PDF – 7,8MB - RRPP Atualidades Online

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PDF – 7,8MB - RRPP Atualidades Online
RRPP
VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br
MARIA HELENA SPONCHIADO/ HIPER
O palco da
Comunicação
• Debates no teatro da
PUCRS, em Porto Alegre
Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS
Ano 15 n° 30 - Porto Alegre, RS, Brasil - Dezembro 2009
Vida de estudante
em Londres
e na Austrália
∆∆ Vitória em Sidnei
SET UNIVERSITÁRIO
O rock demais
dos professores
da Famecos
Fotografe com
seu celular e entre
direto no site
FOTO: MARIA HELENA SPONCHIADO - ARTE: KARLA SANCHES WÜNSCH
∆∆ Estudantes de Relações Públicas da Famecos se preparam para atuar em um novo cenário
Relações Públicas 2.0
monitora imagem
e reputação na rede
• Não é apenas um clipping das mídias sociais; exige análise profunda de conteúdo
2
RRPPAtualidades/dezembro 2009
ABERTURA
RECONHECIMENTO NACIONAL
PUCRS recebe título de melhor
universidade privada do Brasil
BRUNO TODESCHINI/ HIPER
• Mais de nove mil cursos superiores avaliados
A PONTIFÍCIA Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) foi considerada a melhor
Universidade Privada do Brasil em
2009. O prêmio é uma iniciativa do
Guia do Estudante e Banco Real –
Grupo Santander, disputado entre
instituições de ensino superior públicas e privadas do país.
A PUCRS venceu entre as IES
privadas e a USP, entre as públicas.
“Trata-se de um importante reconhecimento à qualidade de nossas
ações e iniciativas, sempre comprometidas com a formação humana
e profissional”, destacou o reitor
Joaquim Clotet. Em seu comunicado à comunidade universitária,
dia 28 de outubro, destacou que a
conquista “expressa o resultado do
esforço de todos”.
Estruturada como universidade desde 1948, a instituição mantida pelos Irmãos Maristas no Rio
Grande do Sul tem sede em Porto
Alegre e faculdades em Uruguaiana
e Viamão. Possui aproximadamente 30 mil alunos nos 51 cursos de
graduação, 23 de mestrado, 19 de
doutorado e 70 em nível de especialização. Há 1.830 professores
e 3.500 funcionários. Em seus órgãos de apoio científicos e tecnológicos destacam-se a Biblioteca
Central Irmão José Otão, Hospital São Lucas, Museu de Ciências
e Tecnologia, Parque Científico e
Tecnológico (Tecnopuc), Museu de
Ciências e Tecnologia, Centro de
Eventos, Parque Esportivo e o Hospital Veterinário de Uruguaiana.
O Guia do Estudante 2009
destacou dez cursos da PUCRS
com cinco estrelas (excelente) e 21
com quatro. Receberam cotação
máxima Administração, Ciência da
Computação, Ciências Biológicas,
Engenharia da Computação, História, Odontologia, Pedagogia, Psicologia, Publicidade e Propaganda e
Sistemas de Informação.
Obtiveram quatro estrelas Arquitetura e Urbanismo, Ciências
Aeronáuticas, Ciências Contábeis,
Ciências Sociais, Direito (Campus
Central e Uruguaiana), Educação
Física, Engenharia Civil, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Elétrica, Engenharia de
Produção, Farmácia, Filosofia, Física, Fisioterapia, Jornalismo, Medicina, Química, Relações Públicas,
Serviço Social e Turismo. Foram
avaliados 9.371 cursos de graduação no País.
ELYÉDRE DA COSTA, MARIA ANGÉLICA
SILVINO E VITÓRIA GUIMARÃES
∆∆ Biblioteca Central Irmão José Otão, uma das referências
Estudantes de RRPP criam site sobre doação de medula óssea
A FALTA de conhecimento sobre a doação de medula óssea,
levou um grupo de
estudantes de Comunicação Social – habilitação em Relações
Públicas decidiu criar um site com
informações sobre como o procedimento é muito menos complicado do que as pessoas imaginam.
O site (www.leipietro.com.br)
é conhecido como O Manual do
Doador de Medula Óssea e nele
podem ser encontradas diversas
informações sobre leucemia, o
procedimento da doação e como
se tornar um doador. O manual é
baseado na Lei Pietro, aprovada 4
de fevereiro de 2009 e “tem como
objetivo o esclarecimento e a mobilização do doador voluntário,
cuja compatibilidade sanguínea
permite ser doador de medula óssea, em vida, sem prejuízo a sua
saúde”, segundo o site.
A Lei Pietro, como pode ser
visto na página da Internet, foi
feita em homenagem a Pietro Albuquerque que foi vitima de leucemia mielóide aguda e faleceu
antes dos 20 anos. Tal lei designa
que do dia 14 a 21 de dezembro
seja a “Semana de Mobilização
Nacional para Doação de Medula Óssea”, em que as pessoas são
conscientizadas de que este transplante é a única chance de cura
para os portadores da doença.
A iniciativa foi tomada pelos
alunos Aline Camargo, Carolina
Faraco, Fabiana Fernandes, Fernanda Guimarães, Luciana Aragon, Patricia Lima e Ricardo Dytz.
O trabalho foi orientado pelos
professores Marisa Soares e Diego Caleffi, na disciplina de Projeto
Experimental Livre, do Curso de
Comunicação Social – habilitação
em Relações Públicas, da Faculdade de Comunicação Social, da PUCRS. Recebeu nota dez.
PABLO ORTIZ ESTRÁZULAS
ABERTURA
Um retiro
universitário
RRPPAtualidades/dezembro 2009
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TRÍPLICE COROA
Alunos da Famecos vencem
Prêmio ABRP em São Paulo
• Monografias de formandos são destaque em concurso nacional
A PASTORAL da PUCRS
promove todos semestres um
retiro universitário, no qual
alunos e ex-alunos participam
de um momento impar com
Deus, onde param e refletem
sobre questões que passam
despercebidas nos dias atuais.
São momentos em que se pode
parar e olhar para dentro de si,
conhecer um pouco das outras
pessoas também, mas principalmente dar uma pausa, e
ter um momento com Deus,
tentar encontrar uma resposta
para coisas que acontecem e
nem sempre estão claras.
Ao partilhar as experiências, é possível perceber que
todos temos problemas, mas
precisamos encontrar um
rumo a seguir, para que assim
as dificuldades se resolvam.
Sair do ambiente em que vivemos 24 horas é muito importante porque podemos enxergar de outro ângulo, a família,
o trabalho e os estudos.
O momento de refletir
o porquê da sociedade estar
cada vez mais estressada, neurótica, e as coisas se tornaram
banais, ninguém mais se surpreende com mais nada. Dar
um tempo e refletir sobre de
que forma mudar este cenário
são proporcionados no retiro.
É uma experiência única
com Deus e com colegas de outros cursos, outras realidades,
mas é um trabalho contínuo,
não somente de uma final de
semana, mas uma sementinha
foi plantada e precisa ser cultivada. São propostas da Pastoral: que os alunos possam
dentro da Universidade ter
esta vivência com Deus, refletir e dar o primeiro passo para
a mudança.
MARIANA MACHADO FERRAZ
TRÊS MONOGRAFIAS
do curso de Relações Públicas
da PUCRS foram vencedoras
na 27ª edição do Prêmio ABRP
2009, a tradicional premiação
da Associação Brasileira de
Relações Públicas – São Paulo, destinada a valorizar proFOTOS DIVULGAÇÃO
∆∆ Diego, Carolina e Ana Paula na ABRP
duções de pesquisa acadêmica
realizadas na área. Este ano,
inscreveram-se mais de 200
trabalhos, oriundos das cinco
regiões brasileiras. “O processo de avaliação permitiu detectar a diversidade dos olhares
de professores, pesquisadores
e profissionais sobre a nossa
atividade”, destacou o Prof. Dr.
Luiz Alberto de Farias, presidente da ABRP-SP, criada em
1954, pioneira na defesa dos
relações-públicas no País.
Três formandos da Famecos foram destaques na
entrega dos prêmios, em 28
de outubro, no auditório da
UniSant’anna, em São Paulo. Orientado pela professora
Cleusa Scroferneker, Diego
Wander Santos da Silva con-
quistou o 1° lugar na categoria Comunicação Empresarial,
com a monografia intitulada “A
auditoria virtual como (nova)
modalidade comunicacional
nos sites/portais das Universidades da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS”.
A Famecos ficou também na
segunda colocação em Comunicação Organizacional, com
a formanda Carolina Pereira
Vidal, orientada pela professora Souvenir Graczyk Dornelles, coordenadora do curso da
PUC. A terceira premiada da
faculdade foi Ana Paula Carneiro Costa, que conquistou o
1° lugar na categoria de Valorização Profissional em RRPP.
Sua pesquisa de final de curso
(“Aproximação, estímulo, cognição e mente: ingredientes da
sinérgica interação das ações
de Relações Públicas e Neuromarketing”) foi orientada pela
professora Susana Gib Azevedo.
Depoimentos
Diego, um dos vitoriosos
da noite, aconselha que uma
monografia deve ser conduzida
seriamente e entendida como
um trabalho de conclusão, no
qual se expõe toda a trajetória
do aluno e toda a bagagem que
foi adquirida no decorrer do
curso. “Apesar do curto tempo
que se tem para demonstrar
tudo o que foi aprendido”, enfatiza. Ele revela que seu trabalho foi desenvolvido em um
processo bem truncado, árduo e exigiu
muito esforço, mas
“o resultado valeu
a pena e felizmente
consegui mostrar os
objetivos propostos
no início do semestre”. Para os alunos
que desejam participar de um evento como este, Diego
∆∆ Eles receberam um troféu e ainda diploma
deixa uma dica: a monografia
deve ser encarada como um
diferencial, um trabalho individual e sério, procurando novos conhecimentos e desenvolvimento pessoal, pois portas
podem abrir-se.
Todos concordam: para
conseguir uma boa colocação
em concursos de pesquisas
científicas, é muito importante o candidato apresentar um
diferencial. A professora Susana Gib, orientadora da vitoriosa Ana Paula, explica que o
diferencial do trabalho de sua
aluna foi o conteúdo novo:
Neuromarketing aplicado às
Relações Públicas. Ela venceu
em uma categoria de atuação
profissional ao apresentar uma
estratégia de marketing inovadora. “Em termos de conteúdo,
não existem livros ainda, apenas ações que mostram resultados”, ressalta a professora.
Ana Paula quis trabalhar
com o entendimento dessa
estratégia de marketing com
foco em Relações Públicas e
não somente em Publicidade
e Propaganda. A orientadora
ressaltou que o trabalho tem
uma metodologia bem definida, com entrevistados na área
de RP, neurociência, psicologia
e profissionais vinculados com
experiência em marketing para
publicidade. “Construímos um
referencial teórico inédito com
artigos científicos e entrevistas
com profissionais. É um trabalho referência em teoria”, afirma a professora Suzana.
Para nós, colegas de Relações Públicas, é um imenso
prazer ter a certeza de que fomos muito bem representados
neste evento. Parabéns a todos
alunos e professores que foram
inovadores e ousados no encontro ABRP.
SAMANTA BOFF
E TIAGO BARBOZA
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RRPPAtualidades/dezembro 2009
ABERTURA
Quem somos
∆∆ Turma de Produção de Mídia Impressa e Digital fez a revista e o site
PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas
da Faculdade de Comunicação Social
(Famecos), da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico,
Porto Alegre, RS, Brasil.
Versão Online: www.rrpponline.com.br
E-mails: [email protected]
Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet
Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira
Diretora/ Famecos: Drª. Mágda Cunha
Coordenadora/ Curso: Drª. Souvenir
Dornelles
Professores responsáveis: Tibério
Vargas Ramos e Silvana Sandini
Edição: alunos de Produção de Mídia
Impressa e Digital em RRPP. Turma:
Amanda Machado, Angélica C. Silvino,
Elyedre Costa, Felipe Balestrin (Kiko),
Graziella Giordani, Isadora Kern Diehl
(Isa), Izaura Silva (Iza), Lucas Kafruni, Maria Clara Gasperini, Mariana
Ferraz, Pablo Ortiz Estrázulas, Pedro
Laval de Lima, Ramiro Binotto Peres,
Samanta Fagundes Boff, Tito Barboza
e Vitoria Andrade Guimarães.
• Clube paulista mais vezes campeão brasileiro é referência nacional em Marketing Esportivo
São Paulo: a evolução de um campeão
O SÃO PAULO Futebol Clube
se destaca entre os melhores clubes
no cenário futebolístico brasileiro.
Porém, não é apenas no bom futebol e nos vários títulos que o Tricolor é exemplo. O SPFC é referência
nacional em termos de organização, Marketing Esportivo, Relações
Públicas e Comunicação, para melhor satisfazer as necessidades de
seus torcedores.
Os anos 80 são o início do departamento de marketing do Tricolor, a fim de cuidar da marca e
através dos licenciamentos do clube. Atualmente, entre as principais
ações do marketing são-paulino
estão a divulgação da modalidade
esportiva do clube, o fortalecimento da marca, a ampliação do número de torcedores, os patrocínios, as
ações sociais e a fidelização.
Recentemente, na palestra
“São Paulo Futebol Clube: a evolução de um campeão”, Orandi Mura,
o Nino, supervisor de Relações Públicas, destacou que “o clube que
não tiver um RP não funciona”.
