Revista Brasileira de Administração

Transcrição

Revista Brasileira de Administração
R E V I S TA B R A S I L E I R A D E A D M I N I S T R A Ç Ã O
Ano XXIV • Nº 106 • Maio /Junho de 2015
Entrevista
Adm. Antonio Alves já catou laranjas e café.
Hoje é executivo de marketing
Opinião
Feedback: uma arte que poucos dominam
GESTÃO PÚBLICA CLAMA
POR PROFISSIONALIZAÇÃO
Evolução passa pela contratação de
Administradores profissionais
COMPLIANCE: NÃO HÁ
MAIS COMO ABRIR MÃO
Empresas dependem de controle
para seguir regras e procedimentos
EMPREENDEDORISMO
seja o dono
R$ 9,90
01
90
O
Mulheres e o dilema de investir na profissão ou priorizar
aspirações pessoais. E mais: ganha corpo o estudo do design
thinking para aplicação em empresas
IS
9 771517 200009
00106
Largar tudo em nome do sonho de investir em
causa própria é possível. Mas é indispensável juntar
inspiração e transpiração para que dê tudo certo
EDITORIAL
Empreender como meta
C
sonhos
Pauta frequente de veículos de comunicação, os problemas
faz parte da vida.
causados por equívocos dos gestores públicos brasileiros refle-
olecionar
E sonhar é bom e
tem-se em prejuízos financeiros, estruturais e sociais. Fato
não custa nada. Imaginar
é que não há como suportar mais os desvios que penalizam o
novas realidades para a vida
desenvolvimento do país e uma das soluções viáveis é a profis-
pessoal e profissional ajuda
sionalização. Os Administradores podem ajudar, e muito,
a relaxar, a tirar o peso das
nessa missão e contam com o total apoio do Conselho Federal
frustrações e a traçar novos
de Administração (CFA).
planos. Muitas vezes, a realidade parte de um sonho e
ADM. SEBASTIÃO LUIZ
DE MELLO
se torna possível quando a
transpiração e a inspiração
trabalham juntas. Não vale a pena se manter descontente,
pois as possibilidades de mudança são gigantes e podem
encontrar no empreendedorismo um campo fértil. Então,
além de sonhar, planejar, "suar a camisa" e investir em
ideias, também colaboram com a receita de empreender:
a iniciativa, a busca por informações adequadas ao modelo
de negócio que se deseja seguir, medir corretamente os
encontrar bons argumentos para enfrentar questões do cotidiano profissional! Pois essa é a função do líder dentro do
ambiente empresarial. Como diz o professor Dante Quadros,
ouvido pela reportagem da RBA, “a liderança eficaz passa
pelo menos por três componentes: uma grande capacidade
de diagnosticar a situação, um repertório de habilidades que
possa dar respostas e atender adequadamente àquela situação e valores fundamentais que sustentem as decisões (ética
e conduta moral)."
riscos, a organização e o dom.
O mercado sentia falta e as instituições de ensino superior
A matéria de capa desta edição da Revista Brasileira
cursos de tecnologia do Brasil foram implantados no início da
de Administração (RBA) traz exemplos de empreendedores e algumas dicas para os Administradores que
colocaram no seu planejamento de vida a abertura de
negócio próprio. Vale lembrar que os profissionais da área
levam a vantagem de possuir conhecimentos especiais,
que já foram adquiridos na graduação, que favorecem o
sucesso. Não se pode negar que as habilidades de lidar com
recursos humanos, matemática contábil, logística, marke-
responderam à necessidade de formar técnicos. Os primeiros
década de 60 e ainda hoje se mostram em constante crescimento no país. Dentro da Administração, as áreas de Recursos
Humanos, Logística, Marketing, Gestão de Políticas Públicas
e Gestão da Qualidade oferecem formação especializada e há
vagas de emprego.
Além dos assuntos já mencionados, a RBA entrevistou o Adm.
Antonio Alves,que começou suas atividades profissionais
ting e gestão contam pontos a favor dos Administradores.
catando laranjas e café e hoje é executivo da área de marketing.
Entre outros temas selecionados, a equipe da RBA
Grosso do Sul, e prega que os Administradores devem estar
preparou matéria robusta sobre compliance, tema presente
da Administração. Os especialistas ouvidos explicaram
que, caso os colaboradores das empresas cumprissem de
modo fiel suas políticas de funcionamento, os profissionais de compliance não teriam razão de existir. Porém, a
prática mostra que a figura daquele que controla o cumprimento das regras internas e externas pelas organizações,
4
E como é positivo ter boa referência, ter a quem mirar e onde
Alves trabalha na TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato
dispostos a escutar, aprender e mediar a relação entre todos os
atores da empresa e mercado. Para ele, dessa forma, os desafios
viram oportunidades de sucesso.
Descubra as próximas páginas, pois existem mais pautas
interessantes. A RBA é pensada para atender ao Administrador e ao tecnólogo em Administração e segue em constante
seus funcionários e terceiros que com ela interagemse
aperfeiçoamento.
tornou indispensável.
Boa leitura!
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Profissional e
Estudante
de Administração
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SUMÁRIO
ANO XXV • Nº 106 • MAIO/JUNHO DE 2015
ENTREVISTA
10
Antonio Alves,
Administrador
e exemplo de
determinação
Com experiência em diversas áreas,
o Adm. Antonio Alves iniciou a
sua vida profissional muito cedo,
como office-boy, enquanto também
trabalhava na lavoura. Hoje atua
na área de marketing de um grande
CARREIRA
16
Aumenta busca
por graduação
tecnológica
no Brasil
Atrativo para quem já está inserido
no mercado e aos que pretendem
ingressar numa carreira promissora
de forma rápida e objetiva, os cursos
superiores de tecnologia estão em
BEM-ESTAR
29
Atenção:
você sabe qual
cosmético é bom
para sua pele?
Há um setor que só cresce no Brasil.
Atualmente, os brasileiros estão
em terceiro lugar entre os que mais
consomem
de
higiene
do mundo. Mas será que, em meio a
grupo de comunicação, a TV Morena,
constante crescimento. No campo
afiliada da Rede Globo em Mato
da Administração, há excelentes
escolha do produto certo para cada
Grosso do Sul.
opções.
tipo de pele?
tanto consumo, está prevalecendo a
LEITOR | 8
ARTIGOS
CONSELHO | 42
14 ADM. LEANDRO VIEIRA
Quão feliz você se sente fazendo o que faz?
20 EDUARDO PEDREIRA
CONEXÃO | 59
Feedback: uma arte que poucos dominam
6
produtos
pessoal, perfumaria e cosméticos
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
CAPA
22
Empreender exige
doses de transpiração
e inspiração
A
importância
da
formação
educacional
é
indiscutível. Conhecer a teoria faz toda a diferença.
Porém, nada substitui a prática quando o assunto é
empreendedorismo. Então, para quem sonha em ser
dono de empresa e dispensar o patrão, o caminho é se
lançar no mercado e tirar as ideias do papel. Sabendo
que, nessa hora, toda ajuda de especialistas é bem-vinda,
a Revista Brasileira de Administração (RBA) traz para
os futuros (ou já) empreendedores dicas e experiências
de quem resolveu mudar de vida. Inspire-se!
30
48
52
Enquanto empresas se esforçam para
Diante das renovadas estruturas e
A princípio, cumprir regras internas
buscar líderes mulheres, elas não
mentalidade aplicadas hoje em dia
e externas parece ser parte inerente
optam por investir na carreira ou na
nas organizações, qual é o papel do
a qualquer trabalho que se pretende
vida pessoal. Outra reportagem trata
líder? O primeiro passo é que ele
realizar. Porém, empresas já não vivem
do avanço do estudo do design thinking
esteja sintonizado com a filosofia da
sem seus departamentos de compliance
entre os gestores brasileiros.
empresa e seja um facilitador.
para cobrar o que é elementar.
HSM: DILEMA FEMININO
DESAFIA EMPRESAS
LÍDERES COM A MISSÃO
DE MELHORAR PESSOAS
COMPLIANCE PARA PREVENIR,
DIAGNOSTICAR E REMEDIAR
60
PROFISSIONALIZAÇÃO
COMO O MELHOR CAMINHO
O avanço da qualidade da gestão pública
brasileira passa, necessariamente, pela
profissionalização. A sociedade só será
melhor atendida a partir do momento em
que profissionais bem talhados assumam
cargos estratégicos.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
7
LEITOR
As mensagens para a RBA podem ser enviadas para
SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília/DF, CEP 70070-932,
e-mail: [email protected] ou fanpage: facebook.com/cfaadm
Quero confirmar a entrega da edição
nº 104, ocorrida no dia 16/04.
Agradeço por todo o empenho de atender
meu caso!
ADM. RUI FETT DA CONCEIÇÃO
Recebi a Revista RBA número 104, e
parabéns pelas excelentes matérias.
ADM. LUIZ C. CHESINI
Recebi hoje a RBA de novembro/dezembro
de 2014 e janeiro/fevereiro 2015, conforme
havia solicitado.
Desde já agradeço pela atenção.
GLAUCO PUTINI
Gostaria de agradecer pelo envio da edição
103 da RBA, que estampa temas atuais e de
grande relevância para nossas áreas.
A revista está cada vez mais interessante,
principalmente no que diz respeito aos
temas em evidência do nosso cotidiano,
e-commerce e gestão ambiental, assuntos
estes que devem ser tratados por nós,
Administradores, com o máximo de
atenção, tendo em vista a crise de água e os
consumidores que migram para a internet.
ADM. ALEX FIORIN BISSA
Todo ano eu pago meu CRA no mês de
janeiro, e um dos motivos é para receber
a revista RBA, que eu acho muito válida.
Atenciosamente, conto com a colaboração
de vocês.
WILHELMINA CRISTINA KOK
8
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Recebi ontem o exemplar nº 104. Agradeço pela
atenção e gostaria de parabenizar a equipe da
RBA pelos conteúdos, que são interessantes
e muito importantes para os profissionais e
estudantes de Administração.
ADM. VALDEMIR COUTO DOS SANTOS
Gostaria de agradecer à revista RBA, exemplar
104, pois tive a oportunidade de ler a entrevista
do Administrador Idalberto Chiavenato, cujos
livros, há 31 anos, foram de grande valia para
minha formação acadêmica, em Belém, Pará.
Obrigada!
ADM. DENISE FARIAS
Leitor da RBA, mantenha sempre o seu endereço atualizado.
Se houver qualquer alteração, encaminhe-a para [email protected] ou pelo telefone: (61) 3218-1818.
Me antecipo agradecendo o bom atendimento todas
as vezes em que entrei em contato por e-mail e por
telefone, em que sempre solucionaram minhas
dúvidas e sanaram os eventuais problemas com as
entregas das revistas. É sabido que tenho apreço por
um bom atendimento e que reconheço que sempre
me atenderam muito bem. Irei renovar minha
assinatura. No mais, o e-mail é necessário para que
eu possa deixar documentada a minha satisfação com
o atendimento e com a revista no geral.
JANAINA DANESE
Parabenizo a todos que fazem a RBA, sempre
trazendo grande contribuição para o crescimento
profissional com informações sempre relevantes para
minha carreira profissional.
ADM. LEILSON WOELBERT
EXPEDIENTE
EDITOR | Conselho Federal de Administração
CONSELHEIROS FEDERAIS
DO CFA 2015/2016
Adm. Marcos Clay Lucio da Silva (AC) • Adm. Armando Lôbo
Pereira Gomes (AL) • Adm. José Celeste Pinheiro (AP) • Adm.
José Carlos de Sá Colares (AM) • Adm. Tânia Maria da Cunha
Dias (BA) • Adm. Ilaílson Silveira de Araújo (CE) • Adm. Carlos
Alberto Ferreira Junior (DF) • Adm. Marly de Lurdes Uliana
(ES) • Adm. Dionizio Rodrigues Neves (GO) • Adm. José
Samuel de Miranda Melo Júnior (MA) • Adm. Alaércio Soares
Martins (MT) • Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS) • Adm.
Sônia Ferreira Ferraz (MG) • Adm. Aldemira Assis Drago (PA)
• Adm. Marcos Kalebbe Saraiva Maia Costa (PB) • Adm.
Sergio Pereira Lobo (PR) • Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE)
• Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI) • Adm. Jorge
Humberto Moreira Sampaio (RJ) • Adm. Ione Macêdo de
Medeiros Salem (RN) • Adm. Ruy Pedro Baratz Ribeiro (RS)
• Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO) • Adm. Antonio
José Leite de Albuquerque (RR) • Adm. José Sebastião Nunes
(SC) • Adm. Mauro Kreuz (SP) • Adm. Diego Cabral Ferreira da
Costa (SE) • Adm. Rogerio Ramos de Souza (TO)
DIRETORIA EXECUTIVA
DO CFA 2015/2016
Presidente: Adm. Sebastião Luiz de Mello • Vice-Presidente:
Adm. Sergio Pereira Lobo • Diretor Administrativo e Financeiro:
Adm. Armando Lôbo Pereira Gomes • Diretor de Fiscalização
e Registro: Adm. Jorge Humberto M. Sampaio • Diretor
de Formação Profissional: Adm. Mauro Kreuz • Diretor de
Desenvolvimento Institucional: Adm. Carlos Alberto Ferreira
Junior •Diretor de Relações Internacionais e Eventos: Adm.
Marcos Clay Lucio da Silva • Diretora de Gestão Pública: Adm.
Ione Macedo de Medeiros Salem • Diretor de Estudos e Projetos
Estratégicos: Adm. Alaércio Soares Martins
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar Bertero •
Prof. Milton Mira de Assumpção Filho
CONSELHO DE PUBLICAÇÕES
Adm. Mauro Kreuz • Adm. Rogério Ramos de Souza • Adm.
Sergio Pereira Lobo • Adm. Tânia Maria da Cunha Dias
COORDENAÇÃO DOS CONSELHOS
Adm. Carlos Alberto Ferreira Júnior
Gostaria de parabenizá-los
pelos temas abordados na
edição 104. Nós também,
Administradores, se não
nos inovarmos iremos ficar
obsoletos no mercado
de trabalho.
ADM. CLERISTON
CALIMAN FALQUETO
PRODUÇÃO
Coordenação Editorial: Straub Design • Diretor Executivo:
Adm. Wilgor Caravanti • Editor–Chefe: Francisco José Z.
Assis • Diretor de Criação: Ericson Straub • Direção de
Arte: Amanda Camargo • Redação: Ana Graciele Gonçalves,
Cinthia Zanotto, Mara Andrich, Nájia Furlan e Wellington
Penalva • Revisão: Mônica Ludvich • Diagramação: Amanda
Camargo, Lorena Beatriz, Rafaela Lech e Thaís Pacheco •
Impressão: Ediouro Gráfica e Editora Ltda • Tiragem:
120 mil exemplares
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Conecta Marketing Direto (Wladimir Reis)
Tel.: (11) 98969-6075
E-mail: [email protected]
ASSINATURAS
E-mail: [email protected] | Portal: www.revistarba.com.br
Telefone: (61) 3218-1818
A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal
de Administração sob a responsabilidade da Câmara de
Desenvolvimento Institucional e da coordenadora técnica
RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem
necessariamente a opinião do CFA.
A RBA é certificada pelo Instituto
Verificador de Circulação (IVC)
como de circulação controlada de
conteúdo dirigido.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
9
ENTREVISTA
POR_MARA ANDRICH
Uma longa
EXPERIÊNCIA
O ADM. ANTONIO ALVES COMEÇOU A CARREIRA CATANDO LARANJAS E CAFÉ.
HOJE, É UM EXECUTIVO DA ÁREA DE MARKETING E GARANTE:
APRENDEU MUITO COM TUDO ISSO
A
ntonio Alves é um exem-
com o planejamento mercadológico e
ANTONIO ALVES (AA): Comecei a
plo de determinação. Com
financeiro dos projetos.”
trabalhar cedo, em diversas ocupações,
experiência profissional
em diversas áreas, o Administrador
iniciou sua carreira muito cedo, trabalhou como office-boy, na lavoura e
hoje atua na área de marketing em um
grande grupo de Comunicação, a TV
Morena, afiliada da Rede Globo em
Mato Grosso do Sul. Passou pela área
de coaching e talvez isso tenha lhe auxiliado a entender o quanto é impor-
bom Administrador, é preciso ser
ético, flexível e ter foco nos clientes
e nas relações. “Encarar os desafios
como meio de desenvolvimento é
necessário, já que esse é um processo de crescimento e transformação
de boia-fria catando laranja e café nas
lavouras do interior de São Paulo; de
auxiliar de pintor e de garçom. Mas
foi vendendo picolés nas ruas de Mogi
Guaçu, uma pequena cidade no interior do Estado de São Paulo, que vivenciei as primeiras experiências sobre os
constante”, afirma.
fundamentos de marketing, logística e
REVISTA BRASILEIRA
porque tinha que comunicar, promo-
administração financeira. Marketing
tante ouvir. “Como Administradores,
DE ADMINISTRAÇÃO (RBA):
devemos estar dispostos a escutar,
O senhor iniciou sua carreira
financeiro porque tinha de estudar
como office-boy e, na mesma em-
qual rota visitar, a fim de evitar alguns
presa, chegou ao cargo de coorde-
prejuízos, tais como ser assaltado.
aprender e mediar sempre com todos
os atores da empresa e do mercado,
pois dessa forma os desafios viram
10
Ele acredita que, para ser um
ver e vender. Logística e planejamento
nação geral. Antes, ainda traba-
Acredito que essas experiências ante-
oportunidades de sucesso. E, como
lhou como boia-fria. Como foi seu
riores foram fundamentais para emba-
Administradores na área de marke-
início de carreira? Quais os desa-
sar meu planejamento de vida e de atu-
ting, acredito que levamos uma van-
fios que enfrentou para “subir” de
ação profissional, e encarar os desafios
tagem, que é ter um cuidado maior
cargo no início?
sempre de frente e de forma direta.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Divulgação
Acredito que essas
experiências anteriores
foram fundamentais
para embasar meu
planejamento de vida e
de atuação profissional,
e encarar os desafios
sempre de frente e de
forma direta”
ANTONIO ALVES
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
11
Entrevista
Como Administradores, devemos estar dispostos a
escutar, aprender e mediar sempre com todos os atores
da empresa e do mercado, pois dessa forma os desafios
viram oportunidades de sucesso”
RBA: Ao longo de sua carreira,
AA: Marketing é uma área que me en-
MANTER: ações ligadas ao processo
o senhor teve a oportunidade de
canta e me traz desafios diários, mas
de relacionamento com clientes, pós-
atuar tanto em pequenas (foi di-
atuar junto com uma equipe criativa
-vendas, ações de CRM, entre outros
retor voluntário em empresa jú-
e motivada é muito prazeroso. No iní-
nior) como em grandes empresas.
cio da carreira na área de marketing
E também em áreas bem distin-
era comum ser questionado pelos
tas. O que significou essas experi-
profissionais de comunicação sobre
ências para o senhor?
o porquê de um Administrador estar
AA: Tive a oportunidade de navegar por diversas áreas e segmentos
e, consequentemente, me desafiar a
aprender todo dia algo novo. Em um
primeiro momento é normal ficar desconfortável com o novo, mas a maior
lição que tirei dessas vivências foi o
trabalho multidisciplinar, em que um
Administrador deve saber orques-
marketing, mas sem entrar em discus-
como coach. Quais seriam os
seus principais conselhos para
os
Administradores
que
es-
tão iniciando a carreira e querem ter sucesso?
sões filosóficas e conceituais. A res-
AA: Em 2011 fiz uma formação em
posta era simples e eficiente, seguindo
master coach, mas, em decorrência da
as premissas de marketing dos mes-
carga de atribuições, não tinha tempo
tres da Administração Peter Druker
para exercer. Então criei um site para
e Philip Kotler, onde busco resumir
inspirar as pessoas a fazerem o pro-
todo o processo de marketing em três
cesso de coaching, e nesta ferramenta
letras, ICM:
gratuita o indivíduo é provocado de
forma simples e intuitiva a fazer um
trar e inspirar bem seu time, inde-
IDENTIFICAR: ações relacionadas
pendentemente da formação ou perfil
ao processo de investigação mercado-
das pessoas.
lógica, pesquisas de mercado e identi-
www.meucoachvirtual.com.br.
ficação de oportunidades de negócios,
Nesta caminhada mantenho intacta-
RBA: Mais tarde o senhor foi para a
área de marketing – e trabalha com isso
12
liderando uma área de comunicação e
RBA: O senhor também atua
entre outros.
plano de vida pessoal e profissional:
Aphrodite de Knidos em mente a tese
até hoje. Por que escolheu essa área? O
CONQUISTAR: ações relacionadas
de que o sucesso de uma pessoa não se
que ela lhe trouxe de conhecimentos
ao processo de campanhas para subsi-
mede pela posição ou cargo, mas pela
para sua carreira de Administrador?
diar as vendas e equipe comercial.
sua trajetória, paixão em lidar com
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
pessoas e encarar novos desafios.
