Casais Gestantes

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Casais Gestantes
Casais Gestantes
Da gestação ao aleitamento materno:
maternidade e paternidade em construção
Parabéns!
A chegada de um filho inaugura
uma nova etapa na vida da mulher
e sua família. A gestação, o parto e
o pós-parto são repletos de incertezas, medos e ansiedade, mas
também de alegria e muito amor.
É preciso de tempo para que pai
e mãe se adaptem à rotina de um
bebê que cresce e se desenvolve a
cada dia.
Para ajudá-los nesse período tão
especial, elaboramos este pequeno manual com informações e
dicas para tornar o seu dia a dia
mais confortável.
Importante:
Este manual não
substitui a consulta
médica. Em caso
de dúvidas consulte um especialista ou dirija-se ao
ambulatório local.
O pré-natal
Os cuidados com a saúde do bebê começam na gestação. Aproveite a oportunidade para reavaliar seus hábitos
e reforçar os cuidados com a saúde.
O pré-natal é importante para o desenvolvimento da
gravidez, pois garante medidas de conforto e permite
que eventuais problemas de saúde sejam prevenidos, e
tratados a tempo. Assim que desconfiar que está grávida,
marque uma consulta médica. Convide o pai da criança
para te acompanhar, sempre que possível.
No início do pré-natal, as consultas são mensais, tornando-se quinzenais e depois semanais, com a proximidade
da data do parto. Na consulta, o médico ou a enfermeira
mede a pressão arterial, a altura do útero e escuta o
coração do bebê, que deixa todos muito emocionados.
Aproveite a consulta para esclarecer todas as suas dúvidas e não deixe de fazer os exames solicitados.
Importante: não tome nenhum remédio sem
recomendação médica.
Atenção! Procure um médico em caso de:
• Vômitos frequentes;
• Inchaço muito grande no rosto, mãos, pernas e pés;
• Dor para urinar;
• Corrimento vaginal com mau cheiro ou coceira;
• Dor de cabeça;
• Visão embaçada ou de pontos luminosos;
• Barriga dura (contração) com frequência;
• Sangramento vaginal;
• Febre acima de 37,8º C.
Cuidado com os remédios caseiros.
Exames médicos
Ao longo do pré-natal, o médico deverá solicitar exames de
rotina e, se necessário, exames complementares.
• Exames de sangue: hemograma completo;
• Exame de urina e fezes;
• Exames de sífilis, hepatite e HIV/AIDS;
• Teste de toxoplasmose;
•Ultrassonografias.
Vacinas
A melhor forma de proteger a sua saúde e a saúde do bebê
é sempre a prevenção. Por isso mesmo e importante estar
em dia com as vacinas recomendadas na gestação.
Alimentação na gravidez
A gravidez é uma boa oportunidade para cuidar melhor da sua alimentação.
Diminuir desconfortos comuns da gravidez e garante os nutrientes necessários para a formação e o desenvolvimento do bebê. Além disso, toda a família
se beneficiará com esse hábito saudável.
Algumas dicas:
• Alimente-se com calma e mas tigue muito bem os alimentos;
• Faça refeições regulares composta
por café da manhã, lanche, almo ço, lanche da tarde, jantar e ceia;
• Coma cinco porções diárias de
frutas, legumes e verduras;
• Consuma alimentos ricos em
ferro, como feijão, lentilha e
grão de bico;
• Modere o uso do sal;
• Evite consumir alimentos gordu rosos e doces em excesso;
• Substitua o açúcar por ado çantes naturais à base de stévia
ou frutose;
• Beba de 8 a 12 copos de água
por dia, sempre entre as refeições;
• Prefira sucos naturais diluídos, sem
açúcar, e evite refrigerantes;
• Mantenha o peso sob controle.
Não e hora para fazer dietas, mas
também não é necessário “comer
por dois”.
É esperado que uma mulher ganhe
de 9 a 12 quilos, no decorrer de toda
a gestação.
Atenção:
• Evite bebidas alcoólicas para não
prejudicar a saúde do bebê;
• Não fume. Bebês de mães fumantes
nascem com baixo peso e podem
ter problemas de desenvolvimento.
Outros cuidados
na gestação
Faça da gestação um período de
aprendizado. Pequenos desconfortos são comuns e exigem uma
observação cuidadosa, além de
novos hábitos no dia a dia.
