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revista do Hospital
São Vicente de Paulo
Ano 2 • Número 8 • Ago/Set 2012
Segurança e conforto
para você
Novas obras modernizam hospital
Queda de idosos
Especialistas dão dicas de
cuidados a serem adotados
para evitá-la
os Melhores da
América Latina
HSVP é o 15º colocado
no ranking da revista
AméricaEconomia
Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo
Um hospital
cada vez melhor
A opção pela busca da excelência na prestação de serviços de saúde é algo contínuo, que requer investimento, determinação e vigilância. Prova disso são as recentes obras de infraestrutura, visando ao conforto e à segurança de
pacientes, funcionários e acompanhantes. As intervenções começaram no ano passado e incluem projeto paisagístico
dos jardins; mudanças na hotelaria; instalação de cabines e cancelas eletrônicas de estacionamento; nova iluminação
externa; adequação do prédio do hospital às exigências da nova legislação com relação à segurança contra incêndios.
Nos espaços ambulatoriais, houve a reformulação do Serviço de Pediatria, em 2011, e agora estamos redimensionando o espaço físico para termos uma entrada diferenciada para o ambulatório geral, que reordenará o fluxo de
pacientes, oferecendo melhor recepção a todos os que chegam.
Felizmente, todo esse esforço vem sendo apoiado por nossos colaboradores e reconhecido por usuários e pelo próprio
mercado de assistência médica privada. Tanto é que a pesquisa da revista AméricaEconomia, divulgada em setembro,
classificou o HSVP como o 15º melhor hospital dos continentes central e sul-americano. Um título que muito nos honra
e dá a certeza de que estamos no caminho certo.
E como a nossa expertise é, e sempre será, a medicina de qualidade, nesta edição você confere a entrevista do
nosso time de médicos sobre como tratar e prevenir problemas do sono, como a insônia, a apneia obstrutiva e a
síndrome das pernas inquietas. Além de informações sobre o tratamento para sinusite e a participação do HSVP na
campanha Outubro Rosa, movimento internacional dedicado a alertar as mulheres para a importância da prevenção
do câncer de mama.
Atualização em antimicrobianos
Com o objetivo de atualizar os profissionais médicos, farmacêuticos e microbiologistas que fazem parte do seu corpo de funcionários, a Direção do HSVP contratou a Denise Marangoni, mestre e doutora
em doenças, para ministrar um curso denominado Antimicrobianos. A iniciativa foi focada no uso
adequado da prescrição de antibióticos para os pacientes. As aulas terminaram no último dia 3 de
outubro e somaram 30 horas de treinamento. Inicialmente, o tema abordado foi a farmacocinética e
a farmacodinâmica dos antibióticos.
“Na primeira parte, mostramos como prescrever os antibióticos de forma adequada
quanto à dose, à via e ao tempo”, comenta a especialista. Nas aulas subsequentes
foram abordados outros temas, como a profilaxia cirúrgica e clínica, ou seja, a
prevenção de infecções hospitalares, e o tratamento de infecções em pacientes externos, incluindo as do trato urinário, respiratórias e as osteoarticulares (como osteomielite e artrite séptica, por exemplo).
Denise Marangoni é professora do Departamento de Medicina Preventiva
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é considerada uma
das maiores autoridades do assunto, tendo publicado os livros Doenças
Infecciosas e Parasitárias e Doenças Infecciosas: Conduta Diagnóstica e
Terapêutica, esse último em parceria com o mestre e doutor Mauro Schechter, também professor da UFRJ.
Desejo a todos uma proveitosa leitura.
Irmã Marinete Tibério – Diretora Executiva
Automedicação, perigo à vista
SUMÁRIO
Sinusite tem cura sim!
Entrevista com o endocrinologista Ricardo Meirelles
Cintura na medida certa
Uma boa noite de sono
Obras garantem segurança, conforto e modernidade ao HSVP
Perigo das quedas para idosos
Entrevista – Dr. Aristarco Silveira
Campanha Outubro Rosa contra câncer de mama
HSVP entre os melhores hospitais da América Latina
Notas
EXPEDIENTE
4
5
6,7
8,9
10,11
12,13
14,15
16,17
18
19
Hospital São Vicente de Paulo - Rua Dr. Satamini,
333 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121 •
FUNDADO EM 1930, pelas Filhas da Caridade de São Vicente
de Paulo • Diretoria Médica: Eliane Castelo Branco
(CRM: 52 28752-5) • Conselho Administrativo:
Ir. Marinete Tiberio, Ir. Custódia Gomes de Queiroz, Ir.
Maria das Dores da Silva e Ir. Ercília de Jesus Bendine
• Conselho Editorial: Irmã Custódia Gomes de
Queiroz - Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus
Bendine - Diretora da Qualidade; Irmã Josefa Lima Coordenadora da Pastoral da Saúde; Irmã Marinete Tibério
- CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de Hospitalidade; Olga
Oliveira - Gerente de Suprimentos
Edição: Simone Beja • TEXTOS: Alexandre Coelho,
Andrea Mazilão, Igor Waltz e Maria Cristina Miguez
•DIAGRAMAÇÃO: Eduardo Samaruga, Jairo Alt e Sumaya
Cavalcanti • APOIO EDITORIAL: Claudia Bluvol e Wilson
Agostinho • Impressão: Arte Criação
Quem nunca tomou um remédio, mesmo sem prescrição médica, após uma dor de cabeça ou febre?
Ou mesmo pediu a opinião de um amigo sobre o melhor tratamento para aquele problema que parece muito simples? A automedicação pode trazer consequências mais graves do que se imagina. O uso
indiscriminado de medicamentos é considerado um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), órgão ligado à
Fiocruz, em 2010, os medicamentos foram responsáveis por mais de 27% de todas as notificações de
intoxicação no país.
O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento da doença, uma vez que
pode esconder sintomas fundamentais para o correto diagnóstico. No caso de antibióticos, o uso abusivo do produto aumenta de forma considerável o risco de casos de superbactérias – micro-organismos resistentes à maior parte dos tratamentos disponíveis. Dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) indicam que 440 mil casos de tuberculose resistente
são registrados no mundo todos os anos, além de cerca de 150 mil mortes
decorrentes de infecções por superbactérias.
Na tentativa de conter o problema, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) determinou que a venda de antibióticos nas farmácias e drogarias só pode ser feita com a apresentação de duas vias da
receita médica. “A automedicação gera resistência dos micro-organismos ao medicamento adotado. Em infecções urinárias, por exemplo, é
comum que haja repetição, e, caso um antibiótico tenha sido adotado
da primeira vez, ele terá menor eficácia caso prescrito novamente. O
médico fica com um leque menor de opções para tratar seu paciente”,
diz o médico Lourival Santos Loureiro, clínico geral do HSVP.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 3
Ricardo Meirelles,
endocrinologista
27 de Outubro: luta contra
a Doença alciforme
Sinusite tem
cura sim!
Rápido e praticamente indolor, teste do pezinho
identifica doença falciforme nos primeiros dias de vida.
