novo estreitamento nib nwt nike

Transcrição

novo estreitamento nib nwt nike
a revista da caixa
N . o 1 6 | a go s to d e 2 0 1 4 | An o V
CAIXA GERAL
DE DE P ÓSI TOS
CIÊNCIA E
INVESTIGAÇÃO
O FUTURO DO PAÍS
TAMBÉM PASSA POR AQUI
MARIA MOTA
A LUTA CONTRA A MALÁRIA
VALEU-LHE O PRÉMIO PESSOA
INOVAÇÃO E
RESPONSABILIDADE
EXPOSIÇÕES, FESTIVAIS
E YOUNG VOLUNTEAM
AO SABOR DA CAIXA
DESCUBRA POR QUE
A CAIXA ESTÁ A AJUDAR
A DAR A VOLTA
€1,50
CONTINENTE E ILHAS
PERIODICIDADE
TRIMESTRAL
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Informe-se na Caixa.
e
editorial
De olhos no futuro
a revista da caixa
Diretor Francisco Viana
Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes
Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra
Colaboradores Ana Rita Lúcio, Andreia Ferreira,
Helena Estevens, José Miguel Dentinho,
Leonor Sousa Bastos, Paula de Lacerda
Tavares e Tânia Taís (texto); Filipe Pombo, João
Cupertino, Joaquim Norte de Sousa e Pedro
Sampayo Ribeiro com agências Corbis, Getty
Images e iStockphoto (fotos); Marta Monteiro
(ilustração); Dulce Paiva (revisão)
Secretariado Teresa Pinto
Gestor de Produto Luís Miguel Correia
Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font
REDAÇÃO
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2770-022 Paço de Arcos
PUBLICIDADE
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Diretor Comercial
Pedro Fernandes ([email protected])
Diretor Comercial Adjunto
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Diretora Coordenadora
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Responsável pela publicidade na Cx
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Editora Medipress - Sociedade Jornalística
e Editorial, Lda.
NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90;
CRC Lisboa
Composição do capital da entidade proprietária
Impresa Publishing, S. A. - 100%
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Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes
Gráficas, S. A.
Distribuição Gratuita (a revista Cx tem
preço de capa, mantendo-se, no entanto,
o seu caráter de oferta)
Propriedade
Caixa Geral de Depósitos
Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa
Periodicidade Trimestral
(Edição n.º 16, junho/agosto 2014)
Depósito Legal 314166/10
Registo ERC 125938
Tiragem 72 000 exemplares
Ilustração de capa: derrrek
Correio do leitor [email protected]
A Cx é uma publicação da Divisão Customer
Publishing da Impresa Publishing,
sob licença da Caixa Geral de Depósitos
As emissões de gases com efeito de estufa
associadas à produção desta publicação foram
compensadas no âmbito da estratégia da CGD
para as alterações climáticas.
PERDEM-SE NO TEMPO as iniciativas promovidas pela
Caixa no sentido de fomentar a inovação. A inovação dos
seus Clientes e respetivos projetos empresariais, através
de soluções adequadas às suas necessidades, mas também
enquanto Banco e naquilo que é o desempenho da sua
própria atividade.
Foi assim há 20 anos, quando a Caixa criou uma parceria
com um estabelecimento de ensino superior, algo que
hoje se estende a mais de uma centena de universidades
e politécnicos. E será nesses estabelecimentos que a Caixa
dará as boas-vindas aos alunos em mais uma Nova Época
Universitária da Caixa.
Foi também assim há dois anos, quando lançou o Young
VolunTeam em parceria com a Entrajuda e a Sair da Casca;
um programa que leva o voluntariado às escolas de todo o
País e do qual lhe apresentamos o balanço da mais recente
edição.
E é também neste contexto que se insere a aposta na
música e nos festivais, não só pelo que significam enquanto
eventos, mas também pela forma como a Caixa se posiciona
no País. Uma Marca com uma história riquíssima, que leva
já 138 anos, mas uma Marca diferente e rejuvenescida. Uma
Marca que sabe estar ao lado dos seus Clientes nos bons
momentos da vida e, também ela, contribuir para esses
momentos.
Fazendo jus a esta forma de estar, apresentamos uma
edição dedicada à inovação e a um olhar rejuvenescido
do País e da sociedade. A começar pelo tema Ciência e
Investigação, que faz a capa desta edição, num artigo onde
falámos com muitos portugueses associados a importantes
avanços científicos. E reforçamos a pertinência da escolha
com uma entrevista exclusiva a Maria Manuel Mota, nome
incontornável no que toca ao estudo da malária e a mais
recente vencedora do Prémio Pessoa – uma iniciativa
apoiada pela CGD.
E, porque falamos de inovação e de empreendedorismo,
destacamos, ainda, Miguel Neiva e o seu ColorADD, um
projeto que tem permitido melhorar a vida de centenas de
pessoas, ou o Women WinWin, iniciativa que desafia as
mulheres a serem empreendedoras. Além disso, levantámos
o véu sobre o próximo Caixa Alfama, também ele um evento
inspirador, onde tradição, património cultural e inovação se
fundem de forma singular.
FRANCISCO VIANA
[...] A CAIXA
APRESENTA-SE
COMO UMA MARCA
COM UMA HISTÓRIA
RIQUÍSSIMA, QUE
LEVA JÁ 138 ANOS,
MAS UMA MARCA
DIFERENTE E
REJUVENESCIDA
CONHEÇA A APP
Esta é, portanto, uma edição de olhos no futuro, porque a
Caixa está a ajudar a dar a volta.
Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico
As características dos produtos e serviços apresentados nesta edição remetem
para o mês constante na capa. Confirme a atualidade das mesmas em www.cgd.pt
ou numa Agência da Caixa.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
3
i
interior
06 Pormenor
Notícias breves
DESTAQUES
PESSOAS
10 Histórias de sucesso
Paula Amorim
12 Talento
A música de Joana Carneiro
e os doces dos Boa Boca
ESTILO
18 Design & arquitetura
Mimesis Art Museum leva
Siza Vieira ao Oriente
20 Automóveis
O BMW (i)létrico
22 Culto + Soluções
Produtos e vantagens
para Clientes da Caixa
24 Gourmet + Prazeres
No Tágide, no Le Club,
e um incrível cheesecake
de chocolate
DESTINOS
48 Fugas
L’and Vineyards, a estrela
da planície alentejana
VIVER
56 Educação
32 Uma bandeira por hastear
Se a inovação deve ser um dos motores da sociedade, o universo da investigação
e da ciência torna-se incontornável para potenciar esse motor. E as constantes
distinções, prémios e convites para escrever nas mais reputadas publicações
mostram que, no nosso País, existe talento de sobra nessas áreas.
Descobrir o que são start-ups
e o Caixa Empreender
Cinco más estratégias
para as suas finanças
59 Sustentabilidade
Os indicadores que refletem
o bom desempenho ambiental
da Caixa e tudo sobre
o VolunTeam 13/14
64 Saúde
Tudo sobre um petisco
chamado caracóis
CULTURA
65 Livros & Discos
68 Exposição Esplendores do Oriente
70 Mudda agita o centro do Porto
72 Agenda
73 Vintage
As máscaras Maconde
74 Fecho Notícias CGD
4
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
16 Design & Arquitetura
São inúmeros os setores sociais
rendidos à ideia de Miguel Neiva,
o ColorADD, que veio revolucionar
o dia a dia a quem sofre de daltonismo.
26 Entrevista
Maria Manuel Mota, a investigadora
galardoada com o Prémio Pessoa.
40Viagem
Garrett McNamara colocou a Nazaré
na rota mundial do surf, mas há já
alguns anos que Portugal se apresenta
como um dos melhores spots do
mundo para quem procura ondas.
52 Institucional
A Caixa dá às boas-vindas à Nova
Época Universitária e ajuda os
portugueses a encontrarem casa.
Conheça as vantagens Cliente Mais
e saiba como desfrutar das férias.
60 Sustentabilidade
Maria José Amich garante que,
com a Women WinWin, ganham
as mulheres, ganha a economia
e ganha o País.
66 Cultura
Depois do enorme sucesso
da primeira edição, o Caixa Alfama
regressa em setembro.
Ilustração: Fanatic Studio
58 Finanças
Residentes no Estrangeiro
HÁ MAR E MAR,
HÁ POUPAR E VOLTAR.
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p
pormenor
ROLOS PERSONALIZADOS
Zuzia Kozerska, uma designer polaca com
queda para a confeção de bolos, desejava
imprimir padrões na massa. Pensou, então,
em gravar a própria madeira do rolo da massa
e encomendou uma máquina de laser. Mal
sabia ela que a Valek Rolling Pins, uma loja
REDES
SOCIAIS VIRAM
LICENCIATURA
virtual, despertaria a curiosidade de milhares
de seguidores espalhados pelo mundo, que
passaram a encomendar estes rolos da massa
personalizados, disponíveis em três versões:
catálogo (€30/unid.), rolo personalizado com
nome (€40/unid.) e rolo com um padrão
personalizado (€97,5/unid.).
WAST E H O U SE
É uma casa,
muito engraçada…
Estudantes da Universidade de Brighton juntam-se a arquiteto
para construir uma casa a partir de lixo
A Escola Superior de Gestão e
Tecnologia de Santarém vai ser
palco do lançamento da primeira
licenciatura em Redes Sociais, no
nosso País. Esta aposta teve como
ponto de partida um estudo de
mercado, realizado junto de alunos
do ensino secundário, e sai reforçada
através de um inquérito do Instituto
Português de Administração de
Marketing, que mostra que 70
por cento das empresas não têm
especialistas em redes sociais. A
licenciatura, já registada na Direção-Geral de Ensino Superior, terá 30
vagas e vai comportar cadeiras como
Programação, Psicologia Social,
Sociologia do Ciberespaço, Negócio
Eletrónico, Matemática ou Escrita
Criativa. E Filipe Madeira, professor
de informática e coordenador do
curso, acredita que ser gestor de
redes sociais é uma das profissões
da próxima década e que as empresas
sentirão cada vez maior necessidade
de contratar este tipo
de profissionais.
6
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
dois mil pedaços de carpetes, recuperados
de um edifício de escritórios, foram cortados
à medida e, com a face à prova de água
virada para o exterior, colocados na fachada
do edifício. Centenas de caixas de DVD e
VHS foram utilizadas para permitirem o
isolamento. E ainda houve espaço para 20
mil escovas de dentes, dezenas de disquetes
e cerca de duas toneladas de ganga, que,
suportamente, dariam origem a calças.
O resultado é a Waste House, o primeiro
edifício permanente do Reino
Unido construído a partir de
lixo. A ideia partiu do arquiteto
Duncan Baker-Brown, que
desafiou um grupo de estudantes
da Universidade de de Brighton,
em Inglaterra, a ajudá-lo (o
projeto contou, ainda, com a
participação de estagiários da
empresa Mears e voluntários
e estudantes da City College
Brighton & Hove). Ao longo
de um ano, Baker-Brown e os
alunos trabalharam para atingir o
objetivo e alertar para o facto de que existem
diversos objetos deitados fora que podem ter
uma segunda vida. O arquiteto frisou, ainda,
que, em cada cinco casas construídas
no Reino Unido, o equivalente a uma
casa em materiais desperdiçados vai para
um aterro. Aquele que é, já, um dos mais
famosos edifício do mundo vai, agora, ser
usado por estudantes do curso de Design
Sustentável e servir de palco à realização
de workshops e diversos eventos.
SIZA VINTAGE
15 fotografias, 15 textos e uma ilustração. É este o
conteúdo de Siza Vintage, uma caixa para colecionadores
que pretende homenagear o arquiteto Siza Vieira. As
fotografias são de Rui Pedro Bordalo, a elaboração dos
textos ficou a cargo de João Forjaz Mendes e a ilustração
é assinada pelo italiano Alex Gozblau.
DESIGN
Secrechila
um pouco por todo o mundo, existem crianças
para quem o acesso à educação é de uma dificuldade
extrema. A Índia é um desses países e foi esse
o motivo que levou a que Sanuree Gomes e a
associação sem fins lucrativos Aarambh (auxilia
crianças carenciadas com cuidados básicos nas
áreas da saúde e da educação) unissem esforços
para tentarem inverter o paradigma. Dessa união de
esforços nasceu a Help Desk, que pretende ser uma
arma para combater o facto de milhares de crianças
não terem uma mochila para transportar os livros
escolares ou uma secretária para escrever, o que leva
a que muitas tenham de escrever com o caderno no
chão.
E qual é a mais-valia da Help Desk? Feita a partir de
cartão reciclado e contendo duas alças de algodão,
foi pensada e desenhada de forma a que possa
transformar-se numa secretária ou numa mochila,
consoante a necessidade. A intenção passa por
espalhar esta «secrechila» por todo o país.
No mundo
das duas rodas
cláudia alemão nasceu no Porto, mas foi
nos Açores que encontrou inspiração para
dar um rumo diferente à sua vida. Com uma
surpreendente máquina de custura dentro
da mala de viagem, Cláudia aproveitou a
tranquilidade da ilha de São Jorge para começar
a experimentar o objeto que a mãe tinha
sugerido que levasse. Aficionada por papel,
reparou que existiam muitos sacos de cimento
na ilha e passou a pedi-los em obras. O passo
seguinte foi transformá-los – mais tarde passou
a usar, também, o papel dos sacos de ração
para vacas e para cães – em objetos que fazem a
ponte para o mundo das duas rodas: porta-moedas, sacos com alças, bolsas para óculos ou
alforges para bicicletas, entre outros. Entretanto,
a roupa também passou a fazer parte das
criações de Cláudia Alemão, que mostra o seu
trabalho ao mundo através do Facebook.
Fotos: JamieSmithPhoto.co.uk (Waste House); Joe Daniel Price (Óbidos); D.R. (restantes)
FUSÃO DE VERÃO
Óbidos Vila Literária
O projeto nasceu em 2011 e, para muitos, era demasiado arriscado, no seu
desejo de abrir várias livrarias. Não se pense, no entanto, que estamos a falar
de, meramente, abrir uma livraria: a ideia foi, desde o início, abri-las em locais
inesperados, como a antiga igreja de Santiago, o Mercado Biológico ou no
edifício-sede dos Correios, entre outros. E, imagine-se, a ideia incluía adaptar
os títulos comercializados ao espaço onde podem ser comprados. Não
admira por isso que, por exemplo, o Bichinho do Conto ofereça uma enorme
variedade de livros infantis e esteja a funcionar numa antiga escola primária.
Mas há mais. Tendo por base a ideia de se transformar na primeira Vila
Literária Portuguesa, Óbidos passará a receber festivais literários nacionais
e internacionais, tendo sido um sucesso a realização da primeira Feira do Livro
realizada no âmbito deste projeto.
concertos, workshops, demonstrações
e apresentações de pintura, gastronomia e
desporto vão estar reunidos no Fusing Culture
Experience (FCE), que promete ser uma das
mais surpreendentes experiências deste verão.
Agendado para 14 a 16 de agosto, na Figueira da
Foz, o FCE inclui, pela primeira vez, um espaço
dedicado à cultura do
surf, numa tentativa de
aproximar o desporto da
cidade, do mar e do rio,
daí o destaque dado ao
surf, caiaque e vela, por
exemplo. Tal como no ano
passado, a arte urbana
volta a tomar de assalto as
ruas da cidade e há uma
belíssimo cartaz musical,
onde se destaca a nova música nacional: Dead
Combo, The Legendary Tigerman, Noiserv, Capicua,
Paus, Peixe:Avião, entre outros. Há, igualmente, lugar
para as artes, como a street dance ou o grafiti, e
para a gastronomia, com a presença de renomados
chef da gastronomia molecular e da gastronomia
japonesa e com a existência de um Cooking Lounge.
Os bilhetes custam entre 17 e 39 euros e toda a
informação pode ser encontrada em www.fusing.pt.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
7
p
a caixa ao pormenor
F E S T I VA I S
Uma Marca diferente
A Caixa marcou presença nos principais festivais deste verão,
Pro Rock
O Pro Rock é um cartão pré-pago da Rede MasterCard
para quem tem mais de 15 anos,
permitindo um melhor controlo
de despesas e maior segurança
em caso de perda ou roubo, dada
a utilização limitada aos fundos
previamente carregados.
Este cartão permite escolher
a imagem, seja do próprio Cliente
ou de uma galeria da Caixa, e
conta com uma redução de 50 por
cento da primeira anuidade – cujo
valor se situa nos seis euros –
para as adesões efetuadas até 31
de outubro de 2014.
Além de ideal para compras
on-line, o Pro Rock permite
pagamentos em 48 mil
estabelecimentos portugueses
e 18 milhões em todo o mundo.
Para tal, basta carregá-lo numa
caixa Multibanco, nos serviços
Caixautomática ou Caixadirecta
(on-line e telefone) ou numa
Agência da Caixa, com um
montante entre 5 e 500 euros. Em
alternativa, é possível programar
o carregamento mensal – a 30
de cada mês e pelo montante
escolhido – a partir da conta à
ordem da Caixa associada.
Além disso, este cartão conta,
ainda, com uma enorme
flexibilidade de utilização,
possibilitando levantamentos e
pagamentos de transportes e
telecomunicações em ATM, bem
como consultas de saldo e de
movimentos efetuados.
provando que está ao lado dos portugueses em todos os momentos da vida
a presença da Caixa no Rock in Rio
(RiR) foi o tiro de partida, em 2014, para
uma maratona de música que ainda agora vai
a meio. Seguiram-se o Optimus Alive, o EDP
Cooljazz, o Super Bock Super Rock e o MEO
Sudoeste, terminando apenas em setembro,
com o Caixa Alfama (ver pág. 66 e 67). São,
de facto, os melhores eventos do género
em Portugal, com as melhores bandas, as
melhores músicas e, claro, o melhor público: o
português.
Motivos bastantes, portanto, para a presença
da Caixa nestes eventos, junto dos jovens e
dos menos jovens. Porque dar a volta também
é desfrutar dos bons momentos da vida e a
música é, sem dúvida, um deles.
Precisamente por isso, a Caixa ofereceu um
total de 1500 bilhetes só para o Rock in Rio,
no âmbito da dinamização da sua oferta, numa
iniciativa em tudo semelhante ao que aconteceu
nos eventos seguintes. Foram, pois, muitos
milhares de portugueses que foram a estes
eventos com a Caixa e ainda mais aqueles que
visitaram os espaços da CGD nos respetivos
recintos.
Só a Cidade do Rock (RiR) contou com 350
mil pessoas durante os cinco dias do evento,
pelos quais foram distribuídos muitos brindes,
alguns produzidos a partir da reciclagem
de material descontinuado da Caixa. Além
disso, houve muitas surpresas à espera dos
visitantes dos vários festivais (ver pag. 9),
todas elas disponíveis para partilha nas redes
sociais e memória futura, através de pulseiras
distribuídas nos eventos e mupis interativos.
Francisco Viana, da CGD, explicou que «as
experiências vividas nos espaços da Caixa são
para serem partilhadas por todos e acredito que
a Caixa está a inovar».
E a resposta foi tal que, durante o verão, as
redes sociais estiveram ao rubro, reproduzindo
toda esta festa que muitos portugueses
partilharam com a Caixa. Para ver e descobrir
nos perfis A Nossa Caixa, Caixa IU e Caixa
Womam, no Facebook, no Twiter, no
Instagram, Youtube e Google +.
ATITUDE SUSTENTÁVEL
A CGD FOI DISTINGUIDA com o Prémio Atitude Sustentável, na
categoria Stand, no Rock in Rio – Lisboa 2014. Trata-se de um
reconhecimento face à aposta da Caixa num stand inovador, que
recorreu a materiais certificados, como os painéis de madeira cem
por cento certificados oriundos de florestas sustentáveis. Além disso,
os resíduos foram separados e reciclados e foi utilizada iluminação de
8
Cx
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baixo consumo e mecanismos para poupança de água, num stand
que será reutilizado noutros eventos e cujo mobiliário será doado a
IPSS no final do verão. Destaque, ainda, para a iniciativa desenvolvida
na Cidade do Rock, no âmbito do Young VolunTeam, com vista a uma
angariação de fundos com fins solidários, que se traduziu na venda de
5800 pulseiras por 130 voluntários (ver pág. 63).
F E S T I VA I S
Os momentos altos
Além da música, houve muitas surpresas
Fotos: Patrícia de Melo Moreira (Rolling Stones); João Cupertino (Rock in Rio)
e diversão com o cunho da Caixa
que os rolling stones, o Eddie Vedder
ou os The Black Keys seriam sucessos
garantidos, poucos teriam dúvidas. Aquilo
que provavelmente poucos esperavam era
qua a Caixa surpreendesse, oferecendo muitas
propostas de diversão e, assim, partilhando o
espírito jovem e de convívio dos festivaleiros.
O Salto das Estrelas no Rock in Rio (RiR) foi,
certamente, um dos maiores destaques, tendo
mesmo sido considerado o entretenimento com
a maior preferência das pessoas que passaram
pela Cidade do Rock, segundo um estudo do
BrandScore. Só em cinco dias, foram mais de
três mil saltos de estrelas!
Ainda na Rock Street, do RiR, a Caixa
presenteou os seus visitantes com um palco
onde cada um podia viver uma verdadeira
experiência rock star, destacando-se também,
por exemplo, a ação Encontra o Teu Par.
Desenvolvida em parceria com a Movijovem,
a ação distribuiu oito mil autocolantes,
oferecendo aos 80 vencedores 20 passes
de intra-rails, 20 noites em pousadas
de juventude, 20 iPods e 20 máquinas
fotográficas.
Já no NOS Alive, o Palco Comédia, no
Jardim Caixa foi um sucesso, recebendo,
de forma inovadora, alguns dos melhores
humoristas nacionais. Entre eles, Aldo
Lima, Nilton, Luís Filipe Borges, Manuel
Marques, Eduardo Madeira e Cesar
Mourão, sem esquecer várias promessas
do humor nacional.
As novidades não se ficaram por aqui,
seguindo-se muitas outras surpresas no
Super Bock Super Rock, EDP Cooljazz,
MEO Sudoeste e Caixa Alfama (sobre
este, ver na pág. 66). Assim se faz uma
Marca séria mas de espírito jovem e
inovador, que sabe estar ao lado dos seus
Clientes e promover os bons momentos
da vida.
GANHA NOKIAS COM O CAIXA PLIM
Neste verão, a Caixa e o Caixa plim estão
no Porto Sunday Sessions, com direito a
surpresas e um desafio que vale prémios.
Assim, todos os domingos, os Clientes da
Caixa aderentes a este serviço que visitarem
o espaço Caixa plim no local, entre as 16 e
as 20 horas, podem ganhar um Nokia Lumia
630 Dual SIM.
O Porto Sunday Sessions decorre no Jardim
de São Lázaro, em agosto, e depois no
Parque da Cidade, até 5 de outubro – embora
o registo para este passatempo encerre
no domingo anterior, a 28 de setembro.
Descobre tudo sobre este passatempo em
www.cgd.pt e visita o espaço Caixa plim
no Porto Sunday Sessions.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
9
h
histórias de sucesso
PAU L A A M O R I M
Mulher de negócios
INDEPENDENTE
Nasceu e cresceu numa família empresarial e, hoje, é responsável
pelo Grupo Amorim Luxury. Conquistada uma posição num mundo
ainda de homens, Paula Amorim não hesita em afirmar que o que mais
lhe dá prazer é criar valor, assumir riscos e responsabilidades
Texto Pedro Guilherme Lopes Fotografia D.R.
OS PROJETOS EMPRESARIAIS FAMILIARES não lhe retiraram a vontade de triunfar
em nome próprio. Não admira, por isso, que o nome de Paula Amorim seja sinónimo
de sucesso no universo empresarial, sendo a Fashion Clinic uma das marcas mais visíveis
dessa capacidade de atingir bons resultados. Com um percurso vasto ao nível da gestão
empresarial, continua, ainda assim, a ter na vontade de inovar e de surpreender um
dos seus maiores trunfos para atingir os objetivos que constantemente renova.
Cx: Recorda-se do momento em que começou
a sentir-se atraída pelo universo empresarial
e do seu primeiro passo nesse mundo?
Paula Amorim: Desde sempre. [Risos]
Nasci e cresci numa família empresarial.
Atração e gosto pelo trabalho foram,
por isso, naturais. Comecei a trabalhar
com 19 anos, até hoje.
Cx: Passadas mais de duas décadas, conheceu
áreas como a energia, a cortiça, a floresta,
a finança, o imobiliário e a moda. Como
é que esta abrangência a influencia a nível
pessoal e profissional?
PA: Foi uma verdadeira escola.
A multiplicidade de assuntos, as diversas
áreas, com distintas complexidades e know-how, permitem-me uma visão global de
gestão. Seguir de perto áreas como finanças,
energia e imobiliário dá-me a possibilidade
de percecionar fenómenos que impactam
diretamente com o consumo e a moda.
Cx: Curiosamente, duas dessas áreas –
cortiça e moda – estão cada vez mais
relacionadas. Como empresária
e consumidora, como é que observa
este fenómeno tão português?
PA: Com orgulho e muita satisfação. É justo
que um produto quase exclusivamente
português, natural, nobre e único como
a cortiça seja percecionado pelo mercado
muito para além de um produto industrial.
O mundo está cada dia mais sensível e
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Cx
a re v i s ta d a c a i xa
EMPENHADA
recetivo ao fator «verde» e à exclusividade.
A resposta da cortiça enquanto produto
e a sua capacidade de reação deram
excelentes resultados no campo da moda,
da arquitetura e da arte.
Cx: Por falar em moda... A moda e, mais
precisamente, a Fashion Clinic foram
fundamentais na sua afirmação como
empresária? Porquê?
PA: A Fashion Clinic é um projeto de
sucesso e de afirmação na moda e na área
do comércio português. Continua a crescer
e, hoje, somos um grupo. O Grupo Amorim
Luxury, totalmente detido por mim, tem,
atualmente, o franchising da Gucci para
Portugal e outras parcerias desta natureza
estão em negociação e serão postas em
prática muito em breve.
Cx: E como surge a aposta na Fashion
Clinic?
PA: Decidi arriscar num projeto empresarial
meu. Apareceu a oportunidade Fashion
Clinic. Agarrei e prossegui. Com total
independência familiar e, por isso, sem
os recursos financeiros necessários, apoiei-me na banca para financiar e concretizar
o projeto.
Cx: Qual é o segredo do sucesso da Fashion
Clinic, sobretudo num cenário de contenção?
PA: Qualquer projeto de sucesso deve
ter uma estratégia. Definido o ambicioso
objetivo, eram necessários bons locais,
localizações premium, boa equipa de
trabalho, gestão de custos, marketing,
pensar e fazer diferente. Diversificar
oferta e inovar.
Cx: E como vê o setor da moda em Portugal?
Acha que existe já uma ligação sólida entre
indústria, mercado e criadores nacionais?
PA: A Fashion Clinic trabalha apenas com
grandes marcas internacionais, por isso
qualquer apreciação pode parecer injusta,
mas a perceção que tenho é de que há um
longo caminho a percorrer ao nível da
adequação do produto de criação portuguesa
ao mercado global. Há muito mundo além
das nossas fronteiras e é preciso posicionar
a Marca Portugal a maior escala. Mas sem
dúvida que vão aparecendo alguns projetos
que, apesar de pequenos, estão no bom
caminho.
