Recordemos n.º 245 de Junho/2008

Transcrição

Recordemos n.º 245 de Junho/2008
ASSOCIAÇÃO DE REFORMADOS DO MONTEPIO
Membro do Agrupamento Europeu dos Reformados das Caixas Económicas, Bancos e Instituições Similares
JUNHO DE 2008
+
VOLUNTÁRIOS DO MONTEPIO
CONSTROEM QUINTA
PEDAGÓCICA
Na sequência do desafio lançado pelo
Gabinete de Responsabilidade Social para a
participação numa acção de voluntariado em
família, nove colaboradores-voluntários do
Montepio aventuraram-se na criação de uma
Quintinha Pedagógica, na Tapada de
Monserrate, em Sintra.
Inserida
nas
celebrações
do
Ano
Internacional para o Planeta Terra, a
iniciativa, promovida pela GRACE, em
parceria com a Parques de Sintra - Monte da
Lua (PSML), decorreu no passado Sábado,
dia 31 de Maio e contou com a participação
de 100 voluntários de diversas empresas
associadas da GRACE e respectivas famílias.
Com o intuito de construir uma Quintinha
Pedagógica e promover a recuperação e
revalorização do património natural da zona
de Sintra, os participantes, entre as 9 e as
17h30, desenvolveram inúmeras actividades
tais como a plantação de um jardim de
aromas, a construção de caminhos pedestres,
a limpeza e recuperação da linha de água, a
plantação de árvores e arbustos, a construção
de duas pontes em madeira, a recuperação do
celeiro e do Parque de Merendas. As
crianças, acompanhadas por técnicos do
Núcleo de Educação Ambiental da PSML,
tiveram a oportunidade de explorar a flora e a
fauna da Tapada, bem como de participar
num programa repleto de actividades lúdicas.
Luiz Filipe
N.º. 245
SERVIÇOS SOCIAIS
Biblioteca
Colegas
Na continuação da informação prestada em anterior
“Recordemos” quanto à utilização da biblioteca pelos
colegas
reformados,
prestamos
o
seguinte
esclarecimento:
A biblioteca encontra-se na sede dos >Serviços
Sociais situada na Rua Garrett 47-2º 1200-203
Lisboa.
A pedido dos interessados os Serviços Sociais
enviarão o catalogo com as obras existentes, as
normas de utilização e as requisições.
Os livros podem ser requisitados directamente nos
Serviços Sociais, na morada acima indicada ou
enviando a requisição por correio interno por
intermédio de qualquer Balcão, ou para o
faxº nº 21 324 51 09 ou ainda por e-mail:
[email protected] indicando sempre o nome
do Balcão para onde o livro deverá ser enviado.
Para qualquer esclarecimento contactar o colega
Diogo ou a colega Ana
A Direcção
ORA VAMOS LÁ A UM POUCO DE
CULTURA
Erro crasso
Significado: Erro grosseiro.
Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder
dos generais era dividido por três pessoas. No
primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio,
Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar
um pequeno povo chamado Partos. Confiante na
vitória, resolveu abandonar todas as
formações
e
técnicas
romanas
e
simplesmente atacar. Ainda por cima,
escolheu um caminho estreito e de pouca
visibilidade. Os partos, mesmo em menor
número, conseguiram vencer os romanos,
sendo o general que liderava as tropas um
dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo
para acertar, mas comete um erro estúpido,
dizemos tratar-se de um "erro crasso".
Ter para os alfinetes
Significado: Ter dinheiro para viver.
Origem: Em outros tempos, os alfinetes
eram objecto de adorno das mulheres e daí
que, então, a frase significasse o dinheiro
poupado para a sua compra porque os
alfinetes eram um produto caro. Os anos
passaram e eles tornaram-se utensílios, já não
apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis.
Todavia, a expressão chegou a ser acolhida
em textos legais. Por exemplo, o Código
Civil Português, aprovado por Carta de Lei
de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria
do Visconde de Seabra, vigente em grande
parte até ao Código Civil actual, incluía um
artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não
pode privar o marido, por convenção
antenupcial, da administração dos bens do
casal; mas pode reservar para si o direito de
receber, a título de alfinetes, uma parte do
rendimento dos seus bens, e dispor dela
livremente, contanto que não exceda a terça
dos ditos rendimentos líquidos.»
pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da
cachucha espanhola, com uma letra bastante
gracejadora, zombeteira.
À grande e à francesa
Significado: Viver com luxo e ostentação.
Origem: Relativa aos modos luxuosos do general
Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou
a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus
acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala
pela capital.
Coisas do arco-da-velha
Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas,
espantosas, inverosímeis.
Origem: A expressão tem origem no Antigo
Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arcoceleste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé:
"Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-meei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os
seres vivos de toda a espécie que há na terra."
(Génesis 9:16)
Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei
Velha, uma referência à Lei Divina.
Há também diversas histórias populares que defendem
outra origem da expressão, como a da existência de
uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a
curvatura das costas provocada pela velhice, ou
devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que
velha poderá ter vindo do italiano bere (beber).
Dose para cavalo
Do tempo da Maria Cachucha
Significado: Quantidade excessiva; demasiado.
, Significado: Muito antigo.
Origem: Dose para cavalo, dose para elefante ou dose
para leão são algumas das variantes que circulam com
o mesmo significado e atendem às preferências
individuais dos falantes.
Origem: A cachucha era uma dança
espanhola a três tempos, em que o dançarino,
ao som das castanholas, começava a dança
num movimento moderado, que ia
acelerando, até terminar num vivo volteio.
Esta dança teve uma certa voga em França,
quando uma célebre dançarina, Fanny
Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em
Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha
(ao som da qual, no séc. XIX, era usual as
Fevereiro 2008
Supõe-se que o cavalo, por ser forte; o elefante, por
ser grande, e o leão, por ser valente, necessitam de
doses exageradas de remédio para que este possa
produzir o efeito desejado.
Com a ampliação do sentido, dose para cavalo e suas
variantes é o exagero na ampliação de qualquer coisa
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desagradável, ou mesmo aquelas que só se
tornam desagradáveis com o exagero.
Dar um lamiré
Afogar o ganso
Significado: Sinal para começar alguma
coisa.
Significado: Relação sexual; masturbação.
Origem: Trata-se da forma aglutinada da
expressão «lá, mi, ré», que designa o
diapasão, instrumento usado na afinação de
instrumentos ou vozes; a partir deste
significado, a expressão foi-se fixando como
palavra autónoma com significação própria,
designando qualquer sinal que dê começo a
uma actividade.
Historicamente, a expressão «dar um lamiré»
está, portanto, ligada à música (cf. Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa).
