O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte

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O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte
Vol. 46 • N.º 2 • Lisboa 2011
O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte de Maciços Rochosos Fraturados
A. Carlos Galiza, Luís Ramos, Luís Fonseca, José Teixeira e Hélder I. Chaminé
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O presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância da geotecnia mineira no desmonte de
maciços rochosos fraturados. Esta abordagem interdisciplinar em geoengenharia só é alcançada após rigorosa
e sistemática recolha de dados no terreno, seguida de análise e interpretação da interação entre as feições
geológico-geotécnicas do maciço com a geometria do diagrama de fogo e as ferramentas de execução. É,
ainda, evidenciada a relevância de uma cartografia integrativa SIG, baseada no zonamento geotécnico do
maciço rochoso, como ferramenta de apoio à gestão mineira do georrecurso.
Determinação do Custo de Serragem em Granitos – Uma Metodologia Centrada nos Fatores de Rentabilização
Vitor V. Costa e João Paulo Meixedo
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Neste trabalho procura fazer-se uma análise do processo de serragem com engenhos multi-lâminas e granalha
de aço, na medida em que se trata do método de seccionamento de blocos de granito mais utilizado pelas
grandes indústrias do setor.
Desenvolvimento do Projeto de Deposição de Rejeitados Espessados / Pasta de Rejeitados
Mafalda Oliveira
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Os rejeitados produzidos nos processos de concentração dos minérios na Somincor foram desde 1988, data
de início da exploração mineira, até final de 2010, armazenados subaquaticamente na albufeira da Instalação
de Resíduos do Cerro do Lobo, construída em forma de barragem de enrocamento. Esta estrutura foi alvo
de três alteamentos tendo no último ficado com o coroamento à cota final para a qual foi projectada.
A esta cota final e tendo em conta o plano de vida da mina a capacidade de armazenamento, para deposição
subaquática, esgotar-se-ia no início de 2011, o que era manifestamente insuficiente para as quantidades a
produzir no plano de vida da mina.
Para fazer face a esta situação sem comprometer a sustentabilidade da empresa a Somincor deu início, em
2001, ao desenvolvimento do designado “ Projecto de Pasta de Rejeitados”. Este artigo pretende descrever
as fases deste projecto e a sua implementação com sucesso em Novembro de 2010.
Atividade Mineira
Contratos de Prospeção e Pesquisa
Contratos de Concessão de Exploração
143
Águas Minerais e de Nascente
Contratos de Exploração
Contratos de Prospeção e Pesquisa
Atribuição de Licença
Rescisão de Contratos de Exploração
147
Pedreiras
Novas Licenças de Exploração
Adaptação das Licenças de Exploração Existentes
Transmissão da Licença de Exploração
Cessação da Licença de Exploração
Nomeação de Diretores Técnicos
Responsáveis Técnicos Inscritos na Direcção-Geral de Energia e Geologia
149
Indústria Extrativa - Comércio Internacional
Evolução do Comércio Internacional – Janeiro a Dezembro de 2011
161
Notícias do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal
O Museu Mineiro - Casa da Malta
O Museu da Fábrica de Cimento Maceira-Liz
167
Informação Vária
Comemorações 75.º aniversário da Ordem dos Engenheiros - Ciclo de conferências: A Engenharia – Que
futuro? - Conferência “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?”
171
1ª Conferência da Primavera/1st Spring Conference - Setor Mineiro Português – Investimentos e
financiamento
A Indústria Extrativa – Presente e Futuro
Publicações
Publicações editadas pela Direcção-Geral de Energia e Geologia ou com o apoio desta durante o ano de
2011
Ficha Técnica
Propriedade e Edição:
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Maria José Sobreiro e Paula Dinis
Redação e Coordenação:
Direção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos,
Geotérmicos e Petróleo
Periodicidade: Semestral
Depósito Legal: Nº 3581/93
ISSN: 00008-5935
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Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte de
Maciços Rochosos Fraturados
A. Carlos Galiza
José Teixeira e Hélder I. Chaminé
Instituto Superior de Engenharia do Porto, ISEP, Departamento de
Engenharia Geotécnica; e Centro GeoBioTEc|UA;
Instituto Superior de Engenharia do Porto, Departamento de
Engenharia Geotécnica, Laboratório de Cartografia e Geologia
Aplicada|ISEP; e Centro GeoBioTec|UA;
E-mail: [email protected]
Luís Ramos e Luís Fonseca
E-mail: [email protected];
[email protected]
MonteAdriano: Agregados SA; e Laboratório de Cartografia e
Geologia Aplicada|ISEP;
E-mail: [email protected];
[email protected]
Palavras-chave: Agregados; Desmonte; Georrecursos; Geotecnia mineira; Maciços rochosos
RESUMO
O desmonte de maciços rochosos não é mais do que a operação de destaque de uma porção de material rocha. Este
trabalho tem como objetivo apresentar a importância da geotecnia mineira no desmonte de maciços fraturados.
Esta abordagem interdisciplinar só é alcançada após rigorosa e sistemática recolha de dados no terreno numa base
cartográfica, seguida de análise e interpretação da interação entre as feições do maciço (petrofísicas, geológico-estruturais, geotécnicas e geomecânicas, entre outras) com a geometria do diagrama de fogo e ferramentas de
execução. É, ainda, evidenciada a relevância de uma cartografia integrativa SIG, baseada no zonamento geotécnico do
maciço, como ferramenta de apoio à gestão mineira do georrecurso. Por fim, apresentam-se aplicativos geo-informáticos
desenvolvidos que trarão benefícios técnico-económicos na prática de desmonte de rocha com explosivos.
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Introdução
González de Vallejo & Ferrer, 2011). Os trabalhos científicos
até então centravam-se, sobretudo, no estudo da mecânica
Só a partir de meados do Século XX foi encarado com especial interesse o estudo do comportamento geomecânico dos
maciços rochosos e, em particular, do material-rocha para
das rochas superficiais brandas, não consolidadas e/ou nos
materiais desagregados vulgarmente designados por solos
(e.g., Terzaghi, 1943; Terzaghi et al., 1996), (Figura 1). As
rochas podem classificar-se, quanto à génese, em três grandes
fins de engenharia (e.g., Terzaghi, 1946; Hoek, 1966; Coates,
famílias (Figura 2): ígneas (ou magmáticas), metamórficas e se-
1967; Deere et al., 1967; Müller, 1974; Peres Rodrigues, 1977;
dimentares. Estas rochas são formadas num ciclo geodinâmico
Jaeger, 1979; Rocha, 1981; Mello Mendes, 1980a,b, 1985; Oli-
(interno e externo) contínuo ao longo dos tempos geológicos
veira, 1986; Bieniawski, 1989; Wittke, 1990; Cunha & Muralha,
donde resultam para fins de engenharia (Freitas, 2009), os
1990; Hudson, 1992; Dinis da Gama, 1992, 1995; Brady &
maciços rochosos (rochas duras ou consolidadas) e terrosos
Brown, 2004; Miranda et al., 2006; Bock, 2006; Barton, 2006;
(rochas brandas ou solos).
Figura 1
Tipo de materiais geológicos (s.l.), desde os solos até às rochas duras, em estudos geotécnicos e de geologia de engenharia
(Adaptado de Johnston & Novello, 1993).
Figura 2
O ciclo das rochas numa perspetiva das geociências de engenharia: uma visão dinâmica da formação das rochas e dos solos,
donde se destaca o posicionamento da mecânica das rochas e da mecânica dos solos
(Inspirado em Dobereiner & Freitas 1986).
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Brown (1991) refere que em estudos de mecânica das
rochas é primordial atingir um equilíbrio entre o
realismo das suas bases de caráter físico-naturalista
e o rigor dos conceitos físico-matemáticos de que se
serve para dar resposta a este tipo de investigações.
Esta importante dialética está magistralmente expressa
nas palavras de Rocha (1981) que ilustram de uma
forma pragmática, e perfeitamente atual, a importância das geociências de engenharia (em particular,
nas engenharias geológica, geotécnica e mineira):
“(...) O engenheiro não pode empreender a caracterização dos
maciços rochosos somente a partir de resultados de ensaios. Na
verdade, em primeiro lugar, a definição, em posição e número,
dos pontos a ensaiar tem de ser guiada pelo conhecimento da
geologia das formações e, em segundo lugar, em virtude da
complexidade referida, o vasto património de conhecimentos
qualitativos contidos na informação geológica desempenha
papel decisivo na caracterização do maciço rochoso, a qual
implica a extrapolação de resultados dos pontos ensaiados
para outras zonas. (...)”.
(Hudson & Cosgrove, 1997). Raramente, os maciços
Os maciços rochosos podem ser definidos como massas
rochosas constituídas por um ou mais tipos litológicos,
localizados num determinado contexto espacial e estando afetadas por descontinuidades, com caraterísticas
geológico-geotécnicas, geomecânicas e geohidráulicas,
que conferem ao conjunto uma anisotropia global (Hoek,
2007).
pelas populações através das infraestruturas realizadas
Os maciços rochosos apresentam características geo-mecânicas que dependem, em primeiro lugar, da
geologia das próprias rochas que os formam, mas
também de alguns parâmetros geotécnicos que são
intrínsecos de cada maciço e da sua história geotectónica
rochosos apresentam uma estrutura homogénea e,
como resultado da complexa história geodinâmica
(expressa pelo campo de tensão regional a que foram
sujeitos), apresentam uma rede de descontinuidades
que terão impactos significativos no seu comportamento
geomecânico desde o nível do material-rocha até ao
maciço rochoso (Rocha, 1981; Dinis da Gama, 1995).
Para se ter uma visão da problemática das estruturas
geológicas deveremos perspetivá-las num quadro de
observação e descrição com efeito de escala, i.e., há, quase
sempre, uma replicabilidade escalar das estruturas desde
a megaescala até à microescala (e.g., Peres Rodrigues,
1977; Cunha & Muralha, 1990; Mandl, 2005; Price,
2009). O passado geomecânico dos maciços rochosos
constitui um fator essencial para a compreensão do seu
comportamento em função das causas naturais (sismos,
vulcanismo, erosão, etc.) e as necessidades impostas
sobre eles ou da exploração das massas minerais (Dinis
da Gama, 1995). Com efeito, o material rochoso não é
contínuo, apresentando geralmente descontinuidades
macroscópicas (fraturas, diaclases, fissuras, falhas,
cisalhamentos, etc.) e microscópicas (micro-fissuras,
partição, defeitos cristalinos). A heterogeneidade dos
maciços rochosos provém, por um lado, da anisotropia
da rocha e, por outro lado, da persistência das famílias
de descontinuidades que intersetam os maciços
(Figura 3).
Figura 3
Comparação relativa entre os principais tipos de descontinuidades nos maciços rochosos
(Adaptado de Price, 2009).
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O estudo dos maciços rochosos nas explorações de
materiais pétreos é uma tarefa complexa e interdisciplinar
que requer trabalho de campo minucioso e uma análise
cuidada dos dados obtidos sobre as suas propriedades
geológicas, geotécnicas e geomecânicas (e.g., Terzaghi,
1965; Mazzoccola et al., 1997; Galiza et al., 2011a,b;
González de Vallejo & Ferrer, 2011). Para tal efetua-se, em regra, uma recolha da informação de base,
especialmente topográfica, litológica e geotectónica, bem
como das condições hidrogeológicas e geomorfológicas
da área em estudo (e.g., Vidal-Romani & Twidale, 1999;
Culsham, 2005; Griffiths & Stokes, 2008). Seguidamente,
caracteriza-se a compartimentação do maciço através
do registo das características geológico-estruturais e
geomecânicas das descontinuidades e petrofísicas do
material rochoso (ISRM, 1981; GSE, 1995; CFCFF, 1996;
ISRM, 2007). O estudo do maciço culmina, geralmente,
com a proposta do zonamento geotécnico e, por fim, o
estabelecimento de um modelo geotécnico conceptual
(Galiza et al., 2008, 2011a,b; Fonseca et al., 2010; Galiza, in
prep.). Seguidamente, efetuar-se-ão uma série de ensaios
“in situ” e laboratoriais para definir com maior rigor os
valores dos parâmetros geotécnicos e geomecânicos da
área a investigar. O passo seguinte será o estabelecimento
de modelos geomecânicos comportamentais (antes,
durante e pós-obra) do maciço, apoiados em modelos
matemáticos (e, se possível, calibrados) e estudos de retro-análise (González de Vallejo & Ferrer, 2011).
A presente nota retoma e aprofunda, no essencial, as ideias
dadas à estampa em Galiza et al. (2011a,b). Esta tem como
objetivo apresentar, numa perspetiva interdisciplinar e
integrativa, a importância da caracterização geológico-estrutural, petrofísica, geotécnica e geomecânica dos
maciços rochosos para a otimização técnico-económica
do desmonte. Esta abordagem só pode ser alcançada com
uma rigorosa e sistemática recolha de dados no terreno,
seguida de uma análise e interpretação da interação entre
as características geológico-geotécnicas e geomecânicas
do maciço com a geometria do diagrama de fogo e do
conjunto carro, a coluna de perfuração e as ferramentas
de execução. Destaca-se, ainda, a importância na
utilização de uma série de aplicativos geo-informáticos
desenvolvidos que, por certo, trarão benefícios técnico-económicos no que diz respeito à prática do desmonte
de rocha com explosivos. A exploração granítica de
Serdedelo (Ponte Lima), situada no Alto Minho, servirá
como exemplo ilustrativo da presente nota.
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Desmonte de Maciços Rochosos
A perfuração é uma das atividades do processo de
extração e transformação, tendo a particularidade
de ser a atividade que se encontra no “topo da pirâmide”, relativamente à cronologia de execução de
todos os processos que culminam no produto final.
Neste contexto, a perfuração assume um papel de
extrema importância, tornando-se a otimização desta
atividade fundamental, pois tem consequência direta
no seu resultado técnico-económico e na interligação com as atividades subsequentes, nomeadamente:
i) carregamento – detonação; ii) fragmentação secundária; iii) carga – transporte e iv) britagem. Logo, o resultado destas está intimamente ligado ao sucesso de uma
boa perfuração do maciço (Galiza et al., 2008, 2011a,b;
Góis et al., 2011). Esta operação envolve três grupos
de parâmetros (e.g., Dinis da Gama, 1971; Langfors &
Kihlstrom, 1978; Franklin & Dusseault, 1991; Persson
et al., 1993; Moodley & Cunningham, 1996; Singh et al.,
1998; Olofsson, 2002; Zhou & Maerz (2002); Holmberg,
2003); Haneberg, 2009; Galiza et al., 2011a,b); i) geológico-estruturais, petrofísicos, geotécnicos e geomecânicos do maciço rochoso; ii) ferramentas de execução;
iii) geometria do diagrama de fogo.
A otimização de qualquer operação de desmonte
com explosivos requer o conhecimento prévio do
grau de fracturação natural no intuito de se definir
a compartimentação do maciço rochoso, ou seja, a
caracterização geológico-estrutural e geomecânica do
maciço (e.g., ISRM, 1981; Priest, 1993; Dinis da Gama,
1995; Hudson & Cosgrove, 1997; Galiza et al., 2011a). O
grau de fragmentação do material desmontado interfere
na eficiência e no custo das operações subsequentes,
sendo, também, diretamente afetado pelo esquema de
perfuração e pela quantidade de explosivos consumidos
(e.g., Dinis da Gama, 1971, 1996; Franklin & Dusseault,
1991; Pettifer & Fookes, 1994; López Jimeno & Díaz
Méndez, 1997; López Jimeno, 2003; Tsiambaos &
Saroglou, 2010; Kayal et al., 2011).
Um bom exemplo do exposto relaciona-se com a
escavabilidade de um dado maciço rochoso depender maioritariamente de dois aspetos principais,
a saber: da resistência geomecânica do material-rocha e das características petrofísicas, geológico-estruturais e geotécnicas da rocha intacta. A abordagem desenvolvida, por exemplo, por Franklin et al.
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(1971) em termos de classificação da escavabilidade e/ou
ripabilidade de um dado maciço. Esta determina quatro áreas evidenciadas no designado ábaco de Franklin
et al. (1971), a que correspondem diferentes métodos de
desmonte da rocha, da escavação mecânica, da escarificação e da utilização de explosivos para desagregar o
maciço. A Figura 4 apresenta uma revisão da proposta de
Pettifer & Fookes (1994) ao ábaco anteriormente referido.
O ábaco apresenta, genericamente, os seguintes parâmetros (obtidos através do estudo geológico-geotécnico
de testemunhos de sondagem ou, complementarmente,
em afloramento): índice de resistência à carga pontual
(Is50), grau de fracturação em termos de espaçamento
médio entre descontinuidades e grau de alteração. Estes
parâmetros podem ainda ser correlacionáveis com outras
grandezas, nomeadamente o Is50 com a resistência à compressão uniaxial (UCS) e com o “número de Schmidt”
e o grau de fracturação (RQD – “Rock Quality Index”,
ou pelo espaçamento médio entre descontinuidades em
termos de “ fracture intercept”, proposto pela ISRM, 1981).
Mais recentemente, Tsiambaos & Saroglou (2010), propõem a utilização do GSI (“Geological Strength Index”;
Marinos & Hoek, 2000) com o objetivo de avaliar o tipo
de escavabilidade prevísivel para o maciço. Os ábacos de
Franklin et al. (1971)/Pettifer & Fookes (1994) possuem,
atualmente, algumas desatualizações, visto que as tecnologias e capacidades dos equipamentos têm tido uma
evolução crescente, nomeadamente os modernos equipamentos hidráulicos que ampliam as áreas de escavação
mecânica e de escarificação para o interior das regiões
de desmonte com explosivos (Bastos, 1998; Tsiambaos
& Saroglou, 2010). Todavia, são ábacos muito expeditos
e permitem-nos retirar interessantes ilações de índole
prática sobre o hipotético grau de escavabilidade de um
dado maciço.
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Figura 4
Interrelação dos parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos
para a escavabilidade de um dado maciço rochoso
(Revisto e adaptado: a) Franklin et al., 1971; b) Pettifer & Fookes, 1994; c) Tsiambaos & Saroglou, 2010).
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As principais operações envolvidas na indústria extrativa
não são equitativamente distribuídas (i.e., perfuração/
/carregamento–detonação/fragmentação secundária;
carga/transporte/britagem). A operação de britagem
representa cerca de metade do custo total das operações,
sendo, de facto, a operação mais atrativa para a
otimização. Em contrapartida, esta é a última do processo
de extração e transformação, estando a sua rentabilidade
dependente da qualidade com que as operações
antecedentes foram executadas. A produtividade com
que a carga e o transporte do material desmontado são
executados depende essencialmente do resultado do
desmonte, em que uma boa fragmentação perspetiva
um bom rendimento em termos de fator carga. Apesar
desta operação se apresentar como a segunda mais
dispendiosa, continua a depender bastante das anteriores.
A fragmentação secundária depende do resultado
granulométrico obtido no desmonte com recurso a
explosivos. O conjunto perfuração/carregamento–
-detonação/fragmentação secundária, representa menos
encargos financeiros que as duas restantes. No entanto,
tem um papel preponderante na rentabilidade de todo o
processo de transformação, atendendo à produtividade
global, isto é, o aproveitamento maximizado da
capacidade instalada que uma granulometria ajustada
às operações de transformação vai ter na eficiência
do processo produtivo. Sob o ponto de vista de gestão
industrial a maximização dos resultados consegue-se
elevando ao máximo as receitas para um determinado
custo ou diminuindo os custos para um mesmo volume
de receitas. Assim, a maximização da produção terá como
consequência uma diminuição relativa da parcela dos
custos fixos. A otimização das várias operações deve ser
realizada atendendo à melhoria das operações a jusante.