Afinal, o bom relacionamento com
todos seus públicos é um dos passos para o sucesso.
Nino concedeu entrevista sobre as atividades de Relações Públicas e Marketing no clube, este
último interdependente do futebol.
Como as Relações Públicas
atuam na estratégia de Marketing do clube?
Ele faz o primeiro contato com
grandes empresas - fornecedores
- Clubes - torcedores (alguns, lógico).
Quando e como surgiu o
departamento de marketing
no SPFC?
Pelos idos de 1980 para “ cuidar “ da marca SPFC que estava
sendo usada pelo mundo todo sem
direito a nada e outras propostas
recebidas.
O SPFC se espelhou em algum outro clube pra começar
a se preocupar com o marketing esportivo ou foi uma ideia
que nasceu aqui?
O MKT Esportivo já tem algum
tempo, mas o SPFC foi o primeiro a
ter um departamento oficial – profissional – com pessoas voltadas
para este ramo.
Qual o diferencial que destaca o marketing do SPFC dos
demais Clubes Brasileiros?
Somos profissionais como falei
na palestra: gosto do que faço e torço para o clube que trabalho .
Qual a “receita” para manter uma parceria tão longa
como a que o SPFC tem com
a LG?
Honestidade em tudo que fazemos – retorno de marketing – um
bom relacionamento (Relações Públicas)
Para finalizar, quais os
próximos passos no plano de
marketing do SPFC?
Ser campeão sempre – conquistar o mundo com a nossa marca – e ter a maior torcida.
ISADORA KERN DIEHL,AMANDA
MACHADO E IZAURA PEREIRA
Batismo tricolor
Manhã de sábado, 9 horas,
mais um dia de cerimônias de Batismo Tricolor. Trata-se de uma
ação inovadora que não tem nenhuma conotação religiosa. Qualquer pessoa, independente de cor,
sexo, raça, religião ou idade pode
ser batizada.
A maioria do público é formado por crianças, que durante a leitura do termo de compromisso de
“São-Paulinidade”, feito pelo “Santo Paulo”, demonstra lealdade e
amor ao Clube. Durante a ação, os
batizados ganham um kit composto por vela oficial, vaso com grama
do Morumbi, botom e camiseta.
ABERTURA
RRPPAtualidades/dezembro 2009
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BRUNO TEDESCHINI/ HIPER
VESTIBULAR
A Feira de Profissões
• PUCRS se abre à comunidade estudantil
A PUCRS promoveu nos
dias 17, 18 e 19 de setembro a
Feira das Profissões, na área
de Eventos do prédio 41 do
campus, visando auxiliar futuros universitários na decisão
da escolha da área de atuação
em sua vida acadêmica. Professores e alunos de todos os
cursos da Universidade se mobilizaram para a realização do
evento e a divulgação de suas
faculdades.
O estande de Relações
Públicas, curso que faz parte
da Famecos – Faculdade de
Comunicação Social da PUC,
teve grande visitação de futuros calouros, que puderam
esclarecer todas as suas dúvidas a respeito da atividade
deste profissional e como está
o mercado nos dias de hoje.
O trabalho foi realizado em
equipe constituída por alunos
e professores.
“Nosso estande se caracteriza pelo bom acolhimento,
tanto alunos como professores mostraram uma boa integração, o que revela o espírito
do curso de comunicação. A
maioria dos alunos do Ensino Médio que nos procura já
tem conhecimentos básicos da
área, e está muito preocupado
com o mercado de trabalho.
Cada vez o perfil do jovem que
procura por informações é
mais jovem”, comentou a professora de Relações Públicas,
Glafira Bartz, que foi uma das
orientadoras da Famecos na
Feira das Profissões.
FELIPE RIGHI BALESTRIN,
PEDRO LAVAL DE LIMA
E VITÓRIA GUIMARÃES
BRUNO TEDESCHINI/ HIPER
∆∆ Manifestações de protesto contra o fim da exigência do diploma
Audiência pública defende
diploma para jornalistas
• Deputados e sindicalistas participaram
∆∆ PUCRS promove seus cursos em uma feira
ACONTECEU na manhã
de 22 de setembro, no auditório da Famecos, uma audiência pública para tratar da
decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) quanto à não
obrigatoriedade do diploma
de jornalismo para o exercício da profissão. O debate foi
promovido pela Comissão de
Educação, Cultura, Desporto,
Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa, sob presidência do deputado estadual
Mano Changes, coordenada
pelo deputado Sandro Boka,
proponente da audiência.
Com a presença dos deputados Kalil Sehbe, Marisa
Formolo e também o deputado
federal Paulo Pimenta, o debate buscou levantar subsídios,
esclarecer dúvidas e propor alternativas no que diz respeito
à desastrada decisão do STF.
Formando a Mesa também estiveram presentes, o
presidente do Sindicato dos
Jornalistas, José Nunes; Fer-
nanda Nascimento, representante do Núcleo de Estudantes
do Sindicato de Jornalistas, e
a coordenadora do Departamento de Jornalismo da Famecos, professora Cristiane
Finger.
Ao final, cada parlamentar
se colocou contra a decisão e a
disposição dos jornalistas e futuros ali presentes, para lutar
junto aos atingidos, encaminhando manifestos, projetos
de lei e mobilização em defesa
do diploma.
“Não dá para confundir
liberdade de expressão com
liberdade para o exercício da
atividade”, destacou o deputado Pimenta, que juntos aos
demais presentes se mostram
revoltados com essa decisão e
buscam a qualificação e valorização do Jornalismo, deixando de lado interesses políticos
e ideológicos.
FELIPE BALESTRIN
E GRAZIELLA GIORDANI
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ENSAIO
RRPPAtualidades/dezembro 2009
A Internet e sua
Usabilidade
• Por que o profissional de RRPP deve
preocupar-se com essa nova tecnologia?
POR ELYEDRE COSTA
A TECNOLOGIA está nas lojas, nos
carros, na esquina, na rua, nas casas, nos
eletroeletrônicos, tornando-se até alvo de
estudo, pois mexeu de fato no imaginário
humano com teorias como a da cibercultura. Desde o eletrodoméstico utilizado pela
dona de casa ao carro mais moderno que
calcula a quilometragem para chegar ao
seu destino. O computador está lá, na sala
ou quarto, usado pelo filho para trabalhos
escolares, pelo pai para se informar, pela
mãe em suas atividades e por que não falar
dos avós, os quais, no decorrer dos anos,
interessam-se cada vez mais por esse meio
massivo e alternativo de comunicação.
No trabalho, a comodidade, a praticidade e a necessidade de rapidez fizeram
com que o computador fosse indispensável. Havia a necessidade de um meio como
a Internet, que conectasse as pessoas em
grandes redes mundiais, tanto a negócios
quanto mesmo para relacionamentos. Lidar com computadores tornou-se uma
extensão de nossas vidas, profissional e
pessoal, e criou-se uma nova forma de se
relacionar.
No início, tudo era muito novo. A globalização trouxe a tecnologia da informação e perda de identidade, mas, ao mesmo
tempo, proporcionou ao ser humano da
pós-modernidade a oportunidade de buscar alternativas aos antigos padrões. Possibilitou recriar novos conceitos, transformando-o, assim, num ser individual, mas
também coletivo.
Os usuários, contudo, não são obrigados a entender e até mesmo saber que existem diversos segmentos dentro da área
das tecnologias e, por extensão, da comunicação. Este artigo, A Internet e sua Usabilidade, se propõe a mostrar que existem
profissionais trabalhando especificamente
em criar programas, softwares, ferramentas e aparatos técnicos, para tornar a vida
do navegador do Internet Explorer ou Firefox mais simples, prática e segura.
Mas este artigo não pretende discutir a
informática e sim, as Relações Públicas na
era digital e a importância da usabilidade
dessa tecnologia na área de comunicação,
ao estabelecer novos meios de relacionamento através de sites e seus serviços. Na
análise, surgem as primeiras indagações:
Por que o profissional de RRPP deve preocupar-se com essa nova tecnologia? Que
relação existe, em falarmos de pessoas que
sabem apenas o básico, ou seja, ligar seus
computadores, conectar-se à grande rede
e navegar?
Devemos ter em mente que a comunicação e todas as maneiras em que ela se processa são interesses das RRPP, visto que é
uma atividade que “gerencia” (KUNSCH,
2003) e se torna “gestora política” dos
relacionamentos (SIMÕES, 1995). Saber
interpretar e tornar comum essa comunicação entre pessoas é a tarefa das RRPP.
Nossa área trabalha com todos os públicos
que se formam e são para eles que os sites
existem e vendem seus produtos, serviços,
imagens ou ideologias. As empresas vivem
para os públicos.
Como hoje ter um site
é comum (na verdade, essencial entre as organizações), se constitui em um
dos canais de ligação com
pessoas/consumidores. São eles que irão
acessar, pesquisar o produto, consumi-lo
ou não, apoiar a empresa em suas ações
sociais ou mesmo incorporá-las ao seu
dia-a-dia, tornando-se fiéis à marca/serviço. Os sites corporativos transportaram
a face da organização para a plataforma
de comunicação mais rápida do mundo, a
Internet.
A organização online é hoje imprescindível diante da impossibilidade das distâncias, a necessidade da informação, as
demandas de consumo e entretenimento,
criados ou proporcionados pela Internet,
que estabeleceu novos paradigmas de conhecimento e relacionamento. Na realidade, as organizações devem levar em conta o fato de que as pessoas sabem usar o
computador, e mais que isso, quando lhes
interessa alguma coisa, seja ela qual for,
buscam, perguntam, pesquisam, procu-
ram tudo o que possa satisfazer suas necessidades e interesses.
Fica claro que o site das empresas deve
ajudar e não atrapalhar. O serviço ou
produto oferecido na sua página precisa
ser fiel e satisfatório, porque para muitas
pessoas que acessam a Internet aquela
página será a personificação da empresa,
sua alma, seu atendimento e sua ética. As
novas tecnologias devem facilitar, ajudar
e não dificultar e favorecer apenas os que
estão por trás dos sites e sua lucratividade.
Por tudo isso, concluímos que a usabilidade de um website é muito importante e
faz toda a diferença no que diz respeito aos
públicos e a sua relação com a internet/
empresa. O fato é que cada vez mais lidamos com consumidores exigentes. Um site
de vendas, por exemplo, se não for de fácil
uso, não venderá e o usuário insatisfeito
terá uma péssima primeira impressão,
porque terá a credibilidade duplamente
perdida, ou seja, a do site e da empresa,
por não cumprir o que promete e a própria
organização que passará por falsa, visto
que é ela que fornece o atendimento e o
produto. A percepção do erro, que muitas
vezes se dá tardiamente, acarreta naquele
velho questionamento por parte da chefia:
“O que fizemos de errado? É o produto? É o
preço? O que o consumidor quer?“
Poucos são os que pensam na qualidade do atendimento, ou mesmo na parte técnica da homepage: se tranca, se o pedido é
ou não processado pela máquina, quantos
cliques são necessários para efetuar o que
se deseja etc. “Mais de 83% de usuários de
Internet abandonam um site se eles sentirem que serão necessários muitos cliques
para achar o que procuram.” (Arthur Andersen, 2001). E ainda: “75% dos entrevistados abandonam o carrinho de compras
sem finalizar a compra.” (Bizrate.com,
2001). Provavelmente o consumidor tenha
gostado e escolhido o produto e no momento de comprar, esbarrou em diversos
problemas de usabilidade dentro do site.
Chegamos então à palavra chave do artigo – Usabilidade; mas o que é isso?
ENSAIO
Usabilidade é uma disciplina que deixará de procurá-la.
estuda o comportamento do consumiO profissional de RRPP deve atuar
dor durante a utilização de um deter- intensamente como mediador entre Orminado produto (como software, dis- ganização e Público, garantindo que a
positivos eletrônicos ou websites), com comunicação seja efetivada da melhor
o objetivo de encontrar problemas nes- maneira possível, sem ruídos, sem ense produto. Contudo, é um instrumento ganos, sem problemas e em consonânde comunicação que tem sido deixado cia com a parte técnica do website.
de lado na construção da maioria dos
Sabemos que o público não se resuwebsites.
me ao consumidor. O segmento público
Nielsen e Tahir (2002, p.5) a defi- começa nas próprias organizações. É
nem como “a combinação de vários fa- dentro dela que na maioria das vezes
tores: a facilidade de aprendizagem, de surgem os problemas. Uma instituição
utilização, de memorização, a frequên- que tem uma comunicação efetiva com
cia e severidade de erros e a satisfação seu público interno reflete isso exterdos utilizadores”. A norma ISO 9241 de- namente. Não podemos pensar apenas
fine a Usabilidade como: “Efetividade, nos sites que são disponibilizados na InEficiência e Satisternet, precisamos
fação com que os
levar em conta a InOs erros devem ser previs- tranet e a satisfação
utilizadores atingem os seus objeti- tos, precisam ser feitos testes que proporciona ou
vos num determinão aos colaboradoexaustivamente, simulando res.
nado sistema.”
