Boletim de junho - Franciscanos Santa Cruz
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Boletim de junho - Franciscanos Santa Cruz
A M GOS DE SÃO FRANCISCO Boletim Mensal dos Amigos de São Francisco • Nºº 69 • Junho de 2010 A espiritualidade no mês de junho Frei Luiz Antônio de Jesus Reis, OFM Partindo do pressuposto que espiritualidade seja uma maneira de o ser humano se relacionar com o sagrado, podemos dizer que o mês de junho é rico em espiritualidade. Temos grandes santos, festas populares, comidas, bebidas e danças típicas e as tradicionais f o g u e i r a s . Te m o s a i n d a a s superstições sustentadas sobretudo pelos mais velhos. Arriscaria a dizer que até o frio faz parte da espiritualidade do mês de junho. Já imaginou o mês de junho sem aquele friozinho? Pois bem! É sobre essa espiritualidade que permeia o mês de junho que queremos falar. Comecemos por alguns santos celebrados neste mês. Os santos, São João Batista, Santo Antônio de Pádua, São Pedro e São Paulo, entre outros. Estes que acabamos de citar já fazem parte das festividades tradicionais do mês de junho. Por exemplo, as fogueiras não são (1º teologia) quaisquer fogueiras, mas são fogueiras de São João. Santo Antônio carrega o título de casamenteiro, o pobre passa aperto com as moças ansiosas por um marido (de preferência rico). Os grandes Pedro e Paulo, em seu dia a Igreja comemora o dia do papa, sendo São Pedro, segundo antiga tradição, o primeiro papa. Pois bem, aqui queremos abrir um parêntesis para comentar a espiritualidade a partir desses santos. Sabemos que a espiritualidade cristã trata da busca do ser humano pelo sagrado que nós chamamos Deus, ou seja, é buscar uma vivência coerente com os ensinamentos de Jesus Cristo, ou como diria São Francisco,com “uma fé reta”. Os santos que destacamos nesse mês, que são popularmente conhecidos por alguns motivos que já mencionamos, são venerados também pelo testemunho de fé que nos deixaram. João Batista, o precursor, aquele que anunciou a vinda do messias (cf. Mt 3,1-4), pregou no deserto e denunciou as injustiças, por isso foi martirizado.(cf. Mc 6, 14- 29). Santo Antônio, um exímio pregador, homem de notável saber, profundo conhecedor da Sagrada Escritura motivo pelo qual São Francisco lhe pediu para ensinar teologia aos frades. Eis o pedido: “Eu, Frei Francisco, saúdo a Frei Antônio, meu bispo. Gostaria muito que ensinasses aos irmãos a sagrada teologia, contanto que nesse estudo não extingam o espírito da santa oração e da devoção, segundo está escrito na Regra” (cf. Fontes Francisclarianas p.107). Em suma, Santo Antônio foi um franciscano exemplar. E encerrando nosso Cânon, temos os apóstolos Pedro e Paulo, homens que fizeram seus caminhos a partir do encontro com o Senhor. Pedro, de pescador passa a seguidor fidedigno de Jesus e, mesmo vacilando na fé de vez em quando, o próprio Jesus lhe confia as chaves da Igreja, ou seja, a primazia da missão dos apóstolos. Paulo, depois de sua conversão, cujo ponto forte se dá na estrada de Damasco, percorre varias regiões, anunciando e testemunhando o Reino de Deus. É chamado o apóstolo dos gentios, pois a eles quis dedicar-se em sua pregação. Pedro e Paulo, dois nomes que, ao longo dos séculos, personificaram a Igreja inteira com sua ininterrupta Irmãos e irmãs, Paz e Bem! Com alegria chegamos até você com mais uma edição de nosso Boletim! No mês de junho, sempre nos lembramos das festas juninas, celebramos os grandes santos da Igreja, São Pedro, São Paulo, São João e sem esquecer Santo Antônio de Pádua ou Lisboa, um grande santo franciscano conhecido e festejado em todo Brasil. Frei Luciano Lopes, na página central, nos traz uma rica reflexão sobre ele. Frei Luiz Antônio, na página inicial nos ajuda a refletir acerca da Espiritualidade do mês de junho e toda a riqueza destas festas tão populares, e, com certeza, onde oramos , festejamos. Ainda nesta edição, Frei Oton partilha