UNIVERSIDADE POSITIVO NÚCLEO DE
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UNIVERSIDADE POSITIVO NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA ELÉTRICA Fernando Carreteio Marcos Roberto Borges UNIDADE PROTÓTIPO PARA SECAGEM DE BIOMASSA UTILIZANDO TECNOLOGIA DE MICROONDAS CURITIBA, 2008 ii Fernando Carreteio Marcos Roberto Borges UNIDADE PROTÓTIPO PARA SECAGEM DE BIOMASSA UTILIZANDO TECNOLOGIA DE MICROONDAS Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Positivo, para obtenção de avaliação parcial da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como requisito à obtenção do grau de Engenheiro Eletricista, sob a orientação do Prof. Dr. Anselmo Rodrigues. CURITIBA, 2008 iii AGRADECIMENTOS Começar um projeto é fácil. O difícil é terminá-lo. Neste particular somos gratos ao nosso Orientador Prof. Dr. Anselmo Rodrigues, pela orientação e incentivo durante o desenvolvimento deste projeto. Certamente somos gratos aos nossos patrocinadores, agradecemos especialmente ao Sr. Adibelto Garcia Borges, da Borges & Garcia, ao Célio Francisco Adriano, da Reymaster, ao Fernando Belmonte, da Murrelektronik e ao Sr. Oscar Gandolfi, da Ghander. Por fim, cabe um agradecimento particular às nossas famílias que nos estimulou em todas as etapas do projeto. iv “Tornamo-nos aquilo que pensamos de nós mesmos” Gothe v RESUMO Este trabalho apresenta uma unidade secadora de biomassa utilizando a tecnologia de microondas. Utilizando ar quente e tecnologia de microondas para auxiliar e acelerar o processo de secagem e melhoria do poder calorífico e qualidade da biomassa. É um sistema de secagem de biomassa com umidade inicial em torno de 45% a 55% no bagaço de cana reduzindo estes valores em torno de 4% a 15% de umidade. Atualmente na indústria, a tecnologia mais comum para este processo, é a secagem de biomassa com ar quente com secador rotativo. Neste projeto, além do ar quente, foi adicionada a tecnologia com microondas. Palavras-chave: secadora, biomassa, microondas. vi LISTAS DE FIGURAS FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5 FIGURA 6 FIGURA 7 FIGURA 8 FIGURA 9 FIGURA 10 FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13 FIGURA 14 - Magnetron.......................................................................................................................7 Visão do Projeto .............................................................................................................9 Diagrama de blocos geral .............................................................................................11 Arquitetura do Hardware Automação...........................................................................12 Topologia das entradas e saídas remotas CanOpen ......................................................13 Malha de temperatura ...................................................................................................14 Circuito Magnetron ......................................................................................................15 Termopar tipo J.............................................................................................................17 Estrutura mecânica frontal............................................................................................18 Principais equipamentos eletrônicos ............................................................................19 Estrutura mecânica .......................................................................................................26 Estrutura mecânica com carenagem .............................................................................26 Equipamento em uso ....................................................................................................28 Painel Elétrico ..............................................................................................................28 vii LISTAS DE TABELAS Tabela 1 – Potencial energético de biomassas disponíveis ...................................................... 5 Tabela 2 – Potencial calorífico das biomassas ....................................................................... 5 Tabela 3 – Cronograma anual completo ............................................................................... 17 Tabela 4 – Custos do projeto................................................................................................ 25 viii LISTA DE SÍMBOLOS/ABREVIATURAS/SIGLAS A – Àmpere; Cm – Centímetro; E/S – Entrada e saída; IHM – Interface homem máquina; I/O – Input/Output; kHz – kilohertz; kg – Quilograma; mA – Miliampére; MHz – Megahertz; ms – Milisegundo; PNP – Positivo, Negativo, Positivo; P&D – Pesquisa e desenvolvimento; VAC – Voltage Alternating Current, Corrente Alternada; ix SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................................................................... v LISTAS DE FIGURAS ........................................................................................................................................ vi LISTAS DE TABELAS....................................................................................................................................... vii LISTA DE SÍMBOLOS/ABREVIATURAS/SIGLAS.....................................................................................viii SUMÁRIO............................................................................................................................................................. ix 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 2 1.1 PROBLEMA................................................................................................................................................. 