A “Fadiga PTV”era uma realidade e que muitas
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A “Fadiga PTV”era uma realidade e que muitas
2007 Vol. 13 e-mail: [email protected] 4 web: www.safaids.org.zw Uma onda imparável de mortalidade infantil SAfAIDS Library A Fadiga PTVera uma realidade e que muitas crianças estavam a ser infectadas desnecessariamente... by Anso Thom O HIV é o maior responsável pelas altas taxas de mortalidade infantil na África do Sul é a não ser que haja um esforço para implementar estratégias de sobrevivência infantil o país vai sofrer uma onda imparável de mortalidade infantil, advertem os pediatras. Na conferência nacional do SIDA em Durban, o Professor Nigel Rollins chefe do Departamento de Pediatria e de Saúde Infantil da Universidade de KwaZulu-Natal, disse que a África do Sul era um dos nove países onde a mortalidade infantil estava a aumentar. Nesta edição: Rollins já tinha advertido no começo deste ano que a fadiga da TV era uma realidade e que muitas crianças estavam a ser infectadas desnecessariamente. Os seus comentários foram em resposta ao departamento de saúde que anunciou com grande fanfarra que teria logo uma cobertura de 100 % na Prevenção da Transmissão Vertical do HIV (PTV). Rollins revelou que num estudo feito em 2 470 crianças (de seis semanas de vida) atendidas em 11 clínicas diferentes em KwaZulu Natal acima de 7 porcento de l Distúrbios sanguíneos comuns nos expostos à terapêutica antiretroviral l Estudo sobre a alta mortalidade infantil em hospitais de Durban, ilustra a fraca ligação entre o PTV e os programas de tratamento antiretroviral pediátrico l A SADC está a finalizar consultoria sobre protocolos de género l Pobreza de ambição limita luta contra o HIV/SIDA dos G8 todas as crianças já estavam infectadas com o HIV e que este número ia aumentar porque mais crianças vão ser infectadas através do aleitamento misto. Rollins disse que isto equivale à uma taxa de Transmissão Vertical de 20.8% (o número de crianças nascidas e infectadas que são filhas de mães seropositivas). Em outras partes da África do Sul é 7% e em outras partes do mundo é 2%. Ele acrescentou que embora possam haver centros com uma alta taxa de sucesso Continuado na página 3 l Direitos da mulher são chave na crise de SIDA em Africa l A co-infecção do HIV e Malária é um Combustível para a Propagação de Ambas Doenças na Africa Sub-Sahariana l Falta de Pessoal de Saúde Limita o Acesso ao Tratamento do HIV/SIDA na Africa Austral. l A Luz da Esperança - Elizabeth Mataka Nomeada Enviada Especial para o SIDA HIV and AIDS information: the power to make a difference Southern Africa HIV and AIDS Information Dissemination Service O Bom, o Mau e o Feio Esta edição contém muita mistura e nos relatamos uma variedade de questões da região e de todo o mundo. A epidemia é complexa e a variedade de questões que levantamos reflecte isso. A África do Sul teve a terceira conferência de SIDA em Junho e finalmente parece haver uma aproximação amigável entre activistas, políticos e cientistas. As estatísticas da África de Sul são assustadoras e um estudo recente sugere que mesmo com a mais rápida intervenção de tratamento, pelo menos um milhão mais de Sul-africanos vão morrer de SIDA até 2010. feito um grande trabalho com um novo estudo que demonstra que crianças com recursos limitados tem o mesmo prognóstico que aquelas em países mais ricos, quando tomam TARV. Isto vai de certeza incrementar os esforços da Fundação Clinton para disponibilizar o TARV a crianças que realmente precisam. Entretanto é necessária mais investigação sobre o efeito do TARV nas crianças, após a notícia que crianças que foram expostas ao TARV in-útero desenvolvem distúrbios de sangue e até podem ter uma tendência para desenvolver cancro. O Bom O sucessor de Stephen Lewis foi finalmente nomeado e assim como ele desejou, ela é uma mulher Africana, Elizabeth Mataka. A sua nomeação é pouco vulgar em muitos aspectos e nos lhe desejamos sucesso na sua nova posição que tem muitos desafios. Gostamos da criação de Michael Kelly do princípio GICA, o maior envolvimento de países que vivem com o HIV e SIDA. A Sra Mataka vai reunir as vozes de África e das mulheres no debate global, e isso só pode ser uma coisa positiva. Internacionalmente, cientistas e investigadores estão a descobrir passo a passo mais e mais sobre o HIV e como tem um efeito devastador no corpo e no mundo uma nota importante é a evidencia real da ligação entre a transmissão da malária e HIV sem duvida um aspecto importante da epidemia da África Austral e um que estimulará esperançosamente maior atenção à prevenção e ao tratamento de um assassino velho. O tratamento de crianças com HIV é um assunto de interesse crescente em África. Os Médicos sem Fronteiras tem O Mau A circuncisão é o último tópico em voga na região a até agora hesitamos fazer qualquer comentário sobre o assunto. Após o descobrimento da provável significância de múltiplos parceiros na região descrita na última edição, a OMS decidiu recomendar a circuncisão como parte do seu repertório de defesas contra o vírus. Entretanto, Musuka e Chingombe destacam as dificuldades reais de introduzir procedimentos cirúrgicos nos países onde o sistema da saúde é precário. 2 O novo relatório da MSF, Requere-se Ajuda também mencionado nesta edição, fala extensamente sobre o impacto de salários baixos e da doença devastadora no sistema de saúde precário de África. Já é hora que os governos Africanos tenham ajuda para garantir que o pessoal de saúde que precisa de tratamento tenha prioridade no acesso, se espera-se que eles façam a supervisão do tratamento dos outros. Mas idealmente, como foi feito numa decisão inovadora em Malawi, o aumento do salário é outro elemento essencial de assegurar que o tratamento permanece disponível em África. O Feio O nosso artigo News Plus destaca o problema crescente da transmissão do HIV através de drogas na África Austral e além, enquanto que a realidade do impacto da nutrição apropriada na capacidade de África lidar com a epidemia foi confirmada num relatório de Uganda. Então, algumas são boas notícias e outras não tão boas. Estamos a fazer grandes progressos no que diz respeito a nossa compreensão da pandemia - agora precisamos de encontrar maneiras de certificar que o dinheiro que devotamos à epidemia é usado com a melhor finalidade - não apenas em medicamentos, mas em alimentos adequados e serviços sanitários em funcionamento - todos são componentes essenciais em reduzir o impacto do HIV em África. ¢ ...cientistas e investigadores estão a descobrir passo a passo mais e mais sobre o HIV e como tem um efeito devastador no corpo e no mundo... 2007 Vol 13 Número 4 Uma onda imparável de mortalidade infantil Continuado da página 1 no país, a realidade global era medíocre. Rollins disse a Transmissão Vertical é uma área do HIV que cai genuinamente dentro da esfera de influência porque mais de 90% das mulheres grávidas seropositivas vão a consulta pré-natal e poderiam consequentemente ser abrangidas nas intervenções preventivas. Evitar a Transmissão Vertical seria possível com acções ajustadas e focalizadas. Ele disse, Mesmo em sítios onde existe um serviço de Prevenção da Transmissão Vertical (PTV) a historia é igualmente catastrófica. Entre 40 e 80 porcento das mulheres na consulta pré-natal aceitam fazer o aconselhamento e testagem voluntária, enquanto que só entre 10 e 60 porcento das mulheres infectadas recebem a nevirapina e menos da metade dos seus bebes são testados após o nascimento. Rollins disse que a qualidade do aconselhamento era também na maioria das vezes pobre. O Dr Harry Moultrie, da Clínica Infantil Harriet Shezi no Hospital de Chris Hani Baragwanath, disse que era crucial que o programa de PTV funciona-se optimamente já que o sistema de saúde não conseguiria absorver o número crescente de crianças seropositivas. Moultrie advertiu, Se não conseguimos lidar com cuidados pediátricos básicos, não vamos conseguir lidar com o TARV pediátrico (dispendioso). Ele disse que um terço das crianças morre antes dos 12 meses. Acrescentou, estamos perante uma onda imparável de mortalidade infantil. Dada a alta taxa de mortalidade, Moultrie disse que era importante introduzir a testagem de HIV obrigatória a todas as crianças na consulta de vacinação. é crucial que o programa de PTV funcione optimamente já que o sistema de saúde não conseguirá absorver o número crescente de crianças seropositivas. Dr Harry Moultrie A Dra Tanya Doherty, Cientista Sénior do Conselho de Investigação Médica e Sistemas de Saúde disse que havia que melhorar o programa de PTV. Disse que resultados do Barómetro Distrital de Saúde sugeriam que havia necessidade de prestar maior atenção na qualidade dos serviços prestados. A taxa global do país de testagem de HIV na consulta pré-natal em 2005/2006 era de 45.2% e que não havia melhorias desde 2004/2005. Doherty disse, isto revela a necessidade de integrar a testagem de HIV como rotina na consulta pré-natal, especificamente com a introdução duma estratégia de testagem de rotina. Esta estratégia é conhecida em outros países Africanos, mais notavelmente no Botswana, para aumentar dramaticamente a testagem de HIV no pré-natal. O Barómetro também mostrou que só metade das mulheres que tiveram o teste de HIV positivo teve acesso a nevirapina. Doherty disse que isto teria um impacto significativo na eficiência do programa. O departamento de saúde afirmou que mais de 80% dos hospitais estatais tem o serviço PTV, e que o objectivo era ter estes serviços disponíveis em todos os hospitais até Dezembro de 2007. ¢ Cortesia de Health-e (Africa do Sul) URL: http://www.healthe.org.za/news/article.php?uid=20031678 MSF revela, Resultados do Tratamento Antiretroviral Pediátrico Em Cenários com Recursos Limitados São Prometedores por Lucy Reynolds O estudo dos Médicos sem Fronteiras em 14 países Africanos e Asiáticos, revela que crianças em países em vias de desenvolvimento que recebem tratamento com regimes baseados em nãonucleosídicos similares aos recomendados para adultos têm boa resposta, independentemente do grau de imunidade. Os resultados foram publicados no 1 de Maio na revista de Doenças Infecciosas Clínicas. Estes resultados dão mais peso ao chamamento feito ontem pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF para incrementar o tratamento antiretroviral em cenários com recursos limitados. Para poder examinar a conexão entre a imunosupressão inicial e a sobrevivência após o início da terapêutica antiretroviral, Médicos sem Fronteiras compilou os resultados do tratamento de 26 dos seus projectos em dez países Africanos e quatro Asiáticos. Encontraram taxas de sobrevivência de 82% após 24 meses, independentemente do grau inicial de imunosupressão. Foram admitias no estudo um total de 586 crianças de dezoito meses à cinco anos que tinham estado em tratamento pelo menos seis meses. Noventa e sete porcento eram naïve ao tratamento antiretroviral; os pacientes receberam a profilaxia com cotrimoxazol como recomendado pela OMS. Os esquemas terapêuticos variaram, mas todos eram a primeira linha standard da OMS que incluem os inibidores 2007 Vol 13 Número 4 não-nucleosídicos da transcriptase reversa (NNRTI). Diferenças nos esquemas terapêuticos não tiveram correlação com o grau de imunosupressão inicial, excepto que as crianças severamente imunocoprometidas receberam efavirenz. Os participantes do estudo foram divididos em três grupos de acordo com o nível de CD4 no início do tratamento. A mediana da duração do tratamento foi de 14 meses, sem diferenças significativas entre os grupos. Três quartos das fatalidades ocorreram durante os primeiros seis meses de tratamento, com a mediana de 1.4 meses. As crianças perdidas (8%) foram acrescentadas as mortes conhecidas para calcular a taxa de sobrevivência global. Não houve correlação entre a taxa de sobrevivência e o grau de imunosupressão base, mesmo depois de controlar a idade, sexo, malnutrição, exposição prévia a antiretrovirais, e esquema terapêutico. A probabilidade de sobrevivência foi 92% aos seis meses, 89% após um ano, e 82% após dois anos. Estas taxas de sobrevivência são comparáveis as encontradas em estudos com adultos e crianças maiores. Foi avaliado o impacto do tratamento antiretroviral sobre a restauração imunológica nos primeiros doze meses: É evidente que estes resultados parecem comparáveis com os alcançados em cenários com recursos, embora a maioria dos estudos publicados examinam populações com características diferentes significativas, com crianças mais velhas e esquemas terapêuticos com inibidores das proteases. A terapêutica antiretroviral é claramente eficiente em conseguir que muitas crianças tenham uma saúde razoável, mesmo que necessite vários meses para normalizar o nível de CD4, segundo os autores. Durante este período de recuperação, as crianças imunocomprometidas permanecem alvos de doenças oportunistas. A testagem precoce do HIV e a avaliação do CD4 para identificar crianças assintomáticas com inunosupressão severa precisa de ser acompanhada pela educação dos pais e trabalhadores de saúde para garantir que os que estão em risco são testados, e deve-se providenciar tratamento antiretroviral acessível e eficaz. Em muitos contextos, crianças assintomáticas que são diagnosticadas por este meio iriam precisar de protecção contra a discriminação. O estudo conclui que o TARV que incorpora os NNRTI pode melhorar a saúde de muitas crianças infectadas pelo HIV em cenários com recursos limitados, incluindo aqueles com destruição severa do sistema imunológico. Referencia OBrien DP et al. Treatment outcomes stratified by baseline immunological status among young children receiving non-nucleoside reverse-transcriptase inhibitorbased antiretroviral therapy in resource-limited settings. Clin Infect Dis 44: 1245-1250, 2007. http://www.aidsmap.com/en/news/E9F C826C-E06B-4E52-8C570AC7E783EFB5.asp 3 Distúrbios sanguíneos comuns nas crianças expostas aos antiretrovirais por Adam Legge Aproximadamente metade das crianças expostas aos antiretrovirais no útero e imediatamente após o nascimento desenvolvem anemia e perda dos glóbulos brancos (neutropenia), de acordo com o estudo publicado por investigadores Alemães na edição do 1 Maio do Jornal do Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. Embora o uso eficaz do TARV reduziu a taxa de transmissão vertical para menos de dois porcento, há uma preocupação crescente sobre a toxicidade dos medicamentos em