conosco a celebração da ordenação de frei Erotides Antônio de Melo, que aconteceu em Capitólio - MG, no dia 15 de maio. Irmã Maria Inês vem nos contar um pouco de nossa presença em PassosMG, também no mês de maio, momento muito rico quando celebramos e nos reunimos com o povo daquela cidade tão franciscana. Somos convidados a conhecer a vida do Beato Benvindo de Gúbio, santo franciscano que viveu com radicalidade sua vida de consagrado ao evangelho, exemplo para nossa vida. Trazemos algumas notícias dos amigos de São Francisco e celebramos, oramos e desejamos aos amigos aniversariantes do mês de junho muitas felicidades e realizações na caminhada. Esperamos que a leitura deste boletim venha ajudá-lo(a), a conhecer um pouco mais sobre a nossa espiritualidade . Boa leitura! Participe, envie notícias, fotos, sugestões e reflexões de seu grupo... Equipe dos amigos de São Francisco. 02 Tradição. Dois grandes mestres da fé que levaram seu propósito até o fim com a entrega da própria vida, sofrendo o martírio, o reconhecimento da Igreja que os tem como bases fundamentais da fé. A vida e o exemplo desses santos que acabamos de elencar devem não só fazer parte da nossa cultura popular, mas também nos ajudar a perceber como está a nossa contribuição para a edificação do Reino de Deus na justiça, na partilha, na doação, enfim, no amor. Que eles nos ensinem a seguir Jesus com fidelidade e entrega. Como coroamento das festas religiosas, junho é tido como mês do Sagrado Coração de Jesus. Celebramos a expressão do amor de Deus em Jesus Cristo a nós. É Deus nos ensinando como se ama com sinceridade e em plenitude. Pois nada pode ser mais forte que o amor divino-humano do Cristo, e nada mais valoroso e mais nobre que reconhecer e retribuir este amor. Isso tudo torna junho um mês muito esperado. Também não podemos esquecer-nos do dia dos namorados que dá o tom romântico às festividades juninas. Na culinária, temos comidas que não podem faltar, entre elas está a canjica, os caldos, os doces, etc. Já entre as bebidas, não pode faltar o famoso quentão. A quadrilha, seja na zona rural ou na cidade, é a personalidade ilustre que não pode deixar de comparecer para dar o ar da graça com sua beleza e colorido. Assim é junho, muita festa, muita reza, comida, bebida, frio, fogo, um misto de espiritualidade, tradição e cultura popular. Boas festas! Reflexão: Quais elementos fortes poderíamos destacar no mês de junho? O que podemos aprender dos santos: João, Antônio, Pedro e Paulo? O que significa celebrar a festa do Sagrado Coração de Jesus? Prestação de Contas Editorial Pará de Minas:R$ 81,00 Nova Venécia: R$93,00 Formiga: R$139,00 Betim: R$ 30,00 Cabo Verde: R$ 165,00 (maio); Obs: Cabo Verde: março 2010: R$ 172,00 (boletim abril/ maio); agosto 2009: R$ 46,00 (boletim de setembro 2009); dezembro 2009: R$ 36,00 (não saiu no boletim de fevereiro); São João del-Rei: R$ 553,00 os que g i m a s o a r Pa er suas z a f m e r e s i qu es contribuiçõ Novos Amigos Belo Horizonte ( Vale do Jatobá: Angelita Teixeira de Oliveira; UBÁ: Hilda Gonçalves Rodrigues; Lúcia Helena Rodrigues; Betim: João Batista Barbosa; Maria Mônica Vieira Barbosa. Banco do Brasil: Agência: 750-1 / Conta: 4611-6 Banco Bradesco: Agência:1463-0 / Conta: 82820-3 Amigos de São Francisco Av. Gabriel de Rezende Passos, 178 Caixa Postal 17 • Bairro Guarujá CEP 32603-246 • Betim/MG Fone (31) 3531-1165 • E-mail: [email protected] www.franciscanossantacruz.org.br B. Benvindo de Gúbio, IO, ( 1232). 