o que temos a ver com a guerra no oriente médio?

Transcrição

o que temos a ver com a guerra no oriente médio?
JORNAL DO
Construindo a CONLUTAS
SINTUSP
Órgão informativo do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo
Gestão
Sempre na Luta
Piqueteiros e Lutadores
Setembro de 2006
Especial de Formação Política
Esta pergunta faz parte do debate marcado pelo CDB (Conselho Diretor de Base) do Sintusp
como parte da programação política deste Conselho.
Este Jornal especial, de formação, tem como objetivo levar esta
discussão para os que não puderam participar do debate, no dia
25 de agosto de 2006, um dia de
trabalho normal, realizado das 13
às 17 horas, com mais de 200
pessoas.
É necessário esclarecer publicamente a nossa posição aprovada no 4º Congresso dos Funcionários da USP, por mais de 260
delegados, de lutar com os demais trabalhadores conscientes
do mundo.
Mila Maluhy
O QUE TEMOS A VER COM A
GUERRA NO ORIENTE MÉDIO?
Debate do Sintusp – todos
ouvem perplexo os relatos
Daniel Garcia
PELO FIM DO ESTADO ARTIFICIAL E
GENOCIDA DE ISRAEL
A importância deste esclarecimento se torna maior após a repercussão deste debate que extrapolou os muros da USP e mesmo do
país, já que além da mídia brasileira, a TV estatal da Síria pediu o
cópia do vídeo da discussão realizada no Sintusp, para exibi-lo naquele país.
Ato na USP contra o massacre no Líbano e na Palestina
“cancelado” pela Reitoria por pressão da Federeção Israelita,
e realizado do lado de fora com cerca de 600 pessoas
PELA CONSTRUÇÃO DE UM ESTADO
PALESTINO LAICO,ONDE CAIBAM TODOS OS
POVOS: PALESTINOS, ÁRABES E JUDEUS
2 – Jornal do SINTUSP
Especial de Formação Política
Setembro de 2006
A CRISE NO ORIENTE MÉDIO
O que temos a ver com a guerra no Oriente Médio?
Reprodução
Por que vamos nos preocupar com o massacre de Israel sobre o povo libanês e palestino?
O nosso CDB (Conselho Diretor de
Base) do Sintusp havia aprovado um debate sobre a questão do Oriente Médio, a
formação do Estado artificial e terrorista
de Israel e o atual massacre do povo libanês e palestino pelos sionistas genocidas.
Em seguida, fatos ocorreram na
USP, que tornaram este debate, que seria interno e com objetivo de servir como
parte da formação dos nossos conselheiros, num debate que acabou envolvendo
a comunidade uspiana, além da comunidade externa da USP, principalmente, a
comunidade árabe, libanesa e palestina
de um lado, judeus sionistas e outros judeus, entre estes, alguns também como
nós defendendo o Fim do Estado terrorista de Israel.
O FATO
Para o dia 9 de agosto havia sido convocado um Ato Público Contra o Massacre no Líbano e na Palestina, que aconteceria no Anfiteatro Camargo Guarnieri,
cedido pela reitoria da universidade que,
na véspera acabou cancelando a utilização do anfiteatro após receber pressões
de professores ligados a Federação
Israelita do Estado de São Paulo - Fisesp.
Apesar do “cancelamento” inclusive divulgado pela reitoria, o Ato aconteceu na
rampa de acesso ao Anfiteatro, com cerca de 600 pessoas.
No dia seguinte o Sintusp denunciou,
em boletim, a subserviência da reitoria aos
sionistas, assim como o massacre que
mais uma vez estava sendo praticado pelo
Estado artificial, terroristas e genocida de
Israel, fundado sob os auspícios dos EUA
e Inglaterra para tornar-se um enclave
militar a serviço destas potências no centro da região que mais produz petróleo
no planeta, o Oriente Médio, além de reafirmar a posição (aprovada no 4º Congresso dos Funcionários da USP), de lutar pelo Fim do Estado de Israel.
ISTO FEZ COM QUE:
A Fisesp, em audiência pública, com
o Procurador Geral da Justiça do Estado
de São Paulo pedisse a instauração de inquérito policial contra o Sintusp por discriminação e preconceito.
Diferente de muitos sindicatos, o
Sintusp tem atuado como uma entida-
Bombas de Israel no sul do Líbano, julho de 2006
de classista, isto é, tem como concepção que o proletariado, que vive da venda da força de trabalho, é uma única
classe em todo o mundo, sendo o nosso inimigo também único e “global”,
e chama-se sistema Capitalista na
atual fase do imperialismo. Este sistema que busca dominar de forma definitiva todo o planeta, através de sua
política econômica, militar e ideológica, necessita impor a derrota aos trabalhadores e aos povos oprimidos, se
dando também pelo aumento ainda mais
da exploração. Este sistema Capitalista
tem como centro, os Estados Unidos
da América e aliados.