Magali Saraiva, chefe do Serviço
de Otorrinolaringologia do HSVP
O
s dias mais frios e secos típicos do inverno sempre trazem um aumento no
número de casos de doenças respiratórias, incluindo a sinusite. O problema pode ser
causado por infecção viral ou bacteriana, bem
como por inflamação alérgica, ou ainda causado
por poluentes. A boa notícia é que a doença tem
tratamento, e, como ensina a chefe do Serviço de
Otorrinolaringologia do Hospital São Vicente de
Paulo (HSVP), Magali Saraiva, a crença popular
de que sinusite não tem cura está longe da realidade. “O importante é determinar sua causa e
fazer o tratamento adequadamente, pelo período
estabelecido pelo especialista, e não apenas até
cederem os sintomas, que é o que geralmente
ocorre, facilitando as recaídas ou a cronicidade
do processo”, alerta.
Rinites (alérgicas ou não) e infecções respiratórias, assim como obstrução nasal constante
(desvio de septo, adenoides, inflamações da mucosa nasal - a chamada “carne no nariz” – entre
outras), são causas frequentes de sinusite aguda.
“O aumento dos casos de resfriado e gripe no
inverno, ou quando ocorrem mudanças bruscas
de temperatura, fator que sensibiliza muito os
alérgicos, traz como consequência o aumento
de casos de sinusite. Quando a secreção nasal,
independentemente de sua origem, não é
adequadamente eliminada, torna-se
um meio de cultura para bactérias, fungos ou vírus, gerando
o processo inflamatório ou
infeccioso”, explica a otorrinolaringologista.
Um simples resfriado,
quando mal curado, pode
gerar uma sinusite. O
tratamento adequado
e precoce das gripes e
resfriados, das crises
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alérgicas e respiratórias, sem interrompê-lo antes
da remissão plena dos sintomas, é a medida mais
eficiente para evitar o surgimento da sinusite.
Caso não haja melhora do paciente em uma semana, ou caso ele apresente uma recaída pouco
após os sintomas terem cessado, ele deve voltar
ao consultório para que o otorrinolaringologista
faça uma avaliação.
Algumas pessoas têm tendência à repetição
das crises sinusais, que podem ocorrer por queixas alérgicas sem controle, baixa imunidade e/ou
alterações anatômicas do próprio paciente, assim
como de alterações do funcionamento da mucosa nasal. Nesses casos, o paciente terá que tratar
a sinusite com frequência ou pode necessitar de
tratamento cirúrgico.
A especialista esclarece que as infecções crônicas geralmente são curáveis, mas requerem um
tratamento prolongado. “Além disso, há a sinusite
crônica relacionada a outros fatores obstrutivos
das vias nasais. A mais comum dessas causas é
o desvio do septo nasal; outras alterações, como
a inflamação das conchas nasais (estruturas mucosas que ficam nas paredes laterais do nariz e
servem para filtrar, umidificar e remover as impurezas do ar), também são agentes obstrutivos importantes. Exames endoscópicos e/ou de imagem
são adotados para diagnosticar a causa da obstrução e direcionar o tratamento, pois a sinusite
crônica, quando não tratada adequadamente,
pode levar a graves complicações”, lembra.
De acordo com a otorrinolaringologista, o HSVP
conta com uma equipe qualificada e atualizada nas
melhores e mais eficazes práticas para o diagnóstico
e tratamento dessa enfermidade, tanto clinica quanto
cirurgicamente, e dispõe de exames endoscópios e
por vídeo, minimamente invasivos, realizados durante
a própria consulta, que determinam um diagnóstico
rápido e preciso, garantindo a instituição de um tratamento eficiente.
N
o Brasil, 3,5 mil crianças nascem a cada ano
com doença falciforme, segundo o Ministério
da Saúde. Sua incidência é maior do que a
de aids e dengue, por exemplo. O Dia Nacional de
Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme, lembrado em 27 de outubro, foi instituído em
2009 pelo Governo Federal, para divulgar questões
sobre o assunto e também alertar a população para
a importância do exame do pezinho.
A doença falciforme, alteração no sangue
transmitida de pais para filhos – que inclui a anemia falciforme, o tipo homozigoto - teve origem
na África e foi levada para outros países com a
imigração forçada de escravos, há muitos anos.
Professor associado de endocrinologia da Escola
Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio e diretor
geral do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), o endocrinologista Ricardo Meirelles alerta que, por comprometer
o fluxo sanguíneo, a doença falciforme precisa
de cuidados para o resto da vida. E quanto mais
rápido for diagnosticada, mais qualidade de vida
o paciente pode ter. Ele lembra que o diagnóstico
pode ser feito no recém-nascido por meio do teste do pezinho. “É um teste simples e rápido, que
pode fazer a diferença para o resto da vida do
bebê”, comenta Meirelles.
Revista HSVP: Qual a importância do teste do pezinho?
Ricardo Meirelles - Muitos não sabem, mas o
teste do pezinho, ou exame de triagem neonatal, é uma medida de segurança para o recém-nascido. Isso porque o teste é capaz de detectar
uma série de doenças que podem ser identificadas e suas consequências prevenidas, se tratadas
precocemente. Ele é feito a partir de gotinhas de
sangue colhidas no calcanhar do bebê, e a coleta
é rápida e quase indolor.
Revista HSVP: No início, o exame detectava duas doenças. E hoje?
Em sua versão mais simples, o teste do pezinho introduzido no Brasil, na década de 70, para identificar
duas anomalias congênitas - a fenilcetonúria e o hipotireoidismo - que, sem a triagem neonatal, podem
levar a criança à deficiência mental em poucos meses. Hoje, inclui também a doença falciforme.
Revista HSVP: Qual o melhor período para a coleta
do sangue para o teste?
O ideal é entre o terceiro e o quinto dias de vida.
As gestantes devem ser orientadas, no final de sua
gestação, sobre a importância do teste.
Revista HSVP: E, em caso positivo para a doença falciforme, em quanto tempo deve ser iniciado o tratamento?
O tratamento deve ser iniciado antes de a criança
completar 30 dias de vida.
Revista HSVP: O que acontece quando há um caso
positivo no sangue colhido no pezinho do bebê?
Quando o resultado é suspeito para alguma das doenças, o Serviço de Referência em Triagem Neonatal
entra em contato com a família para que a confirmação e o tratamento possam ser iniciados o mais rápido possível. No caso do Estado do Rio de Janeiro,
todo material colhido em unidades da rede pública é
enviado para análise no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), que é o
Serviço de Referência. No caso da doença falciforme,
o paciente é encaminhado para o Hemorio, unidade
que também pertence ao Estado.
Revista HSVP: Quantas análises o Iede realiza mensalmente?
Uma média de 16 mil análises. Nos próximos meses, o instituto também vai usar o teste do pezinho
para identificar a fibrose cística.
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Cintura na
medida certa
Mortalidade duas vezes maior
Dr. Pericles Vasconcellos (CRM 5235697-6)
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Valença, tem título de especialista em
Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, é cardiologista e coordenador das Unidades de
Internação do Hospital São Vicente de Paulo.
Caso alguém queira saber quão saudável está
seu coração, uma boa dica é olhar para a circunferência de sua cintura. É claro que as pessoas magras não estão livres de doenças cardiovasculares,
tampouco qualquer pessoa acima do peso seja cardiopata sem que o saiba. No entanto, a medida da
cintura é um dos principais critérios utilizados pelos
médicos para o diagnóstico da síndrome metabólica, que por sua vez está associada ao diabetes e às
doenças cardiovasculares.
