Recordemos n.º 245 de Junho/2008
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Recordemos n.º 245 de Junho/2008
ASSOCIAÇÃO DE REFORMADOS DO MONTEPIO Membro do Agrupamento Europeu dos Reformados das Caixas Económicas, Bancos e Instituições Similares JUNHO DE 2008 + VOLUNTÁRIOS DO MONTEPIO CONSTROEM QUINTA PEDAGÓCICA Na sequência do desafio lançado pelo Gabinete de Responsabilidade Social para a participação numa acção de voluntariado em família, nove colaboradores-voluntários do Montepio aventuraram-se na criação de uma Quintinha Pedagógica, na Tapada de Monserrate, em Sintra. Inserida nas celebrações do Ano Internacional para o Planeta Terra, a iniciativa, promovida pela GRACE, em parceria com a Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML), decorreu no passado Sábado, dia 31 de Maio e contou com a participação de 100 voluntários de diversas empresas associadas da GRACE e respectivas famílias. Com o intuito de construir uma Quintinha Pedagógica e promover a recuperação e revalorização do património natural da zona de Sintra, os participantes, entre as 9 e as 17h30, desenvolveram inúmeras actividades tais como a plantação de um jardim de aromas, a construção de caminhos pedestres, a limpeza e recuperação da linha de água, a plantação de árvores e arbustos, a construção de duas pontes em madeira, a recuperação do celeiro e do Parque de Merendas. As crianças, acompanhadas por técnicos do Núcleo de Educação Ambiental da PSML, tiveram a oportunidade de explorar a flora e a fauna da Tapada, bem como de participar num programa repleto de actividades lúdicas. Luiz Filipe N.º. 245 SERVIÇOS SOCIAIS Biblioteca Colegas Na continuação da informação prestada em anterior “Recordemos” quanto à utilização da biblioteca pelos colegas reformados, prestamos o seguinte esclarecimento: A biblioteca encontra-se na sede dos >Serviços Sociais situada na Rua Garrett 47-2º 1200-203 Lisboa. A pedido dos interessados os Serviços Sociais enviarão o catalogo com as obras existentes, as normas de utilização e as requisições. Os livros podem ser requisitados directamente nos Serviços Sociais, na morada acima indicada ou enviando a requisição por correio interno por intermédio de qualquer Balcão, ou para o faxº nº 21 324 51 09 ou ainda por e-mail: [email protected] indicando sempre o nome do Balcão para onde o livro deverá ser enviado. Para qualquer esclarecimento contactar o colega Diogo ou a colega Ana A Direcção ORA VAMOS LÁ A UM POUCO DE CULTURA Erro crasso Significado: Erro grosseiro. Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Confiante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair. Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um "erro crasso". Ter para os alfinetes Significado: Ter dinheiro para viver. Origem: Em outros tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alfinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.» pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira. À grande e à francesa Significado: Viver com luxo e ostentação. Origem: Relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital. Coisas do arco-da-velha Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverosímeis. Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arcoceleste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-meei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16) Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina. Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere (beber). Dose para cavalo Do tempo da Maria Cachucha Significado: Quantidade excessiva; demasiado. , Significado: Muito antigo. Origem: Dose para cavalo, dose para elefante ou dose para leão são algumas das variantes que circulam com o mesmo significado e atendem às preferências individuais dos falantes. Origem: A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as Fevereiro 2008 Supõe-se que o cavalo, por ser forte; o elefante, por ser grande, e o leão, por ser valente, necessitam de doses exageradas de remédio para que este possa produzir o efeito desejado. Com a ampliação do sentido, dose para cavalo e suas variantes é o exagero na ampliação de qualquer coisa Pág. 2 desagradável, ou mesmo aquelas que só se tornam desagradáveis com o exagero. Dar um lamiré Afogar o ganso Significado: Sinal para começar alguma coisa. Significado: Relação sexual; masturbação. Origem: Trata-se da forma aglutinada da expressão «lá, mi, ré», que designa o diapasão, instrumento usado na afinação de instrumentos ou vozes; a partir deste significado, a expressão foi-se fixando como palavra autónoma com significação própria, designando qualquer sinal que dê começo a uma actividade. Historicamente, a expressão «dar um lamiré» está, portanto, ligada à música (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Nota: Escreve-se lamiré, pronunciado como em caro. com o realidade, não é fácil segurar uma gata pelo rabo, e não deveria ser tão humilhante a expressão como realmente é. r Memória de elefante Significado: Ter boa memória; recordar-se de tudo. Origem: O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo . Lágrimas de crocodilo Origem: No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima. Mal e porcamente Significado: Muito mal; de modo muito imperfeito. Origem: «Inicialmente, a expressão era "mal e parcamente". Quem fazia alguma coisa assim, agia mal e eficientemente, com parcos (poucos) recursos. Como parcamente não era palavra de amplo conhecimento, o uso popular tratou de substituí-la por outra, parecida, bastante conhecida e adequada ao que se pretendia dizer. E ficou " mal e porcamente", sob protesto suíno.»1 1inA Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta, vol. 