Cuidados com a pele
A pigmentação da pele facilita o
surgimento de manchas escuras
no rosto, que nem sempre somem
completamente após o parto. Por
isso use protetor solar e/ou um
chapéu ou boné sempre que sair
de casa. Também é comum aparecer uma linha escura que vai do
umbigo até os pelos pubianos.
Essa linha desaparece após o parto. Os mamilos e a genitália geralmente escurecem na gravidez,
mas voltam à sua tonalidade inicial, após o nascimento do bebê.
Saúde bucal
Agende uma consulta com o dentista. A
gestante tem grandes chances de desenvolver problemas nos dentes e gengivas.
Por isso, redobre os cuidados diários com
a escovação e não esqueça de usar o fio
dental.
Atividade física
Exercícios regulares contribuem para a
saúde física e emocional da gestante.
Converse com o médico e procure um
profissional especializado.
Sexualidade na gravidez
A relação sexual é bem-vinda desde que
a gestante, e também seu parceiro, queiram e se sintam confortáveis. Elas devem
ser interrompidas sempre que a mulher
sentir dor ou por orientação médica.
Alguns homens ficam sexualmente
inibidos com as mudanças do corpo
feminino, outros temem machucar o
bebê, mesmo sabendo que ele está
bem protegido no útero materno.
Algumas mulheres pensam que o
parceiro não se aproxima porque
ficaram “feias”. Nesses casos, uma
boa conversa é sempre o melhor
caminho.
Primeiro trimestre
Abrange da concepção
até a 13ª semana.
No início, a barriga não aparece.
No entanto, a mulher vive uma
verdadeira revolução e mal
consegue entender o que está
acontecendo. É muita mudança
para dar conta. Não é fácil con-
viver com as alterações de humor de
uma gestante e os homens muitas
vezes não sabem o que fazer, é preciso apenas estar perto e exercitar a
paciência.
Desconfortos comuns e
algumas dicas:
• Sono excessivo ou insônia fre quentes melhoram com peque nas sonecas ao longo do dia.
Assim como os recém-nascidos,
as mães também precisam dormir;
• Para combater o cansaço, alterne exercí cios regulares, como caminhadas e
alongamentos, com momentos de
silêncio e repouso;
• Para melhorar enjoos e vômitos não
deixe o estômago nem muito cheio,
nem muito vazio. Faça refeições leves e
frequentes e coma algum alimento só lido - como pão seco ou biscoito sem
recheio - antes de levantar da cama.
Prefira alimentos frios aos quentes e ex perimente tomar água gelada com
gotas de limão;
• Os seios crescem e as “veias” ficam
aparentes. A aréola alarga-se e, as sim como os mamilos, fica mais escura,
preparando-se para o aleitamento. Não
use sabonetes, óleos, loções e cremes
na aréola e nos mamilos porque eles
precisam ficar resistentes para o aleita mento. Use sutiãs com boa sustentação.
Segundo trimestre
Abrange da 14ª até a 27ª semana.
A mulher se sentirá mais confortável e disposta. A barriga
começa a aparecer e, por volta da 20ª semana, será possível
perceber os movimentos do bebê. Essa sensação é sempre
emocionante, mas algumas vezes os movimentos podem assustar e/ou acordar a mãe e o pai.
Desconfortos comuns:
• Azia e má digestão: refeições leves e uma boa mastigação
podem ajudar. Temperos fortes, doces em excesso, refrige rantes, café, chá preto ou chá mate acentuam os desconfor tos. Evite deitar-se logo após as refeições;
• Câimbras: mais frequentes à noite e nas pernas, melhoram
com uma massagem vigorosa na panturrilha. Para diminuir a
frequência consuma alimentos ricos em potássio como farelo
ou gérmen de trigo, banana, brócolis e tomate;
• Coceiras: podem surgir no corpo inteiro, provavelmente
devido à secura da pele. Utilize óleo de amêndoa ou hidra tante à base de camomila ou calêndula no corpo todo, ex ceto na aréola e mamilos;
• Corrimento vaginal: use sabonete neutro no banho, man tenha a higiene e marque uma consulta com um gineco-
logista. Evite produtos perfumados;
• Dificuldade para respirar: deite sobre o seu lado es querdo, descanse e respire lentamente, prolongan do a expiração;
• Dores nas costas: cuide da postura, alongue-se sem pre que puder e dobre os joelhos para pegar coisas
no chão. Prefira sapatos com saltos largos, com cerca
de 2 cm;
• Estrias: evite ganhar peso em excesso para não
distender a pele. As estrias dependem da consti tuição da pele de cada mulher, os cremes hidra tantes podem ajudar;
• Gases e/ou prisão de ventre: beba muita água, no
mínimo 2 litros por dia, e faça caminhadas regulares.
