Sociedade - Vivacidade

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Sociedade - Vivacidade
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Ano 11 - n.º 117 - abril 2016
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Pedro Santos Ferreira
Visite-nos em: www.vivacidade.org - E-mail: [email protected]
25 de Abril de
1974: três histórias
da Revolução dos
Cravos
Reportagem
Vivacidade
Arco do Bojo: grupo
de música tradicional
portuguesa comemora
bodas de prata no
Auditório Municipal de
Gondomar
> Págs. 8 e 9
Sociedade
Encontro
Internacional de
Marionetas: festival já
tem cartaz fechado
> Pág. 15
Política
“Pulmão Verde”:
municípios formalizaram
Parque das Serras do
Porto
> Pág. 28
Desporto
O Vivacidade ouviu as
histórias de três exemplos
de luta pela liberdade
> Págs. 24 e 25
Hugo Santos:
entrevista ao andebolista
gondomarense do FC
Porto
> Pág. 33
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2 VIVACIDADE ABRIL 2016
Editorial
Foto DR
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A.
Economista e Docente Universitário
duas primeiras décadas da democracia
existiram avanços civilizacionais significativos mas também é evidente que, nas
duas últimas décadas, e por muitas vezes,
fomos impedidos de melhorar o funcionamento do país por causa da existência
de uma Constituição que é, em muitos
pontos, retrógrada e que exprime opinião política própria e bem diferente da
opinião do povo. Mais, não é uma Constituição conceptual mas sim uma Constituição programática, condicionando a
vontade futura do povo.
É por isto que o que é urgente não é a
simples revisão da Constituição que muitos defendem mas sim a criação de uma
nova Constituição que sirva de refundação ao Estado português e que nos possa
dar um instrumento verdadeiramente estratégico para que possamos resolver de
vez os nossos grandes problemas formais
e estruturais.
Só há duas formas de se vir a criar uma
nova Constituição: 1 - fazer uma nova revolução; 2 - fazer um protocolo de entendimento entre a maior parte dos partidos
para criar uma nova Assembleia Constitucional que possa criar um documento
verdadeiramente digno do nosso país.
E só haverá um facto que pode levar a
que as pessoas ou os partidos venham a
aceitar ou provocar uma destas formas: a
completa falência e incapacidade do Estado de pagar as suas contas. ■
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal.
Envie-nos as suas fotos para [email protected]
Foto DR
Caros leitores,
Com o 25 de Abril de 1974 o povo
ganhou a possibilidade de intervir nas
decisões e de expressar, através dos seus
representantes, as suas vontades procurando-se que as tais decisões fossem producentes para o desenvolvimento de um
país mais forte, em que as pessoas fossem
mais defendidas. Um país em que, especialmente os mais fracos, pudessem ser
apoiados e ajudados pela sociedade, de
modo a não fazer depender a sobrevivência de ninguém de esmolas ou da boa
vontade de entidades (a Igreja, por exemplo) ou de pessoas beneméritas.
Passaram 42 anos. Este ano especialmente, o 25 de Abril é comemorado
efusivamente, especialmente porque, em
2016, conquistaram-se quatro feriados,
os funcionários públicos ganharam cinco
horas de descanso semanal e vamos ter
um cartão de cidadania!
No dia 2 de abril também devíamos ter
comemorado efusivamente os 40 anos da
aprovação da constituição da República
Portuguesa, em 1976, que foi aprovada
por uma larga maioria de deputados que
foram eleitos pelo povo especialmente
para esse efeito. Esta data talvez até merecesse um feriado.
Há 40 anos a realidade política, social
e o conceito de bem estar das pessoas era
completamente diferente da realidade de
hoje. É evidente que, especialmente nas
A conceção arquitetónica do
Basho Sushi House – da autoria do
gabinete de Paulo Merlini – levou o
espaço gondomarense à final do prémio Architizer A+, um galardão atribuído pelos cibernautas. O espaço
não foi eleito vencedor mas merece
nota positiva por marcar a diferença.
Não sabendo a quem recorrer vim,
através deste meio, denunciar uma
situação que está a tornar-se perigosa. Moro na Travessa Professor Egas
Moniz, São Cosme, e, atualmente, os
cabos de iluminação da rua encontram-se entrelaçados com os ramos
das árvores. Se algum parte, não sei o
que poderá acontecer.
O leitor,
Paulo Silva
SUMÁRIO:
FICHA TÉCNICA
Segurança, precisa-se
Breves
Registo no ICS/ERC 124.920
Depósito Legal: 250931/06
BISTURI | Henrique Villalva
Reportagem
Vivacidade
Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873)
Redação: Pedro Santos Ferreira (CP-10017)
Departamento comercial: Serafim Ribeiro
(Tel.: 910 600 079)
Paginação: Carina Moreira
Página 4
Páginas 8 e 9
Sociedade
Páginas 6 a 18
Cultura
Páginas 20 a 22
Política
Páginas 23 a 32
Destaque
Páginas 24 e 25
Desporto
Páginas 33 a 38
Empresas & Negócios
Página 39 e 40
Opinião
Páginas 41 a 43
Lazer
Páginas 44 e 45
Emprego
Página 46
PRÓXIMA EDIÇÃO
19 de maio
Administração e Propriedade do título:
Vivacidade, Sociedade de Comunicação
Social, S.A.
Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197
4435-778 Baguim do Monte
Administrador: José Ângelo da Costa Pinto
Detentores com mais de 10% do capital
social: Lógica & Ética, Lda.
Sede de Redação: Rua Poeta Adriano
Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim
do Monte
Tel.: 919 275 934
Colaboradores: Ana Portela, André Campos, Andreia Sousa, António Costa, António
Valpaços, Diana Ferreira, Domingos Gomes,
Elisabete Castro, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Joana
Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, João Pedro Sousa, José António Ferreira, José Luís Ferreira, José Pedro Oliveira,
Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa,
Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Paulo
Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Salomé Ferreira, Sandra
Neves e Tiago Nogueira.
Impressão: Unipress
Tiragem: 10 mil exemplares
Sítio: www.vivacidade.org
Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar
E-mail: [email protected]
Agenda: [email protected]
Um dos problemas mais comuns do tecido rodoviário do
concelho de Gondomar é a falta de sinalização adequada do
tráfego urbano.
Todos sabemos que sobretudo as freguesias mais ocidentais do concelho, ou seja
as que estão mais próximas do
perímetro urbano da cidade do
Porto, são também as mais populosas, e que, por isso mesmo,
são responsáveis por um pesado fluxo de trânsito no acesso
ao Porto.
Se é verdade que as principais artérias de entrada e saída
na cidade exercem funções de
vias estruturantes, e, como tal,
concentram o grosso do tráfego, não é menos verdade que
a circulação no interior destes
centros é também muito intensa, sobretudo nas horas de
ponta, normalmente até como
fuga ao congestionamento das
vias principais.
Ora, não é raro constatar
que se registam frequentes acidentes nesta malha urbana, ora
atingindo transeuntes dentro
e fora de passadeiras, ora apenas entre veículos que chocam.
E a principal razão deste tipo
de acidentes é quase sempre a
deficiente ou mesmo a inexistência de sinalização para os
automobilistas.
Há uns meses atrás o executivo camarário investiu de
forma bastante visível na sinalização de passadeiras, muitas delas até com indicadores
luminosos. E ao nível da circulação de peões foi notória a
melhoria da segurança. Infelizmente, o mesmo não se pode
dizer com a disciplina nas regras de prioridade de passagem
de veículos.
Basta atravessar algumas
urbanizações de maior densidade residencial para se constatar que faltam sinais de STOP
em ruas secundárias, em relação a vias principais de circu-
lação. É por isso que a prioridade à direita é tantas vezes
desrespeitada, pondo em causa
a segurança de veículos e ocupantes.
Torna-se, pois, necessário,
proceder a um levantamento de
observação directa do comportamento dos automobilistas,
para se definir quais as vias a
quem deve ser dada prioridade
de circulação, em função dos
fluxos de tráfego, e em função
do próprio desenho ou conceção da malha urbanística.
Umas dezenas de sinais de
STOP criteriosamente instalados em artérias secundárias,
no interior de muitas urbanizações, evitariam muitos danos
em viaturas, e, quantas vezes,
assegurariam de forma bem
mais eficaz a segurança de pessoas e bens. Haja quem olhe
para isto, em todo o concelho,
mas, sobretudo, nas freguesias
de Fânzeres, Valbom, Baguim
do Monte e Rio Tinto. ■
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4 VIVACIDADE ABRIL 2016
Breves
Geoclube marcou presença na Bulgária
Foto DR
Entre os dias 1 e 3 de abril o Geoclube – Associação Juvenil esteve representado em Plovdiv, Bulgária, na 6ª reunião do projeto “Joyneet:
Job Opprtunities for Youth with the Network of
European Towns”. O projeto prevê a mobilidade
de jovens com o objetivo de fomentar a experiência, conhecimentos e rede de contactos para
promover a empregabilidade dos jovens.
Ala Nun’Álvares de Gondomar é campeã nacional de equipas
Foto DR
A Ala Nun’Álvares de Gondomar sagrou-se campeã nacional de equipas em ténis de
mesa, no escalão de cadetes masculinos. O
Campeonato Nacional de Equipas de iniciados, cadetes e sub-21, realizou-se entre os dias
3 e 4 de abril, em Leiria. Miguel Cunha, Zé
Miguel Magalhães, João Silva e os treinadores Pedro Oliveira e Maria Nogueira foram os
mais fortes da competição.
Atletas de Rio Tinto no Campeonato do Mundo de Artes Marciais
Foto DR
A Associação Nacional de Kenpo e Disciplinas Associadas (ANKDA) levou três atletas riotintenses ao Campeonato do Mundo de Todos
os Estilos (Artes Marciais). A prova decorreu
nos dias 18, 19 e 20 de março nas Caldas da Rainha. Hugo Carvalho trouxe a medalha de bronze na categoria -57kg. A deslocação contou com
o apoio da Junta de Rio Tinto.
Foto DR
O logótipo do Conselho Local de Juventude de Rio Tinto foi apresentado a 15 de abril,
no salão nobre da Junta de Freguesia. A riotintense Cátia Morgado foi a autora da proposta vencedora do concurso.
“Conta-me um Conto”
recebe 20 candidaturas
Encerrado o prazo de entrega de trabalhos,
a 2ª edição do concurso “Conta-me um Conto”,
promovido pela União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, reuniu 20 contos de 20
autores, mais do dobro dos trabalhos entregues
na 1ª edição. A lista de vencedores será publicada a 20 de maio.
Secretária de Estado
visita Cruz Vermelha de
Gondomar
A Secretária de Estado da Cidadania e da
Igualdade, Catarina Marcelino, visitou a Delegação de Gondomar da Cruz Vermelha Portuguesa a 16 de abril. Durante a visita à sede da
instituição, em Baguim do Monte, a representante do Governo foi acompanhada por Cristina
Louro, vice-presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa.
A Câmara Municipal do Porto apresentou
a 11 de abril a candidatura da região do Porto
à classificação de Sítio de Referência Europeu
na Área do Envelhecimento Ativo e Saudável, a
atribuir pela Comissão Europeia. A Universidade Sénior de Rio Tinto é uma das 76 entidades
parceiras do projeto Porto4Ageing e é, para já, a
única na área das Universidades Seniores.
VIII Fidestreet Basket
no Largo do Souto
Gondomar recebeu country manager do Facebook
Foto DR
No dia 25 de abril o Largo do Souto recebe
a 8ª edição do Fidestreet Basket. A competição
de basquetebol 3x3 tem inscrições abertas até ao
dia do evento e prevê a participação de atletas
nascidos desde 1999. Os vencedores do torneio
terão direito a prémios.
Jornalistas por um dia
EDC Gondomar garante presença na “final four”
da Taça de Portugal
Foto DR
A equipa sénior feminina de futsal da Escola Desportiva e Cultural de Gondomar garantiu lugar na “final four” da Taça de Portugal. O clube de Rio Tinto derrotou a equipa do
União Atlético Povoense por 4-2 e assegurou
a continuidade na prova. A “final four” realiza-se na Póvoa de Varzim entre 5 e 8 de maio.
Grupo Desportivo de Baguim pede apoio à autarquia
Foto DR
No dia 1 de janeiro o edifício sede do Grupo
Desportivo de Baguim do Monte ficou alagado
após o rebentamento de um cano de água. Fernanda Pereira, presidente da direção da coletividade, pede agora o apoio da Câmara de Gondomar para recuperar os estragos causados.
O Multiusos de Gondomar vai receber entre
os dias 15, 16 e 17 de abril do próximo ano o 4.º
Encontro de Desportos Gímnicos. O evento vai
contar com a participação de cerca de 350 atletas
do distrito do Porto das diferentes disciplinas de
ginástica, designadamente a acrobática, aeróbica, artística, de grupo, rítmica e trampolins.
Universidade Sénior de Rio
Tinto integra Port4Ageing
Rio Tinto apresenta logótipo do
Conselho Local de Juventude
Paulo Barreto marcou presença no seminário “Os novos desafios do comércio eletrónico”,
iniciativa do Município de Gondomar, desenvolvida em parceria com a Associação Nacional
de Jovens (ANJE), no Gondomar Gold Park.
Paulo Barreto é desde o início de 2013 o country
manager para Portugal do Facebook. A iniciativa realizou-se a 12 de abril.
4.º Encontro de Desportos
Gímnicos
No dia 14 de abril, os alunos de Educação
Especial do Colégio Paulo VI foram jornalistas por um dia. Os estudantes participaram na
iniciativa do Jornal de Notícias e recordaram os
124 anos de história daquela instituição. Os alunos visitaram a redação e paginaram uma página impressa do conhecido jornal.
Mosteiro FC estreou
novos equipamentos
O Mosteiro FC estreou a 2 de abril os novos equipamentos oferecidos pela Junta de Rio
Tinto à equipa de infantis de futsal. Os atletas
ostentam agora o símbolo de Rio Tinto na camisola. A estreia ocorreu no pavilhão da Escola
Secundária de Rio Tinto.
Rio Tinto em Festa
já tem data
A próxima edição do Rio Tinto em Festa já
tem data marcada. Durante os dias 8 a 12 de junho há música e muita animação no espaço da
antiga feira riotintense.
Associação Dignidade
e Futuro festejou
6.º aniversário
A Associação Dignidade e Futuro de Gondomar comemorou, no dia 9 de abril, o 6.º aniversário da coletividade. A ocasião serviu também para angariar fundos para a construção do
lar São Francisco de Assis no terreno cedido pelos padres Capuchinhos. A obra orçada em um
milhão de euros terá capacidade para 60 utentes.
Clube Gondomarense
debate participação política
da juventude
O Clube Gondomarense realiza a 22 de abril
um debate sobre o tema “Participação política
e cívica da juventude”. A iniciativa contará com
Daniel Vieira, presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Marco
Martins, presidente da Câmara Municipal de
Gondomar, e José Miguel Bettencourt, jurista e
investigador universitário. Magda Rocha, jornalista da RTP, será a moderadora do debate que
vai decorrer no auditório da ACIG.
Rio Tinto comemorou
Dia do Rio
A Junta de Freguesia de Rio Tinto assinalou
o Dia do rio Tinto com um conjunto de iniciativas, organizadas em parceria com o Movimento
em Defesa do Rio Tinto. No dia 9 de abril realizou-se uma plantação de árvores na margem do
rio Tinto e no dia 11 de abril foi inaugurado o
lavadouro do rio da bica.
Lipor vence Prémio
Excelência no Trabalho
A Lipor venceu o Prémio Excelência no Trabalho, na categoria das médias empresas Sector
Público. O prémio pretende galardoar as entidades que mais investem e apostam na área de
clima organizacional e desenvolvimento do capital humano.
Clube Gondoclássicos
de Portugal anuncia
VIII Concentração
O Clube Gondoclássicos de Portugal anunciou a VIII Concentração de Clássicos e Pré-clássicos de Gondomar. A iniciativa está marcada para o dia 19 de junho, no largo da Feira
de São Cosme, junto à sede do clube. Durante a
tarde realiza-se uma gincana no parque da feira.
Gondomar Futsal Clube
apresenta nova imagem
O Gondomar Futsal Clube apresentou a 10
de abril as novas camisolas para a secção de atletismo. A “cobaia” foi o atleta Bruno Vigário que
recebeu de Telmo Viana, presidente da direção
do clube, a primeira camisola com um design
moderno e alusivo à filigrana de Gondomar.
Junta de Baguim alarga
Rua Nova do Crasto
A Junta de Freguesia de Baguim do Monte
está a proceder ao arranjo total do piso da Rua
Nova do Crasto. A empreitada prevê também
a substituição da rede de drenagem das águas
pluviais, novos passeios e um alargamento do
percurso.
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6 VIVACIDADE ABRIL 2016
Sociedade
Ourindústria: certame reuniu
mais de 70 expositores em Gondomar
> Entrega do Troféu Originalidade
Foto PSF
A Ourindústria atingiu a maioridade. A 18ª
edição foi considerada
o “ano zero” do certame e trouxe
uma “revolução total”
ao evento.
“Quero que
a iniciativa,
além de ter
sucesso local, venha a
ter relevância nacional
e internacional”, disse
Foto PSF
A 18ª edição da Ourindústria
realizou-se entre os dias 17 e
20 de março, no Multiusos de
Gondomar. Ao Vivacidade,
José Fernando Moreira, vereador do Município, considera que o certame “atingiu a
idade adulta”.
> Entrega do Troféu Inovação / Criatividade
José Fernando Moreira, vereador das Feiras,
Mercados e Eventos Promocionais na abertura da mais recente edição. “Os próximos
anos serão de afirmação e mudança”, salientou, assumindo o compromisso de “melhorar e internacionalizar” a exposição.
“Mais do que o sucesso que esta 18ª edição conseguiu, há que destacar que já se começou a trabalhar para a concretização do
certame em 2017”, salientou José Fernando
Moreira.
A Ourindústria ocupou o Multiusos de
Gondomar entre os dias 17 e 20 de março. O
evento foi organizado pela Câmara Municipal de Gondomar, em parceria com a AORP
– Associação de Ourivesaria e Relojoaria de
Portugal e o CINDOR – Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria,
entre outros parceiros ligados ao setor.
Durante o evento foram entregues os
prémios Troféu Originalidade (distingue a
melhor montra/stand) e Trofeu Inovação/
Criatividade (distingue a melhor peça). Os
prémios foram conquistados pela Incubadora de Joalheiros e Arlindo Moura Jewellery,
respetivamente.
“Atingimos a idade adulta
do evento”
Ao Vivacidade, José Fernando Moreira mostra-se orgulhoso com a 18ª edição
da Ourindústria. “Este ano implementamos as mudanças necessárias e julgo que
a partir de agora a Ourindústria vai ser
melhor. Vamos também apostar numa
maior divulgação do evento e estamos já
a trabalhar na próxima edição, conforme
anunciei na inauguração”, clarifica o autarca. ■
Gabinete do Apoio ao Aluno e à Família
conta com 60 voluntários
Foto DR
Em 2001, surgia na Escola Básica de Santa Bárbara o GAAF, um projeto dedicado à
integração de alunos problemáticos, com
carências económicas e dificuldades académicas. Mais tarde, em 2006, o conceito do
grupo foi reformulado. Hoje são mais de 60
alunos, do 7.º ao 9.º ano de escolaridade,
integrados no GAAF. “É um gabinete onde
os professores tutores, 10 no total, acompanham os alunos em regime de tutoria. Os
alunos vêm para aqui encaminhados pelos
diretores de turma e todos os anos há cada
vez mais estudantes a querer participar neste
projeto”, explica Eduarda Pontífice, fundadora e coordenadora do grupo.
Durante o ano letivo, o GAAF desenvolve diversas iniciativas solidárias com impacto na freguesia. “A entrega de cabazes de Na-
Foto DR
Fundado em 2001, o Gabinete
do Apoio ao Aluno e à Família (GAAF) da Escola Básica
de Santa Bárbara, Fânzeres,
conta já com 60 alunos voluntários envolvidos no projeto,
orientados por 10 professores
da escola.
Voluntárias aprovam o
projeto
Ana Santos, aluna do 8.º ano:
“Este projeto é importante para os alunos que participam e também para os
que beneficiam dele. É importante sermos voluntários e trabalharmos com a
diferença”
> Ação de Natal Solidário
> Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
tal aos mais carenciados foi a nossa primeira
iniciativa. Apercebemo-nos também que alguns alunos vinham com fome para as aulas
e não tinham roupa. Começamos a juntar
algumas roupas e hoje temos um roupeiro
ao dispor da Escola. São os alunos, professores e educadores que contribuem para esse
espaço”, afirma a mentora do GAAF.
Este ano, o projeto está a trabalhar o
tema “Conviver com a diferença” e conta
com várias atividades de apoio concretizadas e vocacionadas para os 86 alunos com
necessidades educativas especiais da EB
Santa Bárbara”, conclui a responsável.
O GAAF integra anualmente o projeto
“Escolas Solidárias” da Fundação EDP. ■
Catarina Direito, aluna do 8.º ano:
“Todas as semanas ajudamos os meninos com mais dificuldade. Fizemos
cabazes de Natal e de Páscoa e participamos no Dia Paralímpico na Escola”
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8 VIVACIDADE ABRIL 2016
Reportagem Vivacidade
Entrevista Arco do Bojo:
“São 25 anos muito positivos
qualidade à música tradicion
O Grupo de Música Tradicional Portuguesa – Arco do Bojo
está a comemorar as bodas de prata. No dia 24 de abril, pelas
21h30, vão ser recordados 25 anos de histórias e músicas do
grupo no Auditório Municipal de Gondomar e, a esse propósito,
entrevistamos Paulo Araújo, mentor do projeto.
Texto: Pedro Santos Ferreira
O Grupo de Música Tradicional Portuguesa - Arco do Bojo completa este ano o seu
25.º aniversário. Que significado tem esta
data para o grupo?
Paulo Araújo (PA) – Para nós significa
25 anos a tocar ininterruptamente e só isso
já nos faz ter orgulho no nosso percurso. Julgo que são 25 anos muito positivos porque
acrescentamos qualidade à música tradicional portuguesa e levamos a nossa música a Portugal inteiro.
Hoje, a música tradicional portuguesa ainda é muito procurada?
PA – Infelizmente ouve-se cada vez menos
a música tradicional
portuguesa nas festas e romarias do
nosso país. São
músicas
com
raízes ancestrais e que
passam de
geração em
geração,
por isso
deviam
s e r
respeitadas.
Conte-nos a história da fundação do grupo...
PA – Este grupo surgiu por brincadeira
de um conjunto de amigos que se reuniam
em minha casa a tocar vários instrumentos.
Fazíamos umas brincadeiras e tocávamos
umas músicas mas começaram a aparecer
entidades locais que nos convidavam para
animar as suas festas. Eram concertos dados
por carolice.
Qual foi o primeiro concerto oficial do
Arco do Bojo?
PA – O nosso primeiro concerto oficial
surgiu após um convite da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, presidida por Aida
Branco, para integrarmos as comemorações
do 25 de Abril na freguesia, em 1991. Atuamos no Largo de São Brás pela primeira vez.
Esse espetáculo foi diferente dos outros porque atuamos com o nosso nome oficial. Esse
é considerado o ponto de arranque para o
percurso que fizemos.
> Formação do Grupo em 2006
Esse concerto trouxe novos convites?
PA – Após esse concerto percebemos
que o grupo era um assunto sério. Começamos a ser mais profissionais nos ensaios,
a comprar instrumentos e a ter outros cuidados. Foi nesse concerto que deixamos de
ser um grupo de amigos e passamos a ser os
Arco do Bojo.
O número dos elementos do grupo foi
sempre variável?
PA – No início não tínhamos um grupo
fixo. Estavam sempre a sair e a entrar novos
elementos. Depois dos primeiros concertos
tivemos que ser mais sérios em relação ao
grupo. É nessa altura que começam a surgir
contratos assinados para os nossos espetáculos.
Foi fácil ou difícil o grupo impor-se na
música tradicional portuguesa?
PA – Com os concertos acabamos por
> Formação do Grupo em 2015
Discografia do Grupo de Música Tradicional Portuguesa - Arco do Bojo
“Estreca e Rega”
1996
“Cantigas”
2000
“Retratos”
2006
"Baile (en)Cantado"
2013
> Em 2007, num concerto
realizado em Braga
VIVACIDADE ABRIL 2016
9
s porque acrescentamos
nal portuguesa”
Foto DR
Na altura existiam mais convites para
atuarem?
PA – Nos anos 90 existiam alguns
grupos de música tradicional portuguesa
que já estavam implementados como, por
exemplo, o Grupo Cantares do Minho.
