Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
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Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 76 - Fevereiro/2008 Distribuição Gratuita Frederico Figner (Irmão Jacob) Primeira parte Aborto Observando-nos O Esperanto e os Intelectuais Sensação de Rotina Livros: Vida e Sexo e A Noviça e o Faraó Presente e Passado Entrevista com Geraldo Lemos Neto Pegadas de Chico Xavier: Primeira Comunicação Mediúnica e Fato Pitoresco PROIBIDA A VENDA Editorial editorial Muito se tem falado em Fidelidade Doutrinária. O que vem a ser isto? Desde tempos remotos, o ser humano em suas imperfeições sempre fraudou o entendimento e os valores elevados que eram trazidos por espíritos missionários, enviados pelo Cristo, para nos preparar para os dias de maiores possibilidades espirituais que viriam. Quando da vinda do próprio Mestre junto de nós, também nos mantivemos encarcerados em nossos instintos cristalizados, deixando de ter olhos de ver e ouvidos de ouvir o que Ele nos trazia, e preferimos alimentar as trevas de nosso orgulho e do nosso egoísmo a tomar as decisões que nos levariam a um entendimento maior quanto à vida futura. Mesmo com a vinda do Consolador Prometido (Espiritismo), em que o Mestre nos trouxe, pelas mãos do Codificador (Kardec), a sua Doutrina em sua essência, continuamos nossa tresloucada caminhada, ignorando os seus ensinamentos. Aí vemos a vida de um Chico Xavier, totalmente voltada a um trabalho do Cristo em favor de todos nós, ao nos trazer informações pelos livros que psicografou, e que demorará séculos ou milênios para que tenhamos a dimensão do conteúdo que temos às mãos, e que bastaria que estudássemos com afinco e buscássemos exemplificá-los, para um aproveitamento gradativo sim, mas contínuo. Podemos afirmar que toda obra psicografada por ele foi verdadeiramente fiel ao Cristo e a Kardec. E o que temos feito quanto a esta fidelidade ao Cristo, principalmente nós que nos dizemos espíritas e temos por tarefa trabalhar num agrupamento espírita, local onde se deveria estudar e transmitir a Doutrina com toda a sua fidelidade? Continuamos a fraudar a Doutrina do Cristo, atendendo aos nossos interesses e conveniências. ! Deixamos o Cristo, como há séculos vimos fazendo, apenas para os momentos de dor, quando nos convém nos aproximarmos Dele para que Ele nos atenda em nossos desatinos. ! O Centro Espírita, devendo ser um verdadeiro pronto socorro, o que fazemos? Fechamos no final do ano por semanas, para que tiremos férias, como se a dor no mundo também tirasse férias nestes períodos. E queremos que os espíritos nos esperem retornarmos quando achamos que podemos voltar ao “trabalho”. E se Deus alegasse que estaria de férias justamente no momento em que mais necessitássemos Dele? ! Quanto ao passe ministrado nas casas espíritas que não estudam, o que vemos? Em vez de o passista ser orientado com estudo sério de que ele é apenas um intermediário que ali está pela Misericórdia Divina para exercitar um sentimento de amor ao próximo, mas que toda a fluidificação necessária a quem está tomando o passe está vindo do Mais Alto, e não dele, e que bastaria a imposição das mãos sobre a cabeça da criatura, assim como nos ensinou e exemplificou Jesus, vemos um incentivo aos passistas fazerem movimentos mirabolantes com os braços, que muitos incautos interpretam como um “passe forte”. ! Estudam-se em muitas casas espíritas livros que são nitidamente contrários aos ensinamentos de Kardec, e como não há uma preocupação na fidelidade ao Cristo, se comprometem em divulgar o que são trevas. ! Mesmo quanto ao estudo, vemos que muito se poderia fazer para que se tornasse mais proveitosa a existência da casa espírita, que deve esclarecer à luz da Doutrina, mesmo que isto ocasione uma participação de menos pessoas, desde que se tenha um estudo sério, com obras que realmente sejam fiéis à Kardec. Não devemos nos preocupar com quantidade, mas sim com a qualidade. Estamos sendo convidados a sermos os trabalhadores da última hora, mas não basta nos dizermos espíritas para executarmos o trabalho, mas sim seguirmos o Cristo. E segui-Lo significa pautar nossas vidas com seus ensinamentos, sem fantasias, enxertos, conveniências, ilusões... Ter a fidelidade doutrinária é dever de todo espírita. A fé deve ser raciocinada, e por isso não acreditemos em tudo que nos chega, mas tenhamos o discernimento doutrinário de separarmos o joio do trigo. Cego que guia cego, seguem ambos ao buraco. Equipe Seareiro ÍNDICE Grandes Pioneiros: Frederico Figner (Irmão Jacob) Primeira parte - Pág. 3 Entrevista: Com Geraldo Lemos Neto - Pág. 8 Canal Aberto: Dos Anjos da Guarda e Da Intuição Pág. 10 Atualidade: Sensação de Rotina - Pág. 10; Presente e Passado - Pág. 11 Família: Aborto - Pág. 12 Esperanto: O Esperanto e os Intelectuais - Pág. 13 Livro em Foco: Vida e Sexo - Pág. 13 Cantinho do Verso e Prosa: Exortação - Pág. 14 Clube do Livro: A Noviça e o Faraó - Pág. 14 2 Pegadas de Chico Xavier: Primeira Comunicação Mediúnica - Pág. 15; Fato Pitoresco - Pág. 16 Tema Livre: Observando-nos - Pág. 16; Mundo Espiritual - Pág. 17; Mudança - Pág. 18; Observe Além - Pág. 18 Kardec em Estudo: Os Animais e o Homem - Pág. 18 Contos: O Leão e o Mico - Pág. 19 Seareiro Publicação Mensal Doutrinária-espírita Ano 9 - nº 76 - Fevereiro/2008 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança CNPJ: 03.880.975/0001-40 CCM: 39.737 Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da doutrina espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas desde que citada a fonte. Direção e Redação Rua das Turmalinas, 56 / 58 Jardim Donini Diadema - SP - Brasil CEP: 09920-500 Endereço para correspondência Caixa Postal 42 Diadema - SP CEP: 09910-970 Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa E-mail: [email protected] Conselho Editorial Ana Daguimar de Paula Amado Fátima Maria Gambaroni Geni Maria da Silva José Roberto Amado Marcelo Russo Loures Reinaldo Gimenez Roberto de Menezes Patrício Rosangela Neves de Araújo Rosane de Sá Amado Ruth Correia Souza Soares Silvana S.F.X. Gimenez Vanda Novickas William de Paula Amado Wilson Adolpho Jornalista Responsável Eliana Baptista do Norte Mtb 27.433 Diagramação e Arte Reinaldo Gimenez Silvana S.F.X. Gimenez Imagem da Capa Adaptada de http://www.projetodiscodeceranirez.com.br/ media/FredFigner001.JPG Impressão Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda Rua Souza Caldas, 343 - Brás São Paulo - SP CNPJ: 61.089.868/0001-02 Tel.: (11) 6764-5700 Tiragem 12.000 exemplares Distribuição Gratuita Seareiro Grandes Pioneiros grandes pioneiros Frederico Figner (Irmão Jacob) Primeira parte Tchecoeslovaquia, antiga Boêmia, parte do Império pretendente aparecesse, ela pudesse se casar. Essa era a Austro-Húngaro. regra para as moças comprometidas que, sem dote, não Madrugada fria, nesse romper haveria consórcio. Embora do dia 2 de dezembro de 1866. constrangidos, os pais de Talvez pelo rigor do inverno, com Frederico aceitam a sua partida. E um céu cinzento, notava-se o com 16 anos, ele deixa em semblante tristonho das pessoas definitivo a sua terra natal. mergulhadas em pesados Como emigrante ele embarca agasalhos, movimentarem-se no Vapor “Elbe”, viajando na apressadas, pela luta de um terceira classe, rumo a trabalho árduo, com o fim de Bremershafen e, depois, Estados garantir o sustento da família. Unidos. As ruas da cidade Milevsko, Levava apenas uma maleta e perto do Tabor, eram compostas um pacote que continha uma de um casario simples, de Cidade de Milevsko trança-doce, que sua mãezinha moradores pobres. O silêncio da fizera para que ele pudesse se rua Teyska fora rompido por um forte choro de um recémalimentar, pois seus parcos recursos não permitiriam gastar nascido. Chegava da espiritualidade mais um rebento para a com nada, já que teria muito com o que gastar até arrumar a família Figner, judeus israelitas, que vibravam com o sua vida. A comida da terceira classe era horrível e graças ao nascimento do menino, que se chamaria Frederico Figner. pão-doce feito por sua mãe, todos que viajavam com O menino, nascido entre judeus, foi criado com os Frederico passaram a matar a fome com essa abençoada preconceitos da raça, isto é, contra o Cristo, tido como filho guloseima. Foram 14 dias que, se não fosse uma terrível de Deus. A crença judaica é em reconhecer apenas Deus, tempestade em alto-mar, diria Frederico que fora a viagem como Criador e Pai, sendo que esperam até hoje o de seus sonhos, embora com pesadelos. Porém, aparecimento de seu filho prometido. tempestade maior teve ele que superar pela luta do dia a dia. Frederico, assim como muitos de sua raça, preferiu em Dos Estados Unidos, foi para o México, América Central e nada acreditar, tornando-se ateu. finalmente América do Sul. Em cada país buscava aprender, Na verdade, até atingir seus treze anos e, tendo realizando algo que lhe desse sustento, até chegar ao Brasil. completado o curso primário, agora já um adolescente, Figner não sabia explicar, mas dentro dele havia algo que Frederico tinha em sua mente o desejo de conhecer outros dizia que o Brasil seria o seu porto seguro. Trouxera dos países. Não sabia explicar a agitação, a ansiedade que Estados Unidos um invento chamado fonógrafo, junto a uns invadia seu cérebro de partir com o vapor, quando apitava cilindros de cera e discos, que, conectados, ouvia-se a sonoramente, avisando aos viajores a sua partida, singrando música. Esse invento tinha como autor um jovem de nome os mares para aquele destino tão desejado por ele, o “Novo Thomas Edson, que estava revolucionando o mundo Mundo”. musical. E também a descoberta da eletricidade. Em seus devaneios, Frederico dava rumo ao seu ideal. Já no Brasil, com os recursos que lhe sobrara, Figner Queria conhecer o Brasil! Não entendia porque a sua mente, viajou por vários estados brasileiros, trabalhando a “máquina envolvida pelos seus pensamentos, o fazia seguir ao falante”. Em alguns anos ele já havia amealhado uma desconhecido; isso se revelava em algo até pitoresco, pela pequena fortuna que lhe deu a oportunidade de abrir no Rio sua pouca idade, mas ouvira falar entre os jovens de suas de Janeiro, a primeira gravadora musical, a “Casa Edison”, amizades, de que nos Estados Unidos, grandes invenções onde eram gravados discos com muitos cantores que se estavam aparecendo, que estavam revolucionando o tornaram famosos com a chegada do invento. Disso Figner mundo. Para Frederico, espírito designado pelo Alto, não passou a vender partituras musicais, instrumentos, atinava que o propósito de sua reencarnação seria trazer o fonógrafos e outros produtos importados, tornando-se o progresso material, principalmente para o Brasil, onde ele pioneiro desse progresso no Brasil. A primeira parte de sua conheceria a verdade de sua origem espiritual e isso reencarnação estava cumprida. deixava-o cada vez mais crente de que precisaria Por essa invenção tornou-se muito conhecido e, para sair de sua terra natal e ter contato com outros alegria geral, já se podia ouvir a Banda do Corpo de povos, até chegar no Brasil. Bombeiros do Rio de Janeiro, que era muito apreciada pelo Com o consentimento de seus pais, parte povo, que só podia ouvi-los quando havia apresentações para a cidade de Bechim para aprender um em praça pública. Já se podia ouvir cantores como ofício. Após alguns anos, volta já com outras Vicente Celestino, Francisco Alves, Chiquinha idéias as quais revela aos genitores a vontade de Gonzaga e tantos outros, de um passado repleto partir para os Estados Unidos, para novas de boas intenções, pois, através dos Fonógrafo experiências de trabalho. Prometia a eles que os compositores, muitas mensagens eram ajudaria economicamente e daria um provento para a passadas