3 1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................................... 3 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................................................ 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................................................... 5 2.1 BIOMASSA.................................................................................................................................................. 5 2.2 MICROONDAS............................................................................................................................................ 7 2.2.1 Microondas - Origem............................................................................................................................ 7 2.2.2 Microondas - O Magnetron................................................................................................................... 7 2.3 TEORIA DO AQUECIMENTO POR MICROONDAS ............................................................................... 8 2.4 SEGURANÇA EM MICROONDAS............................................................................................................ 8 3. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PRELIMINARES..................................................................................... 9 3.1 VISÃO GERAL DO PROJETO.................................................................................................................... 9 3.1.1 Diagrama de blocos............................................................................................................................. 11 3.2 ARQUITETURA E INTERFACES DE ENTRADA/SAÍDA ..................................................................... 12 3.3 DIMENSIONAMENTO E MEMORIAL DE CÁLCULO.......................................................................... 13 3.3.1 Circuito 1 – Ar Quente........................................................................................................................ 13 3.3.2 Circuito 2 – Gerador de Microondas................................................................................................... 14 3.3.3 Circuito 3 – Variação de Rotação Motoredutores / Inversor de Freqüência ....................................... 15 3.3.4 Circuito 4 – Equipamentos Gerais ...................................................................................................... 16 3.3.5 Termopares ......................................................................................................................................... 16 3.4.1 Descrição geral.................................................................................................................................... 17 3.4.2 Planejamento – Cronograma de implementação ...................................Erro! Indicador não definido. 4. IMPLEMENTAÇÃO ...................................................................................................................................... 18 4.1 DESCRIÇÃO DA MONTAGEM ............................................................................................................... 18 4.2 TESTES, MEDIÇÕES E CONFIGURAÇÕES........................................................................................... 19 4.3 BALANÇO ENERGÉTICO ....................................................................................................................... 20 4.4 REDE CANOPEN ..................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5. CUSTOS DO PROJETO ................................................................................................................................ 24 5.1 COMPONENTES E MATERIAIS ............................................................................................................. 25 5.2 SERVIÇOS CONTRATADOS................................................................................................................... 26 6. CONCLUSÃO ................................................................................................................................................. 27 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 29 ANEXOS .............................................................................................................................................................. 