Portanto,
o
Quantas orgaas mais diversas situações
que os profissionizações não teriam
que podem ocorrer.
nais de RRPP e de
evitado
diversos
TI devem ter em
problemas com seus
mente ao conswebsites, se tivestruir um site, um software etc, é a facili- sem percebido primeiro as necessidades
dade da sua utilização. Os erros devem internas dos seus funcionários e sua Inser previstos, precisam ser feitos testes tranet? Porque os funcionários são conexaustivamente, simulando as mais di- sumidores de outros produtos também
versas situações que podem ocorrer.
e são muitas vezes os primeiros a fazer
Reafirmamos que RRPP viabiliza a a própria propaganda da empresa (púcomunicação entre público e empresa e blicos de multiplicação). Mais do que
os sites são ferramentas de comunica- ninguém, eles sabem o que seria bom e
ção. Pela atividade de Relações Públi- satisfatório em um site, o que realmente
cas acontece toda viabilização do canal é importante e o que as pessoas pensam
de comunicação com os públicos, logo, e esperam de sua organização. Ora, se
as suas ferramentas, juntamente com existe um problema de usabilidade em
os critérios de usabilidade de Nielsen e um website, é provável que o mesmo ruTahir (2002), permitirão que essa in- ído encontra-se na sua Intranet.
teratividade se dê da melhor maneira
Concluímos que a usabilidade e as
possível.
ações de RRPP são os pontos de partida
Se o canal está com erros, é incom- para que as empresas que desejam ter
pleto, faltam informações vitais para seu site consigam sucesso. A usabilidaa boa comunicação. Pode-se afirmar de consiste em facilitar, em verificar a
que existe ruído na comunicação e esta satisfação e a efetivação. Relações Púdeixa de ser uma ponte de mão dupla, blicas busca a sintonia na comunicação
onde de um lado há organização, que entre públicos e organização através de
julga estar passando a sua mensagem credibilidade e bons serviços. Ambos
e os seus objetivos, e do outro, temos o andam juntos e são indispensáveis às
público, que não recebeu a mensagem e novas tecnologias.
Referências Bibliográficas
NIELSEN, Jakob, TAHIR,
Marie. Homepage : 50 websites desconstruídos. Trad.
Teresa Cristina Felix de
Souza, Rio de Janeiro: Campus, 2002.
SIMÕES, Roberto Porto.
Relações públicas : função
política. 5. ed.rev.ampl. São
Paulo:Summus,1995.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling: Planejamento de Relações Públicas na
Comunicação Integrada. 2,
São Paulo: Summus, 2003.
SITES: Arthur Andersen.
Disponível em: http://
www.usabilidadebr.com.
br/saibamais.asp – Acessa-
do em 04/12/2009
Bizrate.com Disponível em:
http://www.usabilidadebr.
com.br/saibamais.asp
–
Acessado em 04/12/2009
NORMA ISO/IEC 9126:
disponível
em
http://
pt.wikipedia.org/wiki/ISO/
IEC_9126, acessado em
04/12/2009
RRPPAtualidades/dezembro 2009
7
•CRÔNICA
Fim do mundo?!
Crises, chuvas, apagões, desabamentos, raios, trovões, mortes, catástrofes, fúria da natureza, violência, inundações. Será o FIM DO MUNDO?
Alguma vez já paramos pra pensar
e refletir como estará o nosso mundo
quando os nossos filhos nascerem? Ou
ainda, os filhos dos nossos filhos? Já paramos pra pensar no nosso futuro? Se
vamos casar, se vamos ter aquele casal
de filhos que sonhamos ainda quando
crianças, se vamos plantar uma árvore,
escrever um livro, comprar uma casa na
praia, viajar o mundo todo em 6 meses,
viver um grande amor ou até mesmo ganhar na mega sena? Será que o mundo e
nós mesmo iremos resistir a tanta epidemia, aquecimento global e afins?
Filmes de ficção no cinema nos trazem essa realidade. Começou com “Eu
sou a lenda”, com Will Smith, e agora,
em cartaz, “2012”, de Roland Emmerich . Tudo bem, isso são apenas filmes, é
muita montagem e tecnologia e parece
não sair da telona. Mas, mesmo assim,
podemos nos permitir uma reflexão a
respeito do mundo em que vivemos e no
mundo em que queremos viver.Existem
diversos pontos de vista, uns a favor e
outros completamente contra a ideia de
que o mundo vai acabar, mas fatos cada
vez mais recentes nos assustam e mostram que a raça humana não vai entrar
em extinção, mas que o nosso ambiente de vida está se auto destruindo. Isso
não há pesquisador que negue. Chegou
o momento de pararmos de dar “sorte ao
azar”, não podemos deixar os problemas
baterem na nossa porta, tampouco acreditar que isso só vai acontecer com o vizinho, ou com aquele parente que mora
do outro lado do oceano.
O ser humano precisa deixar de ser
egoísta e começar a pensar nos pequenos
passos, nos pequenos detalhes: Ao invés
de lavar a calçada, por que não varrê-la?
Por que não utilizar o sol para aquecer
a sua água? Por que não deixar o carro
em casa para percursos pequenos? Os
pequenos gestos é que criam forças para
buscarmos o mundo melhor. É hora de
agir,orientar. Uma missão que não exige
muitos esforço, afinal, somos responsáveis por tudo que está acontecendo e
temos o dever de reverter essa situação.
Economize luz, água, recicle o seu lixo e
ajude a mudar o mundo.
GRAZIELLA GIORDANI
8
RRPPAtualidades/dezembro 2009
ESPECIAL
MARIA HELENA SPONCHIADO/ HIPER
∆∆ Debates mediados por professores da Famecos lotaram quatro auditórios do campus
• O evento promovido pela Famecos trouxe grandes nomes
SET Universitário
debate público
e conteúdo
A PUCRS REALIZOU, nos dias 28, 29
e 30 de setembro, o 22º SET Universitário,
evento que oportuniza a troca de experiências entre alunos, professores e profissionais
das áreas de comunicação. Este ano, os debates versaram sobre Público e Conteúdo na
comunicação, independente das plataformas.
Organizado pela Famecos com auxílio
das equipes do Espaço Esperiência, que deu
suporte e monitorou as atividades do evento,
o SET mobilizou a universidade através de
palestras feitas não só no prédio da Faculadade de Comunicação, mas em outros três
auditórios do campus.
O primeiro dia do evento causou impacto aos que chegavam no prédio 7, com
muita divulgação, luzes, palco para shows e
entreterimento. A Famecos estava com outra
cara. Curiosos, estudantes estrangeiros e de
muitas cidades do Brasil estavam presentes
no evento que contou no primeiro dia com
palestras de João Moreira Salles, editor da
revista piauí; Jayme Monjardim, diretor de
núcleo da Rede Globo; João Daniel Tikhomiroff, publicitário e ganhador de 41 leões no
Festival de Publicidade de Cannes; e Fabiano
de Souza, cineasta e professor da Famecos.
No segundo dia, as estrelas foram Leandro Gejfinbein, gerente de Arquitetura de
Informação na Globo.com; Ana Vilela, gestora da Casa Fiat de Cultura; Domingos da
Silveira, procurador regional da República;
Dennison Ramalho, roteirista e diretor cinematográfico; Bruno Alves, sócio diretor
da Dialeto Social Media; e Luciano Kunzler,
responsáveis pela área de criação e estratégia da HappyHouse Brasil.
O último dia do evento contou com a
presença de Eduardo Socha, editor da revista Cult; Matinas Suzuki Jr, editor da revista
Serrote; Tito Montenegro, sócio da Arquipélago Editorial e criador da revista Norte;
Miguel Cavatorta, diretor de Relações Públicas e Institucionais do Colégio Universitário
IES Siglo 21, em Córdoba, Argentina; Renato Meirelles, sócio diretor do Data Popular
e autor de Um jeito fácil de levar a vida; e
Marcos Schetmann, diretor de novelas da
Rede Globo, com a participação de Carlos
Gerbase, cineasta e professor da Famecos.
Durante os três dias, também ocorreram
oficinas práticas e teóricas com profissionais
sobre diversas áreas destinadas à comunicação, onde os alunos tiveram a opotunidade
de interagir e vivenciar de perto o que os
aguarda no mercado de trabalho.
O encerramento foi marcado pela cerimônia de premiação do SET Universitário,
quando foram divulgados os vencedores da
mostra competitiva. A festa de despedida
aconteceu no Bar Opinião com a apresentação de bandas de alunos e professores.
FELIPE BALESTRIN E PEDRO LAVAL
ESPECIAL
LÍVIA STUMPF/ HIPER
RRPPAtualidades/dezembro 2009 9
Jayme Monjardim
fala de novelas
no RBS Debates
• Em 40 anos, o que mudou foi a tecnologia
∆∆ RBS Debates abriu o SET com a participação de Jayme Monjardim
O DIRETOR de novelas e
especiais da Rede Globo, Jayme
Monjardim, foi a grande estrela
do RBS Debates, na noite de 29 de
setembro, no Centro de Eventos da
PUC. O encontro fez parte do SET
Universitário, promovido todos os
anos pela Famecos. O tema deste
ano foi Linguagem X Públicos –
como falar com as massas, discutido em palestras e oficinas até o
encerramento, na noite de 30/9.
Os convidados do RBS Debates
foram o diretor de Núcleos da Rede
Globo; mais o publicitário João
Daniel Tikhomiroff, ganhador de
41 leões de ouro no Festival de Publicidade de Cannes; e Fabiano de
Souza, cineasta e professor da Famecos. Monjardim foi convidado a
falar sobre o conteúdo das novelas
e miniséries da televisão.
Durante o debate, os participantes responderam perguntas da
Incentivo à cultura melhora reputação
plateia. Dentre as discussões, destacaram-se as telenovelas, por seu
conteúdo e produção. Segundo o
diretor da Globo, a cada 20 dias são
feitas pesquisas para validar o andamento das novelas, a aceitação
dos personagens por parte do público, entre outros assuntos sobre
as tramas. “Se a história da novela
não for boa, não for consistente, ela
não será boa”, disse.
De acordo com Monjardim, as
novelas são iguais há mais de 40
anos e o que mudou foi o impacto
tecnológico, por exemplo, com a
tecnologia HDTV, a imagem ficou
muito mais nítida e dessa maneira,
há um cuidado maior com a luz, a
maquiagem e o figurino dos atores.
No entanto, em sua opinião, “não
adianta tecnologia sem um bom
conteúdo”.
ELYEDRE COSTA
LÍVIA AULER/ HIPER
• Executiva da Fiat falou sobre relacionamento com Stakeholders
ANA VILELA veio no dia 29 de setembro à
Famecos como uma das palestrantes do 22º Set
universitário. O tema foi “A Cultura como Estratégia de Relacionamento com Stakeholders”,
que são as pessoas e empresas influenciadas pelas ações da organização. Explicou a importância de dar incentivo à cultura e como isso pode
melhorar a reputação de uma empresa, relatando sobre o funcionamento de onde ela trabalha
como gestora administrativa e financeira: a
Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte.
A palestrante é formada em Jornalismo
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, em Relações Públicas pelo Centro Universitário Newton Paiva, com pós-graduação
em Administração e Marketing e trabalhou durante 11 anos à frente da área de Comunicação
Interna da Fiat Automóveis, realizando treinamentos de Relações Públicas. “Trabalhamos
com planejamento e estratégia de programação,
desenvolvimento, gestão e implantação de projetos culturais e educativos, articulação de parcerias institucionais e estratégia de comunicação”, explicou Ana Vilela.
O objetivo principal da Casa de Cultura
Fiat, é promover eventos culturais para aproximar o público brasileiro da marca, mostrando
que a organização está preocupada e interessada com seu público. “A criação deste projeto
teve origem em pesquisas que mostraram que o
povo brasileiro é extremamente pobre culturalmente falando e, devido ao sucesso desta ideia,
o Grupo Fiat está planejando investir com os
mesmos objetivos em outras cidades, como Porto Alegre”, antecipou a gestora em sua palestra
no SET. PABLO ESTRÁZULAS,
RAMIRO PERES
E VITORIA GUIMARÃES
∆∆ Ana Vilela, jornalista e relações-públicas
10
RRPPAtualidades/dezembro 2009
ESPECIAL
TV e Direitos Humanos:
O que temos com isso?
• Concessões de TV burlam os direitos humanos, denuncia procurador durante o SET
MARIA HELENA SPONCHIADO/ HIPER
O PROFESSOR Domingos da Silveira,
procurador do Ministério Público e pós-graduado em Direito, foi um dos palestrantes do 22º
Set Universitário, tradicional evento anual da
Faculdade de Comunicação Social (Famecos),
da PUCRS. Na noite de 20 de setembro, no auditório do prédio 11 do campus, ele falou sobre a
televisão e os direitos humanos.
O conferencista disse que o tema direitos
humanos na TV é muito instigante. “Existem
colisões entre os direitos humanos previstos na
Constituição e os interesses empresariais em
relação às concessões televisivas”, ponderou. O
professor Domingos citou o sociólogo Gutierrez:
“A TV cria um efeito real. Deixa de ser um instrumento de registro e torna-se um instrumento
de criação da realidade.” Este espectro eletromagnético, como o professor se refere à televisão, é hoje, arbitro do sistema social. “O que
não está nela não existe. A televisão tem o poder
de pautar a sociedade em torno de um assunto”,
observa.