Entretanto, com o avolumar de concertos
também começamos a ter necessidade de
cobrar cachê para comprarmos instrumentos e material para os nossos concertos.
Foto DR
O primeiro CD do grupo surge em 1997.
É uma data importante para a banda?
PA – Logicamente. Foi com o nosso
primeiro CD que dissemos “presente” à
música tradicional portuguesa. Neste momento já temos quatro cd’s editados mas o
primeiro é sempre especial.
O grupo soube sempre gerir a entrada
e saída de músicos ou chegou a causar
problemas?
PA – Não. As entradas e saídas foram
sempre pacíficas e ainda hoje damo-nos
todos bem.
Quantos músicos passaram pelo grupo?
PA – Seguramente cerca de 30 pessoas.
É fácil recrutar novos músicos?
PA – Tentamos sempre que sejam pessoas conhecidas. Temos agora um jovem
de 15 anos a tocar connosco, mas é cada
vez mais difícil recrutar novos músicos de
música tradicional portuguesa.
O estúdio da banda foi sempre em sua
casa?
PA – Começou por ser em casa da minha mãe e depois passou a ser na minha.
É lá que ensaiamos e onde guardamos os
nossos instrumentos e materiais.
A Junta de Baguim do Monte anunciou
o projeto de criar uma Academia das
Coletividades na freguesia, onde ficaria
sediado o Arco do Bojo. Esta iniciativa
está confirmada?
PA – Sinceramente, não sei. Ouço falar
em muita coisa mas não sei como está esse
processo. Entretanto, em 1999, o grupo
constituiu-se como Cooperativa Cultural
e, nesse âmbito, também desenvolvemos
outras atividades, nomeadamente o Concurso Gastronómico Rojões e Papas de
Sarrabulho de Baguim do Monte, entre
outras iniciativas. Seria positivo para nós
termos essa sede na Escola Básica de Baguim do Monte.
Para festejar este 25-º aniversário o grupo vai dar um concerto especial no dia
24 de abril, no Auditório Municipal de
Gondomar...
PA – Vai ser um momento importante da nossa história. Vamos tocar cerca de
20 músicas e vamos reunir músicos que
já passaram pelos Arco do Bojo. Além da
parte musical vai servir para reencontrarmos amigos do nosso passado.
Como estão a decorrer os ensaios?
PA – Estamos a afinar pormenores mas
posso dizer que estão a correr muito bem.
Na sua opinião, ao longo destes 25 anos
foi sempre reconhecido pelos gondomarenses e pelas instituições e associações
do concelho?
PA – Julgo que sim. As autarquias têm
sido o nosso maior apoio, além das comissões de festas.
Na música, 25 anos passam depressa?
PA – Vinte e cinco anos passam muito
depressa [risos]. ■
Foto DR
Foto DR
> Concerto em Custóias, no
ano passado
Historial do Grupo:
Foto DR
ter alguma visibilidade na imprensa regional e local. Os convites surgiram naturalmente e conseguimos impor-nos no panorama nacional.
São 25 anos de música tradicional portuguesa. O grupo “Arco do Bojo” começou na “Cave do Paulo”, em Baguim do
Monte, com um grupo de amigos que
se uniram para “tocar umas músicas e
aproveitar o momento para se divertirem”, conta Paulo Araújo.
O primeiro convite surgiu no Dia da
Liberdade, em 1991, naquela que foi
a primeira atuação “oficial” do grupo.
O concerto abriu portas ao grupo que
começou a percorrer todo o país em
romarias, feiras de artesanato, festivais
de música, entre outros espetáculos.
Em 1996, surge o primeiro álbum editado - “Estreca e Rega” – com trechos
recolhidos em diversos cancioneiros
populares e arranjos do próprio grupo
com recurso a instrumentos tradicionais.
Em junho de 1999, depois de cumpridas as formalidades legais, é registada
a Cooperativa Cultural Grupo de Música
Tradicional Portuguesa Arco do Bojo.
No ano seguinte, o grupo grava o segundo CD, intitulado “C’antigas”, fruto de recolhas efetuadas em diversos
cancioneiros populares portugueses.
Em 2006, surge o terceiro disco, “Retrato(s)”, com a particularidade da
capa e interiores serem ilustrados com
fotos dos elementos do grupo em trajes do século XVIII.
O quarto disco, intitulado “Baile (En)
cantado”, surge em 2013. No trabalho
são utilizados instrumentos tradicionais
como sintetizadores e guitarras elétricas, embora as músicas continuem a
ser fruto de arranjos baseados na recolha de exemplos do cancioneiro popular português.
10 VIVACIDADE ABRIL 2016
Sociedade
POSTO DE VIGIA
Foto DR
Manuel Teixeira
Rio Tinto Saudável: iniciativas
promoveram saúde e bem-estar
Jornalista e Professor Universitário
Orçamento de Costa
rompe pelas costuras
1 – Ainda o Orçamento do Estado não tinha completado um mês
sobre a sua entrada em vigor já se levantava um coro de vozes vaticinando a sua inexequibilidade, por se considerar que as projeções económicas em que ele se baseia não eram realistas. Mas à medida que o
tempo vai passando, as vozes críticas têm vindo a aumentar, constituindo hoje uma sirene de alarme que poucos ousam contrariar.
A nível interno, quer o Banco de Portugal quer o Conselho de Finanças Públicas foram inequívocos ao considerar que as metas previstas no orçamento para o corrente ano eram excessivamente otimistas.
No dizer destas entidades, nem o crescimento económico, nem a receita pública atingirão os valores previstos. De todo o modo, o Governo
teima em reafirmar a sua fé naqueles indicadores macroeconómicos.
3 – Paralelamente, começa a ser anunciada uma tempestade sem
retorno no sistema bancário nacional. Para muitos, a rendição dos
bancos portugueses passará pelo domínio absoluto dos grandes grupos financeiros internacionais, com especial destaque para os nossos
vizinhos espanhóis. Para outros, o Estado não terá como escapar a
uma intervenção de nacionalizações controladas e temporárias de alguns dos nossos bancos.
Tudo isto são profecias demasiado duras para que António Costa possa dormir descansado. E o desassossego será tanto mais penoso
quanto se sabe que a maioria de esquerda já fez saber que não está disponível para subscrever novas faturas que penalizem os portugueses
em geral, e os contribuintes em especial. Caso para dizer que António
Costa precisa de muita luz para encontrar saídas limpas para tanto negrume. E será que a sua equipa está em condições de lhe iluminar o
caminho? ■
A Junta de Freguesia de Rio Tinto, através da Comissão Social de Freguesia, voltou a realizar a feira de
saúde “Rio Tinto Saudável”. O evento ganhou uma semana extra e, segundo Nuno Fonseca, presidente da
autarquia riotintense, “veio para ficar”.
Entre 23 de março e 10 de abril, foram várias as iniciativas realizadas no âmbito do “Rio Tinto Saudável”.
Entre palestras, conferências, aulas de zumba, yoga,
boccia e kin ball, visitas e uma caminhada, a adesão foi
considerada “muito positiva”.
No dia 10 de abril realizou-se a caminhada solidária
pela Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), evento
que encerrou o “Rio Tinto Saudável”. O percurso de
cinco quilómetros foi percorrido por dezenas de caminhantes que se juntaram para apoiar a causa da LPCC.
O “Rio Tinto Saudável” conta com 15 entidades
parceiras envolvidas na organização das atividades
programadas. ■
Enterro do Senhor trouxe
milhares a Rio Tinto
Milhares de pessoas encheram as ruas
de Rio Tinto a 25 de março, Sexta-feira Santa, para assistirem à passagem
da procissão do Enterro do Senhor.
Como manda a tradição, a procissão alusiva ao
Enterro do Senhor voltou a realizar-se na Sexta-feira
Santa. A manifestação religiosa procura recordar o
cortejo fúnebre de Jesus Cristo, segundo a fé católica. O cortejo, organizado pela Comissão das Solenidades da Semana Santa da Paróquia de Rio Tinto,
teve início ao final da tarde e contou com a presença
de várias individualidades do concelho e milhares de
pessoas.
Segundo a agência Ecclesia, “as procissões do
Enterro do Senhor estabeleceram-se em Portugal por devoção dos fiéis, nos finais do século XV
e princípios do século XVI, vindas de Jerusalém”.
“Esta procissão começou por ser feita com o Santíssimo Sacramento: uma das hóstias consagradas na
missa solene de Quinta-feira Santa era encerrada
Foto DR
2 – É claro que não basta o otimismo governamental para alterar a
realidade. E num curto espaço de tempo, quer o FMI - Fundo Monetário Internacional, quer a Comissão Europeia, secundada pelo Banco
Central Europeu, vieram rever em baixa as perspetivas de crescimento
da economia mundial e europeia, respetivamente, fazendo soar entre
nós as campainhas de alarme. Hoje, só os lunáticos ousam contrariar
as previsões dos mais credenciados analistas internos e externos.
Há mesmo quem diga que o próprio Ministro das Finanças já reconhece, em circuitos reservados, que vai ser necessário rever em baixa
as metas orçamentais, e adotar medidas extraordinárias. Que é como
quem diz, vêm aí novos cortes, novos aumentos de impostos, ou as
duas coisas ao mesmo tempo. Ou seja, a fatura das promessas eleitorais
do PS vai chegar mais cedo do que o esperado inicialmente.
De 23 de março a 10 de abril a Comissão Social de Freguesia da Junta
de Rio Tinto promoveu o “Rio Tinto
Saudável”, um conjunto de iniciativas que visam a promoção da saúde
e bem-estar na freguesia.
numa urna, sendo conduzida sob o pálio para um
‘túmulo’”, refere a agência de notícias da Igreja Católica em Portugal. “Após o Concílio de Trento, esta
procissão seria proibida fora das igrejas, o que fez
surgir um novo modo de a realizar, com a substituição do Santíssimo Sacramento pela imagem do
Senhor Morto”. ■
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12 VIVACIDADE ABRIL 2016
Sociedade
“É preciso ter lata” bate
recorde em Gondomar
ção: Agrupamento de Escolas Sá de Miranda
(Braga).
Segundo Dénis Conceição, presidente
da Associação “É Preciso ter Lata! – Canstruction Portugal”, a edição presente em
Gondomar foi histórica. “Nunca estivemos
num espaço tão bom como este e não vemos outro melhor do que este. Além disso,
tivemos um excelente acompanhamento da
autarquia que mostrou grande capacidade
de resolver problemas. Temos uma série de
escolas de Gondomar que responderam ao
nosso desafio. Estamos num momento feliz
do nosso projeto. Fomos muito bem recebidos”, afirmou o organizador.
Apesar da vontade de manter o espírito
itinerante do projeto, Dénis Conceição acabou por afirmar que não podem dizer que
não a um regresso a Gondomar. ■
Centenas de pessoas
participaram na 9ª
Caminhada pelo Rio Tinto
O período de condicionamento será entre as 6h e a 1h da manhã, mas haverá outras opções para os afetados, no entanto, a
circulação do Metro nesta linha decorrerá
normalmente entre as estações da Senhora
da Hora e Levada.
“De forma a assegurar alternativas, a
STCP irá disponibilizar autocarros para os
passageiros com título Andante válido para
as zonas em questão”, garante a Metro do
Porto em comunicado.
No que diz respeito aos horários disponíveis, os autocarros irão circular nas mesmas horas do metro e existirá paragens em
todas as estações de metro comprometidas:
Rio Tinto, Campainha, Baguim, Carreira e
Venda Nova. Porém, a estação de Levada
continuará a funcionar na normalidade para
os passageiros que desejem viajar na direção
contrária a Fânzeres, ou seja, rumo ao Porto. Assim, a STCP conseguirá contornar as
eventuais dificuldades causadas pela intervenção.
“A Metro do Porto garante, desta forma,
que o corte da linha Laranja entre Fânzeres
e Levada não afetará a rotina de viagens dos
clientes da empresa”, conclui a empresa. ■
património arquitetónico associado ao rio,
através do investigador e coordenador nacional do Projecto Rios, Pedro Teiga.
Segundo o MOVE, “com esta caminhada, fica mais uma vez demonstrado que o rio
Tinto tem potencial ecológico e humano. A
população já as (re)conhece e reclama o rio
para si”, alerta o Movimento.
A entidade responsável pela organização da Caminhada pelo Rio Tinto continua,
contudo, a reclamar a preservação do curso
de água por “um caminho linear e transparente em prol de um rio despoluído, renaturalizado, com áreas verdes envolventes, amplas e que permitam espraiar as suas águas e
o acesso da população à vida que se pretende
que o rio tenha”.
Recorde-se que o MOVE completa este
ano o seu 10.º aniversário. ■
O ex-guarda-redes internacional Vítor Baía visitou a 24 de
março a sala de estudo Letras
Urbanas, em Baguim do Monte,
para entregar o diploma de contribuição para o projeto “Um
Lugar para o Joãozinho”.
“Fizeram um excelente trabalho e por
isso viemos trazer-vos este diploma. Estamos muito gratos pelo vosso apoio”. Foi
desta forma que Vítor Baía, ex-guarda-redes
agradeceu o contributo de 1550 euros da comunidade da sala de estudo Letras Urbanas,
sediada em Baguim do Monte.
Dos mais novos aos mais crescidos, os
alunos da sala de estudo juntaram-se para
saudar a visita do antigo internacional português, embaixador do projeto “Um Lugar
para o Joãozinho”. A iniciativa luta pela
construção do novo hospital pediátrico do
Hospital São João e conta com o apoio de
várias instituições, mecenas, associações,
comunidades locais e individuais.
Para Helena Guerra, proprietária da sala
de estudo baguinense, o diploma de partici-
Foto PSF
Cidadãos de todas as idades uniram-se
para percorrer as margens do rio Tinto num
percurso traçado entre a cidade a que dá
nome e a zona de Pêgo Negro, no Porto.
À semelhança do que já vem sendo hábito, a caminhada do MOVE foi um momento
de comemoração do rio e das suas tradições.
Os caminhantes tiveram a oportunidade de
recordar, ficar a conhecer as potencialidades ecológicas do rio Tinto e o que resta do
No dia 23 de abril, a linha Laranja (F) estará interrompida
entre as estações de Fânzeres e
Levada, devido a uma intervenção técnica na rede.
Vítor Baía agradeceu apoio
da sala de estudo
Letras Urbanas
Foto DR
No dia 17 de abril realizou-se a
9ª Caminhada pelo Rio Tinto,
organizada pelo Movimento em
Defesa do Rio Tinto (MOVE). A
iniciativa contou com a adesão
de centenas de pessoas.
Foto DR
Numa causa contra a fome, a iniciativa
“É Preciso ter lata”, obteve 117.655 latas de
conserva, num total de 43 esculturas, 350
participantes, 50 voluntários e 2000 visitantes, conseguindo dar apoio a 91 instituições
de solidariedade e projetos comunitários.
Este ano, Gondomar recebeu, nos dias
29 e 30 de março, a 4ª edição do concurso,
que trouxe 37 escolas de todo o país. No dia
1 de abril, o Multiusos de Gondomar abriu
as portas ao público para a exposição. O
concurso premiou sete agrupamentos nos
seguintes critérios: Favorita do júri: Agrupamento de Escolas D. Pedro I (Canidelo); Favorita do público: Agrupamento de Escolas
Júlio Dinis (Gondomar); Melhor estrutura:
Agrupamento de Escolas Leonardo Coimbra Filho (Porto); Melhor uso de rótulos:
Escola Secundária de São Pedro da Cova;
Escultura com mais lata(s): Agrupamento
de Escolas Gonçalo Mendes da Maia (Maia);
Menção honrosa: Agrupamento de Escolas
de Eiriz (Paços de Ferreira) e Melhor refei-
Foto DR
A 4ª edição do “É preciso ter
lata” angariou um total de 29
toneladas de alimentos, alcançando mais três toneladas do
que no ano anterior.
Linha de Fânzeres
interrompida a 23 de abril
pação nesta iniciativa é motivo de orgulho
pelo trabalho desenvolvido pelos alunos.
“Revertemos para esta causa com cerca de
1500 euros. A verba foi angariada através
da venda de calendários feitos pelos nossos
alunos. Cada calendário custou três euros”,
refere a responsável.
Sílvia Marques, da Associação “Um Lugar para o Joãozinho” valorizou a iniciativa e
considerou todos os apoios para a causa “de
extrema importância”. ■
VIVACIDADE ABRIL 2016 13
Sociedade
Centro Social de Soutelo organiza
2ª Run Social
O preço das inscrições varia entre os
cinco e oito euros. A Run Kids está marcada para as 11h e a corrida e caminhada têm partida às 17h. O levantamento
dos kits da prova será realizado na funzone, junto ao estádio do SC Rio Tinto,
das 9h às 16h.
A corrida é organizada pelo CSS, a Associação Juvenil Relata Talentos e a Run
River – Escola de Atletismo de Rio Tinto.
As inscrições para a prova estão disponíveis na página http://www.runsocial.
admeus.net/. ■
Foto PSF
Estão abertas as inscrições para a 2ª
Run Social. A prova visa estimular a prática desportiva saudável e aproximar as
instituições à comunidade, potenciando a
entreajuda e solidariedade. Este ano, por
cada inscrição, dois euros revertem a favor da construção do Centro Geriátrico
do CSS.
A 2ª Run Social terá uma corrida (10
quilómetros), caminhada (5 quilómetros)
e uma Run Kids (milha e meia milha), com
partida e chegada junto ao estádio do SC
de Rio Tinto. Podem participar atletas de
todos os âmbitos desportivos, em representação de clubes, instituições, empresas,
Foto PSF
O Centro Social de Soutelo
(CSS), em parceria com os
projetos associados e a Run
River – Escola de Atletismo
de Rio Tinto, organiza a 21 de
maio a 2ª Run Social. A corrida terá um percurso de 10
quilómetros.
Entrega dos kits e valor das
inscrições:
> A 1ª edição realizou-se junto ao Centro Social de Soutelo
famílias e individuais.
“A Run Social é uma iniciativa que veio
para ficar. Este ano contamos superar o
número de inscritos da primeira edição
[500 inscritos]”, afirma Tiago Silva, membro da organização.
As principais novidades da 2ª edição
prendem-se com a logística da prova, graças ao apoio do SC Rio Tinto. O clube ce-
deu os balneários para os banhos após o
decorrer da prova. Estão também previstos vários momentos de animação na zona
de partida.
O percurso da prova será percorrido
junto à linha do metro de Fânzeres, desde
o estádio do Sport até à Cidade Jovem.
André Pereira, atleta do SL Benfica
será o padrinho da 2ª Run Social.
> Animação desportiva e muitas surpresas
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14 VIVACIDADE ABRIL 2016
Sociedade
Oporto Tattoo: convenção
juntou 10 mil amantes
das tatuagens
Foto DR
Tatuadores e tatuados juntaram-se
em Gondomar na 2ª edição da convenção
“Oporto Tattoo Expo”. Durante três dias o
Multiusos de Gondomar foi local de paragem obrigatória para os amantes da arte
da tatuagem. No total passaram pela nave
central do pavilhão gondomarense cerca de
250 tatuadores que representaram 20 países.
“Este ano, tivemos todos os continentes
representados, com participantes da África
do Sul, Indonésia, Estados Unidos, Rússia,
Brasil, Cuba, entre outros. Portugal é o país
mais representado”, disse Ilídio Moreira,
organizador do evento, ao nosso jornal.
O “Oporto Tattoo Expo” aumentou o
número de stands para 123, “a lotação máxima do Multiusos”, adiantou Ilídio Moreira. O responsável pela convenção mostrou-
Foto PSF
O “Oporto Tattoo Expo” regressou ao Multiusos de Gondomar entre os dias 8 e 10 de
abril. Pela convenção passaram 10 mil aficionados da tatuagem.
Prémios de arquitetura
destacam gondomarenses
se satisfeito com o espaço mas não garantiu
a continuidade do evento em Gondomar.
Fernando Rocha, humorista, voltou a
ser embaixador do evento, desta vez acompanhado por Pedro Neves, colega de profissão. Parte do valor dos bilhetes reverteu
a favor da delegação de Gondomar da Cruz
Vermelha Portuguesa. ■
ESG de portas abertas
à comunidade
100 anos da escola. Desta forma, tivemos o
cuidado de ter dois espaços representativos
das artes e ofícios do concelho de Gondomar, que também começaram na escola: o
ouro, onde tivemos o CINDOR, e o nosso
curso de restauro. Neste último tivemos
uma banca com alunos do curso vocacional que fizeram uma mostra daquilo que é
o restauro, para fazer recrudescer a talha,
que é uma arte do concelho”, explicou a diretora.
O Dia Aberto foi considerado “um sucesso” e conseguiu atrair centenas de pessoas que se mostraram interessadas na iniciativa. Segundo Lília Silva, “a atividade foi
uma aposta ganha e tem tudo para ter mais
edições”. ■
O projeto da Basho Sushi House foi escolhido entre candidaturas de todo o mundo
para os prémios da plataforma norte-americana online Architizer A+, nas categorias
“the Architizer A+ Júri” e “Architizer A+ Popular Choice”. Paulo Merlini e André Santos
são os arquitetos responsáveis pelo projeto
do espaço de pequena dimensão (25 metros
quadrados), mas com uma forte componente
criativa.
A particularidade do restaurante reside
na instalação de luz criada pelos 12 mil pauzinhos, utensílio oriental que cobre o teto da
sala de refeições do restaurante.
As votações para o prémio encerraram no
dia 1 de abril e os arquitetos não trouxeram o
galardão para Gondomar, contudo, esta não é
a primeira nomeação para prémios internacionais do gabinete Paulo Merlini Arquitectos. No ano passado, o atelier foi distinguido
com uma menção na BID’14, a bienal Ibero-Americana de Desenho, com o projeto desenvolvido para a “Gondodoce”. ■
Ministro do Ambiente
inaugurou II Encontro de
Educação Ambiental
Matos Fernandes, ministro do
Ambiente, integrou a sessão
de abertura do II Encontro de
Educação Ambiental a 8 de
abril, na Sala D’Ouro do Multiusos de Gondomar.
Cerca de 180 professores do ensino
básico e secundário, técnicos da Administração Pública e empresários participaram
no II Encontro de Educação Ambiental. O
evento regressou à Sala D’Ouro do Multiusos de Gondomar e teve como temas
centrais a economia circular, o desperdício
alimentar e as propostas de ensino das alterações climáticas.
Matos Fernandes, ministro do Ambiente, foi o convidado de honra do evento organizado pela Câmara Municipal de Gondomar, Centro de Formação Júlio Resende,
Lipor, Direção-geral dos Estabelecimentos
Escolares, Museu de História Natural e da
Ciência da Universidade do Porto e Escola
Profissional do Instituto Nun’Álvares.
Foto DR
Ao contrário do que é comum, a ESG
abriu as suas portas num sábado, para receber alunos, encarregados de educação e
toda a comunidade interessada. Para dar
dinamismo a este dia, realizaram-se diversas iniciativas, com o apoio de entidades
de referência. Na área do ensino, estiveram
representadas instituições ligadas ao ensino
superior como a Universidade Fernando
Pessoa, Portucalense e o Instituto Universitário da Maia (ISMAI). No que diz respeito
à saúde, esteve presente o Hospital-Escola
da Universidade Fernando Pessoa que passou o dia a fazer rastreios gratuitos. O Instituto do Emprego e Formação Profissional
(IEFP) e o CINDOR também marcaram
presença.
Ao Vivacidade, Lília Silva, diretora da
Escola Secundária de Gondomar, desvendou o motivo do evento. “O Dia Aberto
foi uma iniciativa que surgiu integrada nos
Foto PSF
No passado dia 9, a Escola
Secundária de Gondomar
(ESG) dinamizou mais uma
atividade relacionada com
o centésimo aniversário da
escola: o Dia Aberto.
O restaurante Basho Sushi
House, projetado pelos arquitetos Paulo Merlini e André
Santos, foi finalista dos prémios Architizer A+, em duas
categorias.
“O evento tem todas as condições
para continuar em Gondomar”
Ao Vivacidade, José Fernando Moreira,
vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar, mostra-se satisfeito pela
adesão ao Encontro de Educação Ambiental. “A articulação entre os técnicos, os oradores e os professores foi muito positiva.
Julgo que o evento tem todas as condições
para continuar em Gondomar. O principal
objetivo é dedicar esta formação a professores vocacionados para a área ambiental,
com workshops que contam para a progressão na carreira dos docentes”, conclui
o autarca. ■
VIVACIDADE ABRIL 2016 15
Sociedade
Encontro Internacional de
Marionetas realiza-se de
26 a 29 de maio
PUB
Foto DR
O Encontro Internacional de
Marionetas (EI!) regressa a
Gondomar entre 26 e 29 de
maio. A segunda edição do
evento foca-se no teatro de marionetas no Oriente e nas técnicas artísticas ancestrais destes
povos.