RBA: Como Administrador e atuando
na área de Marketing, quais os maiores desafios que um profissional da sua
área enfrenta hoje no Brasil?
AA: Os desafios são vários, mas, como
Administradores, devemos estar dispostos a escutar, aprender e mediar
sempre com todos os atores da empresa e mercado, pois dessa forma os desafios viram oportunidades de sucesso. E, como Administradores na área
de marketing, acredito que levamos
bancos universitários, visualizei essa
ajustes, agora amargos e necessá-
necessidade de o CRA estar aberto
rios. Estamos tendo uma retração do
também para os futuros profissionais,
PIB e aumento do desemprego, que
inserindo-os no Conselho para que pu-
também é fato. Por outro lado, temos
dessem entender e fortalecer o papel
instituições e um modelo democrá-
do Administrador no mercado.
tico sólido. A imprensa é livre e inde-
RBA: Como o Administrador pode
auxiliar na resolução de problemas econômicos enfrentados no
Brasil, hoje? Qual a sua opinião
sobre a atual situação econômica
pela qual passamos aqui em nosso
país?
pendente. O Judiciário, o Ministério
Público e a Polícia Federal investigam
com autonomia. A pobreza e as desigualdades diminuíram desde o Plano
Real. Temos agora uma sociedade de
classe média que é intolerante com a
alta da inflação e a corrupção. Como
Administradores e cidadãos, temos
uma vantagem, que é ter um cuidado
AA: Não podemos negar que estamos
que ter uma postura de enfrentar as
maior com o planejamento mercadoló-
passando por um momento difícil,
diversidades com otimismo. Não po-
gico e financeiro dos projetos.
mas já superamos crises maiores. A
demos entrar no efeito manada e en-
indústria sofre, mas continua com-
grossar o caldo dos pessimistas que fa-
plexa e diversificada. No segmento do
zem apologia a um colapso econômico.
agronegócio, nos tornamos competiti-
Hoje passamos, sim, por um momento
RBA: Fale um pouco sobre o
programa
CRA-JR,
desen-
volvido no MS.
vos e fortes, e na região onde a econo-
difícil e, como comprova a história, já
AA: Como venho de uma experiên-
mia está alavancada por esse segmen-
superamos situações bem mais adver-
cia de empresas júniores, onde somos
to o impacto da crise é menor. Temos
sas, e as empresas bem administradas
provocados a vivenciar a prática da
um aumento no déficit fiscal, no qual
com planejamento e ações assertivas
profissão antes mesmo de sair dos
a missão do ministro Levy é fazer os
farão a diferença no mercado.
ADM. ANTONIO ALVES – CRA-MS Nº 2518
Possui MBA em Gestão Empresarial
Executivo com experiência em cargo de gestão em empresas
de médio e grande porte, liderando diretamente as áreas
Administrativa, Financeira, Recursos Humanos, Contábil e
Tecnologia da Informação.
Possui sólida vivência nas áreas de Marketing e Comunicação.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
13
OPINIÃO
Quão feliz você se sente
FAZENDO O
QUE FAZ?
NÃO É NOS DIPLOMAS, NA CONTA BANCÁRIA NEM NO STATUS QUE ESTÁ O VERDADEIRO
SENTIDO DO SUCESSO, MAS NAS REALIZAÇÕES
Na minha infância, tive a grande sorte de ter sofrido dois
Tio Patinhas, Cebolinha, etc; crianças do Brasil inteiro me
graves acidentes e ter saído vivo para contar a história. Fui
escreviam de volta querendo fazer parte do clube.
atropelado aos seis e voei pelo para-brisa do carro aos oito.
Sorte? Como assim? Bom, além da dádiva da vida, fui
mente, o incrível Jornal Misto Quente, que eu escrevia
presenteado com longos meses em casa, fora do sistema
na boa e velha máquina. Você aí do outro lado pode estar
escolar. Talvez por isso eu tenha me tornado o doidinho que
nunca se enquadrou às normas e rotinas do colégio.
Sem internet, computador nem canais de TV a cabo
para ocupar o tempo, passava os dias na frente de livros,
gibis e de uma preciosa – e barulhenta – máquina de
escrever Remington 33l, o melhor presente que meus
pais já me deram.
Foi nessa época, e utilizando essa máquina de escrever
14
A partir daí, recebiam uma carteirinha de sócio e, mensal-
pensando: “Putz, que coisa mais sem graça”. Mas se me
perguntassem naqueles dias “Leandro, o que é felicidade?”,
eu responderia sem pestanejar: felicidade é esperar o
carteiro por volta das 4 horas da tarde e se dar conta de que,
das 15 correspondências daquele dia, 14 são para você. Eu
gostava tanto disso que só fui parar com essa história de
clubinho lá pelos 12 anos, mas com grande pesar no coração.
A propósito, os pais e as próprias crianças tendem a supervalorizar a importância da escola, como se o caminho
como principal instrumento de trabalho, que criei meu
para o conhecimento passasse unicamente pelos bancos
primeiro negócio: o Clube Misto Quente. Funcionava da
escolares. Esquecem que em seu quintal, em sua estante
seguinte forma: eu “anunciava” o clubinho nas seções de
de livros e em uma folha de papel em branco existe um
cartas das revistas da Disney e do Mauricio de Sousa, tipo
universo de possibilidades muito mais poderosas. RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
dá conta de que “idade certa” para
aprender determinado conteúdo é
O que ninguém sabia era o prazer que
a escola”, nem uma releitura de Pink
eu sentia por fazer aquilo. Um dia eu
Floyd (Hey, teachers, leave them kids
me dei conta de que a minha antiga
alone!). Lógico que a escola é impor-
máquina de escrever tinha cedido
tante, mas as falhas do sistema
lugar a um computador Pentium 100,
escolar e a sua obsessão pela forma-
que as cartas que eu recebia agora
tação e padronização são ameaças
se chamavam e-mails e que o Clube
terríveis para que as nossas crianças
Misto Quente agora se chamava
descubram quem são de fato e para
administradores.com. Percebi que, já
que desenvolvam os verdadeiros
adulto, estava fazendo exatamente o
talentos que escondem por trás
que fazia quando criança e descobri
de seus sorrisos.
que a principal medida de sucesso
uma grande falácia. A curiosidade
Já adulto, depois de ter me perdido
não respeita tarjas do tipo “para
várias vezes até encontrar meu
crianças a partir de 10 anos”.
caminho profissional (passei por
Aliás, os livros que mais atraíam
simplesmente quatro cursos supe-
minha atenção eram justamente os
que minha mãe colocava na última
prateleira da estante, aqueles que ela
julgava inadequados para a minha
idade. Sabe de nada, inocente! Com
uns nove anos, pensei que iria dar
boas risadas com um pesado e poei-
deve ser uma resposta à seguinte
pergunta:
Quão feliz você se sente fazendo
o que faz?
riores antes de escolher Administração), acabei criando um site
na internet. Estava no terceiro
período de Administração, no ano
2000, logo após a quebradeira das
empresas pontocom. Claro que fui
motivo de chacota entre colegas e
rento livro que se chamava "A Divina
amigos. Como acabei pulando muito
Comédia". Quando me dei conta de
de curso em curso, nessa altura já
que era sobre a jornada de um poeta
tinha vários amigos da minha idade
maluco pelo inferno, não consegui
formados e trabalhando em suas
mais largar. Enquanto isso, minha
profissões. Quando saíamos, entre
professora da quarta série deveria
advogados, médicos e engenheiros,
estar nos obrigando a decorar a
eu era o cara que tinha um site na
tabuada dos 9.
internet. Piada pronta.
Como é bom sentir aquela mesma
felicidade.
Foto: Arquivo pessoal
Vou além: fora da escola a gente se
Bom, este não é um artigo de “abaixo
ADM. LEANDRO VIEIRA,
criador do Administradores.com
e autor do livro Seu Futuro em
Administração (Campus/Elsevier)
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
15
TECNÓLOGOS
POR_ WELLINGTON PENALVA
GRADUAÇÃO
TECNOLÓGICA
é nova tendência
A PROCURA POR CURSOS SUPERIORES TECNOLÓGICOS NAS DIVERSAS ÁREAS
DA ADMINISTRAÇÃO AUMENTOU MAIS DE 600% EM SEIS ANOS
A
trativo para quem já está inserido no mercado, e para
os que pretendem ingressar rápida e objetivamente, os
cursos superiores de tecnologia se mostram em cons-
tante crescimento no país. Surgiram no Brasil no final da década
de 1960, mais precisamente em 1969, na Faculdade de Tecnologia
do Estado de São Paulo (Fatec). A iniciativa pioneira foi o curso de
Construção Civil nas modalidades: Edifícios, Obras Hidráulicas e
Pavimentação. Em 1979, o MEC alterou sua conduta em relação
a tais graduações nas universidades públicas federais, levando a
modalidade à extinção. A evolução do mercado foi contrária à decisão do MEC e em 1998 a graduação tecnológica voltou às universidades e, com o passar do tempo, multiplicou-se.
16
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Inseridos nesta realidade estão os
Administração (CFA), Adm. Mauro
cursos tecnológicos em determina-
Kreuz. O estudo feito pelo MEC ra-
das áreas da Administração. A am-
tifica a afirmação do diretor: em seis
plitude da Ciência da Administração,
anos a procura por cursos tecnológi-
assim como da sua área de atuação,
cos relacionados à Administração
legitimou o surgimento desses no-
cresceu 611,6%, mais de 100% ao
vos cursos que hoje figuram entre os
ano. Assim como a procura, aumen-
mais requisitados do país. Recursos
tou o número de ingressos e egres-
Humanos,
Marketing,
sos nesses cursos, o que levanta a
Gestão de Políticas Públicas e Gestão
dúvida: há espaço para tanto profis-
da Qualidade são algumas das opções
sional no mercado de trabalho?
disponíveis para quem deseja ser es-
“Há muito campo para o tecnólogo em
pecialista em uma área específica
diversos setores do mercado, sem dú-
da Administração. O sucesso é tanto
vida. Pesquisas indicam a escassez de
que, de acordo com dados do MEC,
mão de obra qualificada e os cursos
entre 2007 e 2013, o número de cur-
tecnológicos surgem para suprir essa
sos superiores tecnológicos ligados
lacuna, afinal, formam especialistas
à administração cresceu 63,6%.
em sua área de atuação” – é o que afirma
“Os cursos tecnológicos são procu-
Jocélia Gumiere, tecnóloga na área de
Logística,
rados por profissionais que já atuam
no mercado de trabalho e buscam
um aprofundamento na área em que
atuam, ou por profissionais que têm
Os cursos
tecnológicos são procurados
por profissionais que já
atuam no mercado de
trabalho e buscam um
aprofundamento na área
em que atuam, ou por
profissionais que têm pressa
para entrar no mercado de
trabalho”
Recursos Humanos. E ela não está enganada. No Brasil, a mão de obra qualificada ainda é uma “dor de cabeça” para
as empresas, faltam profissionais para
pressa para entrar no mercado de
atender à demanda.
trabalho, considerando que poderão
Certamente, muitos se perguntam o
obter um título acadêmico em ape-
porquê de existirem tantos cursos tec-
nas dois anos”, atesta o conselheiro
nológicos na área de Administração,
e diretor da Câmara de Formação
afinal, existe um curso superior de ba-
Profissional do Conselho Federal de
charelado destinado a essa Ciência. Não
Adm. Mauro Kreuz, conselheiro e diretor
da Câmara de Formação Profissional do
Conselho Federal de Administração (CFA)
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
17
Tecnólogos
há por que se enganar, pois, apesar de
da minha empregabilidade. Sem dúvi-
tratarem da mesma área, os cursos são
das, ser tecnólogo potencializou minhas
diferentes: o bacharelado oferece um
chances de manter-me empregável.
conhecimento generalista e amplo, en-
Embora existindo ainda uma peque-
quanto os tecnológicos focam em uma
na rejeição em relação aos tecnólogos,
área específica da profissão. “Por ter
fruto do desconhecimento da profissão,
formação generalista, o bacharel em
não tenho dúvida de que o mercado está
Administração pode atuar em todos os
ansioso por profissionais altamente ca-
campos da ciência da Administração.
pacitados e especializados. Se alguém
Já o tecnólogo só pode atuar no campo
deseja uma recolocação profissional de
específico de sua formação. Portanto,
maneira mais rápida, a formação tecno-
ao decidir fazer o curso superior de tecnologia, o profissional deve ter clareza
da área em que pretende atuar profissionalmente”, afirma Kreuz.
A ideia de especialização é bastante
consistente. É comum que as empresas
e os empregadores estejam em busca
de especialistas em determinada área.
São os tecnólogos que atendem a essa
demanda. Por isso, muitas pessoas
optam pelos cursos tecnológicos. “Os
cursos superiores de tecnologia são
lógica é uma excelente opção”, discorre a
Jocélia Gumiere, tecnóloga na área
de Recursos Humanos
Após o ressurgimento dos cursos tecnológicos, o CFA publicou resoluções
normativas agregando o tecnólogo ao
quadro de profissionais registrados
no Sistema CFA/CRAs. Desde 2009,
ano em que a autarquia começou a
registrar tecnólogos de diferentes especialidades em determinada área da
Administração, já foram mais de 20
tecnóloga Jocélia.
Apesar da ignorância de alguns em
relação à diversidade de segmentos
e formações profissionais, tanto o
Administrador quanto o tecnólogo têm
seu lugar garantido no mercado de trabalho. Nesse universo, o que realmente
dará destaque ao profissional é o “algo
mais” em seu currículo: cursos de especialização; idiomas; certificações
profissionais; pós-graduação; e tantos
mais objetivos, o que torna a formação
mil novos profissionais inseridos nas
especializada e recoloca o profissional
planilhas dos Conselhos Regionais de
xima “não falta emprego, falta profissio-
no mercado de trabalho rapidamen-
Administração de todo o país.
nal qualificado”.
te. Todas as matérias do meu curso
“A formação tecnológica foi uma das
ENTÃO, TECNÓLOGO OU NÃO,
grandes responsáveis para o aumento
QUALIFIQUE-SE!
(Gestão em RH) estavam voltadas para
Recursos Humanos e a didática era inteiramente direcionada. Por esses mo-
CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR 2013
tivos, escolhi a graduação tecnológica”,
ressalta Jocélia.
outros agregadores de valor. Vale a má-
Curso Superior de Tecnologia em determinada área da Administração
2012
2013
Cursos
3.880
4.377
12,81%
Vagas
463.663
1.308.547
182,22%
Inscritos
975.821
1.521.224
55,89%
Ingressos
440.428
420.152
-4,60%
Matrículas
747.024
783.803
4,92%
Concluintes
154.335
158.575
2,75%
%
Fonte: Censo da Educação Superior Inep/MEC 2013. Dados compilados pelo CFA
18
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Procurando novas formas de se
diferenciar no mercado de trabalho?
CERTIFICAÇÃO
PROFISSIONAL EM
ADMINISTRAÇÃO
Modalidade: PROVA
O caminho para
a valorização.
Saiba mais em: certificação.cfa.org.br
/cfaadm
/cfaadm
www.cfa.org.br/cfatv
www.radioadm.org.br
OPINIÃO
FEEDBACK:
uma arte que poucos dominam
O
significado mais básico da
em feedback, porém, raros são os que
Feedback é feedback, mas alguns de-
palavra
feedback
dominam este que é mais do que um
vem ir para a lata de lixo e outros,
é retorno ou resposta. No
método de julgamento técnico da per-
guardados do lado esquerdo do peito
formance das pessoas.
e no fundo da mente.
Eu tinha um amigo que repetia qua-
Reconheço que, para diferenciar
inglesa
mundo corporativo, usamos com
abundância
este
estrangeirismo
(adotar palavras de outro idioma ao
nosso), especialmente em proces-
se como num mantra: “feedback é
feedback”. Com isso, queria dizer que
sos nos quais tentamos mensurar a
devemos ouvir tudo indistintamente.
qualidade do comportamento e dos
Confesso que essa frase sempre me
resultados produzidos. Fala-se muito
irritou. O que não gosto nela é justamente o fato de tratar como igual todo
e qualquer feedback, dando assim
ao joio um status de trigo. Existem
feedbacks que devem ser ignorados e,
se não forem, destruirão nossa energia criativa, o ânimo e os relacionamentos no ambiente de trabalho. Há
outros geradores de mudanças tão
bonitas que não podem ser colocados no mesmo grau de importância.
20
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
feedbacks, requer-se um nível de discernimento, infelizmente, pouco comum. Por vivermos dentro de uma
cultura focada nos relacionamentos
e não na eficiência, nós, brasileiros,
somos sensíveis demais, com fortes
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
Um bom feedback
se reconhece por duas
características muito fortes:
conteúdo e apresentação "
inclinações a tomar pessoalmente
anotações benfeitas, o domínio das
Embora egressa do mundo das má-
aquilo que nos é dito tecnicamente,
técnicas já existentes no mercado que
quinas e dos sistemas de programa-
confundindo amizade com trabalho.
produzirão a qualidade e a solidez de
ção de computadores, a palavra fee-
Acresce-se a isso um defeito crôni-
um feedback apoiado em conteúdo de
dback ganha, na perspectiva que aqui
co que nos é comum: o excesso de
valor. O como se diz é tão importante
estamos apresentando, uma dimen-
defesa do eu. Nosso ego tende a se
quanto aquilo que se diz. Esse velho
sentir ofendido por qualquer avalia-
clichê é de enorme validade. A manei-
ção julgada mais rigorosa ou injusta,
ra como se vai apresentar o conteú-
liberando desnecessários anticorpos
do do feedback fará toda a diferença.
para defender algo que na maioria
Assertividade, ir ao ponto, deixar de
das vezes não está sendo atacado.
dar rodeios infantis como se estivés-
cega e ensurdece para ver e ouvir um
retorno de boa qualidade. Isso é muito ruim mesmo, pois, nesse estado de
entorpecimento egoísta, esquecemos
que sem feedback não há transformação do nosso comportamento nem
aperfeiçoamento do nosso trabalho.
apenas uma ferramenta de avaliação
para se tornar uma arte de viver. Arte
esta que, quando aprendida e desenvolvida, renova, transforma, cria,
produz vida e resultados positivos.
semos com medo de dizer aquilo que
precisa ser dito; abandonar a desele-
Foto: Divulgação
Essa reação defensiva em excesso nos
são além da técnica, deixando de ser
gância, usar palavras que não sejam
ofensivas; não usar o elogio como uma
desculpa para fazer a crítica; de preferência, inverter a ordem da nossa
comunicação cotidiana, começando
com os aspectos a serem melhorados
Um bom feedback se reconhece por
(ou negativos, como se queira dizer)
duas características muito fortes:
para então chegar naqueles que já são
conteúdo e apresentação. No aspec-
evidentes sinais positivos. Se feito
to conteúdo, o feedback deve ser fru-
com conteúdo e apresentação ade-
to de uma percepção sólida e não de
quada, o feedback será um instrumen-
impressões casuais. É a meticulosa
to fantástico de mudança comporta-
observação, o olhar cuidadoso, as
mental e aumento de performance.
