Edição 52
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EXPEDIENTE Editorial N Governo do Estado de São Paulo Governador José Serra este último semestre tivemos várias atividade acadêmicas lato e estrito senso cujos resumos apresentamos além da programação de 2008 da nossa reunião clínica e dos cursos de aperfeiçoamento. Diretor Clínico José Otávio Costa Auler Júnior Destacamos também a posse do Prof. Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho como Presidente da SBOT para 2008. Instituto de Ortopedia e Traumatologia Professores Titulares Tarcisio Eloy P. de Barros Filho Arnaldo Valdir Zumiotti Olavo Pires de Camargo Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo Editor 03 Editorial Sumário ixação Bi-polar com FFios ios de Kirschner pela FFixação 09 Caso: FFratura ratura Explosão TToracolombar oracolombar 10 Artroplastia por via de acesso Transquadricipital e Minimamente Invasiva Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Presidente do Conselho Deliberativo Marcos Boulos Superintendente José Manoel de C. Teixeira Diretor Científico Alberto Tesconi Croci Diretor Executivo Dr. Leonardo Ceccon Editor Olavo Pires de Camargo Cartas para a Redação Sandra Maria Silveira Claudia Helena dos Santos Instituto de Ortopedia e Traumatologia “Prof. F. E. Godoy Moreira” Rua: Dr. Ovídeo Pires de Campos, 333 - Tel./Fax: (11) 3069-6815 / 3069-7900 - CEP 05403-010 - São Paulo – SP Tratamento das FFraturas raturas dos Ossos da PPerna erna 04 Secretário da Saúde Luiz Roberto Barradas Barata Fotos Olga Mendes Braga José Roberto Caetano Projeto e Execução NaJaca Design & Comunicação Validação da versão para a língua portuguesa do 13 Functional Measure for Amputees Questionnaire (FMA) 15 Leonardo Ceccon assume Diretoria Executiva 16 Disciplinas de Pós Pós-- Graduação - 1º semestre de 2008 Tel. (11) 5097-9764 [email protected] www.najacaonline.com Jornalista Responsável Antonio Luiz Mello Jr. MTb 46.025 – SP Tiragem: 6.000 exemplares Programação 2008 - Reuniões Clínicas, 17 Distribuição Nacional atualização e revisão de temas Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 3 Artigo Atualização reeditado A Dr. Edmundo S. C. Batalha (Assistente) Dr. Mario Andreucci (Assistente) Dr. Eurico Toledo de Carvalho (Assistente) Dr. Romulo Brasil (Médico-Auxiliar) dificuldade no tratamento de certas No método de tratamento pela tração bi-polar fraturas dos ossos da perna, reside na manutenção dos fragmentos após a sua redução. Os desvios observados dentro de aparelhos de gesso, mesmo tecnicamente bem confeccionados, são muito freqüentes, sobretudo com fios Kirschner a redução é mantida, pois o gesso modelado evita os desvios laterais, sobretudo os antero-posteriores, e os fios de Kirschner, por sua vez, mantêm tração suficiente para vencer a tonicidade muscular, evitando-se assim o cavalgamento dos fragmentos. nas fraturas que interessam aos dois ossos e naquelas em que existe obliqüidade do traço de fratura. As fraturas cominutivas e as fraturas duplas da tíbia, que são facilmente alinhadas pela tração, quando tra- Nas fraturas expostas, sobretudo naquelas em que há perda de tegumentos, e nas quais há necessidade de aberturas de janelas no aparelho de gesso para curativos ou para a colocação de enxertos cutâneos, verificamos freqüentemente desvios secundários, tadas pelo aparelho de gesso simples, sofrem secundariamente, quase sempre, desvios de cavalgamento, de an- 4 “Todo método de tratamento que não permita bom resultado anatômico, não deve ser aceito como método de eleição”. quando não tratados por esse processo. As fraturas expostas cominutivas quando tratadas pela tração continua, obri- gulação ou de lateralidade. Logo, a maneira mais segura de se obter um bom resultado funcional é conseguir um bom resultado anatômico. Todo método de tratamento que não permita um bom resultado anatômico não deve ser aceito como método de eleição. gam o paciente a permanecer em tração durante longo tempo, às vezes até a cura completa, o que acarreta uma série de inconvenientes. Nas fraturas tratadas pelo aparelho de gesso simples, há necessidade de trocas freqüentes dos mesmos, obrigando também a prática de cunhas Dos vários processos de tratamento das fraturas dos ossos da perna empregados na Clínica Ortopédica e