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Revista semestral do Curso de Relações Públicas da Famecos/PUCRS
Ano 13 n° 26 – Porto Alegre, RS, Brasil, dezembro 2007
A caminho
do mercado
Profissionais, professores, formandos e
estudantes analisam os desafios
e perspectivas de encontrar espaço
nas atividades de Relações Públicas
Foto Fernanda Fell/ Hipertexto
RRPP
Atualidades
2 RRPP Atualidades/dezembro 2007
Expediente
Publicação informativa
e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade
de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul, avenida Ipiranga 6681,
Jardim Botânico, Porto Alegre,
RS, Brasil.
Versão Online:
E-mails: famecos@pucrs.
br; [email protected]
Reitor: Ir. Dr. Joaquim
Clotet
Vice-Reitor: Ir. Dr.
Evilázio Teixeira
Diretora da Famecos:
Drª. Mágda Cunha
Coordenadora do Curso:
Drª. Souvenir Dornelles
Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e
Silvana Sandini
Revisão: professora Vera
Regina Silva (Letras)
Produção: disciplina
Estudos da Mídia Impressa
em Relações Públicas
Alunos – Manhã: Carmem R. das Chagas Barcellos,
Carolina Ceia Ramos Eckert,
Daiane Freitas Oliveira, Daiane Reckziegel, Daniela Bradacz
de Paula, Emilia Adams Hilgert, Evelyn Piccoli, Fabiano
Bonella Cunha, Glauber de A.
L. Rodrigues, Graziela Leite
de Freitas, João Batista Goulart Gomes, Juliana da Silva
Bianchessi, Letícia Saur, Lucas
Alves Nunes Patron, Luciane
Aragon, Mariana Heemann
Betti, Marilia de Oliveira, Miguel de Sampaio Dagnino, Nicole Eichenberg, Olívia Bibiana
Falcão, Rodrigo Viana, Thais
de Lima Soares, Thiago Felipe
da Costa e Tiago de Souza.
Noite: Bruna Tartari
Guimarães, Carolina A. Franco, Carolina Luz Paulo, Caroline de Ávila Nascimento,
Catia Regiane Da silva Assink,
Daniela Pereira da Silva, Diego de Azevedo, Dienyffer dos
Santos Perin, Filipe Lima de
Aragão Severo, Graziela Dias
Quartieri, Guilherme Mendonça de Almeida, Jordana
Moura Pandolfo, Juliana Rolim Pesente, Karen Cristina
Machado Abreu, Karina Soares Martins, Kely Bastos dos
Santos, Leonardo de Oliveira
Rostro, Lisiane Cardoso da
Silva, Nathaly Azevedo de Andrade, Paula Silberfarb Costa,
Paulina Souza da Cunha, Pedro Lay Reis, Raquel medeiros Binitez, Vanessa Wieger
Brochier, Guilherme Machado
Lau, Felipe Cezimbra da Rosa,
Fábia Moura Silveira, Bianca
Burmann Melo, Ana Maria
Ferreira Fonseca,
Cláudia
Irene Aguiar Stricher, Márcia
Fernanda Santana e Thais Ribeira Gomes.
Editorial
Expandindo fronteiras
Neste semestre, a já tradicional revista RRPP Atualidades apresenta uma novidade, a sua versão virtual. Pela
primeira vez, uma publicação impressa da PUCRS ganha
sua versão online. O site traz todos os conteúdos da revista,
porém, com maior dinamismo. Semanalmente, novas notícias, entrevistas, artigos e perfis são atualizados, o que permite uma extensa gama de informações aos internautas.
Além disso, disponibiliza aos visitantes fóruns, onde são
discutidos grandes temas da área das Relações Públicas.
O advento dessa nova ferramenta permite aos alunos o
aprendizado sobre a adequação da linguagem informativa
aos diferentes meios e melhor uso dos canais disponíveis
no mundo da comunicação. Serve, também, como forma
de divulgação do trabalho, elaborado pelas turmas de terceiro semestre do curso de Relações Públicas, aos diferentes segmentos de públicos, dentro e fora da faculdade.
A eliminação de barreiras geográficas que a internet
propicia talvez seja a grande sensação dessa ferramenta
de comunicação. E a RRPP Atualidades pega carona, afinal, expandir as fronteiras de comunicação e atingir todos
os públicos é a meta desse site, que pode ser acessado em
www.pucrs.br/famecos/rrpp.
Rodrigo Viana, editor
Artigo
Que profissão é essa?
LucianE Padilha Aragon, editora
Vivemos numa era em que a comunicação se dá cada
vez mais rápido, com uma urgência em chegar até o seu
receptor, mesmo não sendo compreendida adequadamente. E quando se fala em comunicação, as pessoas pensam
diretamente em jornalistas, mas poucos sabem o que faz
o profissional de Relações Públicas e, às vezes, nem imaginam que existe essa profissão. Se falarmos na sigla RP
(nome que é tratado no meio da comunicação), então, as
pessoas são capazes de perguntar “o que é isso”?
Quando se fala em relações públicas, muita gente
responde que é quem faz festas e organiza eventos. Isso
existe, sim, mas não é só o caminho que pode ser seguido.
E fazer “festinhas”, como dizem, não é tão simples assim.
A concorrência está cada vez maior. Quanto mais você se
esforçar para que tudo ocorra como o planejado, resolver
imprevistos e ter muito jogo de cintura para tudo terminar
como deve ser, melhor ficará a sua imagem no mercado.
Esse profissional ao qual estou me referindo pode estar tanto trabalhando numa assessoria de imprensa, como
tratando do marketing de uma grande empresa. É o relações públicas quem mapeia os públicos que devem ser
atingidos, define objetivos e cria um planejamento estratégico que pode modificar completamente a imagem de uma
marca.
Também é sua função cuidar do público interno, por-
que se os funcionários estiverem insatisfeitos, isso pode
influenciar a opinião pública dos que estão do lado de fora
da empresa. O RP é, junto com o administrador, um dos
profissionais mais indicados para liderar um grupo ou uma
empresa. Tem o poder de fazer diagnósticos, prognósticos,
reagir a crises ou lidar com boatos que possam prejudicar
direta ou indiretamente a empresa.
Um mercado que começa a ser cada vez mais explorado é o de pesquisa. Antes de lançar qualquer produto,
implantar um novo serviço ou qualquer outra mudança,
as empresas vêm contratando consultorias para saber se
a novidade será bem aceita. É um novo recurso do qual as
empresas dispõem e tem baixo custo, se comparado aos
prejuízos que um produto não aceito no mercado pode
causar à imagem de uma marca. O Rio Grande do Sul é um
dos estados mais exigentes com os lançamentos e normalmente vem sendo usado como mercado teste.
Na minha opinião, faltam atitudes dos próprios relações-públicas em divulgar e fazer com que a profissão seja
cada vez mais reconhecida. Cabem, também, aos conselhos
(regionais e nacional) fazerem campanhas que possam levar uma definição simples ao conhecimento das pessoas.
Como uma apaixonada pela profissão, espero que outras pessoas levantem essa bandeira e ajudem a aplicar
nossas idéias, conhecimentos e teorias para cada vez mais
conquistarmos o mercado. Todas as empresas precisam de
um relações-públicas, basta se darem conta disso.
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Os destaques
Simões, o relações-públicas do Brasil, pela segunda vez
Arquivo RRPP.A
Luciane Padilha Aragon
Simões, referência nacional
Durante o 30° Intercom (Congresso Internacional da Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), realizado
em Santos/SP, foi entregue o Prêmio Relações Públicas do Brasil.
Instituído pela Coordenação da
Campanha Nacional de Valorização
da Profissão de Relações Públicas,
pelo segundo ano consecutivo o
vencedor na categoria ProfessorPesquisador foi Roberto Porto Simões, docente dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade
de Comunicação Social da PUCRS.
Outras duas gaúchas receberam
menção honrosa: Fabiana Bergni-
ni, da AABB (Associação Atlética
Banco do Brasil), ficou em segundo
lugar na modalidade ProfissionalRevelação, e Patrícia Zawascki, da
agência Plus Marketing LPMA, em
terceiro, na mesma categoria.
No ano passado, Simões sugeriu aos organizadores: “Quem
ganhou, não ganha mais. Tem que
buscar outros nomes para motiválos, homenageá-los e para criar novos mitos na nossa atividade, coisa
que não temos”. Quando questionado sobre a sua nova indicação, respondeu: “Não faltam profissionais.
Fui eleito pelos votos dos membros
da área Relações Públicas, não sei
quem votou em mim”.
Simões atua na área da comu-
nicação desde 1970 e aos poucos viu
a área de pesquisa ser inserida nos
programas de pós-graduação. “Há
espaço aberto para a área da pesquisa, faltam interessados. É de se
incentivar os acadêmicos e alunos
de pós-graduação. Cada vez mais
haverá pesquisa. A cada seminário
surgem novos pesquisadores, é um
processo de evolução”, disse.
O relações-públicas acredita
que só se interessam pelas pesquisas aqueles que tem gana e valorizam o conhecimento. “Quem tem
inquietude intelectual que entre no
jogo, que comece a contribuir. O
processo é longo, o trabalho é árduo e demora em torno de 10 anos
para ser reconhecido”, conclui.
Foto Divulgação
Mostra de talentos e diversidade
s A 29ª Mostra de Talentos em Relações Públicas, organizada pelos
alunos do 5º semestre do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social, foi realizada no dia 5 de novembro, das 18 às 22h, no
Foyer do Teatro do prédio 40 da PUCRS. Estiveram em exposição trabalhos dos alunos formandos da disciplina de Projeto Experimental nas categorias, Pesquisa; Indústria, Comércio e Serviços; Comunitário e Projeto
Experimental Livre, com cerca de 20 empresas clientes. “O tema abordado
na campanha da mostra deste semestre foi a Diversidade em Relações Públicas e as inúmeras possibilidades de atuação do profissional”, explicou a
acadêmica Juliana Moraes, da Comissão da 29ª Mostra.
Divulgação Mostra
Trabalho de Elizangelem foi orientado pela professora Cleusa
Monografia conquista
1º lugar em São Paulo
29 ª Mostra de Talentos no saguão da faculdade, em novembro
Relações Públicas da PUCRS
conquistou o 1º lugar no Prêmio
Associação Brasileira de Relações
Públicas – ABRP-São Paulo. A exaluna do Curso da Famecos, Elizangelem Mazzardo Marques Viana,
venceu o Concurso Universitário
de Monografia e Projetos Experimentais de Relações Públicas, com
a monografia “Relações Públicas e
responsabilidade social do composto da comunicação integrada: estudo de caso da Natura Cosméticos”,
apresentada como trabalho final
no curso. A monografia, orientada
pela Profª Dr. Cleusa Maria Andra-
de Scroferneker, foi premiada na
Modalidade Sócio-Ambiental.
O Prêmio é considerado um
dos eventos de maior credibilidade
na área, com um júri formado por
profissionais e docentes referências
no mercado e na academia, sendo
avaliado como um indicador de
qualidade aos jovens profissionais,
aos orientadores e às Instituições
de Ensino Superior (IES). Concorreram ao Prêmio monografias de
diversas IES Brasileiras. A premiação ocorreu no dia 24 de setembro,
no Espaço Sociocultural do teatro
CIIE, na cidade de São Paulo.
4 RRPP Atualidades
Dezembro 2007
Especial
Fotos Arquivo Pessoal
Zanette descobriu, no símbolo de Relações Públicas, a inteligência, nobreza e capacidades terapêuticas dos golfinhos
Golfinhos ensinam um jeito
diferente de se comunicar
Estudante de Psicologia descobre uma sintonia fina entre Os
golfinhos e as crianças portadoras de necessidades especiais
Jordana Pandolfo, Karina Martins
e Paulina Souza
Luiz Felipe Zanette é um estudante de Psicologia que vê e trata a comunicação de uma forma muito singular, transferindo-a para o mundo
animal, mais especificamente os golfinhos. Ele
consegue identificar uma incrível sintonia destas criaturas com pescadores e, principalmente,
crianças portadoras de necessidades especiais.
O acadêmico iniciou seus estudos e pesquisas no Rio Mampituba (Torres / RS), onde os
golfinhos da espécie Tursiops Truncatus entram
e pescam em cooperação com os pescadores locais. Ele se viu encantado com a interatividade
destes animais e resolveu dar continuidade aos
seus estudos participando de projetos no Dolphin Discovery, onde permaneceu por mais de
um ano ministrando programas de nado e interação com golfinhos. Lá, vivenciou muitos momentos relacionados à inteligência, capacidade
terapêutica e nobreza dos golfinhos, possibilitando a ele o aprendizado sobre a biologia e o
comportamento, além de seus efeitos positivos
no seres humanos.
Outro fator importante foi o trabalho voluntário realizado com as crianças portadoras de
necessidades especiais em Porto Alegre, no Lar
São João Batista e na Casa do Menino Jesus de
Praga, os quais contribuíram muito para o me-
lhor entendimento do estudante neste “novo”
tipo de comunicação e a capacidade curativa
desta espécie.
Felipe busca parcerias para colocar em prática seu projeto de um livro, cujo foco chama
atenção para dois assuntos muito importantes
para a atualidade: o meio ambiente, representado pelos golfinhos, extremamente importantes
para o homem, e sua capacidade curativa, relacionada a crianças portadoras de necessidades
especiais. A seguir, sua entrevista:
Como surgiu o interesse pelos golfinhos?
Desde pequeno os golfinhos sempre me chamaram a atenção, pois para mim já era evidente
sua inteligência e sociabilidade. Durante algum
tempo perdi o interesse por eles, pois até onde
sabia, eram encontrados somente em alto mar
e em parques aquáticos, o que dificultava nosso
contato.
O que o fez reavivar este interesse?
Em um momento de crise existencial de minha vida, comecei a ler e pesquisar sobre eles, já
que me traziam de volta sentimentos de alegria
e esperança. Foi aí que descobri que os chamados “botos” da praia de Torres, onde nasci, eram
na verdade golfinhos e realizavam pesca em cooperação com os tarrafeiros locais. Nesta busca,
fui descobrindo aspectos incríveis dos golfinhos,
como sua comunicação, que é mais rápida e
complexa que a nossa.
Como surgiu a oportunidade de projetos no Dolphin Discovery?