Um chá de erva doce após a refeição diminui a for mação de gases. Prefira alimentos ricos em fibra,
como folhas cruas ou cozidas, pães com fibras, frutas
secas e frescas. E mantenha um horário regular para
evacuar;
• Hemorroidas e/ou varizes: beba muita água e evite
ficar muito tempo em pé ou sentada;
• Inchaço nas pernas: sempre que possível eleve as
pernas para facilitar a circulação;
• Salivação excessiva: tome líquidos e pingue algumas
gotas de limão, puro ou com água, na boca.
Terceiro trimestre
Abrange da 28ª até a 40ª semana.
Está chegando a hora! O tempo
parece demorar para passar e a
chegada do bebê, tão esperada,
também assusta. O bebê ocupa cada
vez mais espaço e um desconforto
acompanha o dia a dia da mulher. A
cama do casal pode ficar pequena e
incômoda para o pai, uma vez que
a gestante se levanta muitas vezes
para ir ao banheiro e utiliza muitos
travesseiros para se sentir mais confortável. Dormir em camas separadas pode ser uma boa alternativa.
Uma pitada de humor é um bom
ingrediente nessas horas!
Deixem a casa arrumada, a dispensa e o carro abastecidos, a mala
pronta, inclusive a do pai, e todos os
documentos e telefones à mão. Decidam com antecedência quem vai
cuidar das crianças, caso tenham, e
as pessoas que querem por perto na
maternidade.
Desconfortos comuns e algumas dicas:
• É comum sentir um desconforto na
virilha e no baixo ventre, a barriga pode
ficar dura, contrair, mas você não sente
dor: respire profundamente e, se pos sível, deite um pouco e descanse;
• Ao deitar estique as pernas para cima,
apoiadas na parede, por 10 minutos. Se
puder faça uma massagem nas pernas e
nos pés, assim como um escalda pés
antes de dormir;
• Deite, de preferência, sobre o lado
esquerdo. Use um travesseiro para
apoiar a barriga e outro entre as pernas.
Se a respiração ficar mais difícil, experi mente um travesseiro alto;
• A necessidade de urinar volta a aumen tar. É importante NÃO prender a urina
para evitar contrações uterinas e uma
possível infecção urinária. Lembre-se de
beber bastante água;
• Use roupas e sapatos confortáveis.
Atenção!
Ligue para o médico, e/ ou vá para a maternidade
nas seguintes situações:
• Se tiver mais de 10 contrações fortes por dia, com
dor no baixo ventre ou nas costas;
• Se NÃO sentir o bebê se mexer por mais de oito
horas seguidas;
• Se NÃO entrar em trabalho de parto em até 10 dias
após a data provável de parto.
Não perca tempo, vá para a maternidade:
• Se houver uma ruptura da bolsa das águas distante
da data provável do parto ou a qualquer momento
com a presença de líquido esverdeado;
• Se houver sangramento vaginal abundante, semelhante segundo dia de menstruação. A caminho
da maternidade, avise o médico, pois a mãe e o
bebê estão sangrando. Trata-se de uma ocorrência
grave, mas felizmente muito rara.
Alguns sinais exigem assistência
médica imediata!
Trabalho de parto
Quatro sinais indicam que o parto
pode acontecer no dia seguinte
ou em até 15 dias. São eles:
• Contrações uterinas irregulares
No final da gravidez é comum
ter contrações ou “barriga dura”,
por um minuto ou um pouco
mais, ao longo do dia. Essas con trações não têm um ritmo regular,
não são doloridas e não provocam
a dilatação/ abertura do colo
do útero;
• Falso trabalho de parto
Algumas vezes, a gestante pode
ter contrações regulares, por
exemplo a cada 10 minutos, com
dor no pé da barriga ou nas costas,
que parecem indicar que chegou o
dia do parto. No entanto, elas ces sam em menos de uma hora e, dife rentemente do verdadeiro trabalho
de parto, podem ser interrompidas
com repouso ou um banho morno;
• Barriga baixa
O encaixe do bebê na bacia materna
nem sempre acontece, mas pode
ser percebido quando a respiração
e a digestão ficam mais confortáveis,
já que a barriga desce!