Traumatológica do Hospital das Clínicas, resolvemos apresentar os resultados obtidos em uma série de doentes tratados pelo método de fixação bi-polar com fios Kirschner. corretivas nos casos de desvios angulares secundários, as quais podem acarretar compressões localizadas, que trazem, às vezes, lesões graves ao nível dos tegumentos, e mesmo, perturbações vásculo-nervosas. Em casos de fraturas oblíquas da tíbia, nos terços médicos e distal, freqüentemente lançam- Setembro - Dezembro 2007 se mão de osteossíntese com fios, placas ou parafusos. Nestes casos, não raro, observam-se ulcerações da pele com exposição da superfície óssea, com posterior infecção. Além do mais, a colocação do material de osteossíntese na diáfise tibial quase sempre determina retardo na previamente, quando o paciente é atendido para tração provisória. Pode-se, em alguns casos, introduzir-se o fio na extremidade distal da tíbia quando as condições da pele assim o permitirem. Nos casos em quem se observam flictenas ou outra lesão da pele desde que não haja infecção, a mesma técnica pode ser utilizada. Após a introdução dos fios de Kirschner, os pontos de penetração dos mesmos na pele, são protegidos com gase (fig.1) A redução é feita em mesma otopédica, após verificação radiográfica. Deve-se ter o máximo cuidado em evitar diástases dos fragmentos. A tração, durante a redução, deve ser em ambas as pernas. Verificada a redução, todo o membro é envolto até a raiz da coxa com algodão esterilizado, em camada fina, tendo-se o Fig. 01 Fig. 02 Fig. 03 Fig. 04 cuidado de acolchoar melhor os pontos ósseos salientes. Faz-se, então, o aparelho gessado, que como dissemos acima, vai sempre até a raiz da coxa, com o joelho em ligeira flexão. Usam-se duas longitudinais de gesso, uma posterior e outra anterior, fixadas por circulares de Fig. 05 gesso. Os pontos de passagens dos fios de Kirschner devem ser reforçados pelas mesmas circulares. O aparelho de gesso deve ser bem modelado para evitar os desvios ântero-posterios. O fio do calcâneo é usado não só para Fig. 06 a tração durante a redução, como para a manutenção da redução no aparelho gessado. Em seguida, colocam-se estribos tensores nos fios de Kirschner até que se verifique a secagem do aparelho de gesso, o que ocorre dentro de 24 horas (fig 2). Após estas, se necessário, praticam-se cunhas no aparelho de gesso para Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 5 Artigo reeditado a correção de desvios angulares que possam ter ocorridos durante a confecção do aparelho. São então tirados os dois estribos tensores e os fios são acotovelados em sentido convergente, isto é, as extremidades do fio superior completa, os fios de Kirschner podem ser retirados antecipadamente. Todos os casos tratados neste trabalho são fraturas oblíquas, duplas ou cominutivas, fechadas ou abertas, sendo desprezadas as se dirigem para a extremidade distal do membro e as do fio inferior para as extremidades proximal (figs. 3 e 4). Estas extremidades, depois de acotoveladas, são incluídas no aparelho gessado por meio de circulares de gesso (figs. 5 e 6). Este detalhe técnico é importante porque fraturas sem desvios e as sub-periotais. Podemos, pois, afirmar que deu bons resultados, apesar de certos autores acharem que este processo contribui para o aumento do número de casos de pseudo-artroses, por não trazer uma imobilização perfeita do foco. o acotovelamento dos fios em sentido divergente não traz uma imobilização adequada, pois neste caso há diminuição da tensão dos fios. Inicialmente usávamos aruelas, que por meio de parafusos fixavam as extremidades dos fios. Este processo foi abandonado porque não Os bons resultados atribuímos a uma imobilização mais acurada, obtida pelo processo descrito e ao cuidado que se teve em evitar a diástase interfragmentária. dava uma imobilização satisfatória, além de tornar-se complexo. Nos casos de lesões cutâneas, as janelas no aparelho de gesso são abertas após a secagem do mesmo e a inclusão dos fios de Kirschner. O aparelho de gesso é mantido até a Durante seis anos de funcionamento da Clínica Ortopédica e Traumatológicas foram internados 2.466 casos de fraturas dos ossos da perna, excluídos os casos de fraturas isoladas do perôneo e bi-maleolares, assim distribuídos: homens, 1.210 (49%); mulheres 443 (18%); crian- consolidação radiológica, devendo-se fazer o controle radiológico pelo menos mensalmente. A retirada dos fios de Kirschner pode ser feita no final do tratamento. Em fraturas com pequena tendência a desvio, mesmo antes da consolidação ças 813 (33%), conforme o gráfico 1. Neste trabalho foram consideradas somente as fraturas completas, com desvio e em indivíduos adultos do sexo masculino, pois as fraturas em crianças não constituem problema, consolidam- ESTÁTISTICA Tratamento das Fraturas dos Ossos da Perna Homens -121049% Crianças -81333% Gráfico 01 6 Setembro - Dezembro 2007 Mulheres -44318% Outros Tratamentos -97881% Gráfico 02 Tração Bipolar -23219% CASOS 40 O tempo mínimo decorrido entre o acidente e a redução foi de 1 dia e o máximo 40 dias, dando em média sete dias e meio. O tempo mínimo de permanência dos 30 fios foi de 33 dias e o máximo 420 dias, sendo em média 170 dias. O tempo mínimo de permanência no gesso foi de 80 dias e o máximo 510 dias, dando em média 201 dias. Quanto ao resultado, dos 116 casos, 20 10 110 (95%) foram classificados como bons, isto é, consolidados sem desvios; 3 (2,5%) Gráfico 03 regulares, isto é, consolidados com discretos desvios; e os outros 3 (2,5%) terminaram se com qualquer processo racional de imoem pseudo-artroses (gráfico 4). Destes, 1º caso bilização. Nos indivíduos do sexo feminino, tratava-se de uma fratura cominutiva, com deseste tipo de fratura é a mais rara e geralmente menos grave. Dos 1.210 casos de fraturas em homens, foi empregada a tração bipolar em 232 casos (19%), conforme o gráfico 2. Destes, 116 (50%) estão 17-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-84 IDADES em evolução, tendo terminado o tratamento os outros 116 (50%). As idades dos pacientes, nos quais foi empregado este método de tratamento, variavam dos 17 aos 84 anos, conforme vemos no gráfico 3. Nos 116 casos tratados por este processo, que já terminaram o tratamento, encontramos os diversos tipos de fraturas, descrito no seguinte quadro: Oblíquas duplas Oblíquas duplas cominutivas Totais 0 0 0 0 0 0 0 7 4 0 8 14 0 0 0 0 2 0 0 1 0 1 1 0 0 5 2 2 19 12 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 13 6 3 35 26 0 1 1 5 0 0 0 5 2 18 0 0 0 0 0 1 3 30 1 39 2 8 60 1 4 4 116 Transversas Cominutivas Duplas Cominutivas Tíbia Tíb. e per. Oblíquas Cominutivas Totais { Cominutivas Exposta sup. médio inf. sup. médio inf. Gráfico 04 Oblíquas Tíbia e perôneo { { terço terço terço terço terço terço Pseud o Artr oses -3- 2 ,5% Transversas Tíbia - 2,5% res -3 Regula Bons -11095% Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 7 Artigo Atualização reeditado vios lateral de um grande fragmento, tendo consolidado em apenas uma das extremidades do mesmo; outro, tratava-se de uma fratura exposta, tendo o paciente cortado o aparelho ao nível do foco a despeito da contra-indicação médica; e no 3º caso não se conseguiu determinar a causa da pseudo-artrose. Caso 1 J.A. - 23 anos, masc. - Fratura exposta do 1/3 distal da tíbia e perôneo: A) Inicial: B) Após redução: C) Final CONCLUSÕES Neste processo de tratamento, descrito em quase todos os tratados de traumologia, observamos as seguintes principais vantagens: 1º) Manutenção satisfatória da redução obtida, a qual é Caso 2 J.M.C. - 51 anos, masc. - Fratura mantida mesmo em pessoas cominutiva exposta do 1/3 médico da tíbia e menos cuidadosas, que peôneo: A) Inicial; B) Após redução; C) Final andam sobre o aparelho sem permissão médica. 5º) Permite a abertura de janelas no aparelho de 2º) Tempo mínimo de hospitalização. gesso, sem causar desvios dos fragmentos. 3º) Desnecessidade de utilização de redução 6º) Não interfere no resultado funcional. cruenta. 4º) Desnecessidade de trocas de gesso, pois como é sabido, as trocas freqüentes perturbam a tranqüilidade do fóco de fratura, rompendo os tecidos formadores do cabo. “Dos 1.210 casos de fraturas em adultos masculinos, os autores utilizaram o método da fixação bi-polar com fios de Kirschner em 232 casos selecionados entre os mais graves”. 