Através de trabalho realizado em Torres e
Passo de Torres, de observação, monitoramento
e estudo conheci algumas pessoas que realizavam pesquisas. Conversando com eles, fui descobrindo outros trabalhos pelo mundo, locais
que realizavam pesquisas, terapia e mergulho
com golfinhos. Contatei a Dolphin Discovery, e
fui selecionado para realizar um estágio voluntário, devido aos trabalhos e pesquisas que eu já
havia realizado nesta área.
Quanto tempo ficou lá e como foi esta
experiência?
Comecei como voluntário, fazendo estágio
em Isla Mujeres, uma pequena ilha em frente a
Cancun, no México. Após o tempo previsto, fui
efetivado e tranferido para Cozumel. Em função da quantidade diária de turistas e pessoas à
procura do nado com os golfinhos, fui obrigado
a me aperfeiçoar rapidamente. O trabalho realizado foi de quase dois anos e mesmo estando de
volta, sigo em contato. O pessoal é muito inteligente, troco informações e entrevisto os Dolphin
Trainers para o livro que estou escrevendo. Ainda neste ano, pretendo passar um período lá, rever os golfinhos e dar seguimento a esta parceria
com as empresas internacionais da área.
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Arquivo Pessoal
O que mudou em sua vida após estes
dois anos no México?
Este contato me abriu novos horizontes,
uma nova compreensão do mundo e de mim
mesmo, além de ter sido uma terapia eficaz para
a crise existencial pela qual eu passava. Trabalhar com eles foi fantástico, são seres muito inteligentes, os sons que emitem e sua comunicação
são muito relaxantes. Seu sonar penetra a caixa
craniana e atua diretamente no cérebro, além
disso, lhes permite ver as reações fisiológicas de
seus companheiros, o que impossibilita a mentira entre eles.
Pretende seguir com trabalhos nesta
linha?
Estou com vários projetos relacionados à
terapia com golfinhos e à comunicação entre
golfinhos e seres humanos, já bem avançadas
no exterior, onde são utilizados computadores
adaptados a água com tela touch scren para melhor interação com os humanos. Um dos objetivos dos projetos é divulgar para a sociedade o
que se sabe a respeito dos golfinhos. São seres
tão inteligentes quanto nós e possuem capacidade comunicativa muito superior à humana,
cérebros mais desenvolvidos e com o dobro de
neurônios. Outro objetivo é que os golfinhos e
baleias sejam reconhecidos como Nação, perante as Nações Unidas, a fim de terem direitos
como os seres humanos, garantido a diminuição
na poluição dos oceanos e as matanças. É um
trabalho difícil e permanente, traz uma mudança na forma do ser humano ver a si mesmo e as
demais espécies que habitam o planeta, estimulando a comunicação interespécies.
Quais são estes projetos? Está se dedicando a algo relacionado a novos trabalhos voluntários?
Em Torres, estamos trabalhando para a
divulgação da pesca cooperativa perante a Prefeitura local, através da Secretaria de Turismo,
além de seguir estudando e observando os golfinhos que lá habitam. Em Porto Alegre, realizo
trabalho voluntário na Casa do Menino Jesus de
Praga com crianças portadoras de necessidades
especiais, o que recomendo a todos, pois estas
crianças são muito amorosas e verdadeiras, é
uma experiência recompensadora que resgata o
nosso humanismo.
Márcia Scarparo Simch, atuante do Projeto Bicho de Rua, com as cadelas Biba e Piki
RRPP presente na proteção a animais
Fábia Moura Silveira
Uma das áreas em expansão na profissão de
Relações Públicas é a de responsabilidade social,
onde profissionais visam o benefício à sociedade
e não somente a compensação salarial. Toda empresa que se preocupa com o meio em que atua
e interfere, deixa uma marca positiva nos consumidores, aplicando, assim, o desenvolvimento
sustentável. Este não só se refere ao ambiente,
mas, por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um
todo, levando ao crescimento.
A equação RRPP + responsabilidade social
geram grandes resultados à população. Assim
somam-se a força de vontade com a eficácia do
plano de comunicação.
Uma ONG que aposta na mídia para alcançar seus objetivos é o Projeto Bicho de Rua, que
atua em Porto Alegre como rede solidária na defesa dos animais carentes. Fundada em 10 maio
de 2004 por um grupo de amigos que já atuava
na causa da proteção animal, o Projeto Bicho de
Rua traz quatro objetivos institucionais. Um deles é a esterilização de animais abandonados e/
ou carentes como forma de controle populacional. Outra é a adoção sem preconceito. Também
são propostos a guarda responsável, bem como
programas assistenciais e educacionais.
Para a voluntária Márcia Scarparo Simch,
diretora de marketing do projeto, o profissional
de RRPP pode atuar das mais diversas maneiras, pois a busca pelo bem-estar animal começa
com informação e educação para as pessoas. Ela
afirma que a mídia é um canal importantíssimo
para essa ação, devendo ampliar a abordagem
de temas de interesse e relevância sobre a relação homem/animal e homem/ambiente. “Cada
vez mais as informações devem ser completas e
tecerem considerações sobre todos os ângulos e
implicações do assunto, evitando, assim, que a
matéria seja superficial, simplista ou tendenciosa. No caso dos pit-bulls, por exemplo, a maiorias dos casos noticiados são sensacionalistas
e não abordam a real dimensão da questão – a
responsabilidade do ser humano sobre a guarda
desses animais e a qualidade e situação de vida
desses animais”, conclui Simch.
A entidade atua com vários projetos. Um
deles é o Brechó Bicho de Rua: roupas doadas
são vendidas para ajudar no custo com rações,
medicamentos e castrações. Também há a venda de rações e medicamentos em parceria com
uma pet-shop. Nos produtos oferecidos através
de tele-entrega, 5% do valor da compra são destinados à ONG para a aquisição de rações, o que
garante a alimentação de muitos animais. Outra iniciativa são os Padrinhos Virtuais. É uma
campanha que consiste em doações financeiras
pelo boleto online ou depósito em conta corrente para a manutenção de animais que aguardam
adoção. Para conhecer o Projeto Bicho de Rua
,visite o site: www.bichoderua.org.br.
Em espaços como esse, o profissional de
RRPP pode usar toda sua criatividade. Seja na
área animal, ambiental ou de seres humanos.
Empresa, ONG ou instituição estarão bem representadas. Ele tem a capacidade de construir
uma imagem forte e positiva perante a sociedade
através dos meios de comunicação.
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20º Set Universitário
Laís Scortegagna/ famecos
Profissionais estimulam
os estudantes de RRPP
Duas professoras e uma profissional de RRPP
participam de debate sobre atuação na área
Mariana Heemann Betti
Cronista mais discutido no País prestigiou evento na Famecos
Colunista de Veja
amado e odiado
Incisivo e polêmico, Diogo Mainardi falou sobre
o seu trabalho e a repercussão na opinião pública
marília de oliveira
Na 20ª edição do Set Universitário, promovido anualmente pela
Faculdade de Comunicação Social
(Famecos), o ciclo de palestras
contou com a presença de diversos
profissionais da comunicação e áreas afins. Entre eles, o incisivo Diogo Mainardi, colunista de Veja. Ele,
que escreve para a revista da Editora Abril há 14 anos, é famoso por
criar polêmicas em suas crônicas.
Mediada pelo professor da Famecos e jornalista Juremir Machado da Silva, a palestra de título Mídia e Poder – Relações Incestuosas,
transcorreu em clima de bate-papo.
Diogo respondeu a todos, inclusive
àqueles que o vaiaram e criticaram,
pois ele mesmo se define como “a
voz do antigovernismo”.
Ao falar da relação entre poder
e imprensa no Brasil, o colunista
defende que ainda existem muitas
pessoas despreparadas nos dois lados, e o silêncio da imprensa nesse
caso é o mesmo que contribuição.
“Se não houvessem benefícios que
induzem a esse silêncio, os resultados poderiam não ser os que conhecemos”, enfatiza.
Suas crônicas são conhecidas
pelas denúncias ao governo e corrupção, inclusive no acompanhamento aos escândalos mais conhecidos por nós brasileiros. “Não há
como se esconder dos fatos”, diz.
Ele não está arrependido do que
escreve. Em sua opinião, seria mesquinho com seu público ao privá-lo
de certos fatos e condena aqueles
jornalistas e articulistas que “escolhem a irrelevância e preferem se
apagar, não tendo um papel ativo
em razão da fé partidária”.
Diogo conta que no começo da
carreira os leitores escreviam à redação pedindo sua demissão. Hoje
eles interagem com seu trabalho, a
favor ou contra.
Polêmicas à parte, Diogo, entre
aplausos e vaias, deixou bem claro
suas escolhas e preferências. E conclui: “Cada um faz o que quer, não
posso impor minha opinião.”
Durante o 20º Set Universitário, realizado no mês de setembro,
na Famecos, a palestra sobre Campos de atuação das Relações Públicas chamou a atenção por trabalhar
relacionamentos instituídos entre
organização privada, pública e do
terceiro setor, com seus públicos de
interesse. Esta exposição reuniu a
profissional Suzana Vellinho, e as
professoras Ana Steffen e Cláudia
Moura.
Suzana Vellinho atua na área
de Relações Públicas há 32 anos.
Ela afirma que o profissional deve
“unir algo a alguém”, assim detectando problemas e mostrando saídas. Para isso, é necessário montar
um cronograma para o empresário
saber em quanto tempo seu problema será resolvido. Em sua exposição, Suzana deixa claro que o RRPP
faz muito mais que eventos, faz gestão de relacionamento. E deixa um
exemplo de sucesso e humildade
para a platéia. “Devemos ser criativos e curiosos para sermos ainda
melhores profissionais”, aconselha.
A professora de Relações Públicas, Ana Steffen, começou sua
interferência mostrando que precisamos de muito estudo, muita
pesquisa para sermos bons estrategistas: “ No pain, no gain”, ou seja,
sem sofrimento não há ganhos. Ela
explica que devemos captar dados,
processar e distribuir as informações geradas pelos agentes sociais
no sistema organização-público.
Ana Steffen comenta que podemos
atuar tanto nas áreas institucionais
e corporativas quanto organizacionais.
Como última expositora, a professora Cláudia Moura afirmou que
a comunicação acaba sendo um
“grande mosaico”. Afinal, ela não
tem metodologia própria, levando
em consideração que a interdisciplinaridade é importantíssima para
a comunicação social. “Hoje, não
existem mais profissionais puros,
e sim híbridos”, observa. Claudia
Moura afirma ter tido conhecimento de mais de 80 trabalhos de pesquisa científica que abordam RRPP
e comunicação organizacional.
Para os relações-públicas, esta
palestra sobre campos de atuação
foi uma das mais esperadas do Set,
afinal os profissionais precisam estar sempre bem informados quanto
ao seu futuro mercado, e a palestra
ainda foi muito didática e esclarecedora. RRPPs criativos e eficazes
são importantes para as afirmações
das organizaçãoe da sociedade.
Suzana Vellinho deixou à platéia um desafio que servirá de estímulo ao profissional do futuro:
“Ainda não conseguimos mostrar
do que nós RRPPs somos capazes”.
Tamara Carvalho/ Famecos
Mercado espera profissionais criativos e eficazes
RRPP Atualidades/Dezembro 2007
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Brinquedos perigosos
O recall dos famosos brinquedos da Mattel pode mudar a imagem ruim da empresa
e mostrar que seus produtos podem ter credibilidade no mercado e dos públicos
Carolina Faraco, Juliana Pesente
e Kely Bastos
Em duas semanas, a empresa mundial de
brinquedos Mattel, fundada em 1945 na Califórnia, Estados Unidos, pela primeira vez anunciou
dois recalls de diferentes produtos produzidos
por eles. A causa do recolhimento está ligada a
defeitos nos brinquedos:
F Excesso de substâncias tóxicas na
tinta dos produtos, que podem gerar diversos problemas de saúde;
F Presença de pequenos imãs que
podem se desprender dos produtos e, se
ingeridos, poderiam se atrair e causar sérias lesões no organismo ou até perfurações no intestino.
Recolher os brinquedos foi uma das atitudes tomadas pela empresa, tendo em vista que
já ocorreu a morte de uma criança e causou ferimento em outras 14.
Os procedimentos seguidos pela empresa,
além do recall, foram: o pedido público de desculpas do presidente da empresa, Robert Eckert,
e promessas de que tintas e produtos terceirizados sofrerão inspeções regulares, bem como
testes em todos os produtos prontos de acordo
com normas estabelecidas.
Essas atitudes tomadas pela organização
são interpretadas de diferentes formas, sendo por algumas pessoas louvadas, e por outras
recriminadas. Para o público externo em geral,
consumidores, e não especialistas, o pedido de
desculpas e promessas de testes de qualidade rigorosos demonstram que a organização admitiu
o erro, sendo de grande importância. O professor de Direito da Universidade da Pensilvânia,
com especialização em direito e política chinesa,
Jacques deLisle, observa que o pedido de desculpas feito por um alto executivo é importante
por dois motivos: “Em primeiro, quando a desculpa é feita por alguém do alto escalão, o recall
geralmente tem maior repercussão. Em segundo, diversos estudos mostram que as vítimas,
em geral, dão muita importância ao pedido de
desculpas e até se conformam com uma indenização menor no momento em que o acusado
se retrata e se dispõe a reparar o erro cometido,
em vez de negar qualquer responsabilidade pelo
ocorrido.”
O recall feito pela empresa gerou muitas
despesas, o que é mais um sinal de que a organização dá mais valor à vida dos consumidores
do que aos lucros gerados pela venda de seus
produtos. De acordo com deLisle, qualquer res-
sarcimento por prejuízos causados “serão mínimos em comparação com os custos do recall de
milhões de unidades, lucros perdidos e prejuízos à reputação da Mattel”. Apesar de todos os
procedimentos adotados para contornar o problema enfrentado pela empresa, a Matell sofrerá um processo por violar as leis americanas de
proteção ao consumidor. No Brasil, o órgão de
proteção e defesa do consumidor (Procon) condenou a atitude da organização de tornar publico o recall, com atraso no Brasil, sendo aqui um
dos seus melhores mercados consumidor.