Esta concepção classista se traduz
no parágrafo 2º, alínea d, do Estatuto
do nosso sindicato, aprovado no 3º
Congresso dos Funcionários da USP,
que define os objetivos do sindicato:
“Atuar na luta mais global da classe trabalhadora, na perspectiva de realização
de seus objetivos históricos, na construção de uma nova sociedade sem explorados e exploradores, e na implantação
da verdadeira democracia”.
No 4º Congresso dos Funcionários da
USP, realizado entre os dias 29, 30 e 31
de Março de 2006, os mais de 260 delegados, eleitos em diversas unidades da
capital e interior que reuniu para isto milhares de funcionários da universidade,
participaram de um amplo debate que
durou todo o primeiro dia do Congresso,
discutindo Conjuntura Nacional e Internacional e, finalmente, aprovando por
ampla maioria, como resoluções: “Fora as
tropas imperialistas do Iraque e Oriente
Médio, do Haiti e de todos os países onde
os Estados Unidos e seus aliados mantém bases militares, inclusive de Guantánamo, em Cuba”;
“LUTAR PELA DESTRUIÇÃO
DO ESTADO TERRORISTA DE
ISRAEL E PELA CONSTITUIÇÃO
DE UMA FEDERAÇÃO DE
REPÚBLICAS SOCIALISTAS DO
ORIENTE MÉDIO”.
Hoje, quando recebemos e-mails dos
sionistas, irados, perguntando o que um
Sindicato de Trabalhadores tem a ver
com a Guerra do Oriente Médio, lembramos da época da ditadura militar no
Brasil, quando os generais prendiam,
torturavam e matavam sindicalistas e
militantes estudantis e afirmavam que
trabalhador é para trabalhar, estudante
é para estudar e sindicatos e entidades
estudantis só deveriam tratar de questões específicas.
Estes militares que subjugavam o
povo na base dos fuzis, estavam a serviço do imperialismo americano, a quem
entregavam todas as nossas riquezas e
para isto, precisavam sufocar toda e qualquer resistência popular.
Sabemos que este discurso de que os
trabalhadores e seus sindicatos não devem se meter nos assuntos nacionais e
internacionais, deixando isto para a burguesia e os políticos profissionais a seus
serviços, ainda convence alguns companheiros nas várias categorias, inclusive
na nossa.
Nosso sindicato sempre aceitou o desafio de ser criticado, porque, além de
lutar (e muito) por salário, benefícios e
se colocar contra a opressão dos maus
chefes, também enfrenta o governo estadual, federal e o imperialismo norteamericano e seus aliados que, com sua
política de subjugar os povos e de super
explorar trabalhadores e retirando um a
um os direitos conquistados, desobrigar
o Estado de suas responsabilidades sociais como Saúde, Educação, Previdência Social, etc. Isto é neoliberalismo.
Se os EUA e seus aliados, inclusive
seu testa de ferro, o Estado artificial e
terrorista de Israel, não estivessem encontrando a resistência dos povos árabes no Iraque, na Palestina, Líbano, Síria,
Irã, etc., o domínio definitivo do planeta
seria bem mais fácil e, por isto, a LUTA
DE RESISTÊNCIA DESTES POVOS
TAMBÉM É NOSSA.
Setembro de 2006
Especial de Formação Política
Jornal do SINTUSP
–
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TEXTO CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE SOBRE O ORIENTE MÉDIO
A fundação do estado artificial e terrorista de Israel
O massacre do povo libanês e palestino e a nossa posição
ANOTAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO DE ISRAEL
Desde o século XVIII, os europeus,
principalmente Inglaterra, França e Rússia
Czarista, disputavam o domínio do Oriente Médio.
Com a abertura do Canal de Suez,
em 1869, o Egito passou a ser um país
estratégico para a Inglaterra, a qual bombardeou a Alexandria em 1881, ocupando
militarmente o Egito, dominando-o durante toda a 1ª metade do século XX.
Na Palestina, em 1911, o mercenário e agente britânico T.E. Lawrence,
que se tornou Cel. do Exército Inglês (o
lendário Lawrence da Arábia) escreveu um
relatório à Coroa Britânica, afirmando que
seria melhor que os judeus colonizassem
o país o quanto antes, devido as crescentes revoltas dos árabes contra a dominação estrangeira. Lawrence tinha como
missão, “cumprida muito bem”, infiltrarse e fomentar confrontos e guerras entre
os árabes com objetivo de enfraquecê-los.
Nesta época, o sionismo (movimento
político religioso nacional colonialista)
com objetivo de estabelecer um Estado
Judeu, em um primeiro momento na Argentina, depois na África Oriental Britânica, atual Uganda, (como pretendia o judeu fundador do sionismo, Theodor
Herzl), acabou se definindo, por escolher
a Palestina. Esta definição se deu no 2º
Congresso Sionista em 1905, quando
Theodor Herzl já havia morrido, Congresso este, dominado por judeus da Europa
Oriental.