sobre os temas da saúde — as formação de um dote para sua irmã, para que assim que o epidemias e a luta de Oswaldo Cruz, furando as Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 3 Tomando conhecimento de casos latas para não alimentar os mosquitos de maltratos e abandono, Figner, da dengue e da febre amarela, com emocionado, doou uma grande faixa águas paradas em objetos sem uso —; de terra, colaborando na obra até que da política — em que as letras chegasse ao término da casa que satirizavam o presidente Hermes da recebeu o nome de “Retiro dos Fonseca — além da música que Artistas”, em Jacarepaguá. homenageava o telefone: o primeiro Sentia-se tranqüilo interiormente samba carnavalesco no Brasil, gravado com relação aos pais que estavam em 1917. amparados e o dote garantido para a Com tudo isso surgia a “Fábrica sua irmã. Odeon”, onde inúmeros empregos Até aquele momento Figner, foram abertos ao público, dando chance ocupado com seus afazeres, não havia de novos conhecimentos aos que prestado atenção de que em sua vida aprenderam o ofício inédito no Brasil. nada o esperava quando voltava para Figner também foi o responsável pelo casa. Começou a sentir-se só. aparecimento da máquina de escrever, Lembrou-se de uma jovem que havia dando oportunidade aos escritórios, Casa Edison, fundada por Figner em 1900 conhecido em uma localidade no Rio cartórios e comércio geral, facilitando o de Janeiro, em Niterói. Sabia que, tomando a balsa no porto, preenchimento de documentos, cartas em que os escrivães na praça Tiradentes, chegaria lá. Mas, como encontrá-la? não precisariam mais usar a caneta, a tinta ou o lápis, Não possuía endereço de sua moradia, haviam conversado tornando o trabalho mais ágil. e dançado até a madrugada, porém ele não se dera conta de Frederico Figner estava rico. Porém nada o fez mudar. Era que poderia ser o início de um romance. Não poderia sempre o mesmo com todos, simples e espontâneo. imaginar o que haveria em seu coração, mas ele iria procuráEnfrentou muitos dissabores, muito ciúme na área em que la. Não voltaria para casa sem tê-la encontrado. trabalhava. A própria Chiquinha Gonzaga sentiu-se A chegada da balsa fê-lo pensar: como e por onde prejudicada, dizendo a toda classe de compositores que começar? Lembrava-se de que seu nome era Esther de Figner ganhava muito mais com a edição de discos do que os Freitas Reys... seria por aí, perguntaria onde pudesse ser próprios compositores. “Imaginem”, dizia ela, “ele ganhou informado, pela família Freitas Reys, não seria impossível... mais de 30 contos de reis (dinheiro antigo) dos nossos e assim fez. Informou-se nas padarias, nos empórios, nas direitos autorais...” No entanto, o primeiro a fazer valer os bancas de jornais, isto é, com os jornaleiros que se direitos autorais aos cantores e compositores no Brasil foi o posicionavam com os pacotes de jornais nas esquinas ou em próprio Figner, que muito lutou para essa categoria ser bares da cidade para efetuar a venda dos mesmos. E foi por reconhecida. E tanto barulho Chiquinha causou que eles que Figner conseguiu o endereço daquela que, no enquanto não fez o próprio filho, João Gonzaga, se tornar futuro, seria sua esposa. Pela primeira vez, ao chegar concorrente de Figner, ela não sossegou. João aprendera defronte ao endereço, ele pensou em Deus, achou o com Figner o oficio de chefe de gravação. Com isso instalou pensamento estranho... por que sua mente voltou-se para o um estúdio na rua Barão de Bom Retiro, tornando-se Criador? Afinal, dizia-se ateu! Porém, ao imaginar que empresário. Depois de lançar algumas dúzias de discos, poderia ser rejeitado, lembrou-se... “se Deus quiser ela me João Gonzaga fechou a fábrica, a que dera o nome de “Disco aceitará” e riu-se de si mesmo. Meio constrangido bateu à Popular”, por não possuir proveitos próprios. Mas isso não porta. impediu Figner de procurar o jovem ex-empresário e, com Um senhor muito simpático, cumprimentando-o, muita dignidade, livrar o rapaz das dívidas assumidas sem pergunta-lhe: que ele se sentisse humilhado. — Boa tarde, meu jovem, a quem procura? Todos que trabalhavam para Figner o admiravam muito. Embaraçado, ele responde: Ele era compreensivo para com os empregados, desde — Por acaso é aqui a residência da senhorita Esther de aquele chefe superior até o faxineiro para quem ele tinha Freitas Reys? sempre uma palavra de reconhecimento pelo trabalho árduo O homem, sorrindo, responde-lhe: que fazia, e dizia a eles: — Sim e eu sou o pai de Esther... e o senhor quem é e o — Eu também já fui faxineiro no passado. que deseja de minha filha? Alguns não acreditavam, pensavam que essa era a Mais confuso ficou Figner quando vê a moça vindo ao maneira de seu caráter, mas Figner, quando saiu de sua terra encontro deles, dizendo alegremente: natal, foi faxineiro e gari de praças públicas, recordações que — Quem é papai? lhe faziam bem, porque sabia reconhecer e respeitar todos Quando pára, assustada ao ver Figner ali na porta de sua os trabalhadores. casa. Passado o susto, Certa vez foi ele procurado dirigindo-se a ele, exclama: por um grupo de atores que — Meu amigo, Frederico precisavam de um local para Figner, que bons ventos o construírem uma casa grande, trazem até Niterói? Será que para abrigarem os atores já vai abrir alguma casa aqui idosos e doentes, sem também?! recursos, para terem um final Figner, mais confiante, de vida honrada e assistidos respondeu-lhe: por médicos e medicações — Não, estou aqui porque adequadas, já que exerciam queria encontrá-la. uma profissão que não era O senhor Freitas, reconhecida na época. Vicente Celestino Francisco Alves Chiquinha Gonzaga 4 Seareiro compreendendo a situação, disfarçadamente, deixou-os sozinhos. A conversa prolongou-se, até que, após tantos rodeios, Figner ouviu dos lábios da moça a seguinte frase: — Eu o aceito, porque, desde o nosso encontro, eu não pude tirá-lo dos meus pensamentos. Creio que Deus está me abençoando neste momento... sinto-me feliz e privilegiada. Figner novamente ouviu o nome de Deus e rendeu-se a Ele, porque também Oswaldo Cruz pela primeira vez, sentia que sua vida, dali para frente, teria novo rumo. O casamento realizou-se em pouco tempo. A festa foi coroada pelas bênçãos dos familiares de Esther. A feliz união trouxe a tranqüilidade para Figner. Admirava o devotamento de sua esposa para com Deus. Isso refletia em seu espírito, que buscava mais alguma coisa, pelo qual ainda ele não havia encontrado. Por que essa ansiedade, se agora realizara o que mais queria? Os negócios prosperavam no Rio e em São Paulo. Não era formado em faculdade alguma, mas sempre fora autodidata. Falava três idiomas: eslavo, germânico e conhecia bem o português, embora falasse com sotaque, mas isso não o impedia de comunicar-se com todos. O que mais podia almejar? O tempo corria e, para aumentar sua alegria, Esther lhe dera seis filhos: Marta, Aluizio, Gabriel, sendo que esses três tiveram pouco tempo de vida terrena, causando muita dor para Figner e a esposa. Porém, mais três reencarnantes vieram para que a saudade fosse atenuada; Leontina, Helena e Lélia, que os repletaram de carinho. Apesar disso, Esther não escondia seu abatimento. Figner embora sofrendo, tentava diminuir a ausência dos três primeiros, contando e estando sempre presente com os diálogos que tinha com os filhos que cresciam e que precisavam de atenção. Figner tinha um grande amigo a quem confiava seus dissabores. Era Pedro Sayão, que viera de berço espírita, sendo seu pai o estimado trabalhador da doutrina, Antonio Luís Sayão, pai da célebre cantora lírica, muito aplaudida na época, Bidu Sayão. Figner admirava Pedro pela dedicação à fé religiosa que abraçava. Não se importava quando esse lhe contava sobre acontecimentos vindos do além. Ele ouvia, mas nada lhe fazia despertar. Pedro certa vez lhe narrara como seu pai, Antonio Sayão, despertara para o Espiritismo, porque ele também era muito descrente da possibilidade reencarnatória. Mas, Pedro procurava consolá-lo, sobre o desencarne dos filhos, sem perceber resultados. A espiritualidade, no entanto, sabia a hora exata para que Figner se rendesse ao que lhe faltava encontrar e dar cumprimento à sua segunda etapa reencarnatória. Certa feita, tendo de ir a São Paulo, para supervisionar VISITE NOSSO SITE seu estabelecimento comercial, encontrou um de seus funcionários muito nervoso, esperando-o para pedir licença do trabalho. Informado, Figner ficou sabendo da tristeza que o invadia, sua esposa necessitava de uma delicada cirurgia, porém os médicos temiam pela sua vida. O estado físico da paciente era muito precário e talvez ela não resistisse à cirurgia e seu funcionário não sabia o que fazer...se ela aceitasse a cirurgia e Thomás Edison morresse? Figner ficou abalado, o que dizer naquela hora?... E foi aí que ele lembrou de Pedro Sayão e pediu ao funcionário que aguardasse o seu retorno. O funcionário ficou muito comovido pelo gesto do patrão, pois sentiu-o preocupado com sua vida. Figner retorna ao Rio e junto a Pedro conta-lhe o sucedido e esse, de imediato, durante a tarefa do receituário, pede em favor da enferma. Figner envia a receita e passado alguns dias recebe a notícia pelo funcionário de que os médicos haviam suspendido a cirurgia porque sem explicações científicas a mulher estava curada. O organismo se recuperara e os órgãos afetados, como os rins, voltaram a funcionar normalmente, como por milagre. Figner ficou pasmo e olhando para Pedro,confessa : — Meu amigo, mais uma vez senti a presença de Deus! E Pedro completa: — De Deus e dos espíritos superiores que seguem os desígnios do Pai e pelos quais mais uma chance foi oferecida a essa senhora para dar novo rumo à sua existência. Figner já não estava mais arredio para com a Doutrina e passou a ouvir com atenção as conversas de Pedro em torno da caridade e da lei de amor ao semelhante. Numa outra ocasião, em uma de suas lojas no Rio de Janeiro, confirmava a compra de umas mercadorias quando adentra um homem ao interior do estabelecimento, em estado desesperador, buscando ajuda. Sua família passava fome, dizia o homem e ele pedia emprego batendo de porta em porta, mas nada. E rogava a Figner, pelo amor de Deus, que lhe desse qualquer coisa para fazer, mas precisava levar pelo menos um pão para as crianças que choravam de fome. Figner, vendo as lágrimas rolarem pela face daquele homem, tirou algumas notas de dinheiro da gaveta e disselhe: — Tome essa pequena quantia, compre o necessário e volte a semana que vem, verei o que posso fazer. O homem, agradecido, sai à rua e Figner, vendo-o meio cambaleante, olha para o céu e exclama: — Ele disse pelo “amor de Deus”, pois se de fato o Senhor existe, faça algo por ele. Não dizem os cristãos acreditarem em seu poder? Aquele impulso desafiante de Figner para com Deus teve resposta. Uma semana depois do ocorrido o homem volta. Estava alegre e, aproximando-se de Figner, pegalhe as mãos e diz-lhe: — Deus falou através do seu coração. Fui procurado por um amigo, que me arranjou um emprego. Estou trabalhando como jardineiro... estou muito feliz... imagine que estou ajudando Deus a conservar a natureza. O senhor quer melhor emprego do que trazer os jardins públicos tratados com belas flores, para www.espiritismoeluz.org.br Você poderá obter informações sobre o Espiritismo, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre Espiritismo por email. Poderá também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 5 que o povo sinta a presença de Deus, colorindo e perfumando a cidade? E saiba que assim que eu receber o meu salário, virei devolver o empréstimo que o senhor fez, ajudando-me muito. Informe-se através: O homem saiu, deixando Figner mais uma E-mail: [email protected] www.espiritismoeluz.org.br vez sem ação. Realmente, pensava “Deus (11) 4044-5889 (com Eloísa) existe e veio até mim, através desse homem, Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP trazendo-me a resposta do seu poder de ação sobre as criaturas, que possuem a fé”. mesma, que variava em cores e aromas. Noutras reuniões, Daí em diante rompeu-se o bloqueio existente no interior os espíritos colocavam ramalhetes de flores silvestres nas de Figner, passou a trabalhar com afinco em favor dos mãos dos assistentes (que eram poucos). Também foram semelhantes. Junto com Pedro Sayão começou a freqüentar registrados moldes de mão e pé feitos em parafina e as reuniões de estudos na Federação Espírita Brasileira. colocados regiamente em cima da mesa de estudos. Noutra Quando a gripe espanhola iniciou-se, devastando as reunião os assistentes viram duas mãos unidas, oferecendo regiões, Figner acolheu em seu lar muitos doentes e junto lírios aos que ali estavam. Tudo isso estava sendo anotado dos familiares muito fizeram na ajuda com remédios e por Esther, quando nessa mesma reunião, vários espíritos providências, nos casos de óbitos pelo abandono dos foram materializados e em um deles Esther e Figner familiares. Suas vidas também foram expostas, mas Figner reconhecem Marta, a primogênita desencarnada há anos. juntava-se a Deus em busca da fé, vencendo os males. Figner assim descreve: começou a surgir, junto à cortina que Após esse difícil período, Figner e Esther passaram ao cobria a porta de uma sala, uma jovem que se manifestou trabalho de visitas aos lares necessitados. Ele não parava com gestos leves e graciosos, o corpo frágil e franzino, mais. Seu trabalho material ficava mais com os filhos. Seus usando um vestido simples acima do tornozelo, de mangas proventos eram suficientes e sabia reparti-los com quem curtas e decote arredondado. Diante dessa imagem, Esther nada tinha. Tornou-se médium curador sem o perceber. num sussurro exclama: Muitos eram os doentes que se recuperavam com — É Marta, nossa inesquecível Marta. sua ajuda e suas preces, voltadas a Deus. O espírito sorri com gestos afirmativos e dando Estando muito ligado aos estudos doutrinários e alguns passos dirige-se a Esther, dizendo-lhe: sempre correto com as bases Kardequianas, era — Mãe, por favor, deixe de usar o luto, eu estou sempre convidado para palestras, não só no Rio de viva e feliz nessa vida espiritual. Janeiro, como também aceitava em divulgar os Figner, chorando, abraçado à esposa e à filha ensinos do Mestre, em qualquer rincão onde fosse Leontina, agradece a Deus a feliz visão da amada chamado. E nessas andanças ele ficou sabendo filha Marta. que as sessões de materializações estavam cada Toda essa anotação com minúcias dos fatos foi vez mais em evidência. Figner estudara algo sobre entregue pela família Figner ao escritor Dr. Nogueira o assunto, mas ainda não participara dessas de Faria, que fez um sério relato contido no livro de reuniões, por isso não saberia opinar da sua autoria intitulado, “O Trabalho dos Mortos”. veracidade dos casos comentados. Ouvira de Ana Prado foi uma lutadora, que como todos os Livro “O Trabalho dos a l g u n s e s p í r i t a s q u e u m a m é d i u m d e Mortos” - Editora FEB vanguardeiros, muito sofreu para fazer-se entender materialização estava sendo muito procurada por numa época tão preconceituosa, com a Doutrina pessoas que voltavam assombradas com os efeitos de Espírita. Comparavam-na com os mais notáveis médiuns de materialização efetuados por ela. Era Ana Prado, moradora materializações, que eram famosos em várias partes do em Belém do Pará. mundo. Figner teceu vários comentários do imenso trabalho Acompanhado pela família, Figner partiu para o norte. realizado por Ana, em região tão distante e precária no norte Queria ver de perto essas manifestações. Esther e sua filha do Brasil. Leontina estavam muito curiosas e levaram caderno para Isso dera novo ânimo a Figner, que, com entusiasmo, anotar tudo o que acontecesse. volta ao Rio de Janeiro onde fundou vários grupos, Visitando a médium, foram convidados a participar das orientando-os no começo para que não se perdessem ao reuniões. Ana Prado relatou a Figner e família que, sentindolongo da existência, que seguissem sempre a base dos livros se médium de efeitos físicos, passou a estudar intensamente de Allan Kardec. as pesquisas feitas por Sir William Crookes com a médium Foi ele tesoureiro e vice-presidente da Federação Espírita Florence Cook e também pelos efeitos produzidos pelo do Rio de Janeiro, membro do Conselho Fiscal e também médium Mirabeli. Procurou juntar-se aos estudiosos sobre tesoureiro da comissão pró-livro Espírita, que eram os mesmos fenômenos e, bem orientada, começou a distribuídos aos agrupamentos mais carentes, para que o disciplinar os efeitos, que só livro não faltasse. Foi também passaram a ser produzidos em presidente honorário do Grupo reuniões sérias, para que Espírita “Bittencourt Sampaio”, servissem para algo bom e não com sede no Rio de Janeiro. como sensacionalismo. Distribuía suas rendas para Figner, esposa e filha, obras assistenciais fosse qual assistiram a várias reuniões. fosse a religião professada. Numa delas, os espíritos Figner não parava, diziam os fizeram aparecer sob uma amigos que ele tinha asas ao pequenina mesa, no fundo da invés de pernas. sala, uma bela flor, e todos Veio ele a conhecer outro Francisco puderam sentir o perfume da William Crookes Florence Cook entusiasta da Doutrina Valdomiro Lorenz Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas. 6 Seareiro que Figner Espírita, de nome Francisco Valdomiro Lorenz, nascido em agradeceu Zbislav, perto de Tcháslav, imigrante como ele. Suas imensamente. histórias se pareciam, pois ambos queriam morar no Brasil e De volta ao aqui vieram a travar bela amizade. Brasil, retornou Só que enquanto Figner ganhou fortuna e soubera como às atividades, usá-la, para Lorenz fez-se uma terrível prova, que amargava comentando com a pobreza, sem, porém, atormentar-se quanto a isso. sempre os Estudara com muito sacrifício, e se tornara um culto d i v e r s o s esperantista, um dos mais brilhantes, dizia Figner, com Arthur Lins de a s p e c t o s várias obras publicadas sobre o esperanto, que dizem os doutrinários no Arthur Conan Doyle Vasconcelos Lopes espíritos, deverá tornar-se a língua universal, compreensível exterior, mas entre todos os povos, no futuro. salientando que só no Brasil o Espiritismo era levado a sério. Figner tornou-se assíduo colunista nos periódicos da Frederico Figner viveu 80 anos, sendo que grande parte época. Escrevia sobre a Doutrina Espírita, principalmente no de sua vida foi de dedicação ao Espiritismo. Após ter jornal “Correio da Manhã”, que circulava por todo País. contatos doutrinários, dedicou-se a investir cada vez mais na Houve uma época em que Figner entrou em séria polêmica Seara do Senhor. Mas uma enfermidade começara a com o Padre Florêncio Dubois, que escrevia para a “Folha do atormentá-lo e aos poucos foi minando o seu físico. Norte”, um órgão do Pará. E no dia 19 de janeiro de 1947, às 20 horas, Figner deixa Figner defendia as materializações realizadas por Ana seu corpo físico, para entregar-se em espírito à pátria de Prado e o Padre Florêncio escrevia que ela era médium de origem, deixando muitos corações agradecidos e saudosos, Satanás, e que muitos que viam os pecados realizados por de sua energia e de exemplos sadios, no campo da caridade ela ficavam loucos e eram internados nos sanatórios. E do e de seu desprendimento dos bens terrenos. que Ana Prado precisava era ser exorcizada e não Durante o velório, foram muitas as manifestações de proclamada como pessoa de bem. Isso durou muito tempo, carinho daqueles que o conheceram e trabalharam ao seu até que o Padre Florêncio não tinha mais argumentos para lado. Na despedida, no Cemitério de São Francisco Xavier, rebater Figner. falaram com palavras ditas do coração o Dr. Miranda Ludolf e Querendo Figner saber como era visto o Espiritismo fora seu grande e particular amigo Dr. Arthur Lins de Vasconcelos do Brasil, acompanhado pela esposa, embarcou para a Lopes e o Capitão Silva Pinto. Também o presidente da Inglaterra. Já havia lido muitos livros de escritores Federação, representado pelo Vice-Presidente, o senhor americanos, que para ele nada transmitiam de sério. Por isso Ubaldo Ramalhete Maia, que, homenageando a Figner, fez a partida para a Inglaterra, curioso em saber, como lera em uma sentida prece, emocionando a todos pela energia ali jornais britânicos, algo a respeito de fotos reveladas com concedida pelo plano Espiritual Superior. Todos sentiam o pessoas já desencarnadas. A chegada à Inglaterra fora de leve aroma de rosas no ar. uma visão meio triste para Figner, que recordou-se Após seu desencarne, a Federação Espírita de sua terra natal, sempre fria e cinzenta. Mas foi Brasileira publicou alguns de seus artigos reunidos chamado à atenção por Esther sua esposa, que num livro com o título de “Crônicas Espíritas”. apontava para um cartaz à frente do hotel: No mundo espiritual, Figner nos traz suas “Venham assistir as fotos com demonstrações experiências contidas no livro “Voltei”, pela mediúnicas realizadas por Willy Hope no famoso mediunidade de Francisco Cândido Xavier, sob o “Circle of Crem”. pseudônimo de Irmão Jacob. Livro esse editado Embora sendo um espetáculo, Figner achou pela FEB, em sua primeira edição, em 1949. Nesse interessante. Foram apresentadas muitas fotos, de livro, Figner, ou Irmão Jacob, narra a sua chegada saraus, casamentos e peças teatrais, com pessoas ao abrir os olhos para a espiritualidade, suas presentes com diferentes trajes, doentes em dificuldades e ao ver-se envolvido pelas ações macas, em cadeira de rodas, pessoas que nada Livro “Voltei” magnéticas de sua filha Marta, libertando-se dos tinham em comum com os lugares em que as fotos Editora FEB laços físicos. Vale a pena ler essa preciosa obra. foram tiradas. Para Figner, mais uma confirmação Com o passamento de Frederico Figner, toda a imprensa da continuidade da vida, após a morte física. Belo material divulgou com saliência o fato e o jornal “A Noite Ilustrada”, que ele poderia usar em suas palestras e em seus escritos usando de duas páginas, classifica Figner como “o mais jornalísticos. Após comentar com a esposa o que assistiram brasileiro de todos os estrangeiros, o cidadão dos mil e de posse do material que puderam obter, quis Figner amigos, o protetor dos necessitados, filantropo dos mais conseguir o endereço de seu escritor policial favorito, Sir legítimos e dedicados.” (Livro “Grandes Espíritas do Brasil”). Arthur Conan Doyle. Com a facilidade de idiomas, ele Outra justa homenagem foi-lhe também driblava o inglês. prestada através de uma exposição, Ele e a esposa foram bem num espaço cultural, onde se recebidos por Doyle e os encontram aspectos importantes da comentários a respeito das tramas vida de Figner. É “A Mansão Figner urdidas pelo escritor em seus livros O Rio na Belle Epoque”. Fica na Rua deram muito assunto que acabou Marques de Abrantes, 99, sobrando para a Doutrina, porque Flamengo, Rio de Janeiro. Aí foi a Figner comparou muitos casos sua residência durante a sua estada descritos nos livros com os mesmos terrena. Essa mansão foi adquirida acontecimentos na Terra. Doyle pelo SESC-Rio de Janeiro e mostrou-se interessado e ofereceu a restaurada num trabalho rigoroso de Figner um exemplar de sua mais Livro “Grandes Livro “A Nova Revelação” recente obra: “A Nova Revelação”, pesquisas feita pelo arquiteto Espíritas do Brasil” Editora FEB Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Editora FEB 7 Ao lado, a Mansão Figner, cujo estilo eclético pode ser observado na fachada do casarão, onde a cúpula remete à arquitetura mourisca, o coroamento principal