósito na exclusiva cor verde mate, tratamento em preto de grande parte dos seus elementos e pinças dos travões dianteiros em amarelo. Em paralelo, foi, também, lançada uma coleção de vestuário que celebra esta parceria. PICK-UP Levar para casa Novidade da Alessi, a mesa Pick-Up apresenta duas funções específicas. Além de uma mesinha de apoio, é, também, um útil porta-revistas. Desenhada por Jakob Wagner, é fácil de transportar e promete causar impacto no espaço onde se inserir. Os titulares de cartões da CGD têm 15% de desconto, até 30.08.2013, em www.loja.inexistencia.com, apresentando o código «PICKUP». Não acumulável com outras promoções. Usufrua das vantagens que o cartão de crédito Caixa Gold (1) proporciona. Além de poder aderir à função de arredondamento e poupar sempre que o utiliza em compras, este cartão tem associado um programa de pontos para obtenção de descontos nas agências de viagens da Tagus, benefícios em vários parceiros e um completo pacote de seguros. Saiba mais em www.cgd.pt. (1) TAEG de 26,50%, para um montante de 4000 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,50%. 22 Cx a rev i s ta d a ca i xa soluções DO CAMPO PARA A MESA Com loja em Seia, o Mercado do Campo apresenta-se, também, através de uma plataforma on-line que permite levar produtos rurais, cem por cento nacionais, diretamente do campo para a mesa do consumidor. O seu objetivo é garantir não só a melhor qualidade, mas o melhor preço, estabelecendo o compromisso com MODA, ELEGÂNCIA E CONFORTO Com 19 lojas no País e mais duas aberturas previstas, em Lisboa, a Eureka Shoes criou uma nova dimensão, no calçado feminino e masculino, oferecendo materiais de luxo, em formas apelativas, num design moderno. Com coleções atrativas, pensadas para um grupo abrangente de clientes que procuram o seu conceito de singularidade, desde o estilo clássico, ao alternativo, passando pelos amantes do luxo e pelos «fashionistas». Modelos para quem gosta de seguir tendências e não tem medo de arriscar. Os Clientes da Caixa têm dez por cento de desconto em todos os artigos, exceto outlets, não acumuláveis com outras ofertas. Saiba quais os cartões que dão acesso a estes benefícios em www.vantagenscaixa.pt. os seus clientes de terem o melhor ao mais baixo valor. No conforto da sua casa, poderá encomendar diretamente, através desta plataforma, ao produtor nacional sem a necessidade de se deslocar às grandes superfícies. E, ao comprar no Mercado no Campo, além de adquirir o melhor s dos produtos regionais, está a ajudar os produtores portugueses. O Mercado do Campo oferece aos Clientes da Caixa cinco por cento de desconto em todos os produtos. Saiba quais os cartões que dão acesso a estes benefícios e o respetivo código promocional em www.vantagenscaixa.pt. LARDOCELAR Mudanças sem problemas Um serviço que promete transformar a sua nova casa numa casa de sonho mudar de casa, mesmo que seja para a casa dos nossos sonhos, implica tratar de diversos pormenores. No LardoceLar, vai encontrar quem trate de tudo com a máxima rapidez e eficiência, bastando, para tal, contratar o pacote Mudança de Casa. Esta é uma solução que envolve: • Obras e remodelações – reparação de telhados, remodelação ou reparação de canalizações, abertura de divisões, substituição ou reparação do revestimento dos pavimentos, substituição ou reparação de portas e de janelas, pinturas interiores e exteriores, substituição de louças sanitárias, reparação de instalações elétricas e substituição de lâmpadas, colocação ou remoção de tetos falsos e colocação de gradeamentos; • Chaves e mudança de fechaduras; • Instalação de eletrodomésticos; • Limpeza geral das habitações; • Mudança de todo o recheio da habitação, incluindo a recolocação dos elementos decorativos na nova habitação. Pode requisitar os serviços em conjunto ou individualmente, usufruindo de condições especiais como orçamento gratuito e oferta do valor de uma deslocação de um técnico de construção civil (canalizador, eletricista, etc.) por cada 1500 euros em serviços (válido por um período de seis meses). Para mais informações, aceda a www.LardoceLar.com ou ligue o número 808 2001 40. Fotos: D.R. FLORES PARA TODOS OS GOSTOS Criada em 1965, a Monceau Fleurs revolucionou o mundo das floristas, passando de pioneira na venda de flores e plantas em livre serviço a número um do mundo na venda a retalho. Hoje, são mais de 450 lojas, em cinco países (França, Bélgica, Itália, Portugal e Japão), com 300 milhões de produtos vendidos por ano a 10 milhões de clientes. São 300 variedades de flores e de plantas, coleções exclusivas de bouquets e de arranjos florais para casamentos, batizados e funerais, e todo o tipo de eventos empresariais, em sintonia com as últimas tendências. Graças à sua central de compras mundial, a Monceau Fleurs garante-lhe preços incomparáveis e com um serviço rigoroso e profissional, sete dias por semana, em horários alargados. Os Clientes da Caixa têm dez por cento de desconto em todos os artigos, em toda a rede de lojas. Saiba quais os cartões que dão acesso a estes benefícios em www.vantagenscaixa.pt. Cx a rev i s ta d a ca i xa 23 g gourmet À BEIRA PORTO O sabor do vinho tomado aos tragos na cozinha que matura nas CavesTaylor’s. Tributo ao Tejo Ponto de encontro entre a despedida do Tejo e o abraço do Atlântico ou mesmo entre o passado de um imposto medieval e o presente de um tributo à boa cozinha, a Casa da Dízima não nos leva a mão ao bolso, mas faz o gosto ao palato. Quanto ao nome, esta casa de construção quinhentista ficou a devê-lo à décima parte de todas as mercadorias e pescado carregados ou desembarcados no porto de Paço de Arcos que ali era paga ao rei, nos tempos idos do Marquês de Pombal. Uma herança deixada pela História neste espaço inaugurado em 2003, a que a traça original do edifício presta homenagem, através de um exímio trabalho de recuperação arquitetónica. Com uma vista privilegiada que mergulha sobre a Barra do Tejo, desde a ponte ao farol do Bugio, saboreia-se, primeiro, o contraste entre as texturas rugosas da pedra e as superfícies lisas do estuque e da alvenaria, sob as abóbadas de cruz e berço em tijolo cru. Mero pretexto para passar, depois, às iguarias da cozinha portuguesa com um toque de fusão internacional. Imersos no caldo de tradição desta vila piscatória, provem-se as vieiras coradas em azeite de crustáceos, o naco de atum fresco em tataki, a tranche de robalo estaladiço sobre risotto negro e rouet de curgete e, a rematar, o pão de ló com espuma de ovos-moles e praliné. Tudo regado por uma garrafeira imperdível com mais de 600 referências. CASA DA DÍZIMA Morada Rua Costa Pinto, 17, Paço de Arcos Telefone 214 462 965 / 962 056 556 Site www.casadadizima.com Horário Das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 02h00. Encerra aos domingos, ao jantar. Preço médio € 30 Descontos 10% sobre o total da fatura aos titulares de cartões da CGD. Saiba quais em www.vantagenscaixa.pt. Nas caves que dão chão a um dos mais nobres néctares portugueses, o Barão Fladgate brinda-nos com uma promessa dupla. A de que, das mesas derramadas sobre o Douro, há de se ver o Porto, espreitando a Ribeira, e de que há de haver Porto para encher o cálice e o prato, num restaurante onde é a cozinha que rega o vinho. Desde 1994 nas ilustres Caves Taylor’s, o Barão Fladgate puxa dos galões para dar a provar, naquela que diz ser a melhor vista da Invicta, iguarias que vão beber inspiração aos vinhos da casa. Deguste-se a salada de lagosta, chutney de abacate, as lâminas de gravlax e o molho Taylor’s Chip Dry ou o Tornedó envolto em toucinho de porco preto, servido com molho LBV Taylor´s, e as deliciosas sobremesas acompanhadas de um cálice de Porto, (quase) à beira-rio. BARÃO FLADGATE Morada Rua do Choupelo, 250, Vila Nova de Gaia Telefone 223 742 800 Horário Das 12h30 às 15h00 e das 19h30 às 22h30. Encerra aos domingos, ao jantar. Preço médio € 35 Descontos 10% sobre o total da fatura aos titulares de cartões da CGD. Saiba quais em www.vantagenscaixa.pt. 24 Cx a rev i s ta d a ca i xa Fotos: D.R. CASA DA DÍZIMA p prazeres Maio, mãe e chocolate Este brownie não apela propriamente à dieta, mas um bolo de chocolate será sempre um bolo de chocolate: intemporal e irresistível. Cometi o pecado de o tornar extraguloso com uma extradose de chocolate de menta que tinha cá em casa, pronto a ser usado numa qualquer experiência. Esta é uma combinação clássica e uma das favoritas da minha mãe, e eu não pude resistir a fazer-lhe uma surpresa... BROWNIE a delícia de... Leonor de Sousa Bastos PARA CERCA DE 8 A 10 PESSOAS > 125 g de manteiga > 335 g de chocolate de culinária 52% de cacau > 180 g de açúcar amarelo > 2 g de flor de sal > 3 ovos > 45 g de farinha de trigo T55 > 90 g de avelãs tostadas e peladas > 60 g de chocolate com recheio de menta ( C O M C H O C O L AT E D E M E N TA ) Tentação ao quadrado Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar com manteiga uma forma com cerca de 21 x 24 cm e forrá-la com papel vegetal. Numa taça, derreter a manteiga com o chocolate, usando o micro-ondas ou colocando-a em banho-maria. Juntar o açúcar e o sal e bater bem. Adicionar os ovos, um a um, batendo bem entre cada adição. Juntar a farinha e bater energicamente (velocidade máxima). Picar as avelãs grosseiramente e juntar à massa, batendo bem. Colocar a massa na forma. Distribuir o chocolate de menta uniformemente sobre a massa, pressionando-o ligeiramente. Cozer durante cerca de 30 minutos ou até que esteja firme, mas o centro permaneça húmido. Retirar do forno e deixar arrefecer completamente, dentro da forma, antes de desenformar. Nota: O brownie é um bolo de chocolate típico dos Estados Unidos e que se caracteriza pela crosta crocante que se forma à superfície, bem como pela sua textura densa e húmida, que pode variar desde fofa e quebradiça a elástica, normalmente a mais apreciada pelos fãs. Habitualmente, é cozido num tabuleiro e é servido cortado em retângulos, sendo os lados e os cantos do bolo tão apreciados que há, inclusive, formas desenhadas para o cozer favorecendo a caramelização e criando mais «lados» e «cantos» no bolo. P. S. - O chocolate com menta pode omitir-se na receita. HERDADE DAS SERVAS BRANCO 2011 Para queijo e peixe A família Serrano Mira produz vinho no Alentejo desde o século XVII. Os irmãos Carlos e Luís Mira, proprietários da Herdade das Servas, possuem atualmente 200 hectares de vinha, quase toda com idades compreendidas entre os 20 e os 60 anos. O mosto usado para produzir o Herdade das Servas Branco 2011 foi parcialmente fermentado em cubas inox e barricas de carvalho francês. Trata-se de um lote da casta Roupeiro, com Verdelho e Alvarinho. Tem um aroma intenso, onde se distinguem os frutos tropicais e a tosta, que se salientam, também, nas notas retronasais durante a sua passagem pela boca. É um vinho simultaneamente fresco e de boa estrutura, que usaria na companhia de alguns queijos de cabra e ovelha curados, servidos entre 12ºC e 14ºC de temperatura. Mas também será boa companhia para um robalo grelhado ou uma boa sopa de peixe. José Miguel Dentinho O lote da casta Roupeiro, com Verdelho e Alvarinho, dá origem a um vinho de aroma intenso, onde se distinguem os frutos tropicais e a tosta Cx a re v i s ta d a c a i xa 25 e 26 entrevista Cx a re v i s ta d a c a i xa N U N O P O R TA S O domador de cidades Do arquiteto que, depois de o ser, não mais o foi ao urbanista projetado no corpo das cidades a que ajuda a dar vida, Nuno Portas continua a apostar no futuro dos espaços públicos, abrindo caminho para os planos nos domínios da incerteza. Por Ana Rita Lúcio Fotografia Bruno Barbosa ENQUANTO A FOTOGRAFIA se orquestra nos jardins da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde é professor jubilado, com Gaia em pano de fundo, é a cadência do cachimbo, quase em jeito de batuta, que marca o tom dos gestos ordenadores. Porém, quando o gabinete, que se esconde num recanto no edifício do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo, se torna palco para mais de hora e meia de conversa deambulante pelas cidades, quase que se pode escutar o tema em que Sérgio Godinho pergunta «se é cada coisa para seu lado, ou se isto anda tudo ligado?». Uma interrogação que Nuno Portas também coloca, em harmonia com a composição que faz do estado da arte do urbanismo em Portugal. Talvez por isso não estranhemos que a gargalhada entusiasta se solte para nos recitar um excerto de um texto de 1762, em que do Noroeste português se diz parecer «toda a província uma cidade continuada». Música para os ouvidos do arquiteto urbanista, antigo secretário de Estado e vereador, voz sonante em matéria de ordenamento do território, a quem os espaços públicos continuam a (en)cantar. Cx: De si, já disse que é arquiteto urbanista, mas, sobretudo, urbanista. É mais aquilo que separa do que aquilo que une esses dois papéis? Nuno Portas: Nunca tinha pensado nesse dualismo assim. Comecei por ser arquiteto, no sentido convencional do termo, e fiz arquitetura durante 15 anos. Trabalhei sempre em equipa – tanto na arquitetura, como depois no urbanismo –, em geral em equipas com formações diferentes, não apenas com arquitetos, mas com outros agentes. Mas já nessa altura me interessava por trabalhar a teoria e não só os projetos. Cx: Quando é que o arquiteto das casas, bairros e igrejas começou a ficar para trás? N.P.: No final dos anos 50, dedicava-me só aos projetos, fazendo o que todos os arquitetos faziam nessa altura: casas para as pessoas amigas e de família e alguns escritórios, ainda que poucos. Depois, no começo dos anos 60, deu-se um certo boom imobiliário, do ponto de vista social, curiosamente. Foi o tempo dos novos bairros, sobretudo em Lisboa e também no Porto. Cx: É nessa altura que se torna uma das mãos por trás do projeto do bairro dos Olivais? N.P.: Foi um trabalho muito interessante, que durou sete anos e que nos permitiu fazer mais de mil habitações, quase todas nos Olivais. Já não cheguei a Chelas, o bairro que se seguiu. É nessa altura que Cx a re v i s ta d a c a i xa 27 e entrevista começo a dedicar-me à investigação, por achar que os problemas não eram exclusivos da arquitetura, eram problemas sociais, económicos e de organização da cidade – cá está o urbanismo. Houve tempo em que os arquitetos acharam que o urbanismo era com eles, porque pensavam em desenho urbano, que é diferente daquilo que é o urbanismo e ainda mais diferente daquilo a que se chama ordenamento do território. Cx: Faltava-lhes pensar a uma escala mais macro? N.P.: Há uma progressão que começa num núcleo de habitações – e há quem lhe chame urbanismo, mas não é, é a arquitetura de um conjunto. Depois, o urbanismo nasce, fundamentalmente, no século XIX, quando se fizeram as grandes ruas e avenidas. O que marcou muito este período – o mesmo em que surgiram as Avenidas Novas de Lisboa ou as de Barcelona, por exemplo – foi a expansão das cidades, por causa das indústrias, mas sobretudo por causa das atividades terciárias, dos serviços. Ao contrário do que se pensa, o grande boom das cidades nasceu com os serviços. Primeiro foram as fábricas, mas, a certa altura, já no século XX, começou-se a afastar as fábricas do centro, porque eram más para o ambiente, e a aumentar o espaço para os escritórios. E, com isto, aquilo a que se chama agora desertificar o País, em primeiro lugar, foi desertificar as cidades. atento Nuno Portas chama a atenção para a necessidade de se reinventar os esquemas que deram origem aos desenhos dos centros urbanos e que, hoje, levantam diversas questões ao nível do imobiliário 28 Cx a re v i s ta d a c a i xa Cx: É a sua célebre teoria do caroço que ainda se aplica? N.P.: [Risos] Exatamente, essa teoria do caroço que ficou célebre no programa Zip Zip. Ainda no outro dia, um motorista de táxi da minha idade me perguntou: «o senhor é que é o do Zip Zip?» E eu respondi: «ainda?!» [Risos] Houve tempo em que era famoso por causa disso. Foi uma forma que encontrei, nos anos 70, no tempo do Marcelo Caetano, de explicar como é que crescia a cidade: como numa laranja, a pele, que são os seus limites, cresce e o caroço é o centro, onde está o dinheiro e os preços por metro quadrado são mais altos. Cx: Já depois do 25 de Abril, haveria de se tornar secretário de Estado de um governo provisório… N.P.: Levaram-me para secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, mas foi só um ano. Um ano que me deu muita satisfação, em primeiro lugar, pela democracia e, em segundo lugar, porque se fizeram programas que, de outra forma, levariam muito mais tempo. Quer o programa SAAL [Serviço de Apoio Ambulatório Local, que transformou bairros de lata em bairros novos], quer as cooperativas de habitação nasceram nessa altura. Cx: Ainda a propósito da dicotomia entre arquitetura e urbanismo, sublinhou, numa entrevista ao Expresso, «que só se fala de urbanismo para dizer mal do Terreiro do Paço». Ainda há um grande desconhecimento sobre o tema? N.P.: Ainda por cima, dei o exemplo do Terreiro do Paço, que não trata de urbanismo, porque esse estava feito há 200 anos. O que se chama de urbanismo já estava feito; depois, foram surgindo várias versões ao longo do tempo, mas essas versões já são de desenho, isso não é urbanismo. O urbanismo é aquilo que vai domar o território, num certo sentido, para lhe dar atividades que antes não existiam ou existiam de outras formas. Não há urbanismo sem se pensar nas questões do ambiente e das atividades. E não são os arquitetos que determinam as atividades, que mandam fazer fábricas aqui ou ali. Podem dizer «não façam fábricas aqui, façam noutro sítio», mas também há muitos especialistas do ambiente que podem dizer o mesmo. Não é um exclusivo dos arquitetos. Cx: O urbanismo vive da interdisciplinaridade? N.P.: Muitas vezes, o ordenamento do território pode ter um contributo importantíssimo dos agrónomos ou dos paisagistas, por exemplo, e ter uma intervenção mínima dos arquitetos. Aprendi isto no final dos anos 60, quando fazia investigação no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), ao lançarmos inquéritos para saber como é que as pessoas viviam nos bairros que tínhamos construído. Como havia muitos tipos de casas, porque não escolher as mais adequadas para os tipos de famílias que viviam nelas? Aí, os arquitetos tinham um papel importante, mas também os sociólogos, por exemplo. Comecei, então, a defender que arquitetos, engenheiros, sociólogos, etc. podiam fazer uma espécie de curso de urbanismo que eu, o arquiteto Ribeiro Telles, como professor de Paisagismo, um engenheiro e um economista criámos ainda antes do 25 de Abril, em Lisboa. Quando vim para o Porto, montámos outro. Acho que a formação dos urbanistas é essencial e continua a não estar resolvida. Cx: O futuro do ordenamento do território não está assegurado? N.P.: No final do ano passado, quando a Universidade do Minho me agraciou com o Doutoramento Honoris Causa, disse que gostaria muito que, comigo ou sem mim, se assegurasse a formação de urbanistas, em Portugal, nos segundo e terceiro ciclos de Bolonha. O que fizemos em Lisboa e no Porto foram cursos de formação de técnicos de urbanismo, pensando, sobretudo, nos municípios. Porque se os planos são importantes, tão importantes são quem os vai gerir. A tendência é que os planos sejam cada vez menos rígidos, porque se lida com uma enorme incerteza. Esta é uma das minhas teorias mais criticadas, porque os juristas defendem que os planos se cumpram à risca e a minha experiência diz-me que os planos são uma base para tomar decisões, mas não têm, necessariamente, de ser cumpridos. Cx: Têm de se tornar mais flexíveis? N.P.: É preciso que sejam ajustáveis e que se chegue a compromissos. Costumo dar o exemplo do Haussmann, que fez a reforma urbana de Paris, no século XIX. Ele foi buscar um engenheiro de esgotos, um jardineiro muito bom e um arquiteto para trabalhar com ele no plano. Em Barcelona, é um engenheiro que assegura o ordenamento do território. Todos precisamos de ser reciclados para chegar às questões do urbanismo e do ordenamento do território. Senão, cada um está só a ver o seu campo: a mim só me interessa a questão do ambiente, a ele a dos transportes e ao outro a os edifícios. É isso que é preciso ultrapassar. Cx: A propósito dessa necessidade de se reciclar, ainda hoje, com tantos anos de experiência, se continua a surpreender com o redesenho dos núcleos