guia do olhar - Olhar da Comunidade

Transcrição

guia do olhar - Olhar da Comunidade
GUIA DO OLHAR
Com os olhos no futuro
para alimentar a vida
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Apresentação
Está nas raízes do Rabobank apoiar ações que levam cultura e educação às sociedades onde atuamos. A nossa missão como banco focado no agronegócio e de origens
cooperativas é criar valor e prover conhecimento para as comunidades rurais. Por
isso, é com muito orgulho que patrocinamos o Olhar da Comunidade – que tem a
intenção de valorizar o campo através da fotografia, ressaltando os diferenciais
locais a partir do olhar da própria comunidade.
O projeto vem ao encontro com a nossa filosofia global de Banking For Food, que
visa fomentar iniciativas que contribuam com o futuro sustentável do nosso planeta.
Retratar a importância do agronegócio através da fotografia, nos leva à reflexão dos
desafios de produtores rurais para alimentar cerca de nove bilhões de pessoas em
2050.
E é com essa visão de um futuro melhor e mais sustentável que esperamos que
aproveite todo aprendizado que será compartilhado. Que esse projeto desperte em
você um olhar mais apurado da fotografia, da comunidade a sua volta e da importância do campo para todos nós!
Equipe Rabobank Brasil
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Introdução
O momento em que
uma coisa se transforma em outra
é o momento mais bonito
Vik Muniz
Ao participar do OLHAR DA COMUNIDADE, queremos que você, por meio
da fotografia e da arte, encontre sua “voz” e uma oportunidade de mostrar o
mundo a partir da sua perspectiva crítica.
Junto da experiência estética, exercite novos olhares do mundo que lhe rodeia.
Queremos que você enxergue profundamente o lugar em que vive e tudo o
que nele há de bom e merece ser valorizado ou o que precisa ser modificado:
paisagens, costumes, pessoas e o que mais fizer parte da sua realidade –
você tem um importante papel para transformá-la.
Esse é o momento de discutir com seus colegas e orientadores sobre as diversas possibilidades que a arte pode oferecer.
Clique com um novo olhar e aproveite
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ROTEIRO 2016
Sapezal
Lucas do Rio Verde
Goianésia
Cristalina
Campo Verde
Rondonópolis
Patos de Minas
Franca
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Conversas sobre o processo
criativo, o lugar e a arte
ARTE
FLAVIA MIELNIK
A arte está presente a nossa volta e com ela compomos a história de uma
sociedade. Cada indivíduo tem sua forma de trabalhar, possuindo um repertório
de conhecimento, estabelecendo relações particulares com o mundo e com o
tempo em que vive.
E Para que serve a arte? Ela provoca, instiga, e estimula os nossos sentidos,
sugerindo novas possibilidades de viver e de se organizar no mundo.
A história da arte está relacionada à cultura dos mais variados povos existentes.
Podemos estudar o desenho, a fotografia, a escultura, a instalação, a intervenção, a gravura, a performance, (através da história da arte) e entender como as
manifestações artísticas estão ligadas à urgência de dizer algo. Ela atravessa os
tempos, criando e contando o passado e recriando o presente.
A arte rupestre foi a primeira demonstração
de arte que se teve notícia na história da
humanidade. Seus vestígios datam de antes
do desenvolvimento das grandes civilizações e tribos. Elementos encontrados na
natureza se transformavam em material
para a produção de imagens: terra vermelha,
carvão e pigmentos amarelos. Os desenhos
eram realizados em peles de animais, cascas de árvores e em paredes de cavernas.
Nestas primeiras manifestações através do
desenho, vemos a necessidade de comunicação humana e a força de uma imagem
como fonte de informações que nos relata
sobre o tempo e os costumes de uma época.
Serra da Capivara, Piauí - Brasil
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EXPOSIÇÃO
Em uma exposição, apresentamos publicamente as manifestações artísticas.
Ela se desenvolve num espaço determinado durante um dado período de tempo.
É o lugar onde acontece o diálogo entre curadores, obras e artistas. É um evento
que pode acontecer em diferentes locais. Ao longo do tempo, o espaço expositivo
sempre foi repensado, passando por transformações.
Hoje em dia, a arte transita tanto pelos espaços convencionais (museus e galerias), quanto pelos não convencionais como a rua, o metrô, as praças e a natureza.
Estes espaços agregam ao trabalho características físicas e simbólicas, tornandose também parte da obra.
Museu do Louvre, um dos maiores e mais famosos museus do mundo.Paris, França.
Masp, Museu de Arte Moderna de São Paulo.São Paulo, Brasil.
MoMa, Museu de Arte Moderna. Nova York, Estados Unidos.
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ESPAÇO EXPOSITIVO
A palavra museu, de origem grega, significa “templo das musas”. É o local destinado ao estudo das artes e das ciências. São instituições sem fins lucrativos que
conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico,
científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a
serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.