é inspirado no estilo Luís XIII e o guarda-corpo do balcão principal lembra as construções da Idade Média. Do lado de dentro, aparecem elementos tão distintos quanto uma porta art nouveau e um teto que imita o rococó francês. Depois de dois anos de obras de restauração, a Mansão Figner, patrimônio construído em 1912 e tombado em 1995, está aberta à visitação pública, abrigando o Centro Cultural Arte Sesc e um restaurante, o Senac Bistrô. O arquiteto Marcos Moraes de Sá, um dos coordenadores da restauração, exalta a importância do imóvel, porque além de uma afirmação do ecletismo, refletindo o Rio do início do século passado, a mansão foi a casa de Frederico Figner, pessoa de destaque na história da música no país que fundou a Casa Edison e a Gravadora Odeon, introduzindo o disco no Brasil. Bibliografia Marcos Moraes de Sá. Consta em seu interior um grande painel com fatos cronológicos que revivem as mais importantes passagens da vida de Figner, em sua época. No local encontra-se à venda o livro “A Mansão Figner - O ! Grandes Espíritas do Brasil - Zêus Wantuil, Ed. FEB, 2002. ! Voltei - Irmão Jacob - pelo médium Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB, 1990. ! http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernob/2003/02/01/j orcab20030201001.html ! Imagens: " http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f /fe/Milevsko-square.jpg/800px-Milevsko-square.jpg " http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/ a/a0/EdisonPhonograph.jpg/180pxEdisonPhonograph.jpg " Livro A Mansão Figner - O Ecletismo e a casa burguesa no início do século XX - Marcos Moraes de Sá, Ed. Senac Rio, 2ª ed., 2004. " http://www.overmundo.com.br/_overblog/img/11716268 39_casa_edison.jpg " http://www2.uol.com.br/cliquemusic/imgfotos/594.jpg Entrevista ecletismo e a casa burguesa no início do século XX”. Viriato Correia, nascido em 1884 e desencarnado em 1967, como jornalista, teatrólogo, romancista e membro da Academia Brasileira de Letras, descrevia Figner, como um amigo, dizendo que Livro “A Mansão Figner” Editora Senac Rio “era um jovem aos 80 anos, que vibrava e entusiasmava-se tanto por todas as invenções que chegava a conhecer, que nos parecia ficar ele muito mais feliz, que os próprios inventores. Vivia correndo pelas ruas, suado, sem vaidade alguma, sem dispensar seu chapéu em cima da nuca, falando e gesticulando muito quando parava para ouvir as necessidades de uns e outros.” Sua preocupação não era para aumentar sua riqueza, mas sim para servir ao semelhante. Acreditamos que seu patrimônio espiritual deve ter superado e muito o lado material, pela riqueza de seus sentimentos tão espontâneos com relação a Deus, ao Evangelho do Senhor. Você cresceu, meu amigo! E mais ainda você foi um judeu conciliado com o Mestre Jesus. Final da primeira parte. Eloísa " http://www.todotango.com/spanish/biblioteca/CRONICAS/IMAGE S/Brasil_Francisco_Alves.gif " http://www.radio.usp.br/imagens/chiquinhagon.jpg " http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/31/Oswc ruz.jpg/200px-Oswcruz.jpg " http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e5/Thom as_Alva_Edison.jpg/210px-Thomas_Alva_Edison.jpg " http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/biografias/imagens/willian crookes.gif " http://www.luzespiritual.org/fotos/florencecook.jpg " http://vocale.org/mondo/projekciologio/projek17.jpg " http://www.edinburghspiritualists.com/Images/Arthur%20Conan% 20Doyle.jpg " http://www.mundoespirita.com.br/imagens/img992.jpg " http://www.photografos.com.br/users/ELMIRA/normal_23905_ph oto.jpg " http://farm1.static.flickr.com/120/316580853_8e353f4848.jpg?v=0 entrevista Com Geraldo Lemos Neto Esta entrevista foi concedida por Geraldo Lemos Neto ao Boletim Informativo do Sir William Crookes Spiritist Society, de Londres, em 2007. 1) Você conheceu pessoalmente o Chico e teve oportunidade de conviver com ele. Em que sentido essa amizade marcou a sua vida? No sentido de que a presença do amado amigo, Chico Xavier, me fez enxergar mais claramente que a missão do Espiritismo, como a Doutrina Consoladora dos Espíritos do 8 Senhor, é a de trazer de novo Jesus e sua excelsa mensagem de esperança ao coração do povo sobrecarregado e aflito, sedento da água viva do esclarecimento e faminto do pão da paz de espírito. Tudo o que fugir a este nobre objetivo superior é perda de tempo ou mera vaidade dos homens. 2) Considerando a Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto, qual o aspecto que mais lhe atrai? Aprendi com Chico que todos os três aspectos da Doutrina Espírita são relevantes. Contudo, tanto a filosofia que indaga como a ciência que responde são construções Seareiro eminentemente humanas, fruto do esforço da civilização, da evolução do conhecimento geral através dos séculos, e, conseqüentemente, provisórias e imperfeitas, como os próprios homens limitados no seu alcance sensorial. Portanto, somente a Religião nos traz o aspecto Divino da Revelação a nos ligar novamente o imo d'alma ao seio amoroso e compassivo do Criador de Eterna Bondade, Nosso Pai Celestial. Então, em assim considerando, sou de opinião que o aspecto religioso do Espiritismo é o mais importante para as nossas vidas, porque dirigido ao Espírito Eterno e à Vida Imortal. 3) Recentemente, você inaugurou a "Casa de Chico Xavier". O que esta Casa vem oferecendo ao público espírita e não espírita? A Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, cidade natal do médium amigo, foi entregue ao público em 2 de Abril de 2006 com o lançamento do livro "Sementeira de Luz" contendo mensagens ainda inéditas do espírito de Neio Lúcio psicografadas por Chico Xavier e organizadas por Wanda Joviano. Esta é a residência onde morou Chico por vários anos, a partir de 1946 até 1959, mantendo-a como seu pouso residencial em Pedro Leopoldo mesmo após sua mudança para Uberaba em 1959 até a sua desencarnação em 2002. Nosso objetivo foi o de transformá-la num centro de referência à sua vida e à sua obra. Lá contamos com farta exposição fotográfica e documental de sua vida, alguns objetos de seu uso pessoal, além do acervo de todas as 438 obras de sua psicografia até hoje editadas e das outras 160 obras biográficas ou que se baseiam ou referem à sua exemplar vida de Apóstolo do Espiritismo. Desde sua inauguração caravanas de irmãos de vários estados do Brasil, e algumas até do exterior, têm estado conosco, em visita fraterna de comunhão e saudade. Nesses 17 meses de atividades diárias, de terças a domingos, o livro de presenças da Casa de Chico já registra mais de 25.000 visitas, o que nos alegra sobremaneira. Ficamos felizes ao sentir que a Casa de Chico Xavier se transformou num local de comunhão elucidativa e solidária, como foi seu próprio exemplo de vida. Suas atividades principais são O Culto do Evangelho de Jesus no lar, realizado todos os domingos às 18 horas, e as visitas cristãs que o Grupo Fraterno Veneranda realiza todas as terças-feiras às 19:30 horas nos povoados das cercanias pobres da cidade. 4) A editora Vinha de Luz tem publicado vários livros contribuindo assim com a divulgação do Espiritismo. Quais as dificuldades encontradas para publicar livros espíritas no Brasil? Você já tem outro livro sendo preparado para publicar? Peço-lhes permissão para citar o espírito do benfeitor espiritual Emmanuel, quando, perfeitamente materializado através da mediunidade de efeitos físicos do Chico, nos idos de 1950, disse aos circunstantes perplexos e admirados: "O Livro é chuva que fertiliza lavouras imensas, alcançando milhões de almas!” Assim, aceitando a luminosa destinação que o benfeitor Emmanuel nos indicou para a tarefa do livro espírita, somos de opinião que devemos vencer todos os obstáculos, todas as dificuldades e empecilhos, que porventura se interponham no caminho da editoração espírita cristã, conscientes de que estaremos superando dificuldades para que a mensagem de renovação e esperança do Consolador possa chegar, enfim, pura e cristalina, ao coração necessitado de mais luzes e alívios. Então todo o sacrifício que pudermos fazer em favor da divulgação do Espiritismo será ainda muito pouco diante das enormes possibilidades que a Bondade Infinita de Deus coloca em nossas vidas. Com a benção de Deus, temos sim a alegria de poder continuar trabalhando e servindo neste setor da atividade espírita, muito embora modestamente, e a misericórdia do Alto tem nos enviado mais trabalhos, que presentemente se encontram no prelo. Cremos que o próximo lançamento será ainda no final deste ano de 2007. 5) As dificuldades de união dentro do movimento espírita têm sido uma constante. O que você tem a nos dizer para abrandar essas dificuldades? Lembro a assertiva de Dr. Bezerra de Menezes, através da psicografia de Chico Xavier, quando escrevendo aos confrades responsáveis pelo movimento de unificação no Brasil, no momento de sua estruturação efetiva, afirmara: "A Unificação é processo urgente, mas não apressado!" Raciocinando em cima desse alerta do benfeitor amado, é preciso que meditemos na sublimidade de sua extensão. Antes de nos preocuparmos com o processo de unificação dos espíritas, seria melhor que nos preocupássemos em nos amar mais. Se descobríssemos uma maneira mais simples e direta de compreender que somos seres humanos muito diferentes uns dos outros, trazendo conosco bagagens de vida e experiência muito distintas umas das outras, com visões de mundo muito próprias e particulares, conseqüentemente guardando opiniões diversas sobre variados temas de nossas cogitações... Se apenas aprendêssemos a respeitar com alma e coração essas diferenças tão naturais entre nós outros, companheiros do mesmo Ideal! Talvez assim estaríamos no caminho de solucionarmos este enigma em nosso destino de espíritos imortais, conquanto diferentes uns dos outros, o enigma de sabermos finalmente encontrar a fórmula da unidade na diversidade que nos caracteriza! Assim, tudo o que é feito apressadamente em matéria de Unificação do Movimento Espírita, infelizmente acaba descendo para a sombra do personalismo petrificante, do exclusivismo dogmático ou da perturbação nas disputas estéreis e vazias, na louca ilusão da vaidade humana, longe, mas muito longe mesmo, do coração amoroso do Cristo de Deus. Recordo sempre, neste particular, a lembrança amiga de Chico Xavier, quando ele nos falava que: "Espiritismo é Jesus de novo para o coração do povo!" E, falando nisso, com facilidade todos nós teremos necessariamente de nos lembrar da recomendação do próprio Cristo Jesus quando ele nos alertou: "Os meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem!" Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª às 20 horas Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª às 19h45 3ª e 6ª às 14h45 3ª e 6ª às 15 horas Atendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas Domingo às 10 horas Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 9 Canal Aberto canal aberto Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores. Agradecemos todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados. destino: a perfeição e a felicidade suprema. Portanto, devemos desenvolver a intuição, para entendermos de modo claro e preciso as instruções do nosso Anjo da Guarda. Sendo Deus nosso Pai, todo amor e sabedoria, põe ao nosso lado um Espírito protetor, para guiar-nos pelo bom caminho, sustentar nossa coragem nas provas da vida, esteja convencido de que o Grande Irmão estará sempre ao nosso lado. Quando o desânimo minar-lhe as energias ou a tristeza envolver-lhe o coração, recorre a Ele por meio da prece e de imediato receberás no coração o seu toque de amor. Saiba que temos ao nosso lado um Espírito de ordem elevada, encarregado de guiar-nos para o nosso glorioso destino: a perfeição e a felicidade suprema. Mas, note bem, o nosso Grande Irmão jamais apoiará os nossos caprichos que venham a transgredir a Lei Evangélica. A missão do nosso Anjo da Guarda é a de conduzir-nos a “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos” a fim de crescermos em saber e virtude e sermos promovidos para uma ordem elevada, para participarmos no atendimento aos irmãos menores. Dos Anjos da Guarda O Livro dos Espíritos - Capítulo IX “Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal”, item “Anjos Guardiões, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos” Questão 490 - Que se deve entender por Anjo de Guarda? — O Espírito protetor de uma ordem elevada. Questão 491 - Qual é a missão do Espírito protetor? — A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida. O Anjo da Guarda deve ser mais adiantado do que o seu protegido, para poder conduzi-lo com segurança para o seu elevado destino: a perfeição e a felicidade suprema. Porque quando cego guia cego os dois caem no barranco. Guiar e amparar o seu protegido pela intuição, para ele cumprir a missão que Deus lhe deu e, para superar as provas que Deus lhe impõe, a fim de progressivamente conduzi-lo para o seu alto Da Intuição As relações entre os homens e os Espíritos baseiam-se nas leis da afinidade e da atração. Portanto, se tomarmos a decisão de progredirmos espiritualmente, atrairemos a simpatia e a colaboração das almas bem-aventuradas e, à medida que nos dedicarmos ao estudo perseverante e à meditação sadia, estaremos estudando e meditando com os espíritos superiores através da intuição, porque os bons espíritos se ligam aos que desejam instruir-se. Intuição é pensamento a pensamento. Quando pensamos, recebemos a influência dos Espíritos. Todos nós poderemos desenvolver a intuição, através do estudo persistente e com o desejo sincero de sintonizar a mente, com os mensageiros encarregados de preparar o Reino do Bem, anunciado por Jesus. Desenvolver a intuição é possível através de sucessivos exercícios mentais para trabalharmos com Jesus pela regeneração da humanidade. O primeiro passo para o desenvolvimento da intuição é a limpeza do vaso mental, porque um recipiente sujo deturpará tudo o que receber. Portanto, para recebermos as instruções dos Bons Espíritos e interpretá-las fielmente, é indispensável desenvolvermos o amor, o devotamento ao bem do próximo, a aspiração nobre e a fé inabalável. Desse modo limparemos o vaso mental e estaremos em condições de receber e interpretar com fidelidade as instruções da Esfera Superior. Se tomarmos o caminho da transformação dos sentimentos, caminharemos lado a lado com os espíritos superiores, fiéis intérpretes da Lei Divina e Natural, e estaremos participando da preparação do Reino de Deus anunciado por Jesus. Textos enviados por José Jacintho - Várzea Paulista - SP Atualidade atualidade Sensação de Rotina Caiu a sua produção na Seara Espírita. Antes de alinharmos as nossas razões, geralmente decalcadas em acusações fortuitas, especiais ou generalizadas, sobre os companheiros ou agrupamento que freqüentamos, meditemos um pouco sobre a ação corrosiva da sensação de rotina. Nos primeiros ensaios de um trabalho que se inicia, você pressente, no seu modo habitual de refletir, que ali está justamente o clímax de suas aspirações e que, a partir daquele minuto, um mundo inteiramente novo se abrirá aos seus olhos. Essa atitude é o que se chama sair de você mesmo. 10 Por ser um princípio de tarefas, desdobrando facetas diversas, você registra a sucessão de acontecimentos com o sabor de novidade e um raio quente de esperança penetra a sua alma. Você rompe o casulo e alça vôo. Porém, como todo empreendimento nobre no campo do espírito traz o sinete da eternidade, você, em breve, sentirá que as atividades se repetem e, pouco a pouco, desavisadamente, você se deixa voltar ao seu estado anterior de mentalização. Recolhe-se aos viciados compartimentos psíquicos, descolorindo a sua ação, no campo a que foi admitido. É o momento de rotina. Você se sente, então, cumprindo obrigações, qual se tivesse de arrastar uma pesada e dolorosa cruz no Calvário Seareiro Presente e Passado I ENCONTRO DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA Vemos freqüentemente pessoas muito preocupadas em saber o que foi e o que fez nas reencarnações passadas. E isto é uma constante procura nos Núcleos ou Centros Espíritas. Mas, se a mesma preocupação fosse voltada para os estudos através da base doutrinária, ou melhor, as bases que se encontram nas obras de Kardec, obter-se-iam as melhores respostas para todas as dúvidas. Para o espírita estudioso é sabido que as conseqüências dos atos presentes podem refletir os erros do passado. É a Lei de Causa e Efeito. O nosso André Luiz, em seu livro “Sol nas Almas”, psicografado por Waldo Vieira, traz esse assunto muito bem retratado na lição intitulada “Conseqüência”. Nela, André Luiz exemplifica o que poderia ter acontecido para que as reencarnações fossem difíceis ou dolorosas. E, prosseguindo, comenta as reencarnações suportadas com serenidade e equilíbrio numa volta, isto é, reencarnando em melhores condições. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança ENTRADA FRANCA Uberaba – MG 19 e 20 de Abril de 2008 PROGRAMAÇÃO ENTRADA FRANCA 19/04 - SÁBADO 13:00 - 13:30 Abertura Participação do Coral "A Luz Divina" 13:30 - 14:15 Marlene Rossi Severino Nobre 14:15 - 15:00 Weimar Muniz de Oliveira - Intervalo 15:30 - 16:15 Manoel Tibúrcio Nogueira 16:15 - 17:00 Caio Ramacciotti 19:30 - 20:00 momento musical 20:00 - 20:45 Adelino da Silveira 20:45 - 21:30 Elias Barbosa 21:30 - 22:15 Oceano Vieira de Melo Apresentação de Vídeo Inédito sobre Chico Xavier 08:00 - 08:45 08:45 - 09:30 09:30 - 10:15 Lançamento Xavier 10:15 - 11:00 20/04 - DOMINGO Jhon Harley M. Marques Flávio Mussa Tavares Geraldo Lemos Neto de Livro Inédito da Psicografia de Chico Carlos A. Baccelli - Encerramento LOCAL CLUBE SÍRIO LIBANÊS Rua Major Eustáquio, 790 Uberaba - MG CONTATOS (34) 3312-6176 - Jô (34) 3312-1077 - Maria José (34) 3315-1910 - AME Uberaba (31) 3662-3896 - AME Pedro Leopoldo (Bete) (31) 3661-1253 - Fundação Cultural Chico Xavier (Jaqueline) [email protected] ENTRADA FRANCA de sua existência, esperando uma recompensa futura, à semelhança de um operário que se desincumbe mal de suas tarefas para fazer jus a um salário compulsório. Em decorrência, cresce a impressão de frustração em área de função espiritual. Urgente que você se reformule. Ninguém é chamado a cumprir obrigações em Espiritismo. A mais sublime posição é a de quem desempenha uma tarefa, usufruindo, no instante que passa, toda a felicidade e toda a alegria espírita-cristã, prelibando o mundo feliz dentro de si mesmo, a partir da Terra, entre os homens, no curso de sua caminhada. Enganosamente, o homem, por vezes, tenta evitar a rotina, inovando tarefas, procurando agitar coisas novas, afastando-se dos compromissos que solicitam repetição continua. A sua existência torna-se tumultuada, faltandolhe a persistência e a sintonização com o Plano Maior. O que devemos anular é a sensação de rotina, compreendendo que cada dia novo traz novas luzes e que, embora o Sol seja sempre o mesmo, assinalamos a sua presença pelo filtro de nossa alma, enaltecendo-lhe a luz e o calor, se estamos equilibrados, ou maldizendolhe a inclemência, se estamos desajustados. A sensação de rotina amodorra-nos a prece, impedindo-nos de assinalar os eflúvios divinos que nos balsamizariam; tolhe-nos a livre colaboração, sufocando belas iniciativas no nascedouro; distancia-nos das tarefas mediúnicas, desagregando grupos de desobsessão; induz-nos a afastar, entediados, a mensagem sublime da Doutrina, refocilando-nos nos lodaçais das paixões; obscurece-nos o raciocínio, predispondo-nos as fantasias e fábulas; faz-nos descurar da realidade espiritual, despertando-nos anseios por pitonisas e buenas-dichas... A nossa produtividade diminui, a pouco e pouco, quando nos deixamos enovelar na onda enganosa da sensação de rotina, perdendo o prazer íntimo do convívio fraterno e abandonando as normas de nossa reforma íntima. São portas que se abrem para a nossa fuga da regeneração espiritual e que hão conduzindo para longe muitos que se revelam como esperança do mundo melhor. Roque Jacintho Este assunto é muito sério e os responsáveis por Centros ou Núcleos Espíritas precisam ter muito cuidado, pois é fato de que muitas pessoas são levadas ao desequilíbrio pelas fantasias que ouvem, como sendo verdadeiras. E, mais grave ainda se torna, quando isto é levado para reuniões mediúnicas, quando espíritos são consultados para saber se as dificuldades da vida presente são resultado do passado, ou ainda, se a doença que aparece, seja ela qual for, também é resultado da reencarnação passada. 11 Ora, se Deus faz-nos esquecer o que ficou para trás, por que perdermos tempo com isso, quando há tanto para fazer em benefício do próximo na Seara Bendita? Os nossos amigos espirituais têm muito que fazer! Portanto, é necessário sermos mais responsáveis pelos nossos atos. Se agirmos errado, logicamente pagaremos pelo erro. Não há necessidade de ficarmos preocupados com o passado. Pelo presente sabemos bem o que fomos no passado. Família Aborto familia — Se minha filha aparecer grávida, eu coloco para fora de casa! Quantas vezes ouvimos esta frase e tantas outras vimos acontecer a expulsão. Isto é sinal de falta de diálogo entre pais e filhos, principalmente com as meninas, que crescem sendo educadas como bonecas de enfeite, sem uma educação religiosa e moral. Na adolescência, fase em que as rebeldias vêm à tona, tudo parece que começa a se complicar. As meninas, nos tempos atuais, querem sair sem a companhia dos pais e começam os "namoricos". Hoje as adolescentes não são tão obedientes quanto antigamente. Quando ouvem um não, questionam, discutem e querem fazer valer a sua opinião e vontade. Não sabemos se por consciência pesada pela ausência no lar, por ser mais cômodo, por estarem cansados do trabalho diário ou por quererem dar tudo o que não tiveram ao filho, mas os pais preferem concordar com tudo o que os filhos fazem ou pedem. Os filhos, por sua vez, vão crescendo com a idéia de que tudo podem fazer e que o mundo deve servir-lhes. Invigilantes são os pais que cedem a essas vontades. Vemos que, quando uma família tem o hábito de realizar o "Culto do Evangelho no Lar", o diálogo favorece a evitar tantos atritos e os jovens recebem as respostas às suas dúvidas através das lições de Jesus. Cria-se a confiança necessária para que o jovem pergunte, discuta, desabafe e exponha as suas idéias e pensamentos. Os pais ganham uma oportunidade de ouro de conhecerem o que vai pela cabeça de seus filhos. Pode até ser que aconteça uma gravidez não planejada (pela família encarnada), mas a possibilidade de ocorrer tal circunstância é bem menor. Este é um ponto importante na vida de uma família, pois o número de abortos em adolescentes é muito grande e, só para lembrar, o aborto é considerado um homicídio pelos critérios espirituais, pois logo após à fecundação do óvulo, liga-se a ele um espírito 12 O trabalho sério é a melhor medida para procurarmos acertar na reencarnação presente. Cada dirigente espírita é responsável pelo trabalho que se desenvolve em equipes ou reuniões, principalmente mediúnicas. Seria importante, como ensinam os espíritos superiores, estudar o Evangelho para que todos os que procuram consolo, encontrem nele, no Evangelho, o caminho, o porto seguro da Verdade e da Vida e Deus. Eloisa que aguardou a oportunidade de reencarnar. Se a mãe provocar o aborto, este espírito pode não perdoar esta agressão e, com ódio, iniciar vingança, perseguições e até obsessões com resultados desastrosos para encarnados e desencarnados. Vemos que nos dias atuais os jovens recebem