Sempre que ocorrem casos de grande repercussão, as organizações estão sujeitas a diversas
opiniões. Segundo a professora de RRPP, Glafira Bartz, da Famecos, existem procedimentos
básicos que podem ser tomados para manter a
credibilidade no mercado:
F Admitir publicamente o erro;
F Dar soluções estratégicas e rápidas
para “atenuar” as conseqüências ocorridas, bem como atitudes para prevenir e
impossibilitar incidências futuras;
F Ser transparente e verdadeiro, considerando que todos os públicos são agentes ativos do sistema social (Organização
- Públicos) e merecem informações rápidas e verídicas do que está acontecendo;
F Considerar a importância da perpetuação da reputação e credibilidade da
organização, sempre valorizando os públicos além dos lucros;
F Utilizar a mídia como disseminadora de informações para alcançar maior
abrangência e retorno ao processo adotado pela empresa.
A famosa Era da Informação, na qual o
mundo se encontra, possibilita a transmissão
de dados em tempo real para qualquer parte do
mundo. Tal rapidez exige cuidados redobrados
por parte das organizações e dos profissionais,
principalmente da área de Relações Públicas.
A nova Era quebrou paradigmas, como a idéia
de que a propaganda é a alma do negócio. Hoje
em dia, muito mais do que fazer propaganda e
ser conhecida, a organização precisa transmitir
confiança e credibilidade. Essa confiança é muito mais sensível e vulnerável, qualquer crise mal
gerenciada pode causar uma má impressão e um
sério abalo reputacional.
Em geral, as empresas devem estar sempre
estrategicamente preparadas para uma crise,
podendo agir de maneira rápida e eficaz no momento de precisão. Se a organização realmente
se preocupar com a qualidade de seus produtos e
satisfação de seus públicos, implementará ações
com menor risco de crise ou desaprovação.
8 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Em debate
As diferenças em Assessorias de
Comunicação públicas e privadas
Três profissionais analisam a área e defendem unidade entre os relações-públicas e os jornalistas
Luciane PaDilha Aragon
As assessorias de comunicação
estão presentes em grande parte
das empresas e são fundamentais
para que as ações desejadas sejam
efetivadas com sucesso. Mas, entre
as próprias assessorias, existem diferenças, principalmente quando
comparamos as empresas privadas
com as públicas.
Élson Sempé é jornalista, trabalha na assessoria de comunicação
da Câmara de Vereadores de Porto
Alegre há 12 anos e é professor da
Famecos (Faculdade de Comunicação Social da PUCRS). Questionado
sobre os pontos positivos e os negativos de trabalhar na esfera pública,
disse: “O lado bom é que teoricamente prestamos um serviço público. O campo do jornalismo é onde
mais pode se realizar porque está à
serviço da sociedade. Já o negativo
é que sempre temos a intervenção
política, quem comanda é alguém
indicado por quem tem o poder.
Às vezes tenho que fazer coisas nas
quais não acredito”.
Cláudia Sartori é relações-públicas e trabalha na Procergs (Empresa de Processamento de Dados
do Estado do Rio Grande do Sul)
há seis anos. Na sua opinião, é importante trabalhar a comunicação
interna porque os funcionários não
têm plano de carreira muito definidos. “É fundamental motivá-los. E
o difícil de trabalhar para uma empresa do Estado é que a cada quatro
anos tudo pode mudar”, observa a
RP.
Almir Freitas também é jornalista e professor da Famecos. Criou
sua própria marca: Uffizi Consultoria em Comunicação há nove anos.
Para ele, trabalhar na área privada
tem vantagens: “Na esfera empresarial sabemos onde queremos
chegar, construindo condições para
que as metas estabelecidas sejam
atingidas. Descobri que isso é possível ser feito com o jornalismo”.
Nas assessorias de comunicação, o profissional de relações-públicas e o jornalista devem trabalhar
juntos para a formação da opinião
pública, cada um aprofundando-se
em suas atividades específicas. Pelo
que se estuda na universidade, o RP
aprende mais sobre a área do jornalismo do que o contrário. Sempé
e Cláudia concordaram com esse
argumento. Para Almir, ambas são
dependentes. “Se pensarmos juntos
em prol de uma meta comum, criamos de forma comum e, portanto,
obtemos resultados mais que satisfatórios para aqueles que esperam
Kaiser Konrad/ CMPA
Elson Sempé é assessor de imprensa e professor de Fotografia no Jornalismo e no curso de RRPP
Arquivo Pessoal
Cláudia Sartori, da Procergs
destas profissões o cumprimento
de sua condição de profissional ligado com o tempo”. Cláudia vai
mais longe: “Relações-públicas e
jornalistas deveriam substituir-se,
mas infelizmente, nem sempre isso
acontece”.
Os profissionais devem ter
consciência que a informação é sua
principal “arma”. Portanto, devem
usar as ferramentas adequadas
para que o resultado seja positivo
para a organização, fortalecendo
uma imagem positiva diante dos
seus públicos de interesse, e assim,
legitimando as ações propostas.
Sempre respeitando, é claro, o planejamento e as estratégias para que
foram definidas anteriormente.
O mercado está cada vez mais
competitivo, mas há oportunidades
para todos. Cada um deve fazer o
seu trabalho, sem desmerecer os
demais profissionais. Se a tarefa
for bem feita, terá seu espaço garantido, basta “mostrar serviço”. O
sucesso de jornalistas e relaçõespúblicas depende de um trabalho
conjunto.
RRPP Atualidades/Dezembro 2007
9
Arquivo Pessoal
Entrevista/ Almir Freitas
“Mercado busca quem pense, olhe
para o horizonte e tenha criatividade”
Almir Freitas é jornalista e trabalha com Assessoria de Comunicação. Trabalhou na redação da Zero Hora até 1992, durante alguns anos atuou como terceirizado em uma empresa da
área e em 1998 investiu na sua própria marca (Uffizi Consultoria
em Comunicação). Também leciona na Famecos (Faculdade de
Comunicação Social da PUCRS), sendo uma de suas disciplinas
sobre Assessoria de Comunicação, tanto nos cursos de Relações
Públicas quanto no de Jornalismo.
Luciane Padilha Aragon
Arquivo Pessoal
Almir Freitas: é professor e tem uma empresa de assessoria
Na tua opinião, quais são
os pontos positivos e os negativos de se trabalhar em empresa privada?
Não sei se são exatamente positivos. Provavelmente sejam mais
objetivos que positivos. Direcionei
minha empresa para operar muito
no segmento de jornalismo econômico, fruto da experiência que
tive no ramos enquanto estive em
jornal. Assim, absorvi, e muito, a
objetividade empresarial, onde os
processos têm razão de existir, são
geridos com objetivo, são ponderados com procedimentos rotineiros
e avaliados ao final, com a frieza
que o resultado expressa.
O planejamento é um dos
vértices do Relações Públicas.
Como ele aparece em assessoria?
Na esfera empresarial sabemos
onde queremos chegar, construindo condições para que as metas estabelecidas sejam atingidas. Descobri que isso é possível ser feito com
o jornalismo. Nós, profissionais de
imprensa, somos historicamente
contrários ao planejamento, ao estabelecimento de normas e processos de metas. Descobri que é possível, descobri que existe vida além
de um endereço famoso na esquina
de duas avenidas de Porto Alegre.
Você tem alguma experiência na área pública?
Da esfera pública pouco posso
comentar a não ser a observação
que os anos de profissional me forneceram. Penso existir um forte
apego a coisa pública e as rotinas
das repartições, o que dificilmente
é aceito pelos segmentos de comunicação. A notícia não tem hora.
Além disso, certamente temos a in-
gerência política sobre os processos,
independente de estarem apresentando resultados. Sempre há o Q.I.
(quem indica). Afora isso, temos
um sério problema que na esfera
pública é mais comum acontecer,
que é o histórico dos acordos políticos. Salvo em empresas públicas,
é difícil manter uma posição que
pode mudar cinco minutos depois,
resultado de algum tipo de acordo
político que venha a ser feito.
Quais são as atividades
que tanto o profissional de Relações Públicas quanto o jornalista podem desempenhar
com a mesma qualidade?
As atividades inerentes às suas
profissões. É um absurdo em pleno novo milênio onde as tendências indicam que a informação é o
grande elemento de destaque, brigarmos para saber quem dirige ou
quem é o subalterno na área de comunicação. Salvo situações como o
Q.I. que mencionei, o mercado está
atrás de pessoas competentes. Não
podemos enganar a todos durante
todo o tempo. O mercado busca
criatividade, busca quem pense,
quem olhe para o horizonte e saiba
avaliar os benefícios e malefícios de
um ou outro caminho a ser seguido.
O mercado busca quem tem informação, não apenas quem é eficiente, mas quem é eficaz. A diferença
destas duas características é que vai
estabelecer o critério para quem vai
comentar e quem será comandado.
E no que devem trabalhar
juntos em busca de um melhor
resultado dentro da assessoria?
Trabalhar junto é o resultado
da busca de objetivos comuns. Se
houver um norte a seguir, devem
fazê-lo. Não existe um corpo sem
cabeça ou uma cabeça sem corpo.
Ambas são dependentes. Se pensarmos juntos em prol de uma meta
comum, criamos de forma comum
e, portanto, obtemos resultados
mais que satisfatórios para aqueles que esperam destas profissões
o cumprimento da sua condição de
profissional ligado com o tempo.
Clarissa Botin em Londres
Jovens buscam
o diferencial
no exterior
Bruna Guimarães, Bianca
Burmannn e Paula Silberfarb
Nos dias de hoje morar fora do
país tornou-se um requisito básico
para entrar na competitividade do
mercado de trabalho, que vem exigindo cada vez mais um diferencial
profissional na hora da escolha.
Diversos jovens brasileiros viajam
durante o ano a fim de aprimorar
uma segunda língua, seja inglês,
espanhol ou francês.
Segundo o Guia de Empregos do site da Uol, “hoje qualquer
pessoa não consegue emprego sem
o conhecimento de um segundo
idioma, seja qual for a profissão”.
Aprender outro idioma torna-se um
investimento, pois ajuda a ampliar
as suas metas, sejam financeiras ou
profissionais, uma vez que está valorizando o seu trabalho.
A experiência longe de casa e
o senso de independência também
são alguns dos fatores mais fortes
pela qual os jovens estão optando
morar fora. “Eu tive a oportunidade de saber que eu poderia me virar
sozinha sem meus pais por perto”,
diz a estudante Clarissa Botin, de
Pós-Graduação em Marketing na
Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS). Ela
morou em Londres durante um ano
e a vontade era de ficar mais. Ressalta que a melhor maneira de falar
fluentemente uma outra língua é
tê-la presente no seu dia-a-dia. “A
expectativa de conseguir entrar no
mercado de trabalho brasileiro é a
razão maior pela qual os jovens viajam ao exterior”, assegura.
10 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Reprodução
RH-RP
Áreas que se
completam
Recursos Humanos
e RRPP humanizam
as organizações
Thiago Costa Borges
Elas começaram a ser estudadas, em universidades brasileiras,
nos anos 50 do século 20. Recursos
Humanos aparecem como disciplina nas faculdades de Administração. Relações Públicas são constituídas como cursos de graduação.
Aos poucos, profissionais de RH
e RP passam a disputar lugar na
administração de pessoal nas instituições. Trazem uma nova visão,
contrastando com uma postura
empírica anterior de sistematizar,
organizar e disciplinar os chamados Departamentos de Pessoal,
intercalando rigor e paternalismo.
Passado meio século, há uma convicção de que as duas áreas não são
concorrentes, mas se completam.
A partir da década de 50, a
Escola Superior de Administração
em Negócio de São Paulo instituiu
a disciplina de Recursos Humanos.
Segundo Andréa Menezes, PósGraduanda na Bahia em Gestão
de Recursos Humanos, as grandes
discussões que vem surgindo, nos
últimos anos, no Brasil, a cerca do
ensino de Administração e o de Relações públicas, estão contribuindo para o exercício de uma gestão
organizacional mais humanizada,
com foco nas pessoas. “Essa pode
ser a grande aliança de um trabalho
entre as Relações Públicas e os Recursos Humanos”, afirmou Andréa
em entrevista por e-mail.
Outro tópico importante que
Andréa cita é sobre o mercado de
trabalho. Em sua ótica, como membro do Núcleo de Integração Trabalho Escola, existe uma grande
procura por profissionais da área
de Recursos Humanos, enquanto
que aos de Relações Públicas não é
dada a devida importância.
A Profª Dr. Cleusa Maria Andrade Scroferneker, doutorada em
comunicação social pela PUCRS,
vê o profissional de RH apto para
tratar do recrutamento, seleção, capacitação e treinamento de pessoal,
avaliação de desempenho, análise e
descrição de cargos, plano de carreiras e benefícios, política salarial,
bancos de dados e sistemas de informações. Enquanto o RP se encarrega de divulgar a empresa, seus
atos e objetivos identificam seus
públicos, ouve-os para saber como
a organização é vista e para conhe-
cer seus interesses, apóia, orienta e
assessora todas as áreas da instituição quanto à forma mais adequada
de se relacionar com os diversos
públicos. “Enfim, ele exerce uma
função estratégica importante nas
organizações modernas ao planejar
e executar sua comunicação e seus
relacionamentos. E, assim como
o RH, trabalha para que haja um
clima organizacional satisfatório
tanto para a organização como para
seu público interno”, afirma.
A professora observa que ambas as profissões lidam com gestão
de pessoas e visam, entre outras
coisas, a produtividade, eficiência e
eficácia organizacional, precisando
ocupar cargos hierárquicos elevados e ter contato com todos os integrantes da instituição. “Então, por
que não lançar mão da interdisciplinaridade?”, questiona Cleusa.
Esta seria uma das formas de trazer
pontos em comum de um conhecimento para o outro. “Através dela
não se monta um mosaico de teorias, ao contrário, age-se como um
alquimista, mesclando os diferentes conhecimentos de maneira criteriosa, a fim de obter um trabalho
homogêneo, coeso e de bases mais
sólidas”. Em sua opinião, apesar
das muitas semelhanças, “é visível
a diferença do trabalho desempenhado por cada profissional, daí
a importância de se ter o apoio de
ambos para o sucesso organizacional”, conclui.
Cultura organizacional: compreensão e colaboração
Dienyffer Perin e Karen Abreu
As organizações são ligadas aos
seus públicos através do sistema
social. Os dois elementos estão em
constante relação, por meio da comunicação e o profissional de Relações Públicas é o mediador.
