o futuro está no sumbe

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o futuro está no sumbe
Notícias
N.º 36 | Dezembro 2014
Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição Gratuita
Actualidade
IMPORTANTES ACORDOS
PCA FRANCISCO DE LEMOS JOSÉ MARIA
PREPARA O FUTURO DA EMPRESA EM ITÁLIA,
NA COREIA DO SUL E NA CHINA
Retrospectiva
2014 – O ANO SONANGOL
BALANÇO DO MUITO QUE FOI FEITO
PELA PETROLÍFERA NACIONAL
Reportagem
ZUNGUEIROS SOLIDÁRIOS
PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
AJUDAM CRIANÇAS ACOLHIDAS
EM INSTITUIÇÕES INFANTIS DE TODO O PAÍS
INP
O FUTURO
ESTÁ NO SUMBE
Instituto Nacional de Petróleos prepara jovens
técnicos angolanos para os grandes desafios do sector
Índice
NOTÍCIAS
N.º 36 | dezembro 2014
18
Oferta
BOMBEIROS
PCA entrega meios de combate
a incêndios ao Serviço
de Protecção Civil e Bombeiros
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
05
22
Actualidade
DISCURSO DE ANO NOVO
No encerramento do ano de
2014, José Eduardo dos Santos
deixa uma importante
mensagem aos angolanos
RETROSPECTIVA
2014
O ANO SONANGOL
Uma revista às acções mais
relevantes da empresa
06
26
Actualidade
Destaque
Aniversário
Por ocasião do 39.º aniversário da
Independência, o Vice-Presidente da
República, Manuel Domingos Vicente
apelou à unidade de todos os angolanos
O FUTURO ESTÁ NO SUMBE
Instituto Nacional de Petróleos,
no Sumbe, aposta na formação de
excelência de técnicos angolanos
36
10
reportagem
COOPERAÇÃO
Sonangol e ENI assinam acordo
ZUNGUEIROS
SOLIDÁRIOS
Obra dinamizada por gente
Actualidade
estratégico para o sector do gás
da comunicação social, de apoio
a crianças desfavorecidas
12
46
Actualidade
DESPORTO
ACORDOS
Francisco de Lemos José Maria
prepara o futuro da empresa com
acordos na Coreia do Sul e China
Propriedade
Sonangol, E.P.
Sede
Rua Rainha Ginga, 29/31
Caixa Postal 1316 Luanda
Tel.: 226 643 342 / 226 643 343
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www.sonangol.co.ao
Conselho de Administração
Presidente
Francisco de Lemos José Maria
Administradores Executivos
Anabela Soares de Brito Fonseca, Ana
Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa,
Fernando Joaquim Roberto, Fernandes
Gaspar Bernardo Mateus, Mateus
Sebastião Francisco Neto, Paulino
Fernando Carvalho Jerónimo
O PETRO E O SEU ANDEBOL
Uma conversa com Elisa Webba
sobre a modalidade
Administradores Não Executivos
Supervisão
Albina Assis Africano, José Gime,
Nadiejda Santos, Hélder Sirgado,
André Lelo e José Paiva.
Paula Almeida, Kimesso Kissoka
Gabinete de Comunicação
Fotografia
e Imagem
José Ribeiro Quarenta,
[email protected]
Henrique Lima Artur
Director
Distribuição
Mateus Cristóvão Benza
Carvalho Neto, Diogo Lino
Impressão
Damer Gráficas, S. A.
Tiragem 5.000 exemplares
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Apoio Editorial
e Produção
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dEzEMBRO 2014 | 3
Editorial
Candando
A
tingimos o fim do ano. A agradável mas meteórica letargia que este
momento oferece, sorrateiramente corrompe os ambientes laborais
e já se consegue tocar a sensação de descanso, para muitos, o mais
precioso presente que o pai Natal traz. Crianças em casa, Luanda
sem ou com pouco trânsito, toda a gente a parecer mais complacente,
nas mãos ou nos bancos dos carros os presentes, a quererem mostrar-se, acenam as tradicionais fitas embelezadoras; as montras, onde tudo
magicamente se sobrevalorizou, piscam os olhos àqueles que parecem ainda ter
os bolsos recheados.
Quando as nossas atenções já quase apenas se concentravam nestas e outras
situações que constituem o conjunto de rituais que marcam este momento, eis
que alguns eventos vêm sobrepor-se à típica aura festiva que o instante oferece.
A baixa do preço do petróleo no mercado internacional, com parangonas, toma
de assalto os títulos dos noticiários. No horizonte desenha-se a dúvida e para
muitos o inevitável receio. Os especialistas, nesta altura esquecem-se um pouco
do “economês” e em linguagem bem terra-a-terra, vêm embalar as esperanças
mais positivas, com dizeres assertivos que garantem que a referida baixa não irá
afectar o orçamento geral do estado e, como tal, não deverá refrear os grandes
projectos gizados nem estacar o desenvolvimento que tanto tem insuflado o
nosso ego.
Teremos boas saídas e boas entradas? Ou iremos sucumbir ao desencanto das
projecções desagradáveis e dar um candando boelo e pensativo? Nunca. Não
está no nosso gene. Somos angolanos e por natureza damos a cada momento
o seu espaço e a sua importância. E este é um momento de família e de festa.