As marionetas vão invadir Gondomar
entre os dias 26 e 29 de maio. A 2ª edição
do EI!, organizada pela companhia Teatro
e Marionetas de Mandrágora e o Município
de Gondomar, acolhe companhias internacionais e nacionais, com apresentações
de sala e rua, exposições, conversas, feiras,
mostras e concertos.
“Este ano vamos dedicar-nos às técnicas orientais de marionetas. Convidamos
a artista japonesa Beniko Tanaka, que utiliza técnicas modernas e respeita as técnicas tradicionais do Oriente. Além disso,
vamos ter companhias portuguesas e Jordi
Bertran, um dos artistas mais conceituados
desta arte”, explica Clara Ribeiro, do Teatro
e Marionetas de Mandrágora.
A principal novidade reside na mudança dos espetáculos do Multiusos para o
Auditório Municipal de Gondomar. “É um
local central e permite-nos tirar partido do
jardim da Biblioteca Municipal para a realização de novas iniciativas. No Multiusos
de Gondomar tivemos alguns problemas
relacionados com a visibilidade do público”,
confessa Clara Ribeiro.
Para Luís Filipe Araújo, vereador da
Cultura do Município, o EI! é “uma aposta
ganha”. “Na 1ª edição contamos com uma
grande adesão durante todo o evento e tivemos espetáculos de elevada qualidade. A
ideia que temos é manter a qualidade dos
espetáculos e alargar a oferta”, refere o autarca.
Ao Vivacidade, Luís Filipe Araújo destaca ainda o “trabalho meritório” do Teatro
e Marionetas de Mandrágora, companhia
que, no entender do vice-presidente da autarquia, “transporta o nome de Gondomar
pelas melhores razões”.
As apresentações dividem-se entre
Gondomar (São Cosme), Valbom e Rio
Tinto, contudo, a organização confessa ao
nosso jornal a ambição de “fazer chegar o
EI! a todas as freguesias do concelho”.
Centro Cultural de Rio Tinto
acolhe Marionetas de Mandrágora
Ao Vivacidade, Luís Filipe Araújo garantiu a mudança da companhia de Teatro
e Marionetas de Mandrágora para o Centro
Cultural de Rio Tinto. “Está pensada a integração da associação no Condomínio das
Artes. Julgo que a situação ficará resolvida
até ao verão”, conclui. ■
Destaques do EI! 2016:
26 de maio
“Antologia”, Companhia Jordi Bertran
(Espanha)
27 de maio
“Claralua”, Beniko Tanaka (Japão)
28 de maio
“Convrsa ‘Marionetas no Oriente’”,
Elisa Vilaça (Macau)
29 de maio
“Benilde Bzzzoira”, Teatro e Marionetas de Mandrágora
16 VIVACIDADE ABRIL 2016
Sociedade
Secretária de Estado
encerrou XI Feira de Saúde
de Baguim
A Câmara de Gondomar e a
organização Miss Portuguesa
continuam à procura de candidatas ao título Miss Gondomar.
O prazo de entrega de candidaturas encerra a 30 de abril.
A XI Feira de Saúde de Baguim
do Monte encerrou a 18 de março com a presença da secretária
de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia
Antunes.
As candidatas a Miss Gondomar, com
idades entre os 17 e os 35 anos, continuam
a ter a possibilidade de inscrever-se no
concurso que vai eleger a representante do
concelho na final do concurso Miss Portuguesa, entidade que dá seguimento ao antigo título Miss Portugal e elege as representantes portuguesas aos principais certames
de beleza mundiais.
O prazo de entrega de candidaturas
termina no final deste mês e obedece a vários requisitos como, por exemplo: ter uma
altura mínima de 1,68m, ser simpática e
cooperativa, ter sentido de responsabilidade e elevado grau de profissionalismo, ter
disponibilidade para as obrigações inerentes ao concurso, ser solteira, não ter filhos
e não estar grávida, entre outras exigências
do regulamento estipuladas no regulamento do concurso.
Ao Vivacidade, Carlos Brás, vereador
da Câmara Municipal de Gondomar, mostra-se satisfeito com a promoção desta iniciativa. “Achamos que fazia todo o sentido
revitalizar este concurso e que permitiria
criarmos uma oportunidade para as jovens
gondomarenses”.
Contudo, o autarca alerta as candidatas
para a responsabilidade inerente ao estatuto de Miss Gondomar. “Este concurso não é
uma brincadeira, é um assunto muito sério
porque as candidatas assumem o compromisso de estar disponíveis para promover
a imagem do Município sempre que for
necessário. Além disso, têm que contribuir
para a rede social e ajudar pessoas ou famílias mais carenciadas”, conclui Carlos Brás.
A Miss Gondomar será eleita a 29 de
maio na Expo Gondomar. ■
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A secretária de Estado da Inclusão das
Pessoas com Deficiência marcou presença
no encerramento da XI Feira de Saúde de
Baguim do Monte e apadrinhou a contratação da quarta funcionária da autarquia,
uma telefonista cega.
A última iniciativa da XI Feira de Saúde
lotou o salão nobre da Junta de Freguesia
que teve casa cheia para assistir ao seminário “Integração profissional da pessoa com
deficiência”, causa praticada pela Junta que
conta com 11 funcionários que têm deficiências físicas e mentais. Quatro dos quais
têm já contratos laborais estáveis. Os restantes estão a fazer estágios remunerados
Foto DR
Miss Gondomar:
candidaturas encerram no
final de abril
ou inseridos em programas ocupacionais.
A conferência de encerramento contou
com a presença de Carla Vale, diretora do
Centro de Emprego de Gondomar, Verónica Vieira, da Associação Nuno Silveira e
Ana Alves, do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A Câmara Municipal de Gondomar,
o Agrupamento dos Centros de Saúde
(ACES) de Gondomar e o Agrupamento de
Escolas de Rio Tinto n.º 3 fizeram-se representar na iniciativa destinada aos técnicos
de instituições locais. ■
Gondomarenses elogiam
qualidade da água da rede
pública
Um estudo de mercado realizado por
uma empresa independente especializada,
durante o mês de dezembro de 2015, junto de clientes domésticos e não-domésticos
concluiu resultados “globalmente muito
positivos” sobre a qualidade dos serviços
prestados pela AdG. As conclusões deste
estudo foram resultantes das respostas de
cerca de 400 clientes, com entrevistas presenciais e telefónicas.
Dos resultados obtidos, conclui-se que
cerca de 70% dos inquiridos considera satisfatória a muito satisfatória a qualidade da
água. Contudo, apenas 53% bebe água da
torneira, uma realidade à qual a AdG “está
atenta e em relação à qual tem atuado através de campanhas de sensibilização para o
consumo da água da torneira, cuja qualidade da água ronda os 99,96%”.
Para Jaime Martins, diretor-geral da
AdG, “a água que é distribuída na rede pública é de qualidade e garante uma eleva-
Foto DR
A empresa Águas de Gondomar (AdG) realizou um estudo de mercado que avalia de
forma positiva o grau de satisfação dos clientes no que diz
respeito à qualidade dos serviços prestados.
da segurança em termos sanitários, como
comprovam as centenas de análises que todos os anos são efetuadas em laboratórios
devidamente acreditados, cujos resultados
são controlados pelas autoridades competentes”, frisa o responsável.
Oitenta por cento dos clientes domésticos revelam estar muito satisfeitos com o
atendimento presencial e telefónico assim
como com a identificação e simpatia dos
colaboradores, o que se traduz em elevados
níveis de satisfação no que à eficácia do serviço prestado diz respeito.
Já no que diz respeito à fatura, 60% dos
clientes manifestam uma opinião positiva.
“As respostas resultaram num grau de
satisfação bastante satisfatório, o que permite concluir que estamos a seguir uma estratégia adequada, orientada para o cliente,
numa clara aposta na segurança, na qualidade do serviço e na confiança”, conclui o
diretor-geral da AdG. ■
VIVACIDADE ABRIL 2016 17
Sociedade
Imagem Peregrina de
Fátima visita Gondomar
A Imagem Peregrina de Nossa
Senhora de Fátima vai visitar
Gondomar entre os dias 26 e
27 de abril. A solene procissão
de velas está marcada para as
21h do dia 26.
A Vigararia de Gondomar vai receber a
Imagem Peregrina de Nossa Senhora de
Fátima. No dia 26 de abril,
pelas 11h30, está prevista a chegada da Imagem Peregrina à Igreja
de Baguim do Monte
e a respetiva celebração de acolhimento.
Pelas 13h a Imagem
partirá em
c or te j o
s olene
para a
Igreja
Jubilar
Vi-
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carial de S. Cosme. Durante o dia está prevista a deslocação para o Hospital-Escola da
Universidade Fernando Pessoa. À noite, pelas 21h, realiza-se a solene procissão de velas pelas ruas da cidade de Gondomar, com
partida da Igreja Jubilar e passagem pelos
Bombeiros e Câmara Municipal.
A procissão, ponto alto das solenidades,
termina no local de partida com a oferta das
flores feitas pelas crianças e adolescentes da
catequese da Vigararia e respetivos familiares.
No dia 27 de abril, durante a manhã, realiza-se a despedida da Imagem que partirá
para o Quartel do Carmo, no Porto, acompanhada por um cortejo automóvel.
A iniciativa está inserida no Ano Santo
da Misericórdia. O Jubileu Extraordinário
foi convocado pelo papa Francisco e termina no dia 20 de novembro. “Os anos santos
são uma tradição do povo de Deus no Antigo e no Novo Testamento. Servem para comemorar a morte e ressurreição do senhor e
existem anos santos extraordinários, como é
o caso deste. Este Ano Santo é, no entender
do papa Francisco, uma oportunidade para
redescobrirmos o rosto misericordioso de
Deus e esse rosto é Jesus”, esclarece o padre
Alípio Barbosa. ■
Concerto de Páscoa na
Igreja de Rio Tinto
Foto DR
No dia 2 de abril, a Igreja Matriz de Rio Tinto recebeu o tradicional “Concerto de Páscoa”.
A Igreja Matriz de Rio Tinto recebeu
três grupos musicais, que transmitiram um
clima de harmonia e conciliação, espelhando a realidade da Páscoa.
O concerto começou com a atuação do
Coral Juvenil do Orfeão de Rio Tinto, dirigido pela maestrina Andreia Lopes, que
tocou temas como “Pie Jesus”, “Halelluja” e
“Amém”. De seguida decorreu a participa-
ção da Orquestra Portuguesa de Guitarras
e Bandolins, sob orientação do maestro
Hélder Magalhães, que deliciou os ouvintes
com as músicas “Pleiades”, “Paseo” e “Music
for Play”. Para finalizar a noite de Páscoa,
atuou o Orfeão de Rio Tinto e Orquestra
Portuguesa de Guitarras e Bandolins. Este
grupo, que foi novamente dirigido pelo
maestro Hélder Magalhães, demarcou-se
ao tocar a “Gloria” de Vivaldi, obra seguida
de vários números. Assim sendo, a Igreja
Matriz de Rio Tinto conseguiu estimular a
comunidade para o espírito pascal com este
evento. ■
18 VIVACIDADE ABRIL 2016
Sociedade
Ases da matemática: Alberto Pacheco
e Luís Rocha arrecadaram ouro
nas Olimpíadas nacionais
preendido com a conquista da medalha de
ouro. Acho que este prémio pode ser o início de uma carreira ligada à disciplina de
matemática”, afirma o pequeno génio.
Ao Vivacidade, Luís Rocha confessa o
desejo de poder vir a trabalhar na NASA e
espera chegar “ainda mais longe” nas próximas categorias das OPM. “No próximo
ano, se vencer uma medalha, vou disputar
o apuramento para as Olimpíadas Internacionais. Acho que com algum trabalho consigo chegar lá”, refere o estudante.
Foto DR
Foto DR
São gondomarenses e génios da matemática. Une-os a ambição de enveredar
por uma profissão ligada à matemática e,
a comprovar pelos resultados obtidos na
mais recente edição da OPM, estão no bom
caminho.
Luís Rocha frequenta o 7.º ano da Escola Básica e Secundária de Rio Tinto.
Venceu a medalha de ouro na categoria
júnior
(6.º e 7.º anos) da
prova, naquela
que foi a sua
segunda participação. “Participei com
a
ambição
de
ganhar
uma medalha e apesar
de achar que
era possível
acabei por
ser sur-
Foto DR
Alberto Pacheco, 17 anos, e
Luís Rocha, 12 anos, conquistaram as medalhas de ouro
nas respetivas categorias na
última edição das Olimpíadas
Portuguesas de Matemática
(OPM).
> Alberto Pacheco, 17 anos
Por sua vez, Alberto Pacheco, aluno do
12.º ano do Colégio Paulo VI, arrecadou
mais uma medalha de ouro para o seu histórico, na categoria B que engloba os alunos do ensino secundário. “É divertido saber que consegui destacar-me entre tantos
alunos (90) na final da prova. É mais uma
conquista pessoal e representa uma valorização do meu esforço. Fiquei satisfeito porque tenho consciência que não podia ter
feito melhor”, diz em declarações ao nosso
jornal.
No horizonte do aluno está a licenciatura em Matemática Aplicada e Computação
no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
Contudo, o próximo objetivo “é ir a Hong
Kong, em julho, representar Portugal”, assume Alberto Pacheco.
O estudante admite treinar para as
provas através da resolução de problemas
realizados nas edições anteriores e procura
melhorar as suas prest ações, ano após ano.
Alberto Pacheco foi homenageado
pelo Colégio Paulo
VI em dezembro de
2015. ■
> Luís Rocha, 12 anos
APPC levou exemplo(s) a Lisboa
A iniciativa, que visou dinamizar o setor
da formação profissional, designou-se “Pensar a Formação” e assumiu como objetivo
a partilha de experiências e conhecimentos
dos especialistas da área da formação profissional em Portugal.
Entidades como a APPC, Universidade
Foto DR
A Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) participou, no dia 31 de março, no 3.º
Congresso Nacional da Formação Profissional.
de Aveiro, Microsoft, Jerónimo Martins, entre outras, partilharam o palco do auditório
do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE)
para apresentarem os modelos de formação
das suas organizações.
Os cerca de 500 congressistas foram
participantes ativos na reflexão sobre as potencialidades das práticas de formação com
vista à integração e renovação das competências em contexto de trabalho.
Marlene Fonseca, gestora da formação
da APPC, participou como oradora no painel “Capacitação e Inclusão Social: Boas Práticas em contexto de trabalho”, apresentando
o modelo “Prática em Contexto de Trabalho
dos Cursos Profissionais de Formação Inicial”. As questões levantadas por Marlene
Fonseca serviram de ponto de partida para a
moderação de João Carlos Dias – que, após
a discussão, encerrou o painel reconhecendo
que “muito se tem feito, mas com toda a certeza ainda há muito para fazer”. ■
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20 VIVACIDADE ABRIL 2016
Cultura
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Temporada regular de
concertos é “aposta ganha”
para o Município
Foto DR
A Orquestra Portuguesa de
Guitarras e Bandolins (OPGB)
está a realizar uma temporada regular de concertos em
Gondomar. Ao Vivacidade, o
projeto inserido na Associação
Cultural de Plectro e o Município fazem um balanço positivo
da iniciativa.
No dia 8 de maio a OPGB atua no salão
paroquial de Jovim. O espetáculo está inserido na temporada regular de concertos
do projeto cultural sediado em Rio Tinto. A
iniciativa passou pelo Lugar do Desenho –
Fundação Júlio Resende no dia 13 de março
e pelo Auditório da Banda Musical de Melres no dia 10 de abril.
Ao Vivacidade, António Vieira, diretor
artístico da OPGB da Associação Cultural de Plectro, mostra-se satisfeito com a
“oportunidade fantástica pela qual ansiava
há bastante tempo”. “Sem qualquer tipo de
falsas modéstias, todos os nossos concertos
têm enorme adesão por parte do público.
E esse mesmo público sempre pediu datas
e locais fixos no nosso concelho de residência. Podemos ter uma temporada anual
planeada, em vez de estarmos sujeitos à
sazonalidade de uma agenda, é importantíssimo para o crescimento da orquestra e
respetivos músicos e ajuda a fidelizar ainda
mais o nosso público”, refere o músico.
António Vieira espera “fidelizar os gondomarenses” para os segundos fim de semana de cada mês. “Queremos que esses
domingos sejam para ir ouvir a Orquestra”,
admite.
Luís Filipe Araújo, vereador da Cultura
da Câmara de Gondomar, também considera a temporada regular de concertos
“uma aposta ganha”. Na opinião do autarca,
“está cumprido o desejo do Município de
ver concretizado um exercício da música,
designadamente de plectro, de forma descentralizada”.
A temporada regular de concertos da
OPGB termina a 12 de junho com um espetáculo realizado no Monte Crasto.
Festival Internacional de Música
de Plectro dá continuidade aos
concertos
Após a temporada regular de concertos
realiza-se o Festival Internacional de Música de Plectro em Gondomar. O evento está
agendado para os dias 8, 9 e 10 de julho.
“Está confirmada a Orquestra de Cordas
Dedilhadas do Minho e o Duo Chamorro-Mateo (Espanha), bem como a própria
OPGB que irá atuar no concerto de encerramento do festival”, garantiu António
Vieira ao nosso jornal. ■
VIVACIDADE ABRIL 2016 21
Cultura
Festival de Teatro de Valbom
prolonga-se até maio
O In Skené – Grupo de Teatro Amador de Gondomar inaugurou a 32ª edição
do FETAV no dia 2 de abril. Entretanto,
passaram pela sala Gil Vicente da EDMV
os Nova Comédia Bracarense (9 de abril)
e o Grutaca – Grupo de Teatro Amador
Camiliano (16 de abril).
O Festival realiza-se ininterruptamente desde 1984 e assume caráter obrigatório para a atual direção da Escola
Dramática. “No dia em que acabar o FETAV a Escola fecha as portas. São 32 edições consecutivas e esta iniciativa é obrigatória para nós”, afirma António Pedro,
presidente da coletividade.
Para a presente edição “as expectativas
são elevadas”, admite o dirigente. “Esta-
Foto PSF
Está a decorrer o 32ª Festival
de Teatro Amador de Valbom
(FETAV), organizado pela Escola Dramática e Musical Valboense (EDMV). António Pedro, presidente da direção da
EDMV, considera o evento “essencial para a coletividade”.
> Direção da Escola Dramática e Musical Valboense na plateia da Sala Gil Vicente
mos condicionados pelos apoios para reunir outros grupos na programação, mas
já temos um festival com tradição e que
todos conhecem”, refere António Pedro.
O presidente da direção da EDMV
lamenta, contudo, a redução do apoio fi-
Pedro Chagas Freitas
encontrou leitores
na Biblioteca de Fânzeres
Escritor tem mais de 20
obras publicadas
Pedro Chagas Freitas foi jornalista,
Foto PSF
“Queres Casar Comigo Todos os
Dias?”, “Prometo Falhar”, “In Sexus Veritas”, “Ou é Tudo ou Não Vale Nada” e “Eu
Sou Deus” são algumas das obras do escritor Pedro Chagas Freitas. O autor convidou os leitores a conhecerem melhor os
seus livros na Biblioteca de Fânzeres.
O momento de confraternização proporcionado pela União de Freguesias de
Fânzeres e São Pedro da Cova serviu para
as fãs esclarecerem algumas dúvidas e trocar opiniões com o escritor. Pedro Chagas
Freitas prometeu “retirar ideias do encontro para escrever novas histórias”.
A iniciativa lotou o espaço fanzerense
e foi moderado por Maria José Cardoso,
responsável pelas iniciativas culturais do
executivo da União de Freguesias.
FETAV continua a 7 de maio
O próximo espetáculo do FETAV realiza-se no dia 7 de maio. O Grupo Dramático e Recreativo de Retorta traz a
cena a peça “Mulheres”. O espetáculo tem
início às 21h30, na Escola Dramática e
Musical Valboense. ■
Músicos defendem
património industrial
de São Pedro da Cova
Foto PSF
O escritor Pedro Chagas Freitas realizou a 9 de abril um
encontro com leitores na Biblioteca de Fânzeres.
nanceiro da Câmara Municipal de Gondomar. “Em 2015, referente ao FETAV
de 2014, recebemos cinco mil euros da
autarquia. Este ano vamos receber apenas
1855 euros”, explica ao Vivacidade.
A escassez de apoios e patrocinadores
levou a direção a ponderar a cobrança de
“um valor simbólico” pelos espetáculos
do FETAV, no entanto, “rapidamente percebemos que não seria adequado”, acrescenta António Pedro.
O dirigente assume como objetivo
principal para o atual mandato o “sonho
de reativar o grupo de teatro da EDMV
e chamar mais gente à Escola”, diz o dirigente depois de queixar-se sobre a “excessiva preocupação da direção anterior
com a imagem exterior da associação”.
“Esta direção tem tentado dinamizar
a EDMV, mas não é fácil. Os 400 sócios
que temos são idosos e temos um número
de sócios com menos de 40 anos muito
reduzido. Não houve um rejuvenescimento dos associados e esta direção está
a tentar inverter essa tendência”, conclui
António Pedro.
Cinco bandas vão unir-se para
um concerto de homenagem
aos antigos trabalhadores das
minas de carvão de São Pedro
da Cova. O concerto realiza-se
a 23 de abril, junto ao Cavalete
do Poço de São Vicente.
guionista, operário fabril, barman, nadador salvador, jogador de futebol, entre
muitas outras profissões. O autor orienta
“desorientadas sessões de escrita criativa”
por todo o país. Gosta de gatos, cães e pessoas. Não gosta de eufemismos e de bacalhau assado. ■
Quarenta anos após o encerramento da
exploração mineira de carvão em São Pedro
da Cova, a memória e o património industrial são as marcas históricas deixadas na
freguesia. Há cada vez menos mineiros para
recordar as histórias e o Cavalete do Poço de
São Vicente e o antigo complexo mineiro de
São Pedro da Cova, classificados como Monumento de Interesse Público, continuam
sem um projeto que torne possível a criação
de um espaço museológico naquela zona
histórica.
Assim, a 23 de abril, pelas 21h30, junto
ao Cavalete do Poço de São Vicente, em São
Pedro da Cova, cinco bandas de música reúnem-se para dar um concerto que visa uma
homenagem aos antigos trabalhadores das
minas de carvão da freguesia, bem como
alertar para a necessidade urgente de proteger e recuperar o património industrial de
São Pedro da Cova.
A iniciativa tem o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova.
Vão atuar as bandas “Os Stukas”, “Domingos & Samorais”, “Super Pock”, “Comer
Tatu é Bom”, “Sleep Walkers” e está prevista
uma atuação final em conjunto. ■
22 VIVACIDADE ABRIL 2016
Cultura
Luís Aleluia e Noémia Costa inauguram
Festival de Teatro de São Pedro da Cova
A 6ª edição do Festival de Teatro de São
Pedro da Cova já tem cartaz fechado. Os
atores Luís Aleluia – reconhecido como “o
menino Tonecas” – Noémia Costa e Joana
Figueira vão levar à cena, a 7 de maio, a
comédia “Absolutamente Fabulosos”, no
palco da Cripta da Igreja de São Pedro da
Cova. O espetáculo inaugura o conjunto
de cinco sessões que se prolongam até ao
dia 4 de junho.
“O Festival de Teatro é sempre um momento cultural importante nesta freguesia. São cinco sessões de teatro e intensa
vida cultural, por isso convido todos a saírem de casa e a renunciarem ao sofá”, diz
Fernando Rosas, pároco de São Pedro da
Cova.
Em 2015, a União de Freguesias de
Foto PSF
A comédia “Absolutamente
Fabulosos”, interpretada por
Luís Aleluia, Noémia Costa e
Joana Figueira vai abrir o VI
Festival de Teatro de São Pedro da Cova no dia 7 de maio.
Cartaz do VI Festival de
Teatro de São Pedro da
Cova:
7 de maio - “Absolutamente Fabulosos”, por Luís Aleluia, Noémia Costa e
Joana Figueira;
14 de maio – “O Inspector”, pelo
Grupo Independente de Gaia;
21 de maio – “Falando de Cartos”,
pelo Grupo de Teatro Atlantida de
Matamá (Espanha);
28 de maio – “A Grande Máquina”,
pelo Grupo Paroquial de Teatro de
São Pedro da Cova/Orfeão de São
Pedro da Cova;
> Padre Fernando Rosas e Maria José Cardoso no Salão Paroquial
Fânzeres e São Pedro da Cova
associou-se à organização do
evento e deu novo impulso à
iniciativa. “Para a União de
Freguesias a cultura tem uma
primazia no nosso mandato.