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VERSÁTIL
MUITO FASHION
Uma aposta pessoal
bem-sucedida.
LÍDER
DESTEMIDA
Cx: Além da Fashion Clinic, a Paula integra
a administração de várias empresas. Ser
mulher de negócios é algo que lhe está
no sangue?
PA: Mais do que estar presente em
conselhos de administração, de facto do
que gosto é de criar valor, assumir riscos e
responsabilidades. Ver todo o resultado do
trabalho de uma empresa liderada por mim.
Cx: Há a ideia de que o universo empresarial
é, ainda, um mundo de homens. Alguma vez
sentiu que ser mulher se apresentava como
um «obstáculo»?
PA: Hoje penso que posso dizer que sim.
Não diria obstáculo, mas a vida empresarial
é mais difícil para as mulheres.
Cx: Voltando à Fashion Clinic... Em Londres,
por ocasião da gala da International Financing
Review, deixou no ar a possibilidade de a
Fashion Clinic vir a ter produção própria. É
uma ideia a curto prazo?
PA: Já não é uma ideia. A Fashion Clinic
será, muito em breve, também uma
marca de roupa.
Cx: É a «última das surpresas» ou existem já
novas ideias para a Fashion Clinic que possa
desvendar?
Atualmente com quatro lojas,
duas em Lisboa e outras
tantas no Porto, e prestes a
lançar a sua própria marca de
roupa, a Fashion Clinic é, hoje,
um nome incontornável na
moda portuguesa, reunindo
também algumas das marcas
mais distintas do panorama
internacional. Gucci, Michael
Kors, Tom Ford, Prada ou
Givenchy são apenas algumas
das que estão ao dispor do
estilo e glamour dos seus
clientes.
Em Lisboa, a Fashion Clinic
encontra-se na Avenida
da Liberdade, no edifício
do Tivoli Fórum, no caso da
loja direcionada ao público
feminino, enquanto a loja de
moda masculina situa-se não
muito longe, no n.º 192-A da
mesma artéria alfacinha. Já no
Porto, os clientes encontram-na na Avenida da Boavista,
no n.º 4167, assim como
no Palácio das Cardosas,
situado no n.º 39 da Praça
da Liberdade.
PA: A coleção e marca Fashion Clinic será uma
produção, numa primeira fase, para homem.
É um projeto exigente e ambicioso, que vem
definido pela qualidade de materiais, bom
fitting, com um styling clássico renovado e
sofisticado. Com uma clara preocupação de
acessibilidade à marca, por isso com um preço
de venda atrativo. Pretendemos estar mais
perto dos portugueses e de uma faixa também
mais jovem do mercado. «Good value for money
collection.»
A Caixa e a Fashion Clinic criaram uma parceria que permite aos titulares dos cartões de crédito Caixa Gold (1), Caixa Platina (2) ou Miles & More Gold (3) pagarem
as suas compras em três ou seis vezes sem juros. Basta efetuarem o pagamento com um dos cartões mencionados em qualquer uma das lojas Fashion Clinic, no mínimo
de 300 euros, e indicar a modalidade de pagamento pretendida. Não acumulável com outras promoções ou campanhas em vigor.
(1)
TAEG: 21,5%, para um montante de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 17,15%. (2) TAEG: 16,0%, para um montante de 5000 euros, com reembolso a 12 meses,
à TAN de 12,00%. (3) TAEG: 21,5%, para um monmtante de 10000 euros em compras, com reembolso a 12 meses, à TAN de 20,15%.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
11
t
talento
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JOANA CARNEIRO
Inspirada pelo mundo
Maestrina reconhecida internacionalmente, Joana Carneiro conta-nos
como se divide entre continentes, ao rumo das maiores orquestras do globo.
E confessa-nos as suas paixões e perspetivas sobre Portugal e o mundo
É MÚSICA PARA
OS SEUS OUVIDOS
Para ficar a conhecer
os compositores que
a maestrina mais admira
Texto Maria João Alexandre Fotografia Gualter Fatia
NASCEU EM LISBOA, mas desde que saiu para estudar, há 17 anos, que nunca mais parou.
Hoje, divide-se entre os Estados Unidos e a Europa, algo que pode ser visto como uma
tendência familiar, pois dos seus nove irmãos apenas cinco estão em Portugal.
Nesta jornada contínua entre países e
continentes, Joana tem na Caixa um parceiro
de longa data. Foi o seu avô que lhe abriu
uma conta ainda em criança e, hoje, é na
Agência de Linda-a-Velha que confia a gestão
das suas finanças. «A relação com a Caixa já
vem de família», contou-nos na companhia
da sua gestora de conta, Vera Pereira. É ela
que acompanha os seus assuntos, sobretudo
quando Joana está fora, algo recorrente ou
não falássemos de uma reputada maestrina
internacional.
Joana Carneiro cedo percebeu que era na
música que queria fazer carreira. Iniciou-se na Escola de Música Nossa Senhora
do Cabo, tendo, depois, tirado o curso
de Direção de Orquestra, na Orquestra
Metropolitana de Lisboa. Já nos Estados
Unidos, fez o mestrado em Direção de
Orquestra, na Northwestern University, em
Chicago, e, mais tarde, o doutoramento na
mesma área, na Universidade de Michigan.
Hoje, é diretora musical da Orquestra
Sinfónica de Berkeley, no norte da Califórnia.
E, em Portugal, é a maestrina principal da
Orquestra Sinfónica Portuguesa e maestrina
convidada da Orquestra Gulbenkian, onde
também é diretora artística do projeto para
jovens Estágio Gulbenkian para Orquestra.
Joana gosta de viver cá e lá. «Estou numa
situação privilegiada, tenho o melhor dos
dois mundos. Só para dar uma ideia, nas
últimas 12 semanas viajei nove vezes», conta,
acrescentando que viaja 20 a 22 semanas
por ano. No fundo, é em Portugal que Joana
Carneiro tem a sua família, mas é no mundo
que encontra a inspiração. Algo que não
a impede de desejar de, no futuro, poder
12
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
passar mais tempo em Portugal, o seu País,
onde destaca o clima, a segurança, o afeto e
a entreajuda. E a comida, claro, admitindo
sentir falta de pastéis de nata, de bacalhau,
chouriço e rissóis quando está fora.
Da Califórnia, traz no coração os
pãezinhos bagels e «a prosperidade,
esperança e alegria que os americanos têm»,
refere. «É um país onde as pessoas sentem
que conseguem realizar os seus sonhos
desde que trabalhem», explica, dizendo que
gostaria que importássemos esse tipo de
pensamento.
O RECONHECIMENTO
DE QUE É ALVO FAZ
COM QUE VIAJE 20 A 22
SEMANAS POR ANO
Nos últimos meses, dirigiu orquestras na
Finlândia, Suécia, França, Espanha e Estados
Unidos, o que faz de Joana uma verdadeira
globetrotter com a sorte de trabalhar com
equipas que, independentemente do país,
costumam ser organizadas e pontuais. «Há
um profissionalismo muito grande em todo
o mundo», afirma relativamente à sua área
de atividade, não hesitando em defender que
os portugueses são apreciadores de música.
«Em Portugal, as salas enchem, na maioria,
por pessoas com mais de 50 anos», revela.
Entre as suas diversas e inegáveis
capacidades ligadas ao mundo da música,
há algo que Joana não faz: compor. «Não,
As preferências de Joana
Carneiro vão além da música
clássica e passam pelo fado
e pelos Rolling Stones, uma
das bandas preferidas do
seu marido e que várias
vezes serve de banda sonora
em sua casa. À medida que
enumerava os compositores
e músicos que mais aprecia
e ouve, o tom da sua voz
ia mudando e ficando mais
ténue e doce. Não esconde
a emoção quando passa
em revista nomes como
John Adams - «um dos
maiores compositores
contemporâneos de música
clássica» -, Beethoven, Anton
Bruckner, Rachmaninov,
Schumann ou Mahler. E ainda
Stravinsky, Ravel, Olivier
Messiaen, Mozart e Bach.
«Haveria tantos outros…»,
diz, aproveitando para juntar
aos destaques o nome do
compositor português Luís
Tinoco.
não tenho essa vocação. Estudei seis anos
de composição, mas acho que não está em
mim», explica, aproveitando para lamentar
que os jovens não tenham 12 anos de
ensino musical, tal como têm de português,
matemática ou de outras disciplinas de base.
Isso não a impede, no entanto, de elogiar
o que se faz ao nível da educação musical
no nosso País, sublinhando que, quando
foi estudar para Chicago, sentiu orgulho
na preparação que levava de Portugal.
«Tinha um nível muito bom, comparado
com o dos meus colegas», reconhece Joana
Carneiro, um exemplo a seguir pelos jovens
portugueses.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
13
t
talento
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BOA BOCA
Design de degustação
RUMO AO SUL
Pioneiros no nosso País no conceito de food+design, Inês e António
continuam empenhados em promover os produtos nacionais
Deixaram o Porto e
instalaram-se em Évora. O
resto é uma história saborosa.
e em reforçar a Marca Portugal além-fronteiras
Texto Pedro Guilherme Lopes Fotografia D.R.
CORRIA O ANO DE 2004 quando, no seguimento do desejo de mudar de vida, Inês
Varejão e António João Policarpo lançaram a Boa Boca. Ela, engenheira agrária com um
master em vinhos, ele, licenciado em Publicidade e designer gráfico, abraçaram o desejo
comum de promover o melhor do que se faz em Portugal. Selecionaram pequenos
produtores, mestres na arte de produzir biscoitos, chocolates, tisanas, compotas, vinhos ou
licores, e propuseram acrescentar aos produtos uma vertente de design que os diferenciasse
e permitisse que chegassem a um público muito mais vasto.
«Não foi fácil», recorda Inês, com a
concordância de António. «As pessoas
desconfiavam, pensavam que queríamos
roubar o segredo dos seus produtos,
perguntavam ‘onde é que vai aparecer o meu
nome?’, não percebendo que, trabalhando
em parceria, o seu produto iria chegar a
locais que jamais tinham imaginado.» E
a dupla considera mesmo que esse ser
reticente em partilhar conhecimentos é algo
que importa ultrapassar para que o nosso
País possa evoluir. «Os empresários e os
produtores têm de trabalhar em conjunto,
têm de ser parceiros na promoção das suas
marcas e na Marca Portugal», defende
António, como que incentivando Inês a
continuar. «Felizmente, podemos dizer que
todos os nossos parceiros são excelentes
e percebem a nossa filosofia. Procuramos
produtos muito, muito bons, e quem estiver
à frente desses negócios tem de perceber
que a ideia é crescer em conjunto.
Interessam-nos empresas pequeninas, que
ainda não estejam no mercado gourmet e
no mercado da exportação, e que tenham
vontade de trabalhar em parceria. Os nossos
parceiros sabem que não queremos roubar
o que quer que seja. Até já levámos a nossa
doceira, que confeciona os nossos biscoitos,
à televisão…»
Mas antes de chegarem à televisão, os
mentores viram a sua Boa Boca chegar
às revistas da especialidade. Primeiro a
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Cx
a rev i s ta d a ca i xa
loja, destacada como uma das dez lojas
gourmet do País no guia Boa Cama Boa
Mesa, do jornal Expresso; depois as suas
criações, impressas nas páginas de revistas
como a Wallpaper ou a Monocle. Para lá
chegarem, em muito contribuíram prémios
como o Red Dot Design Award (dois anos
consecutivos) ou o One Show Design,
em Nova Iorque, que deram à marca uma
dimensão internacional e lhe conferiram
um rótulo extra de qualidade e confiança. O
mais curioso é pensar que, no que toca aos
Red Dot, por exemplo, António nem queria
inscrever-se, pois essa inscrição acarretava
alguns custos que interferiam no orçamento
planeado. Mas acabaram por arriscar e, hoje,
mesmo não conseguindo quantificar quanto
vale uma distinção como esta, recordam com
um sorriso a sensação de alguém estar
a valorizar o que fazem.
Há dez anos, mesmo no exterior, pouco se
apostava no conceito food+design. Ao fazê-lo, Inês e António passaram à prática uma
palavra que, nos últimos dois ou três anos,
se tornou incontornável: empreendedorismo.
«Naquela altura, fazer o que nós fizemos,
recomeçando do zero, era considerado
loucura, não empreendedorismo», afirma
Inês, soltando uma gargalhada. «Eu
acho que as pessoas devem ser sempre
empreendedoras e proativas, mesmo que
não estejam a trabalhar por conta própria.
Infelizmente, em Portugal, ainda é preciso
Inês e António viviam no
Porto, mas queriam rumar a
sul, mudar de vida e começar
do zero. Acabaram por optar
por Évora, cidade onde o
designer havia nascido e onde
já tinha um irmão a trabalhar.
Começaram por abrir uma
loja gourmet, que era algo
fora do comum nesta cidade
alentejana, e a enorme parede
azul não passou despercebida,
nem aos habitantes locais, nem
a alguma imprensa. O passo
seguinte foi criar uma imagem
apelativa para os produtos
portugueses de excelência
que iam descobrindo, e assim
nascia a Boa Boca. O seu
showroom, no centro de Évora,
mostra bem a sua ligação ao
design e ao bom gosto e a
rapidez com que chegam a
Lisboa, o seu mercado por
excelência, é um enorme
ponto a favor desta dupla que
cabe nas escolhas regulares
de todos os que procuram
produtos de qualidade e
elevado sentido estético.
mudar muitas mentalidades. Por exemplo,
se alguém se torna empresário e falha no
negócio em que apostou, é imediatamente
rotulado. Mas, se olharmos para os Estados
Unidos, por exemplo, as pessoas estão
preparadas para apostarem uma, duas, três
vezes até conseguirem ter sucesso. E não nos
devemos esquecer que mais de 90 por cento
das empresas nacionais são microempresas»,
completa.
E o que terá a Boa Boca – que já se
chamou Feito à Mão – preparado para os
próximos tempos? Novos produtos, claro,
e mais design. As novidades, para contemplar
e degustar, chegam no final do verão.
A BOA BOCA COMPROMETE-SE A OFERECER AOS
TITULARES DE ALGUNS DOS CARTÕES DA CGD DEZ
POR CENTO DE DESCONTO EM TODOS OS PRODUTOS,
NUMA OFERTA NÃO ACUMULÁVEL COM OUTROS
DESCONTOS OU CAMPANHAS EM VIGOR. SAIBA QUAIS
OS CARTÕES EM WWW.VANTAGENSCAIXA.PT.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
15
d
design & arquitetura
CO LO R A D D
Dar outra cor à vida
Passados cinco anos sobre o lançamento do projeto ColorADD,
são inúmeros os setores sociais rendidos à ideia de Miguel Neiva, que veio
revolucionar o dia a dia de milhares de pessoas que sofrem de daltonismo
Texto Pedro Guilherme Lopes Fotografia Anabela Trindade
INSPIRADO POR UM ANTIGO colega de
escola daltónico, a quem o irmão trocava
as meias sempre que se zangavam, Miguel
Neiva decidiu que a sua tese de mestrado
incidiria sobre a criação de um código de
cores para daltónicos. Nascia, assim, o
ColorADD, que, atualmente, já superou
todas as expectativas.
«Há cinco anos, quando defendi a minha
tese e apresentei o projeto, obviamente
que nunca imaginei que viesse a ter este
impacto. A minha preocupação foi criar
uma linguagem que permitisse integrar
na sociedade 350 milhões de pessoas que
16
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
sofrem de daltonismo e, hoje, o projeto já
saiu desse universo. Por exemplo, já estamos
a trabalhar em relevo para os invisuais, com
professores do ensino especial por causa da
linguagem para os autistas, inclusivamente já
está a ser utilizado em algumas escolas para
todos, portanto acho que posso dizer que a
criação superou o criador e isso dá um arrepio
de satisfação», afirma, sublinhando aquele
que é o maior objetivo da equipa que trabalha
e pensa o ColorADD: incluir sem discriminar!
Criar uma ferramenta para as pessoas que têm
uma necessidade especial, mas sem promover
o estigma de ter de ser ajudada.
E o reconhecimento não se fez esperar.
Por exemplo, a Ashoka (a maior organização
mundial de empreendedores sociais, onde,
entre outros, encontramos o criador do
microcrédito) reconheceu Miguel Neiva
como fellow dessa organização, sendo que
existe um fellow para cada 10 milhões de
pessoas no mundo. E há três meses, nas
Nações Unidas, através do programa Zero
Project - For a World Without Barriers,
reconheceram o ColorADD na área das
acessibilidades e muitos outros exemplos
se seguiriam em função de um projeto
que, utilizando uma linguagem simples e
escolas fazer o rastreio de daltonismo
às crianças é um processo muito
gratificante», sublinha o designer.
Um rastreio que tem confirmado que,
em média, dez por cento das crianças são
daltónicas e que tem permitido diagnosticar
vários outros problemas de visão. É um rastreio
que inclui a oferta de kits ColorADD. «Temos
conseguido, quase sempre, o financiamento dos
kits, que é a única coisa que pedimos», explica.
«E temos equipado uma série de bibliotecas
escolares, criámos uma dinâmica positiva com
professores, encarregados de educação, centros
de recursos TIC, ao ponto de membros da
Comissão Europeia se deslocarem ao nosso País
para tomarem contacto com o que estamos a
fazer. Creio que nunca estivemos tão perto de
conseguir, cada um, fazer algo para conseguir
que o mundo fique mais equilibrado!» E o
próximo desejo já está formulado: no espaço
de quatro anos, conseguir monitorizar todas as
450 mil crianças do primeiro ciclo, preparando-as para uma vida em que vão ter de lidar com
esta limitação.
«SE A SOCIEDADE
FUNCIONAR MELHOR, A
PRÓPRIA ECONOMIA VAI
FUNCIONAR MELHOR»
universal, se tornou transversal e passível
de ser entendido por adultos e por crianças.
Os exames nacionais, por exemplo, já
utilizam o código para que o enunciado seja
corretamente interpretado.
Um mundo mais equilibrado
Um dos grandes desejos de Miguel Neiva
era que o ColorADD desse origem a uma
ONG capaz de trabalhar para divulgar o
sistema de identificação de cores e que
atuasse na área social. E esse desejo foi
concretizado, com a ONG a arrancar há um
ano e meio. «A possibilidade de irmos às
Um projeto tão ligado a pessoas
acaba, inegavelmente, por ter uma forte
componente emocional. Sendo tão
motivador ir à Assembleia da República, para
receber a medalha de ouro comemorativa
do 50.º aniversário da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, como ser apelidado
de «anjo da guarda» pelo Juliano, um
menino argentino daltónico, cuja mãe diz
que acredita em milagres porque apareceu
alguém que, a nove mil quilómetros de
distância, encontrou a solução para que o
filho não fosse vítima de bulling na escola.
«Eu sempre defendi que o design tinha a
nobre missão de poder tornar o mundo
melhor. Se o design consegue criar produtos
que façam disparar o consumo, também
tem de ser capaz de criar algo que torne o
mundo melhor! Também deve conseguir
desenhar uma linguagem que permita
que toda a gente possa ser integrada na
sociedade. E se a sociedade funcionar
melhor, a própria economia também vai
funcionar melhor. Naquele conceito simples
de forma adequada à função, sentir que
se é capaz de transportar para a sociedade
um conceito de design for all, de design
agregador das vertentes social, económica,
sensibilização, inovação e responsabilidade,
é fantástico!»
Gerar riqueza fazendo o bem
Fantástico é, também, ter cada vez mais
exemplos de que a junção do terceiro e do
segundo setores pode permitir a criação de
riqueza económica fazendo o bem. O projeto
de cocriação do ColorADD com a Viarco é
um desses exemplos, tal como a relação com
a Caixa Geral de Depósitos, que, desde o
início, se mostrou disponível para apoiar o
projeto ColorADD.
Miguel sempre defendeu que este sistema
de cores só devia ser utilizado por quem,
na realidade, precisasse dele e, apesar do
interesse demonstrado, faltava a peça que
fizesse a ligação ao universo bancário. Até
que essa peça surgiu: uma normativa que
recomenda que os bancos utilizem um
símbolo que, no fundo, é um semáforo de
risco para todos os produtos financeiros.
Sendo esse semáforo composto por três
cores, passa a existir a tal ponte para
associar o ColorADD à Caixa. «O impacto
de associar o ColorADD à Marca CGD foi
tremendo, em termos de reconhecimento e
credibilidade! É uma forma de mostrar que
há transparência na forma de comunicar
os produtos, é responsabilidade social
pura! Foi um passo enorme neste desejo de
mudança de paradigma, que, cada vez mais,
se impõe na nossa sociedade», defende o
designer, reforçando a ideia de que o tecido
empresarial tem de entender que a junção
do segundo e do terceiro setores pode ser a
chave para a retoma económica. «A inovação,
a diferenciação, o impacto social, são
incontornáveis para o reconhecimento
e para a internacionalização!»
Hoje, o ColorADD está em mais de 200
âmbitos diferentes e em empresas de áreas
totalmente distintas, espalhadas pelo mundo.
«Isto é um legado que Portugal pode deixar à
humanidade, é um projeto que Portugal pode
utilizar para chegar ao resto do mundo, é um
projeto em que todos saem a ganhar!»
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
17
d
design & arquitetura
MIMESIS ART MUSEUM
Expresso
do Oriente
O segundo edifício de Siza Vieira
construído na Coreia do Sul nasceu de um só gesto, quase
sem tirar o lápis do papel
Texto Pedro Guilherme Lopes Fotografia Nathan Willock
CARTÃO MILES & MORE
SE COSTUMA VIAJAR E GOSTA DE
DESCOBRIR OS GRANDES ÍCONES DE CADA
PAÍS, SAIBA QUE A CAIXA, EM PARCERIA
COM O PROGRAMA MILES & MORE, DA
LUFTHANSA, CRIOU O CARTÃO DE CRÉDITO (1)
QUE O DEIXA MAIS PERTO DA SUA PRÓXIMA
VIAGEM, AO PERMITIR-LHE ACUMULAR
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CARACTERÍSTICAS DO CARTÃO MILES &
MORE DA CAIXA EM WWW.CGD.PT.
MILES & MORE GOLD: TAEG DE 21,5%, PARA UM
MONTANTE DE 10 MIL EUROS EM COMPRAS, COM
REEMBOLSO A 12 MESES, À TAN DE 20,15%.
MILES & MORE CLASSIC: TAEG DE 21,5%, PARA UM
MONTANTE DE 4250 EUROS EM COMPRAS, COM
REEMBOLSO A 12 MESES, À TAN DE 20,15%.
18
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
FOI HÁ OITO ANOS que Álvaro Siza Vieira viu um edifício por
si desenhado ser construído na Coreia do Sul: o Pavilhão de
Anyang. Quase uma década volvida e com colaboração de Carlos
Castanheira e Jun Sung Kim, o reputado arquiteto português volta
a deixar a sua marca no Oriente, desta feita com este conjunto de
dois blocos com mais de quatro mil metros quadrados. E o impacto
foi tal que o edifício foi escolhido para a capa do livro de 500
páginas que a editora alemã Taschen dedicou a Siza.
Em declarações à revista Arquitectura & Interiores, o arquiteto
Carlos Castanheira revelou que, ao ver uma pequena maqueta
do terreno, dos limites e das envolvências, Álvaro Siza Vieira terá
desenhado o edifício quase sem levantar o lápis do papel. E desse
gesto único nasceu este edifício, que, estando localizado perto do rio
Hangang, que faz fronteira com a Coreia do Norte, «parece receber
os visitantes de ambas as Coreias através das superfícies curvas que
assinalam a entrada». O cinza claro do betão torna-o mais facilmente
integrado na paisagem, sendo o vidro utilizado, no piso térreo, na
zona da receção, nas áreas de mostras temporárias e na cafetaria. Os
espaços administrativos e a loja do museu ficam num mezanino e as
coleções permanentes cabem no piso superior, que recebe luz natural
através das aberturas envidraçadas feitas na cobertura. Na cave ficam
os arquivos e as zonas técnicas e existe, ainda, um pátio no piso
superior.
No interior, a opção recaiu sobre o branco, tanto nas paredes
como no teto, contrastando com o tom de mel da madeira de
carvalho que forra os pavimentos e as escadarias. A exceção é o piso
da entrada, em mármore branco de Estremoz, em mais uma alusão à
Marca Portugal.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
19
a
automóveis
i3
O futuro ao volante
O i3 da BMW reúne um conjunto de fatores que, desde logo,
nos apaixonam, e mais um: é 100% elétrico
Por Luís Inácio Fotografia Fabian Kirchbauer
NÃO PARECE HAVER grandes dúvidas
que o automóvel elétrico i3 da BMW
é uma das grandes invenções que a indústria
automóvel soube produzir nos últimos
tempos, existindo até mercados com clientes
em lista de espera. Um facto impressionante,
sobretudo se tivermos em conta que não
estamos a falar propriamente de um modelo
«acessível» quando o comparamos com
os seus concorrentes mais diretos.
A verdade é que a marca germânica soube
«embrulhar» muito bem este compacto
premium elétrico. No que à estética diz
respeito, estamos na presença de um modelo
que definiu um standard, descobrindo o seu
próprio espaço entre os rivais. Por outro
lado, além do fator novidade, não devemos
dissociar da equação todo o status associado
à marca germânica e aos seus produtos, ou
seja, mesmo antes de conhecer o automóvel
e de saber se corresponde às necessidades
e expectativas, já queremos ser vistos ao
volante. É impressionante o que o fator
imagem pode fazer por determinado produto,
e aí, sem dúvida, a BMW «passou a perna»
à concorrência.
Mas a verdade é que o BMW i3 não é
apenas o reflexo de uma boa imagem e basta
conduzi-lo durante alguns quilómetros para
o constatar. A experiência é muito positiva
para um elétrico, destacando-se fatores
como a qualidade de construção e o espaço
disponível num interior cujo ambiente remete
para o de uma sala contemporânea. O acesso
aos lugares da frente é feito através de duas
grandes portas; para os lugares traseiros é
preciso recorrer a outras duas, mais pequenas,
que abrem no sentido inverso às dianteiras
Nem no acesso este i3 é um lugar-comum.
E, uma vez mais, aproveitamos a ocasião para
desmistificar uma ideia ainda generalizada
de que os automóveis elétricos são pouco
ágeis: graças a um chassis que utiliza fibra
de carbono, alumínio, aço e plástico como
grandes matérias-primas, este i3 consegue
até a proeza de acelerar dos 0 aos 60 km/h
em apenas... 3,7 segundos.
Com uma autonomia que, no nosso ensaio,
rondou os 120 km, uma velocidade máxima
de 150 km/h e uma carroçaria de 3,99 m de
comprimento por 1,77 m de largura, estamos
prontos para a cidade. E não só.
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Sabia que os titulares de alguns
cartões da CGD beneficiam de
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distribuição. Sempre com os
mais elevados padrões de
qualidade nas instalações e
nos serviços, certificados pela
Michelin. Para isso, dispõe de
amplos e modernos espaços
oficinais, apetrechados com os
mais recentes equipamentos,
para todo o tipo de viaturas,
incluindo de turismo, comerciais,
pesados e motociclos. Além
disso, a Pneuvita é agente oficial
de várias marcas, tais como
a Bridgestone, Continental,
Dunlop, Goodyear, Firestone,
Michelin, BF Goodrich, Mabor,
Yokohama, Castrol, Koni, Bilstein,
Tudor e Autosil.