Outro fator relevante é a falta de fiscalização das concessões televisivas. Estas deveriam
estar de acordo com as leis da Constituição da
República Federativa do Brasil, o que na prática
não acontece. Começando pelo Artigo I: “Assegurar a dignidade da pessoa humana; a cidadania; os valores sociais do trabalho e a da livre
iniciativa”. E conclui o palestrante: “O espectro
eletromagnético vai contra esses valores. Ele
constrói outras perspectivas, destruindo os direitos humanos.”
O medo da censura faz com que os meios de
comunicação, principalmente a televisão, tenha
liberdade para fazer o que quiser. Isto implica
na necessidade de se criar novos órgãos reguladores além dos já existentes como a Anatel. Domingos reforça: “Concessão sem fiscalização é
doação.” Nem todo controle é censura, mas toda
censura é um controle sem democracia. Exemplo disto é o Artigo 221 da nossa Constituição,
citou:
I – preferência a finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural,
artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da
∆∆ Domingos da Silveira vê a televisão como um árbitro social
pessoa e da família.
Na opinião de Domingos, a Constituição não
estabelece a censura. “É um modo de manter os
nossos direitos”, assegura. Para ele, a busca pela
audiência leva as emissoras a fazerem programações sensacionalistas, o que torna a televisão
uma baixaria. Os índices de audiência e a opi-
nião pública são termômetros democráticos da
população. Domingos fechou a palestra dizendo:
“Um dos grandes riscos da democracia é que a
sociedade está desarticulada para exercer o controle desta concessão.”
ANGÉLICA SILVINO
ESPECIAL
RRPPAtualidades/dezembro 2009
11
FOTOS BOLÍVAL ABASCAL OBERTO/ HIPER
∆∆ Renato Meirelles
O mercado
emergente
O PUBLICITÁRIO e sócio
do jornal paulista Data Popular,
Renato Meirelles, realizou uma
inovadora e realista palestra sobre
o consumo e o mercado das classes
sociais de baixa renda, durante o
22º SET Universitário da Famecos,
no dia 30 de setembro de 2009.
“Classes C,D e E: 15 tendências
de um mercado de 760 bilhões de
reais.” Esse foi o título que levou a
palestra de Renato Meirelles, pesquisador das classes sociais brasileiras. O surpreendente mundo da
economia de baixa renda foi o foco
central da palestra, “onde, infelizmente, as nossas criativas propagandas não conseguem ter resultados positivos sobre o consumidor
dessas classes”, criticou.
Antenado em todas novas tendências, o palestrante usou muito
um não tão novo termo: gente!
Sim, gente mesmo, gente de verdade, cheia de emoções e sentimentos, e não mais o termo consumidor. Essas pessoas citadas por ele
representam a maioria da população brasileira, uma enorme parcela
do mercado que não pode ser excluída e que cada vez mais conhece
o seu poder e se torna mais exigente com cada produto e serviço que
adquire. Segundo Renato Meirelles, o consumidor dessas classes,
além do que se pensava, não busca
o menor preço, mas sim o produto
com melhor preço X benefício, ou
seja, qualidade. Mas onde está a
real qualidade que o consumidor
de baixa renda busca? Para Renato, essa pergunta é o grande desafio das organizações, e que precisam conhecer e entender as novas
tendências desse mercado.
AMANDA MACHADO
ISADORA DIEHL
IZAURA PEREIRA
∆∆ Palestrante Luciano Kunzler discorreu sobre as muitas caras do público interno durante evento na PUC
Por dentro do Endomarketing
• Segmentação de públicos e complexidade na criação de estratégias
ÀS EXATAS 20h do dia
29/9/2009, quem estava presente
no salão de apresentações da faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da PUCRS, pôde acompanhar de
perto uma das muitas palestras
que formavam o SET Universitário da Famecos. Era ela: “As muitas caras do público interno: como
pensar em comunicação interna
para todas elas?”. Quem deu as
caras para o público de estudantes
do curso de comunicação foi nada
mais nada menos do que um exfamequiano, Luciano Kunzler, formado em Publicidade e Propaganda e Pós-Graduado em Marketing
Estratégico, que atua como um dos
responsáveis pela área de criação e
estratégia da agência Happy House
Brasil de endomarketing.
O palestrante fez o primeiro
contato com o grupo de estudantes, fazendo-os compreender o que
envolvia o endomarketing em um
todo, para tal fez uma abordagem
geral do tema. Teve como objetivo fazer os presentes não apenas
compreender a segmentação de
públicos nas empresa, mas também entender a complexidade que
envolve a criação de estratégias de
endomarketing em um cenário que
agrega diferentes áreas de conhecimento, em meio a constantes mudanças de cenários, derivados do
fácil acesso à informação a que as
organizações estão sujeitas em período de globalização.
Kunzler explicitou os pontos
globais de atuação do endomarketing dentro das organizações,
desde o acesso à informação, a mudança cultural e comportamental
dos colaboradores, inovações tecnológicas, movimentações no mercado de trabalho, alterações nas
políticas de gestão e no marketing.
Aos poucos, o palestrante demonstrava os inúmeros desafios
com que se depara o endomarketing frente a tantas variáveis
e diferentes cenários. “A grande
dificuldade de administração dos
meios de comunicação e o meio a
um bombardeio constante de informações, as mudanças velozes e
radicais, orçamentos cada vez menores e a pressão por motivação e
criatividade”, destacou.
Saindo de cenários mais amplos e globais, Luciano focou o ser
humano, onde realizou um comparativo histórico a respeito da mu-
tação dos valores que guiavam os
profissionais dentro do mercado
de trabalho. Neste ponto, destacou
três marcos em que estivera presente o profissional no passar dos
tempos. “Antigamente, a preocupação girava em torno da empresa,
família e tranquilidade. Depois se
preocupariam com a renumeração,
projeção e crescimento. E agora
estaríamos migrando para valores
baseados no reconhecimento, qualidade de vida e felicidade”, enumerou Kunzler.
Ao final, depois de discorrer
sobre os aspectos teóricos e fundamentais do endomarketing, o
profissional partiu para o aspecto
prático e concreto, apresentando
inúmeros cases gráficos da agência
HappyHouse Brasil.
Ficou claro que o endomarketing abrange não apenas um
estudo interno da organização,
mas sim uma compreensão muito
maior, onde necessita-se compreender o ser humano e o cenário
em que está disposto , para que se
posssa chegar a políticas efetivas
de comunicação interna.
LUCAS KAFRUNI
12
RRPPAtualidades/dezembro 2009
CAPA
Relações Públicas 2.0
•Comunicação mais fluida, colaborativa e horizontal. As reputações
MARIANA FONTOURA/ HIPER
ELYEDRE COSTA
VOCÊ SABE o que é Relações Públicas
2.0? Vamos começar pela Web 2.0, pois sem
esta, o termo Relações Públicas 2.0 não existiria. Há muitos nomes para essa nova web: Web
2.0, Living Web, Hypernet, Active Web, Read/
Write Web. Independente da designação usada,
o sentido é o mesmo: plataforma global de computação e colaboração que está remodelando
quase todos os aspectos das relações humanas.
“A Web 2.0, em termos de tecnologia, não
mudou muita coisa. O que se transformou foi o
comportamento do público em relação às organizações e dentro da rede. O público começou a
falar mais, dar mais a sua opinião. A atitude em
relação ao que pensavam das organizações mudou”, diz Silvana Sandini, sócio-fundadora da
RaioZ e professora da disciplina Estudos Multimídia para as Relações Públicas na Famecos.
A antiga web era constituída por sites estáticos, cliques e chats, enquanto a nova é composta
de comunidades, participação, colaboração em
massa e comunicação bidirecional. Os canais de
comunicação mais comuns da nova web são conhecidos pela maioria das pessoas, sendo eles:
orkut, twitter, facebook, flickr, blog, entre outros. Nos dias atuais, quem não possui orkut,
twitter e participa de uma comunidade virtual?
Se praticamente todas as pessoas usam e conhecem esses novos canais, o que tem de novo
em tudo isso? Na verdade, quase todas as pessoas usam esses canais diariamente, mas muitos
nem percebem a grande mudança eles significam nos dias atuais.
As duas principais características da Web
2.0 são a colaboração em massa e comunicação
bidirecional. A primeira se baseia em indivíduos
∆∆ Silvana Sandini: o que mudou foi o comportamento do público
e empresas utilizando computação e tecnologias
de comunicação amplamente distribuídas para
alcançar resultados compartilhados.
O maior exemplo de colaboração em massa
é a Wikipédia, a mais extensa enciclopédia do
mundo, oferecida gratuita e criada inteiramente
por voluntários em uma plataforma aberta que
permite a qualquer internauta ser editor. Milhares de usuários da internet dedicaram tempo e
conhecimento, voluntariamente, para ajudar a
construir uma enciclopédia de qualidade, mas
que deve ser consultada com prudência. Construída a partir de um software de internet chamado wiki (rápido em havaiano), a Wikipédia se
baseia na premissa de que a colaboração entre
os usuários melhorará o conteúdo ao longo do
tempo.
A outra vantagem da Web 2.0, a comunicação bidirecional, permite a oportunidade de resposta e interação entre os emissores e receptores
de uma mensagem. Os canais digitais que propiciam essa interação são os blogs, chats, mensageiros instantâneos etc.
As mídias geradas pelo consumidor são
marcantes da Web 2.0, como os vídeos produzidos e veiculados no youtube e os blogs que funcionam como jornais independentes, onde, na
maioria das vezes, possuem maior credibilidade
por tratar-se de uma pessoa comum, comentando sobre suas experiências boas ou ruins ao consumir determinados produtos.
Por meio desses novos canais disponibilizados na Web 2.0, as pessoas deixaram de ser
coadjuvantes para tornarem-se atores principais na rede, onde colaboram com outras pessoas, produzem seus conteúdos e expõem as suas
opiniões. Torna-se impossível as organizações
não estarem vulneráveis às opiniões de seus públicos, principalmente aquelas de marcas famosas. Nos dias atuais, um pequeno problema, um
produto com defeito que não seja trocado, pode
ser comentando em um blog pessoal e inúmeras
pessoas poderão ler e assim, comentarão com
muitas outras, até chegar ao ponto de estourar
uma crise e a empresa ter que que desculpar-se
publicamente, ou ainda, retirar o seu produto
do mercado.
É diante desse cenário que surge as Relações
Públicas 2.0. O termo vem sendo usado por diversos autores. As principais características são:
uso das novas tecnologias e redes sociais online
para monitoramento de imagem e reputação das
organizações, gerenciamento de conteúdos produzidos pelo consumidor, entre outros.
Para Carolina Frazon Terra, autora do livro “Blogs Corporativos: modismo ou tendência?”, a imagem das organizações é crucial para
o processo de faturamento, venda de produtos
e serviços. A autora apresentou um artigo sobre
“A comunicação organizacional em tempos de
redes sociais online e de usuários-mídia” no XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), realizado entre os dias 5 e 7
de setembro deste ano. No artigo, a autora abordou temas como relações públicas, redes sociais
online, usuário-mídia e mídia social.
CAPA
RRPPAtualidades/dezembro 2009
13
monitora redes sociais
são construídas por meio do diálogo contínuo com os stakeholders
MARIANA FONTOURA/ HIPER
As redes sociais mais usadas e suas características:
∆∆ Bruno Alves, diretor da Dialeto Social Media, proferiu palestra sobre Web 2.0 e marketing
Para Silvana Sandini, “as Relações Públicas
CAROLINA enfatizou que preocupar-se
com expressões de marca, produtos e serviços tem todo o preconceito de manipulação da imadas organizações na rede não é mais uma ques- gem, de fazer com que a organização seja algo
tão de escolha, mas de necessidade. Para a au- que não é. Portanto as Relações Públicas 2.0
tora, trata-se de mais um papel a ser assumido seriam trabalhar com a transparência”. Para a
profissional, as Relações Públipelo comunicador, o Relações
As Relações Públicas cas devem trabalhar de forma
Públicas 2.0: gestor da imagem
nas redes sociais, capaz de avatem todo o preconceito a complementar a estratégia
liar a presença da marca e prode manipulação da ima- existente na organização e ela
faz um alerta: “Se a organização
por estratégias a favor das orgagem, de fazer com que não está preparada para estar
nizações.
Em seu artigo, Carolina a organização seja algo nas mídias sociais e na interelencou ações pontuais de como
que não é. Portanto, as net, ter um blog, etc. é melhor
que ela não esteja. Pois a maior
o profissional deve proceder
Relações Públicas 2.0
característica da Web 2.0 é a
diante das mídias sociais, denseriam trabalhar com a ‘conversa’. Não a informação,
tre elas:
• Diagnosticar o estado transparência” (Silvana como os sites eram tratados antigamente”.
da marca e de seus principais
Sandini)
Web 2.0 e marketing nas
produtos e serviços nas redes
mídias sociais, foi tema de pasociais online;
• Planejar e propor ações que inspirem lestra realizada no dia 29/09 (terça-feira) no
os consumidores sobre o universo que envolve a auditório da Famecos, por Bruno Alves, sóciodiretor da Dialeto Social Media. A empresa moempresa;
• Criar uma cultura interna de participa- nitora todas as mídias sociais em uma espécie
ção, colaboração e coletividade para refletir es- de clipping, no entanto, “não se trata apenas de
agrupar todos os dados mencionados na mídia
ses princípios externamente;
• Entender a dinâmica de funcionamen- social de determinada empresa e sim, de realito deste universo digital das novas mídias, para zar uma análise de conteúdo profunda, a fim de
então, abrir-se para uma via de entendimento identificar o que está sendo ‘falado’ de bom ou
ruim das empresas e quem está falando”, revecom os diversos públicos.