O projeto era colonizar a Palestina com
a conseqüente remoção da população árabe nativa.
Grande parte do mundo árabe islâmico, incluindo a Palestina, integrava o
Império Otomano, que durante a Primeira Guerra Mundial foi derrotado pelas
potências da Europa.
A Inglaterra e a França passam a dividir o domínio da Palestina, incluindo a
Síria e a Mesopotâmia.
A 1ª Guerra Mundial transferiu o centro de gravidade do sionismo para os EUA
e a Inglaterra.
O Comitê Britânico na Palestina redigiu memorando propondo a criação de
um Estado Judeu na Palestina com ob-
jetivo de defender o Egito e o Canal de
Suez.
Em 1917, a Declaração de Balfour1
denunciada e tornada pública pelos bolcheviques da Rússia, propõe a criação do
Estado Judeu na Palestina, mesmo ano
em que os ingleses tomam Bagdá.
Sobre o fato, Osvaldo Coggiola,
professor do Departamento de História
da Universidade de São Paulo, afirma:
“Assim o imperialismo britânico utiliza o movimento sionista facilitando a imigração judia para a Palestina, contra as
massas árabes, seguindo o velho adágio
latino “divide et impera” (dividir para
governar) para assegurar sua hegemonia
regional. Cortando na carne das nações,
dividindo e desmembrando povos através
da criação artificial da Transjordânia”.
A imigração desestrutura a vida da
população que vivia na Palestina, arruína
todo o modo de produção, a vida social,
cultural e religiosa, destruindo a sociedade rural árabe e provocando um grande
desemprego.
Em sua obra, A história oculta do sionismo, Ralph Schoeman afirma: “Ao final do século XIX havia na Palestina mil
povos ou aldeias. Jerusalém, Hifa, Gaza,
Yaffa, Nablús, Acreijerico, Ramle, Hebron
e Nazaré, eram cidades florescentes. As
colinas laboriosamente tratadas, canais e
limoeiros, as oliveiras e cereais da Palestina eram conhecidos em todo o mundo.
O comércio, o artesanato, a indústria têxtil, a construção e a produção agrícola
eram prósperos”.
Os camponeses e a população palestina distinguiam claramente, os mais de 20
mil judeus que viviam totalmente integrados na sociedade Palestina, dos colonizadores que vieram às dezenas, depois centenas de milhares, expulsando os povos
árabes da região.
No 1º aniversário da Declaração de
Balfour, 1918, houve uma manifestação
palestina pacífica, mas que ao sofrer com
a repressão acabou se tornando violenta.
Os bolcheviques russos denunciam a
Declaração de Balfour além de afirmar que
a entrega da Palestina aos judeus era uma
encenação do imperialismo britânico.
1 - A Declaração de Balfour é uma carta escrita em 2 de novembro de 1917 pelo então ministro Britânico dos Assuntos
Estrangeiros, Arthur James Balfour, concedendo ao povo judeu a facilitação da povoação da Palestina. Isto somente se
Inglaterra conseguisse derrotar o Império Otomano, que, até então, dominava a região
A resistência à colonização forçada
cresceu, tornou-se violenta e, com manifestações de massa nas ruas.
Em 1919, a população da Palestina era
de 800 mil habitantes, dos quais 60 mil eram
judeus assentados, principalmente, a partir
de duas grandes levas de imigração.
Em 1931, os sionistas expulsaram 20
mil famílias camponesas palestinas, que
tiveram não só sua vida produtiva
destruída, mas também sua vida cultural
e religiosa. Além de retirarem-lhes a terra, estavam acabando com a sociedade
árabe na Palestina.
A imigração, em 1931, cresceu de 4
mil imigrantes/ano, para mais de 60 mil
em 1935.
Em 1936 os judeus já eram 400 mil e
em 1947, 600 mil.
O patrocínio do projeto sionista deixa de ser apenas britânico e passa a ser
também dos EUA e da Liga das Nações
Unidas. Seu financiamento deixa de ser
feito apenas pela burguesia judia e passa
a ser bancado por grandes nações.
A proposta absurda de divisão da Palestina provocou novos e maiores motins, a Revolta de 1936/1939 marca o início do movimento nacional palestino até
os dias de hoje.
A partir de 1939 os sionistas deixam
de ter na Inglaterra o principal aliado,
voltando-se totalmente para os EUA.
A repressão desta vez foi tremenda,
foram milhares de mortos, outros tantos
presos, deportados, além de desagregar
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4 – Jornal do SINTUSP
Especial de Formação Política
ANOTAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORIGEM
DO ESTADO DE ISRAEL
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os sindicatos e organizações populares.
A revolta árabe só foi sufocada com um
banho de sangue em 1939.
Após a 2ª Guerra Mundial, os EUA
decidem substituir a Inglaterra como potência dominante na região.