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parceiros e quais os cartões que
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abre-te sésamo
Tudo no BMW i3
é vanguardista,
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abertura das portas
20
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
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onde esta é a estrela principal.
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Feminino & sensual
A três dimensões
Christophe Pillet desenhou um frasco
tão chique quanto a fragrância que guarda.
É o ponto de partida para descobrir Eau de
Lacoste Sensuelle, que combina rosa-turca com ervilha-de-cheiro e o novo
floral Gladiolus Inflexus. Mas deixemo-nos de latim: as notas florais e doces
destacam-se numa eau de toilette ideal
para as noites de verão.
A impressão 3D está na moda e a Nike,
aproveitando o embalo do Mundial de
Futebol, produziu um saco de desporto,
designado Rebento, cuja construção recorre
a esta tecnologia. Foram feitas apenas três
unidades, manufaturadas, destinadas
a serem usadas por três atletas:
Neymar, Rooney e Ronaldo.
BROWN EDWARD
DOUBLE MONKSTRAP
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A nova coleção de calçado
Tom Ford masculina para o
próximo outono/inverno
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22
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Fotos: Vicent Wulverick (Panthére Collection); Studio des Fleurs (H Déco)
Pé elegante
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assim como de alimentação para cães, gatos,
peixes, aves, roedores e répteis.
Além de cães e gatos de criadores
especializados, com garantias de saúde e de
boa linhagem, as lojas oferecem um serviço
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solicitar mais informações. Encontra o Reino
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Rainha, Cascais, Coimbra, Lisboa, Oeiras,
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Porto e em Torres Vedras.
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cartões da CGD, exceto em rações para cães
e gatos, numa oferta não acumulável com
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PA RQ U E D OS M O N G E S
Entre a história e a aventura
Foto: D.R.
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gmail.com.
Uma viagem no tempo, num parque
de animação lúdico e educativo
LOCALIZADO NA QUINTA DAS FREIRAS, em
Alcobaça, o Parque dos Monges promete aos
seus visitantes inesquecíveis momentos lúdicos,
inspirados na vida dos monges do Mosteiro de
Santa Maria de Alcobaça.
Esta é uma região com enorme história
monástica, onde os monges da Ordem de
Cister se instalaram preparando a fundação
do Mosteiro. Mais tarde, o espaço viria a ser
destinado à agrícultura, dele saindo os alimentos
para as freiras residentes no convento de Cós,
um facto que dá origem ao nome pelo qual
hoje é conhecido. Nesse mesmo local, as tropas
portuguesas viriam ainda a instalar-se após a
vitória sobre Castela na batalha de Aljubarrota.
Este é, portanto, um lugar cheio de história,
que inspira hoje o Parque dos Monges, onde
crianças e graúdos encontram, por exemplo, o
Jardim Bíblico, o Museu dos Doces Conventuais,
o Restaurante Refeitório dos Monges ou o
Fluviário Mãe D’água. Além disso, há uma quinta
pedagógica e um parque de animação com
muitas atividades, como canoagem, orientação,
slide, rapel, escalada, tiro com arco e jogos
OLHAR ÚNICO
A MultiOpticas oferece aos titulares de
alguns dos cartões da CGD 15 por cento
de desconto em qualquer produto ótico.
Extensível aos familiares diretos, esta oferta
confere-lhe, assim, ainda mais vantagens nos
serviços da MultiOpticas, onde conta com
um atendimento personalizado e simpatia no
tradicionais. Tudo com o maior respeito pela
natureza e pelas regras de segurança, aliando
a animação a uma atitude pedagógica.
O Parque dos Monges oferece aos titulares dos
cartões da CGD uma entrada gratuita na compra
de duas entradas, numa oferta não acumulável
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Cx
a rev i s ta d a ca i xa
23
g
gourmet
TÁG I D E
Ao sabor do Tejo
Há 30 anos a inspirar Lisboa, o Restaurante
Tágide continua a ser um dos mais prestigiados
e acarinhados restaurantes, onde pode saborear
uma ementa sublime e apreciar uma das
mais belas vistas sobre a capital. Localizado
no Chiado, o Tágide oferece uma cozinha
cuidada, estruturada em atraentes menus de
degustação e baseada em ementas sazonais.
Seja almoço ou jantar, prepare-se para ser
surpreendido pelas iguarias de raiz portuguesa
e influências internacionais, por um serviço
requintado e por uma relação qualidade/preço
muito atrativa.
Aproveite e não deixe de visitar o Tágide
Wine & Tapas Bar, dirigido pelo chef Luís
Santos. Uma paragem obrigatória neste
espaço informal e descontraído, onde pode
apreciar uma vasta seleção de tapas e petiscos
tipicamente portugueses, com um toque
gourmet, e degustar uma das melhores seleções
de vinhos nacionais e internacionais.
CONTACTOS
Morada
Horário
Largo da Academia Nacional de Das 12h30 às 15 horas e das
Belas-Artes, 18 e 20, Lisboa
20 às 0 horas. Encerra aos
domingos.
Telefone
213 404 010
Site
restaurantetagide.com
Preço médio
Restaurante: €35 a €45
Wine & Tapas: €15 a €28
Descontos
5% sobre o
total da fatura
aos titulares
de alguns
cartões CGD.
Saiba quais em
vantagenscaixa.pt.
L E C LU B
Santa Eulália Sushi
CONTACTOS
Morada
Praia de Santa Eulália,
Albufeira
Telefone
289 598 070
Site
www.granderealsantaeulalia.
realhotelsgroup.com >
24
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Restaurantes > Discoteca
Le Club
Preço médio
€40
Horário
Refeições: de quinta-feira
a sábado, das 19 às 23
horas.
Descontos
10% sobre o total da
fatura aos titulares
de alguns cartões
CGD. Saiba quais em
vantagenscaixa.pt.
Discoteca: julho e agosto,
das 24 às 6 horas.
Fotos: D.R.
A pensar nos amantes de gastronomia
japonesa, o Le Club Santa Eulália dispõe de
uma carta de sushi concebida a preceito para
os paladares mais apurados. Encontra-se
aberto de quinta-feira a sábado, das 19 às
23 horas. E se a noite se prolongar, divirta-se na discoteca Le Club, palco das mais
conceituadas festas de Albufeira, recebendo
DJ nacionais e internacionais de renome.
Localizado sobre a Praia de Santa Eulália
e sob um conceito de dinner & after dinner,
o Le Club é local ideal para desfrutar
das noites quentes de verão.
p
prazeres
A delícia de...
CHEESECAKE FRIO
D E C H O C O L AT E
BEYRA QUARTZ
BRANCO 2012
Gulodice de verão
Citrino e mineral, um
branco para várias
companhias de comida.
Leonor de
Sousa Bastos
PARA CERCA
DE SEIS PESSOAS:
Base:
> 125 g de bolachas
tipo digestivas
> 30 g de açúcar
mascavado claro
> 50 g de manteiga
derretida
Recheio:
> 250 g de queijo
cremoso (tipo
Philadelphia)
> 65 g de açúcar
> ½ colher de chá de
extrato de baunilha
> 70 g de chocolate de
culinária
> 30 g de natas para
bater (com cerca de
35% de M. G.)
Cobertura:
> 100 g de chocolate de
leite
> 75 g de natas para
bater (com cerca de
35% de M. G.)
Para a base:
Forrar com papel vegetal uma forma de fundo amovível com cerca de
20 cm de diâmetro. Triturar as bolachas e misturar com o açúcar e a
manteiga. Distribuir a base de bolacha numa camada uniforme no fundo
e lados da forma, prensando com as costas de uma colher. Refrigerar.
Para o recheio:
Numa taça, bater o queijo cremoso com o açúcar e a baunilha durante
cerca de dois minutos.
Cortar o chocolate finamente.
Noutra taça, misturar o chocolate com as natas e derreter no micro-ondas
(com pequenos intervalos de calor e mexendo regularmente) ou em
banho-maria.
Deitar a mistura de chocolate sobre o primeiro preparado e bater até que
esteja um creme homogéneo. Colocar o recheio sobre a base de bolacha e
refrigerar durante cerca de uma hora ou até que esteja firme.
Para a cobertura:
Cortar finamente o chocolate. Misturar o chocolate e as natas numa taça
e derreter no micro-ondas (com pequenos intervalos de calor e mexendo
regularmente) ou em banho-maria.
Colocar a cobertura sobre o cheesecake firme e refrigerar novamente,
durante cerca de uma hora, antes de servir. Desenformar o cheesecake e
servir frio, decorado com raspas de chocolate ou acompanhado com fruta.
O enólogo Rui Roboredo
Madeira fez a sua primeira
vindima em 1987, na Beira
Interior, na mesma adega
que acabaria por comprar
em 2010. Ele acredita
no potencial das vinhas
velhas e dos solos ricos
em xisto da região, onde
predomina o quartzo.
Contribuem para dar aos
vinhos ali produzidos
maior mineralidade e mais
estrutura. São fatores
diferenciadores que se
sentem no aroma deste
Beira Quartz 2012, feito
com uvas de vinhas das
castas Síria e Fonte da Cal,
localizadas a uma altitude
média de 700 metros. Nele,
também se salientam as
notas de flores brancas e
de fruta citrina, a lembrar
tangerina e toranja. Na
boca, mostra boa acidez
e uma estrutura que faz
prever uma vida longa,
com capacidade para
proporcionar prazer. O
seu equilíbrio e elegância
alargam-lhe o espectro de
companhias aos mariscos,
peixes assados no forno
ou queijos de vaca e ovelha,
por exemplo. Sirva-o entre
7ºC e 10º C.
José Miguel Dentinho
Simples e fresco
É tempo de verão e, por
maior que seja a gulodice,
ninguém merece perder
muito tempo na cozinha,
nem enfrentar o calor do
forno para poder desfrutar
de uma sobremesa. Este
cheesecake evita tudo isso
e é tão simples e fresco
que até apetece levar
de férias.
Na boca,
salientam-se
as notas de
flores brancas e
de fruta citrina,
a lembrar
tangerina e
toranja
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
25
e
entrevista
M A R I A M A N U E L M O TA
Apaixonada
pela ciência
Ainda a saborear a conquista do Prémio Pessoa,
uma iniciativa conjunta do Expresso e da Caixa, Maria
Manuel Mota é, hoje, um dos principais nomes, à escala mundial, no âmbito da
investigação da malária. Mas não abdica de uma outra causa, a da importância
da investigação e da ciência para a sociedade
Texto Ana Rita Lúcio e Pedro Guilherme Lopes Fotografia Filipe Pombo
É NO INSTITUTO de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade
de Medicina da Universidade de Lisboa, do qual é diretora executiva,
que nos encontramos com Maria Manuel Mota. E, se uma das
expectativas passava por comprovar o entusiasmo, normalmente
apontado como uma das suas características, depressa dissipámos
as dúvidas: a mais recente galardoada com o Prémio Pessoa não vive
longe do laboratório, no qual lidera uma equipa a quem tenta passar
uma mensagem incontornável, a de que temos de encontrar o sentido
para o nosso lugar na sociedade. E se esse lugar for conquistado
ajudando a melhorar o mundo, excelente.
Cx: O entusiasmo é, regra geral, apontado como um traço distintivo
da sua personalidade. Quando recebeu o Prémio Pessoa, foi maior
o entusiasmo ou o sentido de responsabilidade acrescida?
Maria Mota: O entusiasmo é, efetivamente, algo que eu não
posso perder, é uma característica que espero que prevaleça. A
responsabilidade é algo que também já parte da minha forma de ser,
mas é inegável que o facto de se falar muito no prémio também faz
com que pense mais no que esta conquista representa.
Cx: A propósito desse entusiasmo, creio que o mesmo começou
ao olhar para um livro de Ciências, no 5.º ano, onde estava a imagem
de uma célula. O que é que essa célula desmultiplicou em si?
26
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
27
e
entrevista
MM: Não encontro uma explicação bem definida e, confesso,
a recordação dessa imagem até se tornou mais forte pelo facto
de várias vezes me perguntarem quando é que começou o meu
entusiasmo pela ciência. A verdade é que essa imagem é uma
memória muito forte. Acho que o entusiasmo pela ciência, pela
biologia, pelas células, advém do fascínio que senti ao ver algo que
desconhecia, da vontade que tive em saber mais, da vontade de
conhecer um mundo novo.
Cx: Nessa altura, se lhe perguntassem o que queria ser quando fosse
grande, responderia «cientista»?
MM: Não, não… Provavelmente diria que queria ser professora de
Biologia ou de Matemática, que eram as duas disciplinas de que eu
mais gostava. Mais tarde, no 10.º ano, tive um professor de Biologia
fantástico e dizia-se que a mulher dele era cientista da NASA. Foi aí
que, mesmo não sabendo se era verdade ou um simples boato, eu
comecei a pensar na possibilidade de ser cientista. Depois, acabei
por optar por Biologia, pois permitia-me estudar o que eu gostava,
como a biologia celular, mas, confesso, o curso acabou por ser um
pouco uma desilusão, pois grande parte das cadeiras abordava
a macrobiologia, que era o que menos me fascinava. Nunca fui
apaixonada por essa vertente da biologia relacionada com os animais,
nunca fui de ficar a ver os documentários da National Geographic,
algo que, curiosamente, a minha filha, hoje com 12 anos, gosta de
fazer. Eu sempre fui fã da microscopia.
Cx: E, como fã de microscopia e de biologia celular, qual foi a
sensação ao entrar, pela primeira vez, num laboratório?
MM: Acho que a primeira vez que isso aconteceu foi no Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, quando
ainda estava a fazer o curso e decidi oferecer-me como voluntária.
Mas creio que posso dizer que a primeira vez que experienciei um
verdadeiro ambiente de laboratório foi em Londres, na altura em
que decidi fazer um mestrado. Foram dois dos meses mais felizes da
minha vida. Sentia que, a partir dali, podia contribuir para fazer algo
diferente no mundo, e essa é uma sensação fantástica que passou a
acompanhar-me.
Cx: É essencial que essa sensação perdure nesta fase em que já lidera
uma equipa?
MM: É importante sentirmo-nos bem no nosso local de trabalho,
sentirmo-nos como peixe na água e sentirmos que podemos fazer algo
importante. Entretanto, há outra sensação que tive, já à frente de uma
equipa, depois de ter feito o doutoramento em Londres e um pós-doutoramento em Nova Iorque. Em 2010, decidi fazer uma sabática
fora de Portugal e, aí, conheci uma professora do IMT, de origem
indiana, mas com uma cultura muito influenciada pela mentalidade
norte-americana, que tinha precisamente essa perspetiva de que
todos podemos contribuir para mudar o mundo. Acho que foi aí que
percebi, completamente, o que sentia quando estava no laboratório,
local onde tenho como principal objetivo conhecer o inimigo.
Cx: Foi essa vontade de conhecer o inimigo que lhe despertou o
interesse pela parasitologia, antes de estudar a malária?
28
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
INCUBADORAS, START-UPS
E MULHERES
A importância das boas ideias e do equilíbrio
de oportunidades.
Na perspetiva de que é importante promover
o espírito empreendedor de quem faz
ciência, Maria Manuel Mota vê a aposta nas
incubadoras de empresas e nas start-ups
como uma aposta que deve ser feita. Para a
cientista, «tudo o que são boas ideias devem
ser promovidas. Creio, por isso, que essa
aposta deve ser feita na liderança de pessoas
extremamente criativas, com capacidade de
trabalho e sem medo de arriscar. Estas são,
no fundo, as características que queremos
para o nosso País». E o que Maria Manuel
Mota gostava, também, era de ver mais
mulheres em posição de liderança na ciência.
«Creio que esse é um problema grave,
transversal aos vários setores da sociedade.
Mais grave ainda numa altura em que todos
os recurso são parcos. Por que razão não
utilizamos todos os indivíduos da nossa
sociedade? Por que razão não aproveitamos
as características próprias de cada um,
independentemente do sexo?»
MM: Sem dúvida! E, curiosamente, voltou a ser a partir de uma
imagem. Estava a fazer o meu mestrado e deparei-me com a imagem
de um parasita, o leishmania, que causa a leishmaniose, doença
que em Portugal é mais conhecida associada aos cães, mas que em
diversas zonas do mundo existe em pessoas. Este parasita infeta uma
célula do nosso corpo que se chama macrófago. Acontece que os
macrófagos são as nossas células patrulha e essa interação entre duas
células criou-me uma imensa curiosidade. Como é que isto afeta a
fisiologia do organismo e como é que a fisiologia do organismo afeta
o parasita ou o organismo invasor? É este diálogo que me interessa
entender e é da análise deste diálogo que espero que possamos
chegar a conclusões que se revelem importantes.
Cx: E o que é que a «contagiou» com a vontade de estudar a malária?
MM: Aconteceu um pouco por acaso, nesse mesmo curso onde
me chamou a atenção a leishmania. Existiu uma grande empatia
entre mim e a pessoa que estava a dar malária e, ao fim de 15 dias,
essa pessoa convidou-me para ir passar dois meses a Londres. Essa
empatia e esse relacionamento – que, para mim, são fundamentais
para que o trabalho flua bem – acabaram por potenciar o
desenvolvimento desse interesse.
Cx: Transpondo essa empatia para o presente e para a relação que tem
com as pessoas com quem forma equipa, como definiria o trabalho que
é desenvolvido no seu laboratório?
MM: O que nós tentamos perceber é se o parasita é parasita, ou
seja, se é aquele que vive à custa de outro. O parasita da malária
vive à nossa custa e, se ele consegue replicar-se, é porque nós lhe
fornecemos todos os nutrientes, toda a forma de energia de que ele
necessita para o conseguir. O que nós tentamos descobrir é como é
que ele obtém essa energia, como é que ele obtém esses nutrientes,
como é que obtém o que precisa para se estabelecer e replicar no
nosso organismo. E, também, o porquê das diferentes reações que
provoca em cada uma das pessoas afetadas. Percebendo tudo isto,
estamos muito mais perto de vencer a malária.
Cx: Focando-nos no «universo» Europa, pode dizer-se que as pessoas
estão despertas para o que é a malária e para os perigos associados ou
continuam a olhá-la como algo que só merece atenção quando vão de
férias para determinados países?
MM: Eu penso que, atualmente, as pessoas já sabem o que é
a malária, mas percebo perfeitamente que não pensem nisso
diariamente. É, no entanto, importante que percebam o porquê da
importância de estudar a malária, mesmo não sendo algo com que
convivamos de forma constante. A malária é um problema global;
a malária causa pobreza (foi calculado que, em regiões endémicas,
retira 2 por cento do PIB); a malária mata cerca de um milhão de
crianças todos os anos; a malária provoca cerca de 200 milhões
de novas infeções anualmente, afetando o rendimento escolar
das crianças e dos jovens; a malária faz como que as pessoas não
queiram povoar determinadas regiões…
Cx: A erradicação da malária é um cenário que pode ser colocado ou
o que está em causa é, apenas, o controlo?
MM: Obviamente que o cenário ideal seria a erradicação, mas isso só
será possível caso exista uma vacina. Agora, o controlo sabemos que
é possível e, em algumas regiões do mundo, os números têm descido.
Agora, sabemos que são medidas a longo prazo e que existe o risco
de as fontes financiadoras se cansarem de desempenhar esse papel. E,
quando isso acontece, o retorno é pior do que aquilo que já existia. É
por isso que se torna tão importante não deixarmos de investigar, não
deixarmos de apresentar novos resultados, não deixarmos de deixar
indícios de que é possível chegar à tão desejada vacina.
Cx: Quando recebeu o Prémio Pessoa, proferiu uma frase curiosa:
«Este prémio é para a minha geração de cientistas, em que Portugal
apostou, que fez o doutoramento lá fora e agora voltou.» Numa altura
em que muito se fala da fuga dos nossos talentos para o estrangeiro,
isso pode ser entendido como uma mensagem de esperança?
MM: Portugal apostou imenso numa geração, que foi a minha,
preparando-nos para fazermos formação e especialização no
estrangeiro, uma ideia que eu considero inteligente, pois não
tínhamos capacidade para formar tanta gente internamente.
Obviamente que existe o risco de não serem os melhores a regressar,
até porque existem oportunidades fantásticas no exterior, daí que
Portugal tenha de saber ser atraente para promover o regresso. Entre
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
29
e
entrevista
2002, ano em que regressei, e 2007, Portugal foi extremamente
atraente para voltar, pois estava a criar-se uma estrutura muito
interessante e existia liberdade para trabalharmos ao nível científico,
algo que é fundamental. Sentíamos que podíamos estar a contribuir
para construir algo de valor para o País. Esta conjuntura económica
que surgiu em 2008 veio alterar um pouco o cenário e limitar-nos os recursos que tínhamos ao nosso dispor para desenvolver
trabalho. Claro que essa perspetiva é preocupante e, nalguns
casos, desmotivante, mas, por outro lado, sentimos que quem
está encarregue da pasta da ciência acredita que esta é uma área
importante. No fundo, creio que existe esperança, apesar de todas as
dificuldades.
Cx: Ainda pegando nesta realidade da emigração, há outra frase sua
que achei curiosa: «A ciência não é portuguesa, não é italiana, não
é espanhola». Ou seja, depreendo que seja da opinião de que não é
forçoso que tenhamos apenas cientistas portugueses a trabalhar no
nosso País?
MM: A verdade é que este discurso patriota pode acabar por revelar-se perigoso. Eu faço ciência no local que me permita fazê-la, no
local que me permita satisfazer a minha curiosidade, no local que
me permita contribuir para o mundo. Para um cientista, não chega
– ou não deveria chegar – estar a trabalhar num sítio só porque
sabe que vai ter o ordenado no final do mês. Se eu achar que o
local onde estou não me permite desenvolver um trabalho que seja
útil, então o melhor é procurar um que o permita. Agora, tem de
existir um equilibro entre quem sai e quem entra. E é importante
que se defina, ao nível da nossa política científica, o que é que nós
queremos para o nosso tecido científico. Penso ser fundamental
que, independentemente de quem esteja a governar, se assuma que
a ciência é importante para o País e, face a essa importância, que
dinheiro pode ser disponibilizado para estudar, investigar e fazer
ciência.
Cx: Supostamente, até 2020, a meta seria canalizar 2 a 3 por cento
do PIB para a ciência…
MM: Não sendo política, diria que sim, que estamos muito longe.
E, obviamente, é fundamental que as empresas sejam um apoio
mais efetivo. Nós temos uma estatística que mostra que quase todos
os doutorados que temos no nosso País são absorvidos pelo mundo
académico, ou seja, essa relação com as empresas tem, ainda, um
longo caminho a percorrer. Sublinhe-se, também, que é importante
que existam estímulos para que as empresas façam essa aposta,
para que as empresas entendam a importância da investigação
e da inovação. E não podemos esquecer as universidades.
As universidades são fundamentais no objetivo de conduzir
o País a um nível superior.
Cx: Faz falta uma maior ligação entre universidades,
centros de investigação e empresas?
MM: Sem dúvida que faz, mas esse é um problema que não é
específico do nosso País. Mesmo países que estão em níveis
superiores continuam a dizer que há falta de comunicação. Acaba
por ser, na base, uma questão cultural, pois ainda há muitas pessoas
30
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
que não entendem a importância dessa comunicação. E, uma vez
mais, acredito que as universidades podem ser o polo dinamizador
desta relação.
Cx: Ultrapassando a tal barreira cultural de que fala e correndo
bem, esta relação pode traduzir-se num importante contributo
socioeconómico para o País?
MM: Tem um enorme potencial, mas é preciso tempo. E há outro
lado, o do empreendedorismo, que me faz pensar que existe um
talento quase nato no nosso País. É esse talento que temos de educar
e de potenciar, no sentido de, também eles, poderem contribuir para
o aparecimento de empresas viradas para a área científica. Um bom
princípio será alterar aquela mentalidade segundo a qual o apostar
e não dar certo é algo terrível! Não pode ser, isso é um entrave ao
empreendedorismo e ao desenvolvimento. Nesse aspeto, a sociedade
americana é um exemplo, pois promove a máxima «não faz mal
caíres se te levantares a seguir».
Cx: Pegando nessa ideia de aversão ao erro, outro dos pontos de vista
que tentou passar quando recebeu o Prémio Pessoa foi que, quando
se coloca como condição esta ideia da ciência aplicada, da ciência já
com objetivo de obter algo, podemos estar a asfixiar a ciência. Isso
significa que falta incutir em quem investe e, nalguns casos, em quem
faz ciência que, para se chegar às grandes descobertas, é necessário
estar preparado para dar pequenos passos e para errar?
MM: Isso é muito importante. Nós, enquanto cientistas, nunca
sabemos o que vamos descobrir, mas essa é uma ideia que não
é simples de passar para a sociedade. O desafio está em fazer
perceber à sociedade que é desta contemplação controlada que
nascem as grandes descobertas. No fundo, e não colocando de lado
a importância de criar ferramentas imediatas para a resolução de
problemas, temos de saber dar espaço a pessoas que são brilhantes,
que têm uma enorme capacidade criativa e que gostam de pensar.
É difícil um país com a dimensão do nosso conseguir fazer este tipo
de aposta, mas sem este tipo de aposta estamos, definitivamente,
a asfixiar a ciência.
Cx
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31
h
32
história de capa
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
C I Ê N C I A E I N OVAÇ ÃO
Uma bandeira
por hastear
Se a inovação deve ser um dos motores da sociedade,
o universo da investigação e da ciência torna-se incontornável
para potenciar esse motor. As constantes distinções, prémios e convites para escrever
nas mais reputadas publicações mostram que, no nosso País, existe talento de sobra nessas
áreas. Tanto que podemos estar perante um diamante que, à semelhança do turismo,
tem condições para se tornar num importante cartão de visita para a Marca Portugal
Texto Pedro Guilherme Lopes
Cx
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33
h
história de capa
inquestionável que, atualmente, o turismo se apresenta como
uma das principais bandeiras da Marca Portugal, permitindo
o reconhecimento externo e atraindo, anualmente, centenas
de milhares de turistas ao nosso País. Mas, semanalmente,
vamos sendo brindados com notícias que nos remetem
para outras áreas onde portugueses são distinguidos pela
excelência do seu trabalho. O design – já alvo de análise na edição
número 12 da Cx – é uma dessas áreas. A ciência e a investigação,
motores incontornáveis da inovação, são outras duas áreas onde não há
semana que passe sem que escutemos notícias de que um português
ou uma equipa onde constam portugueses foi distinguida, premiada ou
conseguiu uma importante descoberta.