Depois, logo se vê. Afinal sabemos bem o que é a esperança.
Então, toca a largar os braços e… CANDANDO.
Mateus Cristóvão
4 | Sonangol Notícias
Actualidade
MENSAGEM DE ANO NOVO
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
No encerramento do ano de 2014, José Eduardo dos Santos deixa uma
importante mensagem aos angolanos, da qual fazemos alguns destaques
“No ano que está prestes a terminar, o povo
angolano continuou a demonstrar a sua
força, a sua determinação e a sua confiança
na construção de um futuro de paz, concórdia
e progresso social.”
“Os diferendos e contradições devem ser
resolvidos por via do diálogo e da discussão,
no respeito da lei. É indispensável que todos
sem excepção respeitem a Constituição
da República e que as forças políticas,
em particular, não violem o princípio
constitucional segundo o qual o acesso ao
poder político se faz através de eleições
periódicas, cujos resultados, desde que
confirmados pelo Tribunal Constitucional,
devem ser aceites sem contestação.”
“Espero também que a Assembleia Nacional
mantenha na sua agenda de trabalho o
processo de auscultação e discussão de
todos os assuntos relativos à preparação
das condições para a realização das eleições
autárquicas.”
das despesas do Estado e a disciplina
e parcimónia na gestão orçamental
e financeira, para que se mantenha a
estabilidade.”
“As políticas públicas do país nos diversos
domínios foram concebidas para dar
respostas claras às necessidades destas
franjas da população. Em suma, essas
políticas vão contribuir para se combater a
pobreza e para se reduzir as desigualdades
sociais.”
“A política de combate à pobreza,
no entanto, não será alterada.“
“O ano de 2015 será difícil no plano
económico por causa da queda significativa
do preço do petróleo bruto. Algumas
despesas públicas serão reduzidas, como
por exemplo os subsídios aos preços dos
combustíveis. Há projectos que serão
adiados e vão ser reforçados o controlo
“Valores e princípios como o tratamento
honroso dos mais-velhos, a protecção
natural da criança e dos portadores de
deficiência, a assistência social, o espírito
de solidariedade e entreajuda, a convivência
harmoniosa entre vizinhos, o respeito e
preservação dos bens comuns, o amor à
terra e às suas gentes que tantos dos nossos
poetas e escritores enalteceram.”
“Desejo a todos Festas Felizes e muitos
êxitos em 2015!”
DEZEMBRO 2014 | 5
ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA
VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
APELA AO ESPÍRITO DE UNIDADE
O Vice-Presidente da República, Manuel Domingos Vicente, proferiu
um importante discurso no Huambo, por ocasião do 39.º aniversário
da independência de Angola. Apresentamos abaixo algumas
das suas relevantes afirmações
“Em 39 anos de existência como nação,
já podemos extrair uma grande lição da nossa
história: nada se consegue sem trabalho, sacrifício, determinação e perseverança; só conseguimos alcançar os grandes objectivos nacionais
se nos mantivermos unidos. A unidade nacional,
a integridade territorial e a preservação da soberania são a principal condição para podermos
consolidar a paz, promover o desenvolvimento
e o bem-estar, erradicando a fome, a pobreza
e a doença.”
“O titular do Poder Executivo, Sua Excelência o
Presidente José Eduardo dos Santos, submeteu
já à Assembleia Nacional o Orçamento Geral do
Estado para 2015, que contém a estimativa de todas as receitas a arrecadar pelo Estado angolano
e os limites das despesas para todos os serviços
centrais, institutos públicos, órgãos locais, fundos
autónomos e segurança social.”
“Apesar de alguns constrangimentos resultantes
da queda do preço do petróleo no mercado internacional, o OGE 2015 prevê a afectação de recursos significativos para os sectores sociais, tais
como a saúde, a educação e a assistência social.
Para dar um exemplo, o Governo tem a intenção
de adoptar um plano de contingência que prevê
a construção de mais de 60 mil salas de aula e
a formação de mais de 126 mil professores para
integrar a totalidade do número de alunos que
ainda se encontram fora do sistema escolar.
Infelizmente, não vamos poder imprimir a velocidade que pretendíamos na execução de todos os
projectos de natureza económica, social e cultural, em virtude da actual situação económica e
financeira difícil, que é causada pelo abaixamento
do preço do petróleo.”
“Agora só estamos preocupados com a produção,
o trabalho, o salário, a escola, a saúde, a assistência médica, a habitação e o bem-estar dos nossos
filhos e da nossa família”.
6 | Sonangol Notícias
Actualidade
COMÉRCIO DE DIAMANTES
ANGOLA PRESIDE AO PROCESSO de KIMBERLeY
País vai trabalhar na promoção dos direitos humanos e no fortalecimento da indústra diamantífera
Angola assumiu a presidência do Processo de
Kimberly, mecanismo internacional de combate
à exploração e comércio ilegal de diamantes. A
nomeação do país aconteceu na reunião realizada
em Guanghzou, China, em Novembro de 2014.