Vanessa Gomes, 25 anos, relações-públicas formada pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, concorda que independente do
contexto mercadológico em que a
empresa está inserida, a sua cultura organizacional gira em torno de
três elementos básicos: os valores,
as crenças e as normas de comportamento. Ela já atuou em organizações dos três setores da sociedade
(governo, comércio e organização
não-governamental), nas atividades de: organizações de eventos,
endomarketing, planejamento e
desenvolvimento de projetos, responsabilidade social, captação de
recursos, e as comunicações dirigida, interna, integrada e corporativa. “Desses fatores, o único que não
deve sofrer alteração são os valores,
pois são insubstituíveis, e o máximo
que podemos fazer é reforçá-los”,
enfatiza a profissional.
A cultura organizacional constitui-se de diversos elementos
como: ideologias, valores, normas,
crenças, mitos e heróis. Estes são os
sujeitos responsáveis pela criação e
perpetuação das organizações, fornecem modelos, estabelecem padrões de desempenho e motivam os
colaborado res. Os mitos
existentes nas
empresas reforçam o comportamento,
e constroem
um conjunto Vanessa Gomes
de exemplos
concretos de ações administrativas
que mantêm presentes a sua filosofia. Toda organização possui normas, e estas são precedidas pelas
crenças e valores compatíveis com
ela. Entende-se por valores organizacionais o código moral onde são
baseadas as ações da empresa. As
crenças são os conjuntos de verdades, como exemplo “nós somos os
melhores em atendimento”. Os ri-
tos são nada mais do que a rotina
diária empresarial e, também, as
atividades planejadas, às quais são
responsáveis por tornar a cultura
presente de forma concreta.
Diante deste contexto, o relações-públicas tem a função de descobrir a cultura de cada organização, analisando todos os aspectos.
Segundo Vanessa, o papel deste
profissional é o de identificar problemas de comunicação que estão
interferindo na formação de crenças positivas dentro da organização, o que dificulta a comunicação,
em especial junto aos funcionários.
A importância dessa análise é fazer
com que a organização produza um
discurso condizente com as ações
empresariais.
RRPP Atualidades/Dezembro 2007 11
PROJETO RONDON
Arquivo Pessoal
Lição de vida
e cidadania
Nosso colega conta
sua experiência no
interior de Sergipe
RODRIGO VIANA
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul continua cumprindo sua tradição e marca presença em mais uma edição
do Projeto Rondon, do Ministério
da Defesa. A equipe multidisciplinar que representou a universidade teve a participação de estudantes dos cursos de Administração,
Arquitetura, Direito, Engenharia
da Computação, Medicina e Relações Públicas.
O Projeto Rondon nasceu em
1967, com uma equipe carioca que
atuou no estado de Rondônia. A
primeira missão, conhecida como
Operação Zero, foi inspirada no
trabalho do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, militar que
chefiou diversas missões demarcatórias de fronteiras. Nesses trabalhos, Rondon aproveitava para
prestar serviços comunitários aos
indígenas das regiões que visitava.
A cada novo Projeto, cidades
de diversos pontos do país são escolhidas para receber as equipes
provenientes de várias universidades brasileiras. Na edição Centenário da Comissão Rondon, a
qual participei em julho desse ano,
os municípios escolhidos encontravam-se no estado de Sergipe. A
equipe da PUCRS foi destinada ao
município de Carmópolis, a 50 km
da capital Aracaju.
Na pequena cidade sergipana,
foram desenvolvidas diversas ações
de apoio ao município. As oficinas
foram desenvolvidas a partir de um
diagnóstico prévio, realizado pelo
coordenador da equipe, Raphael
Catalogne. Abordaram aspectos de
saúde, bem-estar e cidadania. Entre os temas abordados, estavam
presentes: educação sexual para
jovens; capacitação de professores
de séries iniciais para o incentivo
da leitura; inclusão social para por-
Projeto Rondon: missão de solidariedade e aprendizado mútuo.
tadores de necessidades especiais;
importância da família na sociedade; hipertensão e diabetes; incentivo ao esporte e relações públicas.
Na oficina de Relações Públicas, ministrada por mim, representante da área, e por um colega do
curso de administração, abordamos
três aspectos: liderança, trabalho
em equipe e a importância de uma
boa comunicação no ambiente de
trabalho. A atividade destinada aos
funcionários públicos daquela cidade teve um público relativamente
grande. Inicialmente, esperava-se
em torno de 15 pessoas, mas a presença de nossa equipe em Carmópolis despertou tanta atenção que
deparamo-nos com um público de
64 pessoas.
Mais do que apresentar simplesmente o Projeto Rondon, o objetivo maior deste texto é mostrar
o que é participar dessa missão de
solidariedade e aprendizado mútuo. Ao mesmo tempo em que o
universitário conhece e vivencia
outra cultura, ele aprende. Aprende
a ensinar. Enxerga o ser humano
com outros olhos. Vivencia os problemas que a pobreza e a falta de
um ensino qualificado causa a uma
comunidade. É unânime, na voz
dos rondonistas, as oportunidades pessoais que o programa gera.
Gisele Jardim, aluna do curso de
Direito, afirma que o projeto a fez
crescer como ser humano. “Voltei
com uma experiência rica e aprendi
ainda mais a viver com a diversidade das pessoas e com a miscigenação cultural.”
O papel de qualquer universidade é de suma importância nesse
contexto. Gabriel Thomsen, estudante da faculdade de Administração, alerta que “a universidade, com
o axioma de irradiar conhecimento
e igualdade social, é a base do espírito do rondonista”. Gisele destaca o apoio dado pela academia, ao
aluno rondonista: “A universidade,
nesse projeto, permite ao aluno viver a verdadeira realidade do país,
ocasião que sai da sala de aula para
viver a interdisciplinaridade”. O
Prof. Dr. Edgar Eduardo Erdmann,
coordenador geral das atividades de
extensão comunitária da PUCRS,
define que as instituições de ensino
abarcam três grandes responsabilidades: “Apresentar sua postura em
um local longe da sua sede, proporcionar ao aluno um estágio de uma
realidade brasileira e, por fim, fazer
com que a comunidade seja beneficiada por essa ação que os nossos
alunos e professores desempenham
quando lá estão.”
Como participante, corroboro
com as opiniões de meus colegas
rondonistas. O Projeto Rondon é
uma experiência de vida sem igual,
permite ao universitário não só conhecer outra realidade, mas também interferir positivamente nela.
Aplicar os conhecimentos da sala
de aula em prol de uma sociedade
mais igualitária. Para Thomsen, ser
rondonista “é fortalecer a consciência cidadã e o patriotismo presente
em cada um de nós”.
Na avaliação da presença da
PUCRS no município de Carmópolis, o professor Erdmann destaca
que a “atividade da equipe foi muito boa, tanto que o interesse da universidade é de continuar o projeto.
Já encaminhamos uma proposta de
continuidade do trabalho para Carmópolis, que se mostrou receptiva
para que nós venhamos a retornar
em janeiro para lá”.
12 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Os degraus do sucesso
O Diploma e um destino
Recém formado, chega a hora de ir à luta por um lugar ao sol no competitivo mercado de trabalho
fOTO fERNANDA fELL/ hIPER
Rodrigo Viana e Luciane Padilha Aragon
A cada semestre, a academia oferece ao
mercado uma nova leva de profissionais sedentos por ocupar seus espaços. Nas Relações
Públicas, não é diferente. Com o crescimento
desenfreado da concorrência na esfera organizacional, as empresas estão preocupadas não apenas em conquistar consumidores, mas, também,
em mantê-los. Outra questão a ser destacada é
a da comunicação
interna. As empresas tendem cada vez
mais a humanizar as
relações e enxergar
seus
funcionários
como parte essencial
no processo de produção.
Com o diploma
na mão, é hora desse novo profissional
sair em busca de colocação no mercado
de trabalho. Marta Busnello Alves, presidente do Conselho Regional de Relações Públicas
(CONRERP – RS/SC), destaca que “vivemos um
momento de grande valorização” das Relações
Públicas. De acordo com pesquisas recentes, é
a sétima no ranking mundial das profissões de
futuro. “Especialistas
em formular e acompanhar estratégias de
relacionamento vêm
encontrando em gestores de organizações
a compreensão sobre
a necessidade de comunicação adequada com os inúmeros
públicos envolvidos”,
observa Marta Alves.
Roberto Graad, presidente da Hill and
Knowlton Brasil, afirma que pesquisas revelam
que 82% dos principais executivos consideram
as profissão de Relações Públicas como função
da alta cúpula da empresa.
O registro profissional é item obrigatório
para a execução da atividade. A lei nº. 5377, de
11 de setembro de 1967, que regulamenta a atividade, exige o registro do relações-públicas no
Conselho do setor.
O Prof. Dr. Fábio França observa que ter um
registro em seu conselho profissional é obriga-
Frases
“Posso dizer que aprendo muito mais
com meus alunos do que ensino a eles.”
(Helenice Carvalho, professora)
“Esse profissional precisa respirar comunicação”
(Juliana Correa, aluna formanda
de RRPP)
ção legal para o exercício da profissão e motivo
de orgulho para engenheiros, advogados, médicos, psicólogos, contabilistas, e para outros
profissionais. “Você já imaginou essas diferentes categorias exercendo suas atividades sem,
por exemplo, o registro do CREA, da OAB, da
AMB?”, pergunta.
O mercado de trabalho exige um profissional
cada vez mais atualizado e com maiores conhecimentos. Ser ousado é também importante para
esse novo profissional. França afirma que uma
das qualidade é “não concordar de maneira automática com as autoridades.” Multidisciplinar,
estrategista, perspicaz, e grande conhecedor do
mundo dos negócios são outros requisitos que
aumentam as chances de uma boa colocação no
mercado.
A professora da Faculdade de Comunicação
Social da PUC, Glafira Bartz, analisa os pontos
positivos e negativos da área: “São pontos positivos a versatilidade da área, expansão da atividade e reconhecimento profissional. Os pontos
negativos são o desconhecimento das funções
específicos de Relações Públicas, a falta de empreendedorismo por parte dos profissionais, e a
imagem do profissional que poderia ser
melhor trabalhada”.
Helenice Carvalho,
também professora
da Famecos, aconselha: “Ler muito,
estudar sempre e
trabalhar de maneira
ética, sem se preocupar se está agradando a um ou outro.”
Fabiana Begnini,
graduada pela Unisinos e Gerente de Comunicação da Associação
Atlética Banco do Brasil (AABB), assegura que
o futuro das Relações Públicas depende única e
exclusivamente dos
profissionais e estudantes de RRPP.
”Depende do valor
que damos à profissão que escolhemos.
Só teremos o respeito esperado das outras profissões quando nos valorizarmos
à altura.” Analisa
Brum, relações-públicas e diretora
executiva da Happy
House Brasil – Agência de Endomarketing, destaca que os acadêmicos, além de relações públicas, precisam ser profissionais de Comunicação
Social. “Também sugiro que consigam se destacar em algo de vanguarda, como, por exemplo, o
endomarketing”, disse.
As perspectivas profissionais dos formandos são variadas.
Alguns alunos almejam empreender.
Eduardo
Oliveira,
23 anos, formando
em Relações Públicas, em entrevista à
RRPP Atualidades
revela: “Meu sonho
desde que entrei na
faculdade é ter meu
próprio negócio, que
já tem um projeto
encaminhado com
uma colega. Estamos montando uma assessoria de comunicação”. Oliveira destaca também
que “é complicado sair ‘verde’ para o mercado,
é sempre bom ter experiência de estágios e empregos anteriores”. Outros alunos, como Juliana Correa, acreditam que “quando se está no
término da faculdade, sentimos que falta algo
a mais, como um curso ou especialização como
complemento do que vimos na graduação. Os
dois consideram de extrema importância o conhecimento de outros idiomas, principalmente a
língua inglesa. “Assistir palestras e fazer cursos
que complementem a atividade também ajuda”,
garante Eduardo.
Roberto Grad confirma a constante expansão da área: “É por tudo isso que o mercado de
relações públicas está crescendo a uma respeitável taxa de 25% ao ano, como especial destaque
para as áreas da saúde, tecnologia, relações com
investidores e relações governamentais”.
Os degraus do sucesso
Chegou a hora!
Daiane Oliveira e Olívia Falcão
O último semestre da Faculdade agrega um “mix” de sentimentos
que fazem parte do repertório de
preocupação do estudante: a elaboração da monografia e os preparativos para a formatura. Após
oito semestres de rotina de estudos, convivência com professores e
amizades obtidas, é hora de se despedir da vida de estudante e iniciar
uma nova jornada rumo ao mercado de trabalho. Eduardo Oliveira,
de 23 anos, um dos formandos de
2007/2, contou algumas das suas
histórias e experiências durante os
quatro anos de Famecos:
Quais os motivos que o levaram a escolher RRPP?
No fim do Ensino Médio, eu
estava como presidente do Grêmio
da minha escola. E foi a partir daí
que eu comecei a me envolver com
diversos públicos, e por sugestão
da diretora do meu colégio fui pesquisar sobre o conteúdo do curso e
me interessei bastante. Entrei e até
hoje estou apaixonado pela possí-
vel profissão.
Em algum momento do
curso pensou em desistir?
Não, nunca pensei em desistir
do curso e sempre gostei. A partir
do 5° semestre, o curso começa a
ficar prático, e aí, sim, começas a
ver em que vais trabalhar, qual é
função que realmente queres e começas a pegar amor pela profissão
realmente.
A Famecos oferece estágios em seus laboratórios.
Você participou?
Eu fiz no LARP, gostei, foi uma
experiência legal. Ocorre organização de eventos e ações para a PUC.
Foi bastante válido, é uma atividade que faz peso no currículo.
Como se qualificar?
Sempre é bom assistir palestras, assistir cursos. Fazer línguas
para nossa atividade é essencial. O
inglês é praticamente a língua materna, é necessário se especializar
em mais uma.
O tema da Monografia.
É o Exército Brasileiro, campo
para as Relações Públicas.
RRPP Atualidades/Dezembro 2007 13
Daiane Oliveira
Eduardo Oliveira, formando
Por que esse tema?
Queria um tema diferente dos
habituais. E tenho muita curiosidade sobre o Exército Brasileiro, gostaria de ter ingressado no Exército,
mas não consegui na época.
Como está sendo para preparar a monografia e, posteriormente, enfrentar a banca?