«Estamos condenados à inovação», defende Pedro Xavier
Mendonça, investigador académico em estudos sociais de tecnologia e
de comunicação, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de
Lisboa. O investigador sublinha que, nos últimos anos, tem-se assistido
ao emergir de uma política para a inovação, assente na qualificação de
recursos humanos, na internacionalização das empresas, na ligação
destas às universidades e em incentivos à criação de processos e
produtos inovadores. E se a conjuntura económica veio retrair algum do
investimento que vinha sendo feito em ciência, investigação e inovação,
Pedro Mendonça chama a atenção para algo que considera importante:
o facto da inovação poucas vezes ter estado «tão incrustada nos
espíritos enquanto necessidade. É para ela que tudo apela. As empresas
portuguesas procuram criar inovações que convençam utilizadores, de
modo que elas mesmas sobrevivam economicamente e, assim, inovem
um país».
É
NUM MERCADO SATURADO,
GERAR MASSA CRÍTICA, INOVAÇÃO
E CONHECIMENTO SÃO ASPETOS
FULCRAIS DE COMPETITIVIDADE
34
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Em grande parte dos casos, afirma o investigador, «é a utopia a
normalizar-se, como se o momento atual não valesse por si, como
se fosse apenas uma etapa necessária num processo mais vasto de
‘progresso’, em que uma dialética histórica e uma narrativa do projeto
são as únicas explicações que nos dizem quem somos, como se fora da
ideia de transição não houvesse mais nada. Resta saber para onde somos
levados».
A aposta na qualificação
A pergunta é, precisamente, essa: qual o rumo que queremos dar à nossa
ciência e à nossa investigação? E é para essa pergunta que vai faltando
uma resposta concreta. José Luís Costa é cientista no Instituto de
Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP)
e responsável, em parceria com outros investigadores estrangeiros, pelo
desenvolvimento de um sistema que permite detetar mais rapidamente
mutações nos genes BRCA 1 e 2 em doentes com cancro hereditário
da mama e dos ovários. E é um exemplo de alguém que regressou a
Portugal, depois de ter saído do País para aumentar conhecimentos –
doutoramento pela Universidade de Uppsala, na Suécia, e pós-doutoramento pela Universidade Livre de Amesterdão, na Holanda.
Hoje, com o seu trabalho reconhecido a nível internacional, José Luís
Costa considera que «estamos a desperdiçar diversas oportunidades,
entre elas a de sermos um País mais forte a nível da ciência e da
investigação. A única forma que temos de aproveitar o enorme potencial
humano que existe em Portugal é definirmos, de forma concreta, o que
queremos para o nosso País. Não podemos ser bons em tudo, por isso
temos de fazer apostas concretas e investir. A investigação e a ciência
estão à espera de ser uma dessas apostas concretas».
Nesse sentido, vale a pena atentar no livro The Entrepreneurial
State, da economista da Universidade de Sussex Mariana Mazzucato,
que mostra a forma como o Estado norte-americano foi o principal
financiador de diversas criações que se traduziram numa grande
mais-valia económica e para a própria imagem do país. Por exemplo,
a pesquisa científica de base para o iPod, iPhone e iPad deveu-se a
Fotos: D.R.
cientistas e engenheiros apoiados pelo governo americano; a tecnologia
touch-screen baseou-se em pesquisas feitas em laboratórios financiados
pelo governo, nos anos 60 e 70; os Institutos Nacionais de Saúde foram
responsáveis por cerca de 75 por cento dos maiores avanços alcançados,
entre 1993 e 2004, e foram os contratos militares para a investigação
que deram o impulso inicial às empresas do famoso Silicon Valley.
Face a estas conclusões, Vasco Portugal defende que «o Estado tem
um papel fundamental no apoio aos avanços científicos, não porque
a investigação tenha necessariamente de ser uma prática insustentável
financeiramente, mas porque esta requer uma boa margem de erro.
A investigação científica nem sempre é um investimento certo, nem
passível de antecipar prazos ou resultados; porém é indispensável num
mercado cada vez mais saturado, onde gerar massa crítica, inovação e
conhecimento são aspetos fulcrais de competitividade».
Vasco Portugal é investigador do incontornável MIT (Massachusetts
Institute of Technology), criador de um carregador sem fios para
carros elétricos e vencedor do prémio de melhor investigação para
a Inovação na Redução da Pobreza Urbana, atribuído pela Agência
Norte-Americana de Ajuda ao Desenvolvimento Internacional (USAID),
o centro de estudos Woodrow Wilson, o Banco Mundial e a Cities
Alliance. Um cartão de visita que legitima um alerta para o facto de,
hoje em dia, já não disputarmos, apenas, o mercado de produto, e
que o mercado do conhecimento é absolutamente vital para a saúde
APOSTA NOS
EMPREENDEDORES
A Caixa apoia as start-ups
e as PME nacionais, como a
Inside Visions ou a Ename,
duas empresas distinguidas
na primeira edição do Prémio
Caixa Empreender, promovido
pela CGD e o Jornal de Negócios.
A cerimónia final decorreu no
Armazém F, em Lisboa, a 11
de julho, integrada no Lisbon
Investment Summit, um
evento da Beta-i que reuniu
investidores, business angels,
capital de risco e start-ups,
numa iniciativa totalmente
dedicada ao empreendedorismo.
Esta iniciativa marcou o final
de um outro programa da
Beta-i, o Lisbon Challenge,
um programa de aceleração
de três meses para start-ups
patrocinado pela CGD e pela
Caixa Capital, cujo objetivo
passa por dar a conhecer
novos projetos a investidores
nacionais e internacionais.
Apoiada pela CGD, a Beta-i
foi recentemente distinguida
com o 1.º Prémio Nacional, na
categoria Promoção do Espírito
de Empreendedorismo, nos
European Promotion Awards,
uma iniciativa da Comissão
Europeia dinamizada pelo
IAPMEI em Portugal.
consciência A inovação
poucas vezes esteve tão
incrustada nos espíritos
enquanto algo necessário
exemplo A economista
Mariana Mazzucato mostrou
a importância do Estado
norte-americano no apoio
ao desenvolvimento
bolsas Nos próximos anos,
deverão ser atribuídas
1070 bolsas no âmbito dos
programas de doutoramento
da FCT
COHITEC
Entretanto na Porto Business
School, em Matosinhos,
decorreu a sessão de
encerramento de outro
programa de aceleração
apoiado pelo Grupo CGD, neste
caso promovido pela COTEC
Portugal. Nesta sessão, foram
apresentados 15 projetos de
base tecnológica, em áreas
como biotecnologia, engenharia
dos materiais ou energia.
CAIXA EMPREENDER
Saiba mais na pág. 57 sobre
a oferta Caixa Empreender,
um conjunto de soluções
adequadas para o apoio ao
empreendedorismo e às
start-ups nacionais.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
35
h
história de capa
CGD APOIA LUSO 2014
A Caixa e a sua Sucursal de Londres
apoiaram a edição de 2014 do LUSO,
realizado a 21 de junho, em Bath, à
semelhança do que fizera já em 2013.
Trata-se de um encontro anual organizado
pela PARSUK – Portuguese Association
of Researchers and Students in the United
Kingdom, que este ano visou temas como
«O ensino superior e a investigação
portuguesas num mundo global», «A
promoção internacional da arte e cultura
portuguesas» ou «Empreendedorismo
– como podem as empresas portuguesas
competir?» O encontro foi moderado
pelo jornalista Nicolau Santos e contou
com o ministro Nuno Crato entre o painel
de oradores, além de muitos casos de
sucesso na área da ciência e investigação,
cultura e empreendedorismo nacionais.
Entre eles contam-se nomes como Elvira
Fortunato, Nuno Camarneiro e Sandra
Correia, já entrevistados em edições
anteriores da Cx.
das empresas. «Nenhuma empresa nacional poderá almejar ser
verdadeiramente competitiva no mercado global sem uma boa dose de
risco. Aqui, o Estado pode ter um papel essencial, apoiando estruturas
capazes não só de promover a investigação nacional, mas também
de proporcionar a envolvente e os recursos necessários para que os
resultados desta possam ter um sentido prático». Vasco acrescenta que
é importante que exista uma «estratégia de continuidade assente na
capitalização dos resultados obtidos durante os percursos académicos
dos investigadores e que o contexto empresarial perceba a mais-valia
de integrar doutorados nos seus quadros. Isto nada tem que ver com
títulos ou vencimentos, mas sim com a integração de pessoas altamente
qualificadas, treinadas para resolver problemas, pensar analítica e
qualitativamente, habituadas a lidar com equipas internacionais de
múltiplas competências».
A opinião é partilhada por Tiago Brandão Rodrigues, a trabalhar
em Cambridge desde 2010, onde se dedica a estudar, em laboratório,
técnicas de deteção precoce do cancro. E o mérito do seu trabalho levou
a que a sua investigação fosse publicada na conceituada Nature Medicine.
Para o investigador, o papel do Estado é fundamental neste setor, «não
só pelo facto de muito do conhecimento e da tecnologia serem criados
em laboratórios estatais (como é o caso dos anticorpos monoclonais,
que foram o motor do maior cluster de empresas biotecnológicas na
Europa, aqui em Cambridge), mas, também, pelo facto de o Estado
poder ser um ator chave na definição de políticas potenciadoras de uma
verdadeira ‘sociedade do conhecimento’, onde a produção e a difusão de
conhecimento e a sua aplicação tecnológica possam ser um verdadeiro
plano de transformação económica e social».
36
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Essa relação entre ciência, investigação e empresas é, precisamente,
um dos aspetos em que se deve intervir. O ponto de vista é defendido
por Paulo Gama Mota, diretor do Museu da Ciência da Universidade de
Coimbra, eleito um dos melhores espaços museológicos universitários
do mundo pelo site The Best Colleges. «Nota-se que existe uma ausência
de capacidade de investimento de risco, ao contrário do que acontece
nos Estados Unidos. Por exemplo, a Elvira Fortunato desenvolveu uma
ideia extraordinária para produzir sensores em papel, quis avançar
com a patente para dar continuidade aos estudos e não conseguiu que,
em Portugal, alguém se associasse a esta ideia. Acabou por ter apoios
internacionais», recorda, de forma a sustentar a ideia de que existe
ainda um grande caminho a percorrer, por parte das empresas e dos
privados, em investigação e desenvolvimento, e, mais precisamente,
em investigação aplicada, aquela que não implica resultados e lucros
imediatos. Paulo Gama Mota reflete sobre a situação, acrescentando que
«acaba por ser reflexo do que se passa no nosso tecido produtivo, pois
não é prática comum as empresas empregarem doutorados».
Ora, como que respondendo a preocupações como esta, o governo
revelou estar a preparar uma proposta de lei que prevê benefícios
fiscais para as empresas portuguesas que empreguem doutorados e
mantenham no País cientistas nacionais. O anúncio foi feito por Nuno
Crato na abertura do Luso 2013 - 7.º Encontro Anual de Estudantes e
Investigadores Portugueses no Reino Unido, um evento apoiado pela
Caixa Geral de Depósitos (ver caixa em cima). Na altura, o ministro
da Educação e Ciência afirmou que «muitas empresas em Portugal,
para se desenvolverem, precisam de recrutar doutorados. E nós temos
jovens doutorados de elevadíssima qualidade!». Uma qualidade que,
Print
UNIVERSOS
CRUZADOS
Rita Maldonado Branco
colocou o design ao serviço
da investigação.
Fotos: D.R.
ao contrário da Dinamarca, por exemplo, onde as empresas empregam
cerca de 40 por cento de doutorados, está subaproveitada. Em Portugal,
as empresas empregam cerca de três por cento dos doutorados, um
cenário que, espera-se, poderá vir a ser invertido com a criação de
núcleos de inovação nas empresas, que tenham um núcleo duro de
jovens doutorados.
Paulo Gama Mota reforça a importância de essas medidas serem
implementadas, defendendo que «um dos maiores investimentos
que o Estado pode fazer para alavancar o desenvolvimento do País
é na investigação! Estamos na União Europeia, não temos poços de
petróleo como a Noruega, por exemplo, e precisamos de criar produtos
que gerem valor de mercado, não por serem baratos, mas por serem
tecnologicamente evoluídos. E isso só é possível investindo fortemente
no tecido científico global. Não há investigação aplicada de qualidade
sem que exista investigação científica de qualidade. Não há um exemplo
de um país que tenha boa investigação aplicada sem ter boa investigação
fundamental».
Universidades, strat-ups e parcerias internacionais
Chama-se Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S) e será
um supercentro de ciências da saúde. Construído no Porto e com
capacidade para albergar mais de 650 investigadores, será o maior
instituto do País na área das ciências da saúde e da vida, sendo o
palco onde se fundirão três dos mais conceituados centros de ciência
nacionais: o IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular
da Universidade do Porto), o IBMC (Instituto de Biologia Molecular e
Celular) e o INEB (Instituto de Engenharia Biomédica). Entretanto, a
NENHUMA
EMPRESA
NACIONAL
PODERÁ
ALMEJAR SER
REALMENTE
COMPETITIVA
NO MERCADO
GLOBAL SEM
UMA BOA DOSE
DE RISCO
fundamental As empresas
portugueses têm de abrir
portas aos doutorados
o céu é o limite O destaque
ao trabalho dos cientistas
portugueses chega ao
espaço. Que o diga a
astrobióloga portuguesa Zita
Martins
A investigação em design
tem trazido importantes
contribuições para a
investigação, para a ciência,
para a indústria e para a
sociedade. Exemplo dessa
ligação é o trabalho de Rita
Maldonado Branco, que
colocou o design ao serviço
do combate ao Alzheimer.
A doença entrou na vida de
Rita através dos avós. Primeiro
o avô paterno, mais tarde a
avó materna, numa sequência
de acontecimentos que a
levaram a procurar informação
sobre o Alzheimer. Essa
vontade de saber e de fazer
algo mais regressou em força
em 2010, altura em que, já em
Londres, procurava um tema
para explorar na sua tese de
mestrado. «Pode o design de
comunicação ajudar doentes
com Alzheimer a comunicar
melhor?» foi a pergunta
que deu origem ao trabalho
entretanto continuado no
doutoramento, iniciado na
Universidade do Porto.
Pela mão da designer gráfica
nasceram três ferramentas
práticas: um jogo de cartas
(com a fotografia de uma
pessoa da família na frente
e um texto no verso); os
individuais de mesa, com
desenhos dos utensílios, e
o livro de família, onde cada
membro escreveu uma carta
que apelava à memória.
Os próximos passos visam
incluir outros profissionais da
área da saúde e outras famílias,
procurando, ao máximo,
adaptar as ferramentas
a cada um dos casos.
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a rev i s ta d a ca i xa
37
h
história de capa
Print
START-UPS E
INCUBADORAS
Um elo de sucesso entre
o meio académico e o meio
empresarial.
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto já se associou a um
projeto que deverá começar a carburar em 2015 e que representará
um sinal importante no desejo de apostar na investigação e na
ciência.
E, já que falamos em universidades, é impossível não destacar
a excelência do trabalho que se vai fazendo na área da ciência e da
investigação, conforme sublinha Maria do Carmo Fonseca, diretora
do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e vencedora do Prémio
Pessoa em 2010, uma iniciativa promovida pelo Expresso e pela Caixa.
«As universidades portuguesas têm um desempenho excelente: estão
a formar jovens altamente competentes, capazes de desenvolver
as suas próprias capacidades. Para mim, o mais importante é a
formação dos jovens, estimulando-os a traçar e a construir o seu
futuro», afirma, aproveitando para exaltar o facto de a Marca Portugal
estar «associada, a nível internacional, à qualidade e competência
em ciência e tecnologia. Os portugueses são muito bem formados
nestas áreas pelas universidades nacionais, mas o desenvolvimento
de projetos inovadores requer, com frequência, trabalhar em centros
estrangeiros, com acesso a recursos que não existem em Portugal. Não
considero isto um desperdício, pois a inovação científica e tecnológica
é uma atividade sem fronteiras.» Para Maria do Carmo Fonseca,
importa, no entanto, não desperdiçar a oportunidade de manter
todos os cientistas portugueses a trabalhar no estrangeiro ligados
aos centros de investigação e universidades em Portugal. Importa
partilhar a sua experiência, apresentá-los como referência para os
mais jovens e promover o seu contributo para o reconhecimento de
Portugal nas redes globais da ciência e tecnologia.
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NÃO HÁ
INVESTIGAÇÃO
APLICADA DE
QUALIDADE SEM
INVESTIGAÇÃO
CIENTÍFICA DE
QUALIDADE
universidades Formam
jovens altamente
competentes, mas precisam
de afinar a relação com
o tecido empresarial
internacionalização
As parcerias internacionais
permitem ter acesso a linhas
de investigação e a recursos
que não estão disponíveis
em Portugal
start-ups Reunião
de inovação e de
empreendedorismo
Quando, no final de 2010,
o Instituto Pedro Nunes (IPN)
venceu o prémio internacional
de Melhor Incubadora de
Base Tecnológica do Mundo,
muitas cabeças mais distraídas
se viraram na direção de
uma realidade que, hoje, é
cada vez mais presente: as
start-ups e as incubadoras.
Naquele que parece ser um
diálogo complicado entre as
universidades e as empresas,
torna-se muito importante a
existência de incubadoras que
permitam dar continuidade
ao trajeto de investigadores e
cientistas após a sua formação.
Mais, a possibilidade de
continuar esse trajeto através
da criação de uma start-up
(nome atribuído às empresas
em estado embrionário
e com baixos custos de
manutenção) permite aos
doutorados encarnarem o
empreeendedorismo: perante a
inexistência de mercado para o
conhecimento e especialização
que alcançaram, veem-se
perante a necessidade de
serem os próprios a criarem
esse mercado. Surgem,
assim, outros espaços,
como hacker spaces, cultura
maker, fab-labs, propícios à
democratização da inovação
e consequente mobilização
das pessoas para o
desenvolvimento de soluções,
produtos e novas indústrias.
É, como afirma Vasco Portugal,
«o ressurgimento do DIY
(do-it-yourself), de uma
retoma da necessidade de ser
responsável por gerar a nossa
própria inovação».
Fotos: D.R.
Esta ligação – ou trabalho conjunto, se preferirmos – entre as
universidades, os centros de investigação e as empresas nacionais é,
aliás, uma das peças chave rumo ao objetivo de potenciar a ciência
e a investigação que se faz em Portugal. Joana Silva, investigadora
da Fraunhofer Portugal Research Center (FhP-AICOS) que
recebeu o Young Scientist Best Paper Award, distinção atribuída
ao melhor artigo científico, é claramente a favor desse trabalho
conjunto. «O binómio universidade/empresas é fundamental para
o avanço científico e tecnológico, embora pense que está a ser mais
aproveitado por empresas estrangeiras que criam empresas e centros
de investigação no nosso País», afirma. «No entanto, não são muitos
os casos em que este trabalho é realizado em conjunto. O Parque
de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) é um
dos poucos locais onde esta simbiose está presente e é apoiada a
efetiva transferência de conhecimento e tecnologia. Para otimizar
este trabalho conjunto, o ideal seria que mais parques tecnológicos
fossem implementados.» Tiago Brandão Rodrigues complementa esta
ideia, chamando a atenção para a importância do diálogo constante
entre o conhecimento criado e as necessidades das empresas. «É
fundamental criar estruturas nos centros de investigação e nas
universidades que fomentem esta transferência de conhecimento
para as empresas, assim como instrumentos que lubrifiquem a
compreensão mútua de necessidades.»
Para já, é necessário perceber que, no atual contexto
socioeconómico, «é fulcral fomentar a investigação, inovação e
criatividade através de estruturas mais flexíveis e económicas», opina
Vasco Portugal. «É a melhor forma de tirar partido do fantástico
capital humano que gerámos nos últimos anos e de o encaminhar
CAIXA E UL, PARCEIROS ATÉ 2019
Pioneira em Portugal no estabelecimento de parcerias com instituições de
ensino superior (IES), a CGD assinou, em julho, um protocolo de cooperação
com a Universidade de Lisboa (UL) por um período de cinco anos.
O novo protocolo dará continuidade à histórica relação da Caixa com
as diferentes escolas da antiga UL e da UTL, que deram origem à nova
Universidade de Lisboa, hoje a maior IES portuguesa, com uma população
de cerca de 54 mil alunos, docentes e não docentes.
Para a Caixa, é uma clara aposta no ensino superior, junto do qual mantém
uma liderança continuada, alicerçada em valores de modernidade e
inovação. O apoio à população académica inclui a disponibilização de
produtos financeiros exclusivos, sem custos acrescidos (ver pág. 53),
e um serviço de proximidade com 18 Agências universitárias,
quatro delas nos campi da UL.
Com o estreitar da parceria com a UL, a Caixa consolida a sua participação
no reforço da disseminação do conhecimento e do empreendedorismo
enquanto pilares para o desenvolvimento da economia e do País.
como potencial solução para manter a competitividade nacional
numa economia global.» No fundo, torna-se necessário entender que
a ciência e a investigação surgem como uma bandeira nacional por
hastear e que a inovação científica será uma fonte importantíssima
de aumento de produtividade para a economia. Descobrir a melhor
forma de potenciá-las é o grande desafio que se coloca. Um desafio
onde vale a pena ter em mente as palavras de Maria do Carmo
Fonseca, para quem «o nosso maior potencial são as pessoas.
Quantos mais e melhores cientistas, melhor será o nosso potencial
como País. Uma sociedade sem desenvolvimento científico e
tecnológico está condenada a um papel subalterno no mundo.
Quem não inova apenas imita e copia».
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v
viagem
A
R O T A
D O
S U R F
Em busca
da onda perfeita
Garrett McNamara colocou a Nazaré na rota mundial do surf,
mas a verdade é que há já alguns anos que, cada vez mais, Portugal se apresenta
como um dos melhores spots do mundo para quem procura ondas. Do Guincho à Nazaré,
passando pela Ericeira e por Peniche, o que não faltam são locais fantásticos, capazes, ainda,
de associar gastronomia e cultura aos prazeres marítimos
Texto Tânia Taís Fotografia Pedro Sampayo Ribeiro
contrastes A força
do mar, no Baleal, e um
surfista a deslizar nas
ondas da Ericeira
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41
v
viagem
á cerca de três anos que se começou a ouvir dizer, regularmente,
que o surf teria de ser uma das bandeiras para exportar a imagem
do nosso País. Tal como se promove um turismo assente no golfe,
Portugal tem condições únicas para atrair praticantes e investidores
que façam parte da indústria do surf, cujo potencial é enorme.
Nesta viagem, que parece curta mas que tem tanto para ver,
espreitamos alguns dos locais mais emblemáticos no que toca ao encanto da
onda perfeita. Começando pelo Guincho.
Com fama de ser demasiado ventoso para quem gostar de estar na toalha a
apanhar banhos de sol, o Guincho torna-se local de eleição para os praticantes
de surf, windsurf e kitesurf. É comum ver tantas ou mais pessoas vestidas
com os fatos isotérmicos como pessoas em biquíni ou calção de banho. E é
incontornável uma paragem no famoso Bar do Guincho, local privilegiado para
quem quer uma refeição ou uma bebida de olhos no mar, mesmo que seja no
inverno, altura em que a lareira aquece o ambiente. É assinalável o número de
pessoas que aqui chega utilizando a bicicleta, dando uso à belíssima ciclovia
(cerca de cinco quilómetros) que vem de Cascais.
E é, igualmente, de notar o número de pessoas que opta por continuar um
pouco mais, em direção a norte e ao cabo da Roca, nas palavras de Camões «o
lugar onde a terra acaba e o mar começa». Guardado pelo terceiro farol mais
antigo da nossa costa, em funcionamento desde 1772, o cabo da Roca reserva
para si o título de local mais a ocidente da Europa continental. E se os fantásticos
pores de sol, uma centena de metros acima do nível do mar, fazem deste um
local extraordinariamente cinematográfico e romântico, é entre o luxuriante
verde da serra que encontramos outra paragem obrigatória: a romântica
Sintra. Almeida Garret, Alexandre Herculano ou Eça de Queiróz, entre outros,
renderam-se aos encantos de uma vila que merece ser visitada sem pressas.
É que o tempo passa mesmo devagar quando vamos ao Palácio da Pena, ao
Castelo dos Mouros, ao Parque de Monserrate, ao Convento dos Capuchos ou ao
Palácio Nacional de Sintra, sem esquecer uma paragem para provar as deliciosas
queijadas e os travesseiros, bem no centro da vila e perto de um local que agrada
a miúdos e graúdos, o Museu do Brinquedo. Aproveite, ainda, para conhecer
o Museu de Artes de Sintra, o Centro de Ciência Viva ou o Museu de História
Natural de Sintra e não deixe de andar nas típicas charretes e, ainda, de fazer um
inovador passeio de Tuk Tuk, a bordo de uma antiga «motoreta da fruta».
.
H
A reserva mundial de surf
O próximo destino será a Ericeira, zona que se tornou na primeira reserva de
surf da Europa e na segunda do mundo (a primeira é Malibu, na Califórnia),
uma distinção atribuída pela organização Save The Waves Coalition, responsável
pelo programa destinado a criar em todo o mundo zonas de ondas protegidas.
E para lá chegarmos temos duas opções. Podemos dar continuidade ao lado
mais histórico e conventual iniciado em Sintra, fazendo o percurso através
de Mafra, onde o Palácio Nacional – com os seus carrilhões de 217 toneladas
e a sua biblioteca onde cabem cerca de 40 mil livros com encadernações em
couro e gravadas a ouro – atrai a maioria das atenções, e passando pela típica
aldeia oleira de Mestre Franco, na estrada nacional que liga à Ericeira. Ou
podemos fazer o percurso mais próximo do mar, passando pela pitoresca vila de
Colares, espreitando a Praia Grande e a Praia das Maçãs, também elas local de
peregrinação para quem procura dominar o mar em cima de uma prancha.
Estamos, então, na Ericeira, também conhecida por «Vila Azul», fruto da
cor que se conjuga com o branco na maioria das casas que formam o núcleo
central. E se o centro da vila é literalmente invadido por turistas nos meses
42
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a re v i s ta d a c a i xa
Pocean Surf Academy
Fotos: D.R
Para quem quer aprender a prática do surf
junto de treinadores qualificados, a Caixa
propõe uma visita à Pocean Surf Academy,
uma escola de surf situada na Ericeira, mais
concretamente na praia de Ribeira d’Ilhas,
integrando, assim, aquela que é considerada
a primeira reserva mundial de surf da Europa
– e a segunda no mundo – pela organização
Save The Waves Coalition.
A Pocean Surf Academy possui vários
treinadores qualificados pela Federação
Portuguesa de Surf, permitindo o
acompanhamento, durante todo o ano, quer
de principiantes, quer daqueles que querem
aperfeiçoar o seu nível e conhecimentos.
Poderá surfar numa praia mítica como
Ribeira d’Ilhas, na Ericeira, reconhecida
internacionalmente como um dos melhores
spots de surf da Europa, beneficiando, ainda,
no caso de ser detentor de um cartão da
Caixa, de 25 por cento de desconto em:
> Aulas avulso;
> Packs de cinco ou dez aulas;
> Aula individual com personal training.