• Eliminação do tampão mucoso
Pode ocorrer, de uma só vez ou aos
poucos, a eliminação de um “catar ro” levemente rosado ou de cor
marrom, que protege e “tampa”
o colo uterino desde o início da
gestação. Trata-se apenas de mais
um sinal de que o bebê está che gando. Nada deve ser feito.
Dois sinais indicam que o trabalho de
parto começou:
• Contrações uterinas regulares
No início do trabalho de parto, as
contrações duram cerca de 50-60 segun dos. Elas lembram uma onda, que quando
cresce pode intensificar a sensação do lorosa e depois diminui e vai embora.
Se depois de 1 hora, as contrações persis tirem, vá para a maternidade;
• Rompimento da bolsa das águas
Pode ocorrer a saída de uma grande
quantidade de líquido quente e transpa rente, pela vagina, ou de uma pequena
quantidade, que escorre lentamente e confunde a gestante, pois parece corri mento ou urina. Trata-se do rompimento
da bolsa das àguas e da saída do líquido
amniótico. Confira se o seu médico pode
te atender ou vá para a maternidade.
O trabalho
de parto
evolui em
três estágios:
dilatação,
nascimento e
saída da placenta.
Primeiro estágio: Abrindo o caminho!
O trabalho de parto pode durar de 8 a 12 horas caso seja o
primeiro filho. As contrações devem resultar na dilatação total
do colo do útero (10 cm) e na formação do canal de parto.
Contrações eficientes, mais fortes ou mais fracas e com mais ou
menos dor, abrem passagem e permitem o mergulho do bebê
no mundo. Converse com o seu médico sobre a possibilidade
da analgesia durante o trabalho de parto.
O que fazer, como ajudar?
• Concentre-se na respiração. Durante a contração, respire de
forma lenta para manter o foco e diminuir a sensação doloro sa. Recupere suas energias inspirando lenta e profundamente
e expirando com os lábios entreabertos, como se estivesse
assoprando uma vela distante, sem apagar a chama. Quando
uma nova contração começar, busque o ritmo respiratório
mais confortável. O pai pode ajudar a manter o foco e a con centração durante a contração;
• Movimente-se. No intervalo das contrações, ande, movi mente os quadris e experimente diferentes posições. Um
banho morno pode ajudar. Busque a melhor posição durante
a contração;
• Beneficie-se de toques e massagens. Durante a contração o
pai pode aquecer as suas mãos e oferecer calor e pressão nas
regiões mais sensíveis, como o baixo ventre e a região lombar.
Depois da contração uma massagem lenta na região lombar,
nos ombros ou pés pode ser bem vinda. Para uma
boa massagem, basta ter intimidade e respeito.
Segundo estágio: Lá vem o bebê!
Completada a dilatação do colo uterino (10 cm), o
útero continua se contraindo a intervalos regulares e a
mulher sente vontade de fazer força e empurrar. Esse
estágio pode ser rápido ou mais demorado.
O que fazer, como ajudar?
• Nessa fase, a mulher sente vontade de fazer força
para baixo e para frente. Inspire profundamente,
segure o ar nos pulmões e empurre o bebê. A cada
contração, é possível fazer até três forças, e ao final,
inspirar profundamente e descansar;
• O pai pode ficar atento ao ritmo da respiração e à
alternância entre concentração e distração. Palavras
de apoio e uma porção de chocolate ao leite podem
ajudar a repor as energias;
• Converse com o obstetra para saber se o bebê pode
ir para o seu colo logo após o nascimento. A con dição é de que ambos estejam bem. Todos podem
chorar no primeiro encontro com o bebê;
• No parto normal o bebê nasce mais ativo e com
maior capacidade de adaptação. A mãe pode ama mentar ainda na sala de parto, e recupera-se melhor,
ou seja, há menos risco de sofrer hemorragias e infecções
pós-parto. Converse com o obstetra.
Terceiro estágio: Lá vem a companheira!
No parto normal, logo após o nascimento do bebê e o corte do
cordão umbilical, leves contrações uterinas ajudam a placenta a
descolar da parede uterina e ser empurrada para fora. A mulher
não precisa fazer força, basta ficar atenta à respiração. Na cesariana o médico retira a placenta com as mãos.
Cesariana: Saiba mais
Por vezes o trabalho de parto não evolui para um parto normal.