Nota: Escreve-se lamiré,
pronunciado como em caro.
com
o
realidade, não é fácil segurar uma gata pelo rabo, e
não deveria ser tão humilhante a expressão como
realmente é.
r
Memória de elefante
Significado: Ter boa memória;
recordar-se de tudo.
Origem: O elefante fixa tudo aquilo que
aprende, por isso é uma das principais
atracções do circo .
Lágrimas de crocodilo
Origem: No passado, os chineses costumavam
satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos.
Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a
cabeça da ave na água, para poderem sentir os
espasmos anais da vítima.
Mal e porcamente
Significado: Muito mal; de modo muito imperfeito.
Origem: «Inicialmente, a expressão era "mal e
parcamente". Quem fazia alguma coisa assim, agia
mal e eficientemente, com parcos (poucos) recursos.
Como parcamente não era palavra de amplo
conhecimento, o uso popular tratou de substituí-la por
outra, parecida, bastante conhecida e adequada ao que
se pretendia dizer. E ficou " mal e porcamente", sob
protesto suíno.»1
1inA Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta, vol. 1
(Editora Campus, Rio de Janeiro)
Já a formiga tem catarro
. Significado: Diz-se a quem pretende ser mais do
que é, sobretudo dirigido a crianças ou
inexperientes.
Fazer tijolo
Significado: Choro fingido.
Significado: Morrer.
Origem: O crocodilo, quando ingere um
alimento, faz forte pressão contra o céu da
boca, comprimindo as glândulas lacrimais.
Assim, ele chora enquanto devora a vítima.
Origem: Segundo se diz, existiu um velho cemitério
mouro para as bandas das Olarias, Bombarda e Forno
do Tijolo. O almacávar, isto é, o cemitério mourisco,
alastrava-se numa grande extensão por toda a encosta,
lavado de ar e coberto de arvoredo.
Não poder com uma gata pelo
rabo
Significado:Ser ou estar muito fraco; estar
sem recursos.
Origem: O feminino, neste caso, tem o
objectivo de humilhar o impotente ou fraco a
que se dirige a referência. Supõe-se que a
gata é mais fraca, menos veloz e menos feroz
em sua própria defesa do que o gato. Na
Fevereiro 2008
Após o terramoto de 1755, começando a reedificação
da cidade, o barro era pouco para as construções e daí
aproveitar-se todo o que aparecesse.
O cemitério árabe foi tão amplamente explorado que,
de mistura com a excelente terra argilosa, iam também
as ossadas para fazer tijolo. Assim, é frequente ouvirse a expressão popular em frases como esta: 'Daqui a
dez anos já eu estou a fazer tijolo '.
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in 'Dicionário de Expressões Correntes' ;
Orlando Neves
Fila indiana
Significado:- Enfiada de pessoas ou coisas
dispostas uma após outra.
Origem: Forma de caminhar dos índios da
América que, deste modo, tapavam as
pegadas dos que iam na frente.
Andar à toa
Significado: Andar sem destino,
despreocupado, passando o tempo.
Origem: Toa é o cabo com que uma
embarcação reboca a outra. Um navio que
está "à toa" é o que não tem leme nem rumo,
indo para onde o navio que o reboca
determinar.
Embandeirar em arco
Significado: Manifestação efusiva de
alegria
Origem: Na Marinha, em dias de gala ou
simplesmente
festivos,
os
navios
embandeiram em arco, isto é, içam pelas
adriças
ou
cabos
(vergueiros)
de
embandeiramento galhardetes, bandeiras e
cometas quase até ao tope dos mastros, indo
um dos seus extremos para a proa e outro
para a popa. Assim são assinalados esses dias
de regozijo ou se saúdam outras embarcações
que se manifestam da mesma forma.
Cair da tripeça
Significado: Qualquer coisa que, dada a
sua velhice, se desconjunta facilmente.
Origem: A tripeça é um banco de madeira de
três pés, muito usado na província, sobretudo
junto às lareiras. Uma pessoa de avançada
idade aí sentada, com o calor do fogo,
facilmente adormece e tomba.
Fazer tábua rasa
Significado:Esquecer completamente um
assunto para recomeçar em novas bases.
Fevereiro 2008
Origem: A tabula rasa , no latim, correspondia a uma
tabuinha de cera onde nada estava escrito. A
expressão foi tirada, pelos empiristas, de Aristóteles,
para assim chamarem ao estado do espírito que, antes
de qualquer experiência, estaria, em sua opinião,
completamente vazio. Também John Locke (1632
1704), pensador inglês, em oposição a Leibniz e
Descartes, partidários do inatísmo, afirmava que o
homem não tem nem ideias nem princípios inatos,
mas sim que os extrai da vida, da experiência. «Ao
começo», dizia Locke, «a nossa alma é como uma
tábua rasa, limpa de qualquer letra e sem ideia
nenhuma. Tabula rasa in qua nihil scriptum. Como
adquire, então, as ideias? Muito simplesmente pela
experiência.»
Ave de mau agouro
Significado: Diz-se de pessoa portadora de más
notícias ou que, com a sua presença, anuncia
desgraças.
Origem: O conhecimento do futuro é uma das
preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo
servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse
conhecimento. As aves eram um dos recursos que se
utilizava. Para se saberem os bons ou maus auspícios
(avis spicium) consultavam-se as aves. No tempo dos
áugures romanos, a predição dos bons ou maus
acontecimentos era feita através da leitura do seu voo,
canto ou entranhas. Os pássaros que mais atentamente
eram seguidos no seu voo, ouvidos nos seus cantos e
aos quais se analisavam as vísceras eram a águia, o
abutre, o milhafre, a coruja, o corvo e a gralha. Ainda
hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com
qualquer destas aves.
Verdade de La Palisse
Significado: Uma verdade de La Palice (ou
lapalissada / lapaliçada) é evidência tão grande,
que se torna ridícula.
Origem: O guerreiro francês Jacques de Chabannes,
senhor de La Palice (1470-1525), nada fez para
denominar hoje um truísmo. Fama tão negativa e
multissecular deve-se a um erro de interpretação.
Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela
vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de
Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que
ele comandava, impressionados pela sua valentia,
compuseram em sua honra uma canção com versos
ingénuos:
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"O Senhor de La Palice / Morreu em frente a
Pavia; / Momentos antes da sua morte, /
Podem crer, inda vivia."
O autor queria dizer que Jacques de
Chabannes pelejara até ao fim, isto é,
"momentos antes da sua morte", ainda lutava.
Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência.