EDUARDO PEDREIRA
é professor de Sustentabilidade
Corporativa da Fundação Getulio
Vargas. É um dos autores do livro
“Gestão Sustentável de Negócios”.
[email protected]
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
21
CapaCAPA
POR_ NÁJIA FURLAN
INSPIRAÇÃO&
TRANSPIRAÇÃO,
na mesma medida...
Isso é empreender!
T
odos sabem o quanto são importantes a formação, o conhecimento e a teoria no
mundo dos negócios. MBAs, especializações, mestrados e outras qualificações
acadêmicas – assim como o domínio dos novos conceitos e vocabulário tão
específico – contam bastante para qualquer profissional galgar um caminho de sucesso ou
posição de destaque em grandes empresas.
No entanto, na hora de empreender, o que faz toda a diferença, mesmo, é a prática: a “mão
na massa”. Sejam profissionais que já estão empregados, mas querem algo mais; sejam
aqueles que, desde o período universitário, já buscam ser donos dos próprios negócios; ou
ainda as pessoas que têm uma boa ideia e sonham em investir nela... O jeito é se organizar,
planejar e arriscar.
Sabendo que, nessa hora, toda ajuda de especialistas é bem-vinda, a Revista Brasileira de
Administração (RBA) traz para os futuros (ou já) empreendedores as dicas e experiências
dos melhores deles: os donos dos próprios negócios. Inspire-se com esses cases!
22
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
NAS PÁGINAS DIGITAIS,
DIRETO DO RIO DE JANEIRO
Em 2013, com a criação do livro digital
nosso olhar para o mercado de livros
e interativo “O Caçador e a Borboleta”,
digitais. Isso porque fizemos uma
Natália e Andréa Biancovilli se regis-
publicação impressa e vimos o quanto
traram como Micro Empreendedor
era trabalhoso distribuir um livro
Individual (MEI). Nesse início, elas
de papel. Foi quando decidimos nos
previram faturamento de até R$ 60
aventurar no mercado mundial de
mil por ano. Nem meio ano depois,
livros digitais”, lembra a empresária.
o negócio já mostrava um poten-
A ideia de go digital veio no ano de
cial maior. Tiveram investimento de
2011. A partir de então, elas procu-
mais uma sócia e viram no aumento
raram o Serviço Brasileiro de Apoio às
crescente de conteúdos para tablets
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
e smartphones a possibilidade de
e foram se munindo de todo o conhe-
expandir até em âmbito de mercado
cimento necessário para não apenas
internacional.
ter uma empresa de verdade, como
No mesmo ano, o negócio deu um salto
uma empresa que se consolidasse no
enorme, mas não maior que as pernas.
ramo pretendido.
Elas estavam preparadas e fecharam
“Começamos o contato de startup
contratos com a Apple Store e Google
e investimentos-anjo. Nós conse-
Play, Amazon (audiolivros), Barnes &
guimos o investimento-anjo para
Nobles e ainda outros três distribui-
nossos primeiros aplicativos. Porém,
dores norte-americanos.
no início, a inexperiência no mercado
Como conta Andréa, ela e Natália
nos trouxe alguns problemas admi-
sempre tiveram um comportamento
empreendedor. “Desde mais novas,
sempre nos adaptamos melhor em
ter o nosso próprio negócio do que ter
um emprego com carteira assinada.
Já desenvolvemos outros tipos de
negócios, no passado. Os anos foram
nistrativos e, principalmente, com
os fornecedores. Hoje estamos reformulando toda a empresa. Estamos
mudando de sócio, vamos produzir
nossos próprios produtos, conseguimos um mentor, e estamos avançando, passo a passo, de acordo com
passando e, como sempre gostamos
o nosso planejamento”, relata Andréa.
de escrever, acabamos voltando o
Hoje, com três anos de empresa, elas
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
23
Divulgação
Capa
estão passando por uma grande reestruturação, pois
decidiram trazer a produção dos apps e ebooks para
dentro da empresa. “Tivemos que investir em softwares
e novos equipamentos. Tudo isso está sendo muito bom
para nos trazer mais autonomia. Agora temos a perspectiva de podermos lançar muito mais títulos por ano”,
comemora.
Se elas se consideram empreendedoras? “Sim, porque
fazemos por nós mesmas, corremos riscos calculados,
temos muita vontade de ‘dar certo’. Ser empreendedor,
pra gente, não é só o empresário. O empregado também
pode ser um!"
Andréa e Natália Biancovilli começaram com um livro
digital e partiram para contratos com os gigantes do mundo
da tecnologia digital
NO LAR, DOCE LAR, DE SÃO PAULO
A dona da Sucra Ateliê Doces é Daniella Jafet. Ela não só
Facilidades e dificuldades disso? “Em casa posso traba-
é chef como é formada na famosa e tradicional Le Cordon
lhar sem limite de horário, ou posso não trabalhar durante
Bleu, em Paris. “Sempre gostei de trabalhar. Desde cedo
ou dia, mas, em compensação, tenho que entregar no dia
ajudava meu pai e meu avô (metalúrgico e hoteleiro,
respectivamente). Decidi ter meu próprio negócio, saindo
da faculdade. Comecei fazendo jantares personalizados e
seguindo a minha vontade”, conta.
Mas o que ela queria mesmo era fazer bolos. “Na época,
ainda não tinha especialização. Nem era muito difuso
em São Paulo, ainda. Mas vi que tinha um bom nicho de
seguinte, então, troco o turno de trabalho para estar mais
próxima dos filhos, por exemplo. A desvantagem é que,
como necessito de ajuda, não posso colocar qualquer
pessoa dentro de casa, ainda mais que tenho quatro filhos.
E também tem a rotina da casa, que já é bem movimentada!”, revela a dona de casa, ou melhor, dona do negócio.
negócio, ainda pouco explorado”, lembra.
Daniella apostou no sonho e na brincadeira da infância. Fez
da sua vontade, profissão. “Eu já tinha feito curso e depois
fiz outro, na França. Eu me apaixonei pela confeitaria.
Quando voltei para São Paulo, comecei a atender a família
e as amigas, logo começaram as indicações, e assim foi
um efeito cascata. Hoje tenho uma clientela fixa, de anos,
comemora a “boleira”.
Ela começou faturando uma média de R$ 2.000,00 ao mês.
Hoje fatura bem mais. “Eu me considero uma empreende-
Daniella Jafet começou cedo,
ajudando o pai e o avô, e usou
seus dotes e conhecimentos
para empreender com seu
ateliê de doces
dora, sim, pois sempre penso em fazer mais, em alcançar
Mas Daniella está dando conta e surpreendendo. Ela está
novos níveis, em crescer”, afirma a chef.
começando uma expansão: primeiro, com um quiosque
Daniella montou um ateliê, mas quando ganhou a primeira
no Shopping Cidade São Paulo, já agora em maio, e logo
filha teve de se adaptar. Ela fechou o seu espaço e se asso-
pretende abrir filiais, carrinhos para evento e uma fábrica
ciou a uma colega, por dois anos, quando chegou o segundo
filho. Com os dois pequenos, Daniella resolveu transferir o
negócio para dentro de casa.
24
Divulgação
que sempre me indica. Trabalho muito por indicação”,
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
com confeitaria. “O que eu diria para quem está começando ou querendo empreender? Fazer tudo com muita
dedicação, paciência e capricho”, sugere ela.
Gerson Maezano desenvolveu, na
e, agora, colher os frutos. “Foram
casa dele, um produto que propor-
várias idas e vindas até a indús-
ciona de 40% a 60% de economia,
tria que vai produzir, para fazer os
por acionamento. Além de baixo
ajustes até que estivesse em ordem.
custo, a substituição é simples como
Hoje estou conseguindo fazer com
trocar uma lâmpada. Ele já paten-
que o produto seja conhecido, mas
teou o produto e espera colocar no
a entrada no mercado ainda está
mercado em todo o Brasil, a partir do
difícil. Preciso ter um nome mais
ano que vem.
forte”, reconhece.
“Por ser uma pessoa que usa muito
É exatamente essa insistência que
o banheiro para resíduos líquidos, e
faz de Gerson um empreendedor.
achava o desperdício de tanta água
“Mesmo diante das dificuldades,
só para descartar esse tipo de dejeto,
nunca pensei em desistir. Não vou
resolvi desenvolver a minha ideia
sossegar enquanto não ver o meu
de conter gastos desnecessários. Já
produto no mercado”, anuncia.
existem produtos de duplo aciona-
Em junho, ele vai participar de um
mento, mas com um custo muito
alto. Eu queria um produto que fosse
simples e mais acessível. Criei, então,
o Acqualógico”, afirma.
Divulgação
ACQUALÓGICO:
A ÓTIMA IDEIA DE GERSON
evento sobre como acelerar startups
e pretende ir em busca de um empreendedor para entrar com ele no
desafio do mercado. “Além da peça
A ideia surgiu em 2009. Desde lá, foi
que já tem fabricação, tenho mais
investindo, segundo ele, em passos
outras duas com a mesma função
lentos, mas necessários: patentear,
para atingir todos os modelos de
testar, divulgar, registrar a marca
caixas acopladas”, garante.
Em tempos de crise hídrica, a ideia
de Gerson Maezano proporciona de
40% a 60% de economia de água por
acionamento do vaso sanitário
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
25
Capa
Divulgação
CORRA O RISCO,
MAS COM SEGURANÇA
Quando Fabio Sacheto decidiu abrir
Modelare, que é uma marca voltada
o próprio negócio, ele trabalhava na
exclusivamente para o mercado de
maior empresa do mundo de telefonia
salões de beleza”, conta.
corporativa, ganhava em dólares,
Segundo Fábio, atualmente a Florus
gerenciava a segunda maior divisão da
empresa e tinha credibilidade internacional. Não foi fácil, mas ele apostou.
“Não foi exatamente uma ideia, mas
um desejo pessoal de ter um negócio
próprio, a princípio como um plano B
para uma possível situação de desemFabio Sacheto transformou sua ideia na
11ª do ranking do “Anuário das 500 Maiores
Franquias para Investir”
prego. Entre todos os segmentos da
economia para empreender, escolhi
cosméticos,
porque
percebi
que
o Brasil está entre os principais
mercados consumidores do mundo
e que já vinha crescendo expressivamente nos últimos 20 anos”, afirma.
Ele começou a pensar em abrir um
negócio na área em meados de 1998
e, logo em outubro de 1999, a Florus
vendeu seu primeiro produto. “A
Florus já começou como uma fábrica
As nossas dicas, para
quem quer arriscar,
são: preparação – a
sorte favorece quem
está preparado;
execução – o feito é
sempre melhor que o
perfeito"
26
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
de cosméticos, mas que produzia
apenas para suprir sua própria
demanda. No início, foram lançados
quatro itens e o faturamento anual foi
menos de R$ 100 mil. Hoje, a empresa
foi franqueadora e ficou no 11º lugar no
se dedica exclusivamente à prestação
de serviços de produção de cosméticos para mais de 70 empresas, de
vários segmentos e inúmeras regiões
do Brasil. O faturamento de 2014
foi de R$ 2,9 milhões e a expectativa, para este ano, é ultrapassar os
R$ 3,5 milhões.
“Eu e minha esposa (com quem ele
abriu a empresa farmacêutica e, na
época, trabalhava com desenvolvimento e adequação de fórmulas
cosméticas) cultivamos a essência
do empreendedor funcionário, de
maneira a incentivarmos cada funcionário a pensar na empresa como se
fosse sua. As nossas dicas, para quem
quer arriscar, são: preparação – a
sorte favorece quem está preparado;
execução – o feito é sempre melhor
que o perfeito; e controle – nunca
delegue o que não pode ser delegado.
Dê o passo do tamanho das suas
pernas: jamais contraia uma dívida
ranking do “Anuário das 500 Maiores
sem que tenha a máxima segurança
Franquias para Investir”. Montamos
de que você irá conseguir saldar os
uma operação inteira de Marketing
pagamentos e somente crie dívidas
Multinível (Beautyway) e lançamos a
que forem para crescimento”, conclui.
DICAS ESPECIAIS
PARA COMPLEMENTAR O QUE A EXPERIÊNCIA E A PRÁTICA APONTAM,
A RBA TRAZ A SEGUIR ALGUMAS DICAS
Além da ideia, é preciso pensar no cliente como principal ator do
segmento de mercado e nas entradas de fontes de receitas desse
novo negócio, que é por onde o planejamento começa a ser
construído. Planejar e entender o seu público-alvo ajudará muito
para que o resultado seja imediato.
Jean Fábio de Oliveira,
consultor
Uma boa ideia é o primeiro passo para o sucesso. É a partir dela que
um modelo de negócios é testado e desenvolvido. É em cima de sua
estrutura que toda a construção da proposta de valor do negócio é
formada e, assim, as grandes ideias podem se tornar produtos ou
serviços promissores.
As boas ideias devem ser testadas rapidamente, pois a velocidade
do desenvolvimento de empresas inovadoras é bastante acelerada.
Ruy Soares de Barros,
consultor
O melhor momento é aquele que a pessoa se sente bem e confiante
– e identifica uma oportunidade de negócio. Não é uma boa ideia
sair do emprego e abrir um negócio qualquer só por necessidade de
ganhar dinheiro. Empreender exige planejamento.
Faça estas perguntas: o que quero fazer? Essa ideia é única ou já
existe? Como torná-la real? Por que vão comprar esta ideia de mim?
Essa ideia é viável? Se para todas estas perguntas as respostas forem
favoráveis, comece a fazer o planejamento estratégico, primeiro o
Canvas e depois o plano de negócios.
Procuro sempre orientar a empreender sozinho, porém, nem sempre
é possível. Uma vez identificado que haverá uma parceria/sociedade,
leve em consideração o seguinte: é preciso valorizar a afinidade e
buscar complementariedade entre vocês; defina a participação,
divida responsabilidades (sempre em contrato), exerça a tolerância e,
principalmente, seja transparente.
Um negócio, para ser autêntico e promissor, deve estar ligado com
a necessidade de um determinado público-alvo. Sem o cliente
interessado e disseminando a sua oferta, nenhum resultado será
alcançado. Melhoria e inovações em produtos e serviços, em
qualquer tipo de segmento ou setor, são sempre o alvo de resultados
promissores. A agilidade e o rápido planejamento podem significar
muito, assim como o uso de recursos adequados poderá gerar receitas
e diminuir custos desnecessários. Fazer aquilo de que se gosta ajudará
o empreendedor a não desistir. E mesmo que o primeiro obstáculo
seja o mais difícil de ser superado, uma das principais características
do comportamento empreendedor é a persistência.
Investidores são movidos por resultados, por isso, para atraí-los,
é preciso ter uma empresa ou uma ideia que mostre que isso irá
acontecer. Numa ideia, o Canvas é a ferramenta ideal, pois mostra
como as coisas devem acontecer. Numa empresa estabelecida terá
que mostrar os resultados financeiros (capital de giro, estoques,
contas a receber, índices de rentabilidade, etc.). Mas lembre-se de
que a negociação é um fator chave de sucesso.
Sempre é possível empreender, e às vezes, se nosso negócio principal
não está mais de acordo com as expectativas de mercado, é hora de
mudar. E nem sempre precisa começar do zero, mas o planejamento
é necessário. Se o problema é você, identifique coisas de que gosta
de fazer e tente implantá-las em seu negócio. Se o problema é a
empresa, identifique o que não está dando certo e ações que podem
ser implantadas para mudar. Pesquise seu cliente e tente entender
o que ele quer de seu negócio, qual sua expectativa quando toma
contato com sua empresa. Pesquise então seus concorrentes e veja
o que estão fazendo de diferente e que dá certo – e tente copiá-los.
Busque parceiros fornecedores para ajudá-lo nessa nova fase. Foque
na solução e não no problema.
Busque oportunidades novas no mercado, através de seu cliente, fale
com ele, não tenha medo de ouvi-lo. Tenha iniciativa de mudar –
essa, às vezes, é a maior barreira. Seja comprometido e eficiente na
busca das informações, trace um plano de ação com metas e prazos
e cumpra-os. A diferença entre sucesso e fracasso chama-se: atitude.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
27
Capa
informações coletadas sobre a empresa que deseja montar
são organizadas para saber quanto deverá dispor para iniciar
o projeto e compreender como a economia poderá afetar a
iniciativa.
Tem mercado para todos os setores e tipos de produtos e
serviços. O ideal é procurar uma atividade com que se tenha
Ênio Pinto,
gerente de Atendimento Individual do Sebrae Nacional
afinidade. Hoje, metade das micro e pequenas empresas é do
setor de comércio, mas o setor que mais vem crescendo é o de
serviços. A indústria costuma ser uma atividade que exige um
Nunca vai existir um momento ideal para abrir um novo negócio.
conhecimento mais específico, por isso a proporção é menor
De alguma maneira sempre haverá setores em dificuldade e
entre as micro e pequenas empresas.
outros que estão muito bem. Em épocas de grandes crises
econômicas, de guerras, surgiram grandes empreendedores. Em
qualquer tempo é possível identificar oportunidades concretas de
empreender. A crise existe da porta para fora para todo mundo. O
que vai dar mais chance de crescimento de um novo negócio não
é a época em que ele foi criado, ou mesmo a área de atuação, e
É preciso avaliar se você está disposto a encarar o desafio de
empreender sozinho ou se prefere compartilhar esse projeto
com mais alguém. Um sócio pode ajudar a levantar o dinheiro
necessário para o investimento inicial. E as especialidades de
cada um podem ser complementares. A maioria dos pequenos
sim o planejamento envolvido antes da abertura da empresa. É a
negócios é constituída no formato de empresa limitada, o que
gestão da porta para dentro do negócio.
indica a participação de mais de um proprietário. A decisão de
Antes de abrir um negócio é preciso saber se ele é viável e planejálo. Para isso, é preciso coletar informações que darão subsídio
ter ou não um sócio e o melhor perfil dessa pessoa deve ser
tomada no processo de planejamento e elaboração do plano de
à elaboração do plano de negócios. Realizar uma pesquisa de
negócio. Entretanto, é importante ter em mente que conflitos
mercado, identificar o melhor local para abrir o empreendimento,
podem ocorrer durante a gestão do negócio, e que não
pesquisar quem são os concorrentes, fornecedores e consumidores
necessariamente o melhor amigo, por exemplo, será o melhor
e quais suas necessidades é fundamental para o sucesso. Além
sócio. Ele deve ser alguém que compartilhe a crença no negócio
disso, é preciso construir um plano de negócio no qual as
em primeiro lugar.
Dados da Associação
Brasileira de Startups
(ABStartups)
3.300
startups - atualmente
20 mil
empreendedores - estimados
25%
das startups morrem
antes de completar um ano de vida
(Fonte: Fundação Dom Cabral)
28
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
BEM-ESTAR
POR_CINTHIA ZANOTTO
VOCÊ SABE O QUE É
BOM PARA SUA PELE?
ESPECIALISTAS FALAM SOBRE A IMPORTÂNCIA DE USAR OS PRODUTOS
ADEQUADOS PARA MANTER UMA APARÊNCIA SAUDÁVEL
E
mbora muito se fale em
A
Sociedade
Outro recado importante para os con-
crise, há um setor em cons-
Brasileira de Dermatologia, Nicole
sumidores é em relação ao excesso na
tante desenvolvimento no
Perim, diz que os cosméticos não são
Brasil. Atualmente, o país é o terceiro
aplicação, pois o uso descontrolado
vilões e podem ser aliados nos cuida-
maior mercado consumidor de produ-
dos com a pele se usados da maneira
pode ser prejudicial à pele. Um dos ca-
tos de higiene pessoal, perfumaria e
correta. “A indústria cosmética evo-
cosméticos do mundo. Em 2014, o cres-
luiu muito e existem produtos especí-
cimento nominal foi de 11%, segun-
ficos para cada faixa etária, tipo e para
do divulgou a Associação Brasileira
peles mais sensíveis”, completa.
de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (ABIHPEC). Mas será
que em meio a tanto consumo os brasileiros sabem escolher o produto certo
para seu tipo de pele?
dermatologista
da
Conforme explica a médica, a pele funciona como uma barreira de proteção
contra as agressões externas ao organismo, pois é o órgão que reveste todo
sos mais comuns é a acne cosmética,
que pode ser provocada pela utilização
exagerada de alguns produtos.
Para ficar livre de possíveis problemas
referentes à utilização de cosméticos
e saber quais são os produtos mais
adequados para cada pele, a recomendação é procurar um dermatologista.
o corpo. Em crianças e idosos este re-
Segundo Pessanha, este profissional
De acordo com o dermatologista Rafael
vestimento é mais permeável. Ainda
tem experiência para fazer a indica-
Pessanha, membro da Academia
há doenças que deixam a pele mais
ção correta de diversos tratamentos
Americana de Dermatologia, há uma
sensível a certas substâncias, podendo
como rejuvenescimento, clareamen-
vasta lista de cosméticos disponíveis
ocasionar irritações. Por isso, o mer-
to, melhora da flacidez, tratamento de
hoje em dia e cada um deles foi de-
cado já oferece produtos com formula-
senvolvido para um tipo específico de
ções seguras para estes casos.
imperfeições (ex.: furinhos de acne),
pele, desde hidratantes até ácidos em
altas concentrações. Quando alguém
utiliza um produto contraindicado
corre o risco de sofrer com alergias, irritações, dermatites e, em casos mais
graves, até queimaduras.
“Os homens, em geral, possuem a pele
mais oleosa e não se adequam a produtos com a cosmética mais cremosa.
Já as mulheres utilizam muita maquiagem, esmaltes e perfumes e estão mais suscetíveis a irritações por
renovação celular, melhora do brilho
e por aí vai.
Nicole lembra ainda que além dos cosméticos, a saúde da pele e dos cabelos
depende também de uma boa alimentação, rica em vitaminas e ingestão
adequada de líquidos. E entre todos
“Cada cosmético foi feito para um tipo
substancias presentes nestes produ-
de pele e para uma indicação. Ou seja,
tos. Em relação às crianças, elas ab-
quando uma pessoa compra um pro-
sorvem mais as substâncias aplicadas
uma aparência mais saudável, o filtro
duto porque na amiga dela funcionou,
na pele. Devemos nos atentar para os
solar é primordial, pois ajuda a preve-
não quer dizer que funcionará nela
produtos permitidos para cada ida-
nir o envelhecimento, as manchas e o
também”, acrescenta.
de”, declara Nicole.
câncer de pele.
os produtos que podem proporcionar
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
29
JANES ROCHA É JORNALISTA ESPECIALIZADA EM NEGÓCIOS, AUTORA DO LIVRO "OS SEGREDOS DE TAIGUARA" E
COLABORADORA DE HSM MANAGEMENT.
O DILEMA
(para as profissionais e para as empresas)
ENQUANTO CADA VEZ MAIS EMPRESAS SE ESFORÇAM PARA
TER MULHERES NA LIDERANÇA, ELAS REPENSAM SE MERGULHAM
Q
NA PROFISSÃO OU PRIORIZAM ASPIRAÇÕES PESSOAIS
uando a Coca-Cola anun-
ganização não governamental Catalyst,
sendo anunciado há mais de uma déca-
ciou há dois anos a meta
que promove ações afirmativas e analisa
da. Em 2003, a jornalista e escritora Lisa
de, até 2020, elevar a parti-
o mercado de trabalho feminino, apon-
Belkin escreveu um polêmico artigo no
cipação de mulheres em seu quadro de
tou que elas ocupam apenas 17% dos
The New York Times sobre o que cha-
líderes dos atuais 28% para 50%, estava
cargos de direção nas 500 maiores em-
mou de “revolução do opt out”, expressão
presas da lista da revista Fortune, refe-
em inglês que quer dizer “cair fora”, em
rência para o mundo corporativo.
tradução livre. As mulheres norte-ame-
se juntando a um número crescente de
empresas. E, de modo geral, hoje já existem mais mulheres em cargos de supervisão e coordenação do que homens.
Vamos comemorar?
nina é ainda menor. Um levantamento
do site Opera Mundi em 2014 mostrou
Ainda não. É verdade que nunca hou-
que, entre os 191 países que integram a
ve tantas oportunidades para gestoras
Organização das Nações Unidas (ONU),
como hoje. No entanto, a chegada delas
apenas 13%, ou 25 países, são governa-
aos postos de liderança, em ritmo lento,
dos por mulheres. E esse número já é
tem feito com que muitas repensem o
esforço para chegar lá, principalmente
o sacrifício da maternidade e da família.
Em um censo realizado em 2013, a or-
30
Na política, a representatividade femi-
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
um recorde a ser celebrado, porque, em
1990, era metade disso: 12 países.
ricanas estavam “caindo fora” da carreira profissional para engravidar e/ou estar mais próximas dos filhos e da família,
argumentava Belkin.
A tendência se consolidou a partir daí.
Em 2012, a cientista política Anne-Marie Slaughter ganhou todas as atenções
ao anunciar, na revista The Atlantic, sua
decisão de deixar um invejável posto no
Departamento de Estado norte-ame-
O incômodo delas com a lentidão dos
ricano para cuidar do filho de 14 anos,
avanços e as dificuldades existentes vem
cheio de problemas de adolescente.
Slaughter foi uma entre muitas. Tan-
abrir um negócio próprio. A norte-ame-
tas que, nos Estados Unidos, até surgiu
ricana Linda Rottenberg, fundadora da
uma reação ao opt out, batizada de “lean
O fenômeno
in”, que significa, em linhas gerais, mer-
do opt out pode, sim,
mo Endeavor, diz que a responsabilida-
abalar a tendência à
presença feminina em
de pelo movimento opt out é majoritariamente das empresas estabelecidas,
cargos de liderança,
por não praticarem boas políticas sobre
gulhar fundo na carreira e esquecer a
vida pessoal se for preciso. Essa linha é
defendida com unhas e dentes pela executiva-chefe de operações do Facebook,
Sheryl Sandberg, que escreveu livro homônimo sobre o assunto.
Em resumo, o mar profissional nunca
esteve tão bom para as mulheres, mas
uma vez que o número
de mulheres aptas a tal
posição decresce”
muitas estão decidindo jogar a toalha.
E A OPÇÃO BRASILEIRA
José Geraldo Recchia, presidente da
firma de consultoria de RH Caliper do
Brasil, não acredita que toalhas sejam
jogadas, não em escala expressiva. “Se,
hoje, ambos os sexos já estão competindo por cargos de gestão, o mesmo
acontecerá com os postos de direção
máximo e a “equilibrar todos os pratos”
para chegar lá. Serão um grupo extremamente focado.
entre três opções, e não duas: lean in,
opt out e o meio-termo, que é conformar-se com uma posição de menos po-
A psicóloga Cecília Russo tem dúvidas.
aqui parece ser a de buscar conciliar as
duas vidas – facilitada pela existência de
uma mão de obra de apoio para a classe
vas das mulheres universitárias brasi-
média, de domésticas, babás etc.
leiras no mercado de trabalho para seu
“Vejo isso na geração das brasileiras
e avalia: “O fenômeno do opt out pode,
sim, abalar a tendência à presença feminina em cargos de liderança, uma
vez que o número de mulheres aptas a
tal posição decresce”.
No entanto, a especialista também crê
na possibilidade de uma “seleção natural” mudar o curso dessa história. Embora muitas mulheres caiam fora de fato,
A segunda alternativa é as empresas se
para acolherem mais a vida pessoal de
seus colaboradores. “Quando as empresas se derem conta realmente de que estão perdendo incríveis talentos, elas vão
José Geraldo Recchia acrescenta
maioria das mulheres ainda se divide
Segundo Russo, a tendência dominante
de gênero da Georgia State University
mercado de trabalho de fato.”
Estados Unidos que no Brasil, onde a
diz o especialista.
mestrado no departamento de estudos
tas mulheres talentosas estão saindo do
ter de mudar”, assegura Rottenberg.
der para cuidar da casa.
ma, ela está pesquisando as alternati-
a vida em família e a maternidade. “Mui-
O debate está mais polarizado nos
e, por fim, com a cúpula das empresas”,
Com dois livros publicados sobre o te-
que estão expulsando pessoas de talento
reinventarem em estrutura e processos,
E agora?
SELEÇÃO NATURAL
ONG de estímulo ao empreendedoris-
mais jovens, inclusive: elas não estão
dispostas a mergulhar totalmente na
carreira, esquecendo a vida pessoal,
e tampouco querem cair fora se depender delas; desejam tudo”, afirma a
pesquisadora.
CAMINHO INTERMEDIÁRIO
Seja do lado das empresas, seja do das
mulheres, como se viabiliza um caminho intermediário?
que muitas empresas estão sendo
influenciadas pelos estudos internacionais que evidenciam os benefícios
das características de gestão ligadas
ao estilo feminino.
“À medida que se comprova que o modo de gerenciar associado às mulheres
gera melhores resultados nos negócios,
mais empresas se sentem compelidas a
ajudar na busca de um caminho do meio
que possa viabilizar a permanência das
mulheres ali”, diz o consultor.
As gestoras já têm homens como aliados para mudar as organizações. “Todos
os jovens que chegam hoje aos cargos
de gestão exigem mais flexibilidade das
empresas”, afirma Recchia.
Os homens das gerações Y e Z também estão pedindo mais flexibilidade
para poder participar mais da criação
de seus filhos, reforça Rottenberg –e
ficarão nas empresas aquelas com per-
Uma alternativa em ascensão, que tem
alguns até assumem mais a casa [veja
fil mais ambicioso, dispostas a dar seu
sido adotada por muitas mulheres, é
quadro a seguir].
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
31
Camargo conta que um programa para
As empresas estão, de fato, atentas à
movimentação. Benefícios como licença-maternidade de seis meses,
creche, sala de lactação, vagas especiais no estacionamento para gestantes e horários flexíveis já viraram
commodities nas maiores.
Além disso, como a Coca-Cola, gran-
Mulheres são
imprescindíveis na gestão
de uma empresa como a
Renault. Cerca de 40%
dos cheques dados nas
2009 em âmbito mundial. Na filial brasileira, onde as mulheres representavam
apenas 10% do quadro de colaboradores,
o programa teve início em 2011.
Foi, então, criado um grupo de trabalho interno, com dez mulheres e dois
concessionárias da marca
homens, multifuncional, para estudar incentivos e identificar possíveis
“telhados de vidro”, promovendo de-
feminina no quadro de colaboradores,
são assinados por elas,
que respondem por 85%
mas também ao estímulo à liderança.
das decisões de compra”
pois, em 2012, a participação femini-
des nomes da indústria desenvolveram programas destinados não só à
ampliação mais rápida da participação
Gigante de um setor predominante-
bates e eventos. Só que um ano dena continuava em 10% – o programa
não estava funcionando.
mente masculino, o da tecnologia, a
Dell montou o programa Wise (sábio,
Por quê? Houve uma revisão no grupo,
em inglês) para ampliar a participação
envolvendo mais homens na mudança
feminina na liderança. Baseado no de-
(a proporção passou a ser meio a meio).
senvolvimento de redes de relaciona-
Também foram incluídas pessoas de
mento e mentoria, o Wise tem grande
maior influência entre o time e promovi-
alcance, abrangendo gênero, orienta-
dos debates com formadores de opinião
ção sexual e pessoas com deficiência
a fim de superar os obstáculos culturais.
física, explica Luciana Madrid, direto-
Em 2014, a boa notícia: a participação
ra de recursos humanos.
Para as mulheres, o programa desenvolve comunicação própria e ativida-
das mulheres em postos de liderança suAna Paula Camargo, diretora de RH da
Renault
país. Há um braço voltado para o pú-
biu para 11%, e com um importante aumento de números absolutos, segundo
Camargo: “Saímos de 531 mulheres em
des de capacitação dentro e fora do
2010 para 688 em dezembro de 2014,
“Com a diversidade do time refletindo
ou seja, 157 a mais em quatro anos, em
empreender com a marca, e um encon-
a diversidade dos consumidores, enten-
um universo de 6 mil colaboradores”.
tro internacional, que todo ano reúne
demos melhor nosso público e desenvol-
centenas de empreendedoras.
vemos tecnologias e modelos de negócio
blico externo, para estimular jovens a
adequados”, afirma Madrid.
Luciana Madrid, diretora de RH da Dell
32
chamar o público feminino começou em
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Um esforço adicional na Renault está
sendo feito no recrutamento externo,
no qual há uma espécie de cota infor-
Na filial brasileira da Renault, a diretriz
mal de 50% para mulheres – em cada
para ampliar a participação feminina na
processo, os currículos delas são ana-
companhia veio da matriz na França: a
lisados antes dos deles.
ordem é chegar a 2016 com 20% de mu-
A filial brasileira da Pfizer, a gigante
lheres em postos-chave, relata a diretora
farmacêutica, seguiu as diretrizes glo-
de RH, Ana Paula Camargo. Parece pou-
bais de diversidade do grupo e já tem
co, mas trata-se de um desafio imenso
mudanças para mostrar. Se em 2008,
para uma montadora de veículos, pois
quando o programa se iniciou, 23% dos
esse setor atrai menos mulheres do que
colaboradores eram mulheres no gru-
o de tecnologia.
po todo, hoje, só entre os 2,5 mil cola-
boradores no Brasil, 48% são mulheres
ocupando cargos executivos (incluindo os de gerentes e diretores).
ELE FEZ O “OPT OUT"
O movimento opt out sempre é uma
das alternativas analisadas por milhões
O programa da Pfizer é agressivo, conta
de mulheres ao redor do mundo. Mas
Cristiane Santos, gerente sênior de co-
vem sendo implementado por alguns
municação corporativa e uma das líde-
homens também, incluindo brasileiros,
res do Comitê de Diversidade e Inclusão
como o jornalista paulista Claudio Hen-
(D&I): prevê a seleção de uma mulher
rique dos Santos, de 43 anos.
para cada homem contratado, a cada va-
Ele ainda constitui uma exceção, é cla-
ga criada, tanto na sede administrativa
ro, tanto que virou uma celebridade da
como nas duas fábricas.
internet com o comentadíssimo blog
Macho do Século 21, além de livros
publicados e convites para dar palestras
em todo o Brasil.
Sua vida mudou em 2009. Santos
havia montado uma loja de vinhos
depois de terminar uma carreira em
comunicação corporativa que ia “razoavelmente bem”. Enquanto isso,
Daniela, a esposa, “decolava” em
uma carreira na área de recursos humanos. Naquele ano, foi convidada
Cristiane Santos, uma das líderes
do Comitê de Diversidade e Inclusão
da Pfizer
achando que poderia também trabalhar lá em qualquer outra coisa. Só que
não obteve visto de trabalho.
Nessa hora, Santos diz que teve sua
masculinidade colocada à prova. Ficou
em casa, cuidando da filha e administrando o lar. “Até para comprar um
sanduíche na rua tinha de pedir dinheiro
para Daniela.”
Por outro lado, foi uma experiência riquíssima de aproximação com Luiza, que
na época tinha 8 anos e ficava mais com
ele que com a mãe. “Para ela [a filha], o
natural tornou-se eu estar em casa e a
mãe trabalhar fora”, relata.
FASE MAIS DIFÍCIL Hoje, morando nos Estados Unidos, na
cidade sede da companhia em que Daniela trabalha, Santos conta que a fase
mais difícil já passou.
pela multinacional do setor de saúde
Foi quando, em Singapura, as pessoas
em que trabalha para ocupar um car-
perguntavam o que ele fazia. Por ver-
go de vice-presidente em Singapura.
gonha, com medo da pressão social,
Santos viu-se de repente com ape-
que é forte em qualquer parte, Santos
mentia, dizendo que trabalhava como
COMEMORAR UM POUCO
nas
Sim, vamos comemorar – ao menos
o
um pouco. Embora as queixas sobre
nhar Daniela e a filha, Luiza, até o
“Um dia, decidi que não podia continuar
a lentidão do avanço e as dificuldades
outro lado do mundo ou ficar sem
escondendo a realidade: eu precisava
as duas. Ele também podia bater
sair do armário no âmbito profissional”,
o pé e fazê-la desistir do convite.
brinca. “Passei a responder apenas com
Mas aí entrou o espírito de parceria ne-
a verdade: ‘Tenho o melhor emprego do
cessário aos casamentos.
mundo: cuido da minha filha’.”
“Como homem, eu tinha tudo naque-
Santos garante que, embora tenha sido
le momento para não apoiá-la. Mas
criado da mesma forma que a maioria
não tive coragem. Minha loja ainda
dos brasileiros, em uma família machista,
não ia tão bem e aquela era uma opor-
percebeu a injustiça disso e sempre agiu
tunidade imperdível para ela”, conta.
diferentemente com a esposa. “Nunca
Decidido a ir para Singapura, mer-
tive problemas com o sucesso dela e
gulhou no projeto, se desfez da loja
nem esse orgulho ferido de homem, por
e embarcou para o Extremo Oriente,
ganhar menos do que ela.”
existentes tenham muitas razões de
ser, os processos em andamento em
algumas empresas já nos dão direito a
alguns sorrisos extras.
duas
opções:
empreendimento
para
abandonar
acompa-
freelancer.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
33
A REPORTAGEM É DE LIZANDRA MAGON DE ALMEIDA, EDITORA-ASSISTENTE DA HSM MANAGEMENT.
GESTORES BRASILEIROS ESTUDAM
DESIGN THINKING
CADA VEZ MAIS PROFISSIONAIS DO PAÍS ESTÃO ESTUDANDO A TÉCNICA DE ABORDAR PROBLEMAS
DO PENSAMENTO DO DESIGN E CONSEGUINDO TRAZÊ-LA PARA SUAS EMPRESAS
A Nearpod, que funciona em Miami, EUA, é uma platafor-
ças às atividades desenvolvidas em uma escola de design
ma de aplicativos móveis para uso em sala de aula. Profes-
thinking – no caso, a d.school, que faz parte da Stanford
sores do mundo inteiro dão ideias de aplicativos à empresa
e, se selecionados, são remunerados para desenvolvê-los
34
University, Califórnia, EUA.
com a equipe interna, formada por programadores, desig-
Guido Kovalskys, fundador e presidente da Nearpod, fez
ners de interface e desenvolvedores de conteúdo.
na d.school o que chama de “residência empreendedora”.
Com vários apps já adotados na rede de ensino da Flórida
No programa, esse argentino com família brasileira teve
rendendo royalties aos professores-criadores, a Nearpod é
um ano, de junho de 2013 a julho de 2014, para se aprofun-
um exemplo de modelo de negócio que se estabeleceu gra-
dar no desenho da Nearpod.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
RETOMADA DIDÁTICA
Escolas de design vêm atraindo cada vez mais gestores e
empreendedores como Guido Kovalskys, e o efeito disso
começa a ser sentido no mundo corporativo: retoma-se a
velha sabedoria popular de que “a necessidade é a mãe da
invenção” – a necessidade dos consumidores, nesse caso.