crianças expostas aos antiretrovirais. Este estudo envolveu 221 bebés filhos de mães seropositivas em tratamento antiretroviralsó com AZT ou com outro NRTI; ou uma combinação potente de antiretrovirais. O esquema de antiretrovirais dado aos bebés imediatamente após o nascimento era ligeiramente diferente neste estudo que em outros. Em vez do regime habitual de seis semanas de AZT oral, os bebés receberam dez dias de tratamento com AZT endovenoso (EV). Os investigadores argumentam que este regime curto EV foi escolhido pela preocupação que o medicamento por via oral possa não ser absorvido pelo tracto gastrointestinal do bebé. Exames de sangue foram feitos ao nascimento e depois as duas, quatro, seis e doze semanas. A anemia clínica relevante foi classificada como grau dois ou mais como definido pela escala de toxicidade pediátrica. Durante o seguimento 119 (54%) das crianças tiveram anemia de grau dois ou mais em pelo menos uma ocasião. Para 16 deles (7%) a anemia era o suficientemente grave para garantir uma transfusão de sangue. A anemia tinha tendência a ser pior nas crianças que estiveram expostas a terapêutica de HIV potente em vez de AZT com ou sem NRTI. Aproximadamente 40% dos recém nascidos tinham neutropenia de grau dois à nascença. Mas a neutropenia de grau dois ou mais ocorreu em 106 (48%) crianças pelo menos uma vez, e oito bebés tiveram infecções estafilocócicas sendo duas das infecções severas Os investigadores depois tentaram ajustar para possíveis factores confusos como prematuridade, peso à nascença e etnia e encontrou que a exposição à terapêutica antiretroviral potente no útero duplicava o risco de anemia (odds ratio 2.22, p=0.034) e neutropenia (OR 2.15, p = 0.045). Os investigadores também avaliaram a contagem de plaquetas, como outros estudos sugeriram que a contagem de plaquetas diminui em bebés expostos aos antiretrovirais. De facto eles encontraram que uma proporção inesperada alta dos bebés tinham um aumento na contagem de plaquetas 60% com mais de 500 plaquetas/ml em pelo menos uma ocasião. Entretanto não houve complicações associadas a esta trombocitose. Os investigadores concluem afirmando que embora não hajam duvidas que o benefício dos antiretrovirais durante a gravidez compensa os riscos, todos os bebés tem que ser monitorizados em relação a sinais de toxicidade nas primeiras semanas após o nascimento. Estas crianças também devem ser seguidas para estudar os efeitos secundários a longo prazo.¢ Referencia Feiterna-Sperling C et al. Hematologic effects of maternal antiretroviral therapy and transmission prophylaxis in HIV-1- exposed uninfected newborn infants. J Acquir Immune Defic Syndr 45: 4351, 2007. Reprinted courtesy of AIDSMAP http://www.aidsmap.com/en/news/F2A7008DC837-4ECB-BD15-A43AE2A0D6A9.asp Horizons Embora o uso eficaz do TARV reduziu a taxa de transmissão vertical para menos de dois porcento, há uma preocupação crescente sobre a toxicidade dos medicamentos em crianças expostas aos antiretrovirais. 4 2007 Vol 13 Número 4 Todas as crianças têm o direito de crescer num ambiente que lhes proteja da violência, exploração, abuso e negligência. Isto é o que a maioria dos países concordaram quando se assinou o Convénio dos Direitos das Crianças. Muitas pessoas jovens pelo mundo, ainda não estão livres do perigo. Treze milhões de crianças ficaram órfãs em consequência do HIV e o SIDA. Um milhão está na cadeia. Estimase que 180 milhões de crianças são vítimas das piores formas de exploração laboral, como nas minas, a fazer fosfóros e fogode-artifício. Um milhão e meio são traficados anualmente. Pelo menos dois milhões de crianças são explorados na indústria de prostituição e pornografia. Conflitos armados põem em risco as vidas de milhões de crianças. Desde 1990, dois milhões de crianças morreram como resultado directo de conflitos armados. Em África, estima-se que 100,000 crianças são usadas como soldados. Desastres naturais afectam muito mais as crianças, causando que elas percam as suas famílias, casas, e direitos básicos como comida, água e educação, ou até as suas vidas. Os esforços feitos pelo governo Moçambicano para melhorar a vida das crianças são notáveis. Isto levou a uma redução de 38% nas taxas de mortalidade infantil nos últimos 15 anos e aumentou significativamente o número de matrículas na escola primária, de 32% em 1992 à 83% em 2005. Organizações de sociedade civil e comunidades líderes tradicionais, pais e voluntários estão a trabalhar para melhorar as oportunidades de vida das crianças. As próprias crianças estão a ser ouvidas e a fazer uma diferença através dos Parlamentos da Criança e Comités de Protecção Infantil em várias províncias. A escola é geralmente conhecida como um lugar onde as crianças estariam salvas do perigo. Mas, em Moçambique algumas crianças especialmente as meninas, encontram dentro das escolas sérios abusos. Entretanto, com a crescente prevalência de HIV e SIDA, com a pobreza que mantém Moçambique e que é um dos países com menor Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas e com desastres naturais que afectam a população quase anualmente, muitas crianças em Moçambique ainda se encontram em condições extremas de vida. O grande número de famílias pobres e o enfraquecimento das estruturas da família e comunidade, muitas meninas Moçambicanas decidem trabalhar na indústria da prostituição. As cidades e os corredores de transporte são áreas de risco onde a prostituição infantil cresce. Os grandes projectos de infra-estrutura também criaram situações de abuso sexual em crianças e exploração devido ao influxo de homens que estão longe das suas famílias por períodos extensos. Para piorar as coisas, o HIV e SIDA é responsável por cerca 380,000 crianças Moçambicanas órfãs, um número que poderia aumentar para 630,000 antes de 2010. Com muita frequência, as crianças de famílias extensas perdem os seus direitos, após a morte de um ou ambos pais. A escola é geralmente conhecida como um lugar onde as crianças estariam salvas do perigo. Mas em Moçambique algumas crianças especialmente as meninas, encontram dentro das escolas sérios abusos. Num estudo feito no país, entre 8 à 16 % das meninas entrevistadas tinham sofrido alguma forma de abuso sexual pelos professores. Trinta e cinco porcento deles já tinham sido vítimas de assédio sexual. A maior dificuldade parece estar ao nível das comunidades. As famílias geralmente não denunciam os casos de abuso infantil à polícia porque há definições divergentes do abuso e há preferência por mecanismos tradicionais. Mesmo quando se denunciam os casos, a falta de instituições jurídicas especialmente em áreas rurais torna impossível castigar os culpados. Ao nível nacional, Moçambique está a fortalecer as suas leis para a protecção infantil, mas em áreas remotas a possibilidade de implementar as leis é remota. Para Save the Children, a protecção de crianças é uma prioridade. Acreditamos que isto funciona melhor trabalhando directamente com as famílias e a comunidade. Em Morrumbala, um distrito de Zambézia, ajudamos na criação do Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança localizado dentro duma esquadra, Patsime Crianças Moçambicanas Livres Da Aliança SC em Moçambique para conseguir que a protecção das vítimas seja uma prioridade. Também ajudamos no treino de pessoal em protecção nas nossas áreas de trabalho. Ao nível nacional, ajudamos ONGs que trabalham para combater o abuso e a violência infantil. Contribuímos com investigações importantes e apoio jurídico num número variado de tópicos sobre a protecção, como o impacto dos corredores de transporte nas meninas e as dificuldades que tem as crianças Moçambicanas quando atravessam as fronteiras ilegalmente. Também promovemos a protecção infantil durante períodos de emergência através da formação de oficiais do governo, equipes de organizações humanitárias e membros das comunidades afectadas. Respondendo a violação dos direitos das crianças, este requer a existência dum sistema de protecção nacional que enfoque o problema dum nível elevado (o estado, as suas leis, o currículo de educação, os sistemas jurídico e médico) ao mais baixo nível (a comunidade e a família). Os nossos esforços devem incluir uma melhor compreensão da cultura local e tradição para que aspectos positivos possam ser incentivados na protecção infantil em qualquer parte do país. Neste dia especial não devemos esquecer que embora muito já foi feito, ainda existe um longo caminho por percorrer para conseguir um mundo livre de perigo para as crianças. ¢ Estes artigos foram patrocinados por Save the Children (UK). 2007 Vol 13 Número 4 5 Estudo sobre a alta mortalidade infantil em Hospitais de Durban, ilustra a fraca ligação entre o PTV e os programas de tratamento antiretroviral pediátrico por Theo Smart De acordo com uma auditoria de mortes pediátricas, o PTV Sul-africano e os programas de tratamento antiretroviral pediátrico não alcançam muitas crianças com risco de HIV. O Dr Videsh Naidoo do Hospital King Eduard VIII anunciou na 3 Conferencia de SIDA em Durban, que ocorreu em Junho de 2007. A maioria das mortes nos hospitais de Durban foram atribuídas ao HIV este facto não foi surpresa, dada a alta prevalência de HIV na região. Mesmo assim, três quartos dos processos clínicos das crianças não indicaram se tinham feito o serviço PTV. Só uma pequena minoria (das crianças ou mães) recebeu o TARV mesmo com sinais clínicos de doença avançada. O Dr Naidoo disse, Isto serve para mostrar a realidade na prestação de serviço as nossas crianças. É necessária uma estratégia radical e inovativa para melhorar o acesso as crianças e aos seus pais, o que é muito importante para o PTV e os programas de TARV. Enquanto que algumas apresentações na conferência mostraram a fraca cobertura do programa PTV, isto poderia ser o resultado duma colheita inadequada de dados. Infelizmente, isto poderia ter um impacto negativo no seguimento fornecido à crianças expostas ao HIV e aos seus pais. Finalmente, muitas das mortes poderiam ser o resultado da pobre integração do PTV, TARV, e cuidados pré-natais e pós-natais. A cidade no epicentro do SIDA Durban é a maior cidade de KwaZulu Natal (KZN), a província Sul-africana com a maior prevalência de HIV no pré-natal, aproximadamente 37.2% de acordo com um estudo de vigilância. (Rollins, AIDS 2007). Mais de um quarto da população de Durban, aproximadamente 900,000 de 3.2 milhões de habitantes, tem menos de 15 anos. Dada a alta prevalência de HIV, é possível que muitas destas crianças estão infectadas com o HIV ou sofrem o impacto do HIV porque mesmo que não haja transmissão vertical do HIV, a mortalidade materna devido ao HIV é muito alta. De facto, o Professor Nigel Rollins da 6 Universidade de KZN disse na conferência, o HIV/SIDA é responsável por 50% das mortes maternas não obstétricas. Como resultado a mortalidade infantil aumentou na província e no país desde que começou a epidemia. A Dra Donna JacobsJokhan disse durante uma sessão sobre o PTV, temos uma alta prevalência de morbilidade e mortalidade nos menores de cinco anos, e está a aumentar. A Dra JacobsJokhan é a directora clínica da Universidade de Investigação Co., que dirige a qualidade do programa de PTV em cinco províncias Sul-africanas. Ela disse, Na Africa do Sul 65% de todas as admissões pediátricas (hospitalares) estão relacionadas com o HIV. E de acordo com estimativas da UNICEF, sem o HIV e SIDA a mortalidade em menores de cinco anos nos anos 2002-2005 seria aproximadamente 40 por 1000 nascimentos, mas pelo HIV, é neste momento 74 por 1000 nascimentos. A contribuição do HIV na mortalidade é maior em KZN. A Dra Jacobs-Jokhan disse, em 2005, o HIV foi responsável por 21.5% das mortes infantis no Western Cape e 50.1% no KZN. Para tentar combater esta crise, o programa de PTV nevirapina-em-dose-única (sdNVP) foi ensaiado em algumas clínicas em 2001, e depois progressivamente pelo país. E nos últimos anos, os programas de TARV pediátricos também foram introduzidos especialmente nos hospitais que tem cuidados pediátricos e obstétricos com especialistas. Durban tem quatro: o Hospital King Edward VIII, Hospital Mahatma Gandhi Memorial, Hospital RK Khan Memorial, e o Hospital Prince Mshyeni Memorial. Cada um estabeleceu o PTV e programas de TARV pediátrico com 1691 crianças (aproximadamente 17,6% destes tem critérios para o TARV) em seguimento desde Março de 2007. Mas, o sucesso destes hospitais pode obscurecer a fraca ligação entre o programa PTV e o programa de TARV que ainda existe. A auditoria O Dr Naidoo e os seus colegas fizeram uma auditoria de mortalidade infantil em quarto hospitais de Durban para ver até que grau as crianças que morreram tiveram acesso ao serviço PTV incluindo o sdNVP, se pelo menos tiveram seguimento direccionado a doença de base e se os seus pais tiveram seguimento e acesso ao TARV. Uma análise retrospectiva foi feita recolhendo dados de todas as mortes pediátricas nos quatro hospitais desde o 1 de Janeiro 2006. O projecto chamado Programa de Identificação do Problema nos Cuidados de Saúde das Crianças (CHIP) foi introduzido em cada hospital, o que incluía um formulário de auditoria de mortalidade standard. Os dados foram compilados e analisados para encontrar correlações entre mortes infantis e género, idade, peso, estado nutricional, quem era o seu cuidador, saúde dos país, resultado de HIV da criança (de acordo com um exame laboratorial ou critérios clínicos), se a criança e a mãe tiveram acesso ao TARV, se recebeu profilaxia com cotrimoxazol e se participou no programa de PTV. A análise providenciou documentos de informação para as crianças. Resultados Um total de 875 mortes desde 2006 e o princípio de 2007 foram analisados, representando mais de 90% das mortes infantis de três dos hospitais (dados completos do quarto hospital ainda não foram incluídas, e o período usado ainda não é consistente nos quarto hospitais). 53% das mortes foi em crianças do sexo masculino e 47% do sexo feminino. 63% das mortes foi em crianças pequenas (menores de um ano). Mas estas mortes ocorreram após o surgimento do programa PTV, 72% dos processos clínicos não tinham informação sobre se tinha feito o PTV. Do quarto cujas mães tiveram acesso ao PTV, 24% eram seronegativas, 33% receberam a sdNVP e 43% não receberam nada. Os resultados do teste de HIV cobriram 57% das crianças. Destes, 52% eram positivos, 10% negativos, e os outros 38% eram expostos ao HIV (tinham anticorpos maternos de HIV mas não tinham o PCR HIV positivo no momento da testagem). 