Para a Organização Mundial da Saúde, apenas 15% dos partos
precisariam de uma intervenção cirúrgica. No entanto, em algumas maternidades particulares do país há uma verdadeira epidemia de cesarianas e menos de 10% dos partos são normais.
• As cesarianas indicadas para garantir a saúde da dupla mãe bebê são sempre bem-vindas como nos casos de gestação de
risco, ruptura prematura da bolsa das águas, sangramento
vaginal intenso, bebê mal acomodado, sentado ou transverso,
alteração no batimento cardíaco do bebê, e intercorrências
maternas como hipertensão, diabetes,
herpes genital ativo, entre outros;
• As cesarianas agendadas por conveniên cia de pais e profissionais, mesmo que
com 38 ou 39 semanas de gestação, po dem trazer complicações para o bebê,
pois muitos precisariam de um tempo
maior para completar a maturidade pul monar. O ideal seria esperar pelo início
do trabalho de parto.
O bebê na
maternidade
• Diversos exames e avaliações da saúde
do bebê são realizados na maternidade,
como análise do tipo sanguíneo e fator
RH, teste do pezinho, teste do reflexo
vermelho, teste de audição, e nível
de icterícia;
• Informe-se na visita à maternidade, ainda
na gestação, sobre as vacinas que podem
ser dadas na maternidade como
BCG e Hepatite B;
• Na sala de parto, um colírio prote ge os olhos do recém-nascido de
germes sexualmente transmissí veis. A enfermagem saberá ensi nar o cuidado com seus olhinhos;
• Os pais podem aprender os pri meiros cuidados com a enferma gem: banho, higiene dos olhos,
troca de fraldas, cuidados com o
coto umbilical, amamentação,
entre outros. Pergunte, sempre
que tiver dúvida;
• Cerca de 80% dos recém-nasci dos fica com a coloração da pele e
o branco dos olhos amarelados.
Na maioria das vezes, um “banho
de luz” é suficiente para reverter a
chamada “icterícia fisiológica”.
O pós-parto
Pós-parto, quarentena, resguardo
ou dieta são alguns nomes para
o período que se segue ao nascimento do bebê. A mulher precisa
descansar, cuidar da alimentação e
não pode carregar peso e nem ter
relações sexuais.
Nas primeiras semanas a mulher fica
bastante sensível, chora com facilidade
e costuma se sentir bastante insegura
para cuidar do bebê. Deve-se evitar
que fique horas seguidas sozinha com
o seu bebê. E importante que tenha
ajuda nos afazeres da casa e descanse
enquanto o bebê dorme. Cuidar do
bebê e amamentá-lo ajuda na recuperação pós-parto.
Qualquer que tenha sido a via de
parto, a mulher tem um sangramento
vaginal intenso que vai diminuindo até
a cicatrização completa do útero, em
40 dias. Amamentar ajuda a contração
uterina e previne hemorragias pós-parto. Absorventes internos ou tampões
NÃO podem ser utilizados, sob risco
de favorecerem infecções uterinas.
A higiene e a troca do absorvente
externo devem ser frequentes. E ao
menor sinal de febre ou desconforto,
o médico deverá ser consultado.
O médico precisa fazer a revisão do
parto e uma avaliação do pós-parto
de 7 a 10 dias após o parto. A barriga
continua grande e flácida, o que causa
certo estranhamento e desconforto.
Após 40 dias, em uma nova consulta,
a mulher recebe a alta obstétrica.
Recomenda-se que o parceiro esteja
presente nessa consulta porque o casal
pode voltar a ter relações sexuais, e
ambos precisam escolher o método
anticoncepcional mais adequado.
ATENÇÃO: O aleitamento materno
não garante a anticoncepção. Como
a primeira menstruação pode acontecer a qualquer momento e é sempre precedida da ovulação, todo
cuidado é pouco para evitar uma
nova gravidez.
O bebê está em
casa: e agora?!
O dia a dia com um recém-nascido exige observação
e paciência. Em pouco tempo e colocando a “mão na
massa” os pais tornam-se mais ágeis e seguros.