Segundo a enciclopédia Lello, alguns
historiadores consideram esta versão
apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La
Palice um estribilho que lhe não dizia
respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito
dos versos, Jacques de Chabannes não teve
culpa.
Nota: Em Portugal, empregam-se as duas
grafias: La Palice ou La Palisse.
Ter ouvidos de tísico
Significado: Ouvir muito bem.
Origem: Antes da II Guerra Mundial (l939 a
l945), muitos jovens sofriam de uma doença
denominada tísica, que corresponde à
tuberculose. A forma mais mortífera era a
tuberculose pulmonar.
Com o aparecimento dos antibióticos durante
a II Guerra Mundial, foi possível combater
este doença com muito maior êxito.
As pessoas que sofrem de tuberculose
pulmonar tornam-se muito sensíveis,
incluindo uma notável capacidade auditiva.
A expressão « ter ouvidos de tísico»
significa, portanto, «ouvir tão bem como
aqueles que sofrem de tuberculose
pulmonar».
A comprovar a existência desta crença existe o
excerto da obra do padre Manuel Bernardes "Nova
Floresta", relativo aos procedimentos a observar para
manter e exercitar a memória: «Há também memória
artificial da qual uma parte consiste na abstinência de
comeres nocivos a esta faculdade, como são
lacticínios, carnes salgadas, frutas verdes, e vinho sem
muita moderação: e também o demasiado uso do
tabaco».
Sabe-se hoje, através dos conhecimentos provenientes
dos estudos sobre memória e nutrição, que o leite e o
queijo são fornecedores privilegiados de cálcio e de
fósforo, elementos importantes para o trabalho
cerebral. Apesar do contributo da ciência para
desmistificar uma antiga crença popular, a ideia do
queijo como alimento nocivo à memória ficou
cristalizada na expressão fixa « comer (muito)
queijo».
Acordo leonino
Significado: Um «acordo leonino» é aquele em que
um dos contratantes aceita condições
desvantajosas em relação a outro contratante que
fica em grande vantagem.
Origem: «Acordo leonino» é, pois, uma expressão
retórica sugerida nomeadamente pelas fábulas em que
o leão se revela como todo-poderoso.
Que massada*!
Significado: Exclamação usada para referir uma
tragédia ou contra-tempo.
Origem: É uma alusão à fortaleza de Massada na
região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde
permaneceram anos resistindo às forças romanas após
a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com
um suicídio colectivo para não se renderem, de acordo
com relato do historiador Flávio Josefo.
Comer muito queijo
Significado: Ser esquecido; ter má
memória.
Origem: A origem desta expressão
portuguesa pode explicar-se pela relação de
causalidade que, em séculos anteriores, era
estabelecida entre a ingestão de lacticínios e
a diminuição de certas faculdades
intelectuais, especificamente a memória.
Fevereiro 2008
Passar a mão pela cabeça
Significado: perdoar ou acobertar erro cometido
por algum protegido.
Origem: Costume judaico de abençoar cristãosnovos, passando a mão pela cabeça e descendo pela
face, enquanto se pronunciava a bênção.
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Significado: Tem sentido depreciativo
usando-se para referir uma suposta
inferioridade (numérica ou institucional),
insignificância ou irrelevância.
Gatos pingados
Significado: Tem sentido depreciativo
usando-se para referir uma suposta
inferioridade (numérica ou institucional),
insignificância ou irrelevância
Origem: Esta expressão remonta a uma
tortura procedente do Japão que consistia em
pingar óleo a ferver em cima de pessoas ou
animais, especialmente gatos. Existem várias
narrativas ambientais na Ásia que mostram
pessoas com os pés mergulhados num
caldeirão de óleo quente. Como o suplício
tinha uma assistência reduzida, tal era a
crueldade, a expressão " gatos pingados"
passou a denominar pequena assistência sem
entusiasmos ou curiosidade para qualquer
evento.
Meter uma lança em África
Significado:- Conseguir realizar um
empreendimento que se afigurava difícil;
levar a cabo uma empresa difícil.
Origem: Expressão vulgarizada pelos
exploradores
europeus,
principalmente
portugueses, devido às enormes dificuldades
encontradas ao penetrar o continente
africano. A resistência dos nativos causava
aos estranhos e indesejáveis visitantes baixas
humanas. Muitas vezes retrocediam face às
dificuldades e ao perigo de serem dizimados
pelo inimigo que eles mal conheciam e, pior
de tudo, conheciam mal o seu terreno. Por
isso, todos aqueles que se dispusessem a
fazer parte das chamadas "expedições em
África", eram considerados destemidos e
valorosos militares, dispostos a mostrar a sua
coragem, a guerrear enfrentando o incerto, o
inimigo desconhecido. Portanto, estavam
dispostos a " meter uma lança em África".
Queimar as pestanas
Significado:Estudar muito.
Fevereiro 2008
Origem:Usa-se ainda esta expressão, apesar de o
facto real que a originou já não ser de uso. Foi,
inicialmente, uma frase ligada aos estudantes,
querendo significar aqueles que estudavam muito.
Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a
uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz
era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito
perto do texto quando se pretendia ler o que podia dar
azo a " queimar as pestanas".
Enviado por e-mail por Vicente Quintino Guerreiro
POESIA
Dia da criança
Hoje é dia da criança
Há amor e esperança
No dia de amanhã.
Criança da minha rua
Andas descalça e nua
Esperando uma vida sã.
Eu vi da minha janela
E senti através dela
Que tinhas fome e tristeza.
E assim pedi a Jesus
Que te desse amor e luz
E acaba-se a pobreza.
Viseu, 1 de Junho de 2008
Mª Helena Gato
ANIVERSÁRIOS
Em Julho fazem anos, com alegria e carinho, os
seguintes colegas
Dia 3 Mário João Carvalho Real
Dia 4 Domingos Marcelino Andrade
Dia 7 .António Rafael Trindade Costa
Dia.8 Serafim Magalhães Reis e António
Joaquim Oliveira
Dia 9 José Cirilo Brito Soares e Fernando Manuel
Santos Ramalho
Dia 12 Ismael Costa Quintela
Dia 14 José Mota Bento Figueiredo
Dia
15 António Salgado Fontes, José Renato L. Campos
Almeida e Diamantino B. Vieira Pereira
Dia 17 José Marçalo Matos Ferreira
Dia 18 João Manuel Fitas Ganchinho
Dia 19 Vasco César das Neves
Dia 22 Maria José Guiomar Moura
Dia 23 Gilberto Dias Gomes e Francisco Vieira
Dia 24 . José Amadeu Duarte Silva
Dia 25 Francisco António Costa
Dia 26 Agostinho Carmona Ferro
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Dia 27 Maria Idalina Fialho Silva e Manuel
Joaquim Barroso Mandes Soares
Dia 29 Fernando C. Gonçalves Perestrelo,
José António Ribeiro, Óscar Spinola Duarte
Silva e Leonel Eurico G. Rodrigues
Dia 30 José Fernando Nunes Carvalho e
Maria Emília M.C. Diniz Antão
Muitos e alegres parabéns são os nossos
sinceros votos. Um dia com alegria e
amizade.