31 2 1. INTRODUÇÃO O tema principal do trabalho é o desenvolvimento de um sistema baseado na tecnologia de microondas. O presente trabalho se refere a uma unidade secadora de biomassas (bagaço de cana, bagaço de frutas cítricas e seus derivados), ao processo comum com ar quente, adiciona-se a tecnologia de microondas para auxiliar e acelerar o processo de secagem melhorando a eficiência, e melhoria do poder calorífico e qualidade das biomassas. O sistema é composto de uma unidade de ar quente com controle de temperatura, uma válvula rotativa dosadora e uma rosca transportadora espargidora, acionada por motoredutor controlando sua rotação através de um inversor de freqüência. É um sistema de secagem de biomassa com umidade inicial1 em torno de 45% a 55% (ARAUTERM, 2008) no bagaço de cana e de 60% a 85% no bagaço de laranja, reduzindo estes valores em torno de 4% a 15% de umidade para aumentar o poder calorífico da biomassa. A motivação para o desenvolvimento deste equipamento protótipo surgiu a mais de quatro anos, durante a montagem de uma linha de beneficiamento de biomassa (bagaço de cana) pela empresa BORGES & GARCIA de propriedade do Sr. Adibelto Garcia Borges, pai de um dos autores deste trabalho. Na colocação em funcionamento desta linha observou-se uma deficiência em uma das etapas do beneficiamento, no secador rotativo, era necessário aumentar a eficiência do secador. Então, buscaram-se as soluções disponíveis no mercado, mas nenhuma atendia a relação custo x benefício, uma vez que o secador já estava montado. E entre as opções apresentadas a mais viável seria a instalação de equipamentos geradores de microondas na câmara de secagem, o que não foi autorizado pelos proprietários da linha, uma vez que está solução ainda não existia para esta finalidade. Seria o pioneiro, ficou então a pergunta, qual seria o retorno em rendimento que a instalação dos equipamentos geradores de microondas daria neste processo. A ação das microondas modifica a estrutura molecular dos produtos lignocelulósicos produzindo uma grande vibração intracelular e em conseqüência um ganho significativo de temperatura. Com este sistema podem-se secar grandes quantidades de biomassa em regime continuo. Utiliza-se esta técnica para retirar a umidade do produto podendo ser beneficiado em formato de pellets2 que não está contemplado neste projeto. 1 2 Umidade após a extração do líquido da biomassa, subproduto. Pequenos cubos de biomassa seca utilizados para queima e posterior co-geração de energia. 3 O sistema de gerenciamento do processo será constituído de um Controlador Lógico Programável (CLP) com interfaces de entradas/saídas digitais e analógicas, uma Interface Homem Máquina (IHM) para a aquisição e visualização de dados das variáveis de setpoint de transporte e dosagem do material (rotação da rosca espargidora e válvula rotativa), temperatura (unidade de ar quente) e controle de intermitência das magnetrons. É utilizada a linguagem de programação “Ladder” conforme norma IEC-61131-3 para programação do CLP e IHM, com ferramentas de software específicas do fabricante, conforme especificações técnicas. 1.1 PROBLEMA Como reduzir de maneira econômica e ambientalmente correta a umidade de resíduos de biomassa com potencial de aproveitamento energético. A secagem tradicional de biomassa é realizada através da aplicação de calor na massa do produto com o intuito de elevar sua temperatura específica. Esse sistema gasta demasiada energia térmica e ao final da secagem, o produto perde suas características iniciais, inclusive parte da massa. O sistema atual também é muito lento com baixa eficiência energética (UFL-Uviversidade Federal de Lavras, 2008). 1.2 JUSTIFICATIVA O Brasil é hoje o maior produtor mundial de álcool extraído da cana-de-açúcar, etanol. A cana-de-açúcar, que nos últimos anos já se destacava pelo seu crescimento expressivo na Matriz Energética Brasileira, alcançou em 2007 um patamar inédito. Segundo os dados preliminares do Balanço Energético Nacional – BEN, divulgados no início de Maio/2008 pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a participação dos produtos derivados da cana (entre os quais etanol e o bagaço) na composição das fontes primárias de energia utilizadas no país chegou a 16%, ocupando a segunda posição entre os energéticos mais demandados no ano passado, atrás apenas do petróleo e derivados, com 36,7%, e superando a energia hidráulica, com 14,7%. Assim, existe uma grande oferta de resíduos de biomassa com alto teor de umidade. Nesta forma, não são economicamente viáveis para a recuperação da energia residual que possuem. Portanto, formas econômicas de redução de umidade, podem trazer benefícios para a co-geração de energia a partir destes resíduos. 4 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Equipamento dotado de uma IHM onde o operador possa interagir com o equipamento para ajustes de parâmetros de temperatura, dosagem e transporte capazes de reduzir o teor de umidade da biomassa a partir de um equipamento operando com pré-secagem e posterior aquecimento com microondas para aceleração da secagem e melhor aproveitamento calorífico, para posterior beneficiamento. b) O equipamento é dotado de telas protetoras, dispositivos de segurança e intertravamento para evitar possível operação ou manuseio indesejado. c) Ensaio para determinar os parâmetros de um modelo. d) Ajuste de potência e intermitência das válvulas magnetrons. 