“
BLOG - Leitura agradável e cronológica; Fácil de manter e fazer; Baixo custo;
Maior liberdade de manutenção; Navegação intuitiva; Favorece o feedback, uma
vez que possui espaço para comentários.
WIKI - Colaboração participativa; Espécie de site para colaboração em
massa em diversos assuntos e de fácil
utilização; Não requer conhecimentos de
programação HTML . Difere do blog pois
é uma página estática que vai se modificando.
TWITTER - Postagem instantânea;
Espaço reduzido para digitação das mensagens (140 caracteres).
FEEDS (RSS E ATOM) - Agregam
conteúdos de diversos sites e/ou blogs
que utilizam essa tecnologia; Funcionam
como um clipping digital ou uma newsletter.
ORKUT/FACEBOOK - Redes sociais de interação entre as pessoas; Podese colocar fotos, dados pessoais e participar de comunidades sobre diversos
temas.
PODCAST - Arquivo de música ou
áudio com informações, feito pelos próprios internautas.
FLICKR - Postagem e compartilhamento de fotos; Permite ‘marcar’ as fotos
com nomes de outros usuários e ‘tags ‘ de
marcação como por exemplo: gato, gatos,
cat, cats.
lou o especialista.
Os monitoramentos são realizados por um
software desenvolvido pela própria Dialeto, com
análise apenas dos assuntos públicos, os quais,
posteriormente, passam por uma análise profunda de conteúdo, onde realizam-se trabalhos
focados de Relações Públicas 2.0 com os formadores de opinião. É exatamente este monitoramento, que segundo Carolina Terra, faz parte
das ações que um profissional deve ter diante
das mídias sociais.
Então, o que você está esperando para ser
um profissional 2.0?
É como dizia Wilson da Costa Bueno, jornalista e autor de diversos livros, dentre eles
“Comunicação Empresarial: Políticas e Estratégias”, lançado este ano: “as organizações que não
aderirem à internet, tendem apenas, a involuir”.
Você vai ficar de fora?
14
RRPPAtualidades/dezembro 2009
TENDÊNCIA
Comunicação se renova na
MÍDIA FLUIDA
• Professora da Famecos fala de seu doutorado e intercâmbio em Londres
FOTO ARQUIVO PESSOAL
ANDRÉIA MALLMANN é jornalista,
bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul e
Mestre em Comunicação Social, Linha de Pesquisa Tecnologias da Informação. Professora da
PUCRS na unidade Famecos, tem experiência
no campo da Comunicação nas áreas de Assessoria de Imprensa, Fotografia, Identidade Visual, Multimídia e Jornalismo Online, atuando
principalmente em rotinas de produção, convergência de linguagens e internet. Ministra aulas
no curso de extensão Apple Training Center, é
coordenadora o Centro de Produção Multimídia
da PUCRS, atua no estágio de jornalismo online
da Famecos (Cyberfam) e ministra as disciplinas: Tecnologias Audiovisuais e Projeto Experimental Online.
Desde 2006, ela pesquisa em seu doutorado
uma nova visão do conceito de mídia contemporâneo. Como discente do PPGCOM/PUCRS
realizou intercâmbio de meio ano na University of Westminster, sob orientação do professor
Dr. David Hendy em pesquisa de campo na BBC
(Londres), onde acompanhou a rotina de trabalho na área do jornalismo/comunicação.
“A mídia atual é fluida, líquida e independe ∆∆ Andréia Mallmann em frente à BBC, em Londres, onde acompanhou a cobertura diária
do aparato tecnológico. Consequência disso é a
derrubada das fronteiras que definiam antes o da Teoria das Massas e do Modelo Transmissio- ficado nos tempos de hoje.
É possível compreender as diferentes nojornalismo impresso, radiojornalismo, telejor- nista de Shannon & Weaver, e assim, a entendenalismo e jornalismo online. Na mídia fuida, mos no sentido puro e simples de uma platafor- ções de tempo-espaço que a internet permite,
tudo são linguagens, que se engendram e adap- ma de comunicação veicular informações entre seu potencial interativo fazendo emissor e reemissor e receptor. Nessa visão, a mídia é um ceptor tornarem-se interagentes, mas ainda há
tam à ambientes variados”, explica Andréia.
Para ela, as mídias são todas formas de flu- canal isolado, bem como suas pontas: emissor e uma grande resistência para entender o que é
mídia além do modelo tradicional, baseado em
xo informativo que percebemos nos dias de hoje. receptor”, ensina Andréia.
Diferente de seu entendimento clássico e equipamentos ou áreas definidas. “Somos resis“Desatreladas de equipamentos/plataformas/
tradicional (aplicado à mídia tentes, isso é bem verdade. Precisamos ver para
meios, é representada pela
de massa e ainda hoje utiliza- crer, e ver à exaustão, até negar o que já não é
fruição e não mais pela simples produção e disponibili“A mídia atual é fluida, do como padrão de referência mais possível sustentar e permitir uma transpara muitos), o termo mídia formação. Isso é humano, se não fossem assim
zação em espaços variados.
líquida e independe do hoje se mostra como uma partiríamos do zero a cada nova reconstrução”,
Latente/estacionária ou não
ela precisa de interagentes,
aparato tecnológico” soma de representações. “É observa Mallmann.
A professora vê a possibilidade de que ocorpossível perceber sua banapessoas para que de fato se
lização ao notarmos seu uso ram alterações no currículo de Comunicação Sotorne uma mídia”, pondera a
em denominações completa- cial, lembrando que no Jornalismo da Famecos
professora.
A internet é a essência do entendimento da mente alheias umas às outras. Estamos cercados já são produzidas ações integradas, testando nochamada “nova mídia”. Seu modelo de comuni- por um termo que tudo abarca e nada explica”, vos modelos. “Os laboratórios da Faculdade dão
cação em rede permite a interatividade, a per- diz a pesquisadora. Para ela, as mídias podem excelentes locais para promover experimentos”,
sonalização, a colaboração, a ubiquidade, a não- se constituir em espaços de armazenamento, destaca. Ela ressalta que no ano de 2004 o curlinearidade dos processos e a convergência de empresas de comunicação, programas de tele- rículo passou por uma mudança significativa e
equipamentos e linguagens. A chamada “nova visão, sites populares ou ainda programas de essas alterações já evidenciam uma percepção
mídia” é hoje fluida, bidirecional, tão abstrata envio de mensagem ou mesmo conexões entre de mudança conceitual não apenas a respeito da
quanto a noção de modernidade líquida propos- equipamentos chamados de “media center”. Em mídia, mas da comunicação como um todo.
ta por Zygmunt Bauman. “Quando falamos em sua opinião, precisamos encontrar a essência do
SAMANTA BOFF E TIAGO LIMA
mídia, nos remetemos à clássica compreensão conceito de mídia capaz de evidenciar seu signi-
DIFERENCIAL
RRPPAtualidades/dezembro 2009
15
RICARDO STUCKERT/ ABR
∆∆ Formatura de Oficiais do Exército na Academia de Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, em 2009. Foto divulgação
RP no Exército é cobrado como
UM MILITAR
• Podem seguir a carreira militar ou trabalhar como temporários
APESAR DE TER uma área
de atuação vasta, poucas pessoas
identificam as inúmeras formas e
setores de se trabalhar em Relações
Públicas. Uma das maneiras de se
exercer a profissão é em uma Organização Militar. As instituições possuem uma Seção de Comunicação
Social, mas pelo fato desse tipo de
trabalho ser ainda desconhecido,
há poucos Oficiais Técnicos formados no Brasil.
Existem duas maneiras do profissional de Comunicação ingressar
no Exército Brasileiro:
• Se quiser ser militar de Car-
∆∆ CPOR, em Porto Alegre
reira, tem que prestar concurso nacional para a Escola de Administração do Exército;
• Mas, se o profissional quiser
prestar serviço temporário, precisa cuidar a abertura do edital do
Comando Militar da sua região.
Normalmente, se existem vagas
nas Unidades Militares, é feito um
processo seletivo, composto por algumas etapas, onde se escolhem os
Oficiais Técnicos Temporários que
irão trabalhar nos quartéis.
Qualquer profissional técnico
que atue dentro do Exército Brasileiro, como Oficial, de carreira ou
temporário, é cobrado, acima de
tudo, como Militar. Além de ter a
formação técnica, a pessoa deve
estar enquadrada nas normas militares. Como se trata de uma Instituição baseada nos princípios da
hierarquia e disciplina, qualquer
projeto que queira desenvolver é
analisado antes pelos superiores
hierárquicos.
No caso da Seção de Comuni-
cação Social, o chefe em geral é um
superior hierárquico, mas não necessariamente com formação técnica na área de Comunicação Social.
Em muitos momentos isso acaba
dificultando ações de comunicação que são práticas habituais em
empresas privadas. O profissional,
formado e habilitado na área, tem
que seguir as diretrizes de pessoas,
que, muitas vezes, não possuem
o entendimento necessário para
aprovarem, ou não, das iniciativas.
A atuação pode ser bem ampla
na medida em que o profissional
atua em diversas atividades, tais
como: eventos (muitas vezes semanais), endomarketing, elaboração
de textos, busca de contatos, assessoria de imprensa, manutenção
da intranet e internet, entre outras
atividades.
A tenente Ana Ferrugem, do
CPOR/PA (Centro de Preparação
de Oficiais da Reserva de Porto Alegre), explica que pelo fato de atuar
numa Escola de Formação, traba-
lha com muitos eventos, de diversos portes: formaturas militares
(solenidades, tipicamente militares); confraternizações para os públicos interno e externo; atividades
festivas na comemoração de datas
importantes; organização de jantares e almoços, entre outros.
“O profissional de RP é responsável pela manutenção do relacionamento com os públicos interno e
externo”, enfatiza a oficial. No contato com o público externo, universo de 500 pessoas, ela assume várias atividades, como: manutenção
da intranet (informativos, agendas,
informações, notícias, fotos); manutenção da internet; informativo
bimensal; controle dos quadros
murais da Unidade; organização
das atividades; controle de expositores. “Na verdade, o RP no Exército Brasileiro tem suas atividades
muito atreladas às ações sociais”
MARIA CLARA GASPERINI
E GRAZIELLA GIORDANI
16
RRPPAtualidades/dezembro 2009
JOVENS EMPREENDEDORES
NA FAZENDA
UMA PRODUTORA
A atividade de RRPP
no Agronegócio
Buscando
seu espaço
• Profissão explora novos mercados
Em 2007, pai
e filho decidem
iniciar um projeto para um futuro
empreendimento
no mercado do
agronegócio.
A
iniciativa foi tomada por Antônio
Barreto de Lima,
que nasceu e cresceu no meio rural ∆∆ Pedro e o gado holandês
e sempre teve a
vontade de resgatar as raízes. uma dieta alimentar rigorosa,
Contou com a ajuda de seu fi- consiste em alimentação espelho, Pedro Laval de Lima que cializada para verão e inverno.
a partir desta ideia, passou a Conta ainda com suplemento
desenvolver durante um ano de ração balanceada e rotações
uma pesquisa voltada para a periódicas de piquetes para a
garantia de uma alimentação
bovinocultura.
Por uma série de fatores, eficaz, que refletirá diretamencomo distância, culturas das te na qualidade do leite.
Com um trabalho diferenregiões, clima, rentabilidade,
entre outros, optou-se pela ciado, em menos de um ano, a
criação de gado leiteiro, foca- empresa cresceu mais rápido
do na comercialização do leite, do que o esperado. Expandiu
com vacas de alta produção e seus negócios e conquistou o
na venda de novilhas de alta mercado. Apostando em um
marketing forte e estratégias
linhagem.
Após diversas visitas a de comunicação, Pedro, aluno
propriedades leiteiras, conta- de Relações Públicas da PUtos com referências no estado CRS, assumiu o cargo de Gequanto à produção de leite, rente de Relacionamentos, e se
auxílio de profissionais da responsabilizou por toda a diárea e muitas pesquisas, surge vulgação e contato com cliena AnBar Cabanha Leiteira. É tes, fornecedores, mídia, paruma empresa rural com foco ceiros, investidores e eventos,
na criação de gado holandês e como exposições e palestras.
produção de leite, localizada Realiza um trabalho focado,
no município de Glorinha, a 40 levando todo o conhecimento
km de Porto Alegre, com aces- adquirido em aula e associanso via freeway, em uma área de do às práticas da empresa.
Hoje, o empreendimento
70 hectares.
Praticamente todo o reba- que começou com a AnBar Canho é originário de fora da ca- banha Leiteira, trasformou-se
banha, a qual neste momento no Grupo AnBar, uma empreinicia seu programa de aperfei- sa especializada no mercado
çoamento genético, seleciona- Agropecuário. Conta com oudo por Pedro, baseado no atual tras empresas que compõem o
plantel. A Cabanha possui hoje grupo, como a AnBar Raças de
70 animais, contando com um Corte, AnBar Agronegócios e
plantel de 45 vacas em orde- AnBar Cabanha Leiteira.
nha, produzindo 1.000 litros/
dia. Estes animais passam por
RAMIRO PERES
Cada vez mais jovens ocupam cargos importantes em
empresas. Qual é o segredo?