1 (Editora Campus, Rio de Janeiro) Já a formiga tem catarro . Significado: Diz-se a quem pretende ser mais do que é, sobretudo dirigido a crianças ou inexperientes. Fazer tijolo Significado: Choro fingido. Significado: Morrer. Origem: O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima. Origem: Segundo se diz, existiu um velho cemitério mouro para as bandas das Olarias, Bombarda e Forno do Tijolo. O almacávar, isto é, o cemitério mourisco, alastrava-se numa grande extensão por toda a encosta, lavado de ar e coberto de arvoredo. Não poder com uma gata pelo rabo Significado:Ser ou estar muito fraco; estar sem recursos. Origem: O feminino, neste caso, tem o objectivo de humilhar o impotente ou fraco a que se dirige a referência. Supõe-se que a gata é mais fraca, menos veloz e menos feroz em sua própria defesa do que o gato. Na Fevereiro 2008 Após o terramoto de 1755, começando a reedificação da cidade, o barro era pouco para as construções e daí aproveitar-se todo o que aparecesse. O cemitério árabe foi tão amplamente explorado que, de mistura com a excelente terra argilosa, iam também as ossadas para fazer tijolo. Assim, é frequente ouvirse a expressão popular em frases como esta: 'Daqui a dez anos já eu estou a fazer tijolo '. Pág. 3 in 'Dicionário de Expressões Correntes' ; Orlando Neves Fila indiana Significado:- Enfiada de pessoas ou coisas dispostas uma após outra. Origem: Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam na frente. Andar à toa Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo. Origem: Toa é o cabo com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Embandeirar em arco Significado: Manifestação efusiva de alegria Origem: Na Marinha, em dias de gala ou simplesmente festivos, os navios embandeiram em arco, isto é, içam pelas adriças ou cabos (vergueiros) de embandeiramento galhardetes, bandeiras e cometas quase até ao tope dos mastros, indo um dos seus extremos para a proa e outro para a popa. Assim são assinalados esses dias de regozijo ou se saúdam outras embarcações que se manifestam da mesma forma. Cair da tripeça Significado: Qualquer coisa que, dada a sua velhice, se desconjunta facilmente. Origem: A tripeça é um banco de madeira de três pés, muito usado na província, sobretudo junto às lareiras. Uma pessoa de avançada idade aí sentada, com o calor do fogo, facilmente adormece e tomba. Fazer tábua rasa Significado:Esquecer completamente um assunto para recomeçar em novas bases. Fevereiro 2008 Origem: A tabula rasa , no latim, correspondia a uma tabuinha de cera onde nada estava escrito. A expressão foi tirada, pelos empiristas, de Aristóteles, para assim chamarem ao estado do espírito que, antes de qualquer experiência, estaria, em sua opinião, completamente vazio. Também John Locke (1632 1704), pensador inglês, em oposição a Leibniz e Descartes, partidários do inatísmo, afirmava que o homem não tem nem ideias nem princípios inatos, mas sim que os extrai da vida, da experiência. «Ao começo», dizia Locke, «a nossa alma é como uma tábua rasa, limpa de qualquer letra e sem ideia nenhuma. Tabula rasa in qua nihil scriptum. Como adquire, então, as ideias? Muito simplesmente pela experiência.» Ave de mau agouro Significado: Diz-se de pessoa portadora de más notícias ou que, com a sua presença, anuncia desgraças. Origem: O conhecimento do futuro é uma das preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse conhecimento. As aves eram um dos recursos que se utilizava. Para se saberem os bons ou maus auspícios (avis spicium) consultavam-se as aves. No tempo dos áugures romanos, a predição dos bons ou maus acontecimentos era feita através da leitura do seu voo, canto ou entranhas. Os pássaros que mais atentamente eram seguidos no seu voo, ouvidos nos seus cantos e aos quais se analisavam as vísceras eram a águia, o abutre, o milhafre, a coruja, o corvo e a gralha. Ainda hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com qualquer destas aves. Verdade de La Palisse Significado: Uma verdade de La Palice (ou lapalissada / lapaliçada) é evidência tão grande, que se torna ridícula. Origem: O guerreiro francês Jacques de Chabannes, senhor de La Palice (1470-1525), nada fez para denominar hoje um truísmo. Fama tão negativa e multissecular deve-se a um erro de interpretação. Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em sua honra uma canção com versos ingénuos: Pág. 4 "O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia." O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência. Segundo a enciclopédia Lello, alguns historiadores consideram esta versão apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La Palice um estribilho que lhe não dizia respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito dos versos, Jacques de Chabannes não teve culpa. Nota: Em Portugal, empregam-se as duas grafias: La Palice ou La Palisse. Ter ouvidos de tísico Significado: Ouvir muito bem. Origem: Antes da II Guerra Mundial (l939 a l945), muitos jovens sofriam de uma doença denominada tísica, que corresponde à tuberculose. A forma mais mortífera era a tuberculose pulmonar. Com o aparecimento dos antibióticos durante a II Guerra Mundial, foi possível combater este doença com muito maior êxito. As pessoas que sofrem de tuberculose pulmonar tornam-se muito sensíveis, incluindo uma notável capacidade auditiva. A expressão « ter ouvidos de tísico» significa, portanto, «ouvir tão bem como aqueles que sofrem de tuberculose pulmonar». A comprovar a existência desta crença existe o excerto da obra do padre Manuel Bernardes "Nova Floresta", relativo aos procedimentos a observar para manter e exercitar a memória: «Há também