urbanos? Pois, porque, apesar de tudo, entramos no esquema com base no que se fez antes, mas, a certa altura, percebe-se que aqueles critérios já não servem, é preciso reinventar. Aí, é preciso que estejamos treinados para fazer alterações, que, em geral, são lentas, mas têm alguns momentos bruscos, como, por exemplo, este agora: acabou-se o imobiliário, porque antes se exagerou. E agora, o que é que se faz? Cx: Onde é que o urbanismo fica no meio disso tudo? Que desafios se colocam às cidades? N.P.: Já há algum tempo que as cidades europeias não cresciam: o crescimento está, agora, no Oriente e em parte da América Latina. Sendo mais pequenas, as cidades terão de reestabelecer-se. Os emigrantes que estão em Portugal podem ter a tendência de voltar aos seus países de origem ou, inclusivamente, podem chegar menos emigrantes. Há, também, mais gente que vai trabalhar ou estudar para fora e tudo isto joga no sentido do não-crescimento. Vai haver uma certa estagnação das cidades o que, nalguns aspetos, pode ser positivo, mas noutros não é. Há muitas casas a mais, que não estão ocupadas e não o vão ser. Cx: O que é que se faz com essas casas? N.P.: Em algumas regiões, em que se está a fazer um esforço de atrair e fixar turistas, pode vir a manter-se alguma coisa, mas não é o boom imobiliário de antes. O pior de tudo é as pessoas terem feito «A FORMAÇÃO DOS URBANISTAS É ESSENCIAL E CONTINUA A NÃO ESTAR RESOLVIDA» o sacrifício para manterem as suas casas com ordenados médios-baixos e agora não o poderem fazer. E o Estado não tem dinheiro para os subvencionar, como subvencionava a habitação social. Cx: Há que pensar um novo modelo de habitação social? N.P.: Que, provavelmente, já não terá as mesmas características do bairro social; talvez uma forma de realojar famílias nos edifícios que foram abandonados por não se conseguir pagar. Como é que se pode reutilizar o que está na posse dos bancos? O que é que o Estado pode fazer nisso? E é justo o Estado fazer isso ou não? Talvez seja possível encontrar algumas soluções para reutilizar este imobiliário como se fosse habitação social, mas sem as características tradicionais da habitação social. Cx: Sem o estigma também? N.P.: Exatamente. De qualquer modo, vai-se construir muito pouco. Quando muito, vai-se colmatar, tapar buracos. Por outro lado, há, também, que ter em conta a própria atividade comercial e terciária, Cx a re v i s ta d a c a i xa 29 e entrevista em geral, que é o que faz viver os centros das cidades. Em Lisboa, já há muito tempo que o centro histórico é um local de trabalho e não de habitação. Cx: Pensar as cidades do ponto de vista habitacional, hoje, é olhar, sobretudo, para as franjas? N.P.: Do ponto de vista habitacional, fugiram todos para fora. Lisboa perdeu 300 a 400 mil habitantes, nos últimos 30 anos, mas a área metropolitana aumentou um milhão. E aqui no Porto também, mas diz-se que o Porto está vazio, porque só se pensa no núcleo central. O núcleo central é o mais complicado, porque tem os sítios em geral do turismo, tem a concentração hoteleira, etc. Há cidades que toda a gente diz que são extraordinárias, como Barcelona, mas Barcelona perdeu 300 mil habitantes. Ainda assim, Barcelona está sempre cheia. Cheia de quê? Dos city users. «A CIDADE É TANTO MELHOR QUANTO MAIS EQUILIBRADAS FOREM AS REDES QUE LIGAM OS DIVERSOS NÚCLEOS URBANOS» Cx: Quem são esses city users? N.P.: Não são só turistas: são estudantes de Erasmus, são trabalhadores estrangeiros de empresas que estão ali deslocados e, depois, vão embora para outro sítio. É isto que dá animação às cidades. As cidades não estão mortas, estão é mortas dos que lá nasceram: esses já foram embora para outros sítios. Por isso é que as áreas metropolitanas aumentaram em toda a parte. Acho que vale a pena fazer reabilitação de casas antigas se elas não estiverem completamente desfeitas, porque aí estamos a fazer arqueologia para o turismo e isso custa dinheiro. Fazer uma falsa reabilitação, em que só se deixa a fachada e o resto é feito de novo, não é uma forma económica de fazer reabilitação. A reabilitação faz-se com transformações pequenas, as mínimas possíveis, para poder arrendar a preços acessíveis. Cuidado com os milagres. Cx: Voltando à forma como olhamos para os centros urbanos, defende que já não há um só centro, mas uma rede de diversos núcleos ligados entre si. É a rede que faz a tal cidade alargada que preconiza? N.P.: A cidade é tanto melhor quanto mais equilibradas forem essas redes. Ainda subsiste um pouco a ideia errada de que a cidade boa está toda no centro e o resto são periferias. Os transportes são um dos elementos que podem ajudar a mudar esta conceção. Se tem de se passar pelo Marquês de Pombal para ir de Oeiras a Loures, isso acontece porque o sistema é radial: aqui está o centro, o nó duro, e acede-se às periferias através de uma série de raios. Por contraponto, os esquemas metapolitanos – e não já metropolitanos – surgem porque se supõe que aumenta o igualitarismo entre os 30 Cx a re v i s ta d a c a i xa vários núcleos. É nisso que estamos a trabalhar aqui, na região Norte, e Lisboa de certeza que vai fazer estudos muito parecidos. Vamos ver como é que se pode transformar raios em redes, facilitando as diferentes escolhas de cada um. É o que se chama de isoacessibilidade – uma acessibilidade equilibrada e homogénea para todos. Voltando à sua primeira pergunta, de arquitetura estas questões já têm pouco. Há que aprender a trabalhar a cidade como um objeto e a considerar que a cidade não é uma casa. No urbanismo, temos de contar com a incerteza, com as alternativas, com um certo número de jogos que só se vão materializar mais tarde. São apostas. Esse é o ponto com o qual uma boa parte das profissões não estão habituadas a lidar. Os médicos também lidam com a incerteza, mas levam muito mais anos a preparar-se para aumentar as probabilidades. E o que se gasta em investigação em medicina não se compara com o que se gasta em matéria do ordenamento do território. Cx: Não há investigação? N.P.: Há muito pouco. Porque não dói diretamente. Cx: É uma dor que só se sente alguns anos mais tarde? N.P.: E que, no fundo, depois até passa. Porque, depois, se se transformar numa área de moda, as pessoas até acham que é engraçado estarem mal instaladas. Cx: Falava de apostas e, profissionalmente, já fez muitas. Das cidades que trabalhou, nomeadamente Lisboa, Gaia, Porto ou Guimarães, julga que essas cidades estão bem pensadas, neste momento, ou ainda é preciso repensá-las? N.P.: Se eu não tivesse ido ao estrangeiro muitas vezes e vivido até algum tempo, quer no Brasil, quer em Espanha, naturalmente dizia que os outros fazem todos coisas bestiais e nós não fazemos nenhuma que preste. Mas, como viajei muito, relativizei. É preciso ligar sempre ao período em que se está. O período em que se está, é que, desde que o País entrou na União Europeia, teve condições completamente diferentes: tinha de usar bem o dinheiro e usar bem o fator tempo. Há coisas que se consideram, em geral, um êxito, como a Expo, em Lisboa, ou a Ribeira do Porto, que foi classificada Património da Humanidade pela UNESCO. Há muitas coisas em que se gastou dinheiro bem. O que acho é que, em geral, não se tocou os pontos fundos do futuro das pessoas. São sítios em que se começou por escolher – e também isso é compreensível – aquilo que dá mais visibilidade e que atrai mais turismo. Isso levou a gastar muito dinheiro: tudo o que é reabilitação é caro, ao contrário do que eu pensava quando comecei a tratar disto. As razões pelas quais aceitei ser vereador em Gaia foram, primeiro, porque vivo lá – é mais sério. Segundo, porque em Lisboa e no Porto sabe-se perfeitamente o que tem de ser feito: ou se tem dinheiro ou não se tem, mas sabe-se. Em Gaia não. Disse que sim, porque isso era enfrentar um problema real, já que Gaia parecia uma aldeia confusa e dispersa, não tinha estrutura. Em quatro anos, conseguimos fazer o tal plano e lá vêm escritas as incertezas: atenção que isto depende que aconteça aquilo. Não queriam aprová-lo, dizendo que um plano não é para pôr dúvidas. Cx: É para pôr certezas… N.P.: Mas aí respondi: «certezas não posso pôr, porque não as tenho». O plano durou dez anos e agora saiu o novo, que é um plano interessante e bem feito. Quase sem dinheiro e com a população a crescer, o que fizemos foi tornar Gaia uma cidade com mais sentido. Cx: A política não lhe deixou saudade? Nunca pensou voltar? N.P.: Agora já é demais. Quase com 80, já é muito difícil dizer que vou fazer mais quatro anos. Talvez num anterior executivo pudesse ter voltado, mas, nessa altura, já não era preciso ser presidente ou vice-presidente de Câmara; podia fazer, simplesmente, o que tenho feito nos últimos anos, que é ajudar os técnicos locais a resolverem melhor os problemas. Cx: A política faz-se melhor fora dos gabinetes? N.P.: Faz-se melhor fora de um lugar de política, porque tem de se fazer discursos e uma série de outras coisas. Isto é ajudar, que é o que eu tenho feito com Guimarães: só fiz o plano há 15 anos e ajudei a fazer este que foi aprovado agora, mas tudo através da faculdade. Ao mesmo tempo, isto serviu como material para as hipóteses científicas em que trabalhamos. Uma delas é convencer as pessoas que todo este Norte que está povoado não é um erro, sempre foi assim, e que se pode fazer bom urbanismo com a difusão e a explosão das cidades. Cx: É necessária uma visão mais ampla do espaço público? N.P.: O urbanismo é, sobretudo, o desenho dos vazios: primeiro, desenham-se os vazios e só depois se põem as ruas e as casas. O caso mais extraordinário que evoco sempre é o do Ressano Garcia, que, em 1875, fez o plano de renovação e expansão de Lisboa. Quando apresentou o plano, houve um vereador que o acusou de não ter visão, porque não dizia quais eram os limites da cidade. Ao que ele respondeu: «pois não, mas foi de propósito. Algum dos senhores sabe quando é que esta loja fecha?» Mais uma vez, a questão da incerteza. reabilitar sem milagres O urbanista considera que vale a pena fazer reabilitação de casas antigas, se elas não estiverem completamente desfeitas. E alerta para a necessidade de reabilitar com as mínimas transformações, para ser possível arrendar a preços acessíveis Cx: Isso lembra-me algo que disse sobre as cidades: «não se fazem de uma só vez, nunca se sabe quanto durarão, nem sequer se crescem muito ou pouco; não somos nós nem os planos que as determinamos». Porque é que faz sentido, então, continuar a planear? N.P.: Para diminuir a incerteza. Não é a mesma coisa que impor. Na gestão dos municípios e das cidades, devem procurar-se, não o consenso, que é difícil, mas os compromissos. Eu negoceio compromissos. Isso vai depender dos agentes envolvidos, o plano pode não funcionar como previsto inicialmente. Mas há elementos base nos planos que julgo que há total legitimidade para avançar com eles: algumas vias, alguns núcleos, por exemplo. Isso até ajuda, depois, a discutir os compromissos, senão parte-se do zero. Não pode ser nem a ausência de plano, nem o plano pode conter todas as certezas. Cx a re v i s ta d a c a i xa 31 h história de capa URBANISMO Futuropolis: para onde caminham as nossas cidades? De um passado feito de excessos, em que a malha urbana se estendeu em direção às periferias, o novo molde citadino talha-se, agora, à medida das exigências da crise e dos desafios da sustentabilidade. Regressando aos centros históricos para reabilitar e reabitar os edifícios, as linhas com que as nossas cidades se cosem ao futuro passam, ainda, pelo redesenho das políticas de mobilidade e pela regeneração dos tecidos urbanos Por Ana Rita Lúcio magine-se em Lisboa, em 2019. De caminho, passe pelo Porto. Aproveite a curta viagem no tempo e dê ainda um salto hipotético até Londres, Nova Iorque, Pequim ou qualquer outra grande metrópole. Agora, regresse. As paisagens encontradas por cada um dos leitores que se aventuraram neste exercício dificilmente terão sido iguais. Ainda assim, seguramente que ninguém se aproximou do cenário futurista traçado por Ridley Scott em Blade Runner. Estreado em 1982, aquele que é um dos mais célebres filmes de ficção científica de todos os tempos pinta a tela de uma gigantesca e inóspita Los Angeles, no ano de 2019, em que só parecem florescer os arranha-céus e as luzes de néon rasgando o breu sempre colado ao horizonte. Se é certo que, apesar de tudo, as cidades do presente ainda não se vestem de tons escuros dos pés à cabeça, não há carros voadores em velocidade furiosa, muito menos se adivinha uma invasão de humanoides, a verdade é que a ficção do passado pode ter deixado pistas para compreender os desafios urbanos do futuro. Tudo começa por uma questão de tamanho. Embora a intenção inicial do realizador inglês – que nunca chegou a concretizar-se –, em juntar Los Angeles e San Francisco numa megametrópole, a que planeou chamar San Angeles, esteja longe de corresponder à realidade, a crescente dimensão das cidades é muito mais do que uma mera fantasia. Se no início dos anos 90, 40% da população mundial já viviam em áreas urbanas, o Programa Habitat das Nações Unidas (UN-HABITAT) estima que, até 2050, o rácio de moradores urbanos suba para 70%. Uma equação que, de resto, não se coloca exclusivamente às grandes metrópoles. Os mesmos dados apontam para que, atualmente, metade dos moradores urbanos viva em cidades que variam entre os 100 mil e os 500 mil habitantes e que apenas 10% se encontrem nas megacidades com mais de dez milhões de habitantes. I 32 Cx a rev i s ta d a ca i xa Cx a rev i s ta d a ca i xa 33 h história de capa À escala portuguesa, o problema adquire, porém, outras dimensões. Em contraponto com o acentuar da desertificação em vastas áreas do interior, de acordo com os Censos de 2011, os territórios do litoral e, em particular, as regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto ganham em densidade populacional: 1484 e 1580 habitantes/km2, respetivamente, contra uma média nacional de 115 habitantes/ km2. Uma leitura do último recenseamento nacional mostra, também, que as duas áreas metropolitanas continuam a afirmar-se como os dois principais núcleos por onde o País se divide: 2,8 milhões de pessoas, o que equivale a 27% da população portuguesa, vivem na Área Metropolitana de Lisboa (AML), ao passo que 1,6 milhões, cerca de 15%, habitam na Área Metropolitana do Porto (AMP). Mas, mesmo que o palco das cidades continue a ser o ponto preferido pelos portugueses para estabelecerem as suas moradas, facto é que as capitais das duas áreas metropolitanas não têm conseguido inverter a perda contínua de população. 34 Cx a rev i s ta d a ca i xa No caso de Lisboa, a queda foi de 3,4%, em relação a 2001, enquanto o Porto viu a sua população residente diminuir 9,7% no mesmo hiato de dez anos, entre 2001 e 2011. O resultado não é difícil de adivinhar: à medida que estes habitantes fugiam de Lisboa e do Porto, a maioria foi sendo absorvida pelas áreas circundantes. O que ajuda a explicar que, em contrapartida à performance negativa da capital do País, outros municípios vizinhos tenham registado À MEDIDA QUE OS HABITANTES FUGIAM DE LISBOA E DO PORTO, A MAIORIA FOI SENDO ABSORVIDA PELAS ÁREAS PERIFÉRICAS CIRCUNDANTES aumentos populacionais significativos, que, em alguns casos, chegaram a ultrapassar a barreira dos 20%. Isso mesmo aconteceu nos concelhos de Mafra (41%), Alcochete (35%), Montijo (31%), Sesimbra (31%) e Cascais (20%). Já mais a norte, foram os concelhos da Maia (12,4%), Valongo (9%) e Vila do Conde (6,7%) que mais cresceram, sobretudo, à custa da cidade do Porto. Esta a nova espécie de êxodo, desta feita rumo à cintura suburbana, parece ser um movimento «natural», segundo o arquiteto Nuno Portas, um dos mais reputados especialistas nacionais em urbanismo e ordenamento do território (leia a entrevista nesta edição da revista Cx), contrariando, assim, «a ideia errada de que a cidade boa está no centro e o resto são periferias». Mas, ainda que a preponderância absoluta do tradicional centro urbano vá dando lugar à maior importância «de uma rede de diversos núcleos articulados entre si», nem por isso é menos necessário «ter cuidado com as áreas centrais», adverte. acessibilidade A criação ou alargamento das ciclovias e dos corredores pedonais é um dos pontos fortes de uma política de mobilidade mais eficiente As repercussões da lição deste professor jubilado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto começam a escutar-se, ainda que com diferentes intensidades, um pouco por todo o País. Os fatores que ditam este redirecionar de atenções para o âmago das cidades prendem-se, desde logo, com a clara retração dos mercados imobiliários e de crédito, fruto da difícil conjuntura socioeconómica que atravessamos e que se reflete na vida das famílias, justificando que o arrendamento se torne cada vez mais uma alternativa que urge incentivar. Considerando, paralelamente, que há fatias substanciais dos núcleos urbanos praticamente desertificadas ou com populações muito envelhecidas, políticas de mobilidade não raras vezes desadequadas, que não promovem a fixação das pessoas, e um parque habitacional em muitos casos degradado, a reabilitação – urbana, como não poderia deixar de ser – assume-se, hoje, como palavra de ordem em matéria de ordenamento do território, de modo a tirar o maior proveito desse património citadino e devolver as pessoas, as empresas e a qualidade de vida aos centros das cidades. E isto, a partir do investimento «na reabilitação do património construído, na reconversão e no reúso de edifícios e áreas urbanas devolutas e na requalificação de áreas degradadas no centro e nas periferias dos aglomerados urbanos para dar vida à cidade e controlar o consumo de solos e de recursos naturais». Quem o diz é António Fonseca Ferreira, professor universitário e especialista em ordenamento do território, que presidiu ao Conselho de Administração da extinta Sociedade Arco Ribeirinho Sul, encarregue da coordenação da requalificação territorial da área industrial de Almada, Barreiro e Seixal. Sem espaço para voltar a arriscar num modelo, por enquanto esgotado, de crescimento urbano expansivo, os múltiplos atores sublinham que a mudança de paradigma de desenvolvimento deve privilegiar o reordenamento paisagístico, com a promoção de mais espaços verdes nas cidades, e, quanto aos edifícios, a recuperação, em detrimento da construção de raiz. Uma lógica regeneradora que olha para o património natural e imobiliário como um bem comum, que importa preservar e gerir racionalmente. Algo que só se alcança convocando os cidadãos não só a retornar às zonas nucleares das cidades, Print MENOS TRÁFEGO, MAIS MOBILIDADE O desafio de uma política de mobilidade urbana está em transportar melhor, gastando menos recursos. Para traçar o plano de uma cidade de futuro, é imprescindível ter em conta a questão da mobilidade. Um dos grandes desafios passa por reduzir os altos índices de poluição, pelo que são várias as cidades que encetam estratégias de transportes mais sustentáveis. Além do desencorajamento à circulação automóvel nos centros históricos, outras das pedras-de-toque de uma estratégia «verde» passam pela criação de ciclovias e corredores pedonais, bem como pela extensão das redes de transportes públicos integradas que favoreçam a circulação dos habitantes dentro das áreas metropolitanas. Consciente das suas responsabilidades, a Caixa implementou um Plano de Mobilidade para a promoção de mais e melhores opções, otimizando a acessibilidade das pessoas, bens e serviços dentro do Grupo CGD. A Caixa tem incentivado a utilização de bicicletas nas deslocações pendulares dos seus colaboradores e apostado na divulgação de soluções de estacionamento combinado com a rede de transportes coletivos. As ações do Plano de Mobilidade da Caixa incidem sobre diversos outros vetores e algumas foram ou estão já a ser implementadas: estacionamento, frota própria, visitantes, fornecedores de bens e serviços, mobilidade em serviço e deslocações pendulares casa-trabalho dos colaboradores. Cx a rev i s ta d a ca i xa 35 h história de capa mas a tornar-se parte ativa no processo de reabilitação das mesmas. Na capital, Paulo Ferrero – em nome do Fórum Cidadania LX, um dos vários movimentos e associações de munícipes que fazem ouvir a sua voz no que toca à gestão urbanística, «participando, alertando, denunciando, discutindo» – dá