52% das crianças que morreram não 2007 Vol 13 Número 4 tinham um estadiamento clínico. O Dr Naidoo disse, por favor notem que o estadiamento clínico e a forma mais fácil e rápida para estabelecer os critérios do início do TARV, pode ser feito nos primeiros 10 minutos da consulta). Depois de se analisar estes processos com outros médicos, ficou evidente que aproximadamente 30% destes casos eram clinicamente sintomáticos ao HIV, e portanto tinham critério para ter um estadiamento. Na totalidade 63% de todas as mortes analisadas eram clinicamente sintomáticas. Das 419 crianças que tiveram um estadiamento, 91% tinham HIV avançado (Estadio 3 e 4 da OMS). 60% de todas as mortes foram classificadas como malnutridas (abaixo do 3 percentil). Mais de metade destas tinha Kwashiorkor ou Marasmo malnutrição severa que resulta pouco frequente em países sem a epidemia do SIDA. O Dr Naidoo acrescentou Mas mesmo com todos estes dados 60% [de 595 crianças] que tinham critérios para iniciar o TARV, não o tinham feito no momento da morte. Informação sobre a saúde dos pais era menos que metade para as mães e só 75% dos pais. Enquanto que as mães são as principais cuidadoras, o seguimento da sua saúde é fraco, 60% das mães que tem critérios para iniciar TARV ainda não estão a receber o tratamento. Os pais são geralmente ignorados, o Dr Naidoo disse. Ele concluiu, mesmo que o problema do HIV seja catastrófico os primeiros passos vitais para garantir a estratégia de intervenção (PTV e TARV) são muito pobres... a auditoria das mortes nos quatro hospitais de Durban confirma o que já sabemos, mas mesmo com a implementação dos programas PTV e TARV, a maioria das crianças que morrem nos hospitais de Durban não usufruem destes serviços...isto representa a falência do sistema. Outros estudos também sugerem a fraca cobertura dos programas e a fraca colheita de dados. Embora possa não ser justo avaliar a efectividade dos programas de PTV e TARV usando as mortes infantis, o estudo ilustra o resultado dos programas quando estes não atingem as suas metas. E este não é o primeiro estudo que sugere que há uma falha na conexão entre o resultado real e o esperado destes programas. Na Conferência Mundial de SIDA no ano passado, Rollins e colaboradores disseram que independentemente do programa de PTV, os dados de supervisão de HIV recolhidos nas consultas de vacinação em KZN encontrou que 20.8% das crianças expostas 2007 Vol 13 Número 4 ao HIV tinham sido infectadas. De acordo com os estudos feitos em ensaios clínicos a taxa de transmissão vertical deveria ser muito inferior (aproximadamente 11.9%), se cada mulher com HIV tivesse sido identificada e cada mulher grávida HIV positiva e os seu bebé tivessem recebido a profilaxia antiretroviral. Outros relatórios sugerem que nacionalmente, a cobertura do programa PTV é extremamente baixa só 15-17% de acordo com dados fornecidos pelo Departamento de Saúde. Mas houve controvérsia se estes dados eram fiéis ou pelo menos actuais. A Dra Jacobs-Jokhan disse, quando ouvimos estes números, nos que trabalhamos no programa PTV começamos a pensar isto não pode estar certo acho que há dificuldade na colheita de dados. De facto, ela apresentou dados do projecto de garantia de qualidade (QAP) de 106 centros em cinco províncias (o Eastern Cape, KZN, Limpopo, Mpumalanga e a Northwest Province) que mostrou que a testagem de HIV tinha melhorado de 55% no primeiro trimestre de 2006 à 71% no primeiro trimestre de 2007 para as primeiras consultas de pré-natal. Também a profilaxia sdNVP nas mulheres grávidas e/ou pelo seu bebé aumentou drasticamente 100% dos nascimentos vivos cujas mães tinham o teste positivo (mas uma percentagem menor de mães tiveram acesso a nevirapina no parto). Mas, dado o facto que nem todas as mães aceitaram fazer o teste de HIV na sala de partos, o uso de sdNVP foi de 80% nos bebés e 74% nas mães. O Dr Dhayendre Moodley da Faculdade de Medicina Nelson Mandela disse que as mães que tiveram o teste positivo em KZN de acordo com o inquérito da QAP e que fizeram o PTV, foi de 83% para as mães e 95.4% para os bebés. Ela disse que o problema estava na fraca notificação dos casos. As implicações da implementação do PTV, com dados do inquérito QAP ou outros estudos, são importantes para avaliar a complexidade e qualidade dos regimes de profilaxia que são oferecidos as mulheres grávidas. Por exemplo, existem regimes profiláticos mais eficientes que o sdNVP (incluindo o AZT durante a gravidez, ou AZT/3TC para reduzir a possível resistência a nevirapina). Antigamente, todos os esforços visavam aumentar a cobertura do programa, mas com as altas figuras do inquérito QAP, pode-se pensar em maneiras para aumentar a qualidade do programa. De facto, nas áreas onde ocorreu o inquérito QAP, o PTV já oferece outros serviços, como o rastreio e manuseio de ITS, TB e IO. Melhorando a integração de serviços Para melhorar a sobrevivência infantil, o Prof. Rollins enfatizou que há que melhorar a integração do programa PTV, TARV e serviços de saúde maternos e infantis começando com os serviços de testagem e prevenção. O serviço PTV depende claro da vontade da mãe para participar no programa, isto inclui primeiro que aceite fazer o teste de HIV. A recusa para fazer o teste, é um dos problemas no sucesso do PTV. Mais tem que ser feito para encorajar as mulheres a fazerem o teste, o Dr Rollins explicou, é isso deve ser feito na consulta pré-natal. De acordo com outro estudo apresentado na conferência, fazer o teste de HIV na sala de parto seria a ultima oportunidade para dar a nevirapina ao bebé e 60% das mulheres aceitaram esta proposta (Theron). Os serviços de prevenção naquelas mulheres que tiveram o teste de HIV negativo durante a gravidez também têm que melhorar. No estudo do Dr Rollin, a taxa de transmissão vertical foi extremamente alta nas mulheres que disseram que não eram seropositivas (o que indica que possivelmente tiveram a seroconversão depois do rastreio na consulta pré-natal). Mas, o PTV não se limita à administração da sdNVP o uso do TARV em pacientes com níveis baixos de CD4 podem ter um maior impacto na taxa de transmissão vertical. A Dra Jacobs-Jokhans enfatizou que os resultados do QAP encorajam o estadiamento clínico e contagem de CD4 nas mulheres que tem o teste positivo, e o seguimento daquelas pacientes que tem critérios para iniciar o TARV. Mas experiência em outros cenários sugere que pode haver alguma dificuldade em integrar na pratica os programas PTV e TARV - o que indica que poucas das mulheres começam o TARV à tempo. Notavelmente, só 5 de 535 mulheres grávidas incluídas no estudo de KZN estavam em TARV na altura do parto quando se sabe que muitas mais tinham critérios para iniciar o tratamento. Mulheres que têm o CD4 inferior a 200 representam 12-15% de todas as mulheres grávidas infectadas de acordo com o Prof Rollins, mas são responsáveis por 40-50% da transmissão vertical. Se a mãe morre de HIV, todas as suas crianças terão um aumento de três à quarto vezes na mortalidade portanto, tratar as mães é crucial. O PTV não pode parar no momento do parto. Depois do nascimento, é muito importante providenciar aconselhamento sobre o aleitamento materno ou artificial e 7 um seguimento adequado para a mãe e o bebé. O Prof Rollins disse, Temos que criar uma ligação forte entre os serviços pré-natais e pós-natais. A melhoria na notificação do PTV (começando com a integração dos cartões da criança e mãe) é essencial para que a mãe e o bebé tenham seguimento posterior. Mas se não há uma notificação real de todos os casos que participam no PTV, é impossível fazer um seguimento das crianças e das mães - especialmente em grandes hospitais como os que descreveu o Dr Naidoo. Documentação inadequada também pode ser uma das razões pela qual poucas crianças estavam em tratamento antiretroviral quando morreram. Não ficou claro no estudo do Dr Naidoo se a fraca documentação era falha da consulta prénatal/PTV (que é demonstrado na apresentação do QAP e nas baixas figuras de cobertura do PTV no país) ou se a história clínica da criança foi mal colhida quando foi admitida no hospital. Independentemente, a história clínica do paciente é o documento de trabalho de qualquer ensaio, e se não há transferência correcta da informação do cartão de saúde ao processo clínico, isso indica uma falência na capacidade de fazer um exame clínico correcto e avaliação de cada criança disse o Dr Naidoo, e acrescentou que a ausência de qualquer informação sobre o PTV nos processos clínicos analisados tinha sido o achado mais desolador da auditoria. Também a auditoria revelou que algumas crianças são prejudicadas quando o programa de PTV, TARV e os serviços de saúde materna e infantis não são coordenados adequadamente e que a integração pode ser mais fácil na teoria que na pratica. De acordo com o Prof Rollins, se as metas do PTV são para ser alcançadas, os serviços integrados tem que ser planejados e conduzidos. Ele disse, precisamos pensar na prioridade e na dedicação dos recursos. A integração tem sido o novo mantra nos últimos anos mas não sabemos fazer a integração. Não precisamos apenas duma estrutura, precisamos estratégias de implementação detalhada para chegar ao nível distrital. Ele enfatizou que a saúde materna e infantil tem que ser o objectivo final do programa, e não apenas a profilaxia com sdNVP (ou qualquer que seja o regime profilático em uso). Concluiu, a sobrevivência, e não apenas evitar a transmissão vertical deve ser o nosso paradigma para o futuro. Referencias Naidoo V et al. Under 5 mortality in Durban hospitals reflect failure of access to prevention of mother to child transmission and paediatric antiretroviral treatment programmes in 2007. Third South African AIDS Conference, Durban, abstract 872, 2007. Moodley, Dhayendre et al. NVP adminstration and stock management in KwaZulu-funded by CD. Third South African AIDS Conference, Durban, abstract 722, 2007. Theron G et al. A randomised trial of intrapartum versus postpartum rapid HIV testing in the Western Cape, South Africa (P1031A). Third South African AIDS Conference, Durban, abstract 340, 2007. Jacobs-Jokhan D et al. The role of quality improvement in the South African PMTCT programme. Third South African AIDS Conference, Durban, abstract 704, 2007. Rollins N. Eliminating HIV and AIDS in infants and young children: Can an integrated approach to maternal and child survival make it a reality? Third South African AIDS Conference, Durban, 2007. A co-infecção do HIV e Malária é um Combustível para a Propagação de Ambas Doenças na África Sub-Sahariana Laith J. Abu-Raddad,1,2* Padmaja Patnaik,3 James G. Kublin4,5 Revelaram-se evidências crescentes das interacções patológicas entre o HIV e a Malária em pacientes co-infectados, mas as implicações em saúde pública ainda não são certas. Existe um aumento transitório de aproximadamente um log na carga viral durante os episódios febris da malária; as pessoas infectadas pelo HIV têm maior susceptibilidade para adquirir a malária. Um modelo matemático aplicado no Quénia com uma população adulta de aproximadamente 200,000 estimou que, desde 1980 a interacção da doença pode ter sido responsável por 8,500 infecções de HIV em excesso e 980,000 episódios de malária em excesso. A co-infecção também pode ter ajudado na propagação da malária em áreas que tem uma alta prevalência de HIV. Portanto, aumentos transitórios e repetidos da carga viral por infecções recorrentes de malária pode ser um factor importante para promover a disseminação do HIV na África Sub-sahariana. ¢ 1 Statistical Center for HIV/AIDS Research and Prevention, Fred Hutchinson Cancer Research Center, Seattle, WA 98109, USA. 2 Center for Studies in Demography and Ecology, University of Washington, Seattle, WA98195, USA. 3 Department of Epidemiology, School of Public Health, University of North Carolina at Chapel Hill, Chapel Hill, NC 27599, USA. 4 International Health Program, University of Seattle, WA 98195, USA. Washington, 5 Clinical Research Division, Fred Hutchinson Cancer Research Center, Seattle, WA 98109, USA. * To whom correspondence should be addressed. E-mail: [email protected] (L.J.A.); jkublin@fhcrc (J.G.K.) Science 8 December 2006: Vol. 314. no. 5805, pp. 1603 1606 DOI: 10.1126/science.1132338 http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/314/5805/1603 8 2007 Vol 13 Número 4 A SADC está a finalizar consultoria sobre protocolos de género por Barbara Lopi A África Austral está a finalizar a consultoria sobre um protocolo de género que visa promover a igualdade de género e que será exposta numa cimeira de líderes regionais em Agosto. O protocolo de Género e Desenvolvimento da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), está a ser feito e vai ajudar para acelerar o processo que visa atingir a igualdade e equidade de género e melhorar a posição da mulher na região. Um protocolo é o instrumento legal mais forte da SADC, e iria acelerar a implementação de programas sobre a igualdade de género. A consultoria do protocolo teve lugar ao nível nacional e regional após uma cópia inicial foi analisada pelos ministros da SADC responsáveis pelo género ou assuntos da mulher em Novembro de 2006. Pelo menos 10 dos estados membros da SADC fizeram consultorias nacionais desde o final de 2006 e tiveram os seus comentários incluídos nas cópias iniciais do protocolo durante uma reunião que teve lugar em Botswana do 16-18 de Abril de 2007. Duas reuniões mais que estão marcadas para Maio e Junho, onde estarão os ministros responsáveis pelo género e justiça vão completar o processo de consultoria. Os ministros de género ou assuntos da mulher dos 14 países membros da SADC vão se reunir para considerar os últimos aspectos do protocolo, os ministros de justiça serão responsáveis por levar o protocolo à Cimeira dos Chefes de Estado e Governo da SADC que está marcada para Agosto em Zâmbia. A reunião consultiva em Botswana finalizou a primeira cópia do protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento, e teve a presença de representantes dos governos responsáveis pelo género ou assuntos da mulher na região da SADC, grupos de sociedade civil e parceiros de desenvolvimento. O secretário executivo da SADC. Tomaz Augusto Salomão, disse que a consultoria vai assegurar um envolvimento importante, participação e implementação do protocolo por todos os cidadãos da região. Salomão pediu que os membros fizessem uma revisão do Protocolo de 2007 Vol 13 