29 de JUNHO Gregório IX e Inocêncio XII concederam em sua honra ofício e missa. Quando em 1222 São Francisco encontrava-se em Gúbio, apresentou-se-lhe Benvindo, um nobre cavaleiro, ilustre pelo seu valor militar, suplicando-lhe que o admitisse na Ordem para combater as santas batalhas da penitência e da pobreza e levar a toda a parte a mensagem de paz e bem. Já noutras oportunidades o Santo recebera como discípulos homens de armas, como Ângelo Tancredo, por estar convencidos de que certas características da vida militar eram uma espécie de noviciado para a vida religiosa, como, por exemplo, a obediência, as fadigas, as privações e os perigos. Por isso não hesitou em acolher o novo candidato, que foi mesmo considerado e chamado “Bem-vindo” entre os irmãos. Apesar da sua ascendência nobre, escolhia agora para si as tarefas mais humildes e pesadas, distinguindo-se por uma obediência pronta, uma modéstia admirável, uma pobreza que o levava a contentar-se com um simples hábito remendado, um rigor de vida que só concedia ao corpo o estritamente indispensável. Não tardou assim a alcançar um alto nível de experiência mística, e carismas vários, como o dom das lágrimas. Era com orações e lágrimas que intercedia pelos pecadores e pedia a sua conversão. A Eucaristia foi o sol que iluminou toda a sua vida espiritual. Jesus apareceu-lhe algumas vezes em forma de menino, que desde a hóstia consagrada lhe descia para os braços , embriagando-o de doçura. Encarregado por São Francisco de tratar leprosos nas gafarias esse exercício de caridade serviu-lhe de trampolim para a mais alta perfeição. Via-se, assim, obrigado a Ordenação de frei Tide vencer-se constantemente a si mesmo e a vencer a repugnância natural em lidar com esses doentes, que se mostravam agradecidos pela caridade com que ele os tratava e comovidos com a sua santidade, e se encomendavam às suas orações. Por causa da austeridade de vida e do trabalho árduo nas leprosarias, não tardou a ficar sem forças. Suportando com paciência as graves enfermidades que agora padecia, continuou assim a imolação que já fizera ao Senhor quando se pusera a serviço dos leprosos. As etapas que o fizeram chegar à santidade foram a contemplação, o amor à Eucaristia, a devoção a Nossa Senhora, a imitação do seráfico Pai, a paciência nos sofrimentos e sobretudo a inesgotável caridade para com os leprosos. O Senhor levou-o para junto de si a 27 de junho de 1232. Por frei Oton Júnior, OFM Frei Erotides nasceu no dia 24 de abril de 1961, em Capitólio, filho de Domingos Machado de Melo e Maria Zélia de Melo (in memoriam). Fez o Postulantado em Betim, MG, no Convento Santa Maria dos Anjos, em 2001. No ano seguinte, fez o Noviciado em Montes Claros, MG. Professou seus primeiros votos a 29/09/2003; iniciou seus estudos de Filosofia e Teologia no Instituto Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte, concluindo a Teologia em Juiz de Fora, MG, em 2008. Professou solenemente na Paróquia São Francisco das Chagas, em Belo Horizonte, em 02/02/2009. Foi ordenado Diácono em Santos Dumont, pela imposição das mãos de Dom Gil Antônio Moreira, em 26/09/2009. Atualmente é formador da Comunidade de Jovens Franciscanos, em Santos Dumont. No sábado, dia 15 de maio, às 10h, Frei Erotides Antônio de Melo foi ordenado presbítero pelo Bispo ordenante Dom José Martins, Arcebispo emérito de Porto Velho, RO. A celebração aconteceu em Capitólio (a 184 km de Belo Horizonte, às margens da barragem de FURNAS), na matriz de São Sebastião. Durante toda a semana, dezenas de frades e freiras ajudaram no tríduo preparatório e na celebração da ordenação. Compareceram também muitos padres e seminaristas da diocese de Luz, a qual pertence Capitólio. 03 ial c e p s E Santo Antônio Neste mês de junho, temos a alegria de celebrar um santo muito popular e querido por todos. Santo Antônio, de Lisboa, de Pádua, enfim, de todos os lugares, de todo o mundo. Foi o único santo até hoje que foi canonizado o mais rápido possível. Devido à repercussão de sua morte e tantos milagres que ele tinha feito que, onze meses após sua morte, o Papa Gregório IX, em 1263, o canonizou. Antônio tinha o nome de batismo de Fernando, nasceu no dia 13 de setembro de 1191, filho de Martinho de Bulhões e Teresa Taveira. Passados todos os seus anos de infância e adolescência na família, ao completar 15 anos de idade, pediu aos seus pais para entrar no Convento da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, no mosteiro São Vicente, na cidade de Lisboa, em Portugal. Ali ficara 2 anos, numa vida totalmente dedicada aos estudos da Sagrada Escritura, uma vida intensa de oração e de trabalho. Antônio fortificou a sua inteligência com os testemunhos da Escritura. Confiou muito o que lia, guardando os ensinamentos na sua memória, conseguia revelar a todos, falando prontamente as passagens do Evangelho e transmitindo aquilo que sabia para os outros. 