A professora Cleusa falou no
terceiro semestre que quem não
lesse durante a faculdade iria sentir
dificuldade no sétimo semestre. Parece que foi uma praga que ela jogou e que funcionou. Se não leres,
não terás conteúdo pra escrever. Te
sentarás na frente do computador
e não vais processar nada. Sobre a
banca, se tens segurança do que fizeste, não tem nenhum problema.
Defina a Famecos?
Para mim, a Famecos é uma faculdade diferente de qualquer outra
dentro da PUCRS, até onde conheço. É o pessoal mais alegre e descontraído, mas ao mesmo tempo é
sério. Os professores são abertos a
qualquer discussão, estão sempre
prontos, praticamente uns psicólogos de plantão tentando te ajudar.
Quais as perspectivas para
o futuro?
Meu sonho, desde que entrei na
faculdade, é ter negócio próprio, já
tem um projeto, tudo encaminhado
com uma colega, mas é complicado
sair para o mercado ”verde”.
Jogo Rápido:
Um livro: O Monge e o
Executivo, de James C. Hunter
Professor que admira:
Jaques Wainberg
Um autor: Simões
Áreas que pretende trabalhar: Marketing, eventos,
assessoria
Melhor momento na Famecos: Todos
Conheça a faculdade especial onde estudamos
Nicole Eichenberg
Dentro da Famecos há pessoas com diferentes personalidades,
cada um seguindo uma tribo, um
estilo de vida diferente. Mas, ao
mesmo tempo que encontramos
tantas diferenças entre esse grupo
tão distinto, conseguimos identificar a qual tribo cada um pertence,
seja ele de Jornal, PP ou RRPP. Seguem abaixo algumas características que facilitam o reconhecimento
de cada grupo.
Jornalismo: São sempre os
mais sérios (claro, com algumas
exceções), observam cada fato que
acontece a sua volta, estão sempre
com um caderno e um lápis a mão
e, claro, todos desde o primeiro semestre, se acham ‘’OS’’ jornalistas.
Publicidade e Propaganda: Os mais fashions da faculdade,
ousados na maneira de se vestirem.
As gurias sempre inovando. Seja
com bolsas anos 80, novos visuais
e adornos, tudo é motivo de uma
foto, um encarte.
Relações Públicas: Ah, o
RRPP! Esse é identificado de longe. Se veste de uma maneira menos
ousada (o que já os diferencia dos
PP´s). Ele não observa as coisas e
guarda para si. Comunica-se com
todos, vive repassando informações, envolvido com eventos e divulgação. Para eles, o mundo gira
em torno da comunicação.
Hotelaria/Turismo: literalmente estão sempre viajando, pensando em morar fora, trabalhar em
um cruzeiro, ou até, quem sabe, ser
guia turístico na Disney. Sempre
interessados em estudar línguas,
afinal de contas... Nunca se sabe
onde vai se estar no próximo ano.
Isto não acontece apenas dentro da Famecos, esta diferença
social existe em qualquer lugar e,
Nicole Eichenberg
No intervalo das aulas, a integração de todas as tendências
observando as pessoas a tua volta,
é possível identificar o meio que ela
trabalha, pessoas que convive etc. É
através dessa divergência que ocor-
re o crescimento da humanidade e o
surgimento de novas tribos. Ocorre
a mutação dos grupos já existentes
e assim vão surgindo novos.
14 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Os degraus do sucesso
Diego Azevedo
Em busca
da primeira
experiência
Bruna Guimarães, Bianca Burmann,
Paula Costa e Vanessa Brochier
Renata Moreira, estagiária de empresa de comunicação
Estágio: a teoria na prática
Diego Azevedo, Caroline
Osório e Filipe Lima
A função do estágio na vida
acadêmica é colocar em prática
o que se aprende em sala de aula.
Assim, pode vivenciar o dia-a-dia
da teoria, adquirindo novos conhecimentos. Você não deve esquecer
que não é um emprego e, sim, um
complemento do aprendizado dos
cursos de níveis médio, técnico ou
superior.
A busca do estágio deve ser
feita desde os primeiros semestres.
Hoje, existem diversas empresas
que fazem a ponte entre universidade e organizações, públicas ou
privadas, que têm interesse em
abrir uma vaga para estágio. São
chamadas de “agentes”, pois acabam sendo recorridas pelas instituições de ensino e atuam com a
finalidade de:
qidentificar para a instituição
de ensino as oportunidades de estágios junto a pessoas jurídicas de
direito público e privado;
qfacilitar as condições de estágios, a constarem no instrumento
jurídico;
qprestar serviços administrativos de cadastramento de estudantes, campos e oportunidade de
estágios, como de execução do pagamento de bolsas, e outros solicitados pela instituição de ensino;
qparticipar, com a instituição
de ensino, no esforço de captação
de recursos para viabilizar estágios
curriculares.
O primeiro passo para a busca
de uma vaga de estágio é cadastrarse nas empresas vinculadas à sua
universidade. O candidato deve
conferir as vagas disponíveis e analisar qual se encaixa com seu perfil
e horários. Pessoas que já passaram pela experiências sugerem,
como sendo o segundo passo, ir às
entrevistas e agir com transparência e tranqüilidade. Caso aconteça
sucesso na entrevista e o candidato
for selecionado, o mais importante
é ter pró atividade e relacionar o
que se aprende em aula à oportunidade que lhe é dada. Em alguns
casos, a atividade não condiz com
aquilo que se aprende na academia,
mas serve como experiência.
Na prática, o estagiário de
RRPP pode exercer diversas atividades, desde trabalhos de relacionamento até pesquisas. “Uma
empresa que se relaciona com público jovem, por exemplo, contrata
estagiários para que exerçam esse
relacionamento, por conhecimento
e identificação com o segmento”,
explica a estudante Renata Moreira, selecionada para uma vaga.
Gabriella Fontanella, estagiária
de outra empresa de comunicação,
diz que lá adquiriu um conhecimento bastante amplo sobre as diversas
áreas da comunicação. “Sempre
que posso, capto o que está rolando nos diversos departamentos da
empresa, para que, assim, eu possa
aprender cada vez mais”, revela.
O mundo dos negócios está
cada vez mais “fechado”. É sempre
necessário ter qualidades a mais
que o seu concorrente. Todos os
universitários devem buscar este
destaque em forma de conhecimento. Por isso, a primeira experiência
de trabalho tem uma importância
fundamental na carreira dos futuros profissionais.
Uma das maiores dificuldades
dos candidatos ao primeiro emprego/estágio é justamente conseguir
essa primeira chance. Muitos lugares já partem exigindo uma experiência anterior. Contudo, não
se pode desistir, sempre há uma
chance para os que ainda não ingressaram no mercado de trabalho.
Os interessados em uma oportunidade podem começar procurando
estágios voluntários, nos quais não
se obtém ganho financeiro, mas se
adquire experiências que acrescentarão ao seu currículo.
É possível encontrar na Internet sites com dicas de como deve
ser o currículo, como preparar-se
para a entrevista, cursos, artigos.
Segundo a supervisora executiva do CIEE/RS, relações-públicas
Rosângela Deckmann, a aparência
ainda é um aspecto relevante na
escolha da empresa (sem piercings e tatuagens visíveis). Esses tipos
de adornos ainda são relacionados
à rebeldia. Uma das dicas que en-
contramos é “Falar inglês”. O primeiro quesito analisado, além da
formação acadêmica necessária, é o
conhecimento de línguas. Multinacionais usam esse item como prérequisito. Quanto maior ou mais
especializada em determinado setor, mais necessário é o conhecimento de línguas. Como os Estados
Unidos é uma potência mundial, o
inglês seria a segunda língua mais
indicada. Conhecer ferramentas de
informática também pode ser decisivo. A informatização do mundo
está presente em qualquer setor do
mercado.
“Os cursos que apresentam
mais oportunidades de estágio, são
aqueles com mais alunos, os de administração de empresas e direito.
Os que apresentam menos vagas
são os de licenciatura como história, geografia, matemática”, diz Rosângela. Tendo essas informações
como base, o candidato deve apostar na sua carreira e ir atrás de sua
experiência e sucesso profissional.
Arquivo Pessoal
Dicas de Rosângela Deckmann
Aprimoramento de qualidades
Caroline Nascimento
Para muitos, o estágio é apenas uma forma de amenizar a passagem da rotina estudantil para
a profissional, mas esta atividade
pode modificar o destino profissional do aluno. Ele aprimora a teoria
recebida em sala de aula por meio
de situações reais no mercado de
trabalho e seu meio.
O estágio é parte integrante da
formação educacional e profissional do estudante, contudo, existem
muitos preconceitos em relação a
esta prática. Muitos questionam o
grande número de estágios oferecidos pelas empresas, talvez pelo
valor da remuneração ser baixo e
pela predisposição de trabalhos estritamente operacionais e sem ligação com o curso. Por outro lado, o
estágio é visto como a descoberta e
o aprimoramento de qualidades.
RRPP Atualidades/Dezembro 2007
As várias faces
de Wilson Bueno
15
Foto João Goulart Gomes
Ele atua nas áreas de Jornalismo Científico e Comunicação Empresarial
Carmem Barcellos, Daiane
Oliveira, Glauber Loss
e Olívia Falcão
O professor Wilson da Costa
Bueno, atualmente um dos autores
mais adotados em cursos de Relações Públicas, que obteve, recentemente, no evento da Intercom,
o título de “Amigo das Relações
Públicas”, esteve em encontro com
alunos do curso de comunicação
social da PUCRS, no último dia
04/10. Extremamente bem humorado, professor Bueno, como gosta
de ser chamado, falou durante cerca de 50 minutos aos alunos, sendo
ovacionado ao final do evento. Atuante nas áreas de Jornalismo Científico e na área de Comunicação
Empresarial. Apresentou argumentos que reafirmaram a importância
da comunicação como estratégia
nas organizações.
A palestra foi iniciada com
uma explanação sobre a conceituação de comunicação organizacional
e como, na prática, esse conceito é
aplicado nas organizações. Ao colocar o viés que separa a prática da
teoria, Wilson Bueno diz que muitas empresas não se comprometem
com o discurso de comunicação estratégica que é desenvolvido, construindo um processo vazio, já que
o profissional de comunicação não
possui autonomia para implantar
ações e também por não participar
no processo de tomada de decisão.
“A pressão por resultados imediatos
por parte da diretoria dos profissionais envolvidos na comunicação resulta na construção de uma cultura
de planejamento não consolidado,
desencadeando ações baseadas no
empirismo”, com base nesses argumentos, Bueno compara esses
profissionais com treinadores de
futebol, os quais são pressionados
a apresentar resultados dentro de
15 dias.
Um ponto peculiar destacado
pelo palestrante é a importância de
poder contar com banco de dados
inteligentes que possuam informações eficientes ligadas às vivências
dos públicos. “O objetivo é poder
aliar essa ferramenta para produzir estratégias excelentes, já que
assim seria possível compreender
os hábitos do público-alvo e construir relacionamentos estáveis”. Segundo Bueno, os bancos de dados
desenvolvidos dentro dos setores
apresentam dados e não informações, que se limitam a relacionar
apenas questões primárias como a
idade, sexo, cidade, telefone e endereço. “É preciso que as organizações transformem os dados em
informações para poder gerar estratégias”, expõe.
Comunicação interna
Bueno também definiu conceitos de comunicação interna e
endomarketing, e a importância
de desenvolver ações de responsa-
bilidade social que não se limitem
a ações pontuais. Dentro dessa
perspectiva, criticou algumas organizações, que, no seu entender,
praticam ações de responsabilidade social ineficientes, como, por
exemplo, o programa desenvolvido
pela Ambev, empresa que vende
cerveja, e fornece bafômetros para
a Polícia Federal e o reflorestamento desenvolvido pela Aracruz
Celulose. “Ações desse nível podem
ser realizadas por qualquer sujeito,
como no caso de políticos que distribuem cestas básicas para comunidades carentes”, comparou.
Em sua opinião, é preciso articular conhecimentos, competência
e prática. Formular adequadamente
os conceitos, desenvolver cenários
e projeções de curto, médio e longo
prazos e consolidar o planejamento
como prática gerencial em comunicação. Para ele, o profissional de
comunicação não tem autonomia e
não vê seu real papel reconhecido
pelas organizações. “Para conquistar o espaço, é importante desenvolver uma visão abrangente, inter
- multidisciplinar, ou seja, rejeitar
o viés corporativo e a vertigem da
fragmentação”, ponderou o palestrante.
Wilson Bueno posicionou-se
bastante crítico a respeito das organizações e também dos profissionais que tendem a distorcer o
papel específico da comunicação
no meio corporativo, afirmando
que as organizações precisam ter
definição e conhecimento detalhado dos públicos de interesse. “
O importante, segundo Bueno é
transformar o público-alvo em parceiros, “aumentar as orelhas sem,
necessariamente, reduzir a boca,
pois as organizações falam muito
e não ouvem ninguém”enfatizou.
Buscar um novo conceito de mensuração na valorização da pesquisa,
enquanto instância de apreensão
e desvendamento da realidade, a
intuição ajuda, mas não resolve.
Deve-se adequar as metodologias
ao diagnóstico, auditorias, instrumentos de avaliações. “A organização tem que parar para ver por
que tudo está funcionando, olhar
o planeta sem esquecer o território
e vislumbrar a comunicação como
um processo e não como realidade
fatiada”, ensinou Bueno. Ele percebe a comunicação como expressão
da cultura organizacional e nacional, da economia, da sociedade e
devemos saber contextualizá-la.
Bueno encerrou sua apresentação com largas críticas a respeito
da manipulação de empresas e seus
grupos de comunicação. “Por que
os empresariais precisam mentir?
Aracruz credo, Philip Morris (morre mesmo),” ironizou o palestrante.
Críticas que tentam recuperar o
sentido do papel da comunicação
nas organizações como estratégia,
e não para limpar a imagem de alguém.
16 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Perfis
Cleusa Scroferneker,
Geografia e Comunicação
Formada pela Famecos, Cleusa M .Andrade de Scroferneker iniciou
como professora de Geografia no curso de Turismo. Lecionou Geografia
e Relações Públicas no colégio Protásio Alves. Está na PUCRS há 33 anos.
Fez doutorado na área de Comunicação e acredita que é fundamental
buscar realizar os seus sonhos pessoais e profissionais.
Carmem Barcellos, Olívia Bibiana Falcão,
Daiane de Freitas Oliveira e Daiane Reckziegel
Idade: 55 anos
Filhos: duas filhas
Profissão: Professora
Área de atuação: Relações
Públicas
Por que a escolha?