Número 4 Género e Desenvolvimento, para garantir que sejam criados mecanismos para encarar os desafios do progresso. Ele disse, a SADC valoriza o papel importante que os membros desempenham no processo de liberdade e justiça social, incluindo a igualdade de género na região. Desde a Declaração de Beijing e Plataforma para Acção em 1995, a região da SADC conseguiu fundações para a estrutura que tem como objectivo a igualdade de género, erradicar a pobreza, e a melhoria no estado da mulher. Mas, a implementação ainda está longe dos compromissos feitos. Os Chefes de Estado e Governo da SADC assinaram a Declaração de Género e Desenvolvimento em 1997, seguido pela assinatura do Documento para a Prevenção e Erradicação da Violência da Mulher e Crianças em 1998. A chefe da Unidade de Género da SADC, Magdeline MathibaMadibela, constatou que embora a politica para a igualdade de género na Africa Austral tenha avançado significativamente, o processo para lograr os objectivos tem sido lento e inconsistente. Ela disse, Temos o desafio de ultrapassar os factores responsáveis pela lentidão do processo em conseguir as metas e objectivos da igualdade de género na região da SADC. Salomão disse que a lentidão do processo para atingir as metas e objectivos da igualdade de género era devida a falta de recursos humanos, fracas estruturas de implementação, e a falta de um sistema robusto para a monitorização e a avaliação. O tema da conferência era o Progresso Acelerado da SADC para Atingir a Igualdade de Género. O Protocolo de Género e Desenvolvimento começou a ser feito em 2005 quando o Conselho de Ministros da SADC tomou a decisão de transformar a Declaração de Género e Desenvolvimento da SADC num Protocolo. A cópia final do Protocolo será apresentada na Cimeira dos Chefes de Estado e Governos da SADC em Agosto em Lusaka, Zâmbia. Antecipa-se que uma vez aprovado será avaliado na África Austral para garantir que se cumprem as suas metas em igualdade de género, justiça e direitos da mulher. O protocolo também vai incorporar os compromissos de todos os instrumentos regionais, globais e continentais dos quais a SADC é membro como a Plataforma de Acção de Beijing, o Convénio para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, as Metas de Desenvolvimento do Milénio, a União Africana dos Direitos Humanos a os Direitos da Mulher em África. Espera-se incentivar os instrumentos construindo metas específicas e mensuráveis onde não existem; e avançar com a igualdade de género assegurando a aceitabilidade a nível sub-regional e também providenciar um fórum para compartir estratégias, camaradagem e revisões. ¢ Courtesia das Noticias da África Austral SANF is produced by the Southern African Research and Documentation Centre (SARDC), which has monitored regional developments since 1985. Email: [email protected] Website and Virtual Library for Southern Africa, www.sardc.net Knowledge for Development O protocolo é o mais importante instrumento legal da SADC, e iria acelerar a implementação dos compromissos sobre género 9 As mulheres não vão esperar Susana Fried avisa aos G8, que é perigoso separar a luta contra o HIV e SIDA e a luta para conseguir a saúde e os direitos da mulher A presidência Alemã dos G8 decidiu que a luta contra o HIV e SIDA era uma prioridade para a Cimeira em Heiligendamm, em princípios de Junho. Os líderes dos países mais ricos do mundo se comprometeram a ajudar na prevenção, tratamento e cuidados, com o objectivo de disponibilizar o acesso universal ao tratamento o mais perto possível até 2010. Mas estas promessas ainda não se tornaram acções para combater a mais prevalente força da pandemia a intersecção mortal do HIV e SIDA com a violência contra as mulheres e raparigas. Para constatar o obvio a violência contra as mulheres e raparigas é um contributo importante de morte e doença nas mulheres, e é um violador dos direitos humanos. Também, a violência de género particularmente a violência entre parceiros, é o factor mais importante na feminizaçãocrescente da pandemia global do SIDA. Simultaneamente, o HIV e SIDA são ambas causas e consequência da violência, estigma e discriminação que as mulheres e as raparigas passam nas suas famílias e comunidades, em paz e em conflito, dentro e for a de uma relação íntima. As agencias continuam a tratar o HIV e SIDA e a violência contra as mulheres e raparigas como assuntos separados esforços para lutar contra a violência como causa e consequência do HIV e SIDA não são suficientemente financiados, mas também a estratégia para integrar estes esforços continua a sofrer duma separação perigosa e disfuncional. Em vez de assumir esta intersecção mortal, as respostas globais do HIV e SIDA continuam a falhar nas possíveis implicações. As raízes do problema As mulheres e raparigas estão em perigo constante de serem atacadas. De acordo com o estudo em múltiplos países da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre violência contra a mulher, em 13 dos 15 locais de estudo, um terço à três quartos de mulheres tinham sido vítimas de violência ou abuso sexual por um conhecido. Violência, ou a ameaça, não causa só danos físicos e psicológicos nas mulheres e 10 raparigas, também limita o seu acesso à participar na sociedade porque o medo a violência limita a sua liberdade de movimento e expressão assim como os seus direitos à privacidade, segurança e saúde. As mulheres e crianças encontram a violência nas suas casas, comunidades, escolas, empregos, ruas, mercados, policia, e hospitais. E mulheres que são seropositivas têm outro perigo: o estigma e a ameaça de violência contra as pessoas que vivem com o HIV e SIDA. As mulheres têm duas à quatro vezes mais probabilidades de contrair o HIV durante um acto sexual desprotegido que os homens, porque a sua fisiologia lhes põem em desvantagem, porque têm menos controle das condições e circunstâncias do acto sexual, e porque são elas quem geralmente são vitimas de um acto sexual violento. Elementos da testagem de HIV, tratamento e maquinaria de prevenção também pode acarretar risco, como a violência se revelar o seu estado de seropositividade, ou o tratamento insidioso das mães como os vectores da doença, como é o caso dos programas prevenção da transmissão vertical (PTV) que falham em tratar as mulheres como clientes com direitos, e o fazem como se fossem apenas umas carregadoras de bebés. Os impactos do HIV e SIDA e violência contra mulheres são exacerbados por serviços inadequados e a falência para proteger a saúde e direitos sexuais e reprodutivos; as leis que são fracas ou discriminatórias para as mulheres que vivem com o HIV e SIDA; standards sociais e da comunidade que validam a subordinação da Susana Fried por Susanna Fried ...estas promessas ainda não se tornaram acções para combater a mais prevalente força da pandemia a intersecção mortal do HIV e SIDA com a violência contra as mulheres e raparigas... Continued on page 11 2007 Vol 13 Número 4 N OTI CI AS NOTI A S SI D A mais Abuso de drogas e HIV na África Sub-sahariana: Introdução a Edição Especial por Richard H. Needle, Karen Kroeger, Hrishikesh Belani & Jennifer Hegle Uma edição especial do Jornal Africano de Estudos de Drogas e Álcool (AJDAS) está destinado a descrever o estado actual da epidemia do HIV entre os usuários de drogas na Africa Subsahariana, e presta atenção ao potencial do uso de drogas em relação com a transmissão do HIV na região. Os documentos englobam os dois problemas importantes e sobrepostos de saúde publica: o uso de drogas e o HIV, e o uso de álcool ligado à practicas sexuais de alto risco e a transmissão do HIV, o epicentro global da epidemia do HIV/SIDA. A edição divide-se em duas secções; a primeira focaliza-se no uso de drogas e o HIV e inclui relatórios de cinco países da África Austral sobre o número crescente de usuários de drogas injectáveis e o HIV, e o uso de outras drogas não-injectáveis como cocaína e estimulantes do tipo das anfetaminas (ATS) e as implicações pelo aumento do risco sexual em Quénia, Tanzânia, África do Sul, Nigéria e Maurícias. Os contribuidores são espertos nacionais e regionais sobre o HIV, drogas e álcool em África, e os seus relatórios representam uma contribuição colectiva importante ero 4 ol. 4 Núm 2007 V sobre a evidência crescente publicada sobre a epidemia em expansão do uso de drogas e o abuso de substâncias emergentes relacionadas ao HIV na região. Eles alertam sobre a necessidade urgente de utilizar mecanismos baseados em evidência para fornecer aos usuários de drogas intervenções de prevenção, e adaptar as intervenções para melhorar a acessibilidade, aceitabilidade e a forma apropriada no contexto cultural local e para as necessidades especificas da população alvo. Apresentamos uma visão geral dos achados chave relacionados com a dinâmica do risco do HIV associado ao uso de drogas e álcool na África Austral. Também reconhece os desafios inerentes para chamar a atenção à prevenção do HIV, cuidados, e necessidade de tratamento para esta polulação que está escondida e que não merece, numa região que continua a ser afectada com a epidemia do HIV por transmissão heterosexual generalisada. TRAFICO DE DROGAS E DISTRIBUIÇÃO NA ÁFRICA AUSTRAL. Em 2004, Aceijas et al., fez a revisão de dados sobre HIV e IDUs de 1998-2003 e documentou o uso de drogas injectáveis em 130 países e o HIV em IDUs em 78 países. Nove destes países eram subsaharianos (Costa de Marfim, Gana, Guine, Maurícias, Níger, Nigéria, Somália, África do Sul, e Zâmbia) Só um país, a África de Sul, tinha informação sobre a prevalência do HIV em usuários de drogas injectáveis (IDUs), que foi de 2% num estudo feito no início da década de 1990 (Aceijas et al., 2004). Em 2005, uma revisão de dados publicados e não publicados encontrou evidência do uso de drogas injectáveis em 23 países da África Sub-sahariana, e HIV nos IDUs em cinco destes países. (Needle et al., 2005). Estimativas globais indicam que 13 milhões de pessoas usam drogas injectáveis, e que pelo menos 10% das novas infecções pelo HIV ocorrem em usuários de drogas injectáveis.(Aceijas et al., 2004). No Este da Europa, Ásia Central e um número de países no Médio Oriente, Norte de África, Sul e Sudeste de Ásia e América Latina, a transmissão por drodas injectéveis ainda é a forma mais importante de transmissão do HIV (UNAIDS, 2005). A África Sub-Sahariana tem se tornado crescentemente mais vulnerável a produção ilícita de drogas, trafico e consumo. Historicamente, um número de países da África Sub-sahariana era a fonte do tráfico em grande escala da cultivação indígena do cannabis (Affinah, 1999). A heroína, que não é indígena na África Subsahariana é transportada em grandes quantidades pela África para o comércio de drogas em países Europeus e da América do Norte (UNDCP, 1999). Em adição ao tráfico marítimo de heroína que origina na Ásia, a distribiução de cocaína que origina na América do Sul é traficado através do Sul da Africa, Africa Central e do Oeste em rota para Europa (UNODC, 2006). A expansão do trafico de droga na região porde ser atribuído à vários factores, incluindo as conecções aéreas e marítimas, ligações de comércio internacionais, e o inadequado cumprimento da lei. O pobre controlo das fronteiras e o fraco sistema de justiça criminal, assim como os sistemas de telecomunicação e bancários modernos, e 1 ligações de comércio internacionais com a América do Sul, Norte de América, Europa e Ásia, todos contribuem para um aumento no trafico marítimo de drogas, ambas heroina e cocaína, dentro da região. Isto resultou numa expanção do comércio de drogas local e o consumeo de uma variedade maior de drogas, incluindo a heriona de Ásia e cocaína da América do Sul. O tráfico e transporte de drogas não se limitam ao mar e aeroportos; as drogas também são traficadas por terra e através de corredores de transporte internos, que introduzem as drogas a novas áreas geográficas, expande os mercados domésticos, e pode introduzir O HIV à novas comunidades e populações em rotas de transporte (Parry and Pithy). Isto já foi demonstrado em partes de Bruma, China, Índia e Vietname, onde a epidemiologia molecular foi usada para documentar a propagação de subtipos particulares de HIV em rotas de tráfico de drogas. (Beyrer et al., 2000). A heroína é a droga principal em ambos IDUs e os não usuários de drogas injectáveis (NIDUs) no Quénia, assim como nas Maurícias e Tanzânia (Abdool et al., 2006; Deveau et al., 2006; Timpson et al., 2006). A introdução da heroína e o seu padrão de uso são similares em diferentes países. Inicialmente, quando a heroina foi introduzida aos países da África Subsahariana na década de 1980, era mais frequente na sua forma como açúcar castanho, ou forma menos refinada, era de alta qualidade, pouco cara, e usado frequentemente como a caça do dragão, uma pratica na qual a droga é aquecida e depois o fumo é inalado. Mais tarde, quando subiu o preço da heroína, houve uma mudança na forma de uso, do açucar castanho ao açúcar branco que representava uma heroína mais refinada, e houve uma mudança no seu uso de não injectável à forma injectável da droga (Beckerleg and Hundt, 2004). A forma injectável é uma maneira menos dispendiosa e eficiente de introduzir a Pithey, 2006). O uso da cocaína também foi documentado no Quénia (Deveau et al.,2006). De todos os países mencionados nesta edição especial, parece que há um número maior de tipos de drogas em uso na Africa do Sul, onde o crack cocaina é a terceira droga mais usada no país, depois do Mandrax e cannabis (Parry e Pithey, 2006). Também há um aumento dramático do uso de amfetaminas na Africa do Sul, particularmente entre a população jovem, e em áreas urbanas (Parry e Pithey, 2006; SACENDU, 2006) DROGAS E O RISCO DE HIV A transmissão de HIV através do uso múltiplo por vários usuarios de material injectável contaminado foi extensivamente documentada, (Aceijas, 2004; AED, 2000; Friedland GH et al., 1985; Marmor M et al., 1984), e está presente em muitos dos países que são mencionados nesta edição. No Quénia 38.7% (278/719) dos usuários de drogas conhecidos através de ajudas da comunidade compartilham as seringas, e a alta prevalência de compartilhar material, incluíndo os instrumentos para preparar, filtrar, limpar e soluções de injecções também foram documentados na Nigéria, Tanzânia, e Maurícias. A adopção de praticas de injecção de alto risco referido como flashblood foi documentada em homens e mulheres que usam drogas injectáveis em Tanzânia. Isto é uma prática na qual um