04 “A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras.” (Dos sermões de Santo Antônio, I. 266) Antônio não tinha muito sossego ficando em Lisboa: inúmeros amigos e parentes importunavam a sua vida no Mosteiro com as visitas, não o deixavam viver em paz; resolveu pedir ao seu Provincial para mudar de lugar. Com muita dificuldade, foi transferido para Coimbra, no Mosteiro Santa Cruz. Ali permanecera 9 anos, com uma formação Científica e Teológica. Em 1218, recebeu a ordenação presbiteral, fazendo algum trabalho pastoral nas redondezas da cidade. Antônio presenciou em 16 de janeiro de 1220, a chegada dos restos mortais de cinco frades da Ordem de São Francisco de Assis, que foram martirizados em Marrocos. Vendo o testemunho corajoso desses cinco frades, Antônio, com o desejo de ser santo, vai até aos frades franciscanos querendo ingressar na Ordem. Os irmãos menores recebem Antônio e lhes entrega o hábito. Frei Antônio tinha sede de martírio. Logo que lhe foi dada a autorização, resolveu partir o quanto antes para a terra dos Sarracenos, em Marrocos. O desejo de frei Antônio foi fracassado, enquanto navegava, enfrentou em alto mar muitas tempestades, ventos fortes, acabando a sua viagem nas costas da Sicília, na Itália. Em 24 de setembro de 1224, frei Antônio, não sendo martirizado, serviu muito na Ordem e revelou a sua sabedoria no sermão improvisado nas ordenações presbiterais dos seus confrades. Os frades franciscanos eram conhecidos pelas suas santidades, com seus testemunhos de vidas, nas práticas, mas nas pregações eram um verdadeiro “desastre”, não tinham uma eloquência boa para proferir as palavras. Não havendo ninguém que fizesse o sermão, frei Antônio prontamente o faz. Sabendo os frades que Antônio era presbítero e Doutor da Teologia, pedem que ele vá ao encontro de Francisco de Assis e converse para que ensine Teologia aos confrades. Dois anos antes da morte de São Francisco, ele escreve uma carta para frei Antônio e diz: “Eu, Frei Francisco, saúdo a Frei Antônio, meu bispo. Gostaria muito que ensinasses aos irmãos a sagrada Teologia, contando que nesse estudo não acabe o espírito da santa oração e da devoção, segundo está escrito na Regra. Passar bem”. A partir desta carta, frei Antônio foi o primeiro frade a ensinar Teologia aos irmãos em sua Ordem. Em 1227, foi eleito Ministro Provincial na Romagna, Itália; fez várias pregações, combateu contra as heresias presentes em sua época, converteu muitos hereges pela sua sabedoria e eloquência, escreveu vários sermões dominicais e sermões para as festividades dos santos. Frei Antônio consagrou-se com todo empenho a pregar ao povo a palavra de Deus, ensinando e ouvindo as confissões. Além de ter uma vida de muito jejum e oração, muitas pessoas viam em frei Antônio um santo. Ele conseguiu simpatia de homens e mulheres, de todas as condições sociais, de toda a idade; a igreja ficava lotada para ouvir a pregação de Antônio em Pádua. O Papa Gregório IX deu um título a frei Antônio de “Arca do Testamento e Arca das Sagradas Escrituras”. Frei Antônio teve um ataque de hidropisia, morreu aos 40 anos de idade, no dia 13 de junho de 1231, em Pádua, Itália. Em 1946, o Papa Pio XII proclamou Santo Antônio “Doutor da Igreja” e “Doutor Evangélico”. Atualmente, Santo Antônio é invocado pelo cristão católico, para curar doença, achar coisa perdida e ajudar no casamento. O