Sevilha. O hotel longe da cidade, mas muito bonito.
Em estilo árabe. Bom jantar. Confortado e sabendo
que o Sporting lá tinha conseguido o 2º lugar (dá 4
milhões mas, em Siena, o 2º é que perde – são
princípios)
dormi
um
soninho
regalado.
PASSEIO Á ANDALUZIA,
DOS SERVIÇOS SOCIAIS
Até dá gosto falar de um passeio assim. Até
as pequenas falhas (refeições em Cordova)
são benvindas, pela alegria que acabam por
proporcionar (adiante conto)
A partida não foi Social, foi Reformada, que
era o que nós éramos, de modo que....1/4 de
hora mais cedo que o determinado (já agora
determinado e ameaçado para assustar ).
Depois de nos cruzarmos, já em pleno
Alentejo –o que, pelo que vou relatar é
preocupante pois mostra o abandono a que
estão a ser votados neste nosso Portugal
todos os bons e ancestrais costumes, como
seja o de os alentejanos passarem o dia
deitados debaixo do chaparro, como toda a
gente que nunca ceifou sabe) com um ciclo
(ciclo credo, ainda se fosse auto!!)turismo
de jararacas de mais de 60 anos, que até me
abriu o apetite, chegamos a Serpa.
Começou o bom.
Ver o museu do relógio, descobrir, entre
milhares, um Cauny Prima igualinho ao meu,
ver marcas e peças deslumbrantes e a seguir
mergulhar nos acepipados acepipes do Molha
o Bico.
Quase que foi proposta uma suspensão de
viagem e o estacionamento por mais um dia
na dita vila ou cidade, que agora já nem se
sabe como são.
Negada a pretensão, lá seguimos.
De barriguinha cheia nem dei pela travessia
da fronteira, desconhecendo se foi feita a
investigação aduaneira que, nos anos 60 tanto
me entusiasmavam pelo trabalho que me
obrigavam a ter na passagem
de seis pyrex e um frasco de Agua Brava.
Aracena, as grutas e a sala das viúvas. O
Mexia ficou desmoralizado (terá sido só
ele?) mas isso foi compensado pelo brilho
que fez luzir tantos esquecidos olhos.
Fevereiro 2008
E começou a maior das falhas. As horríveis e
vergonhosas horas a que nos tínhamos de saltar do
leito. 6,45H.!!!!! –mas houve pior- Se juntarmos a isto
o facto de ter baralhado os relógios, o resultado foi.
LEVANTEI-ME ÁS 5,45 !!!!!!!! para sair do hotel às
8 horas de Portugal. E não fosse eu uma pessoa alegre
e bem intencionado e esta crónica descambaria.
Tomei e cumpri a decisão. À tarde – SESTA.
Passeio matinal interessante. Vimos o Bairro da Expo
de 1929, a Praça de Espanha e, quando choveu,
estavamos na Catedral. Perderam-se dois, o que é uma
percentagem aceitável em tempo de guerra. Esses,
coitados, na rua, apanharam uma molha até ao
corpinho.
Almoço e, aqui, o Grilo foi brilhante.
A minha irmão, alentejana de Reguengos de
Monsaraz, à cautela e tendo ouvido falar da “comida”
espanhola, resolveu levar dois queijinhos, Queijinhos
é maneira de dizer, por o mais correcto seria dizer
queijões.
Ora, com a tradicional lhaneza resolveu ofertar o dito
aos colegas de sua mesa. Dito e feito. Ei-lo colocado e
encetado pelos convivas.
Estávamos nós no nosso melhor, que o sabor não era
para menos, quando aparece o Grilo, com ar enfiado,
de quem recebeu um indesejado raspanete e nos diz
que o chefe de mesa lhe tinha chamado a atenção para
o queijo que não devia nem podia ser comido no
restaurante. Pedia desculpa mas, o que restava do dito
e ainda era mais de metade, tinha de ser confiscado.
Concordamos, devidamente envergonhados , e lá foi o
petisco PARA GUARDAR que outra coisa não estava
prevista.
Pág. 7
Terminada a refeição, dirigi-me à menina que
superintendia nas entradas e saídas de
usuários e solicitei-lhe a vitualha.
Qual vitualha qual queijo. Ultrapassado o
habitual problema de etendimento, apesar de
eu”hablar” um castelhano escorreito, chegouse à conclusão que, a dita cuja, de queijo NADA.
Fui ao Balcão da recepção -- NADA.
Com ele não ficam., foi o ancestral grito de
guerra luso contra o atrevido castelhano .
Aljubarrota começou a pairar no ar ( no chão
é difícil)
Quero aqui e já o “patife e comichoso” chefe
de mesa. E!! ...Restaurante – Forno , Forno–
Pá e....a arma já temos e uma arma de vitória
comprovada.
Neste momento chega o Grilo risonhamente
aflito e diz
PÁRA A GUERRA JÁ
Foi brincadeira minha. Nunca o petisco
esteve em mãos estrangeiras.
Risota geral e, confesso, se fosse eu não tinha
havido devolução, pois o saboroso petisco
teria tido o tratamento devido, mas na minha
mesa, por direito de conquista
Segue no próximo número
F. Boto
CRÓNICAS PITORESCAS DO
MEU ALENTEJO
O que vou contar a seguir ocorreu nos anos
50 do século passado, quando os ciganos
levavam uma vida nómada, andando de feira
em feira, procurando assim, através de
expedientes pouco transparentes, enganar os
incautos com os seus negócios de muares.
Todavia, por vezes, encontravam alguém que
com a prática e o traquejo de se relacionar
com eles, saiam mal da contenda.
Assim, começaram as desditas de Chico e
Dolores.
Num formoso dia de Outono, a caravana
havia assentado arraiais mesmo junto do
poço da malta, prestes a chegar à Boavista,
aldeia próxima da cidade de Beja.
Uns vieram de Quintos, outros de Albernoa,
mais alguns de Baleizão, outros ainda de
Entradas. E, a esta hora, ainda vinham a
caminho os que, procedentes de Grandola,
haviam acampado em Beringel.
Os viveres, no entanto, eram escassos. Razão porque
decidiram, haveriam de partir, aos pares, pedindo a
falca por esses montes.