8 Setembro - Dezembro 2007 RESULTADO Na Clínica Ortopédica e Traumatológica do Hospital das Clínicas foram internados 2.466 casos de fraturas dos ossos da perna (excetuando as fraturas do perônio e as bi-maleolares), sendo 1.210 em homens, 443 em mulheres e 813 em crianças. Dos 1.210 casos de fraturas em adultos masculinos, os autores utilizaram o método da fixação bi-polar com fios de Kirschner em 232 casos selecionados entre os mais graves. Descrevem a técnica e os resultados obtidos: 95% de resultados bons, 2,5% de regulares e 2,5% de pseudo-artroses. Apresentam documentação radiográfica de oito casos. Caso Caso Fratura Explosão Toracolombar • Masc, 54a, Queda de altura 3 meses • Fratura Explosão L4 operado em outro serviço há 3 meses • Evoluiu com piora da dor há 4 sem. • Exame Físico - dor a palpação lombar difusa - neurológico normal • Submetido a segunda cirurgia em 04/06/2006: VA: Corpectomia de L4 + artrodese L3-L5 (cage expansível + enxerto autólogo) VP: troca da síntese pedicular + enxertia Após 6 meses resolução do quadro de Dor. RNM pré Op. Pós Op. Imediato ureter aorta Quebra dos Parafusos descompressão com cage Achados intra-op. segunda cirurgia Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT Pós Op. Segunda cirurgia 9 Dissertação Defendida 10 4 Artroplastia por via de acesso Transquadricipital e Minimamente Invasiva Demange MK. Avaliação isocinética em pacientes submetidos à artroplastia por via de acesso transquadricipital e minimamente invasiva [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2007. 102p. Orientador: Prof. Gilberto Luis Camanho INTRODUÇÃO A incidência de osteoatrose dos joelhos tem da dor após terapia não operatória; não apresentar deformidade em varo ou valgo do aumentado com a maior longevidade da população.(1) Com o aumento da prevalência de osteoatrose sintomática, a cirurgia de artroplastia total de joelho (ATJ) tem se tornado mais freqüente (2) . A "American Association of Orthopaedic Surgeons" (AAOS) projeta que serão joelho maior que 10 graus; não apresentar contratura em flexão do joelho maior que 15 graus; apresentar arco de movimento do joelho superior a 100 graus; apresentar capacidade de compreender e seguir as orientações médicas e fisioterapêuticas; não apresentar cirurgia prévia realizadas 475.000 artroplastias totais de joelho em 2030. A via de acesso transquadricipital é a mais utilizada(3). Também são descritas a via de acesso com dissecção do músculo vasto medial(4) e a via de acesso abaixo do músculo vasto lateral(5). Mais recentemente está descrita a via de acesso no joelho acometido; apresentar risco anestésico equivalente a ASA I ou II (normalmente saudável ou com doença sistêmica leve)(8); não apresentar contra-indicação à realização de anestesia com bloqueio regional; não apresentar afecções reumáticas; não apresentar artrite hipertrófica grave; não apresentar osteoporose grave. poupando o músculo quadríceps femoral, denominada via de acesso minimamente invasiva(6). O objetivo do presente trabalho é, por meio de um dinamômetro isocinético(7), comparar a força muscular do joelho entre pacientes submetidos à cirurgia de artroplastia total por via Determinou-se como critério de exclusão do estudo o seguinte: impossibilidade de realizar o teste com o dinamômetro isocinético; contraindicação de realizar protocolo de reabilitação proposto por complicações pós-operatórias. Vinte e seis pacientes foram selecionados, de acesso minimamente invasiva e por via de acesso transquadricipital após seis meses de cirurgia, utilizando como parâmetros o torque máximo, o trabalho total e a relação entre o torque máximo dos músculos extensores e flexores do joelho. sendo submetidos à ATJ por via de acesso transquadricipital (grupo controle) ou via de acesso minimamente invasiva (grupo MIS) pela ordem de marcação de cirurgia e na dependência da rotina do serviço. Por cada uma das técnicas foram operados treze pacientes por cirurgiões de MATERIAIS E MÉTODOS Os critérios de seleção foram: ser do sexo feminino; ter idade entre 55 e 75 anos; apresentar osteoartrose moderada; não apresentar melhora joelho do mesmo hospital. A via de acesso transquadricipital foi realizada conforme descrita por Insall(3,9) e a via de acesso minimamente invasiva foi realizada conforme descrito por Tria(6) e por Bonutti et al(10). Setembro - Dezembro 2007 “Vinte e seis pacientes foram selecionados, sendo submetidos à ATJ por via de acesso transquadricipital (grupo controle) ou via de acesso minimamente invasiva (grupo MIS) pela