“As primeiras coleções de arte eram privadas e pertenciam a pessoas poderosas, de
grande poder aquisitivo. Já a primeira coleção pública, o primeiro museu do ocidente, é o Museu do Louvre, inaugurado em Paris em 1793. Em ambos os casos, as
paredes eram repletas de obras. Diferentemente dessas coleções de arte, a arte
moderna, que começa a tomar corpo no século XIX, demanda um novo tipo de distribuição das obras no espaço, com menos acúmulo, mais respiro entre elas e uma
predominância das formas retas e das cores brancas. Baseados no conceito de autonomia da arte, os espaços museológicos consagrados à exibição da arte moderna
são chamados de “cubos brancos”. Em 1929, é inaugurado, em Nova York, o primeiro Museu de Arte Moderna, o MoMa, com uma arquitetura modernista que privilegia
a ideia de uma neutralidade para abrigar uma arte que deve falar por si mesma”
Katia Canton, Espaço e lugar, pg 16.
CATÁLOGO
A galeria é um espaço arquitetônico que expõe e principalmente comercializa
as obras de arte. Normalmente os galeristas convidam os artistas a fazerem parte
de suas galerías. O objetivo é introduzir o artista no mercado da arte.
O catálogo é o suporte material onde está documentado uma exposição.
Ele é uma publicação composta pelo registro fotográfico das obras expostas,
textos e informações referentes à exposição. Este material possibilita entrar
em contato com o conteúdo exposto mesmo depois que uma exposição termina. Podemos guardá-lo em nossa casa para consultar e revisitar sempre
que sentirmos vontade.
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CURADORIA
Embora nem sempre o grande público se dê conta, por trás das exposições de arte
existe um trabalho conceitual e operacional, envolvendo profissionais das mais
diversas áreas.
Fazer curadoria de arte é cuidar do processo de organização e montagem de
uma exposição artística, formada por um conjunto de obras de um ou vários artistas, a partir da seleção prévia feita pelo curador. Envolve sempre uma atividade
reflexiva e interpretativa. No seu trabalho, o curador opta sempre por uma narrativa que alinhave a exposição.
Até os anos 70, os curadores estavam basicamente ligados à atividade museológica de lida com o acervo. Sua função não era muito bem definida, confundindo-se
com a figura do diretor do museu, responsável também pela gestão administrativa
e articulações políticas.
CADERNO DE ARTISTA
Atualmente, o papel do curador de arte vai além do da organização, sendo também responsável pela intermediação entre a o artista, a crítica artística e o mercado consumidor da arte. O trabalho de um curador possui um importante compromisso educacional na sociedade, agindo como um mediador cultural entre a arte
e a população que visita às exposições.
O caderno de artista é uma forma de diálogo entre o artista e sua obra. É
um objeto auxiliar na formação e organização do artista em sua produção e assemelha-se a uma gaveta de poéticas, ideias e memórias. Ele guarda elaborações
poéticas que mais tarde poderão ser transformadas em obras.
Ter um caderno por perto, para um artista, é ter a segurança de que suas ideias não
serão esquecidas (por ele mesmo) e que poderão ser consultadas sempre que for
preciso.
Louise Bourgeois, desenho para o museu
Guggenheim em Bilbao.
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Frida Kahlo, Diário: Um autorretrato íntimo.
MOVIMENTOS ARTÍSTICOS
LAND ART
Durante toda a história da arte, os museus e as galerias foram os lugares pré-concebidos para receber a arte. A partir de 1960, inicialmente nos Estados Unidos, a
arte começou a se expandir para além dos muros do museu, buscando um diálogo maior com a cidade e com a realidade da vida dos artistas. Se traduzido, corresponde a “arte da terra” tendo como principal característica a utilização de
recursos provenientes da própria natureza para o desenvolvimento do produto
artístico.
Spiral jetty, a construção
do trabalho começou
em 1970 e até hoje
segue neste lugar,
transformando-se
com o tempo.
Robert Smithson
“Na tentativa de transformar o espaço
de “fora”, em oposição aos espaços
institucionais das paredes museológicas, o espaço de “dentro”, os artistas se
lançaram à ocupação do espaço externo, que muitas vezes coincidia com o
espaço da natureza. Essa ocupação
transformou-se em um movimento
artístico chamado land Art, que se
caracteriza não por ser uma arte de paisagens sistematizadas como gênero
pela Academia de Belas-Artes desde o
século XVII, mas sim como uma arte
feita na paisagem. Por trás da ideia da
land Art, está portanto o desejo de
mapear um novo território artístico”.
Katia Canton, Espaço e lugar, pg 18.
Rain Shadow,1974
Andy Goldsworthy
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REGISTRO FOTOGRÁFICO
A fotografia e o vídeo são algumas das ferramentas utilizadas para registrar um
trabalho artístico realizado na natureza. A arte no meio rural tem o caráter de ser
efêmera – exposta ao sol e a chuva, não se sabe o tempo que perdurará no território – então, o registro fotográfico torna-se a forma de levar imagens da obra
feita em lugares externos para o interior de um museu ou de uma galeria. E
assim poderá fazer parte de uma exposição, de um catálogo, de uma página
web, entre outros.
