FACESI EM REVISTA Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 -

Transcrição

FACESI EM REVISTA Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 -
FACESI EM REVISTA
Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 - - ISSN 2177-6636
A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER NO UNIVERSO INFANTIL
Ana Maria Martins – [email protected]
Karen de Abreu Anchieta – [email protected]
Resumo
A importância do ato de ler no cotidiano infantil é de importância indiscutível, pois é
por meio das histórias que a criança aprende a expressar-se e desenvolve suas
habilidades de imaginar-se no lugar dos personagens e com isso ampliar sua capacidade
de, através do faz de conta, ter pensamentos subjetivos. O gosto pela leitura precisa ser
incentivado pelo professor, à criança ao aprender a ler, gosta do que lê e aprende a
interpretar e amplia seu conhecimento.
Palavras-chave: Leitura; histórias, habilidades.
INTRODUÇÃO
O papel do professor no processo de formação de um bom leitor está
nas estratégias de leitura apresentadas ao aluno para que seja desenvolvido nele as
habilidades necessárias para a formação de um bom leitor.
Estas estratégias consistem em promover para o leitor um método no
processo da leitura que de forma geral faz com que o aluno sinta gosto em textos e
livros em geral.
Estas estratégias se dividem em duas: cognitivas e metacognitivas. As
cognitivas fazem com que inconscientemente o leitor realize o objetivo que é ler e não
contém regras, pois o processo consiste em utilizar os conhecimentos prévios e
despertar a curiosidade do aluno.
As metacognitivas têm como principal característica a flexibilidade
do leitor, este tipo de leitura tem objetivo específico, ele sabe por que lê, compreende e
interpreta.
Quando o professor se envolve no ensino da leitura cria oportunidades
para que a leitura se multiplique, o universo do aluno é ilimitado e deve ser ampliada
para fora do mundo escolar, como um instrumento de realização, a leitura cria
condições para se ampliar o conhecimento.
O intuito deste estudo é analisar a importância do ato de ler para o
desenvolvimento cognitivo infantil por meio de pesquisas bibliográficas, analisando
autores que versem sobre o tema.
FACESI EM REVISTA
Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 - - ISSN 2177-6636
2 FALANDO EM LEITURA
Para Freire (1989) o Brasil foi “inventado” de cima para baixo,
autoritariamente. E, precisamos reinventá-lo em outros termos, mudar a concepção que
temos diante da questão da leitura.
Quando se fala em leitura pensa-se logo em livros ou cria-se a idéia de
que se estuda demais, faz-se referência também com a escrita, pois quem lê bem,
escreve bem.
Frequentemente os alunos tem preguiça de ler, ou só usam a leitura
para os estudos. Nosso primeiro contato com a leitura geralmente se dá na escola, mas
devia ser diferente, começar antes com os pais realizando o ato de contar história
aguçando a mente da criança a trabalhar e ter curiosidades em outros contos.
A leitura está relacionada a decifrar códigos que por tradição
confrontam o processo de formação do indivíduo, ler e escrever deste a antiguidade já
era considerado a base da educação e ajudava a desenvolver as capacidades dos
mesmos. Até hoje este é o processo natural de aprendizagem dos alunos que abrange um
número muito maior de pessoas que na antiguidade.
A leitura não pode ser utilizada para decorar o que se lê, mais sim
para que se supere a forma mecânica e se crie outros fundamentos para aprender a
verdadeira função da leitura e o papel que desenvolve para o indivíduo e a sociedade.
O propósito central é entender a leitura, é fazer com que o leitor se
identifique com o que lê, sinta-se envolvido pela obra ou pelo texto. O principal
objetivo da leitura é aflorar emoções, sensações, pensamentos, curiosidades que a
história possa transmitir.
Uma leitura emocional envolve o leitor pela trama da história, ele
deve ser transportado para outros lugares e tempo e ser dominado pelos sentimentos que
se justifica pelo impacto. Já na leitura racional o âmbito é mais intelectual, o leitor não
se envolve com o texto, o que lhe interessa é utilizá-lo para o aprendizado e para uma
reflexão sobre a realidade social.
2.1 RELATOS DE QUEM GOSTA DE LER
FACESI EM REVISTA
Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 - - ISSN 2177-6636
Abramovich (1997) relata que o seu primeiro contato com o mundo
mágico das histórias aconteceu quando ela era muito pequena, antes de adormecer,
como um ritual. Continua dizendo que se lembra ainda hoje da sua voz lendo “João e
Maria” e das diferentes adaptações que criava em relação à casa da bruxa, sempre sendo
construída com todas as comidas de que ela gostava.
Segundo a autora, havia outras histórias em que ela era personagem
principal, que ia inventando ao saber dos acontecimentos de cada dia. Lembra ainda de
um salgueiro que deu o seu nome Fanny e que se decepcionou quando, mais tarde,
descobriu que ele não tinha o seu nome.
Segue comentando que inventava muitas histórias, que aconteciam
num mundo de paz e fraternidade, no qual todos tinham a mesmas coisas, pois eram
histórias bonitas, com explicações do mundo e dos acontecimentos dele, e de um jeito
que a autora nem podia situar num universo onde começava a engatinhar.
Abramovich (1997) informa que no jardim de infância que enfrentou
não se lembra de alguém contando histórias e talvez fosse porque não soubessem criar o
clima necessário ou porque escolhessem as não-marcantes ou não-envolventes, mas que
se lembra da “Branca de Neve”, porque houve um teatro e ela foi um dos sete anões.
E que aos sete anos iniciou nos mistérios da cartilha do povo, relata
que sentia a volúpia de poder ler sozinha, de mergulhar no mundo mágico das letras