Ramiro Binotto Peres, estudante de Relações Públicas na
PUCRS, é um exemplo. Ele
acaba de se tornar o mais novo
sócio da Shock Produtora (líder de formaturas em colégios
no Rio Grande do Sul). Ramiro adquiriu 50% das ações da
empresa, tornando-se dono do
seu próprio negócio.
Ele está no terceiro semestre. Com 21 anos, trabalha desde os 17 anos de idade, quando
ajudava seu pai no trabalho.
O estudante acredita que
faz a diferença as trocas contínuas de emoções. “Elas fazem
com que a gente tenha mais
vontade de crescer, ocupar
nosso espaço, mostrar para os
outros que não estamos aqui
para ser mais um”, disse.
Binotto começou precoce no trabalho, mas, segundo
o jovem, isso fez com que ele
crescesse mais rápido que os
seus amigos. “Até hoje ainda
me sinto meio distante do pensamento deles, mas tenho que
saber lidar com isso.”
Questionado sobre aproveitar a vida, ele revela que
curte muito, mas da sua maneira. “Saio com meus ami-
FOTOS ARQUIVOS PESSOAIS
∆∆ Ramiro agora é sócio
gos, faço academia, jogo bola.
Quem me conhece sabe que eu
sou um brincalhão, lido com
amigos de 17 e 18 anos e também com fornecedores de 40
a 50, então tenho que saber a
hora de falar sério.”
E os teus objetivos, cara?
“Meu sonho é ser feliz fazendo
bem às pessoas e sendo quem
sou”.
Ramiro comentou que o
que mais o fez crescer foram as
decepções. “Nelas senti a necessidade de mudar e crescer,
já perdi uma namorada que
amava por falta de amadurecimento, mas também agora
já ouvi essa mesma pessoa falando o quanto está orgulhosa
do que eu me tornei, acho que
devo muito a ela e ao meu pai.
O reconhecimento das nossas
evoluções pelas pessoas que
amamos não tem preço, é a
melhor coisa do mundo”, diz.
PEDRO LAVAL DE LIMA
BATE-PRONTO
Impulsividade e ousadia – Correr riscos e arriscar isso é fundamental.
Visão – Pensar na frente, ter muita informação,
inovar, mudar, acreditar.
Qualificação e Estudos – Tirar o máximo do
conhecimento das pessoas,
estude isso, é importantíssimo.
Planejamento – Coloque tudo no papel, montando um plano, trabalhe com
cenários diferente, ou seja,
pense no pior e no melhor
que pode acontecer.
Estratégia – Abra negócios a partir das necessidades. A oportunidade
não pode apenas estar nas
nossas cabeças, mas sim no
mercado.
Parcerias – Atenção
para os incentivos de pessoas próximas, pois elas podem não fazer parte do seu
mercado, mas gostam muito
de você. Divida com a família seus interesses.
Dicas pessoais – Tire
proveito de tudo que lhe é
ensinado, corra atrás, aceite
desafios
RRPPAtualidades/dezembro 2009
17
FELIPE BALESTRIN
INSIGHT
A guerra por votos
já começou!
∆∆ Adriano Molski, de voluntário a estagiário
DISPOSIÇÃO
SEM LIMITE
Jovem das
múltiplas
atividades
• Ele se dedica à
área de eventos
ADRIANO Flávio Molski
é um jovem solteiro de 23 anos
que já pode ser considerado
independente. Pratica esportes
regularmente, tendo competido em corridas de aventura.
Desde 2006, está na PUCRS.
Hoje, além de aluno, é estagiário do Núcleo de Eventos do
Espaço Experiência da Famecos.
Natural de Porto Alegre,
reside no bairro Jardim Itu
Sabará, zona leste da capital.
Estudou na Escola de Ensino
Fundamental e Médio Japão,
próximo a sua residência. Cursou alguns cursos de graduação, como Design Automotivo
(Ulbra), Engenharia de Computação (PUCRS), até descobrir sua vocação para área de
Comunicação Social. Está no
quarto semestre de Relações
Públicas.
Em agosto de 2006, inte-
ressou-se pela área de eventos, após ser convidado a
organizar o encontro de convivência do Centro de Pastoral
e Solidariedade da PUCRS. Já
trabalhou com retiros terapêuticos na fazenda Guadalupe,
em Encruzilhada do Sul-RS.
Foi monitor durante dois anos
e meio das Pró- Reitoria de
Assuntos Comunitários, Extensão, Graduação e Centro de
Eventos da PUCRS. Organizou
eventos esportivos pela Super
Nova Produtora, desenvolveu
a função de fotógrafo para o
site Coiote Na Balada e dentre
todas atividades realizadas, foi
voluntário em diferentes missões assistencialistas em Porto
Alegre e região metropolitana.
Molski trabalhou em muitos lugares, tendo conquistado
grandes amigos por onde passou. Determinado a conquistar
seus objetivos, parte dos seus
princípios para iniciar algum
trabalho novo, acreditando
sempre no seu potencial.
Para o futuro, Adriano
Molski não tem muitos planos,
prefere viver o presente e aproveitar cada momento de sua
vida. Ter uma profissão digna
para consequentemente ser
reconhecido por seu trabalho,
são os desejos deste que não
hesita em ajudar os amigos.
FELIPE BALESTRIN
Mal foram definidas as
datas de início das campanhas
eleitorais – bem como o dia
das eleições do ano que vem –
e a disputa por votos já iniciou.
A estreia do filme “Lula, o filho
do Brasil” causou opiniões diversas, principalmente da oposição aos petistas.
Os possíveis candidatos
aos próximos cargos públicos
acusaram, sem meias palavras, o PT (mais diretamente
o presidente Lula) de disparar
antecipadamente a campanha
eleitoral.
Enquanto os parlamentares ligados ou coligados ao
Partido dos Trabalhadores não
visualizaram a produção como
de caráter mercadológico, os
oponentes não pouparam a estreia, nomeando-a como “propaganda eleitoral paga”.
Mas, independentemente
se o filme teve por finalidade
começar uma campanha de
marketing político, no final,
quem decide é a população,
que assiste a tudo e revela sua
escolha. (Iza Silva)
Pré-Sal = Pizza salgada
Muito se tem falado no
Brasil acerca da camada de
pré-sal e um possível “boom”
econômico em decorrência
desta. Entretanto, poucos comentam, ou sequer sabem, que
a Comissão Infraestrutural –
que tem por objetivo avaliar os
projetos referentes a exploração do novíssimo petróleo encontrado no Brasil – tem como
presidente nada mais nada
menos do que elle: Fernando
Collor de Mello.
Coisas do Brasil... (Lucas
Kafruni)
Nós nos conhecemos?
Muitos de nós hoje nos
comprometemos e nos responsabilizamos com os nossos
empregos e estágios, mas até
que ponto isso vale à pena? Até
onde aguentamos?
Tudo que aprendemos é
muito válido, nos move e nos
faz crescer como pessoa e profissional. Mas, muitas vezes,
nos entregamos por inteiro às
nossas atividades, esperando
que, em algum momento, nossos superiores olhem nossas
qualidades e nossos esforços,
e nos recompensem. Quando
isso não acontece, nos desmotivamos e, muitas vezes, passamos a não acreditar tanto em
nossa capacidade.
Não vamos deixar a peteca cair.O que nos move são os
nossos sonhos. Vamos filtrar
as coisas que passam nas nossas vidas e ficarmos para sempre com as mais importantes.
(Rosana Schütz dos Reis)
Seriedade do trabalho
nem sempre está na
estética
O melhor lugar do Mundo é a minha casa! Pensando
nisso, as empresas visam cada
vez mais trazer conforto a seus
funcionários.
O Google é um exemplo
disso. Uma pesquisa realizada
pela revista Forbes aponta que
o nível de satisfação dos que
trabalham na empresa é muito
grande.
Você não vê os funcionários de terno, gravata etc. As
roupas mais convencionais
foram trocadas por bermudas,
camisetas, tênis e até mesmo
pijama. Isso mesmo que você
leu: pijama!
Mas até que ponto está
certo ou errado? Não temos
uma resposta pronta, o mais
importante é que o funcionário
produzaem um lugar agradável
para se conviver.
Pode-se acreditar que toda
esta estrutura foi embasada
naquele velho ditado popular:
“não há lugar como nosso lar”.
Um lugar onde você pode levar
seu filho e o animal de estimação. Tem babá disponível,
cabeleireiro, academia, pingpong até lugar para cochilar de
pijama durante o expediente.
Não tem como não se sentir
mais à vontade. (Ananda Souza, Tatiane Santos e Lucianna
Milani)
18
RRPPAtualidades/dezembro 2009
EVENTOS
VITÓRIA ANDRADE GUIMARÃES
INTERCOM 2009
Dominique Wolton, o
profeta da tolerância
• Comunicação e cultura na era digital
esteve em debate no Congresso de Curitiba
A CONFERÊNCIA de
abertura do Intercom 2009
– Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação – teve a participação do sociólogo francês
Dominique Wolton, do Centro
Nacional de Pesquisas Científicas da França. Ele palestrou
sobre comunicação e cultura na era digital. O congresso
ocorreu nos dias 4 a 7 de setembro, na Universidade Positivo – Curitiba/PR.
“Não há democracia sem
comunicação”, foi a frase com
∆∆ Dominique Wolton
a qual Dominique Wolton
abriu o Intercom 2009. “A o receptor seria através das
comunicação não é simples- políticas da mídia”, asseverou.
mente compartilhar, é tolerar, Em sua opinião, a internet é
compreender quando não pen- uma “solidão informativa” com
samos a mesma coisa. Convi- relação aos seres humanos.
ver é comunicar”, disse o con- Tem solução? “A maior feira
de mentiras e especulações do
ferencista.
As diferenças entre infor- mundo deve trazer políticas
públicas à rede”,
mar e comunicar,
que antes eram “A comunicação respondeu.
“Partindo do
consideradas
a
não é apenas pressuposto que
mesma coisa, foi
exposta por Wolcompartilhar, se necessita comunicar, e negoton. “Não basta
mas também ciar é conviver,
produzir
informação, não bascompreender passamos 80% do
nosso tempo neta informar para
e tolerar”
gociando. Quancomunicar. Todo
do a negociação
mundo quer se
funciona, organicomunicar. Nós
temos informação e não co- zamos a convivência, a demomunicação. A velocidade de cracia.” Dominique Wolton
informação e a lentidão da co- afirmou que os seres humanos
municação são contradições. devem ter cuidado para não seMensagem e emissor podem rem vítimas e não confundirem
estar alinhados, mas o recep- velocidade da informação com
tor, que cada vez está mais lentidão da comunicação. “Isso
atento, não”, ponderou o pen- não é um problema político,
sador francês.
mas humano. E sempre é preTratando-se de mídia, ciso valorizar a inteligência do
Wolton salientou que afirmá-la receptor, para que haja maior
como 4º poder é um erro. “Mí- tolerância e compreensão. Todia é o contra poder”, propôs. lerância é a palavra chave da
Para ele, a mídia não respeita humanidade”, concluiu.
a cabeça do receptor. Exemplificou com os programas inúFELIPE BALESTRIN
teis da televisão. “Respeitar
ENVIADO ESPECIAL
∆∆ Professoras Cláudia Moura, Kunsch, Cleusa Scroferneker
e Souvenir Dornelles em encontro na Famecos
COMO COMUNICAR
Margarida
Kunsch
esteve
na PUCRS
• Na era digital:
contextos, percursos
e possibilidades
MARGARIDA M. Krohlng Kunsch, relações-públicas, mestre, doutora em
Ciências da Comunicação e
Livre-docente pela Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, esteve este semestre Pontifícia
Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, para proferir palestras no auditório da
Famecos para os alunos de
Graduação Pós Graduação de
Relações Públicas. Na ocasião,
destacou a importância dos
meios informativos de comunicação na era digital.
“Hoje em dia, as organizações estão usando cada vez
mais a tecnologia para se comunicarem com seus públicos,
e, de forma estratégica, mantêm esses em conexão com a
empresa, onde conseguem saber as críticas, elogios e suges-
tões dessas pessoas”, observa a
pesquisadora.
Na questão da TV aberta e
fechada, um ponto importante
levantado pela conferencista
foi de como atingir os públicos que não assistem mais ao
canais gratuitos. “Além dos valores serem cada vez mais altos para os anunciantes nessa
rede, nem sempre conseguem
atingir os públicos que desejam
em seus anúncios”, constata a
professora. “As empresas buscam cada vez mais alternativas
como os blogs, os sites, e agora
o twiter para poder comunicar
e informar os que lhe são interessantes. Os governos já estão
se munindo dessas mídias alternativas, pois, além de baratas, são práticas”, disse.
A palestrante aconselha
que devemos pensar em comunicação com o verdadeiro sentido de comunicar, pois muitos
estão apenas informando e não
comunicando como imaginam.
“Precisamos levar em conta em
conta o fato de que os públicos
vão e vem, e dependendo do
comportamento das organizações, se mantêm”. Contudo, ela
alerta que esses recursos não
serão o bastante se as organizações não tiverem, junto com
eles, nós, os profissionais de
relações públicas, que somos
estrategistas e com liderança
de mercado.