conta de «uma preocupação vincada com o património riquíssimo da cidade, muitas vezes desprotegido». Uma inquietação que, segundo o próprio, se prende, sobretudo, com os «milhares de prédios históricos – designadamente dos finais do século XIX e inícios do século XX – abandonados ou em mau estado de conservação». A apreensão é fundamentada. De acordo com o relatório sobre a reabilitação do parque habitacional entre 2001 e 2011, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Lisboa era, em 2011, o município do País com mais prédios em mau estado de conservação: 3892. Caminhando para norte, o quadro não é mais animador. O Grande Porto continuava a ser, no mesmo ano, a zona do País com mais prédios nestas condições, ascendendo a 12 766 os edifícios «com necessidade de grandes reparações ou muito degradados», a maior parte deles na 2 3 1 4 futuro Com o compromisso de se tornar uma smart city até 2015, em matéria de regeneração urbana, a zona ribeirinha do Porto é uma das mais intervencionadas história A Capital Europeia da Cultura 2012 vincou, em Guimarães, a preocupação com as zonas históricas dinamismo Capital Europeia da Juventude em 2012, Braga tem procurado atrair mais jovens para o centro da cidade incentivo Lisboa tem em marcha diversas iniciativas que põem a tónica sobre a reabilitação do património 36 Cx a rev i s ta d a ca i xa cidade Invicta: 3055. Um número que, ainda assim, no caso da região do Grande Porto, diminuiu 51,1% nessa mesma década. Com alguns passos já dados e muito caminho ainda por trilhar, a prioridade dada à reabilitação urbana não é, aliás, exclusivamente um desígnio nacional. Isso mesmo prova a Iniciativa Comunitária JESSICA que permite o acesso a financiamento para projetos de regeneração urbana a empresas e outras entidades. No programa lançado conjuntamente pela União Europeia, pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) e pelo Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, a Caixa Geral de Depósitos foi uma das entidades nacionais selecionadas para implementar e gerir um Fundo de Desenvolvimento Urbano JESSICA (ver pág. 39). Em causa estão 178 milhões de euros, 127 dos quais disponibilizados pela própria CGD, para projetos de regeneração e reabilitação urbana que conduzam ao repovoamento e dinamização da atividade económica. Embora decisiva, esta é só mais uma das faces da aposta da Caixa a este nível. Assumindo-se como especialista financeiro no negócio imobiliário e, em particular, como Banco atento à reabilitação urbana, a Instituição possui todo um historial do apoio à regeneração do espaço público, que se reflete, por exemplo, no lançamento de produtos específicos ou nas parcerias com as principais sociedades de reabilitação urbana do País. Os fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional são outros desses exemplos, procurando responder às necessidades deste mercado. Também por cá, em abril deste ano, coube ao governo lançar o programa Reabilitar para Arrendar, que vai colocar 50 milhões de euros provenientes de linhas de crédito do BEI, à disposição dos municípios, A INICIATIVA COMUNITÁRIA JESSICA FINANCIA PROJETOS DE REGENERAÇÃO URBANA A EMPRESAS E OUTRAS ENTIDADES das SRU e de empresas para a recuperação de edifícios nos centros urbanos. O objetivo é que esses prédios venham, depois, a beneficiar de rendas apoiadas ou a custos controlados, respondendo, deste modo, segundo a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, a um novo paradigma, alternativo à construção de bairros sociais, «que pega no que existe nas cidades para regenerá-las também por dentro». E é, precisamente, do coração das cidades que chegam os ecos de uma reabilitação que é preciso que se faça, também, de dentro para dentro. Voltando à capital, a estratégia passa por estabelecer bases para chamar os particulares ao investimento. Não poderia ser de outra forma, numa cidade onde mais de 90% dos edifícios a exigir intervenção são propriedade privada. Daí que as mais relevantes linhas de força da Estratégia de Reabilitação Urbana Municipal, anunciada no ano passado, sejam a agilização dos processos de licenciamento para obras de reabilitação, que passam a ser possíveis em três semanas, e a criação de benefícios fiscais. Estes podem chegar à isenção do IMI, durante cinco anos, e do IMT, na primeira transação, e a Cx a rev i s ta d a ca i xa 37 h história de capa PROTOCOLO COM A ORDEM DOS ARQUITETOS A Caixa tem um protocolo com a Ordem dos Arquitetos, do qual resulta um conjunto de vantagens para os seus membros. Em causa estão benefícios em produtos e serviços financeiros, assim como descontos de bilheteira na Culturgest, entre outras vantagens. Com este protocolo, a Caixa posiciona-se como parceiro privilegiado desta classe profissional, assegurando a presença em certames nacionais realizados pela Ordem dos Arquitetos, tal como em outras iniciativas ou projetos de interesse comum e canais de comunicação privilegiados com os 20 mil membros da Ordem. uma redução do IVA de 23% para 6%, no caso de obras profundas de reabilitação. Um impulso que, por conseguinte, o vereador do Urbanismo e Planeamento da Câmara Municipal de Lisboa (CML) espera que se estenda ao arrendamento, um mercado com um «papel fundamental» na regeneração e no aproveitamento do parque habitacional lisboeta. «Estimamos que, sendo possível reocupar os edifícios vazios e em mau estado, se consiga alojamento para 40 mil pessoas», afirmava Manuel Salgado ao semanário Sol, em abril de 2012. Recentemente, o programa Reabilita Primeiro, Paga Depois, da CML, previa, até ao final do ano, alienar 80 prédios devolutos, permitindo a liquidação dos integração Além do comprometimento com a reabilitação do parque habitacional dos centros históricos, as cidades do futuro não devem perder a articulação com as áreas periféricas, que continuam a crescer recuperação Com uma boa parte dos edifícios em mau estado de conservação a pertencerem a privados, a resolução do problema da sua recuperação passa, em certos casos, pela criação de programas de incentivo 38 Cx a rev i s ta d a ca i xa mesmos depois de as obras de reabilitação estarem terminadas. Nos últimos anos, a recuperação dos centros nevrálgicos citadinos tem estado, também, no horizonte de outras duas capitais. Quanto à Capital Europeia da Cultura de 2012, o legado da iniciativa deixa patente o esforço de Guimarães em apostar na conservação do património histórico, na recuperação do edificado e na sensibilização dos proprietários individuais para o mesmo efeito. A pouco mais de uma vintena de quilómetros de distância, por seu turno, Braga, que, em 2012, foi Capital Europeia da Juventude, tem procurado atrair habitantes jovens e negócios inovadores para o centro da cidade, promovendo o arrendamento a preços mais baixos. Ao mesmo tempo, o município bracarense dá passos mais largos no sentido de uma mobilidade urbana sustentável, em grande parte, através do centro histórico, que se reclama como o mais extenso do País, em área pedonal, e mais funcional, em matéria de transportes. Um plano posto em marcha através do projeto de regeneração urbana A Regenerar Braga. Descendo um pouco no mapa português e aproveitando a viagem futurista, desta feita, não a propósito de um filme, mas do roteiro de ação de uma cidade portuguesa, tempo, ainda, para falar do Porto. Além do comprometimento com a regeneração urbana, são diversas as vias que colocam a Invicta na rota de um amanhã mais risonho. Não terá sido por acaso que o Porto alcançou a 12.ª posição no ranking European Green City Index, composto por 31 cidades europeias «verdes», e foi eleito, na Cimeira da Terra Rio + 20, como exemplo de conjugação entre ambientes rural e urbano. Já no início deste ano, o Centro de Competências em Cidades do Futuro da Universidade do Porto recebeu 1,6 milhões de euros da Comissão Europeia, no âmbito de um projeto que quer transformar o Porto numa «smart city» (cidade inteligente) até 2015. Sem ficção científica à mistura, prova de que as nossas cidades se encaminham para o futuro. observatório o DIREÇÃO DE FINANCIAMENTO E NEGÓCIO IMOBILIÁRIO, DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS A reabilitação e a regeneração urbana estão, definitivamente, na ordem do dia, assumindo-se como instrumentos e necessidades fundamentais nas políticas de habitação e de cidades. A PRESSÃO SOBRE o espaço urbano está na génese de muitos dos problemas que, hoje, caracterizam o viver citadino, em termos sociais, económicos, demográficos, tecnológicos, entre outros. Importa ter presente que as cidades são os pilares do desenvolvimento económico, gerando entre 75% a 85% do PIB europeu, onde cerca de 80% da população reside ou trabalha em espaço urbano. Em Portugal, esse número ronda os 60%. Por estas razões, torna-se necessária uma ação integrada no espaço urbano, bem como a emergência de um novo paradigma para o setor imobiliário, mais focado nos mercados do arrendamento e da reabilitação e regeneração urbana. De facto, cidades e centros urbanos recuperados tornam-se mais aprazíveis e competitivos, mais «humanamente habitáveis e vivenciáveis». Estas são, entre outras, as grandes mais-valias da reabilitação do edificado e da regeneração urbana do espaço público. A CGD, tal como fez no passado, procura, assim, ajustar a sua oferta e desenhar produtos que permitam fazer face às atuais necessidades de um mercado em mudança. Exemplo disso, entre outros, é a implementação e gestão de um Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), no âmbito da Iniciativa Comunitária JESSICA, um instrumento de engenharia financeira para apoiar projetos de reabilitação e regeneração urbana. O FDU JESSICA/CGD, além de respeitar as especificidades enquanto fundos comunitários públicos, faz apelo, igualmente, ao posicionamento da Caixa no compromisso com a reabilitação urbana. Por isso, tem inscrito, na sua política de investimentos, entre outros, o apoio a intervenções em reabilitação dos edifícios, dotando-os de níveis de conforto acrescidos, através de beneficiações em termos de eficiência energética, e ao nível da salubridade e da habitabilidade. Com cerca de €51 milhões comunitários, a que se acrescem €127 milhões disponibilizados pela CGD, num total de €178 milhões, este FDU é um instrumento financeiro inovador por ser o único, ao nível nacional, que possibilita a participação no capital de projetos de apoio à reabilitação e à regeneração urbana. Ainda no âmbito do FDU JESSICA/CGD, de referir o lançamento de dois novos instrumentos de apoio à reabilitação e regeneração urbana: o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado para Arrendamento Habitacional Cidades de Portugal e o Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado Caixa Reabilita. Apesar de ser um novo instrumento, o FDU em apreço pode ser entendido como um prolongamento da parceria que a Caixa estabeleceu, em 2003, com o BEI, permitindo, na altura, a disponibilização da primeira linha de crédito de apoio à reabilitação urbana em Portugal. De facto, o historial do apoio da Caixa à reabilitação do edificado e à regeneração do espaço público é já longo e digno de reconhecimento. A prová-lo estão iniciativas tão distintas como o lançamento de produtos especificamente pensados para apoiarem intervenções naquelas áreas de negócio, o estabelecimento de parcerias com as principais Sociedades de Reabilitação Urbana do País e com outras empresas, públicas e privadas, que atuam nestes setores de atividade, a que se soma o já citado FDU JESSICA/CGD. Importa relevar, também, que o apoio à reabilitação urbana determina, ainda, o apoio ao mercado do arrendamento habitacional e ao empreendedorismo, setores que em muito beneficiam com a reabilitação e regeneração urbana. Exemplos desta complementaridade são, entre outras iniciativas, os fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional (FIIAH), em que o Grupo Caixa (através da da Fundimo, hoje Fundger) promoveu a criação do primeiro fundo do género, em 2009, denominado FIIAH – Caixa Arrendamento, e a parceria que a Caixa, com outros bancos nacionais, estabeleceu com o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social para o lançamento do Mercado Social de Arrendamento. Em ambos os casos e salvo algumas exceções, os imóveis, previamente à sua disponibilização em mercado de arrendamento, são alvo de reabilitação, chegando ao futuro inquilino em perfeitas condições de habitabilidade imediata. Assim, falar, hoje, de reabilitação e regeneração urbana é falar de sustentabilidade e de coesão social, de inclusão e de desenvolvimento económico, de fomento ao mercado do arrendamento e de criação de emprego. A reabilitação e a regeneração urbana são essenciais às cidades, à economia e aos seus cidadãos, logo atividades de inegável interesse para a CGD. O apoio a estes setores afirma, uma vez mais, a Caixa como um Banco vocacionado para a Reabilitação Urbana em Portugal! Cx a re v i s ta d a c a i xa 39 v x viagem ??????????????????????? S O T A V E N T O A L G A R V I O Para cá do mar Com a chegada dos meses mais quentes, aponta-se a um destino incontornável: o Algarve. Mas, acredite, existem muitos e bons motivos para retardar o mergulho nas tão desejadas águas temperadas Por Pedro Guilherme Lopes 40 Cx a re v i s ta d a c a i xa Cx a re v i s ta d a c a i xa 41 v viagem mais comum seria apanharmos a A2 e, depois de entrarmos no Algarve, optarmos entre dirigirmo-nos para o lado de Faro ou para o lado de Portimão. Mas o que queremos propor-lhe é diferente, começando pela forma de entrar no Algarve. Rumamos a Beja, de modo a encontrar o caminho para Mértola. Sim, é verdade que Mértola fica um tudo nada antes da linha que separa o Alentejo do Algarve, mas aquela que é conhecida como Vila Museu merece a nossa visita. Até porque, subindo ao castelo, depressa os nossos olhos notam que as planícies vão dando lugar a um relevo mais acidentado. Depois de reconfortado o estômago, na Adega da Casa Amarela, seguimos, tendo o rio Guadiana como constante companhia. O destino é Alcoutim e, sim, agora estamos, definitivamente, no Algarve. Alcoutim é uma vila debruçada sobre o rio, com vista para a margem espanhola. É facílimo apanhar o barco para conhecer as vizinhas Sanlúcar del Guadiana e Puerto de las Lajes. Tal como é simples descobrir Alcoutim. Constantemente vigiada pelo seu castelo, surge assente num casario tipicamente algarvio e em ruas extremamente pitorescas, onde não faltam inúmeros vasos floridos. A igreja de Santa Maria é de visita obrigatória, tal como o serão alguns momentos para descansar numa das esplanadas da zona ribeirinha. O 42 Cx a re v i s ta d a c a i xa O caminho até Castro Marim faz-se passando pelas aldeias serranas (Guerreiros do Rio ou Foz de Odeleite, entre outras) e com uma paragem em Montinho das Laranjeiras, para uma aula de história que tem como objeto de estudo a Vila Romana. Da aula de história para outra de ciências naturais, o chegar a Castro Marim conduz-nos, obrigatoriamente, à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Situada junto à foz do rio Guadiana e formada por sapais salgados, corpos de água salobra, salinas e esteiros, serve de abrigo a inúmeras espécies de animais e de plantas. E, já que de património natural falamos, seria impossível não destacar o Parque Natural da Ria Formosa. Ocupando uma área com mais de 18 mil hectares, que se estende ao longo de 60 km, ligando a Manta Rota ao Ancão, já no concelho de Loulé, a Ria Formosa «é dona» de um fantástico ecossistema. O símbolo do Parque é o Caimão-comum, espécie em vias de extinção que, em Portugal, apenas existe e se reproduz nestes lagos. No inverno, esta área serve de abrigo a espécies de aves como o pato-trombeteiro, o marrequinho-comum, o maçarico-real ou a tarambola cinzenta, sendo, ainda, possível ver flamingos e águias-de-asa-redonda, entre outras espécies. A galinhola e o guarda-rios são outras das aves que aqui se podem observar. Neste parque encontramos, também, outra espécie em perigo, o camaleão, bem como uma enorme variedade de peixe, marisco e bivalves, com destaque para o cultivo da amêijoa, que resulta em cerca de 80 por cento do total de exportação do País. Isto sem esquecer a importância económica do sal, extraído das salinas aqui existentes. 2 epois de tão interessantes aulas, concedemo-nos tempo para ir ao encontro da desejada praia. Mas, ao contrário do que poderia esperar-se, não rumamos a Monte Gordo, à Manta Rota ou à Praia Verde; o nosso destino é a belíssima Ilha da Fábrica. Localizada na península de Cacela, junto à aldeia histórica de Cacela Velha, deve o seu nome ao facto de ali ter existido uma fábrica de tijolos. Em menos de dez minutos, fazendo a travessia de barco, temos os pés sobre uma quente língua de areia clara, banhada pelas águas tranquilas da Ria Formosa. O retemperador mergulho abre-nos o apetite e, enquanto regressamos, pensamos nas opções: temos o Vistas, localizado no Monte Rei Golf & Country Club, em Vila Nova de Cacela, que oferece alta cozinha e uma experiência gourmet, pela mão do chef Jaime Peréz, discípulo de Ferran Adrià; temos o Chá com Água Salgada, localizado na praia da Manta Rota, com vista para o mar e para a Ria Formosa, com uma arquitetura despojada e sabores da região transformados em verdadeiras iguarias; e temos o cheio de estilo Pezinhos na Areia, especializado em marisco e que, como o próprio nome indica, está assente sobre o areal. Para que seja o leitor a escolher, apenas dizemos que qualquer um deles é uma ótima opção e que o nosso dia terminará num dos locais mais animados da noite algarvia: o Manta Beach Club. Depois, descansamos no Vila Campina, junto à localidade de Luz de Tavira, um espaço onde depressa nos sentimos como se estivéssemos em casa. D 4 5 1 6 3 1 castro marim preserva a beleza do interior algarvio 5 capital do algarve É assim que é conhecida a cidade de Faro 2 a ilha de Tavira é um dos segredos a descobrir 3 a riqueza da Ria Formosa permite-lhe ser abrigo de várias espécies de animais e de plantas. O caimão-comum é o seu símbolo 6 com vista para o mar O restaurante Pezinhos na Areia, erguido sobre as areias da Praia Verde 4 tavira Apesar de receber milhares de turistas, preserva o seu estilo tradicional Cx a re v i s ta d a c a i xa 43 v viagem Quando o sol volta a espreitar pela janela e enquanto saboreamos um pequeno-almoço caseiro, recolhemos mais pormenores sobre a Via Algarviana que, este ano, deu origem a uma travessia, na segunda quinzena de março, com opções para todos os gostos: pedestre, pedestre com burros de carga e BTT. Nascido em 1955, este é um projeto criado com o objetivo de implementar uma rota pedestre entre o Baixo Guadiana e o Cabo de S. Vicente, atravessando o interior do Algarve. São mais de 300 km, passando por 11 concelhos algarvios (Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Tavira, S. Brás de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos, Portimão e Vila do Bispo) e cerca de 21 freguesias. Uma forma fantástica de descobrir aldeias e gentes que vivem no interior e que merece a nossa promessa de que voltaremos para descobrir cada ponto do itinerário. Mas, desta vez, a nossa viagem continua rumo à Quinta do Xocolatl, localizada no Sítio do Pinheiro, perto de Luz de Tavira, onde provaremos o que resulta da conjugação do melhor chocolate belga com típicos sabores algarvios, como pasta de figo, licor de amêndoa amarga ou laranja. atisfeito o prazer da gula e controlada a vontade de rumar à Ilha de Tavira para mais um mergulho (uma vontade que se repetirá quando nos lembrarmos que estamos perto da Fuzeta, da Culatra ou da Armona, estas duas últimas já na zona de um dos centros piscatórios da região, Olhão), apontamos a Cerro de São Miguel, o ponto mais alto da Serra de Monte Figo, a partir do qual temos panorâmicas fantásticas sobre o Sotavento. Continuamos por essa estrada que, por entre alfarrobeiras e amendoeiras, nos conduz a São Brás de Alportel. Deixamos o volante e, ignorando o sol cada vez S à direita As praias e o centro de Albufeira são das zonas mais procuradas do Algarve; à esquerda o Tivoli Victoria, em Vilamoura, um dos mais completos hotéis algarvios 44 Cx a re v i s ta d a c a i xa mais quente, caminhamos pela zona antiga, observando os imponentes casarões que preservam memórias do início do século XX. E recuamos ainda mais no tempo, quando, já em direção a Faro, visitamos as ruínas romanas de Milreu. Quase ao lado, na vizinha Estói, destaca-se o antigo palácio transformado em pousada de charme, que quase nos convence a ficar. Passa pouco tempo até darmos por nós no centro de Faro, à procura de uma loja com cada vez mais adeptos, a Space Invaders, que, apesar de ter nome do clássico jogo de arcadas, se dedica a comercializar objetos de design. Tanta descoberta dá-nos direito a um merecido descanso. A escolha recai, por isso, no charmoso e luxuoso Tivoli Victoria, em Vilamoura. Aqui, bem perto da marina local e das convidativas praias de Albufeira, como a dos Salgados ou a da Falésia, damos de caras com o Algarve mais conhecido e que mais gente leva ao sul do País. Mas tudo o que experienciámos até aí dá-nos a certeza de que há muito mais Algarve para cá do mar de águas mornas. Guia de Viagem Ir O segredo mais bem guardado do Algarve Para si que é Cliente da CGD, a Tagus propõe quatro opções de estadia, com preços exclusivos, no Vila Monte, um fantástico country resort localizado no interior do Algarve, a dez minutos da praia. 