Chegados, Chico e Dolores, à Herdade da
Alfarrobinha, aquela lacrimejando, se acercou do
lavrador, que estava sentado à portela do monte:Senhor seja servido de me dar um bocado de pão...
(naquele tempo, e porque era necessário fazer grande
amassadura para dar de comer à ganharia, era o pão
acomodado numa enorme arca de castanho).
Satisfazendo, judeu como era, o insistente pedido da
cigana Dolores e, porque contavam, davam uma
linguiça a que lhe desse um bácoro, disse-lhe o
lavrador que tirasse o pão do funda da arca, que já
tinha poucos. O que ele de afogadilho, intentou fazer,
mergulhando na direcção do casqueiro, ao mesmo
tempo que, ventre espalmado na boca da arca,
esperneava, aflita, para alcançar o dito.
Aproveitando todo aquele reboliço, velhaco, o
lavrador deitou-lhe sobre os costados a pesada tampa
da arca e, vai daí não querem lá ver...
Levanta-lhe as saias tão compridas e serviu-se dela.
Dolores, ainda desnorteada perante tão traiçoeira
investida, ainda pôde dizer: - Farta-te aí bruto!
Consumada a operação, e quando ambos já iam
passando o monturo, que tão boa lenha de azinho
acomodava, então não é que Chico cigano, que ficara
fumando um
“Kentucky” encostado ao tronco
carcomido de uma oliveira, já levava aos ombros um
peru, talvez dos mais bem criados, que no rossio do
monte pastava!
O lavrador desalmado perante tal desfaçatez,
esquecendo as dores nas cruzes, prega dois saltos,
agarra numa espadana de uma cangalhas velhas que
era por ali o que estava mais à mão e vá de aplicar
com ela valentes “lamboiradas”,
por onde o
apanhava, no pobre Chico, a quem Dolores
“nervosenta” acudiu:- Ai malvado, ainda agora lhos
prantastes e já lhos estás partindo...
e-mail enviado por Vicente Quintino Guerreiro
INFORMAÇÕES
Vinham ao casamento de Carmencita.
Fevereiro 2008
Pág. 8
1–
Habituados como estamos , durante os
convívios, a estarmos instalados em hotéis, a
Direcção entende dever alertar para a
qualidade espartanas dos quartos do Inatel de
Vila Nova de Cerveira.
Suficientes, sim, mas não mais que isso.
Também no que respeita à comida, em
regime de buffet, a situação é igual, mesmo
assim furos acima do famoso arroz de
tamboril à moda de Elvas. Estamos, no
entanto a convencidos que agrade, contando,
para isso, com a preciosa colaboração do
Director, Sr. Manuel Pereira, a quem já
devemos ajudas prestadas a quando da nossa
visita de prospecção.
No que respeita aos almoços é sempre
possível arranjar dieta e, em dois ou três
restaurantes talvez se possa escolher o menu
individual. Vamos tentar isso, de modo a que
todos e cada um se sintam satisfeitos.
2 –
A data do evento aproxima-se e,
porque ainda há vagas (prevíamos 80
inscrições e só temos 76), vimos pedir aos
indecisos que …decidam, claro. Temos que
marcar e dar sinais e a vossa companhia é
desejada.
comunicação interna passou a ser feita por meios
electrónicos.
Deste modo tivemos que recorrer a uma firma, no
caso a Papelaria Fernandes, passando a gastar cerca de
65 euros por mês. Este ano temos cabimento
orçamental, mas, para o próximo ano, teremos que
equacionar o problema.
65 euros por mês dão 780 anuais o que é muita massa,
correspondendo a quase 10% da quotização.
Teremos, certamente, que passar também aos meios
electrónicos, não só fazendo exaustivo levantamento
dos colegas que podem ser acedidos por esse meio,
como resolvendo algumas problemas actuais que têm
impedido a difusão junto daqueles de quem já
conhecemos os e-mails.
4 – Reunião da Direcção
A pedido do presidente reuniu-se no dia 5 de Agosto
de 2008, pelas 11 horas a direcção da Associação,
com a seguinte Ordem de Trabalhos, estando
presentes Fernando Boto, Rogério Veríssimo e Renato
Cordeiro e ausente por motivo de férias João Mexia:1
- Eleições em Dezembro.:- O presidente
manisfestou a sua vontade de se recandidatar, o que
fará pela última vez. Reconhece que, qualquer
instituição, para manter o necessário golpe de asa
precisa de mudar. Tal como as artérias, as veias e os
cursos de água a permanência anquilosa É preciso
mudança. Está a chegar à reforma uma nova
geração. Tal como nós é ela que tem que “levantar a
bandeira” e, se adio a passagem por mais três
anos, é porque, apesar de tudo, nós temos o nosso
interior, aquele que, em conflito com o espelho que
nos mostra a devastadora passagem dos anos, nos
leva a pensar que ainda podemos dar mais alguma
coisa
Para isso é necessário que, mantendo-se
mais gente apareça.
a maioria,
3 –
Estamos com problemas financeiros
com a impressão do Recordemos. Quase
desde o seu início a mesma foi sempre feita
nas instalações dos Serviços Gerais. O tempo
foi passando, a máquina que era usada foi
desfalecendo e morreu de vez, não sendo
substituída, uma vez que a maioria da
Fevereiro 2008
Há tarefas importantes. Não podemos
confinados ao recordemos e convívios.
ficar
Para nós e para o nosso Montepio despontam
tempos novos, sempre difíceis. Já o “ colega” Eça
dizia o mesmo. Que terão de ser trabalhosos, porque
Pág. 9
novos, que passarão a normais quando a
rotina se instalar, que defrontarão novas
causas quando a vida seguir o seu curso.
Decidido:- Aceite e agradecer, desde já, ao Gil
Duarte a sua disponibilidade para ajudar o
director Boto no que se mostre necessário.
A Associação, se quiser continuar a ser
carne da Instituição, tem que colaborar –
museu,
voluntariado,
informações,
experiência etc ( o celebre smell que leva
anos a ser integrado em cada um,.... não
me cheira, há aqui qualquer
coisa... que tantas asneiras evita e
que qualquer empresa deverá preservar,
usar e acarinhar).
6
– Ficheiro de associados: - Fazer um
inventário profundo dos nossos associados, em termos
geográficos e electrónicos.
Decididdo:- Encarregar
o Director Renato
Cordeiro da sua elaboração.
Decisão:- Recandidatar-se a actual
Direcção, em conjunto, desenvolvendo os
necessários contactos com vistas ao
indispensável 5º elemento
2
– Voluntariado: - Entregar ao colega José
Rosa a coordenação das operações,
tentando obter do Montepio a necessária
ajuda financeira para internet e telefones,
dado que o mesmo se encontrará muitas
vezes fora de Lisboa.