FERNANDA BARCELLOS
ATUAÇÃO
DIVULGAÇÃO MARCELO SANTOS/ AL
RRPPAtualidades/dezembro 2009
CONGREGARH
Surgem
inovações
na gestão
de pessoas
∆∆ Reunião da CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa
O relações-públicas nos
bastidores de uma CPI
• Momento complicado para os assessores
de comunicação na política de conflitos
Geralmente os estudantes de Relações Públicas não
entram na faculdade de comunicação com pretensões de
seguir na carreira política. Ao
longo do curso, ou por alguma
oportunidade de contato com
a área, a política se mostra
um terreno interessante e com
muito mercado. Não é o caso
de concorrer a um cargo público, mas assessorar um candidato em época de eleições ou
um representante já eleito pelo
povo.
Um dos desafios mais tensos e de grande importância na
vida de um relações-públicas
que está na política é a Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI). A CPI é um momento de
grande exposição para os políticos envolvidos - independente do lado em que estão.
Marcela Santos, Jornalista
e RRPP formada pela UFPEL,
trabalha na assessoria de comunicação do deputado Daniel
Bordignon (PT). O deputado
faz parte da CPI da corrupção, que investiga as denúncias contra o governo estadual.
Marcela diz que o relações-públicas deve ser preparar bem
para encarar este momento.
“Saber o histórico de todos os
envolvidos, conhecer a causa,
conhecer o mecanismo da política e saber os pontos fracos
do assessorado. Não ser o alvo
da investigação não isenta ninguém de ter que se defender de
acusações, nessas horas é que
o relações-públicas se faz mais
necessário – e conhecer os
seus pontos fracos preferidos
pelos adversários é uma ótima
maneira de se preparar”, ensina a profissional.
Trabalhar 24h por dia
também não é raro em meio
a uma CPI. As sessões geralmente não tem hora para acabar e muitas vezes acontecem
fora do expediente normal de
trabalho do legislativo. Deixar
o assessorado sozinho nesses
momentos é delicado, pode
acontecer de tudo. Além das
reuniões, tem toda a repercussão sobre a CPI – o que demanda mais atenção ainda do
relações-públicas.
Ter articulação política,
uma boa relação com a imprensa e os contatos certos ajuda
muito o trabalho. “O relaçõespúblicas é gestor de crises, ele
deve manter o assessorado
bem informado sobre tudo que
estão falando. A internet é um
espaço complicado, tem muita
gente falando coisas em blogs
e sites menores que a gente
não conhece, mas é nossa obrigação juntar o maior material
possível”, explica a assessora
do deputado.
SAMANTA BOFF E TIAGO LIMA
• Responsabilidades compartilhadas
para o crescimento
individual e coletivo
A PUCRS foi sede da 4ª
edição do CongregaRH – Congresso de Gestão de Pessoas,
da Associação Brasileira de
Recursos Humanos, seccional
do Rio Grande do Sul. Nos dias
28, 29 e 30 de outubro os participantes debateram o tema
“Organizações e Pessoas: responsabilidades compartilhadas para o crescimento”.
O evento trouxe conhecimento e informação sobre
gestão, além de fazer refletir
sobre as perguntas feitas pela
sociedade que permanecem
sem respostas. Compareceram
palestrantes com projeção nacional e internacional como
Bernardo Toro, Marcelo Tas e
Ariano Suassuna.
O intelectual colombiano, especialista em desenvolvimento sócio-econômico e
19
político da América Latina,
Bernardo Toro, proferiu a primeira das nove conferências e
painéis que ocorreram nos três
dias. Ao falar sobre “Organização e igualdade”, ressaltou
a importância de desenvolvermos a capacidade de abordar
problemas insolúveis.
O jornalista Marcelo Tas,
âncora do programa do CQC –
Custe o que custar, da TV Bandeirantes, abordou “Inovação:
a criatividade na era digital”.
De forma divertida e dinâmica,
expôs a realidade digital e a rapidez de sua evolução.
Outro destaque do CongregaRH foi Deli Matsuo. Apesar de seu nome não ser tão
conhecido pela mídia, é diretor
de Recursos Humanos para
América Latina da Google,
uma das empresas com maior
índice de satisfação de seus
funcionários, que muitos idealizam como o local perfeito de
trabalho.
Intelectual da Academia
Brasileira de Letras, um dos
principais escritores brasileiros, Ariano Suassuna encerrou o Congresso com “chave
de ouro”. Ele discorreu sobre
o Brasil e encantou a platéia.
Além do conteúdo proporcionado, o evento foi divertido,
com coquetéis, música ao vivo,
brindes e até massagens.
VITORIA GUIMARÃES
E FELIPE BALESTRIN
FOTO DIVULGAÇÃO ESPAÇO EXPERIÊNCIA
∆∆ Equipe de apoio dos alunos do Espaço Experiência
atuou ao Congresso sob a orientação de professores
20
RRPPAtualidades/dezembro 2009
VIAGEM
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
∆∆ Apresentação cultural na beira da praia de Padang Padang, Indonésia
∆∆ Currumbin Sanctuary, Gold Coast
Conheci outro mundo na Austrália
• Procurei me adaptar a novos hábitos, conviver com diferentes culturas, amadurecer. Valeu a pena
Viajar para outro país, ficar
longe das pessoas que amamos.
Assumir mais responsabilidades,
experimentar o sentimento de liberdade. Conhecer novas pessoas,
novas culturas, aprender uma nova
língua. Em dezembro de 2007 comecei a sentir na pele essa experiência.
O primeiro desafio foi o aeroporto. Minha família e amigos se
despedindo, foi aí que percebi que
só depois de um ano os veria novamente. Estava indo para o outro
lado do mundo. Meu destino foi
Sydney, na Austrália, uma cidade
incrível, com praias maravilhosas,
onde o transporte público (que
não se limita a ônibus) funciona e
não se precisa temer ao usá-los na
volta de uma festa. Lugar onde tive
que enfrentar várias barreiras, diferença de fuso horário (lá são 13
horas a mais), um quarto com sete
européias e, é claro, o olhar de estranhamento quando fiz meu primeiro chimarrão. Corria contra o
tempo para dominar o inglês, atrás
de emprego e um lugar para morar.
Nos primeiros dias já dava mais valor para minha mãe e para todo o
conforto que ela me proporciona-
∆∆ Estação de eski Perisher Blue. Que frio gostoso!
va. Aos poucos as coisas foram se ajeitando. Lá morei na praia
de Dee Why, no norte
da cidade de Sydney,
construí amizades que
se tornaram minha “família australiana” e do
meu primeiro emprego
realizando faxinas com
outra brasileira em um
prédio comercial, pas- ∆∆ Ao fundo, a Sydney Opera House
sei pelo Mc Donald´s,
hotéis de luxo e quando vi estava pagava minhas contas com meu
trabalhando em eventos na Sydney próprio dinheiro e tive a oportuniOpera House. Co- dade de viajar por lugares paradimeçava a me adap- síacos como Whitsundays, Fraser
tar, e sempre que Island e Indonésia. podia ia a PeterTanto a ida quanto a volta
sham (bairro por- foram muito difíceis. Ter que se
tuguês que mais se acostumar com uma nova cultura,
parecia com nos- novas pessoas, novos empregos...
sas comunidades tudo novo! No início o problema
brasileiras) comer na adaptação, no fim a readaptauma boa feijoa- ção aos costumes de nosso país.
da e outros pratos Ter a oportunidade de viver em
clássicos de nosso outro país é algo incrível, passar
país, mas até o fim por sentimentos antes desconhea saudade batia for- cidos como a dor das despedidas,
te quando qualquer tanto na hora que deixamos o Bradorzinha começa- sil quanto na hora em que nossas
va. Foi então che- amizades feitas lá e nós mesmos
gando o momento retornamos ao destino de partida.
da decisão: ficar Momentos de arrependimento,
em Sydney ou vol- raiva, alegrias, tristezas, saudade.
tar para Porto Ale- Aprender a viver a vida como se
gre? A viagem me estivéssemos em uma montanhatrouxe um enorme russa, vivendo intensamente.
amadurecimento,
pela primeira vez
VITORIA ANDRADE GUIMARÃES
VIAGEM
RRPPAtualidades/dezembro 2009
21
Uma experiência
na Inglaterra
• Seis meses vivendo na cidade de Cambridge
Era 7 de fevereiro de 2009,
quando me dei por conta estava
desembarcando no aeroporto internacional de Heatrow, em Londres, e pegando um táxi direto para
a cidade de Cambridge, onde passaria os próximos seis meses deste
ano. Não tinha nenhuma idéia do
que me aguardava, me sentia confuso e o cenário em que me deparava fazia-me sentir aterrorizado.
O frio era congelante e penetrava
cada falha de roupas fabricadas
para um inverno não tão rigoroso
como o da Inglaterra, o céu era cor
de cinzas de cigarro, o chão branco
de neve, não existia sinais de verde na vegetação da estrada, e sim
apenas árvores completamente secas e os rostos dos passageiros dos
carros eram pálidos e frios. Fiquei
chocado, me lembrei que um dia
antes eu estava tomando banho de
piscina sob sol escaldante, observando as árvores subtropicais de
meu pátio de casa. Logo me perguntei: - Que diabos eu vim fazer
aqui? Que furada que eu me meti!
A insegurança e o medo me
dominaram, estava longe de casa,
não falava uma palavra de inglês
e não tinha ninguém para me dar
suporte nos momentos difíceis.
Estava morando em uma casa estranha, com pessoas estranhas, e
logo na primeira semana me encontrava em maus bocados. Peguei
algum vírus – ou talvez tenha sido
o impacto emocional da mudança
repentina – ardia em febre de 40
graus e minha cama mais parecia
uma banheira de tão molhada. Ia
na raça e na coragem tomar banhos gelados nas madrugadas,
para ver se não caía de tontura pelos corredores da casa. Se alguém
me ajudou? Que nada, minha casa
era de ingleses e como tal, frios e
céticos quanto aos meus sintomas.
Eu em estado pré-morte e eles me
diziam que uma aspirina resolveria meus problemas – será que nós
,brasileiros, somos “fiasquentos”?
O cenário não se alterava, e
cada dia as coisas pareciam mais
nebulosas, a mudança tão brusca de cultura me impactava bastante. A comida não era boa – se
resumindo a batatas –, todos os
dias eram cinzas e escureciam às
∆∆ Famoso Rio Cambridge
quatro da tarde, nos ônibus que eu
entrava não havia os sorrisos corriqueiros do Brasil, as pessoas não
pareciam tão gentis, e pasmem,
nem as crianças sorriam! É, talvez
meu bom humor já não fosse mais
o mesmo. Meu positivismo estava
visivelmente afetado, e acordar dia
após dia sob céu cinza me deixava
muito, mas muito mal humorado.
Contava os dias para ir embora de
lá, e ver um céu azul anil.
Entretanto, paralelamente a
essa fase dramática, ingressei na
escola BellScholl, e tentava fazer
amigos como um surdo-mudo, já
que meu inglês se resumia a pedir
um BigMac no MCdonalds. Graças a Deus conheci pessoas compreensivas para com o meu anafalbetismo, e na falta de palavras
compartilhávamos as primeiras dificuldades entre olhares que tudo
diziam. E, sendo a solidão muito
grande, depois das aulas íamos
todos para os cafés ingleses, onde
ficávamos horas “conversando”,
para passar o tempo e não ficar em
casa olhando para paredes de madeira – sim as casas são todas de
madeira, e tudo se ouve de todos os
cômodos.
Mas a vida é cheia de surpresas, com o tempo a minha percepção se alterava e minha cara emburrada das
primeiras semanas virava
gargalhada com pessoas
dos mais diversos cantos
do mundo. Começava a
apreciar a beleza que existia naquele mundo tão
diferente. Os prédios históricos, a cultura riquíssima, o transporte eficiente,
a sensação de segurança
nas ruas, o respeito entre
as pessoas de diferentes
ideias e estilos, a incrível experiência de todos
os dias conhecer pessoas
tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas, e
principalmente, poder aprender e
interagir com elas.
Havia colocado “lentes coloridas” em meus olhos, e o que antes
era depressão agora virava atração, ou melhor, fascinação.Meu inglês já estava auto suficiente – yes!
– e eu e meus amigos trocávamos
os cafés por cervejadas nos pubs
ingleses. Criava laços que iam além
de meras amizades de bar, as quais
superavam algumas relações de
anos construídas no Brasil. Havia
ganho irmãos.
Na mesma rapidez que adquiri
novas palavras em meu vocabulário, os dias passaram voando, e eu
não tinha sequer percebido. Após
o difícil período de adaptação, eu
me sentia feliz, me sentia em casa.
As andanças de bicicleta pela pequena cidade, os jogos de futebol
das quarta-feiras, os encontros nos
parques de grama verdíssima, as
bebedeiras e risadeiras, as baladas de sempre, tudo era já muito
familiar, bem como as pessoas que
faziam parte de meu cotidiano. Estava adaptado e impressionava-me
com a contradição da vida, se por
um lado no início não queria ficar
lá, agora era muito difícil pensar
em ter que voltar ao Brasil, por
mais que meu retorno já estivesse
traçado.