Durante o mandato, Angola vai trabalhar
na promoção dos direitos humanos, na
reintegração da República Centro-Africana e
Venezuela, e no fortalecimento da indústria
diamantífera de modo a garanti-la às
gerações vindouras.
Angola está entre os cinco maiores produtores
de diamantes do mundo em valor e entre os
dez maiores em quantidade produzida. Dados
estatísticos apontam para uma produção em
torno de 8,3 milhões de quilates com uma
receita bruta de 1,2 mil milhões de dólares.
O país, que ocupava a vice-presidência
da organização, passa a ter uma terceira
frente de batalha na arena internacional.
“Estaremos, no próximo ano (2015), com três
frentes da diplomacia; temos o Conselho de
Segurança, os Grandes Lagos e o Processo
de Kimberley. Tudo isso porque a comunidade
internacional confia em Angola”, disse Paulo
N’vika, coordenador nacional do Processo de
Kimberley. Neste desafio, Angola conta com
o apoio do Centro Mundial de Diamantes de
Antuérpia.
O QUE É O PROCESSO DE KIMBERLEY
O Kimberley Process Certification Scheme (Processo de Kimberley) visa certificar a
origem de diamantes para evitar a compra de pedras originárias de áreas de conflito.
Foi criado em 2003 com o objectivo de impedir o fornecimento ilegal de armas a países
africanos em estado de guerra civil. Em 2000, diversos estados aceitaram o Processo
de Kimberley, comprometendo-se a adquirir apenas diamantes brutos certificados, com
procedência confirmada por certificado oficial, e a recusar importações vindas de áreas
de conflito. Trata-se de uma importante tentativa de romper o vínculo entre o estímulo às
guerras civis e a comercialização de recursos naturais valiosos.
dEzEMBRO 2014 | 7
Albina Assis Africano ELEITA PRESIDENTE
DO COMITÉ DIRECTOR DA EXPO2015
A engenheira Albina Assis Africano foi eleita,
por aclamação, presidente do Comité Director
dos Comissários-Gerais dos Países Expositores
na Expo2015, a realizar-se de 1 de Maio a 30 de
Outubro de 2015, em Milão (Itália).
Albina Assis, que é comissária-geral de
Angola na Expo, no âmbito da Comissão
Interministerial do Executivo angolano, será
responsável por dirimir todos os casos que os
países levantarem.
Estiveram presentes no evento representantes
de África, Ásia, América e Europa. A Expo2015
tem como lema “Alimentação e Nutrição
do Planeta, Energia para a Vida”. Tradição,
criatividade e inovação são as palavras-chave
através das quais mais de 150 países vão
fazer uma leitura do passado e presente da
alimentação, com o objectivo de traçar cenários
sobre o futuro da nutrição. Angola é um dos
cerca de 150 países expositores e a construção
do seu pavilhão está já muito avançada.
PERFIL
Carreira: Professora, 1968-75; Directora, Laboratório
Nacional de Análises Químicas, 1975-83; Engenheira
Química na Fina-Angola, Luanda, 1983-85; Subdirectora da refinaria da FINA, Luanda, 1985-91;
Presidente do Conselho de Administração da
Sonangol, Agosto 1991-Dezembro 1992; Ministra dos
Petróleos, Dezembro 1992-1999; Ministra da Indústria,
1999-2000; Conselheira especial do Presidente para
os Assuntos Regionais, 2005 até à data.
APROVADO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO PARA 2015
A Assembleia Nacional aprovou na generalidade o Orçamento Geral do Estado
para 2015 que prevê um défice de 7,6% do Produto Interno Bruto
O documento, que aponta para um crescimento
da economia de 9,7%, foi aprovado com 152 votos
a favor, cinco votos contra e 26 abstenções. Numa
mensagem enviada à Assembleia Nacional, o
Presidente José Eduardo dos Santos disse que
o OGE para 2015 tem em conta a queda do preço
do barril do petróleo, assumindo “um contexto
difícil”. “As perspectivas de crescimento real
da economia angolana em 2014 indicam que
o desempenho da produção nacional deverá
reflectir os efeitos de uma queda importante
da produção do petróleo e de um moderado
crescimento da produção do sector não
petrolífero”, referiu o Ministro de Estado da Casa
Civil da Presidência da República, Edeltrudes
Costa, em representação do Chefe de Estado.
8 | Sonangol Notícias
Actualidade
CLÍNICA GIRASSOL
REALIZA O 2.º CONGRESSO À LUZ DA TECNOLOGIA
E HUMANIZAÇÃO
“Os equipamentos sofisticados não devem fazer com que percamos de vista
a necessidade de privilegiarmos a humanização no dia-a-dia da nossa relação
com os doentes”
Com estas palavras, o Dr. Vasco Sabino da
Silva resumiu o espírito que norteou o 2.º
Congresso da Clínica Girassol, realizado de 21
a 24 de Outubro, no Centro de Convenções de
Talatona, sob o lema “Cuidados de Saúde Rumo
à Excelência – Tecnologia e Humanização”.
O congresso foi considerado um grande sucesso
pelo elevado número de participantes, 2045 no
total, de várias especialidades e de quase todas
as províncias do país. Estiveram presentes
participantes estrangeiros, que tiveram acesso
à informação sobre o evento através dos media
e da internet e fizeram a inscrição por iniciativa
própria, frisou o médico angolano e director
executivo do congresso.