5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 BIOMASSA Através da fotossíntese, as plantas capturam energia do sol e transformam em energia química (AMBIENTE BRASIL, 2008). Esta energia pode ser convertida em combustível, calor ou eletricidade. As fontes orgânicas que são usadas para produzir energias usando este processo são chamadas de biomassa. Os combustíveis mais comuns de biomassa são os resíduos agrícolas, madeira e plantas, como a cana-de-açúcar. A produção de energia elétrica a partir da biomassa é muito defendida atualmente como uma alternativa aos demais meios de se produzir energia elétrica. Na tabela 1 é apresentada a situação de empreendimentos termelétricos no Brasil, classificando por fonte e situação. O bagaço de cana e o licor negro estão entre as fontes mais importantes, nos setores sucro-alcooleiro e de papel e celulose, além de diversos tipos de sistemas híbridos com combustíveis fósseis. Tabela 1 – Potencial energético de biomassas disponíveis Combustível Bagaço de cana Biomassa Biomassa e bagaço de cana Biomassa e óleo combustível Lenha picada Licor negro Licor negro e biomassa Lixo urbano Lixo Urbano e gás natural Óleo e biomassa Óleo diesel e biomassa Potência (MW) 391,15 82,75 4 8,8 5,31 310,18 142,9 26,3 600 125 70,2 Fonte: Aneel A co-geração de energia elétrica nas usinas de açúcar e álcool que usam o bagaço de cana como combustível, é uma prática em todo o mundo. Com a escassez do petróleo, existe uma tendência para a utilização de outros combustíveis. Com esta grande demanda de biocombustível no futuro, o que diferenciará o seu uso será a eficiência com que o potencial do bagaço é aproveitado, conforme se pode observar na tabela 2. 6 Tabela 2 – Poder calorífico das biomassas CARVÃO E RESÍDUOS DENSIDADE APARENTE (kg/m3) UNIDADE NOMINAL (%) PODER CALÓRICO INFERIOR (kcal/kg) Casca Arroz – IN NATURA 140 12 3.300 Casca Arroz – PELLET/BRIQUET Bagaço Cana – IN NATURA 500 - 600 8 3.500 140 50 1.820 Bagaço Cana – PELLET/BRIQUET Bagaço Cana - Enfardado 500 - 600 15 3.480 TIPO 350 20 3.250 Casca de Castanha - - 5.500 Casca de Bagaçu - - 4.300 Casca de Girassol - - 4.300 Casca de Cacau - - 2.000 – 3.900 Casca de Café - - 3.000 Casca de Algodão - - 3.000 Casca de Amendoin - - 3.000 Fibra de Palmeira - - 2.200 Fibra de Juta - - 3.800 Palhas - - 3.400 Aparas de Borracha - - 3.200 Aparas de Papelão - - 3.700 Aparas de Politileno - - 10.000 Aparas de Polipropileno - - 11.000 Recortes de Couro - - 4.400 Carvão Vegetal - 3–7 6.700 – 6.400 Carvão Mineral RS - 17 – 10 3.750 – 3420 Carvão Mineral SC - 17 – 10 4.900 – 4550 Fonte: Arauterm. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, produzindo-se entre 20 a 30 kWh por tonelada de bagaço de cana (ANEEL, 2007). A maneira mais eficiente e limpa de gerar energia elétrica com biomassa é através de tecnologias modernas, como a Integrated Gasification Combined Cicle (IGCC). O processo gaseifica o bagaço e o gás produzido alimenta a câmara de combustão de uma turbina a gás. Esta tecnologia possibilita o aproveitamento integral da cana-de-açúcar. 7 2.2 MICROONDAS 2.2.1 Microondas - Origem A idéia de usar microondas para cozinhar alimentos foi descoberta por Percy Spencer (WIKIPEDIA, 2008), fabricando magnetrons para aparelhos de radar. No ano de 1947 foi construído o primeiro forno de microondas comercial, fabricado pela empresa Raytheon. O primeiro forno microondas, chamado de Radarange tinha 1,68m de altura e pesava 340kg e produzia 3000W, aproximadamente três vezes a quantidade de radiação produzida pelos microondas atuais. 2.2.2 Microondas - O Magnetron O magnetron é constituído por um anodo cilíndrico, composto de cavidades, que se encontram no eixo de um cátodo de aquecimento. Quanto mais cavidades, maior é o seu rendimento. O ânodo e o cátodo são separados por um espaço ao qual se dá o nome de espaço de interação, estando em vácuo. Estas cavidades chamadas de "cavidades ressonantes" podem ter formas diferentes de acordo com o magnetron. Dois imãs que são fixados perpendicularmente em relação ao eixo do tubo. Na figura 1 é apresentado um exemplo de magnetron. FIGURA 1 - Magnetron Fonte: Galawa 8 2.3 TEORIA DO AQUECIMENTO POR MICROONDAS A molécula da água é formada por um átomo de hidrogênio e dois átomos de oxigênio bipolar, o que significa que o baricentro das cargas negativas e o das cargas positivas não são confundidos, pois o oxigênio possui mais elétrons negativos que o hidrogênio. Quando as moléculas da água são submetidas à radiação, a molécula de água absorve a energia das ondas eletromagnéticas, se estas têm uma freqüência que limita as microondas em cerca de 2450 MHz (HALIDAY, 2003). A absorção resulta numa rotação da molécula de água. As moléculas de água de um determinado produto em estado normal estão em desordem, porém quando submetidas a um campo elétrico contínuo, os pólos negativos das moléculas tendem a se orientar em direção ao último. Quando submetidas às microondas, as moléculas de água do produto se orientam em direção ao campo elétrico que compõe estas ondas. Este campo, ao ser alternado, faz com que os pólos se orientem sucessivamente num sentido e seguidamente no outro, o que resulta em várias mudanças de orientação ao mesmo ritmo que a onda da fonte geradora. As fricções entre as moléculas de água criadas por este número de rotações liberam calor. Após a liberação, o calor é induzido para diversas camadas do produto. A quantidade de água não repartida da mesma maneira no produto faz com que certas partes do produto fiquem mais ou menos quentes. Quando há liberação de calor das moléculas de água, tendendo a passar do estado líquido para o gasoso, o volume de vapor assim produzido, não pode ser contido no produto e vai para a periferia, com a passagem do ar quente forçado, arrasta o vapor dٰ água promovendo a secagem do produto. 2.4 SEGURANÇA EM MICROONDAS Existem vários riscos do uso de microondas para a saúde humana, desde liberação de radicais livres responsáveis por envelhecimento celular ou até mesmo câncer. É muito importante manusear corretamente os equipamentos e evitar o contato de pessoas com as ondas de microondas. O equipamento será dotado de telas protetoras, dispositivos de segurança e intertravamento para evitar possível operação ou manuseio indesejado. 