No final de novembro de 1947, as
Nações Unidas aprovaram a divisão da
Palestina atribuindo aos judeus 55% do
território apesar dos mesmos serem 1/3
da população, vivendo principalmente nas
cidades e ocupando 6% da terra.
Em 1947, centenas de milhares de
refugiados palestinos tornaram-se exilados na sua própria terra, na Palestina, parte deles na Jordânia, no norte
do Egito, em Gaza, na Síria e a maioria
no Líbano.
Em dezembro de 1947, o Irgun (Organização Terrorista Judia) bombardeia
Jerusalém, matando dezenas de pessoas.
Estes mesmos terroristas realizam outro
ataque, lançando bombas de um carro
contra a multidão de operários diaristas
árabes, reunidos no portão principal da
refinaria de petróleo de Haifa, acarretando uma reação de confronto que resultou num saldo de dezenas de mortos, de
ambos os lados.
É assim que em 1948 é fundado o Estado de Israel, em meio a uma guerra feroz aos povos árabes, massacrados de
forma covarde por um poderio bélico
imensamente maior. As tropas inglesas
retiraram-se da Palestina deixando suas
armas para Haganah (que veio a se tornar
o exército israelense) que, febrilmente
passou a trazer armas dos EUA. Em 1949,
uma guerra com cinco paises árabes que
resistem ao “Estado de Israel” (que possui um dos exércitos mais bem preparados e equipados do mundo), resulta na
expulsão de 750 mil palestinos, apoderando-se também de uma área 50% superior
à concedida pela ONU.
No dia 4 de abril de 1948, o Haganah,
conjuntamente com as facções terroristas judaicas, Irgun e Stern, invadem a tranqüila vila Deir Yassin, de um pouco mais
de 1.000 habitantes, onde 254 árabes, entre homens, mulheres e crianças, foram
massacrados a sangue frio, seus corpos
mutilados muitos jogados num poço. As
mulheres tinham suas barrigas rasgadas a
baionetas e as crianças mortas na frente
das mães. Segundo o médico Jacques de
Reynier, da Cruz Vermelha Internacional,
a limpeza foi concluída à faca.
Em 1950, a “unidade da vingança”
(destacamento do exército Israelense), liderada por Ariel Sharon, infiltrada na
Jordânia, Líbano e Síria, massacrou, com
requintes de crueldade, civis árabes.
De lá até os dias atuais, novas guerras foram deflagradas. Em 1956, em
1967, em 1973, em 1982, em 1990 e agora em 2006.
Em 1967, Israel na ofensiva de guerra de expansão, denominado guerra dos
6 Dias, massacra os povos árabes palestinos, ocupando território do Líbano,
Síria, Cisjordânia e da faixa de Gaza,
ampliando 4 vezes mais em relação a já
absurda área definida pela ONU em 1948.
Agora, neste absurdo massacre de
Israel contra o povo libanês (iniciado em
julho/2006), sob o pretexto de captura de
2 soldados israelenses, pelo Hizbollah, o
Estado Judeu terrorista matou mais de
1.100 libaneses, destes, mais que mil são
civis e destes grande parte são crianças e
mulheres.
Os mortos israelenses foram 149, destes, mais de 120 são militares;
A infra-estrutura do Líbano foi, em
grande parte, destruída;
Israel também mantém milhares de
palestinos prisioneiros e capturados em
seu próprio território, além de sistemáticos bombardeios causando a morte de
centenas, desde julho/2006.
Entretanto, desta vez, todos os especialistas militares e analistas políticos
são unânimes, Israel foi derrotado política e militarmente, tal como ocorreu
com os EUA na guerra do Vietnã, quando apesar de terem causado muito mais
vítimas do que baixas, perderam a guerra
e foram escorraçados do Vietnã.
Hoje, Israel vive uma grande crise
política. Tem contra si o ódio de todos
os povos árabes e a repulsa em todo o
mundo. Após o conflito, pesquisa afere
que 63% dos israelitas querem a deposição do 1º Ministro pela derrota na guerra. Por outro lado, torna-se cada vez mais
difícil a manutenção e sustentação política e militar do Estado de Israel pelos
EUA e seus aliados.
As guerras e os massacres não cessaram e virão enquanto existir este
enclave militar do imperialismo “plantado” no Oriente Médio, denominado
Estado de Israel, um Estado Judeu
genocida. Pois, como dizia Ben Gorion,
um chefe do Estado Judeu, herói de Israel, “nosso atual território é parcial,
mas se expandirá ainda, tem muitos árabes por aqui, vamos acabar com eles”.
Setembro de 2006
Hamas e Hizbollah nascem
da resistência – à ocupação
e agressão israelense
Tanque Israelense contra civis inclusive crianças asna invasão do Líbano
Tanto na Palestina quanto no Líbano, nasceram da resistência popular
espontânea, organizações armadas tais como: Al Fatah e Hamas na Palestina e
Hizbollah no Líbano, além de outras.
