Vitamina D e cálcio

Transcrição

Vitamina D e cálcio
 Vitamina D
e cálcio
Reflexões sobre a suplementação
Dra. Priscila Faggiano Dra. Fabiana Gonzalez Absorção e metabolismo Vitamina D e cálcio
Aporte nutricional
O que é vitamina ?
Vitamina é substância requerida pelo organismo em pequenas quantidades,
que não sendo produzida por ele, que não sendo produzida por ele
é obtida através da alimentação
Vitamina D
Substância lipossolúvel chamada colecalciferol
Seu precursor é uma espécie de colesterol sintetizado naturalmente na pele
e convertido pela ação dos raios solares (radiação ultravioleta)
Vitamina D
Nos mamíferos, constitui mais um hormônio do que uma vitamina
hormônio
Em condições ideais
de exposição solar é provável que
não seja necessária na dieta
Vitamina D
Quando obtida dos alimentos, é absorvida no intestino delgado
A bile é essencial
A bile
à sua absorção adequada
Vitamina D
Principal via de excreção é a bile
pequena porcentagem encontrada na urina Após absorção, sua meia­vida no plasma é de 19 a 25h
Mas,é armazenada em depósitos de gordura por períodos prolongados
A ativação da Vitamina D
no organismo no organismo Vitamina D Vitamina D Seja proveniente da dieta
ou sintetizada pelo organismo,
precisa ser modificada (fígado e rins)
para se tornar biologicamente ativa
Seu principal metabólito ativo
chama­se calcitriol
O calcitriol (Vitamina D ativa)
juntamente com o PTH (paratormônio)
são hormônios fundamentais ao metabolismo ósseo
Eles dão início a uma cascata de eventos dão início
chamada remodelagem óssea
Remodelagem óssea Processo fisiológico contínuo de reabsorção e
reabsorção neoformação neoformação
do osso
O osso saúdável está em constante turn­over
e apresenta equilíbrio nestes dois aspectos A redução dos níveis plasmáticos de: redução
# Cálcio
# Vitamina D # Fosfato
estimulam a atividade de enzimas
que ativam a Vitamina D
ativam
O aumento ou aumento excesso dos níveis plasmáticos de: excesso
# Cálcio
# Vitamina D
# Fosfato
inibem ou inibem anulam enzimas que ativam a Vitamina D
ativam
A redução dos níveis plasmáticos de: redução
# Cálcio
# Vitamina D # Fosfato
estimulam a transcrição genética estimulam
e a secreção de PTH
O aumento ou aumento excesso dos níveis plasmáticos de: excesso
# Cálcio
# Vitamina D
# Fosfato
inibem ou inibem anulam a transcrição genética
e a secreção de PTH Esta é a chave de funcionamento
de todo o organismo
Biofeedback Toda vez que interferimos inadvertidamente
nesta autorregularem
podemos ter mais prejuízos do que benefícios
Reflexão Certamente, a suplementação de Vitamina D e cálcio interfere na autorregulagem da ativação da Vitamina D
Será que a reposição de Vitamina D e cálcio não inibe a conversão da Vitamina D plasmática em sua fração ativa (esta sim necessária à saúde da massa óssea)?
A Vitamina D na alimentação A Vitamina D é rara nas fontes de alimentos
humanos
Ao observarmos a natureza, isto parece estar em conformidade com a definição de que não é necessária na dieta, por ser hormônio, “produzido endogenamente”
A Vitamina D na alimentação
É encontrada em pequenas quantidades : # manteiga 56UI/100g
# ovos 52UI/100g
# fígado de boi 16 UI/100g
É encontrada em grandes quantidades no óleo de fígado de peixes como lambari, bacalhau, arenque e atum
# arenque defumado 120UI/100g
# sardinhas em lata 272 UI/100g
# atum em lata 236 UI/100g
#óleo de fígado de bacalhau 10.000 UI/100g
Reflexão
Esses peixes, de alto mar e águas frias, são importantes na alimentação de povos que moram em regiões climáticas onde não há exposição solar durante uma parte do ano. É este o caso de um país tropical, como o Brasil?
Recomendações nutricionais de Vitamina D
Não existe consenso científico
sobre o consumo ideal de Vitamina D
A determinação das necessidades orgânicas de Vitamina D não é corroborada por medidas clínicas
Recomendações nutricionais de Vitamina D
A cota dietética recomendada para lactentes e crianças é de 400UI ou 10 mcg
A base dessa dose é a de que sua quantidade se aproxima daquela de uma colher de chá (5mL) de óleo de fígado de bacalhau, colher de chá (5mL) de óleo de fígado de bacalhau
durante muito tempo considerado seguro e efetivo na prevenção do raquitismo Recomendações nutricionais
de Vitamina D Baseando­se no fato de que os adultos necessitam de menos Vitamina D do que lactentes, a dose para adultos foi arbitrariamente estabelecida em 200UI.
O uso de 400UI de Vitamina D para pacientes idosos
também baseia­se nos mesmos princípios arbitrários.