A medida varia de acordo com o gênero e a etnia
do indivíduo. No caso dos homens, a preocupação
surge para brancos e para negros quando a circunferência passa dos 94 centímetros; em sul-asiáticos,
indígenas e chineses, a partir dos 90 cm; e nos japoneses a partir dos 85 cm. No caso das mulheres,
todas as etnias mencionadas devem se preocupar
quando suas medidas passarem dos 80 cm,
exceto as japonesas, que devem redobrar a
atenção com a saúde quando superarem
os 90 cm.
Apesar dessas medidas gerais, não
existe um único critério aceito universalmente para definir a síndrome. O
Brasil dispõe do seu Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas
entidades médicas, o qual
apresenta como critério de
risco a circunferência da
cintura superior a 88 centímetros na mulher e 102
centímetros no homem.
De acordo com Ana Cristina Belsito, endocrinologista do Hospital São
Vicente de Paulo (HSVP),
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o excesso de gordura é ao mesmo tempo causa e
consequência da síndrome metabólica. “O aumento da circunferência abdominal está relacionada à
gordura visceral, que é extremamente deletéria, liberando substâncias prejudiciais ao organismo e que
têm correlação com doenças isquêmicas e com o
câncer”, explica.
Uma conjugação de fatores de risco
Segundo a especialista, a gordura visceral libera ácidos graxos na circulação sanguínea, os
quais se depositam em órgãos como o fígado e o
pâncreas, podendo levar ao esgotamento da função pancreática e também ao desenvolvimento
do diabetes mellito, do tipo 2.
O diagnóstico da síndrome metabólica necessita ainda da confirmação de mais dois
requisitos entre os seguintes: pressão arterial sistólica 130 e/ou pressão arterial
diatólica 85 mmHg; glicemia alterada
(glicemia 110 mg/dl) ou diagnóstico
de diabetes; triglicerídeos 150 mg/
dl; colesterol HDL (o chamado bom
colesterol) £ 40 mg/dl em homens e
£50 mg/dl em mulheres.
Já Pérecles Vasconcellos, cardiologista do HSVP, alerta que a síndrome metabólica é uma associação
de fatores: hipertensão arterial,
gordura intra-abdominal (aquela
gordura interna, que não se vê),
dislipidemia (níveis elevados ou
anormais de lipídios no sangue)e
elevação da glicemia associada a
fatores genéticos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, quando presente, a síndrome metabólica está relacionada a uma mortalidade duas
vezes maior que na população normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior, em relação
a quem não sofre do problema. A síndrome metabólica pode aparecer a partir dos 30 anos, porém é mais comum na faixa dos 50. Nessa idade,
o número de casos dobra em comparação com
as faixas etárias anteriores. Pessoas com histórico
familiar de diabetes ou doenças cardiovasculares
são mais suscetíveis.
“O excesso de gordura é
ao mesmo tempo causa e
consequência da síndrome
metabólica”
Na síndrome metabólica também se faz presente
a resistência insulínica, uma dificuldade desse hormônio de exercer suas funções, como a retirada da
glicose do sangue e o metabolismo das gorduras.
Para reduzir a cintura e queimar gordura –, e
evitar a síndrome metabólica –, a resistência insulínica e o surgimento de doenças cardiovasculares, a receita é a mesma tantas vezes prescrita por
médicos, das mais variadas especialidades, para a
obtenção e conservação de uma vida saudável. Ou
seja, prática de atividade física regular, com atividades aeróbicas variando de 30 minutos a uma hora
por dia de treino, podendo ser complementada por
atividades anaeróbicas, e uma dieta balanceada.
De acordo com o cardiologista Péricles Vasconcellos, a redução do peso é a via não farmacológica (ou seja, sem a prescrição de remédios)
para o tratamento e a prevenção da doença, sobretudo quando o quadro de hipertensão está em
seu início, no qual o tratamento pode até mesmo
prescindir de medicamentos.
Segundo o cardiologista, em casos de obesidade mais avançada, a cirurgia bariátrica (conhecida popularmente como cirurgia de redução
do estômago) pode ser uma opção, pois a redução de peso resultante do procedimento pode
levar a uma diminuição da posologia dos medicamentos antihipertensivos, até então prescritos
ao paciente, ou mesmo à interrupção do seu uso.
Exercícios e alimentação saudável
para evitar o excesso de peso
As primeiras pesquisas demonstrando que o excesso de gordura sobrecarrega o coração surgiram na década de 50. Mas,
apesar da farta divulgação do assunto, a obesidade começa
a ser vista como uma epidemia. Segundo especialistas, de
cada dez brasileiros adultos, quatro estão acima do peso. E
o excesso de gordura vitima ricos e pobres, homens e mulheres
– em razão da alimentação excessivamente calórica, típica da sociedade industrial. Mas, então, o que fazer? Exercícios físicos e reeducação alimentar. Essa é a orientação de médicos e especialistas.
Com relação à alimentação, os médicos recomendam ingerir bastante
água, comer alimentos que contenham fibras, frutas e verduras, diminuir o consumo de
alimentos gordurosos. E menos sal e menos açúcar.
A prática de exercícios e atividades físicas sempre foi aceita como fator de bem-estar e qualidade de vida.
E estudos divulgados recentemente por uma universidade norte-americana mostram os benefícios químicos
e biológicos da prática física, sobretudo a aeróbica. Segundo o estudo, desenvolvido por pesquisadores
da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, os exercícios também são capazes de proporcionar uma
sensação prolongada de bem-estar. Os pesquisadores observaram vários pacientes até chegarem à conclusão de que as endorfinas, responsáveis pela sensação de prazer, permanecem ativas em alguns pontos do
organismo por até 12 horas entre aqueles que fizeram, pelo menos, 20 minutos de exercício.
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Tenha uma boa noite!
Noite mal dormida pode
desequilibrar o organismo.
Tratamento depende do diagnóstico
médico e do estilo de vida
Alexandre Hatum,
neurologista do HSVP.
P
assamos boa parte de nossas vidas dormindo. Talvez poucos saibam, mas problemas
com o sono podem interferir na saúde. Para
se ter uma ideia, enquanto dormimos, atividades
metabólicas ocorrem em nosso organismo, como,
a liberação de hormônios, a ativação do sistema
imunológico e o aperfeiçoamento das memórias
recente e tardia. Assim, noites mal dormidas podem causar desequilíbrio dessas funções, o que
provoca, entre outras reações, cansaço, dificuldade de memória, irritabilidade e depressão. Estudo
recente da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins,
nos Estados Unidos, comprovou que quem dorme
menos de seis horas por noite apresenta um risco
maior de ter pressão alta. Já outra pesquisa, da
Universidade da Pensilvânia, também nos Estados
Unidos, mostrou que pessoas com distúrbios de
sono estão mais propensas a ter diabetes.
Especialistas alertam que, em média, um
adulto deve dormir de sete a oito horas por noite, embora esse período possa variar de acordo
com a herança genética. Algumas pessoas, por
exemplo, podem ficar satisfeitas e se sentirem
bem com seis horas de sono. Outras, no entanto, podem precisar de 10 horas de sono para se
sentirem bem. Mas, além da quantidade de horas
adequada, é preciso levar em conta a qualidade
do sono. Estudos demonstram que até 40% da
população possui alguma queixa relacionada ao
assunto. Entre os problemas mais relatados estão
a insônia, a apneia obstrutiva do sono e a síndrome das pernas inquietas. São comuns também o
sono insuficiente e o atraso de fase de sono.
