HIGIENE PESSOAL: CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DE
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HIGIENE PESSOAL: CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DE
HIGIENE PESSOAL: CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DE MICROBIOLOGIA POR MEIO DA EXPERIMENTAÇÃO Terimar Ruoso Moresco (1), Tamires Franco de Castro(2), Ethiane Rozo dos Santos(2), Nilda Berenice Barbosa(3) (1) Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, Universidade Federal de Santa Maria; Santa Maria, Rio Grande do Sul; [email protected]; (2) Graduandas em Ciências Biológicas-LP, Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul; [email protected]; [email protected] . (3) Orientadora no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, Universidade Federal de Santa Maria; Santa Maria, Rio Grande do Sul; [email protected] RESUMO: O presente trabalho tem por finalidade verificar se a experimentação, usada como estratégia pedagógica para o ensino de microbiologia na educação básica, é capaz de colaborar para melhorar o seu ensino. Para tal foi desenvolvida uma sequencia didática, envolvendo atividades experimentais com 15 alunos do 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Palmeira das Missões. Os alunos realizaram um pré-teste, em seguida participaram da oficina e ao término foram submetidos a um pós-teste que também foi realizado por um grupo de alunos que não haviam participado da oficina. Os resultados mostraram que atividades em que os alunos foram instigados a confrontar o seu conhecimento por meio da experimentação foram fundamentais para a evolução do conhecimento conceitual sobre microrganismos. Esta sequencia de atividades deixou claro que ensinar e aprender só ocorre significativamente quando os sujeitos envolvidos no processo assumem uma postura investigativa. Palavras-Chave: experimentação, microbiologia, higiene pessoal. INTRODUÇÃO O conhecimento sobre os microrganismos é importante para formação de cidadãos conscientes, principalmente porque essa área está diretamente relacionada a questões que envolvem higiene pessoal e saúde (CASSANTI et al., 2008). A escola tem um papel fundamental no ensino da higiene pessoal principalmente nas comunidades mais carentes. No entanto, auxiliar na aprendizagem sobre o mundo microscópico e contextualizá-lo é um desafio para professores e pesquisadores envolvidos com ensino de ciências (CABALLER & GIMENEZ, 1993). O mundo microbiológico pode ser extremamente abstrato para os alunos do Ensino Básico, pois, embora seja parte importante de nosso dia-a-dia, não podemos percebê-lo. Este aspecto acredita-se ser um dos contribuintes sobre as concepções errôneas a cerca dos microrganismos. O presente trabalho tem por finalidade verificar se a experimentação, usada como estratégia pedagógica para o ensino de microbiologia na educação básica, é capaz de colaborar para melhorar o seu ensino. Os assuntos abordados nas atividades estão contemplados no tema estruturador “A educação para a saúde como um tema transversal” proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1999a; 2002). METODOLOGIA Para realização deste estudo, 15 alunos pertencentes a uma turma de 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública de Palmeira das Missões (RS) foram consultados sobre a sua disposição em participar das atividades, para as quais concordaram. Primariamente o estudo procurou identificar os conhecimentos prévios dos alunos relacionados aos métodos de Higiene Pessoal. Essas informações foram coletados a partir da aplicação de um questionário estruturado e específico sobre à temática microbiologia, que constituiu o pré-teste. Na segunda etapa, observando a carência de conhecimento dos alunos em relação ao tema, desenvolveram-se três atividades elaboradas para trabalhar conceitos pertinentes ao nível de aprendizagem em que se encontravam os participantes. Tais atividades correspondem à Oficina - “Higiene pessoal, pra quê?” e incluíram três experimentos: coleta de microrganismos presentes em diferentes partes do corpo, lavagem correta das mãos e importância dos hábitos de higiene; teste de eficiência de antissépticos. A oficina objetivou a compreensão dos aspectos relacionados à higiene pessoal e coletiva; relacionando a falta de