Descubra quais os cartões que dão acesso a
este desconto em www.vantagenscaixa.pt,
numa oferta não acumulável com outras
promoções e/ou campanhas em vigor.
nazaré As mulheres
das sete saias são uma
das atrações
melhoramento, alberga
40 mil livros com
encadernação em
couro e gravadas a ouro
guincho O longo areal
desafia a banhos de sol
e as ondas convidam a
grandes surfadas
fresco Do mar para
a mesa é a máxima do
restaurante As Furnas
histórico O Palácio
de Mafra, entretanto
alvo de obras de
azul Na vila da
Ericeira o tempo passa
lentamente
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43
v
viagem
de verão, a praia de Ribeira d’Ilhas é local de peregrinação ao longo de todo o
ano. Verdadeira meca do surf (foi aqui que se realizaram as primeiras provas
do circuito mundial no nosso País, atraindo a Portugal os melhores surfistas do
planeta), apresenta como grande trunfo os seus fundos rochosos que se traduzem
em ondas únicas, como é o caso da «cave», na Praia dos Coxos. Não admira que,
com tantos atributos, por aqui encontremos inúmeras escolinhas de surf – Blue
Ocean, Pocean Surf Academy (ver caixa na página 43), Ericeira Surf School,
entre outras – e várias fábricas de construção de pranchas.
Mas a Ericeira é mais do que um paraíso para surfistas. Por exemplo, o
passeio pedonal que vai da Ericeira à Foz do Lisandro é percorrido por centenas
de pessoas, muitas delas aproveitando para fazer a sua corrida diária. E, estando
debruçada sobre o mar e mantendo em atividade o seu porto de pesca, esta
é uma das melhores vilas do País para degustar peixe e marisco frescos. A
marisqueira Mar à Vista é uma das mais concorridas, tal como o restaurante As
Furnas, com uma esplnada debruçada sobre as rochas e a espuma das ondas.
Para quem prefere acompanhar a moda da gastronomia japonesa, existe o
Unisushi, um belíssimo restaurante para apreciadores de cozinha de fusão. E
para a sobremesa, além de várias gelatarias de qualidade, vale a pena dar um
salto à Casa Gama, onde são vendidos os tradicionais ouriços, à base de amêndoa
44
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e de doce de ovos. Para os menos gulosos, existe uma
garrafeira-bar chamada Vira Copos, onde não faltam
concertos jazz ou provas de vinho com enólogos.
Berlengas à vista!
Para quem procura praia, mar e surf, nada melhor do
que adormecer e acordar ao som das ondas. Isso é
possível no Surfcastle, um belíssimo hostel, no Baleal,
erguido com vista para a Praia do Lagido, famosa por
ter uma onda esquerda que atrai surfistas dos quatro
cantos do mundo. Importa sublinhar que já estamos no
concelho de Peniche, onde a ponte do surf para a história
é feita através do passadiço em redor da Fortaleza. Esse
é um passeio, regra geral, feito à noite (provavelmente
depois de jantar na Tasca do Joel, um restaurante que
não pode deixar de experimentar), mas, durante o dia,
uma das palavras que mais se ouve é Supertubos, nome
da praia que catapultou esta região para a fama e trouxe
até à vila piscatória de Peniche as provas do circuito
mundial de surf.
As atrações, porém, não se ficam por aqui. Reflexo
da religiosidade desta comunidade, o extenso património
religioso merece igualmente uma visita atenta, através
de um itinerário pela Rota das Igrejas do Concelho de
A ERICEIRA FOI ELEITA A
SEGUNDA RESERVA MUNDIAL
DE SURF, A SEGUIR A MALIBU
Peniche, na qual será possível visitar templos como a Igreja de S. Pedro,
o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios (ambos na cidade de Peniche),
as Igrejas de S. Leonardo e de Nossa Senhora da Conceição (na vila medieval
de Atouguia da Baleia) ou a Ermida de Santo Estêvão, no Baleal. Este é, também,
o local indicado para admirar a célebre renda de bilros (e aprender a fazê-la,
caso queira, na escola-oficina municipal) ou para descobrir o cabo Carvoeiro,
com vista para o arquipélago das Berlengas, eleito Reserva da Biosfera, pela
UNESCO, em 2011 (tornando-se na quinta Reserva Mundial da Biosfera de
Portugal, a seguir às ilhas do Corvo, Flores e Graciosa, nos Açores, e ao Paul
do Boquilobo, na bacia hidrográfica do Tejo). Se vista de longe a principal ilha,
a da Berlenga, a única com ocupação humana permanente, parece um simples
rochedo, já no local encontramos uma enorme riqueza biológica.
As maiores ondas do mundo
A viagem continua rumo a norte, com paragem nas Caldas da Rainha para
participar no mercado ao ar livre que se realiza na Praça da República. Cores,
cheiros e sabores misturam-se num ambiente que evoca outros tempos. Não
falta, sequer, a carrinha do pão, que, para lá desse mesmo pão, guarda os
famosos beijinhos e as cavacas das Caldas. Esta é, também, a terra de Rafael
Bordalo Pinheiro, o criador do intemporal Zé Povinho, e a cidade onde vale a
pena entrar no Parque D. Carlos, junto à unidade termal das Caldas da Rainha,
mandada construir pela rainha D. Leonor. Caso a fome aperte, experimente
rumar à aldeia de Guisado e ao restaurante Solar dos Amigos, uma fantástica
surpresa que ao fim de semana deve ser reservada. Aproveite a proximidade
para dar um salto à Foz do Arelho e para descobrir São Martinho do Porto
e a sua encantadora baía, uma praia para quem não quer ondas e para comprar
o conventual pão de ló de Alfeizerão.
Estamos quase a chegar ao final da nossa viagem e é caso para dizer que
se em Peniche as ondas são grandes, na Nazaré são
monstruosas! Tão grandes que quase ofuscam o
Ecoparque Sensorial da Pia do Urso, espaço único e
capaz de proporcionar novas experiências aos invisuais.
Quando, no final de 2011, Garrett MacNamara surfou
uma onda com cerca de 30 metros, na Praia do Norte,
aproveitando as características geológicas desta praia,
o «canhão» – como ficou conhecida esta onda imensa –
disparou de tal forma que se ouviu por todo o mundo!
De um momento para o outro, a palavra «Nazaré»
invadiu o YouTube e as redes sociais e, agora, é um
destino incontornável para quem quer surfar algumas
das maiores ondas do mundo. Sorridentes, como que
alheias a tudo isto, as típicas «mulheres das sete saias»
continuam a vender nougat e a tirar fotografias com os
turistas. Muitos deles em busca da onda perfeita.
hostel No Surfcastle é possível
adormecer e acordar ao som das ondas
pioneira Ribeira d’Ilhas, na Ericeira, foi
a primeira praia portuguesa a receber
uma prova do circuito mundial de surf
peniche A fama da fortaleza rivaliza
com a da Praia de Supertubos
gastronomia Na Tasca do Joel é
garantida a qualidade da refeição
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
45
v
viagem
Guia de Viagem
A Caixa e a Tagus propõem
uma surf trip de cinco dias pelas
principais ondas da região de
Lisboa, algumas reconhecidas
como das melhores do Mundo,
numa proposta que não descura
as componentes gastronómica
e cultural.
Os primeiros dois dias serão
centrados em Lisboa e nas suas
proximidades, entre a Costa de
Caparica, o Guincho e a Ericeira.
Os três dias seguintes são em
Peniche, um dos maiores marcos
do surf mundial e atual paragem
do campeonato do mundo
(WCT), incluindo, ainda, uma
visita à Nazaré, reconhecida pelas
ondas gigantes e onde Garrett
McNamara alcançou o record
mundial da maior onda alguma
vez surfada.
Plano
> 5 noites em hostel (sem
refeições) ou hotel quatro
estrelas (com pequeno almoço);
> 5 aulas de surf (1h30);
> Guia de surf, a tempo inteiro;
> Material de surf, durante toda a
estadia;
> Transporte para as praias
(gasolina e portagens incluídas);
> Transferes do aeroporto de
Lisboa;
> Seguro de danos pessoais.
Extras sob consulta
> Transferes do/para Porto ou
Faro;
> Aula de surf extra.
Preço por pessoa
Em hostel: 630 euros, 690 euros
ou 840 euros1; Em hotel de
quatro estrelas: 1120 euros, 1180
euros ou 1330 euros1
1
Preços individuais em grupos, respetivamente, de oito, seis e quatro
pessoas.
Ir
Comer
Esta é uma viagem para fazer sem
pressas, utilizando as estradas
nacionais ou, em alguns trechos,
a A8.
As Furnas (Ericeira)
Peixe e marisco, a grelhar no
carvão ou ao sal, mais a cataplana,
são obrigatórios neste restaurante
debruçado sobre o mar.
(ver Facebook)
Unisushi (Ericeira)
Eleito um dos dez melhores
restaurantes de cozinha étnica
do País, utiliza o peixe mais fresco
da Ericeira para confecionar o seu
sushi. Não deixe de provar as ovas
de ouriço.
(unisushi.ericeirahomestay.com
ou ver Facebook)
A Tasca do Joel (Peniche)
Os cem lugares são sempre poucos
para receber todos os comensais
que não prescindem de aqui rumar.
Vêm pela vista, deliciam-se com
a boa gastronomia e relaxam
inebriados pela excelente oferta
vínica.
(www.hotelthevine.com)
A Celeste (Nazaré)
Restaurante rústico e acolhedor.
Aqui servem-se pratos de boa
qualidade, confecionados pela
proprietária e também cozinheira
Celeste, que todos os anos inventa
novas iguarias.
Dormir
EcoSound Ericeira
Para quem deseja férias
ecológicas, este é um local
obrigatório. Opte por um bungalow
ou por um surpreendente quarto
dentro de um barril.
(www.ericeiraecosound.com/pt)
Areias do Seixo (Santa Cruz)
Na zona da praia de Santa Cruz,
um dos mais fantásticos hotéis
do País, combinado luxo, design e
cuidados ambientais.
(www.areiasdoseixo.com)
Your Hotel & SPA Alcobaça
Localizado nas imediações da
cidade de Alcobaça, o Your Hotel &
SPA Alcobaça é um local de refúgio
e tranquilidade. O SPA & Beyond
é um mimo aos sentidos, um
encontro perfeito com o prazer,
a saúde e a beleza.
(yourhotelspa.com)
Rio do Prado (Arelho)
Ganhou a Chave de Platina da
edição 2013 do Guia Boa Cama
Boa Mesa, do jornal Expresso,
sendo eleito o melhor hotel
do País.
(www.riodoprado.pt)
Surfcastle (Baleal)
Uma antiga casa senhorial com
uma incrível vista para o mar serve,
hoje, de albergue a quem quer
acordar e adormecer ao som das
ondas.
(www.reidspalace.com)
Swordfish (Peniche)
Um hostel com preocuapções
ecológicas, aberto há um ano,
e que utiliza paletes, caixas
de vinho, rolhas de cortiça,
caixas de fruta e frascos
de vidro, entre outros objetos,
na sua decoração.
(www.swordfishostel.com)
Informação na Net prepare-se para ir para fora... cá dentro.
Sites que não deve deixar de consultar: www.ericeira.net; www.ericeirasurfguide.com; www.parquesdesintra.pt;
www.penichesurfguide.com; www.surfportugal.pt; www.hidrografico.pt/previsao-mares.php
46
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
CAIXA IU NO FACEBOOK
DIRIGIDA A ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS,
A MARCA CAIXA IU ESTÁ NO FACEBOOK,
EM WWW.FACEBOOK.PT/CAIXAIU,
COLOCANDO A CAIXA AINDA MAIS
PRÓXOMA DESTES CLIENTES. E SÃO
JÁ MAIS DE 36 MIL FÃS A SEGUIR ESTA
PÁGINA, ONDE DECORREM MUITOS
PASSATEMPOS E OUTRAS INICIATIVAS,
DESDE BILHETES PARA JOGOS DE
FUTEBOL ATÉ ENTRADAS EM FESTIVAIS,
ALÉM DE MUITAS DICAS E SUGESTÕES.
FIQUE ATENTO E DESCUBRA TODAS
AS OPORTUNIDADES QUE A CAIXA
RESERVA AOS JOVENS E UNIVERSITÁRIOS
NESTA PÁGINA, UM ESPAÇO QUE FARÁ
A CAIXA CONHECER AINDA MELHOR
ESTES CLIENTES, OS SEUS GOSTOS
E NECESSIDADES. ESTE É, NO FUNDO,
O OBJETIVO PARA QUE A CGD POSSA
MOBILIZAR-SE CADA VEZ MAIS EM
FUNÇÃO DOS SEUS CLIENTES.
Foto: D.R.; Ilustração: Marta Monteiro
Uma surf trip
a não perder
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
47
f
fugas
L’ A N D V I N E YA R D S
A estrela
da planície
A cerca de uma hora de Lisboa, encontramos
um wine resort com suítes onde podemos dormir sob as estrelas,
ter a nossa própria vinha e experimentar um restaurante Michelin
Por Pedro Guilherme Lopes
A
48
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
lançado ao grupo Promontório, com uma
preocupação incontornável: a integração
na paisagem. O projeto tinha de fundir-se
naquilo que era o Alentejo, até porque já
íamos ser demasiado ousados na vertente
arquitetónica, com a reinterpretação
contemporânea das casas-pátio do
mediterrâneo.» O projeto foi, então, pensado
em três vertentes: a vertente de hotel, com os
quartos (que, no caso, são todos suítes); uma
vertente mista, em que foi dada aos clientes
a possibilidade de adquirirem uma suíte
(uma versão feliz do que foi o time sharing
dos anos 80); e a vertente imobiliária,
destinada a comercializar villas com vinha
privada, para a qual foram convidados
diversos arquitetos.
Esta ligação à terra e ao meio envolvente
fica espelhada em diversos pormenores.
Atente-se, por exemplo, ao facto de as
casas terem jardins interiores, de existirem
verdadeiros jardins de vinhas em frente às
moradias ou de as janelas darem sempre
para a paisagem envolvente e permitirem
uma total independência das casas vizinhas.
Mas o Alentejo vai bem mais além da
imagem das planícies. É, igualmente, famoso
o seu imenso céu estrelado, daí que a joia
da coroa deste L’and sejam as suítes sky view,
que chegam a ter lista de espera. Qual
o motivo? Uma claraboia sobre as camas,
que pode ser aberta pelo cliente, permitindo
que não só o ar como o próprio céu entrem
pela suíte (com uma rede mosquiteira fixa,
garantindo total conforto).
A este fantástico pormenor juntam-se
outros, como os 120 m2 de área, a lareira
exterior, o jardim interior com lounge pool
ou as mesas de madeira vindas da Indonésia,
perfeitamente integrado
O projeto arquitetónico torna
o L’and parte da paisagem.
No interior, a aposta em
grandes vidraças permite
um constante contacto com
a natureza, exceção ao SPA
vinothérapie da Caudalie
(fotos finais da página 50)
Fotos: D.R.
s viagens pelo mundo.
E a paixão pela arquitetura
e pelo vinho. Foi desta
combinação que nasceu
o sonho de José Cunhal
Sendim, hoje materializado
num wine resort, do qual é CEO e que
batizou de L’and Vineyards.
Um pouco antes de chegar a Montemor-o-Novo, como quem vai de Lisboa, sai
da autoestrada em Vendas Novas e faz o
resto do percurso pela estrada nacional,
viramos à direita e damos de caras com
um espaço ímpar na planície alentejana.
O hotel arrancou em 2011 «e, desde o
início, tentámos que este L’and marcasse
uma diferença em relação ao Alentejo a
que as pessoas estavam habituadas, ao
Alentejo muito rústico, com os hotéis a
serem, regra geral, recuperações de casas
senhoriais, conventos, castelos... Tentámos
ser mais ousados, mais contemporâneos»,
explica Hugo Valadas, diretor do hotel L’and
Vineyards. «O desafio arquitetónico foi
clientes
O L’and Vineyards e os Arteh Hotels and Resorts oferecem
aos titulares de alguns dos cartões da CGD cinco por cento
de desconto na melhor tarifa disponível, nos estabelecimentos
em Portugal, exceto nas Casas do Côro e no Convento de
São Francisco. Além disso, existe a possibilidade de upgrade
e de late check out, ambas mediante disponibilidade do hotel.
Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
49
50
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Guia de Viagem
Como ir
Vindo de norte, atravesse uma das
pontes – 25 de Abril ou Vasco da
Gama – e siga pela A2, no sentido
do Algarve. Saia para a A6, em
direção a Évora/Espanha, e deixe a
autoestrada quando vir a indicação
Vendas Novas. Siga até encontrar
um cruzamento e vire à direita,
em direção a Montemor. Continue
pela N4 até encontrar, do seu lado
direito e a escassos quilómetros
antes de chegar a Montemor, uma
placa indicando L’and Vineyards.
Fotos: D.R.
Ficar
e que podem ser adquiridas. Ou, ainda,
os tapetes que reinterpretam as mantas
alentejanas, televisão, DVD, dock station para
ouvir música, iPad para acesso à Internet,
máquina de café, entre outras mordomias,
envoltas numa decoração minimalista e da
autoria do arquiteto brasileiro Marcio Kogan.
Ao todo, dez sky suites (complementadas por
12 L’and suítes, pensadas para uma vertente
mais familiar e que trocam a possibilidade
de dormir a olhar as estrelas por um quarto
extra), que vão totalmente ao encontro de
duas das bases do projeto: exclusividade e
privacidade.
«Estamos a uma hora de Lisboa, o que
ajuda a que sejamos o local ideal para quem
quer fugir à cidade», afirma Hugo Valadas.
«O hotel está inserido numa propriedade
com 66 hectares de área, onde o cliente
pode andar totalmente à vontade. Isso
é algo que, desde logo, dá uma enorme
autonomia a quem nos escolhe. Tentamos
que o nosso serviço seja minimamente
intrusivo, deixamos o hóspede livre de
compromissos com o hotel, daí que as
nossas sky suites sejam fora do edifício
central, transformando-se numa espécie
de retiro. Também por isso a aposta num
número reduzido de suítes, o que faz com
que, mesmo nos dias em que o hotel está a
100 por cento de ocupação, o ambiente seja
de tranquilidade.» A exceção são os dias
escaldantes (afinal, estamos no Alentejo),
onde todos os caminhos vão dar à belíssima
piscina panorâmica, com vista para o castelo
de Montemor.
as o nome L’and Vineyards
conduz-nos, imediatamente,
ao universo vitivinícola. O
projeto de produção de vinho
da marca L’and arrancou em
2009 e assegura garrafas
suficientes para consumo no próprio hotel.
Esta ligação ao vinho estende-se à vertente
imobiliária, pois as moradias são construídas
em grandes terrenos, que permitem a plantação
de uma vinha privada, além de olivais e outras
árvores típicas da região. Com a ajuda da
equipa de enologia do L’and, cada proprietário
pode produzir o próprio vinho, de forma
personalizada, na adega do empreendimento.
Caso desejem unicamente prová-lo, a
melhor opção é reservar mesa no restaurante
L’and, que, sob a batuta do chef Miguel Laffan,
foi distinguido, em 2014, com uma estrela
Michelin. E se há quem faça centenas de
quilómetros para dormir de olhos postos
num céu cheio de estrelas, também há quem
faça 600 para degustar as criações que saem
desta cozinha com estrela, servidas num lago
artificial. Algo que nos remete para o próximo
L’and, o L’and Reserve, a abrir lá mais para
2015, com vista privilegiada para o Grande
Lago do Alqueva e para o castelo de Monsaraz e
onde todas as 59 suítes serão sky.
M
Verdadeiro refúgio de luxo na
planície, o L’and permite optar entre
as L’and suítes (a partir de 170
euros por noite) e as concorridas
sky suites (a partir de 215 euros).
Fazer
Apesar de adotar uma política
em que o serviço é minimamente
intrusivo, deixando ao cliente total
liberdade ao longo da estada, o
hotel preparou algumas propostas
integradas: uma proposta
direcionada para o romance
(incluindo sky suite, massagem e
jantar de degustação); um pacote
Michelin Star (para os amantes
da gastronomia e incluindo um
jantar de degustação com oito
pratos); o Essentia L’and (em que,
ao alojamento, se acrescenta um
curso de vinhos e a possibilidade
de levar uma caixa para desfrutar,
mais tarde, em sua casa) e o pacote
SPA, com diversos tratamentos
de vinoterapia com a assinatura
Caudalie. Outra das sugestões
muito requisitada é a que permite
ver nascer o sol a bordo de um
balão de ar quente.
L’and Vineyards
Estrada Nacional n.º 4
Herdade das Valadas
Montemor-o-Novo
Tel.: 266 242 400
E-mail: [email protected]
Website: l-andvineyards.com/pt
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a rev i s ta d a ca i xa
51
i
institucional
N OVA É P O C A U N I V E R S I TÁ R I A
Um novo ano, a mesma dedicação
É já uma tradição… A cada novo ano letivo, a Caixa
dá as boas-vindas aos jovens universitários em centenas de estabelecimentos
de ensino por todo o País. Com as soluções necessárias para um futuro promissor
APÓS UM VERÃO EM GRANDE, no qual a
Caixa levou muitos jovens e universitários
a festivais como o Rock in Rio, o NOS
Alive, o Super Bock Super Rock ou o MEO
Sudoeste, chega agora um novo ano letivo e,
com ele, a Nova Época Universitária (NEU).
É mais uma prova do compromisso e da
dedicação que a Caixa disponibiliza a este
público tão especial, cheio de sonhos e de
esperanças.
Precisamente por isso, a Caixa é parceira
da maioria dos estabelecimentos de ensino
superior portugueses, numa aposta que
52
remonta a 1994, o ano da primeira parceria
com a Universidade do Minho, e que
abrangeu já mais de um milhão de Clientes,
entre estudantes, professores e funcionários.
Trata-se, pois, de uma aposta continuada, que
entra assim na sua 20.ª edição ininterrupta,
o que confere à Caixa uma experiência impar
na abordagem ao segmento universitário,
dotando-a de condições únicas para satisfazer
as necessidades e expectativas destes Clientes.
Assim, a partir de setembro, a Caixa estará
presente na maioria das universidades e
politécnicos de norte a sul do País, de modo
OS ESTUDANTES CONTAM, DURANTE TODO O ANO, COM O APOIO DO
CAIXADIRECTA IU, UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO À DISTÂNCIA E ESPECIALIZADO
PARA ESTES CLIENTES, QUE COMPLEMENTA O ATENDIMENTO DAS AGÊNCIAS
DA CAIXA, 18 DAS QUAIS EM CAMPI UNIVERSITÁRIOS. ESTE SERVIÇO ESTÁ
DISPONÍVEL ATRAVÉS DO NÚMERO 808 212 213, 24 HORAS POR DIA, TODOS OS
DIAS DA SEMANA.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
a dar as boas-vindas aos alunos e apoiá-los,
bem como aos demais agentes académicos,
no início da nova época universitária.
Para isso, a Caixa contará com a
instalação de postos de atendimento
nos estabelecimentos de ensino superior
seus parceiros e uma oferta completa e
diversificada, com as soluções de poupança
e de gestão do dia a dia adequadas a estes
Clientes. Tudo num único momento, no
próprio estabelecimento de ensino, com
toda a simplicidade e a custo zero. Conheça
então, sinteticamente, a proposta da Caixa:
Cartão Caixa IU
A Caixa assegura a emissão do cartão de
identificação dos universitários, que pode
incorporar a vertente de débito para quem
optar pela solução bancária. Neste caso,
existem, ainda, outras soluções para a gestão
financeira dos estudantes e apoio dos seus
projetos. Além da conta de depósitos à ordem
associada ao cartão Caixa IU e de descontos em
vários parceiros, a Caixa coloca à disposição
dos universitários outros produtos e serviços,
entre os quais:
Caixapoupança Superior
Uma conta de poupança exclusiva para
estudantes do ensino superior, detentores do
cartão Caixa IU, ISIC1 ou Caixa Académica
Estudante, com a qual se torna fácil poupar:
> Mínimo de abertura 10 euros, embora sem
montante mínimo de abertura na Campanha
da NEU;
> Reforços pontuais ou programados, a partir
de 1 euro, em qualquer Agência da Caixa ou
através do Caixautomática ou do Caixadirecta
(telefone, on-line, mobilie ou SMS).
Esta conta apresenta majoração da taxa de juro,
em função dos produtos subscritos, durante e
após a frequência no ensino superior:
TAXAS DE JURO
TANB
Remuneração base
0,6%
Com cartão de débito diferido ou
crédito + serviço Caixadirecta
0,9%
Com cartão de débito diferido ou
crédito + serviço Caixadirecta +
domiciliação de vencimentos ou
LDN
1,2%
Com prazo de seis meses e pagamento
dos juros semestral, esta conta renova-se
automaticamente por iguais períodos,
acumulando os juros ao capital existente. A
cada reforço e renovação, aplica-se a taxa em
função dos produtos e serviços subscritos e, se
necessário, o dinheiro pode ser levantado antes
da data de vencimento (mínimo de 10 euros),
de forma total ou parcial, apenas com perda
dos juros corridos sobre o capital mobilizado.
1
CAIXA PLIM
Uma APP inovadora, que permite efetuar
pequenas transferências na hora e ainda
dá direito a prémios.
Cartão ISIC
Um cartão de crédito1 associado ao Cartão
Internacional do Estudante, que permite
obter descontos em 120 países e beneficiar
do serviço de apoio legal e médico no
estrangeiro, disponível 24 horas por dia.
Este cartão dá acesso a crédito sem juros de
15 a 50 dias, sendo uma opção de elevada
utilidade para quem tem experiencias
académicas, profissionais ou de lazer no
estrangeiro.
Crediformação Caixa2
Uma solução de financiamento para todo o
tipo de despesas associadas à formação, com
grande flexibilidade de prazos de entrega,
carência ou reembolso, taxas de juro bastante
atrativas e onde o mérito dos alunos é
premiado com a redução da taxa de juro.
Mesada Certa3
Visa resolver necessidades de curto prazo,
sempre que o saldo da conta for menor
do que zero, sem encargos nem juros para
utilizações até 250 euros, durante cinco dias. A
amortização é feita, automaticamente, logo que
exista saldo na conta.
Serviço Caixadirecta IU
Os Clientes universitários têm, ainda, à
disposição o serviço de atendimento à
distância Caixadirecta, por telefone, on-line,
mobilie, App ou SMS. Além disso, podem
contar com o serviço Caixadirecta IU, através
do contacto 808 212 213, com uma equipa
de comerciais especializados em dar resposta
aos interesses dos alunos do ensino superior.
Saiba mais numa Agência da Caixa ou através
do 808 212 213, 24 horas por dia, todos os
dias da semana.
TAEG de 18,1%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 16,75%.
TAEG de 4,5%, calculada com base numa TAN de 3,741% (Euribor 3M + 3,500%), em julho de 2014, para um crédito de 12 mil
euros, com prazo total de 180 meses (24 meses de utilização + 36 meses de diferimento + 120 meses de reembolso) e garantia
de fiança. Prestação na fase de utilização: 42,03 euros. Prestação na fase de reembolso: 123,34 euros. Montante total imputado
ao consumidor: 17 429,32 euros.
3
TAEG de 16,2% calculada com base TAN de 13,75% para uma utilização de crédito de 250 euros pelo prazo de três meses.
O Caixa plim é um serviço exclusivo,
único e pioneiro no mercado nacional das
aplicações móveis, disponível para telemóveis
inteligentes de última geração. Permite, de
forma simples e direta, transferir dinheiro
entre contas à ordem da Caixa Geral de
Depósitos aderentes ao serviço, sejam de
colegas, familiares ou amigos.