“A insônia é a dificuldade de iniciar ou manter continuamente o sono, ou ainda o despertar
antes do horário desejado. O resultado é um
grande cansaço no dia seguinte”, lembra Alexandre Hatum, neurologista do HSVP. A insônia,
de acordo com dados da Academia Brasileira de
Neurologia, é uma das queixas mais comuns e
pode estar relacionada a vários fatores, entre eles
ansiedade e depressão, problemas emocionais
passageiros e excitação, por exemplo. Mas pode
tornar-se crônica e provocar muito sofrimento ao
longo dos anos. Além disso, a insônia é mais prevalente em mulheres e tende a piorar conforme
a idade avança. Mas o gatilho para uma noite
maldormida pode estar no consumo de substâncias como cafeína e nicotina, ou no excesso de
estímulos visuais antes de dormir, como ficar até
tarde trabalhando ao computador.
De acordo com o Dr. Hatum, o tratamento para a insônia é planejado de acordo com
o diagnóstico médico e também leva em conta o estilo de vida do paciente. “Dependendo
do caso, às vezes, mudanças simples na rotina
podem ajudar, como manter o quarto escuro
e silencioso, evitar assistir a programas muito
excitantes na TV, como filmes com cenas de violência, vestir um pijama confortável e evitar fazer exercícios intensos perto do horário de dormir”, comenta o médico. Vale lembrar que a
automedicação costuma ter efeitos desastrosos:
o abuso de tranquilizantes pode causar dependência e trazer mais dificuldade para dormir.
Apneia obstrutiva do sono
Já a apneia obstrutiva do sono caracteriza-se pela obstrução das vias aéreas superiores
durante o sono, bloqueando a passagem de
ar. Assim, a pessoa acorda para poder respirar, geralmente emitindo um ronco bem alto. A
apneia obstrutiva do sono pode ocorrer várias
vezes durante a noite. Estimativa da Academia
Brasileira de Neurologia aponta que o problema atinge cerca de 5% da população em geral,
e em 30% dos indivíduos acima dos 50 anos de
idade, sendo mais comum em homens, principalmente os obesos. Mas o envelhecimento, o
consumo de álcool, cigarro e drogas sedativas
também podem desencadear o problema. Entre
as consequências estão a sonolência durante o
dia, falhas na memória e até a impotência. O
tratamento é feito com o uso de aparelhos ou
máscaras que mantêm o fluxo de ar sem interrupções ou, em alguns casos, cirurgia.
Embora considerada bastante comum entre
as doenças do sono, poucas pessoas já ouviram falar da síndrome das pernas inquietas. De
acordo com dados da Academia Brasileira de
Neurologia, o problema afeta cerca de 7% da
população e se caracteriza principalmente por
uma sensação desagradável nas pernas, como
se fosse uma coceira ou friagem, choque, formigamento e, eventualmente, dor. Os sintomas são
acompanhados de uma sensação de angústia e
imensa necessidade de mover as pernas, ou ainda massageá-las ou alongá-las.
Os sintomas da síndrome das pernas inquietas aparecem principalmente na hora de se deitar,
mas podem ocorrer em qualquer momento em
que o indivíduo ficar parado, sentado ou deitado,
seja para descansar ou qualquer outra atividade
que não exija movimentos. Em alguns casos, os
sintomas podem ser tão intensos que o paciente
não consegue iniciar o sono.
Como avaliar a qualidade do sono
A principal manifestação de um problema crônico de sono é a sonolência diurna exagerada. As primeiras manifestações dos distúrbios do sono são as alterações do humor e as alterações de memória
e capacidades mentais (cognitivas), como aprendizado, raciocínio e pensamento. Para alguns, basta
uma noite mal dormida para se sentir mal no dia seguinte. As principais queixas relatadas são estar
menos tolerante, irritadiço, com dificuldades de concentração e dor de cabeça. Um sintoma muito
característico de distúrbio de sono é o ronco. O ronco ainda hoje é interpretado popularmente como
sinal de que o indivíduo dorme bem, mas é justamente o contrário.
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Obras garantem segurança,
conforto e modernidade ao HSVP
A
qualidade tem sido considerada um elemento diferenciador no processo de atendimento
das expectativas de clientes e usuários dos
serviços de saúde. Pensando nisso, o HSVP vem
realizando, desde o ano passado, um conjunto de
melhorias em sua estrutura física. Foram priorizadas obras cujo objetivo é oferecer mais segurança,
conforto e modernidade às instalações do hospital.
As intervenções incluem projeto paisagístico dos
jardins da área externa; mudanças na hotelaria e
na comunicação visual interna e externa; implantação de novas regras para uso do estacionamento
(com a instalação de cabines e cancelas eletrônicas); nova iluminação na parte externa da unidade; e reforma do muro na Rua Dr. Satamini, que
recebeu revestimento imune às pichações. “Com
essas mudanças, pode-se dizer que HSVP mantém
a qualidade no atendimento ao paciente, reconhecida internacionalmente por meio da certificação
concedida pela Joint Commission International
(JCI), enquanto investe no conforto de pacientes,
funcionários e acompanhantes”, comenta Ir. Marinete Tibério, CEO do HSVP. De acordo com ela,
até a finalização das obras, o investimento chegará
a cerca de R$ 1 milhão.
O quesito segurança recebe atenção especial
no cotidiano do HSVP, que acatou determinação
do Corpo de Bombeiros e realizou, entre agosto
de 2011 e fevereiro deste ano, uma obra para
adequação do prédio às exigências da nova legislação com relação à segurança contra incêndios.
“A adequação foi necessária porque o prédio foi
construído antes da promulgação das normas em
vigor”, explica Ir. Marinete. As mudanças incluíram
a instalação de sensores de fumaça, sprinklers,
placas luminosas de emergência e placas de rotas
de fuga em casos de emergência. O investimento
total foi de cerca de R$ 1,3 milhão, só na obra de
adequação às exigências do Corpo de Bombeiros.
Além disso, a sinalização interna e externa foi
modernizada, com projeto desenvolvido pela SB
Comunicação, que incluiu a instalação de novas
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Irmã Marinete Tibério, CEO do HSVP, comemora
a conclusão da primeira fase de obras
placas de identificação, direcionamento e totens.
A entrada principal do hospital também passou
por obras, que incluíram a instalação de nova
cabine da GPark e guarita para os usuários do
serviço gratuito de van. A pavimentação e concretagem de boa parte da rua também foram refeitas, bem como foi adquirido o software para a
instalação da cancela eletrônica.
Novo projeto paisagístico
Sempre envolvido em projetos sustentáveis com
vistas à preservação da natureza, o HSVP também
investiu em novo projeto paisagístico para os jardins que cercam a extensa colina, ressaltando a
importância das massas verdes e naturais junto ao
ambiente de saúde. “Além do projeto paisagístico,
foi instalado um sistema de irrigação e drenagem”,
explica Cristina Oliveira, engenheira do HSVP.
Na parte externa, o hospital recebeu uma nova
iluminação, na cor verde, um diferencial a mais no
projeto arquitetônico da unidade. Até mesmo as
centenárias palmeiras receberam luzes verdes, que
são acesas à noite, dando um ar mais aconchegante à área. “Com todas essas obras, o hospital vem ganhando um visual mais moderno, o que propicia mais conforto ao paciente
e também deixa o funcionário mais satisfeito.