Desta forma, na perfuração e no desmonte dever-se-á ter
como objetivo a obtenção de uma curva granulométrica
de acordo com as dimensões dos equipamentos de
transporte/remoção/britagem e, com a diminuição e
dimensão dos maiores calibres, principal causa da menor
produtividade das instalações de britagem.
Na atividade da indústria extrativa ligada às rochas
industriais e atendendo à sua menor dimensão e à baixa
dispersão das instalações, todas as atividades estão
dirigidas para um menor custo final, com o enfoque
principal na britagem devido a ser este o centro com o
maior custo. Todo o processo produtivo nestas instalações
está organizado por uma cadeia de operações com
pequenas capacidades de armazenamento parcelares,
o que exige um grande controlo operacional, tanto a
nível do funcionamento/manutenção dos equipamentos
mecânicos como da eficiência e adequação dos fluxos
de alimentação a cada um dos equipamentos. Isto
significa que paragens, mesmo que sejam de curta
duração, poderão dar origem a quebras significativas
de produtividade, que terão como consequência um
agravamento dos custos de produção, nomeadamente
um agravamento percentualmente equivalente dos
custos fixos. A obtenção de uma curva granulométrica
adequada permitirá o aproveitamento mais eficaz da
instalação, uma diminuição dos custos e eventualmente
um aumento de receitas. A análise realizada pretende
demonstrar que uma cuidadosa caracterização do
maciço permitirá um maior controlo sobre as operações
de desmonte, com uma diminuição dos custos globais
e unitários de produção, conseguindo inclusivamente
a otimização e consequente diminuição dos custos da
própria operação de perfuração.
A perfuração é a primeira operação a ser executada
e, apesar de representar um dos menores custos de
operação a par do carregamento e rebentamento, é
das que mais influencia a otimização das restantes. As
cinco principais operações de extração e transformação
funcionam em cadeia, de uma forma sequencial, sendo
que a qualidade/rentabilidade com que uma operação
é realizada depende da anterior e influencia a seguinte
(Figura 5). A natureza desta operação, juntamente com
a posição de topo que ocupa na cadeia de produção,
torna-a merecedora de atenção especial.
A Figura 6 apresenta uma esquematização idealizada do
Ciclo de Investigação, Inovação e Desenvolvimento (II&D)
envolvendo interactivamente a Academia – Empresa –
Mercado (Berkhout, 2000; Berkhout et al., 2011), onde
se evidenciam o sub-ciclo do Conhecimento ligado à
Academia em termos de investigação e desenvolvimento
(I&D), o sub-ciclo da Engenharia relacionado com a
aplicação técnico-científica em meio empresarial, e o
sub-ciclo do Mercado ligado à otimização económica do
produto. A presente nota deverá ser perspetivada nesta
esquematização conceptual. A reforçar esta necessidade
é vital o estabelecimento de efetivas ligações entre a
Academia, a Indústria e a Sociedade, tal como defendeu
recentemente Bieniawski (2010).
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Figura 5
Fluxograma esquemático das atividades de extração e transformação de pedra natural,
bem como as consequências que a execução da perfuração tem nas atividades subsequentes
Figura 6
Esquema ideal do ciclo de investigação, inovação e desenvolvimento (II&D) envolvendo a Academia – Empresa – Mercado
(Adaptado de Berkhout, 2000).
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Abordagem integrativa em Geotecnia
Mineira
Na primeira fase do trabalho efetuou-se um reconhecimento de campo para se definir os constrangimentos
cartográficos, geológico-estruturais e petrofísicos do
maciço em estudo e área envolvente (especialmente, a
caracterização das unidades geológicas regionais e/ou
locais, a descrição e caracterização das litologias, a
cartografia das macro e meso-estruturas, a identificação
das zonas alteradas e cartografia das suas espessuras, a
localização das exsurgências/infiltrações de água, etc.).
Na fase seguinte procedeu-se à recolha, tratamento,
análise e interpretação dos dados geológicos, geotécnicos
e geomecânicos do maciço. Esta abordagem integrada
permitiu a descrição e o zonamento geotécnico
do maciço em estudo. Para a definição do grau de
compartimentação do maciço rochoso foi aplicada a
técnica de amostragem linear em superfícies expostas
do maciço rochoso (e.g., Priest & Hudson, 1981; Priest,
1993; Chaminé & Gaspar, 1995; Dinis da Gama, 1995;
Peacock et al., 2003; Martins et al., 2006; Fonseca
et al., 2010; Galiza et al., 2011a). A criação de bases de
dados dinâmicas – ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS
(Fonseca et al., 2010; Galiza et al., 2011a,b) – relativas
aos parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos
permitiu efetuar um cruzamento exaustivo de toda
a informação e a interpretação de todos os dados
geológicos, geotécnicos e geomecânicos de modo a
apoiar o estabelecimento da cartografia de zonamento
geotécnico de um dado maciço rochoso (Figura 7). Nos
levantamentos dos elementos geológico-geotécnicos de
campo recorreu-se ao posicionamento georreferenciado
dos dados com o apoio de um GPS de alta precisão
(Trimble Geoexplorer). Numa terceira fase foram realizados
ensaios de medição dos desvios de perfuração, assim
como o registo de todos os parâmetros ligados ao
diagrama de fogo, equipamento e acessórios de
perfuração. A criação de bases de dados dinâmicas
– GeoHole|Data e GeoDrill|Data (Fonseca et al., 2010;
Galiza et al., 2011a,b) – com os registos dos parâmetros
geológico-geotécnicos básicos associados aos resultados
dos ensaios de perfuração (Figura 8), complementada por
um tratamento geoestatístico adequado, permitirá aferir
a variabilidade dos desvios em função das ferramentas de
execução, das características geométricas do diagrama de
fogo e das características do maciço rochoso. Encontramse em curso desenvolvimentos futuros destes aplicativos
geo-informáticos numa base de dados mais robusta e a
ligação a um Sistema de Informação Geográfica.
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Figura 7
Exemplo de aplicação das bases de dados ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS para maciços rochosos fraturados
(adaptado de Galiza et al., 2011a).
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Figura 8
Exemplo de aplicação das bases de dados GeoHole|Data e GeoDrill|Data para maciços rochosos fraturados
(adaptado de Galiza et al., 2011b).
Do Zonamento Geotécnico ao Controlo da Qualidade do Desmonte
A Pedreira de Serdedelo, situada nos arredores de
Ponte de Lima, corresponde a um maciço constituído
por um granito porf iróide, de grão grosseiro a
médio, biotítico, exibindo uma foliação materializada
sobretudo pelo alinhamento dos cristais de biotite e,
por vezes, de megacristais de feldspato. Foi efetuado
um reconhecimento geológico de superfície, na área
envolvente à pedreira de Serdedelo, com o objetivo
de estimar a representatividade cartográfica da fácies
granítica em afloramento e a qualidade geotécnica
do material rochoso à (sub)superfície (pormenores
em Fonseca, 2008; Ramos, 2008; Albuquerque, 2010;
Galiza et al., 2011a,b; Galiza in prep.). Tendo em vista a
melhor compreensão da rede de fracturação dominante
na compartimentação do maciço rochoso da pedreira
de Serdedelo, elaborou-se um esboço de zonamento
geotécnico de (sub)superfície (Figura 9).
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Figura 9
Esboço do zonamento geotécnico da pedreira de Serdedelo:
sua importância como um instrumento de apoio à gestão mineira do georrecurso
(adaptado de Galiza et al., 2011b).
Do estudo pormenorizado do maciço rochoso resultaram
as seguintes zonas geotécnicas:
• ZG I – Granito biotítico de grão grosseiro a médio,
com megacristais de feldspato, alterado a muito
alterado (W4), com espaçamento afastado (F1-2);
resistência à compressão uniaxial muito baixa
(<20 MPa);
• ZG II – Granito biotítico de grão grosseiro a médio,
com megacristais de feldspato, medianamente
alterado ( W 3) a pouco alterado ( W 2 ), com
espaçamento afastado (F2); resistência à compressão
uniaxial média a elevada (50 a 80 MPa; S3 a S2);
• ZG IIIa – Granito biotítico de grão grosseiro
a médio, com megacristais de feldspato, são a
pouco alterado (W1-2), com espaçamento afastado
a medianamente afastado (F 2-3); resistência à
compressão uniaxial elevada (100 – 140 MPa; S2);
Índice de Carga Pontual IS50 = 6 a 7 MPa;
• ZG IIIb – Granito biotítico de grão grosseiro a
médio, com megacristais de feldspato, são a muito
pouco alterado (W1), com espaçamento afastado
(F2); resistência à compressão uniaxial elevada
(120 – 160 MPa; S2); Índice de Carga Pontual
IS50 = 11 a 12 MPa.
114
Na análise dos desvios de perfuração há que diferenciar
duas dimensões, uma referente à direção e outra à
inclinação, isto porque apresentam comportamentos
diferentes essencialmente devido ao seu plano de
interação com a anisotropia do maciço rochoso. A
inclinação dada ao furo provoca igualmente diferentes
ângulos de interseção com as descontinuidades do
maciço nos dois planos de análise. Pelos motivos citados
impõe-se uma análise independente dos desvios. A
representação gráfica dos desvios de perfuração a
vários níveis de profundidade e da direção do emboquilhamento é crucial para a identificação do tipo de
desvio. A Figura 10 apresenta um exemplo que se poderá
explorar na GeoHole|Data. Neste caso pretendeu-se
avaliar a influência que a limpeza e a regularização da
bancada poderão ter na génese do desvio nos primeiros
2m de perfuração, ou seja nos desvios de perfuração, o
que se traduz numa perfuração com melhor qualidade,
logo uma melhor fragmentação e redução significativa
dos custos das atividades subsequentes.
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Figura 10
Representação gráfica dos desvios de perfuração:
O desvio de perfuração no emboquilhamento em função da limpeza e regularização da bancada
(adaptado de Galiza et al., 2011a,b).
A má limpeza da bancada conduz à redução da produção geral do processo de perfuração em 26%. Além
disso, uma má limpeza e regularização da bancada
inf luencia de forma determinante os desvios de
perfuração na fase de emboquilhamento, agravando-se,
consequentemente, ao longo do furo. Estes aspetos
vieram comprovar e validar a importância da limpeza
do material desagregado proveniente de pegas de
fogo anteriores. Como consequência de uma melhor
limpeza, ter-se-á então: i) maior produtividade do ciclo
de perfuração e durabilidade do aço de perfuração; ii)
menores custos em aço de perfuração, de encravamentos
e desvios de perfuração. Estas evidências concorrem
para uma perfuração de qualidade, a custo mais baixo,
e com redução significativa dos custos das atividades
subsequentes (Figura 11). Este estudo permitiu, dadas
as características geológico-geomecânicos do maciço
rochoso, comprovar a boa utilização do modelo, da marca
dos bits de perfuração e do tempo de ciclo de afiação dos
bits. Nos diâmetros de perfuração estudados, concluiu-se
a altura de bancada ideal, com a análise da perda de
rendimento da perfuração em profundidade, conjugada
com os tempos fixos de deslocação, posicionamento
do equipamento, execução do emboquilhamento e
qualidade final da perfuração. O processo de afiação de
bits de perfuração é uma mais-valia, tendo-se alcançado
uma optimização de 105% no tempo de vida útil, e
um incremento de 23% na velocidade de perfuração
instantânea. Em suma, conseguiu-se obter um decréscimo
de 24,3% nos custos diretos da perfuração.
115
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Figura 11
Aspetos diversos sobre os ciclos de perfuração em bancada
(adaptado de Galiza et al., 2011b).
a) Caracterização das atividades e dos respetivos tempos do ciclo de perfuração;
b) Representação do rendimento das atividades do ciclo de perfuração em função do estado do emboquilhamento e da limpeza e regularização
da bancada;
c) Representação do rendimento de perfuração em função das diferentes, marcas e modelos de bits de perfuração;
d) Representação dos rendimentos de perfuração e do tempo de vida útil dos bits de perfuração com e sem afiação dos respetivos botões;
e) Representação da eficiência energética ao longo do comprimento de perfuração.
Na Figura 12a regista-se a variação dos custos diretos e
indiretos relativamente ao período 2007 – 2010, tendo
como base de comparação o ano de 2007 (índice 100).
Assim, observa-se um aumento dos custos indiretos
nos anos de 2008 e 2010, devido às diminuições de
produção registadas, e a sua diminuição nos anos de
2007 e 2010 onde pelo contrário, se registaram aumentos
de produção. Os custos indiretos mantiveram-se sem
variação significativa no seu valor global anual, como
seria de prever. Pelo contrário, os custos diretos que
116
são influenciados diretamente pela produção, tiveram
uma diminuição de cerca de 9% quando comparados
os valores de 2010 com 2008, ano em que foi registado
o valor mais elevado de custos diretos. A presente
abordagem integrativa e interdisciplinar em geotecnia
mineira, aplicada a partir do ano de 2008, permitiu
uma diminuição significativa nos custos relativos às
operações de desmonte – carga – transporte – britagem
(Figura 12b).
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Figura 12
Síntese preliminar da evolução de custos de produção e operação para o período de 2007 a 2010.
Conclusões
A presente nota pretende destacar que a qualidade do
desmonte por explosivos de uma dada exploração, que
não é mais do que um recurso geológico com impacto na
economia nacional, deverá ser estudada de uma forma
integrativa e interdisciplinar. Estas abordagens são
apenas possíveis se existir efectivo envolvimento de um
meio empresarial decidido a investir no conhecimento
e valorização dos seus georrecursos (seja ao nível da
prospeção, da pesquisa e da exploração) e por parte
da academia de uma real vontade de colocar todo o
seu potencial técnico-científico no desenvolvimento de
estudos que beneficiem a competitividade da indústria
num contexto internacional em prol de uma sociedade
mais sustentável. Tal como opina Bieniawsi (2010) urge
estabelecer pontes concretas entre a academia e a indústria
que beneficie a sociedade pela sua interdependência
intrínseca e mútua aprendizagem. Para o efeito,
recorreu-se, dada a extrema complexidade resultante
117
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
da anisotropia natural dos maciços, aos métodos das
geociências de engenharia e da engenharia mineira,
bem como das modernas técnicas da geoengenharia de
maciços rochosos. Destaca-se, especialmente, a elaboração
do esboço cartográfico do zonamento geotécnico do
maciço do georrecurso de importância capital para o
apoio à decisão para um correto planeamento da lavra.
Por outro lado, a integração de toda a geo-informação
em aplicativos informáticos dinâmicos (Galiza et
al., 2011a,b; Galiza, in prep.): (i) para a definição da
compartimentação geotécnica e geomecânica básica
do maciço - ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS;
(ii) para a caracterização dos desvios e tecnologias de
perfuração - GeoHole|Data e GeoDrill|Data. Desta forma,
mais do que o avanço tecnológico das ferramentas de
perfuração, o conhecimento rigoroso técnico-científico
em termos de geotecnia mineira, de uma forma
interdisciplinar e integrativa, sobre o georrecurso é
vital para a aplicação das corretas metodologias para se
atingir uma melhor relação resultado/custo no desmonte
do maciço rochoso.
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MonteAdriano–Agregados, S.A.. Este estudo insere-se no
quadro de apoio LABCARGA-IPP-ISEP|PAD’2007/08 e
no PEst-C/CTE/UI4035/2011-2012 (GeoBioTec|UA). Um
agradecimento especial a R. Silva, P. Moreira e L. Freitas
pelo apoio na vectorização de algumas figuras.
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Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Determinação do Custo de Serragem em Granitos – Uma Metodologia
Centrada nos Fatores de Rentabilização
Vitor V. Costa
João Paulo Meixedo
Incoveca Granitos S.A.
Veiga
3640-290 Sernancelhe
Departamento de Engenharia Geotécnica do Instituto Superior de
Engenharia do Porto, LABCARGA-Laboratório de Cartografia
e Geologia Aplicada / LEMA - Laboratório de Engenharia
Matemática; Centro de Investigação em Geo- Ambiente e Recursos,
CIGAR|FEUP
E-mail: [email protected]
E-mail: [email protected]
Palavras-chave: Custo médio da serragem; Engenhos multi-lâmina; Factores de rentabilização; Serragem.
Resumo
Neste trabalho procura fazer-se uma análise do processo de serragem com engenhos multi-lâminas e granalha de
aço, na medida em que se trata do método de seccionamento de blocos de granito mais utilizado pelas grandes
indústrias do setor. Tendo em conta a importância económica desta operação produtiva na indústria em causa, foi
definido como objetivo primeiro a análise estatística dos custos de produção, o que permitiu isolar, quantificar e
formular os fatores de rentabilização do processo de serragem com vista ao desenvolvimento de fórmulas de cálculo
que permitissem prever o custo médio de serragem, bem como a definição do custo de produção diferenciado em
função de diferentes espessuras de corte.
121
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
1. Introdução
Como consequência do projeto realizado obteve-se um
conjunto de conclusões útil, para o setor industrial em
Este trabalho visa apresentar um enquadramento da
realidade económica e industrial do setor transformador
de granitos ornamentais em Portugal através de
uma análise do processo de serragem com engenhos
multi-lâminas, na medida em que este é o método de
seccionamento de blocos de granito mais utilizado pelas
grandes indústrias do setor.
Este estudo tem como base de partida um caso concreto
de uma indústria portuguesa, tendo sido realizada uma
recolha de dados assente na implementação prévia de
rotinas de controlo e registo dos mesmos, em quadros
de produção normalizados e de fácil preenchimento
pelos operadores dos equipamentos. Esta recolha e
subsequente tratamento e análise estatística de dados
permitiu isolar, quantificar e formular os fatores de
rentabilização do processo de serragem, que permitiram
o desenvolvimento de fórmulas de cálculo do custo
médio de serragem que estabelecem o custo de produção
diferenciado em função das espessuras, com ou sem a
incorporação dos fatores de rentabilização.
causa, que evidencia a importância de fatores como a
ocupação dos engenhos e rentabilização de um espaço
confinado, da resistência oferecida à serragem pelos
granitos, e da diferença de altura entre os blocos de uma
mesma carga, nos custos de transformação.
2. Técnicas e metodologias
2.1 Equipamentos
Os engenhos multi-lâminas (Figura 1a) são equipamentos
destinados à serragem de blocos de granito em chapas
de espessuras diversas, as quais depois de receberem um
acabamento de superfície (polido, bujardado, flamejado,
amaciado, granalhado, acetinado ou outro) se destinam
à produção de revestimentos, modulares ou por medida,
para os setores da construção civil, da decoração de
interiores e da arte funerária.
Figura 1
Engenho pendular de serragem multi-lâmina
Gaspari Menotti JM6000:
a) aspeto geral dos blocos posicionados para a serragem;
b) pormenor da ação de bloqueio do carro porta-blocos.
O tipo de engenho que serviu de base ao presente estudo
tem uma dimensão interior de 3,45x2,00x5,40m e pode
ser equipado com um máximo de 180 lâminas para a
serragem de chapas de granito com 2cm de espessura. No
entanto, tendo também em conta que os blocos de granito
nem sempre têm uma forma paralelepipédica perfeita,
e porque é necessário deixar cunhas de separação e de
suporte entre eles, normalmente considera-se 5,0m como
largura útil do engenho.