IDU que não pode por motivos economicos comprar a heroína, injecta-se sangue de um outro IDU que se injectou recentemente, com a esperança que o sangue contenha heroina e que possa prevenir os sintomas de abstinência. O potencial de transmissão do HIV, através duma quantidade tão elevada de sangue normalmente de 3 à 4 ccs é substancial. Esta pratica é particularmente alarmante porque foi documentada primeiro em mulheres prostitutas (SWs), que já tem um maior risco de contrair o HIV por transmissão sexual e podem transmitir a infecção pelo HIV aos seus clientes. (McCurdy, 2005). Em adição ao compartilhar de material O risco de transmissão do HIV também está associado ao uso de drogas não injectáveis. A cocaína e estimulantes como as anfetaminas podem levar a comportamentos sexuais de alto risco por limitar a responsabilidade e diminuir a pratica do sexo seguro. Por exemplo, a Metamfetamine, tem sido associada com comportamentos sexuais de risco em homens homossexuais (MSM) e heterossexuais. Comportamentos de risco incluem sexo anal receptivo desprotegido e sexo vaginal e múltiplos parceiros sexuais (Mansergh et al., 2005; Colfax et al., 2001; Molitor et al., 1998; Frosch et al., 1996). O uso da cocaína tem sido associado à uma maior prevalência da infecção pelo HIV devido a uma maior ferquência de praticas sexuais de alto risco como, sexo desprotegido e o uso de múltiplos parceiros e com a troca de sexo por drogas (Edlin et al., 1994). Homens e mulheres SWs que foram entrevistados na Africa do Sul relataram o uso da cocaína, ou ecstasy antes ou durante o sexo, e disseram que o uso de estas drogas aumenta o risco de ter sexo de alto risco, incluindo sexo anal, sexo desprotegido e sexo em grupo. (Pithey and Parry, 2006). HIV em populações de usuários de drogas Os dados sobre o HIV em usuários de drogas são limitados. Entretanto, os contribuidores desta edição especial identificaram diferentes tendências de preocupação para a comunidade de saúde pública. As Maurícias por exemplo, está a experimentar uma mudança dramática no modo da infecção pelo [HIV] de heterossexual para a transmissão por drogas injectáveis. Em 2001, 64% das novas infecções foram por transmissão hererossexual, enquanto que o uso de drogas injectáveis foi responsável por apenas 7% dos novos casos. Em 2005, apenas 6% dos novos casos foram através de contacto heterossexual e 90% foram por uso de drogas injectáveis. As Maurícias têm entre 17,000 e 18,000 IDUs; aproximadamente um terço das novas Um usuário de drogas endovenosas que não consegue comprar uma nova dose, injecta-se com sangue de outro usuário que consumiu a droga a menos tempo para prevenir a síndrome de abstinência, este conceito chama-se vulgarmente de Flashblood. droga no organismo, porque nenhuma porção da droga é perdida no ar como acontece quando é fumada ou inalada. A heroína branca é agora mais barata que a forma castanha na maioria dos casos. O uso de drogas não injectáveis, como cannabis, cocaina e metamfetamina também parece estar a crescer. Documenta-se que o cannabis é usado nas Maurícias, Quénia (frequentemente em combinação com a heroína), em Nigéria, e Africa do Sul (frequentemente em combinação com o Mandrax) (Abdool et al., 2006; Deveau et al.,2006; Parry e injectável contaminado, muitos IDUs tem parceiros sexuais regulares com os quais podem não usar o preservativo. Também, como documentado nesta edição, ambos os homens e mulheres IDUs, trocam ou vendem relações sexuais para manter a sua adicção as drogas. A maioria dos países não tem estimativas de quantos SWs usam drogas injectáveis; entretanto, esta população é significativa porque os clientes de tanto os homens e mulheres que comercializam o sexo podem servir como ponte para a transmissão do HIV à parceiros de baixo risco e a população em geral. infecções foi entre prisioneiros (Abdool et al.,2006). Dados do Quénia, por exemplo, indicam que em Mombasa, de 1000 usuarios de drogas referidos através de programas da comunidade para o aconselhamento e testagem do HIV, 31,2% (43/138) de IDUs e 6.3% (352/1546) de NIDUs eram HIV positivos (Deveau et al., 2006). Em Zanzibar, um estudo recente sobre usuários de drogas documentou uma prevalência de 26.2% (50/191) entre os IDUs, e 4.1% (13/316) entre NIDUs, assim como a co-infecção com hepatite C (HCV) e outras ITSs (Dahoma et al.,2006). Timpson i Mandrax is a blend of methaqualone and antihistamine and was originally used as a sleeping tablet (UNODC, 2002). 2 2007 Vol. 4 Número 4 região é de maior importância para prevenir o aumento da prevalência do HIV. Maurícias, Tanzânia, e Quénia estão entre os países que reconheceram a necessidade da prevenção do HIV en usuários de drogas nos seus planos estratégicos nacionais de SIDA, mas outros países ainda tem que fazer isto. Adelekan et al., notam a falta geral de reconhecimento por parte dos que fazem as politicas e profissionais de saúde do uso emergente de drogas injectáveis e HIV entre os usarios de drogas em Nigéria (2006). et al, também verificou que o número de IDUs femininas em Tanzânia parece estar a aumentar e reportaram que entre 417 IDUs em Dar es Salam, 27% de homens e 58% de mulheres eram HIV positivos (2006). Os dados também vem da Africa de Sul, onde uma avaliação rápida entre homens e mulheres usuários de drogas em três cidades documentaram uma prevalência de HIV de 28% (n=92) (Pithey e Parry, 2006). África: Desenvolver Programas para o Plano de Emergência do Presidente para o Alivio do SIDA (PEPFAR), em Dar es Salaam, Tanzânia, com o propósito de providenciar uma consultoria especializada sobre o álcool e risco de HIV em países em vias de desenvolvimento, para abordar este assunto. Um resultado chave da reunião em Tanzânia foi o impacto que teve nas Os contribuidores deste volume especial recomendam estratégias para abordar a prevenção do HIV entre os usuários de drogas, incluindo actividades dentro da comunidade e intervenções baseadas-nos-amigos para desencorajar que se compartilhe material injectável e encorajar o uso de drogas injectáveis com segurança assim como praticas sexuais seguras, e aumentar a disponibilidade de material como seringas estéreis e preservativos. O ... Maurícias, Tanzânia, e Quénia são uns dos países que reconheceram a necessidade da prevenção do HIV em usuários de drogas... Abuso de Álcool e risco do HIV Assim como há uma crescente preocupação sobre o aumento de casos de HIV em populações de usuários de drogas, também há uma alerta crescente na Africa Sub-Sahariana sobre a relação entre o uso de álcool, particularmente o uso incorrecto e abuso do álcool, e o risco de HIV. (Bryant, 2006; Campbell, 2003). O comportamento sexual de alto risco associado ao uso de álcool tem uma prevalência elevada em muitos países Africanos que estão severamente afectados pelo HIV/SIDA. (Fritz et al., 2002; Mnyika et al., 1997; Simbayi et al., 2004). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as regiões Este e Sul de África tem o maior consumo de álcool por pessoa no mundo, e a prevalência de padrões de consumo prejudiciais, como consumir uma grande quantidade de álcool por sessão, ou estar frequentemente intoxicado, é segundo em prevalência após a Europa do Este. Nos últimos dois anos, diversos eventos significativos tem gerado oportunidade para estabelecer a ligação entre o uso de álcool e o HIV como problema de saúde pública na região. Em Maio de 2005 a Resolução WHA58.26 sobre os Problemas de Saúde Pública Causado pelo Uso Perigoso de Álcool foi adoptado, e a OMS teve o mandato para intesificar os esforços para reduzir o peso dos problemas relacionados com o álcool regionalmente, nacionalmente e globalmente. Em Agosto de 2005, as agéncias do governo dos EU teve uma reunião, Álcool, Comportamentos de Risco Associados ao HIV e Transmissão em ero 4 ol. 4 Núm 2007 V resoluções técnicas e de programação feitas na 42 Conferencia Anual de Ministros de Saúde Regionais, que teve lugar em Mombasa, Quénia em Fevereiro de 2006. Os misnistros da saúde de países da Africa do este, central e austral resolveram incorporar assuntos relacionados com o uso de álcool nas suas estratégias nacionais de HIV/SIDA, para garantir que politicas, directrizes e programas apropriados sobre o álcool e HIV/SIDA estão no devido lugar, e para estabelecer grupos de trabalho técnicos regionais para visar a implementação dos programas sobre o álcool e HIV/SIDA. Os ministros também pediram uma análise rápida sobre a situação para ser conduzida, sobre a relação existente entre o álcool e o HIV na região. A avaliação que resultou em três países, Ruanda, Quénia e Zâmbia intentificou as prioridades sobre mudanças nos programas e politicas relacionados com o álcool e o HIV para abordar o uso do álcool, A Consultoria Técnica sobre os Problemas de Saúde Pública Causados pelo Uso Perigoso do Álcool da Organização Mundial da Saúde (OMS) en Brazzaville, Congo em 2006 teve lugar para abordar o consumo e produção de álcool e resultou no desenvolvimento de um plano de cinco anos de trabalho na região. A RESPOSTA DA SAÚDE PÚBLICA SOBRE O HIV RELACIONADO COM SUBSTÂNCIAS Dada a eficácia da injecção como método de transmissão do HIV (UNODC, 2005), uma intervenção precoce com os IDUs na aumento do acesso à serviços importantes como VCT é crítico e pode requerer a alteração e mudança de modelos tradicionais para alcançar as necessidades de populações difíceis de atingir e escondidas de usuários de drogas. A testagem rápida de HIV, por exemplo, tem um grande potencial para alcançar usuários de drogas e trabalhadores de sexo em cenários que não são clínicos como bordeis, casas-de-banho, abrigo para os sem casa, locais abandonados e outros sítios frequentados por usuários de drogas. A integração de programas sobre o HIV e abuso de substâncias e o aumento de estabelecimentos para o aconselhamento e testagem de HIV, ITS, Hepatite B e C, também são necessários. Enquanto que países como o Quénia e Africa do Sul oferecem tratamento de desintoxicação, os locais são inadequados em número e distribuição geográfica, e os serviços são caros para a maioria dos usuários de drogas. Também, a maioria dos programas de tratamento para usuários de drogas não abordam a prevenção do HIV. Os contribuidores também pedem intervenções de prevenção que abordam o comportamento de risco associado ao álcool e o HIV, incluindo intervenções de comportamento ao nível individual e da comunidade. Também, os programas de tratamento para o álcool fornecem a oportunidade para incorporar as intervenções de redução do risco do HIV e promover a aderência ao tratamento 3 para o HIV as pessoas que já foram diagnosticadas com o HIIV. Morris et al., pedem uma abordagem multisectorial para assuntos do HIV e álcool, que incluem o envolvimento da sociedade civil, organizações baseadas-em-fé, o governo e o cumprimento da lei (2006). O relatório de Morojele identifica a necessidade de advocar num nível nacional para fazer crescer a alerta sobre os sérios problemas sociais relacionados com o álcool e problemas de saúde entre os que fazem as politicas, a comunidade e outros parceiros chave, e encorajar um maior compromisso financeiro para actividades de prevenção (2006). Recomenda-se que os países fortaleçam as políticas do álcool e a legislação, com uma particular êmfase nas actividades que possam tem maior sucesso a curto prazo. CONCLUSÃO Os relatórios globais, regionais e específicos de cada país sugerem que a epidemia do HIV/SIDA em usuários de drogas continua a expandir, com um número crescente de países que reportam a infecção de HIV neste particular grupo (Ball, 1999). Dados de estudos mencionados nesta edição especial indicam que o tráfico de drogas, e abuso de drogas, incluindo o uso de drogas injectáveis está a aumentar em alguns países da Africa Sub-sahariana. As mudanças nos padrões de distribuição do tráfico de drogas, incluindo a expansão de mercados locais, associados à séria e contínua epidemia do HIV, são uma grande preocupação na região. Enquanto que o principal modo de transmissão do HIV na região continua a ser por via heterossexual, ainda há necessidade de ver o potencial do HIV relacionado com as drogas, como uma maneira de exacerbar a epidemia heterossexual. AGRADECIMENTOS The editors would like to acknowledge and thank Jill Augustine, Team Intern, and Lauren Hoffman, Policy Team, for their contributions to this special issue. Corresponding author: Richard H. Needle, PhD, MPH, Preventing HIV in Drug-Using Populations Team, Global AIDS Program, NCHSTP, Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, GA Phone: 404 639-6345; Fax: 404 639-8114; Email: [email protected] T REFERENCIAS Abdool, R., Sulliman, F., & Dhannoo, M. (2006). The injecting drug use and HIV/AIDS nexus in the republic of Mauritius. African Journal of Drug and Alcohol Studies, 5(2), 107-106. Academy for Educational Development (AED) (2000). A Comprehensive Approach: Preventing Blood-Borne Infections among Injection Drug Users. December 2000. Aceijas, C., Stimson, G.V., Hickman, M., & Rhodes, T. (2004). Global overview of injecting drug use and HIV infection among injecting drug users. AIDS, 18(17), 2295-2303. 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Drugs, education, prevention, and policy. 13(2), 121-137. 4 A transmissão de HIV entre os usuários de drogas não se limita a compartilha de material injectável contaminado; inclue o contacto sexual dos IDUs com os seus parceiros, o uso de outras drogas não injectáveis como a cocaína ou anfetaminas está associado com comportamentos sexuais de alto risco. Vinte e cinco anos de investigação indicam que uma abordagem comprensiva é a estratégia mais eficaz para prevenir o HIV/SIDA em populações de usuários de drogas e nas suas comunidades (NIDA, 2002). Também, há um crescimento na alerta na Africa Sub-sahariana para abordar a transmissão do HIV relacionada com o uso de álcool e o comprotameno sexual de alto risco. A implementação precoce de programas de prevenção podem limitar significativamente a propagação do HIV e, se age-se agora, a Africa Sub-sahariana tem a oportunidade the alcançar este desafio. Os contribuidores desta edição especial reconhecem as limitações da literatura e informação disponível sobre drogas, álcool e o HIV. Dos cinco países que relataram sobre drogas, a África do Sul é o único país com um sistema de supervisão para a monitorização do uso de drogas ao longo do tempo. Actualmente, a maioria dos sistemas de monitorização se focalizam nas populações das clínicas pré-natais, e não incluem os usuários de drogas como populações sentinela. Grandes estudos de populações, como o Inquérito Demográfico de Saúde (DHS) ou o Inquérito de Indicadores de SIDA (AIS) não vão capturar populações que tem um acesso difícil, e faltam estimativas de tamanho de populações de usuários de drogas. Os dados sobre drogas e HIV no Quénia, Tanzânia, África do Sul, Nigéria, East, Central and Southern African (ECSA) Health Community (2006). Resolutions of the 42nd Regional Health Minister's Conference. Edlin, B.R., Irwin, K.L., Faruque, S., McCoy, C.B., Word, C., Serrano, Y., et al. (1994). 