ordem de marcação de cirurgia e na dependência da rotina do serviço”. Todos participantes foram informados sobre os procedimentos aos quais seriam submetidos e forneceram um consentimento livre e esclarecido por escrito. A Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa aprovou o protocolo e o termo de consentimento. Foi aplicado o questionário do "Hospital of Special Surgery" pré operatoriamente, ao término do programa de reabilitação e aos seis meses de pós operatório em todos os pacientes. Os grupos de pacientes foram submetidos ao mesmo protocolo de anestesia, de analgesia, de controle clínico e ao mesmo protocolo de reabilitação com duração de doze semanas. Dentre os pacientes do grupo MIS, uma paciente não pôde completar o estudo por apresentar luxação lateral de patela no segundo mês de pós-operatório. No grupo controle, os pacientes (cinco) não puderam retornar para realizar a dinamometria isocinética aos seis meses da cirurgia. Então, a casuística é composta por 20 indivíduos, sendo 12 pacientes submetidos à artroplastia total de joelho pela via de acesso minimamente invasiva e oito pacientes submetidos à artroplastia total de joelho pela via de acesso transquadricipital. Todos os pacientes realizaram aos seis meses de cirurgia uma dinamometria isocinética com- putadorizada da musculatura flexora e extensora do joelho por um dinamômetro Byodex System 3 Pro. Os testes de flexão e extensão foram realizados com a velocidade angular de 60 °/s. Os valores absolutos de torque máximo e de trabalho total, assim como os valores corrigidos pelo peso corporal, foram medidos nos dois grupos. RESULTADOS As medidas antropométricas apresentam distribuições parecidas, exceto para a variável idade, que apresentou diferença estatística, sendo que o grupo MIS apresenta média de idades menor. As médias dos tempos de duração de cirurgia e tempos de uso de torniquete são diferentes, sendo maior para o grupo MIS. Entretanto, as medidas dos valores de trabalho total corrigidos pelo peso corporal em extensão e em flexão não apresentaram correlações estatísticas com as medidas dos tempos de cirurgia, dos tempos de garrote ou idades dos pacientes. Os valores da dinamometria isocinética não apresentou diferença entre os grupos. Os valores da pontuação pelo escore do “Hospital of Special Surgery” não apresentou operatório inicial, até doze semanas após a cirurgia. Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 11 5 Dissertação Defendida medicina e da ortopedia do século XXI. Talvez, a associação de técnicas como a cirurgia navegada por computador, que permite bons resultados no alinhamento de implantes(19) com a via de acesso minimamente invasiva venha a ser utilizada com maior freqüência nas artroplastias de joelho. CONCLUSÃO A realização do exame aos seis meses de cirurgia nos pareceu adequada, pois seria um momento em que o paciente teoricamente poderia realizar as atividades habituais sem restrição, porém ainda sob influência da cirurgia(16). Em nosso estudo, a pontuação da escala funcional apresentou diferença entre os grupos ao término do programa de reabilitação, o que não se repetiu quando da realização da avaliação isocinética aos seis meses de cirurgia. Por outro lado, a realização da dinamometria isocinética com seis semanas de cirurgia talvez seja muito precoce, não permitindo que o paciente aplique a força máxima durante o teste. Não encontramos na literatura estudos equivalentes, sendo que os estudos existentes analisam vias de acesso diferentes. Segundo Chang et al(17), a via de acesso abaixo do músculo vasto medial apresenta força do quadríceps femoral maior que a via de acesso transquadricipital aos seis meses de pós-operatório. Alguns autores como Tria e Coon(15) e Berger et al(11) têm demonstrado os benefícios da cirurgia minimamente invasiva na artroplastia de joelho, como menor incisão cirúrgica, tempo mais curto de internação, menor dor no pós-operatório e a deambulação sem necessidade de órteses mais precocemente. Ainda em relação à preservação do aparelho extensor na artroplastia de joelho, Silva et al (18) afirmam que maior força do quadríceps está relacionada com melhores pontuações em avaliações funcionais. As cirurgias menos invasivas e menos agressivas, apesar de apresentarem curva de aprendizado e menor exposição cirúrgica são uma tendência da 12 Setembro - Dezembro 2007 A comparação da força muscular, por meio de um dinamômetro isocinético, nos permitiu concluir que não há diferença na força da musculatura extensora e da musculatura flexora do joelho aos seis meses de cirurgia entre pacientes submetidos à artroplastia total de joelho por via de acesso minimamente invasiva e por via de acesso transquadricipital. REFERÊNCIAS 1 . Cross WW ane RL WW,, Saleh KJ KJ,, Wilt TJ TJ,, K Kane RL.. Agreement about indications for total knee arthroplasty arthroplasty.. Clin Orthop Relat Res. 2006; (446):34-39. 