Aparador, 2006
Fotografia, 110 x 73 cm
Nino Cais
Cantando na chuva, 2014
vídeo 4’15
Berna Reale
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Comunhão, 2006
Fotografia, 50 x 75 cm
Rodrigo Braga
SITES E REFERÊNCIAS
Museus do Brasil e do mundo
http://blogillustratus.blogspot.com.br/2010/01/museus.html
Art Project Visita virtual a 17 museus do mundo
https://www.google.com/culturalinstitute/project/art-project
Museu do Louvre, Paris, França
http://www.louvre.fr
MoMa – Museu de Arte Moderna de Nova York
http://www.moma.org
MAM – Museu de Arte Moderna da São Paulo.
http://mam.org.br
Instituto Inhotim, Minas Gerais, Brasil
http://www.inhotim.org.br
Obra completa de Andy Goldsworthy
http://www.goldsworthy.cc.gla.ac.uk
Obra completa de Rodrigo Braga
http://www.rodrigobraga.com.br
Obra completa de Leonilson
http://www.projetoleonilson.com.br/palavra.php
Linha do tempo da Historia da Arte
http://www.historiadaarte.com.br/linha/default.html
Texto
Flavia Mielnik
Bibliografia
Canton, Katia. Espaço e Lugar. WMF Martins Fontes, 2009.
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Oficina de fotografia
KARINA BACCI
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
A fotografia surge no século XIX, em um momento de busca pela melhoria de imagens
nos meios de comunicação. Considerando que naquela época a maior parte da população era analfabeta, fazia-se cada vez mais necessário o uso da informação visual.
A câmera escura é uma caixa com pequena abertura frontal que
projeta imagens e foi usada desde a Antiguidade para produzir
desenhos. Com o tempo ela foi sendo aperfeiçoada até à câmera
fotográfica.
Alguns inventores: os franceses Niépce, Daguerre, Bayard, Hércules Florence (francês
residente em Campinas) e o inglês Talbot tentavam, simultaneamente, descobrir um
meio de fixar as imagens da câmera escura em um suporte como papel, cobre, vidro e
outros. Para isso, precisavam descobrir substâncias químicas para revelar e fixar essas
imagens.
A primeira foto, de que temos conhecimento, foi tirada por Niépce em 1826, e a imagem
exigiu por volta de 8 horas de exposição. Daguerre é considerado o inventor da fotografia
com o daguerreótipo (primeiro nome da fotografia) de 1839, que consiste em uma lâmina
de prata fundida a uma placa de cobre, formando uma imagem única.
Vista da janela em Le Gras, 1826
Niepce.
Boulevard du Temple, em Paris, 1838
Louis Daguerre.
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Muitos procedimentos na busca pela descoberta de um meio mais rápido, mais barato e
com maior exatidão são desenvolvidos antes do que conhecemos como fotografia hoje.
O cartão de visita, inventado pelo francês Disdéri, em 1854,
produzia imagens de 6 x 9 cm com 8 fotos na mesma chapa.
Essa invenção trouxe a popularização da fotografia por ser
mais barata e mudou a estética fotográfica, passando a usar
cenários como telão pintado, colunas, mesa, roupas e colorindo imagens, o que se tornou um modismo.
Em 1888, Eastman inventa a primeira câmera portátil da
Kodak, o que torna a fotografia mais democrática, pois agora
todos podem fotografar e não precisam ir a um estúdio. A propaganda da primeira câmera portátil, “Você aperta o botão e
nós fazemos o resto”, já informava sobre o uso automático
de seus recursos.
Cavalheiro, 1860
Disdéri.
FUNÇÕES DA FOTOGRAFIA
A fotografia abarca diversas áreas: jornalismo, ciência, publicidade e artes, entre outras.
As pessoas fotografam para guardar lembranças dos fatos e das experiências, fotografam para possuir imagens das coisas que as interessam e que queiram rever ou compartilhar, fotografam num exercício do olhar para captar de uma forma instigante o mundo
que as cerca e fotografam para informar, entre muitas outras finalidades.
FOTOGRAFIA E ARTE
Enquanto algumas pessoas queriam que a fotografia fosse aceita no meio artístico, muitas eram contra, pois diziam que a foto era produto da câmera e não do fotógrafo, um
processo mecânico. Fotógrafos rebatiam dizendo que era o olhar do fotógrafo que manipulava a câmera na foto, assim como um pintor manipula seu pincel. Demorou quase um
século para perceberem que essa discussão se trata de um falso problema e reconhecer
a fotografia como arte.
MOVIMENTOS IMPORTANTES
DA HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
• Pictorialismo – segunda metade do século XIX
Primeiro movimento fotográfico realizado em grupo com troca de conhecimento e experiências. Este foi um movimento de fotógrafos que manipulavam suas fotos usando dife-
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rentes artifícios como pigmentos, lentes antigas, telas, desfoque, fotomonatagem etc.
criando um distanciamento da realidade e acreditando que assim davam um caráter
artístico e único à imagem. Os temas e a composição permaneciam similares ao da pintura: paisagem, retratos.