• Na saída da maternidade o bebê pode ter perdido
até 10% desde seu peso do nascimento. Espera-se
que ele recupere o peso inicial nos primeiros 15 dias;
• A primeira consulta pediátrica deve ser feita na pri meira semana de vida. É a oportunidade para con
versar sobre o processo de adaptação da dupla mãe bebê. Recomenda-se escolher o pediatra ainda na
gestação;
• Entre mamadas, banho, descanso e troca de fraldas
cabe um banho de sol, de 10 a 15 minutos, sempre
antes das 10 horas ou depois das 16 horas;
• Quando começa a mamar, o cocô do bebê muda de
cor e consistência. De um tom verde-petróleo e con sistência pas tosa ao nascer (mecônio), o cocô se
torna amarelado e quase líquido;
• Bebês em aleitamento materno exclusivo não sofrem de constipação e podem ficar alguns dias sem evacuar. Se
houver qualquer sinal de irritação nas nadegas ou genitais,
use uma pomada antiassaduras;
• Todos os bebês golfam, ou seja, há uma saída espontânea
de leite pela boca e pelo nariz. Diferentemente do refluxo,
não há desconforto, nem dor;
• Nos três primeiros meses, os bebês têm gases e cólicas. A
melhor forma de ajudar é colocando o bebê para arrotar,
por um período de 5 a 10 minutos, logo após a mamada.
Uma compressa morna e uma massagem lenta na região da
barriga também ajudam;
• Os bebês choram quando sentem frio ou calor, quando
estão com a fralda suja, e até mesmo quando o dia foi
muito agitado e passam de colo em colo;
• Quando vários recursos foram experimentados, e o bebê
continua chorando, um bom colo é sempre uma ótima
opção para acalmá-lo.
Colo no primeiro trimestre não vicia!
Aleitamento
materno
• O leite materno é uma fonte de nutrição e afeto;
• Mãe e bebê aprendem, no dia a dia, como podem se rela cionar juntos;
• Toda mãe produz leite suficiente para alimentar seu filho.
Não existe leite materno fraco;
• A sucção do bebê é o melhor estímulo para a produção
do leite materno. Descanso, alimentação saudável e de 2 a
3 litros de àgua, por dia, também ajudam;
• O leite inicial, chamado colostro, mesmo que em pe quenas quantidades é suficiente para nutrir o bebê;
• Entre o 3° e o 8° dia ocorre a descida do leite. A mãe
pode sentir-se febril, com as mamas cheias e os mami los tensos, dificultando a “pega” do bebê;
• Antes de amamentar, uma compressa ou um banho mor no e uma ordenha manual ajudam a retirar o excesso de
leite, flexibilizar mamas e mamilos e facilitam a pega
do bebê;
• Na boa pega, o bebê abocanha parte da aréola e não
apenas o mamilo. É importante que a mãe encontre uma
posição confortável para amamentar;
• Do começo da mamada até a próxima, tente garantir um
intervalo de, no mínimo, duas horas. Mamadas com intervalos
muito curtos machucam os mamilos e não satisfazem o bebê.
Algumas dicas:
• Antes de amamentar, lave as mãos. E mantenha as unhas
limpas e aparadas;
• Comece a dar de mamar pela mama em que o bebê começou
na mamada anterior, e/ou pela mais cheia;
• Experimente diferentes posições para amamentar, sobretudo
se os mamilos estiverem machucados ou doloridos;
• Faça uma ordenha ao término da mamada, caso as mamas
ainda estejam muito cheias, ou empedradas;
• Após a mamada, e sempre que possível, passe um pouco do
próprio leite nos mamilos e exponha-os ao sol;
• Coloque o bebê para arrotar por no máximo 10 minutos de pois de cada mamada;
• Quando o bebê engasgar basta interromper a mamada ou
dar um tapinha em suas costas;
• Procure um médico com urgência em caso de febre alta, ma mas vermelhas ou pontos doloridos;
Em poucas semanas as mães começam a perceber que os bebês
não choram apenas quando têm fome. Começa uma comunicação que permite que a mãe interprete diferentes choros:
fome, frio, calor, fraldas sujas, necessidade de arrotar, de dormir
ou simplesmente de se aninhar no colomaterno.
Aspectos
psicológicos
do pós-parto
No pós-parto, a mãe e o pai vivem uma sobrecarga
física e psicológica. O recém-nascido exige uma
atenção continua, sem diferenciar dia e noite. Como
os cangurus, os bebês humanos precisam de tempo
e de um adulto de referência para aprender a se
relacionar com o mundo. É o início do 4º trimestre
de gestação.