O Hizbollah surgiu como resistência aos muitos anos de ocupação do
Sul do Líbano por Israel, iniciada em 1982, cujas tropas só bateram em retirada no ano 2000, após uma grande ofensiva dos guerrilheiros do Hizbollah que
levou à morte centenas de soldados dos EUA e de Israel.
Na Palestina, recentemente (para desespero do governo norte americano e de Israel), o povo elegeu o Hamas, para o governo palestino, esta organização armada político-militar defende e luta pelo Fim do Estado de Israel.
O Hizbollah tem 2 Ministros no governo do Líbano e é responsável
pelos programas sociais naquele país, além de continuar combatendo intensamente as tropas de Israel, como fez agora durante o brutal massacre de Israel
contra os libaneses e a destruição de parte do país.
Obs.: Na grande polêmica criada pelos sionistas com relação a nossa posição aprovada por mais de 260 delegados no 4º Congresso dos Funcionários da
USP, de Fim do Estado de Israel, estes, como sempre fazem, tentam confundir
o Anti-Sionismo com Anti-Semitismo e de Fim do Estado Judeu com Fim do
Povo Judeu.
Reafirmamos nossa posição Congressual e a defendemos, que a Luta dos
Povos Árabes, Libaneses, Palestinos e Iraquianos, sejam uma Luta de Todos
os Povos. Até o FIM DO ESTADO JUDEU GENOCIDA DE ISRAEL
• Fim do Estado artificial e terrorista de Israel
• Pela construção de um Estado Palestino Laico, onde caibam todos os
palestinos, árabes e judeus.
Secretaria de Formação Política do Sintusp
Especial de Formação Política
Setembro de 2006
Jornal do SINTUSP
Aqui estão algumas “pérolas” extraídas dos e-mails dos que
defendem Israel e sua política. Pedimos desculpas aos leitores
pelos palavrões reproduzidos, é que achamos importante
mostrar o nível destes senhores.
São dezenas de mensagens que chegam ao Sintusp:
Dos sionistas, muitas impressionam pelo baixo nível, outras pelas posições retrógradas e
de direita, várias outras usam a velha tática de confundir, propositalmente, as posições contrárias
ao sionismo e o Estado Judeu com antisemitismo e contrárias ao povo judeu.
Por outro lado, estamos surpresos com a quantidade e a qualidade das mensagens de
solidariedade de funcionários, estudantes e professores, além de um número muito grande de
entidades, movimentos e companheiros. Várias manifestando a defesa da mesma posição
(aprovada no 4º Congresso dos Funcionários da USP) de luta pelo fim do estado de Israel e outras
defendendo o direito de expressão. Estamos mais uma vez aprendendo que quem toma posição
pela luta de classes e do lado dos oprimidos, ganha inimigos, mas também muitos
novos companheiros, e mais uma vez o saldo é extremamente positivo.
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“... bastarda e produto da manipulação do imperialismo facista
e bestial de mulçumanos, que controlam o mundo”
“...voces não sao machos, mas sim maricas mentirosas,
prostitutas do totalitarismo facista e do capitalismo islâmico,
os novos nazistas e chantagistas da era moderna...”
“Imperialistas arrogantes, devastadores dos direitos humanos, da
liberdade de expressão e da democracia...”
“QUE OS LÍDERES CORRUPTOS DA SINTUSP
SEJAM JOGADOS AO FOGO – EM PRAÇA PÚBLICA
pois constituem perigo a raça humana
e a civilização como um todo.”
–
5
6 – Jornal do SINTUSP
Especial de Formação Política
Setembro de 2006
SOLIDARIEDADE AO SINTUSP
Várias entidades e movimentos manifestam total
solidariedade ao Sintusp através do texto abaixo:
O ..(nome da entidade ou movimento), manifesta total solidariedade aos trabalhadores da USP e ao seu Sindicato - o
SINTUSP - que vem sofrendo ataques, ofensas e até ameaças por parte de setores da Comunidade Israelita, por
denunciar os constantes massacres contra os povos árabes levadas a cabo pelo exercito israelense, bem como por
defender o fim do Estado de Israel e a formação de um Estado Palestino, Laico e Democrático naquela região.
Repudiamos também a atitude do presidente da Federação Israelita de São Paulo, sr. Jaime Blay, que deu entrada com
pedido de abertura de inquérito policial contra o SINTUSP junto à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo.
Fazemos nossas as denuncias dos massacres realizados pelo exercito israelense contra os povos árabes, como se dá
neste momento no Líbano e na Palestina. Defendemos incondicionalmente o direito do SINTUSP de tornar públicas e
defender as suas posições e rechaçamos todo tipo de ameaça e de cerceamento desse direito.