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African Journal of Drug and Alcohol Studies, 5(2), 169-184. e Maurícias foram colhidos primariamente através de procedimentos de avaliação rápidos, é necessário usar uma abordagem metodologica global para entender melhor a dinâmica do risco do HIV em populações escondidas, particularmente os usuários de drogas. (Fitch et al., 2004). Outros estudos de pequena escala tem se focalizado no uso de drogas e risco de HIV. Estes estudos, embora importantes, empregam uma variedade de metodologias e abordagens, o que dificulta a identificação de tendências ou a capacidade de fazer comparações sistemáticas dentro da região. Há uma necessidade crítica para fortalecer os sistemas de monitorização da epidemia em populações que usam drogas. Isto inclue a a planificação e implementação da recolha sistemática de dados sobre os usuários de drogas e o HIV, incluindo a supervisão sentinela de rotina e a integração da supervisão comportamental e biológica. Os dados são necessários não só para monitorizar a prevalência de HIV e risco comportamental, mas também para desenhar, gerir e avaliar a prevenção, cuidados e programas de tratamento para os usuários de drogas. Ambos os dados qualitativos e quantitativos são essenciais para entender como alcançar e servir melhor as populações escondidas dos usuários de drogas. Os dados são necessários para descrever o contexto do comportamento de risco, identificar barreiras espaços em serviços, emendar e adaptar intervenções e informar o desenho de programas. Finalmente, os dados são necessários para determinar se os programas tem sucesso em alcançar os usuários de drogas, e se as intervenções são efectivas para reduzir o risco de HIV relacionado com as drogas e o álcool. ¢ National Institute on Drug Abuse (2002). Principles of HIV Prevention in Drug-using Populations. (NIH Publication No. 02-4733). Washington, DC: U.S. Government Printing Office. National Institute on Drug Abuse (2000). 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Está é a razão pela qual existe o compromisso nacional e internacional para o acesso universal, e é crucial para reverter a pandemia do HIV. Mas só em circunstâncias raras, é que os estados se comprometeram completamente em relacionar os direitos básicos da mulher, a violência e o HIV e SIDA. Raramente os dadores e agências multilaterais tem criado estruturas para garantir o serviço de respeitar, proteger e providenciar os direitos humanos das mulheres e das raparigas. A Campanha As Mulheres Não Vão Esperar em Março de 2007 estudou as políticas, programação e padrões de financiamento dos maiores cinco dadores públicos de HIV e SIDA e encontrou fortes argumentos da fraca implementação das políticas. O nível de financiamento para questões de violência de género é baixo e é frequentemente marginalizado, enquanto que a integração da programação sobre violência contra as mulheres recebe ainda menos financiamento. A violência de género é ainda tratada como um aditivo e não como uma parte integral do problema HIV e SIDA. Entretanto, os níveis de financiamento para os direitos da mulher são ínfimos de acordo com a Associação dos Direitos da Mulher para o Desenvolvimento. A violência contra as mulheres e as raparigas geralmente não é considerada como o maior impulso e consequência da doença, nem é medida estatisticamente para contribuir para a base de evidência. É quase impossível dizer quanto financiamento foi usado para a intersecção porque nenhum dos dadores tem atribuído financiamento fixo dentro dos seus programas para combater o HIV e SIDA. Embora a Directora Geral da OMS tenha afirmado tudo o que se mede, é feito. Amostrem-nos o dinheiro Compromissos reais sobre a violência de género contra mulheres e crianças e a feminização da epidemia do SIDA pelas nações dos G8 estão ultrapassados. As nações membros da G8 tem que agora tomar responsabilidade para demonstrar o seu compromisso para respeitar, proteger, e implementar os direitos da mulher especialmente no contexto do HIV e SIDA promovendo politicas e negociando posições que garantem os cuidados de saúde adequados, educação, serviços legais e intervenções contra-violência, género sensíveis, e baseados nos direitos da mulher. Movimentos femininos tem lutado para que haja uma acção concreta para promover e proteger os direitos humanos de todas as mulheres incluindo o direito de estar livre da violência, coerção, estigma e discriminação, e o direito para alcançar o melhor estado de saúde, incluindo a saúde sexual e reprodutiva. Mas este standard global raramente se traduz em políticas e praticas. No caso do HIV e SIDA, isto resulta numa falência mortal nas políticas e responsabilidades dos governos. A espera deve parar. ¢ http://www.opendemocracy.net/democracyfifty/women_wait_4680.jsp A discriminação e abuso que se sente por desejar o mesmo sexo e indivíduos não conformes com o género é capturado pelo termo "heteronormatividade". Este termo é usado para acompanhar práticas usadas que garantem a heterosexualidade normal (homens como masculinos estão em controle, e as mulheres como femininas são passivas e dóceis). Cathy Cohen definiu a heteronormatividade como as praticas e instituições que legitimam e privilegiam a heterosexualidade e as relações heterossexuais como fundamentais e naturaisdentro da sociedade (2005: 24). O trabalho dela enfatiza a importância da sexualidade como implicado nas estruturas do poder, fazendo a intersecção entre a raça, género e opressão social. 2007 Vol 13 Número 4 11 Pobreza de ambição limita a luta contra o SIDA dos G8 Federal Government (Germany)/REGIERUNGonline / Bergmann Na última cimeira, os G8 anunciaram os compromissos que estão longe de atingir as promessas prévias para lograr o acesso universal ao tratamento antiretroviral, prevenção e cuidados até 2010. Esta foi a reacção da Aliança e a Campanha Stop SIDA (SAC). O director executivo da Aliança Alvaro Bermeio disse, mesmo que o ultimo encontro dos G8 reiterou os compromissos prévios para alcançar o acesso universal da prevenção, tratamento e cuidados de HIV até 2010, não houve consenso no tempo ou financiamento, e por isso nada para responsabilizar as pessoas. Os G8 prometeram gastar $60bn em SIDA, TB, malária e o fortalecimento de sistemas de saúde, mas não disse quando isto ia ser feito apenas nos próximos anos. As estimativas da UNAIDS são que vão ser necessários $23bn para o SIDA cada ano até 2010, e que a soma generosa dos G8 seriam $16bn. Se o financiamento dos G8 fosse dividido em cinco anos como PEPFAR, iria providenciar apenas $12bn por ano para as três doenças muito pouco para o que se precisa. Os G8 também se comprometeram numa meta pouco ambiciosa, providenciar tratamento para apenas cinco milhões de pessoas em África nos próximos anos. A última estimativa da UNAIDS é que a necessidade real de tratamento até 2010 seria de 11 milhões de pessoas. O Coordenador da Campanha da Stop SIDA, Steve Cockburn, disse: Se realmente dão este dinheiro, pode salvar vidas, mas esta pobre ambição dos G8 vai custar a vida à muitos mais. A contribuição é escandalosamente menor do que estima a ONU que é necessário para combater o HIV e SIDA, e levando as metas de tratamento tão abaixo da necessidade real, só num continente eles puseram ambições num nível que vai ser fatal para muitos. Outras secções do texto dos G8 relacionado com o SIDA tinham novidades mistas. Há compromissos positivos para garantir o acesso universal na prevenção da transmissão vertical e um compromisso para incrementar o Fundo Global para o SIDA, TB e Malária. Mais negativamente, nada concreto foi dito relacionado com a falta de mais de quatro milhões de trabalhadores de saúde, só compromissos vagos para reduzir os preços de medicamentos chave. Cockbum disse, os G8 falharam em cumprir as suas promessas, mesmo se fizeram alguns passos, e muito trabalho ainda tem que ser feito, converter declarações em acções, e conseguir planos específicos e ambiciosos para atingir os compromissos. Alvaro Bermejo acrescentou: há dois anos a comunidade internacional prometeu que nenhum plano nacional de SIDA ficaria sem financiamento, então devemos nos focalizar em garantir que países individuais surjam com planos ambiciosos e realistas que envolvam a sociedade civil e populações chave, que serão a chave para assegurar maior financiamento para garantir o acesso universal. Os G8 fizeram um compromisso para o financiamento do Fundo Global, e nos vamos ficar a espera da conferência em Setembro dos G8 para ver se mantém-se a promessa. ¢ Se realmente dão este dinheiro, pode salvar vidas, mas esta pobre ambição dos G8 vai custar a vida à muitos mais. Cortesia da Aliança de SIDA .c2007 . http://www.aidsalliance.org/sw48440.aspe. Se realmente dão este dinheiro, pode salvar vidas, mas esta pobre ambição dos G8 vai custar a vida a muitos mais. 12 2007 Vol 13 Número 4 Direitos da mulher são chave na crise de SIDA em África por Francis Obinor Um novo relatório sobre género foi lançado para promover a igualdade de género na luta contra a síndrome de imunodeficiência adquirida. em África. Médicos para os Direitos Humanos (PHR), neste estudo de 2,000 mulheres em Botswana e Suazilândia disseram que a desigualdade e discriminação de género eram os maiores factores por trás da doença que viu para lutar contra a pior crise de SIDA no mundo. Os Estados Unidos (E.U) basearam o PHR, que foi co-recipiente do Prémio Nobel da Paz de 1997, disseram os governos Africanos que não conseguiam garantir a existência legal e protecções constitucionais para os direitos da mulher. As mulheres contribuem com 75% de todos os indivíduos infectados com o HIV com idade entre os 15 e 25 anos. O PHR disse que o SIDA estava a crescer nos países da África Austral e que as mulheres arriscavam a ter relações sexuais desprotegidas por desesperação económica. Karen Leiter disse "se temos que reduzir a alta prevalência de HIV em Botswana e Suazilândia, particularmente entre as mulheres, então os líderes dos países tem que garantir os direitos legais da mulher. O impacto da falta de poder que tem as mulheres não pode ser subestimado. Os relatórios disseram que quase 25 milhões de Africanos estão infectados com o vírus, dando a África o pior peso de SIDA no mundo. As mulheres são mais pobres, e tem maior número de dependentes o estudo da PHR se concentrou nos dois países Africanos que tem a maior prevalência de HIV estima-se que em Suazilândia, 33% dos adultos estão infectados, e Botswana 24%. Investigadores fizeram um inquérito sobre atitudes de género e comportamentos sexuais e concluiu que maior desigualdade social e económica entre os sexos se correlacionava directamente com o risco de contrair o HIV. Leiter disse que mesmo que hajam diferenças nos dois países, as mulheres tinham demografias semelhantes ser pobres, ter maior número de dependentes, menor nível de educação e menor acesso a comida. Homens e mulheres têm diferentes standards de comportamentos. Ela disse, elas (mulheres) são levadas pelas suas circunstâncias a praticar sexo desprotegido. A dependência económica que tem, implica 2007 Vol 13 Número 4 que as mulheres percam o controle das suas escolhas sexuais, incluindo o uso do preservativo, enquanto que a desigualdade de género implica que existem standards diferentes quando se fala de múltiplos parceiros. O estudo encontrou em Botswana que os participantes que acreditavam na discriminação contra as mulheres tinham três vezes maior probabilidade de ter praticado sexo desprotegido no último ano. Tratamento sobe de 100,000 em 2003 à 1.3 milhões em 2006 Era importante tanto para Botswana como para a Suazilândia parar a discriminação contra a mulher no casamento , na prosperidade e direitos de emprego, para incrementar os esforços de eliminar a violência doméstica e sexual contra a mulher. Um outro estudo disse que a falta de médicos e enfermeiros era um dos maiores obstáculos para providenciar o tratamento antiretroviral aos doentes, condenando a muitos a uma morte prematura. O relatório dos Médicos sem Fronteiras disse que a África aumentou o número de doentes em tratamento, de 100,000 em 2003 à 1.3 milhões no ultimo ano, e que a falta de pessoal de saúde está a impedir a expansão dos programas de saúde. Mais de 70 porcento de Africanos que precisam de tratamento ainda estão a espera A África Austral tem a pior parte da epidemia do HIV e SIDA, com a grande maioria dos 40 milhões de infectados e um número de morte diária de 8,000. Apesar do grande avanço no tratamento nos países ricos, mais de 70% de Africanos que precisam ainda estão a espera. Aproximadamente 200 pacientes diariamente aguardam pelo tratamento na clínica dos Médicos sem Fronteiras em Khayelitsha. Muitos outros ficam em casa, não por falta de medicamentos, mas porque não há pessoal de saúde para os administrar. Na clínica em Khayelitsha onde aproximadamente 30% dos adultos têm HIV 6,000 pessoas estão a receber tratamento antiretroviral actualmente. Mas o número de pacientes que iniciam diariamente o tratamento diminuiu de 270 em Maio de 2006, até 100 no último mês de Dezembro basicamente pela falta de pessoal de saúde. África do Sul tem 393 enfermeiras e 74 médicos por 100,000 habitantes, mas uma alta percentagem trabalha no sector privado, e há muita falta nas zonas rurais. Isto compara-se com as 901 enfermeiras e 247 médicos por 100,000 habitantes dos Estados Unidos. O relatório disse que a única maneira de conseguir ultrapassar a crise seria através de delegar o trabalho permitindo que as enfermeiras façam o trabalho dos médicos, assistentes médicos que façam o trabalho dos enfermeiros e usando mais trabalhadores da comunidade. Também apontou um dedo aos dadores que pagam pelos medicamentos e novos hospitais, mas que não pagam salários do pessoal de saúde. O relatório disse que o Desafio do Milénio dos E.U. tinham