9 3. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PRELIMINARES A seguir serão apresentadas as especificações técnicas preliminares, resumo de funcionamento do protótipo, relação de materiais, bem como o diagrama de blocos e a função de cada bloco. 3.1 VISÃO GERAL DO PROJETO Na figura 2 é apresentada a visão da estrutura do projeto FIGURA 2 - Visão do Projeto Fonte: Própria É realizada a alimentação de 50 kg/h do bagaço de cana de acordo com a capacidade e dimensionamento do protótipo com a umidade inicial de 45% a 55%3 no tanque de alimentação. Através da válvula rotativa motorizada (controle de rotação) será realizado o controle de dosagem da matéria prima, que será depositado em uma rosca transportadora espargidora com controle de rotação, que realizará o transporte do produto passando pela etapa de pré-aquecimento através de ar quente para tirar a umidade relativa superficial, posteriormente passará pela câmara de microondas para tirar a umidade interna do produto e o produto será submetido à circulação de corrente de ar quente para transportar a umidade 3 Faixa de umidade inicial do bagaço de cana após a extração do líquido para a produção de etanol. 10 expelida do produto, para no fim da rosca ser depositada na caixa de armazenamento do produto seco a umidade estimada de 4 a 15%. Para o aquecimento do ar, é utilizado o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), gerando a nossa própria unidade de ar quente. Conforme especificações técnicas. Condição inicial de partida manual e automática: a) Todos os equipamentos/dispositivos em condição de repouso; b) Alimentar o tanque de alimentação com matéria-prima; c) Liga o sistema de circulação de ar, Exaustor; d) Realizar ignição do aquecedor a gás, através do elemento sensor de chama detectar a chama, é dada a seqüência ao processo. Caso houver falha na ignição, detectada pelo elemento sensor de chama, é cortada a alimentação de gás e gerado uma mensagem de irregularidade da partida do ignitor; e) Depois de atingir a temperatura de setpoint (aproximadamente 170ºC), é dado o início a dosagem e transporte de matéria-prima na rosca transportadora; f) Após um minuto, é ligado o circuito Magnetron (gerador de microondas); g) Para aumentar o poder de secagem, o tempo de exposição do produto pode ser controlado através do controle de rotação da rosca transportadora; h) A umidade é medida manualmente após o produto cair na caixa e são manipuladas as variáveis temperatura, potência das magnetrons e rotação da rosca para o controle de umidade; 11 3.1.1 Diagrama de blocos Na figura 2 é apresentado o diagrama de blocos geral. FIGURA 3 - Diagrama de blocos geral Fonte – Própria Seguem as descrições funcionais dos principais blocos: ENTRADA: É composto pelo tanque de alimentação e válvula rotativa dosadora (motoredutor e inversor de freqüência), responsável pela dosagem e transporte do material; PRÉ-SECAGEM: É composto pelo circuito aquecedor a gás e exaustor que é responsável pelo sistema de contra corrente de ar quente para arrastar a umidade retirada da biomassa; SECAGEM-MO: É composto pelos circuitos dos magnetrons e a rosca transportadora, responsável por controlar o tempo de exposição do produto e em retirar a umidade interna da biomassa e aceleração do processo de secagem; SAÍDA: É composto pelo exaustor de ar, sistema circulatório com damper manual responsável pela circulação da corrente de ar quente e reservatório de produto; 12 3.2 ARQUITETURA E INTERFACES DE ENTRADA/SAÍDA Na figura 3 é apresentada a arquitetura do sistema de automação proposto para o controle e gerenciamento do protótipo. FIGURA 4 - Arquitetura do Hardware Automação Fonte – Própria Na arquitetura apresentada, é adotado o mestre CANOPEN devido à facilidade de interfaceamento entre os equipamentos disponíveis no mercado, o controlador lógico programável da marca Moeller comunicando-se com o nó CUBE módulo de I/O (Input/Output) de campo da marca MURR, responsável em coletar dados das entradas e saídas dos elementos sensores de campo (dois termopares e seis sensores para indicar o status de temperatura das magnetrons) e disponibilizar ao CLP, um inversor de freqüência equipado com comunicação em rede, responsável em variar a rotação da válvula dosadora e rosca transportadora e uma IHM da marca Moeller. 13 Na figura 4 é apresentada a topologia das entradas e saídas remotas da rede CanOpen. FIGURA 5 - Topologia das entradas e saídas remotas CanOpen Fonte – Própria 3.3 DIMENSIONAMENTO E MEMORIAL DE CÁLCULO Nesta etapa estará sendo exposto o dimensionamento detalhado de cada um dos circuitos que compõe o projeto. 3.3.1 Circuito 1 – Ar Quente O controle proposto para a temperatura é um controle em malha aberta, tendo como elementos de controle, a válvula solenóide, TE sensor de temperatura termopar tipo J, FVC uma válvula para o controle de fluxo do gás GLP. Na figura 5 é apresentado a malha de controle de temperatura, fonte de ar quente. Em média o PCS (poder calorífico superior) do GLP é de 28.000 kcal/m3 (base unidade de volume) ou 11.920 kcal/kg (base unidade de massa) “fonte Minasgás”, através desta malha é pretendido alcançar a faixa de temperatura de 170 à 200ºC com o auxílio das microondas. 