122
Este tipo de equipamento tem como principais
vantagens, o facto de permitir grandes produções a
preços competitivos (quando serra finas espessuras) e
em tempos relativamente curtos; de garantir em geral
um nível qualitativo elevado no processo de serragem;
dos preços das ferramentas (lâminas e granalha)
serem relativamente baixos e de não apresentarem os
imponderáveis das ferramentas diamantadas, pelo facto
destas estarem mais sujeitas a variações qualitativas.
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
A utilização deste tipo de equipamento tem como
principais desvantagens, o fato de implicar investimentos
avultados; de obrigar a infra-estruturas de instalação
complexas; de ser pouco flexível em termos produtivos;
de exigir a utilização de mão-de-obra conhecedora
e experiente e, por último; da sua rentabilidade ser
inversamente proporcional ao aumento da espessura das
chapas a serrar, sendo um equipamento pouco rentável
quando processa chapas com espessura superior a 6-7cm,
por comparação com outros tipos de equipamentos de
serragem.
de cimento de forma a evitar que se desloquem durante
Os blocos selecionados para uma determinada serragem
são colocados, no exterior do engenho, sobre o carro
porta-blocos, e a ele são “chumbados” com argamassa
verticalidade das lâminas, recorrendo-se para esse efeito
a serragem por ação do movimento do quadro porta-lâminas (Figura 1b).
A laminagem deverá ser executada garantindo o
espaçamento exato entre as lâminas usando para isso
“espaçadores” de PVC com medidas retificadas, para que
as chapas de granito obtidas cumpram as normativas
europeias (NP EN 1469:2004 e NP EN 12058:2004)
referentes às tolerâncias dimensionais.
A laminagem deverá também ser executada garantindo a
a um nível que é colocado em cada lâmina no momento
da montagem desta ferramenta.
Figura 2
Vista lateral de um engenho e pormenor do volante e biela
A serragem dos blocos faz-se graças a dois movimentos
associados do quadro porta-lâminas: um movimento
de descida e um movimento longitudinal pendular das
lâminas, o qual é conseguido à custa de um sistema de
biela-manivela (Figura 2) com o auxílio de um volante,
que tem como função ajudar a vencer o momento de
inércia do quadro porta-lâminas bem como auxiliar o
funcionamento do motor.
O processo de serragem realiza-se quando o movimento
pendular, criado pela biela-manivela, provoca no quadro
porta-lâminas, uma batida seguida de arrastamento.
Este movimento potencia assim a ação de corte das
lâminas, por choque no momento da batida (a um ritmo
aproximado de 65 batidas por minuto), e por abrasão na
fase de arrastamento do quadro porta-lâminas (com curso
do quadro de 70cm), a cada ciclo da biela, originando-se
assim pequenas desagregações dos minerais constituintes
do granito (Ribeiro, 2005).
No processo de serragem é também fundamental a
intervenção de uma calda abrasiva constituída por água,
cal hidratada e granalha, a qual é lançada sobre os blocos
por um chuveiro em movimento oscilatório transversal
permanente, durante todo o processo de transformação,
o que permite o espalhamento homogéneo da calda na
área de serragem e a penetração da mesma em todos os
sulcos de corte. Isto fará com que a granalha contida na
mistura acabe por se interpor entre a lâmina e o granito
funcionando como abrasivo.
No quadro da Figura 3 são apresentadas algumas das
características técnicas mais importantes do engenho
pendular JM 6000, as quais são fundamentais ao
desenvolvimento do presente estudo.
123
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Figura 3
Principais dados técnicos do engenho que serviu de base ao estudo
Engenho pendular JM 6000
Número máximo de lâminas
Curso do quadro porta-lâminas
Velocidade máxima de serragem/descida *
Número de batidas por minuto
Potência do motor do volante
Potência do motor da bomba
Consumo de água em 24h
Peso da máquina
–
180
cm
70
cm/h
4,5
–
65
kW
132
kW
75
litros
4 200
ton
105
(*) Valor indicativo, sujeito a variações em função do granito a serrar, do número de lâminas, do tipo de
granalha, e de outros fatores como a densidade da calda.
2.2 Consumíveis
Lâminas de aço
As lâminas de serragem são produzidas a partir de aço
laminado a quente e para que com elas se venha a obter
bons níveis qualitativos no processo de serragem, é fundamental que apresentem elevada resistência à tracção
e elevados teores de carbono.
Durante a realização do estudo foram utilizadas lâminas com as características apresentadas no quadro da
Figura 4.
Figura 4
Características físico-químicas das lâminas de aço
Carbono (C)
Manganês (Mn)
Sílica (Si)
Fósforo (P)
Enxofre (S)
0,64 - 0,82 %
0,75 - 1,5 %
0,15 - 0,90 %
≤ 0,04 %
≤ 0,04 %
Resistência à Tração (N/mm²)
Dureza (HRc)
Largura (mm)
Espessura (mm)
Comprimento (mm)
≥ 900
26 - 37
100
5
4 650
O comprimento das lâminas é um fator inalterável, para
um determinado engenho, pois é função do comprimento
do mesmo. Em contrapartida a largura das lâminas, a sua
espessura e as características da sua superfície podem ser
variáveis (pelo que constituem motivo de acesa discussão)
quanto à adequabilidade de cada uma destas variantes
às diversas condições de serragem, ao tipo de granitos a
serrar, à altura média dos blocos e, consequentemente,
ao número de serragens por lâmina.
Da experiência adquirida, constata-se que a largura
de lâmina pela qual se opta (70mm-130 mm) não traz
qualquer consequência diferenciadora, nem em termos
qualitativos nem em termos de custo, ao processo de
serragem; e que a espessura das lâminas tem pouca influência sobre a qualidade final de serragem, influindo,
no entanto, muito na espessura do sulco e consequente124
mente na quantidade de matéria-prima desaproveitada
na serragem.
Quanto às características da superfície das lâminas
para a serragem de granitos, existem superfícies lisas,
caneladas ou com relevo. O tipo utilizado neste estudo
é o canelado, na medida em que permite que a calda
abrasiva penetre no corte de uma forma mais eficaz
através dos rasgos transversais da lâmina, permitindo o
acesso da granalha à zona onde efetivamente faz falta,
ou seja, à zona de corte.
Um fator fundamental no bom desenrolar da serragem
tem a ver com aquilo que neste setor se designa por
“caseamento” das lâminas no início da serragem, ou
seja a penetração das lâminas até uma determinada
profundidade no bloco de granito.
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
É fundamental que o caseamento se faça a uma
velocidade de descida/serragem baixa de forma a evitar
que a pressão exagerada, exercida sobre as lâminas,
provoque eventuais desvios na serragem, por falta de
apoio lateral. A velocidade do caseamento varia em
função da resistência oferecida à serragem pelo granito
em causa e pelo tipo de engenho onde essa serragem
está a decorrer. Uma vez que o caseamento só se dá por
concluído quando a totalidade das lâminas penetrou pelo
menos dois terços da sua altura no bloco, facilmente se
percebe que se forem colocados, numa mesma carga,
blocos com diferenças de altura muito significativas o
engenho terá que passar muito mais tempo a serrar a
baixa velocidade.
Calda abrasiva
A calda abrasiva é constituída por granalha de aço,
juntamente com cal hidratada e água, em quantidades
relativas pré-definidas, que são função das características
dos granitos em processo de transformação, da
quantidade de lâminas utilizadas e da velocidade de
serragem previsível; mas que para a maioria dos granitos
consistirá nos seguintes valores (em peso) aproximados:
água ± 66%, granalha ±3%, cal ±1%, sendo o restante
constituído por finas partículas minerais.
Esta mistura é depois bombeada de um poço de mistura
para um chuveiro, que assegura um fluxo constante e
homogéneo de material abrasivo às lâminas, através de
um movimento transversal sistemático, que espalha a
calda sobre os blocos. Esta calda, após ter cumprido com
a sua função abrasiva, é reenviada novamente para o poço
principal de mistura, após ter sido lavada e expurgada
dos detritos. A lavagem/expurgo realiza-se fazendo
passar a calda abrasiva por um ciclone separador, a
espaços de tempo pré definidos, e tem como propósitos
a recuperação da granalha ativa (aquela que fica retida
no crivo de malha 40); a regularização da viscosidade
da calda acrescentando água ao sistema; e o expurgo
quer da granalha fina e sem capacidade de corte, quer
dos resíduos minerais resultantes da desagregação do
granito.
A viscosidade da calda abrasiva vai aumentado à medida
que a serragem evolui, pelo desgaste da granalha e sua
transformação em pequenas partículas sem poder de
corte, e pelas finas partículas minerais resultantes da
abrasão do granito. A viscosidade ideal da calda abrasiva
é função das características do granito em processo de
serragem, sendo que, de acordo com Ribeiro (2005)
esse valor deverá variar genericamente entre os 900 e
os 1400 centipoise.
A granalha tem sido o tipo de abrasivo utilizado
na serragem de granitos desde há mais de 35 anos,
inicialmente com granalha de fundição, hoje em dia
completamente substituída pela granalha de aço, a qual
tem evoluído juntamente com a evolução dos engenhos
tendo-se adaptado às exigências da operação de corte
(Citran, 2000).
Figura 5
Materiais constituintes da calda abrasiva
a) Granalha de aço.
b) Cal hidratada.
125
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Existem dois tipos de granalha de aço em função do seu
formato: o tipo esférico e o tipo angular, sendo o mais
utilizado o angular com alguma mistura, em menor
quantidade, de granalha esférica (Ribeiro, 2005).
O tipo de granalha utilizada neste estudo é produzida
pelo esmagamento de partículas maiores de granalha
de aço esférica, transformando-as em partículas
mais pequenas e angulares que posteriormente serão
temperadas de forma a que se obtenham diferentes
durezas que satisfaçam os requisitos de mercado
(Figura 5a). A granalha usada no estudo em causa
apresenta uma densidade nunca inferior a 7,4 g/cm³.
A cal hidratada (hidróxido de cálcio) resulta da reação
entre a cal viva e a água e pode ser traduzida pela
seguinte reação química:
CaO+H2OgCa(OH)2+Calor [1]
Como resultado da reação química referida resulta um pó
seco, extremamente fino e de elevado grau de brancura,
representado na Figura 5b.
A cal hidratada, em conjunto com as finas partículas
minerais resultantes da serragem, têm a função de
manter a granalha em suspensão na calda, impedindo
que se deposite por ação do seu próprio peso. Só desta
forma a granalha poderá manter-se em movimento
no circuito: poço principal de mistura / bombagem /
/ chuveiro, e assim chegar na quantidade adequada à
zona de corte.
A cal hidratada tem também como função impedir
a oxidação da granalha de aço e a consequente
contaminação das chapas de granito durante a serragem
(Coimbra Filho, 2006).
3. Desenvolvimento teórico das fórmulas de cálculo do custo médio de
serragem
Com base no estudo realizado à produção de dois
engenhos, da mesma marca, modelo e ano de instalação,
durante um período de seis meses, no qual se serraram
uma miríade de diferentes granitos representativos,
em termos de serrabilidade, do universo estatístico que
constitui a produção usual da unidade fabril que serviu
de base ao presente trabalho, compilaram-se os dados
necessários para o desenvolvimento do estudo, com vista
126
à contabilização dos custos de produção e à análise da
importância dos três principais fatores de rentabilização
do processo de serragem: Resistência Média à Serragem,
Ocupação do Engenho e Diferença de Altura Máxima
Entre os Blocos.
A recolha foi realizada por meio da implementação de
rotinas de controlo e registo dos dados, em quadros
de produção normalizados e de fácil preenchimento,
pelos operadores destes equipamentos, tendo-se
registado dados relativos a 79 serragens. Foram
igualmente controlados e registados dados relativos
aos diversos consumíveis gastos ao longo do processo
de transformação, como sejam o número de lâminas
aplicado em cada bloco, o valor da tensão a que as
lâminas estão sujeitas durante o processo de serragem,
bem como o consumo de granalha e de cal hidratada e
ainda o consumo de energia.
Durante o processo de recolha de dados as velocidades
instantâneas de serragem e de caseamento são registadas
nos quadros de produção, sendo aquelas função da
Resistência Oferecida à Serragem pelo granito de
menor Serrabilidade, constituinte da carga de blocos
que se pretende processar. O tempo total de caseamento
é também registado, na medida em que é função de
dois dos factores que se pretende avaliar (Resistência
Oferecida à Serragem e Diferença de Altura Máxima
entre os blocos).
Apresenta-se em seguida uma listagem dos diferentes
parâmetros objeto de registo e subsequente análise:
número total de horas de trabalho, número total de
horas de paragem, número total de horas de trabalho
efetivo, custo médio das lâminas (8/m²), custo médio da
granalha (8/m²), custo médio da Cal (8/m²), consumo
elétrico (kwh), custo energético total (8), custo energético
médio (8 /m²), potencial de ocupação máxima do
engenho (m³), ocupação do engenho (%), resistência
média à serragem, velocidade média de serragem (cm/h),
custos de manutenção (8/m²), custo de tratamento da
água e das lamas (8/m²), custos de mão-de-obra (8/
m²), custos de amortização (8/m²), diferença de altura
máxima entre os blocos (m), total serrado (m²), resistência
à serragem, custo médio de serragem (8/m²), custo global
da serragem (8).
Na generalidade, a maior parte dos dados suprareferidos não carece de nenhum esclarecimento especial,
exceção feita no que diz respeito aos conceitos de
Resitência Média à Serragem, Ocupação do Engenho
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
e Velocidade Média de Serragem, na medida em que se
trata de parâmetros desenvolvidos especificamente para
o presente estudo.
A Resitência Média à Serragem (Rms) foi definida como
a razão entre o somatório do produto da Resistência à
Serragem dos diversos blocos pela respetiva cubicagem
e a cubicagem total dos blocos constituintes da carga
em causa:
[2]
onde:
Rms – Resistência média à serragem
n – Número de blocos de uma carga
Rsi – Resistência à serragem dos diversos blocos de uma
mesma carga
Cbi – Cubicagem dos diversos blocos de uma mesma carga
(m3)
A Ocupação do Engenho (Oe) foi definida como sendo o
quociente entre a cubicagem do conjunto dos blocos de
uma carga, e o valor teórico do potencial de ocupação
máxima do engenho (34,5m3, no presente caso):
[3]
onde:
Oe – Ocupação do engenho (%)
n – Número de blocos de uma carga
Cbi – Cubicagem dos diversos blocos de uma mesma carga
(m3)
A Velocidade Média de Serragem (Vs) foi definida como
sendo o resultado da divisão entre a altura do bloco mais
alto, em processo de serragem numa determinada carga,
e o número de horas totais de trabalho necessárias para
que essa serragem se concretize:
[4]
onde:
Vs – Velocidade média de serragem (cm/h)
Mh – Altura do bloco mais alto constituinte da carga
(cm)
Nhtt – Número de horas totais de trabalho (h)
A experiência acumulada ao longo de décadas de
atividade neste setor transformador da indústria
extrativa, conjugada com informações técnicas facultadas
pelos fornecedores de consumíveis e de equipamentos,
permitem-nos atribuir a cada um dos 17 diferentes tipos
comerciais de granitos estudados um correspondente
valor adimensional para a Resistência Oferecida à
Serragem, bem como quantificar outros 3 parâmetros
de programação de serragem, a saber: Velocidade
de Serragem do Engenho Durante o Caseamento
(cm/h), Velocidade de Serragem do Engenho Após o
Caseamento (cm/h) e Coeficiente de Programação para
o Consumo de Granalha (kg/h).
Na eventualidade – mais comum do que seria desejável –
de uma carga ser constituída por granitos com diferentes
níveis de Resistência Oferecida à Serragem, considera-se
os valores de Velocidade de Serragem do Engenho
Durante o Caseamento e de Velocidade de Serragem do
Engenho Após o Caseamento relativos aos do granito de
maior Resistência Oferecida à Serragem, constituinte
da carga em causa.
Nestas circunstâncias, o Coeficiente de Programação
para o Consumo de Granalha adotado é obtido a partir
do cálculo do nível médio de Resistência Oferecida à
Serragem.
3.1 Expressão simplificada de cálculo do Custo
Médio de Serragem
O principal objectivo que presidiu ao desenvolvimento
do presente estudo, foi o de desenvolver uma fórmula
de cálculo que permitisse distribuir o custo de produção
de uma forma diferenciada pelas diversas espessuras,
agravando o custo das maiores e reduzindo, na mesma
proporção, o custo das menores. Tendo em consideração
que os engenhos de serragem processam os blocos de
granito num espaço confinado, quanto menor for a
espessura das chapas a serrar, maior será a produção
e menor o custo unitário da mesma, e vice-versa.
Assim, para serragens nas quais se processam diversas
espessuras (o que é bastante usual) esta diferenciação de
custo é fundamental.
Os dados recolhidos nas 79 serragens permitiram calcular
os custos médios de produção, onde foram consideradas
as amortizações de equipamentos e infra-estruturas,
os consumíveis, a mão-de-obra, os custos ambientais
relativos aos tratamentos das águas e das lamas, bem
como os custos energéticos e de manutenção.
127
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Usando os valores obtidos no estudo estatístico para o
Custo Global Médio de Serragem e para a Cubicagem
Média do conjunto dos blocos por serragem, é possível
configurar a seguinte fórmula de cálculo para a obtenção
do Custo Médio de Serragem, em função da variação
da espessura das chapas:
a) O Erro amostral (E 0) do estudo será então o
seguinte:
[6]
onde:
E0 - Erro amostral
n - Tamanho da amostra (nº de serragens do presente
estudo)
[5]
onde:
Cms - Custo médio de serragem para uma determinada
espessura (8/m²)
Cgms - Custo global médio de serragem do estudo estatístico (8)
Ech - Espessura de chapa para a qual se pretende calcular
o custo de serragem (m)
Cmps - Cubicagem média por serragem do estudo
estatístico (m³)
Com vista à caracterização estatística deste estudo,
assumiu-se que o universo de estudo seria finito na
medida em que foram considerados oito anos para a
amortização contabilística dos engenhos de serragem.
Durante este período as condições de operação técnica
e económica dos equipamentos mantêm-se semelhantes,
após o que, apesar de continuarem em atividade, aquelas
condições sofrem alterações significativas. Os engenhos,
a partir dos oito anos de atividade, normalmente não
funcionam em tão boas condições, havendo quebras
significativas na sua produtividade e rentabilidade. Os
encargos com as amortizações deixam de existir, mas em
contrapartida aumentam significativamente os encargos
com a manutenção, havendo portanto uma alteração
significativa das condições que serviram de base a este
estudo, quer em termos económicos quer em termos
qualitativos.
Assim sendo, o universo populacional foi constituído pela
quantidade expectável de serragens a realizar durante os
oito anos. Nos seis meses durante os quais se desenvolveu
o estudo, realizaram-se 79 serragens, logo em oito anos
realizar-se-ão expectavelmente 1 264 serragens.