Depois de aderir e instalar a aplicação no
telemóvel, apenas com base no respetivo
número e sem a necessidade de inserir o
número de conta, os Clientes recebem e
pagam pequenas quantias de dinheiro a
outros utilizadores Caixa plim. Além disso, o
Caixa plim permite ganhar muitos prémios.
Todos os meses, há convites do Caixa plim
para os utilizadores participarem em desafios,
bastando juntar pontos que se convertem
em prémios fantásticos. Até 5 de outubro, por
exemplo, o Caixa plim estará no Porto Sunday
Sessions todos os domingos, entre as 16h e
as 20h, no Jardim de São Lázaro, em agosto,
e no Parque da Cidade em setembro. Visite o
espaço Caixa plim nos locais e descubra como
ganhar um telemóvel Nokia Lumia. Mais
informações sobre este passatempo e sobre
o serviço em www.cgd.pt.
CAIXA IU
A Marca Caixa IU agrega todo o valor
que a Caixa tem disponível para
os estudantes do ensino superior,
incluindo um leque de benefícios e
atributos de interesse específico:
› Produtos e serviços inovadores ou
exclusivos;
› Processos simplificados de adesão a
produtos e serviços;
› Custos adequados a uma fase da vida
ainda sem rendimentos relevantes;
› Canais próprios como o Portal Caixa IU,
em www.caixaiu.pt, ou no facebook, em
www.facebook.com/caixaiu;
› Protocolos de cooperação com as
escolas;
› Participação ativa em eventos
académicos.
2
Tudo para uma gestão mais fácil do dia a
dia e para a concretização das ambições
de cada estudante.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
53
i
institucional
IMÓVEIS CAIXA
Dar a volta também
é encontrar a sua nova casa
A Caixa tem muitos imóveis à sua escolha
e muitas vantagens de financiamento
ENCONTRE A SUA CASA em www.caixaimobiliario.pt e beneficie das condições
privilegiadas de acesso ao financiamento1 e de muitas outras vantagens. Descubra
em www.cgd.pt todas as condições de financiamento para aquisição de imóveis
propriedade do Grupo Caixa, seja para habitação própria ou arrendamento,
numa oferta onde irá ainda beneficiar da isenção das comissões de avaliação
e de estudo, assim como da dispensa de realização dos registos provisórios.
Esta oferta está condicionada à detenção dos produtos constantes nos Packs Caixa
Mais e Ligação: cartão de débito e crédito, Caixadirecta, domiciliação de rendimentos
e seguro de vida e multirriscos numa seguradora do Grupo Caixa.
Além disso, por cada assolhada do imóvel adquirido, receberá um vale de 250
euros para compra de produtos de decoração, nomeadamente tintas e pavimentos,
a rebater em lojas de parceiros selecionados para o efeito. Os vales angariados no
âmbito desta promoção são entregues pela Caixa Imobiliário no ato de escritura
do imóvel adquirido, sendo, cada um deles, com valor facial fixo de 250 euros
(IVA incluído), obrigatoriamente rebatido num único parceiro.
Esta campanha é válida para todas as frações habitacionais e moradias disponíveis
em www.caixaimobiliario.pt, com escrituras concretizadas até 31 de dezembro
de 2014.
Poderá consultar todas as condições desta promoção, assim como as condições
de financiamento, em www.cgd.pt ou em www.caixaimobiliario.pt.
Para mais informações, ligue 707 24 24 30, 24 horas por dia, todos os dias do ano,
ou contacte a sua Agência da Caixa.
APROVEITE O CALOR
DO VERÃO
Com o cartão de crédito da Caixa,
pode pagar as suas compras de forma
fracionada, a partir de novembro de 2014.
A Caixa pretende ajudar os seus Clientes
na gestão do dia a dia e, por isso, procura
apresentar as melhores soluções para que
possa viver e aproveitar os momentos
bons da vida. Nesse sentido, saiba que
seu cartão de crédito de particulares dá-lhe agora acesso automático a uma linha
de crédito suplementar, correspondente a
75 por cento do limite de crédito do cartão
e até seis transações em simultâneo, para
pagamentos em prestações fixas e a uma
taxa de juro mais vantajosa.
Assim, para aliviar o seu orçamento
durante o verão, de 1 de julho até 30
de setembro, pode transferir as suas
compras para esta linha e começar a
pagá-las a partir do extrato de novembro.
Saiba tudo sobre esta solução em
www.cgd.pt, numa Agência da Caixa
ou ligue 707 24 24 24, 24 horas por dia,
todos os dias do ano
TAEG de 18,8%, na linha de crédito
suplementar de pagamentos fracionados,
para um montante de 1 500 euros, com
reembolso a 12 meses, à TAN de 15,00%
1
TAE: 3,837%; TAER: 3,898%, calculadas com base na T. Fixa a 5 anos de 2,75% e, a partir do 6.º ano, com base na taxa indexada à média mensal da Eur. 6M, em julho de 2014, arredondada à
milésima e acrescida de 2,85% de spread (inclui bonificação de 1%). Ex. de financiamento de €73 000, a 45 anos, avaliação de €97 000, Cliente com 30 anos, com detenção de Cartão de débito
e de crédito, Caixadirecta, Domiciliação de Rendimentos e Seguro de Vida e Multirriscos da Fidelidade - Companhia de Seguros, S. A. Comissão por reembolso antecipado, parcial ou total, 2% do
capital reembolsado no período de taxa fixa e de 0,5% no de taxa variável.
54
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
CLIENTE MAIS
Mais vantagens na Caixa
Receber o ordenado numa conta da Caixa
é simples e dá-lhe muitas vantagens para que possa viver a vida toda
SER CLIENTE MAIS é somar vantagens. É
somar vantagens nos vários instantes da vida
para que possa usufruir dos bons momentos
e, assim, viver a vida toda. Para isso, ou seja,
para ser Cliente Mais, basta receber na Caixa
o ordenado, pensão ou outro rendimento
regular, ter Caixadirecta, cartão de débito
e cartão de crédito.
Domiciliação do ordenado
Sabia que, se receber o seu ordenado numa
conta da Caixa, tem acesso a inúmeras
vantagens? São elas:
> Possibilidade de antecipação do ordenado,
até 100%, com o CaixaOrdenado(1);
> Isenção da comissão de manutenção da
conta à ordem onde recebe o ordenado;
> Remuneração majorada no serviço Caixa
Família, extensiva a todos os familiares
aderentes, para os Clientes que recebam
os seus ordenados (pensões ou outros
rendimentos regulares) na Caixa (mínimo
de 500 euros).
Se ainda não é Cliente da Caixa, só
tem de abrir uma conta à ordem e dar o
respetivo Número de Identificação Bancária
(NIB) à sua entidade empregadora. Se já
é Cliente, não necessita mudar de conta.
Basta dar o seu NIB para que lhe transfiram
o ordenado(2) para a sua conta à ordem.
Em www.cgd.pt, encontrará o formulário
a entregar na empresa para receber os
rendimentos numa conta da Caixa.
Ainda mais vantagens
E se for Cliente Mais – ou seja, se, além de
receber na Caixa um rendimento regular
superior a 500 euros, tiver Caixadirecta,
cartão de débito e de crédito – tem acesso
ainda a mais vantagens:
> Acesso a produtos de investimento e
poupança exclusivos, em campanhas;
> Acesso aos Depósitos Mais com taxa
de juro majorada;
> Benefícios em novas operações de crédito
pessoal ou de crédito à habitação;
> Descontos em seguros e serviços básicos;
> Descontos, promoções e novidades em
diversos parceiros, através dos cartões
da Caixa, que poderá consultar
em www.vantagenscaixa.pt.
(1)
TAEG 18,0% para uma utilização
de crédito de 1500 euros, pelo prazo
de três meses, à TAN de 16,0%, contratado
separadamente. Não são cobrados juros
até 0,55 euros, o que corresponde a uma
utilização de crédito sem juros até 250
euros, durante quatro dias.
(2)
Ordenados, pensões, reformas
ou outros rendimentos de caráter fixo
de periodicidade mensal.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
55
e
educação
S TA R T - U P
Negócios em arranque
Não é (só) o tempo, a dimensão, a área de atividade,
os recursos ou as ideias que fazem de uma empresa uma start-up.
Para fazer parte do lote das companhias que estão a dar os primeiros passos
rumo ao sucesso, por vezes pode ser só uma questão de mentalidade
ATÉ QUE ALTURA se pode considerar que um negócio está em fase de arranque? Pode ser
uma empresa de maiores dimensões ou só uma que não ultrapasse determinado número
de trabalhadores? Tem de se dedicar, exclusivamente, às novas tecnologias de informação
ou pode operar em qualquer outra área de atividade? É forçoso que esteja a angariar
financiamento ou pode já ter a estrutura de capital bem definida?
Quando o assunto são start-ups, as perguntas costumam avolumar-se, surgindo umas
atrás das outras. Pese embora o número crescente de interrogações e a consequente procura
de respostas, neste universo dos negócios efervescentes as dúvidas tendem, no entanto, a
ultrapassar as certezas. A começar, de imediato, pela questão primordial: o que são as start-ups?
O nome, em inglês, é logo o primeiro elemento a poder causar estranheza. De acordo
com o dicionário, na sua língua original, start-up pode remeter para a ação ou processo
de lançar ou começar alguma coisa ou, mais concretamente, para uma empresa que está
ainda a dar os primeiros passos. Mas é, sobretudo, nesta última aceção que as opiniões
mais divergem. O mais comum é que se considere que uma start-up é uma companhia,
geralmente de pequena dimensão, que está no seu período inicial, podendo já ter iniciado
atividade ou estando só na fase de desenvolvimento de ideias e modelos de negócio.
Há quem defenda, porém, como Jan Koum, cofundador da plataforma/aplicação de
partilha de mensagens móveis WhatsApp, que «não é a idade que define uma start-up»,
exemplificando com o caso que lhe é mais próximo: «A nossa companhia tem cinco anos,
mas nós continuamos a mexer-nos, a tomar decisões muito rapidamente e continuamos a
construir produtos, por isso ainda somos uma start-up.»
Outra das matérias que é alvo de debate é a área de atividade em que estes negócios
normalmente se focam. É que, apesar de, nos finais da década de 90, o conceito de start-up
ter surgido, sobretudo, para designar empresas ligadas ao setor das novas tecnologias, hoje
o horizonte da definição está mais alargado, aplicando-se até a projetos em setores mais
tradicionais, como a agricultura, por exemplo.
O único elemento que parece ser mesmo consensual para determinar uma start-up é a
cultura ou mentalidade inovadora. Em torno destas empresas tende a existir sempre algo
novo, seja um processo, um produto, uma categoria ou um modelo de negócios. Daí que o
mais habitual seja que uma start-up procure financiamento externo para poder avançar com
o seu projeto empreendedor, nomeadamente abrindo a sua estrutura à entrada de novos
investidores que possam partilhar o capital, mas também o risco. Afinal, como sublinha
Neil Blumenthal, co-CEO da Warby Parker, uma conceituada marca norte-americana de
óculos, «uma start-up é uma companhia que trabalha para resolver um problema onde a
solução não é óbvia e o sucesso não é garantido».
O Caixaworks Empreender(1) é um cartão de crédito inovador para ENI, micro e
pequenas empresas com menos de dois anos, que permite financiar as necessidades de
tesouraria, a taxas de juro muito competitivas. Funciona como limite de crédito agregador
das responsabilidades de curto prazo, permitindo modalidades de pagamento flexíveis e um
período de crédito sem juros até 50 dias, entre muitas outras vantagens.
(1)
TAE de 16,2% (com garantia real) ou 22,2% (com garantia pessoal), calculadas com base na
média mensal da Eur. 6M (base 360) + spread de, respetivamente, 6,833% ou 12,833%, para
um montante de 1500 euros com reembolso a 12 meses. Taxas Euribor atualizadas em 01/01
e 01/07 de cada ano.
56
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
CAIXA EMPREENDER
Tudo para a sua ideia de negócio
A Caixa acredita em si e nas suas ideias, nas suas capacidades,
no seu espírito de trabalho e de empreendedorismo
A CAIXA APOIA os empreendedores
portugueses, disponibilizando as soluções
necessários para o sucesso dos seus projetos.
Conheça a oferta Caixa Empreender:
POUPANÇA CAIXA EMPREENDER
As micro e pequenas empresas ou ENI
com Caixa e-banking e cartão Caixaworks
Empreender têm à disposição um depósito a
prazo, a 181 dias, com renovação automática,
permitindo rentabilizar os excedentes e manter
a liquidez necessária (ver quadro).
SALDO
TANB
≤ € 5000
Média Euribor a 1 mês x 10%
> € 5000 e
≤ € 25.000
> € 25.000 e
≤ € 50.000
> € 50.000
Média Euribor a 1 mês x 20%
Média Euribor a 1 mês x 40%
Média Euribor a 1 mês x 60%
Com pagamento de juros semestral e
subscrição a partir de 500 euros, permite
reforços a qualquer momento, num mínimo
de 250 euros, e mobilização antecipada com
perda de juros corridos.
DEPÓSITOS ON-LINE
Depósitos a prazo de 7 ou 15 dias, com capital
garantido, exclusivos no Caixa e-banking, com
juros (TANB) de 110% da Eur. 1 mês (7 dias)
ou 120% da Eur. 1 mês (15 dias), na data de
vencimento. Disponíveis a partir de mil euros
por depósito e máximo de 250 mil euros
por Cliente, permitem a mobilização integral
antecipada, com perda total de juros.
FINANCIAMENTO
> Capital de risco – Parcerias com
empreendedores nas fases de lançamento
e de desenvolvimento dos projetos, através
de fundos participados pela Caixa Capital e
geridos por operadores especializados.
> Caixa Jovem Empreendedor – Uma linha
até 50 mil euros, com limite até 80% do
investimento total, para jovens até aos 40
anos que pretendam lançar o seu negócio ou
adquirir equipamentos e outros componentes
fundamentais à expansão ou modernização da
sua empresa. Prazo de 72 meses para novas
empresas e de 60 para a modernização e
expansão de empresas já existentes. Os jovens
empresários contam, ainda, com a linha de
crédito ANJE, em condições semelhantes.
> Linhas de crédito Microinvest e Invest+ –
Com condições atrativas, apoiam a criação de
empresas de pequena dimensão por cidadãos
desempregados ou com rendimentos inferiores
à retribuição mínima mensal garantida.
A linha Microinvest destina-se a
financiamentos até 20 mil euros por operação,
com garantia de SGM de 100%. Já a Invest+
financia operações de 20 mil a 200 mil euros
num máximo de 95% do investimento total,
limite de 100 mil euros e garantia de SGM de
75%.
FUNDO BEM COMUM
Iniciativa da ACEGE, com o investimento da
Caixa, que apoia a criação de empresas com
potencial económico. Destina-se a pessoas
com mais de 40 anos, desempregados ou em
risco de perder o emprego, com boas ideias de
negócio.
SALDO POSITIVO EMPRESAS
Programa de literacia financeira da Caixa
destinado a empreendedores e gestores,
disponível em www.saldopositivo.cgd.pt/
empresas. Saiba como criar um negócio e
quais os apoios e incentivos que existem ao
empreendedorismo.
Informe-se numa Agência ou Gabinete
Caixa Empresas, em www.cgd.pt/empresas ou
ligue 707 24 24 77, da 8h às 22h, todos os
dias do ano.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
57
f
finanças
P O U PA N ÇA
Cinco más estratégias
para as suas finanças
Nem todas as estratégias de poupança são boas e algumas podem mesmo
arruinar o seu orçamento. Conheça algumas dessas táticas e saiba como evitá-las
1. Comprar cupões de desconto
impulsivamente
Os sites de cupões de desconto
proliferam pela Internet e, talvez, até no seu
e-mail. Torna-se, por isso, bastante difícil
contornar as ofertas apelativas que vão ao
encontro dos seus interesses. O problema é
quando compra vários cupões e deixa expirar
os prazos de validade, gastando dinheiro num
serviço que ficaria a metade do preço, mas que
acabou por não ser utilizado. Uma forma de
evitar estas situações é comprar apenas cupões
que sabe que vai mesmo utilizar, em locais
que já conhece e de que gosta ou, pelo menos,
de que tem boas referências.
2. Gastar mais para não pagar
os custos de entrega
Muitas lojas on-line impõem um limite
mínimo de compras para oferecerem os
custos de entrega, o que, por vezes, leva os
consumidores a comprarem mais produtos
para não pagarem esses custos. Mas, a não
ser que compre um artigo ou serviço de que
realmente necessite, esta estratégia é um
erro. Imagine que o seu total de compras
são dez euros e que precisa de pelo menos
vinte euros para atingir o tal limite mínimo:
se o preço da entrega for cinco euros, não
lhe compensa gastar mais dez euros para
usufruir da oferta dos custos de entrega.
3. Comprar mais para poupar
ao longo do tempo
Muitas promoções de supermercado
costumam apelar aos irresistíveis «Leve três
pague dois», onde muitos aproveitam para
abastecer a despensa de um produto que
faz falta. Contudo, antes de se aventurar em
compras a granel, é importante ter em atenção
as datas de validade: não compre produtos
alimentares ou perecíveis cuja data expire em
pouco tempo. Se pretende fazer este tipo de
compras, é preferível que o faça com produtos
de limpeza e não perecíveis.
4. Guardar dinheiro
no mealheiro
Se pertence ao clube de pessoas
que prefere guardar o dinheiro no
mealheiro ou debaixo do colchão,
saiba que está a cometer uma das
piores estratégias de poupança.
Isto porque a subida do custo
de vida vai corroendo as suas
poupanças ao longo do tempo.
Por exemplo, imagine que tem
dez mil euros «parados» numa
conta à ordem: se nada fizer,
daqui a dez anos esses dez mil
euros valerão, em termos reais,
apenas 8875 euros, tendo em
conta uma taxa de inflação média anual de 1,2
por cento. Por isso, é imprescindível que invista
as suas poupanças em produtos que lhe tragam
um retorno real positivo, isto é, uma taxa
líquida acima dos valores da inflação.
5. Não ter objetivos financeiros
Estabeleça um objetivo de poupança, seja ele
umas férias, um carro ou uma casa nova, e
registe as ações que deve tomar para alcançar
esse fim. Ao não ter objetivos de poupança,
não terá estímulos para poupar e, se não
poupar, estará a colocar em causa a sua
estabilidade financeira e a da sua família.
Por isso, estabeleça um plano de ação para
atingir o objetivo ambicionado. Desta forma,
sentir-se-á motivado para poupar.
Saiba mais sobre estes e outros assuntos em
www.saldopositivo.cgd.pt, o site de literacia
financeira da Caixa.
ARREDONDE COM O SEU CARTÃO
Ao efetuar compras com os cartões de débito ou de crédito da Caixa (exceto Made By), pode beneficiar do mecanismo de arredondamento da Caixa, revertendo um determinado
montante, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples, basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou
no serviço Caixadirecta Telefone para associar um dos três programas de arredondamento à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt.
58
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
Ilustração: Kirsten Ulve
TER UMA ESTRATÉGIA de
poupança para as suas finanças é
vital para conseguir fazer frente a
alguns imprevistos. No entanto,
algumas dessas ideias podem ser
contraproducentes e resultar no
oposto do idealizado, arruinando
o seu orçamento. A Cx e o Saldo
Positivo dão-lhe, por isso, a
conhecer alguns dos erros mais
frequentes no que diz respeito à
poupança.
s
sustentabilidade
COMPROMISSO
Em defesa do ambiente
A Caixa orgulha-se de apresentar indicadores que refletem o seu bom desempenho ambiental
CELEBRADO A 5 DE JUNHO, o Dia Mundial
do Ambiente foi pretexto para a Caixa
relembrar a sua dedicação e compromisso para
com o ambiente, procurando incentivar cada
um dos portugueses e empresas nacionais para
a adoção de comportamentos ambientalmente
sustentáveis.
Nesse sentido, a Caixa relembra algumas
metas por si alcançadas, no âmbito da sua
política ambiental:
– Consumo de eletricidade: redução de
3 por cento, face a 2012, e de 22 por cento,
relativamente a 2006, o equivalente ao
consumo anual de 540 lares;
– Consumo de água: redução de 7 por
cento, face a 2012, e de 15 por cento, em
relação a 2011, o equivalente ao consumo
de cerca de 73 mil duches de 10 minutos;
– Otimização de recursos e combate
ao desperdício:
• Consumo de envelopes: redução de
44 por cento, face a 2012, decorrente do
desenvolvimento da comunicação digital,
com impacto acrescido na redução do consumo
de papel e na pegada ambiental associada
ao seu transporte e distribuição;
• Papel: todo o papel de fotocópia
consumido nas instalações da CGD é
português e está certificado, garantindo que as
florestas de origem são geridas de uma forma
sustentável, que respeita critérios rigorosos
internacionalmente estabelecidos;
• Tratamento de resíduos: 94 por cento
dos resíduos
produzidos na CGD
são reciclados e/ou
valorizados, originando
novas utilizações.
A Caixa tem vindo a
cumprir as medidas de redução de
emissões de CO2e assumidas em 2010, face
a 2006, tendo já concretizado e ultrapassado
as metas estabelecidas para 2015. Assim, face a
estas metas, a CGD atingiu já uma redução de:
• 29 por cento nas emissões globais de
carbono por colaborador (t CO2e/FTE 1), face
aos 15 por cento inicialmente estabelecidos;
• 9 por cento no consumo de energia
nas instalações (excluindo data center) por
colaborador (kWh/FTE), face aos 4 por cento
iniciais.
Todas
as medidas de
eficiência ambiental
que têm sido
desenvolvidas desde
2006 traduzem-se, agora,
na implementação de um
Sistema de Gestão Ambiental, sendo
a Caixa a primeira instituição financeira
portuguesa a fazê-lo.
Porque o ambiente é de todos,
a Caixa trabalha para maximizar os recursos
disponíveis, para combater o desperdício e para
que a sua gestão quotidiana aconteça ancorada
na responsabilidade para com as partes
interessadas e nos valores de cidadania.
1
Full Time Equivalent: empregado com horário a tempo inteiro.
RECONHECIMENTO
A CGD É A VENCEDORA do Best Ethical Practices Awards,
na categoria Responsabilidade Social, uma iniciativa que
visa identificar, destacar e premiar as boas práticas éticas
implementadas em Portugal. Associado ao seu comportamento
ético, este prémio enfatiza o trabalho dos seus colaboradores
no sentido de construir novos paradigmas, mais justos
e equilibrados, que são a razão de ser da CGD e a razão pela
qual a Caixa se afirma.
Fruto de uma parceria entre o Jornal de Negócios e a
consultora Capgemini, o Best Ethical Practices Awards
contribui para elevar o nível ético das empresas. Estes
prémios revelam a importância das regras, ferramentas e
procedimentos de promoção e salvaguarda de princípios
éticos, constituindo-se como excelentes exemplos que
podem alertar para a importância desta temática em contexto
profissional.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
59
s
sustentabilidade
WOMEN WINWIN
Mulheres
vencedoras
Com a Women WinWin, ganham as mulheres,
ganha a economia e ganha o País. Assim garante
Maria José Amich, líder da comunidade on-line que conjuga o
verbo «empreender» no feminino
Texto Ana Rita Lúcio Fotografia Filipe Pombo
NASCIDA NO seio de uma «família de empreendedores, todos eles
homens», Maria José Amich, a catalã que traz Portugal na voz e no
coração ao leme da comunidade Women WinWin, quer abrir portas
às mulheres no universo dos negócios.
Cx: Comecemos pela pergunta óbvia: porque é que fazia falta uma rede
promotora do empreendedorismo feminino, como a Women WinWin?
Maria José Amich: No enquadramento económico atual, apesar de
haver alguns indicadores encorajadores, deparamo-nos com o que se
pode chamar de jobless recovery: uma recuperação económica que não
cria emprego suficiente. Um dos grandes problemas que as economias
desenvolvidas têm de enfrentar, neste momento, é não só o desemprego,
mas os novos empregos que é preciso criar anualmente, por conta das
pessoas que entram todos os anos no mercado laboral. Neste momento,
em todo o mundo, temos 208 milhões de desempregados e, em média,
é necessário gerar mais 42 milhões de postos de trabalho novos por ano.
Por isso é que é cada vez mais importante apoiar o empreendedorismo
como um todo. Neste espaço do empreendedorismo, a mulher já
está a ter um papel importante. No mundo, 30 por cento das novas
empresas são fundadas por mulheres. Na Europa, esta percentagem é
semelhante e, em Portugal, ascende a 35 por cento. No entanto, esta
percentagem ainda está aquém do potencial do empreendedorismo
feminino e daquilo que é o papel da mulher na economia. Apoiar o
empreendedorismo feminino não é só uma questão de equidade social,
em termos de diversidade de género, mas é, sobretudo, uma questão
económica, porque existe uma reserva de potencial de crescimento
económico ainda por explorar. Tendo isto em mente, percebeu-se
que existia, em Portugal, a oportunidade de criar, por um lado, uma
associação e, por outro, uma comunidade que tivessem como missão
fortalecer e promover a atitude empreendedora das mulheres, de forma
a contribuir para o crescimento mais inclusivo, mais equilibrado e mais
sustentado.
Cx: O vosso papel é servir como um eixo dinamizador entre os
diferentes polos dessa comunidade?
MJA: Somos um facilitador, uma plataforma, um canal onde as mulheres
empreendedoras se encontram. O contacto é sobretudo feito on-line,
60
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
mas há também encontros presenciais, para networking e formação.
Somos, portanto, um facilitador que contribui para este relacionamento
e, sobretudo, para a partilha de experiências e conhecimento. Damos
muita importância, por exemplo, à partilha de histórias de mulheres
empreendedoras de sucesso. Muitas vezes, quando nos perguntam que
empreendedores conhecemos no mundo, espontaneamente não temos
tendência a elencar nomes de mulheres. Mas esses casos existem. Há
muitas mulheres empreendedoras, mas que não são conhecidas, e é
importante que as suas histórias sejam divulgadas, para que uma nova
geração de empreendedoras se possa identificar com elas.
Cx: No mundo dos negócios, o conceito «win-win» remete para uma
relação onde todas as partes ficam a ganhar. Partindo desse pressuposto,
o que é que as empreendedoras portuguesas têm a ganhar com uma
plataforma como esta e o que é que Portugal tem a ganhar com o
fomento do empreendedorismo no feminino?
MJA: Os empreendedores, quando começam a sua jornada, começam,
regra geral, sozinhos e isso é particularmente verdade no caso das
mulheres. Mas criar um negócio é uma jornada com altos e baixos e é
importante estar acompanhado. Pertencer a uma comunidade como
esta pode ser altamente revigorante, não só em termos de aprendizagem,
mas em termos pessoais e emocionais. Relativamente à pergunta
sobre Portugal, não podemos desperdiçar talento. Temos, como se
sabe, uma fuga de talentos diária. E isso representa uma perda de
competitividade para a economia, porque os recursos humanos são a
grande vantagem competitiva das organizações, das cidades e dos países.