memória artificial da qual uma parte consiste na abstinência de comeres nocivos a esta faculdade, como são lacticínios, carnes salgadas, frutas verdes, e vinho sem muita moderação: e também o demasiado uso do tabaco». Sabe-se hoje, através dos conhecimentos provenientes dos estudos sobre memória e nutrição, que o leite e o queijo são fornecedores privilegiados de cálcio e de fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Apesar do contributo da ciência para desmistificar uma antiga crença popular, a ideia do queijo como alimento nocivo à memória ficou cristalizada na expressão fixa « comer (muito) queijo». Acordo leonino Significado: Um «acordo leonino» é aquele em que um dos contratantes aceita condições desvantajosas em relação a outro contratante que fica em grande vantagem. Origem: «Acordo leonino» é, pois, uma expressão retórica sugerida nomeadamente pelas fábulas em que o leão se revela como todo-poderoso. Que massada*! Significado: Exclamação usada para referir uma tragédia ou contra-tempo. Origem: É uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio colectivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador Flávio Josefo. Comer muito queijo Significado: Ser esquecido; ter má memória. Origem: A origem desta expressão portuguesa pode explicar-se pela relação de causalidade que, em séculos anteriores, era estabelecida entre a ingestão de lacticínios e a diminuição de certas faculdades intelectuais, especificamente a memória. Fevereiro 2008 Passar a mão pela cabeça Significado: perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido. Origem: Costume judaico de abençoar cristãosnovos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronunciava a bênção. Pág. 5 Significado: Tem sentido depreciativo usando-se para referir uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância. Gatos pingados Significado: Tem sentido depreciativo usando-se para referir uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância Origem: Esta expressão remonta a uma tortura procedente do Japão que consistia em pingar óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente. Como o suplício tinha uma assistência reduzida, tal era a crueldade, a expressão " gatos pingados" passou a denominar pequena assistência sem entusiasmos ou curiosidade para qualquer evento. Meter uma lança em África Significado:- Conseguir realizar um empreendimento que se afigurava difícil; levar a cabo uma empresa difícil. Origem: Expressão vulgarizada pelos exploradores europeus, principalmente portugueses, devido às enormes dificuldades encontradas ao penetrar o continente africano. A resistência dos nativos causava aos estranhos e indesejáveis visitantes baixas humanas. Muitas vezes retrocediam face às dificuldades e ao perigo de serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e, pior de tudo, conheciam mal o seu terreno. Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadas "expedições em África", eram considerados destemidos e valorosos militares, dispostos a mostrar a sua coragem, a guerrear enfrentando o incerto, o inimigo desconhecido. Portanto, estavam dispostos a " meter uma lança em África". Queimar as pestanas Significado:Estudar muito. Fevereiro 2008 Origem:Usa-se ainda esta expressão, apesar de o facto real que a originou já não ser de uso. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a " queimar as pestanas". Enviado por e-mail por Vicente Quintino Guerreiro POESIA Dia da criança Hoje é dia da criança Há amor e esperança No dia de amanhã. Criança da minha rua Andas descalça e nua Esperando uma vida sã. Eu vi da minha janela E senti através dela Que tinhas fome e tristeza. E assim pedi a Jesus Que te desse amor e luz E acaba-se a pobreza. Viseu, 1 de Junho de 2008 Mª Helena Gato ANIVERSÁRIOS Em Julho fazem anos, com alegria e carinho, os seguintes colegas Dia 3 Mário João Carvalho Real Dia 4 Domingos Marcelino Andrade Dia 7 .António Rafael Trindade Costa Dia.8 Serafim Magalhães Reis e António Joaquim Oliveira Dia 9 José Cirilo Brito Soares e Fernando Manuel Santos Ramalho Dia 12 Ismael Costa Quintela Dia 14 José Mota Bento Figueiredo Dia 15 António Salgado Fontes, José Renato L. Campos Almeida e Diamantino B. Vieira Pereira Dia 17 José Marçalo Matos Ferreira Dia 18 João Manuel Fitas Ganchinho Dia 19 Vasco César das Neves Dia 22 Maria José Guiomar Moura Dia 23 Gilberto Dias Gomes e Francisco Vieira Dia 24 . José Amadeu Duarte Silva Dia 25 Francisco António Costa Dia 26 Agostinho Carmona Ferro Pág. 6 Dia 27 Maria Idalina Fialho Silva e Manuel Joaquim Barroso Mandes Soares Dia 29 Fernando C. Gonçalves Perestrelo, José António Ribeiro, Óscar Spinola Duarte Silva e Leonel Eurico G. Rodrigues Dia 30 José Fernando Nunes Carvalho e Maria Emília M.C. Diniz Antão Muitos e alegres parabéns são os nossos sinceros votos. Um dia com alegria e amizade. Sevilha. O hotel longe da cidade, mas muito bonito. Em estilo árabe. Bom jantar. Confortado e sabendo que o Sporting lá tinha conseguido o 2º lugar (dá 4 milhões mas, em Siena, o 2º é que perde – são princípios) dormi um soninho regalado. PASSEIO Á ANDALUZIA, DOS SERVIÇOS SOCIAIS Até dá gosto falar de um passeio assim. Até as pequenas falhas (refeições em Cordova) são benvindas, pela alegria que acabam por proporcionar (adiante conto) A partida não foi Social, foi Reformada, que era o que nós éramos, de modo que....1/4 de hora mais cedo que o determinado (já agora determinado e ameaçado para assustar ). Depois de nos cruzarmos, já em pleno Alentejo –o que, pelo que vou relatar é preocupante pois mostra o abandono a que estão a ser votados neste nosso Portugal todos os bons e ancestrais costumes, como seja o de os