Com o intuito de analisar a probabilidade de uma
serragem, a realizar no futuro, apresentar um custo
produção que se enquadre dentro de um intervalo
correspondente ao Custo Global Médio de Serragem
(Cgms) com uma variação de 15%, passou-se à caracterização estatística:
128
b) Para se calcular a probabilidade de uma ocorrência
será necessário começar por determinar a abcissa da
curva de Gauss, recorrendo à seguinte expressão:
[7]
onde:
Z - Abcissa da curva de Gauss
X i - Variável aleatória
μ - Média populacional
σ - Desvio padrão populacional
Para se obter o valor de Z é necessário calcular:
b1) Variável aleatória (Xi)
Para o cálculo desta variável são considerados dois
valores:
[8]
[9]
b2) Média populacional (μ)
A Média populacional é o Custo Global Médio de
Serragem, ou seja:
[10]
b3) Desvio padrão populacional (σ)
Este valor é calculado aplicando a seguinte expressão
ao conjunto dos dados referentes ao Custo Global de
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Serragem obtido a partir do estudo estatístico, para cada
uma das serragens:
[11]
onde:
σ - Desvio padrão populacional (8)
xi - Variável aleatória
A ssumindo-se um Nível de Conf iança de 95%,
recorreu-se novamente à tabela de Z , podendo-se
verificar que o valor de Zα é 1,96. Assim, o valor do
Intervalo de Confiança será:
Ic=
- Média aritmética dos elementos em estudo (8)
n - Tamanho da amostra (79 serragens)
10,53% [15]
d) Definição da Margem de Erro Padrão (σρ), recorrendo
à seguinte expressão:
[16]
Após a obtenção de todos os dados necessários, passa-se
ao cálculo de Z:
= - 0,81 (no presente estudo) [12]
= 0,81 (no presente estudo) [13]
b4) Consultando uma tabela de Z - curva Normal
ou de Gauss, obtêm-se seguintes valores de probabilidade:
Zmin - 0,81 ⟹ 0,2910
Zmáx + 0,81 ⟹ 0,2910
Assim, a probabilidade de uma serragem futura
apresentar um Custo de Serragem que se enquadre
dentro de um intervalo correspondente ao Custo Global
Médio de Serragem (Cgms) com 15%, será igual ao
somatório das probabilidades de ocorrer (Zmin + Zmáx),
isto é:
(0,2910 + 0,2910) x 100 = 58,20%
c) Cálculo do Intervalo de Confiança (Ic), aplicando a
fórmula de cálculo para populações finitas:
[14]
onde:
Ic - Intervalo de Confiança (%)
Za - Valor de Z para o Nível de Confiança considerado
P - Proporção do atributo na população/percentagem do
fenómeno (58,20%)
n - Tamanho da amostra (79 serragens)
N - Tamanho da população (1 264 serragens)
onde:
σρ - Margem de Erro padrão (%)
n - Tamanho da amostra (79 serragens)
P- Proporção do atributo na população/Percentagem do
fenómeno (58,20%)
Tendo em conta que a Margem de Erro encontrada
corresponde a um desvio, esta deverá ser multiplicada
por dois na medida em que, o Nível de Confiança de 95%
envolve dois desvios. Assim sendo, a Margem de Erro
Padrão nesta caracterização estatística será de 11,08%.
Caracterização estatística do estudo realizado
Como principais conclusões intermédias destacam-se
as seguintes:
• A probabilidade de uma serragem futura
apresentar um Custo de Serragem que se
enquadre dentro de um intervalo correspondente
ao Custo Global Médio de Serragem (Cgms) com
15% de variação é de 58,20%;
• O Nível de Confiança deste estudo estatístico é
de 95%;
• O Intervalo de Confiança da probabilidade da
ocorrência é de 10,53%;
• A Margem de Erro Padrão é de 11,08%;
• O Erro Amostral é de 11,25%.
129
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
3.2 Expressão generalizada de cálculo do Custo
Médio de Serragem
Em serragens futuras, as previsões obtidas com a
fórmula de cálculo do Custo Médio de Serragem para
uma determinada espessura (Cms) apresentam-se como
válidas, desde que garantidas as condições que estiveram
na base do estudo estatístico e portanto dentro do âmbito
de representatividade da amostragem realizada. A
referida representatividade pode no entanto ser posta em
causa caso surja um conjunto de encomendas à produção,
de grande dimensão, cujos granitos a serrar, e os blocos
correspondentes, se apresentem com características
muito diferentes dos valores médios obtidos no estudo
estatístico. Se tal acontecer a expressão Cms, não tem a
abrangência necessária para acomodar as influências
extremas, positivas ou negativas, resultantes dos fatores
de rentabilização, porque os valores médios apesar de
serem estatisticamente representativos do conjunto
de dados estudados, não nos permitem extrapolar
resultados, na hipótese de se terem que transformar de
forma sistemática e rotineira cargas com granitos de
características muito díspares em relação aos valores da
amostragem realizada.
Para fazer face a este constrangimento, foram desenvolvidas metodologias de análise que permitiram desenvolver
uma fórmula de âmbito abrangente, a qual apresentará
parâmetros que quantificam a influência dos fatores de
rentabilização, podendo assim ser utilizada de forma
generalizada.
importância significativa no custo de serragem. Esta
ocupação traduz-se em primeira instância na quantidade
de blocos (m³) colocados em cada carga de serragem, no
entanto neste estudo será dada preferência à análise da
Ocupação do Engenho através dos m² serrados. Há uma
ligação intrínseca entre estes dois valores, mas só os m²
serrados permitem espelhar a relação entre os custos e
a produtividade, dando-nos dados mais concretos para
a análise da rentabilidade do processo de serragem.
Um maior número de m² serrados, apesar de poder
implicar um aumento proporcional nos gastos de
alguns consumíveis, significa sempre uma redução no
custo médio de serragem. Tal acontece pelo facto de se
diluir, por uma produção mais elevada, os principais
custos fixos (significam cerca de 44% do Custo Médio
de Serragem).
Na análise da relação entre o total de m² serrados e
os Custos Médios de Serragem fixamos, dentro de
intervalos de variação o mais restritos possível, em
torno dos valores médios do nosso estudo, os dados
referentes à Diferença de Altura Máxima Entre os
Blocos; à Resistência Média à Serragem; e à Ocupação
do Engenho, analisando depois a influência que as
variações do Total de m² Serrados têm no Custo Médio
de Serragem.
Os valores compilados permitiram a execução do gráfico
apresentado na Figura 6, no qual se pode ter uma melhor
perceção da evolução relativa dos dados e concluir que
existe uma relação de proporcionalidade inversa entre
o Total de m² Serrados e o respetivo Custo Médio de
Serragem.
Fatores de rentabilização do processo de serragem
A metodologia a seguir na análise de cada um dos fatores
de rentabilização passa por estudar os parâmetros de
serragem que influenciam, ou são influenciados, por
esses fatores:
Figura 6
Relação entre o total de m² serrados e o custo médio de serragem
- Resistência Média à Serragem
- Diferença de Altura máxima Entre os Blocos
- Total de Metros Quadrados Serrados por Carga (m²)/
/Ocupação do Engenho (m³)
- Custo Médio de Serragem
Fator de rentabilização resultante da ocupação do
engenho e rentabilização de um espaço confinado
A adequada ocupação do espaço confinado, representado
pelo volume interior disponível de um engenho, tem uma
130
Este gráfico permitiu também a criação das curvas
polinomiais, do Custo Médio de Serragem e do Total
de m² Serrados, as quais permitem obter a tendência
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
expectável representada pelos valores do intervalo
[21]
definido. Assumindo que este conjunto limitado de
dados representa adequadamente a amostra, e que
esta representa o universo de estudo, então as curvas
de tendência polinomial permitirão estudar a evolução
provocada, pelas variações do Total de m² Serrados (de
serragem para serragem) no Custo Médio de Serragem,
correlacionando para o mesmo valor de X, os valores de
Y1 e Y2 correspondentes.
As variações verificadas nas curvas polinomiais e as
respetivas médias foram calculadas da seguinte forma:
[17]
[18]
[19]
onde:
Froe – Fator de rentabilização resultante da ocupação do
engenho (8/m²)
M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do
custo médio de serragem (8/m²)
M∆tm2 s – Média aritmética da variação da polinomial do
total de m² serrados
Tsm – Média aritmética do total de m² serrados, no estudo
estatístico (m²/carga)
Ts – Total de m² serrados numa determinada carga
Fator de rentabilização resultante da Diferença de Altura
entre os Blocos
Como consequência de algumas noções pré concebidas,
este fator era considerado, no início do estudo, como um
dos mais importantes na rentabilidade do processo de
[20]
serragem. Na prática este fator, comparativamente com os
outros dois em análise, mostrou-se o menos importante,
onde:
M∆ tm s – Média aritmética da variação da polinomial do
total de m² serrados
acentuada do que o esperado inicialmente. Em todo o
M∆ cms – Média aritmética da variação da polinomial do
custo médio de serragem (8/m²)
de proporcionalidade direta entre a Diferença de Altura
∆ tm2 s – Variação da polinomial do total de m² serrados
∆cms – Variação da polinomial do custo médio de serragem
(8/m²)
N – Número de serragens em estudo neste grupo
Tendo em conta as médias obtidas no estudo estatístico
Y 1 – Polinomial do total de m² serrados
para o Total de m² Serrados, para a Resistência
Y 2– Polinomial do custo médio de serragem (8/m²)
Média à Serragem e para a Ocupação do Engenho, foi
afetando os custos de produção de uma forma menos
2
caso, o estudo aqui desenvolvido demonstra uma relação
Máxima Entre os Blocos e o Custo Médio de Serragem,
provando-se que este fator tem, apesar de tudo, uma
importância relevante.
definido um intervalo restrito e, como consequência
Conclui-se que a variação do Total de m² Serrados,
na ordem dos 25,3704m², implicou uma variação de
0,10378/m² no Custo Médio de Serragem.
Assim sendo, estão definidas as condições que permitem
a formulação matemática do factor de rentabilização
da definição destes parâmetros obteve-se um intervalo
de análise, o qual permitiu trabalhar um conjunto de
dados com características similares, e que deu origem à
execução do gráfico apresentado na Figura 7, no qual
se pode ter a perceção da evolução relativa entre as
resultante da Ocupação do Engenho. Será de referir que,
curvas representativas dos dois parâmetros em análise,
quando o valor da Ocupação do Engenho for superior
e perceber que existe uma relação de proporcionalidade
a 560,158 m², obter-se-ão reduções no Custo Médio de
directa entre a Diferença de Altura Máxima Entre os
Serragem e vice-versa:
Blocos e o Custo Médio de Serragem.
131
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Figura 7
Relação entre a diferença de altura máxima e
o custo médio de serragem
∆ h – Variação da polinomial da diferença de altura
máxima entre os blocos (m)
Y 2 – Polinomial da diferença de altura máxima entre os
blocos (m)
Y1 – Polinomial do custo médio de serragem (8/m²)
Refira-se que foi necessário fazer a partição no cálculo
dos valores de ∆h e de ∆cms na medida em que se tal
não tivesse sido feito obter-se-iam valores negativos
nas variações das polinomiais, como consequência da
inversão do sentido das curvas de descendentes para
ascendentes.
Este gráfico permitiu também a criação das curvas
polinomiais, do Custo Médio de Serragem e da
Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos, as quais
apresentam a tendência expectável, representada pelos
valores do intervalo definido. Assumindo que este
conjunto limitado de dados representa adequadamente
a amostra, e que esta representa o universo de estudo,
então as curvas de tendência polinomial permitirão
estudar a evolução provocada, pelas variações da
Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos (de
serragem para serragem) no Custo Médio de Serragem,
correlacionando para o mesmo valor de X, os valores de
Y1 e Y2 correspondentes.
As variações verificadas nas polinomiais e as respetivas
médias foram calculadas da seguinte forma:
[22]
Conclui-se então que uma variação da Diferença de
Altura Máxima Entre os Blocos de 0,0370m, implica
uma variação de 0,10058/m² no Custo de serragem.
Assim sendo, estão definidas as condições que permitem
a formulação matemática do Fator de rentabilização
resultante da Diferença de Altura Máxima Entre os
Blocos. Será de referir que quando o valor da Diferença
de Altura Máxima Entre os Blocos for superior a
11,10 cm, obter-se-ão acréscimos ao Custo Médio de
Serragem e vice-versa:
[26]
onde:
Frdam – Fator de rentabilização resultante da diferença
de altura máxima entre os blocos (8/m²)
dam – Diferença de altura máxima entre blocos (m)
Mdam – Média aritmética da diferença de altura máxima
entre os blocos, no estudo estatístico (0,1110 m)
M∆h – Média aritmética da variação da polinomial da
diferença de altura máxima entre os blocos (m)
[23]
M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do
custo médio de serragem (8/m²)
[24]
[25]
onde:
M∆h – Média aritmética da variação da polinomial da
diferença de altura máxima entre blocos (m)
M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do
custo médio de serragem (8/m²)
∆ cms – Variação da polinomial do custo médio de
serragem (8/m²)
N – Número de serragens em estudo neste grupo
132
Fator de rentabilização resultante da Resistência à
Serragem
Para a definição do intervalo de análise deste fator de
rentabilização foi feita uma triagem da amostra estatística
total, definindo-se critérios de seleção o mais próximos
possível dos resultados médios finais do estudo estatístico,
na medida em que assim, tal como anteriormente referido,
obter-se-ão dados mais abrangentes e representativos: o
valor médio da Diferença de Altura Máxima Entre os
Blocos, o Total de m² Serrados por carga e a Ocupação
do Engenho.
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Como consequência da definição destes parâmetros
obteve-se um intervalo de análise que permitiu a execução
do gráfico apresentado na Figura 8, o qual permite ter a
perceção da evolução relativa das curvas representativas
dos dois parâmetros em análise, e perceber uma relação
de proporcionalidade direta entre a Resistência Média
à Serragem e o Custo Médio de Serragem.
Figura 8
Relação entre a resistência média à serragem e
o custo médio de serragem
[30]
onde:
M∆ Rms – Média aritmética da variação da Polinomial da
Resistência média à serragem
M∆cms - Média aritmética da variação da polinomial do
Custo médio de serragem (8/m²)
∆ cms – Variação da polinomial do Custo médio de
serragem (8/m²)
N – Número de serragens em estudo neste grupo
∆ Rms – Variação da Polinomial da Resistência média à
serragem
Y2– Polinomial da Resistência média à serragem
Y1– Polinomial do Custo médio de serragem (8/m²)
Conclui-se que uma variação da Resistência Média à
Serragem na ordem dos 0,0944, implica uma variação
de 0,11408/m² no Custo de Serragem.
Este gráfico permitiu também a criação das curvas
polinomiais, do Custo Médio de Serragem, e da
Resistência Média à Serragem, as quais apresentam
a tendência expectável representada pelos valores do
intervalo definido. Assumindo que este conjunto limitado
de dados representa adequadamente a amostra, e que
esta representa o universo de estudo, então as curvas
de tendência polinomial permitirão estudar a evolução
provocada, pelas variações da Resistência Média à
Serragem (de serragem para serragem) no Custo Médio
de Serragem, correlacionando para um mesmo valor de
X, os valores de Y1 e Y2 correspondentes.
[31]
onde:
FrRms – Fator de rentabilização resultante da resistência
média à serragem (8/m²)
Rms – Resistência média à serragem dos blocos duma
determinada carga
MRms – Média aritmética da resistência média à serragem
resultante do estudo estatístico (2,6120)
M∆ Rms – Média aritmética da variação da polinomial da
resistência média à serragem
[27]
M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do
custo médio de serragem (8/m²)
[28]
Expressão geral para o cálculo do Custo Médio de
Serragem
As variações verificadas nas polinomiais e as respetivas
médias foram calculadas da seguinte forma:
[29]
Assim sendo, estão definidas as condições que permitem
a formulação matemática do factor de rentabilização
resultante da Resistência Média à Serragem. Será
de referir que quando o valor da resistência média à
serragem for superior a 2,6120, originar-se-ão aumentos
dos Custos Médios de Serragem e vice-versa:
Com base nas fórmulas desenvolvidas para a quantificação
dos fatores de rentabilização é possível, anexando-as à
fórmula que permite distribuir o Custo de Serragem de
uma forma diferencial pelas diversas espessuras (fórmula
[5]), obter uma fórmula de âmbito abrangente, que pode
133
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
ser utilizada generalizadamente para prever o Custo
Médio de Serragem, mesmo quando as condicionantes
de transformação apresentam desvios significativos em
relação aos valores médios do estudo estatístico. Esta
fórmula permitirá assim prever valores para o Custo
Médio de Serragem inferiores ao valor médio obtido
no estudo estatístico, sempre que as condicionantes dos
fatores de rentabilização forem favoráveis, e valores
superiores àquele, sempre que os fatores de rentabilização
produtiva não sejam geridos de forma tão eficaz.
Caracterização estatística do estudo realizado
Apresenta-se, em seguida, uma caracterização estatística
dos resultados obtidos com a fórmula Cserg:
• A probabilidade de uma serragem futura apresentar
um custo calculado com a fórmula Cserg, que se
enquadre dentro dos valores do actual estudo
(calculados com a mesma fórmula), com uma
variação de 15%, é de 64,76%.
• O Nível de Confiança deste estudo estatístico é de
95%.
Esta fórmula será designada por Fórmula Geral para o
Cálculo do Custo Médio de Serragem para uma determinada espessura, incluindo os fatores de rentabilização
(Cserg):
Cserg = Cms + Froe + Frdam + FrRms
• A Margem de Erro Padrão é de 10,74%.
• O Erro Amostral é de 11,25%.
[32]
Cserg = 144,13192 Ech - 0,00409 Ts + 2,71622 dam +
1,20763 Rms + 0027779 [33]
onde:
Cserg – Custo médio de serragem para uma determinada
espessura, incluindo os fatores de rentabilização (8/m²)
Ech – Espessura de chapa para a qual pretendemos calcular
o custo de serragem (m)
Ts - Total de m² serrados numa determinada carga (m²)
dam – Diferença de altura máxima entre blocos numa
determinada carga (m)
Rms – Resistência média à serragem dos blocos duma
determinada carga
A fórmula geral para o cálculo do Custo Médio de
Serragem para uma determinada espessura, incluindo
os fatores de rentabilização (Cserg), foi obtida através
de dados estatísticos, havendo uma margem de erro
envolvida no seu cálculo, sendo portanto necessário
comparar o custo de serragem, na totalidade da amostra
estatística, utilizando a referida fórmula (Cserg), com os
custos reais de serragem (custo global de serragem).
A metodologia deste cálculo passa por subdividir o total
de m² duma serragem, nas diversas espessuras obtidas e
com base nos factores de rentabilização inerentes a cada
uma das situações, fazer a aplicação da fórmula Cserg
por espessura, multiplicando depois os resultados obtidos
pelos m² serrados respetivos. Este cálculo permitiu
verificar que a diferença entre a média aritmética
dos valores do Custo Global de Serragem e a média
aritmética dos valores obtidos com a fórmula Cserg foi
de apenas 0,091%.
134
• O Intervalo de Confiança da probabilidade de
ocorrência é de 10,20%.
4. Considerações finais
4.1 Rentabilidade dos engenhos
Da análise e tratamento dos dados obtidos pode concluir-se que a rentabilidade dos engenhos é função directa
de:
i) Adequada Ocupação do Engenho. Confirmandose que a utilização de “parelhas” de blocos que ocupem
adequadamente o espaço confinado constituído pelo
volume máximo do engenho e serrando preferencialmente
finas espessuras podem-se conseguir reduções máximas
em relação ao Custo Médio de Serragem na ordem dos
16,21%. Em contrapartida, o inverso pode originar custos
acrescidos em relação ao Custo Médio de Serragem, que
podem chegar aos 15,41%.