muita informação sobre sexo, doenças sexualmente transmissíveis e métodos para se evitar filhos, mas mesmo assim o número de gravidez em adolescentes e, conseqüentemente, o número de abortos vêm crescendo a cada dia que passa. Será por falta de informação?! Acredito que a parte material do sexo já está sendo muito bem explicada. O que falta é explicarmos aos jovens a parte sentimental, a parte moral e os reflexos espirituais de tais atos. Só para ilustrarmos este assunto vasto, mencionaremos que, caso o homem que engravidou uma mulher a abandone e ela, a partir deste momento cometa atos que comprometam o seu equilíbrio espiritual, este homem tornase responsável também por tudo o que venha a acontecer a esta mulher em virtude do seu ato. Vemos que a Lei de Ação e Reação é inflexível: "a cada um segundo as suas obras". Não desejamos à nenhuma família que suas filhas engravidem de uma forma inesperada e traumática, mas, se acontecer, orem a Jesus pedindo forças e resignação para suportar este momento, orientem esta jovem para que nada pior lhe ocorra e amparem a criança que está por vir. Não deixem o ódio e o desejo de vingança "azedar" o ambiente do lar. Nesta hora devemos nos apegar mais à leitura do Evangelho e termos fé, nos utilizando do recurso da oração que é um refrigério nas horas de tribulações, lembrando o que André Luiz recomenda: "Olvide ofensas e desgostos, tribulações e sombras e continue trabalhando quanto puder no bem de todos, recordando que o tópico mais importante de seu caminho será sempre servir." Confiemos em Deus nosso Pai, em Jesus nosso irmão querido e nos espíritos amigos. Eles nos ajudarão a prosseguir. Wilson Seareiro Esperanto esperanto Esperanto kaj la Intelektuloj Publikigante la unuan esperanta gramatikon, gesaĝuloj studamantoj de lingvistikaj aferoj atentigis sin al ekaperinta idiomo. En tia situacio, multaj verkistoj, filozofoj, lingvistikistoj, ekleziistoj, matematikistoj, karacistoj, ĵurnalistoj ekuzis ĝin je iliaj kongresoj kaj ĵurnaloj por disvastigi iliajn ideojn al la tuta mondo. El la plej konitaj samtempa saĝuloj kiu disvastigis kaj uzis Esperanton, ni mencias Leon Tolstoi, Charles Richet, Carlo Bourlet, Guimarães Rosa, ĉiujn en iliaj aferoj, ravitaj pro la beleco kaj reguleco de l' idiomo. Prave estas ke, nur io efektive grava aŭ profitema por la homaro, libera de malbonaj tendencoj, vekiĝus la atenton de tiaj homoj. Tia fakto taŭgas al ni kiel stimulo kaj nerefutebla pruvo ke Esperanto ne estas, neniam estis aŭ estos intelekteca lukso, sed la solvo de l'j interkompreniĝa afero, por la konstruo de pli inda mondo. Tradução:O Esperanto e os Intelectuais Ao ser publicada a primeira gramática de Esperanto, os intelectuais, preocupados com os problemas lingüísticos, voltaram sua atenção ao novo idioma. Nesse contexto, vários escritores, filósofos, lingüistas, clérigos, matemáticos, médicos, jornalistas passaram a usá-lo em seus congressos e jornais para divulgarem suas idéias ao mundo. Dentre os mais conhecidos sábios da época que divulgaram e usaram o Esperanto, podemos citar Leon Tolstói, Charles Richet, Carlo Bourlet, Guimarães Rosa, cada um em seu campo de atuação, maravilhados com a beleza e a regularidade do idioma. O certo é que só algo realmente importante ou que fosse de grande proveito para a humanidade, livre das tendenciosidades humanas, despertaria a atenção desses homens. Tal fato serve a nós como incentivo e prova irrefutável de que o Esperanto não é, nunca foi ou será um capricho da intelectualidade, mas a saída possível para o problema da intercompreensão, na construção de um mundo mais digno! Davidson Revisão: Osvaldo Pires de Holanda Informações: http://www.kke.org.br/pt Livro em Foco livro em Nesta obra de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier, temos no preâmbulo de Emmanuel, uma abertura para nossa consciência, através de orientações, como numa conversa sincera, profunda, como aquele diálogo amigo, que tira nossas dúvidas, nos levando de retorno à verdade sobre a importância, responsabilidade, seriedade, nos orientando, a um tema tão importante e desviado nos dias atuais, o sexo na nossa vida. A preocupação com a Francisco Cândido Xavier, reeducação do sexo em nossa vida é tão séria e profunda, que pelo espírito Emmanuel FEB - 112 páginas foram formulados conceitos na 7ª edição Codificação Kardequiana para demonstrar a importânciacom o direcionamento correto sobre o sexo, sendo objeto de criteriosas anotações do Mundo Espiritual, já prevendo choques de opinião em Vida e Sexo Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança foco matéria afetiva, os quais agora enfrentamos. “...concluiremos que, em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um”. Esta é uma obra, cujos capítulos abrangem temas importantíssimos e atualíssimos nos trazendo orientações para nossas diversas tomadas de decisões, segundo o Evangelho, no nosso dia-a-dia, em nossos lares, em nossos momentos de fraqueza moral e espiritual, enfim trazendo várias situações, à luz do Cristianismo Redivivo, para que não nos repitamos em nossos equívocos. Vamos, portanto, ler, estudar, meditar e colocar em ação os itens abordados nesta obra, para adentrarmos a porta estreita de nossa evolução moral e espiritual. Família Amado 13 Cantinho do Verso em Prosa cantinho do Trabalho - nossa coroa, Consciência - nosso altar, Na terra que voa, voa, Sem pousar. O presente - panorama Do Grande e Excelso Porvir; Segue a Jesus, ama, ama, Sem pedir. Eis o Evangelho - cartilha Do nosso curso escolar, Farol de Amor, brilha, brilha, Sem cessar. Abismo, lameiro e aclive São convites ao dever. Quem não luta, vive, vive, Sem viver. Alma, luz que nunca morre Ninguém se pode matar. Vida é fonte: corre, corre, Sem parar. Quando o coração é cofre De esperança e bem querer, O espírito, sofre, sofre, Sem sofrer... O cristão marcha em demanda Da glória do Eterno Lar. Serve, ajuda, anda, anda Sem cansar... Ao Mestre da Vida aprouve Rogar-nos a discernir, O ouvido que ouve, ouve, Sem ouvir... João de Deus Ramos Clube do Livro clube verso em prosa Exortação O trabalho pela divulgação do Evangelho, fonte cristalina do Bem, será sempre a coroa bendita daquele que sofre sem reclamar. Benção infinita de Deus, a Vida está sempre a convidar a ter fé e a atravessar as dificuldades por mais sombrias que sejam, como experiências sentidas, fortalecendo ideais, cumprimento aos deveres formados pelo Amor. O coração, como base desse sentimento, eleva a esperança de chegar-se um dia a ver no semelhante um verdadeiro irmão. O mundo é a grande escola, onde cada Lar se transforma em salas de aula para que os alunos possam se matricular, junto aos professores, que ensinarão, diante da cartilha da reencarnação, o BE-A-BÁ do respeito a cada geração, sob o brilhante farol espiritual. Como espíritos eternos à caminhada para o Além, terá o fruto do discernimento entre as trevas ou a luz. “Há muitas moradas na casa do meu Pai”, diz o Evangelho, portanto, a preparação dessa descoberta está em crer-se na busca do melhor, para uma consciência tranqüila de vir, viver, esperar trabalhando, para que um dia a verdadeira felicidade, seja o encontro com o Mestre Jesus. Elielce João de Deus Ramos: poeta nascido em São Bartolomeu de Messines, em Algarve - Portugal, no dia 08 de março de 1830. Bacharelou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1859. Foi também jornalista e professor. Desencarnou em Lisboa a 11 de janeiro de 1896. Bibliografia: Antologia dos Imortais - Espíritos diversos, pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Ed. FEB, 1ª ed., 1963. do livro A Noviça e o Faraó A extraordinária história de Omm Sety O livro enviado no mês de novembro/07 aos associados do Clube do Livro Espírita "Joaquim Alves (Jô)" relata a história da brilhante pesquisadora da arqueologia contemporânea, Dorothy Eady, que adotou o pseudônimo de Omm Sety. Por quê? Isto é o que veremos no decorrer da leitura. A menina Dorothy, desde a infância, sofreu forte influência de sua antiga reencarnação, onde fora Bentreshit, uma jovem sacerdotisa do templo de Osíris, em Abidos. Bentreshit e o faraó Seti I vivem um amor proibido pelas leis egípcias da época e separam-se por 3.000 anos, até que Dorothy (Omm Sety) o reencontra. Como isso é possível? É o que vamos descobrir. A leitura requer atenção para que não percamos a riqueza de detalhes, principalmente em se tratando da cultura e tradição egípcias! As experiências vividas por Omm Sety são extraídas, em parte, dos relatos biográficos da vida de Omm pelo jornalista norte-americano 14 Hermínio C. Miranda Editora Lachâtre 352 páginas 1ª edição - 2007 Jonathan Cott, que apesar das evidências reencarnacionistas, procura encaixar o comportamento de Dorothy através da ótica meramente científica. Ao final, em "Entrevista comigo mesmo", Hermínio Miranda simula uma entrevista na qual ele faz as perguntas e as responde, elucidando questões com as quais provavelmente o leitor se deparou, como por exemplo, o tema reencarnação, e ainda, no capítulo "Leitura Complementar", nos enriquece com outras explicações didáticas, referentes a citações do texto. A obra está recheada de ilustrações, tais quais, indicação de lugares da época narrada, figuras egípcias, os faraós, o próprio Seti I e Omm Sety, antes de seu desencarne (ocorrido em 1981) e um vilarejo em Abidos. Vamos conferir! Neves Seareiro Pegadas de Chico Xavier pegadas de chico xavier Primeira Comunicação Mediúnica Segue uma narrativa de Chico Xavier sobre o seu primeiro trabalho mediúnico e as orientações que recebeu a seguir referente à sua tarefa missionária: “Tinha eu dezessete anos em 1927 quando na noite de 8 de julho do referido ano, em uma reunião de preces, escutei, através de uma senhora presente, D.Carmem Penna Perácio, já falecida, a recomendação de um amigo espiritual aconselhando-me a tomar papel e lápis a fim de escrever mediunicamente. Eu não possuía conhecimento algum do assunto em que estava entrando, mesmo porque ali comparecia acompanhando uma irmã doente que recorria aos passes curativos daquele círculo íntimo, formado por pessoas dignas e humildes, todas elas do meu conhecimento pessoal. Do ponto de vista espiritual, apesar de muito jovem, era fervoroso católico que me confessava e recebia a Sagrada Comunhão desde 1917, aos sete janeiros de idade. Ignorando se me achava transgredindo algum preceito da igreja, que eu considerava minha mãe espiritual, tomei o lápis que um amigo me estendera com algumas folhas de papel em branco e meu braço, qual estivesse desligado de meu corpo, passou a escrever, sob os meus olhos cerrados, certa mensagem que nos exortava a trabalhar, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem era constituída de dezessete páginas e veio assinada por um mensageiro que se Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança declarava “Um amigo espiritual”, que somente conheceria depois. Nenhuma das pessoas presentes se interessou em conservar o comunicado, inclusive eu mesmo, pois nenhum de nós, os companheiros que formavam o círculo de orações, poderia prever que a tarefa de escrever mediunicamente se desdobraria para mim, através de vários decênios. ... Tudo seguia em ordem, quando na noite de 10 de julho referido, dois dias depois de haver recebido a primeira mensagem, quando eu fazia as orações da noite, vi o meu quarto pobre se iluminar, de repente. As paredes refletiam a luz de um prateado lilás. Eu estava de joelhos, conforme os meus hábitos católicos, e descerrei os olhos, tentando ver o que passava. Vi, então, perto de mim uma senhora de admirável presença, que irradiava a luz que se espraiava pelo quarto. Tentei levantar-me para demonstrar-lhe respeito e cortesia, mas não consegui permanecer de pé e dobrei, involuntariamente, os