Decisão:- Concordância, sendo necessário
determinar o valor do encargo e a forma
de o financiar.
3
Blogue os Pelicanos – Decidir sobre
a nossa participação no blogue e sobre o
envio dos números atrasados do Recordemos.
Decisão:- Decidido participar e não haver
inconveniente no envio dos Recordemos
4Recordemos:- Decidir sobre os
novos custos da impressão e sobre a
necessidade de alterar a periodicidade por
esse motivo.
Decidido:- Suportar os encargos até final
deste ano, não alterando a periodicidade
4
– Convívio anual:Analisar
problema de menús, gastos com os
motoristas e animação.
Decidido:- Manter nos directores Boto e
Rogério a capacidade de decidir os
problemas que vão surgindo
5
– Beja:- Marcar para Novembro uma
reunião de colegas da zona de Évora e Beja.
Fevereiro 2008
10
7
– Reformados:- Analisar os não associados,
tentando encontrar um padrão. Parece que será útil
para o Montepio determinar as causas do afastamento.
Decidido:- Encarregar os directores Boto e Mexia
desse trabalho.
8–Quinta da Regaleira:- Manter o passeio, adiado
em Abril dada as péssimas condições atmosféricas
que se faziam sentir nessa altura.
Decidido:- Manter no Director Renato Cordeiro a
total coordenação do passeio, em data que permita
a comparência do maior número de colegas
.
UM PEQUENO TEXTO PARA O
RECORDEMOS
A economia portuguesa está com problemas
graves que é urgente tomar medidas drástica
para o sua recomposição, quem o afirma é o
FMI, conforme consta no semanário a Vida
Económica do passado dia 25 de Julho do
corrente ano, que se transcreve:
“O aumento da receita fiscal através da
tributação das empresas “ pode não ser
sustentado” considera o FMI no seu último
relatório sobre a economia portuguesa. Na
perspectiva dos técnicos do FMI, a evolução
positiva da receita fiscal não garante por si só
o equilíbrio orçamental. O controlo da despesa
pública depende dos resultados da reforma do
Estado que necessita de ser “totalmente
concretizada”.
Apesar do calendário eleitoral não ser
favorável, é necessário controlar o
crescimento dos salários públicos para
garantir a competitividade, a consolidação das
Pág.
finanças públicas, e contrariar a
tendência de subida de inflação.
O FMI alerta também para a
necessidade de redução nos prazos de
pagamentos dos organismos públicos,
afirmando que o Estado Português
deve ser “ mais ambicioso” na
normalização dos pagamentos aos seus
fornecedores.
Para o FMI, as decisões internas são
determinantes.
“Os
problemas
fundamentais que restringem a
economia portuguesa são internos” –
salienta o relatório do FMI, referindo
concretamente o défice das contas
publicas, o défice externo, o
endividamento excessivo das famílias,
empresas e Estado, bem como a falta
de competitividade e de produtividade.
A ênfase dada pelo FMI aos problemas
internos do país contraria o discurso
do Governo e as análises do Banco de
Portugal sobre as capacidades da
economia para resistir aos choques
externos.
A situação actual revela que os
portugueses tem estado a viver acima
das possibilidades, não podendo as
famílias e as empresas continuar
“indefinidamente” dependentes do
crédito externo.
A conjugação dos problemas internos
e da conjuntura faz com que o
crescimento se torne cada vez mais
fraco. De acordo com a previsão do
FMI o crescimento do PIB não irá
além de 1,3% em 2008.
Para 2009, a previsão do FMI aponta
para um crescimento ainda mais
reduzido: 1%, mantendo Portugal em
divergência face a generalidade dos
países europeus.
Apesar dos resultados alcançados, o
FMI considera que a “a posição
Fevereiro 2008
11
orçamental de Portugal,”continua fraca” e
enfrenta “riscos significativos”. O objectivo
de caminhar progressivamente para um défice
estrutural de 0.5% do PIB está “longínquo” e
pode ser difícil com o aumento dos custos
ligados ao envelhecimento da população.
E-mail enviado por Renato Cordeiro
Nota:
Desta transcrição devemos tirar, pelo menos
duas ilações, uma, quem nos governa, por nos
deixar ir tanto para baixo. Onde cada vez
mais estamos a ser espoliados nos nossos
magros rendimentos mensais.
Outra, também devemos estar atentos ao que
se vai passando dentro da nossa Instituição,
onde a competitividade e a produtividade está
a ser cada vez menor. O que é feitos dos
quadros intermédios e superiores da
Instituição que sempre souberam superar as
dificuldades. Que estudos foram feitos e que
medidas se tomaram, para que a
competitividade e a produtividade não caísse
tanto?
Renato Cordeiro
FALECIMENTO
No dia 27 de Julho faleceu o nosso colega
António Salgado Fontes.
À família enlutada apresentamos as nossas
sentidas condolências.
A Associação fez-se representar nas exéquias
pelo colega Manuel Baptista Lopes.
FALECEU O COLEGA FONTES
Tomando
conhecimento
do
infausto
acontecimento através do telefonema do
colega Baptista Lopes, ancora firme da nossa
ligação ao norte, senti necessidade de
relembrar as imagens fortes que guardo deste
meu amigo.
Colega da 1ª hora do Núcleo, não só presente
mas interveniente, sempre ligado aos Corpos
Sociais, confesso que só descobri o seu
Pág.
espírito já os nossos tempos de
reformado iam bem avançados.
No activo os contactos foram mínimos
e dele guardava apenas a imagem de
uma pessoa atenta e discreta.
Com os convívios anuais fui-me
apercebendo da elegância do seu
espírito, bem claro nos seus ditos de
espírito.
Recordo, entre outras, uma passagem a
quando da nossa deslocação ao Porto e
da passagem da camioneta por uma
rua da Invicta.
O Fontes tomou o microfone e disse:Aqui ao lado direito é a minha casa.....
(pausa )... quando trouxerem alguma
prenda é aqui que a podem deixar.
Foi gargalhada geral.
Amigo Fontes já tenho saudades suas.
....Fernando Boto
POESIA
Só não disse quantos anos
Mas vieram desenganos
E a morte surpreendeu.
Mas o amor foi profundo
Tu fôs-tes para o outro mundo
Mas a paixão não morreu.
Viseu, 12 de Julho de 2008
Mª Helena Gato
(#) – Não foi possível compreender a palavra
que estava no lugar nem os nossos contactos
são rápidos e fáceis, pelo que optei por usar o
termo “união”, facto de que peço desculpa.