“A Guiné Equatorial pediu-nos para assistir ao
congresso a fim de que este possa servir de
base de aprendizagem para eles projectarem
a realização de eventos desta natureza no seu
país”, disse o médico.
O 2.º Congresso da Clínica Girassol, “inovou
no sentido em que promoveu sessões em
que os participantes podiam interagir com os
prelectores”, referiu. “Todos os participantes
puderam, em cada sessão, dar a sua opinião
e participar nos diagnósticos e propostas
terapêuticas, com o apoio das novas
tecnologias”, acrescentou.
Vasco Sabino da Silva adiantou que o próximo
congresso, em 2016, tem de ser ainda mais
inovativo “porque agora habituámos a nossa
classe a lidar com um patamar muito elevado”.
Para o médico, uma das grandes contibruições
do congresso de 2014 para o sector da saúde
em Angola foi a promoção de novas formas e
metodologias de abordar este tipo de eventos.
“O grande avanço do Congresso da Clínica
Girassol, em 2014, passou por trazer o
conhecimento sobre a evolução das tecnologias
da saúde e a sua aplicabilidade, no sentido de
facilitar o diagnóstico”, disse. “O desafio, em
todo o mundo é conseguir gerar bons hospitais”,
afirmou o responsável, que definiu como bom
hospital aquele “que consegue diagnosticar
rápido para tratar bem”.
dEzEMBRO 2014 | 9
SONANGOL E COMPANHIA ITALIANA ENI
ASSINAM ACORDO DE COOPERAÇÃO
Francisco de Lemos José Maria, PCA da Sonangol E.P.
O presidente do Conselho de Administração
da Sonangol E.P., Francisco de Lemos
José Maria, e o director executivo (CEO) da
companhia petrolífera italiana ENI, Cláudio
Descalzi, assinaram, em Roma, um acordo
estratégico de cooperação em projectos no
sector do gás.
O acordo consagra a criação de uma equipa
conjunta entre a Sonangol e a ENI destinada
a avaliar o potencial do gás não associado
existente na bacia sedimentar do Baixo
Congo, uma área da costa angolana muito
promissora em termos de produção de
hidrocarbonetos. O estudo dá prioridade
ao mercado interno, no qual o gás passa a
ter um papel crucial para a sustentação e
desenvolvimento económico.
10 | Sonangol Notícias
Cláudio Descalzi, CEO da ENI
A equipa conjunta Sonangol-ENI vai
também partilhar conhecimentos relativos
ao desenvolvimento de recursos de gás,
com base na experiência da companhia
italiana em diferentes pontos do mundo.
As empresas comprometeram-se ainda
a efectuar projectos de desenvolvimento
de negócios em outras áreas (intermédia
e terciária) da cadeia de exploração do
petróleo em Angola. Na sua deslocação,
o PCA da Sonangol esteve acompanhado
de vários gestores da empresa estatal
angolana, entre os quais os administradores
Paulino Jerónimo e Ana Joaquina da Costa,
o presidente da Comissão Executiva da
Sonagás, Rúben Costa, e de directores de
distintas áreas.
ENI
A ENI (Ente Nazionale Idrocarburi,
S.p.A.) é uma grande empresa italiana
detida em mais de 30% pelo estado
italiano. Está presente em 85 países e
tem 76.000 colaboradores.
Actualidade
PRODUTOS NGOL
25 ANOS A LUBRIFICAR ANGOLA
Os lubrificantes Ngol completaram 25 anos de existência. Fabricados pela EMUL, uma das unidades
da Sonangol Distribuidora, localizada na zona da Mulemba, os produtos desta marca atingiram
os mais altos padrões de qualidade
Os festejos do 25.º aniversário dos lubrificantes
Ngol, assinalado a 9 de Novembro, incluíram
uma visita guiada às instalações da fábrica,
momentos culturais e recreativos e a leitura
de uma mensagem da directora da Estação da
Mulemba de Lubrificantes (EMUL), Madalena
Mendes, dirigida a todos os trabalhadores
daquela unidade.
Participaram nos festejos membros da
Comissão Executiva e gestores da Sonangol
Distribuidora, clientes da EMUL e convidados.
Madalena Mendes falou da evolução técnica das
diversas etapas da fábrica. Referiu--se também
à instalação e entrada em funcionamento, no
início de 2015, de mais três linhas automatizadas
de enchimento de embalagens de um, quatro e
de 200 litros.
Com as novas linhas de enchimento, a produção
de lubrificantes sobe de 20 mil toneladas/ano
para 40 mil. Os produtos Sonangol destinam-se
aos ramos automóvel (que absorve cerca
de 80% da produção), marítimo, industrial
e agrícola, e exercem forte concorrência no
mercado nacional aos produtos de outras
marcas.