2 . W einstein JJ.. The dartmouth atlas of Weinstein musculoskeletal health care. Chicago: AHA PPress; ress; 2000. 3. Insall JN JN.. A midline approach to the knee. J Bone Joint Surg Am. 1971; 53(8):1584-86. 4. Engh GA arks NL GA,, Holt BT BT,, PParks NL.. 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Validação da versão para a língua portuguesa do Functional Measure for Amputees Questionnaire (FMA)" [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2007. 105p. Orientador: Prof. Olavo Pires de Camargo INTRODUÇÃO A perda da capacidade de realizar a marcha normal é a principal limitação do indivíduo com amputação de membro inferior, dificultando a impacto dos diferentes programas de tratamento sobre a recuperação da função ou dos fatores que podem predizer o uso ou não da prótese. Não existe um padrão ouro de avaliação realização das atividades funcionais necessárias para a independência pessoal. A reabilitação tem como objetivo prevenir que a condição física não se deteriore e que o indivíduo com amputação possa ser reintegrado à sociedade. Isso envolve a melhora da funcional para pacientes com amputação de membro inferior e no Brasil não há nenhum instrumento desenvolvido ou traduzido para avaliá-los. O objetivo deste estudo foi desenvolver uma versão trans-cultural do Functional Measure for Amputees Questionnaire para a língua mobilidade, capacitação para o uso da prótese e realização das atividades funcionais restabelecendo desta forma todo o seu potencial. A avaliação funcional é de grande importância para mensurar o resultado do processo de reabilitação e dos programas de tratamentos propostos. Ao avaliar a população de pacientes portuguesa e analisar sua confiabilidade quando aplicado nos pacientes amputados de membro inferior após reabilitação. com amputação é importante considerar todos os aspectos: idade, sexo, biótipo, nível da amputação, causa, existência de doença associada, condição sócio-econômica e cultural e também suas expectativas. Em geral, os protocolos de avaliação existentes levam em e Órteses do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os critérios utilizados para inclusão foram: idade igual ou superior a 18 anos; amputação no nível transtibial ou transfemoral; ter consideração apenas a força muscular e a amplitude de movimento dos segmentos envolvidos, bem como o padrão de marcha após a protetização. Pouco se sabe se os pacientes, após a alta, continuam a usar a prótese e, do mesmo modo, não se tem informação sobre o completado o processo de reabilitação com prótese há pelo menos seis meses; ter capacidade para compreender as instruções e responder verbalmente o questionário. Critérios para exclusão: foram excluídos os pacientes que após a primeira e a segunda aplicação do questionário METODOLOGIA O questionário foi aplicado em uma amostra de 44 pacientes matriculados no Grupo de Próteses “A reabilitação tem como objetivo prevenir que a condição física não se deteriore e que o indivíduo com amputação possa ser reintegrado à sociedade”. Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 13 Dissertação Defendida não retornaram para a terceira entrevista. Todos ANÁLISE ESTATÍSTICA os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, aprovado pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de PesquisaCAPPesq (nº 828/04). Para avaliação da confiabilidade teste-reteste foram realizadas duas entrevistas por dois diferentes profissionais No estudo da reprodutibilidade interentrevistador e intraentrevistador foi utilizado o coeficiente Kappa. A consistência interna da questão 2 (Índice da Capacidade Locomotora) foi testada através do coeficiente S de Cronbach. (entrevistadores 1 e 2) que aplicaram o questionário no mesmo dia com um intervalo de tempo entre uma entrevista e outra, de 45 minutos. Posteriormente, uma nova aplicação com intervalo médio de 18,5 dias (7 a 30 dias) foi realizada pelo entrevistador 1. RESULTADOS Considerando somente os valores de Kappa inter-entrevistador e intraentrevistador maiores do que zero foi calculada a Média, Desvio Padrão, Mínimo, 1º quartil, mediana, 3º quartil e Máximo. A primeira e a terceira entrevistas foram realizadas pela pesquisadora (entrevistador1) e a segunda por um profissional que atuava na mesma área (entrevistador 2). Todas as entrevistas foram conduzidas individualmente, sendo permitida a presença de um acompanhante Verificamos que, em média, os coeficientes Kappa foram superiores a 0,80; notamos ainda que 75% dos coeficientes calculados foram superiores a 0,67, mostrando que a concordância foi pelo menos moderada. Além disso, mais de 25% foi igual a um, indicando uma concordância sempre que o paciente desejasse, porém sem interferência na resposta. excelente. Estes resultados estão demonstrados na Tabela 1. Tabela 1 - Valores observados de estatísticas descritivas (Média, Desvio Padrão (DP), Mínimo, 1º quartil, Mediana, 3º quartil e Máximo) para os coeficientes Kappa obtidos na análise da Confiabilidade inter-entrevistador e intra-entrevistador. COEFICIENTE - DE CRONBACH Confiabilidade Nº Média DP 1º Quartil Mediana 3º Quartil Máximo Inter-entrevistador 38 0,81 0,24 0,21 Mínimo 0,67 0,88 1,00 1,00 Intra-entrevistador 36 0,82 0,21 0,25 0,67 0,87 1,00 1,00 Na análise da consistência interna o valor do coeficiente para esta questão foi igual a 0,79. Valores maiores ou iguais a 0,70 indicam de acordo com o resultado demonstrado na Tabela 2 podemos afirmar que houve consistência no bloco de questões relacionadas existência de consistência interna, portanto à mobilidade. Tabela 2 – Análise de consistência interna: valor do Coeficiente S de Cronbach na questão 2 (Índice da Capacidade Locomotora) Questão 2 - ESCORE Valor IC 95% 0,79 (0,69 ; 0,87) ** COEF S de Cronbach - varia de 0 a 1 CONCLUSÃO: A versão nacional “Medida Funcional para Amputados” demonstrou confiabilidade para ser utilizado na avaliação de pacientes amputados de membro inferior após a reabilitação. 14 Setembro - Dezembro 2007 D PRESIDENTE DA SBOT urante a cerimônia de abertura do 39º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, realizada em 15 de novembro de 2007, Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho tomou posse como Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT, gestão 2008. Médico, pesquisador e professor, Tarcisio Barros é considerado líder inconteste em ortopedia, tendo participado de vários comitês da SBOT. Agora, ocupando seu cargo maior, continuará a conduzir essa importante entidade com seu empenho e idéias inovadoras. Notas & informações Tarcisio Barros é o novo Leonardo Ceccon assume O DIRETORIA EXECUTIVA médico e administrador Leonardo Ceccon assumiu no dia 15 de ou- tração pública e privada atuando em hospitais de grande e pequeno porte, com e sem fins tubro, a Diretoria Executiva do Instituto de Ortopedia e Traumatologia - HCFMUSP. Formado pela Faculdade de Medicina da USP, em 1976, Ceccon fez Residência Médica em Pediatria e Residência em Administração Hospitalar (PROAHSA), atuando, lucrativos, e em empresas de seguro saúde. Em 2003, Ceccon retornou ao HC como Diretor Executivo do Hospital Estadual de Sapopemba, inaugurado naquele ano. Entre suas propostas para esta gestão está o trabalho de alinhamento dos planos estratégico no período de 1981 a 1991, na Assessoria da Superintendência do HC e no Departamento de Hospitais Auxiliares. Após esse período, ampliou sua experiência na adminis- e operativo do hospital, traçando metas e indicadores que levem ao aperfeiçoamento contínuo para atingir os objetivos da Visão e Missão do IOT. CIOT2009 Aguarde! (Congresso do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universdade de São Paulo) Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 15 13 Disciplinas 16 Disciplinas que serão ministradas no curso de Pós-Graduação de Ortopedia e Traumatologia 1º SEMESTRE DE 2008 Coordenador: Prof. Olavo Pires de Camargo COD DOCENTE DISCIPLINA MOT 5707 Prof. Julia