Entendemos que devemos levar
a cultura a toda a população, a
preços económicos, e este Fes-
tival enquadra-se nessa estratégia”, explica Maria José Cardoso, secretária do executivo da
União de Freguesias.
“No ano passado passaram
pelo Festival de Teatro cerca de
300 pessoas por espetáculo e,
este ano, há condições para termos mais pessoas porque acresPUB
centamos mais uma data à programação”,
admite o padre Fernando Rosas.
Os bilhetes para os espetáculos já estão à venda na Junta de Freguesia de São
Pedro da Cova e na Paróquia da freguesia. Está disponível um passe para as cinco
sessões (12 euros). Os bilhete único para o
espetáculo inaugural custa cinco euros. A
entrada nas restantes sessões fica por três
euros. ■
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VIVACIDADE ABRIL 2016 23
Política
O que pensam os autarcas
locais sobre o 25 de abril?
Daniel Vieira, PCP, presidente da
União de Freguesias de Fânzeres e
São Pedro da Cova:
“Abril é liberdade, é transformação,
é sonho! Abril é esperança. Esperança
na justiça social, no emprego com direitos, na saúde e educação públicas de
qualidade. Abril é cultura e desporto
para todos. É paz! Abril é participação.
É o poder local democrático ao serviço das populações. E por ser tudo isto,
Abril é presente e é futuro! É agora.
Que se cumpra Abril. Que se faça um
Abril novo.
Em Fânzeres e São Pedro da Cova
daremos especial atenção às comemorações populares do 25 de Abril, sendo
um momento privilegiado de participação e envolvimento do movimento
associativo, das escolas e das forças
vivas”. ■
Marco Martins, PS, presidente
da Câmara Municipal de Gondomar:
“O 25 de Abril de 1974 não teve
reflexos diretos na minha vida pessoal porque nem sequer era... nascido. Sem brincadeira, o 25 de Abril de
1974 teve reflexos diretos na vida de
todos nós, quer naqueles que viveram
a revolução, quer naqueles que, como
eu, beneficiaram dela. E o maior benefício, para mim, é poder responder
tão naturalmente quanto me é possível a esta pergunta. Parece que não é
nada, mas é imenso”. ■
Isidro Sousa, PS, presidente da
União de Freguesias de Foz do Sousa
e Covelo:
“Já lá vão 42 anos em que a história
do nosso País mudou, numa mudança
radical. Éramos um País onde não se
podia dizer nada e, felizmente, passamos a puder dizer quase tudo, graças aos
corajosos militares que estavam ao serviço do nosso País, e que tiveram a inteligência de provocar o derrube de um
regime governativo. Hoje vivemos num
País onde se respira liberdade, mas devemos ter cuidado ao usar esse direito,
sem atropelar a liberdade dos outros”. ■
Nuno Coelho, PS, presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte:
“O 25 de Abril não é, nem nunca será,
só uma data histórica ou um feriado. É
preciso relembrar o que foi e o que é o 25
de Abril: liberdade que possibilitou o progresso. O reconhecimento do poder local,
bem como da importância e autonomia
das autarquias, com eleições livres e universais vieram alavancar o envolvimento
das populações na política e nas decisões
a tomar para o desenvolvimento local das
comunidades. Daí até aos dias de hoje,
Baguim do Monte experimentou o maior
desenvolvimento jamais ocorrido e conseguiu afirmar-se como uma comunidade autónoma, com costumes e tradições
próprias e capaz de delinear e decidir o
seu próprio caminho de desenvolvimento.
Se mais não fosse, enquanto baguinenses
também devemos isto ao 25 de Abril de
1974 e a todos quantos o concretizaram”. ■
José Andrade, PS, União de Freguesias de Melres e Medas:
“O 25 de Abril completa-se com uma
política de competência e responsabilização, nivelando os desempenhos por
cima, e criando círculos eleitorais onde
imperem os líderes locais de sucesso no
trabalho com as suas comunidades, ao
contrário dos escolhidos pelos partidos
numa lógica meramente monárquica ou
senão, desafiem os partidos que clamam
a democracia, a listar os nomes dos seus
responsáveis desde 1974 e verifiquem
quantas vezes se repetiram, se repetem e
repetirão nos cargos de responsabilidade.
Vivemos num tempo em que a democracia não conseguiu transpor as antigas
muralhas de Lisboa e onde os Portugueses sentem que, Lisboa está para a Europa
como as Freguesias para Lisboa”. ■
Nuno Fonseca, PS, presidente da
Junta de Freguesia de Rio Tinto:
“O 25 de abril sempre foi para mim
uma data muito significativa e marcante. Desde jovem que tenho uma estreita ligação à Associação 25 de Abril,
sendo membro da direção da Delegação do Norte. Como cidadão que já
nasceu após a Revolução dos Cravos,
a data continua a ter para mim uma
importância fundamental, até porque
a cada dia que passa sentimos que precisamos de aprofundar a democracia e
protegê-la para que aos poucos não se
vão perdendo as conquistas que fizemos e que nos distinguem como país e
como povo”. ■
José António Macedo, PSD,
União de Freguesias de Gondomar
(São Cosme), Valbom e Jovim:
“Falar no 25 de abril de 1974 é lembrar o direito que conquistámos para
diariamente exercermos a democracia, para nos expressarmos de forma
livre, sem receios e com esperança
num futuro melhor. Falar de Abril em
2016 é celebrar não só os 42 anos da
Revolução dos Cravos, mas também
os 40 anos da Constituição da República Portuguesa. São duas datas importantíssimas da nossa história e que
marcam a conquista e a garantia dos
direitos e liberdades fundamentais dos
cidadãos portugueses. Falar do 25 de
abril é, como sempre digo, estar junto
das pessoas e com as pessoas!”. ■
Rui Vicente, PS, presidente da Junta de Freguesia da Lomba:
“Não presenciei a revolução mas
gostava muito de ter participado no 25
de Abril de 1974. Todos reconhecem,
de uma forma ou de outra, que o 25 de
Abril representou um salto no desenvolvimento político-social do país.
Depois do 25 de Abril passou a haver
mais partidos políticos, passou a haver
liberdade de opinião, deixou de haver
a PIDE, a Guerra Colonial acabou, homens e mulheres passaram a ter os mesmos direitos e muitas mais outras coisas
mudaram. Hoje, todos temos acesso à
liberdade, à educação, à saúde, à democracia e muito mais, graças à Revolução
dos Cravos”. ■
24 VIVACIDADE ABRIL 2016
Destaque
Histórias de Abril: em Gondo
da Revolução dos Cravos po
O 25 de Abril de 1974 mudou
a vida dos portugueses. Trouxe liberdade, democracia e direitos, acabou com um regime
ditatorial que vigorava há 41
anos, a Guerra do Ultramar
e as prisões políticas. Mudou
Portugal. Em Gondomar, ainda há histórias por contar de
quem viu, apoiou e sentiu a
Revolução dos Cravos. José
Ricardo, Modesto Martins e
Luiz Gonzaga fazem parte
dessa lista de testemunhas e
também eles são homens de
Abril.
Texto: Pedro Santos Ferreira
Em abril de 1974, dia 25, pelas
22h55, era transmitida pelos Emissores
Associados de Lisboa a primeira senha
que colocava em marcha um grupo de
militares que se opunham ao regime ditatorial do Estado Novo. “E depois do
Adeus”, do músico Paulo de Carvalho,
marcou o início da Revolução dos Cravos, “Grândola Vila Morena”, de Zeca
Afonso, confirmou o golpe, Joaquim
Furtado leu o primeiro comunicado do
Movi-
mento das Forças Armadas (MFA) ao
país e, ao final do dia, Marcello Caetano rendeu-se no Quartel do Carmo, em
Lisboa.
Caía a ditadura, levantava-se a liberdade, festejada pelos portugueses, em
Portugal e no mundo.
Hoje, 42 anos após a Revolução, ainda há relatos por contar do Dia da Liberdade. Em Gondomar, o Vivacidade
descobriu três testemunhas de Abril,
três homens que discordaram do regime
ditatorial, três vidas que mudaram com
o movimento dos Capitães de Abril.
“Havia um sentimento de
incerteza no Largo do Carmo
porque os militares não
sabiam o que se estava a passar no resto do país”
Onde estava no 25 de Abril de 1974?
“Estava lá, no Quartel do Carmo, em
Lisboa”, responde José Ricardo. Nascido
e criado em Coimbra, o atual coordenador-geral do Centro Social de Soutelo
recorda o primeiro contacto com a “diferença de opinião”. Ainda adolescente
viria a deparar-se com um cartaz afixado na aldeia onde morava com as frases: “Salazar deve morrer. Não faz falta
à Nação!”. “O autor da frase”, conta, “foi
preso por ter na sua posse esse panfleto,
mas, em sua defesa, disse ao juiz que tinha-se esquecido de pontuar o panfleto.
Assim sendo, o que o panfleto devia dizer era: “Salazar deve morrer? Não, faz
falta à Nação”. Para um miúdo de oito
anos, como eu, este acontecimento permitiu-me perceber que existia a possibilidade de discordância e que era possível pensar de outra maneira”, lembra
José Ricardo.
Por diversas circunstâncias da vida,
mudou-se com a família para a Marinha
Grande, Leiria, onde viria a formar-se.
Aos 17 anos foi trabalhar para uma fábrica de plásti> José
cos e teve o
Ricardo, 65
pr imeiro
anos
c ont a c to
com a Juven-
tude Operária Católica (JOC), organização que viria a integrar. “As reuniões
da JOC partiam sempre da leitura de
textos bíblicos. Isso deu-me oportunidade de contactar com outros membros
que tinham mais experiência e ligação à célula nacional da organização,
membros com uma maior consciência
política e outro tipo de envolvência no
próprio movimento. Foi aí que comecei
a perceber que podíamos fazer reuniões
de outra maneira, com a possibilidade
de discutirmos problemas dos jovens
operários, que era o nosso caso”, conta
José Ricardo.
Mais tarde, em 1970, viria a dedicar-
se à distribuição do jornal “Juventude
Operária” nas fábricas locais. A distribuição valeu-lhe a primeira repreensão
do patrão apesar de agir “sempre dentro
do limite legal”. Em Portugal acentuavase a ideia de liberdade, “sobretudo nos
jovens”.
A Guerra do Ultramar não passou
de uma ameaça e José Ricardo conseguiu “escapar” à mobilização para as
ex-colónias portuguesas. “Era contra
a Guerra. O meu pai possibilitou-me a
capacidade de dar o salto para França,
onde tinha família, mas não o fiz. Preferi ir para a tropa, dar o meu melhor
e garantir a recruta em Portugal. Acabei por ficar nas Caldas da Rainha, mas
fiz a especialidade na Póvoa de Varzim.
Depois iria regressar a Lisboa, onde fiquei destacado perto da Direção-Geral
da JOC”, diz ao nosso jornal.
“Na JOC tínhamos um grupo exclusivo de militares. A saída das Caldas da
Rainha foi discutida num seminário,
em Coimbra, entre o 16 de março e o 25
de abril de 1974. Sabíamos que algo ia
acontecer depois disso, mas não sabíamos quando. Contudo, decidimos colaborar com o movimento de oposição”,
recorda.
O que estava para acontecer, aconteceu, em Lisboa e no resto do país. No
dia da Revolução dos Cravos, José Ricardo foi acordado pela mulher em sobressalto: estava a decorrer uma revolução, ouvira na rádio. “Vesti-me, formei
um grupo de colegas da JOC e fui para
o Largo do Carmo. Lá, havia um senti-
VIVACIDADE ABRIL 2016 25
omar há relatos
or contar
mento de incerteza porque os militares
não sabiam o
> Modesto
Martins, 80
que se pasanos
sava no
resto do
país”, começa por
lembrar.
José Ricardo assistiu às movimentações, entradas e saídas do Quartel do
Carmo, ao tiroteio ordenado por Salgueiro Maia e à saída de Marcello Caetano na chaimite, após entregar o poder
aos generais Spínola e Costa Gomes.
Ainda hoje, em entrevista, José Ricardo emociona-se a recordar o momento histórico, a alegria da população, o entusiasmo nas ruas, a liberdade.
“Sinto que dei a minha pequena contribuição para o 25 de Abril, através da
JOC. Hoje, 42 anos depois, considero a
educação uma das principais conquistas
dessa data porque foi graças ao meu pai,
que me possibilitou a oportunidade de
estudar, que encontrei uma forma de
ganhar consciência política”, conclui
José Ricardo.
“Fazia-me espécie não
podermos falar em liberdade”
Modesto Martins estava em Por-
to Alexandre, atualmente designada
Tômbua, Angola, no dia 25 de Abril de
1974. Apesar da distância, as notícias
da Revolução não tardaram a chegar e
também nas ruas de Angola gritou-se
liberdade.
Porém, o gondomarense de Melres,
hoje com 80 anos, viveu 38 anos em
ditadura, situação que não nega, nem
esquece. “Vivemos uma ditadura de 40
anos e isso é inegável. A mim fazia-me
espécie não podermos falar em liberdade. Eu era um jovem e não gostava de
ser reprimido”, admite Modesto Martins.
Na memória está também um pequeno contributo para a campanha do
General Humberto Delgado durante
as eleições presidenciais de 1958. “Eu
tinha 21 anos e já podia votar. Passei à
porta da sede de candidatura do General Humberto Delgado, no Porto, e fui
recebido por Mário Cal Brandão. Disselhe que em Melres quem mandava era
o presidente da Junta e o padre da paróquia da freguesia. Ele respondeu-me
que precisava de mais moços como eu,
deu-me um cartão e enviou-me à procura do Albino Araújo. Foi dessa forma
que tive uma procuração passada pelo
General Humberto Delgado para ser
delegado na mesa de voto no dia das
eleições presidenciais”, recorda.
Na década de 60, o gondomarense
mudou-se para Angola e foi “à procura
de uma vida melhor”. Em Angola acompanhava as notícias de Portugal, mas
só regressaria ao país em 1976, após o
25 de Abril. Ao Vivacidade, admite que
nunca sentiu consequências da Guerra
do Ultramar até “começar a ouvir tiros
dos movimentos de libertação angolana”. No Dia da Liberdade veio para a rua
festejar a queda do regime fascista.
A Revolução tornou-o um “retornado”, palavra que não gosta de utilizar
por ter “uma conotação negativa”. “Acabei por deixar tudo em Angola e perdi
o que tinha durante o processo de descolonização. Não choro o que perdi e
festejei a Revolução. Era necessário impor a mudança, apesar de ter provocado
algumas injustiças, sobretudo com os
portugueses que estavam nas colónias”,
afirma a testemunha de Abril.
Ao Vivacidade, Modesto Martins assume a data como um “momento marcante e inesquecível nas memórias de
quem a viveu”.
“Nunca perdoarei à ditadura a
ignorância em que me deixou
até ao 25 de Abril”
Luiz Gonzaga veio de Bragança para
Gondomar. Foi um dos fundadores do
Centro Social de Soutelo e tinha 32 anos
no 25 de Abril de 1974. “Em Bragança
não se falava do Estado Novo nem do
Salazar. A política não existia para os
jovens de Bragança e era uma realidade
muito distante. Nunca perdoarei à ditadura a ignorância em que me deixou até
ao 25 de Abril. Contudo, o meu pai era
um homem com intensa atividade associativa e isso deixou-me influências,
nomeadamente institucionais”, afirma
Gonzaga.
Entre 1966 e 1969 foi mobilizado
para Moçambique, onde conheceu Salgueiro Maia, capitão de Abril. “Quando
soube que ele tinha sido um dos principais responsáveis pela Revolução fiquei
muito contente. Mais tarde transmitiu-me a ideia que não estava satisfeito
com a forma como as coisas estavam a
> Luís
Gonzaga, 72
anos
correr durante o PREC e afastou-se do
mediatismo por opção própria. Era um
homem com capacidade de liderança,
bem formado e com uma grande componente social”, recorda Luís Gonzaga.
“Nunca senti a influência da PIDE
e nunca fui incomodado, no entanto,
sabíamos que durante o Estado Novo
mais de duas pessoas era ajuntamento
e isso condicionava a nossa liberdade.
A Revolução trouxe-nos liberdade e
naquele dia nunca mais acabou a festa”,
finaliza. ■
26 VIVACIDADE ABRIL 2016
Política
Francisco Louçã e Marco Martins
debateram Abril em Gramido
Texto: Rui Barbosa
> Luís Filipe Araújo fez a introdução do debate
de 1974 não foi o fim da ditadura mas,
antes, a revolução que depois surgiu”. E,
como exemplo, referiu a luta democrática
que se espalhou por todo o país, passando pelas autarquias, escolas e fábricas.
Comparando as dificuldades da democracia a uma “simples” reunião de
condóminos, o palestrante disse que
“hoje ainda há muitas razões para haver revolta”. Admitindo a possibilidade,
genericamente defendida, de Portugal
ser “um país de gente pacífica”, Francisco Louçã deixou, ainda assim, um aviso:
“Cuidado com o povo... Já fez uma revolução... Pode, até, vir a fazer outra.”
Marco Martins, Presidente da Câmara
de Gondomar, não “viveu” a “Revolução
dos Cravos”. Assim como Pedro Ferreira,
jornalista do “Vivacidade” que moderou
o debate. Mas, salientaram os dois, foi
essa mudança que permitiu, agora, a realização destas conversas. E a participação
de ambos nas mesmas...
“Gostava de ter vivido esses tempos.
Não pelos sacrifícios impostos, mas pela
vontade que, acredito, teria de lutar e
combater contra o que considero injusto”, disse o presidente da Câmara de
Gondomar. Marco Martins acredita que,
precisamente pela idade, “cabe aos jovens
terem ainda mais responsabilidade em
defender e promover os valores do 25 de
Abril”.
Dos muitos assuntos em que houve
plena acordo entre os dois participantes
na conversa, a (quase) única discordância
centrou-se no voto. Marco Martins disse
Joaquim Furtado e Fernando Alvim completaram as
“Conversas”
O jornalista Joaquim Furtado e o
radialista Fernando Alvim completaram o painel de convidados da
presente edição das “Conversas
de Abril”. O primeiro passou pela
Biblioteca Municipal de Gondomar
e o segundo esteve no Centro Cultural de Rio Tinto.
> Joaquim Furtado e Luís Filipe Araújo
Foto DR
sua mais recente (e notória) intervenção
pública tem sido feita enquanto comentador televisivo. E, mais recentemente,
como membro do Conselho de Estado.
Numa palestra que “passeou” por
quase todo o mundo – abordando assuntos tão distintos como a “Revolução
dos Cravos”, o “impeachment” no Brasil,
a situação dos refugiados, as imposições
económicas da Troika ou, até, a Sísifo e
a Mitologia Grega –, Francisco Louçã
proporcionou uma verdadeira aula de
História.
Na Mitologia Grega, Sísifo, pastor de
ovelhas, era considerado o mais astucioso
entre todos os mortais. Naquelas histórias com mais capítulos que qualquer das
melhores novelas, Sísifo é “condenado” a
empurrar uma pedra até o lugar mais alto
da montanha. Só que, previsivelmente, e
como castigo por querer enganar os deuses (e a morte), a pedra voltava a rolar e
regressava à base. E Sísifo, mais uma vez,
tinha que repetir a tarefa. Eternamente...
Foi este o mito que Francisco Louçã
usou para retratar a situação de Portugal. E, em paralelo, considerar que as
conquistas de Abril se devem atingir de
forma repetida. Com esforço. Tal como
aconteceu com Sísifo.
“Para Sísifo o esforço era inútil... Acho
que, para nós, não o é. São sempre novas
conquistas que se alcançam!”, defendeu
Francisco Louçã. “Somos um país com
muito passado, mas com pouca memória”, afirmou Francisco Louçã, defendendo que “o mais interessante do 25 de abril
que o voto “deveria ser obrigatório”. Francisco Louçã considera que tal opção “não
iria resolver os problemas”.
De resto, nas inúmeras questões já
no final colocadas pelo público presente,
ficaram as críticas de Francisco Louçã à
“ditadura financeira” da Europa, à “errada
política de refugiados” e, até, à situação
da Justiça em Portugal. “Não concordo,
de forma alguma, com uma justiça que,
por vezes, é ‘feita’ nas primeiras páginas
dos jornais”. É que, rematou, “o jornal
‘Correio da Manhã’ não pode ser o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal...”
Nestas “Conversas de Abril” participaram, já, Otelo Saraiva de Carvalho,
Marisa Matias, Gabriela Canavilhas, Ilda
Figueiredo, Paulo Ferreira da Cunha,
Francisco Assis, Nuno Morais Sarmento,
Joana Amaral Dias, Rui Rio e Fernando
Gomes. ■
Foto PSF
Francisco Louçã foi o convidado de
mais uma “Conversa de Abril”. O conhecido político, professor e comentador esteve na Casa Branca de Gramido naquela
que foi a segunda conversa de um ciclo
que já se realiza pelo terceiro ano consecutivo.
Este ciclo de conferências, promovido
pela Câmara de Gondomar, trouxe, na
presente edição, os depoimentos e as vivências de Joaquim Furtado (4 de abril),
Francisco Louçã (11 de abril) e de Fernando Alvim (18 de abril).
Luís Filipe Araújo, vice-presidente da
Câmara Municipal de Gondomar, destacou o facto de, com estas “conversas”, se
pretender dar a conhecer as opiniões e
experiências de várias pessoas, de diferentes quadrantes políticos e com distinta intervenção cívica. “São conversas que
servem para refletir e para se fazer um
balanço das conquistas de Abril”, disse
Luís Filipe Araújo. Conquistas que, realçou, “não devem ser esquecidas”.
E precisamente para evitar tal esquecimento, na “Conversa” de 11 de abril
juntaram as opiniões de Francisco Louçã
e de Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar – que, em
solução de recurso, supriu a ausência da
presença anunciada de Pedro Marques
Lopes (que faltou por questões pessoais).
Nascido em Lisboa, economista de
formação, Francisco Louçã foi deputado, elemento ativo do Bloco de Esquerda
e é professor de Economia na Universidade de Lisboa. Autor de vários livros, a
Foto RB
Contra as “ditaduras financeiras” da Europa, contra a “errada política de refugiados” e, até,
contra “uma justiça ‘feita’ nas
primeiras páginas dos jornais”,
Francisco Louçã foi o convidado das “Conversas de Abril”,
iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Gondomar.
A “Revolução dos Cravos” faz
já parte do passado, mas há
sempre novas conquistas a
atingir, disse Francisco Louçã,
defendendo que deveremos ser
um país com mais memória...
> Fernado Alvim e Luís Filipe Araújo
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28 VIVACIDADE ABRIL 2016
Política
Gondomar, Paredes e Valongo formalizaram
Parque das Serras do Porto
> Celso Ferreira, Marco Martins e José Manuel Ribeiro
todo o Norte do país, como destino turístico”, afirmou Marco Martins, explicando
a abrangência do conceito e do alcance da
denominação Parque das Serras do Porto.
O autarca considerou que o futuro
do projeto depende do “empenhamento
e dedicação de cada um de nós”, referindo-se aos autarcas, e defendeu a necessidade de “passar à ação”, “sem ilusões”. Por
fim, Marco Martins recordou ainda que o
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Foto DR
Marco Martins, Celso Ferreira e José
Manuel Ribeiro, presidente dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo,
formalizaram a constituição do Parque
das Serras do Porto. O projeto engloba as
serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Flores,
Santa Iria e Banjas, numa área de cerca de
seis mil hectares e integra uma zona com
elevado potencial económico, cultural e
ambiental.
Há cerca de dois anos, quando os atuais
presidentes de Câmara dos três municípios
assumiram o “Pulmão Verde”, a iniciativa
teria que ser “mais do que um conjunto de
intenções, ou um somatório de vontades”,
afirmou o edil gondomarense. “Hoje o que
todos nos temos de fazer passar é a marca
Porto, Porto como região, como capital de
Foto DR
A escritura de constituição da
associação de municípios Parque das Serras do Porto foi celebrada no dia 18 de abril, no
Museu Mineiro de São Pedro
da Cova.
> A cerimónia realizou-se no Museu Mineiro de São Pedro da Cova
projeto Parque das Serras do Porto só terá
efeitos práticos “daqui a meio ano”.
José Ribeiro considerou a escritura
“um primeiro passo” e recordou a infância
“nestas serras”. “Estamos a abrir uma caixa
de Pandora que nunca mais ninguém conseguirá fechar”, garantiu o presidente do
Município de Valongo, “porque este passa
a ser um dos maiores ativos da Área Metropolitana do Porto”.
Já Celso Ferreira, de Paredes, enalteceu
a dimensão do projeto à escala da AMP, só
comparável ao Metro do Porto, segundo
o autarca que apelou ainda à abertura do
“Pulmão Verde” à sociedade civil.