Numa destas noites em que o sono anda
distante e o espirito está mais
arguto,saiu-me da minha memória estes
versos que são um alerta para que a
natureza não seja maltratada, e,
deixemo-la mais salvaguardada dos seus
predadores.
POESIA II
Certo dia
Certo dia uma cigana
Se a memória não me engana
Tentou ler a minha sina.
Abriu a minha mão
Disse, vais ter paixão
Isto, eu era pequenina.
O tempo passou,
Ela não se enganou
E eu tive essa paixão.
Eu amei e ele amou
Foi tão grande que durou
Desde a nossa união. (#)
Fevereiro 2008
12
No nosso tempo de meninos
Havia ulmeiros e amoras silvestres;
Havia fontes de água cristalina
Havia pássaros nas florestas,
No Verão íamos às camarinhas
No Inverno murtos e outras espécies.
Pág.
Mas o planeta Terra está
mudando
Porque a exploração é imensa;
Eucaliptos por todos os sítios
E a captação dos furos é
intensa,
Secam
fontes
morrem
passaritos
O homem é egoísta por
excelência.
A Natureza está zangada com
razão
Murcham
mimosas
e
madressilvas;
Mesmo na Primavera ou no
Verão
O homem não é nenhum
troglodita;
Mas não tem respeito pela
Terra não
E deixa secar fontes de água
bendita.
Não
foi
assim
que
a
encontrámos
Não a deixemos assim aos
vindouros
Temos que trabalhar com
perseverança
Não
viver
só
como
exploradores;
Para pagar o que a Terra vai
dando
Temos que lhe retribuir com
amor.
Rios, fontes de águas claras,
florestas
Há que conservá-las como um
bem;
Sejam
carvalhos,
castanheiros, sobreiros
É o melhor que a Mãe
Natureza tem:
Para que volte o equilíbrio, haja
festa,
Vivam os outros seres e nós
também
APOSENTAÇÃO
Novas Regras - Limite de idade (70 anos)
Adequação dos Organismos ao limite de idade para
aposentação. Tendo em vista a nova idade mínima
para aposentação, sugerimos que sejam tomadas
algumas providências para sobrevivência de toda e
qualquer empresa:
1. Transformação das escadas existentes em rampas
com corrimão não escorregadio;
2. Colocação de suporte para apoio nas casas de
banho após a ampliação para possíveis cadeiras de
rodas;
3. Substituição de todo o sistema de telefones, por
aparelhos mais modernos que possibilitem que a
perda de audição provocada pela idade avançada, seja
compensada com o aumento de volume amplificado;
4. Aumento de tamanho de todas as fontes de
impressão dos documentos emitidos a partir desta
data, possibilitando a leitura em futuro próximo;
5. Compra de lentes de aumento para distribuição aos
funcionários;
6. Aumento de tamanho dos monitores de computador
para 27 polegadas;
7. Implementação dos seguintes tipos de falta não
descontada
Ø
Esquecimento do local de trabalho;
Ø Esquecimento de como se faz o trabalho;
Ø
Falta de ar;
Ø
Incontinência urinária;
Ø
Dor nas costas;
Ø
Comparência em funeral de colegas que estavam
prestes a aposentar-se.
8. Implementação de porta bengalas em todas as
mesas de trabalho;
9.Despertador individual para casos de sono diurno;
10. Aumento das letras de todos os computadores;
e-mail enviado por Vicente Q.
Guerreiro
Fevereiro 2008
13
11. Instalação de uma UTI Geriátrica de última
geração;
Pág.
12. Aumento do "time-out" para o
encerramento das portas dos elevadores,
tendo em vista a agilidade de locomoção dos
funcionários ainda existentes;
Sei que saiu com 1500 euros, mas à custa de ajudas
de crianças iguais aquelas a quem, supostamente,
deveria ser ela a ajudar.
Sei que estar na TV não é o mesmo que estar em casa.
13. Aquisição de armários para fraldas e
remédios para uso dos funcionários;
Sei que, a certa altura, se calhar se lhe perguntassem o
nome era capaz de errar.
14. Proibição de qualquer actividade ou
vestuário dos funcionários mais novos que
possa provocar ataque cardíaco ou
desregulamento do marca-passo do colega,
próximo da idade mínima em questão;
Mas nada disso é desculpa. È que a sua vergonhosa
prestação pode levar os pais a perguntar:-
15. Criação de exercícios físicos voltados
para a terceira e quarta idade;
16. Revisão da avaliação de desempenho do
funcionário, incluindo o item"Lembrança da
Senha", sendo que o funcionário, prestes a
aposentar-se nos termos da lei, que ainda se
lembre da sua senha, tenha a nota máxima
neste item;
17. Alteração nas instruções de pedido de
aposentação - Incluir Atestado de Óbito.
É a isto que entregamos os nossos filhos?
e daí concluir que certas acusações que são feitas ao
conjunto da classe são correctas e que a ileteracia
generalizada se deverá mais à deficiência dos mestres
que ao alegado facilitismo de programas e/ou à falta
de acompanhamento familiar
Acrescento já que generalizar a partir de um caso
particular é um erro colossal, mas no “tempo dos
médias” o desempenho apreciado influencia mil vezes
mais que o honesto e ignorado trabalho de milhares de
esforçados professores.
Por isso é indesculpável a exibição a que assisti.
Fernando Boto
FERNÃO LOPES
CRÓNICAS
Há limites.
Valha-me Deus. Não é possível. O estado a
que isto chegou...etc, etc…
São estes os variados títulos com que me
apetecia encimar a crónica seguinte, escrita
no calor do momento, após ter assistido há
“brilhante” exibição de uma professora do 1º
ciclo !!! no concurso da RTP, “Não sei mais
que um miúdo de 10 anos”.
Quando apareceu a concorrente comentei
para a minha mulher:- Bem, ela vai limpar
isto, mas corre um risco, se se espalha é uma
vergonha. Longe estava eu de imaginar o
cataclismo que foi a prova da infeliz.
Fevereiro 2008
14
Notável escritor da Idade Média
Não se sabe ao certo a data do nascimento de Fe4rnão
Lopes, porque não foram encontrados documentos
escritos nem depoimentos testemunhais que
referissem o nascimento do escritor.
Supõe-se –a avaliar pela data de uma certidão ( de 29
de Novembro de 1418 ), assinada por ele próprio
como guardadas escrituras do Tombo e uma carta
régia datada de 4 de Julho de 1459, em que o rei
autoriza a dispor dos seus bens – que Fernão Lopes
terá nascido por volta dos acontecimentos principais
da Revolução de 1383/85.