A transposição do pensamento do design para as companhias teve início fora das escolas, há cerca de 25 anos, com
DEPENDER MENOS
As escolas de design querem transformar
os gestores das empresas em designers
protagonistas de seus processos de inovação,
sem terem de depender tanto de consultores
e fornecedores externos
o trabalho de inovação da empresa de design californiana Ideo, dos irmãos David e Tim Kelley. (Antes, nos anos
O aprendizado desse jeito criativo e único de trabalhar atrai
1970, a academia já discutia a adoção do pensamento do
cada vez mais executivos, principalmente nos Estados Uni-
design nas empresas, mas isso não saía de lá.)
dos e na Europa, mas também no Brasil. Só uma escola de
David Kelley, formado em Engenharia Mecânica, uniu-se
São Paulo projeta ter mais de 500 alunos em 2015.
a colegas para adaptar o método da Ideo a uma escola, a fim
Aqui os gestores estão aprendendo o design thinking de
de poder ensinar todos os tipos de profissionais (executivos, inclusive) a pensar e agir como designers.
duas maneiras: de um lado, muitos têm ido estudar na
d.school e em escolas similares nos Estados Unidos – os
Assim, os gestores passariam a ser protagonistas da
cursos de Jeanne Liedtka na Darden School são concorri-
inovação, sem ter de depender tanto de consultores ou
dos entre os brasileiros – e na Europa; de outro, novos cur-
fornecedores externos.
sos de design thinking surgem todos os dias em faculdades
Entre os pilares do método estava a crença, até hoje pou-
e outras instituições brasileiras.
co compreendida, de que uma ideia não vale nada; o que
No Brasil, os cursos são livres e não têm reconhecimen-
importa mesmo é sua execução. É também fundamental
to oficial do Ministério da Educação. Costumam ser
o entendimento de que inovação tem de ser aprendida na
procurados por pessoas graduadas e não há processo
prática, bem longe da zona de conforto.
seletivo, apenas entrevistas para saber se o candidato
Em 2004, nasceu a d.school, dentro do câmpus da Stanford
está afinado com a proposta. Os valores vão de cerca de
University, em parceria com o Hasso Plattner Institute of
R$ 1 mil para cursos de curta duração a quase R$ 10 mil
Design, alemão.
para cursos de um ano.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
35
d.school, EXPERIÊNCIA
CALIFORNIANA
e Garcia são exemplos de alunos latino-a-
Para cursar a d.school, é preciso ser aluno
A jornalista estava em um ano sabático
de um dos cursos de pós-graduação em
e foi estudar em Stanford com uma bol-
Stanford e ter um projeto que interesse à
sa de estudos da J. S. Knight Fellowships,
proposta da escola no momento, e assim
que promove a inovação e o empreen-
ingressar como fellow, um tipo de pesqui-
dedorismo em comunicação. “O fellow
sador convidado.
estuda o que quer; eu conheci e quis
Os preços dos cursos de pós-graduação
de Stanford variam, mas não são baratos;
há, porém, uma série de possibilidades de
financiamentos e bolsa de estudos.
Outra porta de entrada é que uma empresa contrate um curso ou um workshop
para seus funcionários. O MBA de Stan-
a d.school”, explica.
Garcia buscava um modelo de negócio
digital viável em mídia, indústria que tem
sido desconstruída pela internet. Havia
trabalhado na agência de notícias Reuters durante 15 anos – depois de parti-
ford, com um curso de design thinking,
cipar da implantação desse serviço no
também oferece uma ponte com os pro-
Brasil, foi correspondente no Uruguai e
fessores da d.school. O curso de MBA cus-
em Washington.
ta cerca de US$ 14 mil, mas há uma série
“Eu estava acompanhando o desafio da
de opções de cursos de educação executi-
digitalização do jornalismo, na era do po-
va, além de workshops de curta duração.
der para as pessoas, e achei que a d.scho-
O time de professores é igualmente pode-
ol me ajudaria a entender como fazer isso
roso: inclui nomes fixos como Kelley, Hasso
bem”, diz.
Plat­tner, Justin Ferrell e Susie Wise, referências de Stanford como Bob Sutton e
Jennifer Aaker, profissionais do mercado
como o paquistanês Zia Yusuf, da empresa
de software Streetline.
Se toda escola de design thinking valoriza
estudos era apenas pesquisa em inovação
na área de comunicação, mas, na d.school, ele evoluiu para se tornar uma empresa
de consultoria e treinamentos.
A Orbitalab foi fundada em junho de 2014
pecialmente privilegiada nesse quesito, já
e já tem clientes como o grupo RBS, a Uni-
que recebe alunos do mundo todo.
versidade Metodista, a empresa de sof-
Os programas também sempre têm ex-alu-
twares Globant e o Instituto Projor. “No
nos com muita experiência prática, como
próximo ano e meio vou cuidar da comu-
Kovalskys, que continua na escola, até ju-
nicação digital da Olimpíada Rio 2016”,
lho próximo, para acompanhar os novos
conta Garcia, orgulhosa.
alunos e trabalhar em projetos reais em
Kovalskys já havia tido uma experiência
projetos de empreendedorismo social.
Os candidatos preenchem um formulário detalhado e são submetidos a
um pitching, para avaliar o que cada
um tem a acrescentar.
na Califórnia – em Berkeley, em 1997. Foi
quando fez sua migração de executivo a
empreendedor, criando logo em seguida,
• Empatia e pesquisa de campo.
É preciso se colocar no lugar do
outro para entender suas necessidades
e valores. Para isso, todos saem
a campo e vão conversar com os
verdadeiros afetados pelos projetos.
• Pensamento colaborativo e não linear
É das conversas e trocas de ideias que
surgem as inovações.
no Brasil, a Bionexo, empresa de tecnologia na área de saúde, depois vendida.
“Eles conseguem montar o melhor mix
Mesmo para o experiente Kovalskys, a
de pessoas”, conta a jornalista brasileira
d.school fez diferença. Segundo ele, essa
Adriana Garcia, que foi aluna da d.scho-
escola destaca-se por dar real apoio aos
ol em 2013. Profissionais distintos como o
sonhos dos empreendedores de gerar im-
empreendedor argentino Guido Kovalskys
pacto no mundo.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
PRINCÍPIOS-CHAVE
DO DESIGN THINKING
O projeto de Garcia aprovado na bolsa de
a diversidade dos alunos, a d.school é es-
parceria com empresas, especialmente em
36
mericanos da d.school.
• Diversidade. Todos têm algo a ensinar
e também a aprender, na empresa e
na vida.
Adriana Garcia,
jornalista brasileira,
foi aluna da d.school
EISE, VERTENTE ANGLO-AFRICANA
Perto da Avenida Paulista, em São
“Foi um modo radical de entender que
O curso da Eise se baseia em jornadas
Paulo, a Escola de Inovação em Ser-
as necessidades das pessoas têm de
de seis meses ou um ano. Os alunos
viços (Eise) não leva design no nome,
estar em primeiro plano”, explica ele.
escolhem trilhas de conhecimento,
Para Pinheiro, o ciclo de vida da posse
o que faz com que cada curso seja di-
dos produtos é, por definição, “tóxico”
ferente do outro. Grupos se formam
para as empresas. “Ele estimula ciclos
para desenvolver projetos. As pessoas
de venda que se baseiam em vender de
que concluem o curso vão sendo in-
novo, o que gera produtos de má quali-
corporadas às turmas seguintes para
mas ensina a metodologia do design
thinking desde o início de 2012. Ela
tem um diferencial marcante em relação à d.school: orienta os alunos a
pensar em todos os negócios como serviços, e não a criar produtos.
Isso se explica por sua ligação com a
empresa que é considerada a versão
inglesa da Ideo, mas que é especializada em design de serviços, a Livework.
A Eise foi fundada e é liderada por
Tenny Pinheiro, que desde 2009
comanda, no Brasil, a filial da
Livework inglesa.
Pode-se dizer que há também uma influência africana na Eise, que a aproxi-
dade e consumo inconsequente.”
Já quando os produtos são alugados e o
inspirá-las e ajudá-las a expressar
suas ideias.
paradigma é o de serviço, ocorre o contrário, segundo Pinheiro: o interesse
do fabricante passa a ser criar produtos de melhor qualidade e duráveis,
porque ele arca com as consequências
da quebra. Pinheiro desenvolve o tema
em seu livro The Service Startup.
Segundo o professor e diretor da Eise,
o processo mental do design thinking
ma do Brasil em muitos aspectos.
voltado para os serviços ainda tem a
Pinheiro morou dois anos em Angola,
vantagem de resgatar a capacidade
quando o país estava começando seu
individual do gestor de construir como
processo de recuperação econômi-
um artesão, ao contrário do processo
ca e política, depois de anos de guer-
industrial focado no produto, que re-
rilha, e tinha de construir do zero
força a cultura da divisão de trabalho,
toda a sua infraestrutura.
com a execução sem propósito.
Foi um
modo radical
de entender que
as necessidades
das pessoas
têm de estar em
primeiro plano"
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
37
Adilson
Chicória,
ex-aluno
e hoje
facilitador
da Eise
Adilson Chicória, da IBM, é uma dessas pessoas. Em 2007,
havia criado a própria startup, mas, ao participar da equipe
de criação do canvas de Alex Osterwalder, viu que seu modelo de negócio não era promissor e o abandonou.
Chicória foi aluno de Pinheiro e hoje é um dos facilitadores
da Eise, além de participar da implantação do processo de
mudança de cultura da IBM, baseado em design thinking.
Para ele, uma vantagem de uma escola como a Eise é a de levar os gestores para as ruas, para perto dos problemas. “Isso
muda tudo.”
ESCOLA DESIGN THINKING,
d.school À BRASILEIRA
Outra opção é a Escola Design Thinking, fundada no final de
curta duração em várias universidades, como Berkeley, Babson, Columbia. Incorporei um pouco de cada uma.”
2012 em São Paulo e gerida por Ricardo Ruffo e Juliana Pro-
Cursar a Escola Design Thinking foi importante para o tra-
serpio, que também têm a firma de consultoria de inovação
balho de Mahiti Godoy, gestora da Informar Saúde, empresa
Design Echos.
de enfermeiros que resolvem dúvidas de usuários de planos
A escola, que se baseia no método da d.school, propõe
de saúde por telefone.
workshops de um dia ou imersões de uma semana, três se-
Segundo ela, analisar o atendimento com cabeça de designer
manas ou seis semanas.
já permitiu uma série de aperfeiçoamentos nos serviços de
Os alunos trabalham em projetos em grupos, a partir de de-
sua empresa, como as melhorias nas telas do sistema usado.
mandas que podem ser propostas por empresas parceiras
DUPLA ENTREGA
ou encontradas na vida real. Na última turma de 2014, por
exemplo, estavam redesenhando a relação entre pedestres e
motoristas no bairro onde fica a escola.
“Uma das coisas que incluímos em nosso curso foi a participação de professores convidados de áreas bem diferentes,
como Wellington Nogueira, do grupo Doutores da Alegria, e
Fábio Soares, que representava o grupo Blue Man no Brasil”,
A sedução dos cursos de design thinking entre os gestores é
compreensível. Como definiu Adriana Garcia, “não adianta
mais as empresas apenas comprarem outras empresas, ou
investirem em pesquisa e desenvolvimento, para resolver
problemas; sermos racionais não nos dá mais as respostas”.
No entanto, os estudantes conseguem implementar o que
conta Ruffo.
aprendem na escola de design ou são impedidos pelos chefes?
Basicamente, os grupos de alunos são compostos por cinco
David Kelley recomenda a seus alunos a tática da dupla en-
ou seis pessoas de áreas diversas. Cerca de 70% dos alunos
trega quando voltam à empresa, fazendo as coisas duas ve-
são pessoas físicas que financiam o próprio curso e 30% são
zes – uma como o chefe manda e outra como designers.
encaminhados por empresas.
38
MBA no Brasil, não gostei, fui morar nos EUA e fiz cursos de
Kelley garante que, “assim, o chefe fica feliz porque o pro-
A peregrinação de Ruffo por cursos em várias escolas do
jeto foi feito como ele queria e também surpreso com
mundo também o ajudou a formatar a escola. “Comecei um
as novas ideias”.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
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CRAs
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ADMINISTRAÇÃO
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
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Branco - Centro - 69900-076 - RIO BRANCO/AC
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
ALAGOAS (CRA-AL)
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MAIA Rua João Nogueira, nº. 51 - Farol - 57051-400 MACEIÓ/AL
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
AMAPÁ (CRA-AP)
Presidente: Adm. EDILJANE MARIA CAMPOS DA
FONSECA
Rua Jovino Dinoá, nº 2455 - Centro- 68900-075 MACAPÁ/AP
Fone: (96) 3223-8602
E-mail: [email protected]
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Horário de funcionamento: das 8h às 17h
Atend. público das 9h às 15h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
AMAZONAS (CRA-AM)
Presidente: Adm. ANTONIO JORGE CUNHA
CAMPOS
Rua Apurinã, 71 - Praça 14 - 69020-170 - MANAUS/AM
Fone: (92) 3303-7100 - Fax: (92) 3303-7101
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA
BAHIA (CRA-BA)
Presidente: Adm. ROBERTO IBRAHIM UEHBE
Av. Tancredo Neves, nº 999 - Ed. Metropolitano Alfa Salas 601/602 - Caminho das Árvores
41820-021 – SALVADOR/BA
Fone: (71) 3311-2583 - Fax: (71) 3311-2573
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
CEARÁ (CRA-CE)
Presidente: Adm. LEONARDO JOSÉ MACEDO
Rua Dona Leopoldina, nº 935 - Centro - 60110-484 FORTALEZA/CE
Fone: (85) 3421-0909 - Fax: (85) 3421-0900
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
DISTRITO FEDERAL (CRA-DF)
Presidente: Adm. MÔNICA COVA GAMA
SAUS - Quadra 6 - 2º. Pav. - Conj. 201 - Ed. Belvedere 70070-915 - BRASÍLIA/DF
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
ESPÍRITO SANTO (CRA-ES)
Presidente: Adm. HÉRCULES DA SILVA FALCÃO
Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632
- VITÓRIA/ES
Fone: (27) 2121-0500 - Fax: (27) 2121-0539
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
GOIÁS (CRA-GO)
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Listagem atualizada até o dia 1 de maio de 2015
40
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
MARANHÃO (CRA-MA)
Presidente: Adm. ALINE MENDONÇA DA SILVA
Rua dos Afogados, 920 - Centro - 65010-020 - SÃO
LUÍS/MA
Fone: (98) 3231-4160/3231-2976 - Fax: (98) 32314160/32312976
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
MATO GROSSO (CRA-MT)
Presidente: Adm. HÉLIO TITO SIMÕES ARRUDA Rua 05 - Quadra 14 - Lote 05 - CPA - Centro Político e
Administrativo - 78050-900 - CUIABÁ/MT
Fone: (65) 3644-4769 - Fax: (65) 3644-4769
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
MATO GROSSO DO SUL (CRA-MS)
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SANTOS BARBOSA
Rua Bodoquena, nº 16 - Amambaí - 79008-290 CAMPO GRANDE/MS
Fone: (67) 3316-0300
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
MINAS GERAIS (CRA-MG)
Presidente: Adm. AFONSO VICTOR VIANNA DE
ANDRADE
Avenida Afonso Pena, nº 981 - 1º. Andar - Centro - Ed.
Sulacap - 30130-907 - BELO HORIZONTE/MG
Fone: (31) 3274-0677 - 3213-5396 - Fax: (31) 32735699/3213-6547
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
PARÁ (CRA-PA)
Presidente: Adm. JOSÉ CÉLIO SANTOS LIMA –
Rua Osvaldo Cruz, nº 307 - Comércio - 66017-090
- BELÉM/PA
Fone: (91) 3202-7889 - Fax: (91) 3202-7851
E-mail: [email protected] /
[email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA
PARAÍBA (CRA-PB)
Presidente: Adm. EDNALDO FLOR DA SILVA
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
PARANÁ (CRA-PR)
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Rua Cel. Dulcídio, nº 1565 - Água Verde - 80250-100 CURITIBA/PR
Fone: (41) 3311-5555
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
RIO DE JANEIRO (CRA-RJ)
Presidente: Adm. WAGNER SIQUEIRA
Rua Professor Gabizo, nº 197 - Edf. Belmiro Siqueira Tijuca - 20271-064 - RIO DE JANEIRO/RJ
Fone: (21) 3872-9550 - Fax: (21) 3872-9550
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
RIO GRANDE DO NORTE (CRA-RN)
Presidente: Adm. KATE CUNHA MACIEL Rua Coronel Auriz Coelho, nº 471 - Lagoa Nova - 59075050 - NATAL/RN
Fone: (84) 3234-6672/9328 - Fax: (84) 3234-6672/9328
E-mail: [email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
RIO GRANDE DO SUL (CRA-RS)
Presidente: Adm. VALTER LUIZ DE LEMOS
Rua Marcílio Dias, nº 1030 - Menino Deus - 90130-000 PORTO ALEGRE/RS
Fone: (51) 3014-4700/3014-4769 - Fax: (51) 3233-3006
E-mail: [email protected];[email protected]
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
RONDÔNIA (CRA-RO)
Presidente: Adm. ANDRÉ LUIS SAONCELA DA COSTA Rua Tenreiro Aranha, nº 2988 Olaria – 76801-254 PORTO VELHO/RO
Fone: (69) 3221-5099/3224-1706 - Fax: (69) 3221-2314
E-mail: [email protected]
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Horário de funcionamento: das 8h às 17h
Atend. público: das 8h às 14h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
RORAIMA (CRA-RR)
Presidente: Adm. UBIRAJARA RIZ RODRIGUES Rua Prof. Agnelo Bitencourt, 1620 - São Francisco, 69.305170 - BOA VISTA/RR
Fone: (95) 3624-1448 - Fax: (95) 3624-1448
E-mail: [email protected]
Home Page: www.crarr.org.br
Horário de funcionamento: das 7h30 às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
SANTA CATARINA (CRA-SC)
Presidente: Adm. EVANDRO FORTUNATO LINHARES
Av. Prefeito Osmar Cunha, 260 - 7º/8º andares - Salas 701
a 707/ 801 a 807 - Ed. Royal Business Center
Centro - 88015-100 - Florianópolis – SC
Fone: (48) 3229-9400 - Fax: (48) 32224-0550
E-mail: [email protected]
Home Page: www.crasc.org.br
Horário de funcionamento: das 8h às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
SÃO PAULO (CRA-SP)
Presidente: Adm. ROBERTO CARVALHO CARDOSO
Rua Estados Unidos, nº 865/889 - Jardim América 01427-001 - SÃO PAULO/SP
Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3459 - Fax: (11) 3087-3256
E-mail: [email protected]
Home Page: www.crasp.com.br
Horário de funcionamento: das 8h às 17h30
Atend. público: das 9h às 17h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
PERNAMBUCO (CRA-PE)
Presidente: Adm. ROBERT FREDERIC MOCOCK
Rua Marcionilo Pedrosa, nº 20 - Casa Amarela - 52051330 - RECIFE/PE
Fone: (81) 3268-4414/3441-4196 -Fax: (81) 32684414
E-mail: [email protected]
Home Page: www.crape.org.br
Horário de funcionamento: das 8h às 14h
Atend. público: das 8h às 12h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
SERGIPE (CRA-SE)
Presidente: Adm. CARLOS MENEZES CALASANS ELOY
DOS SANTOS FILHO
Rua Senador Rollemberg, 513 - São José - 49015-120 ARACAJU/SE
Fone: (79) 3214-2229/3214-3983 - Fax: (79) 32143983/3214-2229
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Horário de funcionamento: das 8h às 14h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO
PIAUÍ (CRA-PI)
Presidente:Adm. PEDRO ALENCAR CARVALHO
SILVA
Rua Áurea Freire, nº 1349 - Jóquei - 64049-160 TERESINA/PI
Fone: (86) 3233-1704 - Fax: (86) 3233-1704
E-mail: [email protected]
Home Page: www.cra-pi.org.br
Horário de funcionamento: das 12h às 19h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE
TOCANTINS (CRA-TO)
Presidente: Adm. EUGENIO PACCELI DE FREITAS
COÊLHO
602 Norte, Av. Teotonio Segurado, Conj. 01, Lt 06 77006-700 - PALMAS/TO
Fone: (63) 3215-1240/3215-8414
E-mail: [email protected]
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Horário de funcionamento: das 8h às 18h
CONCURSO
PÚBLICO
POR_ ADM. FLÁVIO BOERES
Façam suas
APOSTAS!