O Parque das Serras do Porto, que se
vai desenvolver ao longo de décadas, prevê a requalificação de uma vasta área de
cerca de seis mil hectares e lança as bases
da criação de uma unidade para a região. ■
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VIVACIDADE ABRIL 2016 29
Política
Gondomar prepara
candidatura para alargar
saneamento
O presidente do Município de Gondomar quer que “em breve” a rede de saneamento atinja “números muito próximos
dos 95%”. A garantia do autarca foi dada à
margem do II Encontro de Educação Ambiental, realizado na Sala D’Ouro do Multiusos de Gondomar.
Em declarações à agência Lusa, Marco
Martins disse estimar que o investimento
necessário ronde os cinco milhões de euros, projeto que será “consensualizado” que
com a concessionária da rede no concelho,
a Águas de Gondomar, com recurso a fundos comunitários.
Atualmente, Gondomar tem uma co-
Foto Arquivo Vivacidade
A Câmara de Gondomar anunciou a 8 de abril a intenção de
alargar a rede de saneamento
para “números muito próximos dos 95%”. Segundo Marco
Martins, está a ser preparada
uma candidatura que visa o
Alto Concelho e São Pedro da
Cova.
PUB
bertura de saneamento de 85% e a candidatura que está a ser preparada envolve as
zonas de Foz do Sousa, Covelo, Medas e
Melres, bem como, na zona urbana de São
Pedro da Cova, cerca de 500 habitações da
encosta da Bela Vista que surgiram no passado de forma ilegal, existindo casos que se
arrastam há 30 anos.
O autarca aproveitou ainda a presença
de Matos Fernandes, ministro do Ambiente, para recordar três “grandes projetos”
que estão em curso no concelho. Marco
Martins destacou a constituição do “Pulmão Verde”, a colocação do intercetor no
rio Tinto e o alargamento da rede de saneamento que quer alargar. ■
Carro de Valentim Loureiro
continua à venda
Foto DR
Em maio, o Volvo S80 de 2006,
carro utilizado por Valentim
Loureiro durante o período em
que foi presidente da Câmara
de Gondomar, vai pela terceira
vez a hasta pública.
A Câmara Municipal de Gondomar
vai tentar vender, pela terceira vez, o carro
utilizado por Valentim Loureiro durante o
período em que o major foi presidente do
Município. O Volvo S80 de 2006, a gasóleo
e com 2400 cc de cilindrada, poderá ser
comprado por 3675 euros, em hasta públi-
ca, no dia 17 de maio, às 10 horas, no salão
nobre da autarquia.
A decisão foi aprovada na última reunião pública da Câmara de Gondomar,
realizada no edifício da Ala Nun’Álvares de
Gondomar a 13 de abril.
Marco Martins, edil gondomarense, explicou que o carro tem mais de 260 mil quilómetros e, há cerca de dois anos, precisou
de reparações no valor de cerca de 15 mil
euros, devido a “avarias sucessivas”. Para o
autarca o veículo será agora vendido a “preço de saldo”.
Recorde-se que em setembro do ano
passado, na segunda tentativa de venda, o
valor base de licitação eram 7500 euros. ■
30 VIVACIDADE ABRIL 2016
Política
OPINIÃO
> Goreti Teixeira, António Oliveira, Pedro Bacelar Vasconcelos e Augusto Flor, no painel
A Constituição da República Portuguesa, o poder local e o movimento
associativo e popular estiveram em
debate, no dia 2 de abril, no salão nobre do Centro Republicano e Democrático de Fânzeres.
O constitucionalista Pedro Bacelar Vasconcelos, o professor catedrático jubilado da Escola de
Direito da Universidade do Minho, António Cândido Oliveira, e o antropólogo Augusto Flor debateram a Constituição portuguesa no dia em que se
comemoraram 40 anos da aprovação do documento. A conferência foi moderada pela jornalista Goreti Teixeira.
Pedro Bacelar Vasconcelos inaugurou o encontro e considerou “essencial” reavivar a memória dos
portugueses sobre o Processo Revolucionário em
Curso (PREC), decorrido em 1975. “O que se passou entre 25 de abril de 1974 e 2 de abril de 1976 é
verdadeiramente extraordinário e deve ser alvo de
uma investigação séria”, considerou o constitucionalista.
Por sua vez, Augusto Flor começou por referir
que durante o Estado Novo “uma sessão destas era
impensável e seria considerada um ato subversivo”.
O antropólogo focou-se no subtema do encontro
– “O poder local democrático e o movimento associativo popular” – e caracterizou o espírito de associativismo “uma mais valia para todos nós”.
Já António Cândido Oliveira catalogou o processo democrático como “inacabado”.
A sessão foi promovida pelo Centro Republicano e Democrático de Fânzeres e a Comissão Promotora do 25 de Abril da União de Freguesias de
Fânzeres e São Pedro da Cova, em parceria com a
Câmara Municipal de Gondomar. ■
Foto PSF
É frequente nos contratos de empréstimo para compra
de habitação e, também nos de arrendamento, ser solicitada
a apresentação de fiador. Mas, ao se assumir ser fiador de
alguém, está a assumir-se o compromisso de pagar a dívida
caso o devedor não o faça.
Aceitar ser fiador deve ser uma decisão ponderada e
esclarecida quanto às obrigações que se assumem. Ao
tornar-se fiador o seu património está a ser dado como
garantia de uma dívida de terceiro pois fica obrigado
perante o credor a responder pelas dívidas do devedor, em
caso de incumprimento.
Se, em consciência, o consumidor aceitou ser fiador
e avaliou o impacto de tal decisão, deve assegurar-se
previamente de que no documento que vai assinar consta
que “não prescinde, do benefício de excussão prévia”. É
que, se prescindir de tal benefício, o credor pode optar logo
de início por indicar os seus bens (e não os do devedor) à
penhora.
Caso tenha essa indicação e, mesmo assim, a penhora
ocorra sobre os seus bens, o fiador pode opor-se se não
tiver ficado demonstrada a insuficiência do património do
devedor, ou seja, enquanto não estiverem executados todos
os bens do devedor principal para satisfazer da obrigação.
Muitos fiadores querem deixar de o ser, mas regra
geral, só poderão desvincular-se, se o credor e o devedor
estiverem de acordo. Mas é pouco provável que o credor
aceite a redução de garantias.
O fiador deve estar atento à informação que consta
na Central de Responsabilidades de Crédito relativa
ao crédito de que aceitou ser fiador. Esta é uma base de
dados, onde consta toda a informação individual sobre as
responsabilidades de crédito dos consumidores.
Resta muitas vezes ao fiador pagar a dívida, claro que
fica com o direito do credor sobre o devedor e pode exigir
a este o cumprimento da obrigação. Mas, na prática, se o
devedor não conseguiu pagar a dívida ao credor, muito
dificilmente a conseguirá pagar ao fiador, a menos que a
sua situação financeira sofra uma alteração significativa.
Foto PSF
O que acontece se surgir
uma situação de dificuldade
e o devedor deixar de pagar
o crédito à habitação.
Quem terá de pagar a dívida?
Constituição esteve em
debate no Centro
Republicano e
Democrático de Fânzeres
Para pedidos de informação e apoio em questões
de consumo e/ou de sobre-endividamento dirija-se à
Delegação Regional do Norte da DECO ou ao Gabinete
de Apoio ao Consumidor da Câmara Municipal
de Gondomar. A autarquia tem um protocolo de
colaboração com a DECO e presta apoio gratuito aos
munícipes. ■
> O debate realizou-se no Salão Nobre do Centro Republicano e Democrático de Fânzeres
VIVACIDADE ABRIL 2016 31
Município apresentou Rota da Filigrana
no Multiusos de Gondomar
Está aberta ao público a Rota da Filigrana. O mais recente produto turístico do
Município de Gondomar foi publicamente
apresentado no encerramento da Ourindústria. “Trata-se de um produto turístico que
quer levar os turistas às oficinas dos ourives
para dar a conhecer o processo produtivo
das peças. É um produto que entrou bem no
ouvido das pessoas e sinto que havia necessidade de um produto deste género”, começa
por dizer Carlos Brás, vereador do Turismo
da Câmara Municipal de Gondomar.
O projeto arranca com sete parceiros ligados ao setor da ourivesaria: CINDOR, AC
Filigranas, António Marinho, ARPA, Conceição Neves, J. Monteiro de Sousa & Filhos,
Lda. e Topázio.
Contudo, ressalva o vereador, a Rota é
“um produto dinâmico”, aberto às candidaturas de novos parceiros. “A Rota continua
aberta a todos os filigraneiros que queiram
participar. É um produto dinâmico porque
cada um dos parceiros tem uma realidade
Foto DR
A Rota da Filigrana foi apresentada no dia 20 de março durante o encerramento de mais
uma edição da Ourindústria,
no Multiusos de Gondomar.
Política
distinta”, afirma o autarca.
Ao Vivacidade, Carlos Brás destaca a
possibilidade de acompanhar o processo
produtivo dos ourives, além da oportunidade de contactar com “a verdadeira e genuína filigrana gondomarense”. “Quem vir o
processo de produção vai perceber melhor
o produto final e saber distinguir a filigrana
artesanal de outro tipo de filigrana”, refere o
vereador. Será também possível adquirir peças após as visitas. A Rota da Filigrana está,
segundo Carlos Brás, a “despertar o interesse
das operadoras turísticas” que têm já agendada uma Fam Trip para o dia 12 de maio.
“Os profissionais vão conhecer o nosso produto para depois poderem encaminhar-nos
os turistas interessados na Rota”, conclui o
autarca. A Rota da Filigrana é um produto
gerido pelo Turismo de Gondomar e tem na
Casa Branca de Gramido um posto de informações, designado “welcome center”. ■
Orçamento Participativo:
Rio Tinto reúne 17 propostas
Painéis de arte urbana, parques infantis, reabilitação de um parque infantil,
criação de estacionamento para bicicletas,
criação de um palco associativo, criação
de um estúdio de gravação para bandas,
construção de um ateliê para as lojas sociais, entre outras, são algumas das propostas apresentadas à 1ª edição do Orçamento Participativo (OP) da Junta de
Freguesia de Rio Tinto.
Para Nuno Fonseca, presidente da Junta, o número de propostas entregues – 17
– “superou as expectativas iniciais”. “Isto é
uma prova que a Junta de Rio Tinto tem
grande alcance. É importante referir que a
Câmara Municipal teve apenas 11 propostas na 1ª edição do OP e teve 19 propostas
na edição deste ano, das quais cinco eram
de Rio Tinto. A Junta, só nesta 1ª edição
do OP, conseguiu 17 propostas”, afirma o
Foto PSF
A 1ª edição do Orçamento
Participativo de Rio Tinto recebeu 17 propostas. A adesão
dos riotintenses “superou” as
expectativas do presidente da
Junta, Nuno Fonseca.
> Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto
autarca riotintense.
Segundo o presidente da Junta de Rio
Tinto, “as propostas dividem-se pelo território da freguesia e muitas delas são ideias
genéricas. Há três propostas de construção de parques infantis. Há ainda propostas que a Junta implementará mesmo que
não sejam vencedoras do OP”.
A próxima fase do OP - apreciação das
propostas – decorre até 30 de abril. “A votação realiza-se no dia 2 de maio. Até ao
dia 15 de maio há um período de reclamações e no mês de junho realizam-se as
votações. Segue-se o período de execução
da obra”, explica Nuno Fonseca.
O Orçamento Participativo da Junta de
Rio Tinto tem prevista uma verba de 10
mil euros. ■
32 VIVACIDADE ABRIL 2016
Política
VIVA SAÚDE
Paulo Amado*
Médico Especialista de Ortopedia e
Traumatologia
* Mestre em Medicina Desportiva
Coordenador da Unidade Medicina Desportiva e Artroscopia
Avançada do Hospital lusíadas Porto
Coordenador da secção do Pé e Tornozelo da SPOT
Diretor do Departamento Médico do Vitória SC
Membro do Bording Educacional Europeu da EFAS
Em reunião com a
Autoridade de
Gestão (AG)
do Programa
Operacional
Regional do
Norte 2020, o
Município de
Gondomar foi
confrontado, a
1 de abril, com
uma proposta de dotação
financeira de
15,5 milhões
de euros a atribuir a três dos
eixos fundamentais dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento
Urbano (PEDU): mobilidade, regeneração urbana e
comunidades desfavorecidas.
Segundo o Município, a proposta “não tem consi-
deração que Gondomar é o terceiro maior município
com população em cidades da Área Metropolitana do
Porto (AMP) e o quarto maior em população, sendo
que é o pior classificado da AMP do ponto de vista social e dos indicadores demográficos e o que tem maior
movimento pendular diário, do ponto de vista da mobilidade”.
“Tendo em
consideração
que esta proposta
questiona a lógica
metropolitana
e municipal,
o Município
de Gondomar
recusa manter
quaisquer convenções que
tenham por
base propostas definitivas,
sem que se
conheçam os
critérios utilizados”, esclarece o comunicado enviado à imprensa.
Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, classificou o processo de “vergonhoso e escandaloso”. ■
PCP debateu políticas
para o concelho
No dia 2 de abril, a Biblioteca Municipal de Gondomar recebeu a 11ª Assembleia Concelhia de Gondomar do
Partido Comunista Português (PCP).
CDU debateu “Cultura e Património
em Gondomar”:
Foto DR
Cerca de 80 delegados aderiram à 11ª Assembleia Concelhia de Gondomar do PCP. Cristiano
Castro, da Direção da Organização Regional do Porto (DORP) e responsável da organização concelhia
do partido, abriu a Assembleia a destacar “o esforço
realizado pela organização do PCP na preparação
da Assembleia, ao mesmo tempo que dava resposta
às exigências do quadro político, se empenhava no
esclarecimento dos trabalhadores e da população e
mobilizava uns e outros para a lutas concretas e por
uma sociedade mais justa e solidária”.
O encontro teve como objetivo principal a definição de “caminhos para superar as dificuldades e
constrangimentos”.
A encerrar os trabalhos, Jaime Toga, da Comissão Política do PCP, valorizou a reunião e o papel
decisivo das dezenas de militantes que assumem as
tarefas regulares do partido no concelho de Gondomar.
Durante a Assembleia foi também aprovada a
Resolução Política que faz uma análise à realidade
do concelho, à organização do PCP em Gondomar
e que aponta as linhas do partido para as principais
propostas para o concelho. ■
Foto DR
Grandes obras nascem de grandes oportunidades e, por vezes, o destino reserva-nos coisas positivas ou simplesmente, outras não acontecem. Se não tivesse surgido a oportunidade de se
construir um aeroporto como o que temos no Porto, ou mesmo
uma obra magnífica como a casa da Música, não seria hoje que
essa oportunidade surgiria. Às vezes uma grande obra nasce da
coincidência de fatores convergentes, por vezes, de um simples
ato ou uma feliz conversa no tempo certo e em “boa hora”. Tal
não aconteceu na altura em que se projetava o Hospital Universitário, que apenas por infeliz influência, não aconteceu onde
deveria ter nascido, sendo deslocalizado para um terreno distante, pouco acessível, com dimensões exageradas, enfim, todo
um conjunto de características que não favorecem a bonita obra
que nasceu, com enorme potencial, mas claudicante dos aspetos
já descritos. Bem tentei mudar o rumo do destino, mas sozinho,
sem influencia política (infelizmente preponderante na sociedade que vivemos), incapaz de contrariar outras opiniões, a obra
nasceu magnífica, noutro local para outro tipo de utentes.
Tudo isto porque, este domingo, passei junto dos terrenos
abandonados do antigo mercado de Rio Tinto junto à bonita
zona da Quinta das Freiras, com uns colegas meus, que elogiavam aquilo em que se tem transformado Rio Tinto, e questionaram-me porque estava com aspeto abandonado, o referido
terreno. Lá contei a minha história com os vários projetos por
vezes evocados sobre o que lá se iria construir. Torres de bairros?
(espero que nunca) parque municipal? Centro cultural? um hospital? E aqui deixei a minha opinião do que gostaria que tivesse
sido construído: um hospital, publico ou privado, com toda a lógica, com uma linha de autocarro a passar de um lado, comboio
por trás e metro pela frente. Que outro local em Rio Tinto ou até
mesmo no concelho de Gondomar tem a feliz convergência de
tantos transportes? Nenhum! Acrescendo o facto de que se situa
paredes meias com a cidade do Porto e com vias de comunicação
de excelência para todo o país. Questionava-me, o meu amigo,
presidente da Junta de Rio Tinto na altura, Dr. Marco Martins,
se justificaria ter um hospital privado em Rio Tinto? Acho que o
sucesso do Hospital de Alfena, construído num local sem acesso
de transportes tão significativo, com uma população local muito
menor, num local em que nada previa ter êxito, responde bem a
esta questão. Claro que sim Sr. presidente existem estudos que
bem comprovam a viabilidade de um projeto destes em Rio Tinto e, pessoalmente, naquele lugar, que assim continua abandonado, ferindo a paisagem, quiçá à espera de uma oportunidade,
ou uma feliz coincidência, que valorize a cidade e as suas gentes.
Até lá vamos vivendo.
Até breve, estimados leitores… ■
A Câmara de Gondomar considerou
“desarticulada e injusta” a proposta
de verbas a atribuir no âmbito dos
fundos comunitários do Portugal
2020.
Foto DR
Onde poderia estar um
Hospital... em Rio Tinto
Município considera “injusta”
proposta do Norte 2020
No dia 9 de abril a Casa Branca de Gramido,
Valbom, acolheu o debate “Cultura e Património
em Gondomar”. A iniciativa organizada pela CDU
Gondomar contou com os oradores Joaquim Barbosa, Ruben de Carvalho e Pedro Bragança.
VIVACIDADE ABRIL 2016 33
Hugo Santos:
Hugo
Santos,
atleta gondomarense de
24 anos, joga andebol no FC
Porto há já vários anos, sente
o clube como poucos e fez dos
obstáculos verdadeiras catapultas para alcançar o sucesso
na sua “tão querida” ponta-esquerda. Os dois momentos em
que foi emprestado a outros
clubes demonstraram
a sua enorme
quali-
dade e vontade de vencer,
sendo que o seu regresso
aos dragões acabou
por ser uma consequência disso mesmo.
Texto: Tiago Nogueira
Como foi a tua caminhada no FC Porto até à titularidade?
Hugo Santos (HS) - Nem sempre foi fácil, tinha um treinador muito exigente... Foi
complicado lidar com ele [Obradovic] principalmente no início, até ter a sua confiança,
que foi uma tarefa bastante difícil. Passei por
momentos menos bons, mas depois chegou
uma altura em que me senti realmente preparado para jogar mais tempo e estar presente
em mais momentos ao longo da época. Claro que a ajuda dos meus colegas também foi
fundamental para atingir esse estatuto.
E qual é para ti o significado de representar
o FC Porto?
HS - É um orgulho gigante, visto que
também sou portista desde pequenino e este
é o meu clube do coração. É sempre melhor
estarmos num clube em que nos identificamos com a cultura e onde sentimos verdadeiramente o símbolo que carregamos ao peito.
Tens a ambição de jogar no estrangeiro?
HS - Claro que toda a gente gostava de
experimentar outros patamares competitivos. Contudo, sinto que aqui em Portugal não
podia estar melhor. Estou perto da minha fa-
Desporto
“Só quero jogar no FC
Porto e fazer uma
carreira irrepreensível
com esta camisola”
começou a jogar no FC Porto e eu, com esse
acompanhamento assíduo, também despertei uma paixão pela modalidade e
comecei a praticar.
mília, da
min ha
namorada,
dos
meus
amigos e jogo no
melhor clube de todos
os tempos. Conquistamos sete campeonatos
seguidos e não poderia
estar mais feliz neste momento.
E jogar por outra equipa
em Portugal, é uma hipótese
para ti?
HS - Nunca digo nunca na
minha vida. Porém, no que depender de mim só quero jogar no
FC Porto e fazer uma carreira irrepreensível com esta camisola vestida.
E como é ser atleta de alta competição? Tiveste que abdicar de muita coisa?
HS - Claro que sim. O andebol requer
muita dedicação e não posso fazer certas
coisas que a maioria das pessoas faz. Tenho
que estar menos tempo com os meus amigos
e com a minha namorada do que aquilo que
realmente gostava. Conviver menos à noite.
Nem sempre é fácil conciliar a carreira desportiva com a minha licenciatura em Desporto, apesar de fazer um esforço para que tal
aconteça. Ser atleta de alta competição é isto,
também tem alguns pontos negativos, mas
faz parte da vida que escolhi.
Quanto à modalidade que te apaixona,
quando é que despertou a paixão pelo andebol?
HS - Tudo começou na companhia dos
meus dois irmãos. O mais velho, o Nuno,
também jogava no FC Porto e desde pequeno
que eu ia com o meu irmão do meio, o Pedro,
ver os treinos dele e começávamos lá a brincar... Entretanto, o próprio Pedro também
foi
E porque não o futebol? O que
fez a diferença?
HS - Apesar de também
gostar muito de futebol, convivia mais com o andebol e
acho que fui ganhando algum jeito para jogar. Aperceberam-se da minha
qualidade e hoje acho que
a melhor opção.
Sempre jogaste como
ponta-esquerda ao longo da tua carreira?
HS - Nas camadas jovens joguei sempre
como central, mas tenho noção que quanto
mais ia subindo - escalões e exigência competitiva - com o meu porte físico ia tornando-se cada vez mais complicado competir como
central. A partir dos Juvenis passei para a
ponta-esquerda e desde então continuo lá. É
totalmente diferente, mas agora sei que tomei
uma boa decisão e é onde me sinto melhor a
jogar andebol.
Queres falar-me um pouco da tua alcunha
de "penetra"?
HS - Isso já é um bocado do passado [risos]. Foi durante a minha formação. Por ser
pequenino e na altura jogar como central eu
conseguia ultrapassar os meus adversários
por espaços muito reduzidos, onde mais ninguém conseguisse passar.
Percurso:
- FC Porto desde os 7 anos de idade
- Vigorosa por empréstimo no escalão
de Juvenis
- No escalão de Juniores foi jogar pelos
Seniores do ISMAI
- Regressou ao FC Porto na temporada
de 2013/2014
Títulos:
4 Campeonatos Nacionais
1 Supertaça Portuguesa
1 Campeonato Olímpico Universitário
Entretanto já representaste a nossa seleção
nacional. Como foi o sentimento de receber
a primeira convocatória?
HS - É sempre muito bom ser chamado à
seleção portuguesa. Na altura não estava à espera, foi por uma infelicidade de um jogador
que costuma ser convocado. Foi um orgulho
gigante a minha primeira internacionalização
e acho que o nosso país tem ganho mais visibilidade no panorama internacional, sendo
que a excelente participação do FC Porto na
Champions também ajudou.
Tens algum ídolo no andebol?
HS – Todos temos os nossos ídolos. As
minhas grandes referências são o Uwe Gensheimer, ponta-esquerda do Rhein-Neckar
Löwen, e o Martin Stranovsky, um atleta eslovaco que também joga como ponta-esquerda.
Alguma vez jogaste por algum clube gondomarense?
HS - Não, nunca tive essa oportunidade.
Gostarias de ser mais reconhecido pela autarquia, uma vez que a Câmara Municipal
de Gondomar organizou uma Gala do Desporto e tu não estavas nomeado?
HS - Penso que todos gostamos de ser
reconhecidos pelos nossos méritos. Mas isso
não é uma prioridade para mim nem fico
desiludido com essa falta de reconhecimento
por parte da autarquia. No entanto, claro que
é sempre agradável sermos reconhecidos pela
terra onde crescemos e vivemos.
Como está a ser esta fase da tua carreira,
uma vez que te encontras lesionado?
HS - Nunca é fácil ficar de fora, muito
menos nesta altura pois estamos numa fase
de grandes decisões. No entanto, sei que estou próximo de voltar e estou a fazer muito
por isso.
Quais são, na tua opinião, as grandes
bases para teres alcançado este sucesso?
HS - As grande bases são a paixão, a qualidade do trabalho e, sem qualquer dúvida,
todo o apoio das pessoas que estão mais próximas de mim. Sem tudo isto era realmente
impossível. ■
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VIVACIDADE ABRIL 2016 35
Desporto
Clube Ornitológico de Gondomar
é referência na modalidade
P.
Equipa
1
Fafe
2
Vizela
3
Estarreja
18
4
Bragança
17
culdades em ceder-nos um pavilhão mas as
melhores alternativas seriam Fânzeres, São
Pedro da Cova, Valbom ou Jovim, na impossibilidade de regressar ao Multiusos. No
entanto, é essencial afastarmo-nos do rio”,
admite Amílcar Dias.