Maria D´Andrea Greve Modelos para análise de lesões do sistema nervoso 3 créditos 06/03/08 a 28/03/08 06/03 e 07/03 13/03 e 14/03 27/03 e 28/03 5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h MOT 5730 Profs. Rames Mattar Junior Prof. Alberto Tesconi Croci Ensaios sobre instabilidadesarticulares 3 créditos 03/04/08 a 18/04/08 03/04 e 04/04 10/04 e 11/04 17/04 e 18/04 5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h MOT 5735 Prof. Olavo Pires de Camargo Prof. Alberto Tesconi Croci Análise experimental da regeneração músculo esquelética 3 créditos 08/05/08 a 30/05/08 08/05 a 09/05 15/05 a 16/05 29/05 a 30/05 5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h MOT 5726 Prof. Arnaldo Valdir Zumiotti Prof. Roberto Guarneiro A utilização de métodos anátomos patológicos em ensaios experimentais 3 créditos 05/06/08 a 20/06/08 05/06 e 06/06 12/06 e 13/06 19/06 e 20/06 5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h Setembro - Dezembro 2007 CRED/PERÍODO Reuniões Clínicas, atualização e revisão de temas sextas-feiras, das 10h às 11h, no anfiteatro "prof. Flávio Pires de Camargo" Janeiro 04. Núcleo de Gestão 11. Diagnóstico/Imagem 18. Banco de Tecidos 25. Feriado Abril 04. Traumatologia 11. Joelho 18. Enfermagem 25. Quadril Julho 04. Ombro/Cotovelo 11. Coluna Cervical 18. Cirurgia da Mão 25. Oncologia Ortopédica Fevereiro Março 01. Anatomia Patológica Doenças Metabólicas 08. Ortopedia Pediátrica 15. Ombro/Cotovelo 22. Neuro-Ortopedia 29. Coluna Lombar Maio 07. Cirurgia da Mão 14. Oncologia Ortopédica 21. Feriado 28. Com. de Infecção Hospitalar Programação - 2008 PROGRAMAÇÃO - 2008 Junho 02. Pós-feriado 09. Deformidades Vertebrais 16. Traumatologia 23. Pós-feriado 30. Medicina do Esporte Agosto 06. Joelho 13. Artroplastia 20. Pé Adulto 27. Trauma Raquimedular Setembro 01. Med. Física e Reabilitação 08. Microcirugia 15. Coluna Cervical 22. Coluna Lombar 29. Geriatria / Osteoporose / Reumatologia Outubro Novembro 03. Traumatologia 10. Ortopedia Pediátrica 17. Medicina do Esporte 24. Artroplastia 31. Laboratório de Investigação Médica 07. Trauma Raquimedular 14. Congresso Brasileiro 21. Pós-feriado 28. Pé Adulto 05. Amputados / Prótese 12. Deformidades Vertebrais 19. Quadril 26. Neuro-Ortopedia Dezembro 05. Pós-Graduação / Res. Médica 12. Hospital Universitário 19. Conforme deliberação da Com. Cientifica, não haverá reunião nesta data. 26. Pós-feriado Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT 17 Cursos 2008 Cursos programados para 2008 DATA TEMA PÚBLICO ALVO 29/02 e 01/03 Curso Teórico de Artrose do Joelho Dr. José Ricardo Pécora Médicos 14 e 15/03 Curso "Reabilitação Pós Cirurgia de Joelho" Dr. José Ricardo Pécora / Fts. Aline Almeida Centini e Cleidnéia Ap. Clemente Profissionais da Saúde 28 e 29/03 Curso de Artroplastia de Ombro Dr. Arnaldo Amado Ferreira Neto Médicos 25 e 26/04 Curso de Reabilitação Dra. Pérola Grinberg Plapler Profissionais 09 e 10/05 "Curso de Artroscopia do Aparelho Locomotor Dr. José Ricardo Pécora Médicos 13 e 14/06 Curso Teórico de Ligamento Cruzado Anterior Dr. José Ricardo Pécora Médicos 08 e 09/08 Curso de Quadril Dr. Antonio Carlos Bernabé Médicos 15 e 16/08 Simpósio Insterinstitucional de Oncologia Ortopédica Prof. Olavo Pires de Camargo e Dr. André Mathias Baptista Profissionais da Saúde 22 e 23/08 V Curso Teórico - Prático de Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia Ft. Claudia Helena de A. Cernigoy Profissionais da Saúde 12 e 13/09 Exercícios Resistidos - Prevenção e Reabilitação Módulo I Profª Júlia Greve e Ed. Físico Emmanuel Gomes Ciolac Profissionais da Saúde 19 e 20/09 Curso Teórico de Artroplastia Total do Joelho Dr. José Ricardo Pécora Médicos 10 e 11/10 Simpósio Internacional de Mão Profs. Arnaldo Valdir Zumiotti e Rames Mattar Júnior Médicos 07 e 08/11 Exercícios Resistidos - Prevenção e Reabilitação Módulo II Profª Júlia Greve e Ed. Físico Emmanuel Gomes Ciolac Profissionais da Saúde 28 e 29/11 Simpósio de Imaginologia Músculo-Esquelética para Fisioterapeutas Ft. Ana Paula Monteiro - Ft. Claudia Helena Cernigoy Ft. Raquel Xavier Rocha Profissionais da Saúde Para Maiores informações: Centro de Estudos Godoy Moreira • CEGOM Telefone: 11-3086-4106 • FAX: 11-3086-4105 • E-mail: [email protected] 18 Setembro - Dezembro 2007 Anúncio 02