“ Todos os caminhos estão errados quando
você não sabe onde quer chegar”
WILLIAM SHAKEASPARE
A disputa por uma vaga no serviço
zação é muito comum, mas ocasiona
Com esses critérios, o foco prova-
público está cada vez mais acirrada.
a perda de tempo e reflete-se na
velmente seria: agência reguladora,
Cada vez mais se faz necessária
ausência de evolução.
tribunal,
A solução para não cair na tentação é
critério 1 elimina qualquer concurso
uma boa preparação. Tenho visto,
ao longo desta caminhada, diversas
pessoas que erram ao buscar uma
resposta imediata para seus anseios
de aprovação. Apostam tudo em cada
ter um objetivo bem definido e montar
uma estratégia para alcançá-lo. A
definição do foco exige uma reflexão
pessoal e muita pesquisa. A reflexão
Ministério
Público.
O
de nível médio; o critério 2 elimina
vários concursos de ministérios; e o
critério 3 elimina qualquer concurso
que fuja do interesse de atuar na área
administrativa, como, por exemplo,
edital publicado. O “concurseiro”
é importante, pois será a responsável
está propenso a cometer dois erros
pela definição de critérios para a
concursos de carreira policial.
básicos: estudar somente pós-edital
pesquisa posterior. É nesse momento,
e querer fazer todo concurso que
Perceba que a reflexão vai nortear
por exemplo, que se define qual a
aparece. Esses erros remetem a uma
toda a pesquisa e posterior planeja-
remuneração mínima aceitável ou
mento. E lembre-se de que a escolha
mesma situação que é contar com a
qual a área em que se pretende atuar.
do foco está diretamente ligada ao
sorte, ou seja, fazer apostas. E fazer
apostas, hoje, é correr o risco de um
resultado negativo.
Estudar somente depois de divulgado o edital é certeza de não conseguir fechar o conteúdo da prova,
pois o prazo é curto. É claro que
existem casos de sucesso, entretanto, a regra é a reprovação. E fazer
todo concurso que aparece sem
qualquer planejamento ou organi-
tempo de preparação, ou seja, quanto
VAMOS A UM
EXEMPLO PRÁTICO:
Critério 1:
concurso de nível superior
mais degraus subir na escolha, mais
tempo de estudo.
A definição de foco é essencial para
uma preparação com qualidade. E
a sua delimitação permitirá uma
Critério 2:
ganhar acima de R$ 6.000,00
Critério 3:
área de atuação administrativa
* Flávio Boeres é Administrador, coach de concursos, pós-graduado
em Gestão de Pessoas e em Logística, Transporte e Mobilização.
preparação mais direcionada. Por
isso, aposte todas as suas fichas numa
boa preparação. Tenha foco, faça
muita pesquisa e estude bastante.
Até a próxima.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
41
CONSELHO
POR_ ANA GRACIELE E WELLINGTON PENALVA/CFA
JUBILEU DE OURO:
meio século de conquistas
E
EM 2015 O SISTEMA CFA/CRAs COMEMORA 50 ANOS
DE REGULAMENTAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL
m jubilo! É como se encontra o Sistema CFA/
projetos em todo o país para comemorar a data. Além disso,
CRAs e os profissionais de Administração do
a campanha publicitária de valorização profissional terá
país. São 50 anos de regulamentação da profissão,
veiculação nacional.
meio século, e
o Conselho Federal de Administração
(CFA) e os Conselhos Regionais de Administração
(CRAs) comemoram em grande estilo. A programação do
O Sistema CFA/CRAs desenvolveu agenda de eventos
para 2015 que inclui na programação aulas magnas nas
Instituições de Ensino Superior (IES) e a produção do livro
Jubileu de Ouro está completa e contempla todas as áreas
“Jubileu de Ouro”, obra que registrará os mais relevantes
da Administração.
fatos do Sistema CFA/CRAs neste meio século de existência.
Inicialmente inspirado no cinquentenário, o CFA publicou
O ano comemorativo inclui, também, homenagens, sessões
a Resolução Normativa nº 441, instituindo 2015 como o
solenes, Corrida do Administrador, entre outros.
Ano do Administrador no Brasil. Ao longo do ano, o CFA e
Você ainda pode conferir o vídeo dos 50 anos da
os CRAs realizarão diversas ações, eventos, homenagens e
profissão acessando www.cfa.org.br/cfatv
PESQUISA NACIONAL
Perfil, formação, atuação e oportunidades de trabalho do profissional de Administração
NO ANO DO JUBILEU DE OURO DA PROFISSÃO, O CFA PREPARA A SEXTA EDIÇÃO DA
Q
42
PESQUISA QUE DEVE SER LANÇADA NO SEGUNDO SEMESTRE
uatro anos após a quinta
profissional. Além disso, a pesquisa
as instituições competentes podem
edição
“Pesquisa
explanará o perfil dos coordenadores e
encontrar mudanças e ajustes para
da
Nacional: perfil, formação,
professores vinculados aos cursos de
melhor formar os estudantes dos cursos
atuação e oportunidades de trabalho
Bacharelado em Administração, como
de Bacharelado em Administração
do profissional de Administração”, o
nas edições anteriores. A pesquisa
e
Conselho Federal de Administração
também trará resultados a respeito das
determinada área da Administração.
(CFA) prepara um novo estudo.
tendências do mercado para a profissão.
“A Pesquisa Nacional: perfil, formação,
A iniciativa do CFA tem como objetivo
Com a primeira edição publicada em
atuação e oportunidades de trabalho
traçar
um
de
tecnologia
em
socioeconômico
1994, a pesquisa se tornou um sólido e
do profissional de Administração”
e acadêmico dos Administradores
importante meio de informação para
está em fase de desenvolvimento e
e
nesta
o Sistema CFA/CRAs e, também, para
será lançada nas comemorações dos
edição – e seu nível de aperfeiçoamento
a sociedade. A partir desse trabalho,
50 anos da profissão.
tecnólogos
perfil
superiores
–
inseridos
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
XIV FIA É UM SUCESSO
EVENTO ACONTECEU NO VIVO RIO E NO MAM,
NO RIO DE JANEIRO, ENTRE OS DIAS 18 E 20 DE MAIO
O
Rio de Janeiro sediou o
O anfitrião do evento, Wagner Siqueira,
evento
importante
deu boas-vindas aos participantes. Ele
internacionalmente na área de
mais
falou sobre as organizações e do quanto
Administração. O Conselho Regional de
tem se falado em liderança, organizações
Administração do Rio de Janeiro (CRA-
felizes, entre outros. Wagner pontuou,
RJ), em parceria com o Conselho Federal
ainda, que o líder é uma espécie em
de Administração (CFA) e os CRAs do
extinção. “Questões como essas serão
Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná
discutidas aqui no XIV FIA. Que
e Rio Grande do Sul, realizou, de 18 a
possamos sair daqui com o compromisso
20 de maio, o XIV Fórum Internacional
da reflexão. Que possamos transformar
de Administração (FIA). O evento
as organizações brasileiras e construir
reuniu, no Vivo Rio e no Museu de Arte
uma sociedade mais justa”, destacou.
Moderna do Rio de Janeiro, cerca de três
Para Ana Moreno, eventos como o
mil pessoas por dia, entre profissionais
e estudantes de Administração, além de
conferencistas e autoridades.
A abertura do evento foi bastante
prestigiada e compuseram a mesa
solene o presidente do CRA-RJ, Adm.
Wagner Siqueira; o presidente do
CFA, Adm. Sebastião Luiz de Mello; o
vice-governador do Estado do Rio de
Janeiro, Francisco Dorneles; o deputado
federal Simão Sessim, que, na ocasião,
representou o presidente da Câmara
Federal, Eduardo Cunha; a presidente
da
Organização
Latino-Americana
de Administração (OLA), Ana Marta
Moreno; o presidente do CRA-PR, Adm.
Gilberto Griebeler; o presidente do CRA-
XIV FIA promovem a profissão e a
união dos administradores latinoamericanos. “Vamos seguir exercendo
com muito compromisso essa nossa
profissão”, defendeu a presidente da
OLA. Já para o vice-governador do Rio,
o aperfeiçoamento da Administração
deve ser meta primordial de todos os
governos. Francisco chamou a atenção
para o fato de que muitas deficiências
encontradas no Estado – como na saúde,
por exemplo – são causadas mais pela
falta de administradores em postos
chaves do que pela ausência de recursos.
“Faço votos de que, mais do que nunca,
o país precisa de administradores”,
conclamou.
da Administração” – visa justamente
repensar e refletir sobre o futuro da
profissão. “Sim, que neste Jubileu de
Ouro façamos uma reflexão primorosa
do que já aconteceu, do quanto a
profissão evoluiu e as conquistas já
alcançadas pelo Sistema CFA/CRAs”,
disse. Ao final, Sebastião Mello fez um
chamado especial: “Que venham os
RS, Adm. Valter Lemos; a presidente do
O Jubileu de Ouro foi destacado na fala
próximos 50 anos! Vamos construir
CRA-DF, Adm. Mônica Cova Gama; e o
do presidente do CFA. Sebastião Mello
juntos o futuro da Administração.
presidente do CRA-MG, Adm. Afonso
ressaltou que o tema do XIV FIA – “50
Afinal, um país bem administrado é
Victor Vianna de Andrade.
Anos de Transformação e o Futuro
melhor para todos nós”, finalizou.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
43
Conselho
PROGRAMAÇÃO
diversificada
1ª Corrida do
O XIV FIA trouxe uma rica programação. Com o tema “50 Anos
de Transformação e o Futuro da Administração”, o evento
ADMNISTRADOR E PROFESSOR
ofereceu ao público palestras com renomados conferencistas
Centenas de corredores marcaram presença na I Corrida do
como o filósofo colombiano Bernardo Toro, os pesquisadores
Administrador e Professor. O evento, realizado pelo Conselho
franceses Pierre Lévy e Sebastien Charles, o historiador
Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), em
brasileiro Leandro Karnal, o cientista Silvio Meira e o consultor
parceria com a Associação Beneficente dos Professores Públicos
José Pastore.
Ativos e Inativos do Estado do Rio de Janeiro (APPAI), foi
Os assuntos tratados no XIV FIA 2015 foram: Como
administrar as complexidades de 2015; Governança e liderança
na organização moderna; Os compromissos da Administração
realizado na manhã do dia 17 de maio, no Rio de Janeiro, abrindo
oficialmente a programação do XIV Fórum Internacional de
Administração (FIA).
com a gestão da sustentabilidade; Novos modelos de gestão;
O CRA-RJ foi o primeiro Regional a realizar a Corrida do
Pessoas e organizações: outro contrato social?; A crise na
Administrador, evento que faz parte do Jubileu de Ouro da
educação: um problema institucional?; Estratégia com
Administração e previsto para acontecer em outras cidades
tecnologia e inovação; Valores éticos na organização; O que
brasileiras ao longo deste ano. De acordo com o presidente do
a sociedade espera de suas instituições; E os próximos 50
CRA-RJ, Adm. Wagner Siqueira, gestão e esporte têm tudo a
anos?; Ensino: a qualidade necessária; O Administrador 50
ver. “O evento serve não só para celebrar o cinquentenário da
anos depois: identidade e protagonismo; e Obsolescências e
profissão, mas também para promover a prática de atividades
revitalizações nas instituições públicas.
físicas e hábitos saudáveis”, disse.
ENCERRAMENTO EMOCIONANTE
afirmou,
finalizando
que
“é
preciso
Após três dias de intenso trabalho,
Adm. Afonso Victor Vianna de Andrade.
o XIV FIA foi encerrado com muita
“A razão me diz que devo fazer um
combater o bom combate”.
emoção. Participaram do encerramento
pronunciamento
o presidente do CRA-RJ, Adm. Wagner
impossível não deixar o coração falar neste
Após a solenidade de encerramento, a
Siqueira; o presidente do CFA, Adm.
momento”, disse Wagner, emocionado.
Sebastião Luiz de Mello; o presidente
“Raramente
do CRA-PR, Adm. Gilberto Griebeler;
várias nacionalidades em uma única
o presidente do CRA-RS, Adm. Valter
causa. Delegações de todos os estados
Lemos; a presidente do CRA-DF, Adm.
brasileiros e dos CRAs de todo o Brasil,
Mônica Cova Gama; e a conselheira
saudação a conselheiros federais, o futuro
federal Adm. Sonia Ferraz, que, na ocasião,
da profissão está aqui com a presença
DISPONÍVEIS NO CANAL DO CFATV
representou o presidente do CRA-MG,
massiva de estudantes de Administração”,
NO YOUTUBE.
44
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
racional,
reunimos
mas
pessoas
é
de
bateria da escola de samba Mocidade
Independente
de
Padre
Miguel
se
apresentou, animando o público
O XIV FIA foi transmitido pelos canais de
comunicação CFA: CFATV e Rádio ADM.
OS VÍDEOS DAS PALESTRAS ESTÃO
Plataforma do Conhecimento
SUPERA EXPECTATIVAS
EM SUA PRIMEIRA EDIÇÃO DO ANO, A INICIATIVA DO CFA EM PARCERIA
COM OS CRAs BATEU RECORDE DE AUDIÊNCIA
O
Conselho Federal de Administração (CFA),
é louvável, pois possibilita o alinhamento entre teoria e prática
em parceria com o Conselho Regional de
por meio de temas relevantes na área da gestão atualizando
Administração de São Paulo (CRA-SP), realizou
estudantes e profissionais”, afirmou o Adm. Cleber Suckow
no dia 27 de maio a primeira edição do ano da Plataforma
do Conhecimento. Transmitido diretamente da sede do
CRA-SP, o evento superou as expectativas. O programa,
transmitido ao vivo pelo CFATV, obteve o recorde de
Nogueira, mediador do debate.
A transmissão ao vivo da Plataforma do Conhecimento teve
duração de uma hora e dez minutos e abordou o tema “Ensino e
audiência desde a sua criação.
Aprendizagem em Administração”. Em formato mesa-redonda,
Comparando com o maior número de acessos anteriores,
perguntas dos internautas. De acordo com a coordenadora no
foi constatado um aumento de mais de 700% no número de
grupo, Adm. Teresinha Covas Lisboa, um dos trunfos do projeto
espectadores. “Sabíamos que a Plataforma do Conhecimento
é aproximar o Sistema CFA/CRAs do seu público por meio da
é um excelente projeto pelo seu cunho didático que desperta
educação agregando valor a formação do profissional.
interesse. A verdadeira surpresa foi a receptividade no
cinco profissionais discutiram o assunto e responderam
retorno das transmissões, o número de espectadores superou
A Plataforma do Conhecimento é uma parceira do CFA e
nossas melhores expectativas”, afirma o presidente do CFA,
CRAs que tem por objetivo interagir e difundir conteúdos e
Adm. Sebastião Luiz de Mello.
conhecimentos ligados à Administração para a sociedade. Os
Os participantes do Grupo de Excelência em Gestão de
Instituições de Ensino Superior – grupo que promoveu o
debate – ressaltaram a importância do projeto na formação
e carreira dos profissionais de Administração. “A iniciativa
debates são transmitidos ao vivo pelo CFATV e, a cada edição,
especialistas nos mais diversos assuntos estarão reunidos para
compartilhar assuntos na área de gestão.
Acesse: www.cfa.org.br/cfatv
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
45
LIDERANÇA
POR_CINTHIA ZANOTTO
Líderes a favor
DE PESSOAS
MELHORES
EM MEIO ÀS NOVAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS, COMO É
POSSÍVEL CONQUISTAR A LIDERANÇA E CRIAR SITUAÇÕES EM QUE
AS PESSOAS POSSAM CRESCER PESSOAL E PROFISSIONALMENTE
48
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
N
as últimas décadas, o mercado de trabalho
buem a alguém essa condição. Por isso, as referências
passou por diversas mudanças. Muitos
pessoais e profissionais de um líder – passado, fama e
ambientes profissionais deixaram de ser tão
opinião das pessoas a seu respeito – são essenciais para
rígidos e padronizados para serem mais permissivos,
dar credibilidade à sua atuação dentro de um grupo.
cooperativos e com uma estrutura organizacional hori-
“Estudos sobre influência interpessoal demostram que
zontal, diminuindo o distanciamento entre as pessoas.
ninguém motiva ninguém. O máximo que o líder pode
Consequentemente, a relação dos membros de um
fazer é oportunizar situações em que as outras pessoas
grupo ficou mais calorosa e menos competitiva. Consi-
percebam algum sentido. Nessa perspectiva, o liderado
derando este quadro como a realidade encontrada na
tem que perceber como significativo algo que o líder
maior parte das empresas atualmente, a pergunta a ser
propõe para atender às suas necessidades e interesses”,
feita é: qual é o papel do líder hoje em dia?
acrescenta.
Para o professor de Liderança Estratégica da FAE
Para criar um ambiente em que a liderança possa ser
Centro Universitário, Dante Quadros, o modelo de
conquistada, o relacionamento interpessoal deve ser
comportamento de um líder dentro de uma empresa
autêntico, prevalecendo o diálogo aberto e transpa-
tem a ver com a cultura da organização. Em ambientes
rente. Isso vale não somente para as questões racionais
participativos e inclusivos, os líderes precisam levar em
como também para as emocionais. Embora os esforços
consideração a opinião dos participantes e serem mais
para a boa convivência precisem ser considerados
flexíveis ao se posicionarem. Já em estruturas mais
sempre, a honestidade evitará que alguém venha a se
conservadoras, quem estiver à frente de uma equipe irá
sentir usado ou manipulado por técnicas diplomáticas
apresentar atributos como austeridade, centralização
utilizadas em qualquer situação desfavorável.
e sentido de direção.
“A liderança eficaz passa pelo menos por três componentes: uma grande capacidade de diagnosticar a
situação (perceber o que de fato está ocorrendo), um
repertório de habilidades que possa dar respostas e
atender adequadamente àquela situação e valores
fundamentais que sustentem as decisões (ética e
conduta moral)”, explica o professor.
Segundo Quadros, a liderança não acontece de imediato.
Ela faz parte de um processo em que os liderados atri-
Estudos sobre influência
interpessoal demostram que
ninguém motiva ninguém. O
máximo que o líder pode fazer é
oportunizar situações em que as
outras pessoas percebam
algum sentido"
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
49
Liderança
ELOGIOS E FEEDBACKS
Para uma relação apropriada com os membros da
Conforme explica o professor, não faz muito tempo, os traba-
equipe é necessário deixar prevalecer a particularidade
lhadores eram mais distantes uns dos outros nas organizações
de cada um. De acordo com o professor Dante Quadros,
em decorrência da hierarquia rígida. Hoje em dia, é comum
já não vale mais a regra do tratar todo mundo igual, pois
verificar casos em que um profissional pode apresentar um
cabe ao líder explorar a individualidade, sem discrimi-
conhecimento maior sobre determinado assunto até mesmo
nação. “Tarefa difícil, mas que os verdadeiros líderes
sabem desempenhar com maestria”, completa.