santo ganhou fama de casamenteiro. Muitos costumes existem em torno desse santo. Simpatias para casar, para arranjar um marido ou uma esposa. Outro costume muito presente em nossas igrejas, principalmente nas igrejas franciscanas, é a distribuição de pãezinhos de Santo Antônio. A Igreja Católica tem a tradição de distribuí-los no dia 13 de junho ou também na missa devocional das terças-feiras. Dizem que o pãozinho guardado dentro da lata de mantimento, garante que não faltará comida em casa. Santo Antônio, rogai por nós. Por frei Luciano Lopes, OFM 05 Visita Missionária à Cidade de Passos A partilha, em sua essência, cria comunhão. É nesta alegria, que venho partilhar com vocês a visita que fizemos à c i d a d e d e Pa s s o s , m a i s precisamente à comunidade paroquial de São Benedito. Tivemos a acolhida fraterna da Inês Poupe, da Pequena Família Franciscana, representante do Grupo dos Amigos de São Francisco, da Senhora Maria da Conceição, que contribui na dinamização das reuniões dos Amigos que acontecem em sua r e s i d ê n c i a . Pe r c e b e m o s o entusiasmo e dedicação delas para com o Grupo, mesmo com a saúde fragilizada. Foram dias agradáveis, tivemos uma calorosa acolhida da comunidade paroquial, celebramos a Eucaristia, reunimo-nos com o Pároco Padre Francisco Carlos e o vigário Claudionor de Barros para falar do nosso projeto de trabalho. Encontramos com jovens que desejam conhecer o Carisma, visitamos e celebramos com as Irmãs no Carmelo São José, encontramos com a Rosemeire Piotto e o esposo Marcelo Piotto, em uma convivência fraterna, que nos proporcionou a participação no programa da TV Rede Independentes. Foi um momento de enriquecimento, troca de experiência e oportunidade de refletirmos sobre temas atuais, principalmente sobre os trabalhos d a Pa s t o r a l Vo c a c i o n a l Franciscana, nossa missão e vocação. Agradeço pelo carinho e acolhida de todos. Abraço, Paz e Bem! Irmã Maria Inês Clarissa Franciscana Missionária 06 Legenda de Santa Clara Virgem COMO RESISTIU COM FIRME PERSEVERANÇA AO ASSALTO DOS PARENTES Mal voou a seus familiares a notícia, e eles, com o coração dilacerado, reprovaram a ação e os projetos da moça. Juntaram-se e correram ao lugar para tentar conseguir o impossível. Recorreram à violência impetuosa, ao veneno dos conselhos, ao agrado das promessas, querendo convencê-la a sair dessa baixeza, indigna de sua linhagem e sem precedentes na região. Mas ela segurou as toalhas do altar e mostrou a cabeça tonsurada, garantindo que jamais poderiam afastá-la do serviço de Cristo. A coragem cresceu com o combate dos parentes e o amor ferido pelas injúrias lhe deu forças. Seu ânimo não esmoreceu nem seu fervor esfriou, mesmo sofrendo obstáculos por muitos dias no caminho do Senhor e com a oposição dos familiares a seu propósito de santidade. Entre insultos e ódios, temperou sua decisão na esperança, até que os parentes, derrotados, se acalmaram. Poucos dias depois, foi para a igreja de Santo Ângelo de Panço, mas, não encontrando nesse lugar plena paz, mudou-se finalmente para a igreja de São Damião, a conselho do bemaventurado Francisco. Aí, cravando já no seguro a âncora do espírito, não flutuou mais por mudanças de lugar, não vacilou diante do aperto, nem teve medo da solidão. Era a igreja em cuja restauração Francisco suara com tão admirável esforço, oferecendo dinheiro ao sacerdote para reparar a obra. Foi nela que, estando em oração, Francisco ouviu uma voz que brotava (cfr. 2Pd 1,17)do madeiro da cruz: “Francisco, vai, repara minha casa que, como vês, se desmorona toda”. A virgem Clara fechou-se no cárcere desse lugar apertado por amor ao Esposo celeste. Abrigando-se da tempestade do mundo, encarcerou seu corpo por toda a vida. Aninhando-se nas fendas dessa rocha, a pomba de prata (cfr. Ct 2,14; Jr 48,28) gerou uma fileira de virgens de Cristo, instituiu um santo mosteiro e deu início à Ordem das senhoras