alentejanos passarem o dia deitados debaixo do chaparro, como toda a gente que nunca ceifou sabe) com um ciclo (ciclo credo, ainda se fosse auto!!)turismo de jararacas de mais de 60 anos, que até me abriu o apetite, chegamos a Serpa. Começou o bom. Ver o museu do relógio, descobrir, entre milhares, um Cauny Prima igualinho ao meu, ver marcas e peças deslumbrantes e a seguir mergulhar nos acepipados acepipes do Molha o Bico. Quase que foi proposta uma suspensão de viagem e o estacionamento por mais um dia na dita vila ou cidade, que agora já nem se sabe como são. Negada a pretensão, lá seguimos. De barriguinha cheia nem dei pela travessia da fronteira, desconhecendo se foi feita a investigação aduaneira que, nos anos 60 tanto me entusiasmavam pelo trabalho que me obrigavam a ter na passagem de seis pyrex e um frasco de Agua Brava. Aracena, as grutas e a sala das viúvas. O Mexia ficou desmoralizado (terá sido só ele?) mas isso foi compensado pelo brilho que fez luzir tantos esquecidos olhos. Fevereiro 2008 E começou a maior das falhas. As horríveis e vergonhosas horas a que nos tínhamos de saltar do leito. 6,45H.!!!!! –mas houve pior- Se juntarmos a isto o facto de ter baralhado os relógios, o resultado foi. LEVANTEI-ME ÁS 5,45 !!!!!!!! para sair do hotel às 8 horas de Portugal. E não fosse eu uma pessoa alegre e bem intencionado e esta crónica descambaria. Tomei e cumpri a decisão. À tarde – SESTA. Passeio matinal interessante. Vimos o Bairro da Expo de 1929, a Praça de Espanha e, quando choveu, estavamos na Catedral. Perderam-se dois, o que é uma percentagem aceitável em tempo de guerra. Esses, coitados, na rua, apanharam uma molha até ao corpinho. Almoço e, aqui, o Grilo foi brilhante. A minha irmão, alentejana de Reguengos de Monsaraz, à cautela e tendo ouvido falar da “comida” espanhola, resolveu levar dois queijinhos, Queijinhos é maneira de dizer, por o mais correcto seria dizer queijões. Ora, com a tradicional lhaneza resolveu ofertar o dito aos colegas de sua mesa. Dito e feito. Ei-lo colocado e encetado pelos convivas. Estávamos nós no nosso melhor, que o sabor não era para menos, quando aparece o Grilo, com ar enfiado, de quem recebeu um indesejado raspanete e nos diz que o chefe de mesa lhe tinha chamado a atenção para o queijo que não devia nem podia ser comido no restaurante. Pedia desculpa mas, o que restava do dito e ainda era mais de metade, tinha de ser confiscado. Concordamos, devidamente envergonhados , e lá foi o petisco PARA GUARDAR que outra coisa não estava prevista. Pág. 7 Terminada a refeição, dirigi-me à menina que superintendia nas entradas e saídas de usuários e solicitei-lhe a vitualha. Qual vitualha qual queijo. Ultrapassado o habitual problema de etendimento, apesar de eu”hablar” um castelhano escorreito, chegouse à conclusão que, a dita cuja, de queijo NADA. Fui ao Balcão da recepção -- NADA. Com ele não ficam., foi o ancestral grito de guerra luso contra o atrevido castelhano . Aljubarrota começou a pairar no ar ( no chão é difícil) Quero aqui e já o “patife e comichoso” chefe de mesa. E!! ...Restaurante – Forno , Forno– Pá e....a arma já temos e uma arma de vitória comprovada. Neste momento chega o Grilo risonhamente aflito e diz PÁRA A GUERRA JÁ Foi brincadeira minha. Nunca o petisco esteve em mãos estrangeiras. Risota geral e, confesso, se fosse eu não tinha havido devolução, pois o saboroso petisco teria tido o tratamento devido, mas na minha mesa, por direito de conquista Segue no próximo número F. Boto CRÓNICAS PITORESCAS DO MEU ALENTEJO O que vou contar a seguir ocorreu nos anos 50 do século passado, quando os ciganos levavam uma vida nómada, andando de feira em feira, procurando assim, através de expedientes pouco transparentes, enganar os incautos com os seus negócios de muares. Todavia, por vezes, encontravam alguém que com a prática e o traquejo de se relacionar com eles, saiam mal da contenda. Assim, começaram as desditas de Chico e Dolores. Num formoso dia de Outono, a caravana havia assentado arraiais mesmo junto do poço da malta, prestes a chegar à Boavista, aldeia próxima da cidade de Beja. Uns vieram de Quintos, outros de Albernoa, mais alguns de Baleizão, outros ainda de Entradas. E, a esta hora, ainda vinham a caminho os que, procedentes de Grandola, haviam acampado em Beringel. Os viveres, no entanto, eram escassos. Razão porque decidiram, haveriam de partir, aos pares, pedindo a falca por esses montes. Chegados, Chico e Dolores, à Herdade da Alfarrobinha, aquela lacrimejando, se acercou do lavrador, que estava sentado à portela do monte:Senhor seja servido de me dar um bocado de pão... (naquele tempo, e porque era necessário fazer grande amassadura para dar de comer à ganharia, era o pão acomodado numa enorme arca de castanho). Satisfazendo, judeu como era, o insistente pedido da cigana Dolores e, porque contavam, davam uma linguiça a que lhe desse um bácoro, disse-lhe o lavrador que tirasse o pão do funda da arca, que já tinha poucos. O que ele de afogadilho, intentou fazer, mergulhando na direcção do casqueiro, ao mesmo tempo que, ventre espalmado na boca da arca, esperneava, aflita, para alcançar o dito. Aproveitando todo aquele reboliço, velhaco, o lavrador deitou-lhe sobre os costados a pesada tampa da arca e, vai daí não querem lá ver... Levanta-lhe as saias tão compridas e serviu-se dela. Dolores, ainda desnorteada perante tão traiçoeira investida, ainda pôde dizer: - Farta-te aí bruto! Consumada a operação, e quando ambos já iam passando o monturo, que tão boa lenha de azinho acomodava, então não é que Chico cigano, que ficara fumando um “Kentucky” encostado ao tronco carcomido de uma oliveira, já levava