O pós-parto é muito cansativo e a mulher precisa
descansar enquanto seu bebê dorme, para repor as
energias. Como a maioria dos pais logo volta ao trabalho, os cuidados com a casa e com os outros filhos
exige uma rede de apoio competente. Na chegada
do bebê em casa, a mãe e também o pai, podem
viver uma crise psicológica adaptativa.
A tristeza materna, conhecida como “baby blues”
atinge de 70% a 80% das mulheres, inclusive as
mães adotivas, a partir da primeira
semana pós-parto, e pode durar cerca
de 20 dias. A mulher sente-se incapaz
de cuidar do filho, embora cuide dele
com responsabilidade. Ela pode ter
crises de choro sem motivo aparente
ou chorar quando o bebê chora. Tristeza, cansaço e irritação convivem com
sentimentos de felicidade e alegria. Há
uma reavaliação da história familiar;
afinal, os filhos tornam-se pais e os pais
tornam-se avós. A mulher teme que o
seu corpo não volte à forma anterior.
É muito importante que a familia conheça o impacto psicológico do pósparto, uma vez que alguns duvidam
que a mulher se recupere e consiga
cuidar do bebê. No entanto, em
alguns dias, ou em diferentes períodos
do mesmo dia, tudo muda.
A depressão pós-parto materna
atinge de 10% a 15% das mulheres
e requer um acompanhamento
psicológico e psiquiátrico, uma vez
que pode ser necessária uma intervenção medicamentosa. Nesse caso
um outro adulto precisa assumir os
cuidados com o bebê, até que a mãe
se recupere. Os bebês precisam de um
adulto que possa responder às tentativas de comunicação.
A depressão pós-parto pode começar
na primeira semana pós-parto e
estender-se por até dois anos. As
mulheres costumam se sentir culpadas
e tentam esconder um sofrimento
intenso, por vezes mal compreendido
pelo pai da criança, pela família e pelo
próprio médico.
Sinais de provável depressão pósparto materna:
• Uma tristeza profunda e choro
incontrolável;
• Irritabilidade e mudança brusca
de humor;
•Indisposição;
• Falta de concentração;
• Distúrbios do sono e/ou do apetite;
• Desinteresse pelas atividades do dia
a dia;
• Preocupação excessiva com a saúde
do bebê, perda de interesse pelo
bebê;
• Sensação de incapacidade de cuidar
do bebê;
• Medo excessivo de machucar o bebê .
Depressão Pós-Parto Paterna
A depressão pós-parto paterna atinge cerca de 10% dos homens,
depois do nascimento do filho. Um acompanhamento psicológico
pode ser benéfico para o pai e certamente para toda a familia.
Muitos pais sofrem com a proximidade entre a mãe e o bebê e não
conseguem participar da nova rotina. Muitos têm receio de ter
perdido a liberdade, e a mulher, para sempre. É comum a preocupação com o sustento do filho e da familia. Alguns homens não
tiveram boas experiências com o próprio pai e por isso, não sabem
o que fazer. Outros mergulham no trabalho ou saem para se divertir, como adolescentes, tentando desviar o foco da situação atual.
Alguns sinais podem indicar uma depressão pós-parto paterna:
• Indiferença e/ou desinteresse pelo bebê;
• Crise aguda de ciúmes: o homem cobra mais atenção
da mulher;
• Irritabilidade e/ou dores no corpo;
• Indiferença e/ou desinteresse sexual súbito;
• Sonolência intensa;
• Há um “faz de conta” de que nada mudou e em casos extremos,
o homem nega a paternidade.
Atenção: Participe de programas e grupos na gestação e
sempre que necessário, busque intervenções psicológicas que
incluam as relações familiares.
Pós-parto: um
novo namoro
Nos primeiros meses após o parto, a mulher quase não
percebe o parceiro. E assim mesmo. Os cuidados contínuos com o recém-nascido e as noites mal dormidas são
extremamente cansativos. Os casais precisam se aproximar pela via do companheirismo, e da ternura, para que
aos poucos, bem aos poucos, possa renascer o erotismo e
a sexualidade.
Sempre que possível, o homem precisa namorar a sua
mulher. Aos poucos, ela pode abrir espaço para o encontro e o namoro. O reencontro será uma grata surpresa.
Quando o desencontro é mais acentuado, exige atenção
de lado a lado. Paciência e bom humor são as palavras de
ordem no pós-parto. O casal se transforma com a experiência da maternidade e da paternidade. O casamento
mudou. A família aumentou.