CGD APOIA WOMEN WINWIN
A Caixa Geral de Depósitos associou-se à Women WinWin,
um apoio que reflete a sua atuação coerente e estratégica
de fomento ao empreendedorismo e à iniciativa
empresarial.
Essa atuação encontra réplica no mote desta comunidade,
«connecting women & business», cuja missão passa por
«ser um catalisador para o incentivo, desenvolvimento e
fortalecimento do empreendedorismo feminino através
de uma rede que apoia, promove e divulga as iniciativas
empresariais das mulheres, tornando-se a comunidade
de referência de mulheres empreendedoras de língua
portuguesa». Saiba mais em www.womenwinwin.com.
maturidade e um empreendedor com menor maturidade, de forma
a que o mentor seja não só um catalisador para a pessoa se desenvolver
como empreendedora, mas também um catalisador para o negócio.
«É FUNDAMENTAL
PARA A ECONOMIA
USUFRUIR DESSA
DIVERSIDADE
QUE CRIA RIQUEZA»
O talento tanto está nos homens como nas mulheres. No entanto, nas
universidades portuguesas são as mulheres que maioritariamente saem
com preparação superior: 66 por cento dos diplomas superiores, em
Portugal, estão nas mãos das mulheres. Elas estão preparadíssimas
academicamente e, profissionalmente, têm cada vez mais, também, uma
experiência muito válida. Não é possível desperdiçar isso. Seja através do
apoio ao empreendedorismo, seja através do apoio ao desenvolvimento
das carreiras das mulheres nas organizações, é fundamental para a
economia usufruir dessa diversidade que cria riqueza.
Cx: O que é que ainda obsta à entrada das mulheres no mundo dos negócios?
MJA: Desde logo, a falta de networking ou de redes para as mulheres
poderem estabelecer contactos que lhes permitam detetar oportunidades
e firmar parcerias. É fundamental, também, suprir a falta de modelos
de referência, a falta de capacitação em certas áreas de gestão e
empreendedorismo e a falta de promoção dos negócios fundados por
mulheres. Tendo isso em conta, lançámos o programa de mentoring
Women WinWin, o primeiro programa estruturado de mentoring
para mulheres empreendedoras em Portugal. No fundo, o mentoring
é a construção de uma dupla composta por um empreendedor com
Cx: A aposta nas novas tecnologias tem sido outro dos vossos
«cavalos de batalha». Que papel cabe às novas tecnologias
no fomento do empreendedorismo no feminino?
MJA: Há indicadores que mostram que as mulheres têm uma adesão
especial às novas tecnologias: utilizam as redes sociais 30 por cento mais
do que os homens, lideram o comércio eletrónico e passam muitas mais
horas na Internet a procurar, a partilhar e a informar-se. Por outro lado,
para as empresas que querem atingir o mercado global, a Internet é um
veículo primordial. No que toca particularmente ao projeto Women
WinWin, as novas tecnologias permitem-nos ainda abranger um
mercado muito mais alargado de mulheres empreendedoras, sobretudo
dentro da Europa (Espanha em particular) e nos mercados da lusofonia,
nomeadamente em Moçambique, em Angola e no Brasil, e criar esta
rede forte de comunidades empreendedoras.
Cx: Que valor tem o apoio da Caixa num projeto como estes?
AS: Damos muita importância à CGD como um parceiro dentro
do setor financeiro. A Caixa apoia-nos com um valor económico e
também com um espaço, a Culturgest, para a realização dos nossos
workshops. Mas queremos fazer muito mais com a Caixa, que pode
vir a ser um elemento fulcral no que toca à criação de redes locais de
mulheres Women WinWin por todo o País e também na ligação com
uma rede nacional e internacional de business angels. A Caixa pode
ainda vir a desempenhar um papel de assessoria no que respeita ao
desenvolvimento e à gestão de planos de negócios para mulheres que
estão a decidir entrar no universo do empreendedorismo. De igual
modo, a Caixa foi a nossa entidade de referência por conta da sua
posição junto da comunidade lusófona. Acreditamos que através destes
projetos se possam desenvolver laços com outros países da lusofonia.
Conheça as soluções Caixa Woman, um conjunto de produtos e serviços financeiros de excelência, desenhados a pensar na mulher ativa, ambiciosa e
confiante. Desde cartões exclusivos de débito ou de crédito (1), com um design feminino e vantagens únicas, a um site a pensar nas necessidades das mulheres,
passando por soluções ímpares de poupança e proteção da saúde, a Caixa não descurou nenhum pormenor. Saiba tudo em www.cgd.pt ou numa Agência da Caixa.
(1)
TAEG de 21,5%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,75%.
Cx
a re v i s ta d a c a i xa
61
s
sustentabilidade
YOU NG VOLU N T E AM
Juventude voluntária
Uma lição de solidariedade, de empreendedorismo
e de cidadania foi o que os jovens envolvidos no Young VolunTeam
deixaram em mais uma edição deste programa, que coloca as escolas
portuguesas à prova em matéria de voluntariado
Texto Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia
«SEMPRE QUE UM HOMEM sonha, o
mundo pula e avança, como uma bola
colorida entre as mãos de uma criança»,
lembrava António Gedeão na sua Pedra
Filosofal. Volvidos quase 60 anos, é imbuído
neste espírito que o Young VolunTeam
desafia os jovens do ensino secundário
a dar mais ao mundo, numa iniciativa
promovida pela Caixa, em parceria com a
Entrajuda e a Sair da Casca. Uma iniciativa
que visa promover e valorizar o tema do
voluntariado junto dos jovens e nas escolas
do ensino secundário e do ensino básico e
incentivar o reconhecimento de competências
essenciais para o seu futuro profissional
62
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
e para a competitividade futura do nosso
País nos diferentes eixos: inclusão social,
empreendedorismo, educação, cidadania e
emprego, numa perspetiva de criação de valor
para o futuro.
E se, no ano letivo de 2012/2013, a edição-piloto do programa tinha deixado já bem
vincada a consciência social dos estudantes
envolvidos, o ano I deste programa, decorrido
em 2013/2014, veio confirmar o potencial de
cidadania das gerações mais novas. Gerações
aptas a implementar projetos de voluntariado,
orientados para o seu próprio contexto
escolar, bem como para as comunidades
envolventes.
Basta olhar aos números referentes ao
trabalho levado a cabo nas duas edições para
verificar que a evolução está a ser bastante
positiva. No ano zero deste projeto (assim foi
definida a edição 2012/2013), o saldo tinha
sido já muito satisfatório, contabilizando-se 101 alunos nos grupos de embaixadores
Young VolunTeam, oriundos de 25 escolas.
No total, estes alunos foram capazes de
mobilizar 576 alunos do ensino secundário
e formar 1504 alunos no ensino básico, num
leque enorme de iniciativas das mais variadas
abordagens.
No entanto, os resultados atingiram
uma soma ainda mais impressionante em
2013/2014, quase quadruplicando o número
de escolas aderentes a esta iniciativa. Das
90 participantes, 1080 alunos dos grupos
de embaixadores espalharam a semente do
voluntariado junto de outros 60.984 colegas
do ensino secundário, aos quais se somaram
2396 alunos no ensino básico.
Pequenos gestos fazem a diferença
Mas, mais do que nos números, a prova do
sucesso desta edição do Young VolunTeam está
nos rostos dos jovens presentes na respetiva
desafiador
José de Matos
lançou o repto:
ver ainda mais e
melhores ideias,
com o objetivo de
continuar a inovar
sessão de encerramento, que decorreu no Pequeno
Auditório da Culturgest, a 30 de junho. Desde
logo, pelo exemplo dos alunos provenientes das
equipas das cinco escolas vencedoras:
> Young Missão Servir, da Escola Secundária com
3.º Ciclo do Ensino Básico de Peniche;
> ESDMI Solidária, da Escola Secundária com 3.º
Ciclo do Ensino Básico D. Manuel I, de Beja;
> Super Jovens, da Escola Profissional Raul Dória,
do Porto;
> Causa E, da Esprominho – Escola Profissional do
Minho, de Viana do Castelo;
> VolunTeam Restelo, da Escola Secundária com
3.º Ciclo do Ensino Básico do Restelo, de Lisboa.
Entre estas, no final, a Escola Secundária com
3.º Ciclo do Ensino Básico de Peniche foi eleita
a grande vencedora da edição, o que valeu aos
alunos deste grupo a oportunidade de ingressarem
num campo de voluntariado internacional.
Destaque, ainda, para a equipa ESDMI Solidária,
da Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino
Básico D. Manuel I, de Beja, a grande vencedora
do ano anterior e que voltou a marcar presença no
lote das escolas que mais alto elevaram a bandeira
do Young VolunTeam no decurso do ano letivo de
2013/2014.
Além disso, foram, ainda, agraciadas com
menções honrosas a Escola Técnica Profissional
do Ribatejo, de Santarém, a Escola Secundária
Dr. Manuel Candeias Gonçalves, de Odemira,
e a Escola Secundária Nuno Álvares, de Castelo
Branco.
Refira-se, ainda, que a apresentação da sessão
de encerramento deste ano ficou a cargo de Luís
Neves, membro da equipa de embaixadores da
Escola Secundária Emídio Navarro, de Viseu,
uma das vencedoras da edição do ano passado
do Young VolunTeam. Parabenizando os colegas
presentes «pelo trabalho notável e de excelência»,
o jovem viseense lembrou ainda como o contributo
dos estudantes «por um mundo melhor» foi
decisivo para comprovar que, «com pequenos
gestos, unidos, podemos fazer a diferença».
Para o ano há mais… e ainda melhor!
Nesta primeira edição da iniciativa, que conta,
ainda, com a chancela da Direção-Geral
da Educação, do Ministério da Educação e
Ciência, o «trabalho feito foi uma grande fonte
de inspiração», que permitirá levar o Young
VolunTeam adiante, em futuras edições. As
palavras pertencem a José de Matos, presidente da
Comissão Executiva da CGD, que, na cerimónia
da Culturgest, fez questão de «agradecer às 90
escolas participantes», considerando que projetos
como o Young VolunTeam fazem jus aos 138
anos de história da Caixa. «Uma Casa que, desde
o início, põe o seu empenho em atividades de
responsabilidade social», acrescentou
o responsável.
Sublinhando que «este é um dos maiores
contributos que podemos dar à geração mais
nova», o presidente da Comissão Executiva da
Caixa deixou ainda a promessa de «chegar a mais
participantes» nas próximas edições. E terminou
com um repto lançado aos jovens: «Queremos
ver ainda mais e melhores ideias nesta área em
que é preciso continuar a inovar.»
Porque promover a prática do voluntariado
junto dos jovens significa também ajudá-los
a desenvolverem as suas próprias competências
vocacionadas para a inclusão social, educação,
empreendedorismo, emprego e cidadania ativa.
YOUNG VOLUNTEAM
DEU MAIS AO MUNDO
Ação solidária leva alunos
de escolas participantes
ao Rock in Rio Lisboa
O desafio fora lançado às
equipas de alunos das escolas
participantes nesta edição
do Young VolunTeam. O
objetivo passava por organizar
uma angariação de fundos,
através da venda de pulseiras
solidárias, para apoiar a
criação ou reforço de salas
de estudo em Instituições de
Solidariedade Social (IPSS).
Intitulada Dá Mais ao Mundo
no Rock in Rio, esta era apenas
uma de muitas ações no âmbito
do Young VolunTeam, à qual
aderiram 23 escolas. Assim,
de 2 de abril a 30 de junho, os
alunos arregaçaram as mangas
e deram corpo a uma iniciativa
promovida pela Caixa Geral de
Depósitos, em parceria com
o Rock in Rio, a SIC Esperança,
a Entrajuda e a Sair da Casca.
No final, contabilizaram-se
50 760,08 euros, um valor
muito considerável tendo em
atenção o enquadramento
da iniciativa, totalmente
concretizada por jovens
voluntários, e que agora será
encaminhado para várias IPSS,
num processo a cargo
da Entrajuda.
Pelo meio, as dez escolas com
melhores resultados até 12
de maio foram convidadas a
prosseguirem a sua angariação
no recinto do Rock in Rio,
podendo, assim, assistirem
também aos concertos e
demais espetáculos. Porque
viver é também dar mais ao
mundo e desfrutar dos bons
momentos da vida.
Saiba mais sobre os festivais de
verão nas páginas 8 e 9 desta
edição.
exemplo Depois de
ter feito parte de uma
das equipas vencedora
do ano passado, Luís
Neves foi um dos
apresentadores da
sessão de encerramento
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
63
s
saúde
CARACÓIS
Devagar, devagarinho,
até ao panelão!
Uma iguaria tão apreciada pelos portugueses,
sobretudo no verão. Saiba mais sobre o caracol
COM A CHEGADA DO CALOR, os
apreciadores de caracóis logo procuram
este pequeno molusco herbívoro. Porém,
duas são as questões que se impõem quando
refletimos sobre o caracol:
1. Segundo a sabedoria popular, os caracóis
não devem ser consumidos nos meses
com erre, ou seja, janeiro, fevereiro e por
aí em diante! Por que será? Haverá algum
fundamento neste «dizer»?
Podemos descortinar esta afirmação com
o ciclo de vida do caracol. Os caracóis
são moluscos herbívoros de sangue frio
e dependem da vegetação, temperatura e
humidade exteriores. No outono e inverno,
eles hibernam entre cinco a seis meses na sua
concha. Durante este período, podem perder
entre 20 a 35 por cento do seu peso e os seus
excrementos ficam dentro da concha. Por
este motivo, não estão de todo saborosos nem
«atléticos» para uma agradável degustação.
Em abril/maio, o caracol inicia a época
Uma dose de caracóis
(+/- 150 g) 1
de reprodução – apesar de ser hermafrodita,
necessita de acasalar para haver fecundação.
Nesta altura, ganham algum peso, mas, com
a «ânsia» de copularem, gastam energia e não
engordam. O sabor amargo dos caracóis neste
período deve-se ao muco então segregado. De
maio a agosto – os meses sem erre – é época de
desova. Nestes meses, os caracóis estão mais
visíveis, procuram locais para desovarem e
necessitam de mais alimento. E na primavera e
no verão o alimento não falta!
Na atualidade, tal afirmação deixa de ter o
mesmo valor, pois a helicicultura introduziu
em ambiente controlado as condições
necessárias para que este animal esteja nos
mercados todo o ano. Mas, de facto, há uma
lógica neste «dizer».
2. Muitos deparam-se com as seguintes
dúvidas: «posso comer caracóis?»,
«engordam?», «aumentam o colesterol?»,
«sou diabético, insuficiente renal… posso
comer caracóis?»
Uma dose de caracóis
(+/- 150 g) 1 + 1 imperial
VET
135 kcal
VET
142 kcal
Uma dose de caracóis
(+/- 150 g) 1 + 1 imperial
+ 1 bola torrada com manteiga
Proteína
24,2 g
Proteína
25 g
VET
377 kcal
28,8 g
Lípidos
2,1 g
Lípidos
2,1 g
Proteína
Glícidos
3,0 g
Glícidos
4,0 g
Lípidos
10,5 g
Magnésio
375 mg
Magnésio
397 mg
Glícidos
40 g
414 mg
Potássio
573 mg
Potássio
677 mg
Magnésio
Fósforo
408 mg
Fósforo
442 mg
Potássio
799 mg
Colesterol
75 mg
Colesterol
75 mg
Fósforo
505 mg
Colesterol
98 mg
1
Do caracolinho marroquino à caracoleta
francesa, todos têm como principal
constituinte a água. Apresentam como
vantagens nutricionais serem ricos em
proteínas, magnésio, potássio, ferro, folatos
e vitaminas; muito pobres em gordura total,
sendo a sua maioria ácidos gordos mono
e polinsaturados; teor reduzido em colesterol
e isentos de sacarose.
A sua riqueza em proteínas torna-os
um bom substituto da carne, peixe e ovos.
Por outro lado, são uma fonte de magnésio
fundamental para o controlo da hipertensão,
eficácia do trabalho muscular e prevenção
da doença cardiovascular.
Estas vantagens só se traduzem com
eficácia quando a confeção do caracol é
otimizada, ou seja, sem adição de produtos
de charcutaria e enchidos, nem sal ou gordura
em demasia e com substancial recurso às
ervas aromáticas, ao alho, ao piripiri e ao
apurar devagar, devagarinho, do cozinhado.
Um prato de caracóis a todos serve…
150 g a 200 g é a dose mínima servida em
qualquer estabelecimento. Aqueles que têm
restrição de potássio devem ter atenção ao
tamanho da dose. Todos os outros, sobretudo
diabéticos, hipertensos, obesos e/ou com
dislipidemia, tenham atenção à confeção,
à guarnição e à bebida. Com estes cuidados,
pode e deve comer caracóis! Deixe-se
seduzir…
Valor edível (sem casca)
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64
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Foto: Ravi Tahilramani
Texto Rita Calha (dietista clínica)
c
cultura
3. OS REGRESSADOS
as escolhas de...
Jason Mott
Frankie
Elizabeth Gilbert
2. MOÇAMBIQUE,
PARA A MÃE SE
LEMBRAR COMO FOI
Porto Editora
Manuela Gonzaga
Chavez
Bertrand Editora
Bertrand Editora
A autora mergulha numa
inolvidável história de amor
por Moçambique, «de que
não queremos abrir mão,
porque ninguém dispensa
uma luz que, de tão forte,
ainda continua a cobrir-nos
de bênçãos».
Sucesso instantâneo nos
principais tops de ficção
contemporânea, este livro
dá-nos a conhecer Harold e
Lucille Hargrave, um casal que
vê o seu mundo dar uma volta
quando o filho, Jacob, que
havia morrido, reaparece à
porta de casa tal como no dia
em que desapareceu.
Músico
A autora de Comer, Orar,
Amar está de volta com uma
história de amor, aventura e
descoberta, que atravessa
grande parte dos séculos
XVIII e XIX. Um romance
envolvente acerca do desejo,
da ambição e da sede de
conhecimento.
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(€15,93 na Wook on-line)
(€14,94 na Wook on-line)
1. A MARCA DE TODAS
AS COISAS
FÃ DE ROCK, Frank
aconselha a escuta de
Himalayan, dos Band of
Skulls, «bom para correr ou
para ouvir numa viagem».
Para ver, o músico elege
A pesca do Salmão no
Iémen, «a prova de que,
quando se acredita numa
coisa e se é determinado,
tudo é possível». Exemplo
disso são os Rolling Stones,
protagonistas do livro Life.
«Como fã dos Stones, foi
quase compulsivo lê-lo».
4
3
2
As escolhas de quem
todos conquistou com
o blues, o rock e o folk
de Heart & Spine.
1
4. OS 500
Matthew Quirk
Porto Editora
5
6
8
Misturando os melhores
elementos da intriga
política com um humor
refrescante, esta é a
primeira obra de um
jovem escritor com provas
dadas no jornalismo de
investigação.
(€14,94 na Wook on-line)
Fotos: Rita Carmo (Frankie Chavez)
7
8. NUNCA ME
ENCONTRARÃO
7. SEM ÁGUA NÃO
EXISTEM ILHAS
6. ULTRAVIOLENCE
5. DO PRINCÍPIO
Lana del Rey
Tiago Bettencourt
Robert Wilson
Pedro Rui Sousa
Universal Music
Universal Music
Dom Quixote
Chiado Editora
Depois de anos a localizar
vítimas de rapto, Charles
Boxer vê-se perante o
desaparecimento da sua
filha adolescente, tendo
como única pista uma frase:
«Nunca me encontrarão.»
Uma viagem ao mais íntimo
do subconsciente humano,
aonde somos guiados por
uma escrita pungente, capaz
de nos fazer questionar
os nossos mais básicos
instintos.
A menina bonita da música
Lana del Rey chega com o
sucessor do multiplatinado
Born to Die, um dos álbuns
mais marcantes dos últimos
anos. O primeiro single, West
Coast, mostra uma Lana em
plena forma na sua pop indie.
Aquele que é um dos mais
importantes nomes da
nova geração de músicos
portugueses volta a confirmar
todo o seu talento, dando voz
a belíssimas letras, algumas
retratando a atualidade do
nosso País.
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Cx
a re v i s ta d a c a i xa
65
c
cultura
C A I X A A L FA M A
Silêncio, que se vai cantar
(novamente) o fado!
Depois do enorme sucesso da primeira edição,
o Caixa Alfama está de volta. Novos fadistas, novos palcos
e uma vontade enorme de sublinhar a excelência de uma das nossas raízes
e de destacar o que os portugueses fazem de melhor
Texto Pedro Guilherme Lopes
HÁ UM ANO, aquando da apresentação
da primeira edição do Caixa Alfama, Luís
Montez, líder da Música no Coração e
nome incontornável do panorama musical
português, confessava que organizar um
festival em torno do fado era a concretização
de um sonho antigo. «Felizmente que a Caixa
acreditou no projeto e tenho a convicção de
que vamos lá estar, pelo menos, dez anos
juntos», afirmava em declarações à Cx, não
escondendo a felicidade por ver ganhar forma
um festival que juntava os melhores fadistas
portugueses num cenário único, onde é
possível jantar, beber um copo e saborear o
melhor fado. Com dez palcos espalhados por
66
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
Alfama, desde o Grupo Sportivo Adicense
ao Museu do Fado ou ao Centro Cultural
Magalhães Lima, entre outros, o Caixa
Alfama foi um sucesso esmagador, deixando
imediatamente em aberto esta segunda edição,
agendada para os dias 19 e 20 de setembro
deste ano. Confirmados no cartaz estão já
nomes como Ana Bacalhau, Gisela João, Cuca
Roseta, Sara Correia, Pedro Moutinho, Kátia
Guerreiro, Carminho, Marco Rodrigues,
Carmo Moniz Pereira, Ana Moura ou António
Zambujo, entre outros.
Um fado sem idade
«Acreditávamos plenamente no potencial de
um festival deste género e até comentávamos
entre nós que parecia impossível não
haver um evento destes no nosso País, um
evento dedicado à música que faz parte da
identidade portuguesa.» As palavras são
de Paula Oliveira, diretora de marketing da
Música no Coração, que explica os objetivos
que nortearam e continuam a nortear o
Caixa Alfama. «Para lá do objetivo de fazer
um grande festival de fado, queríamos que
fosse um evento capaz de romper com
certos conceitos preconcebidos: que o fado
é para um público mais velho, que tem de
ouvir-se em determinado ambiente e de
determinada forma… Queríamos que o fado
Fotos: Rita Carmo (António Zambujo e Ana Moura); Margarida Faria Photography (Raquel Tavares); João Cupertino (Gisela João e coluna)
AQUI MORA O FADO
A Caixa apoia o Caixa Alfama
pelo segundo ano
fosse a expressividade das pessoas, que fosse
próximo das pessoas e para toda a gente.»
E foi. O bairro lisboeta de Alfama encheu-se de gente de todas as idades e das mais
variadas tribos, fazendo deste um dos maiores
eventos especificamente dedicados ao fado
que a capital alguma vez viu. A diversidade de
espaços e de fadistas foi um dos trunfos que
atraiu desde jovens a famílias com vontade
de viver uma experiência que ia para lá do
assistir a um simples concerto. A escolha de
Alfama foi propositada e o formato escolhido
visava que o público pudesse
passear por Alfama como se não
estivesse a decorrer um festival.
A música deixava de ser uma
coisa formal, deixava de ter
aquele conceito palco-público,
criando-se uma dinâmica capaz
de envolver as cerca de 10 mil
pessoas ao som da guitarra portuguesa e de
vozes como Gisela João, Aldina Duarte, Cuca
Roseta, Ana Moura, Hélder Moutinho, António
Pinto Basto, Camané, António Zambujo, Marco
Rodrigues ou Raquel Tavares, entre outros.
Novidades e uma parceria perfeita
Se o apoio da Caixa Geral de Depósitos
à música tem sido uma constante, tornando-se, assim, uma das faces mais visíveis da
sua política de responsabilidade social, a
associação da Música no Coração a grandes
eventos musicais é um dado igualmente
dueto António Zambujo e Ana Moura
num concerto muito aguardado
novos rumos Gisela João e Raquel
Tavares levam o fado por novos caminhos
incontornável. E como fazer um festival
inteiramente dedicado ao fado era um sonho
da produtora de música, nada mais natural
do que esta parceria. «Foi um sonho para o
qual desafiámos a Caixa Geral de Depósitos.
E desafiámos a Caixa por ser o Banco dos
portugueses e por, na sua comunicação,
também ter esta filosofia de destacar o que
temos de melhor enquanto portugueses e
de sublinhar a nossa capacidade de dar a
volta às coisas», explica Paula Oliveira. «No
fundo, é isso que este festival faz: vai buscar
a raiz da nossa identidade
e aponta-a ao futuro. Ainda
bem que aconteceu a parceria,
fundamental para o sucesso do
Caixa Alfama.»
Mas o sucesso não permite
adormecer à sombra dos louros
e, por isso, estão preparadas
novidades para este ano. Mantendo o mesmo
formato de um bilhete único para os dois
dias e de dezenas de fadistas espalhados pelos
mais diferentes pontos de Alfama, o festival
volta a assumir a vontade de, a cada novo
ano, dar a conhecer o que de novo há no
fado e, obviamente, ir introduzindo algumas
novidades. E Paula Oliveira levanta um pouco
o véu sobre duas delas: o Palco Amália, em
jeito de homenagem à diva do fado, e o Palco
Caixa Futuro, completamente dedicado a
jovens fadistas sub-18. «É mais uma prova de
que, hoje em dia, o fado tem uma vitalidade
e um dinamismo extraordinários. Todos os
dias surgem novos talentos. Cada vez há mais
jovens a quererem cantar fado, por isso já não
é para pessoas mais velhas. É para todos!»
Tal como o Caixa Alfama.
Em 2013, a Caixa e a Música
no Coração reuniram-se
com o desafio de criarem
o primeiro grande festival
dedicado ao fado, esse
género musical tão ímpar que
transporta a identidade e a
alma lusa. Nascia, assim, o
Caixa Alfama.
O bairro que dá o nome ao
evento fervilhou de vida,
recebendo 10 mil pessoas, de
todas as idades, conhecedoras
ou querendo descobrir o fado,
que assistiram aos concertos
de 40 dos melhores e mais
reconhecidos intérpretes.
Desafio cumprido e aposta
ganha, tendo o festival sido
reconhecido como Evento do
Ano nos Prémios da revista
Time Out.
Não faria, portanto, sentido
outra coisa que não a
renovação desta parceria,
avançando, assim, para a
segunda edição do Caixa
Alfama. «A aposta da Caixa
Geral de Depósitos neste
festival é a tradução do apoio
da Caixa ao que de melhor
Portugal tem, faz e exporta.
É uma associação efetiva
à cultura portuguesa, ao
património cultural português
por excelência, colocando
a Marca Caixa, de forma
definitiva, num diferente
patamar de transversalidade,
de renovação e de inovação
na esfera da sua associação
à música», explica
Francisco Viana, diretor de
Comunicação e Marca da
Caixa.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
67
c
cultura
ESPLENDORES DO ORIENTE
Pedaços
da nossa história
Até 28 de setembro, o Museu Nacional de Arte Antiga
recebe uma exposição da qual a Caixa é mecenas exclusivo.