DezEMBRO 2014 | 11
PCA PREPARA FUTURO NO ORIENTE
A encerrar o ano de 2014, o PCA da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria,
efectuou um périplo pelo longínquo Oriente para estabelecer bases sólidas para o futuro da empresa
COREIA DO SUL
FROTA DA SONANGOL TEM MAIS DOIS PETROLEIROS
Estatal angolana assinou acordo com empresa sul-coreana para a construção dos navios
O presidente do Conselho e Administração da Sonangol, Francisco
de Lemos José Maria, e o homólogo
da construtora naval sul-coreana
DSME, Ko Jae-Ho, assinaram a 11
de Dezembro, em Seoul, um acordo para a construção de dois navios
petroleiros.
Os navios Suezmax designação específica do género de petroleiros
encomendados têm capacidade
para 156.290 toneladas métricas
cada um, 274 metros de comprimento, 48 de largura e 23,7 metros de altura e um custo de cerca
de 140 milhões de dólares norte-americanos. A entrega está marcada para 2017.
Todo o processo de fabrico é acompanhado e classificado pela em12 | Sonangol Notícias
presa norueguesa DNV-GL, conceituada sociedade classificadora
internacional, que deve garantir a
obediência das embarcações aos
parâmetros convencionais.
A assinatura do acordo aconteceu
na presença de distintos gestores
da petrolífera estatal angolana.
A Coreia do Sul é a líder mundial
na engenharia de construção naval
e a Sonangol tem em construção
dois navios-sonda de perfuração
naqueles estaleiros. A entrega
destes está prevista para o período
entre o quarto trimestre de 2015 e o
segundo trimestre de 2016. As duas
unidades destinam-se ao fomento
das campanhas de exploração
petrolífera em águas profundas,
ultra profundas e no pré-sal.
Actualidade
BANCO CHINÊS CONcEdE CRÉDITO
À SONANGOL
Dois mil milhões de dólares destinam-se a projectos de expansão
nos segmentos do petróleo e gás
A Sonangol beneficiou de um crédito de
dois mil milhões de dólares do Banco de
Desenvolvimento da China (BDC) destinado a
suportar projectos de expansão da Sonangol
nos segmentos do petróleo e gás.
O acordo foi assinado a 12 de Dezembro, em
Pequim, pelo presidente do Conselho de
Administração da Sonangol, Francisco de
Lemos José Maria, e o presidente do BDC,
Zheng Zhijie.
O BDC é a maior instituição financeira da China,
em termos de cooperação com o exterior, em
particular no que diz respeito à concessão de
créditos. Zheng Zhijie considera o contrato
assinado como um novo passo nas relações
com a petrolífera angolana e augurou êxitos
na cooperação bilateral.
O presidente do CDB mostrou-se “radiante
com a parceria que o acordo consolida”,
realçou a importância dos créditos que a
sua instituição tem concedido à economia
angolana desde 2008 e enfatizou o facto de
Angola ser o segundo maior fornecedor de
produtos petrolíferos à China.
Francisco de Lemos José Maria referiu-se à
importância dos financiamentos do CDB para
a Sonangol, que têm permitido a realização
de grandes projectos de exploração de
petróleo bruto, refinação e logística. O PCA
da Sonangol sublinhou ainda que o recurso
aos tais empréstimos serviu de suporte
à petrolífera para a efectivação de alguns
projectos governamentais, como a construção
de habitações sociais.
O acordo tem a prevalência de 10 anos,
mas abre fortes perspectivas para outros
financiamentos de longo prazo, atendendo
às apostas futuras da empresa que, em 2015,
inicia a construção da Refinaria do Lobito e
que, em 2014, deu início a vários projectos de
exploração de gás natural.
DezEMBRO 2014 | 13
G20 INVESTE EM INFRA-ESTRUTURAS
E NO COMBATE À EVASÃO FISCAL
Os líderes das 20 maiores economias do mundo aprovaram em Brisbane,
Austrália, um plano de acção para aumentar o PIB do grupo
em dois mil milhões de dólares até final de 2018
A cimeira de chefes de Estado e de Governo
do G20 fixou como meta até final de 2018 a
execução de um plano de acção para acelerar a retoma económica que está a ser “lenta” e muito “modesta no Japão e na zona
euro”. Infra-estruturas, combate à evasão
fiscal e à corrupção e reforma do FMI estiveram entre os temas em foco. Uma iniciativa global de investimento público e
privado em infra-estruturas, o combate
conjugado à evasão fiscal e à corrupção
e a execução de reformas estruturais, entre as medidas principais, vão permitir uma
subida de 2,1 pontos percentuais no PIB do
G20 e de mais 0,5 pontos percentuais nos não
membros do grupo, segundo os estudos realizados pelo Fundo Monetário Internacional e
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico para esta cimeira.
Nota: BRICS é um acrónimo que se refere
aos países membros, Brasil, Rússia, Índia e China, aos quais se juntou a África
do Sul, que corresponde à letra S.
A Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa procura aumentar a cooperação com estados latino-americanos
O encontro foi promovido pelo Instituto
para a Promoção e Desenvolvimento da
América Latina – IPDAL, instituição privada portuguesa –, e a Sofid, instituição
de crédito que reúne na sua estrutura
o Estado e os quatro principais bancos
portugueses.
Os embaixadores da CPLP reuniram-se
recentemente em Lisboa para encontrar
formas de incrementar a cooperação
com os países da América Latina.