Acho que posso dizer que o hospital está mais
arejado, mais seguro e mais moderno, sem deixar de oferecer a qualidade de sempre no atendimento”, comenta o engenheiro biomédico Manoel
Gonzalez, há 23 anos trabalhando no HSVP.
Ele lembra que a área hospitalar é muito dinâmica e as unidades de saúde precisam estar
sempre se adequando às normas vigentes e às
inovações tecnológicas que surgem. “Para mim,
é muito confortável ver o HSVP crescendo e agregando valor à sua marca, criando serviços e adotando mudanças que representam uma melhoria
contínua, a exemplo do que fazem outros hospitais de grande porte”, diz.
Mudanças nos espaços de
atendimento ao usuário
A gerente médica do HSVP, Cláudia Nastari,
lembra que, em 2011, o Serviço de Pediatria foi
reformulado e passou a contar com uma sala
de espera com decoração mais lúdica, especialmente preparada para acolher as crianças que
aguardam atendimento. Já este ano, as obras
estão ocorrendo em outros espaços do 2º andar,
com a construção de uma entrada diferenciada
para o ambulatório geral. Com a mudança, o
fluxo de pacientes será reordenado. “O objetivo
da mudança é organizar o fluxo, oferecendo uma
melhor recepção ao paciente que utiliza os serviços ambulatoriais do hospital”, explica Cláudia.
Uma segunda etapa desse projeto inclui a
criação de um Centro de Ortopedia, cujo objetivo é qualificar o atendimento dessa crescente
demanda que se identifica com a instituição. O
novo serviço contará com espaço exclusivo, composto de área de espera, três consultórios e sala
de procedimentos.
o hospital vem trabalhando para corresponder
não só às necessidades do paciente, mas também às suas expectativas, em relação ao conforto
e à segurança. “Dentro da busca contínua pela
excelência, procuramos conciliar os objetivos do
hospital, sem perder de vista a especificidade de
sua clientela. Embora o foco principal seja o tratamento e a assistência, o HSVP vem investindo
em serviços que envolvem o atendimento humanizado, oferecendo conforto e higiene do ambiente
e reconhecendo o paciente e seu acompanhante
como clientes. Tudo dentro do conceito de acolher, de hospedar”, comenta.
A gerente lembra que a importância da hospitalidade no setor hospitalar é ser um bom anfitrião e
deixar uma sensação positiva no cliente. Para tanto,
um dos “mimos” oferecidos é o serviço de acesso à
internet nos quartos e também uma área no primeiro andar, com computador disponível para acompanhantes e visitantes de pacientes internados. Além
disso, o HSVP conta com profissionais que falam diferentes idiomas, como inglês, francês, alemão, polonês e russo. Eles fazem parte do serviço Help on
Languages, à disposição dos pacientes estrangeiros
que necessitem de intérpretes.
Dentro do conceito de hotelaria, o HSVP conta
com um serviço de táxi, com motoristas credenciados pelo hospital. “Estamos preparando um
projeto de identificação visual dos veículos”, comenta Martha, que lembra que o HSVP também
oferece auxílio para pacientes com necessidades
especiais, como profissionais que se comunicam
na linguagem de sinais usada por surdos-mudos.
Hotelaria
Na área de hotelaria, o HSVP fez vários investimentos para maior conforto dos pacientes,
como a atualização do enxoval. Também foram
redimensionadas as equipes da rouparia, conservação e limpeza. “Agora, temos o profissional da
hotelaria, que acompanha o paciente até o quarto logo depois de sua internação, fazendo um
serviço que pode ser comparado a um check-in.
Ele mostra o quarto, como ligar o ar condicionado e usar a campainha para chamar a enfermeira, caso haja necessidade. Na saída, também é
feito o check-out. O objetivo é oferecer um atendimento mais humanizado”, explica Martha Lima,
cerente de hospitalidade do HSVP. Ela lembra que
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 11
Terceira idade com
qualidade de vida
Adoção de cuidados que evitam quedas são
as recomendações de especialistas do HSVP
N
o dia 1º de outubro comemora-se o Dia
Nacional e Internacional do Idoso. E a
revista do Hospital São Vicente de Paulo
(HSVP) aproveita a data para lembrar os avanços
em relação à qualidade de vida dos mais velhos
e as condições necessárias para que eles possam
viver bem. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que há no
país mais de 21 milhões de idosos. Diante deste
universo significativo e de olho nas pesquisas que
tratam dos fatores de risco de queda de idosos,
vale lembrar que esse tipo de acidente ocupa hoje
a sexta posição no ranking de causas de óbito
em pessoas acima de 65 anos, segundo estudo
do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade
de São Paulo (USP). Já para o Ministério da
Saúde (MS), as quedas e suas consequências têm assumido dimensão de epidemia.
A estimativa é de que 30% dos idosos
sofrem, pelo menos, uma queda por
ano. E quando isso ocorre, a chance de haver outro acidente nesse
mesmo período é duas vezes
maior. Segundo o chefe do
Serviço de Ortopedia do HSVP,
Ilídio Pinheiro, por mais banal
que uma queda possa parecer,
pode trazer consequências graves em diversos aspectos da vida
do idoso.
O especialista, que acaba de participar da XV Jornada Paulista de Patologia do Quadril, realizada pela Sociedade Brasileira do Quadril, em Ribeirão
Preto (SP), lembra que as fraturas do fêmur proximal (quadril) podem ser consideradas como uma das mais importantes
consequências das quedas, em razão do
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 12
surgimento de sequelas e da elevada taxa de mortalidade, após essas lesões, nessa faixa etária. Dados do MS mostram que a regra para tratamento
da fratura de quadril é o tratamento cirúrgico. E
cerca de 50% dos idosos operados falecem após
o primeiro ano de pós-operatório. “Muitos dos pacientes não retornam às suas atividades cotidianas.
Isso deixa evidente também o grande potencial de
complicações clínicas decorrentes do tratamento”,
explica.
Segundo o ortopedista do HSVP, as fraturas e
suas sequelas podem impedir os movimentos e,
com isso, piorar a circulação sanguínea, levando
a tromboses, por exemplo, além de dificultar a
respiração (o que pode ocasionar pneumonias), e
também favorecer a osteoporose com a piora
do condicionamento físico. Com tudo isso,
o idoso precisa de alguém que o auxilie nas
atividades diárias, limitando sua independência.
Fator psicológico
Como se não bastasse, o
fator psicológico também é
outro fator agravante. O idoso vítima de queda fica com
medo de cair novamente,
podendo desenvolver a chamada síndrome pós-queda.