A apresentação desta iniciativa, ímpar no nosso País, é-nos apresentada
pelos comissários Luísa Penalva e Anísio Franco
Texto Tânia Taís Fotografia João Cupertino
PARA CONHECERMOS esta história
temos de viajar até à Índia e recuar
até 1961, altura em que, além da sua
atividade bancária, o Banco Nacional
Ultramarino (BNU) também funcionava
como uma casa de crédito popular. O
Banco tinha, assim, muitos objetos valiosos
legitimamente à sua guarda, provenientes
de depósitos, de penhores para garantia de
financiamentos ou, ainda, de apreensões
por parte do Estado Português, fruto do
exercício da soberania e respetiva atividade
investigatória e judicial. Foram esses
pertences valiosos que, a 12 de dezembro
de 1961, o gerente geral do BNU, Jorge
Esteves Anastácio, tomou a iniciativa de
colocar a salvo, face à iminência de invasão
das tropas indianas – que viria a ocorrer
cinco dias depois –, embarcando-os
rumo a Lisboa.
Restabelecidas as relações diplomáticas
entre o Estado Português e o Estado
Indiano, meia tonelada do espólio foi
entregue ao Estado Indiano em 1991, tendo
os restantes bens permanecido em Lisboa –
primeiro no BNU e, a partir do ano 2000,
na Caixa Geral de Depósitos. A abertura
deste espólio foi iniciada, numa cerimónia
pública, em 12 de dezembro de 2011,
na Sede da Caixa, exatamente 50 anos
depois do seu embarque no navio Índia. O
elevado interesse histórico e artístico das
joias constantes deste espólio levou a que
as mesmas viessem a integrar o acervo do
Museu Nacional de Arte Antiga, passando
a ser parte, após esta exposição temporária,
da coleção permanente deste Museu.
E é, precisamente, esta exposição, intitulada
Esplendores do Oriente e que conta com a Caixa
Geral de Depósitos como mecenas exclusivo,
que nos foi apresentada pelos comissários Luísa
Penalva e Anísio Franco, que não perderam esta
oportunidade de sublinhar a excelência
do espólio desvendado ao público.
Cx: Como intervenientes diretos neste
processo, que sentimento desperta em
vós o facto de ter sido possível organizar
uma exposição como esta?
LP/AF: Todo este processo foi uma
experiência única e dificilmente repetível.
Entre a surpresa, a curiosidade crescente e a
incredulidade, tivemos diante de nós objetos
que estranhamente não identificávamos, um
universo que nos era desconhecido. O longo
processo de inventariação, restauro e estudo
68
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
mostra Luísa Penalva e Anísio
Franco, comissários da exposição
Esplendores do Oriente
LP/AF: Sem dúvida, as peças mais
emblemáticas são os afogadores (colares
com pendente Menino Jesus Salvador do
Mundo). Não só inauguram uma nova
tipologia no mundo das joias, como são o
perfeito e magnífico exemplo do sincretismo
entre as culturas cristã e hindu, ao unirem,
na figura que preside ao pendente, o Menino
Jesus abençoando o mundo e o Krishna
bebé. Até o nimbo deste Menino Jesus foi
substituído, nestas pequenas figurinhas, por
uma folha de pipal, árvore sagrada onde
Buda recebeu a Luz.
CLIENTES DA CAIXA COM
ENTRADAS GRATUITAS
Enquanto principal instituição
financeira ao serviço de Portugal e
dos portugueses, a CGD mantém a
sua atuação não só no incentivo ao
desenvolvimento económico, mas
também no estímulo a iniciativas
que promovam, de forma coerente
e concertada, o progresso social e
cultural. Ao apoiar esta iniciativa,
em particular, a CGD viabiliza a
preservação e a divulgação de um
enorme património cultural em favor
de gerações futuras, permitindo que o
mesmo chegue ao grande público.
Nesse sentido, aliás, os Clientes da
Caixa poderão visitar gratuitamente a
exposição temporária Esplendores do
Oriente. Joias de Ouro da Antiga Goa,
bem como a coleção permanente do
Museu Nacional de Arte Antiga (acesso
pelo Largo 9 de Abril). Para tal, basta
apresentar um cartão de Cliente da
CGD na bilheteira do Museu, sendo que
cada cartão dá acesso a uma entrada
gratuita para o seu titular.
Cx: Quanto tempo demoraram a estudar
todos os objetos e a preparar a exposição
que pode ser vista atualmente?
LP/AF: Para uma realidade em absoluto
desconhecida, tornou-se imprescindível
aprofundar vários estudos e caminhar num
terreno inédito. Os dois anos seguintes à
abertura das caixas foram necessários para
a realização de investigações documentais,
bibliográficas, iconográficas e materiais, de
forma a conseguir compreender estas peças
na totalidade.
Cx: Ao contrário da indiana, a joalharia
goesa foi pouco estudada até hoje. Isso
revelou-se um desafio acrescido?
LP/AF: Conseguir classificar todos os
objetos, existindo um desconhecimento
total sobre este tipo de peças, tanto entre
os especialistas nacionais como entre os
estrangeiros, e em particular os indianos,
foi um grande desafio.
permitiu que fosse possível avaliar
a verdadeira importância deste acervo,
no panorama nacional e internacional,
e compreender que estávamos, pela primeira
vez, perante joias indo-portuguesas.
Cx: Quais as maiores surpresas com
que se depararam à medida que iam
desempacotando os objetos?
LP/AF: Foram surpresas de toda a ordem,
pois não tínhamos, até então, quaisquer
referências bibliográficas ou iconográficas que
nos pudessem ajudar a classificar as peças.
Cx: E quais as peças mais emblemáticas
da exposição?
Cx: Em vosso entender, qual a importância
de uma exposição como esta no plano
cultural nacional?
LP/AF: Este projeto ultrapassa, sem dúvida,
o interesse nacional, pois cria um novo
campo de investigação. É, também, uma
prova da miscigenação cultural em Goa.
Cx: A CGD revelou-se uma peça
incontornável em todo este processo?
LP/AF: Sem o apoio da CGD não teria sido
possível levar a bom termo todo este projeto.
O seu extraordinário apoio, abertura
e colaboração foram imprescindíveis
para que fosse possível criar uma exposição
com o impacto nacional e internacional
que se tem vindo a constatar.
Cx: E que mensagem deixariam a todos
os leitores que ainda não visitaram estes
«Esplendores do Oriente»?
LP/AF: Esta exposição conta uma história
única. A oportunidade de ver todo o
conjunto de joias que veio de Goa, em 1961,
irá terminar aquando do fecho desta mostra,
pois, a partir desse momento e tal como
já estava previsto, apenas uma seleção das
peças mais emblemáticas ficará em exposição
permanente no MNAA, com o apoio da
CGD. Esta mostra é o corolário de todo um
projeto, para o qual tanta gente contribuiu,
que terminará com o encerrar das suas
portas.
CARTÕES COM VANTAGENS PARA CLIENTES
Além de entradas gratuitas na exposição Esplendores do Oriente e na coleção permanente do Museu Nacional
de Arte Antiga (ver coluna), os cartões da Caixa dão-lhe acesso a muitas outras vantagens. Descubra tudo em
www.vantagenscaixa.pt e fique a conhecer os inúmeros parceiros associados a cada cartão, seja em hotelaria
e restauração, cinema, SPA e outros espaços de lazer, sem esquecer o setor da saúde e outros serviços.
Cx
a rev i s ta d a ca i xa
69
c
cultura
MUUDA
Uma casa em
constante mudança
A arte, os sabores e o design encontraram
uma casa bem especial no centro do Porto. Chama-se Muuda,
e, como o nome desvenda, mudar é a palavra de ordem
Texto Andreia Ferreira Fotografia Joaquim Norte de Sousa
AO CRUZAR O CIRCUITO cultural
Miguel Bombarda, em pleno coração da
arte contemporânea da cidade do Porto,
encontramos a Rua do Rosário. São muitos
os que percorrem estes caminhos em
busca das maravilhas artísticas que o Porto
esconde. Mas, desde março de 2006, a porta
número 294 dessa rua revela um segredo
que pode – e deve – ser contado.
Deram-lhe o nome de Muuda, por ser
apelativo e facilmente pronunciado pelos
visitantes estrangeiros, e é uma das primeiras
concept stores que a cidade viu nascer. A
característica mais peculiar é que o espaço
está sempre a mudar (novos produtos, novas
exposições, nova decoração). «Tentámos
criar um espaço que pudesse mudar
regularmente e que conjugasse as áreas que
achávamos que as pessoas teriam interesse
relacionado. Assim, juntámos o design de
produto ao design de roupa, as exposições de
arte aos workshops variados e adicionámos os
sabores ao nosso leque de ofertas», explica
Gilda Mendes, a responsável pela gestão
e comunicação do Muuda e uma das três
sócias que deram vida ao espaço. «Não
queríamos que o Muuda fosse, apenas, uma
loja para entrar e comprar. É um espaço
para estar», completa Gilda. Na verdade, os
curiosos que espreitam da rua estão longe de
imaginar a variedade que o Muuda abriga.
As coleções de estilistas
A moda é uma das áreas que dá cor ao
Muuda. Augusto Soares Silva é uma das
caras da loja desde o início e, além de
contribuir para o atendimento personalizado
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que o espaço gosta de oferecer aos clientes,
a experiência no Muuda ajudou-o a
criar a sua própria marca de vestuário,
a Freshjealous, que habita lado a lado
com coleções de estilistas consagrados
portugueses. «Notámos uma grande procura
pelas peças de criadores consagrados,
como os White Tent, a Katty Xiomara ou
o Ricardo Dourado. Mas também vamos
acompanhando as tendências das marcas
trendy, como a Kling e a Lavand», afirma
Augusto, aproveitando para referir que o
Muuda é, muitas vezes, procurado como
montra pelos jovens criadores, tal como
o Luís Carvalho ou a Catarina Oliveira.
«É engraçado ver que nos procuram como
rampa de lançamento e, normalmente,
fazemos experiências de alguns meses para
ver a recetividade dos produtos», conta.
O design de produto
O móvel que encontramos à entrada
do Muuda faz jus ao conceito de mudança.
Tanto pode estar com os compartimentos
abertos e servir de bar, ou fechado
e transformar-se numa parede enorme
para auxiliar as exposições de arte.
«O móvel espelha o conceito de mudança
e de versatilidade associado ao Muuda»,
esclarece Gilda Mendes.
É nesse móvel que se posicionam –
desta vez – os artigos de design de produto
presentes na loja. Os artigos de viagem e de
dia a dia, como porta-lápis, carteiras e malas
de marcas como a Lona, a Le Konsphin
ou a Maria Maleta, partilham o estrelato
com produtos «gift» nacionais, como os
sabonetes da Ach. Brito, as recordações
turísticas de António Duro e as ilustrações
da Re Searcher. Na seleção gourmet,
que carimba mais uma das variedades
de produtos presentes no Muuda,
encontram-se sabores como os temperos
e conservas da Santa Gula, a cerveja Letra,
os licores alentejanos do Sabores da Ponte
ou da Pinguça.
A galeria de arte
Fazendo parte do calendário das
inaugurações simultâneas do circuito cultural
Miguel Bombarda, o Muuda transforma-se
Vantagens para
Clientes da Caixa
São muitas as atividades
à disposição dos vitantes
do Muuda, um espaço onde
encontrará exposições e
intervenções de pintura,
fotografia, ilustração, escultura,
street art e media, entre muito
mais. Isto sem esquecer os
muitos workshops, que vão
desde as provas de vinho
ao sushi, passando pela
maquilhagem e, claro, alguns
outros dirigidos a crianças.
E para que não subsistam
dúvidas sobre uma eventual
visita, o Muuda compromete-se a oferecer dez por cento
de desconto nos workshops
aos titulares de alguns dos
cartões da CGD, numa oferta
não acumulável com outras
promoções e/ou campanhas
em vigor. Saiba quais os cartões
em www.vantagenscaixa.pt.
em pessoa Gilda Mendes, sócia,
gestora e responsável pela
comunicação do Muuda
em galeria de exposições diversas. Sandra
Roda é uma das funcionárias da loja e, com a
arte a correr-lhe nas veias, é a melhor pessoa
para explicar o que a área das exposições
oferece a quem visita o espaço. «A cada mês e
meio, inauguramos algo novo graças à Miguel
Bombarda, mas também nos envolvemos
em colaborações diferentes. Gostamos de
participar nas coisas que mexem no bairro,
é esse o nosso espírito», assegura Sandra,
com um sorriso que não esconde o orgulho
de trabalhar ali.
A programação já está delineada até
ao final do ano, relacionando as artes
plásticas com o design de produto: «Com as
inaugurações simultâneas, vamos receber
uma exposição de calendários do alter ego
de João Dorminsky, ‘Tigre Deficiente’.
Depois, em setembro, temos duas exposições
– de pintura, por Emília Sousa, e de design
de produto, por Nuno Vaza», indica Sandra,
não esquecendo de referir a coletiva de Natal
para os meses seguintes.
Iluminada pela luz natural que irrompe
pela claraboia no teto do Muuda, a galeria
de arte é trespassada por um utensílio
muito especial: uma mesa com sete metros
e meio. De acordo com a responsável Gilda
Mendes, é ali que «a magia acontece». A
mesa tem capacidade para reunir 30 pessoas,
sentadas em cadeiras todas diferentes,
e é a plataforma de apoio aos workshops
organizados no espaço. «É uma mesa muito
versátil, que é usada para jantares, lanches,
reuniões, sítio de leitura e, principalmente,
nos workshops, que têm agenda mensal»,
relata Gilda. Sejam de doces conventuais, de
tricot, de provas de vinho, de desenho para
crianças ou – os mais procurados – de sushi
e maquilhagem, os workshops são um dos
segredos que tornam o Muuda um espaço
bem especial.
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agenda
DANÇA
Música
A Hierarquia das Nuvens
Caixa Alfama
10 e 11.10
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
19 e 20.09
Vários locais em Alfama, Lisboa
Rui Horta, coreógrafo e bailarino, é
o responsável por este espetáculo,
apresentando-o como «espaço
habitado, negociado por sete
corpos, visto não apenas como
território, mas sobretudo como
um lugar imaginário, que os atrai,
quebrando fronteiras e limites.
Espaço que só faz sentido se
for habitado por esses corpos e
escarificado pelo seu movimento.»
Depois do sucesso da primeira
edição, o Caixa Alfama regressa
e promete encher as ruas de
um dos bairros mais típicos de
Lisboa. É aqui, em Alfama, em dez
palcos diferentes, que atuarão 40
fadistas, desde os consagrados
às mais interessantes
revelações, fazendo deste um
festival de música cada vez mais
incontornável. Nomes como
Ana Bacalhau, Gisela João, Cuca
Roseta, Sara Correia, Pedro
Moutinho, Carminho, Ana Moura
ou António Zambujo, entre
outros, irão passar por espaços
como o Palco Caixa, o Museu do
Fado (auditório e restaurante),
o Largo das Alcaçarias, a Igreja
de São Miguel, a Fonte do Poeta,
o Centro Cultural Dr. Magalhães
Lima ou pelo Grupo Sportivo
Adicense. Estevão. O bilhete
único custa 35 euros e deverá
Exposições
A Doce e Ácida Incisão
Até 28.9
Museu do Côa, Vila Nova de Foz Côa
Depois do Museu Grão Vasco,
em Viseu, a exposição itinerante
dedicada à atividade da
Sociedade Cooperativa de
Gravadores Portugueses
(Gravura) chega ao Museu do
Côa. Esta mostra apresenta um
conjunto de 60 gravuras, incluindo
obras dos mais relevantes artistas
portugueses da segunda metade
do século XX.
Esplendores do Oriente.
Joias de Ouro da Antiga Goa
Até 28.9
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
A Caixa é o mecenas exclusivo
da exposição Esplendores do
Oriente. Joias de Ouro da Antiga
Goa, o culminar de uma longa
história, com mais de 50 anos
(conheça todos os pormenores na
tais como Perico Sambeat, Lee
Konitz, Mário Laginha, David
Binney, Bernardo Sassetti, Chris
Cheek e Maria João, entre muitos
outros. Com participações em
mais de 40 discos, Wonder
Wheel é o seu mais recente
trabalho como líder, aqui
apresentado na companhia
de Inês Sousa (voz), Mário
Laginha (piano), Demian Cabaud
(contrabaixo) e Alexandre Frazão
(bateria). Ingredientes mais do
que suficientes para uma grande
noite de jazz.
ser trocado por pulseira nas
bilheteiras do festival, sediadas
no Museu do Fado, a partir de dia
18 de setembro. A pulseira dará
acesso a todos os espaços do
festival até ao limite de lotação
de cada um. Os Clientes da Caixa
Geral de Depósitos terão dez por
cento de desconto nos bilhetes
adquiridos com qualquer cartão
de débito ou de crédito da Caixa,
na bilheteira do Museu do Fado.
The Future Show
página 68). Os Clientes da Caixa
poderão visitar gratuitamente
a exposição temporária
Esplendores do Oriente. Joias de
Ouro da Antiga Goa, bem como a
coleção permanente do Museu
Nacional de Arte Antiga. Para
usufruir deste benefício, bastará
apresentar um cartão de Cliente
da CGD na bilheteira do Museu.
Cada cartão dá acesso a uma
entrada gratuita para o seu titular.
pedagógicos, a terem lugar na
Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto. Para a
noite de 23 de outubro, está
agendado o Concerto para Violino
em Lá menor, Op. 53, de Antonín
Dvořák, complementado com
duas danças eslavas.
Música
Música com a Caixa
CONDIÇÕES PARA CLIENTES DA CGD
40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA
ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA.
30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA
GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA
EXCLUSIVE E CAIXADRIVE.
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a re v i s ta d a c a i xa
Teatro
23.10
Faculdade de Engenharia, Porto
No âmbito do apoio da Caixa à
Orquestra do Norte, inserido no
Projeto Orquestras da CGD, foi
acordada a realização, em 2014,
de um ciclo de quatro concertos
de orquestra e dois concertos
André Fernandes
10.09
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
André Fernandes tem partilhado
o palco com inúmeros músicos,
25 a 27.09
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa
Criado e interpretado por
Deborah Pearson, este é um
projeto desenvolvido com uma
bolsa do Arts Council England e
com o apoio de BAC, Amhurst
Republic e MAKE (Irlanda). The
Future Show joga com o que é
esperável, o que é previsível e
o que não há mesmo maneira
de saber sobre o futuro. Este
espetáculo, autêntica tarefa
de Sísifo, conta a história do
futuro da performer Deborah
Pearson, começando com o final
da peça e continuando até ao
fim da sua vida. Operando uma
torção existencial na forma do
monólogo autobiográfico, o prazo
do guião acaba assim que é dito,
tendo de ser obsessivamente
reescrito para cada nova
apresentação.
Fotos: João Cupertino (Caixa Alfama/Gisela João); Dread Monkey (André Fernandes); Tania El Khoury (The Future Show)
a
v
vintage
MÁSCARAS MACONDE
Num lugar distante
As máscaras lipiko são uma marca distinta
do povo mjaconde, refletindo a sua cultura e rituais
Texto Gabinete de Património Histórico da CGD Fotografia João Cupertino
A rainha Vitória de
Inglaterra é proclamada
imperatriz da Índia.
1.
E é precisamente seguindo uma perspetiva
antropológica que lhe apresentamos, nesta edição,
a máscara lipiko, um elemento da cultura e da
antiga tradição do povo maconde, oriundo do
sudeste de África, mais concretamente no planalto
de Mueda, a norte de Moçambique. Esta etnia é
conhecida pela técnica utilizada na arte tradicional
de escultura em madeira e, sobretudo, pelas suas
máscaras utilizadas nas esfuziantes danças mapico,
durante os rituais de iniciação: puberdade,
casamento e na morte. Estes ritos pressupõem uma
forma de transmissão de normas e regras que irão
orientar a conduta dos indivíduos, reforçando a
ideia do Homem com um ser social e religioso.
Esta máscara denota uma forma esferoidal, tipo
elmo, sendo construída em madeira muito leve,
policromada, de cores ocre e cinzento, e escavada
por dentro. Representando os traços dolorosos
a que os nativos são sujeitos nos seus rituais,
apresenta tatuagens, mutilação dentária, ndona,
implantação de cabelo natural e a escarificação
pirogravada, numa profusa ornamentação com
motivos geométricos. A deformação do lábio
superior com a aplicação da ndona é característica
à face
de 1877
No ano em que a ilha de
Moçambique acolheu a
primeira Sucursal do BNU
na África Oriental, outros
rostos e acontecimentos
fizeram história.
A etnografia visa a interpretação dos valores, das
crenças e das formas de viver de um povo, assente
numa abordagem interpretativa e naturalista.
Trata-se, na prática, de uma resposta face ao
dinamismo e complexidade das sociedades, bem
como ao crescente interesse pelos fenómenos
sociais e multiculturais.
O exemplar que aqui vemos é uma das duas
máscaras que integram o acervo etnográfico do
Gabinete de Património Histórico da Caixa Geral
de Depósitos. A sua origem remonta ao Banco
Nacional Ultramarino, outrora o Banco emissor
no ex-ultramar e entretanto incorporado na CGD,
cuja primeira sucursal na África Oriental foi na
ilha de Moçambique, inaugurada em 1877.
FACTOS
São descobertas as
duas luas de Marte,
Fobos e Deimos.
2.
O célebre bailado
O Lago dos Cisnes
estreia no Teatro Bolshoi
de Moscovo.
3.
Rutherford B. Hayes
torna-se o 19.º
presidente dos Estados
Unidos, sucedendo a Ulysses
S. Grant.
4.
Morre o pintor francês
Gustave Courbet, um
dos ícones do realismo.
5.
das jovens, que, ao chegarem à idade de casar, a
substituem por um botoque, cilindro de ébano ou
pau-preto com o kalinga, um bico, revestido por
folha de estanho, que passa rente ao nariz.
As máscaras macondes traduzem, assim, os
antigos usos, costumes, tradições e superstições de
um povo, que, apesar de distante, é reconhecido
pela sua arte. Numa perspetiva de dinâmica
cultural, podemos compreender as relações
socioculturais, os comportamentos e, dessa forma,
aproximarmo-nos de um lugar distante.
Por seu lado, estas duas máscaras, em particular,
refletem o enorme legado e património simbólico
e cultural inerente à história da Caixa Geral de
Depósitos.
É inaugurada a Ponte
ferroviária D. Maria Pia,
sobre o Douro, ligando o
Porto e Vila Nova de Gaia.
6.
Nasce Hermann Hesse,
escritor alemão e futuro
Prémio Nobel da Literatura.
7.
Alexandre Serpa Pinto
e Hermenegildo Capelo
lideram a primeira expedição
geográfica portuguesa ao
sertão africano. Roberto
Ivens junta-se mais tarde.
8.
Thomas Edison inventa
o fonógrafo.
9.
10.
Morre o escritor
Alexandre Herculano,
um dos expoentes máximos
da literatura portuguesa.
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73
f
fecho
RESIDENTES NO ESTRANGEIRO
Campanha de verão da Caixa
Um Banco que aproxima Portugal,
com as soluções de poupança adequadas
nas férias, há mais tempo para a família e
para os amigos, mas também para conhecer
as soluções de poupança da Caixa e, assim,
poupar. Nesse sentido, entre 2 de junho e
12 de setembro, os Clientes residentes no
estrangeiro podem subscrever os depósitos da
Caixa, diversificando as suas poupanças.
DEPÓSITOS MAIS RE
Escolha o prazo mais conveniente e aplique a
sua poupança em euros, dólares americanos
ou dólares canadianos com:
> Prazo de 3, 6 e 12 meses;
> Pagamento de juros no final do prazo;
> Montante mínimo de abertura de mil
euros, mil dólares americanos ou mil dólares
canadianos;
> Mobilização antecipada possível, de forma
total ou parcial, com perda total de juros;
> Acesso exclusivo para residentes no
estrangeiro com morada e contactos
telefónicos no país de residência atualizados e
com conta à ordem aberta na mesma moeda
do depósito.
DEPÓSITO ESPECIAL MAIS 3 ANOS RE
Um depósito a prazo de três anos, disponível
a partir de 25 mil euros ou dólares
americanos, que lhe permite rentabilizar
as suas poupanças.
TRANSFERÊNCIAS E DÉBITOS DIRETOS
SEPA
Além de poder receber na sua conta da
Caixa, em Portugal, o seu ordenado e efetuar
transferências internacionais em euros, pode já
fazer a gestão dos seus pagamentos frequentes,
como a água, a luz ou a assinatura de uma
revista, através do sistema de débitos diretos.
Esta solução está disponível nos 34 países
aderentes à SEPA (Área Única de Pagamento
em euros): os 28 países da União Europeia,
mais a Islândia, o Liechtenstein, o Mónaco, a
Noruega, San Marino e a Suíça.
CAIXADIRECTA
Com o Caixadirecta, pode aceder à distância às
suas contas em Portugal, através de telefone ou
da Internet, e de forma segura. Através deste
serviço, cuja adesão é gratuita, pode consultar
saldos e movimentos, subscrever produtos de
poupança, entre muitas outras operações.
O serviço Caixadirecta permite-lhe, ainda,
contactar a Caixa através de linhas gratuitas,
disponíveis 24 horas por dia, todos os dias do
ano. Ligue grátis a partir de um número de
telefone registado no seu país de residência:
Europa *
00 800 351 351 00
EUA/Canadá
011 800 351 351 00
Brasil
0 800 888 12 13
Venezuela
0 800 100 4698
Macau
0 800 961
África do Sul
0 800 980 964
Outros países
+351 707 24 24 24
(chamada paga)
(*) Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda,
Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suíça.
CARTÕES RE
A Caixa disponibiliza diversos cartões
com vantagens exclusivas para os
residentes no estrangeiro e que
permitem poupar.
CARTÃO CAIXA CLASSIC RE
Um cartão de crédito (1) que lhe permite
poupar através de:
> Arredondamento das compras
realizadas, revertendo o
remanescente automaticamente
para a sua conta de poupança;
> Cashback, em que recebe até três
por cento do valor das suas compras
(exceto transações em comerciantes
de jogos de sorte ou azar) de
montante igual ou superior a 35
euros, a partir de um valor acumulado
de 300 euros, no máximo de 75
euros por mês.
Além destas vantagens, pode também
personalizar o cartão com uma
imagem à sua escolha.
CARTÃO DE DÉBITO RE
Disponível nas redes Visa e
Mastercard, permite-lhe movimentar
a sua conta à ordem em Portugal e no
estrangeiro. As transações efetuadas
no país de residência fora da Zona Euro
estão isentas de comissões, tal como
em todos os países da Zona Euro.
A Caixa tem também ao seu dispor
outros cartões com vantagens em
viagens, cartões que o premeiam pelos
resultados da sua equipa de futebol
e, ainda, cartões que lhe dão acesso a
descontos em parceiros da CGD. Veja
em www.cgd.pt, dirija-se a uma
Agência ou Representação da Caixa
ou ligue (+351) 707 24 24 24, 24 horas
por dia, todos os dias do ano, e saiba
qual o que mais se adequa às suas
necessidades.
(1)
TAEG de 21,5%, para um montante
de 1500 euros, com reembolso a 12
meses, à TAN de 17,90%.
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Caixa plim
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