Jovem sentado na pedra, 1907
Fred Holland Day.
As duas formas de viver, 1857
Oscar Gustave Rejlander.
• Fotografia direta ou fotografia pura – a partir de 1907
Fotógrafos defendem a fotografia sem manipulação como forma de arte. A fotografia
como ato espontâneo, em relação direta com a realidade, a fotografia se alimentando da
vida sem artifícios. Revalorização do olhar priorizando os elementos fotográficos: enquadramento, composição, luz, escolha de temas documentais ou geométricos, sem a
necessidade de manipulação na imagem.
O fotógrafo Alfred Stiglitz organizou exposições; abriu a galeria 291, onde expôs obras
de fotógrafos e de pintores impressionistas que não eram aceitos nos salões de arte e
fundou a revista Câmera Work para divulgar esse movimento.
Classe Econômica, 1907
Alfred Stieglitz.
Pimentão, 1930
Edward Weston.
Sombras abstratas na varanda, 1917
Paul Strand.
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• Vanguardas – primeira metade do século XX
A arte moderna teve diversos movimentos chamados de vanguardas, que propunham
novas visões para as artes. Muitos utilizavam a fotografia como forma de expressão e
faziam diferentes experimentos com ela usando montagens e experiências laboratoriais.
Manipulações realizadas no movimento dadaísta (1916 a 1921) de forma crítica, irônica
e provocativa contestavam a moral, os costumes, a política e a própria arte e no movimento surrealista (década de 20 – 1969). Propunham uma liberdade de espírito em
contraponto com a racionalidade da época, sem preocupação estética ou moral. O movimento foi norteado por uma nova sensibilidade como forma de autoconhecimento e teve
relação com o inconsciente baseado em Freud. Usando esses artifícios para se aproximar
da ideia de sonhos, fantasia, alucinações.
Ambos os movimentos deixaram de ter uma preocupação puramente estética para se
tornarem mais questionadores e conceituais .Dessa forma, trouxeram o espectador para
o campo das ideias, para além da habilidade manual.
Exemplo: Man Ray, fotógrafo do movimento dadaísta e surrealista.
Beijo,técnica raiografia (fotograma), 1922
Man Ray.
Violino de Ingres, 1924
Man Ray.
• Construtivismo
Movimento estético-político que também utiliza a fotografia. Rodchenko, um dos fundadores do construtivismo russo, fazia uma fotografia socialmente engajada, inovadora, e
oposta ao retrato estético da época, explorando diferentes ângulos, eliminando detalhes
desnecessários e enfatizando a composição diagonal dinâmica. Também criou muitos
cartazes políticos com fotomontagem.
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No telefone, 1928
Alexander Rodchenko.
Capa de Revista, 1924.
Alexander Rodchenko.
Garota com Leica, 1934.
Alexander Rodchenko.
A fotografia também exerce papel importante nas vanguardas alemãs.
Na Alemanha, encontra-se associada a outras pesquisas artísticas
como na escola Bauhaus em 1919. Com a arquitetura como arte aglutinadora, a fotografia está relacionada à geometrização e experiências
com fotogramas.
Nos anos 50 na Alemanha, outro movimento surge: a Fotografia Subjetiva, com fotos muito próximas de objetos industriais e usando diferentes
ângulos na construção de imagens abstratas.
Gotas Refletoras, Fotografia Subjetiva: Fotoforma, 1950
Peter Keetman.
O duo das irmãs bailarinas Olly e Dolly, 1925
Bauhaus: Lászlo Moholy Nagy.
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A Pop Arte demonstrava em suas obras a
massificação da cultura popular capitalista.
Se apropriando de imagens de consumo
como produtos, celebridades, logomarcas
e histórias em quadrinhos e fazendo intervenções sobre elas. Procurava a estética
das massas, tentando achar a definição do
que seria a cultura pop.
Marilyn Monroe, 1962
Andy Warhol.
• Contemporânea
A arte contemporânea é bem aberta à fotografia e mistura seus diferentes movimentos e
temas. Propõe um retorno aos processos antigos da fotografia, assim como utiliza a
câmera digital. Aparece de forma convencional ou misturada a diferentes formas de arte
como a pintura, a escultura, a Land Art, a performance, a instalação, o vídeo e o cinema.
A junção entre essas diferentes linguagens cria uma nova estética com possibilidades
inovadoras. As evoluções tecnológicas trazem diferentes possibilidades e a relação dessas novas linguagens.
Galerias e museus expõem fotografias de fotojornalistas, documentaristas, artistas – não
necessariamente fotógrafos - entre outros.
Eu construindo uma pirâmide, 1978
(autorretrato e performance)
Duane Michals.
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Experiência de Cinema, 2004
Projeção sobre fumaça de imagens apropriadas.
Rosangela Rennó.
Instalação com projeção de fotos sobre tecido.
Miguel Rio Branco.
Para sempre solitário, 1969
(fotopintura)
Jan Saudek David.