aos ombros um peru, talvez dos mais bem criados, que no rossio do monte pastava! O lavrador desalmado perante tal desfaçatez, esquecendo as dores nas cruzes, prega dois saltos, agarra numa espadana de uma cangalhas velhas que era por ali o que estava mais à mão e vá de aplicar com ela valentes “lamboiradas”, por onde o apanhava, no pobre Chico, a quem Dolores “nervosenta” acudiu:- Ai malvado, ainda agora lhos prantastes e já lhos estás partindo... e-mail enviado por Vicente Quintino Guerreiro INFORMAÇÕES Vinham ao casamento de Carmencita. Fevereiro 2008 Pág. 8 1– Habituados como estamos , durante os convívios, a estarmos instalados em hotéis, a Direcção entende dever alertar para a qualidade espartanas dos quartos do Inatel de Vila Nova de Cerveira. Suficientes, sim, mas não mais que isso. Também no que respeita à comida, em regime de buffet, a situação é igual, mesmo assim furos acima do famoso arroz de tamboril à moda de Elvas. Estamos, no entanto a convencidos que agrade, contando, para isso, com a preciosa colaboração do Director, Sr. Manuel Pereira, a quem já devemos ajudas prestadas a quando da nossa visita de prospecção. No que respeita aos almoços é sempre possível arranjar dieta e, em dois ou três restaurantes talvez se possa escolher o menu individual. Vamos tentar isso, de modo a que todos e cada um se sintam satisfeitos. 2 – A data do evento aproxima-se e, porque ainda há vagas (prevíamos 80 inscrições e só temos 76), vimos pedir aos indecisos que …decidam, claro. Temos que marcar e dar sinais e a vossa companhia é desejada. comunicação interna passou a ser feita por meios electrónicos. Deste modo tivemos que recorrer a uma firma, no caso a Papelaria Fernandes, passando a gastar cerca de 65 euros por mês. Este ano temos cabimento orçamental, mas, para o próximo ano, teremos que equacionar o problema. 65 euros por mês dão 780 anuais o que é muita massa, correspondendo a quase 10% da quotização. Teremos, certamente, que passar também aos meios electrónicos, não só fazendo exaustivo levantamento dos colegas que podem ser acedidos por esse meio, como resolvendo algumas problemas actuais que têm impedido a difusão junto daqueles de quem já conhecemos os e-mails. 4 – Reunião da Direcção A pedido do presidente reuniu-se no dia 5 de Agosto de 2008, pelas 11 horas a direcção da Associação, com a seguinte Ordem de Trabalhos, estando presentes Fernando Boto, Rogério Veríssimo e Renato Cordeiro e ausente por motivo de férias João Mexia:1 - Eleições em Dezembro.:- O presidente manisfestou a sua vontade de se recandidatar, o que fará pela última vez. Reconhece que, qualquer instituição, para manter o necessário golpe de asa precisa de mudar. Tal como as artérias, as veias e os cursos de água a permanência anquilosa É preciso mudança. Está a chegar à reforma uma nova geração. Tal como nós é ela que tem que “levantar a bandeira” e, se adio a passagem por mais três anos, é porque, apesar de tudo, nós temos o nosso interior, aquele que, em conflito com o espelho que nos mostra a devastadora passagem dos anos, nos leva a pensar que ainda podemos dar mais alguma coisa Para isso é necessário que, mantendo-se mais gente apareça. a maioria, 3 – Estamos com problemas financeiros com a impressão do Recordemos. Quase desde o seu início a mesma foi sempre feita nas instalações dos Serviços Gerais. O tempo foi passando, a máquina que era usada foi desfalecendo e morreu de vez, não sendo substituída, uma vez que a maioria da Fevereiro 2008 Há tarefas importantes. Não podemos confinados ao recordemos e convívios. ficar Para nós e para o nosso Montepio despontam tempos novos, sempre difíceis. Já o “ colega” Eça dizia o mesmo. Que terão de ser trabalhosos, porque Pág. 9 novos, que passarão a normais quando a rotina se instalar, que defrontarão novas causas quando a vida seguir o seu curso. Decidido:- Aceite e agradecer, desde já, ao Gil Duarte a sua disponibilidade para ajudar o director Boto no que se mostre necessário. A Associação, se quiser continuar a ser carne da Instituição, tem que colaborar – museu, voluntariado, informações, experiência etc ( o celebre smell que leva anos a ser integrado em cada um,.... não me cheira, há aqui qualquer coisa... que tantas asneiras evita e que qualquer empresa deverá preservar, usar e acarinhar). 6 – Ficheiro de associados: - Fazer um inventário profundo dos nossos associados, em termos geográficos e electrónicos. Decididdo:- Encarregar o Director Renato Cordeiro da sua elaboração. Decisão:- Recandidatar-se a actual Direcção, em conjunto, desenvolvendo os necessários contactos com vistas ao indispensável 5º elemento 2 – Voluntariado: - Entregar ao colega José Rosa a coordenação das operações, tentando obter do Montepio a necessária ajuda financeira para internet e telefones, dado que o mesmo se encontrará muitas vezes fora de Lisboa. Decisão:- Concordância, sendo necessário determinar o valor do encargo e a forma de o financiar. 3 Blogue os Pelicanos – Decidir sobre a nossa participação no blogue e sobre o envio dos números atrasados do Recordemos. Decisão:- Decidido participar e não haver inconveniente no envio dos Recordemos 4Recordemos:- Decidir sobre os novos custos da impressão e sobre a necessidade de alterar a periodicidade por esse motivo. Decidido:- Suportar os encargos até final deste ano, não alterando a periodicidade 4 – Convívio anual:Analisar problema de menús, gastos com os motoristas e animação. Decidido:- Manter nos directores Boto e Rogério a capacidade de decidir os problemas que vão surgindo 5 – Beja:- Marcar para Novembro uma reunião de colegas da zona de Évora e Beja. Fevereiro 2008 10 7 – Reformados:- Analisar os não associados, tentando encontrar um padrão. Parece que será útil para o Montepio determinar as causas do afastamento. Decidido:- Encarregar os directores Boto e Mexia desse trabalho. 