Por tudo isso, para o chefe do
Serviço de Geriatria do HSVP,
Roberto Lourenço, a queda do
idoso é tão frequente e grave
que caracteriza uma das principais e complexas síndromes
geriátricas, de etiologia multifatorial e de graves conse-
qüências. “As complicações da queda em idosos ma ele terá vontade de praticar exercícios, cuidar
podem variar desde uma simples escoriação até da saúde e, com isso, diminuir os riscos inerentes
a necessidade de atendimento médico em diver- à idade”, conclui o ortopedista Ílídio Pinheiro.
sos graus, indo da simples sutura de uma lesão
Estudo divulgado recentemente pelo Institusuperficial até a necessidade de tratamento para to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
uma fratura do quadril, procedimento cirúrgico mostra que, em 2050, a população de idosos
de alta complexidade e custo. As consequências no Brasil poderá chegar a 64 milhões. Isso
das quedas motivam atitudes preventivas com significa que o país poderá alcançar o mesmo
propostas de vários programas”, alerta o geriatra. nível registrado atualmente em países como a
Para os especialistas, ninguém está livre de Islândia e o Japão. Esse índice de envelhecisofrer uma queda, mas a condição física e mo- mento quer dizer que, em 2050, para cada grutora do idoso é fator determinante nesse tipo de po de 100 crianças de 0 a 14 anos, existirão
acidente, que pode ser causado por uso de me- 172,7 pessoas com 65 anos ou mais.
dicamento,
tonturas,
Especialistas
alertam
problemas de visão e
que muitos idosos se quei“Muitos idosos que caem
fraqueza muscular, enxam de dores pelo corpo e
não retornam depois às
tre outros motivos. Além
suas atividades cotidianas. fraqueza, o que pode ser
disso, causas externas
revertido com uma boa aliIsso deixa evidente também
como a disposição dos
mentação, atividade física e
o grande potencial de
móveis em casa, podem
banho de sol antes das 10h
também ocasionar um
e após as 16h, isso porque
complicações clínicas
tombo. “Chão escor- decorrentes do tratamento” a saúde dos ossos pode
regadio ou iluminação
prevenir o desenvolvimento
ruim podem causar quedas. Outros fatores preo- de outras doenças. Outra recomendação importancupantes são tapetes enrugados, fios de telefone te: a alimentação deve ser equilibrada, sem excesso
soltos, objetos no chão ou escada sem corrimão de frituras. Isso também pode ajudar a garantir uma
ou barras para segurar no banheiro”, comenta vida mais saudável na terceira idade.
Lourenço.
Vale lembrar que as mulheres são as principais
O geriatra lembra que garantir a segurança vítimas de casos de fratura de colo de fêmur, uma
do idoso começa no próprio ambiente em que das mais importantes consequências das quedas
ele vive. Dicas de prevenção devem ser seguidas de idosos. De acordo com dados do Ministério da
somadas à prática de algum tipo de exercício fí- Saúde (MS), as mulheres sofrem três vezes mais
sico, que pode ajudar a melhorar o equilíbrio e a que os homens com esse problema, e o motivo
força muscular. Estar atento aos medicamentos é é que elas têm mais tendência a apresentar ostetambém outra recomendação que deve estar em oporose, doença que é um dos fatores de risco,
sintonia com as indicações do médico. “A relação pois torna os ossos mais finos e frágeis. Outros
social na vida do idoso é crucial para que ele se fatores de risco para fratura de colo de fêmur são
mantenha ativo, com vontade de viver e conse- o tabagismo e consumo excessivo de álcool, que
quentemente sentindo-se útil. Somente dessa for- igualmente enfraquecem os ossos.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 13
Aristarco Siqueira - Cardiologista
ONDE ANDARÁ O
MEU DOUTOR?
P
rimeiro doutor em cardiologia formado no
Brasil, precoce em todas as suas conquistas profissionais, Aristarco Siqueira, chefe do
Serviço de Cardiologia do Hospital São Vicente
de Paulo (HSVP), é um profissional que domina
a complexidade de sua ciência sem jamais se esquecer do básico: ouvir o paciente.
“Precisamos urgente dos nossos médicos
amigos.../a medicina agoniza.../ouço até os seus
gemidos.../Por favor! Tragam de volta o Meu Doutor!”. Esses versos denotam a estranheza de uma
paciente ao ir à consulta e ser atendida por um
médico cansado, que não lhe dá atenção e somente prescreve exames. São partes do poema
“Onde andará o meu doutor”, de Tatiana Bruscky,
um dos preferidos do especialista que é membro
dos conselhos editoriais da Revista da Sociedade
de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj)
e da Revista Brasileira de Ecocardiografia. Fellow
do American College of Cardiology e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Medicina
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
esse carioca e flamenguista, que deixou os Estados
Unidos após cinco bem-sucedidos anos de experiências acadêmicas, por amor ao seu país e à sua
cultura, é também um apaixonado pela sua profissão e por seus valores mais tradicionais.
Revista HSVP: Como foi a sua formação acadêmica e o que fez optar pela cardiologia?
Aristarco Siqueira - Desde o início, quis ser médico. Não havia nenhum em minha família, mas essa
sempre foi minha vontade. Entrei para a universidade aos 16 anos. Passei em todos os vestibulares,
mas era a UFRJ que eu queria. No terceiro ano,
algo me marcou muito - o ensino de semiologia.
Descobri o quanto gostava de examinar e, pelos
sinais e sintomas, diagnosticar o que o paciente
tinha. Antes de me formar, aos 22 anos, decidi que
iria para o exterior fazer treinamento antes de co-
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 14
meçar a clinicar. Fiz um concurso nacional para residência médica nos Estados Unidos e fui aprovado para um hospital em uma cidade pequena em
Connecticut. Fiquei um ano lá e logo apliquei para
a Clínica Mayo, uma das principais instituições de
Medicina e das mais organizadas do mundo. Lá fiz
mais dois anos de residência em clínica médica,
e, após novo concurso, outros dois em cardiologia. Portanto, foram seis anos de curso médico no
Brasil e mais cinco anos de Residência Médica nos
EUA. Lá também defendi meu mestrado, na Mayo
Graduate School of Medicine, já que pretendia
voltar para trabalhar numa universidade no Brasil. Durante a residência em clínica médica,
fiz treinamento em várias
especialidades. Duas me
interessaram mais - cardiologia e neurologia,
pois em ambas os sinais
e sintomas das doenças
são muito importantes para
o diagnóstico. Optei pela
cardiologia porque, naquela
época, o arsenal terapêutico
me pareceu mais
desenvolvido.
Revista HSVP: O que motivou a sua volta ao
Brasil?
AS - Em 1975, fui aprovado num concurso para
professor assistente de clínica médica da UFRJ.
Era um sonho que se realizava: lecionar medicina
onde a aprendi. E onde estou até hoje. Os professores Edson Saad e Antonio Paes de Carvalho
haviam criado, em 1971, o Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da UFRJ, o primeiro
do país. Logo que retornei dos EUA, ingressei na
primeira turma de doutorado desse programa,
tendo sido o primeiro doutor em Cardiologia do
Brasil, em setembro de 1980. Com essa titulação,
me tornei professor adjunto de cardiologia da
UFRJ. A passagem pelos EUA foi ótima, mas sentia falta de meu país. Sempre gostei de futebol e
não tinha interesse em beisebol, futebol americano, muito menos em matar animais por esporte…
Revista HSVP: O que representou para o senhor tornar-se fellow do American College of
Cardiology?
AS - O reconhecimento internacional do meu currículo, já que esse é um título muito valorizado no
meio científico cardiológico, concedido a profissionais com comprovada dedicação ao ensino e à pesquisa. Acho que fui um dos brasileiros mais jovens
a me tornar fellow do ACC, aos 35 anos de idade.
Revista HSVP: O senhor orienta estudantes e
profissionais nas mais diversas etapas de formação...
AS - Depois do meu doutoramento, em 1980, fui
convidado a participar da Comissão de Pós-Graduação em Cardiologia da Faculdade de Medicina da
UFRJ. Passei dez anos assessorando o coordenador,
professor Waldemar Decacche, com quem muito
aprendi. Após sua aposentadoria, fui eleito pelos
meus pares para ocupar o cargo de coordenador
desse programa, posição que ocupo até hoje. Dou
aula nos cursos de graduação e de pós-graduação
e oriento alunos de Mestrado e de doutorado. Já
orientei 45 dissertações de mestrado e 18 teses de
doutorado na área cardiovascular.