COMPOSIÇÃO
A composição se refere à maneira
como organizamos a disposição
dos objetos em cena. Isso pode ser
feito pela mudança dos objetos,
pelo movimento natural das pessoas ou pelo movimento da câmera
em busca dos diferentes pontos de
vista possíveis, nos quais podemos
evidenciar ou esconder objetos ou
pessoas.
Existem maneiras de tornarmos a
composição de uma imagem mais
harmônica seguindo alguns concei-
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tos que já se tornaram característicos da linguagem fotográfica. Porém, devemos lembrar
que isso não é uma regra, e que muitos fotógrafos quebraram propositadamente esses
conceitos. No entanto, observamos de forma recorrente o uso dessa linguagem na fotografia profissional e amadora, pois, muitas vezes, torna a fotografia mais expressiva.
Às vezes, visualizamos o fundo da foto primeiro e esperamos o tempo necessário até que
algo aconteça para tornar aquela cena mais intrigante, como o contraste entre uma pessoa e os prédios do grafite, ao fundo, ou o gato à espreita e o voo da pomba, ou ainda o
pouso de uma pomba em uma escultura que aparenta desolamento etc.
Linhas
Nosso olhar percorre as linhas da imagem nos direcionando para algo de destaque ou
nos fazendo percorrer o enquadramento da imagem, criando perspectiva ou geometria
na imagem.
Na primeira imagem, as linhas preenchem o enquadramento, formam uma moldura
e direcionam nosso olhar para o pássaro.
Na segunda foto, a linha formada pela estrada cria perspectiva.
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Formas
O uso de diferentes formas pode criar imagens geométricas interessantes.
A repetição de formas também pode deixar a composição harmônica.
Tanto a cortina como a árvore criam uma moldura nas imagens.
Na primeira imagem predominam linhas retas formando retângulos e o triângulo da cortina.
Na segunda imagem predominam as formas circulares da árvore e da lua.
Regra dos terços ou proporção áurea
É como se tivéssemos duas linhas imaginárias cortando na vertical e na horizontal nosso
enquadramento, dividindo a imagem em três partes, nas quais dispomos a composição
em 1/3 ocupado por uma parte da cena e 2/3 por outra.
Geralmente, na composição um olhar mais iniciante acaba centralizando o objeto principal na cena, impedindo a percepção do que há ao redor e, muitas vezes, permitindo que
elementos não importantes entrem na imagem. Isso pode deixar a composição confusa
ou sem graça. Nas fotografias profissionais, o que ocorre com mais frequência é os fotógrafos descentralizarem o objeto usando a regra dos terços para dar-nos uma percepção
geral da cena e não só do centro. Nesse sentido, a dica é observar a cena de fora para
dentro, pois assim notamos a composição como um todo.
Na primeira imagem, o sujeito é deslocado para o canto, dando para visualizar o fundo visto por ele.
Na segunda imagem, a escada forma uma espiral, lembrando a proporção áurea.
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Cor
A cor é um elemento que chama atenção. Cores vibrantes como amarelo, vermelho e
laranja tendem a chamar nossa atenção. Em imagens onde predomina uma cor a presença de um objeto de cor diferente também chamará atenção. Por exemplo: numa imagem
de paisagem predominantemente verde na qual temos uma flor vermelha, a flor chamará
nossa atenção positivamente se quisermos dar ênfase a ela. No entanto, se nessa imagem tivermos lixo no chão, como um papel branco, uma lata vermelha ou um objeto de
outra cor, isso pode ser ruim se não quisermos dar destaque para esses objetos.
O mesmo acontece na foto em preto e branco. Se for predominantemente cinza, o branco chamará atenção. Se for predominantemente branca, o cinza ou o preto é que chamarão atenção.
Os animais se destacam no fundo claro na primeira imagem, enquanto a janela clara se destaca
na imagem com fundo escuro.
Palavras
Ao observarmos uma imagem, fazemos uma leitura visual dos elementos. Se houver
algo escrito nela, isso pode ser positivo ou negativo, pois leremos a palavra e associaremos a imagem a ela. Por exemplo, se fizéssemos o retrato de alguém com a palavra
“lixo” atrás, aparentemente estaríamos desmerecendo esta pessoa, mas no entanto, se
contextualizarmos socialmente, a foto poderá ganhar um significado crítico.
Na imagem, as palavras escritas no vidro
da exposição se associam às pessoas
sentadas, enfatizadas por suas posturas
que coincidem com a escrita.
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Enquadramento
É o recorte que fazemos na imagem selecionando o que entra e o que sai.
Moldura
A ideia de criar uma moldura no enquadramento pode tornar a imagem mais
interessante. Ao invés de abrirmos nosso campo de visão para fotografar algo,
podemos nos aproximar de uma árvore, folhas, objetos, buracos, janelas etc.
pa­ra usá-los como moldura da foto.
Assim, nos colocamos no ponto de vista daquele que espreita, e o espectador
também terá esta sensação ao olhar a
foto.
Nas imagens, a árvore e
a cortina criam uma moldura.