higiene com a aquisição de doenças. Ao final da oficina, foi realizado o pós-teste. Com a comparação entre pré-teste e o pós-teste pode-se inferir a efetividade da oficina e também a evolução no Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa aprendizado dos conceitos científicos pelos alunos. Paralelamente aplicou-se o mesmo questionário a um grupo de alunos, do mesmo nível de ensino, que não estava envolvido com as atividades da oficina. Os resultados de ambos os testes foram categorizados e comparados com o desígnio de verificar a evolução no conhecimento dos alunos participantes das atividades que compuseram a Oficina de Higiene Pessoal. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise das respostas às questões mostrou que houve uma melhora no aprendizado dos alunos que participaram das atividades experimentais, concordando com Lunetta (1991) que afirma que as aulas práticas podem ajudar neste processo de interação e no desenvolvimento de conceitos científicos. Além disto, também permite que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos (LUNETTA, 1991). Na questão que tratava da estrutura celular bacteriana 35% dos estudantes acertaram a questão no pré-teste, após a oficina o índice de acerto chegou a 47% e nenhum daqueles estudantes que não realizaram a oficina acertou esta questão. Em relação aos locais onde as bactérias podem ser encontradas, dos estudantes que não participaram da oficina, nenhum marcou todas as alternativas corretas disponíveis, já aqueles participantes 93% acertaram a questão completamente no pós-teste e 20% no pré-teste. Em relação a importância da lavagem das mãos, também foi observada uma melhora no entendimento desse processo nos estudantes participantes da oficina, pois 73% acertaram a questão já o grupo dos estudantes não participantes apenas 7% responderam corretamente. Cabe destacar a contribuição de KRASILCHIK (2008) afirmando que dentre as modalidades didáticas existentes, tais como aulas expositivas, demonstrações, excursões, discussões, aulas práticas e projetos, como forma de vivenciar o método científico, as aulas práticas e projetos são mais adequados. Entre as principais funções das aulas práticas essa autora cita: despertar e manter o interesse dos alunos; envolver os estudantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas; compreender conceitos básicos; e desenvolver habilidades. CONCLUSÕES Contudo percebeu-se, ao término das atividades, que os alunos participantes apresentaram uma melhora no conhecimento em relação aos alunos não participantes, e pode-se atribuir essa influencia positiva na aprendizagem ao tipo de metodologia didática utilizada. Nesse contexto observou-se que os conceitos trabalhados utilizando-se da experimentação foram melhores aprendidos pelos estudantes, pois foram aquelas em que os alunos expressaram maior nível de conhecimento ao responder o questionário. Com isso fica evidente que atividades em que o aluno seja instigado a confrontar o seu conhecimento, gera um conflito cognitivo, sendo este fundamental para a evolução do conhecimento conceitual. A utilização desta sequencia de atividades deixou claro que ensinar e aprender só ocorre significativamente quando os sujeitos envolvidos no processo assumem uma postura investigativa. REFERÊNCIAS BRASIL 2002. Ministério de Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnologia. PCN Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília. MEC/SEMTEC. CABALLER, M.J.; GIMÉNEZ, I. Las ideas del alunado sobre el concepto de célula al finalizar la educación general básica. Enseñanza de las Ciencias, v. 11, n. 1, p.63-68. 1993. CASSANTI, A.C.; CASSANTI, A.C.; ARAUJO, E.E.; URSI, S. Microbiologia Democrática: estratégias de ensinoaprendizagem e formação de professores. Enciclopédia Biosfera, n.5. 2008. KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2008. LUNETTA, V. N. Atividades práticas no ensino da Ciência. Revista Portuguesa de Educação, v.2, p. 81-90, 1991. PRADO, I.A.C.; TEODORO, G.R.; KHOURI, S. Metodologia de Ensino de Microbiologia para Ensino Fundamantal e Médio. VIII Encontro Latino Americano de Iniciação Cientifica e IV Encontro Latino Americano de PósGraduação –Universidade do Vale do Paraíba, 2004 Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa