Anais - Estado do Paraná
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Anais - Estado do Paraná
10 ANAIS DA IV MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA Volume 1 - ANO 2008 “Semeando o Conhecimento” Umuarama, PR 2008 11 ANAIS DA IV MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA Volume 1 - ANO 2008 Umuarama, PR 2008 12 ANAIS DA IV MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA Volume 1 - ANO 2008 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA 28 a 29 de agosto de 2008 TIRAGEM 200 Exemplares Organizadores a Prof. Dr . Marizangela Rizzatti Ávila Prof. Dro. Carlos Alberto Scapim Prof. Dro. Alexsander Seleguini Normalização Técnica Maria Dolores Machado A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos são de exclusiva responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que citada à fonte. IMPRESSÃO Masson Gráfica e Editora Ltda-ME Rua Caracas, 678 Vila Morangueira - 87040-010 – Maringá, PR Fone: 44-3025-2747 CNPJ: 07.875.944/0001-51 13 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) M916 Mostra de Trabalhos científicos de agronomia (4. : 2008 : Umuarama, PR) Anais da IV Mostra de Trabalhos científicos de agronomia : semeando o conhecimento (28 e 29 de agosto de 2008 / organizadores Marizangela Rizzati Ávila, Carlos Alberto Scapim, Alexsander Seleguini. -- Umuarama,PR : UEM/CCA/Campus Regional de Umuarama, 2008. 110 p. 1. Agronomia. 2. Agronomia – Grãos. 3. Agronomia Hortaliças. 4. Agronomia – Novas tecnologias. 5. Agricultura. 6. Região do Arenito I. Ávila, Marizangela Rizzati. II. Scapim, Carlos Alberto. III. Seleguini, Alexsander. IV. Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Agronomia, Campus Regional de Umuarama. V. Título. CDD 21.ed. 630 Bibliotecária: Elaine Cristina Soares Lira CRB-1202/9ª 14 Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências Agrárias Departamento de Agronomia Campus Regional de Umuarama 15 ANAIS DA IV MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA ANO 2008 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CAMPUS REGIONAL DE UMUARAMA Reitor: Décio Sperandio Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Dro. Carlos Alberto Scapim Diretor Campus Regional de Umuarama: Prof. Dro. Osvaldo Joaquim dos Santos COMISSÃO ORGANIZADORA Andrea Beatriz Mendes Bonato Antonio Nolla Claúdia Regina Dias Arieira Eder Pereira Gomes Erci Marcos Del Quiqui Fernanda Bueno Sarro Heriksen Higashi dos Santos Ivan Walisson Carrito Jean Carlos de Lima Juliana Aparecida Povh Leandro Bochi da Silva Volk Lincon Diego Sotocorno Lucas da Rocha Ferreira Marcibela Stülp Marizangela Rizzatti Ávila Rafael Meier de Mattos Rafaela Alenbrant Migliavacca Renan Alenbrant Migliavacca Telmo Antonio Tonin Tereza Cristina Sassari Vanilde Ferreira de Souza COMISSÃO CIENTÍFICA Antonio Nolla Claúdia Regina Dias Arieira Leandro Bochi da Silva Volk Marizangela Rizzatti Ávila Carlos Alberto Scapim ORGANIZADORES Marizangela Rizzatti Ávila Carlos Alberto Scapim Alexsander Seleguini CAPA Mariangela Rizzatti Ávila 16 Sumário INDICAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA RESTAURAÇÃO DE MATA 10 CILIAR NO ARENITO CAIUÁ DEL QUIQUI, E.M.; BORGHI, W.A.; POSSENTI, J.C. e BROCH, D.L. TOMADA DE DECISÃO DE CALAGEM PARA A CULTURA DA SOJA EM 17 SISTEMA DE SEMEADURA DIRETO GAVIOLLI, T.O.; NOLLA, A.; VOLK, L.B.S.; PALMA, I.P. e SANDER, G. PERFORMANCE DA CULTURA DA SOJA SOB DIFERENTES NÍVEIS DE 21 ACIDEZ EM UM ARGISSOLO SOB MATA NATURAL GAVIOLLI, T.O.; NOLLA, A.; VOLK, L.B.S.; PALMA, I.P. e SANDER, G. PRODUTIVIDADE E CAPACIDADE DE EXPANSÃO DE HÍBRIDOS DE 25 MILHO PIPOCA SOB EFEITO DA IRRIGAÇÃO COM DIFERENTES Kc NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ FEDRI, G.; AVILA, M.R.; GOMES, E.P., SCAPIM, C.A.; D.A.O., BARIZÃO; ALBRECHT, L.P. e RODOVALHO, M.A. DESEMPENHO VEGETATIVO DE HÍBRIDOS DE MILHO PIPOCA 29 CULTIVADOS SOB IRRIGAÇÃO COM DIFERENTES Kc NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ FEDRI, G.; AVILA, M.R.; GOMES, E.P., SCAPIM, C.A.; D.A.O., BARIZÃO e ALBRECHT, L.P. QUALIDADE DAS SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB EFEITO DE 33 APLICAÇÕES DE GLYPHOSATE INTROVINI, E.P; ALBRECHT, L.P; PAIOLA-ALBRECHT, A.JR.; ALONSO, D.G.; OLIVEIRA JR., R.S.; BRACCINI, A.L. e BARBOSA, M.C. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA INOCULAÇÃO DAS SEMENTES DE 37 ARROZ (Oryza sativa L.) COM Azospirillum PAIOLA-ALBRECHT; A.JR.; ALBRECHT, L.P.; ÁVILA, M.R.; BRACCINI, A.L., BARBOSA, M.C.; DEMENECK, VIEIRA, P.D. e BAZO, G.L. QUALIDADE DE FIBRA DE ALGODÃO EM RESPOSTA À APLICAÇÃO DE 40 BIORREGULADOR RICCI, T.T.; ALBRECHT, L.P.; BRACCINI, A.L.; ÁVILA, M.R.; STÜLP, M.; BARBOSA, M.C. e PAIOLA-ALBRECHT, A.JR. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE AMERICANA NO SISTEMA ORGÂNICO CHIAMOLERA, F.M.; CUNHA, T.P.L.C.; KANO, C. e FILHO, J.A.A.F. 17 44 INFECÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE Meloidogyne incognita EM TRÊS 48 CULTIVARES DE ALFACE MILANI, K.F.; CHIAMOLERA, F.M.; CUNHA T.P.L.C.; PUERARI, H.H.; DIAS-ARIEIRA, C.R. e HORA, R.C. CRESCIMENTO DE PLANTAS DE MILHO EM UM LATOSSOLO ARENOSO 53 ADUBADO COM CINZA DE CASCA DE ARROZ E DUAS FONTES DE NITROGÊNIO PALMA, I.P.; NOLLA, A.; VOLK, L.B.S.; GAVIOLLI, T.O. e SANDER, G. AVALIAÇÃO DE DOSES CRESCENTE DE FÓSFORO E CALCÁRIO NO 58 RENDIMENTO DO MILHO EM UM LATOSSOLO ARENOSO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO SANDER, G.; NOLLA, A.; VOLK, L.B.S.; PALMA, I.P.; GAVIOLLI, T.O. e SILVA, W. AVALIAÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DE MILHO ADUBADO COM 63 CINZA DE CASCA DE ARROZ E DUAS FONTES DE NITROGÊNIO CULTIVADO EM LATOSSOLO ARENOSO SANDER, G.; VOLK, L.B.S.; NOLLA, A.; GAVIOLLI, T.O. e PALMA, I.P. NECESSIDADE HÍDRICA E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO GIRASSOL 67 SOB PLANTIO DIRETO E DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ, ESTADO DO PARANÁ PETRI, F.; GOMES, E.P.; ÁVILA, M.R.; BALAN, G. e ROTTA, A. SEÇÕES 70 DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO DE SONHO À BASE DE 73 SOFTWARE PARA DIMENSIONAMENTO DE CANAIS DE ECONÔMICAS MARTINS, E.A.S.; GOMES, E.P. e SANTOS, R.P.B. MANDIOCA COM ADIÇÃO DE FARINHA DE AVEIA E PROTEÍNAS DE SOJA: OTIMIZAÇÃO DA ACEITABILIDADE SENSORIAL NAVACCHI, M.F.P.; ROCHA, K.C.; RIBEIRO, J.C.; HORA, R.C.; PEQUENO, M.G. e TAKEUCHI, K.P. APLICAÇÃO DE URÉIA VIA ÁGUA RESIDUÁRIA DE INDÚSTRIA DE 76 AÇÚCAR E ALCOOL EM CANA-DE-AÇÚCAR Saccharum officinarum L. GAVA. R.; MOCINI, D. e FREITAS, P.S.L. AÇÃO DA VINHAÇA NO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA CANA- 79 DE-AÇÚCAR Saccharum officinarum L. GAVA. R.; MOCINI, D. e FREITAS, P.S.L. INFLUÊNCIA DA DOSAGEM DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA NA INCIDÊNCIA DE PERFILHOS MORTOS DA CANA-DE-AÇÚCAR Saccharum 18 82 officinarum L. GAVA. R.; MOCINI, D. e FREITAS, P.S.L. INFLUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RADICULAR NA 85 PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR Saccharum officinarum L. GAVA. R.; MOCINI, D. e FREITAS, P.S.L. VIGOR DAS SEMENTES DE QUIABO TRATADAS COM FITORREGULADOR VIEIRA, P.V.D.; ALBRECH, L.P.; PAIOLA-ALBRECHT, A.JR.; 88 BRACCINI, A.L.; BAZO, G.L.; INTROVINI, E.P.; GASPAROTTO, A.C. e PRADO, D.M. COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA SOJA SOB EFEITO DA APLICAÇÃO 91 DE BIORREGULADOR E Ca E B ALBRECHT, L.P.; ÁVILA, M.R.; BRACCINI, A.L.; BARBOSA, M.C.; RICCI, T.T.; PAIOLA-ALBRECHT, A.JR.; BAZO, G.B. e VIEIRA, P.V.D. EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM REGULADOR DE 94 CRESCIMENTO NO POTENCIAL FISIOLÓGICO DAS SEMENTES DE FEIJÃO-VAGEM E ERVILHA BAZO, G.L.; ALBRECH, L.P.; ÁVILA, M.R.; BRACCINI, A.L.; PRADO, D.M.; PAIOLA-ALBRECHT, A.JR.; VIEIRA, P.V.D. e GASPAROTTO, A.C. REAÇÃO DE VARIEDADES DE GIRASSOL (Helianthus annuus L.) USADAS 98 PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL À Meloidogyne javanica, M. incognita E M. paranaensis SANTANA, S.M.; DIAS-ARIEIRA, C.R.; SILVA, M.L.; YAMAGATA, C.M. e BARIZÃO. D.A.O. UTILIZAÇÃO DE REGULADOR VEGETAL, ADUBO FOLIAR E IRRIGAÇÃO 102 NA CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) CONDUZIDA EM SOLO DE ARENITO NO OUTONO/INVERNO BARIZÃO. D.A.O.; ÁVILA, M.R.; GOMES, E.P. e FEDRI, G. 19 Apresentação A Universidade Estadual de Maringá - UEM - é uma instituição que representa a conquista da excelência, tanto no ensino, quanto na pesquisa e na extensão universitária. Os Campi Regionais da UEM, localizados nas cidades pólo de desenvolvimento da região noroeste do Estado do Paraná – Umuarama, Goioerê, Cianorte, Diamante do Norte e Cidade Gaúcha – oferecem esta excelência em todas as suas atividades para uma população que sempre busca a construção do saber como uma de suas metas estruturais. No Campus Regional de Umuarama, o curso de Agronomia exerce um papel fantástico para o desenvolvimento consistente e sustentável de uma vasta região, congregando professores, acadêmicos, pesquisadores e produtores rurais. Visando aumentar e incrementar este desenvolvimento, a Semana da Agronomia - SEAGRO em sua sexta edição, no ano de 2008, conjuntamente com a quarta Mostra de Trabalhos Científicos em Agronomia, vem reunir palestras, mini cursos e apresentação de trabalhos de grande relevância para a realidade da Agronomia e matérias afetas em toda a região noroeste do Estado do Paraná, gerando uma inserção regional plenamente contextualizada nos trabalhos científicos que compõem esta obra, todos voltados para a aplicação prática e direta dos ensinamentos agronômicos. Com esta reunião de acadêmicos, professores e pesquisadores, o Curso de Agronomia do Campus Regional de Umuarama cumpre uma de suas principais diretrizes, que é a de promover a integração entre a teoria e a prática, priorizando as características regionais, com suas culturas específicas e possibilidades de desenvolvimento. Já que o nome Umuarama vem do tupi-guarani e significa lugar alto e de bom clima para o encontro de amigos, nada mais propício que a Universidade Estadual de Maringá “fincar” suas raízes nesta terra abençoada e lançar a luz do conhecimento agronômico nesta vasta região. Para tanto, contamos com o apoio direto e constante dos órgãos de apoio à atividade agrícola, da Prefeitura Municipal de Umuarama e das cidades de abrangência geo-educacional, bem como de um quadro de servidores e acadêmicos que com seus trabalhos técnicos e científicos enriquecem as práticas de Agronomia e enobrecem a função de fazer a vida brotar do solo. Que essa obra alcance todas as pessoas que compartilham o desejo de crescimento sustentável de nossa região, e que as idéias aqui relatadas possam ser o início de práticas enriquecedoras para Umuarama, para o Paraná e para o Brasil. Prof. Dro. Telmo Antonio Tonin Vice-Coordenador de Colegiado do Curso de Agronomia 20 INDICAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA RESTAURAÇÃO DE MATA CILIAR NO ARENITO CAIUÁ Erci Marcos Del Quiqui1; Wagner Antonio Borghi2; Jean Carlo Possenti3 e Dirceu Luiz Broch4 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR 2 CEEP de Diamante do Norte, Diamante do Norte -PR 3 Universidade Federal Tecnológica do Paraná ,Departamento de Agronomia- Campus de Dois Vizinhos - PR 4 Fundação MS, Maracaju - Ms Introdução O processo de ocupação do território brasileiro caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos naturais, particularmente as florestas nativas representadas pelos diferentes biomas (MARTINS, 2001). No Estado do Paraná, este processo não foi diferente. A Região Noroeste, com seus solos arenosos, derivados do Arenito Caiuá, apresenta um intenso processo erosivo, causado principalmente pelo desmatamento ocorrido durante sua colonização, associado ao desrespeito à aptidão agrícola da região. No final do século passado, 83% da área do Estado estavam cobertos com florestas e o restante ocupado por campos naturais, afloramentos rochosos, restingas e outras formações não florestais. Atualmente, a situação é crítica, sendo alarmante na região noroeste. Tal afirmativa indica restar menos de 7% de cobertura florestal no Estado e menos de 1% na região noroeste (CAMPOS, 1999). As matas são formações associadas aos cursos d’água possuindo largura variável e apresentando variações em sua estrutura e composição florística. Elas desempenham importantes funções ecológicas e hidrológicas na bacia hidrográfica, melhorando a qualidade da água, permitindo uma melhor regularização dos recursos hídricos, dando estabilidade aos solos marginais e promovendo o melhor desenvolvimento, sustentação e proteção da fauna ribeirinha e dos organismos aquáticos (ROSA, 1991). O Código Florestal no seu art. 2º da Lei Federal nº. 4.771/65 considera necessária a manutenção das áreas de preservação permanente e de reserva legal. Apesar dessas formações serem protegidas por lei desde 1965 e depois contempladas novamente na Constituição Federal de 1988; as matas ciliares, continuam sendo intensamente devastadas, seja para retirada de madeira, para exploração agropecuária ou simplesmente por ação antrópica indiscriminada (AB’SABER, 2001). 21 Há uma necessidade urgente de reversão desse processo. Entretanto, para tornar tal reversão possível se fazem necessários estudos na estrutura florística nas áreas de mata ciliar remanescentes. Dentre tais remanescentes, no município de Diamante do Norte, Estado do Paraná, destaca-se a Estação Ecológica do Caiuá, com uma área de 1.427,30ha, que margeia o Rio Paranapanema. Em função do processo acelerado de degradação e fragmentação das florestas tropicais em todo o mundo, e a busca de alternativas para o seu manejo e recuperação, há a necessidade de utilização de métodos que avaliem o estado de conservação destas florestas. Um método diagnóstico utilizado para inferir sobre o estado de conservação de florestas naturais é aquele baseado em usos de indicadores, dentre eles, a análise estrutural da floresta, através da sua composição florística e índices fornecidos pela combinação de parâmetros fitossociológicos (KOOP; RIJKSEN; WIND, 1994). Este trabalho teve como objetivo caracterizar a mata ciliar do Rio Paranapanema à jusante da barragem da Usina Hidrelétrica de Rosana, na Estação Ecológica do Caiuá, analisando a composição florística e a estrutura florestal com função de indicar espécies arbóreas para a restauração de áreas ciliares pertencentes ao bioma Floresta Estacional Semidecidual. Palavras-chave: Restauração de áreas degradadas. Mata ciliar. Espécies florestais. Material e métodos A área de estudo localiza-se no município de Diamante do Norte, região Noroeste do Paraná, com coordenadas UTM baseada no meridiano 45º W.G. 227 – 231Km e 7453 – 7456Km do Equador, com vegetação de Floresta Estacional Semidecidual Submontana nas partes mais elevadas e Aluvial em uma faixa restrita, influenciada por inundações periódicas do Rio Paranapanema (IBGE, 1992) e clima segundo Köeppen do tipo Cfa; a precipitação média anual está entre 1.200mm e 1.400mm, sendo os meses de dezembro, janeiro e fevereiro os mais chuvosos (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1994). A maior parte dos solos foram formados pelo Arenito Caiuá, ocorrendo solos derivados de sedimentos fluviais nas porções adjacentes ao rio. Para o estabelecimento das áreas amostrais, foram utilizadas imagens digitais obtidas pelo sensor TM+ (Thematic Mapper) do satélite Landsat-7, WRS (Word Referenced System) 223_076. 22 A análise florística e fitossociológica foi efetuada em parcelas de 50x30m dispostas perpendicularmente ao leito do rio. Cada parcela foi dividida em sub-parcelas de 10x30m onde foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com DAP >0,05m. A identificação das espécies arbóreas foi efetuada por pesquisadores e mateiros familiarizados da região. O material necessário para comparação e identificação foi devidamente preparado, e as exsicatas armazenadas no herbário da Universidade Estadual de Maringá. Para a análise fitossociológica foi utilizado o programa desenvolvido pelo núcleo de processamento de dados da Universidade Estadual de Maringá, que forneceu os parâmetros de densidade, freqüência e dominância absoluta e relativa e os índices de valores de importância (IVI) e de diversidade de Shannon Weaver (H’). Resultados e Discussão No levantamento florístico foram amostrados 1.487 indivíduos, pertencentes a 73 espécies, 33 famílias e 63 gêneros (Tabela 1). As famílias mais ricas em gêneros foram Leguminosae (12), seguida por Myrtaceae (5), Euphorbiaceae (4), Lauraceae, Meliaceae, Rubiaceae e Rutaceae (3), Anacardiaceae, Apocynaceae, Moraceae, Polygonaceae, Sapotaceae e Ulmaceae (2). Nestas famílias estão contidos 71,4% dos gêneros e dezoito famílias foram representadas por um único gênero (28,6%). Tabela 1. Espécies arbóreas classificadas em nível de família, gênero, espécie e grupo ecológico para a vegetação adulta da mata ciliar (DAP > 5cm) à jusante da barragem da Usina Hidrelétrica de Rosana, Município de Diamante do Norte - PR. FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME COMUM Anacardiaceae Mangifera indica Tapirira guianensis Guatteria sp Peschiera fuchsiaefolia Aspidosperma polyneuron Protium heptaphyllum Cecropia pachystachya Maytenus alaternoides Maytenus ilicifolia Sloanea guianensis Securinega guaraiuva Croton floribundus Actinotemon concolor Croton urucurana Alchornea triplinervia Manga Camboatá Guatéria Leiteiro Peroba Almecega Embaúba Cafezinho Espinheira Santa Pateiro Araçázeiro Capixingui Laranja do mato Sangra d'água Tapiá Annonaceae Apocynaceae Burseraceae Cecropiaceae Celastraceae Elaeocarpaceae Euphorbiaceae 23 GRUPO ECOLÓGICO Nd SI ST P ST SI P SI ST ST ST P Nd P P Flacourtiaceae Guttiferae Lauraceae Lecythidaceae Leguminosae Caesalpinoideae Leguminosae Mimosoideae Leguminosae Papilionoideae Melastomataceae Meliaceae Moraceae Myrsinaceae Myrtaceae Nyctaginaceae Palmae Phytolaccaceae Polygonaceae Rhamnaceae Rosaceae Rubiaceae Rutaceae Sapindaceae Sapotaceae Casearia gossypiosperma Calophyllum brasiliensis Nectandra mollis Ocotea diospyrifolia Mezilaurus sp Nectandra cissiflora Nectandra falciflolia Cariniana estrellensis Holocalyx balansae Peltophorum dubium Apuleia leiocarpa Hymenaea stilbocarpea Copaifera langsdorffii Inga fagifolia Zygia cauliflora Albizia hasslerii Parapiptadenia rigida Inga uruguensis Poecilanthe parviflora Lonchocarpus guilleminianus Lonchocarpus muehlbergianus Sweetia fruticosa Miconia dyscolor Trichilia hirta Melia azedrach Guarea kunthiana Guarea guidonia Ficus obtuscula Chlorophora tinctoria Rapanea ferruginea Myrciaria tenella Eugenia involucrata Campomanesia xanthocarpa Blepharocalyx salicifolius Myrciaria trunciflora Eugenia uniflora Plinia rivularis Bougainvillea glabra Syagrus romanzoffiana Gallesia integrifolia Triplaris brasiliana Ruprechtia laxiflora Colubrina glandulosa Quillaja brasiliensis Coussaria platyphylla Genipa americana Citrus sp Citrus sp Citrus aurantium Esenbeckia febrifuga Zanthoxyllum rhoifolium Allophyllus edulis Pouteria caimito Chrysophyllum gonocarpum 24 Espeteiro Guanandi Canela Canela folha larga Canela figueira Canelão Canelinha Jequitibá Alecrim Canafístula Garapeiro Jatobá Óleo de copaíba Ingá miúdo Amarelinho Farinha seca Gurucaia Ingá graúdo Coração de nego Embira de sapo Feijão cru Guaiçara Quaresmeira Catiguá Cinamomo Guária Marinheiro Figueira Moreira Capororoca Cambuí Cerejeira Guabirobeira Guamirim Jaboticabeira Pitangueira Piúna Primavera Jerivá Pau d'alho Pau formiga Correeira Sobrasil Saboneteira Jasmim do mato Jenipapo Laranja Limão rosa Apipu Limãozinho Mamica de porca Vacum Grão de onça Guatambu SI ST ST ST ST ST ST ST ST SI ST ST ST SI Nd SI SI SI P SI SI ST Nd ST Nd Nd SI ST ST SI ST SI SI Nd SI ST ST SI SI ST SI SI SI P Nd ST Nd Nd Nd ST SI P SI ST Solanaceae Ulmaceae Vochysiaceae Solanum sp Trema micrantha Celtis sp Vochysia tucanorum Jurubeba do mato Grandiuva Grão de galo Pau tucano P P P P P = pioneira; SI = secundária inicial; ST = secundária tardia, Nd = não determinado. As famílias com maior número de espécies foram as do grupo das Leguminosae (14 espécies), seguida por Myrtaceae (7), Euphorbiaceae e Lauraceae (5), Meliaceae e Rubiaceae (4) e Rutaceae (3). Nestas famílias estão contidos 57,5% das espécies. Confirmando a importância em florestas ciliares e semidecíduas, as famílias Leguminosae, Myrtaceae, Rutaceae, Meliaceae, Lauraceae e Euphorbiaceae foram as que mais se destacaram (MARANGON; SOARES; FELICIANO, 2003). O índice de diversidade de Shannon Weaver foi H’=3,32. A presença de uma área aluvial alagada, paralela ao dique marginal, levou a uma grande concentração de indivíduos em poucas espécies. O índice de diversidade obtido neste estudo, encontra-se dentro dos limites observados para florestas ciliares da região sudeste do Brasil, entre H’=2,45 e 4,33. A análise dos parâmetros fitossociológicos mostrou que cinco espécies detentoras dos maiores valores de importância, apresentaram uma grande concentração de indivíduos (44,2%). As espécies Triplaris brasiliana, Calophyillum brasilienses, Gallesia integrifolia, Sloanea guianensis, Cecropia pachystachya, Hymaenea stilbocarpea e Zygia cauliflora, foram responsáveis por 43,4% do IVI (índice de valor de importância). A lista das onze espécies com os maiores valores de importância foi completa por Vochysia tucanorum, Guarea guidonea, Solanum sp e Ficus obstosiuscula totalizando 53,9%. Sessenta e duas espécies foram responsáveis por 46,1% do IVI% total. A espécie de maior valor de importância e com maior valor de densidade e freqüência, foi Triplaris brasiliana, espécie que apresentou o maior número de indivíduos (213), bem distribuídos nas áreas úmidas, mas sem excesso de água sobre a lombada do dique marginal. Considerada como espécie preferencial por mata ciliar, apresentando distribuição restrita, mas com populações numerosas, expressando adaptação para condições ambientais específicas e restritivas (LOBO; JOLY, 2001), Calophyllum brasilienses, foi a segunda espécie que apresentou maior valor de importância, devido principalmente ao número de indivíduos e diâmetro do caule. 25 Característica de solos de alta fertilidade, encontrada preferencialmente em solos úmidos e profundos, Gallesia integrifolia foi a espécie que ocupou a terceira posição em valor de importância, principalmente pelo diâmetro do caule dos indivíduos amostrados. Quanto ao estágio sucessional, 36% das espécies pertenceram à classe sucessional tardia, 47% a classes iniciais de sucessão e 16% não foram classificadas. Dentre as onze espécies de maior valor de importância, o resultado foi semelhante, 45% das espécies pertenceram à classe sucessional tardia, 46% a classes iniciais de sucessão e 9% não foram classificadas. Na regeneração artificial de áreas semelhantes, os modelos de implantação deverão se basear no conceito de sucessão secundária onde as espécies ou grupo de espécies de diferentes grupos ecológicos irão se suceder no ecossistema. Dessa maneira, deverá se utilizar a máxima diversidade de espécies nativas possível com grande número de indivíduos de espécies de estágios iniciais de sucessão por área, e, um número menor de indivíduos de espécies secundárias tardias. Referências AB’SABER, A. N. O suporte geológico das florestas beiradeiras (ciliares). In: RODRIGUES, R. R; LEITÃO FILHO, H. F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Edusp, p. 15-25. 2001. CAMPOS, J. B. A pecuária e a degradação social e ambiental do noroeste do Paraná. Cadernos da Biodiversidade, Curitiba, v. 2, p. 1-3. 1999. INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Cartas climáticas do estado do Paraná. Londrina, 1994. IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 1992. (Série Manuais Técnicos em Geociência, 1). KOOP, H.; RIJKSEN, H.; WIND, J. Tools to diagnose forest integrity: an appraisal method substantiated by silvi-star assessment of diversity and forest structure. In: BOYLE, T. J. B.; BOONTAWEE, B. Measuring and monitoring biodiversity in tropical and temperate forests. Bogor: CIFOR/IUFRO. 1994. p. 309-334. LOBO, P. C.; JOLY, C. A. Aspectos ecofisiológicos da vegetação de mata ciliar do sudeste do Brasil. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. F. (Ed.). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: EDUSP, 2001. p. 143-157. MARANGON, L. C.; SOARES, J. J.; FELICIANO, A. L. P. Florística arbórea da mata da Pedreira, Município de Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa, v. 27, n. 2, p. 207215, 2003. MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. Viçosa: Aprenda Fácil Editora, 2001. 26 ROSA, J. Reflorestamento permanente da mata ciliar. Divisão de controle do meio ambiente. São Paulo: RIPASA, 1991. 