pobres. Aqui, moeu os terrões dos membros no caminho da penitência, lançou as sementes da perfeita justiça, fez com seu passo as marcas para as seguidoras. Nesse apertado recinto, por quarenta e dois anos, quebrou o alabastro do corpo com os açoites da disciplina, enchendo a casa da Igreja com o aroma dos perfumes. Vamos narrar amplamente como viveu com glória nesse lugar, mas primeiro temos que contar quantas e quão grandes almas vieram a Cristo graças a ela. FAMA DE SUAS VIRTUDES DIFUNDIDA POR TODA PARTE Pouco depois, já se espalhava a fama de santidade da virgem Clara pelas regiões vizinhas, e ao odor de seus perfumes correram (cfr. Ct 1,3) mulheres de toda parte. A seu exemplo, aprestaram-se as virgens a guardar para Cristo o que eram. Casadas, trataram de viver mais castamente. Nobres e ilustres, abandonando vastos palácios, construíram mosteiros apertados e tiveram por grande honra viver, pelo amor de Cristo, em cinza e cilício (cfr. M t 1 1 , 2 1 ) . Até o entusiasmo dos rapazes foi animado para esses certames de pureza e instigado a desprezar os enganos da carne pelo valoroso exemplo do sexo mais fraco. Muitos, afinal, unidos pelo matrimônio, ligaram-se de comum acordo pela lei da continência, e foram os homens para as Ordens e as mulheres para os mosteiros. A mãe convidava a filha para Cristo, a filha a mãe; a irmã atraía as irmãs e a tia as sobrinhas. Todas com fervorosa emulação desejavam servir a Cristo. Todas queriam uma parte nessa vida angélica que Clara fez brilhar. Numerosas virgens, movidas pela fama de Clara, já procuravam viver regularmente na casa paterna, mesmo sem regra, enquanto não podiam abraçar a vida do claustro. Eram tais esses frutos de salvação dados à luz pela virgem Clara com seus exemplos, que nela parecia cumprir-se o dito profético: A abandonada tem mais filhos que a casada (cfr. Is 54,1). COMO A NOTÍCIA DE SUA BONDADE CHEGOU A LUGARES REMOTOS Entretanto, para não reduzir a estreitos limites o veio dessa bênção do céu que brotara no vale de Espoleto, a divina providência transformou-o em torrente, de modo que a força do rio alegrou a cidade (cfr. Sl 45,5) inteira da Igreja. A novidade de tais sucessos correu pelo mundo inteiro e começou a ganhar almas para Cristo em toda parte. Mesmo encerrada, Clara começou a clarear todo o mundo e refulgiu preclara pelos motivos de louvor. A fama de suas virtudes invadiu as salas das senhoras ilustres, chegou aos palácios das duquesas e penetrou até nos aposentos das rainhas. A nata da nobreza dobrou-se a seguir suas pegadas e a da soberba ascendência de sangue desceu para a santa humildade. Algumas, dignas de casamentos com duques e reis, estimuladas pela mensagem de Clara, faziam rigorosa penitência, e as casadas com homens poderosos imitavam Clara como podiam. Numerosas cidades ganharam mosteiros, e mesmo campos e montanhas ficaram bonitos com a construção desses celestes edifícios. Clara, santa, abriu caminho para propagar a observância da castidade no mundo, devolvendo uma vida nova ao estado virginal. Hoje, a Igreja rebrota feliz com essas santas flores geradas por Clara, que pede seu apoio dizendo: Confortai-me com flores, reanimai-me com maçãs, porque estou doente de amor (Ct 2,5). Mas a pena tem que voltar a seu propósito para dar a conhecer como foi que ela viveu. A SUA SANTA HUMILDADE Ela, pedra primeira e nobre fundamento de sua Ordem, tratou de levantar desde o começo o edifício de todas as virtudes sobre a base da santa humildade. De fato, prometeu santa obediência ao bemaventurado Francisco e não se desviou em nada do prometido. Três anos depois da conversão, recusando o nome e o cargo de abadessa, preferiu humildemente submeter-se a presidir, servindo entre as servas de Cristo e não sendo servida. Por fim, obrigada por São Francisco, assumiu o governo das senhoras. Daí brotou em seu coração temor e não enchimento, crescendo no serviço e não na independência. Quanto