A relação entre os países da América
Latina e os estados membros da CPLP
ainda é “insípida”, como lembrou o
embaixador do mais recente membro da
CPLP E AMÉRICA LATINA
MAIS PRÓXIMaS
14 | Sonangol Notícias
comunidade lusófona, a Guiné Equatorial. Para a maior parte da América
Latina, as relações comerciais com os
países da Comunidade de Língua Portuguesa resumem-se ao Brasil.
Na reunião, ficou a saber-se que o
Uruguai, Argentina e Peru vão solicitar
o estatuto de observador associado da
CPLP. As Ilhas Maurícias, Senegal,
Japão e Namíbia obtiveram essa
categoria recentemente.
CAMPANHA “NATAL SEM FOME 2014”
SONANGOL SOLIDÁRIA
COM PESSOAS CARENTES
O Programa de Solidariedade e Voluntariado – Projecto “Mais do que Um
Gesto”, que a Sonangol leva a cabo todos os anos, através da sua Direcção
de Serviços Sociais (DSS), continua a encher de alegria os corações
de pessoas vulneráveis das mais diversas regiões do País
A
campanha “Natal Sem Fome
2014” envolveu trabalhadores
da Sonangol E.P. e das suas
subsidiárias. Realizada durante
os meses de Novembro e Dezembro, a
iniciativa teve como objectivo a recolha de
bens alimentares e brinquedos. Cada trabalhador solidário com a causa doou o que
pôde, com as entregas a serem feitas na
área social da empresa em que funciona
ou na DSS, no Sonangol Centro Médico. A
campanha incluiu acções de sensibilização
em várias empresas do Grupo Sonangol,
realizadas por colaboradores da DSS em
parceria com o grupo humorístico “Os
Tuneza”, que esteve presente em actos
realizados no edifício-sede, nas sedes da
Sonangol Logística e Sonangol Distribuidora, e no Sonangol Centro Médico, com
o melhor espírito natalício. Na Sonangol
Distribuidora, a acção teve a presença de
Filomena Rosa, presidente da Comissão
Executiva da empresa.
16 | Sonangol Notícias
Natal
NATAL DAS CRIANÇAS
D
ata consagrada, sobretudo, às
crianças, o Natal mantém a sua
faceta de encanto, sonho e fantasia.
Foi nesse espírito que a Direcção
de Serviços Sociais da Sonangol dedicou especial atenção aos filhos dos trabalhadores
com idades entre os 7 e os 12 anos.
A Festa de Natal da família Sonangol, que
antecipou em vinte dias a que se realiza por
tradição a 25 de Dezembro, realizou-se nas
instalações do Centro Cultural Paz Flor.
Participaram os administradores da
Sonangol, E.P. Fernando Roberto e Ana
Joaquina da Costa, a directora da DSS,
Arlete Borges, e o director-geral do CCPF,
Pedro Gomes, que puderam constatar o
são ambiente de festa criado em favor das
crianças.
Além das brincadeiras habituais, como o
pula-pula e a distribuição de algodão doce,
picolé e de um “kit lanche”, as crianças
assistiram a um espectáculo do Circo
África, com a exibição de acrobatas, malabaristas e equilibristas que, com a respectiva banda, proporcionaram animados
momentos de música e dança.
Um dia inesquecível
para as crianças,
que já ficaram
a pensar no próximo
Natal “à Sonangol”
Os elementos do Circo África organizaram
dois workshops nos quais ensinaram as
crianças a fazer brigadeiros, mini pizas e
a construir palhaços com plasticina, antes
de passarem a actividades desportivas,
nas modalidades de futevólei, basquetebol,
voleibol, badminton e ténis.
Foi um dia inesquecível para as crianças,
que já ficaram a pensar no próximo natal
“à Sonangol”.
DezEMBRO 2014 | 17
SONANGOL OFERECE NOVOS MEIOS
TÉCNICOS AO SERVIÇO NACIONAL
DE PROTECÇÃO CIVIL E BOMBEIROS
No quadro das comemorações do Dia Nacional dos Bombeiros,
assinalado a 30 de Novembro, o Presidente do Conselho de Administração
da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, procedeu, em Luanda,
à oferta de meios técnicos de extinção de incêndios e de salvamento
em altura, ao Serviço de Protecção Civil e Bombeiros de Angola
F
rancisco de Lemos José Maria fez a
entrega de quatro viaturas com capacidade para realizar operações de extinção de incêndios e de salvamento em edifícios com mais de 30 andares.
O Secretário de Estado do Interior, Eugénio Laborinho, e o comandante nacional
do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros,
António Vicente Gimbe, agradeceram a generosa oferta e apelaram a todas as
empresas para que sigam o exemplo da
18 | Sonangol Notícias
Sonangol.
Pela mesma efeméride, o PCA da Sonangol
participou na cerimónia de patenteamento,
promoção e graduação de oficiais do
Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, que
decorreu no quartel principal da instituição,
em companhia dos administradores
Anabela Fonseca, Ana Joaquina, Fernandes
Mateus, Paulino Jerónimo e Mateus Neto,
assim como directores e técnicos
da Sonangol E.P.