Na verdade, eu fiz dois cursos
superiores, Geografia, Licenciatura
e Bacharelado na UFRGS e Comunicação Social, Habilitação Polivalente na Famecos. Me formei nos
dois Cursos em 1973. Em função da
minha formação em Geografia, fui
chamada para ministrar a disciplina de Geografia do Brasil no curso
de Turismo da Famecos em 1974. A
minha dupla formação foi o motivo
do convite, pois eu conhecia a cultura da faculdade e tinha uma habilitação que estava sendo necessária
para o curso de Turismo.
Lecionar, sempre foi um
objetivo profissional?
Não, quando eu terminei o Ensino Médio, no caso o 2º Grau, não
era esse o meu objetivo principal, eu
queria ser jornalista. Sempre gostei
de escrever e sou oriunda do antigo
Curso Clássico. Além disso, há uma
tradição de família, meu avô é autor
de livros, minha mãe escreve muito
bem e creio que herdei um pouco
desse dom de escrever e gostar de
escrever. Acabei, contudo, mudando de percurso, passei a me dedicar
ao magistério e abri mão do jornalismo.
Essa opção de gostar de
comunicação organizacional,
quando começou?
Eu sou apaixonada por comunicação organizacional. Essa paixão
teve início quando comecei a atuar
como Relações Públicas. Penso que
a minha formação polivalente também contribuiu. Sempre consegui
enxergar a comunicação como um
fenômeno mais amplo, complexo,
tendo a convicção de que não é simples fazer comunicação. Em 78, fui
chamada para organizar o primeiro
curso de Especialização, no RS, na
área de Administração em RP e PP
e Administração em Turismo. Coordenei ambos os cursos de 1978 a
1984.
Em 33 anos de PUC, já lecionou quantas disciplinas?
Umas 15. Na Geografia e na Famecos.
Quais são as disciplinas
mais marcantes?
A minha experiência com Relações Públicas no Curso de Secretário Executivo.Tem sido igualmentemarcante, desde 1997, desenvolver
a disciplina de Monografia I nos
cursos de Relações Públicas e Publicidade/Propaganda. Nessa disciplina, percebes claramente o amadurecimento do aluno. É gratificante
quando chega ao final do semestre
e aquele aluno que dizia que não
conseguiria fazer o trabalho, realiza um projeto excelente. No que se
refere à Comunicação Organizacional, sinto-me gratificada quando os
alunos verbalizam em aula, e mesmo fora dela, que acreditam que é
uma disciplina importante.
Em termos de lazer, o que
faz em seu tempo livre?
Eu gosto de cinema, de ir a
um bar ou restaurante com casais
de amigos, especialmente, nos fins
de semana. Gosto de praia e também de passear com meu cachorro.
Posso afirmar com convicção que
o meu cachorro faz parte do meu
lazer. Eu não tenho um Hobby. Tenho vários. São coisas que eu gosto
de fazer, como por exemplo, ouvir
e assistir futebol. Aliás, gosto muito
de futebol, não só gosto como entendo e discuto futebol e o principal, sou colorada fanática.
Missões pessoais?
Tenho várias, eu sou muito ligada à minha família, ela está em
1º lugar . Um dos meus maiores sonhos é poder sempre estar fazendo
o que eu gosto, o que eu tenho prazer. Tenho muito prazer em rela-
ção à minha atividade profissional.
Gosto muito do que eu faço. Penso
que todas essas observações são
e fazem parte das minhas missões
pessoais.
Qual a maior realização
profissional?
O doutorado foi algo que eu
almejava. Mas a minha realização
se repete a cada aula, tanto na Graduação como na Pós-Graduação.
Quando discutimos os conteúdos
em aula e sinto que consegui entusiasmar o grupo, passar exatamente
a dimensão da complexidade da comunicação e despertar nos alunos a
necessidade de reflexão, sinto-me
efetivamente realizada.
Uma música?
Tenho um gosto, eu diria, eclético. Gosto de Simply red, Cleyton e
Cledir, sou do tempo dos Almôndegas, também de Jota Quest. Creio
que há uma relação entre cada momento e a música. As músicas que
me marcam são aquelas que dizem
alguma coisa. Mas eu também gosto de música eletrônica, pois gosto
muito de dançar. Um dos meus sonhos era ser bailarina.
Um comentário sobre a
Famecos?
É uma relação muito antiga, tenho uma história de vida aqui dentro, como aluna e como professora.
A Famecos é uma relação de amor.
Cleusa trocou o Jornalismo por Relações Públicas e defende a Comunicação Organizacional
RRPP Atualidades/Dezembro 2007
17
Glafira Bartz optou por uma profissão nova
Lisiane Lessa
Daniela Pereira da Silva
Formada pela Famecos, ela
começou como monitora do departamento de RRPP e chegou à coordenação do curso. Trabalhou em
grandes empresas como Riocell e
GBOEX e considera o seu trabalho
um grande aprendizado.
Nome: Glafira Bartz
Formação: Comunicação Social – Relações Públicas (Famecos
– PUC-RS)
Primeiro Emprego: Fui
monitora do Departamento de Relações Públicas na Famecos e logo
depois fui trabalhar na Riocell.
Por que escolheu RRPP?
Porque no final da década de 70 era
uma profissão nova e apresentava
boas perspectivas.
Pontos positivos e negativos da profissão: São pontos
positivos a versatilidade da área,
expansão da atividade e reconhecimento profissional. Os pontos
negativos são o desconhecimento
das funções específicos de Relações
Públicas, a falta de empreendedorismo por parte dos profissionais,
e a imagem do profissional poderia
ser melhor trabalhada.
Quando iniciou na PUC?
Em 1977.
Indicação de leitura: Todos
os livros de RRPP, também Mário
Rosa e Roberto de Castro Neves.
Empresa que mais marcou
sua vida profissional? Não tenho como citar só uma, pois todas
as empresas foram importantes
na vida profissional. Trabalhei na
Riocell no período de transição da
Borregaard para Riocell, GBOEX
e PUC. Mas de todas a PUC, com
certeza.
O que faz nas horas vagas?
Curto a família e vou à praia.
Local para estar agora:
Praia
Fato marcante: Coordenação
do Curso de Relações Públicas na
Glafira gosta do que faz e se relaciona bem com os alunos
PUC, no período de 1997 à 2001.
Livros publicados: Escrevi o
capítulo I do livro “Memória das Ciências da Comunicação no Brasil: o
grupo gaúcho” e estou trabalhando
no capítulo sobre opinião pública do volume II do livro “Relações
Públicas: Quem sabe faz e explica”,
Caso de amor de Fabiana Begnini
Emília Adams Hilgert
Fabiana Begnini, graduada em
Relações Públicas pela Unisinos e
Gerente de Comunicação da AABB
(Associação Atlética Banco do Brasil) desde janeiro de 2006, falou
um pouco de sua vida de RP.
Nome: Fabiana Begnini
Idade: 29 anos
Naturalidade: Porto Alegre
Marido/Filhos: Não
Qual a sua marca pessoal?
Coragem.
Qual a sua vocação? Lidar e
manter contato com as pessoas.
Qual seria o convite irrecusável? Viajar é sempre um convite irrecusável...
Qual o seu animal preferido? Cachorros.
Qual o seu time do coração? Grêmio.
Qual a lembrança mais
agradável da sua infância? O
dia em que finalmente ganhei uma
Barbie.
Que livro mais cita? Depende da ocasião. Mas, gosto bastante
de citar Pablo Neruda.
Que filme você sempre
quer rever? Cidade dos Anjos.
Que tipo de música acalma
você? Qualquer uma do Nirvana.
O que você assiste na TV?
Gosto bastante de seriados.
O que te faz relaxar? Um
banho bem demorado.
O que te dá dor de cabeça?
Música eletrônica.
O que te emociona? As coisas simples da vida ou tudo aquilo
que não se pode comprar.
O que você gosta de fazer
em um dia de chuva? Ficar embaixo das cobertas.
Quem (ou o quê) mais
marcou a sua vida? Três pessoas
que fizeram parte da minha infância e que, infelizmente, não estão
mais comigo. Meus irmãos - Luiz
Henrique e Carlos Alberto e minha
dinda – Rosa.
Se tivesse mais tempo, o
que gostaria de fazer? Nossa!
Várias coisas... veria mais meus
amigos, iria mais ao cinema, voltaria a fazer teatro, aprenderia a tocar
piano e bateria, iria à academia...
Se ganhasse uma viagem,
escolheria que destino? Itália.
Em que outra profissão
consegue se imaginar? Uma vez
pensei em fazer jornalismo...
Uma pessoa que admira.
Minha mãe - Anair.
Um gosto inusitado. Batata
doce com sal (risos).
Um hábito que você não
abre mão. Plantar.
Um elogio inesquecível.
Quando os avaliadores do meu TCC
disseram que meu trabalho estava
ótimo e que não tinham perguntas
para fazer.
Um sonho pessoal. Fazer
mestrado
Um sonho profissional. Ser
professora universitária
Um sonho de consumo.
Uma casa com vista para o Guaíba,
com uma varanda para tomar chimarrão nos finais de tarde.
Por que escolheu Relações
Públicas? Eu sempre me interessei pela área da comunicação. Na
época do vestibular fui atrás dos
dois cursos que mais me chamavam atenção: RP e Jornal. Escolhi RP, pois era mais completo e
abrangente.
Quais as suas perspecti-
que está previsto para 2008.
Projetos de vida: Continuar
trabalhando com meus alunos na
Famecos.
Balanço profissional: Muito positivo, porque faço aquilo que
gosto e me relaciono com alunos de
diversos perfis.
Arquivo Pessoal
vas em relação as RRPP para
o futuro? Acho que o futuro da
profissão depende única e exclusivamente de nós, profissionais e estudantes de RP. Depende do valor
que damos a profissão que escolhemos. Só teremos o respeito esperado das outras profissões quando
nos valorizarmos a altura. Temos
que nos mobilizar, participar mais
ativamente no Conrerp, mostrar
para as pessoas a importância das
Relações Públicas.
Que conselho daria aos
alunos de RRPP? Diria para eles
se apaixonarem...
18 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Endomarketing,
um novo mercado
Uma oportunidade fantástica
para os profissionais
de Relações Públicas
Graziela Freitas
Analisa de Medeiros Brum, formada em
Relações Públicas, trabalha com a Comunicação
Social há mais de 20 anos. Também estuda e escreve sobre marketing interno e este ano lançou
seu sexto livro: Endomarketing de A a Z, pela
Editora Doravante. Ela afirma que hoje se considera uma pequena empresária, pois a cada dia
aprende algo novo.
Em 2000, criou a Happy House Brasil, primeira agência de propaganda interna do país. A
empresa se responsabiliza pela produção e implementação de todos os canais, instrumentos e
ações de comunicação que as organizações venham a ter com os seus públicos internos.
Para isto, é preciso fazer uso do endomarketing, que permite pesquisar, diagnosticar e
aprofundar questões internas, para então planejar estratégias de comunicação capazes de fortalecer o relacionamento das empresas com os
seus colaboradores.
O Endomarketing é um mercado que está
apenas começando. “É uma oportunidade mara-
vilhosa para os profissionais de Relações Públicas, onde
aquele que realmente se especializar e
aprofundar-se
no
assunto,
sempre
terá trabalho, pois
as organizações estão
demandando
muito este tipo de Analisa Brum
serviço”, diz Analisa Brum.
Na Happy House, há as três modalidades
da área da Comunicação Social trabalhando
juntas. Há relações-públicas atuando em atendimento, de publicitários em criação e produção
e jornalistas realizando trabalhos editoriais, pois
a empresa produz informativos internos para as
organizações que usufruem de seus serviços.
“Hoje as grandes empresas possuem milhares de colaboradores e os seus gestores sentem que é imprescindível obterem processos
estruturados de comunicação e de marketing
interno. Por isso, acabam procurando as agências de endomarketing, para então conseguirem
organizar a comunicação interna do local que
administram”, explica Analisa Brum. Ela vê os
empresários hoje como pessoas modernas, arrojadas, sensíveis e preparadas para lidarem com
o público interno. Para atuarem neste quadro, os
relações-públicas, em sua opinião, devem se posicionar como especialistas em algo de vanguarda, como o Endomarketing, por exemplo.
Organização e motivação nas empresas
Arquivo Pessoal
Cláudia Irene Aguiar Stricher
Endomarketing pode ser definido como o
conjunto de ações focadas no público interno
e tem como objetivo maior conscientização dos
funcionários e gerência para a importância do
atendimento de excelência ao cliente. Seria
mais apropriado pensar no funcionário como
um colaborador, estimulando a sua participação e, mais ainda, entregando a ele parte importante no processo de tomada de decisões.
Endomarketing tem sido utilizado como
comunicação interna e perdendo todo o sentido original. Chegou a ser utilizado como uma
forma de comandar funcionários para o atendimento ao cliente. Atendentes submissos,
prestativos e risonhos acrescentam pouco, se a
intenção é apenas estimular as vendas. A responsabilidade social não pode se resumir a estas ações: a empresa precisa se comprometer.
Neste contexto, comunicação exerce um extraordinário poder para o equilíbrio, o desenvolvimento e a expansão das empresas.
De acordo com Karine Damiane, uma das
responsáveis pelo setor de Marketing da Fiat
San Marino, o
endomarketing,
além de ser uma
forma de utilizar os meios de
comunicação, é
também a preocupação com as
questões motivacionais. Há o Karine Damiane
San Marino News (informativo interno) e treinamentos junto à uma consultoria de recursos
humanos. Campanhas de reciclagem também
são constantes.
Através de sugestões, e o próprio contato
pessoal, os funcionários podem se relacionar
diretamente com a empresa. “O setor de Marketing procura não criar distâncias, mesmo sendo
integrado à diretoria, pois todos possuem um
objetivo comum”, assegura Karine Damiane.
São escolhidos através de votação funcionários
para participar da CIPA, contra acidentes de
trabalho. Todos colaboradores são identificados
através de crachás e vestem uniformes, o que de
certa forma transmite boa imagem pessoal.