27 TOMADA DE DECISÃO DE CALAGEM PARA A CULTURA DA SOJA EM SISTEMA DE SEMEADURA DIRETO Thiago de O. Gaviolli1; Antonio Nolla1; Leandro B. da S. Volk1; Itamar P. da Palma1 e Gerson Sander1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução Uma das principais causas do baixo potencial produtivo dos solos brasileiros são a acidez e o baixo teor de nutrientes, o que torna necessária a prática de calagem para restabelecer o potencial produtivo (NOLLA; ANGHINONI, 2004). As recomendações de calagem para o sistema de plantio convencional estão sendo utilizadas, com alterações para o sistema de semeadura direta – SSD (ANGHINONI; SALET, 2000). Entretanto, este sistema possui acúmulo superficial de matéria orgânica e nutrientes e menor toxidez do alumínio (ANGHINONI; SALET, 2000), o que o diferencia do sistema convencional. Assim, uma opção atualmente utilizada na semeadura direta no Paraná, estabelece como critérios de calagem a V = 65% e o pH CaCl2 = 5,6, amostrando a camada de 0-5cm; a necessidade de calcário objetiva elevar a V a 65% (amostragem 0-20cm) (CAIRES; BANZATTO; FONSECA, 2000). É necessário testar essas recomendações para verificar se as alterações nos critérios de calagem são adequadas para solos arenosos, ou se outros índices e metodologias são mais adequados para a calagem em semeadura direta. O objetivo do trabalho foi relacionar condições de acidez com a performance da soja em solos arenosos para avaliar os critérios de calagem utilizados para o SSD. Palavras-chave: Solos arenosos. Sistemas conservacionistas. Critérios de calagem. Material e métodos O experimento foi realizado pelo laboratório de solos da UEM - CAU. Utilizou-se como base experimental um Argissolo Vermelho distrófico típico (PVd), sob mata natural, do qual foram coletadas amostras indeformadas de solo (colunas), em tubos de PVC (250 x 150mm de altura e diâmetro, respectivamente). Aplicou-se, na superfície do solo das colunas, o equivalente a 0, ½, 1 (1.250kg ha-1) e 2 vezes a necessidade de calagem (V=60% - PRNT 100%). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 repetições. Após a aplicação dos tratamentos, as colunas foram incubadas durante 45 dias, com umidade próxima à capacidade de campo. Posteriormente, realizou-se a semeadura da soja (4 plantas por 28 coluna), cultivar CD-213RR, a qual foi tratada com fungicida, cobalto e molibdênio (CoMo) e inoculada. Aplicou-se 100kg ha-1 de K2O e P2O5 no sulco de semeadura. Aos 30 dias da emergência das plântulas, realizou-se a coleta da parte aérea, obtendo-se a massa fresca e seca. Em seguida as colunas foram desmontadas, separando-se as raízes das plantas do solo, obtendo-se a massa fresca do sistema radicular. Realizou-se a quantificação do comprimento do sistema radicular pelo método de Tennant (1975) e raio da raiz utilizando a fórmula proposta por Barber (1995). O solo das colunas foi seco ao ar e passado em peneira com malha de 2mm, determinando-se o pH H2O, pH CaCl2, Ca+2, Mg+2, K+, Al+3, P e H+ + Al+3, seguindo a metodologia descrita pela Embrapa (1999). Estabeleceram-se relações entre os atributos de acidez do solo e parâmetros de planta de maneira. Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo programa SANEST e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e discussão A aplicação de calcário aumentou o crescimento das plantas de soja. O acúmulo de matéria fresca e seca da parte aérea aumentou em até 7 e 10%, respectivamente, quando aplicou-se calcário. A matéria fresca radicular aumentou em até 19,7%, quando comparou-se a testemunha e a aplicação máxima de calcário (Tabela 1). Segundo Ritchey, Silva e Costa (1983), o sistema radicular apresenta uma maior sensibilidade ao alumínio e à carência de nutrientes. A aplicação de doses crescentes de calcário não aumentou o comprimento do sistema radicular (Tabela 1). Provavelmente, apesar de se verificar uma necessidade de calcário, as raízes da soja estavam se desenvolvendo em vasos mantidos próximos à capacidade de campo. Isto reduz a necessidade das plantas aumentarem a exploração do solo pelas raízes para absorverem os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. O raio da raiz não foi reduzido com a aplicação de doses crescentes de calcário (Tabela 1). Isto ocorreu porque o solo estudado apresentava uma concentração baixa de alumínio trocável (0,2cmolc kg-1). Um dos principais problemas decorrentes dos efeitos tóxicos do alumínio é inibição da expansão e conseqüente engrossamento das raízes (TAYLOR, 1988). Os critérios para a tomada de decisão de calagem fornecidos pelos parâmetros de planta considerados (matéria fresca radicular e matéria seca da parte aérea), de maneira geral, apresentaram-se bastante similares (Tabela 2). De forma geral, considerando o pH como índice referencial de acidez, percebe-se que os valores médios encontrados (4,9 e 5,0), são 29 menores que o valor atualmente utilizado para a tomada de decisão de calagem (pH 5,6) para o sistema semeadura direta (CAIRES; BANZATTO; FONSECA, 2000). Assim, o critério de recomendar calagem quando o pH for menor a 5,5 pode estar superestimado para o SSD em solos arenosos. Tabela 1. Matéria fresca e seca da parte aérea, matéria fresca, comprimento e raio do sistema radicular em função da aplicação superficial de doses crescentes de calcário em um Argissolo Vermelho distrófico típico sob campo natural. Dose de Matéria fresca Matéria Matéria Comprimento Raio de calcário aplicado parte Aérea seca parte fresca Radicular Radicular Aérea Radicular Kg ha-1 -----------------------g coluna-1------------ m planta- mm 1 ---0 29,13 b 6,35 b 15,41 c 19,21 a 0,25 a 625 29,66 b 6,57 b 16,69 b 19,22 a 0,26 a 1250 31,41 a 6,99 a 18,23 a 19,22 a 0,27 a 2500 31,30 a 6,91 a 18,45 a 19,04 a 0,28 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Avaliando-se critérios baseados na saturação por bases, observa-se que os valores encontrados (49 - 51%) foram inferiores ao valor de 65%, atualmente utilizado como critério de calagem para o estado do Paraná (CAIRES; BANZATTO; FONSECA, 2000) e igual aos 50% estabelecidos para solos de São Paulo para arroz e café, e para solos dos cerrados (SOUSA; LOBATO, 2004). Tabela 2. Índices de calagem, baseados no ponto de máximo atingido pelos atributos das plantas de soja cultivada em colunas amostradas de um Argissolo Vermelho distrófico típico originalmente sob mata natural. Índices de calagem Matéria seca parte aérea Matéria fresca radicular pH CaCl2 4,9 5,0 Saturação por bases (V%) 49 51 Referências 30 ANGHINONI, I.; SALET, R. L. Reaplicação de calcário no sistema plantio direto consolidado. In: KAMINSKI, J. (Coord.). Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto. Pelotas: Núcleo Regional Sul, 2000. p. 41-59. (Boletim Técnico, 4). BARBER, S. A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2nd ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. CAIRES, E. F.; BANZATTO, D. A.; FONSECA, A. F. Calagem na superfície em sistema plantio direto. Rev. Bras. Cienc. Solo, Campinas, SP, v. 24, p. 161-169, 2000. EMBRAPA. Manual de Análises Químicas de Solos, Plantas e Fertilizantes. Brasília, DF, 1999. 370 p. NOLLA, A.; ANGHINONI, I. Métodos utilizados para a correção da acidez do solo no Brasil. Rev. Cienc. Exatas Nat., Guarapuava, PR, v. 6, p. 97-111, 2004. RITCHEY, K. D.; SILVA, J. E.; COSTA, U. F. Relação entre o teor de cálcio no solo e o desenvolvimento de raízes avaliado por um método biológico. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, v. 7, 269-275, 1983. SOUSA, D. M. G.; LOBATO; E. Cerrado: Correção do solo e adubação. 2. ed. Brasília, DF, Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416 p. TAYLOR, G. J. The physiology of aluminum phytotoxicity. In: SIEGAL, H.; SIEGAL, A. (Ed.) Metals Ions in Biological Systems. New York: Marcel Dekker, 1988. p. 123-163. TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J Appl. Ecol., Oxford, v. 63, p. 995-1001, 1975. 31 PERFORMANCE DA CULTURA DA SOJA SOB DIFERENTES NÍVEIS DE ACIDEZ EM UM ARGISSOLO SOB MATA NATURAL Thiago de Oliveira Gaviolli1; Antonio Nolla1; Leandro B. da S. Volk1; Itamar P. da Palma1 e Gerson Sander1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução No sistema semeadura direta há uma dinâmica diferenciada do convencional, devido ao acúmulo superficial de matéria orgânica e nutrientes e menor toxidez do alumínio (ANGHINONI; SALET, 2000). Baseando-se na recomendação de calagem para o sistema convencional (elevar a saturação por bases até 70%), há uma elevada necessidade de calcário; porém observam-se rendimentos adequados após longos períodos sem reaplicação de calcário, sem a correspondente resposta no rendimento das culturas. Assim, uma opção atualmente utilizada na semeadura direta no Paraná, estabelece como critérios de calagem a V = 65% e o pH CaCl2 = 5,6, amostrando a camada de 0-5cm; a necessidade de calcário objetiva elevar a V a 65% (amostragem 0-20cm) (CAIRES; BANZATTO; FONSECA, 2000). No entanto, questiona-se se esta recomendação pode ser utilizada para solos arenosos sob semeadura direta, pois a opção atualmente utilizada baseou-se em alguns experimentos de resposta à adição de calcário em semeadura direta, generalizando-se os resultados no estado, que possui solos heterogêneos. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo relacionar condições de acidez com o desempenho da soja em solos arenosos, para avaliar os critérios de decisão de calagem utilizados para o sistema semeadura direta. Palavras-chave: Calagem. Solos arenosos. Indicadores de calagem. Material e métodos O trabalho foi realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Campus Regional de Umuarama, junto ao laboratório de análise de solos, utilizando-se de um Argissolo Vermelho distrófico típico (PVd), sob mata natural, onde coletou-se amostras indeformadas de solo (colunas), em tubos de PVC (250 x 150mm de altura e diâmetro, respectivamente). Aplicou-se superficialmente o equivalente a 0, ½, 1 e 2 vezes a necessidade de calagem (V=60% - PRNT 100%), utilizando-se um delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições. 32 As colunas foram incubadas durante 45 dias, com umidade próxima à capacidade de campo, realizando-se posteriormente a semeadura da soja, cultivar CD-213RR, a qual foi tratada com fungicida, com cobalto e molibdênio (CoMo) e inoculada com bactérias Bradyrhizobium elkanii e Bradyrhizobium japonicum, realizando-se adubação no sulco de semeadura na dosagem de 100kg ha -1 de K2O e P2O5, na forma de cloreto de potássio e super fosfato simples. Manteve-se 4 plantas por coluna. Após 30 dias da emergência, realizou-se a coleta da parte aérea, obtendo-se a massa fresca e seca. As colunas foram desmontadas separando-se as raízes das plantas do solo, obtendo-se a massa fresca e seca do sistema radicular, também realizou-se a quantificação do comprimento do sistema radicular pelo método de Tennant (1975) e do raio da raiz utilizando a fórmula proposta por Barber (1995). Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo programa SANEST e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e discussão Ocorreu um aumento na matéria fresca da parte aérea com a adição de doses crescentes de calcário aplicadas ao solo. O valor máximo da matéria fresca da parte aérea foi obtido quando aplicou-se 2.300kg ha-1 de calcário, valor superior à necessidade de calcário (1.250kg ha-1) para elevar a saturação por bases a 60% (QUAGGIO, 2000). Isso indica que a dose de calcário estipulada (QUAGGIO, 2000) pode estar subestimada para solos arenosos (Figura 1a). Da mesma forma, a matéria seca aumentou à medida que aplicou-se doses crescentes de calcário, obtendo-se um valor máximo de massa de matéria seca quando aplicou-se 1.750kg ha-1 (Figura 1b). Isso reforça a indicação de que para solos arenosos, fazse necessário a aplicação de doses superiores de calcário ao recomendado para elevar a saturação por bases a 60% (QUAGGIO, 2000) para a cultura da soja. Isto, provavelmente ocorreu porque em solos arenosos, a capacidade de troca de cátions é inferior a solos argilosos de alto potencial produtivo (MELLO et al., 1989). Nessas condições a aplicação de calcário é necessária para que ocorra uma fertilização cálcica e magnesiana (SOUSA; LOBATO, 2004), o que eleva a saturação por bases a níveis adequados e aumenta o desenvolvimento da parte aérea das plantas. A aplicação de doses crescentes de calcário também aumentou a acumulação de matéria fresca do sistema radicular da soja (Figura 1c), indicando que o melhor desenvolvimento do sistema radicular foi obtido nos tratamentos onde se aplicou 2.214kg ha-1 de calcário. Já matéria seca do sistema radicular não aumentou com a aplicação de doses 33 crescentes de calcário (Figura 1d), o que não era esperado, pois a concentração de umidade 32,0 31,0 30,5 30,0 29,5 29,0 2 2 y = -5E-07x + 0,0023x + 28,93 R = 0,88** 28,5 500 1000 1500 2000 Dose de calcário (kg ha -1) 19 18 17 16 y = -7E-07x 2 + 0,0031x + 15,31 R2 = 0,98** 15 500 1000 1500 2000 6,8 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 y = -2E-07x 2 + 0,0007x + 6,31 R2 = 0,92** 6,2 0 500 1,5 2000 2500 1,0 0,5 2 y = -1E-05x + 1,296 R = 0,008 ns 0,0 0 2500 500 1000 1500 2000 2500 -1 Dose de calcário (kg ha ) e 0,30 Raio radicular médio (mm) Compr. radicular (m planta -1) 1500 d Dose de calcário (kg ha -1) 19,5 1000 Dose de calcário (kg ha -1) c 0 b 6,9 2500 -1 M. fresca radicular (g coluna -1) 0 7,0 -1 M. seca p. aérea (g coluna a 31,5 M. seca radicular (g coluna ) M. fresca p. aérea (g coluna ) -1 ) das raízes era bastante semelhante entre si. 19,2 18,9 18,6 18,3 y = -7E-05x + 19,25 R2 = 0,76ns 18,0 f 0,28 0,26 0,24 0,22 y = -5E-09x 2 + 2E-05x + 0,25 R2 = 0,99ns 0,20 0 500 1000 1500 2000 2500 Dose de calcário (kg ha -1) 0 500 1000 1500 2000 Dose de calcário (kg ha -1) 2500 Figura 1. Relação da aplicação de doses crescentes de calcário com a matéria fresca (a) e seca (b) da parte aérea, matéria fresca (c) e seca (d) do sistema radicular, com o comprimento do sistema radicular (e) e com o raio radicular (f) da soja cultivada em colunas amostradas de um Argissolo Vermelho originalmente sob mata natural. 34 A aplicação de doses crescentes de calcário não aumentou o comprimento do sistema radicular (Figura 1e). Isto pode ter ocorrido, porque apesar de se verificar uma necessidade de calcário de no mínimo 1.750kg ha-1 (Figura 1b), as raízes das plantas estavam se desenvolvendo em vasos mantidos próximos à capacidade de campo. Isto reduz a necessidade das plantas aumentarem a exploração do solo pelas raízes para absorverem os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. O raio da raiz não foi reduzido com a aplicação de doses crescentes de calcário (Figura 1f). Isto ocorreu porque o solo estudado apresentava uma concentração baixa de alumínio trocável (0,2cmolc kg-1). Um dos principais problemas decorrentes dos efeitos tóxicos do alumínio é inibição da expansão e conseqüente engrossamento das raízes (TAYLOR, 1988). Referências ANGHINONI, I.; SALET, R. L. Reaplicação de calcário no sistema plantio direto consolidado. In: KAMINSKI, J. (Coord.). Uso de corretivos da acidez do solo no plantio direto. Pelotas: Núcleo Regional Sul, 2000. p. 41-59. (Boletim Técnico, 4). BARBER, S. A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2nd ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. 414 p. CAIRES, E. F.; BANZATTO, D. A.; FONSECA, A. F. Calagem na superfície em sistema plantio direto. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, v. 24, p. 161-169, 2000. MELLO, F. de A. F. et al. Fertilidade do solo. 3. ed. Piracicaba: Nobel, 1989. 400 p. QUAGGIO, J. A. Acidez e calagem em solos tropicais. Campinas: IAC, 2000. 111p. SOUSA, D. M.; LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e adubação. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416 p. TAYLOR, G. J. The physiology of aluminum phytotoxicity. In: SIEGAL, H.; SIEGAL, A. (Ed.) Metals ions in biological systems. New York: Marcel Dekker, 1988. p. 123-163. TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J. Appl. Ecol, Oxford, v. 63, p. 995-1001, 1975. 35 PRODUTIVIDADE E CAPACIDADE DE EXPANSÃO DE HÍBRIDOS DE MILHO PIPOCA SOB EFEITO DA IRRIGAÇÃO COM DIFERENTES Kc NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ 1 Gregory Fedri ; Marizangela Rizzatti Ávila1; Eder Pereira Gomes1; Carlos Alberto Scapim2; Davi Antonio Oliveira Barizão1; Leandro Paiola Albrecht2 e Marcos Araújo Rodovalho2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução A produção de milho pipoca está se expandindo no Brasil. No entanto, há pouca informação disponível sobre a melhor época de semeadura, a viabilidade no cultivo em safrinha, o zoneamento edafoclimático para cultivares nacionais, os coeficientes culturais para manejo de irrigação, entre outros aspectos de interesse fitotécnico e também com o melhoramento das cultivares nacionais, buscando-se a qualidade dos híbridos americanos (OLIVEIRA et al., 2007). A irrigação para a cultura do milho pode ser viável economicamente quando o fator limitante é a água e/ou o preço de venda do produto é favorável, o que possibilita a minimização de risco e estabilidade no rendimento (REZENDE; ALBUQUERQUE; COUTO, 2003) fato que também pode ser observado para a cultura de milho pipoca. Desta forma o presente trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade e capacidade de expansão de diferentes híbridos de milho pipoca cultivados sob diferentes coeficientes de cultura na região do arenito caiuá. Palavras-chave: Zea mays L., Solo arenoso. Irrigação. Rendimentos. Material e Métodos O ensaio for instalado no ano agrícola de 2008 na Fazenda do Campus Avançado de Umuarama, PR, pertencente à Universidade Estadual de Maringá. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados com quatro repetições em esquema de parcela subdividida. As parcelas foram compostas por diferentes valores de coeficientes da cultura (Kc) (0; 0,8; 1; 1,2 e 1,4Kc) e as subparcelas pelos híbridos (Jade – triplo; e IAC 125 – top cross), um fatorial 2x5. O dimensionamento das subparcelas era de vinte metros quadrados (4 x 5m), sendo 0,9m entre as linhas e 0,2m entre plantas. 36 Os valores de Kc foram pré-fixados de forma decendial de acordo com Alfonsi et al. (1990), citado por Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002) desta forma, a cada 10 dias de ciclo mudava-se o Kc , portanto ao considerar-se um ciclo de 110 dias, estes foram os respectivos valores considerando um ciclo de 110 dias estes valores foram: 0,4; 0,5; 0,6; 0,7; 0,8; 1,0; 1,2; 1,0; 0,8 e 0,5 (Kc) sendo que no último decêndio a irrigação foi suspensa a fim de se realizar a colheita. A partir do Kc recomendado para a cultura foram propostos outros três valores decendiais de Kc que foram calculados da seguinte forma: um décimo abaixo, um e dois décimos acima do Kc da cultura respectivamente. Assim foram encontrados os seguintes valores: 0,3; 0,4; 0,5; 0,6; 0,6; 0,8; 1,0; 0,8; 0,6; e 0,4 (0,8 Kc); 0,5; 0,6; 0,7; 0,8; 1,0; 1,2; 1,4; 1,2; 1,0 e 0,6 (1,2 Kc) e 0,6; 0,7; 0,8; 1,0; 1,1; 1,4; 1,7; 1,4; 1,1 e 0,7 (1,4 Kc). Iniciou-se a colheita quando os grãos apresentavam 18% de umidade. A produtividade foi determinada a partir do peso total de grãos debulhados em cada parcela, corrigidos para 14% de umidade. A capacidade de expansão foi obtida a partir da razão entre o volume de pipoca expandida, medida numa proveta com capacidade de 2.000mL e a massa de 30g de grãos, medido em balança de precisão. Foram avaliadas duas amostras por parcela. Na obtenção da capacidade de expansão, foi utilizado um pipocador desenvolvido pela Embrapa Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária (CNPDIA). Após as avaliações os dados obtidos para todas as variáveis foram submetidos à análise de variância. Independente da significância pelo teste F (P<0,05), na interação (híbridos x coeficientes da cultura), foram realizados os desdobramentos necessários para verificar possíveis efeitos da interação. A avaliação dos efeitos de híbridos para cada coeficiente da cultura foi realizada pelo teste F, conclusivo (P<0,05). A avaliação dos coeficientes de cultura para cada híbrido foi analisada por regressão a fim de verificar o comportamento das características a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão É possível identificar que o híbrido Jade foi superior em produtividade, dentro de todos os coeficientes de Kc. Quanto à capacidade de expansão (CE), somente quando a irrigação foi ausente (Kc = 0), o genótipo IAC 125 (1) não foi superior ao Jade (2). Não havendo, portanto, uma relação positiva entre produtividade e expansão da pipoca, porém, existindo irrigação, há distinção fenotípica entre os híbridos, quanto a CE (Tabela 1). No tocante ao efeito do Kc, na CE apenas o IAC 125 foi responsivo, com seu CE aumentando com a elevação do Kc (Figura 1B). Na variável produtividade, o híbrido 1 manteve a tendência linear positiva, enquanto o híbrido 2, apresentou comportamento 37 quadrático. Ambos apontam para um Kc superior ao usual na cultura do milho (1Kc) (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2002; REZENDE; ALBUQUERQUE; COUTO, 2003). Tabela 1. Produtividade e capacidade de expansão para dois híbridos de milho pipoca, cultivados com diferentes coeficientes da cultura. Umuarama, PR (2007/2008). Coeficiente da cultura Híbridos1 0 1. IAC 125 2. JADE Média C.V. (%) 1.118,91 B 3.099,08 A 2.108,99 6,31 1. IAC 125 2. JADE Média C.V. (%) 1 34,66 A 36,58 A 35,62 0,8 1,2 Kc Produtividade (kg ha-1) 2.315,61 B 2.769,43 B 3.484,88 B 3.735,06 A 5.495,57 A 5.783,60 A 3.025,34 4.132,50 4.634,24 1,4 5.208,37 A 4.488,76 B 4.848,56 Capacidade de expansão (mL g-1) 40,25 A 41,08 A 40,00 A 36,16 B 36,66 B 38,75 B 38,21 38,87 39,38 41,08 A 37,00 B 39,04 4,28 Médias seguidas de mesma letra maiúscula, em cada coluna, para a mesma variável, não diferem entre si pelo teste F, a 5% de probabilidade. Figura 1. Produtividade (A) e capacidade de expansão (B), de dois híbridos de milho pipoca em função da irrigação com diferentes coeficientes da cultura. Umuarama, PR (2007/2008). Referências OLIVEIRA, F. A. et al. Desenvolvimento inicial do milho-pipoca ‘jade’ irrigado com água de diferentes níveis de salinidade. Revista Verde, Mossoró, v. 2, n. 1, p. 45-52, 2007. PEREIRA, A. R., ANGELOCCI, L. R., SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações práticas. In: PEREIRA, A. R., ANGELOCCI, L. R., SENTELHAS, P. C. Balanço hídrico de cultivos. Guaíba: Agropecuária, 2002. p. 269-288. 38 RESENDE, M.; ALBUQUERQUE, P. E. P.; COUTO, L. Manejo de Irrigação. In: RESENDE, M.; ALBUQUERQUE, P. E .P.; COUTO, L. (Ed.). A cultura do milho irrigado. Brasília, DF: Embrapa, 2003. p. 245-301. 39 DESEMPENHO VEGETATIVO DE HÍBRIDOS DE MILHO PIPOCA CULTIVADOS SOB IRRIGAÇÃO COM DIFERENTES Kc NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ Gregory Fedri1; Marizangela Rizzatti Ávila1; Eder Pereira Gomes1; Carlos Alberto Scapim2; Davi Antonio Oliveira Barizão1 e Leandro Paiola Albrecht2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução O milho pipoca é caracterizado por possuir grãos pequenos e duros que têm a capacidade de estourar/expandir quando aquecidos em torno de 180ºC, diferenciando-se, deste modo, do milho comum, apesar de pertencente à mesma espécie botânica Zea mays L. (OLIVEIRA et al., 2007). O consumo nacional desse produto está em torno de 80 mil toneladas, sendo 75%, desse milho importado da Argentina e Estados Unidos. A região noroeste do Estado do Paraná se caracteriza por pequenas propriedades agrícolas, com um solo de arenito e, a maioria da extensão de solo ocupado por pastagens degradadas. Desta forma a diversificação das atividades agrícolas nas pequenas propriedades é uma alternativa que inclui a adoção de culturas de maior valor econômico por área e/ou aquelas a que se pode agregar valor. Contudo devido às características de solo e clima da região a suplementação com água seria indispensável para o cultivo de milho pipoca, por ser considerada uma cultura que demanda muita água. Desta forma o presente trabalho teve como objetivo avaliar algumas características agronômicas de diferentes híbridos de milho pipoca, cultivados sob diferentes coeficientes de cultura na região do arenito caiuá. Palavras-chave: Zea mays L. Solo arenoso. Irrigação. Plantas. Material e Métodos O ensaio for instalado no ano agrícola de 2008 na Fazenda do Campus Avançado de Umuarama, PR, pertencente à Universidade Estadual de Maringá. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados com quatro repetições em esquema de parcela subdividida. As parcelas foram compostas por diferentes valores de coeficientes da cultura (Kc) (0; 0,8; 1; 1,2 e 1,4Kc) e as subparcelas pelos híbridos (Jade – triplo; e IAC 125 – top cross), um fatorial 2x5. Cada subparcela irrigada continha quatro microaspersores, um em cada canto, com bocal cinza e vazão de 36L h-1 à 15m.c.a de pressão. O dimensionamento das 40 subparcelas era de vinte metros quadrados (4 x 5m), sendo 0,9m entre as linhas e 0,2m entre plantas. Os valores de Kc foram pré-fixados de forma decendial de acordo com Alfonsi et al. (1990), citado por Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002) desta forma, a cada 10 dias de ciclo mudava-se o Kc, portanto ao considerar-se um ciclo de 110 dias, estes foram os respectivos valores: 0,4; 0,5; 0,6; 0,7; 0,8; 1,0; 1,2; 1,0; 0,8 e 0,5 (Kc), sendo que no último decêndio a irrigação foi suspensa a fim de se realizar a colheita. A partir do Kc recomendado para a cultura foram propostos outros três valores decendiais de Kc que foram calculados da seguinte forma: um décimo abaixo, um e dois décimos acima do Kc da cultura respectivamente. Assim foram encontrados os seguintes valores: 0,3; 0,4; 0,5; 0,6; 0,6; 0,8; 1,0; 0,8; 0,6; e 0,4 (0,8 Kc); 0,5; 0,6; 0,7; 0,8; 1,0; 1,2; 1,4; 1,2; 1,0 e 0,6 (1,2 Kc) e 0,6; 0,7; 0,8; 1,0; 1,1; 1,4; 1,7; 1,4; 1,1 e 0,7 (1,4 Kc). O manejo de irrigação foi realizado por meio de balanço hídrico. Os valores de precipitação (P) e evapotranspiração de referência (ETo) foram diariamente fornecidos pela Estação Agroclimática do Campus, equipada com anemômetro, termohigrógrafo, tanque classe A e pluviômetro. A evapotranspiração da cultura (ETc) foi estimada a partir do produto da evapotranspiração de referência (ETo) pelo coeficiente de cultura (kc). Antes da colheita avaliaram-se as características agronômicas: altura de plantas e altura da inserção da primeira espiga. Após as avaliações os dados obtidos foram submetidos à análise de variância. Independente da significância pelo teste F (P<0,05), na interação (híbridos x lâminas de irrigação), foram realizados os desdobramentos necessários para verificar possíveis efeitos da interação. A avaliação dos efeitos de híbridos para cada coeficiente de cultura foi realizada pelo teste F, conclusivo (P<0,05). Os coeficientes de cultura para cada híbrido foram analisados por regressão a fim de verificar o comportamento das características a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão As diferenças entre genótipos de milho pipoca ocorreram dentro dos Kc, no entanto, não identificadas dentro de todos os níveis de Kc (Tabela 1). Porém, o efeito do Kc, para cada híbrido, foi distinto para altura de planta e não significativo para altura de inserção de espiga (Figura 1). O comportamento quadrático e, sobretudo o linear (IAC 125), denotam a relevância da irrigação no desenvolvimento da cultura, apontada por Bergonci et al. (2001). 41 Tabela 1. Altura de plantas e altura de inserção da primeira espiga para dois híbridos de milho pipoca, cultivados com diferentes coeficientes da cultura. Umuarama, PR (2007/2008). Coeficiente da cultura Híbridos1 0 1 1. IAC 125 2. JADE Média C.V. (%) 141,57 A 138,50 A 140,04 4,24 1. IAC 125 2. JADE Média C.V. (%) 85,95 A 80,75 A 83,35 0,8 165,50 A 162,25 A 163,88 Kc Altura de planta (cm) 158,00 A 166,50 A 162,25 1,2 1,4 153,25 B 181,25 A 167,25 185,00 A 160,25 B 172,63 Altura de inserção da primeira espiga (cm) 92,50 A 89,50 A 87,10 A 88,50 A 83,50 B 86,50 A 90,50 86,50 86,80 88,75A 89,75A 89,25 1,94 Médias seguidas de mesma letra maiúscula, em cada coluna, para a mesma variável, não diferem entre si pelo teste F, a 5% de probabilidade. Figura 1. Altura da planta (A) e altura de inserção da primeira espiga (B) para dois híbridos de milho pipoca em função da irrigação com diferentes coeficientes da cultura. Umuarama, PR (2007/2008). Referências BERGONCI, J. I. et al. Eficiência da irrigação em rendimento de grãos e matéria seca de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 36, n. 7, p. 949-956, 2001. OLIVEIRA, F. A. et al. Desenvolvimento inicial do milho-pipoca ‘ jade’ irrigado com água de diferentes níveis de salinidade. Revista Verde, Mossoró, v. 2, n. 1, p. 45-52, 2007. 42 PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações práticas. In: PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P. C. Balanço hídrico de cultivos. Guaíba: Agropecuária, 2002. p. 269-288. 43 QUALIDADE DAS SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA SOB EFEITO DE APLICAÇÕES DE GLYPHOSATE 1 Eduardo Paulo Introvini ; Leandro Paiola Albrecht1; Alfredo Júnior Paiola Albrecht1; Diego G. Alonso1; Rubem S. de Oliveira Jr. 1; Alessandro de Lucca e Braccini1 e Mauro Cezar Barbosa1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução Espera-se rápido aumento da área cultivada com soja geneticamente modificada para resistência a glyphosate no Brasil. Cultivares resistentes ao glyphosate oferecem aos agricultores a flexibilidade de controlar um amplo espectro de plantas daninhas. Apesar dos custos mais elevados, associados à aquisição de sementes, os custos relativos ao controle de plantas daninhas podem ser diminuídos (HEATHERLY; REDDY; SPERLOCK, 2005). Em virtude da cultura da soja apresentar intensa atividade de pesquisa dirigida à obtenção de informações que possibilitem aumentos na produtividade e redução nos custos de produção (EMBRAPA, 2006), exige-se a constante reformulação, adaptação e introdução de tecnologias, sobretudo em relação ao manejo da soja transgênica (RR), no que concerne ao uso do glyphosate em pós-emergência e suas implicações no desempenho agronômico e na qualidade das sementes. Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar e a qualidade fisiológica e sanitária das sementes de soja RR em função de doses crescentes glyphosate aplicados em pós-emergência. Palavras-chave: Glycine max. Sementes. Soja RR. Glyphosate. Material e Métodos O experimento de campo foi instalado em uma propriedade rural, em Marialva, localizada na região noroeste do Estado do Paraná. As avaliações foram conduzidas no Laboratório de Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (NUPAGRI) da UEM, em Maringá - PR. A adubação e os tratos culturais, incluindo manejo de pragas e doenças, foram os mesmos preconizados pelo sistema de produção da região, segundo Embrapa Soja (2006). Foi utilizada no experimento, a cultivar de soja CD 214 RR, pertencente ao grupo de maturação precoce, com ciclo médio de 115 dias. As sementes de soja, da cultivar em questão, foram semeadas em 01/12/2006, com espaçamento de 0,45m entre linhas. As pulverizações foliares, dos diferentes tratamentos, foram efetuadas no estádio V 3 de desenvolvimento da cultura. 44 Foram cinco os tratamentos, incluindo a testemunha sem herbicida e quatro doses de Roundup Original® (glyphosate): 1,0; 2,0; 3,0 e 4,0L ha-1. A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos testes de germinação (indicativo de viabilidade) e primeira contagem do teste de germinação (indicativo de vigor) (BRASIL, 1992). A qualidade sanitária foi avaliada por meio do método do papel-filtro ou “blotter test” (GOULART, 1997). O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância, teste t e aplicada análise de regressão, para verificar o comportamento das variáveis, a 5% de probabilidade. Não foi necessária a transformação dos dados, pois todas as pressuposições básicas para análise de variância foram atendidas. Resultados e Discussão As variáveis relacionadas à qualidade das sementes (germinação – viabilidade e vigor; e sanidade – incidência de fungos), apenas para a sanidade ocorreu resposta significativa. A significância para sanidade é observada na Figura 1, em que se observa resposta linear positiva em função do aumento nas doses de glyphosate. Nota-se que efeito crescente na incidência de fungos, foi identificado somente para a espécie Cercospora kikuchii, portanto, as demais espécies isoladas são apenas discriminadas e quantificadas na Tabela 1. Substâncias com ação fitoalexínica na soja, como gliceolina, tem seu efeito antimicrobiano diminuído, mesmo em concentrações extremamente baixas e não tóxicas de glyphosate, atribuídas à inibição da síntese das referidas fitoalexinas (KEEN; HOLLIDAY; YOSHIKAWA, 1982). Alterações também podem suceder na nutrição de mineral das plantas de soja, como no caso do manganês (GORDON, 2006), envolvido na síntese de lignina, uma proteção física a entrada de patógenos. 45 Figura 1. Regressão polinomial, para a porcentagem de plântulas normais e incidência de fungos (Cercospora kikuchii), das sementes da cultivar de soja CD 214 RR, produzidas sob o efeito da aplicação pós-emergente de glyphosate em Marialva - PR. Tabela 1. Fungos isoladas discriminados pela avaliação de sanidade das sementes da cultivar de soja CD 214 RR, produzidas sob o efeito da aplicação pós-emergente de glyphosate em Marialva - PR. Roundup Original® (Glyphosate 360 g L-1) 0 (L ha-1) 1,0 (L ha-1) 2,0 (L ha-1) 3,0 (L ha-1) 4,0 (L ha-1) Aspergillus spp. 16,50 4,50 7,00 8,75 2,75 Fungos Isolados (%) Cercospora Fusarium kikuchii semitectum 15,25 13,00 10,00 7,75 18,75 13,75 19,75 5,00 22,75 4,25 Phomopsis spp. 21,00 11,50 16,75 15,00 6,25 Total 65,75 33,75 56,25 48,5 31,25 Considerando que o fungo Cercospora kikuchii é agente etiológico do crestamento foliar, uma doença de final de ciclo, e da mancha púrpura, na semente, uma elevação na sua incidência, em detrimento da qualidade sanitária das sementes, também pode ocasionar decréscimos na produtividade. A afirmativa se faz válida, sobretudo em anos de condições climáticas mais favoráveis a proliferação desse fungo, uma vez que o mesmo pode afetar o enchimento das sementes de soja. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365 p. EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja – Paraná – 2007. Londrina: Embrapa Soja, 2006. 208 p. (Sistemas de Produção). 46 GORDON, B. Manganese nutrition of glyphosate-resistant and conventional soybeans. In: GREAT PLAINS SOIL FERTILITY CONFERENCE. Denver, CO, Proceedings… March 7-8, 2006, p. 224-226. GOULART, A. C. P. Fungos em sementes de soja: detecção e importância. Dourados: Embrapa, 1997. 58 p. (Documentos, 11). HEATHERLY, L. G.; REDDY, K. N.; SPURLOCK, S. R. Weed management in glyphosateresistant and non-glyphosate-resistant soybean grown continuously and in rotation. Agron. J. Madison, v. 97, p. 568-577, 2005. KEEN, N. T.; HOLLIDAY, M. J.; YOSHIKAWA, M. Effects of glyphosate on glyceollin production and the expression of resistance to Phytophthora megasperma f. sp. glycinea in soybean. Phytopathology, Saint Paul, v. 72, n. 11, p. 1467-1470, 1982. 47 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA INOCULAÇÃO DAS SEMENTES DE ARROZ (Oryza sativa L.) COM Azospirillum Alfredo Júnior Paiola Albrecht1; Leandro Paiola Albrecht1; Marizangela Rizzatti Ávila2; Alessandro de Lucca e Braccini1; Mauro Cezar Barbosa1; Paulo Vinicius Demeneck Vieira1 e Gabriel Loli Bazo1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama – PR Introdução A cultura do arroz no campo pode estar associada com bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Azospirillum. Nessa associação não ocorre, aparentemente, a invasão dos tecidos vegetais pela bactéria e nem a formação de uma estrutura especializada para a fixação do nitrogênio. Rodrigues et al., (2000) confirmam a existência de uma interação estreita entre a planta de trigo e Azospirillum spp.. Cavallet et al. (2000) verificaram que a inoculação das sementes com Azospirillum spp. aumentou significativamente a produtividade média de grãos na cultura do milho. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência da inoculação das sementes com Azospirillum spp. na cultura de arroz cultivado em terras altas. Palavras-chave: Produtividade. Inoculantes. Nitrogênio. Bactérias. Material e Métodos O experimento de campo foi instalado em área localizada na Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá, no município de Maringá, região noroeste do Estado do Paraná. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições. As parcelas foram constituídas de oito linhas de 5m de comprimento espaçadas de 0,50m entre si. O esquema detalhado dos tratamentos empregados encontra-se na (Tabela 1). A densidade de semeadura foi de, aproximadamente, 106 sementes por metro linear com população de 2.120.000 plantas ha-1. A adubação foi realizada manualmente seguindo os critérios recomendados por Fageria (1998). O sistema de plantio adotado foi o direto, realizado a semeadura no dia 18/10/2007 e utilizando sementes de arroz da cultivar IPR 117. As sementes de arroz não receberam nenhum tratamento, exceto com o inoculante. 48 Tabela 1. Tratamentos da inoculação das sementes de arroz utilizando Azospirillum spp.. Tratamentos Época de aplicação 1. Testemunha sem N e sem Azospirillum 2. Tratamento com a dose de N recomendada para a cultura 3. Tratamento com ½ dose de N recomendada para a cultura Semeadura 4. Tratamento com ½ dose de N e inoculado com Azospirillum turfoso 5. Tratamento com ½ dose de N e inoculado com Azospirillum líquido O inoculante utilizado foi a base de Azospirillum com população de 109 de células de bactérias viáveis por grama ou por mL do produto; na dosagem de 200g e 200mL de inoculante para 60.000 sementes da formulação turfosa e líquida, respectivamente. A aplicação do inoculante nas sementes de arroz foi realizada utilizou-se calda açucarada na concentração de 10%. Avaliou-se: altura das plantas; matéria seca de planta no florescimento, produtividade e massa de mil sementes. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância a 5% de probabilidade (P<0,05) e, quando significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05). Resultados e Discussão Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos avaliados para as variáveis altura de plantas, matéria seca no florescimento e massa de mil grãos. Verificou-se diferença significativa (P<0,05) para a variável produtividade de grãos, em que os tratamentos 2; 4 e 5 foram estatisticamente iguais, diferindo apenas do tratamento 1 (Tabela 2). Os incrementos observados na produtividade, em relação à testemunha são devidos, possivelmente, a melhor formação das espiguetas na panícula, no pós-florescimento, o que deve ter levado, ao maior número de grãos por panícula. Nota-se que a resposta ao nitrogênio é mais pronunciada sob condições favoráveis durante o florescimento da cultura. Isto pode ser explicado pelo fato do nitrogênio ser muito importante na diferenciação e formação da panícula (MAGALHÃES JUNIOR et al., 2004). O presente trabalho permite inferir que há viabilidade da utilização da metade da dose de nitrogênio, em semeadura na cultura do arroz de sequeiro, associada à inoculação das sementes com Azospirillum spp., tanto na formulação líquida quanto na turfosa, na dosagem de 200mL ou 200g de inoculante. Além de ser vantajoso economicamente, a utilização de 49 Azospirillum spp. não apresenta, do ponto de vista ecológico e ambiental, impacto negativo ao meio ambiente (HITZIGSOHN et al., 2000). Tabela 2. Médias da altura de plantas, matéria seca no florescimento, massa de mil grãos e produtividade da cultura do arroz, em resposta a diferentes tratamentos com nitrogênio e inoculação das sementes com Azospiurillum spp. Características avaliadas1 Altura de Plantas Matéria seca no florescimento Massa de mil grãos ----- cm ----- ------ % ----- ----- g ---- 0,99 A 1,03 A 1,02 A 1,00 A 1,04 A 51,32 A 51,61 A 51,64 A 50,97 A 52,38 A 29,08 A 30,14 A 29,57 A 30,43 A 30,53 A ---- kg ha-1 --1.969,26 B 2.567,30 A 2.431,46 AB 2.730,94 A 2.910,92 A Média 1,01 51,58 29,95 2.521,97 C.V. (%) 4,37 7,40 1,91 9,31 Tratamentos 1. 2. 3. 4. 5. Produtividade 1 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Referências CAVALETT, L. E. et al. Produtividade do milho em resposta à aplicação de nitrogênio e inoculação das sementes com Azospirillum spp. Rev. Bras. Eng. Agric. Ambient., Campina Grande, v. 4, n. 1, p. 129-132, 2000. FAGERIA, N. K. Manejo da calagem e da adubação do arroz. In: BRESEGHELLO, F.; STONE, L.F. (Ed.). Tecnologia para o arroz de terras altas. Santo Antônio de Goiás: EMBRAPA Arroz e Feijão, 1998. p. 67-78. HITZIGSOHN, R. et al. Plant-growth promotion in natural pastures by inoculation with Azospirillum brasilense under suboptimal growth conditions. Arid Soil Res. Rehabi., Budapest, v. 13, p. 151-158, 2000. MAGALHÃES JUNIOR, A. M. et al. Aspectos genéticos, morfológicos e de desenvolvimento de plantas de arroz irrigado. In: GOMES, A. S.; MAGALHÃES JUNIOR, A. M. (Ed.). Arroz irrigado no Sul do Brasil, Brasília, DF, 2004. p. 143-159. RODRIGUES, O. et al. Nitrogen translocation in wheat inoculated with Azospirillum and fertilized with nitrogen. Pesqui. Agropecu. Bras., Brasília, DF, v. 35, n. 7, p. 1473-1481, 2000. 50 QUALIDADE DE FIBRA DE ALGODÃO EM RESPOSTA À APLICAÇÃO DE BIORREGULADOR Thiago Toshio Ricci2; Leandro Paiola Albrecht2; Alessandro de Lucca e Braccini2; Marizangela Rizzatti Ávila1; Marcibela Stülp1; Mauro Cezar Barbosa2 e Alfredo Júnior Paiola Albrecht2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução Santos e Vieira (2005) comprovaram que o biorregulador Stimulate ®, aplicado via sementes, é capaz de originar plântulas de algodoeiro mais vigorosas, com maior comprimento, massa seca e porcentagem de emergência em areia e terra vegetal; a área foliar, a altura e o crescimento inicial de plantas de algodão foram incrementados pela aplicação desse biorregulador nas sementes. Diante do exposto, a utilização de produtos a base de reguladores vegetais podem não só influenciar na germinação e no desenvolvimento das plântulas de algodão, bem como apresentar efeitos positivos no rendimento da cultura, e incrementar a qualidade da pluma. Contudo, os resultados alcançados até o momento com a utilização de tal tecnologia ainda são relativamente recentes, incipientes e não totalmente conclusivos, justificando mais estudos nesse sentido. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do uso de biorregulador com ação promotora, via tratamento de sementes e aplicação foliar, sobre a qualidade de fibra, da cultivar de algodão CD 401. Palavras-chave: Gossypium hirsutum L. Pluma. Fitorregulador. Material e Métodos O experimento de campo foi instalado na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual de Maringá (UEM). As determinações de rendimento e qualidade de fibra realizadas na Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (COODETEC), em Cascavel - PR. As sementes de algodão da cultivar CD 410 (ciclo precoce no Paraná) foram semeadas manualmente em sulcos espaçados de 0,90m, na profundidade aproximada de 5cm. Para as avaliações, foram consideradas apenas as quatro fileiras centrais, descartando-se 1,0m de cada 51 extremidade, totalizando, assim, uma área útil de 18,0m2. A semeadura foi realizada no dia 13/10/2005 e os tratamentos foram compostos por três formas de aplicação, uma via tratamento de sementes e duas em pulverização foliar, em diferentes estádios fenológicos da cultura (V3 e B1), com o biorregulador Stimulate® dez vezes mais concentrado, em diferentes doses (0, 100, 150 e 200mL 100kg-1 de sementes e 0, 25, 37,5 e 50mL ha-1, foliar). O Stimulate® é um biorregulador líquido da Stoller do Brasil Ltda., composto, na sua forma concentrada, de 0,9g L-1 de cinetina (citocinina), 0,5g L-1 de ácido giberélico (giberelina) e 0,5g L-1 de ácido indol-butírico (auxina) (STOLLER DO BRASIL, 1998). A qualidade de fibra foi avaliada por meio das seguintes características: comprimento (em polegadas ou mm), uniformidade (ou % do índice de uniformidade), resistência (gf tex-1), elongação (ou alongamento) e índice micronaire (relação entre finura e maturidade da fibra). A classificação do algodão em pluma foi através do High Volume Instrument - HVI (instrumento de alto volume) (SESTREN; LIMA, 2007). O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias, de todos os tratamentos, comparadas pelo método de agrupamento de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Enquanto as doses foram analisadas por regressão polinomial em nível de 5% de probabilidade, para cada forma de aplicação (tratamento de sementes e pulverização foliar em V3 e B1). Na escolha do melhor modelo de regressão foram adotados os seguintes critérios: regressão significativa, desvios da regressão não-significativa e coeficiente de determinação. Não foi necessária a transformação dos dados, pois todas as pressuposições básicas para análise de variância foram atendidas. Resultados e Discussão Na Tabela 1 estão apresentados os resultados obtidos nas diferentes características de qualidade de fibra, em resposta aos tratamentos com doses e formas de aplicação do biorregulador na cultura do algodoeiro. Observa-se que apenas as características de comprimento e uniformidade de fibra apresentaram resultados significativos pela análise de variância dos dados, muito embora os coeficientes de variação tenham sido relativamente baixos para todos os parâmetros avaliados nas fibras. O tratamento das sementes com o biorregulador, e a aplicação foliar do produto no estádio V3 superou significativamente o comprimento das fibras nas demais formas de aplicação. Contudo, apenas nas doses de 25 e 50mL ha-1 da aplicação foliar do regulador no 52 estádio V3 promoveu diferença significativa no comprimento das fibras. Os demais tratamentos não diferiram significativamente na referida característica. No tocante à uniformidade das fibras, todas as formas de aplicação avaliadas no presente trabalho apresentaram diferenças significativas, ou seja, tanto o tratamento de sementes, quanto a pulverização foliar do biorregulador nos estádios de desenvolvimento V3 e B1, independente da dose aplicada, melhoraram significativamente a uniformidade das fibras. Na análise de regressão, verificaram-se diferenças significativas (P<0,05) para as variáveis uniformidade de fibra (aplicação foliar no V 3 e tratamento de sementes) e comprimento de fibra (tratamento de sementes). Todas as equações ajustadas apresentaram tendência linear crescente (Tabela 2), ou seja, elevações na dose do biorregulador, aumentam a qualidade da fibra, quanto a uniformidade (aplicação foliar e tratamento de sementes) e comprimento (tratamento de sementes). Tabela 1. Características de qualidade de fibra de algodão da cultivar CD 410, em resposta a diferentes doses e formas de aplicação, em estádios de desenvolvimento distintos, do produto Stimulate® 10X. Tratamento1/Dose 1. Testemunha (0 mL) 2. TS (100mL 100 kg-1) 3. TS (150mL 100 kg-1) 4. TS (200mL 100 kg-1) 5. FL (25mL ha-1 – V3) 6. FL (37,5mL ha-1 – V3) 7. FL (50mL ha-1 – V3) 8. FL (25mL ha-1 – B1) 9. FL (37,5mL ha-1 – B1) 10. FL (50mL ha-1 – B1) Média C.V.(%) Comprimento --- mm --27,850 b 29,325 a 29,425 a 30,075 a 29,425 a 28,950 b 29,500 a 28,700 b 28,650 b 28,775 b 29,068 2,36 Características avaliadas2 Elongação Uniformidade Resistência -- % (UI) -- --- gf tex-1 ----- % --81,300 b 26,250 a 5,200 a 83,275 a 29,100 a 5,575 a 83,725 a 29,700 a 5,650 a 83,800 a 30,625 a 5,725 a 83,050 a 29,825 a 5,600 a 83,475 a 28,375 a 5,625 a 83,750 a 29,525 a 5,775 a 83,800 a 28,675 a 5,575 a 83,100 a 29,350 a 5,500 a 82,850 a 27,700 a 5,475 a 83,213 28,913 5,570 1,17 6,49 3,86 Micronaire -- Índice -4,250 a 4,850 a 4,675 a 4,725 a 4,700 a 4,775 a 4,750 a 4,675 a 4,550 a 4,650 a 4,660 5,33 1 TS = tratamento de sementes (semeadura); FL = pulverização foliar (nos estádios V 3 e B1). 2 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo método de agrupamento de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade. Na análise de regressão, verificaram-se diferenças significativas (P<0,05) para as variáveis uniformidade de fibra (aplicação foliar no V 3 e tratamento de sementes) e comprimento de fibra (tratamento de sementes). Todas as equações ajustadas apresentaram tendência linear crescente (Tabela 2), ou seja, elevações na dose do biorregulador, aumentam a qualidade da fibra, quanto a uniformidade (aplicação foliar e tratamento de sementes) e comprimento (tratamento de sementes). 53 Tabela 2. Equações de regressão polinomial, ajustadas para as variáveis referentes a qualidade de fibra do algodão, da cultivar CD 410, em resposta a diferentes doses e formas de aplicação, do produto Stimulate® 10X. Variável Uniformidade Uniformidade Comprimento R2 0,9443 0,8981 0,9548 Forma de aplicação Foliar em V3 Tratamento de sementes Tratamento de sementes Equação Ŷ = 81,485+0,0501*X Ŷ = 81,561+0,0521*X Ŷ = 27,959+0,0108*X Com relação ao comprimento das fibras e sua uniformidade, ocorre uma forte relação com outras características das fibras e da massa dos fios têxteis, conseqüentemente influenciam nos processos subseqüentes à fiação e as características dos tecidos (SESTREN; LIMA, 2007). Desde modo, fitorreguladores com o Stimulate ®, podem contribuir na cadeia produtiva, gerando produtos com maior aptidão têxtil e, por conseguinte, aumentando a rentabilidade dos produtores da fibra, já que agrega mais valor ao produto. Referências SANTOS, C. M. G.; VIEIRA, E. L. Efeito de bioestimulante na germinação de sementes, vigor de plântulas e crescimento inicial do algodoeiro. Magistra, Cruz das Almas, v. 17, n. 3, p. 124-130, 2005. SESTREN, J. A.; LIMA, J. J. Características e classificação da fibra de algodão. In: FREIRE, E.C. (Ed.) Algodão no cerrado do Brasil. Brasília, DF: ABRAPA, 2007. p. 765-820. STOLLER DO BRASIL. Stimulate Mo em hortaliças: informativo técnico. Cosmópolis: Stoller do Brasil. Divisão Arbore, 1998. 