Ângulos
É interessante procurar diferentes ângulos para paisagens e objetos, pois saímos do
olhar comum, da altura dos olhos. Fotografar alguém de baixo para cima enaltece a pessoa, dando impressão que ela é maior. Fotografando de cima para baixo achatamos a
pessoa.
Prédio Copan visto de baixo para cima e criança vista de cima para baixo.
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Ponto de vista
Podemos alterar a disposição dos objetos conforme experimentamos mover a câmera
para os lados, para cima, para baixo, mudando o ângulo, agachando, aproximando ou
distanciando, modificando a proporção destes.
Podemos nos colocar diante de um objeto transparente para dar a ideia de sobreposição
de imagens.
Podemos também:
Esconder um carro indesejado numa cena de paisagem se nos movermos, deixando-o
atrás de uma árvore.
Esperar alguém se mover até ficar na posição central de uma moldura criada por outro
objeto.
Agachar para dar uma proporção maior à grama.
Aproximar uma mão da lente para criar uma proporção maior, de modo que uma pessoa
distante pareça estar sobre a mão.
Fotografar através de uma janela molhada pela chuva, para ter as gotas sobrepostas à
cena.
Paisagem vista através de janela molhada pela chuva e criança através do buraco da parede.
Luz
Foto-grafia quer dizer escrever (grafia) com a luz (foto).
A luz é a essência da imagem fotográfica. É ela quem sensibiliza o sensor e permite a
captação da imagem. Sem luz não há foto.
Todos os recursos da câmera envolvem a relação com a luz. Uma bela iluminação pode
fazer a foto ficar mais atraente, ou pode até mesmo ser o tema da nossa foto.
O flash só é usado quando não temos iluminação suficiente, quando a luz do lugar não é
boa ou quando precisamos de uma luz de preenchimento, isto é, quando for necessário
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clarear uma área escura. Na maioria das fotos é aconselhável não usar flash com a finalidade de captar a luz natural. Prestar atenção nas mudanças de luz e de cor também pode
fazer muita diferença numa imagem.
FONTE DE LUZ NATURAL • SOL
Pela manhã e no fim da tarde o sol está mais baixo – produz uma sombra maior no
chão, mas diminui a sombra no rosto.
Por volta de meio-dia produz sombra abaixo dos olhos e no pescoço – neste caso,
o ideal é usar um rebatedor de luz abaixo do rosto para amenizar a sombra (areia e
neve são rebatedores naturais nesta situação).
No pôr do sol, a luz é mais avermelhada e no nascer do sol, é mais próxima do
magenta.
FONTE DE LUZ ARTIFICIAL • LÂMPADAS, FLASH
Luz dura – Sombras fortes e marcadas. Contraste (entre alta e baixa luz) – sol a
pino e luz direta.
Luz suave – Sombras tênues – dia nublado ou sombrinha.
Luz difusa – Ameniza a sombra – luz difusa por cortina, papel branco, papel vegetal ou hazy.
Luz pontual
Luz paralela
Luz 45°
Luz paralela com rebatedor
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Contraluz
Direção da luz
45° produz sombras diagonais – fica evidente a perspectiva e profundidade da cena –
mais usada em retratos.
Paralela – no retrato produz luz lateral e outro lado fica na sombra (dramática), no objeto ressalta a textura e o seu volume.
Contraluz – luz por trás do objeto ou sujeito – forma só a silhueta deste na foto
subexposta ou estoura a luz do fundo com a superexposição.
Luz frontal – chapa a cena, reduz relevo (pouco usada).
Luz frontal superior – produz sombras duras e olheiras (é conveniente que a pessoa
direcione o rosto para a luz, com o objetivo de não produzir essa sombra).
Luz de baixo para cima – mais dramática, obscura.
Rebatedor – luz de preenchimento (ameniza o contraste da cena), usado para refletir a
luz – pode ser branco, prata ou dourado. Podemos substituir o rebatedor e usar cartolina
branca, chapa de isopor, papel alumínio ou espelho para rebater a luz.
RECURSOS DA CÂMERA
Modos de exposição da câmera
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Automático
A câmera controla todos os recursos automaticamente.
Programado (P)
Opção de mudar ISO, WB, EV etc.
Ajusta automaticamente a velocidade e a abertura.
Manual (M)
Controle manual de todos os recursos da velocidade
e da abertura.
ISO (International Standards Organization)
Padrão escolhido para a sensibilidade à luz das películas (filme) ou do sensor (digital).
Quanto maior o ISO do filme, maior é a sua sensibilidade à luz, de modo que a velocidade
seja maior. Porém, a qualidade de imagem é pior (fica com mais ruído, mais pixelada no
caso da digital).
ISO 80/100/200
São usados em dias com sol ou flash.
Obs.: pode ser usada com baixa iluminação ou em fotos noturnas quando se quer velocidade lenta. Por exemplo: para algo que está em movimento parecer borrado, ou para
captar as luzes dos carros como riscos de luz em fotos noturnas. É preciso apoiar a câmera ou usar tripé para a foto não sair tremida por causa da baixa velocidade.