• Conlutas - Coordenação Nacional de Lutas;
• ASSMS - Associação dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde de
Porto Alegre;
• Centro Acadêmico de Ciências Humanas/Conlute do IFCH, Unicamp;
• LBI - Liga Bolchevique Internacionalista;
• TRS - Tendência Revolucionária Sindical;
• Juventude Bolchevique – JB;Oposição Bancária do Ceará;
• Oposição de Luta Gráfica – DF;
• Oposição de Luta Professores Sindute – CE;
• Oposição Sindical e Trabalhadores Rurais de Madalena – CE;
• Oposição Revolucionária Sindágua – CE;
• Oposição Classista dos Professores – Am;
• Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, em oficinas mecânicas e de
material elétrico de Itaúna, Itatiaiuçu e Mateus Leme (MG);
• SINDESS - Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços
de Saúde de Belo Horizonte, Cate, Nova Lima, Sabará e Vespasiano;
• SINDÁGUA D.F. (Brasília) Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da
Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgoto do Distrito Federal;
• ADUFAL - Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas;
• SINJEP - Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário do Pará;
• Centros Acadêmicos da UEM - Universidade Estadual de Maringá: Letras,
Matemática, Ciências Sociais e Educação Física e Movimento Caminha);
• MNOB - Movimento Nacional de Oposição Bancária;
• Sindicato de Enfermeiros de Divinópolis;
• SINDIPETRO/AL/SE - Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros,
Petroquímicos, Químicos e Plásticos dos Estados de Alagoas e Sergipe;
• SINASEFE - Ouro Preto.
OUTRAS MENSAGENS:
• Centro Acadêmico da Física da USP;
• Vidalonga: “Recebam minha total solidariedade pela ofensiva dos fascistas
israelenses sobre o Sindicato.
Eu defendo a mesma posição : sou contra a existência do Estado fascista
de Israel no Oriente Médio. Ele ficaria muito bem alojado no atual Estado do
Alabama, como mais um Estado oficial do Império do Norte.
Abraçando fraternalmente os que resistem e lutam
• Funcionária da USP: Beleza, companheiros.
Se houver mesmo o tal processo, me ofereço para ser arrolada como
testemunha em defesa do SINDICATO e em defesa da democracia em
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NOSSO PAÍS. Eu estava lá na frente do Anfiteatro no evento expulso das
instalações da USP!!!!!
Somos contra o ESTADO DE ISRAEL e fim de papo, no mesmo
sentido em que somos contra PARTIDOS NAZISTAS. Temos o direito de ter
nossa opinião ou os “sionistas” residentes no Brasil é que vão pautar o que
pode e o que não pode ser dito aqui?
Funcionário da USP (J.L.N.): Preconceito racial? O Sintusp? Eu pergunto,
vocês conseguiriam entrar na Hebraica? Vocês seriam aceitos na comunidade
hebraica sem ser Judeu? Muitíssimo obrigado
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM/
Bauru): O SINSERM – Bauru manifesta total solidariedade aos trabalhadores;
Oposição Operária
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro;
Martin Romano, delegado Gremial Coto C.I.C.S.A. (Associacion Emplada
de Comercio – Rosário – Argentina) Manifesta seu repudio ao massacre dos
EUA e Israel aos povos do Oriente Médio e se solidariza incondicionalmente
com o Sintusp nesta luta;
LER - Liga Estratégia Revolucionária: Nos colocamos, lado a lado com o
Sintusp, pelo Fim do Estado de Israel. Exigimos pronunciamento da Reitoria
da USP contra perseguição e ameaça da comunidade Israelita contra o
Sindicato;
Sindicato dos Funcionários Públicos de Algoinhas/Bahia;
Federação Sindical e Democrática dos Trabalhadores Metalúrgico de Minas
Gerais;
Fórum de Mulheres Feministas de Belo Horizonte;
Oposição dos Correios de São Paulo;
Oposição Sindical de Esquerda dos Trabalhadores da USP;
Movimento A Pleno Pulmões (estudantes);
CEUPES - Centro Acadêmico de Ciências Sociais da USP;
Saad Mahmmoud: “Parabéns pelo boletim divulgado para o evento de 10 de
agosto. Lamentável apenas o posicionamento da Reitoria da USP e da
ingerência da Federação Israelita, numa prova que o sionismo quer estender
seus longos e malignos braços até o Brasil, achando que o campus é Gaza,
Jenin, Qalqilia, Ramalla ou Hebron.
Vida longa ao Povo Palestino!!!
Vida longa à Jihah Islâmica!!!
Vida longa ao Hamas!!!
Vida longa aos Mártires de Al-Aqsa!!!
Vida longa ao Izz-i-din-Al Qassam!!!
Vida longa ao Hizbollah!!!
Que Deus, Clemente e Misericordioso, os abençoe.