1. Descubra um Algarve diferente(1), incluindo a Ria Formosa e a praia da Barrinha da Fuseta. Inclui: > Duas noites, em quarto duplo jardim, com pequeno-almoço buffet; > Serviço de taxi-boat para a praia da Barrinha da Fuseta (um dia por pessoa); > Um cesto de piquenique por pessoa. Preço por pessoa: 162 euros. 2. Romance no Algarve(2), numa noite especial com a sua cara-metade. Inclui: > Uma noite, em suite, com pequeno-almoço buffet; > Tratamento VIP no quarto (espumante e trufas de chocolate); > Massagem Amendoeiras em Flor (30 m.), a dois, e massagem lado a lado sincronizada; > Presente-surpresa para o casal; > Late check-out (sujeito a confirmação no ato de check-in). Preço por pessoa: desde 116 euros 3. Pacote Gourmet(2), onde a cozinha mediterrânica é rainha. Inclui: > Duas noites, em quarto duplo jardim, com pequeno-almoço buffet; > Tratamento VIP à chegada, no quarto; > Um jantar no restaurante Orangerie, para duas pessoas (bebidas não incluídas). Preço por pessoa: desde 133 euros. 4. Sun & Relax(2), numa atmosfera que convida ao relaxamento. Inclui: > Duas noites, em quarto duplo jardim, com pequeno-almoço buffet; > Um tratamento por pessoa e por dia no Kasbah Spa (1.º dia: Oriental Facial; 2.º dia: Massagem Kasbah Spa – quiromassagem); > Tratamento VIP. Preço por pessoa: desde 235 euros. Programas sujeitos a reserva e disponibilidade do hotel, não sendo acumulável com outras ofertas, protocolos ou campanhas, podendo ser alterados sem aviso prévio. Não incluem despesas de caráter pessoal e quaisquer serviços não mencionados como incluídos ou taxas de serviço. Os preços são exclusivos para Clientes da CGD, sendo que os descontos não incidem sobre taxas e imposto. (1) Válido até 31 de outubro, exceto de 1 a 25 de agosto, não incluindo transferes do hotel ao cais e vice-versa. (2) Estes programas dão, ainda, acesso aos campos de golfe da Academia Vila Monte, às três piscinas e ao campo de ténis. Válidos até 28 de dezembro, exceto no Carnaval, Páscoa, Natal e de 15 de julho a 31 de agosto. Informação na Net prepare-se para ir para fora... cá dentro. Sites que não deve deixar de consultar: www.turismodoalgarve.pt; www.visitalgarve.pt; www.algarvepromotion.pt; www.visitportugal.com É muito simples chegar ao Algarve, é verdade, mas a nossa proposta é que rume a Évora, siga para Beja, depois Mértola e entre no Algarve por Alcoutim, com a companhia do rio Guadiana. E, se conseguir fazê-lo fora da época alta, conseguirá fugir à invasão turística. Ficar Guerreiros do Rio River Hotel Acolhedor hotel rural, com vista para o Guadiana. (www.guerreirosdorio.com) Yellow Hotel (*) Com uma localização privilegiada, em frente à praia de Monte Gordo e rodeado por pinhal e pela Reserva Natural do Sapal de Castro Marim. (www.yellowhotels.pt) Vila Campina Em Luz de Tavira, um espaço onde nos sentimos em casa. Com certificado de excelência do TripAdvisor. (www.vilacampina.pt) Pousada de Estói Perto de Faro, para quem quiser ficar num palácio do século XVIII. (www.pousadas.pt) Ah Villas (*) Situadas em Quelfes, perto de Olhão, estas moradias são a base ideal para descobrir as ilhas do Farol, da Culatra ou da Armona. (www.ahvillas.com) Vale do Lobo Um empreendimento de luxo, com moradias para férias de sonho. (www.valedolobo.com) Tivoli Victoria (*) Situado no coração de Vilamoura, este resort de luxo foi distinguido com Chave de Ouro nos prémios Boa Cama Boa Mesa. (www.tivolihotels.com) Comer Vistas Cozinha de autor no Monte Rei Golf & Country Club, em Vila Nova de Cacela. (www.monte-rei.com) Chá com Água Salgada Na praia da Manta Rota, sabores da região com um toque de requinte. (www.chacomaguasalgada.com) Pezinhos N’Areia Especializado em peixe e marisco, sobre o areal da Praia Verde. (www.pezinhosnareia.com) Emo Fica no último andar do Tivoli Victoria e oferece uma experiência gourmet memorável, que surpreende os paladares mais exigentes. (www.emogourmet.com) Gate 4 Café Na marina de Albufeira, ideal para uma refeição rápida. ( ) * Benefícios para titulares de cartões da CGD. Saiba quais os cartões e todas as vantagens em cada um dos parceiros em www.vantagenscaixa.pt. CARTÃO CAIXADRIVE BENEFICIE DE DESCONTOS DE 3%, NO MÁXIMO DE 20 EUROS MENSAIS, NAS COMPRAS E ABASTECIMENTOS EFETUADOS COM O CARTÃO CAIXADRIVE(1) NAS ESTAÇÕES DE SERVIÇO DA REPSOL EM PORTUGAL. BENEFICIE DE MAIS 3% DE REEMBOLSO SUPLEMENTAR SOBRE AS COMPRAS E ABASTECIMENTOS EFETUADOS NA REPSOL, NUM MÁXIMO DE TRÊS EUROS MENSAIS, SE EFETUAR COMPRAS DE VALOR SUPERIOR A 250 EUROS NOUTROS COMERCIANTES. AS COMPRAS EFETUADAS NAS ESTAÇÕES DE SERVIÇO DA REPSOL EM PORTUGAL BENEFICIAM, AINDA, DA ISENÇÃO DA COMISSÃO DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEL. OS TITULARES DO CAIXADRIVE BENEFICIAM, TAMBÉM, DE UM PACOTE DE SEGUROS E DE VANTAGENS EM PARCEIROS ASSOCIADOS A ESTE CARTÃO. (1) TAEG DE 22,6%, PARA UM MONTANTE DE 1500 EUROS, COM REEMBOLSO A 12 MESES, À TAN DE 20,50%. Cx a re v i s ta d a c a i xa 45 r roteiro DA NAZARÉ A TOMAR Entre doces e maravilhas Prepare-se para descobrir receitas conventuais, mosteiros, grutas, serras e praias, num passeio pela nossa história Por Pedro Guilherme Lopes Ilustração Marta Monteiro/www.re-searcher.com 46 Cx a re v i s ta d a c a i xa 1 nazaré As imagens da onda gigante, surfada por Garrett McNamara, colocaram a Nazaré nas bocas do mundo. Sim, a praia é belíssima, tem spots fantásticos para surfar, mas há muito mais para ver nesta vila piscatória, onde não faltam as incontornáveis vendedoras usando os trajes típicos. 2 alcobaça Integrando a lista do Património Mundial da UNESCO desde dezembro de 1989, o Mosteiro de Alcobaça é visita obrigatória, perpetuando a história de D. Pedro e D. Inês. Em frente, a pastelaria Alcôa é especialista em doces conventuais e famosa pelos seus fradinhos. Não se esqueça de visitar o Museu Nacional do Vinho. 3 batalha De mosteiro em mosteiro, chegamos ao da Batalha, o mais importante símbolo da dinastia de Avis, mandado construir por D. João I (o mesmo que, juntamente com D. Nuno Álvares Pereira, é figura incontornável da Batalha de Aljubarrota). Antes de fazer-se à estrada, descubra um bar chamado Vinho em Qualquer Circunstância, que é, também, restaurante, loja gourmet e clube enófilo. 4 alvados Em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, fica escondida esta aldeia com um tesouro natural para descobrir: as Grutas de Alvados, repletas de estalagmites e estalactites. E, quebrando a melancolia de um vale que convida a passeios sem olhar para o relógio, não se admire se vir adeptos de BTT aproveitarem as excelentes condições para a prática da modalidade. 5 tomar É fácil perdermos a noção do tempo, quando chegamos a Tomar. O correr do rio Nabão, passando pelo interior de um acolhedor jardim, dá o mote. Lá no alto, o Convento de Cristo e o Castelo dos Templários aguardam a nossa visita (pode chegar até eles no curioso comboio turístico, que parte dos Paços do Concelho) e como que vigiam toda a cidade. Cá em baixo, há pequenas igrejas para descobrir, um surpreendente Museu dos Fósforos e a pastelaria Estrelas de Tomar, com o seu doce típico, os Beija-me Depressa. Cx a re v i s ta d a c a i xa 47 f fugas OUTROS TEMPOS O turismo dos afetos e dos sentidos Na margem esquerda do Alto Douro, na aldeia de Arícera, fica um espaço repleto de memórias, onde os visitantes são convidados a deixar o presente para trás e a viver o passado Por Ana Ferreira Fotografia Anabela Trindade ntrar em Outros Tempos – Turismo de Aldeia, em Arícera, é como se estivéssemos numa casa familiar, com os seus objetos pessoais, sem faltar as fotografias dos membros. Neste caso, da família do casal dos antigos professores, Adeliza e Amílcar Cepeda. Entrámos pelo piso superior da casa principal, que ocupa a sala das refeições, a sala de estar e a cozinha, e, de imediato, o cheiro do enchimento das alheiras e das moiras despertou os nossos sentidos, enquanto procuramos entender o porquê do nome escolhido para este empreendimento. «O nome prende-se com a nossa vontade de levar as pessoas a outros tempos», explica Amílcar Cepeda. E, tal como esta designação, também os nomes das casas e dos quartos têm uma explicação. As quatro casas de Outros Tempos são de granito e remontam aos séculos XVII e XVIII, tendo sido recuperadas e remodeladas, respeitando a arquitetura E 48 Cx a rev i s ta d a ca i xa e os materiais característicos da região. Foram preservados os pormenores típicos originais e a decoração das casas integra, na sua maioria, a mobília que já fazia parte do legado familiar. O nome e a profissão do pai de Adeliza Cepeda (Manuel Padeiro) foram atribuídos à casa-mãe, a qual formou-se a partir da anexação de três: a casa dos bisavós da proprietária, onde, aliás, veio a nascer; a antiga escola (daí o Quarto da Escola e o Quarto da Professora); e de uma outra habitação vizinha. Pelos socos e moldes como decoração, depressa nos apercebemos que o soqueiro da aldeia habitou uma outra habitação, a Casa do Soqueiro. As histórias de Amílcar Cepeda prosseguem e ganham ainda mais entusiasmo quando se visita a Casa do Avô do Soito, nome que deriva do apelido do avô de Adeliza Cepeda. «Antes do Estado nomear professores, eram os avós paternos da minha mulher que davam alojamento à mestra e o espaço onde ela dava aulas é, hoje, o Quarto da Mestra. E este é o Quarto da Horta, onde se guardavam os produtos trazidos da horta, que ficava onde está agora a piscina», explica o proprietário. Além do alojamento, os visitantes desta casa podem usufruir de um minimuseu, com os três espaços sociais de uma aldeia: a capela, a escola e a adega. Afastada do limite da aldeia fica a Casa do Penedo, a qual pertencia aos avôs da proprietária. É o ideal para um casal que procura a tranquilidade. Outros Tempos ganhou vida quando Adeliza Cepeda decidiu «recuperar o património da família e criar uma atividade para a terceira fase da vida», revelou o marido. Começaram a receber visitantes (como são considerados e não clientes) em 2007 e, desde então, este turismo personalizado e familiar tem prosperado, recebendo visitas de várias partes do mundo. «Ainda há pouco tempo, estiveram à volta Guia de Viagem Como ir Partindo de Lisboa ou do centro do País, prossiga até Viseu. Tome a A24 em direção a Lamego/Vila Real, saindo para Armamar. Se partir do Minho ou do Grande Porto, siga até Vila Real. Tome a A24 em direção a Viseu, saindo para Armamar. Siga para Moimenta da Beira até Travanca, onde deverá virar à esquerda e seguir as indicações para Arícera/Outros Tempos. O que fazer Além da piscina no verão e da lareira no inverno, os visitantes podem usufruir da sala de leitura e de televisão, do bilhar e minimuseu. Podem ser feitos passeios pedonais, de burro, de charrete, de barco, de BTT e de comboio. Os visitantes podem participar nas atividades rurais da aldeia, como a matança do porco, a apanha da cereja, as vindimas e os magustos. Descobrir 2 1 3 4 mergulhar O azul da piscina contrasta com o verde da paisagem típico As casas, de granito, respeitam a arquitetura e o estilo tradicional da região e da aldeia cultura Os visitantes podem usufruir de um minimuseu, dividido em capela, escola e adega de família Além dos nomes dos quartos, a decoração das casas integra, na sua maioria, a mobília que já fazia parte do legado familiar da mesa visitantes de cinco nacionalidades diferentes. O perfil dominante dos visitantes é dos 20 aos 45 anos, com formação superior e maior apetência por tudo o que é diferente, que transporta uma cultura que o conduz ao afastamento do turismo de massas e dos centros urbanos», afirma o proprietário. O casal faz questão de se envolver com a vida da casa: Adeliza Cepeda tem a tarefa de confecionar as iguarias que são servidas aos visitantes e Amílcar Cepeda, que está sempre atento às necessidades e aos pedidos por eles feitos, elabora os programas e, muitas das vezes, acompanha-os nas visitas turísticas. O casal continua com residência no Porto, devido à família que lá reside, mas é na casa da aldeia que estão as memórias. Uma casa repleta de sabores, de imagens em vários tons, de cantos com fragâncias. Uma casa de aldeia de afetos e sentidos, aberta a todos que queiram fazer parte da sua história. Para comemorar os 150 anos de Amor de Perdição, propõe-se o programa Por Lugares de… Camilo Castelo Branco. Mas há muitos outros programas culturais e paisagísticos a descobrir. Vantagens Em 2013, a Outros Tempos oferece escapadelas e férias, com alojamento e pequeno-almoço, aos Clientes da CGD por: > Em agosto, 59 euros por noite, em quarto duplo, ou 69 euros por noite, em T1 independente (mínimos de três noites e duas pessoas); > No resto do ano, 49 euros por noite, em quarto duplo, ou 59 euros por noite, em T1 independente (mínimos de duas noites e duas pessoas). Outros Tempos – Turismo de Aldeia Largo do Marradoiro, nº.12 5110-051 – Arícera Tel.: 254 855 103 / 919 963 051 Fax: 254 851 916 E-mail: [email protected] Website: www.outrostempos.com Cx a rev i s ta d a ca i xa 49 f fugas ONYRIA MARINHA EDITION HOTEL & THALASSO Sonhar acordado Eleito o melhor hotel da Europa e o terceiro melhor do mundo, pelos utilizadores do TripAdvisor, faz da qualidade do serviço uma das suas bandeiras e desafia todos os clientes a revelarem quais os sonhos que gostariam de ver realizados Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo nyria vem do grego e significa «sonho». Fazendo jus ao nome, o Onyria Marinha Edition Hotel & Thalasso procura, precisamente, oferecer um serviço inspirado nesse conceito de sonhar, proporcionando a estadia de sonho aos clientes. E não faltam pormenores que assinalam essa forma de estar. Por exemplo, na porta dos quartos, o famoso «do not disturb» foi substituído por um «steel dreaming» e por um «out for a dream», e, diariamente, quando é feito o serviço de turn down (preparar a cama e o quarto para os clientes), é deixada uma mensagem de autor sobre os sonhos. Mas, realmente surpreendente é o facto de o badge dos funcionários ter, além do nome, o sonho de cada um deles. «Isso cria uma empatia com o cliente que, muitas vezes, até se identifica com o sonho», revela Paulo Figueiredo, diretor do Onyria. Essa proximidade e esse personalizar do serviço é, mesmo, uma das imagens de marca do Onyria Marinha e, por certo, ajudará a explicar o sucesso alcançado num dos mais importantes sites de viagens do mundo, o TripAdvisor. Foi pelos votos dos utilizadores desta plataforma que este hotel português, localizado na Quinta da Marinha, O 50 Cx a rev i s ta d a ca i xa em Cascais, se viu distinguido como melhor hotel da Europa e terceiro melhor hotel do mundo. «Quando lançámos este projeto, há dois anos, e em virtude daquilo que era o nosso posicionamento, em termos de produto e em termos de serviço, eu deixei um desafio: todos deveríamos ter a ambição de, em termos de reconhecimento dos nossos clientes, chegar a um posicionamento muito relevante na região», recorda Paulo Figueiredo. «Acreditava que íamos fazer algo especial e ser número um da europa é, realmente, algo especial. É, não só, um reconhecimento do trabalho de toda esta equipa, como, também, um fator de motivação extra. É, igualmente, uma forma de projeção da marca Onyria, da marca Portugal e da marca Cascais.» facto de o hotel ter, apenas, 72 quartos, acaba por contribuir para aumentar este sentimento de proximidade entre clientes e funcionários. Aqui, respira-se tranquilidade, sendo quase necessário habituarmo-nos ao silêncio quando chegamos vindos da agitação citadina. Com uma localização privilegiada, entre a serra de Sintra, Cascais e o Guincho, e a pouco mais de 20 minutos do centro de Lisboa, o O Onyria Marinha consegue oferecer o melhor de vários mundos. Os 68 quartos e as quatro suítes, todos eles amplos e confortáveis, com decoração contemporânea (sem esquecer pormenores como a possibilidade de ver televisão no espelho do WC, nas suítes), dividem as suas vistas entre o jardim e o golfe. Esta ligação à envolvente natural é, aliás, um dos aspetos incontornáveis (tal como a ligação às questões ambientais, como prova o facto de ter sido o primeiro hotel nacional a aderir ao projeto Check Out for Nature, da WWF). Ao contrário do que é comum, villas Além dos 72 quartos, o Onyria oferece 12 villas que ampliam a privacidade histórico O pavilhão de caça do Rei D. Carlos I foi totalmente recuperado sonhos O badge dos funcionários tem o sonho de cada um deles spa 700 m2 e uma extensa lista de tratamentos e massagens lobby O branco brilha sob influência da luz natural suíte Existem quatro, de grandes dimensões e elevado conforto Cx a rev i s ta d a ca i xa 51 f fugas primeiro existiu um projeto de arquitetura de exteriores (pela mão do arquiteto Caldeira Cabral), ao qual o arquiteto João Paciência teve de adaptar o edifício. A provar esse comungar de interesses está a pala implementada na fachada do hotel, onde se fez uma abertura pela qual passa o tronco de uma enorme árvore. Atravessando as paredes de vidro, por onde a luz natural faz brilhar, ainda mais, o branco do lobby, damos por nós num belíssimo jardim, com ligação à piscina exterior do spa (com 700 m2 e uma vasta lista de tratamentos e massagens à disposição) e à piscina oceânica, que, em breve, permitirá dar um mergulho diferente na água do mar. É tudo isto que quem chega ao Onyria procura, com o extra de querer comprovar o porquê do prémio atribuído no TripAdvisor (existe um estudo que mostra que sete em cada dez clientes não viajam sem O PRIMEIRO SONHO LEVARÁ UM CLIENTE A VER NASCER O SOL A BORDO DE UM BALÃO consultarem a opinião de outros e que nove em dez valorizam mais a opinião de outros turistas do que as mensagens corporativas). «Há clientes que leem comentários e que, depois, nos confrontam com esses mesmos comentários», revela o diretor do hotel. «Isto traz responsabilidade acrescida, traz um compromisso com a qualidade que não pode ser posto em causa. Sabemos que as expectativas dos clientes são muito elevadas e, inclusivamente, alguns sabem os nomes e os sonhos de alguns funcionários.» Fruto desta dinâmica, em que clientes e funcionários partilham sonhos, o Onyria elevou a fasquia: nos questionários de satisfação, os clientes são convidados a partilharem o seu sonho, passando a ser ambição do hotel concretizá-los. O primeiro a ser concretizado será o de um cliente inglês, que regressará ao nosso País para assistir ao nascer do sol a bordo de um balão de ar quente. «Podem existir sonhos não realizáveis, mas, nesse caso, tentaremos criar uma experiência que, de alguma forma, se relacione e demonstre esse sonho», explica Paulo Figueiredo. «O fundamental é continuarmos a promover esta vontade de sonhar.» E, acredite, no Onyria Marinha não faltam motivos para sonhar. Mesmo quando estamos acordados. Guia de Viagem Como ir Tendo Lisboa como ponto de partida, siga as indicações para A5 Cascais. Mantenha-se na autoestrada durante cerca de 20 km e tome a saída Cascais-Birre. Entre na estrada nacional, na direção de Birre, e, aí chegado, siga as indicações em direção à Quinta da Marinha. www.onyriamarinha.com O que fazer O Onyria convida ao descanso, mas existem vários motivos para sair do seu quarto. Se for fã de golfe, terá à disposição um campo desenhado pelo lendário arquiteto norte-americano Robert Trent Jones. O campo de golfe, de 18 buracos, estende-se entre Cascais e o cabo da Roca, num total de 5870 metros. À sua espera está, também, o RitualSPA, um espaço onde se descobre um oásis de sensações e que oferece uma vasta variedade de tratamentos, com ligação direta às piscinas interior e exterior. A propósito de piscinas, neste verão uma das grandes sensações será a piscina oceânica. O hotel dispõe, ainda, de uma série de atividades complementares: passeios a cavalo, aluguer de bicicletas, campos para a prática de ténis, de squash e de paddle. Vantagens exclusivas O Onyria Marinha – Edition Hotel & Thalasso oferece aos titulares de cartões da CGD 50% de desconto sobre a tarifa de balcão e 10% nos pacotes públicos, além de tratamento VIP no quarto, à chegada, com água e fruta. Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt. Para esta oferta, é obrigatória a apresentação do cartão no ato de check-in e pagamento com o mesmo no ato de check-out, não sendo os descontos acumuláveis com quaisquer outras promoções ou vantagens. 52 Cx a rev i s ta d a ca i xa f finanças 3. Taxa de esforço acima dos 35 por cento A bem da saúde financeira do agregado familiar, a sua taxa de esforço (relação entre o montante das prestações de crédito e o rendimento disponível) não deverá ultrapassar os 35 por cento. Caso o esforço do agregado seja superior, deverá procurar cortar nas despesas mensais ou aumentar os rendimentos. 4. Corte nos rendimentos Não é raro ouvir falar em cortes nos ordenados ou empresas que deixam de pagar horas extra, por isso o orçamento familiar deverá contemplar a possibilidade de um dos membros sofrer penalizações nos rendimentos. É fundamental ter um fundo de emergência que ajude a fazer face a este problema. 5. Ser despedido ou estar em vias de... De acordo com a Deco, o desemprego é, neste momento, a maior causa de sobre-endividamento em Portugal. Deverá ter um fundo de emergência, assim como um plano secundário para colmatar estas necessidades, como, por exemplo, despesas que possa eliminar ou objetos que possa vender. SOBRE-ENDIVIDAMENTO Esteja atento aos sinais O desemprego é a principal causa para o sobre-endividamento. Mas, antes de chegar a este ponto, há uma série de sinais de alerta Foto: iStockphoto que não devem ser ignorados O SOBRE-ENDIVIDAMENTO das famílias é um tema que, nos últimos anos, tem vindo a ganhar cada vez mais relevância. Muito por culpa do número crescente de famílias que, sem capacidade para gerir o dia a dia com base no seu orçamento, se veem na contingência de terem de pedir ajuda para tentar sair de situações de incumprimento. E a verdade é que, numa sociedade de consumo e caso não exista a capacidade para fazer a gestão mais correta do dinheiro, se torna simples partir para um crédito a fim de ter algo que muito se deseja. Segue-se outro e outro e, a dado ponto, a situação torna-se incomportável. Mas, estando atento ao conjunto de sinais que, seguidamente, lhe apresentamos, é possível evitar uma situação extrema. 1. Não ter orçamento familiar Não saber quanto dinheiro entra e sai da sua conta bancária é o primeiro passo para a desorganização financeira. É importante que registe todos os movimentos bancários, para tomar consciência dos seus pontos fracos e tomar medidas para os corrigir. 2. Não ter um fundo de emergência Quando os imprevistos surgem, como um acidente que o incapacita temporariamente de trabalhar ou o desemprego, e não existe fundo de emergência, é mais fácil cair numa espiral de sobre-endividamento. O fundo de emergência deverá conter entre três a seis meses de despesas fixas e tem como objetivo reduzir a tendência de sobre-endividamento. 6. Contas em atraso Geralmente, começa por deixar de pagar pequenas despesas, como o condomínio, mas é quando começa a deixar de conseguir fazer face a despesas mais relevantes, como o colégio dos filhos, que a situação se agrava. Não significa que esteja num ponto sem retorno, mas já deverá ter procurado ajuda (Deco, GOEC, entre outros). 7. Fazer créditos para pagar créditos Se sentir necessidade de um crédito pessoal ou de recorrer ao cartão de crédito para pagar outras dívidas em atraso, isso é um grande sinal de que precisa de pedir ajuda. Deverá evitar ao máximo chegar a este ponto, pois irá tornar-se numa bola de neve. 8. Deixa de pagar despesas básicas Normalmente, o crédito à habitação é a última despesa que as pessoas deixam de pagar, mas, quando chegam a este ponto, a situação já é complicada. Saiba mais sobre finanças pessoais em www.saldopositivo.cgd.pt; o site de literacia financeira da Caixa. Cx a re v i s ta d a c a i xa 53 f finanças O testemunho de quem sabe «O FACTO DE APRESENTAR ATIVIDADES PRÁTICAS COM CONTEÚDOS INTERDISCIPLINARES OBRIGA OS ALUNOS A CONSCIENCIALIZAREM-SE DA IMPORTÂNCIA DO SABER PARA O SABER-FAZER.» A. Relvas, prof.ª de Português, Fundão «ATIVIDADE DINÂMICA, INTERESSANTE E PEDAGÓGICA, MOBILIZADORA DE COMPETÊNCIAS NEM SEMPRE INCENTIVADAS EM SALA DE AULA.» Maria Oliveira, prof.ª de Economia, Mafra «NUMA FASE DE TANTAS ALTERAÇÕES SOCIOECONÓMICAS, O TEMA GESTÃO/ ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA É INTERESSANTE E PERTINENTE PARA ALUNOS DESTA FAIXA ETÁRIA (9.º ANO).» LITERACIA FINANCEIRA Um, dois, três! Vamos contar outra vez! Na sua terceira edição, o projeto Educação+ Financeira voltou a cativar milhares de pessoas de todas as idades, despertando-as para as questões relacionadas com a literacia financeira Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Anabela Trindade A CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS e a Universidade de Aveiro reeditaram, no ano letivo de 2012/13, o projeto Educação+ Financeira, uma iniciativa conjunta que tem como objetivo divulgar, sensibilizar e mobilizar os jovens para as questões da educação financeira. Questões que, na última década, têm vindo a ganhar cada vez maior importância, fruto da crescente preocupação com a reconhecida fraca capacidade das pessoas em lidarem com as suas finanças pessoais. Dirigido, especialmente, aos jovens dos sete aos 17 anos, este projeto assenta numa exposição itinerante, com atividades interativas que colocam os visitantes perante desafios, confrontando-os com as escolhas relativas à gestão do seu dinheiro no dia a dia: ganhar, gastar, poupar e investir. O princípio norteador passa por despertar a curiosidade, o espírito crítico e o interesse dos visitantes, levando-os 54 Cx a re v i s ta d a c a i xa a aprofundar conhecimentos, a desenvolver atitudes e a adotar comportamentos socialmente responsáveis, de cidadania ativa. Este ano, a exposição apresentava três módulos, com conteúdos adaptados às diferentes faixas etárias, correspondendo a três tipos de atividades, que respondiam a três problemáticas: «Dinheiro Para Quê?», «Como Gastar o Dinheiro?» e «Compro ou Não Compro?» Pedro Abrantes, prof. de Matemática, Vila Verde Paralelamente, decorreu o ciclo de conferências Construindo uma Educação+ Financeira, visando o reforço da sensibilização e da mobilização dos agentes educativos locais, a quem cabe um papel fundamental no desenvolvimento da educação financeira. Falamos não só de pais e professores, mas, também, de autarcas, funcionários municipais e outros quadros públicos, privados e associativos. Modelo de sucesso que ensina a gerir Sérgio Cruz, da Universidade de Aveiro, revela que se «verifica um crescente interesse das pessoas por estas questões, pela necessidade de saberem mais para compreenderem as questões que têm a ver com o dinheiro – o seu dinheiro – e poderem tomar decisões mais acertadas. Aparentemente, este tempo de crise que atravessamos é uma boa oportunidade para o desenvolvimento da educação financeira». Revela-se, pois, mais do que nunca, fundamental a realização de iniciativas como a Educação+ Financeira, que contribuam para uma maior consciência das pessoas face à gestão das finanças pessoais, do seu dinheiro. «O feedback que temos vindo a receber por parte dos visitantes, bem como o número de solicitações para receber a exposição que nos chegaram – e que não conseguimos satisfazer Print PENSAR O FUTURO Isabel Braz, da Direção de Comunicação e Marca da Caixa, aponta a importância de promover a literacia financeira junto dos mais jovens A Exposição Educação+ Financeira insere-se na política de responsabilidade social da Caixa Geral de Depósitos, particularmente no que concerne à promoção da literacia financeira, sendo os mais jovens os destinatários privilegiados. «Os mais novos são, com efeito, o futuro. E, melhor do que ninguém, podem inverter ou corrigir hábitos de consumo menos positivos que permanecem na sociedade portuguesa», afirma Isabel Braz. «Neste contexto, em 2010, surge a exposição – são a garantia dos resultados. A mensagem está a chegar às pessoas, a ajudar a despertar consciências para as questões da educação financeira», confirma o responsável da Universidade de Aveiro, onde a edição 2012/13 terminou, em abril, e por onde passaram mais de 14 500 jovens. As reações positivas são, igualmente, sublinhadas por Marcelo Sousa, elemento da CGD no terreno. «O feedback foi bastante positivo, a começar pelos miúdos. Gostaram de como os módulos foram organizados (em forma de jogos interativos, no qual a experimentação foi uma constante) e tanto a sua vontade de participar como o interesse demonstrado foram imensos.» Já os professores, acrescenta Marcelo, «acharam a exposição deveras interessante itinerante Educação+ Financeira, uma parceria com a Universidade de Aveiro, instituição com quem mantemos, há vários anos, uma relação sólida e criativa, outro dos motivos que nos faz valorizar esta iniciativa.» Atingido o final da terceira edição, no total, o projeto já passou por mais de 60 cidades e recebeu mais de 65 mil visitantes de todas as idades, sobretudo crianças e jovens. Trata-se, pois, de um sucesso desde a primeira hora. porque consegue trazer para o ambiente escolar um tema muito importante, de uma forma descontraída, conseguindo, assim, despertar muito mais a atenção dos alunos». Marcelo destaca, ainda, a importância de existirem três módulos, dirigidos às várias faixas etárias, o que permitiu que todos os participantes se sentissem integrados e que o seu interesse fosse efetivo. E, em jeito de balanço, afirma que, «nestes tempos cada vez mais difíceis para as finanças dos portugueses, este projeto ganha ainda mais importância. É um apelo, dirigido aos jovens, para a importância do consumo responsável, para os hábitos de poupança fazerem parte do nosso quotidiano e de como é importante fazermos uma gestão rigorosa do nosso orçamento pessoal.» CARTÕES LOL Na Caixa, há cartões que ensinam a poupar Sabia que a Caixa ajuda a gerir a mesada dos jovens, transferindo para a poupança o montante não utilizado durante o mês? É isso que acontece com os cartões LOL. O LOL Júnior (10-15 anos) e o LOL (15-18 anos) são cartões pré-pagos, que funcionam com base num valor previamente carregado, que pode ser pontual ou agendado. O nível de segurança na utilização é muito elevado, já que todas as operações requerem o número de identificação pessoal e os gastos são limitados ao saldo existente. No caso do LOL Júnior, existe, mesmo, um limite diário de utilização, atualmente de 50 euros, conferindo, ainda, maior proteção e controlo dos gastos. A vertente didática destes cartões é, também, um fator muito importante, já que é o jovem que gere e se responsabiliza pelo dinheiro, avaliando as opções de compra de acordo com o saldo de que dispõe. E essa gestão passa também pela poupança. Esta opção funciona de um modo muito simples: no final de cada mês, o que sobrar no saldo do cartão é guardado e, sempre que atinja dez euros ou mais, é transferido, automaticamente, para a conta de poupança Caixa Projecto, onde fica a render juros. emoções finais A final das Competições Nacionais de Ciência decorreu em simultâneo com o encerramento da exposição Educação+ Financeira. No último dia, a entrega dos prémios para os melhores alunos do 12º ano de Física, Biologia e MAT12 contou com o apoio da Caixa Cx a re v i s ta d a c a i xa 55 i institucional CLIENTE MAIS Ser Cliente Mais é somar 12 vantagens Tenha mais vantagens em poupanças, mais vantagens na gestão do dia a dia, mais vantagens em financiamentos e, ainda, em seguros. Seja Cliente Mais PORQUÊ TER MENOS quando pode ser mais? Esta é a pergunta que a Caixa lhe coloca, se ainda não conhece ou beneficia das vantagens de ser Cliente Mais. Falamos de vantagens em poupanças, vantagens na gestão do dia a dia, em financiamentos e em seguros. Mas, afinal, o que é um Cliente Mais? É o Cliente que detém os produtos básicos para organizar a sua vida financeira, gerir o dia a dia e poupar para o futuro: conta à ordem com domiciliação do rendimento, Caixadirecta, cartão de crédito e cartão de débito. São doze as vantagens, às quais se acresce o serviço e a disponibilidade de sempre. Conheça-as: SOMAR VANTAGENS EM POUPANÇAS 1. Depósitos Mais com taxas de juro majoradas Obtenha poupanças adicionais com a subscrição de depósitos a prazo com taxas de juro superiores às da oferta base. Por exemplo, a subscrição de cinco mil euros num Depósito Mais 1 Ano dá-lhe uma remuneração adicional de 60,23 euros, quando comparado com a aplicação do mesmo valor num depósito mobilizável a um ano da oferta base. 2. Melhor remuneração no serviço Caixa Família Para rendimentos domiciliados acima de 500 euros, extensivo a todos os familiares aderentes. O Cliente deverá ser detentor de um dos seguintes cartões: ON, Caixa Activa, Caixa Woman, Caixazul, Caixa ISIC ou MTV. 3. Acesso a produtos exclusivos Disponibilizados em campanhas de poupança e de investimento, em condições vantajosas. SOMAR VANTAGENS NA GESTÃO DO DIA A DIA 4. Antecipação do ordenado Adiante até cem por cento do seu ordenado, até 30 dias, com o Caixaordenado(1), sem encargos nem juros para utilizações até 250 euros, durante sete dias. Têm acesso a esta vantagem os Clientes com domiciliação de ordenado. 5. Isenção de comissão de manutenção Domicilie o seu rendimento e fique isento da comissão de manutenção da conta à ordem, poupando até 62,40 euros anuais (exemplo de poupança anual para Clientes com saldos médios trimestrais inferiores a 1500 euros). SOMAR VANTAGENS EM FINANCIAMENTOS 6. Crediformação(2) com prestações mais suaves Reduza 0,125 por cento na taxa de juro do seu empréstimo. 7. Crédito Pessoal Saúde(3) com uma mensalidade mais baixa Beneficie de uma redução de 0,125 por cento na taxa de juro. 8. Benefícios no Crédito Pessoal Energias Renováveis(4) Obtenha uma redução de 0,125 por cento na taxa de juro. 9. Crédito à habitação com excelentes condições(5) Compre ou troque de casa com uma redução de 0,10 pp no spread do crédito à habitação. SOMAR VANTAGENS EM SEGUROS(6) (7) 10. Novas adesões com descontos até três por cento Adquira um dos cartões de saúde Activcare TAEG 12,6% para uma utilização de crédito de 1500 euros, pelo prazo de três meses, à TAN de 11,45%, contratado separadamente. TAEG de 4,2% calculada com base numa TAN de 3,584% (Euribor 3M + 3,375%), em maio de 2013, para um crédito de 12 mil euros, com prazo total de 180 meses (24 meses de utilização + 36 meses de diferimento + 120 meses de reembolso) e garantia de fiança. Prestação na fase de utilização: 37,49 euros. Prestação na fase de reembolso: 120,79 euros. MTIC: 17 132,92 euros. (3) TAEG de 6,0%, calculada com base numa TAN de 3,584% (Euribor 3M + 3,375%), em maio de 2013, para um crédito de 5 mil euros, com reembolso a 60 meses e garantia de fiança. Exemplo para Cliente com rendimento médio mensal igual ou inferior a três vezes o salário mínimo nacional (1455 euros brutos). Prestação mensal 92,81 euros. MTIC: 5756,77euros. (4) TAEG de 4,8%, calculada com base numa TAN de 4,084% (Euribor 3M + 3,875%), em maio de 2013, para um crédito de 20 mil euros, com reembolso a 96 meses (inclui 12 meses de período de diferimento de capital), garantia de fiança e e parceria Yunit. Prestação mensal na fase de carência de 69,09 euros e na fase de reembolso de 275,17 euros. MTIC: 24 416,35 euros. (5) TAE de 5,481%; TAER de 5,523%, calculadas Euribor 6 M, em maio de 2013, arredondadas à milésima e acrescidas de 4,50% de spread. Exemplo para um financiamento de 100 mil euros, a 40 anos, valor de avaliação de 134 mil euros, Cliente com 30 anos, com detenção dos seguintes produtos: cartão de débito; cartão de crédito; Caixadirecta; domiciliação de rendimentos. Inclui comissões do Banco. Comissão por reembolso antecipado, parcial ou total, 0,5% do capital reembolsado. (6) Seguros da Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A., comercializados através da Caixa Geral de Depósitos, S.A., na qualidade de mediador de seguros. A Caixa Geral de Depósitos, S.A., doravante apenas CGD, pessoa coletiva n.º 500960046, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, com o capital social de 5900 000 000,00 euros, com Sede na Avenida João XXI, n.º 63, 1000-300 Lisboa, solicitou, em 19 de setembro de 2007, a sua inscrição no Instituto de Seguros de Portugal, na categoria de Mediador de Seguros Ligado, nos Ramos de Seguros de Vida e Não Vida, e respetiva autorização para trabalhar com a Fidelidade – Companhia de Seguros S.A., encontrando-se registada sob o n.º 207186041. Os dados da CGD, enquanto Mediador de Seguros, estão disponíveis e podem ser consultados no sítio do Instituto de Seguros de Portugal (www.isp.pt). A CGD, enquanto mediador, não tem poderes para celebrar contratos de seguro em nome do Segurador, nem assume a cobertura dos riscos. A CGD, enquanto Mediador de Seguros Ligado, não tem poderes de cobrança, embora, enquanto instituição bancária, possa executar as operações próprias desta atividade, designadamente, as operações de débito em conta ou transferência bancária autorizadas pelo respetivo titular. (7) Condições válidas para novas subscrições, efetuadas até 3 de dezembro 2013, na Rede da Caixa Geral de Depósitos. (1) (2) 56 Cx a re v i s ta d a c a i xa CONHEÇA OS EXEMPLOS DA MARTA E DO DIOGO ou subscreva um Plano de Saúde Multicare, o seguro de acidentes pessoais Caixa Proteção Total, o Seguro de Acidentes de Trabalho Empregada Doméstica ou o Seguro Viagem, com descontos até três por cento. 11. Oferta de vouchers e do cartão Activcare Geral Receba vouchers com descontos em consultas nos Hospitais HPP pela aquisição dos seguros Caixa Proteção Vida, Caixa Woman, Casa Pack Recheio e/ou Help-a-Home. Se já possuir um seguro do ramo Não Vida, usufrua, também, da oferta da primeira anuidade do cartão Activcare Geral (PVP 82 euros), se subscrever um novo Seguro Automóvel, o Seguro de Acidentes de Trabalho Empregada Doméstica ou o Caixa Seguro Lar. 12. Descontos até dez por cento em oficinas Adira ao seguro automóvel Liber 3G e usufrua destes descontos em, por exemplo, aquisição de pneus, manutenção e reparação de veículos. Consulte a lista de oficinas convencionadas. Saiba mais numa Agência da Caixa ou em www.cgd.pt, onde tem um simulador que permite calcular as vantagens de ser Cliente Mais. EXEMPLO DE POUPANÇA NO PRIMEIRO ANO COM O SERVIÇO CAIXA FAMÍLIA MAIS Poupança com os serviços Caixa Família Montante TANB Imposto Juros líquidos (semestre) Juros líquidos (1.º ano) Caixa Família Base 50 000€ 1,116% 28,000% [1] 201,96€ [3] = [1] × 2 403,92€ Caixa Família Mais 50 000€ 3,000% 28,000% [2] 543,00€ [4] = [2] x 2 1 086,00€ Poupança Total [5] = [4] - [3] 682,08€ Poupança para cada um dos três Clientes [6] = [5] ÷ 3 227,36€ A Marta beneficia de vantagens várias com o Depósito Mais 1 Ano, com a isenção na conta à ordem, prestações mais suaves no Crediformação e descontos na adesão ao Seguro Multicare Plano Total: qVANTAGEM 1: Aplicação de 5000 euros num Depósito Mais 1 Ano, em vez de num Depósito a Prazo 1 Ano mobilizável da oferta base. Poupa 60,23 euros. q7"/5"(&. Conta à ordem isenta de comissões. Poupa 62,40 euros*. * Exemplo de poupança anual para Clientes com saldos médios trimestrais inferiores a 1500 euros. q7"/5"(&. Crédito pessoal para formação. Poupa 15,60 euros*. * Poupança calculada para um crédito de 12 mil euros, com prazo total de 180 meses (24 meses de utilização + 36 meses de diferimento + 120 meses de reembolso). q7"/5"(&. Seguro Multicare Plano Total. Poupa 14,51 euros*. * Poupança obtida com o desconto de um por cento sobre o prémio anual do seguro. No total, a Marta irá poupar 152,74 euros (8) no primeiro ano de adesão. Já o Diogo usufrui de vantagens através do Caixa Família, da isenção de comissão na conta à ordem e da oferta da primeira anuidade do cartão de saúde Activcare Geral: q7"/5"(&.Associação de três contas Caixapoupança da família (avô, pai e Diogo) no serviço Caixa Família, com um saldo global de 50 mil euros, a que corresponde uma TANB diferencial de 1,884 por cento. Poupa 227,36 euros (ver quadro). q7"/5"(&. Conta à ordem isenta de comissões. Poupa 62,40 euros*. * Exemplo de poupança anual para Clientes com saldos médios trimestrais inferiores a 1500 euros. q7"/5"(&. Oferta da primeira anuidade do cartão de saúde Activcare Geral. Poupa 82,00 euros*. * Exemplo para Cliente titular de um seguro do ramo Não Vida (Automóvel, Acidentes Trabalho Empregada Doméstica, Caixa Proteção Total, Multicare, Caixa Seguro Lar, Help-a-Home) que adquira um novo seguro. Assim, no primeiro ano, o Diogo poupará 371,76 euros.