1v. 54 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE AMERICANA NO SISTEMA ORGÂNICO Fernando Marcelo Chiamolera1; Tatiana Pagan Loeiro da Cunha1; Cristiaini Kano1 e Joaquim Adelino de Azevedo Filho1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução É crescente a demanda por substratos, utilizados principalmente na produção de plantas ornamentais, hortaliças em recipientes e mudas (ABREU M.; ABREU, C.; BATAGLIA, 2002). Grande parte dos substratos é produzida utilizando-se turfa como componente principal, mas são crescentes os esforços visando à substituição deste material, devido a questões de proteção ambiental (BAUMGARTEN, 2002). Os compostos orgânicos podem atender plenamente esta demanda, principalmente em sistemas orgânicos de produção, que impedem o uso de fertilizantes sintéticos de elevada solubilidade. O sucesso de uma cultura depende em grande parte da utilização de mudas de alta qualidade (MINAMI, 1995), sendo o substrato um dos principais fatores envolvidos na formação da mesma, cuja sua escolha e o manejo correto são de grande importância à obtenção deste tipo de muda. Os substratos podem ter diversas origens, ou seja, animal (esterco, húmus), vegetal (tortas, bagaços, xaxim, serragem), mineral (vermiculita, perlita, areia) e artificial (espuma fenólica, isopor). Existem no mercado diversas marcas comerciais de substratos que são capazes de proporcionar um desenvolvimento satisfatório das mudas. Entretanto, esses produtos contêm adubos químicos solúveis, que são proibidos na agricultura orgânica, conforme preceituam as entidades certificadoras de produtos orgânicos. Além disso, os produtores orgânicos devem buscar alternativas que independam, ao máximo, da aquisição de insumos externos às propriedades, como preceitua o princípio da auto-suficiência (independência) dos produtores orgânicos. Conforme informações da empresa BioRica®, o uso de vermiculita, em produção de mudas, vem crescendo de forma exponencial, pois além de ser um condicionador de solos, proporciona excelente enraizamento e germinação em solos antes compactados, retendo mais nutrientes e água/ar, disponibilizando-os mais facilmente às plantas, além de servir de base de toda nutrição vegetal. Regenera química, física e biologicamente solos tratados por método químico ou térmico, não dispensando o uso de outros microrganismos benéficos do solo. 55 Tem-se recomendado comercialmente à mistura de 20 a 50% da vermiculita na composição de substratos ou compostos. O objetivo desse trabalho foi avaliar combinações de BioRica Vermiculita® expandida bioenriquecida com composto orgânico de restos vegetais na produção de alface americana. Palavras-chave: Lactuca sativa L. Mudas. Substrato. Material e Métodos O experimento foi conduzido em estufa da unidade experimental do Pólo Leste da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, em Monte Alegre do Sul/SP, pertencente à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - APTA/SAA, no período de janeiro a fevereiro de 2008. Está localizada a 22º 43’ de latitude sul e 46º 37’ de longitude oeste e altitude próxima de 920m. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com quatro repetições e 11 tratamentos. Os tratamentos foram resultantes das combinações de cinco porcentagens de vermiculita (0; 15; 30; 45 e 60%) com o composto de restos vegetais (“composto A”) e com o composto de restos vegetais misturado com 30% de terra (“composto B”) apresentados na Tabela 1. Foram utilizadas sementes peletizadas da alface americana cultivar Lucy Brown semeadas em bandeja de poliestireno expandido com 288 células. A BioRica Vermiculita® expandida bioenriquecida utilizada no experimento possui 40% de SiO2; 3,5cmol dm-3 de Mg; pH = 7 e condutividade elétrica média de 0,6mS/cm. A semeadura foi realizada no dia 04/01/2008 e a avaliação do desenvolvimento das mudas, aos 31 dias após a semeadura, foi através da altura das mudas, do número de folhas, da massa fresca e massa seca da parte aérea e das raízes e da porcentagem do total de plântulas emergidas. As raízes foram separadas da parte aérea, lavadas e deixadas sobre um papel para eliminar o excesso de umidade para posterior determinação de massa fresca. A massa de material seco da parte aérea e das raízes das mudas foi obtida após secagem dessas amostras em estufa de circulação forçada de ar a 65ºC até atingirem massa constante. Os dados foram submetidos ao teste F da análise de variância e em caso de efeito significativo para tratamentos realizou-se o teste de Tukey a 1% de probabilidade. 56 Resultados e Discussão Houve diferença estatística entre os tratamentos para as características avaliadas, exceto para a porcentagem do total de plântulas emergidas (Tabela 2). A maior massa fresca e massa seca da parte aérea das mudas foi obtida no T2 (540 e 68,8 mg muda-1) e T1 (471,7 e 59,5mg muda-1) não diferindo estatisticamente entre si. Para a massa fresca e massa seca de raiz e para a altura das mudas, o T1 foi o tratamento que teve maior valor (50,4 e 34mg muda -1 e 5,7cm) e quanto ao número de folhas por muda, o T6 foi o tratamento que teve menor número. Conclui-se que nas condições em que o experimento foi conduzido, entre os tratamentos avaliados, as mudas obtidas do T1 foram as que apresentaram melhor desempenho para a produção de mudas de alface americana cultivadas sem utilização de adubação química e orgânica complementar em cobertura. Com esse experimento obtiveram-se opções de substratos resultantes de misturas de material orgânico, para serem utilizados na produção de mudas de hortaliças, em busca de alternativas para diminuir a utilização de turfa como componente principal na composição de substratos, pois são crescentes os esforços visando à substituição deste material, devido a questões de proteção ambiental. Tabela 1. Substratos utilizados para a produção de mudas de alface americana. APTA/Pólo Leste, Monte Alegre do Sul/SP, 2008. Tratamentos T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 (100% Composto A + 0% Vermiculita) (85% Composto A + 15% Vermiculita) (70% Composto A + 30% Vermiculita) (55% Composto A + 45% Vermiculita) (40% Composto A + 60% Vermiculita) (100% Vermiculita) (100% Composto B + 0% Vermiculita) (85% Composto B + 15% Vermiculita) (70% Composto B + 30% Vermiculita) (55% Composto B + 45% Vermiculita) (40% Composto B + 60% Vermiculita) Composto A = composto a base de restos vegetais; Composto B = composto a base de restos vegetais misturado com 30% de terra. 57 Tabela 2. Massa fresca da parte aérea das mudas (MFPA), massa seca da parte aérea das mudas (MSPA), massa fresca da raiz (MFR), massa seca da raiz (MSR), altura das mudas, número de folhas por muda (NF) e total de plântulas emergidas obtidos em cada tratamento utilizado. APTA/Pólo Leste, Monte Alegre do Sul/SP, 2008. Tratamentos MFPA MSPA -1 (mg muda ) MFR -1 (mg muda ) MSR -1 (mg muda ) Altura NF -1 (mg muda ) Total de plântulas (cm) emergidas (%) 1 471,7 A 59,5 A 50,4 A 34,0 A 5,7 A 4,0 A 93,0 A 2 540,0 A 68,8 A 33,3 B 26,7 AB 5,4 AB 4,0 A 92,0 A 3 250,0 B 32,8 BC 22,8 BCD 20,4 BCD 4,1 C 4,0 A 97,5 A 4 208,3 BCD 30,3 BCD 20,1 BCD 15,6 BCD 3,9 C 4,0 A 94,0 A 5 130,0 CD 20,5 CD 17,0 CD 14,3 CD 3,4 CD 3,75 A 96,5 A 6 100,0 D 17,6 D 10,1 D 8,5 D 2,7 D 3,0 B 83,0 A 7 214,9 BCD 34,8 BC 20,3 BCD 18,7 BCD 4,2 C 4,0 A 96,0 A 8 230,0 BC 40,0 B 25,2 BC 23,2 ABC 3,8 CD 4,0 A 92,0 A 9 208,3 BCD 34,7 BC 21,9 BCD 19,4 BCD 4,4 BC 3,75 A 90,0 A 10 174,3 BCD 30,8 BCD 20,6 BCD 19,0 BCD 3,9 C 4,0 A 93,0 A 11 220,0 BC 36,0 B 24,7 BC 16,5 BCD 4,0 C 3,75 A 94,0 A 19,0 16,1 23,9 24,6 11,0 7,0 6,1 32,2** 25,9** 12,8** 7,6** 13,1** 5,0** 0,97ns CV (%) F ns ** Não significativo pelo teste F da análise de variância. Significativo a 1% de probabilidade. Referências ABREU, M. F.; ABREU, C. A.; BATAGLIA, O. C. Uso da análise química na avaliação da qualidade de substratos e componentes. In: FURLANI, A. M. C. Caracterização, manejo e qualidade de substratos para produção de plantas. Campinas, SP: Instituto Agronômico, 2002. p. 17-28. BAUMGARTEN, A. Methods of chemical and physical evaluation of substrate for plants. In: FURLANI, A.M.C. Caracterização, manejo e qualidade de substratos para produção de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 2002. p. 7-15. MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. Piracicaba: T.A. Queiroz, 1995, 135 p. 58 INFECÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE Meloidogyne incognita EM TRÊS CULTIVARES DE ALFACE Klayton Flávio Milani1; Fernando Marcelo Chiamolera1; Tatiana Pagan Loeiro da Cunha1; Heriksen Higashi Puerari1; Cláudia Regina Dias-Arieira1 e Rerison Catarino da Hora1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução Nos últimos anos o cultivo de hortaliças no Paraná vem experimentando aumentos substanciais na produtividade. Dados da SEAB (2007) mostram que apesar da área cultivada ter diminuído entre os anos de 1993 a 2003, passou de 65.601ha para 62.551ha, a produção aumentou, no mesmo período, de 1.039.220t para 1.460.609t. Culturas como batata, alho e cebola estão entre as hortaliças que apresentaram maiores reduções em área cultivada, enquanto a alface, beterraba, cenoura e repolho destacam-se pelo aumento da mesma. A alface (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça folhosa de grande importância econômica no Brasil, consumida principalmente na forma in natura. Esta hortaliça é altamente suscetível a infestações por nematóides de galhas (Meloidogyne spp.), principalmente M. incognita e M. javanica (NETSCHER; SIKORA, 1990). Esse patógeno tem alta taxa reprodutiva, acumulando no solo grande quantidade de ovos (CAMPOS et al., 2001). O sintoma ocasionado no sistema radicular é caracteristicamente a formação de galhas, no entanto, na parte aérea eles são bastante variáveis. Plantas de alface, atacadas por nematóides, apresentam sintomas como deficiência nutricional e nanismo, o que compromete o seu valor comercial (NETSCHER; SIKORA, 1990). Perdas de 10 a 100% nesta cultura foram relatadas no Panamá por Pinochet (1987). Apesar da suscetibilidade comprovada desta cultura a tais patógenos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a infecção e o desenvolvimento de M. incognita no sistema radicular de diferentes cultivares de alface. Palavras-chave: Lactuca sativa, nematóide de galhas, suscetibilidade. Material e Métodos Plântulas de alface de três cultivares, sendo essas, Amanda (crespa) Elisa (lisa) e Lucy Brown (Americana), foram produzidas em bandejas de isopor contendo o substrato Plantmax®. Após 15 dias da semeadura as plantas foram transplantadas para copos plásticos, com capacidade de 300mL, contendo somente areia autoclavada. Apenas uma planta foi 59 transplantada por copo. Três dias após o transplantio, as mesmas foram inoculadas com uma suspensão contendo aproximadamente 800 ovos e juvenis de M. incognita. O nematóide foi inoculado através de orifícios abertos no solo ao redor de cada planta. O inóculo foi obtido a partir de raízes de tomateiro cv. Santa Cruz, sendo extraídos segundo a metodologia de Hussey e Barker, adaptada por Boneti e Ferraz (1981). As plantas foram mantidas em condições ambientais e irrigadas sempre que necessário. Do primeiro até o 40° dia após a inoculação, três plantas de cada cultivar foram coletadas a cada cinco dias. As raízes foram lavadas em água e submetidas à técnica de coloração de Byrd, Kerpatrick e Barker (1983). Posteriormente foram avaliadas ao microscópio óptico quanto à presença e ao estádio de desenvolvimento dos nematóides, que foram classificados como: a) J2 (juvenil de segundo estádio); b) J3 e J4 (juvenis de terceiro e quarto estádio); c) fêmeas. O experimento constou de três tratamentos, sendo estes as diferentes cultivares de alface, e três repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Observou-se que após cinco dias de inoculação já haviam juvenis no interior do sistema radicular das cultivares de alface (Tabela 1) e que o número de espécimes as diferentes cultivares foram estatisticamente iguais (P<0,05). Quinze dias após a inoculação, detectou-se a presença de J3/J4 e fêmeas no sistema radicular das plantas. Neste período, o menor número de J3/J4 foi observado para a cultivar Amanda (crespa), no entanto, foi nesta que se obteve o maior número de fêmeas. Os maiores números de fêmeas foram observados após 30 dias da inoculação. Este resultado é devido ao período médio necessário para que esta espécie complete seu ciclo de vida no sistema radicular do hospedeiro, que em geral é de aproximadamente quatro semanas. Observou-se ainda, que apesar de algumas diferenças estatísticas nos números de juvenis ou fêmeas, o número total de nematóides no sistema radicular das plantas, em todas as épocas de avaliação, foi estatisticamente igual para as diferentes cultivares, o que mostra que não há diferença entre a suscetibilidade entre os materiais avaliados. No trabalho realizado por Wilcken, Garcia e Silva (2004) todas as cultivares de alface avaliadas também se comportaram como suscetíveis a M. incognita raça 2, inclusive as cultivares Lucy Brown e Elisa, nas quais o fator de reprodução foi igual a 2,33 e 1,25, respectivamente. Charchar e Moita (2005) citam como altamente suscetíveis a M. incognita raça 1 e M. javanica as cultivares Vitória e Regina e como suscetíveis Vitória de Verão, Baba, White Boston e Piracicaba-65. Além da suscetibilidade a M. javanica e M. 60 incognita citam-se ainda como patogênicos a cultura da alface as espécies M.arenaria, M. hapla e M. petuniae (CHARCHAR; EISENBACK; HERSECHAMANN, 1999). Por outro lado, outras cultivares de alface não avaliadas neste experimento, como Sea Green Nua, Bix, Romana Balão e Ferry Morse, são citadas como resistentes ou altamente resistentes a espécies de Meloidogyne (Charchar, 1991). O trabalho permitiu concluir que não houve diferença significativa entre o número total de nematóides no sistema radicular das diferentes cultivares avaliadas, independente da época de avaliação. Tabela 1. Número médio de nematóides nas raízes nas cultivares de alface até 40 dias após a inoculação com 800 ovos de Meloidogyne incognita. Médias seguidas da mesma letra, na mesma linha, não diferem entre si pelo teste Tukey 5%. Dias após a inoculação Tratamentos Estádio do nematóide J2 5 (Elisa) (Lucy Brown) 4,00 0,33 0 0 ns 4,33 0 0 0 ns 4,00 0,33 ns 6,00 7,33 0 0 4,33 9,67 J3/J4 0 Fêmeas 0 J2 0 0 9,67 ns 6,00 7,33 2,33 ns 5,67 2,33 J3/J4 0,33 a 2,67 b 1,67 ab Fêmeas 4,33 b 2,33 a 3,33 ab Total (J2+J3/J4+Fêmea) 7,00 ns 10,67 7,33 J2 0a J3/J4 Fêmeas Total (J2+J3/J4+Fêmea) J2 25 (Amanda) Fêmeas Total (J2+J3/J4+Fêmea) 20 Americana* 0 J2 15 Lisa* J3/J4 Total (J2+J3/J4+Fêmea) 10 Crespa* J3/J4 Fêmeas Total (J2+J3/J4+Fêmea) 0a 3,33 b 6,67 ns 8,67 4,67 4,00 ns 2,00 2,67 10,67 10,67 2,00 a 9,33 b 1,67 a 7,00 ns 13,33 6,00 5,67 ns 17,33 12,67 40,00 20,33 10,67 14,67 61 ns ns J2 30 J3/J4 8,33 ab 1,00 a 11,33 b ns 13,33 10,67 ns 22,33 17,67 Total (J2+J3/J4+Fêmea) 34,33 ns 36,67 39,67 J2 0 ns 2,33 2,33 Fêmeas 35 J3/J4 Fêmeas Total (J2+J3/J4+Fêmea) J2 40 J3/J4 Fêmeas Total (J2+J3/J4+Fêmea) 5,67 20,33 2,00 ns 3,00 1,67 30,00 ns 13,33 7,67 32,00 ns 18,67 11,67 1,00 ns 3,67 5,00 9,33 ns 28,67 22,00 47,33 b 16,00 a 79,67 43,00 28,33 ab 38,67 ns *Média de três repetições. ns Não significativo a 5% de probabilidade. Referências BONETI, J. I. S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey e Barker para extração de ovos de Meloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. Fitopatol. Bras., Brasília, DF, v. 6, p. 553, 1981. BYRD JR, D. W; KIRPATRICK J; BARKER K. R. An improved tecnique for clearing and staining plant tissues for detection of nematodes. J. Nematol., v. 15, p. 142-143, 1983. CAMPOS V. P. et al. Manejo de nematóides em hortaliças. In: SILVA L. H. C. P; CAMPOS JUNIOR; NOJOSA, G. B. A. Manejo integrado: doenças e pragas em hortaliças. Lavras: UFLA, 2001. p. 125-158. CHARCHAR, J. M. Comportamento de cultivares de alface à infecção por nematóides de galhas. Hortic. Bras., Brasília, DF, v. 9, p. 35. 1991. CHARCHAR, J. M; MOITA, A. W. Metodologia de seleção de hortaliças com resistência a nematóides: aface/Meloidogyne spp. Comunicado Técnico, Brasília, DF, n. 27, p. 1-8, 2005, CHARCHAR, J. M; EISENBACK, J. D; HISRCHMANN H. Meloidogyne petuniae n. sp. (Nemata: Meloidogynidae), a root-knot nematode parasitic on petunia in Brazil. J. Nematol., v. 31, p. 81-91, 1999. NETSCHER, C; SIKORA, A. Nematode Parasites of Vegetables. In: LUC, M; SIKORA, R. A; BRIDGE, J. (Ed.). Plant parasitic nematodes in subtropical and tropical agriculture. Wallingford, U.K: CAB International, p. 237-283. 1990. PINOCHET, J. Management of plant parasitic nematodes in Central America: The Panama Experience. In: VEECH JA; DICKSON DW. (Ed.). Vistas on nematology. Maryland, Society of Nematologists. 1987. p. 105-113. 62 SEAB. Estimativa na área e na produção de hortaliças no Paraná. 2007. Disponível em: <www.seab.gov.pr.br>. Acesso em: 28/05/2008. WILCKEN, S. R. S; GARCIA, M. J. M.; SILVA, N. Reprodução de Meloidogyne incognita raça 2 em diferentes cultivares de alface (Lactuca sativa L.). Arquivo do Instituto Biológico, v. 71, p. 379-381, 2004. 63 CRESCIMENTO DE PLANTAS DE MILHO EM UM LATOSSOLO ARENOSO ADUBADO COM CINZA DE CASCA DE ARROZ E DUAS FONTES DE NITROGÊNIO 1 1 Itamar P. Palma ; Antonio Nolla ; Leandro B. da S. Volk1; Thiago de Oliveira Gaviolli1 e Gerson Sander Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução Na região noroeste do Paraná, os solos da formação Caiuá caracterizam-se por serem arenosos, pertencentes às classes texturais areia e areia franca. Em função dessas características, esses solos apresentam limitações à produção de culturas de lavouras em escala comercial. Considerando que a região é caracterizada por apresentar pequenas propriedades com agricultura familiar, surge como alternativa o uso de adubos orgânicos e resíduos agroindústrias como fontes baratas de nutrientes ao solo. O carbono é o elemento principal existente nestes compostos, mas destacam-se também as presenças de N, P, K, Ca, Mg, Cu, B, entre outros, que apresentam liberação lenta (ANTONIOLLI et al., 1996). A CCA apresenta potencial de uso na correção da acidez do solo pelo aumento do pH e como fonte de fósforo e potássio, justificando seu uso como substrato para a produção de mudas de hortaliças conforme Santin e Vahl (1985) e Pauleto e Nachtigall (1990). Dentre outros resíduos, pode-se destacar o lodo de biodigestor, ou biossólido, resultante do processo de digestão anaeróbica de esterco suíno, que apresenta potencialidade para utilização agrícola. Este resíduo contém considerável percentual de matéria orgânica e de elementos essenciais para as plantas, podendo substituir, ainda que parcialmente, os fertilizantes minerais. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da adição de doses crescentes de cinza de casca de arroz juntamente com duas fontes de nitrogênio em um Latossolo Vermelho distrófico psamítico no desenvolvimento de plantas de milho. Palavras-chave: Arenito. Solo. Adubação. Fertilidade. Material e métodos O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Campus Regional de Umuarama (CAU), junto ao Laboratório de Análise Química de Solos, no ano de 2007, utilizando-se um Latossolo Vermelho distrófico psamítico (LVd) coletado na camada 64 de 0 - 20cm. O solo foi seco ao ar e passado por peneira com abertura de malha de 2mm, posteriormente acondicionado em vasos com capacidade de 3L. Os tratamentos utilizados neste trabalho consistiram do fatorial duplo (4 x 3) de quatro doses de cinza da casca de arroz (0, 35, 70 e 100Mg ha-1) e três formas de adubação nitrogenada: 0kg ha -1 de N (testemunha) e doses equivalentes a 100kg ha-1 de N na forma de uréia (222kg ha-1) e de lodo de biodigestor (6.670L ha-1). Nesses vasos foi semeado milho de forma a obter 2 plantas por vaso, as quais foram conduzidas por 45 dias. O solo foi amostrado, seco ao ar e homogeneizado e destinado a avaliação do pH em água, em cloreto de cálcio e em solução tampão SMP, assim como dos teores de Al + H (SAMBATTI et al., 2003), e Al, Ca, Mg, P e K, conforme metodologias descritas em Embrapa (1999). Após 45 dias da emergência das plantas, realizou-se a coleta destas para serem analisadas, para obtenção de altura de planta, massa seca da parte aérea e diâmetro médio de caule. A altura de planta foi obtida com auxilio de trena, medindo do nível do solo ao ponto mais elevado da planta. As plantas foram secas em estufa com temperatura de 65ºC até atingirem massa constante para a obtenção da massa seca da parte aérea. O diâmetro médio de caule foi medido com paquímetro de forma perpendicular ao eixo do caule, obtendo-se o maior e o menor diâmetro para uma mesma planta, em função da disposição das folhas da planta de milho, e em seguida o diâmetro médio. O experimento obedeceu ao delineamento de blocos inteiramente casualizados, com 4 repetições. A análise de variância das médias dos resultados obtidos foi efetuada pelo teste de Tukey com nível de 5% de significância. Resultados e discussão Pode ser evidenciado nas Tabelas 1, 2 e 3 que com a adição de doses crescentes CCA, independentemente do uso de adubação nitrogenada, os valores de pHCaCl2 e pHSMP apresentaram aumento gradual e significativo, levando à redução dos teores de alumínio trocável e a acidez potencial, o que também foi observado por Donega et al. (2007). Isso ocorreu devido à liberação de carbonato de potássio durante a reação da cinza no solo, equivalendo ao efeito da calagem (FERREIRA; SCHAWARZ; STRECK, 2000). 65 Tabela 1. Valores de pH em CaCl2, água e SMP e teores de Al, Al + H, Ca, Mg, K e P, em função da adubação com CCA sem adição de nitrogênio para a cultura do milho. pH Tratamento CaCl2 H2 O Al3+ Al3+ + H+ Ca2+ Mg2+ K+ P SMP ---------------------------- cmolc dm-3 ----------------------- mg dm-3 0 CCA 4,18 c 6,10 a 5,45 b 0,70 a 5,76 a 0,65 d 0,30 d 0,17 c 9,06 d 35 CCA 4,75 b 6,13 a 5,48 b 0,13 b 5,69 a 0,89 c 0,60 c 0,29 b 54,60 c 70 CCA 4,63 b 5,88 a 5,58 ab 0,10 b 5,43 ab 1,10 b 0,97 b 0,49 a 103,23 b 100 CCA 4,85 a 6,03 a 5,70 a 0,08 b 5,10 b 1,20 a 1,37 a 0,55 a 135,74 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. Tabela 2. Valores de pH em CaCl2, água e SMP e teores de Al, Al + H, Ca, Mg, K e P, em função da adubação com CCA com adição de uréia para a cultura do milho. pH Tratamento CaCl2 H2O Al3+ Al3+ + H+ Ca2+ Mg2+ K+ P SMP ---------------------------- cmolc dm-3 ----------------------- mg dm-3 0 CCA + Úréia 3,98 c 5,63 b 5,38 c 0,93 a 5,96 a 0,60 c 0,24 d 0,13 c 9,50 d 35 CCA + Uréia 4,55 b 6,03 a 5,50 b 0,23 b 5,63 b 0,91 b 0,58 c 0,23 b 52,31 c 70 CCA + Uréia 4,53 d 5,88 a 5,58 ab 0,08 c 5,43 bc 1,15 a 0,90 b 0,37 b 104,57 b 100 CCA + Uréia 4,83 a 6,00 a 5,60 a 0,05 c 5,36 c 1,19 a 1,20 a 0,47 a 131,35 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. Tabela 3. Valores de pH em CaCl2, água e SMP e teores de Al, Al + H, Ca, Mg, K e P, em função da adubação com CCA com adição de lodo de biodigestor para a cultura do milho. pH Tratamento CaCl2 H2 O Al3+ Al3+ + H+ Ca2+ Mg2+ K+ P SMP ---------------------------- cmolc dm-3 ----------------------- mg dm-3 0 CCA + Lodo 4,33 c 6,08 a 5,40 b 0,73 a 5,89 a 0,66 c 0,30 c 0,18 c 9,30 d 35 CCA + Lodo 4,70 b 6,13 a 5,48 b 0,13 b 5,69 a 0,97 b 0,66 bc 0,29 b 57,09 c 70 CCA + Lodo 4,75 ab 5,93 a 5,60 a 0,08 b 5,36 b 1,24 a 1,08 ab 0,41 a 112,39 b 100 CCA + Lodo 4,93 a 5,98 a 5,65 a 0,08 b 5,23 b 1,51 a 1,46 a 0,47 a 152,01 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% Ainda nas Tabelas 1, 2 e 3, observa-se que, com o aumento da doses de CCA adicionado ao solo, os teores de Ca, Mg, P e K também aumentaram, como observado por Antoniolli et al. (1996) e Gaviolli et al. (2007). A adubação nitrogenada na forma de uréia (Tabela 2) e de lodo de biodigestor (Tabela 3) não influenciaram os teores de Ca, Mg, P e K. Observa-se na Figura 1 que com o aumento das doses de CCA, a altura de plantas (Figura 1a), a massa seca de plantas (Figura 1b) e o diâmetro médio de colmos (Figura 1c) 66 aumentaram até próximo a dose de 70Mg ha-1, o que se deveu ao maior fornecimento de nutrientes pela CCA (Tabelas 1, 2 e 3), igualmente ao observado por Gaviolli et al. (2007). Com o fornecimento de nitrogênio mineral na forma de uréia, que é prontamente disponível, as plantas de milho apresentaram maior altura de planta (Figura 1a), maior massa seca de planta (Figura 1b) e maior diâmetro médio de colmos (Figura 1c) que os demais tratamentos. Os tratamentos que receberam lodo de biodigestor apresentaram menor altura e massa seca de plantas e menor diâmetro médio de colmos que os tratamentos que receberam uréia. Isto ocorreu devido a imobilização temporária do nitrogênio contido no lodo pela microbiota do solo e teve de ser mineralizado antes da planta o absorver. Os tratamentos que não receberam nenhuma fonte de nitrogênio foram os que apresentaram as menores altura de planta, massa seca de planta e diâmetro médio de colmo, semelhante ao observado em Gaviolli et al. (2007). b a c Figura 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de cinza de casca de arroz e altura de plantas (a), massa seca de planta (b) e diâmetro médio do caule (c), sem e com adição de uréia e lodo de biodigestor. 67 Referências ANTONIOLLI, Z. I. et al. Iniciação à minhocultura. Santa Maria: Ed. da Universidade Federal de Santa Maria, 1996. 96 p. BARBER, S. A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2nd. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. 414 p. DONEGA, M. A. et al. Avaliação do uso de casca de arroz carbonizada no desenvolvimento do sistema radicular do milho (Zea mays L.). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIENCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado. Anais... Viçosa: SBCS, 2007. EMBRAPA. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília, DF: Embrapa CTT, 1999. 370 p. FERREIRA, T. N.; SCHWARZ, R. A.; STRECK, E. V. (Coord.). Solos: manejo integrado e ecológico - elementos básicos. Porto Alegre: Emater/RS, 2000. 95 p. GAVIOLLI, T. O. et al. Correção da acidez do solo, fertilização e crescimento do milho (Zea mays L.) submetido à aplicação de casca de arroz carbonizada. CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado-RS. Anais... Porto Alegre, RS: UFRS, 2007. CD ROM. PAULETTO, E. A.; NACHTIGALL, G. R. Adição de cinza de casca de arroz em dois solos do município de Pelotas, RS. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, n. 14, p. 255-58, 1990. SAMBATTI, J. A. et al. Estimativa da acidez potencial pelo método do pH SMP em solos da formação Caiuá – noroeste do estado do Paraná. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, v. 27, p. 257-264, 2003. SANTIN, M. J.; VAHL, L. C. . Aproveitamento da cinza de casca de arroz como corretivo de acidez e da fertilidade do solo. Pelotas: CNPq.1995 TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J. Appl. Ecol., Oxford, v. 63, p. 995-1001, 1975. 68 AVALIAÇÃO DE DOSES CRESCENTE DE FÓSFORO E CALCÁRIO NO RENDIMENTO DO MILHO EM UM LATOSSOLO ARENOSO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO 1 1 Gerson Sander ; Antonio Nolla ; Leandro B. da S. Volk1; Itamar P. Palma1; Thiago de Oliveira Gaviolli1 e William Silva1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução A maioria dos solos do cerrado brasileiro apresentam problemas de acidez, com pHH2O baixo (<5,5), alta concentração de alumínio (> 1,0cmolc kg-1) e baixos teores de nutrientes como o fósforo, cálcio e magnésio, abrangendo a camada superficial (0-20 cm) e subsuperficial (> 20cm) (SOUSA; LOBATO, 2004). Dessa forma, para que seja obtido alto rendimento das lavouras comerciais, é necessário a correção da acidez do solo, para que as raízes explorem um maior volume, favorecendo a absorção de água e os nutrientes pelo vegetal (NOLLA; ANGHINONI, 2006). No sistema plantio direto, a manutenção da palhada na superfície do solo e a mínima mobilização, a fertilização e calagem superficial, alteram a dinâmica de nutrientes, o que gera aumento na sua disponibilidade, especialmente fósforo e cálcio (MUZILLI, 1983; SÁ, 1993; NOLLA; ANGHINONI, 2004). Além disso, tem sido observada a interação entre o calcário e o fósforo no solo, na qual o aumento de um dos insumos provoca melhor eficiência de utilização do outro pelas plantas (VIDOR; FREIRE, 1972; PÖTTKER; BEN, 1998; FREITAS; CANTARELLA; CAMARGO, 1999). Isto ocorre, porque a aplicação do calcário, além de neutralizar parte do Al+3 trocável devido ao aumento de pH, proporciona diminuição na retenção de fósforo, o que contribui para o aumento na sua disponibilidade em solução (ERNANI et al., 1996; NOLLA, 2003). O objetivo deste trabalho foi de verificar o efeito de combinações de diferentes níveis de calcário e de fósforo de um latossolo no crescimento de plantas de milho em plantio direto. Palavras-chave: Milho. Calagem. Plantio direto. Material e métodos O ensaio foi conduzido na área experimental da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Campus Regional de Umuarama (CAU), no ano de 2007, sob um Latossolo 69 Vermelho distrófico psamítico (LVd), em uma área de 1024 m 2. Inicialmente, o solo foi amostrado com trado holandês na camada de 0-20 cm, para a caracterização química, descrita na Tabela 1. Tabela 1. Caracterização química da camada de 0-20 cm de um Argissolo Vermelho Amarelo distrófico típico sob campo natural. pH (H2O) 1:2,5 5,0 Ca Mg Al P K ----- cmolc dm-3 ----- - mg dm-31,0 0,4 0,6 3,5 78 S H+Al T ------cmolc dm-3-----1,63 3,17 4,80 V --%-34 M.O g kg-1 15 Ca, Mg, Al = (KCl 1 N); P, K = (HCl 0,05 N + H2SO4 0,025 N); S = soma de bases; H+Al = acidez potencial (Acetato de cálcio); T= CTC pH 7; V= Saturação por bases; m = Saturação por alumínio; MO= (Walkley-Black). Inicialmente, procedeu-se à dessecação das espécies espontâneas e naturais da área, utilizando-se Glyfosate (Roundup) na dosagem de 5L ha-1 de produto comercial. Posteriormente, foi estabelecido o sistema de plantio direto na área experimental, aplicando-se na superfície do solo, diferentes doses - 0, 500, 1000 (necessidade de calagem - V=60% PRNT 100%) e 2000 kg ha-1 de calcário e de fósforo - 0, 40, 80 e 160kg ha-1 de P2O5 na forma de superfosfato triplo. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial de 4x4 (4 doses de calcário e 4 doses de fósforo), sendo 4 repetições, com parcelas de 4m x 4m. No primeiro ano do experimento foi implantada a cultura do milho, cultivar DG-501, na data 09/12/2007, sob o espaçamento entre linhas de 0,9 m, de forma a obter a população de 70.000 plantas ha-1. Na implantação do experimento aplicou-se 250kg ha-1 do formulado NPK (20-00-20) no sulco de semeadura. Durante o cultivo do milho foram feitas aplicações com fungicidas para o controle de doenças e pragas. A colheita do milho foi efetuada manualmente aos 120 dias da semeadura, avaliandose a produção relativa de grãos nas duas linhas centrais de cada parcela, procedendo-se em seguida à trilhagem, sendo então determinada a produção de grãos a 14% de umidade para cada parcela. Estabeleceram-se relações entre a produtividade do milho e as diferentes dosagens de fósforo e calcário aplicadas superficialmente na implantação do plantio direto. Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo programa SANEST e as médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 70 Resultados e discussão Observa-se, de modo geral, que a aplicação de calcário e de fósforo aumentou o rendimento de grãos de milho, conforme esperado (Tabela 2). Observa-se que onde não aplicou-se fósforo a produtividade do milho foi menor, para cada dosagem distinta de calcário aplicada. Isso demonstra a importância da aplicação de fósforo no incremento de rendimento do milho. Resultados semelhantes foram observados por Vidor e Freire (1972) em sistema de plantio convencional e por Nolla, (2003) em sistema de plantio direto. A aplicação de doses crescentes de fósforo, por sua vez, não aumentou o rendimento do milho, para cada dosagem distinta de calcário aplicada, o que indica que as dosagens maiores (80 e 160kg ha-1) parecem não ser necessárias para atingir os melhores rendimentos. Tabela 2. Rendimento de grãos de milho (kg ha-1) afetado pela aplicação de diferentes doses de calcário e fósforo em um Latossolo Vermelho distrófico psamítico sob sistema de plantio direto. Doses de calcário, kg ha-1 P2O5 adicionado, kg ha-1 0 500 1000 0 2329 Cb 2638 Bb 3009 Ab 3117 Ab 40 2469 Ba 2759 Ba 3211 Aa 3600 Aa 80 2508 Ba 2701 Bab 3495 ABa 3792 Aa 160 2833 Ba 2857 Ba 3468 3695 Aa Aa 2000 Pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, médias seguidas pela mesma letra maiúscula/minúscula não diferem estatisticamente entre si na linha/coluna. Nos tratamentos com aplicação de 1000kg ha-1 de calcário e de 40kg ha-1 de P2O5, o rendimento de milho foi semelhante ao obtido nos tratamentos onde aplicou-se a maior dosagem de calcário (2000kg ha-1) e de fósforo (160kg ha-1). Isto indica que, de acordo com Raij (1991) e Novais e Smyth (1999), a adubação fosfatada pode estar contribuindo para neutralizar parte do alumínio, o que dispensa a aplicação de dosagens superiores dos dois insumos testados. Além disso, observou-se uma maior resposta do rendimento de grãos de milho em função da aplicação de fósforo no tratamento onde não aplicou-se calcário (504kg ha-1), enquanto nos tratamentos com menor acidez (219 e 459kg ha -1 onde aplicou-se 0,5 e 1 tonelada por hectare de calcário, respectivamente) a resposta a fósforo foi menor. Segundo Goepfert e Freire (1972), esta menor resposta da planta a fósforo nas condições de menor acidez (maior efeito do calcário) e vice-versa, caracteriza uma relação de substituição entre os dois insumos. Isto pode ter ocorrido porque o fósforo acumulado tende a reagir com alumínio 71 e manganês em solos ácidos, formando compostos estáveis [Al(OH)2H2PO4 e MnPO4] de baixa solubilidade, que precipitam (RAIJ, 1991; NOVAIS; SMYTH, 1999) em função de sua elevada afinidade química com estes metais (HAYNES, 1984). Referências ERNANI, P. R. et al. Decréscimo da retenção de fósforo no solo pelo aumento do pH. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, v. 20, p. 159-162, 1996. FREITAS, J. G. de; CANTARELLA, H.; CAMARGO, C. E. de. O Efeito do calcário e do fósforo na produtividade de grãos e seus componentes nos cultivares de trigo. Bragantia, Campinas, SP, v. 58, p. 1-8, 1999. GOEPFERT, C. F.; FREIRE, J. R. J. Experimento sobre o efeito da calagem e do fósforo em soja. Agron. Sulriograndense, Porto Alegre, v. 8, p. 181-186, 1972. HAYNES, R. J. Lime and phosphate in the soil-plant system. Adv. Agron., San Diego, v. 37, p. 249-315, 1984. MUZILLI, O. Influência do sistema plantio direto, comparado ao convencional, sobre a camada arável do solo. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, v. 7, p. 95-102, 1983. NOLLA, A. Critérios para a calagem no sistema plantio direto. 2003. 169 f. Tese (Doutorado)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. NOLLA, A.; ANGHINONI, I. Critérios de calagem para a soja no sistema plantio direto consolidado. Rev. Bras. Cien. Solo, v. 30, p. 475-483, 2006. NOLLA, A.; ANGHINONI, I. Métodos utilizados para a correção da acidez do solo no Brasil. Rev. Cien. Ex. Nat., Garapuava, v. 6, p. 97-111, 2004. NOVAIS, R. F. de; SMYTH, T. J. Fósforo em solo e planta em condições tropicais. Viçosa: UFV/DPS, 1999. 399 p. PÖTTKER, D.; BEN, J. R. Calagem em solos sob plantio direto e em campos nativos do Rio grande do Sul. In: NUERNBERG, N. J. (Ed.) Conceitos e fundamentos do sistema plantio direto. Lages: NRS-SBCS, 1998. p. 77-92. RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Ceres, 1991. 344 p. SÁ, J. C. de M. Manejo da fertilidade do solo no plantio direto. Castro: Fundação ABC, 1993. 94 p. SOUSA, D. M.; LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e adubação. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416 p. VIDOR, C.; FREIRE, J. R. J. Efeito da calagem e da adubação fosfatada sobre a fixação simbiótica do nitrogênio pela soja. Agron. Sulriograndense, Porto Alegre, v. 8, p. 181-190, 1972. 72 AVALIAÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DE MILHO ADUBADO COM CINZA DE CASCA DE ARROZ E DUAS FONTES DE NITROGÊNIO CULTIVADO EM LATOSSOLO ARENOSO 1 Gerson Sander ; Leandro B. da S. Volk1; Antonio Nolla1; Thiago de Oliveira Gaviolli1 e Itamar P. Palma1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução Os solos brasileiros caracterizam-se, de forma geral, por apresentarem pH ácido, baixa fertilidade natural, alumínio trocável em valores considerados tóxicos e reduzidos teores de fósforos e potássio. Na região noroeste do Paraná, os solos da formação Caiuá caracterizamse por serem arenosos, pertencentes às classes texturais areia e areia franca. Em função dessas características, esses solos apresentam limitações à produção de culturas de lavouras em escala comercial. A cinza de casca de arroz (CCA) apresenta potencial de uso na correção da acidez do solo pelo aumento do pH e como fonte de fósforo e potássio, justificando seu uso como substrato para a produção de mudas de hortaliças (SANTIN; VAHL, 1985). Dentre outros resíduos, pode-se destacar o lodo de biodigestor, ou biossólido, resultante do processo de digestão anaeróbica de esterco suíno, que apresenta potencialidade para utilização agrícola. Este resíduo desempenha importante papel na produção agrícola e na manutenção da fertilidade do solo (NASCIMENTO et al., 2004). O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da adição de doses crescentes de (CCA), juntamente com duas fontes de nitrogênio em um Latossolo Vermelho distrófico psamítico no desenvolvimento do sistema radicular da cultura do milho. Palavras-Chave: Cinza de casca de arroz. Milho. Resíduos agroindustriais. Material e métodos O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Campus Regional de Umuarama (CAU), junto ao Laboratório de Análise Química de Solos, no ano de 2007, utilizando-se um Latossolo Vermelho distrófico psamítico (LVd) acondicionado em vasos com capacidade de 3L. Os tratamentos utilizados neste trabalho consistiram do fatorial duplo (4 x 3) de quatro doses de cinza da casca de arroz (0, 35, 70 e 100 Mg ha-1) e três formas de adubação nitrogenada: 0kg ha -1 de N (testemunha) e doses equivalentes a 100kg ha1 de N na forma de uréia (222 kg ha -1) e de lodo de biodigestor (6.670 L ha-1). Nesses vasos 73 foi semeado milho de forma a obter 2 plantas por vaso, as quais foram conduzidas por 45 dias. O solo foi amostrado, seco ao ar e homogeneizado e destinado a avaliação do pH em água, em cloreto de cálcio e em solução tampão SMP, assim como dos teores de Al + H (SAMBATTI et al., 2003), e Al, Ca, Mg, P e K, conforme metodologias descritas em Embrapa (1999). As quantificações do comprimento do sistema radicular e do raio radicular foram realizados, respectivamente pelo método de Tennant (1975) e Barber (1995). As raízes restantes foram levadas à estufa a 65°C até apresentarem massa constante obtendo-se dessa forma, a massa seca do sistema radicular. O experimento obedeceu ao delineamento de blocos inteiramente casualizados, com quatro repetições. A análise de variância das médias dos resultados obtidos foi efetuada pelo teste de Tukey com nível de 5% de significância. Resultados e discussão Pode ser evidenciado nas Tabelas 1, 2 e 3 que com a adição de doses crescentes CCA, independentemente do uso de adubação nitrogenada, os valores de pHCaCl2 e pHSMP apresentaram aumento gradual e significativo, levando à redução dos teores de alumínio trocável e a acidez potencial, o que também foi observado por Donega et al. (2007). Isso ocorreu devido à liberação de carbonato de potássio durante a reação da cinza no solo, equivalendo ao efeito da calagem (FERREIRA et al., 2000). Tabela 1. Valores de pH em CaCl2, água e SMP e teores de Al, Al + H, Ca, Mg, K e P, em função da adubação com CCA sem adição de nitrogênio para a cultura do milho. pH Tratamento CaCl2 H2 O Al3+ Al3+ + H+ Ca2+ Mg2+ K+ ---------------------------- cmolc dm-3 ----------------------0 CCA 4,18 c 6,10 a P SMP 5,45 b 0,70 a 5,76 a 0,65 d mg dm-3 0,30 d 0,17 c 9,06 d 35 CCA 4,75 b 6,13 a 5,48 b 0,13 b 5,69 a 0,89 c 0,60 c 0,29 b 54,60 c 70 CCA 4,63 b 5,88 a 5,58 ab 0,10 b 5,43 ab 1,10 b 0,97 b 0,49 a 103,23 b 100 CCA 4,85 a 6,03 a 5,70 a 0,08 b 5,10 b 1,20 a 1,37 a 0,55 a 135,74 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. Tabela 2. Valores de pH em CaCl2, água e SMP e teores de Al, Al + H, Ca, Mg, K e P, em função da adubação com CCA com adição de uréia para a cultura do milho. pH Tratamento CaCl2 H2O Al3+ Al3+ + H+ Ca2+ Mg2+ K+ P SMP ---------------------------- cmolc dm-3 ----------------------- mg dm-3 0 CCA + Úréia 3,98 c 5,63 b 5,38 c 0,93 a 5,96 a 0,60 c 0,24 d 0,13 c 9,50 d 35 CCA + Uréia 4,55 b 6,03 a 5,50 b 0,23 b 5,63 b 0,91 b 0,58 c 0,23 b 52,31 c 70 CCA + Uréia 4,53 d 5,88 a 5,58 ab 0,08 c 5,43 bc 1,15 a 0,90 b 0,37 b 104,57 b 100 CCA + Uréia 4,83 a 6,00 a 5,60 a 0,05 c 5,36 c 1,19 a 1,20 a 0,47 a 131,35 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. 74 Tabela 3. Valores de pH em CaCl2, água e SMP e teores de Al, Al + H, Ca, Mg, K e P, em função da adubação com CCA com adição de lodo de biodigestor para a cultura do milho. pH Tratamento CaCl2 H2 O Al3+ Al3+ + H+ Ca2+ Mg2+ K+ P SMP ---------------------------- cmolc dm-3 ----------------------- mg dm-3 0 CCA + Lodo 4,33 c 6,08 a 5,40 b 0,73 a 5,89 a 0,66 c 0,30 c 0,18 c 9,30 d 35 CCA + Lodo 4,70 b 6,13 a 5,48 b 0,13 b 5,69 a 0,97 b 0,66 bc 0,29 b 57,09 c 70 CCA + Lodo 4,75 ab 5,93 a 5,60 a 0,08 b 5,36 b 1,24 a 1,08 ab 0,41 a 112,39 b 100 CCA + Lodo 4,93 a 5,98 a 5,65 a 0,08 b 5,23 b 1,51 a 1,46 a 0,47 a 152,01 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. Ainda nas Tabelas 1, 2 e 3, observa-se que, com o aumento das doses de CCA adicionado ao solo, os teores de Ca, Mg, P e K também aumentaram, como observado por Donega et al. (2007). A adubação nitrogenada na forma de uréia (Tabela 2) e de lodo de biodigestor (Tabela 3) não influenciaram os teores de Ca, Mg, P e K. Observa-se nas Figuras 1a e 1b que com o aumento das doses de CCA, a massa seca e o comprimento de raízes aumentaram, o que se deve ao maior fornecimento de nutrientes pela CCA (Tabelas 1, 2 e 3). b a c Figura 1. Relação entre a aplicação de doses crescentes de cinza de casca de arroz e massa seca de raiz (a), comprimento radicular médio (b) e diâmetro radicular médio (c), sem e com adição de uréia e lodo de biodigestor. 75 Com o fornecimento de nitrogênio mineral na forma de uréia, que é prontamente disponível, as plantas de milho apresentaram maior massa seca (Figura 1a) e comprimento de raízes (Figura 1b). Os tratamentos que receberam lodo de biodigestor apresentaram menor massa seca e comprimento de raízes que os tratamentos que receberam uréia, por que o nitrogênio contido no lodo teve de ser mineralizado antes da planta o absorver. O diâmetro radicular médio não foi afetado nem pela adição de CCA, nem pelas diferentes fontes de N (Figura 1c). Referências BARBER, S. A. Soil nutrient bioavailability: a mechanistic approach. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. 414p. DONEGA, M. A. et al. Avaliação do uso de casca de arroz carbonizada no desenvolvimento do sistema radicular do milho (Zea mays L.). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIENCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado. Anais... Viçosa: SBCS, 2007. EMBRAPA. Manual de Análises Químicas de Solos, Plantas e Fertilizantes. Brasília, DF: 1999. 370 p. Comunicação para Transferência de Tecnologia. FERREIRA, T. N.; SCHWARZ, R. A.; STRECK, E. V. Solos: manejo integrado e ecológico - elementos básicos. Porto Alegre: EMATER, 2000. 95 p. NASCIMENTO, C. W. A. et al. Alterações químicas em solos e crescimento de milho e feijoeiro após aplicação de lodo de esgoto. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, v. 28, n. 2, p.385-392, 2004. SAMBATTI, J. A. et al. Estimativa da acidez potencial pelo método do pH SMP em solos da formação Caiuá – noroeste do estado do Paraná. Rev. Bras. Cien. Solo, Campinas, SP, v. 27, p. 257-264, 2003. SANTIN, M. J. ; VAHL, L. C. Aproveitamento da cinza de casca de arroz como corretivo de acidez e da fertilidade do solo. Pelotas: CNPq, 1985. TENNANT, D. A test of a modified line intersect method of estimating root length. J. Ecol., Oxford, v. 63, p. 995-1001, 1975. 76 NECESSIDADE HÍDRICA E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO GIRASSOL SOB PLANTIO DIRETO E DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ, ESTADO DO PARANÁ Fabiano Petri1; Eder Pereira Gomes1; Marizangela Rizzatti Ávila1; Guilherme Balan1 e Anderson Rotta1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução O girassol é uma planta que se adapta em diversas condições edafoclimáticas, podendo ser cultivada no Brasil desde o Rio Grande do Sul até o hemisfério norte, no estado de Roraima (SMIRDELE; MOURÃO JUNIOR; GIANLUPPI, 2004). O déficit hídrico é o principal fator limitante para o desenvolvimento das culturas em solos agricultáveis. As necessidades hídricas do girassol ainda não estão perfeitamente definidas, existem informações que indicam desde 200mm até mais de 900mm por ciclo. Entretanto na maioria dos casos 400 a 500mm de água, bem distribuídos ao longo do ciclo, resultam em rendimentos próximos ao potencial máximo (CASTRO; FARIAS, 2005). O município de Umuarama, localizado na região do Arenito Caiuá, possui precipitação anual da ordem de 1.700mm por ano, com apenas dois meses de relativa estiagem, junho e julho. A primeira vista, essa situação parece bastante confortável, não justificando a utilização de irrigação em cultivos anuais. No entanto, a ocorrência casual de curtos veranicos tem, por vezes, comprometido a produção. Veranicos de poucos dias tem potencial de considerável quebra de produtividade devido à baixa capacidade de armazenamento hídrico dos solos da região. Diante deste cenário, a irrigação, praticada de forma suplementar pode ser tornar uma opção de garantia de safra. Mas, o inconstante mercado agrícola e o considerável investimento inicial na aquisição de equipamentos de irrigação têm sido empecilhos à expansão da agricultura irrigada na região. O presente trabalho tem por objetivo ampliar a discussão em torno deste tema, ou seja, a viabilidade da irrigação de forma suplementar em culturas anuais na região do Arenito Caiuá. Neste trabalho será avaliada a resposta da cultura do girassol à irrigação suplementar, sob diferentes coeficientes de cultura para diferentes estádios fenológicos. A cultura de girassol foi inicialmente escolhida por seu potencial de produção de biodiesel e por se ter poucas informações na literatura sobre sua real necessidade hídrica. Palavras-chave: Produtividade. Biodiesel. Solo arenoso. 77 Material e Métodos O trabalho foi realizado no Campus Experimental da Universidade Estadual de Maringá do Município de Umuarama, localizado no Noroeste do Estado do Paraná, a 430 metros acima do nível do mar, latitude 23º 47' 55'' Sul e Longitude 53º 18' 48'' Oeste. O solo da área foi classificado como latossolo vermelho-amarelo distrófico (EMBRAPA, 1999). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e três repetições, sendo que quatro tratamentos recebiam lâminas de água diferentes e a testemunha apenas água das chuvas. Cada parcela irrigada continha quatro microaspersores, um em cada canto, e o dimensionamento das parcelas era de nove metros quadrados (3 por 3m), sendo 0,7m entre as linhas e 0,3m entre plantas. Inicialmente, fez-se a dessecação da área, correção do solo em nível de acidez, adubação conforme sistema de produção para cultura do girassol, instalação do sistema de irrigação e semeadura direta no dia 01/09/2007. A cultivar de girassol empregada foi a Helio 358. Após 40 dias foi realizada a adubação de cobertura. O manejo de irrigação foi realizado por meio de balanço hídrico (tanque classe A e pluviômetro). Foram estabelecidas cinco fases fenológicas com diferentes valores de coeficiente de cultura. Estabeleceu-se para primeira fase (estabelecimento) um período de 25 dias. Considerou-se como segunda fase (desenvolvimento vegetativo) o período de 25 dias após semeadura até o início da inflorescência. Da inflorescência até início de enchimento dos aquênios considerou-se como terceira fase (florescimento). Do enchimento dos aquênios até a maturação, quarta fase (frutificação). Daí em diante, até a colheita, quinta fase (maturação). Os valores de coeficiente de cultura adotados nas distintas fases originaram-se dos valores propostos por Doorenbos e Kassam (1994): 0,3 a 0,4, 0,7 a 0,8, 1,05 a 1,2, 0,7 a 0,8 0,35 a 0,45, respectivamente, para as fases 1,2,3,4 e 5. Foram adotados os seguintes valores de kc: tratamento 1 (T1) - 0,2, 0,6, 1,0, 0,6, e 0,2, tratamento 2 (T2) - 0,3, 0,7, 1,1, 0,7 e 0,3, tratamento 3 (T3) - 0,4, 0,8, 1,2, 0,8 e 0,4, tratamento 4 (T4) - 0,5, 0,9, 1,3, 0,9 e 0,5. A testemunha (T0) não recebeu irrigação. Ao final de cada fase, em todos os tratamentos, analisaram-se os seguintes parâmetros ao nível de 5% de probabilidade: massa verde, massa seca, diâmetro de capitulo, diâmetro de haste, comprimento de planta e número folhas. No final do experimento analisou-se a produtividade. 