8–Quinta da Regaleira:- Manter o passeio, adiado em Abril dada as péssimas condições atmosféricas que se faziam sentir nessa altura. Decidido:- Manter no Director Renato Cordeiro a total coordenação do passeio, em data que permita a comparência do maior número de colegas . UM PEQUENO TEXTO PARA O RECORDEMOS A economia portuguesa está com problemas graves que é urgente tomar medidas drástica para o sua recomposição, quem o afirma é o FMI, conforme consta no semanário a Vida Económica do passado dia 25 de Julho do corrente ano, que se transcreve: “O aumento da receita fiscal através da tributação das empresas “ pode não ser sustentado” considera o FMI no seu último relatório sobre a economia portuguesa. Na perspectiva dos técnicos do FMI, a evolução positiva da receita fiscal não garante por si só o equilíbrio orçamental. O controlo da despesa pública depende dos resultados da reforma do Estado que necessita de ser “totalmente concretizada”. Apesar do calendário eleitoral não ser favorável, é necessário controlar o crescimento dos salários públicos para garantir a competitividade, a consolidação das Pág. finanças públicas, e contrariar a tendência de subida de inflação. O FMI alerta também para a necessidade de redução nos prazos de pagamentos dos organismos públicos, afirmando que o Estado Português deve ser “ mais ambicioso” na normalização dos pagamentos aos seus fornecedores. Para o FMI, as decisões internas são determinantes. “Os problemas fundamentais que restringem a economia portuguesa são internos” – salienta o relatório do FMI, referindo concretamente o défice das contas publicas, o défice externo, o endividamento excessivo das famílias, empresas e Estado, bem como a falta de competitividade e de produtividade. A ênfase dada pelo FMI aos problemas internos do país contraria o discurso do Governo e as análises do Banco de Portugal sobre as capacidades da economia para resistir aos choques externos. A situação actual revela que os portugueses tem estado a viver acima das possibilidades, não podendo as famílias e as empresas continuar “indefinidamente” dependentes do crédito externo. A conjugação dos problemas internos e da conjuntura faz com que o crescimento se torne cada vez mais fraco. De acordo com a previsão do FMI o crescimento do PIB não irá além de 1,3% em 2008. Para 2009, a previsão do FMI aponta para um crescimento ainda mais reduzido: 1%, mantendo Portugal em divergência face a generalidade dos países europeus. Apesar dos resultados alcançados, o FMI considera que a “a posição Fevereiro 2008 11 orçamental de Portugal,”continua fraca” e enfrenta “riscos significativos”. O objectivo de caminhar progressivamente para um défice estrutural de 0.5% do PIB está “longínquo” e pode ser difícil com o aumento dos custos ligados ao envelhecimento da população. E-mail enviado por Renato Cordeiro Nota: Desta transcrição devemos tirar, pelo menos duas ilações, uma, quem nos governa, por nos deixar ir tanto para baixo. Onde cada vez mais estamos a ser espoliados nos nossos magros rendimentos mensais. Outra, também devemos estar atentos ao que se vai passando dentro da nossa Instituição, onde a competitividade e a produtividade está a ser cada vez menor. O que é feitos dos quadros intermédios e superiores da Instituição que sempre souberam superar as dificuldades. Que estudos foram feitos e que medidas se tomaram, para que a competitividade e a produtividade não caísse tanto? Renato Cordeiro FALECIMENTO No dia 27 de Julho faleceu o nosso colega António Salgado Fontes. À família enlutada apresentamos as nossas sentidas condolências. A Associação fez-se representar nas exéquias pelo colega Manuel Baptista Lopes. FALECEU O COLEGA FONTES Tomando conhecimento do infausto acontecimento através do telefonema do colega Baptista Lopes, ancora firme da nossa ligação ao norte, senti necessidade de relembrar as imagens fortes que guardo deste meu amigo. Colega da 1ª hora do Núcleo, não só presente mas interveniente, sempre ligado aos Corpos Sociais, confesso que só descobri o seu Pág. espírito já os nossos tempos de reformado iam bem avançados. No activo os contactos foram mínimos e dele guardava apenas a imagem de uma pessoa atenta e discreta. Com os convívios anuais fui-me apercebendo da elegância do seu espírito, bem claro nos seus ditos de espírito. Recordo, entre outras, uma passagem a quando da nossa deslocação ao Porto e da passagem da camioneta por uma rua da Invicta. O Fontes tomou o microfone e disse:Aqui ao lado direito é a minha casa..... (pausa )... quando trouxerem alguma prenda é aqui que a podem deixar. Foi gargalhada geral. Amigo Fontes já tenho saudades suas. ....Fernando Boto POESIA Só não disse quantos anos Mas vieram desenganos E a morte surpreendeu. Mas o amor foi profundo Tu fôs-tes para o outro mundo Mas a paixão não morreu. Viseu, 12 de Julho de 2008 Mª Helena Gato (#) – Não foi possível compreender a palavra que estava no lugar nem os nossos contactos são rápidos e fáceis, pelo que optei por usar o termo “união”, facto de que peço desculpa. Numa destas noites em que o sono anda distante e o espirito está mais arguto,saiu-me da minha memória estes versos que são um alerta para que a natureza não seja maltratada, e, deixemo-la mais salvaguardada dos seus predadores. POESIA II Certo dia Certo dia uma cigana Se a memória não me engana Tentou ler a minha sina. Abriu a minha mão Disse, vais ter paixão Isto, eu era pequenina. O tempo passou, Ela não se enganou E eu tive essa paixão. Eu