O Clube Ornitológico de Gondomar é o
maior clube ornitológico do país e tem 400
sócios criadores de aves. ■
5
Gondomar
11
6
Vilaverdense FC
11
7
FC Pedras Rubras
6
8
Anadia
5
Artur Lima | 39 anos, Matosinhos
5 medalhas conquistadas no 64.º
Campeonato do Mundo de Ornitologia
António Rosa | 52 anos, Póvoa de Varzim
12 medalhas conquistadas no 64.º
Campeonato do Mundo de Ornitologia
“O segredo para o sucesso é o conhecimento que vamos adquirindo ao longo
dos anos. Tentamos compensar as nossas
falhas e essa é a magia da criação. É um
orgulho pertencer ao Clube Ornitológico de
Gondomar que dá um grande apoio aos
seus criadores associados”
“Dei um abanão ao ranking mundial e ajudei a tornar Portugal uma potência mundial
ao nível dos Diamantes de Gold. Nasci na
Póvoa mas considero Gondomar a minha
segunda cidade. O Clube Ornitológico de
Gondomar ajudou-me a crescer”
Carlos Fernandes e Válter Cardoso
vencem 11.º Rali de Gondomar
Se o primeiro dia ficou marcado pela
adrenalina das corridas, o segundo acolheu
a entrega dos prémios aos vencedores. Apesar do tempo chuvoso, o Multiusos de Gondomar juntou umas dezenas de espetadores,
que resistiram até ao fim da
cerimónia. Carlos Fernandes e Válter Cardoso, ao volante
de um Mitsubishi
E V O
VI, arrecadaram o
primeiro prémio, enquanto Luís Mota e Alexandre Ramos, num Mitsubishi EVO VII, ficaram na segunda posição. A dupla formada
por Pedro Antunes e Alexandre Rodrigues,
que competiu com um Peugeot 208 R2, completou o pódio.
A décima primeira edição do Rali de
Gondomar contou com os percursos em
Gens e Covelo, mas apresentou uma novidade: um terceiro trajeto em Gens. Desta forma,
as alterações trouxeram mais dinamismo à
prova. O Rali voltou a apresentar-se na força
máxima, tendo sido um evento que contou
com a adesão de centenas de admiradores do
automobilismo. ■
Pontos
22
19
Próximos jogos (24/04):
vilaverdense FC - Gondomar
CNS - Fase
Manutenção - Série C
P.
Equipa
1
SC Salgueiros
35
2
Cinfães
27
3
Vila Real
27
4
Sousense
25
5
Tirsense
24
6
Amarante
7
SC Coimbrões
8
Sobrado
Pontos
Próximos jogos (24/04):
Sousense - Sobrado
Criadores de prestígio do Clube Ornitplógico de Gondomar
Nos dias 1 e 2 de abril, Gondomar recebeu a 11ª edição
do Rali de Gondomar, a contar para o Campeonato FPAK
Ralis e para a Taça Ralis FPAK
Terra. Este evento, organizado pelo Gondomar Automóvel
Sport, juntamente com o apoio
da Câmara Municipal de Gondomar, contou com centenas
de espetadores.
Ù
Ù
23
20
16
Divisão Pro-Elite
Nacional - AF Porto
P.
Equipa
1
Aliança de Gandra
2
Rebordosa
65
3
Valadares Gaia
64
4
Paredes
55
5
SC Rio Tinto
49
6
Pedrouços
41
7
Oliv. Douro
41
8
Lixa
40
9
Aliados Lordelo
40
10
Leça
38
11
Barrosas
38
12
AD Grijó
36
13
Vila Meã
36
14
Padroense
36
15
FC Vilarinho
33
16
Candal
30
17
Serzedo
29
18
Baião
29
19
S. Pedro da Cova
20
Perafita
Ù
Ù
Ù
meadamente à exposição anual que realizamos [Ornishow]”, explica ao Vivacidade.
O evento mudou-se para o Multiusos
de Gondomar e ganhou dimensão com a
passagem de 600 para 4000 aves expostas.
“Temos a convicção que ainda podemos
crescer mais”, refere Amílcar Dias após lamentar a mudança do local da exposição
para o Pavilhão Municipal de Covelo, em
2015. “No ano passado não realizamos a exposição no Multiusos de Gondomar e isso
trouxe uma redução no número de aves expostas. Sabemos que a autarquia tem difi-
Este ano a exposição Ornishow garantiu a qualificação de prova internacional. O Ornishow está agendado para
os dias 11 a 13 de novembro. O local
da exposição continua por definir.
Ù
Ù
Ù
> Amílcar Dias do Clube Ornitológico de Gondomar
CNS - Fase Subida
Zona Norte
Ornishow passa a Internacional C.O.M. do Douro
Foto DR
Prestes a comemorar as bodas de prata, o Clube Ornitológico de Gondomar é já
uma referência nacional e internacional na
modalidade. No 64.º Campeonato do Mundo, realizado entre os dias 21 e 24 de janeiro, em Matosinhos, a associação conquistou 82 medalhas (25 de ouro, 26 de prata e
31 de bronze) distribuídas por 25 criadores
nas diversas categorias em competição: canários de cor, canários de porte, exóticos e
psitacídeos.
Amílcar Dias, vice-presidente do Clube, atribui o sucesso à “magnífica equipa
que trabalha na coletividade há oito anos”.
“A nossa equipa tem desenvolvido a ornitologia em Gondomar e no país. Desde 1991,
o Clube lutava pelo desenvolvimento da ornitologia no concelho de Gondomar mas,
em 2008, esta direção resolveu dar novo
ímpeto às atividades desenvolvidas, no-
Foto DR
O Clube Ornitológico de Gondomar arrecadou 82 medalhas
na última edição do Campeonato do Mundo de Ornitologia.
Ao Vivacidade, Amílcar Dias,
vice-presidente do Clube, explica o segredo para o sucesso.
TABELA
CLASSIFICATIVA
DE FUTEBOL
Próximos jogos (24/04):
Baião - SC Rio Tinto
Leça - S. Pedro da Cova
Pontos
68
29
24
36 VIVACIDADE ABRIL 2016
Desporto
VIVA DESPORTO
Tiago Nogueira
Jornalista / estudante de psicologia
Foto PSF
Campeonato ao
rubro, pouco por jogar e
tudo por desvendar
Academia Albino Nogueira
quer formar árbitros
em Baguim
Foto DR
Chegamos à altura das grandes decisões, onde se exige grande
competitividade e respeito máximo. Águias e leões estão separados
apenas por dois pontos quando restam quatro jornadas para o
final do Campeonato. Sendo que o Sporting ainda terá que jogar
no Estádio do Dragão e em Braga, e o SL Benfica deslocar-se-á
a Vila do Conde e ao Funchal. Muita coisa pode mudar e quem
pensar que o título está já decidido comete, quanto a mim, um
erro primário.
Esta última vitória do Sporting, em Moreira de Cónegos,
correspondeu a uma das exibições menos conseguidas da equipa
de Jorge Jesus esta época. No entanto, o golo de Slimani foi
suficiente para arrecadar os três pontos e colocar muita pressão
na formação orientada por Rui Vitória, que apesar de não ter
também convencido, recebeu e venceu o Vitória de Setúbal
por 2-1, com Jonas a colocar-se de novo na liderança da Bota
de Ouro, com 31 golos, a par do suspeito do costume Cristiano
Ronaldo. Este avançado brasileiro é um verdadeiro craque que
combina na perfeição com Nico Gaitán, juntos dão um espetáculo
que se transforma num autêntico bálsamo para quem procura
constantemente o bom futebol.
O FC Porto e o Sporting de Braga venceram, confortavelmente,
as suas partidas - 4-0 ao Nacional e 3-0 ao Tondela, respetivamente
- consolidando assim as suas posições na tabela classificativa. A
reeleição de Jorge Nuno Pinto da Costa para a presidência do maior
clube da Invicta é também motivo de destaque. Acredito que será
o homem indicado para lidar com este momento tão delicado que
a sua instituição atravessa. Não só pelo conjunto de competências
que o levaram ao sucesso por diversas vezes e que fizeram que o
FC Porto tivesse um Museu digno de registo, mas também pelo
respeito enorme e pela confiança que, no fundo, os sócios do clube
continuam a ter.
Já no fundo da classificação, a quantidade de pontos muda, mas
a emoção e a paixão continuam lá. Exatamente da mesma forma
e em larga escala. Tondela com 20 pontos, Académica com 24,
Boavista e União da Madeira com 26. Ainda tudo é possível, os
adeptos destes quatro clubes estão com uma crença enorme, o apoio
é em massa e todos os jogos são agora encarados como verdadeiras
finais. Quanto a mim, a equipa boavisteira é a melhor das quatro e
penso que acabará por conseguir manter-se no principal escalão do
futebol português, resta saber qual será a outra... Pouco por jogar,
tudo por desvendar, assim vai o nosso Campeonato recheado de
emoção, tanto pelo título como pela manutenção. ■
> Marco Teixeira, secretário, e Abílio Bessa, presidente, da Academia Albino Nogueira
Formar árbitros, acolher ex-árbitros
e ex-profissionais ligados à arbitragem são os objetivos da mais recente
associação gondomarense. A Academia de Arbitragem Albino Nogueira
tomou posse a 10 de março na Junta
de Baguim do Monte.
A Academia de Arbitragem Albino Nogueira (AAAN) – Associação de Árbitros de Futsal,
sediada em Baguim do Monte, no Polidesportivo
do Crasto, surgiu por brincadeira, numa conversa
entre árbitros de futsal que pretendiam criar um
espaço de convívio entre colegas da arbitragem. O
projeto cresceu rapidamente e, em fevereiro, era assinada a escritura da associação, em Matosinhos.
A ideia foi acolhida pelas principais entidades
> Tomada de posse da Associação na Junta de Baguim
ligadas ao futebol – Federação Portuguesa de Futebol, Associação Futebol do Porto e a Associação
Portuguesa de Árbitros de Futebol – e mereceu o
apoio da Câmara Municipal de Gondomar e da
Junta de Freguesia de Baguim do Monte.
Objetivo? “Promover a captação e formação de
potenciais novos árbitros”, esclarece Abílio Bessa,
presidente da direção.
“Queremos formar árbitros, esse é o nosso objetivo. Este projeto está aberto a árbitros, ex-árbitros,
observadores, cronometristas e candidatos a árbitros. Podem aparecer cá e treinar connosco antes de
tomarem a decisão de ser árbitros”, explica o árbitro
ao Vivacidade.
A Academia já está a funcionar no Polidesportivo do Crasto, contudo, o dirigente aponta baterias
para julho, mês em que a associação começa a preparar a próxima época.
“Vamos focar-nos no futsal mas não fechamos
as portas a árbitros do futebol de 11. Muitos jovens
não sabem que podem começar na arbitragem a
partir dos 14 anos, mas é possível. Contudo, não
vamos atirar ninguém às feras e comprometemonos a acompanhar os nossos formandos durante
um ano”, acrescenta Abílio Bessa.
Em Baguim, a Academia terá três espaços disponíveis: Polidesportivo do Crasto, o auditório
da Junta de Freguesia de Baguim do Monte e o
Pavilhão Municipal da freguesia. O presidente da
AAAN acredita que o local é ideal para a atividade
da associação. “Estamos situados num local central
e podemos organizar aqui as nossas atividades. Fomos bem acolhidos por Gondomar e temos tudo
para singrar”, refere o árbitro.
Albino Nogueira foi o nome escolhido pela direção num gesto de homenagem ao dirigente da AF
Porto, homem que “sempre vestiu a camisola da arbitragem”, conclui Abílio Bessa. ■
VIVACIDADE ABRIL 2016 37
Desporto
Cátia Martins:
“Tenho sempre que diferenciar-me das outras
atletas para ser chamada [à seleção nacional]”
Cátia Martins, 21 anos, é mesatenista da Ala
Nun’Álvares de Gondomar e foi uma das atletas escolhidas para representar Portugal na última edição do Campeonato do Mundo, na
Malásia. Ao Vivacidade, a gaiense, que representa a Ala de Gondomar há nove anos,
reconhece que o concelho tornou-se a sua
segunda casa e aponta os objetivos para a
presente época.
Qual era o
objetivo de
Portugal?
CM – Queríamos fazer uma prova melhor do que a
nossa última prestação no Campeonato do Mundo.
Infelizmente não
foi possível e só
conseguimos seis
pontos na fase
de grupos.
Esta foi a tua
quarta representação no Campeonato do
Mundo, como atleta sénior. Que significado tem representar Portugal a nível internacional?
CM – É sempre um orgulho e um privilégio. É um reconhecimento do nosso trabalho.
És atleta da Ala Nun’Álvares de Gondomar.
O facto de representares a equipa de ténis
de mesa da Ala facilita a tua chamada à seleção nacional?
CM – Jogar na Ala não significa ser automaticamente convocada para a seleção.
Tenho sempre que diferenciar-me das outras
atletas para ser chamada.
Quando é que surge a tua dedicação à modalidade?
CM – Nos jogos juvenis de Gaia. Todas
as escolas participam nessa competição em
várias modalidades. Participei nesse torneio e
o coordenador do evento, que era treinador
de ténis de mesa, disse que eu tinha aptidão
para a modalidade. Na altura disse que não
queria mas acabei por experimentar o ténis
de mesa e gostei. Comecei a jogar com nove
anos e acabei por dar continuidade.
Consideras Gondomar a tua segunda casa?
CM – Sim, porque passo mais tempo em
Gondomar do que em Gaia [risos].
Já tiveste propostas para regressar a Gaia?
CM – Já tive mas estou bem aqui. Tenho
boas condições na Ala.
Há algum título que recordes com mais carinho?
CM – O 3.º lugar no Campeonato da Europa de Cadetes por equipas foi talvez o mais
especial. Nunca mais se esquece.
Para esta época quais são os principais objetivos da Ala?
CM – Queremos ser campeãs da 1ª divisão nacional e ser campeã no Campeonato
Nacional de Seniores. Além disso, estamos a
disputar a Taça de Portugal que também faz
parte dos nossos objetivos.
Como tem sido conciliar a tua carreira desportiva com a licenciatura que estás a tirar
na Escola Superior de Enfermagem (ESEP)?
CM – Foram quatro anos diferentes. Estou na fase final do meu curso e neste momento estou em estágio. Sempre que falto
tenho que compensar mas tenho tido um
apoio fundamental dos professores e do meu
treinador.
A ESEP fez-te uma distinção pela tua representação no Campeonato do Mundo. Foi
importante seres reconhecida pela instituição?
CM – Foi bom mas também foi estranho
[risos]. Muita gente desconhecia a minha
carreira desportiva e foi estranho ter a Escola
toda a saber o que eu fazia, mas todos vieram
dar-me os parabéns e isso é sempre bom.
Quando concluíres o curso vais conciliar a
enfermagem com o ténis de mesa?
CM – Sim. Espero acabar o curso este ano
e procurar emprego. Ao mesmo tempo não
quero deixar o ténis de mesa porque este desporto é muito importante para mim. ■
Casa FC Porto de Rio Tinto homenageou
glória do clube
> Cecília Pedroto (à esq.) entregou o galardão ao ex-guarda-redes do FC Porto
Armando agradeceu a homenagem e
retribui com sorrisos após recordar a formação no pelado da Constituição, a Taça
de Portugal conquistada pelo FC Porto
contra o SL Benfica (57/58), os empréstimos ao Gil Vicente e Salgueiros, a conquista da Taça de Portugal pelo SC Braga
(1966), o regresso ao FC Porto e o final de
carreira novamente no SC Braga.
Para a história ficou também a meda-
lha de Comportamento Exemplar, atribuída pela Federação Portuguesa de Futebol,
após 400 jogos realizados sem ser castigado, e o recorde de grandes penalidades
defendidas num único jogo, quatro, contra
o Celta de Vigo.
Cecília Pedroto, mulher de José Maria
Pedroto, ex-treinador do FC Porto, entregou a distinção atribuída pela filial ao exguarda redes do clube.
Nova sede inaugurada após
a homenagem
Após a homenagem os associados dirigiram-se às novas instalações da Casa FC
Porto de Rio Tinto, na Praça da Estação.
José Carlos Rocha aproveitou a ocasião
para pedir o apoio dos adeptos portistas
ao clube e ao presidente Pinto da Costa.
“Confio no presidente e acredito que vai
trazer novamente o FC Porto para o caminho das vitórias. A equipa precisa do
nosso apoio”, lembrou o responsável pela
filial que pediu “mais garra e atitude” ao
plantel portista.
Eurico e Eduardo Luís, antigas glórias
do clube, marcaram presença na inauguração da nova sede. ■
Foto DR
O salão nobre da Junta de Rio Tinto esteve lotado para assistir à homenagem ao
ex-atleta Armando, guarda-redes histórico do clube, que representou o FC Porto
em finais dos anos cinquenta e nos primeiros anos da década de setenta.
A homenagem preparada pela Casa
FC Porto de Rio Tinto deixou a antiga
glória do clube sem palavras. Segundo
José Carlos Rocha, presidente da direção
da filial portista em Rio Tinto, o gesto vai
repetir-se “de dois em dois meses”. “Devemos cumprir o nosso papel e homenagear
todos os atletas do FC Porto. É isso que
esta casa irá fazer a partir de agora”, disse
o dirigente.
Foto PSF
A Casa FC Porto de Rio Tinto homenageou a 10 de abril
o ex-guarda-redes Armando,
antiga glória do clube, na Junta de Freguesia de Rio Tinto. A
iniciativa realizou-se à margem da inauguração da nova
sede da filial portista.
38 VIVACIDADE ABRIL 2016
Desporto
SC Montezelo: presidência no
feminino apresenta resultados
Foto PSF
O Sport Clube Montezelo foi
fundado em 1979 e, hoje, tem
uma característica que o distingue dos restantes clube:
Arminda Gomes é presidente,
desde 2008, e tem vindo a alterar a realidade desta equipa.
Texto: José Pedro Oliveira
Em conversa com a presidente da direção do SC Montezelo, Arminda Gomes, o
nosso jornal ficou a perceber como funciona este clube. A presidente, uma figura incontornável desta associação, explicou-nos
o motivo de ter começado esta aventura no
clube. Apesar de, segundo a mesma, tudo
ter começado numa brincadeira entre amigos, hoje, a dirigente assume o cargo de forma séria e veste a camisola do Montezelo
todos os dias.
“Quando iniciei o meu percurso como
presidente, há oito anos, o clube tinha cerca
de 30 ou 40 atletas, nos escalões de juvenis
e juniores. Passado pouco tempo tivemos
uma proposta para criar uma academia e
conseguimos reunir muitos miúdos. Isso
fez com que tivéssemos a oportunidade e
obrigatoriedade de criar mais escalões porque ficamos com muitos atletas de diferentes idades. No espaço de um ano passamos
de 30 para 150 jogadores, o que obrigou a
criarmos sete escalões”, explica Arminda
Gomes, avançando ainda que a direção
conseguiu criar condições para ter equipas
técnicas a acompanhar cada escalão.
O Sport Clube de Montezelo, clube
com 364 sócios, consegue conciliar duas
realidades, que por vezes parecem incompatíveis na prática futebolística: a vontade
de vencer todos os jogos, com o carinho
por todos os atletas. “A mulher tem uma
> Arminda Gomes preside o clube desde 2008
visão diferente. Os homens das equipas técnicas querem ganhar todos os jogos. Eu, se
calhar, não vejo a coisa por aí. Eu quero é
que os miúdos tenham lanche no final do
jogo, que vão satisfeitos para casa e que no
dia seguinte estejam cá para o treino. Sei que
às vezes é muito difícil transmitir estes valores e isto não quer dizer que eu não queira
ganhar os jogos. Claro que fico muito triste
quando perdemos”, afirmou, especificando
um pouco as vantagens de ter uma mulher
como presidente um clube de futebol.
Apesar de ainda existirem pessoas que
acham irreal ter uma mulher à frente de um
clube, Arminda Gomes é a prova de que não
só é possível, como benéfico.
“Sempre fui muito respeitada. Quando
não percebo, deixo falar quem percebe e
quem sabe. Mas, por um lado, tento gerir
este clube como uma empresa. Tem que ser.
Por outro lado, tento profissionalizar o mais
possível quem cá está. Cada vez mais tenho
pessoas formadas à frente dos escalões. As
exigências são cada vez maiores. No início,
quando ia às reuniões da Liga Desportiva
de Gondomar, as pessoas achavam piada.
Havia sempre uma condescendência por
eu ser a única mulher e eu deixava as pessoas falar. No entanto, não abdico dos meus
princípios morais, daquilo que eu acredito
e que acho justo. Tento sempre ser, tanto na
minha vida profissional como pessoal, uma
pessoa justa. Por aquilo que eu acho que
não é correto ou que influencia o bom desenvolvimento do meu clube ou dos meus
atletas, vou até ao fim. Atualmente tenho
uma conotação negativa por ser do contra,
o que se calhar associam ao facto de ser
mulher”, admitiu a presidente.
Quanto ao futuro no Montezelo, Armida Gomes tem os objetivos bem definidos. Com a finalidade de continuar a
evoluir e com a mira na rentabilização
deste espaço durante o dia, a presidente
pretende dar um passo em frente. “Há
muitas necessidades na freguesia. Era um
gosto ter aqui crianças com deficiências a
jogar futebol em campeonatos inseridos
dentro dos planos de estudo. E neste projeto também gostava de incluir uma equipa de futebol feminino federada, porque
sei que temos mulheres com capacidade
para dar o litro”, começou por apontar. “O
principal objetivo para o futuro do clube é o relvado sintético, o resto vem por
acréscimo. Com o sintético consigo criar
emprego, ter aqui crianças com deficiência a jogar durante o dia, mulheres… E
queremos finalmente federar a equipa sénior”, finaliza a dirigente. ■
Foto DR
Foto PSF
> A conquista do relvado sintético é o grande objetivo da direção
> A dirigente desportiva acompanhada por Marco Martins
VIVACIDADE ABRIL 2016 39
Empresas & Negócios
Associação São Bento tem projeto
para novo espaço de saúde
A Associação de Socorros Mútuos de São Bento das Pêras
de Rio Tinto vai alargar as
suas valências com um novo
espaço de saúde pensado para
os associados, junto ao edifício sede da associação mutualista.
A Associação São Bento tem à disposição dos 45 mil associados uma série de serviços e seguros inovadores que
ignoram o estado de saúde das pessoas
e não têm limites de idade de adesão ou
permanência. A associação mutualista
é parceira da Mutuália e tem pensado
um novo edifício para breve.
O projeto foi aprovado em Assembleia-Geral Extraordinária, em julho
de 2013, contudo, a atual direção presidida por Cláudio Melo, no cargo desde
2014, decidiu reformular a ideia original. “O nosso novo espaço para a saúde
vai nascer no adjacente ao nosso edifício sede. É um espaço que a anterior
direção comprou em 2013 e que, desde
11 de julho de 2013, quando foi aprovada a construção não teve progressos”,
lamenta o dirigente.
Ao Vivacidade, Cláudio Melo explica o que mudou. “Esse edifício vai ter
três pisos. O projeto inicial só tinha
dois pisos mas esta direção procurou
acrescentar um piso adicional para tirar mais rentabilidade daquele espaço.
Neste momento estamos a aguardar
a aprovação da Câmara Municipal de
Gondomar para termos um piso adicional”, refere o presidente da Associação São Bento.
No projeto está também previsto
um parque de estacionamento no terreno situado entre os dois edifícios da
associação mutualista, que vai possibilitar “a entrada e saída de ambulâncias”.
O que é o mutualismo?
O mutualismo é um sistema privado de
proteção social que visa criar e promover organizações de política mutualista, sociedades de seguros mutualistas
e fundos de pensões mutualistas. O
mutualismo foi precursor do moderno
sistema de seguros, cujos princípios
assentam na reciprocidade dos serviços e na entreajuda.
> Cláudio Melo, presidente da Associação de Socorros Mútuos de São Bento das Pêras
O novo edifício vai representar um
investimento entre os 200 e os 250 mil
euros e poderá estar concluído “até ao
final do mandato desta direção, em
2018”.
Segundo Cláudio Melo, os associados estão de acordo com a mais recente
aposta da Associação São Bento, considerado “o grande objetivo para o mandato da atual direção”.
Instituição de referência no
mutualismo nacional
Em Portugal, a Associação São
Bento é considerada uma referência
no mutualismo e tem o estatuto de
segunda maior associação mutualista
a nível nacional. “Somos fundadores
da Associação Mutualista e, para nós,
isso representa uma responsabilidade
acrescida. Além disso, fazemos parte
do Conselho de Administração da Mutuália. Se nos reconhecemos como uma
das maiores associações do país, temos
que estar representados nestas organizações”, salienta Cláudio Melo.