14 FIGURA 6 - Malha de temperatura Fonte – Própria Quantidade TAG 1 BC Descrição Usina de ignição 5 Velas, mais 5 unidades de ignição; 1 BE Sensor de chama; 1 FCV Válvula proporcional sinal analógico 4 à 20mA ou 0 à 10Vcc; 2 SC Ventiladores insuflador e exaustor 110/220Vac; 3.3.2 Circuito 2 – Gerador de Microondas O controle proposto para o circuito microondas é apresentado na figura 6: Transformador de Alta Tensão: O transformador de alta tensão fornece 2.000V para o capacitor de alta tensão e aproximadamente 3V para o filamento do Magnetron. Capacitor de Alta tensão: O capacitor varia seu valor conforme a tensão de alimentação (1,05µF para 120V e 0,95µF para 220V). Magnetron: O magnetron é o componente que gera as microondas (2.450MHz). Diodo de Alta Tensão: Nas alimentações de 120Va, o Diodo é duplo, possuindo um limitador de tensão ligado em paralelo com o Capacitor. Magnetron (BURGOSELETRÔNICA, 2008) 15 Quantidade 1 TAG TRAFO Descrição Transformador de alta microondas 110V P/ 3V e 4000V 1 C1 0,8 a 0,97µF – Capacitor de alta tensão 1 D1 HV CL01-12 - Diodo para microondas 1 MAG Válvula magnetron 1 Relé Relé para habilitar MG1 e MG2 Na figura 6 é apresentado o circuito magnetron. FIGURA 7 - Circuito Magnetron Fonte: Própria 3.3.3 Circuito 3 – Variação de Rotação do Motoredutor / Inversor de Freqüência O controle proposto para as rotações da válvula rotativa e da rosca transportadora é através da utilização de um inversor de freqüência da marca SEW EURODRIVE com comunicação em rede CANOPEN onde será gerado o controle de habilitação e setpoint de rotação. Haverá um sinal de habilita saída discreto que se originará do circuito de emergência. Quantidade 1 1 TAG INV1 MOT1 Descrição Inversor de freqüência MOT1 + Placa de fieldbus Motoredutor da rosca transportadora espargidora 16 3.3.4 Circuito 4 – Equipamentos Gerais Neste circuito estão contidos a fonte de alimentação do circuito eletrônico e de comando 24Vcc, CLP, IHM, Módulo I/O e botoeiras de comando e sinalização. Em anexo é apresentado o diagrama elétrico com ferramenta específica de todo projeto elétrico do protótipo. Quantidade 1 1 1 TAG FONT CLP IHM Descrição Fonte de alimentação MURR 110-220Vac/24Vcc 5A Controlador lógico programável XC100-128K 8DI/6DO Interface homem máquina XV-230-57CNN-1-10 3.3.5 Termopares Os termopares são dispositivos eletrônicos para a medição de temperatura. Foram aplicados no projeto, dois termopares do tipo J - Ferro/Cobre-Níquel (0 a 760ºC) utilizados em atmosferas oxidantes, redutoras, inertes e no vácuo (SALCAS, 2008). Não deve ser usado em atmosferas sulfurosas e não se recomenda o uso em temperaturas abaixo de zero grau. O termopar tipo J apresenta baixo custo. Na figura 7 é apresentado o termopar tipo J. Especificações técnicas do termopar tipo J: - Termoelemento positivo (JP): Fe99,5% - Termoelemento negativo (JN): Cu55%Ni45% - Faixa de utilização: 0°C a 760°C - f.e.m. produzida: -8,096 mV a 42,919 mV 17 FIGURA 8 - Termopar tipo J Fonte: Própria Quantidade 2 TAG TE Descrição Sensor de temperatura termopar tipo J (0°C a 760°C) 3.4 PROGRAMAÇÃO Neste capítulo serão apresentadas as principais tarefas e controles desempenhados pelo programa do projeto. 3.4.1 Descrição geral Em anexo é apresentado o programa desenvolvido para o projeto. Foi utilizada a linguagem de programação Ladder. O software de programação utilizado é o Easy Soft Codesys versão 2.3.5 do fabricante Moeller. 18 4. IMPLEMENTAÇÃO Neste item serão apresentados os procedimentos adotados para a montagem do projeto. 4.1 DESCRIÇÃO DA MONTAGEM Como este projeto se trata de uma máquina de pequeno porte, foi necessário o desenvolvimento da estrutura mecânica, a qual foi projetada para trabalhar em conjunto com os equipamentos eletrônicos. A estrutura mecânica foi terceirizada e por se tratar de uma máquina, o prazo de fabricação não é tão rápido. Para os equipamentos eletrônicos, boa parte foi adquirida com prazo de entrega imediato, porém alguns itens doados foram importados4. Este protótipo se fez necessário para os ensaios que forneceram os parâmetros do modelo. Na figura 8 é apresentada a estrutura mecânica do projeto. FIGURA 9 - Estrutura mecânica frontal Fonte: Própria 4 Módulos Cube Murr, conectores de interligação dos módulos, Cabo CanOpen. 19 Na figura 9 são apresentados os principais equipamentos eletrônicos utilizados na montagem do projeto. FIGURA 10 - Principais equipamentos eletrônicos Fonte: Própria 4.2 TESTES, MEDIÇÕES E CONFIGURAÇÕES Para o hardware foram realizados os seguintes testes: a. Realizado comissionamento de entradas/saídas do CLP e nos módulos de I/O Remotos; b. Utilização de IHM para interagir com os equipamentos e software do programa do usuário, com chaves e botões simulando sinais externos; c. Utilização de equipamentos com funcionamento confiável (IHM, CLP, Magnetron, Inversor de freqüência); d. Testes mecânicos realizados na estrutura do protótipo. Para o software foram realizados os seguintes testes: a. Utilização de programa de simulação Easy Soft Codesys versão 2.3.5 do fabricante Moeller; b. Interação do software com a IHM; c. Implementações via software de configuração manual e automática do equipamento; 20 d. Testes de precisão de valores calculados por rotinas em relação ao esperado; e. Prever o comportamento inesperado do usuário (intertravamento e segurança dos equipamentos); 4.3 BALANÇO ENERGÉTICO Para a viabilidade do projeto foi necessário o desenvolvimento e cálculo do balanço energético com o intuito de apresentar o ganho real entre o sistema de secagem convencional utilizado hoje com ar quente, contra o sistema energético proposto no projeto (ar quente acionado a microondas). O desenvolvimento deste balanço energético foi realizado sob a orientação do Prof. Dr. Anselmo Rodrigues. Para os cálculos a seguir, foi adotada a massa inicial de bagaço de cana de 100 kg. 1. Determinação da massa de água no material (bagaço) 1.1 Massa Inicial de Água no Bagaço (MIH) Dados: MIB PIH Massa inicial de Bagaço [kg]................................................................ Porcentagem inicial de água no bagaço in natura................................. 100 kg 65% então: MIH = MIB * PIH = 65kg 1.2 65 kg Massa Final de Água no Bagaço Após Pré-Aquecimento (MFH) Dados: MIB PIH PPH Massa inicial de Bagaço [kg]................................................................ 100 kg Porcentagem inicial de água no bagaço in natura................................. 65% Porcentagem final de água no bagaço (pré aquecimento)..................... 40% Então: MFH = MIB * (1-PIH)*PPH = 23,33 kg 23,33 kg 21 2. Consumo de GLP para aquecer uma massa (MIH-MFH) de água de TA até TE (MAGLP) Dados: MIB cH Massa inicial de Bagaço [kg]................................................................ ∆T Gradiente de temperatura...................................................................... 75 °C CGLP Capacidade calorífica do GLP = 11800 kcal/kg.................................... 11920 kcal/kg 1kcal/kg (Calor específico da água)...................................................... 100 kg 1 kcal/kg Então: MAGLP = MIB . CH . ∆T = 0,63 kg CGLP 3. Cálculo do consumo de GLP para evaporar uma massa MH de água. (MVGLP) Dados: MIH MPH CLN CGLP Massa inicial de água no Bagaço [kg]................................................... 0 kg Massa final de água após pré-aquecimento........................................... 2,80 kg 540kcal/kg (Calor latente de evaporação da água)................................ 540 kcal/kg Capacidade calorífica do GLP = 11800 kcal/kg.................................... 11920 kcal/kg Então: MVGLP = (MIH - MPH) . CLN = 1,89kg CGLP 3.1 Consumo total de GLP (MGLP) Dados: MAGLP Consumo de GLP para aquecer uma massa de água de TA até TE......... MVGLP Consumo de GLP para evaporizar uma massa MH de água.................. 0,63 Kg 1,89 então: MGLP = MAGLP + MVGLP = 2,52 kg 3.2 Custo do GLP (PGLP) Dados: MGLP PkgLP Consumo total de GLP.......................................................................... Preço por quilo de GLP........................................................................... R$ 2,54 Então: PGLP = MGLP . PkgLP = R$ 6,39 R$ 6,39 22 4. Composição do consumo elétrico do microondas 4.1 Massa de água para evaporar com microondas (MHM) Dados: MIB MFB ŋ Massa inicial de Bagaço [kg]................................................................ 100 kg Massa final de Bagaço [kg] (após microondas).................................... 74 kg rendimento do processo (0 < ŋ <1)........................................................ 0,9 Então: MHM = MIB - MFB. .ŋ = 17,16 17,16 4.1.2 Energia fornecida pelo microondas em calorias para evaporar MHM (QN) Dados: MHM CLN Massa de água para evaporar com microondas..................................... 540kcal/kg (Calor latente de evaporação da água)................................ 17,16 540 kcal/kg QN = MHM . CLN = 9264,71 kcal 4.2 Massa final de bagaço após o microondas (MFB) Dados: MIB PIH Massa inicial de Bagaço [kg]................................................................ Porcentagem inicial de água no bagaço in natura................................. 100 kg 65% então: MFB = (1 - PIH) . MIB = 58,33 kg (1-PIH) 4.3 58,33 kg Custo do microondas (CMI) Dados: 1kWh = 859,2kcal PKWH QN Preço do kilowatt hora (Fonte: ANEEL - nota 0141/2008-SRD)......... R$ 0,2600 Energia fornecida pelo microondas em calorias.................................... 9264,71 kcal/kg então: CMI = PKWH . (859,2) . QN = R$ 2,801 R$ 2,801 23 4.4 Preço do Microondas (PM) Dados: CMI Custo do Microondas........................................................................... MAGLP Consumo de GLP para aquecer uma massa de água de TA até TE PkgLP Preço por kilo de GLP........................................................................... R$ 2,80 0,63 Kg R$ 2,54 então: PM = CMI + (MAGLP . PkgLP) = R$ 4,40 R$ 4,40 5. Porcentagem de ganho em custo do Microondas versus GLP (P%GLP) Dados: PM PGLP Preço do Microondas............................................................................. Custo do GLP........................................................................................ R$ 4,40 R$ 6,39 Então: P%GLP = (PM / PGLP) * 100 = -31% -31% Conforme foi constatado no item 5, o projeto é viável energeticamente gerando uma redução de 31% no custo de energia. 