(8) (8) Cálculos efetuados para o primeiro ano. Cx a re v i s ta d a c a i xa 57 i institucional EMPREENDEDORISMO Fundo Bem Comum Não deixe que as suas ideias desapareçam. Transforme-as no seu próprio negócio O FUNDO BEM COMUM é uma iniciativa da Associação Cristã de Empresários e Gestores, que conta com o investimento da Caixa e que visa apoiar a criação de novas empresas com potencial económico. Destinado a pessoas com mais de 40 anos, com experiência profissional, o Fundo Bem Comum tem como objetivos: DESTINADO A PESSOAS COM MAIS DE 40 ANOS, COM EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL > Estimular quadros qualificados em situação de desemprego ou emprego precário a desenvolverem os seus projetos; > Apoiar os projetos com potencial de crescimento, financeiramente e com assessoria técnica, no sentido de garantir a criação sustentável de postos de trabalho; > Potenciar uma plataforma ampla de apoio e informação ao empreendedorismo sénior. Como funciona: O Fundo investe na concretização de uma ideia de negócio, participando no capital social da empresa, e faz um acompanhamento ativo e focado no sucesso do projeto durante um período máximo de seis anos. A quem se destina: Pessoas com mais de 40 anos, desempregados ou em risco de DEPÓSITOS CAIXAZUL NETPR@ZO A SUBSCRIÇÃO VALEU BILHETES DUPLOS PARA O EDP COOLJAZZ A Caixa irá levar Clientes ao festival que, anualmente, passa pelos jardins de Oeiras, este ano a realizar-se de 4 a 27 de julho. No total, foram entregues 128 bilhetes duplos aos Clientes com domiciliação de rendimentos que subscreveram um Depósitos Caixazul Netpr@zo, entre 20 de maio e 7 de junho, numa oferta limitada ao stock existente. Exclusivos para Clientes Caixazul, com prazos diversificados e taxas de remuneração atrativas, os Depósitos Caixazul Netpr@zo estão disponíveis, com toda a facilidade e comodidade, através do serviço Caixadirecta on-line, a partir de 500 euros. Prazo: 365 dias Prazo: 181 dias Prazo: 90 dias TANB: 2,05% TANB: 2,35% 12M TANB: 1,40% 6M 3M Renovação automática: Não Montante: 500 a 50 000 euros Remuneração: Fixa Mobilização antecipada: Sim, com perda de juros corridos Para mais informações, contacte o seu Gestor Dedicado ou consulte o site http://caixazul.cgd.pt. 58 Cx a re v i s ta d a c a i xa ideias São admitidos projetos para todos os setores de atividade, exceto restauração, e que exijam um investimento superior a 50 mil euros perder o emprego, que tenham uma ideia de negócio com potencial económico. São admitidos projetos para todos os setores de atividade, exceto restauração, e que exijam um investimento superior a 50 mil euros. Candidaturas: O processo inicia-se com o preenchimento de um formulário, em www.bemcomum.pt. Os candidatos serão, posteriormente, contactados pela sociedade Bem Comum. Os promotores que tenham a sua ideia de negócio aprovada na primeira fase de candidatura poderão contar com o apoio da sociedade Bem Comum na elaboração do plano de negócios. Critérios de aprovação: Necessário uma ideia de negócio, capaz de gerar uma empresa viável e com rentabilidade, e um promotor com capacidade empreendedora e experiência profissional relevante. Os projetos aprovados terão o apoio do Bem Comum, que colocará ao serviço dos seus investimentos as suas capacidades, assim como as competências, de forma voluntária e sem remuneração, de membros com reconhecida experiência. Saiba mais em www.bemcomum.pt, através do telefone 217 941 323 ou por e-mail para [email protected]. i institucional S O LU Ç ÃO I N OVA D O R A App Caixadirecta Após o lançamento pioneiro para Windows 8, a Caixa disponibiliza, agora, a App Caixadirecta para tablet e smartphone dos sistemas operativos iOS, da Apple, e Android A APP CAIXADIRECTA é uma experiência única de acesso simples e cómodo à Caixa. De modo interativo e inovador, pode contar com o apoio permanente do gestor ou do assistente comercial, pedir um contacto, enviar uma mensagem segura ou conhecer as oportunidades selecionadas para si. Pode, igualmente, consultar as suas contas, com visualização de informação gráfica e alerta de variação do saldo dos últimos sete dias, consultar os seus cartões, agendar ou efetuar transferências e fazer pagamentos. Com a App Caixadirecta, pode, também, poupar de forma simples e rápida. Basta carregar no botão «Poupe já» e o montante previamente definido por si será transferido, de imediato, da conta à ordem para uma conta de poupança. Além da componente transacional, a App apresenta-lhe as campanhas em destaque, dá-lhe acesso a ferramentas de apoio, como o simulador do cartão Made By, a calculadora com os mecanismos de poupança automática e a pesquisa de Agências, e ajuda-o com uma demonstração. Para utilizar a App Caixadirecta para os sistemas operativos iOS e Android, basta aceder à App Store, da Apple, ou ao Google Play, respetivamente, num tablet ou smartphone, e fazer a instalação da aplicação. A App Caixadirecta está, igualmente, disponível em PC ou tablet com o sistema operativo Windows 8, da Microsoft, acessível para instalação na loja Windows. Saiba mais em www.cgd.pt. CARTÃO MADE BY O Made By(1) é uma solução inovadora, em que cada utilizador cria um cartão único e à sua medida, selecionando as características mais úteis e evitando custos em atributos não valorizados. São mais de mil combinações à escolha, sendo possível escolher, entre outros atributos, a imagem, um dos programas de lealdade que premeiam a utilização do cartão, um pacote de seguros base, médio ou alargado, assim como a modalidade de pagamento que mais lhe convém: 5%, 10%, 25%, 50%, 75% ou 100% do total em dívida, por débito automático da conta à ordem associada. O valor da mensalidade deste cartão varia entre um e dois euros(2), em função dos atributos escolhidos, sendo devolvida sempre que a utilização mensal do cartão seja igual ou superior a 250 euros. O cartão Made By tem, ainda, associado um conjunto alargado de descontos e benefícios em inúmeros parceiros da Caixa, que pode consultar em www.vantagenscaixa.pt. Saiba mais em www.cgd.pt. (1) TAEG de 17,0% a 18,6%, em função da mensalidade contratada, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 15,75%. (2) Acresce o imposto de selo à taxa de 4% Fracione o pagamento das suas compras sem a cobrança de juros Sabia que o seu cartão de crédito da Caixa permite fracionar o pagamento daquelas calças de ganga da Salsa que viu no centro comercial em seis vezes, sem juros, para compras entre 300 e 600 euros? Ou da bolsa que viu na montra da Loja das Meias em duas vezes sem juros? Ou até aquele fato da Giovanni Galli, que tanto jeito lhe dava, em três vezes sem juros? Conheça estes e outros parceiros da Caixa em www.vantagenscaixa.pt. Cx a re v i s ta d a c a i xa 59 s sustentabilidade C ÁT E D R A D O M A R Mergulho no conhecimento A Cátedra CGD – Estudos do Mar é o resultado de uma perfeita aliança entre a Caixa Geral de Depósitos e a Universidade de Aveiro. Uma parceira que mergulhou no conhecimento marítimo em nome de uma economia do mar mais competitiva, inovadora e produtiva Por Ana Cátia Ferreira Fotografia Anabela Trindade COM OS OLHOS POSTOS na importância do conhecimento para a sustentabilidade do País, a Caixa Geral de Depósitos aceitou o desafio da Universidade de Aveiro (UA) para a criação de uma cátedra, pioneira em Portugal, dedicada ao estudo das temáticas do mar. Os motivos para a adesão imediata prendem-se, «primeiro, pela parceria sólida, consistente e frutuosa que associa, desde 6 de novembro de 1995, a CGD à UA. Em segundo lugar, pela importância estratégica que o mar tem no desenvolvimento económico do nosso País. E, finalmente, em terceiro, por aquilo que é a visão do papel de um banco e, sobretudo, de um Banco como a CGD», explicou Rui Soares, diretor central da Direção de Particulares e Negócios Centro 60 Cx a re v i s ta d a c a i xa da CGD, na sessão de lançamento, realizada, recentemente, no auditório da reitoria da Universidade de Aveiro. Intitulada «Cátedra CGD – Estudos do Mar», esta cátedra reafirma, também, a vontade desta Universidade em dedicar-se a áreas de investigação seletivas, «onde fazemos bem, mas queremos fazer melhor», referiu Manuel António Assunção, reitor da UA, acrescentando, ainda, a mais-valia do «envolvimento de parceiros da sociedade que reconhecem a importância estratégica da investigação». Por sua vez, Graham John Pierce, o investigador escocês escolhido para coordenar esta cátedra, afirmou que pretende desenvolver as suas ideias sobre o trabalho, nas áreas da «pesca de pequena escala, interações entre cetáceos e pescas, e desenvolver modelos de ecossistemas que podem ser usados para auxiliar a tomada de decisões de gestão de conservação». Espera-se que a Cátedra CGD – Estudos do Mar traga mais investigadores de renome internacional, dê apoio à formação de futuros profissionais e reforce o contributo para a investigação científica na área das ciências do mar. Visa-se, consequentemente, o desenvolvimento da economia do mar, intensificando a sua intervenção nas diferentes áreas de pesquisa, definindo novas linhas de aproveitamento de recursos, aumentando a produção de conhecimento e respondendo aos desafios colocados Print permanentemente. Como José Fernandes Mendes, vice-reitor da UA, sintetiza pretende-se que esta cátedra seja «um polo fortemente dinamizador» do conhecimento ligado ao mar. Aproximar as ciências do mar aos interesses nacionais «Na última década e meia, Portugal tem apostado nas ciências e tecnologias do mar mais por instinto do que por estratégia. Reorganizar e repensar no sistema e nos departamentos significa, nos tempos difíceis de hoje, mudar. É preciso aproximar as ciências do mar aos interesses nacionais, que residem na economia e na geopolítica», reconheceu Tiago Pitta e Cunha, consultor do presidente da República para as áreas do ambiente, da ciência e do mar. Segundos dados do estudo Blue Growth for Portugal: uma visão empresarial da economia do mar, realizado para a COTEC Portugal, a economia do mar em Portugal não ultrapassa os quatro mil milhões de euros anuais, concluindo-se, portanto, que a mesma está, «numa visão otimista, em vias de desenvolvimento. Um crescimento acentuado, a médio e a longo prazo, é possível, devido aos recursos existentes», acredita Tiago Pitta e Cunha. «Deve-se aliar a investigação científica à economia do mar, mais agora, na atual crise económica, e encontrar novos setores para a criação de riqueza que estejam ligados aos recursos naturais», continuou. De acordo com José Fernando Mendes, a instituição de cátedras como esta têm como finalidade «abrir novas frentes de pesquisa, ensinar os nossos estudantes e criar mais equipas residentes de investigação com estudantes de doutoramento e de pós-doutoramento». Além disso, «pretendemos alargar a colaboração da UA com empresas que tenham interesses de investigação semelhantes aos nossos», acrescentou o vice-reitor da UA, salientando ainda que, através de projetos e parcerias como a Cátedra CGD – Estudos do Mar, é possível trazer os melhores investigadores do mundo. UM ESCOCÊS AO LEME Graham John Pierce coordena a Cátedra CGD - Estudos do Mar oradores O especialista Graham John Pierce e Rui Soares, diretor central da Direção de Particulares e Negócios Centro da CGD O peso do mar nos estudos dedicados na Universidade de Aveiro é muito significativo e, por isso, paralelamente ao lançamento da Cátedra CGD – Estudos do Mar, foram apresentadas mais duas iniciativas: o Aveiro Institute for Marine Science and Technology (AIMare) e a Plataforma Tecnológica do Mar. A primeira tem como objetivo coordenar as competências científicas da UA em áreas como a gestão do litoral e a investigação marítima, enquanto a segunda visa promover sinergias com os setores público e privado ligados aos oceanos. «Estamos a falar de alguém que nos vai ajudar a pensar na área de uma maneira diferente, alguém que nos vai possibilitar ligações com parceiros internacionais, que vai potenciar a nossa investigação e, através disso, a atração de financiamentos internacionais de projetos», assim dedicou Manuel António Assunção, reitor da UA, algumas palavras ao investigador Graham John Pierce, responsável pela Cátedra CGD – Estudos do Mar. Professor catedrático da Universidade de Aberdeen, Graham John Pierce é um dos maiores especialistas em assuntos do mar a nível mundial. O seu trabalho centra-se nas águas costeiras da Península Ibérica, da Escócia, do Mediterrâneo e do Atlântico Sudoeste, dedicando-se, especialmente, aos estudos dos mamíferos marinhos, cefalópodes, biodiversidade marinha, gestão de zonas costeiras e modelos de habitat em animais marinhos. A passagem de Pierce pela UA tem como objetivo contribuir quer para o estudo da valorização e da preservação dos recursos marinhos, quer para o cimentar do desenvolvimento de políticas e da economia do mar. O investigador confessou estar satisfeito pela sua estadia em Portugal e «muito contente por um Banco português estar interessado em patrocinar este trabalho. Acho importante desenvolver pesquisas marinhas que respondam a alguns desafios apresentados pelo estado dos ambientes marinhos», concluiu. Se és estudante universitário, o cartão de débito Caixa IU (ex-cartão CUP) reduz o número de cartões na carteira e aumenta as vantagens. Trata-se de um cartão multifacetado, que permite levantamentos e pagamentos em lojas, funcionando, simultaneamente, como identificação académica. Além disso, o Caixa IU dá acesso a produtos exclusivos e descontos em bilhetes de cinema, espetáculos e exposições. Vai a www.cgd.pt, www.vantagenscaixa.pt ou www.caixaiu.pt e descobre tudo sobre as soluções Caixa IU. Cx a re v i s ta d a c a i xa 61 s sustentabilidade O L I VA C R E AT I V E FA C T O R Y A fábrica dos sonhos A imaginação é a matéria-prima da Oliva Creative Factory. A sua técnica produtiva é usar a criatividade para gerar negócios. E o seu valor é calculado através da soma do talento com a ambição e o trabalho. O concelho de São João da Madeira está prestes a inaugurar um cluster de indústrias criativas para apostar em ideias inovadoras. Texto Ana Ferreira Fotografia Anabela Trindade ABRE-SE O PORTÃO a um novo episódio da história da antiga Oliva, em São João da Madeira. Outrora Império do Ferro, esta fábrica foi fundada, em 1925, por António José Pinto de Oliveira. Passados 88 anos, o nome «Oliva» mantém-se, ao qual se acrescentou «Creative Factory», um símbolo da sua natureza produtiva atual. A partir do próximo mês de julho, neste portão, entrarão outros rostos de homens e mulheres que darão vez aos dos antigos operários e farão destas instalações o seu espaço de trabalho. Desta feita, não se trata de fabricar produtos metalúrgicos, mas de ter criatividade para gerar negócios. Esta ideia teve como ponto de partida a necessidade de São João da Madeira em «afirmar a competitividade no tecido económico para a atratibilidade do território. A Oliva Creative Factory 62 Cx a re v i s ta d a c a i xa agrega essa realidade, desde logo porque permite a regeneração urbana de uma zona da cidade», explica Rui Oliveira Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira. Para a captação de investimento, a aposta direciona-se para o incentivo das indústrias criativas e inovadoras (design, moda, software, design de produto, webdesign, multimédia, entre outras). Por um lado, promove-se a criação de uma incubadora, onde os autores dos projetos inovadores partilham um open space e usufruem, durante um período máximo de três anos, de todo o tipo de ferramentas para implantarem a sua empresa. Por outro lado, um business centre para empresas nacionais e internacionais, que já se encontram posicionadas no mercado, mas que poderão servir de apoio às empresas incubadas e, simultaneamente, beneficiar do ambiente criativo para desenvolverem melhor os seus produtos. Esta articulação entre a oferta de competências profissionais e as empresas emergentes ou projetos que necessitam de apoio de gestores com experiência é um trunfo para o crescimento das indústrias criativas, ou seja, da economia. De Oliva para o mundo O arrojo da Oliva Creative Factory pretende dar continuidade ao espírito visionário do seu ex-fundador, que decidiu colocar em prática iniciativas pouco comuns para a época para fomentar o desenvolvimento social e económico da sua empresa e da sua região. As suas máquinas de costura tornaram-se mundialmente conhecidas e os reclamos publicitários luminosos eram vistos pelo nosso País e nas ex-colónias portuguesas. Estes dois episódios produtivos partilham um plano ousado, com a visão estratégica de um dia conquistarem o País e além-fronteiras. O ponto de partida de ambas foi e é São João da Madeira, um concelho pequeno, mas com uma visão empresarial ambiciosa e empreendedora, olhando para casos de sucesso, como o Museu da Chapelaria e o Sanjotec – Centro Empresarial e Tecnológico. Todavia, este projeto não viverá apenas do público de São João da Madeira. «O futuro da Oliva tem de ser internacional, o que vai no sentido das iniciativas que estão a ser desenvolvidas, como a ligação às redes das incubadoras das indústrias criativas rostos Rui Oliveira Costa, vice-presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira, e Susana Menezes diretora executiva da Oliva Creative Factory Características técnicas da obra Print Título da obra: Oliva Creative Factory Autor da obra: Município de São da Madeira Intervenientes: 30 postos de trabalho para incubação de projetos criativos e nove espaços para empresas maduras Data de início da obra: Outubro 2011 Data de exposição: Julho de 2013 Dimensões da obra: 13 000m 2 Proveniência da obra: Fábrica Oliva Técnica: Criatividade para gerar negócios Género: Fábrica de sonhos Valor: talento humano + ambição + trabalho europeias», afirma Suzana Menezes, diretora executiva da Oliva Creative Factory. Porém, o caminho não se fará, somente, com negócios. A Oliva quer ser, também, um polo cultural. É na sala dos fornos, onde outrora se procedia à esmaltagem das banheiras, que se irão realizar os grandes eventos culturais e empresariais. Esta sala, a da convergência criativa, continuará a ser o coração da fábrica. Existirá, ainda, uma ala dedicada à arte contemporânea, a qual contará com uma exposição permanente, exposições temporárias, uma escola de dança, oficinas de restauro e uma sala de ensaios. Além disso, o espaço conta com uma residência artística. No fundo, a economia e a cultura, o negócio e o lazer andam de mãos dadas, constituindo-se num verdadeiro cluster de indústrias criativas. Criativos para sempre As primeiras empresas instalaram-se na Oliva Creative Factory ja em Maio, mas a abertura oficial só acontecerá dois meses mais tarde, em julho. Isto, porém, não significa que o trabalho esteja terminado, até porque «a criatividade não pertence só ao artista ou ao designer, mas, enquanto estratégia SEJAM BEM-VINDOS Todos os sanjoanenses estão convidados a deixar um contributo no desenvolvimento da Oliva Creative Factory, tal como acontecera na antiga fábrica. de desenvolvimento de uma cidade, diz respeito a todos. E este é o desafio que estamos a lançar», explica Suzana Menezes. De igual modo, a criatividade não pertence só a esta nova geração, mas a pessoas de todas as idades. Os candidatos à Oliva não foram apenas jovens em início de carreira profissional, mas pessoas entre os 40 e os 50 anos, que «se encontram numa situação de desemprego ou porque estão numa fase da sua vida que estão prontas para transformar a sua capacidade de trabalho e o seu