mais elevada se viu por esse exterior de superioridade, mais se fez vil aos próprios olhos, disposta a servir, desprezível na aparência. Não recusava nenhum trabalho servil. Costumava derramar água nas mãos das Irmãs, assistindo-as enquanto sentadas e servindo-lhes a comida. Custava-lhe dar uma ordem, mas estava pronta a fazer por si. Preferia fazer ela mesma a mandar as Irmãs. Lavava pessoalmente as cadeiras das doentes e as enxugava com seu espírito nobre, sem fugir à sujeira nem ter medo do mau cheiro. Com frequência lavava e beijava os pés das serviçais quando voltavam de fora. Uma vez, estava lavando os pés de uma delas e, quando foi beijá-los, a Irmã não suportou tanta humildade, puxou o pé de repente e bateu com ele no rosto de sua senhora. Esta voltou a tomar o pé da serviçal com ternura e lhe deu um beijo apertado sob a planta. 07 Amigos aniversariantes 01/06 - Bertilha Lara da Silva (Capitólio); Gilmar Xavier (Manhuaçu); Mário Rodrigues da Silva (Belo Horizonte); 02/06 - Ana dos Reis Santos (Taiobeiras); Conceição Donata Paula (Brás Pires); Ilasmar Maria de Lima (Fruta de Leite); Maria de Lourdes Silva (São João del-Rei); Patrícia Campos (Belo Horizonte); Wallace Silva de Oliveira (Nova Venécia); 03/06 - Daniel de Sousa Reis (Formiga); Hélio de Oliveira Silva (Brás Pires); Maria Rodrigues de Oliveira (Passos); Michele Marchiote de Carvalho (Itapiruçu / Palma); Renata Leandra F. Santos (Salinas); 04/06 - Gabriel Luiz da Costa (Formiga); Hélio José da Silva (Visconde do Rio Branco); Maura Martins Gonzaga (Brás Pires); 05/06 - Almir José Toledo da Silva (Santos Dumont);Enir Aparecida Fernandes (Passos); Maria de Fátima Oliveira (Betim); 06/06 - Edilson de Almeida Dias (Guidoval); Lucélia Alves Souza (Novorizonte); Marina Alvarenga (São João del-Rei); Nágela Chaves da Conceição (Fruta de Leite); 07/06 - Francielle Martins Azevedo (Rubelita); José Edimar Pereira (Nova Venécia); Ludeci Rodrigues da Silva Teixeira (Itinga); Maria Aparecida Sebim Zanom (Nova Venécia); Maria José Pinto Paiva (São João del-Rei); Shirley Aparecida Alves Gonçalves (Divinópolis); Tereza de Oliveira Marcolino (Cabo Verde); 08/06 - Mara Lúcia Alves Ribeiro (Salinas); Maria da Luz de Souza Araújo (Manhuaçu); Maria Helena Castro Silveira (Formiga); Maria Teresa Amorim Lopes (Visconde do Rio Branco); Marileny Barbosa de Andrade e Prates (Taiobeiras); 09/06 - Antônio Cassiano da Silva (Formiga); Caetana Gomes Dutra (Manhuaçu); Gilson Bergamim (Nova Venécia); Ionara Santos Oliveira (Novorizonte); Maria de Jesus Lima (Fruta de Leite); Sibeli Soares Alves (Montes Claros); 10/06 - Jamir José Coelho da Silva (Nova Venécia); Maria Aparecida Alves Peixoto (Itaúna); Maria Geralda (Brás Pires); Maria Olímpia de Oliveira Celestino (Rubelita); Rodrigo Silveira Filho (Rubelita); Valéria Júnia Cardoso dos Santos ( Novorizonte); 11/06 - Antonieta Maria Santana (São João del-Rei); Eleny Mendes de Souza (Rubelita); Gilton Luiz da Costa (Formiga); Maria Alice Teodora da Silva Martins (Capitólio); Maria Ladeira Pinto (São João del-Rei); Junho 12/06 - Antônio Luiz Nunes Furtado (Belo Horizonte);Célia Soares Teixeira (Brás Pires); 13/06 - Andréia dos Santos (Itapiruçu / Palma); Antonieta Almeida (Belo Horizonte); Enilda Silva Magalhães (Brás Pires); Isaura Filogonio (Belo Horizonte); Letícia Luiza da Costa (Formiga); Lilianne Maria P. de Carvalho (São João del-Rei); Maria de Lourdes P. de Oliveira (São João del-Rei); 14/06 - Alcir Ribeiro de Souza (Betim); Cleusa dos Anjos Rodrigues (Brás Pires); Giani Vieira Tavares de Oliveira ( F o r m i g a ) ; Pe r p é t u a R a i m u n d a Calçavara (São João del-Rei); Tamara Guimarães Dantas (Formiga);Tamara Santos Ferreira (Capitólio); 15/06 - Antônio Reinaldo de Trindade (São João del-Rei);Baltazar Francisco de Carvalho ( Passos); Edinete Cleydiane Ferreira Santos (Itinga); Fernando Gonzaga de Barros (Formiga); Maria José Cruz Pereira (Formiga); Solange