Na semana que antecedia minha despedida e a da maioria – visto que todos foram para ficar seis
meses – eu sentia os primeiros golpes do desprendimento emocional,
cada adeus de amigos era como
um velório de filme de terror, só se
comparando aos pesadelos que eu
estava tendo, onde alguém tentava
me fazer voltar para o Brasil e eu
chorava para ficar. Não vestíamos
pretos como em um velório, mas
nem precisava, as “lentes preto e
branco” cobriam os olhos de todos.
O fim chegara, e para fugir desta
realidade ficávamos 24 horas juntos, nos escondendo entre risos
melancólicos e garrafas de vinho,
como se pudessemos realmente
enganar o tempo.
Não só não podíamos, como
quando eu percebi, estava desembarcando do avião no Brasil, e tinha que fazer esforço para fazer
cara de animado em rever todos,
por mais que estivesse com saudades, pois sentia-me triste. Era difícil de compreender que da noite
para o dia, eu estava vivendo novamente outra vida, era difícil de
compreender, e principalmente,
aceitar.
Ainda esses dias estava caminhado pela faculdade, quando
escutei algumas pessoas comentando que queriam fazer intercâmbio, mas que não queriam perder
um semestre de seus respectivos
cursos. Eu ri. No final das contas,
só conseguimos perceber o que realmente tem valor quando saímos
dos ambientes viciados em que estamos inseridos.
LUCAS KAFRUNI
22
HUMOR
RRPPAtualidades/dezembro 2009
FOTOS DIVULGAÇÃO
Stand-up: a nova
arte de fazer rir
• Humorista do CQC conquista os gaúchos
∆∆ Em cena o espetáculo do “Guri de Uruguaiana”
Humor gaúcho
conquista o Brasil
No dia 21 de novembro
de 2009, o humorista Danilo
Gentili apresentou no Salão
de Atos da PUCRS seu show
de comédia stand-up “Danilo
Gentili - Volume 1”.
Revelação do programa
CQC, o humorista Danilo Gentili veio a Porto Alegre com o
seu espetáculo solo, a comédia
stand-up “Danilo Gentili - Volume 1”. Lotando o Salão de
Atos da PUCRS, ele divertiu a
platéia com quase duas horas
de show. O público pôde se
deliciar com um “mix” de seus
shows, onde em um criativo e
inteligente texto humorístico o
comediante falou de assuntos
atuais e situações engraçadas
de seu cotidiano.
Improvisando muito bem,
Gentili conseguiu prender a
atenção das pessoas, criando
uma interatividade com a plateia. Esperto, brincou com assuntos de seu estado natal, São
Paulo, e não satirizou o povo
gaúcho.
Além de piadas inteligentes, Danilo Gentili usou e
abusou do seu jeito engraçado
de ser, principalmente de sua
voz. Ele nos trouxe piadas em
que nos reconhecemos nessas
situações, casos normais, mas
quando narrados pela ótica de
um ótimo humorista, acabam
se tornando hilárias e nos fazem refletir como a vida pode
ser engraçada.
AMANDA MACHADO E
PEDRO LAVAL
• Através de equipe de Relações Públicas,
humor gaúcho ultrapassa fronteiras
Jair Kobe, o interprete do
famoso Guri de Uruguaiana, é
natural de Porto Alegre e vem
conquistando um enorme espaço no cenário humorístico
brasileiro. Com irreverência,
profissionalismo e muito bom
humor, atrai cada vez mais fãs.
Através de uma boa assessoria de comunicação e de
profissionais qualificados na
área de Relações Públicas, o
show “Causos do guri de Uruguaiana” aborda assuntos tradicionalistas da cultura gaúcha
e faz sátiras da música “Canto
Alegretense”, em ritmos que
estão em alta no país.
O espetáculo realizado
pelo humorista Jair Kobe faz
sucesso em todo o Rio Grande
do Sul e começa a conquistar o
Brasil. O personagem guri de
Uruguaiana já existe no show
“Seriamente Cômico”, também
de Jair Kobe. “Era o personagem que mais se destacava no
show, então foi necessário um
planejamento e pesquisa para
formar um novo espetáculo”, explica seu criador. Para
tornar mais atraente o show,
veio a ideia de adicionar novos
personagens. Surgiram, então,
figuras como “Licurgo” e “Dr.
Mandassoeu”, interpretados
por Luis Antonio Paz e Álvaro
Luthi, respectivamente.
Após alguns artistas que
já saíram do estado para buscar o sucesso nacional, chegou
a vez do guri, Jair Kobe. Hoje
a equipe é composta por cerca
de 15 pessoas fixas, que auxiliam antes, durante e depois
do espetáculo. Dentre elas há
dois relações-públicas, responsáveis pela imagem do artista,
atendimento ao público, comunicação interna, assessoria, entre outras atividades. A
equipe também conta com a
parceria de uma agência que é
responsável por assuntos relacionados à web.
FELIPE BALESTRIN E
PEDRO LAVAL
∆∆ Danilo Gentili, experiente humorista de stand-up
ENTREVISTA
Denise,
fazendo a
diferença
• Ela tem uma
empresa de gestão de
comunicação integrada
e em 2009 começou a
lecionar na faculdade
em que se formou
Denise Pagnussatt é graduada
em Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas (2001)
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com
especialização em MBA Executivo
em Marketing (2003) e aperfeiçoamento em Pesquisa e Psicologia do
Consumidor (2007), ambas pela
Escola Superior de Propaganda e
Marketing – ESPM e está terminando Mestrado em Comunicação na PUCRS. Sócio-fundadora
e Diretora de Planejamento da
Comunicative+Ideale, agência especializada em Comunicação Integrada, começou a lecionar no curso
de RRPP da Famecos em 2009. Conheça as suas experiências acadêmicas e as ideias profissionais:
Por que Relações Públicas?
Bem, na verdade, não escolhi
Relações Públicas, eu queria mesmo Publicidade e Propaganda, mas
acabei me identificando mais com
RP, porque na época quando fazia
Teoria de Relações Públicas vi que
era uma área que me possibilitaria trabalhar dentro da empresa,
Rapidinhas:
O que te faz sorrir ...
bem, muitas coisas me fazem
sorrir, ver uma pessoa sorrir me
faz sorrir, uma piada inteligente, um “obrigado(a)”!
Um dia difícil é... quando tenho que ser “direta” ou
“dura” com um funcionário ou
um aluno porque não está respondendo às expectativas ou
está atrapalhando o grupo ou a
si mesmo!
Felicidade
significa...
sentir-se realizada, completa!
Realização de um sonho
é... continuar sonhando!
RRPPAtualidades/dezembro 2009
23
FERNANDA BARCELLOS
prospecção sempre
foi por indicação
através de funcionários, de amigos,
e o meu negócio começou a se encaminhar.
Principais
desafios.
São
tantos
quando decidimos
empreender! E eles
seguem até hoje!
Alguns se repetem!
Como gerir um negócio, sem ter a habilitação para tal. E
a empresa vai crescendo e precisa ainda mais de gestão.
Coordenar e liderar
pessoas. Depararse no mercado com
pessoas antiéticas,
injustas.
Do que mais
tem saudade do
tempo em que
∆∆ Denise Pagnussatt: paixão pelo que faz ainda era aluna?
Na real, aincuidando de toda a comunicação. da sou aluna! E vou ser sempre!
Como eu me interessava e estuda- Quanto mais eu aprendo, mais vejo
va a Teoria da Propaganda, além de um universo para aprender! Ainda
acompanhar e analisar as campa- mais na comunicação! Mas na éponhas na rua, entendi que se eu fos- ca da faculdade.... pode crer, dos
se uma relações-públicas com esse trabalhos em grupo! Tenho nostalconhecimento já seria um diferen- gia das reuniões na casa dos colecial no mercado, porque na época gas, na minha casa, das viradas de
em que eu estava na faculdade não noite, da apresentação do trabalho!
tinha noção que um dia teria uma Aquele alívio de missão cumprida!
agência. Com o tempo, também Da monografia! Eu batalhei muito
percebi que para eu ser estratégica na minha mono! Queria o 10! Mas
para as empresas e não operacio- mais do que o 10, aprendi muito
nal, teria que entender da gestão do com o meu tema!
negócio e entender muito de comuComo tem sido a experinicação como ciência.
ência de passar de aluna para
Como foi o curso para você professora da Famecos?
na sua época?
Gratificante! Desafiante! AgoExcelente! Fiz amigos, ne- ra estamos na fase final e os alunos
tworking, aprendi muito, tive mes- estão apresentando os seus trabatres que são a minha referência até lhos! Estou com orgulho do que eles
hoje!
têm feito! Tenho visto trabalhos de
Como surgiu a ideia de turmas do primeiro semestre com
abrir uma empresa?
nível de mercado! A Famecos está
Na faculdade, alguns colegas e formando profissionais de alto níeu tentamos montar uma empresa, vel e estou orgulhosa de fazer parte
mas não deu muito certo. Então, também como professora!
quando eu estava cursando a pósInspirações profissionais.
graduação e trabalhando no ResMeus pais, sempre! Foram eles
taurante Épico, fui convidada pelo que me incentivaram e acreditaram
Marcelo Jacobi para montar uma no meu potencial! Até hoje! Quanassessoria de comunicação como do decidi fazer Relações Públicas,
profissional liberal e depois de sete eles nem sabiam o que era e tivemeses eu tinha dez clientes e ain- ram medo do meu futuro profissioda estava trabalhando em casa. A nal, mas mesmo assim acreditaram
na minha escolha! Hoje tenho certeza que eles têm orgulho da filha
relações-públicas!
Tem alguma coisa que se
arrepende de não ter feito em
relação a estudos ou já como
profissional?
Ah! Sim! Comecei com a agência em 2001 e eu tinha 21 anos e
os anos foram passando e nunca
estudei ou morei fora do Brasil ou
do RS. Só viajo (e muito) a turismo!
É um sonho a ser realizado depois
do mestrado, pelo menos três semanas, já que mais de um mês é
inviável.
Seu maior feito como RP.
É muito cedo para falar em
“feito”... mas acho que montar uma
empresa que é modelo em gestão
de comunicação integrada, manterse “vivo” no mercado altamente
competitivo, são pelo menos uma
vitória!
O que ainda quer realizar?
Acredito que devemos ser felizes com o que temos hoje, mas tenho alguns sonhos como ter filhos,
netos, enfim, família grande. No
profissional, quando eu iniciei com
a empresa, trabalhava até dezoito horas por dia, com o tempo, fui
conseguindo administrar melhor
as pautas e passei a trabalhar em
torno de dez, quando também consegui viver mais, ter finais de semana, descanso. Rotina que é igual a
muitos profissionais que conheço!
Faz parte!
FERNANDA BARCELLOS
Mensagem:
Paixão! Esse é o ingrediente que impulsiona a nossa vida!
Quando fazemos algo com paixão, lutamos, enfrentamos os
desafios, descomplicamos a
nossa rotina, vivemos intensamente, nos realizamos, ficamos
felizes, somos verdadeiros conosco e com os outros! Se não
tivermos paixão pelo que estamos fazendo, tudo é um saco,
é um problema levantar pela
manhã, é um saco falar com as
pessoas, um problema pequeno
se torna uma grande avalanche,
o problema é sempre dos outros
e nunca nosso. Então, uma mensagem para quem está estudando comunicação, e não só essa,
mas em qualquer área do conhecimento, é o que eu falo para
todo mundo: a gente tem que ter
paixão por aquilo que a faz!
24
RRPPAtualidades/dezembro 2009
PONTO FINAL
MARIANA FONTOURA/ HIPER
MARIANA FONTOURA/ HIPER
∆∆ Carlos Gerbase, cineasta e jornalista, líder da banda Os Replicantes
∆∆ Sempé, professor de fotografia
SHOW DE ROCK
dos professores da Famecos
• Aula de ritmo, voz, batida forte e solos no saguão da faculdade
faculdade, outro no bar Opinião, durante o SET
Universitário.
Decidida a criação da banda, era necessário definir o repertório. Para animar a plateia,
resolveram tocar clássicos do bom e velho rock,
como The Beatles, Jerry Lewis, Elvis Presley e
outros. Segundo o professor Alberto Raguenet,
ficou “a cara da banda”, com ele e Ticiano na
guitarra, Stosch no teclado, Sempé no saxofone
e Gerbase na bateria.
MARIANA FONTOURA/ HIPER
∆∆ Alberto Raguenet e Ticiano Paludo, de publicidade
E o que faltava para essa banda ser completa? Um show. O primeiro foi no saguão da
Famecos, durante o intervalo dos debates e oficinas do SET. Quem assistiu, nem imaginou que
eles ensaiaram apenas duas vezes, porque a sintonia entre os professores-músicos era perfeita.
À noite, estavam lá na festa de encerramento.
Quinta banda a tocar, foi a única para quem a
plateia pediu “bis”.
AMANDA MACHADO
BRUNO TODESCHINI/ HIPER
A paixão pela música. Esse foi o motivo que
uniu os professores da Famecos, Sérgio Stosch
(rádio), Elson Sempé (fotografia), Ticiano Paludo e Alberto Raguenet (publicidade), Carlos
Gerbase (cinema) e o funcionário do estúdio de
rádio, José Carlos Andrade.
Mesmo cada um com seu estilo e preferências musicais próprias, conseguiram entrar em
perfeita harmonia na banda improvisada que
surpreendeu com dois shows, um no saguão da
∆∆ Stosch leciona rádio e toca teclado

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