Estudos 3 e 4 - A Importância da Tradução Fiel das Escrituras

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Estudos 3 e 4 - A Importância da Tradução Fiel das Escrituras
CONFERÊNCIA
I G UA P E /AQUIRAZ-CE | HOTEL DON’ANA • 19 e 20 | SETEMBRO | 2009
Estud o III
Estudo I V
A Transmissão do Antigo
Testamento
A Questão da Crítica
Textual
Pr. Harold Gilmer
Mestrado em Exposição bíblica, Pensacola Theological
Seminary - EUA; Missionário e Pastor Batista Independente;
Integrante da Equipe Pastoral da Igreja Batista Nova Vida,
em Jardim Ingá - SP; Integrante da Diretoria da SBTB;
Integrante da diretoria da Associação Amigos de Sião.
Pr. Walter Campelo
Bacharel em Teologia; Pastor da Congregação Batista,
em Brodowski - SP; Professor do Seminário Batista
do Nordeste Paulista; Estudioso de Manuscritologia,
Codicologia e da Crítica Genética e Textual.
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Igreja Batista
Fundamentalista
Cristo é Vida
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“Se forem destruídos os fundamentos,
que poderá fazer o justo?”
Salmo 11:3
Sociedade Bíblica
Trinitariana
do Brasil
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A IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO FIEL DAS ESCRITURAS
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ESTUD O III
A Transmissão do Antigo Testamento
I - História de como foi escrita
A. Maior parte escrita em Hebraico
1. Língua pré-Babel (Gênesis 11:1) (somente consoantes, a princípio sem espaços)
2. Evidências:
a. Nomes e características dos animais
b. Nomes próprios têm significados importantes
c. Nomes de nações da Antiguidade parecem vir do Hebraico
B. Algumas poucas partes foram escritas em Aramaico
1. Aramaico é uma língua cognata, muito próxima do hebraico
2. Língua oficial do Império Persa
3. Substituiu o hebraico no tempo do cativeiro
a. Esdras (4.8-6.18; 7.12-26)
b. Jeremias (10.11)
c. Daniel (2.4 a 7.28)
C. Material usado para escrever
1. Papiros (juncos cortados)
2. Peles (preferível)
II - Os originais
A. Manuscritos cuidadosamente preservados
1. Deuteronômio 31:25-26
2. Josué 1:8
3. 1 Reis 2:3
4. Neemias 8:1
5. 1 Samuel 10:25
B. O Templo – local onde era preservada
1. 2 Reis 22:8
2. 2 Crônicas 34:14
C. A Arca
1. Viam arca como trono de Deus (Êxodo 25.22; Salmo 80.1)
2. Separados de todos os livros comuns – autoridade divina
III - Cópias
A. Critério de cópia – conforme o original (Deuteronômio 10:4; 17:18-19; 2 Crônicas 23:11)
B. Trabalho dos escribas (sopherim – escrever) (1 Reis 2:3)
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IV - Perda dos originais
A. Jerusalém cativa – 586 a.C. (Daniel 9:2)
B. Volta do cativeiro – 537 a.C. (Esdras 6:19; Neemias 8:1)
A Transmissão do Antigo Testamento
V - A grande sinagoga
A. Corrigindo erros
B. LXX – Quando citada, “a variação . . . é muito pequena, e nunca com referência ao
sentido” o “texto tem que ser exato e confiável”
VI. Período antes de 400 a.C.
A. Não há MSS conhecidas
B. Mudança da escrita hebraica
C. Estilo – predominante consoantes
VII. Período de 400 a.C. a 135 d.C.
A. Proto-Massorético ou MSS Babilônico
B. Supostamente outra família - MSS Palestino (somente na mente dos estudiosos)
1. Pentateuco Samaritano
2. Rolo do Mar Morto
C. Recenssão/MSS Egípcio ou Vorlage – tradução LXX
Resumo: Modelo antigo: três famílias e quatro textos; isto não é verdade. Novo
modelo – um texto geralmente recebido (Massorético) com vários ramos. Isto cabe nas
evidências.