Um calouro
chamado
Vida Urgente
Daiane de Freitas Oliveira
e Olívia Falcão
No dia 20 de maio de 1995, o jovem Thiago de Moraes Gonzaga, de 18 anos, assim como
muitos adolescentes costumam fazer, deixava
uma festa em companhia dos amigos. Sentado
no banco de trás, o carro onde estava bate, fatalmente, em um container entulhos que estava
colocado de forma irregular na rua. A partir da
morte de Thiago, o casal Régis e Diza Gonzaga
decidem criar uma Fundação que leva o nome de
seu filho, com objetivo de conscientizar outros
jovens sobre a valorização da vida e da importância de não misturar álcool com direção, através de ações sociais realizadas por voluntários.
Sair e dar uma volta no carro, isso implica
em lazer e diversão, mas estes veículos são responsáveis por milhões de acidentes fatais ou que
deixam a vítima marcada para sempre. A culpa
pode ser da falta de manutenção do carro, defeitos de fabricação, problemas com sinalização
das ruas ou buracos. Mas na verdade, a falta é,
na maioria das vezes, do motorista, seja pela imprudência ou pela direção ofensiva. Os acidentes
de trânsito são a terceira causa de morte no país,
perdendo para as doenças cardiovasculares e o
câncer. Para conter essa epidemia dramática é
preciso investir em campanhas educativas e preventivas para alertar os motoristas da necessidade de uma direção consciente.
A convite da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PRAC), desde o dia 5 de junho a PUC
abriga um núcleo do Vida Urgente, localizado no
prédio 8. É a primeira vez que a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga assina um convênio com
uma Universidade. Os interessados em se tornar
voluntários da Campanha Vida Urgente podem
se inscrever através do site, no núcleo presente
na Universidade ou irem pessoalmente na Fundação, localizada na Rua Botafogo 918. Carolina
Saffer, funcionária do núcleo da PUCRS e também estudante de Relações Públicas, relata que a
procura pelo trabalho voluntário está atendendo
as expectativas esperadas pela Fundação. “Sua
localização no campus possibilita que pessoas
que possuem interesse em realizar voluntariado,
mas não têm tempo de procurar um órgão específico, podem agora concretizar essa vontade”,
destaca.
A primeira atividade implantada pela Fundação foi o Madrugada Viva, que durante esses
sete anos já alcançou a marca de 2.500 jovens
inscritos, somente na Região Metropolitana.
RRPP Atualidades/Dezembro 2007
TECNOPUC
Promove experiências profissionais
e oportunidades aos acadêmicos
Caroline de Ávila Nascimento
O Parque Tecnológico se estabeleceu na Universidade com o
objetivo de aproveitar a capacidade
científica e técnica dos pesquisadores e alunos, ampliando signitivamente às áreas de pesquisa e
inovação, atraindo assim empresas
para trabalhar em parceria com a
PUCRS. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Parque, nos
quatro anos de existência já passa-
ram 40 empresas, entre essas Dell,
HP, Microsoft, Stefaninni, Tlantic
e outras, gerando 2,5 mil postos de
trabalho.
O Tecnopuc possui 5,4 ha e
é parte integrante do campus da
PUC, que acolhe 32 mil estudantes.
As empresas instaladas no Parque
já promoveram 70 projetos de pesquisa e desenvolvimento, envolvendo 60 pesquisadores, 162 alunos de
mestrado e 202 de graduação. O
Tecnopuc permite a existência de
uma sinergia positiva entre o meio
Fotos Divulgação
Incubadora multisetorial de base tecnológica Raiar, inaugurada em 2003
acadêmico e o empresarial, oportunizando aos alunos a realização de
estágios e atividades práticas que
promovam o crescimento acadêmico e profissional.
O Tecnopuc é uma porta de
entrada no mercado de trabalho
que está a poucos metros da sala
de aula. “A existência do Parque
facilita o início da vida profissional
qualificada, pois as empresas instaladas aqui trabalham com tecnologia de ponta”, comenta Edemar de
Paula, Gerente de Relacionamento
da Agência de Gestão Tecnológica. Pelo Parque há muitos jovens,
alguns estão dando os primeiros
passos, com estágios ou bolsas de
projetos oferecidos pelas empresas instaladas. Adriana Barcellos,
estudante do 4° semestre de Administração da FACE, é bolsista há
um ano na Incubadora de Empresas Raiar, trabalha dando suporte
administrativo e gerencial a novos
empreendimentos. “Meu lado empreendedor está sendo lapidado
pelo contato diário que mantenho
com os empresários”, diz a aluna.
Muitos acadêmicos, que partem de disciplinas práticas, dão
continuidade a seus projetos construindo Planos de negócios e lançando seu próprio empreendimento. Este é o caso do ex-aluno Rafael
Krug, que inicou como bolsista e
atualmente já ocupa lugar de destaque do painel de empreendedores da PUCRS. Rafael aproveitou
a oportunidade que surgiu na universidade para criar a Zero Defect,
empresa especialista em teste de
softwares e hoje possui uma equipe composta por 50 profissionais e
tem clientes como HP, Sonae, Tlan-
19
O Tecnopuc é referência
nacional pelo desenvolvimento
de pesquisas e inovação
tic, Terra e Hoplon.
Os universitários transformam
sua criatividade em um diferencial.
Encontram apoio dentro do Parque
desde a fase inicial, com o Instituto Idéia, onde podem incubar seus
projetos de pesquisa, até o Núcleo
Empreendedor, que dá suporte à
criação de novas empresas. O Parque ainda conta com a Incubadora
Raiar que instala e apóia o desenvolvimento de empresas de diversos setores, mas, principalmente,
as de base tecnológica. “A incubação de empresas existe para que
idéias inovadoras e promissoras
não sejam desperdiçadas e para
que alunos de boas idéias tornemse empreendedores de futuro”, comenta Marinês Audy, encarregada
da Raiar.
A previsão do Tecnopuc é que
em 2010 o Parque seja reconhecido
internacionalmente por seu desenvolvimento tecnológico, mas acima
de tudo pela inovação trazida para
o meio acadêmico, consolidando,
assim, a busca constante por desafios e investimentos.
Atividades complementares: benefício obrigatório
Daniela Silva
Desde março de 2005, os alunos da Famecos possuem nova
tarefa para conclusão do curso: a
realização de atividades complementares. Com a troca de currículo, a Universidade optou por
inserir essa exigência, visando beneficiar o aluno.
O novo currículo de comunicação social prevê a realização de
150 horas de atividades complementares, conforme regulamento
geral: “São consideradas atividades complementares aquelas que,
guardando relação com conteúdo e
formas de atividade de cunho acadêmico, representem instrumentos válidos para o aprimoramento
da formação básica dos futuros
profissionais da Comunicação Social, Turismo e Hotelaria.” A idéia
é adicionar ao currículo do aluno
um conteúdo diferencial, para que
ele não fique apenas com o conhecimento padrão do curso. Para
isso, a faculdade dá autonomia na
escolha. O regulamento abrange
diversos tipos de atividade, deixando o aluno livre para escolher.
Entre as opções de atividades
complementares estão desde cursos, até publicação de artigos e participação em palestras. A PUC oferece diversos cursos de extensão,
basta o aluno definir quais suas
áreas de interesse. Porém, também
é possível cumprir as exigências
do currículo, participando de palestras e oficinas, atuar como monitor de disciplinas, estágios não-
obrigatórios, ações comunitárias.
“A exigência das Atividades Complementares incentiva os alunos
a buscarem novos conhecimentos
dentro da sua área, além do que já
é oferecido pela Faculdade”, explica Patrícia Costa Baptista, responsável pelo processo de Atividades
Complementares da Famecos. Segundo ela, é importante entender
que a exigência dessas 150 horas
como um benefício para o aluno.
“Antes, eles saíam do curso sem
um diferencial”, compara.
20 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Dudu Leal/Divulgação
Marketing
Cultural
em crescimento
Orquestras Sesi/Fundarte, patrocinada pelas empresas Memphis S.A e John John Deere do Brasil, em Concerto no Teatro do Sesi
Fabiano Bonella
Marketing cultural é uma área que está em
pleno crescimento no país. As organizações,
através das leis de incentivo fiscal, cada vez mais
investem em arte, beneficiando-se institucionalmente e contribuindo para a oferta cultural.
A atividade contempla toda a ação de marketing que usa a cultura como veículo de comunicação para difundir o nome, produto ou fixar
a imagem de uma empresa patrocinadora.
As grandes empresas já despertaram para
ações de marketing cultural. De acordo com pesquisa realizada pela revista Marketing Cultural
Online, das dez maiores investidoras em cultura
em 2006 – Petrobrás, Banco do Brasil, Eletrobrás, Companhia Vale do Rio Doce, Bradesco/
Matriz, BNDES, Bradesco Previdência, Telemar,
MBR (Mineração Brasileira Reunidas) e Gerdau
– cinco tiveram como favorito o segmento de
música.
A campeã em investimento no setor, a Petrobras, foi a que mais apoiou projetos em todos
os segmentos. Ela financiou 600 projetos em
2006. Dos 452 pesquisados pela revista, 130 foram da área de música; 71, Patrimônio/Restauração; 54, Cinema; 43, Museus; 40, Exposição/
Mostra; 28, Dança; 27, Livro/Revista/Catálogo;
24, Teatro; 9, Prêmios; 8, Circo. Os projetos que
mais receberam verba da Petrobras foram o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz (R$ 5,6
milhões) e a preservação do Sítio Histórico de
Olinda (R$ 4,8 milhões).
As pequenas e médias empresas precisam
ser acordadas para esse setor. São poucas as que
conhecem as leis de incentivo e sabem dos benefícios que se tem ao investir em cultura. Dedé Ribeiro, pós-graduada em produção cultural pela
Universidade de Paris I / Sorbonne e diretorasócia da Liga Produtora, diz que as empresas
estão em diferentes estágios, dependendo de seu
tamanho, sua carga tributária, nível de informação sobre marketing cultural ou sua localização
geográfica. “Temos, desde empresas que desconhecem os benefícios das leis e o marketing
cultural como um todo, até aquelas que já transcenderam a utilização como simples publicidade e agora trabalham na formação de público,
muitas vezes através de institutos e fundações
culturais”, explica. Outro caminho interessante
são os projetos culturais ligados à ação comunitária, social, educativa e ambiental, que “têm
sido recebidos com muita simpatia, tanto pelas
empresas como pelo público”, segundo ela.
“Quem começa agora a trabalhar com gestão
cultural ou produção de eventos vai encontrar
muitas possibilidades interessantes e criativas,
embora já encontre um mercado mais competitivo que há alguns anos”, observa Déde Ribeiro.
Ela diz que “o Brasil é ainda bastante deficiente
em cursos de formação nesta área, portanto a
maior parte dos profissionais se forma no pró-
prio mercado, sem muito embasamento teórico.
No entanto, a demanda do mercado já faz prever
também a criação de cursos especializados”. Outro dado importante é que, “na cultura, a possibilidade de trabalho informal é muito grande (empregos sem vínculo ou projetos independentes),
fazendo com que a criatividade e a competência
individual possam ser valorizadas”, finaliza.
Contraponto
Há também quem conteste esse crescimento no setor. Um deles é Júlio Zanotta, ganhador
de edição do prêmio “Líderes e Vencedores” na
área de Marketing Cultural, concedido pela Assembléia Legislativa e pela Federasul. Atualmente se dedicando à literatura e à dramaturgia, ele
reconhece o desenvolvimento no setor ocasionado sobretudo pelas leis de incentivo. Em sua
opinião, contudo, com o surgimento das leis de
incentivo,o Estado colocou a função de controlar
a cultura nas mãos das empresas. “Para elas, a
arte têm que ser asséptica, cloroformizada, ela
não pode ser contaminadora”, critica. Observa
que as empresas dificilmente apoiarão projetos
que gerem controvérsias na sociedade. “Assim
as leis de incentivo, embora tenham contribuído
para fomentar o setor, acabaram com a grande
arte no Brasil”. Diante do quadro, ele é cético:
“Estamos num momento de total falta de renovação, não há nada de novo, nada crítico. É um
momento de omissão, de vazio cultural geral”.
RRPP Atualidades/Julho 2007
Andressa Vargas Griffante/ Hiper
O indispensável apoio das
empresas públicas e privadas
Criadora e diretora do Conservatório de Música de Montenegro
durante 11 anos, mais tarde transformado em Fundação Municipal
de Artes de Montenegro, Therezinha Petry Cardona foi sua diretora -executiva por mais 16 anos,
perfazendo um total de 27 anos à
frente da Instituição. Atualmente
é Diretora Executiva da Orquestra
Sesi/Fundarte e produtora cultural. (Fabiano Bonella)
Therezinha Petry Cardona
Como você vê a cultura no
Brasil hoje?
Se falarmos em âmbito geral,
sem nos ater a segmentos, devido
a sua riqueza e diversidade de expressões está bem, especialmente
a cultura popular. As ações do Governo estão mais voltadas à cultura
popular do que à acadêmica, ou à
uma cultura geral que envolva todas as áreas das artes e os recursos
destinados para tal são pequenos.
O problema é que a massificação
compromete muitas vezes a qualidade e esse é o ponto fraco em nosso País.
Quais os desafios e as dificuldades para se trabalhar a
cultura em nosso país?
Devemos estabelecer duas matrizes: o produtor e o financiador.
Na música, o grande desafio do
produtor é apresentar um projeto
cultural voltado para a música mais
elaborada, não comercial, música
de orquestra e afins, para competir
com outras de grande apelo popular, que envolve as massas, como
o nativismo que, em nosso caso
particular, empolga os gaúchos. O
mesmo acontece na dança. Nas artes plásticas, literatura e teatro não
há essa bifurcação de vertentes. A
qualidade dos projetos, também,
ainda deixa a desejar, pouco criativos, sem iniciativas diferenciadas,
sem objetivos educacionais e culturais, pensando num aprimoramento cultural do povo, mas somente
visando o entretenimento momentâneo, sem conseqüências futuras.
O financiador, por sua vez, resiste a apoiar projetos que não envolvam a grande mídia e as massas.
As principais preocupações são o
custo e o público. Salvo raras exceções, não interessa se o projeto be-
neficiará o povo numa visão ampla
de educação, cultura e qualidade de
vida. No geral, desconhece as Leis
de Incentivo à Cultura e tem receio
às fiscalizações estaduais e federais.
Quais características devem ter aqueles que pretendem trabalhar com produção
cultural?
Perseverança, liderança, conhecimento das Leis de Incentivo,
circulação nos meios empresariais,
uso correto da linguagem tanto escrita quanto verbal, domínio das
formas de elaboração e produção
de projetos, apresentação pessoal
e postura.