78 Resultados e Discussão O total de chuva durante todo ciclo da cultura foi de 449mm. As lâminas de irrigação aplicadas nos tratamentos foram iguais a 246, 290, 335 e 379mm, respectivamente para T1, T2, T3 e T4. Houve 20 eventos de chuva e 34 eventos de irrigação. Esta diferença de número de vezes demonstra que de uma forma geral, a chuva foi mal distribuída, necessitando assim, de irrigação suplementar. As produções obtidas no final do ciclo foram: 2.270, 2.240, 2.530, 3.020 e 2.465kg ha-1, para T0, T1, T2, T3, T4 e T5, respectivamente. O tratamento 3 (T3) foi consideravelmente superior aos demais tratamentos, demonstrando que os valores de coeficientes de cultura (kc) iguais a 0,4, 0,8, 1,2, 0,8 e 0,4, respectivamente para as fases 1, 2, 3, 4 e 5, foram os mais adequados. Estes valores representam os limites superiores dos coeficientes propostos por Doorenbos e Kassam (1994). Referências CASTRO, C.; FARIAS, J. R. B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R. M. V. C.; BRIGHENTI, A. M.; CASTRO, C. (Ed.). Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa, 2005. p. 163-218. DOORENBOS, J.; KASSAM, A. H. Efeito da irrigação no rendimento das culturas. Campina Grande: Universidade Federal de Paraíba, 1994. 306 p. (FAO. Irrigação e Drenagem, 33). EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação dos solos. Brasília, DF, 1999, 412 p. SMIRDELE, O. J.; MOURÃO JUNIOR, M.; GIANLUPPI, D. Época de plantio de girassol para as condições dos Cerrados de Roraima. Boa Vista: Embrapa, 2004. 5 p. (Comunicado Técnico, 9). 79 SOFTWARE PARA DIMENSIONAMENTO DE CANAIS DE SEÇÕES ECONÔMICAS Elton Aparecido Siqueira Martins1; Eder Pereira Gomes2; Ricardo Paupitz Barbosa dos Santos1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Eng. Agrícola - Campus do Arenito - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução Segundo Batista e Lara (2003), a equação de Manning é a mais utilizada para determinar vazões em canais. Na posse de todas as variáveis geométricas, a utilização da equação é direta. No entanto, numa situação em que a vazão depende da profundidade de escoamento, a solução depende de um processo de resolução por tentativas, igualando as variáveis hidráulicas às variáveis geométricas. Nestas situações a resolução pode levar algum tempo e se tornar um tanto trabalhosa. No intuito de facilitar a solução deste tipo de problema e obter um resultado com nível de precisão desejado, desenvolveu-se neste trabalho, o software “DIM CANAL”, em linguagem de programação visual, para realizar o dimensionamento de canais de seções econômicas para o fluxo de fluidos. Além de resolver problemas que dependem de variáveis hidráulicas, o programa realiza o dimensionamento de máxima eficiência (seção econômica), ou seja, com a máxima capacidade de vazão por unidade de área (BERNARDO; SOARES; MONTOVANI, 2005). Palavras-chave: Equação de Manning. Programação visual. Vazão. Material e Métodos Para o desenvolvimento deste software (DIM CANAL) foi usado o compilador Visual Basic 6.0. Como o próprio nome diz, é um compilador que usa linguagem de programação orientada a objetos, ou seja, com esse compilador é possível criar interfaces gráficas similares às usadas no sistema operacional “Windows” da Microsoft. Foi escolhido esse compilador pelo fato dos aplicativos desenvolvidos nele oferecer praticidade ao usuário, desde que o programador faça bom uso das ferramentas oferecidas pelo compilador, assim mesmo um usuário que não conheça nada sobre a linguagem de programação é capaz de utilizar o software desenvolvido sem dificuldades. O software desenvolvido para dimensionar quatro tipos de seções de canais: trapezoidal, triangular, retangular e circular, sendo que os 80 dimensionamentos são todos para seções econômicas e realizadas pelo método das tentativas, exceto o de seção circular. Resultados e Discussão O software “DIM CANAL”, necessita que o usuário informe a declividade (I) do local que será construído o canal, o coeficiente de rugosidade(n) do material que será utilizado, a vazão de projeto deste canal (Qprojeto), o valor de umas das dimensões da seção do canal (essa dimensão é apenas para iniciar as tentativas para se obter as demais dimensões) e selecionar a precisão que deseja para ir incrementando na dimensão inicial informada pelo usuário, o incremento padrão das tentativas usadas pelo software é de 1cm, ou seja, se caso o usuário não alterar a precisão do incremento ela será de 1cm (sendo que esse incremento pode variar de 1mm a 1dm). Após o usuário informar as variáveis necessárias ao software, e pedir para que ele dimensione a seção (clicando no botão “DIMENSIONAR”), o software começa a realizar uma seqüência de tentativas ate atingir a vazão de projeto, e para cada tentativa realizada o software mostra na tela os valores da área molhada, perímetro molhado, raio hidráulico, vazão calculada, velocidade de escoamento e todas as dimensões da seção para atender as variáveis citadas neste parágrafo. As dimensões da seção com a vazão de projeto que o usuário queria saber são mostradas, pelo software, em uma figura da seção, para facilitar a visualização do usuário. A Figura 1 mostra a interface do software responsável por calcular as dimensões de um canal de seção trapezoidal. Figura 1. Interface do software para canal de seção trapezoidal. 81 Como pode ser visto na Figura 1, depois de realizar o dimensionamento da seção é possível salvar ou imprimir o resultado gerado pela execução do software. Para simplificar o uso do software foi adicionada uma tabela com os valores dos coeficientes de rugosidade dos principais materiais utilizados na construção de canais. Referências BAPTISTA, M.; LARA, M. Fundamentos de engenharia hidráulica. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. da Universidade Federal de Minas Gerais, 2003. 437 p. BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8. ed. Viçosa: Ed. da Universidade Federal de Viçosa, 2006. 625 p. HETTIHEWA, P. Visual Basic 6: aprenda em 24 horas. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 400 p. WANG, W. Visual Basic 6. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 485 p. 82 DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO DE SONHO À BASE DE MANDIOCA COM ADIÇÃO DE FARINHA DE AVEIA E PROTEÍNAS DE SOJA: OTIMIZAÇÃO DA ACEITABILIDADE SENSORIAL Meire Franci Polônio Navacchi2; Kellen Cristina Rocha2; Jean Carlos Ribeiro2; Rérison Catarino da Hora1; Manoel Genildo Pequeno1; Katiuchia Pereira Takeuchi2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Tecnologia em Alimentos - Campus de Umuarama - PR Introdução A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma das mais importante de nossas plantas cultivadas, tanto em termos econômicos quanto nutricionais. O sonho de massa de mandioca é um tipo de pão produzido com mandioca, cozida e triturada, recheado com doce em pasta, podendo ser utilizado a goiabada, o doce-de-leite, entre outros. O enriquecimento nutricional de alimentos, além de melhorar a qualidade da alimentação, traz novos apelos de marketing ao produto. A adição de proteínas de soja e farinha de aveia aos produtos de panificação industrializados apresenta diversas vantagens tecnológicas, como o aumento de retenção de umidade, melhoria da textura, ligamento, coesão, rendimento final e valor nutricional (ARAÚJO; CARLOS; SEDYMA, 1997). A Análise Sensorial de produtos alimentícios permite avaliar a aceitação e preferência destes produtos antes do seu lançamento no mercado, para isso, o mais indicado é a aplicação de testes afetivos utilizando escalas hedônicas para a quantificação da aceitação sensorial (DUTCOSKI, 1996) e estimativa da intenção de compra pelos consumidores-alvo. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver formulações de sonho à base de massa de mandioca similar ao tradicional como uma forma alternativa de nutrição de celíacos por não apresentar glúten, recheado com goiabada. Além disso, avaliar o impacto sensorial da adição de componentes nutricionais como a proteína de soja e farinha de aveia na aceitação sensorial e intenção de compra do produto. Palavras-chave: Mandioca. Panificação. Testes de aceitação sensorial. Intenção de compra. Material e Métodos Foram utilizadas raízes de mandioca (Manihot esculenta Crantz), variedade Fécula Branca, cultivada na Fazenda de ensino e pesquisa do Campus Regional de Umuarama/UEM, proveniente do Projeto de Extensão Difusão de resultados de pesquisa e multiplicação de variedades de mandioca adaptadas à região Noroeste do Paraná, do curso de Agronomia. 83 Nas formulações de sonho de mandioca foram utilizados os seguintes ingredientes: açúcar cristal e refinado, sal, óleo de soja, fermento biológico liofilizado para panificação, canela em pó, extrato hidrossolúvel de soja, farinha de aveia e goiabada (doce de goiaba), sendo estes adquiridos no comércio local. As raízes de mandioca foram cozidas, trituradas (Extrusora de Massa,G Paniz MS 05, Brasil), pesadas e os ingredientes (açúcar cristal, o sal, o fermento biológico e o óleo) foram adicionados e misturados até obter uma massa homogênea e moldável. Os sonhos (cerca de 20g) recheados com goiabada (5g) foram assados em forno (Forno Tedesco Turbo Power Expert FTT 240E, Brasil) pré-aquecido a 180°C por cerca de 20 minutos. Após o assamento, os mesmos foram envolvidos em uma fina camada da mistura de açúcar refinado e canela em pó. Foram avaliadas três formulações: sonho de mandioca tradicional (controle) e enriquecidos com farinha de soja (10% p/p) e com farinha de aveia (10% p/p). A estimativa do grau de aceitação sensorial dos sonhos de mandioca adicionando ou não a farinha de aveia e proteínas de soja foi realizada em relação aos atributos aparência global, sabor e textura, usando uma escala hedônica estruturada-mista de nove pontos (1 = desgostei extremamente; 9 = gostei extremamente) e para a estimativa da intenção de compra foi utilizada uma escala estruturada de cinco pontos (1 = não compraria; 5 = compraria certamente), utilizando o julgamento de 33 provadores adultos, saudáveis, com interesse de conhecer o produto. As amostras foram avaliadas em cabines individuais, iluminadas com luz branca. A análise dos dados foi realizada utilizando a Análise de variância (ANOVA) e Teste de comparação de médias de Tukey, ambos ao nível de probabilidade de 5%. Resultados e Discussão Os resultados da análise sensorial estão apresentados na (Tabela 1), na qual as médias de aceitabilidade e intenção de compra para cada formulação de sonho de mandioca podem ser comparadas, em relação a cada atributo. As formulações de sonho de mandioca: tradicional e enriquecidos com adição de 10% (p/p) de proteínas de soja e com adição de 10% (p/p) de farinha de aveia não apresentaram diferenças significativas entre si (p<0,05), em relação aos atributos aparência global, sabor e textura (Tabela 1). O mesmo comportamento foi observado para a estimativa de intenção de compra das formulações de sonho de mandioca, ou seja, a adição de proteínas de soja ou 84 farinha de aveia não alteraram a intenção de compra pelos provadores em relação ao sonho de mandioca tradicional. Tabela 1. Médias de aceitação sensorial das formulações de sonho de mandioca para os atributos aparência global, sabor, textura e intenção de compra. Atributos* Tradicional a Soja 7,5 a Aparência global 7,3 Sabor 7,7 a 7,6 a 7,8 a 7,3 a 7,1 a 7,5 a 4,2 a 4,2 a 4,5 a Textura Intenção de compra 7,4 Aveia a *As médias de aceitabilidade de um mesmo atributo contendo letras iguais indicam que não há diferença estatística significativa entre as amostras a p>0,05. DMS – Diferença mínima significativa analisada pelo Teste de comparação de médias de Tukey (p<0,05). Os sonhos de mandioca tradicional (controle) contendo apenas a mandioca e os enriquecidos com proteínas de soja e farinha de aveia não apresentaram diferenças de aceitação (p<0,05) em termos de aparência global, sabor, textura e intenção de compra. Os sonhos de mandioca (tradicional e os enriquecidos) apresentaram alta aceitabilidade (p<0,05), em torno de 7-8, que implica em “gostei moderadamente” e “gostei muito”. A intenção de compra dos produtos foi alta, em torno de 4, que implica em “possivelmente compraria”. As formulações contendo apenas mandioca ou com adição de proteínas de soja podem ser uma alternativa de alimentação para os celíacos, já a formulação contendo aveia, que contém glúten não poderia ser utilizada para a alimentação destes, mas sim como uma alternativa de alimento rico em fibras, visto que as formulações não apresentaram diferenças significativas entre si (p<0,05). Referências ARAÚJO, J. M. A.; CARLOS, J. C. S.; SEDYAMA, C. S. Isoflavonas em grãos de soja: importância da atividade de β-glicosidase na formação do sabor amargo e adstringente. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, SP, v. 17, n. 2, p. 137-141, 1997. DUTCOSKI, S. D. Análise sensorial de alimentos. Curitiba: Champagnat, 1996. 125 p. 85 APLICAÇÃO DE URÉIA VIA ÁGUA RESIDUÁRIA DE INDÚSTRIA DE AÇÚCAR E ALCOOL EM CANA-DE-AÇÚCAR Saccharum officinarum L. Ricardo Gava1; Décio Mocini1 e Paulo S. L. de Freitas2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Engenharia Agrícola - Campus de Cidade Gaúcha - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução No passado as indústrias sucroalcooleiras eram consideradas potencialmente poluidoras, pela grande quantidade e diversidade de resíduos acumulados, porém, graças a tecnologias hoje existentes, os resíduos industriais ou subprodutos do processo, são passíveis de reutilização. O uso da vinhaça para fertirrigação foi uma das grandes revoluções no manejo da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, porém ela não supre a necessidade da planta em todos os nutrientes. Desta forma buscam-se melhores dosagens de aplicação em resposta à produtividade. O grande problema é que em se buscar uma dosagem que supra a demanda da cultura na maioria dos nutrientes, alguns deles são aplicados em excesso poluindo o solo e o lençol freático, por tanto pode-se buscar alternativas como enriquecimento da vinhaça com nutrientes. A dosagem de a aplicação de vinhaça para enriquecimento do solo agrícola, deverá ser calculada, considerando a profundidade e a fertilidade do solo, a concentração de potássio na vinhaça e a extração média desse elemento pela cultura (CETESB, 2005). Os solos arenosos utilizados para as atividades agrícolas, sofrem modificações em suas propriedades físicas originais Paraná SEAB (1994), em virtude dessas alterações nas propriedades do solo, é comum a presença de uma camada compactada na parte superior do seu perfil. O uso de vinhaça traz resultados positivos na produtividade agrícola da cana-de-açúcar, além de gerar economia com a aquisição de fertilizantes, Penatti et al. (1988). Também Freire e Cortez (2000), citam que a vinhaça proporciona benefícios biológicos, físicos e químicos ao solo, refletindo em maiores produtividades. Desta forma o presente trabalho buscou avaliar a possibilidade de aplicar vinhaça enriquecida com nutrientes demandados pela cultura da cana, como também aplicar uréia pelo sistema de aplicação de vinhaça já existente, o que acarreta em economia de mão-de-obra, além de uma diminuição no trafego de máquinas que ocasiona grande compactação do solo. Palavras-chave: Enriquecimento de vinhaça. Uréia. Tráfego de máquinas. Compactação do solo. 86 Material e Métodos Foi utilizada a cana-de-açúcar da variedade RB 867515. A aplicação dos tratamentos constaram de uma testemunha, e três diferentes doses de aplicação de vinhaça, correspondendo a 150, 300 e 450m3 ha-1, sendo feita a adição de 200kg ha-1 de nitrogênio, dissolvido na água residuária e 200kg ha-1 pelo método convencional por cobertura, sendo feita a aplicação da uréia em sulco com profundidade de 0,15m e posterior cobertura do mesmo, de acordo com unidades produtoras da região. As parcelas de 9m2 foram divididas em blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições. Tabela 1. Tratamentos e formas de adição de Nitrogênio. Tratamentos Dosagens de Vinhaça m3ha-1 Forma de adição de Nitrogênio (Uréia) T0 - Sistema convencional T1 150 Sistema convencional T2 300 Sistema convencional T3 450 Sistema convencional T4 150 Diluída na vinhaça T5 300 Diluída na vinhaça T6 450 Diluída na vinhaça Resultados e Discussão Os tratamentos não apresentaram diferença significativa entre as formas de aplicação como pode-se observar no gráfico a seguir. Isso significa que se pode realizar a aplicação de Nitrogênio na cana-de-açúcar, por meio de dissolução de uréia em vinhaça obtendo-se assim o mesmo efeito da aplicação convencional por cobertura. Uma grande vantagem na utilização desta prática é a redução no tráfego de máquinas, que resulta em menor compactação do solo, pois descarta a necessidade da aplicação de uréia ser feita com a utilização de cultivadores, que podem então, ser substituídos por sistemas de fertirrigação já existentes. 87 Toneladas por hectare 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 0 100 200 300 400 500 3 Dosagem de aplicação em m /ha convencional dissolução Figura 1. Comparação das formas de adição de uréia. Este método deve ser estudado também para outros nutrientes, visando o enriquecimento da vinhaça para suprir os demais nutrientes exportados pela cultura. Referências CETESB. Enriquecimento do solo agrícola. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/> Acesso em: 01 abr. 2008. FREIRE, W. J.; CORTEZ, L. A. B. Vinhaça de cana-de-açúcar. Guaíba: Agropecuária, 2000. 203 p. PENATTI, C. P. et al. Efeitos da aplicação de vinhaça e nitrogênio na soqueira da cana-deaçúcar. Boletim Técnico Coopersucar, São Paulo, v. 44, p. 32-38, 1988. PARANÁ. Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Paraná Rural. Programa de Desenvolvimento Rural do Paraná. Manual técnico do subprograma de manejo e conservação do solo. Curitiba, 1994. 372 p. 88 AÇÃO DA VINHAÇA NO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA CANA-DEAÇÚCAR Saccharum officinarum L. Ricardo Gava1; Décio Mocini1 e Paulo S. L. de Freitas2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Engenharia Agrícola - Campus de Cidade Gaúcha - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução A produção de álcool e açúcar no Brasil e no mundo passa por um momento de grande crescimento. A estimativa da produção nacional de cana-de-açúcar destinada à indústria sucroalcooleira é de 475,07 milhões de toneladas, das quais 47,0% (223,48 milhões de toneladas) são para a fabricação de açúcar e 53,0% (251,59 milhões de toneladas) são para a produção de álcool. Quando comparada à safra 2006/07, verifica-se um crescimento de 10,62% (45,60 milhões de toneladas). No Norte/Nordeste, o aumento foi de 11,24% (6,23 milhões de toneladas). O referido aumento foi em função das boas condições climáticas, dos bons tratos culturais, da irrigação e da introdução de novas variedades mais produtivas. No Centro-Sul verificou-se um incremento de 10,52% (39,37 milhões de toneladas). Com a expansão do setor sucroalcoleiro conseqüentemente há um aumento na geração de subprodutos, dos quais o que mais se destaca é a vinhaça, pois para cada litro de álcool produzido, são gerados aproximadamente 15 litros deste subproduto (CONAB, 2007). Está é utilizada como fertilizante nas lavouras, influenciando diretamente no crescimento e desenvolvimento da cultura. Camargo (1968), afirma que o crescimento e desenvolvimento da cana-de-açúcar, quando cultivada em condições de campo, apresenta variação nas características morfológicas e fisiológicas, pois os colmos se apresentam mais grossos, mais curtos, as folhas mais largas e verdes, e o perfilhamento mais intenso. Porém, Planalsucar (1986) e Casagrande (1991), identificaram que com o aumento da temperatura acima de 20ºC ocorre o aumento no comprimento, diâmetro e número de internódios, sendo que a faixa ideal para desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, situa-se entre 20 a 35ºC. Palavras-chave: Vinhaça. Desenvolvimento. Características morfológicas e fisiológicas. Material e Métodos Foi analisado o desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar da variedade RB 867515, sob a influencia de três diferentes doses de aplicação de vinhaça, correspondendo a 89 150, 300 e 450m3 ha-1, e uma testemunha. As parcelas de 9m2 foram divididas em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições, onde foram coletados em dez colmos escolhidos ao acaso para obtenção de uma média, os seguintes parâmetros: altura útil, medindo-se com o auxílio de uma trena, do solo até a primeira folha positiva, pois é a parte do colmo utilizada pela indústria (Figura1A); altura total, medindo-se com o auxílio de uma trena, do solo até o final da folha mais alta (Figura1B); diâmetro do colmo, medindo-se com auxilio de um paquímetro à 0,20m do solo (Figura1C). (B) (A) (C) Figura 1. Altura útil (A), altura total (B) e diâmetro de colmo (C). Resultados e Discussão A altura útil e altura total sofreram alterações positivas quanto ao crescimento, porém pouco significativas, com relação ao aumento de dosagem de aplicação de vinhaça, até a dose de 450 m3ha-1, alcançando um aumento no crescimento total de aproximadamente 3%, e no crescimento útil esse aumento chegou a 8%. 5,35 2,85 2,8 5,3 Altura (m2) Altura (m2) 2,75 2,7 2,65 2,6 2,55 5,25 5,2 5,15 5,1 2,5 5,05 2,45 0 150 300 0 450 150 300 Dosagem de aplicação (m 3/ha) Dosagem de aplicação (m 3/ha) (A) (B) Figura 2. Altura útil (A), Altura Total (B). 90 450 Já o diâmetro se comportou de forma semelhante, alcançando um crescimento de aproximadamente 3% até a dosagem de 300m3 ha-1. A partir daí, com o aumento da dosagem houve uma diminuição do diâmetro, o que acarreta queda de produção de colmos. 30 Diâmetro (mm) 29,5 29 28,5 28 27,5 27 0 150 300 450 3 Dosagem de aplicação (m /ha) Figura 3. Diâmetro de colmo. Referências CAMARGO, P. N. Fisiologia da cana-de-açúcar. Piracicaba: Esalq, 1968. 38 p. CONAB. Acompanhamento da Safra Brasileira Cana-de-Açúcar. Safra 2007/2008, terceiro levantamento, novembro/2007/ Companhia Nacional de Abastecimento. - Brasília: Conab, 2007. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/3levcana.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2008. CASAGRANDE, A. A. Tópicos de morfologia e fisiologia da cana-de-açúcar. Jaboticabal: FUNEP, 1991. 157 p. PLANALSUCAR. Cultura da cana-de-açúcar: manual de orientação. Piracicaba: IAA, Coordenadoria Regional Sul, 1986. 56 p. 91 INFLUÊNCIA DA DOSAGEM DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA NA INCIDÊNCIA DE PERFILHOS MORTOS DA CANA-DE-AÇÚCAR Saccharum officinarum L. 1 Ricardo Gava ; Décio Mocini1 e Paulo S. L. de Freitas2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Engenharia Agrícola - Campus de Cidade Gaúcha - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução Muito se estuda sobre os efeitos da vinhaça aplicada em grandes quantidades no solo, porém, poucas são as pesquisas destes efeitos para as plantas. Estudos classificam o crescimento da cultura da cana-de-açúcar de acordo com o perfilhamento, tendo separado também em três fases: a primeira fase corresponderia à formação dos perfilhos primários, a segunda fase ao período de grande perfilhamento e a terceira fase corresponderia ao período de senescência dos perfilhos. Visto que a aplicação de vinhaça é feita logo na fase inicial do perfilhamento, a dosagem de aplicação pode interferir diretamente neste processo. O perfilhamento corresponde ao processo de emissão de colmos por uma mesma planta que recebem a denominação de perfilhos. Na fase inicial de desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, ocorre um intenso perfilhamento, seguido de uma diminuição no número de colmos, decrescendo mais lentamente até a época de colheita (MACHADO et al. 1982). Se esta fase for prejudicada, pode-se haver grande perda na produção de colmos, acarretando em grandes prejuízos. Palavras-chave: Dosagem de aplicação. Formação de perfilhos. Crescimento da cultura. Produção de colmos. Material e Métodos A aplicação dos tratamentos constaram de uma testemunha, e três diferentes doses de aplicação de vinhaça, correspondendo a 150, 300 e 450m3 ha-1. Foi utilizada a cana-de-açúcar da variedade RB 867515 muito utilizada por indústrias da região, que está localizada no Terceiro Planalto Paranaense e, segundo a classificação de Köeppen, apresenta clima tipo Cfa, subtropical, com temperatura média no mês mais frio inferior a 18°C (mesotérmico) e temperatura média no mês mais quente acima de 22°C, com verões quentes, geadas pouco freqüentes e tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, contudo sem estação 92 seca definida e precipitação média anual de 1.300 a 1.400mm (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1994). As parcelas de 9m2 foram divididas em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições. Efetuou-se a contagem, após a fase de senescência dos perfilhos, em cada uma das parcelas, relacionado a incidência de perfilhos mortos com a dosagem de aplicação de vinhaça. Resultados e Discussão Ao aumentar a dosagem de aplicação de vinhaça até 450m3, ocorre uma diminuição na Número de perfilhos mortos (m 2) incidência de perfílhos mortos como se pode observar no gráfico abaixo. 