Oferta
DezEMBRO 2014 | 19
2015 – ESPERANÇAS E INCERTEZAS
A chegada de cada novo ano representa sempre o desejo de renovação.
É como se uma nova estrada se abrisse para ser percorrida, realizando
novos planos, ao mesmo tempo que se concluem alguns que ficaram
por cumprir. Mas as incertezas são muitas e o mundo está complicado.
Não há previsões com validade duradoura
Texto: Helder de Sousa
Fotos: Divulgação
P
ara a indústria petrolífera, 2015
surge como mais um ano de
grandes desafios. Os preços estão a
baixar, analistas dizem que a queda
foi motivada sobretudo pela abundância da
oferta. O ano de 2014 fica marcado como
aquele em que o preço do barril desceu
muito abaixo da barreira simbólica dos 80
dólares.
E pensar que, em meados de Junho, atingiu
os 115,71 dólares. A referência europeia do
petróleo (Brent) perdeu mais de 30% devido
a factores como abundância da oferta,
moderada procura e a força do dólar.
A recente reunião da OPEP – Organização
dos Países Exportadores de Petróleo – em
Viena, Áustria, no mês de Novembro, era
esperada como plataforma para entendimentos entre os países membros, mas
acabou por agravar as divisões
20 | Sonangol Notícias
no seio da organização. Os países do Golfo
Pérsico terão impedido um eventual corte
da quota de produção, disseram alguns
observadores.
A unanimidade seria a condição necessária
para que os 12 membros da OPEP anunciassem um corte da produção média diária.
No entanto, não houve acordo. Dois terços
dos países da OPEP pretendiam o corte da
produção de petróleo, mas, Angola, Iraque,
Irão, Venezuela, Nigéria, Argélia, Líbia e
Equador acumulam menos de metade
da produção da OPEP.
Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes
Unidos e Qatar mantiveram a posição
defendida antes da cimeira, isto é, pretendiam que a quota de produção diária se
mantivesse nos 30 milhões de barris. Estes
países têm uma quota conjunta de 53,14%,
de acordo com os dados da OPEP. Esta
posição permitiu concretizar a manutenção
da quota de produção, com consequências para o preço do crude nos mercados
internacionais.
A tendência de descida do preço do
petróleo nos mercados internacionais é
desfavorável a vários países produtores,
como Angola. O Ministério das Finanças
angolano anunciou, a 1 de Dezembro de
2014, que vai entrar num “exercício de austeridade” provocado pela descida
do preço do petróleo.
PREVISÕES
A Agência Internacional de Energia - AIE mantém, sem mudanças, as previsões da
procura de petróleo, assim como a tendência de queda do preço em consequência do
aumento da produção.
Em 2015, o consumo, segundo a agência,
Previsões 2015
vai aumentar em 1,1 milhões de barris por
dia (mbd) para chegar aos a 93,6 mbd.
Prevê-se que a procura aumente de forma
um pouco mais significativa, mas não o
suficiente para contrabalançar a pressão da
queda nos preços.
A AIE informa que as previsões de oferta e
procura mostram que, se não houver uma
ruptura de fornecimento, a pressão de
queda sobre os preços pode aumentar no
primeiro semestre de 2015.
Por seu lado, a OPEP é peremptória: “A
procura de petróleo mantém a tendência
para se contrair na maioria dos países, que
se estão a esforçar para reduzir as respectivas dívidas públicas”.
Ao manter as previsões de consumo de
petróleo para 2015, a OPEP alegou, em
Viena, Áustria, que a melhoria da economia
dos Estados Unidos compensa a estagnação da União Europeia e do Japão.
Assim, enquanto os Estados Unidos devem
consumir, em 2015, mais 130 mil barris
por dia - mais 0,65% -, os países mais
industrializados da Europa vão manter
a tendência de redução do consumo,
prevendo a OPEP que caia 0,52%.
Em sentido contrário, a América Latina
continua a crescer e, em 2015, deve consumir mais 3,35% do que no ano em curso.
Sobre a China, a OPEP constata uma desaceleração da economia devido à redução
do ritmo económico e à aplicação de medidas para limitar o consumo de fuel para o
transporte.
A organização estima que os Estados Unidos devem consolidar-se em 2015 como o
maior extractor de petróleo do mundo, com
13,50 milhões de barris por dia, mais 7% do
que neste ano.
Os 12 países membros da OPEP devem
manter um terço do fornecimento mundial
de petróleo, com uma capacidade para
colocar no mercado 29,2 milhões de barris
por dia, menos 300 mil do que em 2014.
Como dizia o Jornal de Angola, “a estabilidade confusa no mundo desenvolvido pode
sê-lo ainda mais se o jogo não tiver regras.
Aguentar esta guerra vai implicar sacrifícios de todos os lados a menos que impere
o bom senso de fazer contas e encontrar
um break even que satisfaça toda a gente. A
guerra não é pela obtenção de um preço mas
a manutenção de quotas de mercado”.
Fontes: Jornal de Angola, Bloomberg, Financial Times, The
Economist
IMPACTO GEO-POLÍTICO
Segundo Martin Feldstein, professor de
Economia na Universidade de Harvard,
“o actual preço do petróleo está também
ligado às esperadas taxas de juro futuras.