ISO 400
Média, para situações de luz externa (sol, sombra ou nublado) e/ou interna (quando
bem iluminada).
Obs.: quem não quiser mudar de ISO a cada situação pode manter no 400, pois é suficiente para a maioria das situações indicadas acima; alterar apenas no caso de necessidade (pouca luminosidade).
ISO 800/1.600/3.200
São utilizados em situações com pouca luz, gerando imagens mais pixeladas. Ex: fotos
noturnas sem uso de tripé, fotos de shows e teatros com pouca iluminação ou ambientes
internos pouco iluminados.
Obs.: é possível perceber que o ISO está baixo para a situação de luz quando a imagem
sai tremida ou o sujeito fotografado, borrado, sem que esse efeito seja desejado (ou seja,
isso acontece por causa da baixa velocidade). Quando vocês perceberem esta situação,
aumentem o ISO. Não é aconselhável usar o ISO mais alto sempre, pois a qualidade da
imagem cai muito.
Bboys, Na primeira imagem, com ISO mais baixo, a pessoa sai borrada no ar, enquanto as que estão no fundo saem
congeladas.
Na segunda, o ISO é alto o suficiente para congelar todos.
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AV ou EV +/– Correção de luz
– 2-------- –1--------0-------- +1------- + 2
escurecer a foto
preto
contraluz/priorizar fundo e deixar a pessoa em silhueta
clarear a foto
branco
priorizar pessoa/objeto e estourar fundo
Para clarear a foto vai para o + ou para escurecer a foto vai para o –.
Branco: objeto branco ou neve vai para o +.
Preto: objeto preto, show com luz pontual e fundo preto vai para o –.
Contraluz: é quando a luz está atrás da pessoa ou objeto. Para aparecer o fundo com
iluminação correta e deixar a pessoa ou objeto em silhueta, é preciso ir para o –; para
clarear a pessoa ou objeto é preciso ir para o +, neste caso, o fundo vai estourar de luz
(ficar muito claro).
Obs.: é interessante variar a exposição em fotos de alto contraste, noturnas
e contraluz para obter diferentes possibilidades.
ev +1 ponto: flores no contraluz
com luz do céu estourada
ev –1 ponto: silhueta de pessoas no contraluz
com fotometria adequada para o céu
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Balanço de Branco (WB) Temperatura de cor
Para corrigir ou alterar a cor da luz
A
Automático (corrige a luz para o branco).
Incandescente
3.000k
Lâmpada amarelada. Este recurso corrige a luz
para o branco.
Fluorescente
variação de temperatura
2.700k – 7.200k
Lâmpada de “cozinha”, esverdeada. Este recurso
corrige a luz para o branco.
Luz solar 5.200k
Luz do sol branca.
Obs.: este recurso também é usado caso queira deixar
a luz incandescente amarelada, e a fluorescente esverdeada.
Também usada no pôr do sol, para ficar avermelhado.
Flash 5.400k
Luz branca.
Nublado 6.000k
Melhor qualidade de cor nestas situações. Joga um
filtro amarelado, deixando as cores mais vivas.
Obs.: pode-se usar o modo nublado e sombra para saturar a
cor do pôr do sol ou das lâmpadas.
e Sombra 8.000k
Macro
Para fotos aproximadas de objetos
pequenos e detalhes.
Este recurso tem um tempo mais lento para achar o foco.
Pressione levemente o botão disparador até achar o foco e, sem tirar o dedo,
aperte o botão disparador até o final para bater a foto.
A macro pode não focar se a lente estiver a menos de 10 ou 15 cm do objeto,
pois algumas câmeras só funcionam tendo esta distância no mínimo.
Outras não funcionam junto ao recurso do zoom (que é usado para objetos distantes
e não para os próximos).
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Para alterar a tonalidade de uma imagem
Mais usadas
Vivo
Acentua o contraste e a saturação de cor para proporcionar
uma im­pressão de tons mais fortes do que vemos.
Neutro
Atenua o contraste e a saturação de cor para produzir tons
neutros, como a gente vê.
Sépia
Tons envelhecidos.
P/B ou BW
Preto e branco.
Temporizador
Escolha o símbolo do relógio para 2” ou 10”.
A câmera dispara automaticamente 2 ou 10 segundos depois de você apertar
o botão disparador. Tem que estar em lugar com apoio ou tripé.
Ideal para autorretratos.
Flash
Slow (SL) – Flash com sincronização lenta
Flash é acionado combinado a uma velocidade lenta, a fim de atingir a exposição de luz
correta, tanto do motivo principal, como do fundo da imagem em condições de luz
escassa ou à noite.
Símbolo do olho – Redução do efeito de olhos vermelhos
Para evitar que os olhos apareçam vermelhos nas fotos em cores, o flash
faz três disparos de intensidade reduzida pouco antes de a foto ser tirada.
Símbolo do olho + slow
Redução do efeito de olhos vermelhos com o modo de flash com sincronização lenta.
EV – intensidade do flash
Pode-se diminuir a intensidade do flash – ou aumentar +.