Em um espaço formado por personalidades diferentes, as atitudes de um líder podem ser bem vistas
ou não. Para alguns, por exemplo, um elogio pode não
ser bem-vindo. “Pesquisas recentes demostram que as
pessoas chegam a desconsiderar e a duvidar da intencionalidade dos elogios. Entretanto, a maturidade do
líder vai saber distinguir melhor as pessoas para que
50
em relação aos seus superiores.
Em épocas de situações controversas como estas, novamente
o diálogo maduro e responsável entre os membros do grupo é
apontado como a chave para falar sobre os erros cometidos no
trabalho e fazer o feedback ser bem aceito. Para isso, vale esclarecer, antes de tudo, as diferenças entre as questões pessoais e
de desempenho. “No trabalho, é importante levar em conta que
ninguém precisa gostar de ninguém, mas é preciso alcançar
possa exercer uma postura mais adequada com cada
resultados em conjunto. A soma é maior do que as partes”, fala.
indivíduo de forma diferente”, declara.
Um dos meios utilizados por bons líderes para criar ambientes
Outro fator capaz de gerar grandes problemas de rela-
de alto desempenho, evidenciando o aprendizado e a confiança
cionamento e comprometer a execução de tarefas é o
entre os indivíduos, são as reuniões inteligentes. De acordo
feedback relacionado aos erros. Para evitar qualquer
com o professor, quando bem executadas, as pessoas se
atrito, é responsabilidade do líder criar um ambiente
envolvem, pois podem encontrar ajuda e apoio no grupo para
de aprendizado comum sem existir subordinação, fazer
lidar com situações estressantes, além de esclarecimento
ameaças ou prometer punições.
e desenvolvimento pessoal.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
QUALQUER UM
PODE SER UM LÍDER
Para ser um bom líder é preciso buscar pelo desenvolvimento pessoal. Não existem pessoas
natas para a liderança. O professor Dante Quadros afirma que há aquelas com mais
facilidade para aprender, mas todas são capazes de superar as expectativas e ultrapassar
seus limites.
“Uma pessoa é dotada de inteligência múltipla, podendo, em determinada circunstância,
desenvolver também inigualáveis aspectos de liderança. Se isso não fosse verdade, de
que adiantariam todos os esforços dos programas de desenvolvimento de líderes? O fato
é que quanto mais líderes bem preparados e éticos, mais estaremos contribuindo para a
melhoria da saúde das pessoas e de uma melhor sociedade”, afirma.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
51
REGRAS
POR_NÁJIA FURLAN
QUANDO A
CONFIANÇA ESTÁ
DOENTE, SERVE
PARA PREVENIR,
DIAGNOSTICAR E
REMEDIAR
A cura via
COMPLIANCE
52
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
D
esde a época de nossos avós,
de compliance não seria necessário se
problemas concorrenciais, entre ou-
boas relações de mercado se
as pessoas cumprissem fielmente as
tras. As empresas americanas foram
estabelecem quando exis-
políticas da companhia, mas, como
as pioneiras, estimuladas pela sua lei
tem, sobretudo, confiança e transpa-
isso é impossível, “a função de com-
anticorrupção (FCPA – publicada em
rência. Desde que os contratos eram
pliance officer tornou-se indispensá-
1977). Tratados internacionais con-
fechados “no fio do bigode”, se uma
vel para as empresas que pretendem
tribuíram para a disseminação des-
das partes não passar credibilidade e
ter uma gestão adequada a prevenir,
ses conceitos para a Europa e, mais
a outra não se sentir segura, nada fei-
detectar e responder corretamente
recentemente, para o Brasil”, afir-
to. Naquele tempo bastava a palavra.
aos riscos de violações, incluindo po-
ma o expert em compliance Wagner
tencial corrupção ou fraude”.
Giovanini.
Porém, hoje é preciso muito mais...
Segundo ele, que foi diretor de
Em tempos de escândalos sequen-
Compliance da Siemens para a
ciais e por todas as partes; quando
América do Sul, diretor técnico do
empresas públicas e privadas se cor-
Instituto Paulista de Excelência da
rompem; quando nunca se ouviram
Gestão (Ipeg) e é autor do recente li-
tanto palavras como sonegação, cor-
vro “Compliance – A Excelência na
rupção, desvio e investigação; os ad-
Prática”, o conceito evoluiu com a ne-
ministradores, homens e mulheres de
cessidade de a empresa demonstrar
negócio, têm de lançar mão de outras
que é ética, íntegra e transparente.
ferramentas para garantir o inves-
“Assim, sistemas de compliance mo-
timento, as oportunidades e manter
dernos apresentam uma estrutura
sócios e stakeholders. Ainda bem que
baseada em pilares como, por exem-
atualmente existe compliance.
plo, prevenção, detecção e correção”,
Se simplesmente traduzimos a pa-
completa o especialista.
lavra da língua inglesa para o português, compliance quer dizer “obser-
TRÊS PILARES
vância, conformidade”. No mundo
corporativo, é exatamente isso. Ou
seja, como explica Daniel Sibille, advogado responsável pelo programa
de compliance da Oracle na América
Latina, professor da FIA e coordenador do Curso Preparatório de
Compliance da LEC, “cumprimento
Daniel Sibille, responsável pelo
programa de compliance da Oracle
na América Latina
EVOLUÇÃO
“O compliance surgiu com a neces-
Nos dias de hoje, como ainda explica Giovanini, quando a prioridade
está concentrada na prevenção, é
importante “identificar riscos, definir um código de conduta, sensibilizar as pessoas para o seu cumprimento e o investimento em progra-
das regras internas e externas pelas
sidade de as empresas se protege-
empresas, seus funcionários e tercei-
rem contra desvios de condutas e
ros que com ela interagem”.
infrações às leis, principalmente,
No entanto, só prevenir não basta. “Aí
Segundo ele, em tese, um departamento
relacionadas a fraudes, corrupção,
que entra a detecção, que é formada,
mas profissionais de comunicação
e treinamento”.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
53
Regras
inicialmente, com controles robustos
principalmente, depois da entrada em
é importante salientar que a respon-
e processos de auditorias, mas está
vigor da Lei 12.846/13. “Se tais ris-
sabilidade de estar e ser compliance é
nos Canais de Denúncia, seguidos
cos se concretizarem, haverá perdas
de cada um”, pontua o professor Assi,
de apuração e investigação, a mais
financeiras e terríveis consequên-
que é mestre em Ciências Contábeis
eficiente ferramenta para identificar
cias para a reputação e imagem da
e atua desde 2002 com Compliance,
eventuais desvios”, detalha.
organização. Além disso, há um cres-
Gestão de Riscos, Controle Interno,
Aqui, uma dica importante de Wagner
cente movimento de empresas com
Segurança da Informação e Auditoria
sistemas de compliance privilegia-
Interna. A especialidade dele é, exa-
rem parceiros que também possuam
tamente, prevenção a fraudes e a la-
mecanismos similares de combate a
vagem de dinheiro.
Giovanini: “Para a detecção, a empresa deve assegurar a confidencialidade
e proibir a retaliação. Além disso, para
aumentar a chance de sucesso desse
ilicitudes”, conclui.
mecanismo, deve terceirizar a gestão
RESUMINDO
desses canais, permitir a manifestação
“Se analisarmos os recentes escânda-
anônima e disponibilizar acesso 24 ho-
los vamos poder ter uma ideia do dano
ras por dia e 7 dias por semana”.
reputacional de imagem, prejuízo fi-
Por terceiro, o pilar “correção”, o profis-
nanceiro e degradação da figura dos
sional garante que “a credibilidade do
sócios e administradores das empre-
sistema de compliance só será mantida
sas envolvidas”, afirma Daniel Sibille.
se a empresa adotar medidas eficazes
Segundo
para eliminar causas dos desvios e, se
ele,
um
programa
de
compliance eficiente, que conte com
pertinente, aplicar as sanções discipli-
suporte da alta administração e re-
nares para os infratores”.
cursos, certamente conseguiria ter
mapeado os riscos existentes e insti-
RISCOS
“No mundo real, não existe ‘risco zero’
de algo não acontecer. Assim, um sistema de compliance existe não para
evitar 100% dos desvios, mas sim
para reduzir sensivelmente a possibi-
RESPONSABILIDADE
lidade de sua ocorrência. Isso signifi-
De acordo com Marcos Assi, no dia a
ca que o simples fato de haver um des-
dia de uma empresa, um mapeamen-
vio pontual não indica que o sistema
to de controle e de riscos entra nas
de compliance não tenha funcionado.
operações com clientes, fornecedo-
Mas, se os desvios acontecem siste-
res, expedição, estoques, recursos
maticamente, há a inevitável dedução
humanos, tecnologia da informação
de que o sistema não existia ou não
funcionava”, afirma Wagner.
Segundo ele, a inexistência de um sistema efetivo de compliance deixa uma
empresa exposta a riscos enormes,
54
Marcos Assi atua desde 2002 com
Compliance, Gestão de Riscos,
Controle Interno, Segurança da
Informação e Auditoria Interna
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
(segurança da informação e gestão de
terceiros), contabilidade, financeiro,
jurídico, enfim, em todas as áreas.
“A prática do compliance está contemplada em toda a organização, mas
tuído ferramentas de mitigação para
esses e outros casos.
No mundo real,
não existe ‘risco zero’
de algo não acontecer.
Assim, um sistema de
compliance existe não
para evitar 100% dos
desvios, mas sim para
reduzir sensivelmente
a possibilidade de sua
ocorrência"
RBA PERGUNTA, WAGNER GIOVANINI RESPONDE
DICAS PRÁTICAS PARA INVESTIR JÁ
NA IMPLANTAÇÃO DESSE SISTEMA
Por que investir?
mitigadoras (que podem gerar atividades, processos e controles
Com a implementação de suas práticas e procedimentos, a
sistêmicos); estabelecer um código de conduta, políticas e
empresa passa a contar com ganhos imediatos, como, por
procedimentos claros sobre valores, princípios e regras específicas
exemplo:
• reduz a incidência de eventuais fraudes, apropriação indevida
de ativos, entre outras perdas;
• melhora a governança, os controles internos e a gestão de
de compliance; estabelecimento de um canal de denúncia
eficiente, com a garantia de apuração de todas as manifestações,
confidencialidade e proibição à retaliação; implementação de um
diversos processos;
programa eficiente e profissional de comunicação e treinamento;
• apresenta-se como um ótimo mecanismo de atração
implementação de gestão dos terceiros, de forma a mitigar os
e retenção de bons profissionais (normalmente, os bons
riscos inerentes.
profissionais não querem ter seu nome atrelado a empresas que
podem estar amanhã nos jornais);
• propicia aos funcionários a satisfação de estarem numa
empresa ética e íntegra (a experiência mostra que as pessoas,
em sua maioria, preferem fazer o certo e, quando percebem que
Como se estrutura um sistema de compliance?
O que todas as empresas precisam assegurar é o cumprimento dos
preceitos da ética e integridade, o que normalmente é conseguido
a empresa está dando essa oportunidade a elas, reconhecem
por meio de um sistema de compliance. Conforme o tamanho da
esse esforço e passam a contribuir com esse sistema – isso
empresa, exposição a riscos, ambiente onde opera, entre outras
gera orgulho e pode, inclusive, ser fator motivador, causando
particularidades, talvez seja suficiente para essa empresa apenas
melhoria do clima organizacional e aumento de produtividade);
um responsável pelo sistema de compliance (trabalhando de
• favorece o diálogo franco entre chefe e subordinado.
maneira integral ou parcial) e não necessariamente uma área para
Quais as dificuldades? Por quais etapas passa
esse trabalho de implantação?
Realmente não é fácil. Mas essa não pode jamais ser uma
desculpa para não fazê-lo! A maior dificuldade é a empresa
entender de fato o que precisa fazer e como. O sistema de
esse fim.
Mas, se a quantidade de atividades, práticas, processos e controles
desse sistema justificar a formação de uma área específica, alguns
aspectos fundamentais devem ser considerados, como, por
exemplo:
compliance deve ser de acordo com a natureza da empresa,
• calcular a quantidade de profissionais necessários para a
seus riscos, seu tamanho, sua cultura e outros diversos fatores.
operacionalização e gestão do sistema de compliance;
Em resumo, o compliance é um sistema que, obrigatoriamente,
• escolher pessoas de acordo com um perfil previamente definido;
deve ser customizado, ou seja, não pode ser copiado de outra
• privilegiar a formação de equipes multifuncionais, de maneira
organização na íntegra.
a obter o maior conhecimento conjunto possível em relação
Outra dificuldade importante é convencer as pessoas sobre
as mudanças necessárias no seu cotidiano. É comum haver
resistências, argumentações como “eu sempre fiz assim, por
que mudar agora?”, ou “por que devo me submeter a novas
à dinâmica dos negócios da empresa e a funções úteis para
o cumprimento dos requisitos de compliance (exemplos:
auditoria, comunicação, gestão de processos, financeiro, vendas,
regras se sempre fui ético?”, entre outros.
contabilidade, entre outros);
A implementação do compliance passa por diversas etapas,
• prover todos os recursos necessários para que os objetivos de
mas podemos resumir em: identificar os riscos; definir medidas
compliance sejam alcançados.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
55
Regras
UM CASE
A Siemens é um grande case de compliance. Surgiram
denúncias nos jornais alemães em novembro de 2006 e
AÇÕES AUXILIAM
GESTÃO
segundo Marcos Assi
a empresa, em âmbito mundial, reagiu imediatamente
com respostas impactantes e decisivas para “virar o
jogo”. Houve a saída de quase toda a diretoria mundial
no início de 2007, instauração de uma auditoria interna
abrangente e muito detalhada e implantação simultânea de um programa de compliance robusto e efetivo em
todos os países onde a Siemens atuava, num tempo realmente muito pequeno.
Eu tive o privilégio de ser convidado, em meados de
2007, para estruturar e organizar o compliance na
Siemens Brasil, incluindo a formação do departamento,
recrutamento das pessoas, estabelecimento de um modelo de gestão para o compliance e a colocação em práti-
CADASTRO
Seja para clientes ou fornecedores, afinal, antes
de realizarmos qualquer tipo de negociação,
devemos saber com quem estamos lidando,
obtendo todas as informações possíveis sobre a
empresa e seus sócios.
ca de todas as diretrizes estabelecidas pela casa matriz.
Na época, já com 22 anos de empresa, tive um momento
profissional dos mais ricos em aprendizado. O esforço
foi brutal, mas tive a felicidade de contar com o total
apoio da alta direção da empresa e da maioria esmagadora dos funcionários. Assim, foi um enorme trabalho
em equipe, com um objetivo único, com metas audacio-
MONITORAMENTO
sas e, por fim, coroado com um êxito sem precedentes.
Conhecimento como efeito de controles
As conquistas alcançadas com esse processo, sem dú-
internos, pois só consigo monitorar aquilo que
vida, mitigaram os riscos de compliance e, automatica-
posso controlar. Devemos avaliar resultados,
mente, transformaram a Siemens Brasil numa referên-
liquidação financeira, limites, faturamento,
cia no mercado. Centenas de outras empresas, univer-
negociação, licitação, compras, contabilidade,
sidades, escritórios de advocacia, consultorias e outras
entre outros.
organizações visitaram a Siemens para conhecer de
perto o funcionamento desse sistema.
A Siemens Brasil também se tornou referência dentro da organização mundial, “exportando” diversas
boas práticas para muitos países. Os exemplos mais
importantes foram na comunicação, estruturação da
organização de compliance, estratégias de indicadores e ferramentas para profissionalizar e sistematizar
determinadas atividades.
TESTES E AUDITORIAS
Sempre que possível, analisar a eficácia de
seus sistemas, avaliar as perdas e falhas na
busca de melhorias operacionais e, quando
necessário, realizar alterações nas normas e
procedimentos internos e nos seus processos
de controle.
56
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
PROFISSIONAL DE COMPLIANCE
“Não tenha dúvida, ter um profissional de compliance
na empresa é uma segurança para a companhia e para
o Administrador, pois cabe a esse profissional a condução de uma análise de risco minuciosa para mapear
os principais riscos existentes e implementar medidas corretivas”, afirma Daniel Sibille, o Latin America
Compliance Counsel da Oracle.
Segundo ele, o profissional de compliance deve possuir conhecimento de legislações anticorrupção, boa
comunicação, seja “hands on” e consiga interagir com
diversas áreas dentro da companhia.
A atuação do compliance pode ser notada pelo menos
em três situações diferentes no dia a dia da empresa.
“Quando somos consultados sobre a possibilidade de
aceitação de determinado documento capaz de gerar
revenue para a empresa; quando conduzimos investigações para apurar a autoria e materialidade de infrações ou fraudes cometidas por empregados; ou quando
treinamos as equipes de venda sobre as políticas da
empresa”, conclui Sibille.
O profissional de
compliance deve possuir
conhecimento de
legislações anticorrupção,
boa comunicação, seja
“hands on” e consiga
interagir com diversas
áreas dentro da
companhia"
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
57
Regras
EXERCÍCIOS CONTRA FRAUDE
por Daniel Sibille
Código de conduta: é o manual de conduta dos importantes, destacaria: (i) política anticorempregados. Nesse documento, a empresa deve rupção e suborno; (ii) política de viagem (regula
mencionar, de forma clara e objetiva, as condu- a forma de aquisição de passagens e limites);
tas que espera de seu empregado em diversas si- (iii) política de conflito de interesses (regula
as situações em que os empregados podem estuações, como doações, interação com governo,
tar em conflito com as atividades da empresa,
recebimento de brindes, entre outros.
como, por exemplo, ter uma companhia no mesAlém do COC, as políticas de compliance tam- mo ramo de atuação; (iv) política de cortesias
bém são essenciais, pois tratam de matérias comerciais (regula os limites de refeições, preespecíficas e descrevem pormenorizadamente sentes e eventos que podem ser oferecidos ou
qual a conduta esperada. Entre as políticas mais recebidos por clientes), entre outros.
2012
R$ 61,7 e 101,2
BILHÕES (FIESP)
Em 2012, as perdas em ações corruptas no
Brasil ficaram entre R$ 61,7 bilhões e R$ 101,2
bilhões (Fiesp).
2014
69º lugar
RANKING DA CORRUPÇÃO
Em 2014, o Brasil era o 69º país no ranking
(de 177 países) da corrupção (Índice de
Percepção da Corrupção).
80 mil
PUNIDOS
Na China, 80 mil funcionários públicos já
foram punidos por corrupção nos últimos
anos. Aqui, neste ano, comemoramos
poucas punições.
58
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
Lei 12.846/13
A Lei 12.846/13 pune empresas envolvidas em
atos que venham a lesar o erário do Estado, em
todas as esferas, como suborno de funcionários
do poder público.
7,6%
DO INVESTIMENTO PRODUTIVO
No mínimo, a corrupção equivale a 7,6% do
investimento produtivo na economia, ou a
22,6% do gasto público em educação nas três
esferas (Fiesp).
2014
R$ 500
BILHÕES
O Sonegômetro, contador eletrônico que
sinaliza a sonegação no país, superou os
R$ 500 bilhões em 2014 (Sinprofaz).
CONEXÃO
FILME
TUCKER – UM HOMEM E SEU
O INFORMANTE
SONHO
Baseado em fatos reais, o filme
Alegrias e sacrifícios do empreende-
relata a trajetória de um pes-
dorismo estão na pauta deste filme.
quisador e executivo da podero-
Trata-se da biografia de Preston Tu-
sa indústria do tabaco que, ao se
cker, que serve de fonte de inspiração
desligar de suas funções profis-
para os futuros empresários. Com seu
sionais, decide revelar detalhes
trabalho, Tucker revolucionou o setor
sórdidos sobre a fabricação de
automobilístico norte-americano e
cigarros e os efeitos do produto
também fundou a Tucker Aviation Corporation, indústria
na saúde humana. Do ponto de vista dos Adminis-
que fabricava aviões, tanques e canhões para os Estados Uni-
tradores, a história expõe os significados dos con-
dos enfrentarem as batalhas da Segunda Guerra Mundial.
ceitos de ética e integridade no mundo dos negócios.