Foi possível desenvolver uma expressão para o fator de
rentabilização da ocupação do engenho:
[34]
(Ts - Total de m² serrados numa determinada
carga)
ii) Resistência à serragem dos granitos sujeitos ao
processo de transformação com engenhos multi-lâminas.
A transformação preferencial de granitos com uma baixa
Resistência à Serragem origina custos de produção
significativamente menores do que a transformação
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
de granitos de elevada Resistência à Serragem. Esta
conclusão está consubstanciada no cálculo feito para
a hipótese teórica de uma serragem de granitos que
apresentem uma Resistência Média à Serragem de
nível 5, e para a qual o resultado obtido indicia um
acréscimo de cerca de 51,77% em relação ao Custo
Médio de Serragem. Se em contrapartida a Resistência
Média à Serragem for de nível 1,5 conseguir-se-á uma
redução de cerca de 24,11% em relação ao Custo Médio
de Serragem.
Foi possível desenvolver uma expressão para o fator
de rentabilização resultante da Resistência Média à
Serragem:
sido possível estabelecer uma fórmula de cálculo para
o Custo Médio de Serragem em função das espessuras,
não considerando os fatores de rentabilização:
[37]
Foi também possível pré definir uma fórmula geral
para o cálculo para o Custo Médio de Serragem em
função das espessuras, considerando os fatores de
rentabilização:
Cserg = 144,13192 Ech - 0,00409 Ts + 2,71622 dam +
1,20763 Rms + 0027779 [38]
[35]
(Rms - Resistência média à serragem numa determinada
carga)
iii) Colocação numa mesma carga de blocos de
granito cujas Diferenças de Altura Máxima entre eles
não sejam significativas. Conclui-se, a partir do estudo
estatístico, que em cargas cujas Diferenças de Altura
Máxima Entre Blocos sejam nulas, se conseguem
reduções na ordem dos 5,41%, em relação ao Custo
Médio de Serragem. Em contrapartida, cargas em que
a Diferença de Altura Máxima entre os blocos seja da
ordem dos 25cm implicam custos de produção adicionais
na ordem dos 6,78%, em relação ao Custo Médio de
Serragem. Estes valores, tal como já referido, apesar de
não serem tão elevados como previsto ainda assim são
significativos.
Foi possível desenvolver uma expressão para o fator
de rentabilização resultante da Diferença Máxima de
Altura Entre Blocos:
Importaria, como desenvolvimento futuro, levar a cabo
o estudo das novas estruturas industriais emergentes
em Portugal, as quais recorrendo a meios altamente
mecanizados e automatizados e usando blocos de
granito disformes de baixo valor comercial (resíduos das
pedreiras), se vocacionaram para a produção competitiva
de guias, cubos e lajeados para as obras públicas. O
recurso a estes meios tecnológicos minimiza a utilização
de mão-de-obra intensiva e pouco qualificada, assim
como os problemas de falta de qualidade e de baixo
valor acrescentado no produto final, para além de terem
um papel importante na recuperação ambiental das
pedreiras.
Agradecimentos
São devidos agradecimentos pela troca de impressões
sobre a temática a J. Santos Baptista (UP). Este trabalho
foi desenvolvido no âmbito da cooperação técnico-científica entre o LABCARGA|ISEP e a INCOVECA
GRANITOS, S.A.
[36]
(dam - Diferença de altura máxima entre os blocos de uma
determinada carga)
4.2 Fórmulas diferenciadas de cálculo de custo
de serragem
Foi possível calcular o Custo Médio de Serragem com
base no estudo estatístico realizado, tendo igualmente
135
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
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136
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Desenvolvimento do Projeto de Deposição de Rejeitados
Espessados / Pasta de Rejeitados
Mafalda Oliveira
Chefe do Departamento de Barragens
Somincor – Mina de Neves Corvo
Castro Verde - Portugal
E-mail: [email protected]
Palavras-chave: Deposição subaquática; Instalação de armazenamento de resíduos; Pasta de rejeitados; Rejeitados
mineiros.
Resumo
Os rejeitados produzidos nos processos de concentração dos minérios na Somincor foram desde 1988, data de início
da exploração mineira, até final de 2010, armazenados subaquaticamente na albufeira da Instalação de Resíduos do
Cerro do Lobo, construída em forma de barragem de enrocamento. Esta estrutura foi alvo de três alteamentos tendo
no último ficado com o coroamento à cota final para a qual foi projetada.
A esta cota final e tendo em conta o plano de vida da mina a capacidade de armazenamento, para deposição
subaquática, esgotar-se-ia no início de 2011, o que era manifestamente insuficiente para as quantidades a produzir
no plano de vida da mina.
Para fazer face a esta situação sem comprometer a sustentabilidade da empresa a Somincor deu início, em 2001, ao
desenvolvimento do designado “ Projeto de Pasta de Rejeitados”. Este artigo pretende descrever as fases deste projecto
e a sua implementação com sucesso em novembro de 2010.
137
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Os rejeitados produzidos no processo de concentração do
minério, efetuado nas lavarias da Somincor, são, desde
o início da exploração, armazenados subaquaticamente
num aterro de resíduos, construído em forma de barragem, designado por Instalação de Resíduos do Cerro
do Lobo (IRCL).
Corpo Principal do aterro da IRCL
Albufeira do IRCL
Os aterros da barragem, que foi concebida para ser
construída por fases, foram alvo de 3 alteamentos,
o último dos quais decorreu no período 2003-2005,
estando o coroamento à cota 255, cota final prevista
no projeto inicial. No final deste último alteamento a
barragem ficou com 3 327 m de desenvolvimento em
aterro e 42 metros de altura máxima. A albufeira tem 190
ha de área e 17Mm3 de capacidade para armazenamento
de rejeitados.
desenvolvimento do Projeto da Pasta, que consistiu
num:
A esta cota final de coroamento, e considerando a
previsão anual de produção de rejeitados, a barragem
esgotaria a sua capacidade, para armazenamento
subaquático de rejeitados, no 1º trimestre de 2011, o que
seria manifestamente insuficiente para a quantidade de
rejeitados prevista no Plano de Vida da Mina.
Para poder responder atempadamente a esta situação
e a não comprometer a sustentabilidade da empresa
a Somincor est udou, em 2001, t rês diferentes
alternativas:
• Construção de uma nova barragem;
• Novo alteamento da barragem existente;
• Deposição de rejeitados espessados/pasta de
rejeitados – designada por Projeto da Pasta
Dadas as dificuldades técnicas, económicas e legais
das duas primeiras alternativas a Somincor optou pelo
138
1. Estudo do espessamento dos rejeitados produzidos
nas lavarias, antes da sua deposição na BCL, a efetuar
numa central de produção de pasta equipada com
um espessador de cone profundo (DCT) e bombas
de alta pressão.
2. Estudo da deposição emersa da pasta na BCL,
em áreas mais pequenas delimitadas por diques
construídos em escombro, com cobertura imediata
após enchimento da respetiva área.
3. Estudo da possibilidade de armazenamento de
escombro da mina, simultaneamente com a deposição
de rejeitados, uma vez que as atuais escombreiras são
temporárias devendo ser removidas no final da vida
da mina, mantendo a atual geometria dos aterros da
barragem.
O projeto da pasta que, como já acima referido, teve
início em 2011, foi constituído pelas seguintes fases:
Estudos e Engenharia
• Estudo de pré-viabilidade – 2001;
• Testes laboratoriais – 2002;
• Ensaio de campo – setembro 2002 a setembro
2005;
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
• Investigação hidrogeológica do aquífero e definição
dos modelos geoquímico e hidrogeológico – 2003;
• Teste piloto – 2004 - 2010;
• Estudo de Viabilidade - Concluído em dezembro
2007;
• Engenharia de Base – Concluída em junho 2008;
• Avaliação da estabilidade dinâmica da pasta
depositada – Concluída em junho 2009;
• Engenharia de detalhe – Concluída em julho
2009.
• Construção das 4 Células iniciais e nova estrada-
Construção
cobertura e escolher, com base nos resultados obtidos, a
• Construção da Central da Pasta e Espessador - agosto
2009 a outubro 2010;
cobertura a utilizar na fase operacional.
Espessador piloto e dados do teste piloto
outubro de 2009 a outubro 2010.
Os resultados positivos obtidos em cada uma das
etapas da fase de estudos e engenharia acima referidas
permitiram avançar para a etapa seguinte.
O estudo piloto foi particularmente importante pois para
além de ter permitido o estudo da produção e deposição
de pasta permitiu também testar 3 diferentes tipos de
Pasta produzida no ensaio piloto
• Espessador com 8 metros de diâmetro
• Área de deposição: 10.000 m2
• Volume de pasta produzida: 30.000 m3
• Valores médios: 65% sólidos, 253mm abaixamento
• Sem sinais de oxidação durante a operação
Início da cobertura da área piloto
Conclusão da cobertura da área piloto
139
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
uma camada de 0,5 metros de solo de cobertura. A
cobertura foi desenhada para permitir a ocorrência
de infiltração em quantidade igual ou superior à
água que drena da base do depósito, o que permitirá
um nível freático elevado na camada de rejeitados/
/pasta a longo prazo;
Os resultados obtidos após 9 anos de estudos foram os
seguintes:
• Construção e operação da central de produção de
pasta usando a tecnologia de Espessador de Cone
Profundo (Deep Cone Thickner);
• Instalação e operação de um sistema de tubagens
para distribuição de pasta desde a central da pasta
até às células na albufeira do IRCL;
• Metodologia que permite um encerramento progressivo do IRCL, durante a fase operacional da empresa.
O aterro de resíduos estará praticamente encerrado
no final da vida da mina.
• Possibilidade de manutenção da cota atual dos
aterros do IRCL e garantia de um aumento de
capacidade da albufeira, mudando de uma deposição
subaquática de rejeitados para uma deposição emersa
de rejeitados em forma de Pasta;
A deposição de rejeitados espessados/pasta, em alternativa a uma deposição subaquática de rejeitados, permite
e assegura:
• Construção sequencial de 15 células, dentro da albufeira do aterro de resíduos, à custa da construção de
diques em escombro, o que permite um enchimento
progressivo da albufeira;
• Otimização da estabilidade geotécnica, geoquímica
e hidrogeológica;
• Cobertura de cada célula imediatamente após o seu
total enchimento. A cobertura será constituída, da
base para a superfície, por uma camada de 1 metro
de escombro, sobre a qual assentará uma camada de
0,4 metros de material grosseiro de pedreira (servirá
de barreira à capilaridade), sobre a qual será colocada
• A minimização dos impactes ambientais (redução da
oxidação dos sulfuretos e geração de lixiviados);
• Encerramento progressivo do IRCL durante a fase
operacional da empresa;
• Co-deposição de pasta de rejeitados e de escombro
da mina na albufeira do IRCL;
• Capacidade suficiente da albufeira da IRCL para o
total das reservas actualmente conhecidas.
Figura 1
Geometria das 15 células e respetivos diques a construir com escombro da mina
A numeração indica a respetiva sequência de enchimento.
140
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
O projeto de produção de rejeitados espessados/pasta é
um projeto pioneiro a nível europeu e mundial, pelas
seguintes razões:
Central de produção de pasta
• Pela primeira vez na Europa a pasta de rejeitados com
elevado teor de sulfuretos é produzida e preparada
para armazenamento ao ar, antes da cobertura
definitiva, numa bacia não impermeabilizada e num
local de clima seco;
• Também pela primeira vez estão a ser construídas
“células” para armazenamento simultâneo de pasta
de rejeitados e escombro. Esta técnica permite
o enchimento e encerramento progressivos do
aterro de resíduos do Cerro do Lobo durante a fase
operacional da empresa. A cobertura foi desenhada
para a manutenção de elevados níveis de saturação
da pasta e a minimização de lixiviados.
O arranque da Instalação de Produção de Pasta no
passado mês de novembro de 2010, e a conclusão da
construção das 4 células iniciais na BCL e da estrada
de apoio às condutas de alta pressão, foi o culminar do
longo processo de investigação iniciado em 2001.
Figura 2
Localização das 4 células iniciais
Bibliografia
Hidroprojecto, (2004). SOMINCOR. Barragem do Cerro do
Lobo. 4ª Fase de Construção. Alteamento da cota 242 para a cota
255. Portugal (5 volumes)
Verburg, R., Newman, P., & Fordham.M. (2006).Surface Paste
Disposal of High-Sulphide Tailings – Field Cell Monitoring and
Pilot Plant Testing. In: Proceedings from the Seventh International
Conference on Acid Rock Drainage. St. Louis, MO, March 26-29,
2006.
Golder Associates, (2008), Feasibility Study of Expansion of Cerro do
Lobo tailings Facility Using Paste/Thickened Tailings Technology
United Kingdom (e.g. 78 p)
Golder Associates, (2009), Stability Evaluation for Proposed
Paste Deposition Cerro do Lobo Tailings Facility, United Kingdom
(e.g. 43 p)
Junqueira, F., Wilson, G.W., & Oliveira, M. (2009). Surface
Paste Disposal of High-Sulfide Tailings at the Neves Corvo Mine
in Portugal. Part 1: Estimation of Tailings Desaturation and
Implications on ARD Generation. In: Proceedings from the Eighth
International Conference on Acid Rock Drainage. Skellefteå, Sweden,
June 22-26, 2009.
Oliveira, M., Falé, P& A. Rodrigues. (2011). Surface Paste
Disposal of High-Sulphide Tailings. Part 1 - Construction of Cells.
Paper presented to the 22nd World Mining Congress. Istanbul. Turkey
September 2011.
141
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Atividade Mineira
• Contratos de Prospeção e Pesquisa
• Contratos de Concessão DE EXPLORAÇÃO
143
144
MN/PP/10/11 02-11-2011
MN/PP/11/11 02-11-2011
PANNN - Consultores de Geociências, Lda.
PANNN - Consultores de Geociências, Lda.
Minaport - Minas de Portugal, Lda. MN/PP/14/11 02-11-2011
Colt Resources
MN/PP/17/11 05-12-2011
EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A
CENTRO
Sarzedas
Cedovim
Fundão
Argemela
Argozelo
Pingarela
Carviçais 2
Nome da área
NORTE
Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90
e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei
n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e
seguintes do Titulo I, Parte III do CPP.
Base Jurídica
Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90
e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei
MN/PP/12/11 02-11-2011 n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e
seguintes do Titulo I, Parte III do CPP.
MN/PP/16/11 05-12-2011
EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A
Data da
outorga
MN/PP/08/11 02-11-2011
Contrato
CPF - Companhia Portuguesa de
Ferro, Lda.
Empresa
Volfrâmio, antimónio, ouro
e prata
Antimónio, arsénio, berílio,
bismuto, chumbo, cobre,
estanho, lítio, molibdénio,
nióbio, ouro, prata, tântalo,
tungsténio e zinco
Lítio, estanho, tântalo,
nióbio, rubídio, cobre,
chumbo, zinco, ouro, prata
e pirites
Lítio, estanho, tântalo,
nióbio, rubídio, cobre,
chumbo, zinco, ouro, prata
e pirites
Estanho, volfrâmio ouro,
prata, cobre e sulfuretos
associados
Platina, paládio, ródio,
ruténio, irídio, ósmio, rénio,
ouro, prata, níquel, cobalto,
cobre e crómio
Ferro e minerais associados
Substância (s)
Oleiros, Fundão, Castelo
Branco,Vila Velha de
Ródão e Proença-a-Nova
Tabuaço, S. João da
Pesqueira, Penedono,
Armamar, Sernacelhe,
Moimenta da Beira, Meda
e Vila Nova de Foz Côa
Covilhã e Fundão
Castelo
Branco
Guarda e
Viseu
Castelo
Branco
Castelo
Branco
Bragança
Bragança e Vimioso
Covilhã e Fundão
Bragança
Bragança
Distrito (s)
Bragança e Vinhais
Torre de Moncorvo e
Freixo de Espada à Cinta
Concelho (s)
DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Prospeção e Pesquisa Assinados - 2.º Semestre de 2011
27 350
21 812,9
1 177,5
590,405
21 110,4
7 775
4 788,5
Área (ha)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Data da
outorga
Nome da área
LISBOA E VALE DO TEJO E ALENTEJO
Base Jurídica
Substância (s)
Concelho (s)
ALENTEJO
ALGARVE
Maepa - Empreendimentos e Parti- MN/PP/09/11 02-11-2011 Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90
cipações, Lda.
e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei
n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e
seguintes do Titulo I, Parte III do CPP.
Aljezur
Barrancos
Ouro, prata, cobre, chumbo
e zinco
Ouro, prata, chumbo, zinco,
cobre
Aljezur, Monchique e
Portimão
Barrancos e Moura
MN/PP/13/11 02-11-2011 Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90 Montemor-o-Novo Ouro, prata, cobre, chumbo, Montemor-o-Novo, Évora,
e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei
zinco e minerais associados Viana do Alentejo, Vendas
n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e
Novas e Alcácer do Sal
seguintes do Titulo I, Parte III do CPP.
Contrato
Minaport - Minas de Portugal, Lda. MN/PP/15/11 02-11-2011 Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90
e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei
n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e
seguintes do Titulo I, Parte III do CPP.
Colt Resources
Empresa
DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Prospeção e Pesquisa Assinados - 2.º Semestre de 2011 (Cont.)
Faro
Beja
Setúbal e
Évora
Distrito (s)
27 064
9 733,7
72 822
Área (ha)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
145
146
C-16
C-103
Renoeste - Valorização de Recursos
Naturais, S.A. ( ** )
Iberian/Colt
(**) Adenda ao contrato.
(*) Prorrogação do contrato com adenda.
C-35
C-127
Sociedade Mineira Carolinos, Lda. ( * )
J. A. Lagoa, S.A.
Contrato
Empresa
02-11-2011
16-09-2011
16-09-2011
16-09-2011
Data da
outorga
CENTRO
Art.º 9.º e n.º 1 do Art.º 21.º do Decreto-Lei
n.º 90/90 de 16 de Março e Art.ºs 16,º e 21.º
do Decreto-Lei n.º 89/90 de 16 de março.
ALENTEJO
Art.º 9.º e n.º 1 do Art.º 21.º do Decreto-Lei
n.º 90/90 de 16 de março e Art.ºs 16,º e 21.º
do Decreto-Lei n.º 89/90 de 16 de março.
Base Jurídica
Boa Fé
Carriço
Figueiredo
Bicha
Ouro, prata,
cobre, zinco
e minerais
associados
Salgema
Caulino
Quartzo
Denominação Substância (s)
S. Sebastião da
Giesteira, N. Senhora
da Boa Fé, N. Senhora
da Tourega, N. Senhora
da Guadalupe e
Santiago do Escoural
Carriço
Vila Cã, Santiago de
Litém, São Simão de
Litém e Albergaria dos
Doze
Freches
Freguesia (s)
DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Concessão de Exploração Assinados - 2.º Semestre de 2011
Évora e
Montemor-o-Novo
Pombal
Pombal
Trancoso
Évora
Leiria
Leiria
Guarda
Concelho (s) Distrito (s)
4 678,1808
161,6160
220,1050
50,0000
Área (ha)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Águas Minerais e de Nascente
• Contratos DE eXPLORAÇÃO
• Contratos de Prospeção e Pesquisa
• Atribuição DE lICENÇA
• Rescisão de cONTRATOs DE eXPLORAÇÃO
147
148
27-07-2011
94-NAS
08-09-2011
PP-RG-07
PP-RG-06
PP-RG-05
PP-RG-04
CENTRO
1,1480
Área (km2)
Concelho
Alto Minho - Águas Minero-Medicinais de Grichões, Lda. Paredes de Coura
Detentor da Licença
Mação
Concelho (s)
Vizela
Concelho (s)
Kernow Mining Portugal Sociedade Unipessoal, Lda.