Especial de Formação Política
Setembro de 2006
Jornal do SINTUSP
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A CRISE NO ORIENTE MÉDIO
O debate no sintusp “pegou fogo”
Alexandre Vendemiatti
Mila Maluhy
Mila Maluhy
vista tentando descaracterizar a expressão
genocídio sob o argumento de que na grande guerra milhões de civis morreram sem que se tenha falado em genocídio. Tentaram algumas vezes conLogo na entrada, o corajoso SIN- CÍDIO e repetindo
fundir as expressões antiTUSP mandou colocar de parede a pare- TODOS os ataques
sionista com antide todas as fotos de crianças árabes contra do governo,
semitismo, outra manobra.
estraçalhadas pelas bombas de Israel do Estado Sionista e
Todos os represencomo que dizendo VEJA O QUE OS do EUA, sem omitantes pró-Israel se retiSIONISTAS PROPICIARAM.
tir nenhuma palavra
raram em determinado
O local estava completamente lotado do que já havia dito
momento e em bloco,
(todos os acentos tomados) e muitas anteriormente nos
numa espécie de protespessoas, as pessoas da USP tiveram que manifestos
do Emir Murad (Confederação Árabe-Palestina no Brasil), Magno de Carvalho (Diretor de to. Ficou subentendido
assistir do lado de fora, aproximadamente SINTUSP e nos Sintusp), Nair Pereira (Coordenadora), Ali Nakhalawe (UJAAL - União da Junventude que seriam promovidos
Árabe para a América Latina), Claudionor Brandão (CBD), Miryám Hess (Judia) e Valdo novos debates com uma
umas 200 pessoas, entre elas uns 20 ou atos públicos.
30 do grupo pró-Israel, formavam um
Todos os orado- Mermelstein (Judeu-Marxista). A Federação Israelita foi convidada e não compareceu
conformação mais de
grupo que tentava de vez em quando tu- res inscritos deram
debate e menos de só
multuar. Dos pertencentes ao Comitê de seus depoimentos no mesmo teor, fato da Conlutas, em seu pronunciamento pronunciamentos.
solidariedade umas 15 pessoas. Um pro- que irritou muito os representantes pró deixou claro o posicionamento, não
Em minha opinião pessoal, não houve
fessor de origem judaica com forte sota- Israel ao perceberem que todos estavam contra o povo judeu mas sim contra o realmente um debate, mas sim pronunciaque característico entre eles, começou a sendo contundentes e repetindo as denun- sionismo . Os pró-Israel ficaram irrita- mentos de ambas as partes. Seja como for
gritar, gesticular tumultuando e interrom- cias com adjetivos fortes e verdadeiros.
dos novamente após terem ouvido vá- o Comitê de Solidariedade aos Povos
pendo de forma autoritária os oradores,
Fiquei feliz ao ouvir o companheiro rios representantes de entidades inscri- Árabes deveriam agradecer o SINTUSP
mas se calou diante da reação (eu reagi Emir Mourad da Confederação Árabe tas criticarem duramente o agressor ca- por mais este esse evento.
falando na cara dele que ali era territó- Palestina do Brasil, pronunciar-se tam- racterizado como genocida, Tentaram
Aproveito para expressar o meu
rio brasileiro e não de Israel) muitos bém com arrojo e coragem posicio- fazer perguntas durante as explanações, apoio pessoal e incondicional a favor
dos presentes se indignaram e a mesa nando-se de forma equilibrada, mas mas foram impedidos, pois o debate só desse nosso aliado valoroso que é o
controlou e acalmou a situação diante da contundente. Emir foi totalmente soli- seria aberto após o ultimo pronuncia- SINTUSP, que se apresenta, através de
clara intenção de agitação.
dário, agradecendo e apoiando o mento inscrito. Houve certo tumulto seus posicionamentos e, como formaO diretor do SINTUSP, Magno de posicionamento do SINTUSP e fez uma com gritos de: - isso não é debate e dor de opinião junto aos trabalhadores,
Carvalho, corajosamente e sem meias narração histórica da situação. Posteri- outras coisas.... Foi proposta uma mu- estudantes universitários da USP e topalavras fez um histórico da situação no ormente vários oradores todos críticos dança nos trabalhos para formar dois dos os que lá estavam prestigiando e
oriente médio CULPANDO O ESTADO ferrenhos das atitudes do estado de Is- grupos para debaterem, porém foi re- participando do evento (a maioria dos
SIONISTA DE ISRAEL DE GENO- rael .O companheiro Dirceu Travesso, cusado. Um dos pontos altos foi o pro- 200 que lá estavam eram claramennunciamento lúcido de um professor de te funcionários e estudantes da USP)
história da USP, Henrique Carneiro, que da maior e melhor Universidade da Améem poucas palavras e através de núme- rica Latina. Obrigado SINTUSP.
ros provou quem era o agressor e quem
era o agredido, ou por suas próprias paSaudações
lavras os genocidas e as vítimas. NoOdessio
vamente os pró-Israel ficaram raivosos. Outro ponto
alto foi o pronunciamento de
um judeu Socialista Waldo
Mermelstein que morou em
Kibuts em Israel e criticou
duramente e de Forma corajosa e impecável o sionismo
na CARA dos 30 elementos
pró-Israel que lá estavam e
sem titubear condenou o
genocídio contra os Palestinos e Libaneses. Dois jovens
pró-Israel se pronunciaram
defendendo seus pontos de Prof. Sionista tumultua diante da cämera de TV
Visão parcial do debate, ao fundo, o Mural “A Greve”
QUANTO AO RELATO DO DEBATE
OCORRIDO NO SINTUSP, OPTAMOS POR
REPRODUZIR O TEXTO DE UM PARTICIPANTE
EXTERNO A USP, PRESENTE
AO EVENTO, DIVULGADO NA INTERNET
8 – Jornal do SINTUSP
Especial de Formação Política
Setembro de 2006
NÃO EM NOSSO NOME!!!