pretas que remetiam a tantas histórias fantásticas e que os livros de Monteiro Lobato
eram maravilhosos.
E finalizando registra que por volta dos nove anos de idade lia vários
livros e que essa vontade de ler, era uma sensação única e que só a literatura provocava,
formando seus gostos literários. E que percebeu que ler é um ato de encantamento e de
necessidade vital e que ela traz consigo desde muito pequena e que a tornou uma leitora
assídua até nos dias atuais.
2.2 A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS
Abramovich (1997) considera que é muito importante para a formação
de qualquer criança ouvir histórias, verifica que: “Ouvir muitas histórias é o inicio da
aprendizagem para ser um leitor, é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta
e de compreensão do mundo” (Abramovich, 1997, p.16).
FACESI EM REVISTA
Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 - - ISSN 2177-6636
Relata ainda que o primeiro contato da criança com um texto é feita
oralmente, por meio da voz da mãe, do pai, dos avós, contando contos de fada, trechos
da Bíblia e até mesmo histórias inventadas tendo a criança ou os pais como
personagens.
Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É poder sorrir, rir,
gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a idéia do
canto ou com o jeito de escrever dum autor e, então poder ser um
pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de
divertimento [...] (ABRAMOVICH, p.17, 1997).
Para a autora supracitada, deve-se levar em conta que, é ouvindo
histórias que se pode sentir emoções importantes como a tristeza, a raiva, a irritação, a
tranquilidade, e tantas outras mais. E viver profundamente tudo o que as narrativas
provocam em quem as ouve com toda verdade, pois é ouvir, sentir e enxergar com os
olhos da imaginação.
Ler, para mim, sempre significou abrir todas as compotas para
entender o mundo através dos olhos dos autores e da vivencia dos
personagens... Ler foi sempre maravilhosa, gostosura, necessidade
primeira e básica, prazer insubstituível... E contínua, lindamente,
sendo exatamente isso! Ler é uma passagem para outro mundo, o da
imaginação e aprendizagem (ABRAMOVICH, 1997, p.111).
O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente,
ouvindo histórias dos familiares, este é um momento de aconchego, de se sentir amada.
Ler uma história é ser cúmplice do autor, do momento de humor e de ter a curiosidade
respondida e encontrar outras idéias para solucionar questões, e uma possibilidade de
descobrir conflitos e soluções.
O educador precisa saber como contar histórias, descobrir novas
palavras e entrar em contato com a sonoridade das frases e dos nomes, brincar com os
versos e acertar as rimas. Contar história é uma arte, que não pode ser feita de qualquer
maneira, tem que ter todo um desenvolvimento sobre o assunto. Uma ensaísta cubana
chamada Elizagaray (apud Abramovich (1997, p.20) diz o seguinte: “O narrador tem
que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a
situação como se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado que pode
permitir-se ao luxo de fazer variações sobre o tema”.
FACESI EM REVISTA
Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 - - ISSN 2177-6636
O contador de história deve saber aproveitar o texto evitando
descrições imensas e cheias de detalhes, é bom saber usar as modalidades e
possibilidades da voz, é bom saber começar o momento da entonação e mostrar a
criança que o que ela ouviu está impresso no livro.
Para Mead (apud Coelho, 2000, p.13) diz: “Para chegarmos ao ponto
em que temos que educar as pessoas naquilo que ninguém sabia ontem, e prepará-las
para aquilo que ninguém sabe ainda, mas que alguns terão que saber amanhã”. Na era
da informática os meios de comunicação ameaçam o estilo de vida e de filosofia que era
baseado em livros.
O livro é o formador da consciência de mundo das crianças e dos
jovens, mas nessa época de imagens e comunicações instantâneas a palavra literária
escrita é a mais rica e eficaz que existe, pois ela impulsiona a observar e compreender o
espaço em que se vive e as condições básicas do ser humano.
Estes são dados fundamentais para conscientização dos profissionais
que vão trabalhar literatura com as crianças e os que pretendem escrever para elas.
Além disso, são básicos exercícios de leitura crítica como instrumento de emoção,
diversão ou prazer, para os que estão chegando, em direção à nova mentalidade a ser
conquistada por todos.
3 CONCLUSÃO
Diante do exposto, considera-se que a Leitura envolve muitas facetas
e é capaz de nos levar a perceber diferentes aspectos a serem observados no
desenvolvimento da criança, como: linguístico, cognitivo, psicomotor, afetivo, social e
outros. Portanto, é de extrema importância que professores da Educação Infantil e Anos
Iniciais possuam tais conhecimentos para se valerem deles nas suas aulas.
REFERENCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo:
Spicione, 1997.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo:
Moderna, 2000.
FACESI EM REVISTA
Ano 3 – Volume 3, N. 2 – 2011 - - ISSN 2177-6636
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São
Paulo: autores Associados: Cortez, 1989.

Documentos relacionados

PRÁTICA DE INCENTIVO A LEITURA E FORMAÇÃO DO LEITOR

PRÁTICA DE INCENTIVO A LEITURA E FORMAÇÃO DO LEITOR Para incentivar o trabalho cooperativo, o espírito de liderança, o exercício da iniciativa e a criatividade, a Biblioteca José Amilar da Silveira, realizou o projeto de leitura poética por meio da ...

Leia mais

centro universitário de goiás – uni

centro universitário de goiás – uni mundo e posicionar-se em relação à sociedade. O livro literário, por sua vez, transfigura-se como importante ferramenta nesse processo incessante de transformação, pois permite ao professor trabalh...

Leia mais