“A direção atual não se poderá candidatar novamente aos órgãos sociais
desta associação. Até ao final do mandato queremos continuar a desenvolver
o nosso espírito mutualista e continuamos empenhados em criar novas valências para os nossos associados, a preços
reduzidos ou gratuitamente, no caso
das consultas médicas. O mutualismo é
um sistema privado de segurança social
que tem como propósito ajudar”, conclui. ■
As novas instalações:
Três pisos com:
- Receção;
- Sala de espera com WC;
- Plataforma elevatória;
- Sala de enfermagem e tratamentos;
- Sala de sujos e despejos;
- Dois vestiários
(masculino e feminino);
- Dois consultórios médicos;
- Sala de arrumos para roupa limpa;
- Dois WC;
- Espaço amplo para criação de um
anfiteatro;
- Parque de estacionamento;
40 VIVACIDADE ABRIL 2016
Empresas & Negócios
Letras Urbanas: sala de estudo
para todas as idades
A sala de estudo Letras Urbanas, situada na Rua do Outeiro, Baguim do Monte, tem ao
dispor dos alunos explicações
coletivas e individuais em todas as áreas, transporte, atividades extracurriculares e
alimentação. O Vivacidade foi
conhecer o espaço gerido pelo
casal Helena e José Guerra.
Tomaram conta do espaço em abril de
2012 e, desde então, não pararam de crescer.
Helena e José Guerra, o casal responsável
pela sala de estudo Letras Urbanas, aceitou o
convite da anterior gerência e decidiu assumir o risco de investir num projeto comum
aos dois. “Quando assumimos a gerência
ficou tudo igual porque conseguimos manter os professores e os alunos que tínhamos,
isso foi muito importante para nós”, explica
a gerente.
Empreendedores, Helena e José não pararam de crescer e dinamizaram o espaço
Valências da sala de estudo
Letras Urbanas:
- Ensino pré-escolar;
- 1.º, 2.º, 3.º ciclos e ensino
secundário;
- Todas as disciplinas a todos os
níveis;
- Transporte com motorista e veículo
certificado;
- Atividades extracurriculares;
- Alimentação;
situado na Rua do Outeiro, em Baguim. Começaram com 60 alunos inscritos, hoje são
107. “Começamos a apostar nas explicações
individuais, num maior número de atividades durante as férias escolares e em saídas
mais frequentes. Essas iniciativas marcaram a diferença em relação à concorrência e
tem sido uma aposta ganha”, afirma Helena
Guerra.
Concorrência que a gerente da sala de
estudo Letras Urbanas não teme, apesar das
“ameaças constantes”. “Costumo dizer que
não faço milagres e que a igreja fica lá em
Jornal Vivacidade 21/04/2016
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CARTORIO NOTARIAL
(Lic. JOSÉ MÁRIO RESSE LASCASAS DOS SANTOS)
(Rua José Falcão nº 15 – 1º direito, Porto)
______Certifico, narrativamente, para fins de publicação que por escritura lavrada em trinta e um de Março de
dois mil e dezasseis, no livro de notas para escrituras diversas deste Cartório Notarial número duzentos e vinte e
seis.M, de folhas quarenta e quatro a folhas quarenta e cinco, EMÍLIA MARIA CARDOSO SAMPAIO, NIF
210 285 354, casada no regime de comunhão de adquiridos com António Horário de Sousa Bispo, residente no
Largo Maternidade Júlio Dinis, nº.10, Porto, se afirmou, com exclusão de outrem , dono e legítimo possuidor do
veículo automóvel com a matrícula GB –sessenta e quatro – noventa e sete, marca “Renault”.________________
Que o identificado veículo automóvel está registado desde dezanove de Abril de mil novecentos e setenta e oito,
a favor de José António Dias Pereira, com última residência conhecida no lugar da Bela Vista, São Pedro da
Cova, união das freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, concelho de Gondomar._____________________
______Que não possui qualquer título formal para a dedução de novo trato sucessivo que lhe permita registar a
seu favor em Conservatória do Registo de Veículos, o identificado veículo._____________________________
______Que o referido automóvel veio à sua posse no ano de mil novecentos e oitenta e sete, por contrato verbal
de compra e venda com o referido José António Dias Pereira, celebrado nesse ano._______________________
______Pese embora lhe tenham sido entregues pelo titular inscrito o livrete e título de registo de propriedade do
veículo e a respectiva declaração de compra e venda, que todavia por ela foram extraviados, o certo é que até
ao momento e apesar de todas as diligências efectuadas, para regularizar a situação não foi possível efectuar a
seu favor o registo de propriedade do veículo.____________________________________________________
______Assim, desde aquele ano de mil novecentos e oitenta e sete, sempre esteve na posse do automóvel,
praticando actos materiais de defesa e conservação, nomeadamente recolhendo-o na sua residência, procedendo
à sua reparação, limpeza, manutenção e recolha, pagando os respectivos impostos, agindo sempre por forma
correspondente ao exercício pleno do direito de propriedade, de boa fé por ignorar lesar direito alheio, pacífica,
contínua, púbica e sem violência à vista e com o conhecimento de toda a gente, e, pois, sem oposição, embargo
ou estorvo de quem quer que seja.______________________________________________________________
______Que, atendendo às enunciadas carcaterísticas de tal posse, facultou-lhe a aquisição por usucapião do referido
veículo automóvel, direito este que, pela sua própria natureza é insusceptível de ser comprovado pelos meios
normais._________________________________________________________________________________
______Está conforme o original, declarando-se, que na parte omitida nada há que amplie, restrinja, modifique ou
condicione a parte extractada._________________________________________________________________
______Cartório Notarial do Lic. José Mário Resse Lascasas dos Santos, sito à Rua José Falcão nº 15 – 1º direito,
31 de Março de 2016.
Rua José Falcão, 15 – 1.º D – 4050-316 PORTO – Telef. 222 046 480 • Fax: 222 046 489 - [email protected]
cima [Largo de São Brás]”, remata a responsável.
A exigência é a regra máxima da sala de
estudo, local onde os alunos, do 1.º ciclo ao
ensino secundário, entram para trabalhar.
“Nós somos muito exigentes porque sabemos que para os pais isto representa um
grande investimento. É difícil convencer os
miúdos a estudar ao final do dia depois de
um dia inteiro de aulas mas eles sabem que
não somos um ATL. Aqui estuda-se”, acrescenta José Guerra.
Ao dispor dos alunos estão quatro pro-
fessores que dão explicações coletivas e individuais, entre as 7h30 e as 19h30, de segunda
a sexta-feira.
Para os responsáveis pelo espaço, os professores residentes estão “impedidos de dar
matéria” e estão apenas habilitados a acompanhar as dificuldades e a matéria que os
alunos estão a dar na escola”, refere Helena
Guerra.
As inscrições para o próximo ano letivo
ficam disponíveis no dia 1 de maio e prolongam-se até ao dia 8 de junho. “Em setembro
criamos um período de aceitação para pais
que nos procuram à última hora”, finaliza a
proprietária da sala de estudo. ■
Gondomar acolheu reunião
trimestral da Century 21
A primeira reunião trimestral
das agências Norte da Rede
Imobiliária Century 21 realizou-se a 14 de abril, no Auditório Municipal de Gondomar.
A Century 21 Arquitectos, agente imobiliário que abriu em Rio Tinto no ano passado, foi responsável pela organização da
primeira reunião trimestral das agências
Norte da Rede Imobiliária Century 21.
Joana Resende, gerente da agência de
Gondomar, mostrou-se orgulhosa por re-
ceber os vários colegas no concelho. Estiveram presentes agências de Vila Nova de
Gaia, Porto, Póvoa de Varzim, Viana do
Castelo, entre outras, reunidas no primeiro
grande evento do ano da Century 21.
Durante a manhã realizou-se um peddy-paper, já durante a tarde os agentes Century 21 estiveram reunidos no Auditório
Municipal. O encontro serviu para discutir
estratégias conjuntas, analisar os resultados
do primeiro trimestre e premiar os resultados das várias agências e consultores.
A reunião acolheu 13 agências e contou
com a presença de 120 colaboradores. ■
VIVACIDADE ABRIL 2016 41
Opinião: Vozes da Assembleia da República
Quem quer bons amigos, arranja-os!
Germana Rocha| PSD
O Partido Socialista já nos habituou a momentos verdadeiramente insólitos no que à
amizade diz respeito.
Já nos habituamos a que os primeiros-ministros do Partido Socialista tenham amigos
como mais ninguém tem, com uma bondade
inexcedível.
Nos últimos tempos, temos, de facto, assistido a episódios que nada auguram de bom,
no que à atual governação do País diz respeito:
Primeiro, assistimos a um ministro a prometer “salutares bofetadas” no Facebook a
dois colunistas do jornal “Público” que o
haviam criticado, e a consequentemente ser
obrigado a demitir-se.
Depois, assistimos à saída do chefe do Estado-Maior do Exército, devido a um pedido
de explicações público por parte do ministro
da Defesa, e por fim, ao secretário de Estado
da Juventude e Desporto a bater com a porta
ao ministro da Educação, por estar em profundo desacordo com o seu modo de estar
em cargos públicos. Resta-nos saber quem
será o senhor ou a senhora que se segue…
António Costa criticou João Soares, dizendo que nem à mesa de café se pode deixar de
lembrar de que é membro do governo, mas
pelos vistos, é, mais uma vez, “olha para o
que eu digo e não olhes para o que eu faço”,
pois António Costa pôs um amigo de café,
e não só, a negociar dossiers de extrema im-
portância para a economia do País, mesmo
não sendo titular de qualquer vínculo contratual com a Administração Pública, mais
um benemérito que não olha a meios quando de ajudar o melhor amigo se trata.
De facto, não está em causa o advogado
Diogo Lacerda Machado, ser o seu melhor
amigo e pessoa da sua elevada confiança,
mas antes a falta de transparência e escrutínio na representação do Estado em diversos
processos de grande responsabilidade, como
a TAP, o BPI e os lesados do BES. É que as
suas ligações a António Costa, de facto, vêm
de longe mas não nos trazem grandes recordações, a não ser a de que não há almoços
grátis, e que na vida tudo tem um preço.
Ao que parece, a
afetação de parte do
Fundo de Estabilização da Segurança Social
(1.400 milhões de euros) à Reabilitação Urbana, também terá sido uma ideia peregrina
de mais um grande amigo de António Costa,
verba essa que se deveria destinar ao pagamento das pensões dos contribuintes, e não
a repetir uma receita, cujos resultados não
foram os melhores, arriscando-se, assim, a
pôr em causa o equilíbrio financeiro de um
sistema que se reveste de importância vital
para a sobrevivência das famílias, que não
querem voltar a assistir a filmes do passado,
cujos protagonistas principais são amigos a
oferecerem muito a troco de poucochinho! ■
Portugal vai crescer menos do que estava à espera
Cecília Meireles | CDS
Este mês, o Governo apresentou, com
pompa e circunstância, o seu Plano Nacional de Reformas. Poderia ser uma boa
oportunidade para discutirmos a sério que
reformas queremos fazer em Portugal nos
próximos anos. Até porque, se é verdade
que quase todos concordam com a necessidade de fazer reformas em abstrato, depois
raras vezes é possível chegar a acordo sobre
uma única reforma em concreto. Mas a verdade é que, se o Plano podia ser uma boa
oportunidade em teoria, na prática está a
revelar-se apenas mais uma oportunidade
perdida.
O documento, ou melhor, os 35 slides
que constituem a apresentação (porque é
disso que se trata), oferecem muitos lugares
comuns, poucas ideias e ainda menos propostas concretas. Tudo visto e ponderado,
temos muitas coisas que fazem sentido, mas
muito poucas são concretizadas ou sequer
originais. Já aquilo que é original, pelo contrário, faz muito pouco sentido.
Uma das originalidades que menos sentido faz é apresentar o Plano sem uma única conta e, sobretudo, sem o Programa de
Estabilidade. Isto quer dizer que estamos a
discutir reformas sem saber que meios Por-
tugal vai ter para as pôr em prática, e sem
ponderar que efeitos elas vão ter no crescimento da economia ou no emprego. Ou
seja, em vez de um plano de reformas, aquilo que temos na realidade é uma espécie de
plano de experiências.
E isto é ainda mais preocupante quando
todas as semanas temos uma nova instituição, nacional ou internacional, a dizer que
Portugal vai crescer menos do que se estava
à espera. A semana passada, por exemplo,
quer o FMI quer a Universidade Católica
vieram dizer isto mesmo.
E porquê? Por meras razões de conve-
niência
política.
Porque enquanto estivemos a discutir ideias vagas, pode parecer
que o Governo e os partidos que o apoiam –
PS, BE, PCP e PEV – estão todos de acordo.
Mas quando começamos a discutir propostas concretas e as suas consequências, é bastante provável que as divergências comecem
a aparecer.
E é por isto que a discussão do Programa
de Estabilidade tem sido adiada, e vai ser
feita numa velocidade relâmpago. A geringonça pode sair a ganhar, mas Portugal sai
definitivamente a perder. ■
Analfabetismo: um problema do passado ou do presente?
Luís Monteiro | BE
Estamos em Abril, perto da data de comemoração da Revolução dos Cravos. E uma das
conquistas que, justamente, a revolução do 25
de Abril nos trouxe foi o direito à Educação.
Em 1970, 49,8% da população portuguesa,
com 14 ou mais anos, não possuía nem frequentava o ensino primário elementar. Um
importante dado da situação da Educação em
Portugal anterior ao 25 de Abril, que vemos
frequentemente esquecido em análises e reflexões do presente.
Passadas mais de quatro décadas, a alfabetização da população conheceu políticas
públicas concretas. Mas nem tudo está feito e
resolvido, ao contrário do que possa parecer.
Este debate não é, portanto, do passado, mas
está muito atual.
Existiam em Portugal cerca de 552 mil pessoas analfabetas, segundo os dados do último
censo, de 2011, correspondentes a uma taxa
de analfabetismo de 5,2%. De então para agora, elevados níveis de abandono e insucesso
escolar permitem supor que estes números
não sofreram uma alteração significativa.
Portugal é, no contexto europeu, um dos
países com os valores mais elevados neste indicador.
Muitas das ofertas formativas para adultos
que foram sendo implementadas não contemplam a dimensão da alfabetização privilegiando antes o reconhecimento e validação de
competências e a formação profissional.
O “Relatório” do Orçamento de Estado para
2016 refere que o Governo pretende realizar
em 2016 um “(…) investimento na educação
de adultos e formação ao longo da vida, através da criação de um Programa de Educação
e Formação de Adultos que assegure a superação do défice de qualificações escolares da população ativa portuguesa e a melhoria da qualidade dos processos de educação-formação
de adultos. Para alcançar estes objetivos, será
implementado um
conjunto de medidas
que procuram impulsionar a aprendizagem
ao longo da vida para todos, promovendo a
compatibilização das necessidades individuais
das pessoas com as ofertas educativas e formativas disponíveis.”
Este Programa tem de prever medidas concretas que contemplem também a alfabetização, seja de jovens adultos que abandonaram
precocemente o sistema de ensino seja de
adultos que não chegaram a frequentar qualquer nível de escolaridade. Não é tempo de
baixar os braços. ■
42 VIVACIDADE ABRIL 2016
Opinião: Vozes da Assembleia da República/Municipal
Celebrar Abril, cumprir a Constituição
Diana Ferreira | PCP
Neste Abril celebramos 42 anos da revolução portuguesa, momento incontornável da
história do nosso país, que pôs fim a 48 anos
de ditadura fascista e realizou profundas transformações democráticas: políticas, económicas,
sociais e culturais.
Libertadoras conquistas que sucessivos governos, especialmente o último governo PSD/CDS,
foram atacando, com as suas opções políticas de
desbaste de direitos e rendimentos. Pretendendo
ajustar contas com Abril, agrediram a democracia, a soberania, a liberdade e o desenvolvimento
do país – uma agressão que não foi mais profun-
da porque pela frente encontrou a luta dos trabalhadores e do Povo.
Neste Abril celebramos os 40 anos da Constituição da República Portuguesa – aprovada a 2
de Abril de 1976. Uma Constituição que, sendo
inseparável desse indelével processo revolucionário iniciado em 25 de Abril de 1974 e dos valores projetados de liberdade, democracia, justiça
social, paz e soberania é, essencialmente, resultado da luta dos trabalhadores e do povo português que viram nela refletidos os seus direitos,
as suas aspirações, as conquistas e as profundas
transformações e mudanças que protagonizaram, num tempo de viragem e rutura com a dita-
dura fascista, a opressão e o colonialismo.
Muito há quem queira diminuir o significado
do 25 de Abril e a importância das suas conquistas. Muito há quem queira desvalorizar e destruir a Constituição da República, o que tem de
democrático e progressista e a tradução que faz,
em direitos consagrados, das conquistas económicas, políticas e sociais alcançadas com o 25 de
Abril.
Apesar do empobrecimento sofrido por sucessivas revisões constitucionais, o seu texto e os
valores de Abril em si espelhados, revestem-se
de profunda atualidade. Num momento em que
é imprescindível repor direitos e rendimentos,
garantir melhores condições de vida aos trabalhadores e ao povo português e percorrer um caminho de desenvolvimento, progresso e justiça
social, a Constituição da República Portuguesa é
referente de valores e princípios, transportando
em si a força inspiradora de um projeto galvanizante, como é a construção de um Portugal com
futuro, livre, democrático e desenvolvido.
A sua atualidade e a sua estreita ligação às
mais profundas aspirações dos trabalhadores e
do povo português, são a garantia de que a sua
defesa há-de ser sempre obra do Povo que a inspirou e construiu com a sua luta.
A Constituição é tua. Defende-a! ■
Paraísos fiscais: pecados com perdão consentido
José Luís Ferreira | PEV
Os paraísos fiscais
são a imagem da injustiça que reina no sistema. Esta
é uma realidade que já há muito conhecemos e
por isso o escândalo tornado público por via do
“Panamá Papers” não constitui propriamente
uma surpresa. Já há muito que sabemos da existência dos paraísos fiscais, inclusivamente dentro
da União Europeia e já há muito que também
sabemos para que servem e a quem servem. Já
há muito que sabemos que as “offshore” apenas
servem para criar e acolher empresas fictícias
onde se gere dinheiro de origem pouco digna e
até criminosa.
Sabemos também que as pessoas que utilizam
os paraísos fiscais têm como objetivo não pagar
impostos, fugir à lei, fugir ao pagamento das suas
obrigações fiscais e esconder dinheiro, tantas
vezes, proveniente de negócios pouco claros, de
negócios sujos. Sabemos ainda que o dinheiro
que circula nos “offshore” é dinheiro roubado à
economia e aos contribuintes e quem utiliza estes mecanismos são as grandes fortunas e os mais
poderosos. Sabemos isto tudo há já muito tempo.
E portanto, a grande virtude das denúncias
agora feitas pelo “Panamá Papers” foi, não só, dar
uma ideia ao mundo da dimensão e da gravidade
deste problema e desta imoralidade, mas também trazer o assunto para cima da mesa global,
deixando claro para todos, que as pessoas que
trabalham, as pessoas com menos rendimentos
são obrigados a pagar os seus impostos, enquanto uma minoria, os senhores do dinheiro, se dão
ao luxo de nada pagarem, ficando libertos dessa
responsabilidade que é pagar impostos como os
outros. É uma batota consentida absolutamente
imoral. Segundo dados do Banco de Portugal, de
2014 para 2015, o dinheiro português colocado
nas “offshore” aumentou 13%. Estamos a falar de
quase 10 mil milhões de euros. Mas o património
de empresas ou cidadãos nacionais, não declarado, poderá atingir 69 mil milhões de euros. É
muito dinheiro, sobretudo se tivermos em conta
que os números se referem a um período de crise,
uma crise, pelos vistos só para alguns.
Impõe-se, portanto, um combate sério a esta
batota que permite que uns poucos vivam em
paraísos fiscais, para a maioria das pessoas viver
num verdadeiro e penoso inferno fiscal. Para
além desta injustiça e desta imoralidade fiscal,
é ainda necessário ter em conta que os paraísos
fiscais foram palco de alguns dos acontecimentos
da crise que hoje vivemos, como seja a falência de
bancos ou as fraudes em larga escala. É preciso
ter em conta que essas atividades estão, muitas
vezes, associadas à economia clandestina, à evasão fiscal, à fraude fiscal, ao crime organizado, à
lavagem de dinheiro e, por vezes, a muitas práticas que fragilizam a estabilidade mundial, como
seja o negócio da droga e, até, o negócio de armamento.
Mas, pior, se tivermos presente que esta verdadeira economia de casino é inseparável do agravamento das desigualdades sociais, da pobreza e
da insustentabilidade do modelo económico que
vai reinando no mundo. Por cá, sempre se lembrará os processos escandalosos do BCP, do BPP
ou do BPN, que indiciaram práticas relacionadas
com empresas sediadas exatamente em paraísos
fiscais e cuja fatura, nalguns casos, acabou por ser
paga pelos contribuintes portugueses.
Na nossa perspetiva, os paraísos fiscais têm de
ser olhados como um elemento estranho à nossa
democracia, que apenas servem para as grandes
fortunas criarem mecanismos altamente elabora-
dos, para fugir aos impostos ou para proceder ao
branqueamento de capitais.
Por isso é preciso pôr fim aos paraísos fiscais.
E se é verdade que um Governo não pode impôr
o fim dos paraísos fiscais fora das suas fronteiras,
também é verdade que qualquer Governo pode e
devia ter a obrigação de canalizar esforços, junto
dos restantes Estados e das Organizações Internacionais de que faz parte, para procurar medidas
e encontrar soluções no sentido de acabar com
os paraísos fiscais. Não faz qualquer sentido que
existam zonas absolutamente intocáveis, onde a
supervisão financeira não entra, onde a cooperação judicial fica à porta e onde os próprios Estados preferem fingir que não existem ou então que
está tudo bem, que faz parte do sistema. Que é
assim e pronto. Nem faz sentido nem os cidadãos
compreendem, como é que um simples contribuinte que se esquece das suas obrigações fiscais
é perseguido pelo Estado, mas quando se trata da
grande criminalidade fiscal, os Estados fingem
que nada se passa. Não pode ser, tem de haver
formas de pôr fim a este verdadeiro e monstruoso
pecado com perdão consentido.
Para tal haja vontade e coragem política. ■
jetos, de iniciativa de vários partidos políticos,
que por várias razões nunca foram concretizados.
Na cerimónia que decorreu em Gondomar,
Marco Martins sublinhava que depois desta
formalização, depende agora do empenho de
cada um dos intervenientes de passar para a
ação, tomando a região do Porto (a marca Porto) como capital de todo o Norte do país, como
destino turístico de eleição.
Os objetivos máximos são a promoção ambiental, a valorização da natureza e da vida ao
ar livre. Mas o projeto visa ainda promover iniciativas conjuntas de “turismo, lazer, animação,
formação, emprego, inclusão, sustentabilidade,
inovação, competitividade e internacionaliza-
ção da economia”.
Esta é a forma mais autêntica de se fazer
política. Olhar além do nosso território para
daí trazermos o que há de melhor. Projetar em
conjunto, não olhando a cores políticas mas
apenas na estratégia em prol da população e do
bem comum. Acordar em trabalhar em conjunto, partilhando das mesmas preocupações,
desafios e sucessos, trazendo para o nosso município o melhor possível, não deixando contudo de o partilhar.
É uma visão ampla e de futuro. Pensando
hoje naquilo que se pode fazer pela nossa paisagem, pelo nosso turismo e economia local, e
projetando esses desafios no tempo, no futuro
de todos. ■
Parque das Serras do Porto
Joana Resende | PS
Hoje, 18 de abril de
2016, deu-se mais um
passo para o desenvolvimento da nossa região
e da nossa paisagem. Hoje, lavrou-se a escritura pública de constituição da associação de
Parque das Serras do Porto. A associação, que
engloba os municípios de Valongo, Paredes e
Gondomar, terá sede em Valongo e será presidida em primeiro lugar pelo presidente da
Câmara de Paredes.
A associação foi constituída para desenvolver o projeto “Pulmão Verde” com o objetivo
de promover a natureza e a vida ao ar livre nas
serras do Porto, e é inédita naquilo que é fazer
política em prol do bem comum, em conjunto
e com o mesmo objetivo.
As três autarquias da Área Metropolitana do
Porto uniram os seus esforços para levar a cabo
uma maior proteção das zonas verdes que têm
vindo a sofrer com a poluição, lançando com
esse intuito este projeto que engloba uma área
com cerca de 5.700 hectares.
Os três municípios estão por isso empenhados em alavancar de forma sustentável as potencialidades naturais dos terrenos que têm em
comum: as serras de Santa Justa, Pias e Castiçais que pertencem à Rede Natura 2000, além
das serras das Flores, Santa Iria e Banjas.