Sociedade Geotérmica da Bacia Lusitaniana, Unipessoal, Lda.
Viana do Castelo
Distrito
Santarém
Distrito (s)
Braga
Distrito (s)
Chaves
Vinhos e Vila Franca de Xira
Óbidos, Bombarral, Lourinhã, Cadaval, Azambuja, Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos
Pombal, Leiria, Marinha Grande, Alcobaça e Batalha
Benavente, Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Palmela, Sesimbra e Setúbal
Dão e Tondela
Viseu, Mangualde, Nelas, Seia, Oliveira do Hospital, Tábua, Carregal do Sal, Santa Comba
Concelho (s)
REcursos Geotérmicos - Rescisão dos Contratos de Exploração - 2.º Semestre de 2011
Grichões-Nascente
Nome da Licença
Geovita - Energia da Terra, Lda.
Data do Despacho
Nº do cadastro
54.0000
Área (ha)
áGUAS de Nascente - Atribuição da Licença - 2.º Semestre de 2011
Unicer Águas, S.A.
PP-RG-03
PP-HM-28
16-09-2011
Titular dos Direitos
Titular dos Direitos
Nº cadastro
Data da outorga
Caldas de Vizela
NORTE
Denominação
Águas Minerais - Contratos de Prospeção e Pesquisa - 2.º Semestre de 2011
Companhia dos Banhos de Vizela, S.A.
Titular dos Direitos
Nº do cadastro
HM - 68
16-09-2011
Data
Nº cadastro
Data da outorga
áGUAS MINERAIS - Contratos de Atribuição de Direitos de Exploração - 2.º Semestre de 2011
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Pedreiras
• Novas Licenças de Exploração
• ADAPTAÇÃO DAS LICENÇAS de Exploração EXISTENTES
• Transmissão dA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO
• Cessação dA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO
• Nomeação de Diretores Técnicos
• Responsáveis Técnicos Inscritos na Direcção-Geral de Energia e Geologia
149
150
DRE
25-10-2011
DRE
14-07-2011
5201
6465
6701
6697
6695
6669
4656 (**)
2986 (**)
6702
3785
3781
6246
6674 (**)
5490 (**)
6340 (**)
6703
6696 (*)
Nº do
cadastro
Carrascal JS
Bom Sucesso n.º 5
Covão Alto n.º 3
Cabeça Gorda
Vale da Barreira
Pedreira do Seixo
Ladeiras
Serra do Carvalhal
Soutela
Pisca n.º 2
Pisca n.º 3
Pinhal da Pardaleira
Codaçal n.º 3
Cabeço Gordo n.º 2
Cabeço do Vedeiro
Pedra Vedra
Penedo do Pinto
Denominação
Mármore
Argila comum
Calcário
Calcário
Calcário
Granito
Granito
Calcário
Granito
Argila comum
Argila comum
Areia comum
Calcário
Calcário
Calcário
Granito
Granito
Substância (s)
Titular da licença
CENTRO
NORTE
LISBOA E VALE DO TEJO
Plácido José Simões, S.A.
ALENTEJO
Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, Sucessores, Lda.
Limestone - Extracção e Comércio de Mármores, Lda.
Parapedra - Sociedade Transformadora de Pedra, Lda.
Marbipedra, Lda.
Câmara Municipal de Castro Daire
P.D.L. - Pedreiras de Ladeiras, S.A.
L.R.P.- Britas do Centro, S.A.
Granidera-Granitos de Pedra D'Era, Lda.
António Simões & Filhos, Lda.
António Simões & Filhos, Lda.
Litoareias-Exploração de Areias de Monte Redondo, Lda.
Stonecalcário - Extracção e Comércio de Agregados de Calcário, Lda.
Mármores Garcogel, Lda.
Mármores Garcogel, Lda.
Manuel António Brizida da Mota
Granitos Rosa Boivão, Lda.
(**) Pedidos de prorrogação da licença de exploração por mais 1 ano.
(*) Exploração com licença provisória por um ano.
DRE
DRE
19-10-2011
08-11-2011
DRE
DRE
28-06-2011
12-08-2011
DRE
DRE
13-10-2011
DRE
CM
07-10-2011
07-12-2011
CM
07-10-2011
14-12-2011
DRE
DRE
25-10-2010
01-08-2011
DRE
DRE
DRE
28-11-2011
31-08-2010
DRE
18-05-2010
19-09-2010
Entidade
licenciadora
Data da
atribuição
da licença
Américo Luís Parreirão e Gomes
João Manuel Loureiro Meira
Gilberto Fernando Mohamadú Charifo Baldé
Ricardo José Marques Ferreira
-
Manuel Ferreira da Silva
Maria Judite Martins Ramos
Rui Miguel Pimenta Ramos Madeira
João Paulo Oliveira Gonçalves Fonseca
João Alberto de Carvalho Correia Marques
João Alberto de Carvalho Correia Marques
Eva Margarida Correia Freitas
-
Nuno Miguel Moleiro Oliveira
-
José António de Oliveira Nunes
-
Diretor Técnico
PEDREIRAS - Novas licenças de exploração - 2.º Semestre de 2011
463
34
102
70
-
91
134
128
480
219
219
221
-
244
-
273
-
N.º de
ordem na
DGEG
Borba (Matriz)
Moita dos Ferreiros
Alcanede
Alcobertas
Fátima
Moledo
Cótimos
Tapéus
Moledo
Miranda do Corvo
Miranda do Corvo
Monte Redondo
Serro Ventoso
Serro Ventoso
Serro Ventoso
Mondim de Basto
Pias
Freguesia (s)
Borba
Lourinhã
Santarém
Rio Maior
Ourém
Castro Daire
Trancoso
Soure
Castro Daire
Miranda do Corvo
Miranda do Corvo
Leiria
Porto de Mós
Porto de Mós
Porto de Mós
Mondim de Basto
Monção
Concelho (s)
Évora
Lisboa
Santarém
Santarém
Santarém
Viseu
Guarda
Coimbra
Viseu
Coimbra
Coimbra
Leiria
Leiria
Leiria
Leiria
Vila Real
Viana do
Castelo
Distrito (s)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
DRE
DRE
DRE
DRE
DRE
DRE
DRE
11-07-2011
31-08-2011
02-09-2011
11-10-2011
17-11-2011
21-12-2011
10-11-2011
6313 (*)
6704
5192
6698
5551
4019
4771 (*)
6446 (*)
3640 (*)
5556
Nº do
cadastro
Herdade da Biscaia n.º 2
Serra da Bonha
Vale do Poço
Cabeça Denta
Vale da Moita n.º 1
Vale do Junco n.º 2
Pena n.º 3
Caramelo n.º 4
Roto-Bote
Pia das Lages n.º 3
Denominação
(*) Explorações com processo de ampliação
DRE
DRE
17-03-2011
DRE
15-05-2010
22-06-2011
Entidade
licenciadora
Data da
adaptação
da licença
Areia comum
Areias
feldspáticas
Argila especial
Calcário
Calcário
Calcário
Calcário
Granito
Granito
Calcário
Substância (s)
CENTRO
Diretor Técnico
António Pedro da Silva Mimoso
-
Sofia Maria Rodrigues dos Santos
-
Carlos Pires Lobato
Luís Ferreira Simões de Lemos
Elísio Pereira Santos
António Rodrigues Vieira
António Paulo Marques Caetano
António José Crespo Pereira
LISBOA E VALE DO TEJO
Retromarques, Construções, Lda.
José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A.
Corbário, Minerais Industriais, S.A.
Sociedade de Construções Elimur, Lda.
Solancis - Sociedade Exploradora de Pedreiras, S.A.
J. Batista Carvalho, Lda.
Arocal - Extracção e Transformação de Pedra de
Calcário, Lda.
Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A.
Sogral - Sociedade de Granitos, Lda.
Bentos - Indústria de Mármores, Lda.
Titular da licença
PEDREIRAS - Adaptação das Licenças Existentes - 2.º Semestre de 2011
96
-
59
-
345
318
131
177
127
276
N.º de
ordem na
DGEG
Palmela
Santiago de Litém
Redinha
Cumeeira
Arrimal
Portunhos
Portunhos
Caparrosa
Murtosa
Porto de Mós (S. João
Baptista)
Freguesia (s)
Palmela
Pombal
Pombal
Penela
Porto de Mós
Cantanhede
Cantanhede
Tondela
Murtosa
Porto de Mós
Concelho (s)
Setúbal
Leira
Leiria
Coimbra
Leiria
Coimbra
Coimbra
Viseu
Aveiro
Leiria
Distrito (s)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
151
152
Denominação
Sobreira de
Atei
Olmos
Pedreira da
Várzea
Vale da Porca
Tarouquela
Vale Moleiro
Troviscais da
Cavadinha
Codaçal
Salgueira
n.º 12
Tojeira
Vale Rodrigues
n.º 2
Mané 1
Pedreira dos
Porteirinhos
Nº cadastro
6566
6596
5128
6513
6636
5191
4870
5477
5553
1974
5410
5202
5064
Diorito
Granito
Calcário
Calcário
Calcário
Calcário
Calcário
Areia especial
Granito
Areia comum
Granito
Granito
Granito
Substância (s)
Setubritas - Sociedade de Extracção de Britas de
Setúbal, Lda.
Jocamar - Mármores e Granitos, Lda.
Nascimento & Irmão, Lda.
Sebop - Sociedade Extracção, Britagens e Obras
Públicas, S.A.
Nascimento & Irmão, Lda.
Airemármores - Extracção de Mármores, Lda.
Domingues & Contente - Britas e Alfaltos, S.A.
Argibel - Argilas Seleccionadas, S.A.
Maria da Conceição Pinheiro Couto
José Manuel Parada
Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A.
José Manuel Parada
Artur Magalhães da Fonseca
Anterior titular da licença
Almabrex Unipessoal, Lda.
Ibergama - Importações e Exportações, Lda.
ALENTEJO
Pragosa Indústria Extractiva, S.A.
Inercálcio - Sociedade de Inertes, Unipessoal, Lda.
LISBOA E VALE DO TEJO
Pragosa Indústria Extractiva, S.A.
Stonecalcário - Extracção e Comércio de Agregados de Calcário,
Lda.
Sofibritas, Lda.
Corbário, Minerais Industriais, S.A.
CENTRO
Conceição Couto Unipessoal, Lda.
Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda.
Urbitâmega - Sociedade de Construções do Tâmega, Lda.
Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda.
Júlia Cristina Lemos Gonçalves Morais
NORTE
Novo titular da licença
PEDREIRAS - Transmissão da licença de exploração - 2.º Semestre de 2011
18-09-2011
15-07-2011
17-11-2011
29-06-2011
23-12-2011
13-10-2011
08-09-2011
26-07-2011
01-09-2011
21-09-2011
05-09-2011
18-07-2011
24-05-2011
Data do despacho
de transmissão
Almodôvar
Santa Eulália
Turquel
Serra do Bouro
Porto de Mós
(S.Pedro)
Serro Ventoso
Redinha
Redinha
Tarouquela
Vale da Porca
Candemil
Olmos
Atei
Freguesia (s)
Almodôvar
Elvas
Alcobaça
Caldas da
Rainha
Porto de
Mós
Porto de
Mós
Pombal
Pombal
Cinfães
Macedo de
Cavaleiros
Amarante
Macedo de
Cavaleiros
Mondim de
Basto
Concelho (s)
Beja
Portalegre
Leiria
Leiria
Leiria
Leiria
Leiria
Leiria
Viseu
Bragança
Porto
Bragança
Vila Real
Distrito (s)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Calcário
(*) Pedido de suspensão até 31-03-2012
S. João dos Montes n.º 2
Escaropins
5306 (*)
1324
Areia comum
Casal da Amoreira
5760
Calcário
Granito
Areia especial
Joinas
Penasqueira
6470
Substância (s)
6344
Denominação
Nº cadastro
CENTRO
Construtora do Tâmega, S.A.
Armando Cunha, S.A.
Inero - Areias, S.A.
LISBOA E VALE DO TEJO
Lena - Engenharia e Construções, S.A.
Areivouga - Extracção e Tratamento de Areias, Lda.
Titular da licença
08-09-2011
15-07-2011
13-06-2011
25-11-2011
02-09-2011
Data da cessação da
licença
Lameiras
Alhadas
Freguesia (s)
S. João dos Montes
Paço de Arcos
S. Pedro da Caldeira
PEDREIRAS - Cessação da licença de exploração - 2.º Semestre de 2011
Vila Franca de Xira
Oeiras
Torres Vedras
Pinhel
Figueira da Foz
Concelho (s)
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Guarda
Coimbra
Distrito (s)
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
153
154
Vale da Porca
Olmos
6513
6596
Granito
Areia comum
Substância (s)
Roto-Bote
3640
Granito
Substância (s)
Sobreira de Atei
6566
Granito
Substância (s)
Pena n.º 3
4771
Calcário
Substância (s)
Mané 1
5202
Granito
Substância (s)
Denominação
Covões n.º 2
Nº cadastro
3800
Calcário
Substância (s)
Titular da licença
Plenavia - Construção e Conservação de Vias, Lda.
Titular da licença
Ibergama - Importações e Exportações, Lda.
Nome do Director Técnico: Rosa Maria de Oliveira Mendes
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Júlia Cristina Lemos Gonçalves Morais
Titular da licença
Arocal - Extracção e Tranformação de Pedra de Calcário, Lda.
Nome do Director Técnico: Rui Miguel Polido Mantas
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Elísio Pereira Santos
Denominação
Nº cadastro
Sogral - Sociedade de Granitos, Lda.
Titular da licença
Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda.
Nome do Director Técnico: Paulo Sérgio da Cunha Pereira
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda.
Nome do Director Técnico: António Paulo Marques Caetano
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: José Raúl de Sousa Monteiro
Aljubarrota (Prazeres)
Freguesia (s)
Santa Eulália
Freguesia (s)
Portunhos
Freguesia (s)
Atei
Freguesia (s)
Murtosa
Freguesia (s)
Olmos
Vale da Porca
Freguesia (s)
Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011
Alcobaça
Concelho (s)
Elvas
Concelho (s)
Cantanhede
Concelho (s)
Mondim de Basto
Concelho (s)
Murtosa
Concelho (s)
Macedo de
Cavaleiros
Macedo de
Cavaleiros
Concelho (s)
10-01-2011
10-01-2011
Data do despacho de
nomeação
17-03-2011
Data do despacho de
nomeação
24-05-2011
Data do despacho de
nomeação
11-07-2011
Data do despacho de
nomeação
15-07-2011
Data do despacho de
nomeação
Leiria
Distrito (s)
29-07-2011
Data do despacho de
nomeação
N.º de Registo na DGEG: 369
Portalegre
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 106
Coimbra
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 131
Vila Real
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG:81
Aveiro
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 127
Bragança
Bragança
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 419
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Boleiros
5632
Calcário
Substância (s)
Pinhal da Pardaleira
6246
Areia comum
Substância (s)
Cabeça Gorda
6697
Calcário
Substância (s)
Meimoa
5031
Granito
Substância (s)
S. João dos Montes n.º 2
5306
Calcário
Substância (s)
Denominação
Cova da Égua
Vale Grande n.º 3
Mata Redondan.º 2
Nº cadastro
1760
3077
5436
Calcário
Calcário
Calcário
Substância (s)
Nome do Director Pedro Moreira Braga Silva Pereira
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Joaquim Bartolomeu
Titular da licença
Lusoinertes, S.A.
Lusoinertes, S.A.
Lusoinertes, S.A.
Titular da licença
Construtora do Tâmega, S.A.
Nome do Director Técnico: António Carlos Ferreira de Almeida
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Parapedra - Sociedade Transformadora de Pedra, Lda.
Nome do Director Técnico: Manuel de Sousa Pacheco
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
António Joaquim Rosado Mocho
Titular da licença
Litoareais - Exploração de Areias de Monte Redondo, Lda.
Nome do Director Técnico: Ricardo José Marques Ferreira
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Eva Margarida Correia Freitas
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Rui Lopes dos Santos Matias
Sesimbra (Castelo)
Alenquer (Triana)
Alenquer (Triana)
Freguesia (s)
S. João dos Montes
Freguesia (s)
Fundão
Freguesia (s)
Alcobertas
Freguesia (s)
Monte Redondo
Freguesia (s)
Fátima
Freguesia (s)
Concelho (s)
Fundão
Concelho (s)
Rio Maior
Concelho (s)
Leiria
Concelho (s)
Ourém
Concelho (s)
Sesimbra
Alenquer
Alenquer
Concelho (s)
Vila Franca de
Xira
Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.)
29-07-2011
Data do despacho de
nomeação
01-08-2011
Data do despacho de
nomeação
12-08-2011
Data do despacho de
nomeação
16-08-2011
Data do despacho de
nomeação
01-09-2011
Data do despacho de
nomeação
Setúbal
Lisboa
Lisboa
Distrito (s)
08-09-2011
08-09-2011
08-09-2011
Data do despacho de
nomeação
N.º de Registo na DGEG: 475
Lisboa
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 341
Castelo Branco
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 445
Santarém
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 70
Leiria
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 221
Santarém
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 162
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
155
156
Pedreira dos Porteirinhos
5064
Diorito
Substância (s)
Almabrex Unipessoal, Lda.
Titular da licença
Pisca n.º 3
Pisca n.º 2
3781
3785
Argila comum
Argila comum
Substância (s)
Poço do Musgo n.º 4
5884
Calcário
Substância (s)
Codaçal
Salgueira n.º 12
5477
5553
Calcário
Calcário
Substância (s)
Soutela
6702
Granito
Substância (s)
Granidera - Granitos de Pedra d´era, Lda.
Titular da licença
Pragosa - Indústria Extractiva, S.A.
Denominação
Covão Alto n.º 3
Nº cadastro
6701
Calcário
Substância (s)
Limestone - Extracção e Comércio de Mármores, Lda.
Titular da licença
Nome do Director Técnico: Gilberto Fernando Mohamadú Charifo Baldé
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Stonecalcário - Extracção e Comércio de Agregados de
Calcário, Lda.
Nome do Director Técnico: João Paulo Oliveira Gonçalves Fonseca
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
António Simões & Filhos, Lda.
António Simões & Filhos, Lda.
Titular da licença
Britopedral - Sociedade de Britas, Lda.
Nome do Director Técnico: Humberto Jorge Palma Guerreiro
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Paulo Miguel da Silva Pedro
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: João Alberto de Carvalho Correia Marques
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Ricardo Miguel Rodrigues Diniz
Alcanede
Freguesia (s)
Moledo
Freguesia (s)
Porto de Mós (S. Pedro)
Serro Ventoso
Freguesia (s)
Almargem do Bispo
Freguesia (s)
Miranda do Corvo
Miranda do Corvo
Freguesia (s)
Almodôvar
Freguesia (s)
Concelho (s)
Almodôvar
Concelho (s)
Santarém
Concelho (s)
Castro Daire
Concelho (s)
Porto de Mós
Porto de Mós
Concelho (s)
Sintra
Concelho (s)
Miranda do Corvo
Miranda do Corvo
Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.)