24 5. CUSTOS DO PROJETO Na tabela 4 são apresentados os custos do projeto contemplando apenas os custos com hardware. Os custos de P&D (Pesquisa e desenvolvimento) e software não estão inclusos. Tabela 4 – Custos do projeto Fonte: Própria 25 5.1 COMPONENTES E MATERIAIS A seguir está disposta a lista de materiais e as interfaces de entradas e saídas do protótipo e a respectiva descrição de cada item. Lista dos principais materiais: Tabela 5 – Lista dos principais materiais ITEM QTDADE TAG CIRCUITO DESCRIÇÃO 1 1 FCV Ar Quente Válvula Proporcional 2 1 XE Ar Quente Sensor de Chama 3 1 VIG Ar Quente Vela de ignição 4 1 TE Ar Quente Sensor de Temperatura Termopar tipo J 5 1 UIG Ar Quente Usina de Ignição 6 1 CIL Ar Quente Cilindro de alimentação gás GLP 7 1 VENT1 Ar Quente Ventilador Insuflador 8 1 MOT1 Alimentação Motoredutor Válvula Rotativa Dosadora 9 1 INV1 Alimentação Inversor de Freqüência 10 1 INV2 Transporte Inversor de Freqüência 11 1 PWR Controle Fonte de alimentação 5 A 12 1 CLP Controle Controlador Lógico Programável 13 1 IHM Controle Interface Homem Máquina 14 1 IO1 Controle Nó de Rede CanOpen art. nr. 56504 15 1 IO2 Controle Módulo de IO para Termopar tipo J art.56748 16 1 IO3 Controle Módulo DIO16 para sinais digitais art. 56600 17 6 MG1 Secagem Conjunto 6 válvulas Magnetron Fonte: Própria 26 5.2 SERVIÇOS CONTRATADOS Na figura 10 é apresentada a estrutura mecânica do equipamento, a qual foi terceirizada. A estrutura possui 3m de comprimento e peso de aproximadamente 300 kg. O custo total desta estrutura foi de R$ 9.000,00. FIGURA 11 - Estrutura mecânica Fonte: Própria Na figura 11 é apresentado o equipamento com a carenagem externa para proteção do equipamento, a qual também foi terceirizada. A carenagem possui 3,4m de comprimento e peso de aproximadamente 18 kg. O custo total desta estrutura foi de R$ 1.400,00. FIGURA 12 - Estrutura mecânica com carenagem Fonte: Própria 27 6. CONCLUSÃO Pode-se constatar neste projeto a viabilidade da tecnologia de microondas aplicada. A unidade secadora de biomassa utilizando ar quente somado à tecnologia de microondas para auxiliar e acelerar o processo de secagem e melhoria do poder calorífico e qualidade da biomassa. Com a umidade inicial da biomassa em torno de 45% a 55% no bagaço de cana podem-se reduzir estes valores em torno de 4% a 15% de umidade. Atualmente na indústria, a tecnologia mais comum para este processo, é a secagem de biomassa com ar quente em secador horizontal rotativo. Neste projeto, além do ar quente, foi adicionada a tecnologia com microondas. Para a realização dos experimentos práticos, foi adotado o método de pesar a biomassa in natura na entrada e após o beneficiamento. Com uma velocidade de transporte de 0,2 m/min, exposto a uma potência constante de 3kW, a temperatura de 170ºC para a secagem de 50 kg de Biomassa. Como resultado, foi obtida a umidade final desejada em torno de 14%. Assim, foi comprovada a eficiência energética deste protótipo, confirmando a teoria do balanço energético. Como se pode observar a aplicação da Tecnologia de Microondas no processo de secagem de biomassa melhora a qualidade da mesma e possibilita a economia direta na fonte geradora de ar quente. Tendo em vista os dados aqui apresentados pode-se concluir que a aplicação do sistema proposto é viável, ainda soma-se o fato de que a biomassa a ser beneficiada é um recurso de energético renovável e ecologicamente correto por se tratar de recurso menos poluente que as demais fontes de energia. Com este projeto foi possível justificar uma nova tecnologia que pode ser utilizada na indústria com possibilidade de resultados excelentes, tanto do ponto de vista energético, como econômico que foram apresentados em detalhes no balanço energético e garantindo a eficiência energética do processo. 28 Na figura 12 é apresentado o equipamento concluído. FIGURA 13 - Equipamento em uso Fonte: Própria Na figura 13 é apresentado o painel elétrico do equipamento. FIGURA 14 - Painel Elétrico Fonte: Própria Para implementações futuras pode ser desenvolvido o monitoramente contínuo da umidade através de um elemento realimentando o circuito constituindo uma malha fechada, controle em malha fechada das rotações da válvula rotativa dosadora e rosca transportadora espargidora. Pode ser também realizado o monitoramento via CLP da válvula proporcional de gás. Este modelo pode ser tanto utilizado para a secagem de bagaço de cana, como outras biomassas, podendo ser modelado de acordo com a necessidade, pois se encontra hoje uma grande oferta de resíduos com poder calorífico. 29 REFERÊNCIAS ANEEL, Eficiência Energética, abr. 2008. Disponível em: < http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=27> Acesso em: 19 abr. 2008 AMBIENTE BRASIL S/S; Biomassa, abr. 2008. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/index.html&conteudo=./e nergia/biomassa.html> Acesso em: 10 abr. 2008 ARAUTERM, Poder Calorífico, abr. 2008. 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Fundamentos de Física 2 Eletromagnetismo, Rio de Janeiro: LTC, 1996. 30 INMAR; Fotocélula, abr. 2008 Disponível em: <http://www.inmar.com.br/fotocelula2.html> Acesso em: 20 mai. 2008 MURRELEKTRONIK, Catalogue 2007/08, Oppenweiller, v.1, p.4.3.5-4.4.11, 2008. SALCAS; Termopares, abr. 2008 Disponível em: <http://www.salcas.com.br> Acesso em: 20 mai. 2008 SICK SOLUÇÕES EM SENSORES. Sensores Industriais, São Paulo, v.8, p.5-8, 2005. TIPLER, Paul. Física, Rio de Janeiro: LTC, 2000. THERMAC; Ignitor, abr. 2008. Disponível em: <http://www.thermac.com.br/> Acesso em: 22 mai. 2008 UFL UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS, Secagem altas Temperaturas, jun. 2008. Disponível em: <http://www.deg.ufla.br/armazem/secagemaltastemperaturas.htm> Acesso em: 26 jun. 2008 VENTISILVA; Ventiladores. abr. 2008 Disponível em: <http://www.ventisilva.com.br/MicroVentiladores.htm#RAX> Acesso em: 22 mai. 2008 WEG, Manual da comunicação CanOpen, Santa Catarina, v.4, p.6-10, 2008. 31 ANEXOS ANEXO 1 – PROGRAMA ANEXO 2 – PROJETO ELÉTRICO ANEXO 3 – PROJETO MECÂNICO 32 }}