Alguma coisa se perdeu no ensino nos últimos
anos, com a mudança na política de saúde no país,
que passou a priorizar o atendimento em instituições
privadas, que visam principalmente ao lucro. Assim
que saem das universidades, a maioria dos médicos
recém-formados vai trabalhar nos setores de mergência e esquece aquilo que é mais básico para o
diagnóstico e tratamento das doenças: ouvir o que
o paciente diz e fazer um bom exame físico, e não
apenas solicitar uma bateria de exames. Tenho lutado durante todos os anos, como professor de Medicina, para transmitir aos alunos esse ensinamento
que julgo fundamental para a boa prática médica.
Revista HSVP: Como é a sua relação de trabalho na cardiologia do HSVP?
AS - Sou médico desse hospital há mais de vinte e
cinco anos e tenho muito orgulho de poder trabalhar numa instituição que não tem o caráter mercantilista de vários hospitais particulares. Conto com a
colaboração dos cardiologistas lotados no CTI, nos
ambulatórios, na emergência, com os que fazem o
acompanhamento de rotina dos pacientes internados e com os que realizam exames complementares. Participam ainda de forma muito importante os
funcionários da enfermagem e administrativos, com
o que formamos uma excelente equipe para prestar
um bom atendimento aos pacientes do HSVP.
Revista HSVP: Há uma demanda grande por
cardiologia?
AS - Ah, sim, muito grande. As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo:
hipertensão, AVC, infarto. O ambulatório de cardiologia possui três salas que funcionam simultaneamente, o tempo todo lotadas. Além disso, é
grande o número de pacientes que procuram a
nossa emergência com doenças cardiovasculares,
muitos com necessidade de internação.
Revista HSVP: E o hospital conta com serviços
e infraestrutura certificados, que possui em
acreditação...
AS - Sim, é um hospital que tem tudo para um
atendimento cardiológico de excelência. Caso um
paciente precise de uma cirurgia cardíaca ou de um
cateterismo de urgência, o HSVP tem infraestrutura
e pessoal capacitado para atendê-lo. Trabalhamos
sempre com muita afinidade com os outros serviços,
no melhor interesse do paciente. Além disso, sempre
que equipamentos mais modernos se tornem necessários, a direção do hospital está pronta para adquiri-los, dando condições para que façamos uma
medicina adequada e de ponta no Rio de Janeiro.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 15
Vem aÍ o
Outubro Rosa
Movimento é dedicado a alertar as mulheres para
a importância da prevenção do câncer de mama
Joyce Ribeiro, mastologista
E
sse mês é celebrado o movimento internacional de conscientização de combate ao
câncer de mama, o Outubro Rosa. O nome
remete à cor do laço que simboliza mundialmente a luta contra a doença, que é o segundo tipo
mais comum de câncer em todo o mundo e o
mais frequente entre as mulheres, com uma estimativa de mais 1,15 milhão de novos casos a
cada ano. No Brasil, a estimativa é que surjam,
este ano, 52 mil novos casos da doença.
O Outubro Rosa chegou ao Brasil em 2002,
e, para esse ano, o movimento prevê ações durante todo o mês em várias cidades do país, entre
elas a iluminação de prédios e monumentos históricos na cor rosa. Com o olhar sempre atento
à questão da qualidade de vida da comunidade,
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 16
o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) também
participará da campanha, por meio do Serviço de
Mastologia, que vai realizar distribuição de folhetos educativos para a comunidade, além de uma
palestra aberta ao público, no dia 6. De acordo
com a mastologista Joyce Ribeiro, o objetivo da
ação é levar informações sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce.
“O hospital vai aproveitar essa importante
causa para ampliar suas ações para o público,
sempre com o intuito de conscientizar as pessoas
sobre a doença, comenta Joyce. Ela lembra que,
no mês de julho último, o HSVP realizou o 1º simpósio de Câncer de Mama, evento voltado para
profissionais da área da saúde, em que foram
abordados temas como os principais avanços na
detecção da doença e nos procedimentos cirúrgicos para seu tratamento.
Essas ações desenvolvidas pela instituição seguem a recomendação da Organização Mundial de
Saúde (OMS), que diz que um dos principais fatores
para o controle do câncer de mama é a realização
de eventos que promovam a divulgação de informações sobre a doença e a importância do controle
do peso corporal, além de incentivar a prática regular de atividade física. Segundo estudo apresentado
em 2011 pelo órgão, em torno de 25% dos novos
casos de câncer de mama poderiam ser evitados se
os pacientes praticassem exercícios físicos por, pelo
menos, 150 minutos por semana.
Especialistas de diversos países têm afirmado
que a prevenção primária do câncer de mama está
relacionada ao controle de fatores ambientais de
risco, como obesidade pós-menopausa, sedentarismo e consumo de álcool. Estima-se que, por
meio de alimentação balanceada, nutrição e prática regular de exercícios físicos, seja possível reduzir
em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama, pois o excesso de peso aumenta as
chances de desenvolver a doença.
Já os fatores hereditários e os associados ao
ciclo reprodutivo da mulher não são, em princípio,
passíveis de mudança, de acordo com a Política
Nacional de Controle de Câncer de Mama, do
Ministério da Saúde (MS). Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total
de casos, mulheres com história familiar de câncer
de mama, especialmente se uma ou mais parentes
de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco
de desenvolver a doença. Nesse caso, a orientação é para que essas mulheres sejam acompanhadas por um médico, a partir dos 35 anos. É o
médico que vai decidir quais exames a paciente
deverá fazer. Os fatores de risco relacionados ao
ciclo reprodutivo são: primeira menstruação precoce (idade da primeira menstruação menor que
12 anos), menopausa tardia (após os 50 anos),
primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido
filhos. Mulheres que se encaixem nesses perfis
também devem buscar orientação médica.
Sintomas
Estatísticas mostram que o câncer de mama é
relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima
dessa faixa etária sua incidência cresce rápida e
progressivamente. Com relação aos sintomas da
doença, de acordo com o MS, podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou
ainda a pele apresentar um aspecto semelhante à
casca de laranja. Outro sinal de alerta é o surgimento de secreção no mamilo. Além disso, existe o sintoma palpável, que é o nódulo (caroço)
no seio, acompanhado ou não de dor, podendo
também surgir nódulos palpáveis na axila.
O programa de rastreamento para detecção
precoce do câncer de mama segue os parâmetros
da OMS, que recomendam que mulheres a partir
dos 50 até os 69 anos de idade façam mamografia uma vez cada dois anos e as mulheres mais
jovens previnam-se com o exame de toque, com
investigação profunda de qualquer sintoma suspeito. Se a mulher apresentar histórico de câncer de
mama na família, a atenção deve ser ainda maior.
Formas de detecção
As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama
são o exame clínico (feito durante a consulta médica e uma vez por ano
pelas mulheres entre 40 e 49 anos) e a mamografia (radiografia da mama),
exame que permite observar as lesões na fase inicial, quando ainda são muito
pequenas (medindo milímetros). A mamografia deve ser realizada cada dois
anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
Diversos estudos científicos têm comprovado, que, quanto mais cedo é
feito o diagnóstico do câncer de mama, maior a chance de cura, maior o
tempo de sobrevida e melhor a qualidade de vida da paciente. A estimativa é que, quando diagnosticado precocemente, as chances
de cura cheguem a 95%.
