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O BANCÁRIO Edição Diária 5461 | Salvador, quinta-feira, 10.10.2013 Filiado à Presidente Euclides Fagundes Neves Fotos: Manoel Porto Na Bahia, paralisação continua com força Página 2 Bancários fazem passeata no Centro de Salvador Página 4 Mesmo com chuva, bancários fazem passeata pelo Centro de Salvador por valorização do trabalho CAMPANHA SALARIAL Logo mais, às 10h, em São Paulo, a categoria deve conhecer uma nova contraproposta De frente com os banqueiros A pressão dos bancários deu certo. Hoje, o Comando Nacional encara a Fenaban em nova rodada de negociação. O Banco do Brasil e a Caixa fazem o mesmo e devem apresentar proposta. A greve só termina quando um acordo justo for firmado. Página 3 Assembleia hoje, às 18h30, debate o futuro da greve, que completa 22 dias. www.b an car i os b ah i a.org .b r CAMPANHA SALARIAL Em 21 dias de paralisação nacional, número de agências sem atendimento no Estado chega a 842 Greve mantém força na Bahia Mesmo com a notícia de que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), o Banco do Brasil e Caixa marcaram negociação, os bancários mantêm o ritmo forte da greve na Bahia. Até ontem, 21º dia de paralisação nacional, o número de unidades de portas fechadas no Estado é de 842. Da base do Sindicato são 482. A determinação da categoria é exemplar. No Estado, estão sem pestar atendimento 131 agências no Banco do Brasil, 115 da Caixa e 18 no Banco do Nordeste. Já nos privados, são 94 do Bradesco, 66 do Itaú, 38 do Santander, 12 do HSBC e as demais organizações financeiras, juntas, somam oito. Negociações As negociações anteriores com a Fenaban foram frustrantes. Os banqueiros ofereceram 6,1% e 7,1%, respectivamente. A categoria Fotos: Manoel Porto BB desrespeita a lei e demite funcionário Diretores denunciam ao vice-presidente do Santander, Conrado Engel, as demissões e as más condições de trabalho Ato surpresa contra o Santander Quase 2,3 mil funcionários demitidos no Brasil desde o início do ano. Líder em reclamações por sete meses consecutivos, mesmo com lucro de mais de um bilhão de euros no primeiro semestre. Apesar das inúmeras insatisfações, inclusive dos clientes, o Santander finge que nada acontece. Pior, não faz questão de resolver os problemas. Insatisfeitos com o descaso da empresa, diretores do Sindicato e da Federação da Bahia e Sergipe fi- zeram manifestação ontem em frente a um restaurante na avenida Tancredo Neves, em Salvador, onde o vice-presidente do banco no Brasil, Conrado Engel, se reunia com a superintendente regional Rosângela Touloni e outros executivos. Além do fim das demissões e do desrespeito para com os bancários, o protesto, que durou cerca de uma hora, denunciou as péssimas condições de trabalho nas agências, o assédio moral e a postura da empresa O BANCÁRIO Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 2 O Bancário recusou as duas propostas, afinal os trabalhadores não querem migalhas e, sim, valorização e avanços. Condições as empresas têm, sobretudo, quando se observa a lucratividade do setor financeiro. Foram quase R$ 30 bilhões no primeiro semestre. Fundado em 4 de fevereiro de 1933 na mesa de negociação durante a campanha salarial. Os diretores também falaram sobre a demissão de um superintendente regional durante a paralisação. Uma iniciativa ilegal, uma vez que a lei de greve impede desligamentos enquanto as atividades estiverem suspensas. Como de costume, o vice-presidente Conrado Engel saiu pela tangente e apenas disse estar atento às demandas dos funcionários. O protesto teve apoio significativo da população. O Banco do Brasil, instituição financeira que mais lucrou no primeiro semestre de 2013, pouco mais de R$ 10 bilhões, age ilegalmente. A empresa demitiu o bancário Vicente Araújo Silva Filho, da agência Nova Abrantes, em Camaçari, que tinha mais de 20 anos de trabalho no banco e comportamento exemplar. Além de causar comoção entre os demais funcionários, que discordam da decisão, a atitude do BB é inconstitucional. De acordo com o artigo 7º da lei 7.783, de 28 de junho de 1989, “a participação em greve suspende o contrato de trabalho”, o que significa que não pode haver demissões no período. Além de agir contra a Lei de Greve, a instituição financeira negou direito de ampla defesa do trabalhador. O Departamento Jurídico do Sindicato da Bahia vai ajuizar uma ação trabalhista a fim de anular o desligamento. “Não tenho dúvidas de que a Justiça vai anular a decisão ilegal e reintegrar o funcionário”, afirma o advogado da entidade que acompanha o caso, Miguel Cerqueira. Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Euclides Fagundes Neves. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade. Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] Jornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima. Repórter: Ana Beatriz Leal. Estagiários em jornalismo: Catiane Rodrigues, Márcio Malta, Rafael Barreto e Tunísia Cores. Projeto gráfico: Danilo Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. www.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 10.10.2013 Públicos também sentam à mesa hoje Não é só a Fenaban que sente a pressão da greve. O Banco do Brasil e a Caixa também não aguentaram, tiveram de romper o silêncio e marcar negociação específica. Ambas acontecem hoje, logo após as discussões com a Federação Nacional dos Bancos. As mesas são independentes uma da outra e tratam da renovação dos dois acordos aditivos que prevêem acréscimo de direitos para os funcionários das duas instituições públicas. Já a rodada com a Fenaban debate a renovação da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), que reúne direitos de todos os bancários. Enquanto a pauta não é atendida, os trabalhadores dos bancos públicos e privados continuam com a paralisação por tempo indeterminado. O BNB ainda não marcou negociação. Logo mais, às 18h30, tem nova assembleia As assembleias realizadas pelo Sindicato da Bahia deixam os bancários a par da greve nos bancos públicos e privados e servem também como termômetro para a entidade. Os trabalhadores podem opinar e dar sugestões para fortalecer o movimento. Hoje, às 18h30, uma nova assembleia acontece no Ginásio de Esporte, ladeira dos Aflitos. Como nos casos anteriores, a categoria deve comparecer e ajudar a decidir o futuro do movimento. CAMPANHA SALARIAL Nova rodada é hoje, às 10h. Bancários querem arrancar proposta justa Fenaban sente pressão e chama para negociar Os bancários mostram que somente uma greve forte é capaz de pressionar os banqueiros a atenderem as reivindicações. Depois de 21 dias de intensa paralisação, com 11.748 agências fechadas no país, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) novamente reabre os diálogos. A negociação acontece às 10h de hoje, quando o movimento completa 22 dias. A nova rodada foi marcada depois de a categoria rejeitar, em assembleias realizadas nos 26 estados mais o Distrito Federal, a contraproposta de reajuste salarial de 7,1% e aumento do piso em 7,5%. A expectativa é de que finalmente os bancos atendam as reivindicações dos trabalhadores que querem aumento real, valorização do piso, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) melhor, proteção ao emprego, segurança e melhores condições de trabalho. Com o lucro líquido de R$ 59,7 bilhões entre junho de 2012 e junho de 2013, sobram recursos para atender a pauta. Por isso, na Bahia, os bancários continuam mobilizados e só retornam ao trabalho quando houver avanços significativos. “Os bancos estão em dívida com empregados e clientes. Relatório divulgado recente- mente indica que os ganhos continuam elevados, com destaque para o crescimento da arrecadação de tarifas”, explica o presidente do Sindicato da Bahia, Euclides Fagundes. João Ubaldo Bancários na Bahia mantêm greve, que completa 22 dias hoje Greve atinge 12.136 agências em todo o país Os números mostram. Neste ano, os bancários dão uma verdadeira lição de união. A cada dia, o movimento cresce e mais agências são fechadas em todo o país. Fato que faz da campanha salarial a mais forte e maior dos últimos anos. Ontem, no 21º dia de paralisação nacional, 12.136 unidades foram fechadas em 26 estados mais o Distrito Federal. É um crescimento de 97,5% em comparação ao primeiro dia do movimento, quando 6.145 unidades fica- ram sem prestar atendimento. Os dados comprovam que a categoria está determinada a arrancar do setor mais lucrativo da economia nacional uma proposta justa, que atenda efetivamente as necessidades dos trabalhadores. O Bancário Salvador, quinta-feira, 10.10.2013 • www.bancariosbahia.org.br 3 CAMPANHA SALARIAL Quem passava pela avenida Sete de Setembro, durante a caminhada, era solidário com os bancários Passeata com o apoio da população A forte chuva que caiu em Salvador na tarde de ontem não foi capaz de desanimar os bancários, que saíram em uma grande passeata pelas ruas do Centro. A concentração começou cedo e atraiu centenas de pessoas, in- clusive de outras categorias. Todos faziam questão de expressar apoio aos trabalhadores, em greve desde