talento num projeto empresarial», explica a diretora executiva. Tendo como matéria-prima a criatividade, este é «um lugar onde o sonho se concretiza, seja que sonho for. Aquilo que a Oliva quer representar é uma forma de tornar verdadeiro esse projeto empresarial, cultural ou pessoal», confidencia Suzana Menezes, manifestando o desejo de que esta nova comunidade criativa dê continuidade ao sucesso do passado e que honre a memória do seu fundador. Inclusive porque, entre os novos rostos de homens e mulheres que entrarão pelo portão estará o seu bisneto, com o seu próprio negócio. Perpetua-se, assim, o passado no futuro. Num tributo aos muitos homens e mulheres que contribuíram para o sucesso da antiga fábrica Oliva, em São João da Madeira, o artista Vhils (Alexandre Farto) deu uma nova vida às paredes em frente ao portão de entrada da Oliva Creative Factory, em janeiro de 2013. Este artista, conhecido em todo o mundo por transformar paredes de edifícios em retratos, criou cinco murais: miss Oliva, o rosto de uma funcionária da empresa, retirado de um cartaz publicitário às máquinas de costura; dois rostos de operários, de diferentes gerações, da antiga metalúrgica; árvores e crianças que, simbolicamente, representam o futuro do novo projeto. Pretende-se, desta forma, preservar a memória de uma das mais importantes fábricas de Portugal do século XX e que, agora, servirá de exemplo para a Oliva Creative Factory. Suzana Menezes, diretora executiva do Oliva Creative Factory, alerta para as sinergias necessárias: «Não podemos pensar neste projeto desenraizadamente da cidade que temos. Por isso, temos a preocupação de aproximar vários públicos e os ex-operários, que fazem parte da história deste edifício e desta comunidade.» Cx a re v i s ta d a c a i xa 63 s sustentabilidade OCEANÁRIO DE LISBOA De olhos postos no mar Pilares básicos deste planeta ao nível dos ecossistemas, os oceanos e o património que neles detemos devem ser salvaguardados e conservados, a bem do futuro de todos nós Por Helena Estevens QUALIDADE, INOVAÇÃO E EXCELÊNCIA têm distinguido o Oceanário de Lisboa, há 15 anos de portas abertas ao público, um projeto que visa sensibilizar e educar as várias gerações para o que são os oceanos, para o património que neles encontramos e como deve ser salvaguardado e conservado. «Portugal tem um oceano enorme, 18 vezes mais oceano do que terra, e com a extensão da plataforma continental ainda vamos ter mais. Somos um País marítimo, o nosso principal património está, com certeza, no mar e temos de ser um povo com consciência ambiental e com a consciência de qual é esse valor que queremos salvaguardar e manter com a qualidade que temos atualmente», justifica João Falcato, administrador do Oceanário de Lisboa. Para levar a bom porto esta missão, são inúmeras as iniciativas desenvolvidas, numa busca constante de novas atrações, que cativem os visitantes e superem todas as suas expectativas. Para que voltem, naturalmente, mas, acima de tudo, para permitir a mudança de atitudes e de comportamentos face aos oceanos e ao planeta em que vivemos. «Não é falta de humildade dizer que temos tido um impacto muito grande nas populações mais jovens, sobre o seu relacionamento com o mar e a sua sensibilidade para o que devem ou não fazer, como atuar, como é que podem contribuir e 1 64 INAQUA – Fundo de Conservação by Oceanário de Lisboa e National Geographic Channel foi criado para apoiar projetos inéditos, desenvolvidos em território nacional, que contribuam decisivamente para a conservação de espécies ameaçadas e da biodiversidade aquática em geral. Cx a re v i s ta d a c a i xa 2 perceberem que a conservação, a maior parte das vezes, se prende com atitudes nossas do dia a dia», acrescenta o administrador. Para isso, explica, «em primeiro lugar, temos a visita, na qual temos de ser muito atrativos», com uma qualidade de excelência ao nível de top mundial. «E temos de ter muitos visitantes, caso contrário é impossível passar a mensagem. O nosso objetivo principal é que as pessoas venham cá; depois, é que fiquem maravilhadas com o mundo subaquático – se as pessoas tiverem uma ligação muito direta e sentirem que os oceanos são extremamente bonitos, vão preocupar-se mais.» O projeto educativo do Oceanário de Lisboa, provavelmente o maior programa de educação ambiental do País, é outro motivo de orgulho, tendo «mais de 40 programas diferentes para escolas e público em geral, de todas as idades». Tal como o programa Vaivém Oceanário, uma carrinha que anda pelo País todo a dar aulas de educação ambiental. Dado o know-how em manutenção de animais em cativeiro, o Oceanário desenvolve, ainda, parcerias com universidades e mesmo uma cadeira de mestrado (Faculdade de Ciências), financiando, também, projetos de conservação in situ, em território nacional e no estrangeiro. «Trabalhamos num enorme leque de canais para tentar que a maior quantidade de pessoas e de entidades possível trabalhem, também, nesta área», conclui o administrador. ADOTE uma pradaria marinha, iniciativa do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Mar. Patrocinada pelo Oceanário, visa envolver os cidadãos na monitorização e proteção destes ecossistemas vulneráveis e desenvolver materiais e atividades para sensibilizar as populações para o seu papel no equilíbrio costeiro. 3 SOS OCEANO é a campanha em prol da escolha sustentável das espécies marinhas que consumimos diariamente, para garantir o equilíbrio dos ecossistemas. Basta seguir as sugestões do Oceanário, que disponiliza, no seu site, um guia de bolso para as melhores escolhas de peixes e marisco em Portugal. Print O OCEANÁRIO, PORTUGAL E O MAR «O mar tem obrigatoriamente de ser o nosso futuro.» São mais de 500 as espécies em exposição permanente no Oceanário de Lisboa 17 milhões de visitantes, de mais de 130 nacionalidades, desde 1998 O mar é, claramente, o património de Portugal e está completamente esquecido. «Tanto ao nível económico como ao nível de utilização dos portugueses, não está nem a um décimo do potencial que tem. Nós temos de crescer como País; o mar é por onde devemos fazê-lo. O mar, hoje em dia, e a economia do mar representam 2,5 por cento do PIB nacional. Em qualquer País minimamente marítimo, o mar representa seis por cento. Não faz sentido, num País com tanto mar, não usufruir do potencial que ele põe ao seu serviço», frisa João Falcato. Mas sendo o mar, ao nível de ecossistemas, um dos pilares básicos deste planeta, «esse desenvolvimento económico tem de ser feito com um equilíbrio muito cuidado e persistente, para manter os níveis de qualidade ambiental dos ecossistemas, porque, se eles forem estragados, toda a componente económica deixa de existir também». O adminsitrador do Oceanário, adianta, ainda, estar convencido «de que o mar, nos próximos anos, vai ser o nosso futuro. A nossa salvação também»! Cx a re v i s ta d a c a i xa 65 s saúde PREVENÇÃO Dias sem consolas nem PC Missão para as férias: arrancar as crianças da televisão ou do computador. Pode não ser fácil, mas protege-as do sedentarismo e de problemas de saúde futuros «OS TELEMÓVEIS, A TELEVISÃO E O COMPUTADOR fazem parte da vida das crianças, mas o seu uso excessivo está associado ao sedentarismo, à obesidade e a novos padrões de relacionamento. Em todo o mundo, a obesidade afeta 155 milhões de crianças em idade escolar «e já chegou a Portugal. É a doença crónica mais frequente em pediatria e os estudos nacionais mostram que cerca de 31 por cento das crianças entre os dez e os dezoito anos tem excesso de peso ou de obesidade», afirma Margarida Lobo Antunes, pediatra no Hospital dos Lusíadas. Segundo a pediatra, as crianças obesas têm, frequentemente, menor resistência ao esforço físico e o seu fraco desempenho pode comprometer a participação em diversas atividades, «mas devem ser incentivadas a participar». Depois, a televisão em excesso é uma batalha constante: «As refeições à frente da televisão não estimulam a relação familiar e as pessoas acabam, inconscientemente, por ingerir uma maior quantidade de alimentos.» O verão é, pois, a altura ideal para reforçar hábitos e estilos de vida saudáveis, «com passeios em família e jogos e atividades ao ar livre. O bom tempo deve servir de estímulo para sair de casa, abandonar os hábitos sedentários das horas perdidas à frente da televisão e do computador», recomenda. O papel dos pais Na infância, fatores como a pobreza, o stress social ou a negligência parental podem influenciar o estado nutricional na vida adulta. E o contrário também é verdade: «Crianças e adolescentes obesos podem vir a desenvolver morbilidade psico-social, que inclui depressão, baixa autoestima, fraco desempenhos escolar e social e isolamento social», alerta a pediatra. Torna-se cada vez mais urgente prevenir a obesidade na infância, não apenas por razões associadas à prevenção de doenças, como a diabetes, a hipertensão e as cardiovasculares, como para uma boa saúde mental. «A Academia Americana de Pediatria recomenda que crianças até aos dois anos não vejam televisão. Nas mais velhas, estas atividades não devem exceder uma a duas horas por dia», afirma Susana Groen Duarte, também pediatra no Hospital dos Lusíadas. Por isso, «não é recomendável que os aparelhos televisivos e de consolas sejam colocados no quarto das crianças». Mais, os programas televisivos e os jogos de computador devem ser criteriosamente selecionados, com conteúdos adequados à idade da criança. «Os pais devem servir como modelo, escolhendo programas educativos e evitando conteúdos violentos na presença das crianças. Preferencialmente, devem acompanhar os filhos nestas atividades, discutindo os conteúdos assistidos», sublinha. Efetivamente, «é difícil fazer as crianças compreenderem que existem outras formas de entretenimento, como a leitura, as artes plásticas ou os jogos não eletrónicos», admite Susana Groen Duarte. «Até aos nove ou dez anos, a criança adopta preferencialmente comportamentos por imitação. Os pais são, nesta altura, o principal modelo para os filhos, daí que o ideal será que eles próprios consigam viver sem telemóvel, sem Internet e televisão ou, pelo menos, que consigam restringir o seu uso para partilharem tempo de qualidade com os seus filhos, dedicando-se a outras atividades de lazer.». O Cartão de crédito HPP Saúde(1) permite a identificação dos Clientes nas unidades HPP Saúde, proporcionando-lhes condições especiais, nomeadamente descontos até 20% e a possibilidade de fracionarem os pagamentos efetuados nestas unidades com taxas de juro diferenciadas(2). Conheça todas as vantagens que este cartão lhe proporciona na área da saúde em www.cgd.pt. (1) TAEG de 24,2% para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 19,00%. (2) TAEG de 11,6% na modalidade de pagamentos fracionados, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 9,0%, prestação mensal de 131,63 euros e um montante total imputado ao consumidor de 1590,58 euros. 66 Cx a re v i s ta d a c a i xa c cultura 1. REVOLUÇÃO PARAÍSO 2. OS FILHOS DO ZIP ZIP 3. A FILHA DO PAPA as escolhas de... Helena Matos Luís Miguel Rocha Luísa Paulo M. Morais Esfera dos Livros Porto Editora Sobral Porto Editora Através de um trabalho de pesquisa exaustiva, com recolha de anúncios, fotografias e material da época, a jornalista e autora Helena Matos leva-nos numa deliciosa visita ao Portugal dos anos 70. Quando Niklas, um jovem padre, é raptado, ninguém imagina que esse é, apenas, o início de uma grande conspiração que tem como objetivo acabar com um dos segredos mais bem guardados do Vaticano. Cantora (€ 19,00, na Wook on-line) (€ 17,70, na Wook on-line) Alternando realidade e ficção, este é romance que transporta o leitor para os agitados dias da pós-revolução: o retrato de um País que, entre o PREC e as eleições livres, procura um novo rumo. Uma das mais promissoras artistas nacionais faz uma pausa na apresentação do seu novo There’s a Flower in my Bedroom e deixa-nos sugestões. O DISCO The Blue Room, de Madeleine Peyroux, é muito bonito e o tema Desperadoes Under the Eaves é, para mim, a canção mais bonita do disco e tem estado em repeat no meu iPhone. O novo livro de José Luís Peixoto, Dentro do Segredo, marcou-me muito. Lincon foi o melhor filme que vi nos últimos tempos. Algumas frases do Daniel Day-Lewis ficaram na minha cabeça durante semanas. (€ 16,60, na Wook on-line) 3 2 1 4 4. MUNDO PEQUENINO Deolinda Universal Music 6 7 8 O sucessor do multi-platinado Dois Selos e um Carimbo confirma os Deolinda como um dos grandes nomes da música nacional. 5 (€ 11,00, na Fnac on-line) 8. 101 LUGARES PARA TER MEDO EM PORTUGAL 7. RUGAS 6. DELTA MACHINE 5. ISLES Paco Roca Depeche Mode Wild Bell Bertrand Editora Sony MusIc Sony Music Vanessa Fidalgo O fantástico lendário popular e outras histórias relacionadas com lugares por onde passamos, num livro que aguça a curiosidade. Na batalha contra o envelhecimento, há um fator que desequilibra: o Alzheimer. Ver o tema tratado num livro de banda desenhada é uma das melhores surpresas do ano! Há quatro anos em silêncio, os Depeche Mode regressam mostrando Dave Gahan e Martin Gore em plena forma. Grande disco, a antecipar o aguardado concerto em Portugal. Uma surpresa a saber a verão. Os irmãos Natalie e Elliot pegam no seu gosto pelo reggae e juntam-lhe uma mão-cheia de outros géneros, do funk à pop mais «peganhenta», passando pelo rock ou pelo jazz . (€ 16,00, na Wook on-line) (€ 16,60, na Wook on-line) (€ 14,99, na FNAC on-line) (€ 12,99, na Fnac on-line) Foto: Alexandre Bordalo; D.R. (Luísa Sobral) Esfera dos Livros Já conhece o Vantagens Caixa? Visite o Vantagens Caixa (www.vantagenscaixa.pt), onde pode descobrir todos os parceiros e benefícios associados ao seu cartão da CGD. Nele, encontrará, também, a Loja Vantagens, que se afigura um modo fácil, seguro e cómodo para fazer as suas compras. Saiba mais em www.pmelink.pt/vantagenscaixa, através do número 707 208 820 ou do e-mail [email protected]. Cx a re v i s ta d a c a i xa 67 c cultura PROJETO ORQUESTRAS Música de norte a sul O Projeto Orquestras é uma das bandeiras da política de apoio à cultura, desenvolvida pela CGD. O resultado são eventos marcantes, dirigidos a públicos de todas as idades Por Pedro Guilherme Lopes A POLÍTICA de responsabilidade social da CGD reflete-se em várias frentes, entre elas no apoio à cultura e à música, em especial. É neste contexto que surge o Projeto Orquestras, ligando a Caixa a algumas das melhores orquestras nacionais, na busca da promoção musical junto de crianças e famílias. A Norte A Orquestra do Norte (ON) iniciou a sua relação com a Caixa há 13 anos. Mónica Magalhães, responsável pela comunicação e pela área pedagógica da ON, explica esta ligação dizendo que, «numa altura em que raramente as instituições portuguesas se dedicavam ao apoio da música erudita, esta parceria veio dotar os concertos da ON de maior visibilidade e de um apoio relevante à persecução da sua atividade». 68 Cx a re v i s ta d a c a i xa Desde o primeiro, em 2000, tiveram lugar 74 concertos, em 46 localidades, numa audiência total de 35 mil pessoas, abarcando praticamente todos os géneros musicais, desde o sinfónico à oratória, ópera e bailado, até à música de câmara, jazz e música ligeira. «Ao longo desta profícua parceria, o público português ouviu obras dos mais emblemáticos compositores da história da música, interpretadas por nomes proeminentes do contexto musical português e estrangeiro», continua Mónica Magalhães. Alguns foram pensados, também, para os mais novos, em especial os do ciclo Caixa na Alfândega, criado em 2010. São iniciativas que se realizam duas vezes por ano e que contam com sessões para as crianças, durante a tarde, e concertos para os adultos à noite. «Sediado na Sala do Arquivo do Museu dos Transportes e Comunicações, no Porto, o evento tem sido um êxito. Com um total de sete concertos para o público adulto no historial, este ciclo já mobilizou cerca de quatro mil pessoas. Nas sete sessões didático-pedagógicas, estiveram cerca de três mil crianças, entre os três e os quinze anos.» Já José Ferreira Lobo, maestro titular e diretor artístico da ON, afirma que o objetivo, enquanto orquestra regional, «é a iniciação de públicos, transversal a todas as idades e estratos sociais». Para o diretor, «a alta cultura, pela complexidade e dimensão dos meios que comporta, necessita do envolvimento de promotores que verdadeiramente apostem no desenvolvimento e é isso que acontece na relação da CGD com a ON, que, de forma sistematizada, tem possibilitado o acesso de um vasto público, escolar e geral, ao repertório de referência». Lisboa e Centro A ligação da Caixa à Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) deu-se em 2001 e, com o passar do tempo, temse revelado mais forte. Esta temporada, segundo o maestro Cesário Costa, «foi possível descobrir novos compositores e ouvir, em estreia absoluta, obras de reportório erudito que passam a fazer parte do património comum, num concurso internacional lançado em todos os países de expressão portuguesa». Este foi, também, o ano de lançamento do concurso Jovens Maestros, com 147 inscritos de todo o mundo, dos 15 aos 35 anos. Foi, ainda, o ano de concertos em todo o País, da participação no Lisbon Week e de um filme que liga o fado e a OML. «A abrangência de todos os públicos e faixas etárias é, alias, uma das notas fortes da ligação entre a CGD e a Metropolitana», continua o maestro. Para o demonstrar, nada melhor do que o número de participantes na edição de 2013 do Caixa de Música, onde o conto se aliou à música e à imagem. «Foi preciso fazer textos, adaptar contos, inventar guiões, preparar soluções estéticas, já em parceria fundamental com os monitores da Escola Raiz – HighScope, que animaram as sessões e incentivaram a criatividade dos participantes nos ateliês», refere Cesário Costa. «Foi bom trazer as crianças da MIMAR, envolvendo-as no trabalho conjunto com os mais de 250 participantes.» O próprio Edifício-Sede da CGD transformou-se numa floresta, onde crianças e pais ouviram palavras e sons, construindo, depois, uma verdadeira «arca de noé». A culminar todo o processo, o Centro Cultural de Belém encheu-se em três manhãs de domingo. Esta atmosfera é confirmada por Janete Santos, mãe e flautista da OML. «Não me tinha apercebido antes do efeito da música clássica nas crianças, de como elas são, às vezes surpreendentemente, capazes de gostar de obras tão diferentes, alheias até ao gosto dos pais. Por isso, concertos como os que fazem parte da Caixa de Música são fundamentais.» São iniciativas que, segundo a flautista, «ajudam a preparar, culturalmente, as novas gerações do futuro». E é Cesário Costa quem completa, afirmando que «tudo isto, mais uma vez, só foi possível porque a Caixa apostou na música como fator de desenvolvimento». Também no âmbito do Projeto Orquestras, embora numa vertente menos direcionada para o público mais jovem, a Caixa mantém, desde 2006, uma parceria com a Orquestra Clássica do Centro. De salientar a realização anual dos Encontros Internacionais da Guitarra Portuguesa, uma importante ação de promoção dos valores culturais nacionais. E a Sul A CGD apoia a Orquestra do Algarve (OA) desde 2005, na categoria de Mecenas Extraordinário, e projetos não faltam a provar o sucesso da parceria, segundo Carina Santos, relações públicas da OA. «Os programas dos concertos do Festival Caixa Geral de Depósitos, de entrada gratuita e abertos ao público do Algarve, têm sido considerados como um dos pontos altos da programação cultural da região, no âmbito da música erudita.» Além da qualidade dos músicos da OA, «os concertos contam sempre com a participação de solistas de grande prestígio, convidados para o efeito». Destaque, também, para os Concertos Promenade, um formato renovado para alcançar novos públicos. «Estes ciclos, destinados às famílias, são um conjunto de concertos marcados pela informalidade e por uma escolha de programas que fomentam a interação com o público», explica a responsável. «Esta informalidade e interatividade – potenciadas através do contacto com a música, de brincadeiras e jogos, dramatizações e animações multimédia – permitem cativar a atenção e compor a assistência por famílias.» O próximo evento terá lugar entre junho e agosto, em data e local ainda a definir, com entrada gratuita. Por último, os Concertos Pedagógicos visam «a divulgação, a sensibilização e a