A volta ao trabalho
Mesmo as mulheres que querem
voltar ao trabalho sofrem quando
precisam se separar do bebê. É importante que os pais decidam, com
antecedência, quem vai cuidar do
filho e onde ele vai ficar. Algumas
famílias preferem deixar o bebê em
casa, aos cuidados de uma pessoa
de confiança. Outras têm avós disponíveis. As creches e berçários do
bairro precisam ser visitados pelos
pais que preferirem essa opção.
Observe se na adaptação ao berçário o bebê dorme em excesso,
como forma de lidar com a ausência
dos pais. Nesses casos tente deixá-lo
no berçário por um tempo menor.
Quando o bebê estabelece laços de
qualidade com o cuidador, ele fica
mais acordado.
Os bebês costumam se tornar mais
exigentes com suas mães quando elas
voltam a trabalhar. É assim mesmo.
A separação é difícil para as mães e
também para os bebês. Explique para
o seu filho(a) que a rotina da casa vai
mudar, como ela vai funcionar e que
você e o pai continuarão cuidando
dele.
Algumas dicas:
• Aos poucos, toda a família se adapta
aos novos tempos;
• O pediatra deverá orientar a nova
rotina da criança e da família;
• Mantenha a mamada da manhã e da
noite para garantir a intimidade com
o bebê;
• Uma ou duas semanas antes de vol tar ao trabalho, comece a tirar o seu
leite e a fazer um estoque no conge-
lador. Lembre-se de esterilizar, eti quetar e datar todos os frascos;
• Amamente antes de sair de casa, ao
regressar e também durante a noite.
Aos finais de semanas amamente
com mais frequência. Quanto maior
o número de mamadas, maior será o
estímulo para manter a produção
de leite;
• No trabalho, se possível, retire o leite
tantas vezes quanto o bebê mamaria
se estivesse com você;
• Na sua ausência o leite estocado deve ser oferecido em
xícara ou copinho, evitando mamadeiras que atrapa lham a sucção.
Fique por dentro
de seus direitos
• Ausentar-se do trabalho, durante a gravidez, para reali zar consultas e exames;
• Ter um acompanhante, de livre escolha, durante toda a
internação na maternidade;
• Ficar junto com o bebê desde o nascimento;
• Entrar em licença-maternidade de 120 dias, contada a
partir da 36ª semana de gestação;
• Entrar em licença-paternidade por cinco dias, após o
nascimento do filho;
• Ter um horário para amamentar, no trabalho, até os seis
meses de vida do bebê, com 30 minutos a cada turno
de 4 horas de trabalho.
Créditos
Aon
Anna Mehoudar CRP 06-6244
• Psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
• Membro fundador do Grupo de Apoio à Maternidade e Paternidade.
www.gamp21.com.br.
• Coordena a elaboração dos programas corporativos do GAMP21.
- Curso de preparação para o parto e cuidados com o bebê;
- Monitoramento telefônico na gestação e pós-parto;
- Atendimento domiciliar pós-parto;
- Capacitação de equipes multiprofissionais;
• Trabalha em consultório atendendo a adultos, casais, pais e bebês;
• Autora do livro: Da gravidez aos cuidados com o bebê. Um manual para pais e profissionais.
Ed. Summus.
Material desenvolvido pela equipe de Employee Communication.
Março de 2015.
Dóris Ammann Saad COREN 42.009
• Enfermeira e mestre em enfermagem obstétrica pela Universidade de São Paulo;
• Membro do Grupo de Apoio à Maternidade e Paternidade;
• Acompanha trabalho de parto, parto e aleitamento materno de equipe obstétrica.
• Coordena grupos de Trabalho Corporal com gestantes e puérperas.
• Coordena equipe de enfermagem no atendimento domiciliar pós-parto e monitoramento
perinatal.
Elizangela Ribeiro Romualdo COREN 2.425.808
• Enfermeira graduada pela Universidade Nove de Julho.
• Pós-graduada pela Fac.de Enfermagem do Hosp. Israelita Albert Einstein.
• Integrou Equipe de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein de
2003 a 2012.
• Atua na assistência ao recém-nascido: semi-intensiva e berçário.
• Integra equipe de enfermagem no atendimento domiciliar pós-parto e
monitoramento perinatal.
Rua Dr. Eduardo de Souza Aranha, 153 – 1º ao 10º andar
CEP: 04543.120 | Itaim Bibi | São Paulo-SP | Brasil
www.aon.com