Também não se sabe onde nasceu. Deduz-se, das
leituras atentas das suas obras, a descrição
pormenorizada que faz dos meios urbanos e o
conhecimento de algumas realidades do campo, que
terá nascido numa cidade do litoral, de grande
actividade naval, dado o profundo conhecimento que
tem do meio marítimo.
Pág.
Supõe-se também que não fez estudos
superiores, a avaliar por aquilo que dele
escreveu Gomes Eanes de Azurara, seu
sucessor na Torre do Tombo, ao afirmar que
Fernão Lopes era “homem de comunal saber
e grande autoridade” significando na época
que “comunal saber” , era um saber comum,
vulgar.
O que espanta, neste aspecto, é que Fernão
Lopes, apesar5 de não ter vasta cultura
académica, foi um genial escritor, da raras
qualidades descritivas e de observação
condensando às vezes em poucas palavras
situações que nos dão a imagem de grandes
acontecimentos.
Quase todos os historiadores estão de acordo
em considerar Fernão Lopes um auto didacta
e um espantoso contador de histórias,
linguagem fluente e simples.
Por naturalmente ter sido notada esta
vocação para as letras, D. Duarte encarrega-o
em 1434 de “por em Crónica as histórias dos
reis que antigamente em Portugal foram “. E
nasceram assim das mais brilhantes páginas
da nossa literatura e a descrição dos
acontecimentos mais notáveis da nossa
história
A crónica de D. João I, porventura o seu livro
mais conhecido, porque nos descreve uma
revolução popular que havia de marcar
profundamente o nosso evoluir histórico, é o
exemplo de que para se ser um grande
escritor não é indispensável grande cultura
académica.
Fernão Lopes foi um homem do povo, que
aprendeu com o povo e a vida a dar
interpretação real e verdadeira aos
acontecimentos. Daí a razão do escritor
abraçar a causa popular com entusiasmo e
descrever o povo de Lisboa, a arraia miúda,
os ventres ao sol, como os protagonistas
autênticos de uma revolução que abalou os
alicerces feudais do seu tempo. “Foi, como
diz o Profº Borges Coelho no seu livro “A
Revolução de 1383” por se ter situado neste
horizonte social que o génio de Fernão Lopes
Fevereiro 2008
15
ultrapassou o seu tempo e jamais se apagará”,
Daquele professor da Faculdade de Letras
transcrevemos esta opinião abalizada. Em estatura, o
historiador é, entre nós, o primeiro. Inaugura, de facto
e em consciência, a história crítica, a história assente
na metodologia científica e moderna. A sua Crónica
de D. João I continua como a obra apaixonante da
toda a cultura portuguesa. De facto, é vibrante este
livro genial que descreve a história de uma revolução.
E só um génio literário e um homem profundamente
enraizado no povo o poderia escrever Fernão Lopes e
a revolução de 1383, um tema apaixonante da nossa
história, porventura um dos mais sublimes da nossa
vivência de povo milenário. Povo de Lisboa a sofrer
no arco, povo de Almada, de Beja, de Évora, da Elvas,
de Estremoz a libertar-se e a abater os seus algozes,
tomando consciência revolucionária, dignificando a
nossa identidade nacional, contra os invasores
estrangeiros.
A história maravilhosa de um povo forjada na luta,
visto em actividade patriótica e revolucionária por um
cronista genial. Não mais se apagarão estas páginas e
estes feitos. São um exemplo e uma fonte de
inspiração para quem possa descrer das virtualidades
do nosso povo, da sua grandeza e da sua coragem.
Além de historiador e cronista, Fernão Lopes foi
secretário do Infante de Fernando (filho de D. João I)
notário importante e de grandes escrituras ( as leis da
época) . Foi, portanto, um funcionário de grande
confiança dos reis.
Além da crónica e D. João I, Fernão Lopes escreveu
várias crónicas, desde o Conde D. Henrique até à
2ªparte da crónica de D. João I, mas só chegaram aos
nossos dias a de D. Pedro I , a de D. Fernando e a 2ªde
D. João I.
Ainda hoje os historiadores discutem a grandeza desta
obra. Não se sabe quando nasceu Fernão Lopes, como
não se sabe a data da sua morte, talvez 1460. Seja
como for, foi uma vida riquíssima, figura impar da
historiografia e da cultura portuguesa.
Este documento, manuscrito e trabalho que me deu a passá-lo
para o computador, foi-me entregue em mão, mas não me
consigo lembrar por quem. Penso que pelo Vicente Guerreiro a
quem peço a confirmação ou, então, o verdadeiro autor que me
informe. Desculpas e agradecimentos e pedido para que enviem
por meios electrónicos. Era uma boa ajuda
F Boto
Pág.
ANIVERSÁRIOS
E chega Setembro, a volta à escola, o
fim das férias e as romãs. Fazem anos
No 1º dias Cândido Cal Vasquez e Diogo
Alberto Pinto Neves
No 29º dia, mais um número primo, para o caso
prima, Idalina Anjos Dias Lourenço.
E terminamos no 30º dia, porque Setembro ainda não
tem mais, António Simões Maio, que errou no mês
em que nasceu, como se vê, mas que leva aquele
abraço, extensivo a todos os aniversariantes.
No 4º dia António José Dias Silva
No carismático 7º dia Joaquim Amaral Sousa
e Maria Eugénia Silva F.G. Leirós
Passando ao 9º dia Adelino Almeida Vilão,
mas amigo que recebe o abraço e a prenda
(qual?) e Maria Fernanda Nunes Inácio Silva
10º dia, a marca do nosso sistema de
contagem Angelino de Sousa Gouveia,
António Manuel Monteiro Tarrafa e Júlio
Gonçalves Lúcio.
12º dia, este é o sistema horário e cá está o
Vicente Quintinho Guerreiro, que tem de
escrever mais qualquer coisa.
Saltamos para o 14º dia, porque o 13 dá azar,,
a nossa querida Aida Flora Conceição
Lacerda, a quem mandamos um grande beijo.
Pois no 16º, isolado mas colaborante Manuel
José Valadas Gonçalves
E no 19º , número primo se não me engano,
Boanova Vicência F. M. Rodrigues
Passamos ao 21º Alfredo Tavares Vieira e
Graciete Martins Duarte Santos, um beijinho
No 22º dia José Marecos Mendes, com um
abraço ribatejano
No 24º dia, o chamado duas dúzias, ou seja
menos que um quarteirão Carlos Alberto
Pereira Martins
No 27º dia Máximo de Jesus Bernardo, se
fosse mínimo aparecei por cá e era bem
recebido
Fevereiro 2008
16
Pág.