VIII. Período Talmudico – 135 d.C a 500 d.C
A. Soferim copiaram o texto
B. Haviam regras para copiar o texto
1. Peles de animais limpos
2. Cada pele conter mesmo numero de colunas
3. Não podia haver menos que quarenta e oito nem mais que sessenta linhas
4. Tinta preta preparada especialmente
5. Não escrever nenhuma palavra ou letra de memória
6. Se uma letra omitida, inserida, ou trocada, página destrúida
7. Três erros numa página – MSS inteiro condenado
IX. Período Massorético – 500 d.C. a 1000 d.C.
A. Massoretas (tradição) copiaram o texto
1. Academia em Tiberíades (na costa do Mar da Galiléia)
2. Academia na Babilônica (no leste)
B. Estabeleceram regras detalhadas.
1. Introduziram pontos de vogal
2. Fixaram acentos
3. Explicaram significado de palavras
4. Providenciaram leituras de margem
5. Foram meticulosos (Aleph ocorre 42.377 vezes; Beth, 38.218; Gimel, 29.537)
6. Seguiam regras Talmúdicas
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A IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO FIEL DAS ESCRITURAS
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X. Propagação do Texto Massorético – 1000 d.C. a 1524/25
A. Manuscritos ben Asher
1. Códice de Alepo – 930 d.C. (visto como fonte original)
2. Códice de Leningrado – 1008 d.C. (cópia mais antiga e completa)
3. Texto base da Bíblia Bomberg (1524-1525), ou Jacob ben Chayyim
B. Manuscritos medievais após 1100 d.C. – 3,000 MSS com pouco ou nenhuma variação
XI. Edições Impressas do Texto Hebraico – 1524/25 d.C ao presente
A. Impressão de Bíblias Hebraicas preparam o caminho (1477 - Salmos; 1482 - Pentateuco; 1488 - Bíblia Soncino)
B. Bíblia Rabinica (1516-17 – Primeira Bíblia Rabinica; 1524-25 – Segunda Bíblia Rabinica)
C. Bíblias Hebraicas subsequentes (1852-Bíblia Letteris; 1894; 1911-1926-Bíblias
Ginsburg)
D. Edições Kittel – 1905, 1912, 1936/37; 1967-78
E. Bíblia Quinta – baseada no Códice de Leningrado
F. Hebrew University Bible – baseada no Códice de Alepo
G. Oxford Hebrew Bible – supostamente crítico (eclético) Hebraico A.T.
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A Questão da Crítica Textual
Estud o IV
A Moderna Teoria Crítica Textual
Uma análise técnica
É Fato ou é Teoria?
Uma teoria é isto mesmo: Uma teoria!
Veja-se o exemplo da teoria da evolução (mais ou menos contemporânea da teoria
crítica textual).
Teoria da Evolução
É na verdade uma tentativa de tirar Deus da equação da criação da vida.
Um ser unicelular “brotou por acaso”, e....
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A IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO FIEL DAS ESCRITURAS
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E por fim:
Bases do Texto Grego
Texto Recebido:
- Mais de 5.000 testemunhas
- Unidade de texto, com pouquíssimas discordâncias.
- Texto dominante nas Igrejas no decorrer da história.
- Qualidade superior de leitura.
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Textos Críticos:
- Poucos manuscritos usados como base (cerca de 45 no total)
- Sendo que a maior parte dos textos críticos se baseiam em apenas 2 MSS: Sinaíticus
(Aleph) e Vaticanus (B).
- Os MSS de base divergem fortemente entre si, sendo que, por exemplo, entre Aleph
e B, somente nos quatro evangelhos há mais de 8.000 palavras discordantes.
- São manuscritos fortemente rasurados e reescritos.
Códice Sinaiticus - Rasura em Lucas 10:38
Códice Vaticanus- Rasura em Mateus 16:20
- A teoria em que se baseiam estes textos foi primeiramente proposta por Westcott
e Hort em 1881.
- Existe hoje uma enorme quantidade de textos chamados críticos (só da linha de
Nestlé-Aland já temos 27 edições diferentes).
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- E as traduções em geral não usam nenhum deles completamente, mas partes de
cada um deles (misturando inclusive em alguns casos com o TR)
A Questão da Crítica Textual
Necessidade da Moderna Teoria Crítica Textual
A maior causa é justamente a forte divergência entre os manuscritos. Há um enorme
número de “variantes textuais” que precisam ser analisadas para se “escolher” qual delas seria o texto original.
Teoria Crítica Textual: Pressupostos
Processo de Ecletismo:
Este processo se baseia na escolha de uma ou outra variante para uma passagem quando há diferenças entre os manuscritos eleitos para base do texto sendo confeccionado...
Assim, através do método eclético, cada tradutor busca encontrar qual passagem
melhor se enquadra dentro de determinado contexto, e aplica a variante que achar conveniente ao caso.
Pressuposto Básico:
Westcott e Hort (mais especificamente Hort) partiram do pressuposto básico de que
o Novo Testamento deveria ser tratado como qualquer outro livro comum...
“Não será inapropriado adicionar aqui uma distinta expressão de que cremos que, mesmo entre as numerosas leituras inquestionavelmente espúrias do Novo Testamento, não
há nenhum sinal de falsificação deliberada do texto em favor de propósitos dogmáticos”
(WESTCOTT e HORT 1881, Introduction, p.141 §369)
Mas:
“Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Eusébio, e muitos outros Pais da Igreja acusaram os hereges de terem adulterado as Escrituras com a finalidade de prover apoio para
seus pontos de vista particulares.” (METZGER, The Text, p.201 apud PICKERING 2001, p.20).