prometido $140 milhões para melhorar infrastrutura e serviços de saúde, mas que não tinham sido feitos planos para o recrutamento de 600 trabalhadores adicionais de saúde que eram necessários nos novos projectos. O relatório afirmou "as pessoas que vivem com o HIV e SIDA não precisam apenas de medicamentos e clínicas; precisam também de pessoal de saúde treinado e motivado para diagnosticar, monitorizar e tratar os doentes ¢ Este artigo foi publicado primeiro no jornal Nigeriano The Guardian Reproduzido em http://www.afrika.no/Detailed/14267.html 13 SAfAIDS Library Falta de Pessoal de saúde Limita o Aceso aoTratamento Antiretroviral na África Austral Médicos sem Fronteiras avisou no novo relatório de Junho de 2007 que a falta de pessoal de saúde na África Austral está a prejudicar a expansão e acesso ao tratamento de HIV e SIDA. O relatório cobre quatro países da África Austral Lesoto, Malawi, Moçambique e África do Sul onde mais de um milhão de pessoas necessitam de tratamento antiretroviral mas ainda não tem acesso ao tratamento. Falta de acção vai resultar em doença e mortes desnecessárias. Verónica Chikafa, uma enfermeira/parteira que trabalha com a MSF em Malawi disse, "no distrito de Thyolo estamos a tratar 7,000 pessoas com HIV e SIDA. Temos que aumentar este número para 10,000 até o final do ano, mas o nosso programa está a encontrar uma importante barreira, o facto de não haver enfermeiras, médicos, e pessoal de saúde suficientes. A falta extrema de pessoal de saúde está a comprometer a qualidade e acesso dos cuidados de HIV e SIDA em toda a África Austral. No distrito de Thyolo em Malawi, um assistente médico é capaz de ver 200 pacientes por dia, demasiados para poder garantir a qualidade dos serviços prestados. No distrito de Mavalane em Moçambique, os pacientes tem que esperar dois meses para iniciar o 14 tratamento pela falta de médicos e enfermeiras, e muitos podem ter morrido durante a espera. Em Lesoto há só 89 médicos em todo o país. O Dr Pheello Lethola, médico da MSF em Lesoto disse, providenciar cuidados para o HIV nas zonais rurais ainda depende dos enfermeiros, mas eles tem um número exageradamente elevado de pacientes. O tempo em cada consulta é demasiado curto, e os pacientes graves sofrem desnecessariamente. Quando sofrem os enfermeiros, sofrem os pacientes. Há conhecimento da crise que há em relação ao pessoal de saúde. A MSF está a incentivar aos governos para desenvolver e implementar um plano estratégico de emergência para recrutar e reter trabalhadores de saúde, que inclui o plano de aumentar os salários dos trabalhadores de saúde e melhorar as condições de trabalho. Na maioria dos países isto só funcionará se os dadores mudam as suas politicas e começam a providenciar apoio financeiro para custos correntes como os salários. Os Ministros de Finanças e o Fundo Monetário Internacional (IMF) terão que encontrar soluções para aumentar os salários do pessoal de saúde. Se não, os governos não serão capazes de responder adequadamente as necessidade de tratamento. Mesmo na África do Sul, que tem trabalhadores de saúde com maior remuneração que os restantes países da África Austral, existe uma distribuição desigual e inadequada o que está a causar atrasos na expansão do tratamento. O Dr. Eric Goemaere, chefe do programa da MSF em Khayelitsha, Western Cape, disse, "os hospitais estão completamente saturados, as listas de espera estão a crescer e parece que estamos a perder a batalha. Para as pessoas que estão a fazer as politicas longe dos pacientes, a nossa mensagem é que serão responsáveis se não conseguem reagir ou ser flexíveis suficientemente para encontrar soluções para a falta extrema de trabalhadores de saúde. Para expandir o acesso ao tratamento antiretroviral nas zonas rurais, a MSF tem usado a mudança no plano de trabalho dos médicos aos enfermeiros, e dos enfermeiros aos trabalhadores da comunidade. O que significa que um enfermeiro começa a desempenhar funções que antes eram só destinadas aos médicos. Mas estas são medidas limitadas, já que não reduz a necessidade que tem estes países de ter pessoal de saúde devidamente qualificado. Sharonann Lynch, coordenador de tratamento da MSF disse, " Não é compreensível que os dadores financiam tratamento e novos hospitais, e recusam-se a financiar os salários dos trabalhadores de saúde porque segundo eles, não é sustentável. As pessoas que vivem com o HIV e SIDA não precisam só de medicamentos e hospitais; precisam também de trabalhadores de saúde motivados e bem formados para diagnosticar, monitorizar e tratar os doentes. Nos quatro países do estudo, a MSF está neste momento a providenciar tratamento antiretroviral para aproximadamente 30,000 pessoas. A MSF administra o TARV em mais de 80 países. ¢ http://www.msf.org/msfinternational/invoke.cf m?objectid=BD670DA1-15C5-F00A25AA61B44CFEE13F&component=toolkit. pressrelease&method=full_html 2007 Vol 13 Número 4 Desafios do sistema de Saúde afectam o papel da Circuncisão Masculina como estratégia preventiva do HIV na África Austral por Godfrey Musuka & Innocent Chingombe África é sem dúvida a região mais afectada com o HIV. É habitado por 12% da população mundial, mas estima-se que tenha 60% das pessoas infectadas com o HIV e SIDA. A epidemia do HIV e SIDA afectou da pior maneira a África Austral, deixando milhões de pessoas infectadas e afectadas (UNAIDS, 2005 & SADC 2006). As estratégias actuais de prevenção do HIV, visam mudar o comportamento sexual e incentivar o uso do preservativo. Recentemente tem havido um interesse adicional na circuncisão masculina como estratégia adicional de prevenção do HIV, na África Austral. Surgiu evidência na ligação da circuncisão masculina como um potencial método de prevenção do HIV, que reduz a transmissão em 50% de acordo com estudos de investigação. Isto tem criado interesse nos parceiros de financiamento e como resultado tem havido fortes incentivos para a implementação da MC, como uma estratégia de prevenção universal. Os que advogam o uso da MC indicam que a prevalência do HIV é de apenas 3% nos países da África Ocidental onde o uso da MC é universal, comparado com outros países da África Austral onde a prevalência é de quase 30%, como é o caso da Suazilândia e Botswana, onde só uma pequena proporção da população fez a circuncisão. (Muula 2007). Mas, os mesmos desafios do acesso ao TARV vão impedir o acesso a MC. Os sistemas de saúde da África Austral são vítima da perda de pessoal de saúde, devido aos salários pouco competitivos e as pobres condições de trabalho. É bastante claro que há que fazer investimentos significativos no sistema de saúde para que se possa implementar a MC. No caso de Zimbabué a alta inflação fez perder o valor real dos recursos financeiros atribuídos ao Ministério de Saúde e Saúde da Criança, impossibilitando a implementação de programas existentes, e portanto não permitindo a implementação de novos programas. Se a MC é para ser implementada, então muitos aspectos tem que ser vistos. Ë crítico que os hospitais estejam equipados com pessoal de saúde devidamente capacitados. 2007 Vol 13 Número 4 Por exemplo; actualmente no Malawi há menos de 2,200 enfermeiro a trabalhar no sistema público de saúde. Eles fazem o que podem, mas não podem atender 12 milhões de habitantes(VSO 2007). De acordo com MoH, o número total de médicos no Malawi é de 219, o que equivale a um médico para 45, 662 habitantes, muito inferior da proporção média da OMS que é de 1 para 10,000. O Ministério da Saúde tem 108 clínicos gerais e especialistas, enquanto que a Associação Cristã de Saúde de Malawi, o Colégio de Medicina e o sector privado tem 34, 21 e 56 médicos respectivamente. O Colégio de Medicina produz aproximadamente 20 médicos por ano. (Fundo de Desenvolvimento Africano 2005). No caso de Zimbabué, os médicos do sistema nacional de saúde recebem tão pouco, que acreditam não ter nenhum incentivo para permanecer no país. Um médico sénior recebe um salário mensal de aproximadamente $Z500,000 - US$16 trabalhando de 70 80 horas por semana. A maioria dos médicos precisa fazer horas extras em clínicas privadas para sobreviver. De acordo com Jonathan Matenga da Universidade de Zimbabué, isto tem causado um importante decréscimo no número de médicos nos hospitais; idealmente eles trabalhariam num hospital público das 08:00 até 17:00, mas se fizessem isso não teriam possibilidade de sobreviver. Não é difícil entender como manter pessoal de saúde qualificado é quase impossível. (de Castella 2003). Os dois aspectos da MC acesso e infrastruturas dos cuidados de saúde e particularmente, standards aceitáveis de cirurgia, estão fortemente interligados. O Director Geral da OMS para África, o Dr Sambo disse no Harvard News pacientes com HIV e SIDA estão a invadir os sistemas de saúde Africanos. A maioria das camas em hospitais como Zimbabué, Botswana e Suazilândia estão ocupadas por doentes com HIV e SIDA. Em alguns casos as camas não são suficientes. Encontrarão doentes no chão e por baixo das camas. Investigações recentes também mostraram que a infecção por HIV é três vezes mais provável de acontecer como ... os mesmos desafios do acesso ao tratamento antiretroviral vão impedir o acesso a circuncisão masculina... 15 resultado da própria circuncisão em três países Africanos; nomeadamente, Quénia, Lesoto e Tanzânia, devido as limitações da esterilização e pobres infrastruturas cirúrgicas. (Myers & Myers 2007). Outro problema é que a maioria dos programas de intervenção do HIV e SIDA na África Austral são bastante verticaiso que quer dizer que são específicos para a doença (para TB, HIV e SIDA). Mas o ideal é que fossem horizontais que houvesse a integração dos serviços de saúde incluindo mais recursos humanos. Se pretende-se implementar a MC então é importante que seja implementado dentro do sistema de saúde para contribuir no seu fortalecimento. Para que se possa utilizar a estratégia de prevenção da MC, os governos da África Austral tem que investir em incentivos financeiros e não-financeiros como, o garantir um local de trabalho seguro, vivendas aceitáveis e estímulos para as pessoas que trabalham em zonas rurais. Os programas que trouxeram grandes quantidades de tratamento para o HIV, expuseram a fragilidade dos sistemas de saúde e fracas infrastruturas. Seria inaceitável que os nossos governos contemplassem um procedimento invasivo como a circuncisão como um método de prevenção adequada para a nossa realidade, portanto não se deve incentivar este procedimento em hospitais públicos sem antes garantir todas as formas de segurança. ¢ Referencias: African Development Fund (2005). Appraisal Report Support To The Health Sector Programme Republic Of Malawi, Health Development Division de Castella T (2003). Health workers struggle to provide care in Zimbabwe. Brain drain adds to woes of a cash-strapped healthcare system.The Lancet ; 362:46-47 Harvard News . Available from Accessed 23rd May, 2007 Myers A & J Myers (2007). Male Circumcision the new hope? SAMJ Vol. 97 No 5. Muula AS (2007). Male Circumcision to Prevent HIV Transmission and Acquisition: What Else do we need to know?; AIDS Behav, doi10.1007/s10461-007-9211-1. UNAIDS (2005). Evidence for HIV decline in Zimbabwe : a comprehensive review of the epidemiological data. Geneva, Switzerland. SADC (2006). SADC HIV RESPONSE UPDATE 2006: Keep the Promise - Towards Universal Access 2010, SADC HIV & AIDS Unit, Gaborone, Botswana VSO, Available from. . [Accessed 21st May 2007]. Lesley Lawson Surgiu evidência que faz a ligação entre a circuncisão masculina (MC) e uma potencial redução da transmissão de HIV de 50% 16 2007 Vol 13 Número 4 Na edição 3-4 do Volume 12 fizemos um artigo que se focalizava na importância da nutrição para as pessoas que vivem com o HIV/SIDA. Se fossem necessárias mais provas sobre o benefício duma nutrição correcta, a história em baixo ilustra isso. Já é hora que a nutrição adequada faça parte dos programas existentes para o combate do HIV/SIDA. O impacto do apoio Nutricional em pacientes em TARV - Uganda por Frances Babirye (Project Officer, TASO-Uganda) John Ssemakalu (Programme Officer, HIV/AIDS-WFP-Uganda) Johnson Muwanga (32) é um cliente registrado da TASO em TARV que abertamente anunciou o seu estado de seropositividade em 2003. No princípio de 2005, ele se apresentou na clínica TASO Mulago com uma dor de cabeça severa (meningite). Ele foi tratado e depois foi admitido no programa de ajuda de alimentação, apoiado pelo Programa Mundial da Alimentação (WFP). Naquele tempo, o seu peso era de 58Kg e não podia desempenhar qualquer função. Como resultado ele não podia trabalhar para manter a mulher e os filhos. O programa de apoio de alimentação deu ao Johnson e a sua família uma cesta básica de cereais, milho e óleo vegetal. Depois de seis meses, a avaliação feita pelo Cuidador Social do Johnson revelou que tinha aumentado e seu peso para 69Kg. Nos seguintes seis meses, o Johnson tinha ganho suficiente peso para trabalhar e providenciar comida para ele e para a sua família, e em Março de 2006 já tinha algum rendimento através da sua plantação de bananas. O Johnson relatou, a alimentação dada permitiu me deixar de preocupar o que dar a minha família diariamente. Ensinaram a minha família a preparar diferentes comidas com os alimentos. Isto permitiu que melhorasse mais rapidamente do que só com os medicamentos. O facto de que o suprimento de alimentos é providenciado como uma cesta básica, é um instrumento que afecta toda a família. Como Johnson descreve, meus filhos e eu somos todos saudáveis, não ficamos doentes como quando não tínhamos a ajuda. O apoio Nutricional aos pacientes em TARV também tem um importante efeito psicossocial, alivia aos doentes do peso que sentem por precisarem de uma alimentação 2007 Vol 13 Número 4 adequada quando tomam o TARV. O mais importante, é que melhora a auto estima dos beneficiários, uma vez que ganham peso e força associado ao TARV que reduz as infecções oportunistas, assim os beneficiários participam nas actividades da comunidade. O Johnson disse que a comunidade notou as maravilhas do apoio nutricional através do seu exemplo. Actualmente, ele está envolvido na sua comunidade como um paciente exemplo, e com um mandato do conselho local, está envolvido na sensibilização dentro da sua comunidade. A sua ênfase está nos homens, atraindo-lhes à centros de apoio para que possam beneficiar a eles e as suas famílias. Os seus planos futuros incluem fazer um curso de Planeamento de