Há espaço para quem deseja trabalhar com a cultura?
Há muito que fazer na área
cultural do País, mas deveria haver
uma conscientização por parte dos
Governos federal, estadual e municipal junto aos meios de comunicação, sensibilizando as pessoas
físicas e jurídicas a investirem na
cultura.
As leis de incentivo à cultura estão sendo usadas de
forma adequada para democratizar a cultura?
Muitas vezes, não. Democratizar a cultura não significa levar ao
povo produtos culturais sem qualidade, mas dar acesso a todas as
manifestações artísticas, sejam elas
populares ou eruditas. O que torna
popular a arte/cultura é o conhecimento dela pela população.
Um comentário sobre o cenário de marketing cultural.
É uma área nova e está crescendo. Deveria haver cursos de Especialização especificamente nessa
área do conhecimento, mesmo porque há muita improvisação.
21
Obras radicais e inquietantes desafiam imaginação do público
Bienal do Mercosul
reúne 61 artistas
Juliana bianchessi
Bienal do Mercosul nasceu da
necessidade de articulação cultural
e artística que há muito vinha tentando efetivar-se de forma duradoura. É uma história de visionários
e empreendedores. Patrocinadores,
curadores, colaboradores, produtores, profissionais da área e artistas
participantes têm papel fundamental na construção de uma das maiores iniciativas no campo das artes
no país e na América Latina.
As primeiras ações em direção
ao que hoje se constitui na Bienal do
Mercosul foram iniciadas em maio
de 1994, pela produtora cultural
Maria Benites Moreno, que elaborou um anteprojeto para uma Bienal do Cone Sul. Sua intenção era
dar visibilidade à produção latinoamericana. Ao mesmo tempo, um
grupo de artistas formado discutia
novas possibilidades de intercâmbio entre a América Latina. Embora
os dois movimentos não estivessem
ligados, o projeto acabou ganhando
uma dimensão pública.
Mas o início, de fato, do processo de constituição da Bienal realiza-se em março de 1995, na residência do empresário Jorge Gerdau
Johannpeter. Lá se reuniram o Governador do Estado, o Secretário de
Estado da Cultura e outras autoridades, com artistas, colecionadores, empresários e representantes
dos setores culturais, que lançaram
a proposta de fazer uma Bienal de
Artes Visuais.
Em 1996, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul aprova a
criação de uma lei de incentivo à
cultura, que foi regulamentada em
maio de 1997, permitindo a realização da primeira Bienal do Mercosul, em setembro deste mesmo
ano. Em onze anos de existência, a
Fundação Bienal do Mercosul realizou cinco edições da mostra de
artes visuais.
No ano de 2007 conta com 61
artistas com três tipos de mostras
(conversa, Zona Franca e Três
Fronteiras). A exposição se estende
de 1° de setembro até 18 de novembro, A entrada principal da Bienal
Mercosul está montada entre os armazéns A3 e A4. As exposições ainda estão montadas nos armazéns
A5, A6 e A7, Museus de Artes do
Rio Grande do Sul (MARGS) com
mostras Monográficas dos artistas
Francisco Matto e Öyvind Fahlström e no Santander Cultural também com a Mostra Monográficas do
artista Jorge Macchi das 9h às 21h,
de domingo a domingo, com entrada franca.
22 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
LIVROS
Gabriela de Oliveira/Hiper
Hohlfeldt, o
patrono da Feira
Rodrigo Viana
O jornalista, escritor, crítico
literário e professor da Faculdade de Comunicação Social da
PUCRS Antonio Hohlfeldt foi
o Patrono da Feira do Livro de
Porto Alegre de 2007. Professor
na graduação, mestrado e doutorado da Famecos, a última obra
que Hohlfeldt escreveu foi A
Aventura Aventurosa de Acanai
Contra a Grande Cobra Sucuri
na Terra sem Males, livro infanto-juvenil lançado em 2006.
O Patrono da Feira já foi
vice-governador do Estado, entre 2003 e 2006. Hoje, dedica-se
ao magistério, onde, na graduação da Famecos, leciona as disciplinas de Leituras em Jornalismo e Teorias da Comunicação.
Também é docente no Pós-Graduação.
Hohlfeldt concorreu ao título com outros dez nomes da cultura gaúcha: Airton Ortiz, Carlos
Urbim, Charles Kiefer, Fabrício
Carpinejar, Jane Tutikian, Juremir Machado da Silva, Luís
Augusto Fischer, Luiz Coronel e
Paulo Flávio Ledur. A escolha foi
feita por representantes da comunidade cultural, ex-patronos,
diretores da Câmara Rio-Grandense do Livro e pelas universidades, em votação na Câmara do
Livro.
Professores
autografam
livro na praça
Carolina Faraco,Juliana
Pesente e Kely Bastos
Professor da Famecos homenageado pelos intelectuais gaúchos
Carolina Ramos Eckert
Souvenir coordena coleção comemorativa ao aniversário
Há mais de meio século a cidade promove um dos principais
eventos culturais do País. Iniciouse dia 26 de outubro a 53ª edição
da Feira do Livro de Porto Alegre.
Durante duas semanas movimentou o mercado editorial e incentivou o hábito de ler.
A Feira ocupou o espaço tradicional da Praça da Alfândega,
mais o Memorial do Rio Grande
do Sul, a Casa de Cultura Mario
Quintana, o Santander Cultural,
o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e o Cais do Porto. Além
das tradicionais bancas de livros,
ofereceu uma programação completa, envolvendo eventos para
escolas, sessões de autógrafos,
palestras, oficinas e apresentações artísticas
Um dos espaços que chama a
atenção de quem visita a Feira é
o Pavilhão Central de Autógrafos,
onde autores dos mais diversos livros realizam sessões de autógrafos. No sábado, 27 de outubro, foi
a vez dos professores e autores do
Livro “Relações Públicas: quem
sabe, faz e explica” participarem
de uma prestigiada sessão coletiva de autógrafos da Feira.
“Quem sabe,faz e explica” marca 40 anos do curso da Famecos
Carolina Brenner, Ceia
Ramos Eckert e Evelyn Piccoli
O primeiro volume da Coleção
RP, que comemora os 40 anos do
curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social, foi
lançado pela Editora da PUCRS:
“Relações Públicas: Quem sabe, faz
e explica”, com a organização da
professora Souvenir Maria Graczyk
Dornelles. Há conteúdos de seus
colegas Ana Maria Walker Steffen,
Cláudia Peixoto de Moura, Cleusa
Scroferneker, Helenice Carvalho,
José Fernando da Silveira, Lea Denise Senger Jacobus, Neka Machado e Roberto Porto Simões. “Como
o título sugere, a obra relaciona a
prática ao ensino da atividade”, explica Souvenir.
O livro possui nove textos com
o objetivo de comemorar as quatro
décadas do curso. Marca, também,
o início de uma produção própria.
Será lançado outra obra relacionada à área de Relações Públicas no
início do próximo semestre, com a
proposta de continuar abordando
os temas que fazem parte de RRPP.
Esta coleção comemorativa terá
quatro volumes, dois para o ano
que vem e um outro para o começo de 2009. Outros professores do
curso estão sendo convocados a colaborar.
“Pensamos em criar uma linha
editorial exclusiva para o curso,
marcando os 40 anos. A área necessita obras que tragam uma nova
inspiração”, enfatiza a coordenadora do Departamento de RRPP
da Famecos, Souvenir Dorneles. O
livro, assim como todas as publicações da Edipucrs, pode ser encontrado nas principais livrarias ao
preço de R$ 25,00, ou através do
site www.pucrs.br/edipucrs.
RRPP Atualidades/Dezembro 2007
23
Foto Divulgação
Entrevista/ Mônica Leal
Secretária da Cultura quer
preservar raízes gaúchas
A secretária estadual da Cultura, jornalista e vereadora (PP) Mônica Leal, concedeu entrevista exclusiva à revista RRPP Atualidades. Discorreu sobre sua vida particular, os filhos, o pai militar e político, sua
passagem pela Famecos, onde se formou em Jornalismo, e seu ingresso
na política. Defendeu também sua gestão na Secretaria da Cultura e sua
preocupação em preservar as raízes gaúchas.
Ela casou muito jovem e começou a trabalhar em 1980 no ramo de
confecções. “Resolvi trabalhar para ser independente, pois sempre acreditei que a independência emocional está diretamente ligada à financeira”, explicou.
Seu ingresso na política é uma herança paterna. Depois de quatro
mandatos como deputado estadual, pela Arena e PDS, o coronel do Exército reformado, Pedro Américo Leal, ex-chefe de Polícia durante a ditadura Militar, não se reelegeu. “Depois de alguma insistência, consegui
convencê-lo a se candidatar e vereador, em 1992. Coordenei sua campanha vitoriosa e assumi como sua assessora na Câmara de Vereadores”,
conta. Após sucessivas reeleições, o polêmico e incisivo Pedro Américo
Leal anunciou de surpresa, em um programa de televisão, em 2004, que
estava abandonando a vida pública e sua sucessora seria a filha Mônica
Leal. Nem ela soube antecipadamente de sua decisão.
Depois de dois anos como vereadora de Porto Alegre, Mônica Leal
foi “convocada” pelo Partido Progressista a disputar o Senado, em 2006.
Fez uma campanha defendendo a segurança pública, bandeira histórica
de seu pai. Foi um fato novo na campanha e apesar de não ser eleita,
conquistou a expressiva soma de 854.700 votos, credencial suficiente
para assumir uma Secretaria no governo de Yeda Crusius, que defendeu
durante a campanha. Confira suas idéias:
Daiane Reckziegel e Juliana Bianchessi
Quais são os principais valores do Rio Grande do Sul?
O gaúcho é um povo aguerrido
que tem orgulho do seu passado,
que no presente cultua suas tradições e costumes, para no futuro
não ver diluídas sua história e sua
identidade. O valor maior é justamente a manutenção do legado cultural e histórico adquirido, e isso
se mostra nas inúmeras iniciativas, eventos, programas e projetos
desenvolvidos em todo o RS e que
comprovam e divulgam nossa cultura e costumes.
A tradição gaúcha está presente nos projetos culturais?
Carregamos tradições e valores,
que aparecem dentro de inúmeros
objetivos de projetos culturais, tendo eles ligações com temáticas tradicionalistas, históricas, regionais
ou não. Temos exemplos de peças
de teatro contemporâneas, feitas
por grupos jovens, que tem papel
educativo divulgando a história
do RS; de exposições itinerantes
de arte gaúcha atual; de literatura, de dança, de música, que estão
sintonizadas com seu tempo, mas
de alguma forma traduzem nossa
identidade gaúcha, pois são feitos e
realizados aqui.
Quem são os principais
colaboradores e incentivadores da cultura no Estado?
A Lei Estadual de Incentivo à
Cultura é um deles. Através dela, o
governo estadual autoriza a aplicação da renúncia fiscal. Esse valor,
0,5% da receita líquida do ICMS,
é aplicado em projetos culturais.
Nossas estatais são fortes aliadas
da cultura e parceiras das ações
da Secretaria; também a iniciativa
privada, com várias empresas gaúchas, que se beneficiam da renúncia fiscal.
Qual a ligação entre segurança pública e cultura?
Mônica entrou na política pela mão do pai Pedro Américo Leal
A segurança sempre foi minha
bandeira. Todo e qualquer cidadão
de bem deve receber do Estado,
a segurança, e isso até então não
estava sendo priorizado pelas autoridades. Meu objetivo tem sido
trabalhar nessa área, e sei que posso fazer isso na Cultura, por outra
svias, já que ao assumir a Secretaria deixei claro que trabalharíamos
a inclusão social através da cultura.
Sabemos que a prevenção é fator
preponderante para diminuir a criminalidade. Quanto mais próximos
nossas crianças e jovens estiverem
da cultura, mais distantes estarão
da violência, e é isso que tenho feito
como secretária, incentivando projetos que popularizam a cultura.
Sua visão de cultura?
É a nossa história, identidade
e memória. A Cultura tem que ser
vista de forma ampla, inclusive sendo pensada como retorno econômico, relacionada diretamente com a
Educação e com o Turismo, que na
minha opinião, giram em função da
existência da cultura.
A Capital e o RS poderiam
investir mais em cultura?
A Prefeitura de POA e o Governo do Estado cumprem seu papel
no momento em que oferecem o
Fumproarte e a LIC, respectivamente. Podemos ser parceiros de
inúmeros projetos. Disponibilizando esses mecanismos, cabe aos
produtores e comunidade cultural
adequarem seus projetos. Independente dos financiamentos locais,
apoios a projetos culturais também
chegam através da lei federal do
Ministério da Cultura e de empresas que dispõe percentuais de importo a propostas culturais.
Como será o apoio do
Banrisul à Cinemateca Paulo
Amorim?
A viabilização do funcionamento das salas sempre esteve entre as
prioridades da Secretaria de Estado
da Cultura e se trabalhou exaustivamente para encaminhar positivamente esta questão. A Cinemateca,
durante os meses que ficou sem o
patrocínio, sempre contou com o
respaldo da Secretaria, que assumiu todas as despesas da instituição
que eram passíveis de serem pagas
através de empenho, até a definição da nova parceria. Portanto, a
preocupação com o fechamento das
salas ou até mesmo da perda de seu
perfil, nunca teve razão de ser. A
parceria financeira que viabilizará a
Cinemateca já está assegurada pelo
Banrisul que patrocinará inúmeras
atividades culturais em toda a Casa
de Cultura Mario Quintana. O valor
mensal de mais de R$ 30 mil reais,
aliado às condições já existentes na
Casa de Cultura e na Cinemateca,
viabilizará plenamente o funcionamento e aprimoramento dessas
instituições.
E a mulher na Política?
É ainda bastante acanhada a
participação feminina na política,
mesmo hoje a mulher ocupando
cargos nas áreas da magistratura,
saúde, finanças, nas câmaras municipais, estaduais e federal. Nos
partidos é comum requisitar as
mulheres para o trabalho braçal
como: panfletear, garimpar votos
e empunhar bandeiras para que os
candidatos homens sejam eleitos e
as representem em uma casa parlamentar. A cultura política do Rio
Grande do Sul é machista.
24 RRPP Atualidades/Dezembro 2007
Arte Daniela Silva/ RRPP

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