19-09-2011
Data do despacho de
nomeação
07-10-2011
07-10-2011
Data do despacho de
nomeação
12-10-2011
Data do despacho de
nomeação
23-12-2011
13-10-2011
Data do despacho de
nomeação
13-10-2011
Data do despacho de
nomeação
Santarém
Distrito (s)
19-10-2011
Data do despacho de
nomeação
N.º de Registo na DGEG: 102
Viseu
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 480
Leiria
Leiria
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 37
Lisboa
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 336
Coimbra
Coimbra
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 219
Beja
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 432
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Bom Sucesso n.º 5
6465
Areia comum
Substância (s)
Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, Sucessores, Lda.
Titular da licença
Lameiro de Fora
Santa Baia n.º 2
Fervença
1455
3934
5085
Ardósia
Ardósia
Ardósia
Substância (s)
Vila Verde n.º 2
4138
Granito
Substância (s)
Herdade da Biscaia
n.º 2
6313
Areia comum
Substância (s)
Vale do Poço
5192
Argila especial
Substância (s)
Denominação
Vale Coimbra n.º 4
Nº cadastro
5922
Argila especial
Substância (s)
Nome do Director Técnico: Carlos Alberto da Silva Lagoa
Denominação
Nº cadastro
José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A.
Titular da licença
Corbário, Minerais Industriais, S.A.
Titular da licença
Retromarques, Construções, Lda.
Titular da licença
Monteadriano - Agregados, S.A.
Titular da licença
Pereira Gomes & Carvalho, Lda.
Pereira Gomes & Carvalho, Lda.
Nome do Director Técnico: Sofia Maria Rodrigues dos Santos
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: António Pedro da Silva Mimoso
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Pereira Gomes & Carvalho, Lda.
Nome do Director Técnico: Vitor Hugo Santos Cardoso Oliveira
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: João Marcelino do Espírito Santo Nobrega Rodrigues
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: João Manuel Loureiro Meira
Pombal
Freguesia (s)
Redinha
Freguesia (s)
Palmela
Freguesia (s)
Fornelo
Freguesia (s)
Campo
Campo
Campo
Freguesia (s)
Moita dos Ferreiros
Freguesia (s)
Concelho (s)
Valongo
Valongo
Valongo
Concelho (s)
Lourinhã
Concelho (s)
Pombal
Concelho (s)
Pombal
Concelho (s)
Palmela
Concelho (s)
Vila do Conde
Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.)
08-11-2011
Data do despacho de
nomeação
09-11-2011
09-11-2011
09-11-2011
Data do despacho de
nomeação
09-11-2011
Data do despacho de
nomeação
10-11-2011
Data do despacho de
nomeação
17-11-2011
Data do despacho de
nomeação
Leiria
Distrito (s)
22-11-2011
Data do despacho de
nomeação
N.º de Registo na DGEG: 208
Leiria
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 59
Setúbal
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 96
Porto
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 494
Porto
Porto
Porto
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 481
Lisboa
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 34
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
157
158
Cova da Moura n.º 2
Cova da Moura n.º 3
2812
2813
Calcário
Calcário
Substância (s)
Pedra Vedra
6703
Granito
Substância (s)
Manuel António Brizida da Mota
Titular da licença
Mota - Engil, Engenharia e Construção, S.A.
Cela n.º 1
6233
Granito
Substância (s)
Vale do Junco n.º 2
4019
Calcário
Substância (s)
J. Batista Carvalho, Lda.
Titular da licença
Monteadriano - Agregados, S.A.
Titular da licença
Penedo Grande n.º 3
4031
Calcário
Substância (s)
Cabreira n.º 4
6084
Granito
Substância (s)
Denominação
Pedreira do Seixo
Nº cadastro
6669
Granito
Substância (s)
Nome do Director Técnico: Manuel Ferreira da Silva
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Manuel Gomes António, Lda.
Titular da licença
Câmara Municipal de Castro Daire
Titular da licença
Cubigrani - Exploração e Extracção de Granitos,
Unipessoal, Lda.
Nome do Director Técnico: Diogo André Avelãs Paulino
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Cristina Isabel Carreira Gomes da Rocha Silva
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Luís Ferreira Simões de Lemos
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Elvira Manuela Henriques Seabra Sousa Freire
Denominação
Nº cadastro
Titular da licença
Mota - Engil, Engenharia e Construção, S.A.
Nome do Director Técnico: José António de Oliveira Nunes
Denominação
Nº cadastro
Nome do Director Técnico: Armando Carlos Trindade Guedes
Moledo
Freguesia (s)
Sertã
Freguesia (s)
Alqueidão da Serra
Freguesia (s)
Portunhos
Freguesia (s)
Moledo
Freguesia (s)
Mondim de Basto
Freguesia (s)
Outil
Outil
Freguesia (s)
Concelho (s)
Cantanhede
Cantanhede
Concelho (s)
Castro Daire
Concelho (s)
Sertã
Concelho (s)
Porto de Mós
Concelho (s)
Cantanhede
Concelho (s)
Castro Daire
Concelho (s)
Mondim de Basto
Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.)
24-11-2011
24-11-2011
Data do despacho de
nomeação
28-11-2011
Data do despacho de
nomeação
29-11-2011
Data do despacho de
nomeação
09-12-2011
Data do despacho de
nomeação
09-12-2011
Data do despacho de
nomeação
14-12-2011
Data do despacho de
nomeação
Viseu
Distrito (s)
14-12-2011
Data do despacho de
nomeação
N.º de Registo na DGEG: 91
Castelo Branco
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 202
Leiria
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 488
Coimbra
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 318
Viseu
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 491
Vila Real
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 273
Coimbra
Coimbra
Distrito (s)
N.º de Registo na DGEG: 421
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
484
489
488
450
491
492
414
490
493
494
495
496
497
116
487
Mónica Sofia Borrego Mendes
(205630740)
Fernando López Buceta
(ES76927137A)
Cristina Isabel Carreira Gomes da Rocha e Silva
(204601126)
Luís Filipe Santos Fonseca
(235143464)
Elvira Manuela Henriques Seabra Sousa Freire
(167724487)
Luís Carlos Correia Ramos
(234969121)
Henrique Ribeiro da Rocha
(PT134138139)
Eduardo Fernando de Abreu Loureiro da Costa
(161589324)
Júlia Cristina da Costa Carvalho
(209414108)
Vitor Hugo Santos Cardoso Oliveira
(216835399)
Sandra Cristina Alves de Moura
(250344491)
Patrícia Gomes de Vasconcelos
(222292121)
Jorge Manuel da Gama Pinto Valente
(PT135207479)
Franclim Carmo Nunes da Venda
(PT109255941)
Armandino Miguel de Sousa Silva
(PT191335665)
* Consultar lista anexa.
483
Nº
Registo
DGEG
Natália Vitória Papança Barroso da Saúde
(179874748)
Nome
Licenciatura
Licenciatura
Licenciatura
Licenciatura
Outro e
licenciatura
Licenciatura
Licenciatura e
doutoramento
Bacharelato
Licenciatura
Mestrado
Licenciatura
Mestrado
Licenciatura
Licenciatura
Licenciatura
Curso
Profissional
Nivel
Formação
Engenharia Civil
Engenharia Mecânica
Engenharia de Minas
Engenharia de Minas
Geologia
Engenharia Geotécnica
Engenharia de Minas
Engenharia do
Ambiente
Engenharia Civil
Geologia
Engenharia Geotécnica
Engenharia de Minas
Engenharia Geotécnica
Geologia
Engenharia de Minas
Engenharia do
Ambiente
Gestão de ambiente e
recursos naturais
Formação
_
_
Categorias de Responsabilidade Técnica*
_
_
21-12-2011 D - Classe 3 e 4 ornamental e industrial, todas as
classes areeiros e barreiros e excepto ped. subterrâneas
21-12-2011 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas
classes areeiros e barreiros e excepto ped.subterrâneas.
15-11-2011 A - Todas as classes
19-10-2011 A - Todas as classes
19-10-2011
19-10-2011 A - Todas as classes
19-10-2011 A - Todas as classes
19-10-2011
19-10-2011 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas
classes areeiros e barreiros e excepto ped.subterrâneas.
09-09-2011 A - Todas as classes
09-09-2011 A - Todas as classes
09-09-2011 A - Todas as classes
24-08-2011 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas
classes areeiros e barreiros e excepto ped.subterrâneas.
09-08-2011 A - Todas as classes
15-07-2011
15-07-2011
Data
Despacho
Registo
PEDREIRAS - Responsáveis Técnicos Inscritos na DGEG - 2.º Semestre de 2011
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Pedreiras
com
explosivos
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected];
[email protected]
[email protected]
Endereço de e-mail
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
159
160
E
D
X
C
X
X
X
1
X
X
X
X
Ornamental
2
3
B
A
Categorias
X
X
X
X
4
X
X
1
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Classes e tipos de Pedreira
Industrial
Areeiros e barreiros
2
3
4
1
2
3
4
X
Subt.
Apenas pedreiras de classe 3 e 4 industrial e areeiros e barreiros. Excepto
pedreiras subterrâneas.
Classe 3 e 4 ornamental e industrial; Todas as classes areeiros e barreiros;
Excepto pedreiras subterrâneas.
Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial; Todas as classes dos areeiros e
barreiros. Excepto pedreiras subterrâneas.
Todas as classes e tipos de pedreiras, excepto ornamental classe 1 e pedreiras
subterrâneas.
Todas as classes e tipos de pedreiras.
Categorias de Responsabilidade Técnica
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Indústria Extrativa - Comércio Internacional
Evolução do Comércio Internacional – Janeiro a Dezembro de 2011
Nota Prévia
Indústria Extrativa
Evolução das Saídas e Entradas de Produtos
Nos quadros que se seguem, apresentam-se alguns
indicadores de comércio internacional da indústria
extractiva, tomando como base os dados provisórios
disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística
relativamente ao período de Janeiro a Dezembro de
2011 e tendo como referência os valores do período
homólogo de 2010.
A designação “saídas” traduz o somatório das “expedições”
para o espaço comunitário com as “exportações”
para países terceiros. De igual modo, a designação
“entradas” traduz o somatório das “chegadas” de países
comunitários, com as “importações” provenientes de
países terceiros.
Fonte: INE – Comércio Internacional.
As entradas não incluem petróleo.
As saídas não incluem “águas”.
161
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Estrutura das saídas por subsectores em 2011
Comércio Internacional
Janeiro a Dezembro
2010
Variação
homóloga
2011
Milhões de Euros
(%)
Saída (FOB)
736
808
10
Entrada (CIF)
344
466
36
Saldo
392
342
-13
Taxa de cobertura (%)
214
174
_
559
573
3
Total
União Europeia
Expedição (FOB)
Chegada (CIF)
134
132
-1
Saldo
426
441
4
Taxa de cobertura (%)
418
433
_
Exportação (FOB) (*)
177
235
33
Importação (CIF)
210
333
59
Saldo
-33
-99
197
Taxa de cobertura (%)
84
70
_
Países Terceiros
Fonte: INE – Comércio Internacional .
As saídas não incluem “águas”.
As Entradas não incluem petróleo.
Saídas por subsectores
Janeiro a Dezembro
SUBSECTORES
ENERGÉTICOS
Hulha e antracite
MINÉRIOS METÁLICOS
Minérios de ferro
2010
2011
Variação (%)
Estrutura(%)
Toneladas
10 euros
Toneladas
10 euros
Vol.
Valor
7 147
1 098
25 386
3 282
255,2
199,0
3
3
Valor-2011
0,4
7 147
1 098
25 386
3 282
255,2
199,0
0,4
352 248
398 385
556 959
459 802
58,1
15,4
56,9
38 011
350
226 277
3 324
495,3
848,5
0,0
314 237
398 035
330 682
456 477
5,2
14,7
56,5
MINERAIS DE CONSTRUÇÃO
1 420 604
302 120
1 503 529
303 117
5,8
0,3
37,5
ROCHAS ORNAMENTAIS
1 384 445
300 029
1 375 049
300 759
-0,7
0,2
37,2
Minérios metálicos não ferrosos
Granito e r. similares
291 913
81 490
291 661
78 063
-0,1
-4,2
9,7
Mármores e calcários
718 274
179 977
685 681
176 980
-4,5
-1,7
21,9
Pedra nat.talhada p/calcetamento
356 425
31 531
378 835
36 882
6,3
17,0
4,6
17 833
7 031
18 872
8 834
5,8
25,6
1,1
Ardósia
Agregados
25 214
1 329
118 835
1 725
371,3
29,8
0,2
Minerias para cimento e cal
10 945
762
9 645
632
-11,9
-17,0
0,1
MINERAIS INDUSTRIAIS
511 303
34 343
694 383
41 683
35,8
21,4
5,2
Argila e caulino
238 706
13 629
324 361
14 684
35,9
7,7
1,8
Sal
Outros minerais industriais
TOTAL GERAL
Fonte: INE - Comércio Internacional.
Não inclui “águas”.
162
31 021
6 967
31 264
10 821
0,8
55,3
1,3
241 576
13 747
338 757
16 178
40,2
17,7
2,0
2 291 302
735 945
2 780 258
807 883
21,3
9,8
100,0
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Saídas das principais substâncias por países de destino
Janeiro a Dezembro de 2011 (Valores provisórios)
Minérios de cobre
Granitos e outras rochas similares
País
Tonelada
Mil Euros
País
Tonelada
Mil Euros
Total
327 096
431 191
Total
291 661
78 063
do qual:UE
273 114
373 694
do qual:UE
241 785
61 747
Finlândia
97 012
131 251
Espanha
177 219
31 560
Suécia
62 701
87 519
França
34 051
16 605
Espanha
62 385
85 136
Países Baixos
1 825
5 998
Alemanha
30 364
42 065
Alemanha
Bulgária
20 653
27 723
Luxemburgo
Brasil
30 707
36 104
China
23 274
21 369
1
24
Outros países
14 088
3 115
1 434
1 204
Polónia
5 076
776
Bélgica
3 809
773
Reino Unido
389
624
2 942
523
Irlanda
214
306
Outros países
739
263
Itália
Minérios de volfrâmio
País
Tonelada
Mil Euros
Angola
6 285
4 356
Total
1 324
22 419
China
19 689
3 177
Estados Unidos da América
1 028
17 100
250
4 747
46
572
Japão
Tailândia
Pedra para calcetamento
País
Tonelada
Mil Euros
Marrocos
8 816
2 711
Suiça
5 903
1 521
700
538
Brasil
Estados Unidos da América
1 208
434
Japão
1 088
390
Coreia do Sul
734
376
Rússia
280
253
656
248
673
213
Total
378 835
36 882
Cabo Verde
do qual:UE
349 486
34 653
México
Índia
França
60 611
12 743
127 556
8 549
Dinamarca
41 231
3 406
Suécia
32 572
2 331
Reino Unido
15 357
2 042
Bélgica
24 961
2 034
Países Baixos
26 313
1 575
Itália
7 842
909
Finlândia
7 041
521
Espanha
3 296
342
Outros países
2 706
202
Noruega
15 922
1 249
Suiça
13 002
898
424
82
Alemanha
Outros países
Outros países
296
203
3 550
1 896
163
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Mármores e calcários
País
Tonelada
Mil Euros
Total
685 681
176 980
do qual:UE
112 730
59 366
31 392
19 361
França
9 610
9 178
Espanha
Reino Unido
22 748
7 084
Itália
18 926
6 926
Bélgica
12 206
4 340
Alemanha
7 375
3 520
Suécia
1 968
2 047
Áustria
1 775
1 932
Países Baixos
2 197
1 678
871
688
Dinamarca
Irlanda
619
657
Grécia
799
430
Polónia
168
317
79
315
Finlândia
Outros da UE
1 998
894
398 890
44 053
Arábia Saudita
76 276
29 955
Estados Unidos da América
11 091
10 214
Angola
7 602
5 984
Coreia do Sul
5 924
3 365
China
Taiwan
8 611
2 195
Brasil
5 300
1 972
Emirados Árabes Unidos
3 546
1 802
Marrocos
5 160
1 557
Líbano
8 743
1 536
Singapura
1 813
1 208
Índia
1 133
1 125
Suiça
1 073
955
Hong-Kong
3 943
882
Japão
1 757
867
Israel
1 098
719
Rússia
1 213
678
853
661
Canadá
Nigéria
729
656
Austrália
896
630
Kuwait
1 016
567
Indonésia
2 791
567
Noruega
5 555
473
Moçambique
1 198
448
Outros países
16 737
4 546
164
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Entradas por subsectores
2010
SUBSECTORES
2011
Variação (%)
103 euros
Toneladas
103 euros
ENERGÉTICOS
2 670 236
183 422
3 623 384
308 900
35,7
68,4
66,3
Hulha e antracite
2 670 236
183 422
3 623 384
308 900
35,7
68,4
66,3
9 715
7 503
8 792
9 409
-9,5
25,4
2,0
458
61
75
35
-83,6
-42,3
0,0
MINÉRIOS METÁLICOS
Minérios de ferro
Vol.
Valor
Estrutura (%)
Toneladas
Valor-2011
Minérios metálicos não ferrosos
9 257
7 442
8 717
9 374
-5,8
26,0
2,0
MINERAIS DE CONSTRUÇÃO
209 166
49 798
166 960
46 106
-20,2
-7,4
9,9
ROCHAS ORNAMENTAIS
115 104
46 781
113 594
43 244
-1,3
-7,6
9,3
Granito e r. similares
72 384
24 888
82 465
26 111
13,9
4,9
5,6
Mármores e calcários
37 652
19 149
25 535
14 158
-32,2
-26,1
3,0
218
258
1 342
657
516,5
154,8
0,1
4 850
2 485
4 253
2 319
-12,3
-6,7
0,5
82 169
1 848
42 736
1 770
-48,0
-4,2
0,4
Pedra nat.talhada p/calcetamento
Ardósia
Agregados
Minerias para cimento e cal
11 893
1 169
10 630
1 092
-10,6
-6,6
0,2
MINERAIS INDUSTRIAIS
1 108 802
102 797
1 028 145
101 195
-7,3
-1,6
21,7
Argila e Caulino
128 058
18 120
140 878
19 687
10,0
8,6
4,2
Sal
172 107
11 424
141 336
9 992
-17,9
-12,5
2,1
Outros minerais industriais
808 638
73 253
745 931
71 515
-7,8
-2,4
15,4
3 997 918
343 519
4 827 281
465 610
20,7
35,5
100,0
TOTAL GERAL
Fonte: INE - Comércio Internacional.
Não inclui “petróleo”.
Entradas das principais substâncias por países de origem
Janeiro a Dezembro de 2011 (Valores provisórios)
Granitos e outras rochas similares
Hulha (inclui antracite)
País
Tonelada
Mil Euros
País
Tonelada
Mil Euros
Total
do qual:UE
82 465
26 111
Total
3 623 384
308 898
75 169
22 668
Espanha
do qual:UE
18 488
3 185
72 025
20 998
Espanha
18 419
3 123
319
672
2.101
551
Bélgica
229
230
Grécia
117
66
Noruega
19
64
Ucrânia
358
87
Rússia
1 327
1 022
Reino Unido
Itália
Países Baixos
Outros da U.E.
Índia
Brasil
1 681
979
China
2 081
809
933
276
Zimbabwe
Angola
731
131
África do Sul
306
74
Outros países
236
153
Outros da U. E.