Projectos, financiado através da venda de bananas da sua plantação. O Johnson sente muita gratidão do TASO e dos dadores, por todo o apoio que lhe foi oferecido, especialmente o WFP e o apoio que recebeu de alimentos, que melhorou a sua saúde e lhe deu esperanças para o futuro. ¢ O apoio Nutricional aos pacientes em TARV também tem um papel psicossocial, alivia aos doentes do peso que sentem por precisarem de uma alimentação adequada quando tomam o TARV. 17 A Luz da Esperança - Elizabeth Mataka Nomeada Enviada Especial para o SIDA por Michael J. Kelly Pic: The Global Fund A nomeação recente de Elizabeth Mataka pelo Secretário-Geral da ONU Ban Ki-noon, como Enviada Especial para o SIDA em África é a primeira em muitas maneiras. Elizabeth Mataka é a primeira Africana a ser nomeada como Enviada Especial. É a primeira mulher a ser nomeada numa posição tão elevada para responder aos desafios do HIV em Africa. Também é a primeira pessoa de Botswana a ser chamada para um cargo tão elevado, e a primeira pessoa a sair directamente da sociedade civil para uma posição tão responsável. Esta nomeação é uma honra singular para África e Botswana. Mas, mais importante que a honra, a nomeação indica o compromisso do Secretário-Geral em transformar o HIV e SIDA numa prioridade para as Nações Unidas. Já passaram mais de cinco meses desde que Stephen Lewis se reformou, após vários anos de luta para manter o HIV como uma prioridade nas agendas das ONU. Há alguns anos, o Stephen expressou a sua preocupação sobre "o curioso e incómodo período de acalmia na luta (contra a epidemia) um sentimento cumulativo de inércia em vez energia, para fazer tempo". Meses recentes têm presenciado algo semelhante, uma luta falsa em vez de uma confrontação vigorosa da epidemia e os seus líderes funcionais. Muitos em África esperam que a nomeação de Elizabeth Mataka é uma das indicações que o período de acalmia finalmente terminou. O Secretário-Geral não mentiu quando disse no dia 21 de Maio que de uma maneira ou outra, todos vivemos com HIV. Estamos todos afectados por ele. Todos temos ser responsáveis pela resposta. POLITICAS DE HIV Que a nova embaixadora é Africana é um grande progresso para a luta contra o HIV. Por mais de uma década, o princípio cardinal da luta era o maior envolvimento das pessoas que vivem com o HIV e SIDA (GIPA). A nomeação de uma pessoa de Botswana sugere a introdução dum novo princípio o princípio GICA, o maior envolvimento de países que vivem com o HIV/SIDA. Esperamos que este seja o inicio dum movimento para ver politicas e acções relacionadas com o HIV originadas não em Genebra, Washington, Paris, Nova Iorque, Londres ou outra capital do norte, mas em países que sofrem o impacto da epidemia e que sabem por experiência própria o que significa viver com o HIV e SIDA. O trabalho de Elizabeth Mataka será uma luz, porque ela fez parte da luta durante muitos anos, mas desde o ponto de vista da sociedade civil. Ela sabe, através da sua experiência, como promover esta luta. Foi chefe duma organização (a Rede de SIDA Nacional da Zâmbia, ZNAN), que canaliza os recursos do Fundo Global para entidades sociais de Zâmbia, ela sabe o que estas organizações podem fazer. Ela também entende a importância do financiamento nas áreas de prevenção, tratamento, cuidados e apoio. A integridade, eficiência e eficácia do ZNAN vão ajudar a promover a participação da sociedade civil. Esta é uma grande nomeação de uma mulher com substância e experiência. Muitos dos países Africanos vem nela uma luz que brilha na escuridão do HIV. Contamos contigo Liz para que nos guies à uma luz mais brilhante. ¢ O padre Michael J. Kelly é um Jornalista de HDN, Padre Jesuíta e jornalista, conhecido mundialmente pelo seu trabalho como educador e como activista do SIDA. O Padre Kelly vive e trabalha em Zâmbia há mais de 50 anos. Cortesia de HDN. www.TheCorrespondent.org ... a nomeação revela o compromisso do Secretário-Geral em fazer que o HIV seja uma prioridade para as Nações Unidas... 18 2007 Vol 13 Número 4 Novas publicações no centro de recursos de SAfAIDS 1) WHO Report 2007: Global Tuberculosis Control, Surveillance, Planning, Financing. 2007. Geneva, WHO. Este é o decimo primeiro relatório anual é tem informação importante sobre a epidemiologia e controle da tuberculose (TB). Em essência, este relatório apresenta uma vista geral do progresso em reduzir o imenso peso da doença mundialmente. www.who.int 2) Network: Hormonal Contraception and HIV.2007. New York, Family Health International. Um estudo de investigação feito pela Saúde da Família Internacional. Tenta clarificar o efeito dos contraceptivos hormonais na aquisição do HIV e serve como o estudo mais forte em explorar este assunto. www.fhi.org 3) Children at the Centre: A guide to community groups caring for vulnerable children. Sian, Long (ed). 2007. London, Save the Children. Está é uma guia de como agencias e organizações podem ajudar a formar grupos da comunidade para cuidar crianças vulneráveis. Fala directamente das experiências de crianças, membros da comunidade, ONGs e outros. www.savethechildren.org.uk 6) HIV and people on the move: Risk and vulnerabilities of migrants and mobile populations in Southern Africa. 2007. Pretoria, International Organisation for Migration. Este é um documento que procura sublinhar como as forças armadas da África Austral tem ajudado na luta da epidemia nos unltimos 25 anos. www.issafrica.org Este documento resume as principais contribuições feitas por pessoas com recursos chave e membros do e-fórum. Destina-se a aumentar o conhecimento sobre dinâmicas complexas relacionadas com morbilidade e migração. www.hdnet.org 9) UNAIDS at country level: Supporting countries as they move towards universal access. 2007. Geneva, UNAIDS. 7) AIDS and Society in South Africa: Building a Community of Practice. Yazeed, Fakier (ed). 2006 Cape Town, Rockefeller Brothers Fund. Esta é uma documentação sobre um seminário em Cape Town que tinha com objectivo fortalecer a rede de investigação da Africa do Sul na área do impacto social do HIV e SIDA. www.ccrweb.uct.ac.za 8) The Enemy Within: Southern African Militaries' Quarter-Century Battle with HIV and AIDS. Martin, Rupiya (ed). 2006 Pretoria, Institute of Security Studies. Uma puplicação que examina o nível do trabalho da UNAIDS em melhorar a arquitectura da resposta ao SIDA e garantir o compromisso político para expandir os serviços de prevenção, tratamento, cuidados e apoio. http://www.unaids.org 10) The river of hope: Child centered approaches to HIV and AIDS. Rachel, Carnegie; Paul, Katokabunga. 2006 London, Healthlink Worldwide. Um manual para pessoas que trabalham com gente jovem e crianças. O seu obectivo é providenciar ideas, experiências e actividades práticas que podem encorajar a gente jovem e crianças a entender o impacto do HIV e SIDA. www.healthlink.org.uk 4) Time to Talk: A Guide to Family Life in the Age of AIDS. Tengatenga, James, Bayley, Anne. 2006. Oxford, Strategies for Hope Trust. Um instrumento sobre assuntos relacionados com o HIV e SIDA desenhado para ser usado por líderes religiosos especialmente na África Sub-sahariana. www.stratshope.org 5) National Strategy for Behaviour Change Interventions and Communications for HIV and AIDS. 2006. Gaborone. National AIDS Coordinating Agency. Um livro destinado a guiar o planeamento, desenho, implementação e monitorização de intervenções sobre a mudança de comportamento e actividades de comunicação em todos os sectores da economia. www.naca.gov.bw 2007 Vol 13 Número 4 19 Avaliação do Livro O Inimigo de Dentro ISBN: 1-920114-03-3 Publicado por: The Institute for Security Studies, P O Box 1787, Tshwane, África do Sul Avaliado pela equipe de SAfAIDS O Inimigo de Dentro é o produto duma iniciativa de investigação do Instituto de Estudos de Segurança que visou desenvolver opções de politicas para a mitigação da epidemia nas forças armadas da África Austral. Tem como base as experiências das forças armadas de Botswana, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué e representa os dias em que os militares eram vistos como vectores da doença, e mantinham a informação do HIV escondida. Quando a Aliança Civil-Militar para Combater o HIV/SIDA da UNAIDS foi criada, muitos países se recusaram a enviar informação. Os militares representam uma grande proporção da população na Africa Subsahariana e consome uma grande proporção do orçamento nacional. O livro explica a vulnerabilidade especial e óbvia das forças armadas ao HIV: os seus membros pertencem todos ao grupo etário que é sexualmente activo; correm risco devido a sua profissão, e pela natureza do seu trabalho, permanecem longos períodos longe da família; o uniforme também tende a ser um íman para a mulher, particularmente porque tem um bom e regular salário. O estudo teve três objectivos ambiciosos; documentar empiricamente as respostas políticas das instituições militares desde o início do HIV e SIDA; desenvolver investigações e instrumentos de análise e dentro das forças armadas e sociedade civil; providenciar um modelo prático para guiar outros militares no continente. Também quis produzir uma revisão dos últimos 25 anos do HIV e os militares, e para estabelecer um corpo civil e militar de investigadores da área, para propor soluções e providenciar um modelo regional para o futuro e assim melhorar a relação entre o HIV a as forças armadas de África. Dado que o Instituto de Estudos de Segurança está na África do Sul, não existem dados sobre os militares Sul-Africanos. Supostamente a África do Sul ainda pensa que revelar a informação vai estragar a reputação dos militares. Mas, diferentes capítulos sobre Botswana, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué dão uma visão geral sobre o estado da epidemia em cada país. O livro é politicamente incorrecto porque refere as pessoas que vivem com o HIV e SIDA como vítimas, mas suponho que temos que reconhecer que este livro é sobre os militares, onde as coisas são vistas como preto ou branco e com poucas sombras de cinzento. Similarmente o aspecto dos direitos humanos da testagem obrigatória dos militares é, não surpreendentemente, negligenciado por causa da necessidade para prontidões de combate. Descreve-se o HIV como um ácido corrosivo no livro. (p21). A incidência, ameaças e desafios impostos pelo HIV na região são universais e infelizmente, é a inabilidade dos estados para desenvolver medidas apropriadas que Rupiva chama gelo da política comum. Os estados africanos também tem em comum o facto de que as suas estruturas políticas e de estado são fracas como consequência do colonialismo e da Guerra-fria, e que o próprio HIV é um inimigo insidioso e complexo, que cria desafios multi dimensionais. Ele explica que o HIV nos países desenvolvidos é um problema de saúde pública controlado e portanto não há exemplos de políticas para controlar a epidemia que possam ser copiados. O que está claro é que todos os países envolvidos no estudo têm experiências e condutas similares. Mesmo que os guidelines ILO proíbem a testagem antes de aceder a um emprego, todas as forças armadas recusam dar emprego a pessoas que sejam seropositivas sem ter razões, embora o Zimbabué tenha aceitado admitir pessoal seropositivo até 1996. Dado que o treino militar é rigoroso e que teoricamente possa precipitar doenças e morte nas pessoas infectadas pelo HIV, isto pode até ser razoável o treino militar é caro. Mas, uma vez que entra um soldado na tropa como seronegativo, o mais importante e manter o soldado como seronegativo. Até agora, não houve muita inovação. Uma importante área de investigação é os homens que tem sexo com homens (MSM). Como a homossexualidade é um grande tabu em Africa, o MSM como vector de transmissão tem sido apagado da imagem. Isto é definitivamente um aspecto crítico que tem que ser abordado se os soldados que recrutam são seronegativos e devem permanecer nesse estado, mas pode ser um aspecto que os militares Africanos se recusem a aceitar. Enquanto que as forças armadas tem interesse em fazer o teste de HIV aos novos recrutas, nenhum encoraja a testagem de outros soldados, especialmente aqueles que estão em níveis superiores. O MSM é um possível método de transmissão, isto é capaz de ser uma falha fatal. O risco e desafio que tem os soldados nas missões de paz no continente são óbvios. A ONU tem que ser claro nos guidelines para testagem e as missões de paz. A ONU estão a propor actualmente cinco brigadas regionais para as missões em Africa, e uma estratégia militar comum para lidar com os soldados que têm HIV, e para manter os militares seronegativos como tal. O livro termina com uma recomendação sobre a necessidade de uma resposta regional comum em politicas e drogas dentro da região. A testagem deve ser feita continuamente e em todos os níveis, e o editor explica que os soldados são de uma maneira geral agentes de mudança já está na hora que a influência dos militares seja usada para mudar comportamentos. Assim como a falta de poder que tem as mulheres é um factor de feminização da doença, então os soldados como machos podem ser usados para guiar o caminho da mudança social necessária em África para combater o inimigo. ¢ Diga nos o que pensa! A SAfAIDS gostaria de saber a sua opinião sobre o conteúdo SAfAIDS News. O que gosta? O que não gosta? Quais são as áreas que gostariam que fossem discutidas? A sua opinião é importante para garantir que a revista continue a cobrir as suas necessidades sobre informação de HIV/SIDA na África Austral. Porfavor mande os seus comentários para: [email protected] or by post to The Editor, SAfAIDS, P O Box A509, Avondale, Harare, Zimbabué. SAfAIDS News é publicado trimestralmente pelos Serviços de Disseminação de Informação sobre HIV/SIDA na África Austral. Os artigos poderão ser fotocopiados, reimpressos ou abreviados, desde que não seja para a venda e que o reconhecimento total seja feito ao SAfAIDS e à fonte e o autor originais (onde for aplicável). SAfAIDS solicita uma cópia de todo o material usado. Assinaturas: Uma assinatura de dois anos custa Z$800,000 (por 8 revistas) para assinantes residentes no Zimbabué, US$60 para Africa só; Noutros lugares, US$80. Dinheiro e cheques de encomendas devem ser pagáveis a SAfAIDS. As organizações locais, os singulares em África que não podem pagar poderão solicitar cópias suplementares ou subsídios gratuitos. A SAfAIDS News está disponível gratuitamente na nossa página de Internet. 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