Reflexão
Em geral, as tabelas de recomendação de ingestão de Vitamina D invariavelmente apresentam uma observação no rodapé
Obs: na ausência de exposição adequada ao sol
O metabolismo
do cálcio
2% do corpo humano é constituído de cálcio e destes 99% estão nos ossos e dentes
A matriz óssea é formada basicamente pelo depósito de cristais de cálcio, fósforo e magnésio
1% do cálcio corporal encontra­se fora do osso
Sua concentração no plasma é infinitamente superior àquela presente no interior das células As principais funções do cálcio extracelular (plasmático) são: extracelular (plasmático)
­ excitação e contração muscular
­ transmissão sináptica
­ agregação plaquetária
­ coagulação
­ secreção hormonal
As principais funções do cálcio intracelular são:
intracelular ­ segundo mensageiro intracelular
­ divisão celular
­ mobilidade celular
­ contração muscular
­ secreção
­ transporte transmembrana Do cálcio não depositado em ossos e dentes:
­ 50% encontra­se na forma ionizada ­ 40% está ligado à proteínas (albumina)
­ 10% circulam em complexos com fosfato e citratos.
Só o cálcio ionizado sofre a interferência de hormônios (Vitamina D e PTH)
O objetivo do sistema homeostático do cálcio é manter níveis constantes de cálcio ionizado no fluido extracelular níveis constantes de cálcio ionizado
para o caso de necessidade de cálcio
nas células, ossos e excreção renal. O cálcio não é sintetizado no organismo
e por isso deve ser adquirido na dieta
O cálcio é absorvido predominantemente no duodeno, e em quantidades
no duodeno
menores no jejuno e íleo
O cálcio é excretado principalmente pelos rins excretado principalmente pelos rins
O PTH e a Vitamina D (biologicamente ativa – calcitriol) são PTH
calcitriol
sensíveis a alterações muito pequenas nos níveis de cálcio
e regulam sua absorção no intestino, sua excreção no rim e sua deposição no osso
Na ausência de calcitriol a absorção de cálcio ocorre apenas
de modo pasivo (10%) e é pouco eficiente
O calcitriol, junto com o PTH, promove o transporte ativo do cálcio
Fisiologicamente são absorvidos 30% do cálcio da alimentação
Se houver pouco cálcio na dieta, o calcitriol pode aumentar sua absorção para 90% Recomendações nutricionais de cálcio
Homens e mulheres > 50 anos – 1200 mg/dia
Dietas com reduzido teor de cálcio estimulam a produção de calcitriol e PTH, o que aumenta absorção intestinal e reduz a excreção renal do íon.
Este mecanismo de autorregulagem tem um limite,
que gira em torno de 400mg/dia
como o mínimo imprescindível para o organismo
Abaixo deste limite há necessidade de suplementação
O cálcio na alimentação
O cálcio é encontrado em
­ laticínios
­ vegetais de folhas escuras (couve, brócolis, almeirão, mostarda, nabiça, agrião,..) ­ sementes (castanha do pará, amêndoas, gergelim)
sementes
­ sardinha, salmão
­ ostras, moluscos bivalves ­ leguminosas (soja, feijão)
leguminosas
­ ovos, cereais e frutas Teor de cálcio nos alimentos
­ Leite de vaca – 270mg/100g
­ Iogurte – 130 mg/100g
­ Queijo de Minas ­ 600mg/100g
­ Queijos processados (gorgonzola, emental) – 700mg/100g ­ Queijo Tofu – 260 mg/100g
­ Alfafa ­ 530mg/100g
­ Folhas de couve cozidas – 360mg/100g
­ Folhas de hortelã – 190mg/100g
­ Agrião – 170mg/100g
­ Coentro ­ 120mg/100g
­ Acelga – 115mg/100g
­ Sardinha, manjuba e badejo ­ 200mg/100g
­ Castanha do pará – 180mg/100g
­ Farinha de aveia crua – 150mg/100g
­ Amêndoas ­ 100mg/100g
Biodisponibilidade do cálcio Biodisponibilidade do cálcio A biodisponibilidade de um nutriente A biodisponibilidade de um nutriente pode ser definida como a taxa de aproveitamento real do mesmo
pelo organismo frente à oferta dietética ou suplementar
Fatores que afetam
a absorção e a biodisponibilidade do cálcio dietético Ácido oxálico ou oxalato Presente no espinafre, na batata doce e no feijão Torna o cálcio insolúvel e facilmente excretável
Existem maneiras de se reduzir o teor de oxalato dos alimentos
Ferver os alimentos ricos nesta substância e descartar a água de cocção
Consumo excessivo de sal
Cálcio e sódio compartilham do mesmo sistema de transporte no túbulo renal proximal
Ingestão alta de sódio aumenta excreção de sódio e cálcio urinário
Essa perda de cálcio urinário é responsável por 50% na variabilidade da retenção de cálcio
O uso prolongado de alto teor de sódio pode acarretar perda de 7.5 a 10% das reservas de cálcio num período de 10 anos Consumo excessivo de proteínas
Aumenta a excreção de cálcio
Cada grama de proteína metabolizada aumenta
os níveis de cálcio urinário em 1.75mg
ou seja, se uma pessoa dobrar a quantidade protéica de sua dieta vai aumentar em 50% sua excreção urinária de cálcio