formação do público infanto-juvenil para a música erudita, de modo a criar condições adequadas para a ampliação do seu conhecimento», explica Carina Santos. Este conceito tem sido dinamizado através de um projeto de ação educativa, intitulado «A Escola Recebe a Orquestra do Algarve», que, todos os anos, leva a música a várias escolas. Com o patrocínio da Caixa, são desenvolvidos marcadores de livros e brochuras com informação sobre a música erudita e o funcionamento de uma orquestra. A julgar pela afluência de público e pelos elogios que todos estes projetos merecem, Carina Santos não tem dúvida de que «os resultados da parceria entre a CGD e a OA são indicadores do cumprimento das finalidades que lhes estão subjacentes. As atuações da OA, no âmbito dos protocolos estabelecidos com a CGD, promovem a divulgação da música de qualidade, dinamizam a atividade cultural da região e contribuem para o reforço do papel da Orquestra como instrumento de excelente produção artística.» Cx a rev i s ta d a c a i xa 69 c cultura ST U D I O T E A M BOX Cooperar cá dentro É um gabinete de arquitetura e uma galeria de arte. Uma caixa aberta, com paredes à espera de partilhar ideias e um espírito que defende que guardar segredo deixou de ser a alma do negócio Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo CRIADA EM 2008, a Teambox (www.teambox.pt) é o reflexo da sua mentora, Sandra Pereira. Se Sandra sempre fez mais do que uma coisa, a empresa que criou também não se prende a uma única disciplina e tem como bases a criatividade e a promoção de um trabalho desenvolvido em equipa. «A minha formação é arquitetura, mas, quando decidi lançar a empresa, tive, desde logo, a noção de que ia querer conciliá-la com outras áreas de que gosto, tais como a fotografia, o design, o vídeo…», recorda. Não é, assim, de admirar que, cinco anos volvidos, a Teambox tenha ganhado um Studio Teambox, espaço físico que permite conciliar o atelier de arquitetura com uma galeria de arte. «Ninguém entra aqui e imagina que isto é um atelier de arquitetura. E desde o início que esse foi um dos objetivos: não fechar o espaço a uma única arte ou disciplina. O centro é o trabalho, as paredes são a galeria, e esta aposta não só torna o espaço muito mais dinâmico como permite poupar, pois não temos de estar a pagar a quem quer que seja para termos uma galeria aberta.» Ser sustentável A questão da contenção de custos e da sustentabilidade da empresa é algo bem estruturado no pensamento de Sandra Pereira. Sempre que um novo projeto lhe galeria As paredes do atelier servem para mostrar os projetos que cabem na Teambox. E não se admire se, ao visitar esta galeria, encontrar Sandra no meio de uma reunião 70 Cx a re v i s ta d a c a i xa multidisciplinar Formada em arquitetura, Sandra Pereira sempre procurou conciliá-la com outras áreas, tais como a fotografia, o design ou o vídeo bate à porta e a entusiasma, reúne uma equipa e é com ela que trabalha nesse objetivo. E, se for preciso «despedir» um cliente por considerar que ele se «portou mal», traindo este espírito de cooperação, fá-lo. «Esta forma de encarar o trabalho, com base em parcerias, permite ter uma estrutura muito mais leve e sustentável. Em vez de ter dez pessoas a tempo inteiro, com custos fixos, e agarradas a um projeto para o qual até nem são as pessoas mais indicadas, ativo pessoas que me parecem as mais indicadas para levar até ao fim um projeto com sucesso», explica, acreditando que esta SE EXISTEM VÁRIAS PESSOAS COM KNOW HOW, ESSAS PESSOAS PODERÃO IR MAIS LONGE TRABALHANDO EM CONJUNTO nova forma de encarar o trabalho deveria ser promovida desde a formação. Convicta de que está a decorrer uma profunda mudança ao nível de negócio, Sandra defende que quem sai das faculdades devia ser alertado para essa realidade (algo que tem noção de não ter sido), desde logo, esquecendo a ideia, ainda enraizada, do emprego para a vida e de uma profissão que nos ocupe ao longo de todo o nosso percurso. E, depois, a questão da competitividade, também ela cada vez mais alterada. «Aquela questão de ter o segredo do sucesso está cada vez mais ultrapassada. Eu utilizo muito a expressão “cooperar cá dentro” e aponto-a como base da sustentabilidade. Se existem várias pessoas com know how, essas pessoas poderão ir mais longe trabalhando em conjunto. Pode demorar mais tempo para atingir determinado lucro, mas, também, representa uma redução de custos não só de investimento como de tempo que investimos. Aliás, a Teambox prova que o trabalhar em parceria é o melhor caminho para surgirem novas oportunidades.» E oportunidades é, precisamente, o que este projeto pretende dar. À porta, o convite não podia ser mais explícito: «Expõe aqui!» A resposta não tardou a fazer-se sentir e as candidaturas têm sido às dezenas, o que leva Sandra a pensar em procurar parceiros para tornar as exposições itinerantes e para encontrar espaços de maiores dimensões, que permitam abraçar exposições mais complexas e continuar a mostrar a riqueza cultural do que se faz no nosso País. Um País que a apaixona, mesmo numa época onde a palavra «emigrar» parece ter lugar cativo no léxico da maioria da população. «Ao fim de Escrever uma carta a Portugal Intitula-se Letters for Portugal e é o mais recente projeto da TeamBox, resultante da sensação de que «há pessoas cheias de potencial que precisam de ser acordadas para esse mesmo potencial», diz Sandra. O objetivo passa por desafiar as pessoas a escreverem uma carta motivacional para Portugal , dando a conhecer o que acreditam que é possível fazer para tornar este País melhor. E, como não podia deixar de ser tendo em conta o espírito reinante de interdisciplinaridade, as cartas podem ter os mais diversos formatos, do papel à canção, passando pelo vídeo ou pela fotografia. A primeira talk open session decorreu a 25 de abril, no Studio Teambox, de forma a fazer um balanço intermédio de um projeto que vai crescer até 10 de junho, Dia de Portugal. Sandra Pereira está, ainda, ligada ao Observatório dos Luso-Descendentes, um projeto que pretende congregar numa plataforma, num site, todos os portugueses espalhados pelo mundo e pô-los a pensar por Portugal. No fundo e como diz a arquiteta, «quem vai para fora continua a poder ajudar o País, nem que seja com ideias, nem que seja falando bem de Portugal». um mês de estar na faculdade, sabia que ia ficar por cá», recorda, fazendo uma espécie de viagem no tempo. Ao contrário de muitos portugueses da sua idade, Sandra fez o percurso de fora para dentro. Os pais emigraram para o Luxemburgo, quando ela tinha dois anos de idade, e foi lá que fez toda a escolaridade. Pronta para rumar a Paris, onde estudaria fotografia, acabou por vir para Portugal, para se formar em Arquitetura. E não voltou a sair. «A qualidade de vida implica o lado financeiro, claro, mas não só. Creio que é uma vantagem ter esta visão de quem veio de fora. Por exemplo, quando aqui cheguei, queria reciclar e não podia, mas hoje isso é algo perfeitamente banal, ou seja, eu tenho a visão de que as coisas têm mudado e mudado para melhor. Ao olhar para o que se passa, fico com a ideia de que as pessoas estão tão enraizadas que apenas parecem reparar no que não está bem. E o que eu sinto é, precisamente, um apelo para tentar ajudar a mudar esse ponto de vista.» Cx a re v i s ta d a c a i xa 71 a agenda Exposições Teatro Em Tomo do Acervo Sala VIP Até 29.09 Atelier-Museu Júlio Pomar, Lisboa 6 a 9.7 Fundação CGD – Culturgest, Lisboa Propriedade da Câmara de Lisboa, o edifício foi totalmente renovado por Álvaro Siza Vieira, Prémio Pritzker de 1992, para pôr em evidência as obras de Júlio Pomar, com o qual a CGD tem mantido uma significativa parceria. A exposição inaugural organiza-se em torno de quatro eixos temáticos ou cronológicos: o neorrealismo dos anos 40 e 50; a exploração do movimento e do gesto dos anos 60; a colagem e assemblages dos anos 70, incluindo a obra A Mesa do Arquiteto; e a viagem à Amazónia e a série de pinturas de índios, influenciada por essa experiência, dos anos 80 e 90. Entrada gratuita. «Gente que espera, gente que já morreu? São quem? Personagens do mundo lírico, Leonoras, Huskymillers, Açucenas? Esperam – desesperam. Já tudo acabou?» Este é o ponto de partida, nas palavras de Pedro Gil, para uma peça de sua encenação e texto de Jorge Silva Melo. Na sessão de domingo, às 17h, decorrerá, em simultâneo, uma oficina gratuita para crianças dos cinco aos dez anos a partir do espetáculo. Inscrições e informações em [email protected] Vários Lisbon Week 2013 21 a 28.09 Fundação CGD – Culturgest, Lisboa Falta pouco para a cidade de Lisboa se transformar, novamente, numa plataforma de mostras diversas, em sete rotas distintas. Da arte à gastronomia, passando pela história e inovação, o Lisbon Week 2013 vai apresentar, em alguns locais menos conhecidos da cidade, a públicos nacionais e internacionais, visitas guiadas, palestras, encontros e workshops de variadas temáticas de interesse na atualidade. Cidadania, arquitetura, religião, sustentabilidade e permacultura nas cidades são alguns dos temas que serão apresentados e debatidos durante a semana do Lisbon Week. A Caixa vai associar-se mais diretamente à Rota da Arte, com o subtema Arquitetura, e à Rota da História. No âmbito da iniciativa, foi já lançado o concurso de fotografia Reflexos de Lisboa, destinado a amadores. Mais informações em www.lisbonweek.com Heroin Até 13.07 Fundação CGD – Culturgest, Porto Num belíssimo texto de 1991 sobre Michel Auder, Jonas Mekas escreveu: «Para Auder, a televisão é como qualquer outra realidade – ele transforma-a por completo.» Como extensão Música Festivais de Verão EDP Cooljazz 4 a 27.07 Oeiras CONDIÇÕES PARA CLIENTES DA CGD 40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA FÃ, ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA. 30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA EXCLUSIVE, LEISURE E CAIXADRIVE. 72 Cx a re v i s ta d a c a i xa Super Bock Super Rock 18, 19 e 20.07 Meco Meo Sudoeste 7 a 11.08 Zambujeira do Mar Julho e agosto prometem fazer subir a temperatura musical, com a chegada ao nosso País de alguns dos maiores artistas do planeta. E o melhor é que haverá propostas para todos os gostos. Assim, no Cooljazz , será possível assistir aos concertos de Ana Moura, Maria Gadú, Diana Krall, John Legend ou Rufus Wainwright, enquanto o Super Bock Super Rock leva ao palco os Arctic Monkeys, os Queens of the Stone Age e os The Killers. Já em agosto, o Festival Sudoeste permite escutar Janelle Monáe, Fatboy Slim ou Donavon Frankenreiter. Saiba mais em www. edpcooljazz.com, www.superbocksuperrock.pt e www.sudoeste.meo.pt. 16 a 18.07 Fundação CGD – Culturgest, Lisboa Heroin é a história que nunca vos contaram sobre a nova república, a pessoa que nunca viram, o que construíram e, depois, deitaram abaixo. É aquela grande, aquela má, aquela que nunca pensaram experimentar. Heroin é um espetáculo radical sobre como viemos aqui parar e quanto nos importamos. É tudo aquilo que alguma vez nos aconteceu, as palavras nunca ditas e a chapada que nos deram aqueles em quem votámos. Esta peça de Grace Dyas, para a jovem e premiada companhia Theatreclub, é uma explosão da história social da heroína, na Irlanda, ao longo dos últimos quarenta anos. Fotos: Gualter Fatia (Lisbon Week); Regan, 1981/2009 (Michel Auder); Barbara Cieslar (Heroin) Michel Auder da retrospetiva de Michel Auder na Culturgest, em Lisboa, são exibidos, de forma sequencial, ao longo de dois meses e meio, cinco vídeos (extraordinárias colagens visuais e sonoras) realizados com base em imagens televisivas. Entrada gratuita. vintage v FACTOS de peso em 1918 À data da regulamentação das Agências de Crédito Popular da Caixa Geral de Depósitos, outros acontecimentos pesavam na história mundial. PESAGEM A peso de ouro Em desuso atualmente, o sistema de pesos tem uma história milenar e utilizações múltiplas, incluindo no sistema financeiro de outrora Por Gabinete do Património Histórico da CGD Foi no antigo Egito e Babilónia que surgiram os primeiros sistemas de pesos e medidas. Grandes, pequenos e muito pequenos, utilizados em diversos tipos de balanças, o sistema dos pesos foi evoluindo, ao longo dos tempos, de modo a assegurar que cada unidade fosse sempre igual e precisa, visando a uniformização, a simplificação e a universalização de um só sistema para cada grandeza, qualquer que fosse a sua aplicação. Portugal tem uma história bem documentada, no que respeita à evolução de padrões de pesos e medidas e à sua uniformização. Desde a sua origem, em que os sistemas de medidas e padrões muçulmanos e romanos coexistiam, até à Convenção do Metro, nos finais do século XIX, e culminando no atual Sistema Internacional de Unidades (SI), foram feitas várias reformas no sentido da uniformização. As Agências de Crédito Popular da Caixa Geral de Depósitos – regulamentadas nas reformas após o Decreto n.º 4670, de 14 de julho de 1918 – surgem como medidas urgentes para colmatar as dificuldades de grande parte da população, devido às dificuldades económicas e sociais sentidas no País, como reflexo da Primeira Grande Guerra. Estas concediam empréstimo financeiro sobre o peso e o valor das peças em ouro, prata e pedras preciosas que se guardavam em casa. Este estojo de madeira com pequenos pesos faz parte de um conjunto vasto de pesos e medidas que integram o acervo museológico da Caixa Geral de Depósitos. Utilizados em balanças de precisão, para a pesagem do ouro e da prata, identificam a função das Casas de Crédito Popular da CGD, da primeira metade do século XX. O estojo contém pequenos pesos, que variam entre 1 hg a 1 g, e pesos auxiliares, até 1 dg, estes manuseados com o auxílio de uma pinça. Hoje, como ontem, devido à difícil situação económica, financeira e social que o País atravessa, proliferam as casas de compra e venda de ouro, que colmatam, no momento, a situação de carência. A diferença é que os pesos e as antigas balanças, fruto do avanço tecnológico, deram lugar aos instrumentos de pesagem digitais e eletrónicos, teoricamente com pesagens mais rigorosas. Contudo, a beleza e a história dos primeiros torna-os objetos de estima e de valor museológico. É conhecido o primeiro caso da pandemia do vírus influenza, que ficou conhecida por gripe espanhola. 1. Nasce Nicolae Ceausescu, o ditador romeno que viria a marcar a história do século XX. 2. Max Planck, considerado «pai» da Física Quântica, é galardoado com o Prémio Nobel da Física. 3. A Rússia abandona o calendário juliano e passa a reger-se pelo calendário gregoriano. 4. O czar Nicolau II e toda a sua família são executados pelos bolcheviques, ditando o fim da dinastia Romanov. 5. O Exército português sofre pesadas baixas na Batalha de La Lys. 6. O armistício dita o fim da I Guerra Mundial. 7. 8. Sidónio Pais, que meses antes havia sido eleito Presidente da República, é assassinado. O carismático líder sul-africano Nelson Mandela nasce na pequena vila de Mvezo. 9. Morre o pintor austríaco Gustav Klimt. 10. Cx a rev i s ta d a ca i xa 73 f fecho BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA POLAR No âmbito do Programa Nova Geração de Cientistas Polares, a Caixa Geral de Depósitos e o Programa Polar Português lançaram bolsas de mobilidade, com o objetivo de fomentar a internacionalização de jovens investigadores portugueses. Podem candidatar-se estudantes de mestrado, de doutoramento ou doutorados há menos de cinco anos, que se dediquem às temáticas polares e que estejam integrados em instituições nacionais. As bolsas serão enquadradas num dos seguintes objetivos: UÊ*>ÀÌV«>XKÊiÊÀiÕªiÃÊViÌwV>Ã]Ê realizadas no estrangeiro, com apresentação de comunicação oral ou em poster; UÊ,i>â>XKÊ`iÊiÃÌ?}ÃÊ`iÊ investigação, em instituições no estrangeiro, até três meses; UÊ*>ÀÌV«>XKÊiÊV>«> >ÃÊ`iÊ investigação nas regiões polares. As candidaturas enquadram-se, obrigatoriamente, em temáticas polares e decorrem em duas fases, a primeira das quais terminou a 30 de maio último, que se destinava a ações a realizar entre julho e novembro deste ano. Para as de dezembro de 2013 a abril de 2014, o prazo de candidatura decorre até 30 de outubro. Saiba mais sobre este programa em www.cgd.pt. CAIXA EMPRESAS A Caixa faz mexer o País Paralelamente a uma oferta completa e diversificada, a Caixa promove várias iniciativas dirigidas às empresas No âmbito da sua estratégia de apoio às empresas e à criação de melhores condições tendentes à sua internacionalização, a Caixa organiza e apoia, regularmente, várias iniciativas destinadas a empresários e empreendedores. São conferências, fóruns e outros eventos, sempre com o mesmo objetivo: o sucesso das empresas portuguesas. Foi nesse contexto que decorreu o ciclo de conferências A Caixa Faz Mexer o País, uma parceria com o Diário Económico e que passou por várias cidades portuguesas, ao longo de seis meses. Já em maio, registou-se a inauguração do espaço Beta-i, na Central Station, e o lançamento do projeto Energia de Portugal, na sede do Expresso, respetivamente, dias 9 e 17. Ainda nesse mês, decorreu o II Fórum CGD IPDAL, no Porto, uma iniciativa conjunta da Caixa e do Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina. Em junho, foi a vez da conferência Inovação e Tecnologia do Jornal do Fundão, no dia 14, enquanto que para 27 está prevista a gala de entrega do Prémio Portugal PME, uma iniciativa do Jornal de Negócios (JN) que fecha um ciclo nacional de conferências da Culturgest. Agendadas para as próximas semanas estão, ainda, outras iniciativas. No dia 2 de julho, decorre a conferência Portugal Global, em Guimarães, também com o cunho do JN, dedicada às empresas exportadoras e produtoras de produtos transacionáveis e substitutos de importações. E, ainda em julho, terá também lugar em Lisboa, no CCB, a conferência Empresas na Caixa, uma organização em parceria com o Grupo Controlinvest, que irá focar a internacionalização, a exportação, o empreendedorismo e a capitalização de empresas. Este ciclo encerrará em setembro, na Casa da Música, no Porto. Depois de escrever o prefácio do oitavo capítulo de Novo Humanator, um livro de referência em matéria de gestão dos recursos humanos, José Manuel Dias é, agora, co-autor de Gestão de Recursos Humanos de A a Z, da Editora RH. Coordenada por Augusto Lobato Neves e Ricardo Fortes da Costa, a obra foi já apresentada ao público e promete marcar a área em causa. O livro reflete sobre a evolução da gestão de recursos humanos nos últimos 20 anos, em Portugal, atualizando conceitos e abordando os desafios que marcam as sociedades modernas. Procura-se, assim, identificar 74 Cx a rev i s ta d a ca i xa a chave do sucesso deste factor potencialmente conflituoso, transformando-o numa sinergia poderosa para se obterem resultados de excelência. São, ainda, apresentados novos temas nesta área de conhecimento, incluindo a abordagem de José Manuel Dias sobre a gestão multigeracional e a da coexistência, em contexto laboral, de quatro gerações, identificadas como «Veteranos», «Boomers», «GX» e «GY», com as suas diferentes visões do mundo do trabalho. Ainda sobre este tema, o autor publicou, recentemente, um artigo orientado para a realidade bancária nacional, no n.º 96 da revista Inforbanca. Fotos: D.R. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DE A a Z, UM LIVRO A NÃO PERDER RECONHECIMENTO TRAZ RESPONSABILIDADE. MAIS IMPORTANTE QUE LEMBRAREM-SE DE NÓS, SÃO OS VALORES PELOS QUAIS SOMOS LEMBRADOS. OBRIGADO. Obrigado por reconhecerem a Caixa Geral de Depósitos como Marca com Maior Reputação, pelo Reputation Institute, Marca de Excelência da SuperBrands e Marca de Confiança pelo 13.º ano consecutivo, pelos leitores do Reader`s Digest. Trabalhamos e vamos continuar a trabalhar para sermos merecedores de tamanho reconhecimento. NA CAIXA. COM CERTEZA. www.cgd.pt | 707 24 24 24 | 24 horas por dia / todos os dias do ano. APP CAIXADIRECTA INSTALE A CAIXA NO SEU SMARTPHONE OU TABLET. Com um design atrativo e uma navegação bastante intuitiva, a App Caixadirecta permite-lhe uma nova experiência de gestão do seu património financeiro, poupar de forma simples e rápida e saber onde estão as Agências mais perto de si. De modo interativo e inovador, consulte as suas contas, faça transferências e pagamentos ou peça apoio ao seu Gestor ou Assistente comercial. Filme Experimente já a App IOS INOVAR NA CAIXA. COM CERTEZA. www.cgd.pt Android Windows 8