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 T0 T1 T2 T3 TRATAMENTOS Figura 1. Incidência de perfílhos mortos. Embora ocorra esta diminuição na incidência de perfílhos mortos que é benéfica, pois, pode refletir em aumento de produção por área, ou até mesmo em redução do número de mudas no momento do plantio, pode-se observar que o aumento na dosagem de aplicação Número de perfilhos vivos (m 2) também reduziu o perfilhamento como um todo. 34 33 32 31 30 29 28 27 26 25 T0 T1 T2 Tratamentos Figura 2. Dosagem X perfilhamento. 93 T3 Ocorreu um aumento na capacidade de perfilhar até a dosagem de 150m3. A partir daí ocorre redução que pode-se estabilizar até a dosagem de 450m 3. Referências CASAGRANDE, A. A. Tópicos de morfologia e fisiologia da cana-de-açúcar. Jaboticabal: FUNEP, 1991. 157 p. CHRISTOFFOLETI, P. J. Aspectos fisiológicos da brotação, perfilhamento e florescimento da cana-de-açúcar. Piracicaba, Esalq, 1986. 80 p. INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Cartas Climáticas do Estado do Paraná. Londrina, 1994, 49 p. (Documento, 18). MACHADO, E. C. et al. Índices biométricos de duas variedades de cana-de-açúcar. Pesquisa Agropecuaria Brasileiria, Brasília, DF, v. 17, n. 9, p. 1323-1329, 1982. 94 INFLUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RADICULAR NA PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR Saccharum officinarum L. Ricardo Gava1; Décio Mocini1 e Paulo S. L. de Freitas2 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Engenharia Agrícola - Campus de Cidade Gaúcha - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução Uma exploração agrícola sustentável requer, entre outros fatores, a manutenção e/ou melhoria da qualidade do solo, porém, a intensificação da exploração agrícola, aliada ao uso e ao manejo inadequados, tem provocado modificações negativas nas propriedades químicas e físicas do solo, aumentando sua erosão e reduzindo a produtividade das culturas. As mudanças nas propriedades químicas do solo promovidas pela aplicação da vinhaça, sem critérios, podem alterar suas propriedades físicas, como estabilidade de agregados e densidade. Também as adições de resíduos orgânicos podem resultar no aumento do teor de matéria orgânica, alterando suas características físicas como a agregação de partículas. Palavras-chave: Propriedades químicas e físicas do solo. Vinhaça. Densidade do solo. Material e Métodos As parcelas de 9m2 foram divididas em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições. Foi analisado o desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar da variedade RB 867515, sob a influencia de três diferentes doses de aplicação de vinhaça, correspondendo a 150, 300 e 450m3 ha-1, e uma testemunha, no desenvolvimento do sistema radicular, e produtividade. A distribuição vertical do sistema radicular foi tomada margeando a linha de plantio com o uso de um amostrador cilíndrico de 0,1016m de diâmetro, 0,10m de altura (Figura 1A), adaptado do método de tradagem citado por Vasconcelos (2003), introduzido no perfil do solo em intervalos de 0,10m até a profundidade de 0,50m. As amostras de raízes coletadas foram peneiradas com malha de 2mm, lavadas (Figura 1B) e secadas em estufa com circulação forçada de ar, a 70ºC, por 96 horas para posterior pesagem (Figura 1C). 95 (A) (B) (C) Figura 1. Aparelho utilizado para extração das raízes (A), processo de lavagem (B) e pesagem (C). Na Figura 2 pode-se observar um gráfico da distribuição do sistema radicular da canade-açúcar e o local onde foi extraído as amostras das raízes. 0,0 0,5 Profundidade (m) 1,0 Raizes superficiais 1,5 Raizes de sustentação 2,0 2,5 Raizes-cordão 3,0 3,5 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 Distância do centro da touceira (m) Figura 2. Gráfico da distribuição do sistema radicular da cultura de cana-de-açúcar. Resultados e Discussão O Sistema Radicular teve aumento significativo (Figura 3A), sendo praticamente linear até a dosagem de 300m3 ha-1. Paulino (2007) estudando as conseqüências da fertirrigação utilizando vinhaça, no solo e na cultura da cana-de-açúcar determinou que a aplicação de vinhaça aumentou quantitativamente a massa seca das raízes, mas a concentração das raízes na camada superficial do solo diminuiu com o número de aplicações de vinhaça e, 96 na profundidade de 0,20 a 0,40m, aumentou. Porém o aumento da quantidade de raízes no perfil do solo, não implicou em maiores produtividades. Estudando a influência da aplicação de diferentes doses de vinhaça em Latossolo Vermelho, Medina et al. (2002) concluíram que a aplicação de vinhaça aumentou a área total 3 Produtividade (t.ha -1) Massa seca das raízes (gramas) de raízes, principalmente na profundidade de 0 a 0,25m. 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 150 300 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 0 450 3 150 300 450 Dosagem de aplicação (m3.ha -1) -1 Dosagem de aplicação (m .ha ) (A) (B) Figura 3. Desenvolvimento do sistema radicular (A), produtividade de colmos (B). Como pode-se notar na figura 3B, a produtividade foi influenciada positivamente em razão da aplicação até 150m3 ha-1 corroborando com Zolin (2007) que realizou um estudo exploratório sobre a aplicação prolongada de vinhaça nas propriedades dos solos com canade-açúcar, e constatou que a partir da primeira aplicação de vinhaça ocorre um aumento no teor de carbono orgânico do solo. Este aumento influenciou positivamente a densidade, a CTC e a porosidade total do solo. A produtividade da cultura da cana-de-açúcar foi influenciada positivamente pelo aumento da razão de adsorção de potássio no solo. Referências MEDINA, C. C. et al.. Crescimento radicular e produtividade de cana-de-açúcar em função de doses de vinhaça em fertirrigação. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 23, n. 2, p. 179184, jul./dez. 2002. PAULINO, J. Consequências da fertirrigação utilizando vinhaça, no solo e na cultura da cana-de-açúcar (saccharum officinarum l.). 2007. 44 f. (Trabalho de Conclusão de Curso)Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007. VASCONCELOS, A. C. M. Desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea de socas de cana-de-açúcar sob dois sistemas de colheita. 2002. 140 f. Tese (Doutorado) Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2002. ZOLIN, C. A. Estudo da aplicação prolongada de vinhaça nas propriedades dos solos com cana-de-açúcar (saccharum officinarum l.). 2007. 26 f. (Trabalho de Conclusão de Curso)-Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007. 97 VIGOR DAS SEMENTES DE QUIABO TRATADAS COM FITORREGULADOR Paulo Vinicius Demeneck Vieira1; Leandro Paiola Albrech1; Alfredo Júnior Paiola Albrecht1; Alessandro de Lucca e Braccini1; Gabriel Loli Bazo1; Eduardo Pereira Introvini1; Aline de Carvalho Gasparotto¹; Denise Maria Prado1. Primeiro autor: Apresentado, e-mail: paulotwisen@hotmail 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR Introdução O quiabo, espécie da família Malvaceae, pode apresentar respostas positivas no uso de biorregulador, como as obtidas por pesquisas direcionadas a vários outros cultivos, como é o caso do algodão, espécie da mesma família. Vieira (2005) obteve aumento na produção de massa seca da raiz, parte aérea e o total das plantas, bem como a velocidade de crescimento radicular vertical, a taxa de crescimento radicular vertical e o crescimento radicular vertical do algodoeiro. Belmont et al. (2003), avaliando o efeito do Stimulate® sobre a germinação de sementes de três cultivares de algodão registraram incremetos na germinação de sementes. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do biorregulador Stimulate® no vigor das sementes de duas cultivares de quiabo, por meio de testes baseados no desempenho de plântulas. Palavras-chave: Abelmoschus esculentus. Biorregulador. Desempenho de plântulas. Material e Métodos O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisas Aplicadas a Agricultura (NUPAGRI) pertencente ao Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foram utilizados duas cultivares de quiabo, ‘Santa Cruz’ (cultivar 1) e ‘Amarelinho’ (cultivar 2), e quatro doses do biorregulador Stimulate® (0 ; 4 ; 8 e 16mL kg-1). As sementes foram avaliadas por meio primeira contagem do teste de germinação (indicativo de vigor), e crescimento de plântulas, mensurando o tamanho da plântula e raiz. As avaliações seguiram as prescrições de Brasil (1992) e Nakagawa (1999). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 4 repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 2x4, sendo duas cultivares e quatro doses do biorregulador. Os dados foram submetidos a análise de variância (P<0,05). Foram realizados os desdobramentos necessários e, as médias do tratamento qualitativo (cultivar) foram comparadas pelo teste de f (conclusivo). Quanto ao tratamento quantitativo (doses) foi 98 aplicado o teste t, e as doses foram analisadas por regressão polinomial ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e Discussão A análise de variância apresentou diferença significativa (P<0,05) na interação Cultivar x Doses, permitindo os desdobramentos, que apontaram diferenças entre as cultivares dentro de cada dose e o ajuste de modelos de regressão para as doses dentro de cada cultivar. No desempenho das plântulas entre duas cultivares de quiabo (‘Santa Cruz’ - cultivar 1 e ‘Amarelinho’ - cultivar 2) sob aplicação de diferentes doses de biorregulador, foi nítida a superioridade, revelada pelo teste f, da cultivar 2 em relação a cultivar 1 para todas as variáveis (primeira contagem do teste de germinação; comprimento das plântulas; comprimento radicular); exceto para o variável comprimento de raiz na testemunha (dose 0), em que não houve diferença estatística (P<0,05), representando que o biorregulador pode alterar o desempenho das plântulas, comprovado pelo teste de crescimento (Tabela 1). Tabela 1. Vigor (%), comprimento de plântula (cm) e comprimento de raiz (cm) em função das cultivares ‘Santa Cruz’ (C1) e ‘Amarelinho’ (C2) e doses biorregulador Stimulate® (0 ; 4 ; 8 e 16mL kg-1). Variável Cultivar1 0 4 8 16 CV (%) Equação2 R2 Y=43,25+3X 0,99 Doses (mL kg-1) Plântulas C1 44,0 b 46,0 b 47,5 b 53,5 b Normais C2 94,5 a 89,5 a 91,0 a 90,0 a Plântula C1 5,7 b 5,7 b 6,4 b 5,5 b (cm) C2 6,6 a 7,8 a 8,1 a 8,3 a 9,9 Y=91,38 (%) Raiz (cm) C1 3,0 a 3,3 b 3,6 b 2,9 b C2 3,7 a 4,3 a 4,8 a 5,1 a 7,0 Y=5,59+0,151X-0,0097X2 0,68 Y=6,437+0,515X 0,81 2 7,0 Y=2,935+0,1544X-0,0095X 0,92 Y=3,312+0,47X 0,97 1 Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, para a mesma variável, não diferem estatisticamente pelo teste f (P<0,05). 2 Equações ajustadas pela regressão polinomial, significativas pelo teste t (P<0,05). O efeito das doses de Stimulate® sobre cada cultivar em particular foi identificado através dos modelos de regressão ajustados. Verificou-se resposta significativa para a cultivar 1, enquanto a cultivar 2 não permitiu ajuste de nenhum modelo. A cultivar 1 apresentou tendência linear positiva com o aumento das doses de biorregulador, no quesito número de plântulas normais, um indicativo de vigor (Tabela 1). 99 Os comprimentos, seja de plântula total ou somente de raiz, apresentaram comportamento, pela análise de regressão, idêntico para a mesma cultivar, nas duas variáveis; a cultivar 1 com comportamento quadrático em função das doses e, a cultivar 2 com tendência linear positiva com o acréscimo das doses. É válido ressaltar, que diante das regressões, a aplicação do fitorregulador Stimulate ®, com ação promotora sobre a fisiologia da semente, pode elevar o número de plântulas normais, indicado pelo aumento de vigor, corroborando com alguns autores (VIEIRA; CASTRO, 2002; BELMONT et al., 2003). Notou-se aumento significativo para os comprimentos, no entanto, para algumas cultivares (como foi o caso da 1), altas doses do Stimulate® podem, após um aumento no vigor das plântulas, levar a uma diminuição na sua performance. Tal efeito denota que, doses crescentes tem um limite no tocante ao efeito promotor, ultrapassando determinado limite, ocorrem efeitos deletérios ao crescimento e desenvolvimento vegetal, provavelmente em função do desbalanço hormonal (VIEIRA; CASTRO, 2001). Referências BELMONT, K. P. DE C. et al. Ação de fitorregulador de crescimento na germinação de sementes de algodoeiro. CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 4., Goiânia, 2003. Anais... Goiânia: [s.l.], 2003. CD ROM. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília, DF: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365 p. NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES. 1999. p. 1-21. VIEIRA, E. L. Estimulante vegetal no crescimento e desenvolvimento inicial do sistema radicular do algodoeiro em rizotrons. CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 5., 2005, Salvador, BA Anais..., 2005. v. 1. p. 82. VIEIRA, E. L.; CASTRO, P. R. C. Ação de Stimulate no desenvolvimento inicial de plantas de algodoeiro (Gossypium hirsutum L.). Piracicaba: USP. Deptº. Ciências Biológicas, 2002. VIEIRA, E. L.; CASTRO, P. R. C. Ação de bioestimulante na germinação de sementes, vigor de plântulas, crescimento radicular e produtividade de soja. Rev. Brás. Sem., Brasília, DF, v. 23, n. 2, p. 222-228, 2001. 100 COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA SOJA SOB EFEITO DA APLICAÇÃO DE BIORREGULADOR E Ca E B Leandro P. Albrecht1; Marizangela R. Ávila2; Alessandro L. Braccini1, Mauro Cezar Barbosa1, Thiago T. Ricci1; Alfredo Júnior Paiola Albrecht1; Gabriel L. Bazo1 e Paulo V. D. Vieira1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução Reguladores vegetais são compostos orgânicos que, em baixas concentrações, inibem, promovem ou modificam processos morfológicos e fisiológicos nas plantas. Essas substâncias naturais ou sintéticas podem ser aplicadas diretamente nas plantas com o objetivo de interferir em diversos processos fisiológicos e/ou morfológicos, provocando alterações nos processos vitais e estruturais das plantas, com a finalidade de incrementar a produção, melhorar a qualidade e facilitar a colheita. A ação dessas substâncias depende das condições ambientais, assim como das características e potencialidades genéticas das plantas (VIEIRA; MONTEIRO, 2002). Entretanto, Rosolem, Boaretto e Nakagawa (1990) não detectaram resposta a fontes e doses de Ca, aplicada via foliar na fase de pré-florescimento, em termos de rendimento e seus componentes na cultura do feijoeiro. Segundo este mesmo autor existe alta correlação negativa entre teor de Ca na planta e número de flores e vagens abortadas o que explica também o resultado positivo do Ca e B no peso de sementes por planta a cultura do feijoeiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do SETT (Ca e B) associado ou não ao ST (Stimulate®), aplicados via pulverização foliar, em diferentes fases reprodutivas da cultura da soja que tiveram suas sementes tratadas com ST (5mL kg-1 de sementes) antes da semeadura. Palavras-chave: Sett. Biorregulador. Desempenho de plântulas. Material e Métodos O experimento foi instalado em área localizada na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no município de Maringá, região noroeste do Estado do Paraná. 101 Os tratamentos consistiram da pulverização foliar de soluções de SETT e ST. As dosagens e as combinações mais detalhadas dos tratamentos encontram-se na Tabela 1. Tabela 1. Esquema da combinação dos tratamentos realizados na cultura da soja com SETT e ST (Stimulate®) aplicados via pulverização foliar em diferentes estádios fenológicos. Tratamentos 1. Controle 2. ST 3. SETT 4. ST + SETT 5.SETT 6. ST + SETT Forma de aplicação Dose Estádio Fenológico ------------------Foliar Foliar Foliar + Foliar Foliar Foliar + Foliar ------------------250mL ha-1 3L ha-1 250mL ha-1 + 3L ha-1 3L ha-1 250mL ha-1 + (3L ha-1) ------------------R2 R2 R2 + R2 R1 + R3 R1 + (R1 + R3) A cultivar utilizada para a semeadura foi a BRS 255RR, pertencente ao grupo de maturação precoce, as quais foram tratadas com Vitavax-Thiram 200 SC®, Co-Mo, Stimulate® - ST (5mL kg-1 ) e inoculante turfoso Masterfix. Avaliou-se o número de vagens por planta. Partindo-se do rendimento de grãos nas parcelas, foram calculadas as produtividades em kg ha -1. Determinou-se a massa de mil sementes (g) de acordo com Brasil (1992). Os dados coletados foram submetidos à análise de variância a 5 % de probabilidade (P<0,05) e, quando significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05), de acordo com. Resultados e Discussão A análise de variância dos dados revelou efeito significativo (P<0,05) para número de vagens por planta e produtividade. Na Tabela 2 estão apresentados os resultados número de vagens por planta, produtividade e massa de mil sementes da cultivar de soja BRS 255RR em resposta aos tratamentos com os produtos SETT E ST aplicados via pulverização foliar, em diferentes fases reprodutivas da cultura da soja que tiveram suas sementes tratadas com ST (5 mL kg-1 de sementes) antes da semeadura. O número de vagens por planta e a produtividade de sementes aumentou significativamente em relação ao tratamento controle (testemunha, sem pulverização) independentemente do tratamento utilizado, estes resultados estão de acordo com os alcançados por Bevilaqua, Silva Filho e Possenti (2002) com aplicação foliar de Ca e B via pulverização foliar o que promoveu aumentou no número de vagens por planta, número de 102 sementes por vagem bem como o peso de sementes por planta, quando aplicados na fase de floração em duas cultivares de soja. Corroboram também com Ávila et al. (2007), que observaram que aplicações associadas do fertilizante líquido SETT (Ca + Bo) com ST em diferentes estádios reprodutivos da cultura da promoveram ganhos de produtividade para aplicações isoladas do Stimulate® e aplicações conjugadas do Stimulate + SETT. Tabela 2. Médias do número de vagens por planta (N.V.P.), produtividade de sementes (PROD.) e massa de mil sementes (MMS.) da cultivar de soja BRS 255RR em resposta aos tratamentos com os produtos SETT e ST. Safra 2007/2008. Maringá-PR. Tratamentos/Dose/Estádio Fenológico 1. Controle 2. ST 3. SETT 4. ST + SETT 5. SETT 6. ST + SETT Média 1 0,25L ha-1 3L ha-1 0,25L ha-1 + 3L ha-1 3L ha-1 0,25L ha-1 + 3L ha-1 R2 R2 R2 + R2 R1 + R3 R1 + (R1 + R3) Variáveis N.V.P. 35,66 B 46,35 A 52,55 A 45,65 A 46,72 A 47,65 A 45,76 PROD. kg ha-1 2.901,44 B 3.552,68 A 3.804,93 A 3.680,12 A 3.605,51 A 3.859,07 A 3567,29 MMS. g 158,72 A 169,48 A 164,47 A 169,03 A 167,46 A 168,80 A 166,32 12,92 6,54 2,97 C.V(%) Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Referências ÁVILA, M. R. et al. Eficiência do Stimulate associado ou não ao fertilizante líquido Sett na cultura da soja. CONGRESSO BRASILEIRO DE FISIOLOGIA VEGETAL, 11., 2007, Gramado. Resumos... Gramado: [s.l.], 2007. v. 19. BEVILAQUA, G. A. P.; SILVA FILHO, P. M.; POSSENTI, J. C. Aplicação foliar de cálcio e boro e componentes de rendimento e qualidade de sementes de soja. Ciência Rural, Santa Maria, v. 32, n. 1, p.31-34, 2002. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília, DF: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365 p. ROSOLEM, C. A.; BOARETTO, A. E.; NAKAGAWA, J. Adubação foliar do feijoeiro. VIII. Fontes e doses de cálcio. Científica, São Paulo, v. 18, p. 81-86, 1990. VIEIRA, E. L.; MONTEIRO, C. A. Hormônios vegetais. In: CASTRO, P. R. C.; SENA, J. O. A.; KLUGE, R. A. (Ed.). Introdução à fisiologia do desenvolvimento vegetal. Maringá: EDUEM, 2002. p. 79-104. 103 EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM REGULADOR DE CRESCIMENTO NO POTENCIAL FISIOLÓGICO DAS SEMENTES DE FEIJÃOVAGEM E ERVILHA Gabriel Loli Bazo1; Leandro Paiola Albrech1; Marizangela Rizzatti Ávila2; Alessandro de Lucca e Braccini1; Denise Maria Prado1; Alfredo Júnior Paiola Albrecht1; Paulo Vinicius Demeneck Vieira1; Aline de Carvalho Gasparotto¹ Primeiro autor: Apresentador, e-mai: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Maringá - PR 2 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução A fisiologia e consequentemente a produção da soja, uma leguminosa como o feijãovagem e a ervilha, é afetada positivamente pela aplicação exógena de fitormônios, denominados de reguladores de crescimento, seja sob condição de estresse ou não. Para as variáveis plântulas normais, massa seca de plântulas, crescimento radicular vertical, número de grãos por planta e massa seca de grãos por planta, existem efeitos significativos em relação as concentrações de Stimulate® utilizadas na cultura da soja em tratamento de sementes (VIEIRA; CASTRO, 2001). O presente trabalho objetivou verificar a eficiência de diferentes doses do biorregulador Stimulate ® em diferentes cultivares de ervilha (Pisum sativum) e feijão-vagem (Phaseolus vulgaris) através da viabilidade e vigor das sementes. Palavras-chave: Pisum sativum. Phaseolus vulgaris. Vigor. Germinação. Material e Métodos Os experimentos foram realizados no Laboratório de Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisas Aplicadas a Agricultura (NUPAGRI) pertencente ao Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O delineamento experimental para as duas espécies foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 3x5, sendo três cultivares de ervilha (‘Ervilha Jota Flor Roxa’- 1, ‘Ervilha Telefone Alta’- 2 e ‘Ervilha Axé’-3) e cinco doses do biorregulador (0 ; 4 ; 8; 12 e 16mL kg-1), o mesmo se repete para o feijão-vagem, sendo as usadas as cultivares ‘Feijão-Vagem Torino Macarrão Trepador’-1, ‘Feijão-Vagem Baixo Manteiga’-2, ‘FeijãoVagem Napoli Macarrão Rasteiro’-3. Os testes de germinação, segundo a Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992), foram instalados após 2 horas da aplicação do Stimulate®, 104 posteriormente sendo avaliados a por meio do teste de germinação (oitavo dia) e da classificação do vigor de plântulas. A classificação do vigor das plântulas foi realizada através das categorias fortes (alto vigor) e fracas (baixo vigor) para as duas espécies, em conjunto com o teste de germinação. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais fortes (alto vigor) computadas na primeira contagem e na contagem final do teste, segundo critérios de Nakagawa (1999). Os dados foram submetidos à análise de variância (P<0,05). Foram realizados os desdobramentos necessários e, as médias do tratamento qualitativo (cultivar) foram comparadas pelo teste de Tukey. Quanto ao tratamento quantitativo (doses) foi aplicado o teste t, e as doses foram analisadas por regressão polinomial ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e discussão A análise de variância apresentou diferença significativa (P<0,05) na interação Cultivar x Doses, permitindo os desdobramentos, que apontaram diferenças entre as cultivares dentro de cada dose e o ajuste de modelos de regressão para as doses dentro de cada cultivar, para as duas espécies avaliadas (Tabela 1 e 2). Para as duas espécies vegetais, tanto na germinabilidade como no vigor das sementes, a cultivar denominada 2, foi a que tendeu a demonstrar os menores valores percentuais. O que denota certa qualidade fisiológica inicial, do genótipo. Para a espécie, feijão-vagem, apenas a cultivar 1, em ambos as variáveis, foi significativa (P<0,05), apresentando comportamento quadrático, na regressão polinomial. No entanto, para a espécie, ervilha, foi diagnosticada tendência linear (cultivar 1) e quadrática (cultivar 2). A cultivar 2, para ambas as espécies, foi não significativa, justamente a de pior desempenho fisiológico, possibilitando inferir que genótipo que demonstram baixa qualidade inicial, tendem a não serem responsivos ao fitorregulador (Tabela 1 e 2). Houve aumento significativo no percentual de plântulas normais e normais fortes, no entanto, para algumas cultivares, de algumas espécies, altas doses do Stimulate® podem, após um aumento na germinação e no vigor das plântulas, levar a uma diminuição na sua performance. Tal efeito, aponta que, doses crescentes tem um limite no tocante ao efeito promotor, ultrapassando determinado limite, ocorrem efeitos negativos ao crescimento e desenvolvimento vegetal (tendência quadrática), provavelmente em função do desbalanço hormonal (VIEIRA; CASTRO, 2001). Portanto, o biorregulador Stimulate ® pode afetar positivamente o potencial fisiológico 105 das sementes de cultivares com qualidade inicial superior. Porém, efeitos deletérios podem suceder em altas doses. Tabela 1. Germinação (%) e vigor (%) de feijão-vagem, em função das cultivares ‘Torino Macarrão Trepador’ (C1), ‘Baixo Manteiga’ (C2) e ‘Napoli Macarrão Rasteiro’ (C3) e doses biorregulador Stimulate® (0 ; 4 ; 8 ;12 e 16 mL kg-1). Variável Cultivar 0 4 8 12 Germinação (%) C2 40,0b 77,0a 73,0a 74,0a 50,0b 63,0a Y=43,8+7,575X- 0,85 47,0a 0,4063X2 20,79 46,0b 45,0b 44,0b C3 72,0a 61,0ab 62,0ab 79,0a 59,0a Y=66,60* C1 28,0b 50,0a 44,0a 38,0b 36,0ab Y=31,543+3,5286X- Vigor – Normais Fortes (%) R2 (%) Doses (mL kg ) C1 Equação CV 16 -1 Y=46,4* 0,60 0,2143X2 15,10 C2 30,0b 28,0b 25,0b 25,0c 32,0b Y=28,00* C3 62,0a 42,0a 45,0a 58,0a 45,0a Y=50,40* Letras iguais na coluna, dentro de cada variável estudada, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). *Os resultados obtidos nas doses não se ajustaram a nenhum modelo de regressão. Tabela 2. Germinação (%) e vigor (%) de sementes de ervilha, em função das cultivares ‘Ervilha Flor Roxa’ (C1), ‘Ervilha Telefone Alta’ (C2) e ‘Ervilha Axé’ (C3) e doses biorregulador Stimulate ® (0 ; 4 ; 8 ; 12 e 16 mL kg-1). Variável Cultivar 0 4 8 12 16 Doses (mL kg-1) CV Equação R2 Y=77+0,35X 0,57 (%) C1 77a 79a 80a 78b 85a C2 50b 43c 51b 40b 38c C3 62b 65b 78a 85a 64b Y=58,286+4,4571X-0,2411X2 0,65 Vigor – C1 65a 67a 67a 68a 70a Y=65,2+0,275X 0,92 Normais C2 37b 32b 42c 25c 27c Fortes (%) C3 35b 37b 57b 54b 54b Germinação (%) 5,79 Y=44,4* 7,17 Y=32,6* Y=32,4+3,4X-0,125X2 0,81 Letras iguais na coluna, dentro de cada variável estudada, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). *Os resultados obtidos nas doses não se ajustaram a nenhum modelo de regressão. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes Brasília, DF: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365 p. NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina, ABRATES, 1999. p. 1-21. 106 VIEIRA, E. L.; CASTRO, P. R. C. Ação de bioestimulante na germinação de sementes, vigor das plântulas, crescimento radicular e produtividade de Soja. Rev. Bras. Sementes, Brasília, DF, v. 23, n. 2, p. 222-228, 2001. 107 REAÇÃO DE VARIEDADES DE GIRASSOL (Helianthus annuus L.) USADAS PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL À Meloidogyne javanica, M. incognita E M. paranaensis Simone de Melo Santana1; Cláudia Regina Dias Arieira1; Marcelo Lockes da Silva1; Cinthia Miyuki Yamagata1 e Davi Antonio de Oliveira Barizão1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução O uso de biodiesel como combustível apresenta inúmeras vantagens. Dentre elas citam-se o fato de ser uma fonte de energia renovável, ser biodegradável e possibilitar a utilização de diferentes culturas vegetais. Diversas áreas agrícolas do Noroeste do Paraná vêm sendo destinadas ao cultivo de algumas destas espécies. Porém, por tratar-se de uma região que apresenta solo arenoso com histórico de cultivo de café, a ocorrência de nematóides, pode vir a ser um fator limitante à produção de culturas como o girassol. Até 1973, apenas M. javanica havia sido relatado parasitando o girassol no Brasil (LORDELLO, 1973). Posteriormente, trabalhos confirmaram a suscetibilidade desta espécie aos nematóides de galhas (SANTOS; RUANO, 1987; ASMUS et al., 2005, SHARMA; AMABILE, 2004). Baseando-se nestas informações, pode-se notar que não há consistência nos dados experimentais obtidas até o momento. Assim, objetivou-se avaliar a suscetibilidade de variedades de girassol aos nematóides M. javanica, M. incognita e M. paranaensis. Palavras-chave: Meloidogyne. Girassol. Biodiesel. Suscetibilidade. Material e Métodos O experimento foi conduzido junto ao Laboratório de Fitopatologia da UEM. Plântulas de oito variedades de girassol (BRSG 02, BRSG 07, BRHS 01, BRHS 05, BRHS 09, Catissol 01, Hélio 358, Embrapa 122) e da testemunha (tomateiro cv. Santa Cruz) foram germinadas em bandejas contendo substrato. Após 18 dias da germinação, elas foram transplantadas para vasos de 3L contendo solo esterilizado. Decorridos três dias, as mesmas foram inoculadas com suspensão de 4000 nematóides em 4mL de água, distribuída em orifícios abertos no solo ao redor da planta. Para obtenção do inóculo, populações de M. incognita, M. javanica e M. paranaensis, foram multiplicadas em raízes de tomateiro, durante três meses. Posteriormente, os ovos foram extraídos, utilizando-se a metodologia adaptada por Boneti e Ferraz (1981). 108 Decorridos 60 dias da inoculação, determinou-se, pela contagem direta, o número de galhas no sistema radicular. Os ovos foram extraídos das raízes conforme descrito anteriormente e foram contados sob microscópio óptico. O fator de reprodução (FR) foi calculado pela fórmula FR=(Pf/Pi), onde Pf e Pi correspondem as populações finais e iniciais, respectivamente (OOSTENBRINK, 1966). As plantas foram classificadas como suscetíveis quando FR > 1 e resistentes quando FR < 1 (OOSTENBRINK, 1966). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis repetições. As médias foram submetidas à análise de variância e comparadas pelo teste de Tukey, a 5%. Resultados e Discussão Os dados obtidos mostram que todos os genótipos de girassol avaliados comportaramse como suscetíveis a M. javanica (FR>1) (Tabela 1). Além disto, os números de ovos e galhas foram estatisticamente iguais à testemunha (P≤0,05). Tabela 1. Número de galhas (NG), número de ovos (NO) e fator de reprodução (FR) de três espécies de Meloidogyne em variedades de girassol. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Variedades de girassol M. paranaensis M. javanica M. incognita NG NO FR NG NO FR NG NO FR BRSG 02 130 a 4.598 a 1,57 85ns 12.675 ns 3,17 144 a 27.722 ab 6,93 BRSG 07 161 a 4.468 a 1,12 106 12.292 3,07 126 a 21.779 ab 5,44 BRHS 01 95 a 2.628 a 0,66 95 4.453 1,11 157 a 32.647 ab 8,16 BRHS 05 117 a 4.598 a 1,15 120 7.205 1,80 222 ab 35.351 ab 8,84 BRHS 09 166 a 3.753 a 0,94 161 15.692 3,92 162 a 16.729 a 4,18 Catissol 01 162 a 3.495 a 0,87 198 12.528 3,13 127 a 21.469 ab 5,37 Hélio 358 222 ab 4.247 a 1,06 124 8.185 2,05 173 a 33.346 ab 8,34 Embrapa 122 129 a 3.595 a 0,90 175 9.887 2,47 111 a 27.078 ab 6,77 Testemunha* 423 b 30.782 b 7,67 243 10.368 2,59 330 b 60.088 b 15,02 * Tomateiro cv. Santa Cruz No trabalho realizado por Di Vito et al. (1996), M. javanica afetou a produção da cultura e o efeito do nematóide sobre a planta pode ser visualizado uma semana após a inoculação, com amarelecimento e redução no crescimento, sendo esses diretamente proporcionais ao aumento no nível de inóculo. 109 A suscetibilidade de girassol também foi observada para M. incognita (Tabela 1), para o qual, o fator de reprodução das variedades avaliadas variou entre 4,18 a 8,84. No entanto, com exceção da cultivar BRHS 05, todas as demais apresentaram número de galhas inferiores ao observado para o tomateiro (P≤0,05). A reprodução deste nematóide em girassol também foi confirmada por Asmus et al. (2005), quando o fator de reprodução de M. incognita raça 2 na cultivar IAC Uruguai foi de 15,63. Anteriormente, a cultivar Issanka foi relatada como suscetível a M. incognita raça 3 e M. javanica (SANTOS; RUANO, 1987). Quanto a M. paranaensis observou-se que o número de ovos foi significativamente inferior à testemunha para todas as cultivares avaliadas, contudo o índice de galhas da cultivar Helio 358 foi igual ao tomateiro. FR>1 foi observado para as cultivares BRSG 02, BRSG 07, BRHS 05 e Hélio 358 (Tabela 1). Para as demais cultivares, o fator de reprodução variou entre 0,66 a 0,94. Considerando que o comportamento de algumas espécies pode sofrer a influencia de fatores climáticos e da população do nematóide utilizada é importante evitar a utilização destas cultivares em áreas infestadas por M. paranaensis. O trabalho permite concluir que não se deve cultivar girassol em áreas em que ocorram espécies de Meloidogyne, visto que este e outros trabalhos indicam a suscetibilidade de variedades desta espécie aos nematóides das galhas. Referências ASMUS, G. L. et al. Reação de algumas culturas utilizadas no sistema plantio direto a Meloidogyne incognita. Nematologia Brasileira, Campinas, SP, v. 29, n. 1, p. 47-52, 2005. BONETI, J. I. S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey e Barker para extração de ovos de Meloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, DF, v. 6, p. 553, 1981. DI VITO, M.. et al. 1996. Relationship between initial population densities of Meloidogyne javanica and yield of sunflower in microplots. Nematologia Mediterranea, Bari, v. 24, n. 1, p. 109-112, 1996. LORDELLO, L. G. E. Nematóides das plantas cultivadas. São Paulo: Nobel, 1973. 197p. OOSTENBRINK, R. Major characteristics of the relation between nematodes and plants. Mededeelingen der Landbouw-Hoogeschool, Wageningen, v. 66, p. 1-46. 1966. 110 SANTOS, M. A.; RUANO. O. Reação de plantas usadas como adubos verdes a Meloidogyne incognita raça 3 e M. javanica. Nematol. Brás., Campinas, SP, v. 11, p. 184-197, 1987. SHARMA, R. D.; AMABILE, R. F. Nematóides associados ao girassol em áreas de Cerrado do Distrito Federal. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, Planaltina, DF, n .125. p. 1-13, 2004. 111 UTILIZAÇÃO DE REGULADOR VEGETAL, ADUBO FOLIAR E IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) CONDUZIDA EM SOLO DE ARENITO NO OUTONO/INVERNO Davi Antonio Oliveira Barizão1; Marizangela Rizzatti Ávila1; Eder Pereira Gomes1 e Gregory Fedri1; Alexsander Seleguini1 Primeiro autor: Apresentador, e-mail: [email protected] 1 Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Agronomia - Campus de Umuarama - PR Introdução O uso de tecnologias que proporcionam maiores produtividades e qualidade é imprescindível no processo produtivo da cultura do feijoeiro, neste contexto, cita-se a utilização de reguladores de crescimento, adubação foliar, utilização de irrigação, entre outros. Reguladores vegetais são compostos orgânicos que, em baixas concentrações, inibem, promovem ou modificam processos morfológicos e fisiológicos das plantas. Na atualidade reconhecem-se vários reguladores vegetais, que estão sendo utilizados exogenamente em diversas culturas inclusive na cultura do feijoeiro apresentando ótimos resultados. Dentre estes estão: auxina, giberelina e citocinina. Entretanto o momento correto para aplicação destes reguladores ainda não está totalmente definido. Além disso, a ação destes pode depender de diversos fatores, como, condições climáticas, classe de solo, controle de pragas, aspectos nutricionais, as relações água-plantaatmosfera e as características e potencialidades genéticas das plantas (VIEIRA; MONTEIRO, 2002) bem como a interação destes. Estudos realizados com a interação de reguladores vegetais e adubação foliar de cálcio e boro em diferentes culturas como, feijão, milho, arroz e soja e em diferentes estágios fenológicos, cultivares e locais (ALLEONI; BOSQUEIRO; STONE, 2000, MILLÉO; VENÂNCIO; MONFERDINI, 2000; VIEIRA; CASTRO, 2004; ÁVILA et al., 2007) tem revelado resultados positivos em termos produtivos. A associação dos nutrientes cálcio e boro em pulverização foliar vem se mostrando promissora quando realizada no início do estágio reprodutivo da planta, pois suas principais funções são de atuar na formação do pectato de cálcio, na germinação do grão de pólen e crescimento do tubo polínico; translocação de açúcares e na formação da parede celular, metabolismo de carboidratos, funcionamento das membranas celulares e auxílio na boa produção e distribuição hormonal, é essencial para a germinação dos grãos de pólen, crescimento do tubo polínico, formação das sementes e das paredes celulares é importante 112 também para a formação das proteínas contribuindo para o maior peso de grãos, melhor qualidade das sementes e maior produtividade, respectivamente (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). Outro fator importante para maiores ganhos produtivo é a disponibilidade de água para as plantas. Em termos de resposta à deficiência hídrica, o feijoeiro tem demonstrado ser altamente sensível no sub-período de préfloração ao início da formação de vagens e também durante o enchimento de grãos e em menor escala no crescimento vegetativo, assim para obter um rendimento de ao menos 80% do rendimento potencial, não pode faltar água para a cultura no período que se estende desde antes do início da floração (quatro dias antes da plena floração) até a plena frutificação (18 dias após a plena floração). O período mais crítico do feijoeiro à deficiência hídrica coincide com o período de maior consumo de água pela planta. O maior consumo médio diário para o feijoeiro (5,9mm) ocorre durante o sub-período do início do florescimento ao início do enchimento de grãos em função do maior índice de área foliar e da maior atividade fotossintética. Diante do exposto o objetivo do presente trabalho é avaliar a eficiência da aplicação em diferentes estádios de desenvolvimento de regulador vegetal e adubação foliar na cultura do feijoeiro cultivado no outono/inverno em solo arenoso com baixa fertilidade sob sistema irrigado e não irrigado. Palavras-chave: Hormônio vegetal. Cultura do feijão. Produtividade. Material e Métodos O experimento foi conduzido em área localizada na Fazenda do Campus Regional de Umuarama em Umuarama - PR. O local possui clima classificado como Cfa Köppen, latitude de 23º47’ sul e longitude de 53º14’ a oeste de Greenwhich, com altitude de 403m e solo classificado como Latossolo Vermelho Distrófico de textura arenosa. A semeadura foi realizada no final do mês de fevereiro de 2008 sob palhada de Brachiaria, utilizando sementes de feijão da cultivar IPR Colibri “carioca” (precoce e tipo I), com espaçamento de 0,50m entre linhas e aproximadamente 12 sementes por metro linear há uma profundidade aproximada de 5cm. As parcelas foram constituídas por seis linhas de 35m de comprimento (5,0 linhas x 0,50m x 35,0m = 87,5m2) e divididas em sete sub-parcelas de 5m de comprimento. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro repetições em esquema de parcela sub-dividida, onde: parcelas, tratamentos irrigado e não 113 irrigado e sub-parcelas, tratamentos com regulador vegetal (RV) e adubo foliar (Ca+Bo) em diferentes estádios fenológicos do feijoeiro. Após a semeadura a área foi irrigada a fim de que o início do ciclo fosse de condições idênticas de umidade no solo. A adubação e os demais tratos culturais foram realizados segundo (ARAUJO; RAVA; STONE, 1996). O esquema detalhado dos tratamentos encontra-se apresentado na Tabela 1. Tabela 1. Esquema dos tratamentos. N. IRRIGAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Ausência Presença Ausência Presença Ausência Presença Ausência Presença Ausência Presença Ausência Presença Ausência Presença 1 PRODUTOS ESTÁDIO FENOLÓGICO1 Regulador de crescimento vegetal (RV) RV RV RV RV + (Ca+Bo) RV+ (Ca+Bo) RV+ (Ca+Bo) RV+ (Ca+Bo) (RV+ RV) + (Ca+Bo) (RV+ RV) + (Ca+Bo) (Ca+Bo) (Ca+Bo) V4 V4 R5 R5 R5 R5 V4 + R5 V4 + R5 (V4 + R5) + R5 (V4 + R5) + R5 R5 R5 V4 (emissão da terceira folha trifoliada) e R5 (aparecimento dos botões florais). A irrigação foi realizada quando necessária e para tal baseou-se na ETc ocorrida no período de condução do experimento. O produto utilizado para fornecer cálcio e boro é caracterizado como: SETT, um fertilizante líquido, composto de 10% de Cálcio e 2% de Boro. O regulador vegetal utilizado foi o Stimulate, composto por três biorreguladores vegetais: 0,09g L-1 de cinetina (citocinina), 0,05gL-1 de ácido giberélico (giberelina) e 0,05gL1 de ácido indol-butírico (auxina). As pulverizações foliares foram efetuadas com o auxílio de um pulverizador costal propelido a CO2, com pressão constante de 280 kPa, equipado com lança contendo 1 bico leque da série Teejet tipo XR 110:02 e volume de calda de 200L ha-1. A água utilizada para o preparo das soluções foi destilada e estavam com pH 7. Contudo o pH da calda foi ajustado para 4,5 com o produto P51, em todas as soluções adicionou-se 0,5% de Natur’L Óleo. A pulverização em V4 foi realizada dia 05/04/2008, às 16:00 horas, com temperatura média de 25oC, umidade relativa de 65% e velocidade do vento de 1km h-1; R5 no dia 114 19/05/2008, às 9:00 horas, com temperatura média de 22 oC, umidade relativa de 70% e velocidade do vento de 0,6km h-1. Uma semana antes da colheita avaliou-se o número de vagens por planta e o número de sementes por vagem utilizando-se 15 plantas escolhidas aleatoriamente na área útil de cada parcela. Após a colheita pesaram-se os grãos produzidos em cada parcela, corrigiu-se a umidade para 13% e calculou-se a produtividade. A massa de mil sementes, foi determinada pesando-se 3 sub-amostras de 100 sementes, para cada repetição de campo. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos com biorregulador e adubo foliar nas diferentes fases de desenvolvimento da cultura foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para comparação dos tratamentos irrigado e não irrigado utilizou-se a análise de variância conclusiva (BANZATO; KRONKA, 2006). Resultados e Discussão O resultado da análise de variância apresentou interação significativa dos tratamentos com regulador vegetal e adubação foliar com cálcio e boro nas diferentes fases de desenvolvimento da cultura do feijoeiro x presença ou ausência de irrigação para todas os componentes de produção feijoeiro (número de vagens por planta, número de sementes por vagem e peso de mil sementes) e produtividade. Através dos resultados apresentados na Tabela 2, verifica-se que o número de vagens por planta aumentou independentemente de se utilizar regulador vegetal e adubação foliar com cálcio e boro nas diferentes fases de desenvolvimento da cultura, onde se observou maior número de vagens quando se utilizou irrigação. Quando se compara a pulverização de regulador vegetal e adubação foliar com cálcio e boro nas diferentes fases de desenvolvimento nos tratamentos que não receberam irrigação verifica-se que o maior número de vagens foi alcançado quando realizou-se pulverização de regulador vegetal no estádio de desenvolvimento R5 e o menor número de vagens foi encontrado quando não se realizou tratamento das plantas (Testemunha). Para aqueles tratamentos que receberam irrigação verifica-se que o maior número de vagens foi alcançado quando se realizou a pulverização das plantas com em duas etapas, sendo a primeira somente com regulador vegetal no estádio de desenvolvimento V4 e segunda com cálcio e boro no estádio de desenvolvimento R5, ou seja, RV + (Ca+Bo) com 0,75mL ha-1 + 3,0L ha-1 em V4 + R5. 115 O número de sementes por vagem (Tabela 2) foi igual independentemente da cultura ser irrigada ou não, com exceção de quando a cultura não foi irrigada e recebeu pulverização de regulador vegetal e cálcio e boro nos estádios V4 e R5, ou seja, (RV+RV) + (Ca+Bo) com doses de 0,35mL ha-1 + 0,35mL ha-1 + 3,0L ha-1 em (V4+R5) + R5 quando obteve-se 5 sementes por vagem. Quando se compara a pulverização de regulador vegetal e adubação foliar com cálcio e boro nas diferentes fases de desenvolvimento nos tratamentos que não receberam irrigação verifica-se que o menor número de sementes por vagem foi alcançado quando realizou-se com regulador vegetal no estádio de desenvolvimento V4 e segunda com cálcio e boro no estádio de desenvolvimento R5, ou seja, RV + (Ca+Bo) com 0,75mL ha-1 + 3,0L ha-1 em V4 + R5. Para aqueles tratamentos que receberam irrigação verifica-se que não houve diferença significativa (P<0,05) entre o número de sementes por vagem para as plantas que foram pulverizadas com regulador vegetal e com cálcio e boro nos diferentes estádios fenológicos. Os resultados da massa de mil sementes e produtividade da cultura do feijoeiro submetidas a diferentes tratamentos estão apresentados na Tabela 3, estes confirmam maior massa de mil sementes e maior produtividade quando a cultura do feijoeiro é irrigada independentemente de se utilizar ou não reguladores de crescimento ou adubação foliar com cálcio e boro. Quando se compara a massa de mil sementes e produtividade do tratamento que não recebeu irrigação e receberam pulverizações com regulador vegetal e/ou cálcio e boro nos diferentes estádios fenológicos observa-se que não houve diferença significativa (P<0,05) ocorrendo o mesmo com o tratamento que recebeu irrigação. Os resultados obtidos neste trabalho não estão de acordo com os alcançados por Bevilaqua, Silva Filho e Possenti (2002) com aplicação foliar de Ca e B via pulverização foliar o que promoveu aumentou no número de vagens por planta, número de sementes por vagem bem como o peso de sementes por planta, quando aplicados na fase de floração em duas cultivares de soja. Trabalhando com a cultura da soja ÁVILA et al. (2007) observaram que aplicações associadas do fertilizante líquido SETT (Ca + Bo) com Stimulate em diferentes estádios reprodutivos da cultura promoveram ganhos de produtividade que variaram de 34,09 a 47,91% e de 32,86 a 40,67% para aplicações isoladas do Stimulate e aplicações conjugadas do Stimulate + SETT, respectivamente o que não condiz os resultados alcançados neste trabalho. 116 O aumento no número vagens por planta, sementes por vagem, massa de mil sementes e produtividade quando realizou-se irrigação deve-se ao constante déficit hídrico ocorrido no período de condução da cultura. Desta forma, ressalta-se a importância do cultivo de feijoeiro irrigado em solos arenosos do noroeste do Paraná e principalmente no período de semeadura de segunda safra com semeadura entre os meses de janeiro a março. 117 Tabela 2. Número de vagens por planta e número de sementes por vagem de plantas feijoeiro submetidas a diferentes tratamentos. Pulverizações1(A) Produto Dose (L ha-1) Irrigação2 (B) Estádio Número de vagens por planta Ausência Presença Número de sementes por vagem Ausência Presença fenológico - - 13 B b 21 B a 6Aa 6Aa RV 0,75 V4 15 AB b 28 AB a 6Aa 6Aa RV 0,75 R5 22 A b 22 AB a 6Aa 6Aa RV + (Ca+Bo) 0,75 + 3,0 R5 19 AB b 25 AB a 6Aa 6Aa RV + (Ca+Bo) 0,75 + 3,0 V4+R5 16 AB b 29 A a 6Aa 6Aa (0,35+0,35) + 3,0 (V4+R5) + R5 16 AB b 23 AB a 5Bb 6Aa 3,0 R5 18 AB b 21 B a 6Aa 6Aa 24 6 Testemunha (RV+RV) + (Ca+Bo) (Ca+Bo) Média C.V. (A) C.V. (B) 17 6 18 1 Médias seguidas de mesma letra maiúscula, em cada coluna, não diferem entre si de acordo com o Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. 2 Médias seguidas de mesma letra minúscula, em cada linha, não diferem entre si pelo teste F, a 5% de probabilidade. 118 6 4 11 Tabela 3. Massa de mil sementes (g) e produtividade (kg ha-1) da cultura do feijoeiro submetidas a diferentes tratamentos. Pulverizações1(A) Produto Dose (L ha-1) Irrigação2 (B) Estádio Massa de mil sementes Ausência Presença Produtividade Presença Ausência fenológico - - 207, 27 A b 222,17 A a 623,065 A b 767,384 A a RV 0,75 V4 194, 30 A b 217,55 A a 657,990 A b 871,074 A a RV 0,75 R5 208, 72 A b 207,87 A a 647,220 A b 775,242 A a RV + (Ca+Bo) 0,75 + 3,0 R5 205, 75 A b 220,10 A a 567,470 A b 869,970 A a RV + (Ca+Bo) 0,75 + 3,0 V4+R5 204,95 A b 201,37 A a 522,755 A b 682,302 A a (0,35+0,35) + 3,0 (V4+R5)+R5 206,02 A b 213,22 A a 583,978 A b 680,717 A a 3,0 R5 200,92 A b 215,92 A a 590,749 A b 783,857 A a 215,90 527,600 Testemunha (RV+RV) + (Ca+Bo) (Ca+Bo) Média C.V. (A) C.V. (B) 1 2 205,00 4,42 11,04 Médias seguidas de mesma letra maiúscula, em cada coluna, não diferem entre si de acordo com o Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra minúscula, em cada linha, não diferem entre si pelo teste F, a 5% de probabilidade. 119 775,790 3,58 21,87 Referências ALLEONI, B.; BOSQUEIRO, M.; ROSSI, M. Estudo dos reguladores vegetais de stimulate no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris). Publicatio UEPG, Ponta Grossa, v. 6, n.1, p. 23-35, 2000. ARAUJO, R. S.; RAVA, C.A.; STONE, L. F. Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: POTAFÓS, 1996. 786 p ÁVILA, M. R. et al. Eficiência agronômica do stimulate associado ou não ao fertilizante líquido sett na cultura da soja. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FISIOLOGIA VEGETAL, 11., 2007. Gramado. Anais... Porto Alegre: SBFV, 2007. Brazilian Journal of Plant Physiology, Gramado, 2007. v. 19. BANZATTO, D.A.; KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola. 4. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2006. 237 p. BEVILAQUA, G. A. P.; SILVA FILHO, P. M. S.; POSSENTI, J. C. 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