A proteína que mais influencia nesta perda urinária
é a proteína animal, pois apresenta alto teor
de aminoácidos sulfurados
Dieta rica em lipídeos
Particularmente triglicerídeos (ovos, nata, manteiga, carnes gordas e leite integral)
e ácidos graxos saturados de baixo peso molecular formam sabões insolúveis com o cálcio dietético,
aumentando sua excreção fecal
Consumo excessivo de
# refrigerantes
# embutidos e carnes conservadas
# queijos fortes
# molhos industrializados
# pães
# massas de farinhas brancas
Fazem­nos absorver muito fósforo, mineral que inibe a absorção de cálcio se estiver em maior proporção
Consumo excessivo de # cafeína
# álcool
# cigarros
Afetam a absorção de cálcio
Pessoas alérgicas e intolerantes ao leite
ou cujo organismo não digere a lactose
Absorverão pouco cálcio
mesmo que o seu consumo de laticínios seja grande
A deficiência de lactase é uma condição que
se desenvolve ou se acentua com a idade
Por isso, a reeducação alimentar
e o consumo de outras fontes de cálcio
como folhas verde­escuras, sementes, soja e peixes
é essencial Pouca acidez gástrica
A acidificação adequada do bolo alimentar
aumenta a absorção e a biodisponibilidade do cálcio,
que é solúvel no PH ácido e precipita­se no alcalino
Dçs que cursam com deficiência de ácido clorídrico (gastrite atrófica)
e tratamentos com drogas que inibem a secreção de ácido clorídrico
ou aumentam o PH gástrico impedem a absorção de cálcio
# Antiácidos – bicarbonato de sódio, hidróxido de alumínio.
# Antiácidos
# Antagonistas de receptors H² – cimetidina, ranitidina, famotidina.
# Antagonistas de receptors H²
# Inibidores da bomba de próton – omeprazol, lansoprazol, etc... # Inibidores da bomba de próton Uso de antibióticos
Alteram a absorção intestinal por destruição da flora
Promovem má absorção de # carboidratos
# Vitamina B12
# cálcio
# ferro
# magnésio
# cobre
e inibem a síntese protéica Uso de glicocorticóides
Interferem na absorção de cálcio
Antagonizam a atividade do metabólito ativo da Vitamina D
Inibem a ação dos osteoblastos,
promovendo o adelgaçamento ósseo Uso de diuréticos de alça
(furosemida)
Aumentam muito a excreção de cálcio e magnésio
Uso de diuréticos tiazídicos
Apesar de inibirem a excreção urinária de cálcio,
cronicamente depletam as reservas de magnésio, mineral fundamental para a deposição de cálcio na matriz óssea Uso de hormônios tireoidianos
Se o hipotireoidismo franco pode favorecer
a osteoporose, o uso inadvertido de levotiroxona pode acelerar o processo de perda óssea
Por isso, em pacientes idosos com valor de TSH
acima da normalidade, porém sem sintomas clínicos e sem outras alterações laboratoriais (particularmente dislipidemia)
deve­se considerar com cuidado o uso da reposição Uso de anticonvulsivantes
# hidantoínicos ­ fenitoína (Hidantal)
# hidantoínicos ­ fenitoína
# barbitúricos ­ fenobarbital (Gardenal)
# barbitúricos ­ fenobarbital
Reduzem os efeitos endógenos da Vitamina D Falta de estrogênio
Diminui a absorção de cálcio
e acelera a perda óssea
No entanto, os riscos potenciais da reposição hormonal
a contra­indicam no tratamento da osteopenia/ osteoporose
O uso de compostos a base de soja constitui excelente fonte de cálcio biodisponível
Trabalhos demonstram que uso da proteína isolada da soja (isoflavonas – 80mg) parece reduzir o grau de osteoporose Reflexão
Populações asiáticas, que apresentam quase nenhum consumo de laticínios
e alta ingestão de compostos fermentados de soja,
peixes e legumes
apresentam reduzidos índices de osteopenia/osteoporose
se comparadas a populações caucasianas
com alto insumo de leite e derivados Falta de atividade física
Cientificamente, não está diretamente
relacionada à absorção da cálcio
Porém, a prática regular de exercícios (ao ar livre)
# incentiva a exposição solar
# estimula a remodelagem óssea saudável
(ou seja, com a deposição de cristais de cálcio,
fósforo e magnésio em sítios adequados)
# reduz o estresse Reflexão
Baseados nestes dados,
# Deficiências nutricionais
# Orientação nutricional equivocada
# Falta de exposição solar
# Falta de atividade física
# Uso de polifarmácia
São fatores importantes que reduzem a absorção de cálcio
e/ou inibem a ação da fração ativa da Vitamina D
e contribuem grandemente para o risco de osteopenia/osteoporose Reflexão
A chave para a prevenção da osteopenia/osteoporose pode se encontrar na educação para a saúde e
no uso consciente e racional de medicamentos
Agradecemos
sua presença!!! 

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