amei e ele amou Foi tão grande que durou Desde a nossa união. (#) Fevereiro 2008 12 No nosso tempo de meninos Havia ulmeiros e amoras silvestres; Havia fontes de água cristalina Havia pássaros nas florestas, No Verão íamos às camarinhas No Inverno murtos e outras espécies. Pág. Mas o planeta Terra está mudando Porque a exploração é imensa; Eucaliptos por todos os sítios E a captação dos furos é intensa, Secam fontes morrem passaritos O homem é egoísta por excelência. A Natureza está zangada com razão Murcham mimosas e madressilvas; Mesmo na Primavera ou no Verão O homem não é nenhum troglodita; Mas não tem respeito pela Terra não E deixa secar fontes de água bendita. Não foi assim que a encontrámos Não a deixemos assim aos vindouros Temos que trabalhar com perseverança Não viver só como exploradores; Para pagar o que a Terra vai dando Temos que lhe retribuir com amor. Rios, fontes de águas claras, florestas Há que conservá-las como um bem; Sejam carvalhos, castanheiros, sobreiros É o melhor que a Mãe Natureza tem: Para que volte o equilíbrio, haja festa, Vivam os outros seres e nós também APOSENTAÇÃO Novas Regras - Limite de idade (70 anos) Adequação dos Organismos ao limite de idade para aposentação. Tendo em vista a nova idade mínima para aposentação, sugerimos que sejam tomadas algumas providências para sobrevivência de toda e qualquer empresa: 1. Transformação das escadas existentes em rampas com corrimão não escorregadio; 2. Colocação de suporte para apoio nas casas de banho após a ampliação para possíveis cadeiras de rodas; 3. Substituição de todo o sistema de telefones, por aparelhos mais modernos que possibilitem que a perda de audição provocada pela idade avançada, seja compensada com o aumento de volume amplificado; 4. Aumento de tamanho de todas as fontes de impressão dos documentos emitidos a partir desta data, possibilitando a leitura em futuro próximo; 5. Compra de lentes de aumento para distribuição aos funcionários; 6. Aumento de tamanho dos monitores de computador para 27 polegadas; 7. Implementação dos seguintes tipos de falta não descontada Ø Esquecimento do local de trabalho; Ø Esquecimento de como se faz o trabalho; Ø Falta de ar; Ø Incontinência urinária; Ø Dor nas costas; Ø Comparência em funeral de colegas que estavam prestes a aposentar-se. 8. Implementação de porta bengalas em todas as mesas de trabalho; 9.Despertador individual para casos de sono diurno; 10. Aumento das letras de todos os computadores; e-mail enviado por Vicente Q. Guerreiro Fevereiro 2008 13 11. Instalação de uma UTI Geriátrica de última geração; Pág. 12. Aumento do "time-out" para o encerramento das portas dos elevadores, tendo em vista a agilidade de locomoção dos funcionários ainda existentes; Sei que saiu com 1500 euros, mas à custa de ajudas de crianças iguais aquelas a quem, supostamente, deveria ser ela a ajudar. Sei que estar na TV não é o mesmo que estar em casa. 13. Aquisição de armários para fraldas e remédios para uso dos funcionários; Sei que, a certa altura, se calhar se lhe perguntassem o nome era capaz de errar. 14. Proibição de qualquer actividade ou vestuário dos funcionários mais novos que possa provocar ataque cardíaco ou desregulamento do marca-passo do colega, próximo da idade mínima em questão; Mas nada disso é desculpa. È que a sua vergonhosa prestação pode levar os pais a perguntar:- 15. Criação de exercícios físicos voltados para a terceira e quarta idade; 16. Revisão da avaliação de desempenho do funcionário, incluindo o item"Lembrança da Senha", sendo que o funcionário, prestes a aposentar-se nos termos da lei, que ainda se lembre da sua senha, tenha a nota máxima neste item; 17. Alteração nas instruções de pedido de aposentação - Incluir Atestado de Óbito. É a isto que entregamos os nossos filhos? e daí concluir que certas acusações que são feitas ao conjunto da classe são correctas e que a ileteracia generalizada se deverá mais à deficiência dos mestres que ao alegado facilitismo de programas e/ou à falta de acompanhamento familiar Acrescento já que generalizar a partir de um caso particular é um erro colossal, mas no “tempo dos médias” o desempenho apreciado influencia mil vezes mais que o honesto e ignorado trabalho de milhares de esforçados professores. Por isso é indesculpável a exibição a que assisti. Fernando Boto FERNÃO LOPES CRÓNICAS Há limites. Valha-me Deus. Não é possível. O estado a que isto chegou...etc, etc… São estes os variados títulos com que me apetecia encimar a crónica seguinte, escrita no calor do momento, após ter assistido há “brilhante” exibição de uma professora do 1º ciclo !!! no concurso da RTP, “Não sei mais que um miúdo de 10 anos”. Quando apareceu a concorrente comentei para a minha mulher:- Bem, ela vai limpar isto, mas corre um risco, se se espalha é uma vergonha. Longe estava eu de imaginar o cataclismo que foi a prova da infeliz. Fevereiro 2008 14 Notável escritor da Idade Média Não se sabe ao certo a data do nascimento de Fe4rnão Lopes, porque não foram encontrados documentos escritos nem depoimentos testemunhais que referissem o nascimento do escritor. Supõe-se –a avaliar pela data de uma certidão ( de 29 de Novembro de 1418 ), assinada por ele próprio como guardadas escrituras do Tombo e uma carta régia datada de 4 de Julho de 1459, em que o rei autoriza a dispor dos seus bens – que Fernão Lopes terá nascido por volta dos acontecimentos principais da Revolução de 1383/85. Também não se sabe onde nasceu. Deduz-se, das leituras atentas das suas obras, a descrição pormenorizada que faz dos meios urbanos e o conhecimento de algumas realidades do campo, que terá nascido numa cidade do litoral, de grande