A chefe do Serviço de Mastologia do HSVP lembra que
a instituição dispõe de todos os recursos necessários para o
adequado tratamento do câncer de mama em seus diferentes
estágios. “O hospital também oferece métodos complementares na abordagem diagnóstica, como mamografia, ultrassonografia, ressonância nuclear magnética, biópsias e marcações por estereotaxia, além de contar com serviço de cirurgia”,
informa Joyce Ribeiro.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 17
HSVP entre os
melhores hospitais
da América Latina
Pesquisa da revista AméricaEconomia classifica
instituição como a 15ª melhor dos continentes
central e sul-americano
A
busca contínua pela excelência no cuidado
com o paciente e a adoção de estratégias
visando à inovação, modernização e qualidade acabam de conferir ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) mais um importante fruto: a
instituição é o único hospital do Rio de Janeiro
a figurar no ranking que aponta os melhores estabelecimentos de saúde da América Latina. O
reconhecimento foi publicado na edição de setembro da revista AméricaEconomia, da Editora
Spring. A publicação realiza anualmente, por
meio da consultoria AméricaEconomia Intelligence, pesquisa e análise de hospitais públicos e privados. O trabalho tem como base a comparação
de 372 dados, que analisam a gestão dos hospitais em seis dimensões: Segurança e Dignidade
do Paciente, Capital Humano, Eficiência, Prestígio, Capacidade e Gestão do Conhecimento.
De um total de 190 entidades participantes,
de países como Argentina, Colômbia, Costa
Rica, Chile, Cuba, Equador, México, Panamá,
Peru, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, foram
escolhidas as 40 melhores unidades. E o HSVP
ficou na 15ª colocação geral e como o 5º melhor
entre os melhores hospitais brasileiros. Apenas
outras seis unidades nacionais – localizadas em
São Paulo e Rio Grande do Sul – figuram na lista.
“O HSVP teve excelente pontuação no quesito capital humano. Isso mostra o quanto manter
bons profissionais médicos e enfermeiros agrega
valor à nossa instituição”, ressalta o coordenador de qualidade do hospital, Vanderlei Timbó.
Ele lembra que nesse item são avaliadas essas
duas especializações, mas a unidade conta com
bons profissionais nas demais áreas, que individualmente colaboram para que o hospital possa
evoluir sempre mais e mais.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 18
Essa foi a quarta edição
da pesquisa, que envolve unidades
de alta complexidade e com o devido reconhecimento do órgão máximo do Poder Executivo
de cada país. No caso do Brasil, o Ministério da
Saúde. Para participar da pesquisa, hospitais e
clínicas têm que enviar um elevado volume de
informações relevantes, por meio de respostas
a um questionário que reúne informações-chave
em relação às seis dimensões da qualidade hospitalar, além de um conjunto de documentos que
endossam tais informações.
No quesito segurança e dignidade do paciente, por exemplo, são levados em conta os
indicadores de processos e dos resultados que
permitem minimizar riscos hospitalares, além do
quesito transparência. Já em relação ao capital
humano, considera-se a análise das equipes médica e de enfermagem, mais a governança hospitalar. No item capacidade, são levados em conta
indicadores e quantidade de pacientes ambulatoriais, leitos, especialidades e subespecialidades
médicas, exames laboratoriais e cirurgias, além
de investimentos. No quesito gestão do conhecimento, são abordados indicadores que permitem
medir a capacidade de gerar, obter e difundir a
vanguarda do saber médico na entidade.
Com relação à eficiência, contam as variáveis
de eficiência médica e outras, como taxas de ocupação de leitos ou salas de cirurgia, eficiência financeira (balanços e demonstrações de resultados) e os
mecanismos de gestão da qualidade. E a opinião
dos médicos que trabalham nos hospitais participantes, bem como pacientes e leitores da revista, é
determinante no quesito prestígio. Nesse item, também são considerados as conquistas, os marcos e
alianças estratégicas alcançadas pelas entidades.
Semana de São Vicente de Paulo
O HSVP realizou mais uma Semana Comemorativa de São Vicente de Paulo, festividade presente no calendário da instituição desde sua fundação. No último dia 27, aconteceu a Missa
de Celebração Eucarística, no auditório do Centro de Convenções Irmã Mathilde, seguida de
festa comemorativa.
São Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660. Em 1633, fundou a Companhia
das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, primeira congregação religiosa feminina católica a ter
vida apostólica, reconhecida mundialmente pelos serviços dedicados aos pobres, em hospitais, escolas,
paróquias, e às crianças abandonadas, entre outros necessitados. Sua vida é uma história de doação
aos irmãos pobres e de amor a Deus.
O jeito certo de tratar a dor de cabeça
Apesar de ser um dos problemas de saúde mais comuns em todo o mundo, o tratamento da dor de cabeça tem sido negligenciado. Estudo recente publicado no
Atlas of Headache Disorders, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou
que 50% das pessoas tomam remédio para dor de cabeça sem indicação médica. O
hábito parece inofensivo, mas pode acabar aumentando a frequência e intensidade da
dor. Ou seja: as pessoas começam a conviver com a dor e não percebem que o uso de
medicamentos sem o diagnóstico correto e acompanhamento médico pode levar ao agravamento do problema, tornando-o crônico.
Segundo Alexandre Hatum, neurologista do HSVP, algumas das classificações para a dor de cabeça são:
vascular (quando existem obstrução, rompimento ou inflamação das artérias); dor de cabeça tensional
(quando os músculos ao redor do crânio estão contraídos); e a enxaqueca, que se acredita ser causada
por uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
É fundamental que um neurologista faça o correto diagnóstico da doença e indique o tratamento mais
adequado para cada caso. No caso da enxaqueca crônica - caracterizada por, no mínimo, 15 dias de
dor de cabeça, com duração de mais de quatro horas por dia, por mais de três meses-, por exemplo,
o tratamento é complexo e envolve medidas medicamentosas e outras ações.
Diabetes, a importância do autocuidado
Com uma incidência cada vez maior, o diabetes já adquire características de pandemia. O
alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê que o total de casos atuais
em todo mundo duplique até 2023. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD), a doença afeta cerca de 12% da população entre 30 e 69 anos. Desse total de pessoas,
de acordo com a SBD, metade ignora que tem diabetes e apenas uma parcela pequena mantém
a doença controlada. O motivo? Na opinião de especialistas, principalmente, por falta de conhecimento e motivação para se cuidar melhor.
Estudo do Diabetes Prevention Program (projeto desenvolvido nos Estados Unidos com a participação de
profissionais de diversos centros clínicos) mostra que pacientes com alto risco para a doença e orientados
a cuidar da alimentação e praticar atividade física conseguiram reduzir em 58% o risco de desenvolver a
doença. “Com hábitos de vida saudáveis, como reduzir a ingestão de gorduras; mantendo o peso dentro
da normalidade; e praticando atividade física de forma regular, pode-se reduzir a incidência do diabetes
tipo 2, assim como de outras patologias, como dislipidemias (presença de níveis anormais de lipídios e
ou liproteínas no sangue), hipertensão e acidente vascular cerebral”, explica Ana Cristina Belsito, endocrinologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 19

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