Pressuposto da Genealogia
“O método adequado de Genealogia consiste na recuperação mais ou menos completa de textos de ancestrais sucessivos pela análise e comparação das variantes
textuais de seus respectivos descendentes” (WESTCOTT e HORT 1881, Introduction).
Através deste método Hort reduziu o número total de vozes testemunhando do texto do
Novo Testamento a apenas quatro: “Neutra”, “Alexandrina”, “Ocidental”, e “Síria” (Bizantina)
E depois Neutra e Alexandrina foram consideradas como uma mesma família. Logo, a
contagem ficou “2 x 1” contra o texto bizantino, e não “5.400 x 45” a favor do texto bizantino.
Desta forma os manuscritos são organizados como pertencendo a um dos “tipos textuais” estabelecidos por Westcott e Hort a partir das suas variantes comuns.
Descarta-se assim o poder da multidão de vozes bizantinas.
Mas, segundo Scrivener: “O sistema do Dr. Hort, é inteiramente destituído de fundamento histórico”
Pois, conforme Colwell:
“As demonstrações ou ilustrações do método genealógico, como aplicado aos manuscritos
do Novo Testamento pelos seguidores de Hort da mesma forma (que Hort fez) usam manuscritos hipotéticos, e não códices verdadeiros” (COLWELL, Genealogical Method, p.111).
Aliás, até Aland (defensor do TC) afirma que o método “não pode ser aplicado ao Novo
Testamento” (ALAND, The Significance of the Papyri, p.341 apud PICKERING 2001, p.24).
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A IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO FIEL DAS ESCRITURAS
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Pressuposto da Conflação
Conflação é a combinação de leituras de duas ou mais fontes documentais. Ela era reputada como prevalecente entre manuscritos da era bizantina, não ocorrendo, todavia,
em documentos alexandrinos e ocidentais.
“Este argumento supõe ser o texto bizantino de idade recente, havendo surgido das combinações de leituras dos tipos de texto mais antigos” (BENÍCIO 2003, p.13)
Exemplo de alegada conflação em Lucas 24:53
Texto Alexandrino:
Texto Ocidental:
(bendizendo a Deus)
(louvando a Deus)
Texto Bizantino:
(louvando e bendizendo a Deus)
Mas, neste caso houve a omissão de uma parte do verso pelos manuscritos Alexandrinos e
de outra pelos manuscritos Ocidentais e não conflação nas centenas de manuscritos Bizantinos.
É bem sabido e visto que os manuscritos Alexandrinos omitem com muita freqüência
várias palavras, conforme nos elucida BURGON em 1896, p.268.
Brevior lectio potior (A leitura mais curta deve ser preferida)
No Novo Testamento, como em quase todos os escritos em prosa que têm sido muito
copiados, adulterações por interpolação são muitas vezes mais numerosas que adulterações por omissão (Hort 1881)
Mas, existem estudos sobre escritos gregos e latinos que provam exatamente o contrário.
Segundo Clark:
Em nenhum outro lugar fica mais evidente a falsidade da máxima brevior lectio potior que
no Novo Testamento. O processo tem sido de contração, não de expansão. O texto primitivo
é o mais longo e não o mais curto (CLARK 1914, p.iii-vi).
Proclivi lectioni praestat árdua (A leitura mais difícil deve ser a preferida).
A base para esta afirmação é a de que os copistas simplificariam ou alterariam o texto
ao encontrarem uma suposta dificuldade ou algo que não entendiam.
Citando Jerônimo:
“Os copistas escrevem não o que encontram, mas aquilo que pensam ser o intencionado: e
enquanto tentam retificar os erros dos outros, meramente expõem os seus próprios”
Conforme o próprio Hort:
“Em si próprias, as leituras Sírias quase nunca ofendem à primeira vista. Com raras exceções, elas fluem agradável e facilmente quanto à forma e imediatamente oferecem,
mesmo a um leitor descuidado, um sentido razoável, livre de surpresas e aparentemente
transparente”. (WESTCOTT e HORT 1881, Introduction, p.60 §163)
Concluindo
Esta análise da Teoria Crítica Textual desenvolvida por Hort com o objetivo de desacreditar o testemunho bizantino provou-a incoerente e inconsistente, para dizer o mínimo!
Pickering a reporta como “errônea em cada ponto”
Em suma há claras razões para que o texto Bizantino seja tido como prioritário e como
a testemunha preponderante dos autógrafos originais. Deste modo o Textus Receptus
8 (o Texto Bizantino recebido através dos séculos, o Texto Majoritário) reassume seu lugar
de honra como fiel testemunha de um tipo textual antigo, completo, harmonioso e claro,
como é de se esperar de qualquer texto que se arrogue o título de Escritura Sagrada.

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