JUDEUS RESIDENTES NO BRASIL SE POSICIONAM
SOBRE OS MASSACRES DE ISRAEL
Nós que assinamos essa manifesto, cidadãos de origem judaica residentes no Brasil, pretendemos dar um grito
de alerta.
Os inaceitáveis ataques do Estado
de Israel sobre o Líbano, e a persistência da opressão sobre o povo palestino
são uma agressão contra toda a humanidade.
A bola de neve de violência propagada por Israel, atenta contra a paz e contra a fraternidade entre os povos.
Os povos libanês e palestino não são
nossos inimigos, e logo não podemos
ficar impassíveis às imagens de mulheres, velhos e crianças sendo despedaçados, vendo
centenas de milhares fugindo de
suas casas, vagando como refugiados.
Não aceitamos que a própria população israelense se torne refém de uma
implacável máquina de guerra dirigida
pelos senhores Olmert e Peretz, com o
sempre pernicioso aval de George Bush
e do governo norte-americano, que esperam que Israel complete no Líbano e
na Palestina o trabalho sujo que eles
começaram no Iraque.
Aceitamos menos ainda que essa
guerra se faça em nome da luta contra
o anti-semitismo, que esta guerra se
faça em defesa das populações judias
de todo o mundo. Muito pelo contrário,
o genocídio perpetrado por Israel serve
como combustível para a volta das mais
reacionárias formas de anti-semitismo.
A guerra que se faz fraudulentamente
em nome do povo judeu, na verdade
atenta contra o povo judeu.
NÃO EM NOSSO NOME!!
Nós que nos posicionamos pela paz,
pela democracia, e pela autodeterminação dos povos não aceitamos a chantagem que nos é proposta.
Somos contra todos aqueles que
nome do anti-sionismo, propagam o ódio
indiscriminado aos judeus.
Somos contra os métodos do
Hizbollah e do Hamas – e de qualquer
outra organização que atente contra ci-
Criança libanesa morta pelas bombas de Israel
vis - que colocam a fé islâmica como
programa político. Mas não podemos
deixar de constatar que Israel tem sido
o maior opressor, que Israel vem praticando atos terroristas de Estado. Somos contra “judaizar”, como somos contra “islamizar” a Palestina.
Somos a favor da mais ampla liberdade religiosa, somos pelo fim de toda
e qualquer perseguição de caráter nacional, somos pelo convívio amistoso fraterno e civilizado que respeite as culturas de todos os povos do Oriente Médio, somos pela total separação entre
Estado e Religião, conquista da humanidade desde a Revolução Francesa.
Por isso tudo, nos somamos a todos aqueles que protestam contra estes massacres, contra essa guerra hedionda, exigindo o fim dos ataques e
a retirada de Israel do Líbano e dos
territórios ocupados, independentemente das resoluções dúbias ou omissas da ONU.
Bombardear vilas de civis no Sul do
Líbano é um crime contra a humanidade como foi o bombardeio do Gueto de
Varsóvia. Atirar em crianças palestinas
é um crime contra a humanidade como
foram os progroms da Rússia Czarista.
Estigmatizar os povos árabes como inimigos é odioso assim como a
estigmatização sofrida pelos judeus ao
longo de séculos.
PAZ- SALAM-SHALOM
Assinam:
Daniel Feldmann, professor
Fernando Kleiman, economista
Luciana Worms, professora
Tali Feld Gleiser, professora e
tradutora
Adrian Fanjul, professor FFLCH da
Universidade de São Paulo
lberto Bentzion
Natan Cohen
Eduardo Beniacar
Mônica Dib
Nixon Malveira, professor da
UFPR
Kennedy Ferreira, professor
lberto Bentzion
Sara Levy Disraeli Kaduri
Zileia Reznik
Emilia Wien
Quanto ao pedido ao Procurador Geral da Justiça do Estado de São Paulo de abertura de inquérito policial contra o Sintusp, por defender o Fim do
Estado de Israel, feito pela Fisesp – Federação Israelita do Estado de São Paulo, nosso Sndicato está preparando uma “denunciação caluniosa”, na qual
vamos fazer a defesa da posição congressual e denunciar a Fisesp por tentar imputar um crime inexistente ao Sindicato

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