Contaram-se 70 longos anos, em que várias
iniciativas foram pensadas com o objetivo de
proteger e, da mesma forma, promover as paisagens destas serras. Elencaram-se alguns pro-
VIVACIDADE ABRIL 2016 43
Opinião: Vozes da Assembleia Municipal
Estupefações
Pedro Oliveira | CDS-PP
Temos visto nos últimos meses o Bloco
de Esquerda (BE) numa azáfama inusitada como se o mundo acabasse amanhã - de intervenção política, influenciando, pressionando e
mesmo impondo ao governo de António Costa, o cumprimento de toda uma plêiade de iniciativas e soluções, integradas naquele que é o
seu populista e, por isso, incoerente, roteiro de
ação transformadora da realidade económica
e social dos portugueses.
Tal ímpeto desembocou agora em mais um
enorme equívoco, seja pelo timing inapropriado para a discussão do tema, seja pela falta de
dignidade do próprio tema, demonstrando
antes uma ridícula preocupação de discriminação do género feminino que, com toda a
certeza, a maioria das mulheres não sente.
Com efeito entende o BE tornar-se imperioso alterar a designação do cartão de identidade dos portugueses deixando de se chamar
“Cartão do Cidadão” para se passar a designar
“Cartão da Cidadania”, pois entende que só
dessa forma se conseguirá afastar um intenso
pendor de subalternidade das mulheres relativamente aos homens que o nome encerra,
anulando a nova designação proposta esse lastro de dependência anacrónica e sem sentido.
Pois bem, estamos estupefactos.
Estando o País no estado financeiro crítico
em que se encontra, com muitos dos seus cidadãos a verem ainda mensalmente a serem
reduzidos os seus sempre frágeis “quantuns”
salariais, e tendo o BE um papel essencial na
sustentação da atual maioria competindo-lhe
portanto, coadjuvar o Partido Socialista no
encontrar de soluções que alterem substancialmente o quotidiano financeiro penoso em
que os portugueses se encontram, o BE centra
a sua preocupação interventiva não nesse item
essencial do dia-a-dia dos portugueses mas,
pasme-se, na alteração da designação do “Cartão do Cidadão”, por não carregar a necessária
neutralidade que devia, entre géneros.
Desde logo o timing é péssimo para “lançar” o debate de tema tão singular. Os portugueses (todos os portugueses) têm hoje preocupações bem mais prementes e basilares que
lhe não deixam espaço nem tempo para fait
divers ocos e inconsequentes.
Depois, é manifestamente duvidosa a pertinência da discussão de um tema que jamais
dividiu os portugueses, sejam eles homens
ou mulheres, servindo antes como uma artificialidade para fomentar dissensões absolutamente desnecessárias entre eles.
Por fim, tal alteração terminológica representaria a abertura de uma espécie de “Caixa
de Pandora”, pois são tantos os exemplos de
nomes, conceitos, designações e similares, no
contexto lexical português, que se tornaria
processo infindável e sem efeito útil previsível.
Clamamos portanto para que os senhores
dirigentes do BE, sejam eles homens ou mulheres, se deixem de perfecionismos lexicais,
e se preocupem mais em garantir a efetiva
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos,
sejam eles também homens ou mulheres. ■
Por uma política de emprego com direitos é urgente
acabar com a precariedade
António Valpaços | CDU
A precariedade laboral é hoje das marcas
mais negativas da situação social do país. A
precariedade laboral atinge uma parte muito
significativa dos trabalhadores sendo transversal a qualquer atividade económica. A
precariedade laboral tem como elemento comum a insegurança de vínculos laborais, os
baixos salários e a limitação de direitos fundamentais.
É urgente reverter esta situação! É urgente
garantir aos trabalhadores portugueses estabilidade no emprego, garantir que os direitos
são cumpridos porque a precariedade laboral
também é a precariedade na família, a precariedade na vida.
Não é aceitável esta realidade continue em
expansão como o provam os contratos de
trabalho realizados nos últimos dois anos,
que representam quase 85% do total dos contratos de trabalho. E, como se não bastasse,
acompanhando estes contratos de trabalho
vem a desregulação de horários de trabalho
que assume as mais diversas formas como a
da “adaptabilidade horária”, o “banco de horas” ou a fórmula de “horários concentrados”
que mais não visam que aumentar o horário,
através de trabalho não remunerado.
Mas se esta é uma realidade que atinge os
trabalhadores em geral, não podemos esquecer que os mais jovens estão cada vez mais
a ser vítimas destes flagelos sociais, com a
agravante de que muitos milhares de jovens
inscritos nos centros de emprego não terem
qualquer prestação de desemprego.
A OCDE reconhece que Portugal está em
4.º lugar na lista dos países com mais insegurança no trabalho e na parte de baixo da tabela dos piores países em termos de qualidade
das remunerações de trabalho.
É este modelo de mão-de-obra barata, precária e desqualificada que é preciso inverter.
A derrota do Governo do PSD/CDS permite
termos esperança para no imediato podermos combater esta grave situação social que
temos no País.
Por isso o PCP apresentou recentemente o
pacote de medidas para acabar com a precariedade laboral, das quais destaco: um Plano
Nacional de Combate à Precariedade Laboral; Transformar a presunção de contrato
de trabalho em prova efetiva da existência
de contrato de trabalho; Estabelecer sanções
económicas, fiscais e contributivas para as
entidades patronais que recorram a formas
de contratação precária; Reforçar os meios e
competências da ACT.
É necessário e urgente promover a estabilidade de emprego, cumprindo e fazendo
cumprir o direito ao trabalho e à segurança
no emprego previsto na Constituição. As propostas atrás enunciadas entre outras mais são
o caminho certo a seguir pela valorização do
trabalho e dos trabalhadores. ■
Levar o combate da corrupção e evasão fiscal até ao fim
Rui Nóvoa | BE
Exigem-nos mais austeridade pois, segundo eles, todos estes anos de medidas e
mais medidas que nos levaram a um empobrecimento não chegaram. É preciso mais!
Isto não tem fim! Pela voz de Mário Draghi são precisos mais cortes nos salários e
no Estado Social. Todos os sacrifícios a que
fomos obrigados, ainda não chegam para
pagar aos banqueiros.
É verdade que a nossa economia tem problemas que carecem de mudança. Mas essas mudanças não carecem de cortar ainda
mais os salários e, muito menos, pela subserviência de Portugal às ordens de instituições europeias que, como sabemos, foram
criadas no abstrato e nada têm a ver com
a nossa vida concreta. Nem tão pouco respondem ou resolvem os nossos problemas.
O que o país precisa é de mais investimento
público, pois é ele que nos possibilita mais
emprego e melhoria salarial e não de mais
imposições externas que só nos trazem
mais miséria e empobrecimento. Só com
mais economia e emprego seremos capazes
de combater o endividamento externo.
Todos sabemos que a solução para o país
passa pelo controlo da riqueza e pela sua
distribuição e não por um sistema financeiro permanentemente envolvido em escândalos e offshores que envolvem centenas de
milhões de euros.
É preciso acabar com estes roubos permanentes e investir numa economia virada
para o combate ao défice energético, apostando nas energias renováveis, na reabilitação urbana e nos transportes coletivos.
Assim, como na soberania e na segurança
alimentar, porque ao não produzirmos o
suficiente, como acontece, deixamos que o
valor da riqueza que podia ficar cá dentro
vá toda para fora do nosso país.
Estas são algumas medidas que são necessárias, mas que necessitam de gente com
coragem para as apresentar. Qualquer economista sabe que nenhuma economia se
recompõe sem investimento público.
Muitos dos que passam o tempo na comunicação social a dizer mal do investimento público, nada dizem sobre a vergonha dos milhões que são desviados para as
offshores.
Até quando vamos permitir que fujam
com milhões sem pagar um tostão, levando
bancos e empresas à falência e, ao mesmo
tempo, desviando para paraísos fiscais o dinheiro que nos pertence?!
Para quando o fim deste sistema corrupto e de evasão fiscal? ■
44 VIVACIDADE ABRIL 2016
Lazer
TARTE FOLHADA DE
LEGUMES
RECEITA CULINÁRIA
VIVA PREVENIDO
Catarina Nogueira
Chef João Paulo Rodrigues
* docente na Actual Gest
Médica Interna do 2.º ano de Medicina Geral e Familiar na USF Fânzeres
INGREDIENTES PARA 4 PESSOAS
. 500 g de massa folhada
. 1 ovo, batido
. 2 colheres de sopa de margarina
. 1 alho-francês, às tiras
. 1 pimento vermelho, sem sementes e
cortado em tiras
. 1 pimento amarelo, sem sementes e
cortado em tiras
. 50 g de cogumelos, laminados
. 75 g de pontas de espargos
. 2 colheres de sopa de farinha de trigo
. 6 colheres de sopa de caldo de legumes
. 6 colheres de sopa de leite
. 4 colheres de sopa de vinho branco seco
. 1 colher de sopa de orégãos, picados
. 1 colher de sopa de azeitonas às rodelas
pretas
. Sal
. Pimenta
Testamento Vital
Foto DR
Preparação:
Derreta a manteiga numa frigideira e salteie
o alho-francês, mexendo frequentemente, durante 2 minutos. Junte os restantes
legumes e cozinhe, mexendo, durante 3-4
minutos.
- Adicione a farinha e cozinhe durante 1 minuto. Retire a frigideira do lume e adicione
o caldo de legumes, o leite e o vinho branco. Volte a colocar a frigideira ao lume e
deixe ferver, mexendo, até espessar. Inclua
os orégãos e tempere com sal e pimenta a
gosto. Junte as azeitonas.
- Tenda metade da massa sobre uma superfície ligeiramente polvilhado com farinha
para formar um rectângulo de 38 x 15 cm.
- Estenda a outra metade da massa com a
mesma forma mas um pouco maior a toda
a volta. Coloque o rectângulo mais pequeno
num tabuleiro de forno revestido com papel
vegetal humedecido.
- Deite o recheio de forma uniforme em
cima do quadrado mais pequeno, deixando
uma margem de 1 cm nas extremidades.
- Usando uma faca afiada, faça fendas paralelas na diagonal ao longo do rectângulo até
2,5 cm de cada extremidade longa.
- Pincele as extremidades do rectângulo
menor com ovo batido e coloque o rectângulo maior por cima, unindo firmemente as
pontas para as selar.
- Pincele toda a torta com ovo para a tornar brilhante e coza no forno previamente
aquecido a 200° C durante 30-35 minutos,
até ganhar volume e ficar dourada.
SOLUÇÕES:
Algumas questões éticas têm sido
levantadas na comunicação social relativamente ao fim de vida, nomeadamente a eutanásia, a morte assistida e
os cuidados paliativos. Estas temáticas
carecem de esclarecimento e informação adequadas. O Testamento Vital
está relacionado com estas questões.
Sabe que existe um documento onde cada cidadão pode definir os
cuidados de saúde que pretende ou
não receber no caso de se encontrar
incapaz de expressar a sua vontade?
Este documento chama-se Diretiva Antecipada de Vontade (DAV), ou Testamento Vital, e é regulamentado pela lei
nº25/2012 de 16/07/2012.
Quem poderá fazer um Testamento Vital? Qualquer pessoa, com idade
igual ou superior a 18 anos, cidadão
nacional, estrangeiro ou apátrida, que
se encontre capaz de decidir autonomamente. O Testamento Vital é um
documento normalizado, realizado por
iniciativa própria, onde se declaram os
cuidados de saúde que se pretende ou
não receber caso se encontre incapaz
de expressar a sua vontade pessoal
e autónoma, em situações de doença
muito grave que possam colocar a vida
em risco. A pessoa pode, por exemplo,
recusar ser submetida a reanimação
cardiorrespiratória, a meios artificiais
de suporte de vida e a medidas de
alimentação e hidratação artificiais.
Como e onde pode preencher este
documento? Deve aceder ao Portal do
Utente
(https://servicos.min-saude.
pt/utente/), descarregar o formulário
com o Modelo da Diretiva Antecipada
de Vontade, imprimi-lo e preenchê-lo.
Posteriormente, deverá ser entregue
no Agrupamento de Centros de Saúde
da sua área de residência (em Gondomar, será no Gabinete do Utente, no
Centro de Saúde de Rio Tinto) para re-
gisto na plataforma do Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV). A
sua validade é de cinco anos, a contar
da data de ativação e pode ser alterado ou anulado a qualquer momento. O
Testamento Vital permite ainda a nomeação de um procurador de cuidados
de saúde que poderá ser chamado a
decidir pelo doente.
A evolução da Medicina permitiu
um aumento da longevidade, acompanhado pelo envelhecimento da população e pelo aumento das doenças
crónicas, e a sociedade defronta-se
com novas questões relativamente ao
fim de vida. Uma das respostas a essas
novas questões é o Testamento Vital,
que permite a cada pessoa manifestar
antecipadamente a sua vontade de
forma consciente, livre e esclarecida,
relativamente ao tipo de cuidados médicos a ser submetida quando não for
capaz de o expressar. ■
HORÓSCOPO
Maria Helena
Socióloga, taróloga e apresentadora
Amor: Sentir-se-á muito nostálgico durante este mês. Seja
mais otimista! Pratique o pensamento positivo e as ações
construtivas agora!
Saúde: lembre-se que o desânimo se reflete negativamente na saúde. Tenha pensamentos positivos e verá que se
sentirá melhor.
Dinheiro: Evite precipitar-se, dê um passo de cada vez.
Amor: Pense bem antes de se envolver numa nova relação. Desenvolva a sua clareza mental, emocional e espiritual.
Saúde: Mês estável e cheio de energia positiva.
Dinheiro: É um bom momento para negócios, propício à
venda de imóveis.
Amor: Poderá viver uma aventura de grande importância
para si. Mostre toda a sua força, determinação e criatividade, e ponha em prática os seus projetos com paixão.
Saúde: Dê mais atenção às dores de cabeça.
Dinheiro: Não seja tão materialista, pois só tem a perder
com isso.
Amor: Poderá viver uma aventura de grande importância
para si. Mostre toda a sua força, determinação e criatividade, e ponha em prática os seus projetos com paixão.
Saúde: Dê mais atenção às dores de cabeça.
Dinheiro: Não seja tão materialista, pois só tem a perder
com isso.
Amor: Deixe o seu orgulho de lado e opte por conversar
calmamente com a sua cara-metade. Abra o seu coração e
seja fiel ao que ele lhe transmite.
Saúde: Possíveis problemas respiratórios.
Dinheiro: Avance com a abertura de um negócio próprio,
mas informe-se bem antes de o fazer.
Amor: Aposte no diálogo e na compreensão. Que a luz da
sua alma ilumine todos os que você ama!
Saúde: Estão previstos alguns problemas digestivos.
Dinheiro: Excelente oportunidade para equilibrar as suas
contas.
Amor: Evite pensamentos negativos. Adote uma postura
mais descontraída perante a vida. Descubra a força imensa que traz dentro de si!
Saúde: Tendência para apanhar uma pequena constipação.
Dinheiro: Acontecimentos inesperados farão com que seja
promovido mais cedo do que julga.
Amor: O companheirismo é a base de qualquer relação.
Fale sobre o que é necessário e seja carinhoso.
Saúde: Combata a tendência para se isolar e refletir demasiado.
Dinheiro: Algo inesperado poderá acontecer e colocar em
causa a sua competência. Mostre o que vale com determinação e coragem!
210 929 000
[email protected]
Amor: Procure ser mais compreensivo com quem o rodeia.
Procure dizer coisas boas, a palavra tem muita força!
Saúde: Ao longo deste mês poderá ser incomodado por
alguns problemas de coluna.
Dinheiro: Acredite nas suas capacidades profissionais.
Amor: Uma data muito importante aproxima-se, não se
esqueça dela. Exercitar a arte de ser feliz é muito divertido!
Saúde: Proteja-se, não ingira nada que seja nocivo para
o seu organismo.
Dinheiro: Uma viagem de trabalho irá obrigá-lo a ausentar-se durante mais tempo do que o previsto.
Amor: Deixe o orgulho de lado e peça desculpa sempre
que errar. Se quer ser verdadeiramente vitorioso, vença-se
a si próprio!
Saúde: Proteja-se do frio, ou pode ser surpreendido por
uma constipação.
Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos.
Amor: Surgirá um novo interesse romântico na sua vida.
Procure intensamente sentimentos sólidos e duradouros,
espalhando em seu redor alegria e bem-estar!
Saúde: Regular. Sem nada de grave a assinalar.
Dinheiro: Prosperidade para a vida financeira.
VIVACIDADE ABRIL 2016 45
Lazer
AGENDA CULTURAL VIVACIDADE
EXPOSIÇÕES
Até 25 de abril
“Passadiço D’Ouro”, fotografia de Júlio
Pereira, no Clube Gondomarense
Até 30 de abril
“Poetas Portugueses”, retratos de
Avelino Leite, na Biblioteca Municipal
de Gondomar
Até 7 de maio
“Souto Moura em Exposição”, no
Centro Cultural de Rio Tinto
Até 8 de maio
“Emerenciano”, Pensar de Lá para Cá,
no Auditório Municipal de Gondomar
Até 20 de maio
Exposição Cartazes de Abril, na Biblioteca Municipal de Gondomar
Até 21 de maio
Retrospetiva de Alzira Braga, na Casa
Branca de Gramido
Até 21 de maio
Programa Eco-Escolas, na CEA Quinta
do Passal
CINEMA
11h e 16h, 19 de março
“Hotel Transylvania”, na Biblioteca
Municipal de Gondomar
TEATRO
21h30, Sábados até 4 de junho
32.º Festival de Teatro Amador de
Valbom, na Escola Dramática e Musical Valboense
DIVERSOS
11h30, 23 de abril
Contar Abril às novas gerações, na
Biblioteca Municipal de Gondomar
MÚSICA
21h30, 24 de abril
Concerto 25 anos de carreira “Arco
do Bojo”, no Auditório Municipal de
Gondomar
21h30, 30 de abril
“O Canto de Intervenção em Portugal
e no Mundo”, pela Associação Aja
Norte, no Auditório Municipal de
Gondomar
21h, 29 de abril
“Pesado Sacrifício – Guerra Colonial”,
pelo jornalista Jaime Froufe de Andrade, no Clube Gondomarense
Um homem encontra um amigo na rua
e diz-lhe:
– És igualzinho à minha sogra, a única diferença
é o bigode.
O amigo diz:
– Mas eu não tenho bigode!
- Mas a minha sogra tem.
A rapariga leva o namorado a casa para lhe apresentar
os pais.
A futura sogra entrevista o rapaz:
– Com que então queres ser meu genro, não é?
– Para dizer a verdade, nem por isso, mas… casando
com a sua filha, não tenho grande escolha, não é?
Local: Percurso Pedonal do Rio Douro, Gondomar
Envie a sua foto para [email protected]
VIVA TEC | Fábio Silva
21h30, 23 de abril
Concerto Jorge Palma, no
Auditório Municipal de
Gondomar
9h às 12h30, 23, 24 e 25 de abril
Colheita de Sangue, no Multiusos de
Gondomar
VIVA FOTO | João Pires
Qual a melhor experiência
de cinema do Porto?
Vivemos numa época onde é possível experienciar o cinema de diferentes formas. O Vivacidade deixa aqui uma lista
dos formatos existentes nas salas do Grande Porto.
Real D 3D – O formato mais abrangente nas salas nacionais é também dos mais económicos. Aqui, são projetadas
duas imagens em ângulos distintos. Os óculos fornecidos
permitem que o olho esquerdo e direito recebam imagens
de dois ângulos distintos, criando o efeito tridimensional.
As sessões 3D são mais caras que as normais (2D), sendo
necessário o pagamento de uma taxa adicional e, caso não
tenha um par de óculos em sua posse, terá de os comprar.
Os óculos são pertença do espetador, podendo ser usados
em filmes futuros.
Dolby Atmos – aqui, o mais importante é o som, que envolve a audiência em todas as direções (360º). É uma tecnologia recente em Portugal, que chegou apenas em dezembro
passado, aquando da estreia de “Star Wars: O Despertar da
Força”. No Porto, só existe no Parque Nascente.
IMAX – O maior ecrã do Norte encontra-se no Marshopping. O “nosso” IMAX abriu em abril de 2015 e, desde então,
tem sido casa de alguns dos maiores blockbusters dos últimos tempos. O ecrã curvo de grandes dimensões envolve a
audiência e, aliado uma qualidade de imagem superior e a
um sistema que reproduz os sons de forma detalhada, torna
o IMAX numa das melhores experiências cinematográficas
da atualidade. O preço por bilhete é de 10€.
4DX – o formato mais recente, cuja experiência se baseia
imergir o espetador nas sensações que decorrem no ecrã,
como vibrações, vento, fumo, aromas e até jogos de luzes.
As próprias cadeiras acompanham a ação, desde pequenos
movimentos ao ritmo da câmara até a verdadeiros “tremores
de terra”, quando a ação está na ribalta. No Norte, a única
sala disponível encontra-se no GaiaShopping e cada bilhete
tem o custo de 12€.
Como pode ler, há muito por onde escolher. Com uma
maior diversidade de formatos, o cinema deixou de ser apenas uma imagem projetada no ecrã. Agora, é possível ver a
sessão que mais se adapta ao seu gosto: prefere um ecrã
grande, ou dá mais importância ao som envolvente? Experimente e crie os seus gostos, pois o Porto tem muito para
oferecer!
CARTOON | Ricardo Ferreira
46 VIVACIDADE ABRIL 2016
Emprego
Profissão
Nº de Oferta
Regime
Informação
As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto
do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se
dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.
netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de
emprego.
Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de
emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização e a sua publicação.
CENTRO DE Telefone 224 662 510
EMPREGO R. Padre Augusto Maia, 26 / 4420-225 Gondomar
DE GONDOMAR E-mail: [email protected]
Profissão
Nº de Oferta
Regime
Informação
ASSENT.REVESTIMENTOS
588665818
TEMPO COMPLETO. CONTRATO A TERMO.
COM EXPERIÊNCIA EM APLICAÇÃO DE CHÃO
(VINILICO, MADEIRAS E OUTROS).
Freguesia
S. PEDRO DA COVA
Profissão
MOTORISTA PESADOS
Nº de Oferta
Regime
Informação
Freguesia
588638042
TEMPO COMPLETO.
TRANSPORTE INTERNACIONAL (FRANÇA,
ITÁLIA, BÉLGICA E LUXEMBURGO).
GONDOMAR
COSTUREIRA ESTOFOS
588653100
TEMPO COMPLETO. TERMO CERTO.
COM EXP. DINÂMICA E CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO. MEDIDA ESTÍMULO EMPREGO.
Profissão
Nº de Oferta
Regime
Informação
OURIVES
588666665
TEMPLO COMPLETO. CONTRATO A TERMO.
COM EXPERIÊNCIA.
Freguesia
U.F. DE FÂNZERES E SÃO PEDRO DA COVA
Freguesia
VALBOM
Profissão
MECÂNICO AUTOMÓVEIS
Profissão
DESIGNER GRÁFICO
Nº de Oferta
Regime
Informação
588653955
TEMPO COMPLETO. CONTRATO SEM TERMO.
EXPERIÊNCIA COMO MECÂNICO DE LIGEIROS
OU PESADOS. MEDIDA ESTÍMULO EMPREGO.
Nº de Oferta
Regime
Informação
588664102
TEMPO COMPLETO. CONTRATO A TERMO.
COM EXPERIÊNCIA NA ÁREA.
Freguesia
U.F. DE MELRES E MEDAS
Freguesia
BAGUIM DO MONTE
Profissão
VETERINÁRIO
Profissão
ANIMADOR SOCIO-CULTURAL
Nº de Oferta
Regime
Informação
588595569
TEMPO COMPLETO. TERMO CERTO.
LICENCIATURA EM MEDICINA VETERINÁRIA.
Freguesia
S. COSME
Profissão
INSTALAD. AR CONDICIONADO
Nº de Oferta
Regime
Informação
Freguesia
588667563
TEMPO COMPLETO. CONTRATO A TERMO.
EXP. REPARAÇÃO/MANUTENÇÃO DE SISTEMAS AR
CONDICIONADO, MONTAGEM CONDUTAS, ETC.
RIO TINTO
Nº de Oferta
Regime
Informação
588661304
TEMPO PARCIAL. TERMO INCERTO
OBRIGATÓRIO POSSUIR TCC (TRANSPORTE
COLETIVO DE CRIANÇAS).
Freguesia
S. PEDRO DA COVA
Profissão
CARPINTEIRO DE LIMPOS
Nº de Oferta
Regime
Informação
Freguesia
588663370
TEMPO COMPLETO. TERMO CERTO.
COM EXPERIÊNCIA.
FOZ DO SOUSA
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