Tucker: the man and his dream, título em inglês / Elenco:
The Insider, título em inglês / Elenco: Al Pacino,
Jeff Bridges, Joan Allen, Dean Goodman e Martin Landau /
Russel Crowe e Cristopher Plummer / Direção: Mi-
Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Arnold Schulman
chael Mann / Roteiro: Michael Mann e Erik Roth /
e David Seidler / Gênero: Drama / Ano: 1988 / País de ori-
Gênero: Drama / Ano: 1999 / País de origem: Estados
gem: Estados Unidos / Duração: 110 minutos
Unidos / Duração: 157 minutos
LIVRO
MUITO TRABALHO, POUCO STRESS
De forma inteligente e bem-humorada, André Caldeira nos transporta para o mundo de Joe, que se assemelha
muito ao mundo de muitos de nós, com uma rotina de trabalho extenuante e preocupações que, muitas vezes,
trazem como consequência o stress e a frustração. Enfim, um círculo vicioso de difícil saída, com consequências
terríveis, principalmente para a nossa saúde e para o nosso relacionamento familiar. O texto de Caldeira provoca,
no mínimo, uma profunda reflexão sobre a rotina do executivo de hoje, trazendo dicas simples e de forma direta
de como escapar das armadilhas criadas por essa rotina que, afinal, é criada por nós mesmos.
Editora: Évora Ltda. | Autor: André Caldeira | Número de páginas: 222 | Categoria: Stress ocupacional,
trabalho – aspectos psicológicos | Edição: 1ª
APPS
SITES
FINANÇAS PESSOAIS
www.tutorexecutivo.com
O aplicativo ajuda a gerenciar seu dinheiro, possui função para
Portal que compartilha informações no contexto de
analisar despesas mensalmente e contém calendário que mostra
Administração, negócios, empresas e pessoas por meio
os gastos e receitas.
de textos e artigos.
TÁ NA MÃO
Para quem é “concurseiro”, o aplicativo oferece conteúdo de in-
www.historiadaadministracao.com.br
formática básica, português, matemática financeira, ética e co-
Site que apresenta dados históricos, relação de
nhecimentos bancários.
pensadores e indica centros de pesquisa e publicações
FREEDOM
Aplicativo usado para bloquear sites que podem provocar a distração durante o trabalho, como as redes sociais, favorecendo o
aumento da produtividade.
na área da Administração.
www.okconcursos.com.br
Site que ajuda a responder dúvidas e oferece notícias e
informações gerais sobre concursos públicos.
MAIO/JUNHO – 2015 | Nº 106
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PREFEITURAS
POR_WELLINGTON PENALVA
INSERÇÃO DO
ADMINISTRADOR
PROFISSIONAL NO QUADRO
DE COLABORADORES DAS
PREFEITURAS MUNICIPAIS
CONTRIBUI PARA
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE
DOS SERVIÇOS PRESTADOS À
SOCIEDADE
Gestão pública
H
PROFISSIONALIZADA
á dez anos, a edição nº 48 da Revista
o Ministério das Cidades apresenta resultados satis-
Brasileira de Administração (RBA) trazia
fatórios – como na questão habitacional já citada. Mas o
na matéria de capa o tema “gestão pública mu-
Ministério sozinho não garante muita coisa, os protago-
nicipal”. Na época, segundo os dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil contava com
180 milhões de habitantes e um déficit habitacional de 7,2
milhões de casas. Para ajudar a resolver o quadro do desenvolvimento urbano desordenado, em 2003 foi criado
60
nistas desse processo são as prefeituras municipais. Esse é
o ponto chave, o governo municipal. Se ele não goza de boa
gestão, os resultados socioeconômicos esperados ficam no
universo do “espera-se que...”.
o Ministério das Cidades. Com apenas dois anos de exis-
“São as prefeituras que representam o Estado graças ao seu
tência, a nova pasta ainda não tinha frutos significativos a
contato direto com o cidadão”, explica o historiador espe-
colher. Passada uma década, o Estado brasileiro, com 5.564
cialista em História Política e Econômica do Brasil Daniel
municípios, conseguiu mudar os resultados?
Sena. “Por isso, a gestão municipal pode proporcionar qua-
O número de habitantes cresceu, agora são pouco mais de
lidade de vida à população ou precarizá-la”, completa Sena.
202 milhões. De acordo com o IBGE, o déficit habitacio-
Sendo assim, a administração pública de qualidade nas
nal regrediu em 1,5 milhão, diminuindo o saldo negativo
prefeituras é condição sinequa non ao desenvolvimento das
de casas para 5,7 milhões. Com 13 anos de funcionamento,
cidades e, por conseguinte, do povo e da nação.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
A qualidade necessária à gestão
boas ideias e boa intenção, mas só o
O deputado estadual do Acre Adm.
pública municipal passa pelo cri-
profissional de Administração tem
Heitor Júnior defende que “uma ges-
vo da profissionalização. O gerente
capacidade e conhecimento técnico-
do departamento da Secretaria de
tão de excelência tem planejamento
-científico para elaborar cartesiana-
Pequenos Negócios do Governo do
estratégico para lidar com problemas
mente um bom plano de gestão”.
de mobilidade urbana, saneamento,
QUALIDADE
saúde e meio ambiente com maior efi-
Acre, Adm. Cezar Souza, é categórico: “Profissionalizar a gestão municipal é muito importante na medida
É comum a ideia de que com boa von-
em que se viabiliza a eficiência dos
tade consegue-se fazer qualquer coisa.
serviços públicos prestados à popu-
O pensamento não é totalmente falso,
lação”. Segundo Souza, é dever do
no entanto, trata-se de meia verdade.
profissional de Administração a ser-
Boa vontade é sim ingrediente pri-
viço da prefeitura viabilizar um pla-
mordial para o êxito em qualquer ati-
no de governo voltado para a aplica-
ciência e menos desperdício”. As experiências apontam que o gestor profissional tem capacidade de realizar
investimentos a médio e longo prazo,
metodicamente planejados, com benefícios duradouros.
vidade, mas o conhecimento técnico
Para efetivar a Administração pro-
das atribuições funcionais é indispen-
fissional nos municípios, um novo
sável. Transportando essa realidade
espaço deve surgir nas prefeituras:
para prefeituras, fica fácil notar que o
cargos cativos aos profissionais de
Quem também partilha da ideia de
comprometimento do prefeito e dos
Administração. “Para mudar o quadro
profissionalização da gestão públi-
demais servidores na administração
atual é importante cortar cargos co-
ca municipal é o Conselho Federal
pública é essencial para o bom gover-
missionados e impedir que as prefeitu-
de Administração (CFA). De acordo
no, mas não é tudo. Frente ao fato, uma
ras funcionem como banco de empre-
com o presidente da autarquia, Adm.
necessidade emergente é a inserção do
gos políticos. Dessa forma, acaba o in-
Sebastião Luiz de Mello, “embora o
profissional de Administração no qua-
mais alto cargo do executivo de uma
chaço na folha de pagamento e abrem-
dro de servidores municipais.
-se vagas para funcionários adequados
“Quando se busca eficiência e eficácia,
a cada cargo por meio de concurso
ção de políticas públicas efetivas na
superação dos principais problemas
inerentes ao governo.
cidade seja o de prefeito, a equipe que o
auxilia necessita de um Administrador
em seu quadro. As pessoas podem ter
nada melhor do que a contratação de
profissionais específicos para atua-
público, incluindo o Administrador”,
conclui o Adm. Heitor Júnior.
rem na área. No caso dos municípios,
Profissionalizar
a gestão municipal
é muito importante
na medida em
que se viabiliza
a eficiência dos
serviços públicos
prestados à
população"
é importante ressaltar que prevalece
o princípio da eficiência e é com base
nesse princípio que a gestão profissional se torna imprescindível”, explica o
Adm. Cezar Souza. O profissional de
Administração domina conhecimentos valiosos para a gestão qualitativa.
O ciclo PDCA (sigla em inglês para o
processo: planejar, agir, checar e ajustar) é um dos conhecimentos técnicos
próprios do Administrador e faz toda
a diferença na gestão, quaisquer que
seja, inclusive da coisa pública.
Adm. Cezar Souza, gerente
do departamento da Secretaria
de Pequenos Negócios
do Governo do Acre
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Prefeituras
PROJETO “O ADMINISTRADOR NA GESTÃO MUNICIPAL”
Ciente da sua responsabilidade social por
Administração do país. Entre os assuntos
ser a maior autoridade em gestão no país,
abordados estão: “Gestão para Resultados
o Conselho Federal de Administração
na Administração Pública”; “Estatuto
(CFA) criou, por meio da sua Câmara
da Metrópole – Lei nº 13.089/2015”; e
de Gestão Pública (CGP), o projeto “O
”Governança Pública”.
Administrador na Gestão Municipal”. O
objetivo é promover a melhoria da quali-
Este
dade da gestão pública municipal por meio
workshop de Gestão Municipal, em abril,
da criação da carreira do Administrador
na sede do CFA em Brasília. As palestras
público municipal nos quadros de pessoal
foram ministradas por Gilberto Porto, di-
das prefeituras.
retor do Instituto Publix; Mara Darcy Biasi
O projeto inclui workshops com reno-
ano
foi
realizado
o
segundo
Ferrari, assessora para Projetos Especiais
mados especialistas em gestão pública
do Instituto Brasileiro de Administração
municipal como palestrantes. Como a in-
Municipal (IBAM), e Cláudio da Silva Cruz,
tenção é aproximar o Sistema CFA/CRAs
assessor da Coordenação de Controle
das prefeituras, a iniciativa reúne repre-
Externo dos Serviços Essenciais ao Estado
sentantes dos 27 Conselhos Regionais de
do Tribunal de Contas da União (TCU).
Workshop de Gestão Municipal realizado
em abril, na sede do CFA, em Brasília
EFICIÊNCIA X EFICÁCIA
EFICIÊNCIA É: qualidade de fazer com excelência,
EFICÁCIA É: atingir o objetivo proposto, cumprir, executar,
sem perdas ou desperdícios (de tempo, dinheiro ou energia).
operar, levar a cabo; é o poder de causar determinado efeito.
Eficiência (Fonte: Idalberto Chiavenato – 2005)
Eficácia (Fonte: Idalberto Chiavenato – 2005)
• Ênfase nos meios
• Ênfase nos resultados
• Fazer corretamente as coisas
• Fazer as coisas certas
• Resolver problemas
• Alcançar objetivos
• Salvaguardar recursos
• Otimizar a utilização dos recursos
• Cumprir tarefas e obrigações
• Obter resultados
• Treinar sempre os subordinados
• Subordinados que atingem metas
• Manter as máquinas em funcionamento
• Produzir com máquinas
• Jogar futebol com arte
• Ganhar a partida
• Rezar com fervor
• Alcançar o céu
EFICIENTE É: aquilo ou aquele que chega ao resultado, que
produz o seu efeito específico, mas com qualidade, com competência, com nenhum ou com o mínimo de erros.
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RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
EFICAZ É: o que realiza perfeitamente determinada tarefa ou
função, que produz o resultado pretendido.
FERRAMENTAS FUNDAMENTAIS
PARA UMA BOA GESTÃO
2º FASE - EXECUTAR:
nessa fase coloca-se em prática
o que foi planejado. Em muitos
casos é necessário educar e treinar
as pessoas antes que elas
comecem a executar
efetivamente as ações
planejadas.
1º FASE - PLANEJAR:
é o momento em que são definidas
as metas e métodos para
determinada atividade.
CICLO PDCA: O ciclo PDCA
é uma ferramenta importante,
tanto para gerenciar a rotina como
para promover melhorias. Ele visa
FASES
promover a padronização por meio
da melhoria contínua. É um método
muito utilizado, por ser simples e de
4º FASE - AGIR
CORRETIVAMENTE: é o
momento em que são feitos
os ajustes para corrigir os
desvios identificados na fase de
verificação. Essa fase irá retroalimentar o ciclo, dando insumos para
um novo planejamento e
promovendo a melhoria
contínua.
fácil entendimento para qualquer
pessoa dentro da organização.
3º FASE - VERIFICAR:
nessa fase é feito um controle
para comparar se os resultados que
estão sendo alcançados estão de acordo
com as metas e métodos estabelecidos
no planejamento.
WHAT (O QUÊ)
O que será feito.
5W2H: É uma ferramenta que
auxilia no planejamento das ações
que se desejam desenvolver. Esse
quadro é uma ferramenta utilizada
WHO
(QUEM)
Especificar
o responsável para
executar ou coordenar
a ação.
HOW MUCH
(QUANTO CUSTA)
Prover informações
sobre o custo
(orçamento)
necessário
para executar a ação.
WHERE (ONDE)
Local onde será
executada
a ação ou sua
abrangência.
para planejar a implementação de
uma solução, sendo elaborado em
resposta às questões a seguir:
HOW (COMO)
Especificar a
forma (ou método) pela
qual a ação deve ser feita.
WHEN
(QUANDO)
Especificar o prazo para
executar a ação.
WHY (POR QUÊ)
Explicar a razão
pela qual a ação
deve ser feita.
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PONTA DO
LÁPIS
POR_ ADM. SCHIRLEI MARI FREDER
Finanças
PESSOAIS
N
os últimos meses, ouve-
Em geral, percebe-se que temos
Entre as principais dicas estão as de
se muito sobre a crise
uma cultura instalada no Brasil em
que se possa adotar o hábito
econômica que atinge o
que a maioria da população tem um
de economizar entre 5% e 10%
Brasil. Vivenciamos uma alteração
comportamento padrão que induz
do
significativa nas relações econômicas,
para o “gastar” e poucas pessoas
destinando esse valor para uma
com a queda nas vendas, elevação de
têm a cultura do “poupar”. Então,
conta
taxas de juros, elevação nos índices
quando observamos esse tipo de
Para que isso seja possível, pode-
de desemprego. Estes são fatos que
atitude, entendemos os altos índices
se adotar um método que é o de
alteram o sistema financeiro nacional
de endividamento da população,
assumir essa tarefa como se você
e também o “humor” das pessoas
pois o hábito do consumo leva à
estivesse quitando uma conta, ou
e organizações. E, justamente em
consequência de comprar por impulso,
seja, esse valor torna-se um gasto
períodos como este, as informações
gastando-se mais do que se recebe.
fixo que está sendo destinado para
sobre finanças pessoais também
ocupam a mídia de modo recorrente.
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Grande parte dos estudos e das
recomendações de pesquisadores e
rendimento
líquido
poupança
ou
mensal,
aplicação.
uma conta separada, não vinculada
à conta em que se movimentam as
despesas correntes.
É muito comum verificarmos casos de
especialistas em finanças pessoais é
pessoas que já haviam comprometido
de que se possam adotar medidas de
Em
suas finanças pessoais com dívidas e
controle nas finanças. Essas medidas
medidas um tanto “pedagógicas”,
empréstimos e terminam adentrando
podem ser com rotinas que levem
estabelecendo objetivos e tarefas
em momentos de crise econômica,
ao acompanhamento dos gastos em
mensais em que você se torna
em uma situação razoavelmente
planilhas, ou até mesmo em anotações
consciente do motivo pelo qual está
comprometedora. Quando me refiro
manuais, uma caderneta, por exemplo.
economizando determinado valor;
ao “humor” é no sentido de que a
E também o planejamento de médio
por exemplo, deixar de comprar algo,
maioria das pessoas não se dá conta
prazo para o alcance das metas pessoais,
mas, com o dinheiro em mãos, realizar
do quanto essas situações afetam sua
sejam metas vinculadas à aquisição de
o depósito na conta corrente da
qualidade de vida, relacionamentos
patrimônio, equipamentos, viagens e
poupança, como se fosse um presente
pessoais e profissionais.
até mesmo a aposentadoria.
que dá a si mesmo.
RBA | REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
alguns
casos,
vale
adotar
Essa sensação da satisfação em
controle e dedicação em buscar novas
perceber que é possível controlar suas
formas de economizar e também
despesas pode ser o primeiro passo de
de aumentar a renda. Também são
um novo modelo de relacionamento
válidas as iniciativas para seguir dicas
com o dinheiro e com as finanças de
modo geral.
e se esforçar em implementá-las e, ao
final de cada ciclo financeiro, semanal
Por fim, acredito que uma mudança
ou mensal, procurar avaliar a evolução
de
desse
de todo o processo. Essa atitude
finanças
pode se tornar um novo hábito muito
hábito
e
relacionamento
a
melhoria
com
as
só pode acontecer com disciplina,
recompensador.
Adm. Schirlei Mari Freder é doutoranda e
mestre em Gestão Urbana, especialista em
Gestão Social e Desenvolvimento. É docente,
conteudista e pesquisadora na área de gestão
e políticas públicas e também é fundadora e
diretora executiva da Creare Consultoria, onde
desenvolve projetos, conteúdos e palestras na
área de gestão.
POR_FRANCISCO JOSÉ Z. ASSIS
Tecido marca
REVOLUÇÃO SOCIAL
JEANS INVADIU GUARDA-ROUPAS DE RICOS, POBRES
E “REMEDIADOS” E ATENDE A OCASIÕES DIVERSAS
A missão de equilibrar as diferenças econômicas e sociais tem todos os ingredientes para ser adjetivada como “impossível”. O
sonho dos teóricos socialistas e comunistas se mostrou impraticável. Mas grandes invenções do homem ajudaram a aproximar
ricos, pobres e “remediados”, como são popularmente conhecidos os que buscam abrigo sobre o enorme guarda-chuva apelidado
de classe média. Entre elas está o jeans. O tecido é utilizado em peças do vestuário, principalmente as calças, presentes nos guardaroupas de todos, sem restrição de poder aquisitivo. O que pode fazer variar o preço é só a etiqueta. Porém, o que de fato importa é
que o jeans serve a ocasiões variadas, é aceito e usado por representantes de todas as camadas da sociedade e também é capaz de,
pelo menos, minimizar o abismo entre os mais abastados e os mais carentes.
A DESCOBERTA
POPULARIZAÇÃO
Registros apontam que, no século
As calças, que nasceram com tom de
17, em Nimes, sul da França, o jeans
marrom e serviam só para o trabalho,
foi descoberto. A qualificação “jeans
passaram a ser tingidas por Levi Strauss
denim” surgiu por consequência do
nome dessa cidade francesa e a palavra
“jeans” vem de “genes”, que era o apelido
dos marinheiros que trabalhavam no
porto de Gênova, na Itália, e usavam
uniformes feitos com o tecido de Nimes.
FASE AMERICANA
Poucos anos depois da descoberta na
França, o jeans chegou aos Estados
Unidos. Lidando com frustrações em
seus negócios, o comerciante de lonas
da Califórnia Levi Strauss resolveu
confeccionar calças resistentes para
vestir mineradores. E fez sucesso. Ele
também incorporou a dica do fabricante
66
RBA||REVISTA
REVISTABRASILEIRA
BRASILEIRADE
DEADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
RBA
com corante extraído da planta Indigus.
Foi o pontapé para a chegada do azul.
Nos anos 50, Elvis Presley passou a
vestir jeans e o transformou em uma
das marcas da rebeldia dos jovens
norte-americanos. Estopim para a moda
correr o mundo.
EVOLUÇÃO
O estilista Calvin Klein fez a leitura
correta do fenômeno e nos anos 70 levou
o jeans para as passarelas. Barreiras
foram quebradas. A década de 80 foi
marcada pelas calças feitas com tecido
lavado e tinham jeito de surradas. A
partir de 90 apareceram mais cores e
misturas com poliéster e elastano. E,
de estribos Jacob David e colocou
na virada do século, a linha premium
rebites nas peças.
chegou para evidenciar os detalhes.
INSTITUTO QUADRIX
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