Colômbia
Estados Unidos da América
70
62
2 726 584
227 216
782 893
69 671
82 281
7 093
13 067
1 722
70
10
165
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Mármores e Calcários
Gesso
País
Tonelada
País
Tonelada
Mil Euros
Total
25 535
14 158
Total
277 337
25 750
do qual:UE
17 833
12 102
do qual:UE
237 278
24 984
Espanha
8 680
6 384
Espanha
227 323
22 356
Itália
4 745
2 053
França
6 914
1 653
182
1 357
Alemanha
2 568
894
Bélgica
1 853
894
449
70
Suécia
Mil Euros
Itália
Grécia
1 090
635
França
519
402
Marrocos
Alemanha
593
205
Outros países
Outros da U.E.
171
171
Turquia
3 599
750
574
455
165
191
Angola
1 029
167
Egipto
848
131
Croácia
338
92
1 150
269
China
Antiga República
Jugoslava da Macedónia
Outros países
Outros da U.E.
Estrutura das Entradas por subsectores em 2011
166
25
11
40 055
749
4
17
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Notícias
Museu Mineiro - Casa da Malta
Criado em 1989, o Museu Mineiro de São
Pedro da Cova tem como missão a valorização,
divulgação e dinamização do património
geológico e mineiro de São Pedro da Cova.
Após o encerramento da Companhia das Minas de
Carvão de São Pedro da Cova, empresa concessionária
da exploração de carvão na freguesia, a população
orquestrou ações que proporcionaram a recolha de
objetos e documentação industrial mineira. É com
esta recolha que a Junta de Freguesia de São Pedro
da Cova, depois de adquirir uma das antigas Casas da
Malta, inaugura o Museu Mineiro dedicado às questões
industrial mineira e geológica.
A coleção do Museu Mineiro de São Pedro da Cova
reúne artefactos utilizados no desmonte, tratamento
e expedição de carvão; fósseis vegetais e animais que
representam o período evolutivo da Terra,
amostra de carvão mineral; e o arquivo
empresarial da Companhia das Minas de
Carvão de São Pedro da Cova, mapas, plantas
e livros. Nos últimos anos a coleção do Museu
tem vindo a ser enriquecida com património
imaterial, devido à recolha de testemunhos orais que
tem promovido.
Hoje, por toda a freguesia de São Pedro da Cova é
ainda possível encontrarem-se referências de património
mineiro, destacando-se o antigo Complexo Industrial
Mineiro, que em março de 2010 viu o seu Cavalete em
betão, datado de 1935, ser classificado como Monumento
de Interesse Público (MIP).
O Complexo Industrial Mineiro de São Pedro da Cova
que foi o pólo dinamizador da freguesia durante várias
décadas encontra-se hoje num avançado estado de
degradação, continuando a ser alvo de vandalismos e
167
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
furtos, quando se deveria proteger este património. Esta
situação não o impede de ser visitado, disponibilizando o
Museu Mineiro um percurso museológico pela freguesia,
com início no Museu, passando por vários pontos de
interesse patrimonial mineiro, terminado no antigo
complexo.
Para além deste percurso, o Museu Mineiro disponibiliza
iniciativas para todo o tipo de público, como por
exemplo: visitas guiadas, atividades pedagógicas,
oficinas, palestras e concursos, entre outras.
Outras iniciativas, como exposições temporárias e
itinerantes, têm merecido especial atenção por parte
do Museu Mineiro. A programação destas exposições
têm como objetivo a divulgação da sua coleção e o
envolvimento da comunidade e das instituições com esta
instituição museológica. Exemplo disso é a exposição
temporária inaugurada no passado dia 1 de maio, e
que está patente no Museu Mineiro até o dia 26 de
novembro, intitulada de O valor do Trabalho, baseada
em trabalhos efetuados por alunos de duas das escolas
da freguesia de São Pedro da Cova: Escola Profissional
de Gondomar, com trabalhos efetuados no âmbito
da disciplina de Desenho e Comunicação, do Curso
Profissional de Técnico de Design - variante Design
Industrial com o objetivo de participar no concurso “Á
descoberta das nossas raízes com Graça Morais”, com
organização da Associação de Professores de Expressão
168
e Comunicação Visual (APECV) com a colaboração do
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Hoje, os
trabalhos passam a estar expostos no Museu Mineiro;
Escola Secundária de São Pedro da Cova, O Valor do
Trabalho (Museu Mineiro), as Comunidades (Serralves)
e a Caixa de Memórias com Futuro (Arquivo Distrital
do Porto) correspondem a três projetos desenvolvidos
na Escola Secundária de São Pedro da Cova que se
articulam para promover e compreender o valor cultural
e histórico das antigas minas de São Pedro da Cova,
utilizando a capacidade criativa dos jovens, através de
suportes diversificados, e desenvolvendo a capacidade
de diálogo entre gerações.
Para colmatar algumas falhas que o Museu Mineiro
apresenta, foi recentemente criada a Liga de Amigos do
Museu Mineiro de São Pedro da Cova com o objetivo de
contribuir para o alargamento, dinamização e divulgação
do espólio material e imaterial da Casa da Malta/Museu
Mineiro; desenvolver esforços no sentido de melhorar as
peças expostas, ou em reserva museológica, do Museu;
trabalhar pelo alargamento do espaço museológico de
São Pedro da Cova, no sentido da criação de um Museu
Território; lutar pela preservação de todo o Património
Mineiro; estabelecer parcerias com instituições públicas
e privadas, de provado interesse da nossa atividade;
promover trabalho voluntário; promover a recuperação
e conservação das instalações da Casa da Malta/Museu
Mineiro e suas coleções.
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
O Museu da Fábrica de Cimento Maceira-Liz
A 22 de abril de 1991 é inaugurado o Museu da Fábrica de
Cimento Maceira-Liz que documenta a longa história da
fábrica. O Museu está integrado num circuito museológico, em contraponto com a fábrica moderna em laboração,
concedendo-lhe o estatuto de “museu de sítio”.
O Museu pretende ser uma extensão cultural da empresa, permitindo admirar peças valiosas que fazem parte
dos primórdios da indústria e que estão catalogadas no
estrangeiro como exemplares raros.
Aos seus visitantes o museu proporciona uma viagem
histórica que vai desde as imagens da Gândara, nos
anos vinte, até às fases mais relevantes da evolução tecnológica.
circuito museológico o Centro de Documentação e
Interpretação, a Central Turbo-Geradora, o Circuito
Museológico da Antiga Linha de Fabrico III, o Parque
da Água e a Locomotiva.
Com vista a compatibilizar as atividades de exploração de
matérias-primas com a preservação, estudo e divulgação
do património geológico e paleontológico, procedeu-se
à recolha e sistematização de uma coleção de referência,
composta essencialmente por fósseis de amonites da
pedreira de calcário da fábrica Maceira-Liz, com vista à
sua musealização.
O Museu da Fábrica Maceira-Liz, dedicado à arqueologia
O Museu da Fábrica Maceira-Liz constrói uma ponte
entre a fábrica e a comunidade envolvente da antiga
povoação de Maceira, criando alicerces humanos enriquecedores.
industrial, conta desde 2007 com um núcleo dedicado à
Integradas no circuito museológico estão algumas das
instalações iniciais, que surgiram entre 1920 e 1938,
atualmente já desativadas.
pla uma pequena coleção de fósseis de amonites bem
Para além do Museu - Núcleo Central, edifício que data
de 1921 onde funcionaram os Serviços Administrativos
e o Laboratório da Fábrica, também fazem parte deste
património fossilífero local, permitindo a permanência
Geologia e à Paleontologia local. O “Jardim Jurássico”
constitui também uma importante alternativa turística,
integrada no circuito museológico. Este jardim contemcomo uma reconstituição da flora do período jurássico.
Este projeto pretende contribuir para a preservação do
de uma coleção junto do local onde provém, iniciativa
pioneira no contexto industrial.
169
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
Informação Vária
Comemorações 75.º aniversário da Ordem dos Engenheiros
Ciclo de conferências: A Engenharia – que futuro?
Conferência: “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?”
Realizou-se em 27 de fevereiro de 2012, no auditório da
Ordem dos Engenheiros (OE) em Lisboa, a conferência
A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?, integrada
no ciclo de conferências subordinadas ao tema geral
“A Engenharia – que Futuro?”, no âmbito das comemorações do 75.º aniversário da OE.
Este evento que, contou com a presença do Vice-Presidente Nacional da OE, Eng. Victor Gonçalves de
Brito, do Presidente do Colégio de Engenharia Geológica
e de Minas, Eng. Carlos Caxaria, dos dois oradores
convidados Engenheiros António Costa e Silva (Partex
e IST) e António Fiúza (FEUP) e, ainda, para dinamizar
o painel de debate os colegas Engenheiros Nuno
Grossmann (ex-LNEC), Amílcar Soares (IST) e Mário
Bastos (Visa Consultores), teve numerosa assistência,
cerca de 120 participantes, sendo de realçar o elevado
número de estudantes presentes.
Conferência: “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?”
A conferência foi estruturada em duas partes; sendo a
primeira dedicada ao futuro da profissão da engenharia
geológica e de minas, com o primeiro orador, António
Costa e Silva, que estruturou a sua abordagem ao tema
171
Boletim de Minas, 46 (2) - 2011
em cinco pontos de reflexão, começando por contestar
a ideia, errada, de que Portugal é um país sem grandes
recursos naturais (commodities); pelo contrário, vários
exemplos apontam em sentido inverso: a maior mina
de cobre da Europa está em Portugal, a indústria
portuguesa das rochas ornamentais é reconhecida
internacionalmente, os recursos em terras raras, lítio
e outras substâncias são relevantes, sem esquecer o
enorme potencial dos recursos minerais marinhos que
se encontram na Zona Económica Exclusiva (sulfuretos,
nódulos de manganês, fontes hidrotermais com Au, Ag,
Cu, Zn, e outros metais). Como tendência de futuro, a
mineração no mar apresenta-se assim como uma área de
atuação muito importante para a engenharia geológica
e mineira, e não somente no campo dos recursos
petrolíferos, onde países lusófonos como Brasil e Angola
apresentam enorme potencial (aliás já bem identificado
e reconhecido). As saídas profissionais do futuro estão,
por isso, muito viradas para o cluster do mar e para
a Lusofonia, para além das redes internacionais, do
empreendedorismo e da relevância de uma adequada
atenção dirigida para a gestão de recursos naturais
valiosos como a água subterrânea e os solos.
O futuro do ensino da engenharia geológica e de minas,
foi o tema abordado na 2ª parte da conferência, o qual
teve como orador António Fiúza. Após breve resenha
histórica dos primórdios do ensino da engenharia de
minas na Europa e no Mundo, António Fiúza destacou
a criação da primeira escola de minas em Portugal, na
Academia Politécnica do Porto, em 1837, a importância
do Eng. de Minas Alfredo Bensaúde na fundação do
Instituto Superior Técnico em Lisboa e, já nos anos 80
do século XX, o surgimento dos cursos de engenharia
geológica e geotecnia. No presente, o ensino desta
área de especialidade tem sofrido, por um lado, com
o desinvestimento europeu na mineração, por outro,
concretamente em Portugal, com a desaceleração da
construção civil, em especial de grandes obras públicas.
No entanto, as perspetivas de futuro vão no sentido
da expectável revitalização da exploração de recursos
minerais, tornando indispensável o aprofundamento
da inovação tecnológica em áreas cruciais como as da
mineração no mar e da automatização e robotização das
explorações mineiras. Das várias medidas apontadas
como necessárias para alterar e melhorar o ensino da
especialidade em Portugal, destaca-se: a mudança nos
sistemas de admissão às Universidades, conferindo-lhes
mais autonomia na seleção de alunos; a racionalização da
oferta de cursos ajustando-os às previsíveis necessidades
do mercado; a alteração do 1º ciclo de formação para 4
anos; a disponibilização de formação contínua adequada
aos profissionais da área; o incremento da cooperação
internacional em cursos de formação específica avançada
e terceiros ciclos.
No período de debate que se seguiu, que contou com
participação da assistência, os restantes membros
convidados do painel fizeram curtas intervenções a
salientar os seguintes aspectos: Amílcar Soares realçou
a importância da indústria petrolífera e das novas
descobertas de hidrocarbonetos; Nuno Grossmann
chamou a atenção para a relevância da intervenção
da geotecnia nas grandes obras hidráulicas e nas
obras subterrâneas em meio urbano; Mário Bastos
destacou as qualidades de especialização, flexibilidade
e independência que os atuais estudantes devem possuir
para terem sucesso no mercado de trabalho.
Conferência: “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?”
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Comum a diversas intervenções, tanto dos membros
convidados como da assistência, foi a opinião de que
os profissionais de engenharia geológica e mineira,
com uma imprescindível boa formação de base,
apresentam características de polivalência, versatilidade
e adaptabilidade que são decisivas para superar as
dif iculdades que a atual crise económica parece
constituir e para conseguir vingar em diversos domínios
de atuação da engenharia.
Numa alocução final, Carlos Caxaria passou a mensagem,
partilhada pelos restantes membros do painel, e
especialmente dirigida aos muitos estudantes presentes,
de que, apesar de tudo, o futuro em termos de mercado
de emprego na engenharia geológica e de minas pode, e
deve ser encarado com bastante otimismo, uma vez que as
matérias-primas estão a montante de todas as atividades
industriais, tornando o se tor dos recursos geológicos
imprescindível ao desenvolvimento sustentável das
sociedades modernas.
1ª Conferência da primavera/1st Spring Conference
Setor Mineiro Português – Investimentos e financiamento
Realizou-se em 5 de março de 2012, no Seeley Hall –
Trinity College, na cidade de Toronto, Canadá, a 1ª
Conferência da primavera, dedicada ao setor mineiro
português, nomeadamente no que respeita a investimentos e financiamento. Este evento foi promovido pela Federação de Empresários Luso canadianos (FPCBP), que
em parceria com a Direção-Geral de Energia e Geologia,
com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, tomou
a iniciativa de iniciar um ciclo anual de conferências
dedicados a temas específicos, tendo o 1º sido dedicado
em exclusivo ao setor mineiro, face à relevância desta
matéria a nível internacional.
A abertura da conferência foi efetuada pelo Embaixador
de Portugal no Canadá, Dr. Pedro Moitinho de Almeida
e pelo Ministro da Energia do Ontario, Mr Chris Bentley.
Em seguida houve um conjunto de intervenções por
parte da Presidente da FPCBP, Drª Cristina Martins,
pela representante da Caixa Geral de Depósitos no
Canadá, Drª Ana Ochoa, pelo diretor da AICEP, Dr.
Raul Travado, e pelo assessor do Secretário de Estado da
Energia, Engº. Ricardo Pinto, o qual apresentou a base
da estratégia do Governo português para os minérios
metálicos e anunciou para breve (março 2012) a abertura
de concursos internacionais para a atribuição de direitos
de prospeção e pesquisa para minérios metálicos em 3
zonas da Faixa Piritosa Ibérica.
Este evento que contou ainda com a participação do
Subdiretor-Geral de Energia e Geologia, Engº Carlos
Caxaria, teve numerosa assistência, mais de 100
participantes, os quais assistiram à apresentação do
“Potencial Mineiro de Portugal” pelo Dr. Luis Martins
da DGEG. Houve ainda outras apresentações com
caráter técnico, as quais ficaram a cargo de três empresas
mineiras com projetos em Portugal, nomeadamente
a Lundin Mining, a Colt Resources e a Pataquilla
Minerals,
O encerramento da sessão esteve a cargo do Sr. Cônsul
Geral de Portugal em Toronto, Dr. Júlio Vilela.
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A Indústria Extrativa – Presente e Futuro
Realizou-se no passado dia 22 de março de 2012, no
auditório da Ordem dos Engenheiros em Lisboa, um
seminário, promovido pelo Conselho Nacional do
Colégio de Engenharia Geológica e Minas, intitulado
“A Indústria Extrativa: Presente e Futuro”, o qual teve
por objetivo fazer uma abordagem e reflexão sobre
diferentes temas do setor dos recursos geológicos e o
potencial que o mesmo encerra, tendo presente a tónica
da internacionalização.
Após a sessão de abertura pelo Presidente do Colégio,
Engº Carlos Caxaria, foi dado início ao seminário
com a apresentação pelo Dr. Luis Martins (DGEG) da
divulgação dos recentes desenvolvimentos em Portugal
na área dos minérios metálicos que têm um elevado
potencial para a alavancagem da economia nacional
com importantes reflexos a nível do desenvolvimento
regional do país. Em seguida foram ainda apresentados
dois casos na área das rochas ornamentais, um pelo
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Engº Luis Caetano (Sinese) e outro pela Engª Ana Luis
(Mocapor) tendo sido unânime a importância deste
setor para a balança de exportações e a necessidade de
haver estratégia e união entre empresários nacionais
para manter os níveis de competitividade em obras
internacionais, reforçando o valor, beleza e identidade
única das pedras portuguesas. A concluir a sessão o Engº
Luis Chambel (Sinese), apresentou casos de estudo, sobre
a prospeção, viabilidade e condições de exploração de
diamantes em Angola, face às especificidades técnicas
versus riscos existentes.
O evento contou com a presença de cerca de 50
participantes, e o período de debate, moderado pelo
Eng. Júlio Ferreira e Silva (CAQ), constituiu mais uma
oportunidade para troca de impressões, e apresentação
de soluções para um setor com potencial de crescimento,
em que a importância de criar uma estratégia para o seu
desenvolvimento futuro é cada vez maior.
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Publicações
Nesta rubrica pretende-se dar destaque a publicações que foram editadas pela Direcção-Geral de Energia e Geologia
ou com o apoio desta durante o ano de 2011.
Recursos Geológicos de Portugal – publicação da
autoria do Dr. António Moura e do Dr. José Lopes Velho
foi editada pela Palimage em Janeiro de 2012, com o
apoio da DGEG.
Este livro pretende dar a conhecer os recursos
geológicos de Portugal, sob os mais variados aspectos,
nomeadamente tipologia, localização, caracterização,
génese, produções, reservas, importância económica
e aplicações. Está estruturado em sete temas, sendo
que os cinco primeiros dizem respeito a cada uma
das grandes divisões, tradicionalmente aceites, para
os recursos minerais (minérios metálicos, minerais
industriais, rochas industriais, rochas ornamentais e
recursos energéticos). O sexto tema aborda os recursos
hidrogeológicos e o tema final debruça-se, em especial,
sobre o futuro dos recursos geológicos em Portugal.
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Mineral Resources of Portugal - Esta publicação, da
responsabilidade da DGEG, enquadra-se no âmbito
da missão pública desta Direcção-Geral, de promover
o investimento das empresas, tanto nacionais como
estrangeiras, dando assistência na definição de metas
e estratégias de exploração ao fornecer a todos os
interessados as informações básicas sobre a geologia,
hidrogeologia, geofísica, geoquímica e prospeção em
Portugal.
Atualização da edição anterior que foi realizada para ser
distribuída no PDAC - International Convention, Trade
Show and Investors Exchange, que se realizou em março
de 2011 em Toronto.
Comemorações dos 25 anos do Museu de Geologia
da UTAD (1986-2011) – Este livro enquadra-se num
conjunto de iniciativas que integram as comemorações
dos 25 anos do Museu de Geologia Fernando Real, da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Editado
pelo setor editorial dos Serviços de Documentação
e Bibliotecas (SDB), esta publicação teve o apoio da
Direcção-Geral de Energia e Geologia, sendo uma das
instituições que integra o projeto “Roteiro das Minas e
Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal”.
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