Martins (Salinas); 16/06 - Alcina Alves (Novorizonte); Antônia Neusa dos Santos Soares (São João del-Rei); Antônio Geraldo Pereira de Lima (São João del-Rei);Aurelino Rodrigues Lima (Fruta de Leite);Belarmina de Fátima Pinto Assis F. (Manhuaçu); Ivanilde Maria de Fátima Silva (Formiga);Maria de Lourdes Francisco da Paz Pereira (Rubelita); Matheus Patrício Ferreira (Manhuaçu); 17/06 - Andressa de Oliveira Jacundino (Novorizonte); Gilson José de Sousa (Formiga); Ivete Martins Silveira (Rubelita); Izaura Dejanira de Brito Campos (Nova Venécia); João Nilton Mendes Santos (Rubelita); Manoelita da Silva Lopes (São João del-Rei); 18/06 - Donato Borges Pereira (Fruta de Leite); Elizabeth Magalhães (Montes Claros); Evanildo do Nasc. Silva (São João del-Rei); Geralda Maria Aparecida (Brás Pires); João Batista Gonçalves (Divinópolis); Maria da Conceição Santos Oliveira (Betim); Maria de Fátima Silva (São João del-Rei); 19/06 - Belmiro Adilson Ramos (São João del-Rei); Guilherme Matheus de Oliveira (Visconde do Rio Branco); Maria Aparecida Cardoso de Oliveira (Formiga); 20/06 - Gilmar Sena Saraiva (Novorizonte); Judite Maria Tavares (Formiga); Maria Pereira dos Santos (Salinas); Neusa Consoladora Silva Costa (Brás Pires);Nice Sebastiana Cunha (Visconde do Rio Branco); Valdir José Pires (Formiga); 21/06 - Horácio Justino (Cabo Verde); José Milton Martins Azevedo (Rubelita); Juliana Aparecida Figueiredo (São João del-Rei); Margarida Coutinho Prata (Visconde do Rio Branco); Ritchelli Guimarães Tavares (Formiga); Rosângela Maria Fonseca (Formiga); 22/06 - Ailton dos Santos (Rubelita); Albertina Vieira Tavares (Formiga); Cláudia Bezerra de Freitas Souza (São João del-Rei); Haroldo Tavares da Silva (Visconde do Rio Branco); Manuelina Agostinho Machado (Visconde do Rio Branco); Paula Domingues Ribeiro Marchiote (Itapiruçu / Palma); 23/06 - Ana Teixeira de Sousa (Formiga); Gilsiana Márcia Teixeira (Manhuaçu); Lourival Alves do Couto (Formiga); Maria Agripina de Souza (Brás Pires); Maria Euzébia de Oliveira (Visconde do Rio Branco); Marlene Nunes dos Santos (Passos); Thaíssa Paloma de Souza Santos (Belo Horizonte); 24/06 - Eva Marques da Silva (Taiobeiras); João Evangelista Pereira (Passos); João Gualberto de Melo (Capitólio); Lúcia de Jesus Abreu (Belo Horizonte); Neuza Maria de Oliveira (Passos); Roque Gonçalves de Oliveira (Passos); 25/06 - Araceli Maria Silva Cardoso ( Brás Pires);Bárbara Oliveira Fernandes (Formiga); Daniella de Souza Bergamim (Nova Venécia); Geny Pereira da Silva Araújo (Fruta de Leite); José Geraldo Rodrigues de Silva (Brás Pires); Magda Terezinha Evangelista Dutra (Itinga); Maria dos Santos Barbosa (São João del-Rei); 26/06 - Ana Maria Alves (Brás Pires); Maria Aparecida Carvalho (Capitólio); 27/06 - Aldo José de Rezende (São João del-Rei); Maurício Pedrosa Teixeira (Formiga); Pierry Augusto Gusmão de Menezes (Itinga); Sandro Figueiredo Marques Canário (São João del- Rei); 28/06 - Aparecida da Silva Luiza Flores (Visconde do Rio Branco); Dayriara de Souza Fortes da Fonseca (Itapiruçu / Palmas); Nileide Ervilha Teixeira dos Santos (Visconde do Rio Branco);Pedro de Paula Soares (São João del-Rei); 29/06 - Alaíde Alves de Oliveira (Salinas); Elaine Pereira Soares (Novorizonte); Geni de Oliveira (Passos); Izabel Leonel de Oliveira (Capitólio); José Vaz de Oliveira (Capitólio); Maria do Carmo Rodrigues (Formiga); Raquel Siqueira (Cabo Verde); 30/06 - Érica Fernanda dos Santos Ribeiro (Novorizonte); Júlia Ubaldo Oliva (Visconde do Rio Branco); Maria Efigênia poupe ( Passos); Mariza Batista Pereira (Novorizonte); Paulo Rodrigues de Matos (Betim). ! S N É B A R A P Aniversário dos Freis 08 09/06: 10/06: 19/06: 20/06: Dario Campos José Gomes Vieira Jacir de Freitas Faria Mário Rodrigues dos Reis 23/06: João Ricardo Teodoro 27/06: Donizete Afonso da Silva 29/06: Pedro Paulo Chiaretti Paz e Bem! Parabéns!
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