joelhos diante dela. A dama iluminada fitou uma imagem de Nossa Senhora do Pilar que eu mantinha em meu quarto e, em seguida, falou em castelhano que eu compreendi, embora sabendo que eu ignorava o idioma, em que ela facilmente se expressava: — Francisco — disse-me pausadamente — em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, venho solicitar o seu auxílio em favor dos pobres, nossos irmãos. A emoção me possuía a alma toda, mas pude perguntar-lhe, embora as lágrimas que me cobriam o rosto: — Senhora, quem sois vós? Ela me respondeu: — Você não se lembra agora de mim, no entanto eu sou Isabel, Isabel de Aragão. Eu não conhecia senhora alguma que tivesse este nome e estranhei o que ela dizia, entretanto uma força interior me continha e calei qualquer comentário, em torno de minha ignorância. Mas o diálogo estava iniciando e indaguei: — Senhora, sou pobre e nada tenho para dar. Que auxílio poderei prestar aos mais pobres do que eu mesmo? Ela disse: — Você nos auxiliará a repartir pães com os necessitados. Clamei com pesar: — Senhora, quase sempre não tenho pão para mim. Como poderei repartir pães com os outros? A dama sorriu e me esclareceu: — Chegará o tempo em que você disporá de recursos. Você vai escrever para as nossas gentes peninsulares e, trabalhando por Jesus, não poderá receber vantagem material alguma pelas páginas que você produzir, mas vamos providenciar para que os Mensageiros do Bem lhe tragam recursos para iniciar a tarefa. Confiemos na Bondade do Senhor. Em seguida a estas palavras que anotei em 1927, a dama se afastou deixando o meu quarto em pleno escuro. Chorei sob emoção para mim inexplicável até o amanhecer do dia imediato. ... Duas semanas após a ocorrência, estando eu nas preces da noite, apareceu-me um senhor vestido em roupa branca que, por intuição, notei tratar-se de um sacerdote. 15 Saudei-o com muito respeito e ele me respondeu com bondade, explicando-se: — Irmão Francisco, fui no século XIV um dos confessores da Rainha Santa, D.Isabel de Aragão, que se fez esposa do Rei de Portugal, D.Dinis. Ela desenvolveu elevadas iniciativas de beneficência e instrução nos dois reinos que formam a Península, conhecida na Europa, e voltou ao Mundo Espiritual em 4 de julho de 1336. Desde então, ela protege todas as obras de caridade e educação na Espanha e Portugal. Foi ela que o visitou, há alguns dias, nas preces da noite, e prometeu-lhe assistência. Ela me recomenda dizer-lhe que não faltarão recursos para a distribuição de pães com os necessitados. Meu nome em 1336 era Fernão Mendes. Confiemos em Jesus e trabalhemos na sementeira do bem. Fato Pitoresco Emmanuel, guia espiritual de Chico, sempre foi muito severo e disciplinador quanto à mediunidade de Chico. Esse lhe fora grato pelas advertências em todo seu trabalho diante da Doutrina, porque se Emmanuel assim não agisse, dizia Chico, talvez a tarefa espiritual estivesse prejudicada, por sermos ainda muito displicentes em nossas obrigações. E assim recordando, ele refere-se a um acontecimento, que muito havia lhe marcado conquanto a maneira de julgar ao semelhante. — Trabalhava eu, contava Chico, num estabelecimento comercial, em Pedro Leopoldo, e tinha por obrigação a cada 15 dias, fazer plantão no domingo. Num desses dias, levantei-me, como sempre, muito cedo e após o café, dirigi-me, como sempre, a pé para o trabalho. Ao passar por um bar, que era o meu caminho, deparei com um grupo de jovens que estavam jogando numa mesa de bilhar. Chamou-me a atenção por ser apenas 7 horas da manhã. Segui meu caminho. Chegando a hora do almoço, fui para casa e, ao passar frente ao bar, os mesmos jovens ali estavam jogando. Passei às 17 horas, lá estavam e, retornando ao lar às 22 horas, para final do trabalho diário, reparei que os mesmos jovens ali continuavam e pensei: — Será possível, meu Deus, que esses moços não têm o que fazer, eu aqui voltando a essa hora, depois de um dia tão exaustivo, querendo ter mais tempo para as tarefas espirituais e eles aí, jogando as horas do dia até a noite numa Tema Livre tema Observando-nos Em nosso processo de aprendizado e evolução, nos deparamos com vários obstáculos a serem superados, obstáculos esses que são as oportunidades de aplicarmos em nós os esclarecimentos já recebidos quanto à nossa conduta, diante do próximo e da responsabilidade que nos cabe em tudo e a todos. Quando assim falamos, passa-se a impressão de que tudo está errado e que nós já atingimos uma condição moral exemplar, entretanto, queremos salientar que estamos nas mesmas condições de todo necessitado de Luz e, que “o maior obstáculo a ser superado está dentro de nós — o orgulho — e como conseqüência dele o egoísmo”1; por estas duas chagas que habitam em nós, criamos todos os outros obstáculos de ordem moral e 16 Fiquei calado porque tinha um nó na garganta. O padre retirou-se, e senti a premência do que desejava a nobre senhora, que eu não sabia ter sido, na Terra, tão amada e ilustre Rainha. No primeiro sábado que se seguiu às ocorrências que descrevo, fui com minha irmã Luíza (atualmente desencarnada) até uma ponte muito pobre, até hoje existente e reformada, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas, onde nasci, conduzindo um pequeno cesto com oito pães. Ali estavam refugiados alguns indigentes; parti os pães, a fim de que cada um tivesse um pedaço, e assim foi iniciado o nosso serviço de assistência que perdura até hoje.” Texto extraído do livro “Chico, Diálogos e Recordações...”, Carlos Alberto Braga Costa, União Espírita Mineira, 1ª ed., 2006, pp. 26-29. Imagem: http://www.chez.com/idylle/docs/imachico.jpg inutilidade dessas?!! Mas, de imediato, Emmanuel se postou à minha frente e argumentou: — Chico, tudo que existe na terra é criação de Deus. O bilhar é uma distração mental. Ele ajuda as criaturas a recompor-se de seus afazeres. O bilhar não é culpado de nada, os vícios todos estão nos procedimentos de cada um. Por vezes alguém, ao passar por uma mesa de bilhar, deixa de praticar um crime. Não julgue as criaturas, estejam elas fazendo o que for. Você já pensou se esses jovens não passassem o dia todo aqui, eles poderiam ser tentados a roubar, a matar e serem assediados pelos maus espíritos a se entregarem a delinqüência. Pelo menos ao jogar o bilhar, os espíritos que poderiam envolvê-los a essas práticas, cansam-se pela repetição do ato e os abandonam à procura daqueles que aí sim, estejam na ociosidade. — E para encerrar, concluiu Emmanuel: — Saibamos respeitar a bondade de Deus, que pouco entendemos. E Chico, também concluiu: — Cabisbaixo elevei meus agradecimentos a Deus pelos ensinamentos, desse mentor que me fez refletir mais, ante as ações dos semelhantes, que precisam ser entendidos e respeitados. Temos aí mais uma bela lição, dessa querida criatura que só deixou-nos bons exemplos. Todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver ou visitar Chico Xavier, ouviram muitos desses preciosos relatos de sua vida exemplar. Mais uma vez, obrigado, querido amigo. Érica livre material, nos posicionando como vítimas diante da vida — sim, somos vítimas —, mas, vítimas de nós mesmos, fruto da nossa irresponsabilidade, na falta de cumprimento de nossos deveres para com a vida. Observando o desenrolar do nosso dia-a-dia e os fatos que se sucedem em nossa sociedade, acabamos por realmente entender e aceitar os esclarecimentos da Espiritualidade Superior contidos no Evangelho de que, “a maior revolução que deve ocorrer em nosso planeta é de ordem moral”2, muito embora estejamos enfrentando problemas com as alterações climáticas, conseqüências de nossas interferências na natureza que também são frutos de nossa ganância material. Uma de nossas muitas falhas é com respeito ao processo educativo, que muito temos comentado, visto que esta é uma necessidade primordial de todos nós. E por entendermos ser Seareiro necessário aproveitarmos todos os apontamentos quanto ao problema da educação, vamos novamente reproduzir duas questões e suas respectivas respostas esclarecedoras contidas no livro “O Consolador”, para que possamos refletir quanto às nossas responsabilidades, visto que os nossos erros já são divulgados de forma até exploradora pelos meios de comunicação escrita, falada e televisiva, todos os dias e a todo instante, promovendo um clima de pessimismo e cabe a nós, portanto, divulgar os caminhos pelos quais podemos nos corrigir. “110 - Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra? — A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade. 112 - Como renovar os processos de educação para a melhoria do mundo? — As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre, que é a personalidade excelsa do Cristo.” Salientando a necessidade de nossa reforma, buscamos também no livro “Missionários da Luz”, um trecho de esclarecimentos recebidos por André Luiz na espiritualidade de seu Instrutor Alexandre que abaixo segue (capítulo 3): “Desde o primeiro dia de razão na mente humana, a idéia de Deus criou princípios religiosos, sugerindo-nos as regras de bem-viver. Contudo, à medida que se refinam conhecimentos intelectuais, parece que há menor respeito no homem para com as dádivas sagradas. Os pais terrestres, com raríssimas exceções, são as primeiras sentinelas viciadas, agindo em prejuízo dos filhinhos. Comumente, aos vinte anos, em virtude da inércia dos vigias do lar, a mulher é uma boneca e o homem um manequim de futilidades doentias, muito mais interessados no serviço dos alfaiates que no esclarecimento dos professores; Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” Mundo Espiritual Que definição se pode dar dos Espíritos? “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.” Nota - A palavra Espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente do Universo. (questão 76 de “O Livro dos Espíritos”) Quando Allan Kardec quis a explicação sobre como era o mundo espiritual, começou fazendo a pergunta acima. Talvez hoje, com a ampla difusão dos ensinamentos cristãos, não tenhamos tanta dificuldade para saber o que é um Espírito, mas há muita fantasia que ainda paira sobre esta palavra. Muita gente não associa os Espíritos às pessoas que já Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 417 livros psicografados por Chico Xavier, romances de diversos autores, revistas e jornais espíritas. Distribuição permanente de edificantes mensagens. Praça Presidente Castelo Branco - Centro - Diadema - SP Telefone (11) 4043-4500 com Roberto Horário de funcionamento: 8 às 19h30 Segunda-feira à Sábado alcançando o monte do casamento, muitas vezes são pessoas excessivamente ignorantes ou demasiadamente desviadas. Cumpre, ainda, reconhecer que nós mesmos, em todo o curso das experiências terrestres, na maioria das ocasiões fomos campeões do endurecimento e da perversidade contra as nossas próprias forças vitais. Entre abusos do sexo e da alimentação, desde os anos mais tenros, nada mais fazíamos que desenvolver as tendências inferiores, cristalizando hábitos malignos. Seria, pois, de admirar tantas moléstias do corpo e degenerescências psíquicas?” Como podemos observar, o lar é a base de nossas vidas ao qual estão vinculadas as nossas maiores obrigações e responsabilidades, mas infelizmente temos dado muito pouca importância ao aspecto moral e por isso estamos atravessando um período de colheita amarga; entretanto, não devemos encarar a vida como cheia de dificuldades e problemas, mas como oportunidades de reparos e crescimento moral. Lembramos mais uma vez que, esses comentários não são idéias nossas, mas, esclarecimentos que já recebemos e temos a obrigação de repassá-los e, principalmente nos esforçarmos para colocá-los em prática. Boa vontade é o mínimo que o Pai espera de nós, e será através de um comportamento reto que estaremos verdadeiramente divulgando as lições recebidas, sempre apoiados no Evangelho, como afirma Emmanuel. Que saibamos nos elevar, ao invés de promovermos o trabalho árduo àqueles que já evoluíram, em comparecer junto a nós em socorro por Misericórdia Divina, pois méritos ainda não temos. Roberto Cunha 1 O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XI - Amar o próximo como a si mesmo - O egoísmo. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I - Não vim destruir a lei A nova era. Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Tradução Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 3ª ed., 1991.; O Consolador - Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB, 23ª ed., 2001.; Missionários da Luz - André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB, 26ª ed.,1995. 2 viveram lado a lado conosco. Outros, só de ouvirem a palavra Espírito, se arrepiam todo e não querem comentar o assunto, com medo de “chamar coisa ruim”. Pela resposta dada à pergunta de Kardec, sabemos que os Espíritos fazem parte da criação divina e, como tal, não poderiam ser criados para o mal. Nada na obra de Deus é para o mal. Os Espíritos são seres inteligentes como nós, individualidades como nós e mais, possuem os sentimentos iguais aos nossos. Na antiguidade se atribuíam aos deuses as manifestações espirituais. Era o que a capacidade de entendimento dos povos podia alcançar. A história do povo hebreu está repleta de aparições de anjos, que vinham anunciar acontecimentos ou dar orientações. A mais notória aparição foi a do anjo Gabriel, que anunciou a Maria de Nazaré a vinda de Jesus. 17 Outra passagem importante é aquela em que Jesus sobe ao monte para conversar com os Espíritos de Moisés e Elias. Após a crucificação de Jesus, na história do cristianismo, vemos o relato de várias aparições a que, por orientação da Igreja, foram dados nomes de santos (Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Lourdes etc.) Com esta visão, podemos entender o que significa dizer que os Espíritos povoam o Universo. Eles estão por toda a parte e atuam com a sua inteligência a nossa volta constantemente. Deixemos de nos arrepiar quando se toca neste assunto, ou vamos continuar a nos assustar com o lençol branco pendurado no varal! Estamos em um período de evolução em que todos os assuntos e acontecimentos precisam ser estudados e raciocinados. Kardec só estudou o mundo espiritual porque foi levado por este tipo de pensamento: “Se a manifestação é inteligente, o que a provocou também é inteligente.” E foi atrás de respostas. Mudança Falamos muito na mudança interior que cada um deve efetuar sobre si mesmo. Antes, falávamos em sufocar os instintos, hoje falamos em mudá-los. O conhecimento, aliado à nossa vontade, pode provocar a mudança do instinto para o sentimento. O freio aos instintos, nos é que devemos exercer, não deixando que todos os nossos impulsos sejam concretizados, pois se tivermos o impulso de matar, não podemos dar vazão a ele. Por essa razão é que a mudança dos instintos deve passar primeiro por um autocontrole rígido, junto com a reflexão do que é certo ou errado em Observe Além Na casa triste, coberta pela capa da pobreza material, não entreveja apenas a presença da desesperança. Observe além. Ali existem mães, que dão o seu amor aos filhos que acalentam nos braços. No homem entregue ao leito da enfermidade, não Kardec em Estudo kardec Hoje, a Doutrina Espírita procura respostas para vários acontecimentos, que não encontramos no mundo material. P o r q u e ignorarmos o que nos rodeia, seja visível ou invisível? Procuremos a explicação racional dos fenômenos espirituais nos estudos sérios dos livros de Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita e de nosso Chico Xavier. Adolpho 31 de Março a 05 de Abril 2008 Kardec III Semana de 19h30 - Passe 20 horas - Palestra PALESTRAS 31/03 - A Importância dos Livros Espíritas - Aderbal Luiz Sereno 01/04 - Fenômenos da Natureza - Eugenivaldo Silva Fort 02/04 - Caracteres do Homem de Bem - Luiz Armando de Freitas Ferreira 03/04 - A Lei de Ação e Reação - Aziz Cury 04/04 - Fidelidade Doutrinária - Homero Morais Barros 05/04 - 17 horas - Prece de Encerramento na Banca nossas atitudes. de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” Para auxiliar nesta Praça Presidente Castelo Branco - Centro Diadema - SP auto-análise o Espiritismo oferece Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Diadema - SP - (11) 4044-5889 um material que enriquece o nosso conhecimento: o livro espírita. Devemos recorrer aos livros espíritas para podermos ter ferramentas para trabalhar a terra árida no nosso coração. Mas cuidado! Nem tudo que se diz espírita está de acordo com a Doutrina codificada por Allan Kardec. Por isso devemos estudar os livros da Codificação, para sabermos comparar e tirar as nossas conclusões, deixando de ir atrás de fantasias que só nos iludem. As facilidades que Deus nos proporciona para que possamos evoluir são imensas, só falta termos a vontade de aproveitá-las. Vitório existe apenas a presença da dor. Observe além. No coração de quem se internou no campo da meditação interior, sob a égide da longa enfermidade, hiberna uma alma que se evoluirá sob a luz da regeneração. Não se deixe confundir pelas aparências externas. Por detrás de cada fato espiritual materializado há um coração que se refaz. Não nos dá a natureza esse exemplo, quando a tudo renova sob a bênção da chuva e dos temporais? J. Alexandre em estudo Os Animais e o Homem O Livro dos Espíritos - Parte II - Capítulo “Dos Três Reinos” Questão 606: Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados? “Do elemento inteligente universal.” a) Então emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais? “Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.” 18 Que a Paz do Senhor esteja com você! E que os bons Espíritos nos iluminem nesse estudo para que possamos tirar o maior proveito possível para nossa vida! A coluna Kardec em Estudo deste mês vai tratar sobre a questão 606 de O Livro dos Espíritos. Mas antes de iniciarmos, gostaria de compartilhar com você, leitor, alguns questionamentos que têm me acompanhado nos últimos tempos. O nome da coluna me fez pensar na importância do estudo sério e Seareiro sistemático, como nos alerta o Espírito de Verdade: “Espíritas! Amem-se, eis o primeiro ensinamento; instruam-se, eis o segundo.”1, para que possamos nortear a nossa vida, com a Verdade que o Cristo tem nos ensinado e que o Espiritismo vem reviver, sem as ilusões que alimentamos nesses dois milênios; além de nos chamar a atenção para a importância das obras da Codificação, e, por extensão, das obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier, que são uma fonte de conhecimentos muito rica e atual, onde encontramos consolo e estímulo para recomeçarmos, por ação de nossa vontade, a trilhar o caminho do amor, escolhendo a porta estreita. Para iniciarmos nosso estudo, é bom termos em mente essas palavras de Agostinho: “O progresso é uma das leis da natureza. Todos os seres da Criação, animados ou inanimados, estão sujeitos à lei do progresso, pela bondade do Pai Celestial, que deseja que tudo se engrandeça e prospere.” 2 Sabemos que o Universo é constituído por dois elementos: o elemento material e o elemento inteligente, e acima de tudo, Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Os espíritos nos ensinam que “tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda não podeis apreender. Assim, as coisas aparentemente mais díspares têm pontos de contacto que o homem, no seu estado atual, nunca chegará a compreender.”3 Uma forma grosseira de ilustrarmos o elemento Contos inteligente universal dando origem a princípios inteligentes distintos (homem e animal) é compararmos com o elemento químico carbono que origina o carvão mineral e o diamante, havendo como diferença entre eles a formação da cadeia cristalina. Tendo em mente que a lei do progresso é universal (não se aplica só ao homem), podemos imaginar “numa escala evolutiva, que não sabemos determinar, o princípio que anima esses seres vivos vai como que incorporando em si próprio toda uma bagagem de instintos, de emoções, de sensibilidade, que, num Dia da Criação, resulta num espírito que adquire consciência de si mesmo e individualidade, atingindo os horizontes dos seres humanos.”4 Não nos esqueçamos também que Deus, em sua infinita sabedoria, não cria nada sem um propósito, “é assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo.”5 Essa dificuldade de compreendermos mais das obras de Deus provém do nosso orgulho e da nossa ignorância e cabe somente a nós aproveitarmos as oportunidades que nos são dadas de auxiliar o nosso próximo, alargando nossos horizontes, pois assim deixamos de olhar somente para nós mesmos e levantemos a cabeça para vislumbrar a grandiosidade da Criação Divina. Guilherme 1 O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5. Tradução de Roque Jacintho. 1ª ed. São Paulo: Ed. Luz no Lar, 1987, p. 145. 2 O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 19. Tradução de Roque Jacintho. 1ª ed. São Paulo: Ed. Luz no Lar, 1987, p. 81. 3 O Livro dos Espíritos, parte II, cap. XI, questão 604. Tradução de Guillon Ribeiro. 84ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, p. 297. 4 Reencarnação - Roque Jacintho. 2ª ed. São Paulo: Ed. Luz no Lar, 1990, p. 14. 5 O Livro dos Espíritos, parte II, cap. IX, questão 540. Tradução de Guillon Ribeiro. 84ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, pp. 273-4. contos O Leão e o Mico O Leão andava de olho no Mico. — Ainda vou jantar esse Mico! Pensava ele. Por isso, o Leão vivia rondando o Mico, que sempre fazia suas micagens nos galhos das árvores mais altas. O Leão esperava que o Mico um dia se distraísse para abocanhá-lo, mas nunca conseguia. Um dia, porém, o cipó em que o Mico se balançava quebrou e ele caiu pertinho das garras do Leão. Mais que depressa, o Leão pulou em cima do Mico e botou as patas sobre ele. Lambendo os beiços, pronto para comê-lo, o Leão rugia vitorioso. Preso, o Mico se debatia inutilmente. Já até via a grande dentada! Tremendo, o Mico pediu, implorou para que não o comesse e lhe devolvesse a liberdade. Contudo, o Leão, apenas rosnava todo contente. — Nada de macaquice! dizia o Leão. De repente, o Mico parou de se bater. Fingindo calma, o astuto Mico disse ao Leão: — Amigo, concordo que me prenda e me coma, sem medo de indigestão, já que minha carne é muito dura! Mas peço que, pelo menos, arrume sua juba, porque Leão de juba despenteada perde toda majestade quando come sua caça. Muito vaidoso, o Leão levantou as patas para arrumar a juba. Espertamente, o Mico escapou voltando para a árvore. O Leão, ao perceber que foi enganado, ficou urrando e bufando de raiva. Olhava o Mico a balançar-se e rir, segurando-se com o rabo nos galhos da árvore. — Desça aqui que estou com fome! urrou o Leão outra vez. Nessa hora o Mico gritou bem alto: — Quem é vaidoso, da vaidade se alimente! Arrume sua juba, seu bobo! E lá se foi o Mico, continuar com suas micagens. Texto adaptado por Reinaldo Bibliografia: Texto e ilustração adaptadas do livro “Histórias que Vovó contava”, capítulo “O Leão e o Mico” - Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 3ª ed., 1992. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 19 Responsável FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela ECT Em ___/___/___ Reintegrado no serviço postal em ___/___/___ Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Mudou-se Desconhecido Ausente Recusado Não procurado Endereço insuficiente Não existe número indicado PARA USO DOS CORREIOS Destinatário Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Caixa Postal 42 Diadema - SP 09910-970 . . . 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