actividade naval, dado o profundo conhecimento que tem do meio marítimo. Pág. Supõe-se também que não fez estudos superiores, a avaliar por aquilo que dele escreveu Gomes Eanes de Azurara, seu sucessor na Torre do Tombo, ao afirmar que Fernão Lopes era “homem de comunal saber e grande autoridade” significando na época que “comunal saber” , era um saber comum, vulgar. O que espanta, neste aspecto, é que Fernão Lopes, apesar5 de não ter vasta cultura académica, foi um genial escritor, da raras qualidades descritivas e de observação condensando às vezes em poucas palavras situações que nos dão a imagem de grandes acontecimentos. Quase todos os historiadores estão de acordo em considerar Fernão Lopes um auto didacta e um espantoso contador de histórias, linguagem fluente e simples. Por naturalmente ter sido notada esta vocação para as letras, D. Duarte encarrega-o em 1434 de “por em Crónica as histórias dos reis que antigamente em Portugal foram “. E nasceram assim das mais brilhantes páginas da nossa literatura e a descrição dos acontecimentos mais notáveis da nossa história A crónica de D. João I, porventura o seu livro mais conhecido, porque nos descreve uma revolução popular que havia de marcar profundamente o nosso evoluir histórico, é o exemplo de que para se ser um grande escritor não é indispensável grande cultura académica. Fernão Lopes foi um homem do povo, que aprendeu com o povo e a vida a dar interpretação real e verdadeira aos acontecimentos. Daí a razão do escritor abraçar a causa popular com entusiasmo e descrever o povo de Lisboa, a arraia miúda, os ventres ao sol, como os protagonistas autênticos de uma revolução que abalou os alicerces feudais do seu tempo. “Foi, como diz o Profº Borges Coelho no seu livro “A Revolução de 1383” por se ter situado neste horizonte social que o génio de Fernão Lopes Fevereiro 2008 15 ultrapassou o seu tempo e jamais se apagará”, Daquele professor da Faculdade de Letras transcrevemos esta opinião abalizada. Em estatura, o historiador é, entre nós, o primeiro. Inaugura, de facto e em consciência, a história crítica, a história assente na metodologia científica e moderna. A sua Crónica de D. João I continua como a obra apaixonante da toda a cultura portuguesa. De facto, é vibrante este livro genial que descreve a história de uma revolução. E só um génio literário e um homem profundamente enraizado no povo o poderia escrever Fernão Lopes e a revolução de 1383, um tema apaixonante da nossa história, porventura um dos mais sublimes da nossa vivência de povo milenário. Povo de Lisboa a sofrer no arco, povo de Almada, de Beja, de Évora, da Elvas, de Estremoz a libertar-se e a abater os seus algozes, tomando consciência revolucionária, dignificando a nossa identidade nacional, contra os invasores estrangeiros. A história maravilhosa de um povo forjada na luta, visto em actividade patriótica e revolucionária por um cronista genial. Não mais se apagarão estas páginas e estes feitos. São um exemplo e uma fonte de inspiração para quem possa descrer das virtualidades do nosso povo, da sua grandeza e da sua coragem. Além de historiador e cronista, Fernão Lopes foi secretário do Infante de Fernando (filho de D. João I) notário importante e de grandes escrituras ( as leis da época) . Foi, portanto, um funcionário de grande confiança dos reis. Além da crónica e D. João I, Fernão Lopes escreveu várias crónicas, desde o Conde D. Henrique até à 2ªparte da crónica de D. João I, mas só chegaram aos nossos dias a de D. Pedro I , a de D. Fernando e a 2ªde D. João I. Ainda hoje os historiadores discutem a grandeza desta obra. Não se sabe quando nasceu Fernão Lopes, como não se sabe a data da sua morte, talvez 1460. Seja como for, foi uma vida riquíssima, figura impar da historiografia e da cultura portuguesa. Este documento, manuscrito e trabalho que me deu a passá-lo para o computador, foi-me entregue em mão, mas não me consigo lembrar por quem. Penso que pelo Vicente Guerreiro a quem peço a confirmação ou, então, o verdadeiro autor que me informe. Desculpas e agradecimentos e pedido para que enviem por meios electrónicos. Era uma boa ajuda F Boto Pág. ANIVERSÁRIOS E chega Setembro, a volta à escola, o fim das férias e as romãs. Fazem anos No 1º dias Cândido Cal Vasquez e Diogo Alberto Pinto Neves No 29º dia, mais um número primo, para o caso prima, Idalina Anjos Dias Lourenço. E terminamos no 30º dia, porque Setembro ainda não tem mais, António Simões Maio, que errou no mês em que nasceu, como se vê, mas que leva aquele abraço, extensivo a todos os aniversariantes. No 4º dia António José Dias Silva No carismático 7º dia Joaquim Amaral Sousa e Maria Eugénia Silva F.G. Leirós Passando ao 9º dia Adelino Almeida Vilão, mas amigo que recebe o abraço e a prenda (qual?) e Maria Fernanda Nunes Inácio Silva 10º dia, a marca do nosso sistema de contagem Angelino de Sousa Gouveia, António Manuel Monteiro Tarrafa e Júlio Gonçalves Lúcio. 12º dia, este é o sistema horário e cá está o Vicente Quintinho Guerreiro, que tem de escrever mais qualquer coisa. Saltamos para o 14º dia, porque o 13 dá azar,, a nossa querida Aida Flora Conceição Lacerda, a quem mandamos um grande beijo. Pois no 16º, isolado mas colaborante Manuel José Valadas Gonçalves E no 19º , número primo se não me engano, Boanova Vicência F. M. Rodrigues Passamos ao 21º Alfredo Tavares Vieira e Graciete Martins Duarte Santos, um beijinho No 22º dia José Marecos Mendes, com um abraço ribatejano No 24º dia, o chamado duas dúzias, ou seja menos que um quarteirão Carlos Alberto Pereira Martins No 27º dia Máximo de Jesus Bernardo, se fosse mínimo aparecei por cá e era bem recebido Fevereiro 2008 16 Pág.