– 2-------- –1--------0-------- +1------- + 2
aumentar intensidade
do flash
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diminuir intensidade
do flash
ESCOLHENDO UMA CÂMERA
• Para escolher uma câmera veja quais recursos você prefere, preste atenção no ISO a
que ela chega. Quanto maior o ISO, melhor será em diferentes situações de luz quando não queremos usar o flash.
• Preste atenção se tem todos os recursos descritos acima.
• O megapixel só interfere na qualidade em relação ao tamanho de ampliação da imagem. 6M é suficiente para ampliação tamanho 20 x 25 cm.
• O zoom ótico é o de aproximação, veja se é suficiente para o que você quer. Ignore o
zoom digital, pois com ele perde-se muita qualidade.
• Quem quer se aperfeiçoar e ter maior qualidade e controle de suas fotos pode pensar
em ter câmeras com o recurso manual e aprender a usar a velocidade e a abertura.
Texto
Karina Bacci
Bibliografia:
Bauret, Gabriel. A Fotografia: história, estilos, tendências, aplicações. Ed. Arte e Comunicações.
Fabris, Annateresa. Fotografia: usos e funções do século XIX. 2.ed, Annateresa Fabris
(org) – São Paulo: Editora da USP, 1998.
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Sobre as artistas
KARINA BACCI
Fotógrafa, bacharel em Fotografia pelo SENAC/ SP e pósgraduada em Cinema, Vídeo e Fotografia pela faculdade de
Belas Artes. Karina trabalha como fotógrafa freelancer. Atua
na área cultural como professora em oficinas e cursos de
fotografia e vídeo, trabalhando em lugares como MAM-SP,
CCSP, SESC, USP e Casa Mário de Andrade, tendo ganhado
prêmios nessa área. Suas fotos já foram publicadas nos principais meios de comunicação jornalísticos e em catálogos e
revistas de arquitetura, arte e de educação. Participou de
exposições no SENAC em 2000, 2001 e 2002, no Memorial
da Resistência de São Paulo (Pinacoteca) em 2003, Retratos do Juquery Metrô Brás em julho de
2005, na 2ª Semana de Fotografia – FNAC Pinheiros em 2006 e Foyer das Artes SESC Santana
em 2010. Coordenou as Mostras de Cinema do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Cinemam) de 2003 a 2005.
Em seu trabalho autoral, produz ensaios sobre feminilidade, tempo, corpo e lugares que trazem uma carga subjetiva às imagens fotográficas explorando questões intimistas.
FLAVIA MIELNIK
Artista Plástica, licenciada em Educação Artística pela FAAP
e pós-graduada em Arte Investigación y Creación pela Universidade Complutense de Madri. Participou de exposições
nacionais e internacionais, dentre as quais se destacam as
individuais Arquiteturas adormecidas sobre um vetor entre
duas cidades (MARP, Ribeirão Preto, 2015); Geografia de um
lugar contada por ele mesmo (Zipper Galeria, SP, 2014) e as
coletivas, Em algum lugar entre a terra e a casa (Oficina Cultural Oswald de Andrade, SP, 2016); 25 años de Arte Injuve
(Círculo de Bellas Artes de Madrid, 2010). Desenvolveu projetos especiais de intervenções site specific como Alagamento (13º Salão de Arte de Itajaí, SC,
2013) e Sobre labirintos, o silêncio e o que está para ser construído (Semana de Arte de Londrina,
PR, 2014). Foi contemplada pelo Edital ProAC de Apoio à Artes Visuais no Estado de São Paulo
(2014/15); Prêmios 39º SARP (MARP, 2014) e Premio Injuve de Arte Joven (Espanha, 2008). Seus
trabalhos integram as coleções do Instituto de la Juventud Injuve (Espanha); Acervo SESC de
Arte Brasileira e Museu de Arte de Ribeirão Preto.
A coexistência entre os estados de ruína e de construção, latentes em São Paulo, e a especulação
imobiliária, aquecendo os processos de substituições das estruturas físicas e simbólicas na trama
urbana da cidade, é o campo por onde se desenvolve a pesquisa de Flavia. Em sua trabalho, a
intervenção aparece como um elemento ativador de arquiteturas adormecidas, onde cria interferências no espaço através do uso da cor sugerindo uma nova narrativa. Resultado das vivências
com estes lugares que se encontram silenciosamente à margem e pelas obras perdurarem no
espaço por tempo indefinido, a artista propõem novos desdobramentos visuais através do desenho, da fotografia e do vídeo.
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Ficha técnica
Curadoria e projeto educativo de fotografia
Karina Bacci
Projeto educativo de arte
Flavia Mielnik
Realização e direção geral
MRS Participações e Empreendimentos
Produção executiva
Diogo Assumpção e Marcela Ribeiro
Assistente de produção
Chimeni Maia
Assistente financeiro
Regina Freitas
Criação, projeto gráfico e diagramação
Acqua Estúdio Gráfico
Revisão
Fernando Eduardo Pereira
Patrocínio
Rabobank
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patrocínio
realização