o dia 19 de setembro. Os participantes saíram exatamente às 16h30 com bandeira contra a terceirização, DISPUTA A filiação da ex-senadora Marina Silva (AC) ao PSB, além de embolar o jogo com o governador pernambucano Eduardo Campos no Partido Socialista Brasileiro, que deu uma guinada escancarada à direita, atiçou ainda mais a briga interna no PSDB, que também tem dois candidatos a presidente: o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra (SP). Há quem diga que a oposição ganha com a nova conjuntura, mas existe a avaliação de que a reeleição da presidenta Dilma Rousseff fica mais fortalecida. Vai depender muito dos rumos da economia. placas e faixas com algumas das reivindicações da campanha salarial deste ano, como a redução dos juros e tarifas, igualdade de oportunidades e pela isonomia nos bancos públicos. As pessoas que passavam pela avenida Sete de Setembro estavam atentas a cada mensagem dita pelos diretores do Sindicato da Bahia. O advogado Moisés Pereira Gomes, de 50 anos, prestava bastan- te atenção. Para ele, o diálogo com a população é fundamental, “especialmente em um país em que a classe dominante oprime os trabalhadores”. Para o advogado, os bancários têm de ir às ruas mostrar que a proposta da categoria é justa. “Os banqueiros aparelham as agências, mas são omissos na valorização do empregado. O funcionário é deixado em segundo plano”, completa. João Ubaldo LIDERANÇA Durante palestra em Nova Iorque, ontem, para uma plateia de mais de 500 empresários, o senador Aécio Neves, pré-candidato tucano à presidência da República, se apresentou como “líder da oposição no Brasil”. Com tantos presidenciáveis oposicionistas agora no páreo, ele não perdeu tempo e marcou ponto. É aquele velho ditado popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. PREJUDICADO Nas análises feitas nos meios governistas e oposicionistas, a avaliação é de que o maior prejudicado com a filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB controlado por Eduardo Campos é justamente o senador Aécio Neves. Com a novidade, até o ex-governador José Serra, que já estava convencido a desistir da candidatura, agora se acha no direito de retomar a briga interna no ninho tucano para ser o candidato do PSDB à presidência da República. Embolou tudo na oposição. EXPERIÊNCIA Os apoiadores do nome de José Serra (SP) como o presidenciável tucano para a eleição de 2014 ganharam força e agora defendem que, diante da nova realidade oposicionista, o PSDB faça pesquisas qualitativas imediatamente para reavaliar o novo cenário eleitoral. O objetivo do grupo é questionar a candidatura do senador Aécio Neves (MG), que hoje tem maioria no partido, confrontando-a com a experiência de Serra, que já disputou por duas vezes a presidência da República. PREOCUPAÇÃO Dentro do PSDB, no grupo ligado ao sena- dor Aécio Neves, há a preocupação de que a nova chapa Marina Silva-Eduardo Campos, na configuração que se apresenta, possa tirar o tucano de um eventual segundo turno contra a presidenta Dilma Rousseff. BEIJOS Da presidenta Dilma Rousseff, ao ser questionada se o relacionamento com o Congresso Nacional está em boa fase: “Estou em fase de beijos com o Brasil”. 4 O Bancário www.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 10.10.2013 Com baixo efetivo de funcionários, fila é constante em unidades Agências enxutas e muita sobrecarga Agências bancárias cheias e atendimento sem qualidade. Esse é o diagnóstico de quem precisa utilizar os serviços dos bancos no Brasil. O que muita gente não sabe é que os problemas são gerados pela redução dos postos de trabalho. As organizações financeiras em atividade no país enxugam o quadro de funcionários e, com a desculpa das facilidades, transferem o serviço para o cliente. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) comprovam. Mesmo com lucro de quase R$ 30 bilhões entre janeiro e junho, ou seja, R$ 166 milhões por dia, as empresas fecharam 1.957 vagas no mesmo período. No acumulado do ano, o dado é pior. Foram 3.374 postos a menos. Na lógica perversa, a falta de empregados disputa espaço direto com a cobrança de metas e o assédio moral. Um funcionário do Bradesco, no Centro de Salvador, afirma que com o quadro reduzido, tem de conviver com reclamações e cobranças de todas as partes. “Ao invés de colocar mais caixas, o banco demite. Agora temos apenas um atendente para idoso e outro para os demais clientes. Todos os dias isso aqui fica uma bagunça e as brigas são constantes”, denuncia.
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