Mais especificamente, os produtores
têm uma opção de investimento: podem
aumentar a produção agora, ao venderem
petróleo adicional ao preço actual e investindo os rendimentos às taxas de longo
prazo actuais, ou podem deixar o petróleo
no subsolo enquanto investimento.
Uma baixa taxa de juro encoraja os
produtores a deixar o petróleo no subsolo.
Quando as anormais baixas taxas de juro
nas obrigações de longo prazo subirem
ao longo dos próximos anos, será mais
vantajoso para os produtores aumentar a
oferta de petróleo e investir os rendimentos resultantes às taxas de juro mais elevadas”. Para o professor, se nada mudar,
o aumento das taxas de juro vai levar os
preços do petróleo a caírem ainda mais.
“Os maiores derrotados com a queda
dos preços do petróleo incluem muitos
países que não são amigos dos EUA,
nem dos seus aliados, tais como a
Venezuela, Irão e Rússia. Estes países
são muito dependentes das receitas do
petróleo para suportar a despesa governamental
– sobretudo os maciços programas de
subsídios. Mesmo a 75 ou 80 dólares por
barril, estes governos terão uma difícil
tarefa em financiar os programas populistas de que necessitam para manter o
apoio da população.”
E acrescenta: “A continuação da queda
dos preços do petróleo terá importantes
repercussões geopolíticas. Um preço
de 60 dólares por barril criaria problemas graves, particularmente à Rússia.
O presidente Vladimir Putin não seria
capaz de manter os seus programas de
subsídios que, actualmente, sustentam
o seu apoio popular. Haveria consequências similares no Irão e na Venezuela”.
A LEI DA SOBREVIVÊNCIA
O Financial Times apresentou um estudo
curioso sobre as necessidades dos países
manterem as suas finanças públicas
equilibradas em relação ao preço do barril de petróleo.
Assim, para a Venezuela manter as
finanças públicas equilibradas e não
incorrer em bancarrota, o preço do
petróleo deve ser 160 dólares o barril.
Para o Irão, seria de 130 dólares. Para
a Rússia, 110 dólares. Isto significa que,
a manter-se o preço de 80 dólares,
o futuro destes três países não será
brilhante, se, como alguns analistas já
vão adiantando, o preço do barril descer
para os 60 dólares e, até, para os 40.
DezEMBRO 2014 | 21
2014 – UM BOM ANO SONANGOL
Se as previsões para 2015 vêm carregadas de cautelas e de um certo
“esperar para ver”, a verdade é que uma empresa como a Sonangol
projecta o futuro com base em indicadores fidedignos, aproveitando
os juros das boas práticas no ano que termina
N
a Sonangol, o ano de 2014 fica
marcado por grandes realizações.
Nas comemorações do 38.º aniversário da empresa, assinalado a
25 de Fevereiro, o Presidente do Conselho
de Administração, Francisco de Lemos José
Maria, deu uma conferência de imprensa em
que fez uma incursão ao passado e projectou
as acções futuras.
Foi um ano de sucessos e de afirmação,
tanto no contexto interno como externo, em
que a Sonangol se mostrou aos olhos de
todos como uma empresa moderna e bem
inserida no mercado internacional.
Nestas páginas recordamos alguns dos
momentos mais marcantes do ano para
a Sonangol, através de imagens especialmente seleccionadas para o efeito.
Périplo às Centralidades
>
>
A SONIP – Sonangol Imobiliária e
Propriedades levou, em Março, um grupo
de conceituados jornalistas nacionais e
estrangeiros a conhecerem a realidade
das numerosas centralidades no país,
que serão a habitação futura de 210 mil
pessoas. Foi uma das primeiras acções
de impacto mediático.
Objectivo dois
milhões
Nos festejos do 38.º aniversário, a
Sonangol reafirmou o objectivo de atingir
os dois milhões e barris por dia a partir
de 2015 e tornar-se o maior produtor de
petróleo de África dentro de cinco anos.
22 | Sonangol Notícias
Pela primeira vez, o fascinante mundo da
Sonangol foi apresentado durante uma
exposição de três dias na Marginal de Luanda.
Foi um presente que a empresa deu ao público
interessado em conhecer mehor
a petrolífera nacional.
PCA atento aos reformados
>
>
A Sonangol aos
olhos de todos
Num almoço de confraternização alusivo
aos 38 anos da Sonangol, o presidente
do Conselho de Administração, Francisco
de Lemos José Maria, homenageou os
colaboradores que chegaram à reforma
por limite de idade. Entregou certificados
de reconhecimento ao contributo prestado
à empresa. Os presentes no Centro
Cultural Paz Flor vibraram de alegria e
calor humano, ao som de músicos como
Lulas da Paixão, Flay, Cristo e Bangão.
Retrospectiva
21.° Congresso Mundial
dos Petróleos
>
A Sonangol aproveitou da melhor forma a oportunidade de
mostrar ao mundo do petróleo as suas potencialidades. Uma
competente delegação chefiada pelo Presidente do Conselho
de Administração, Francisco de Lemos José Maria, integrou
a representação de Angola ao 21.º Congresso Mundial dos
Petróleos, em Moscovo, capital da Rússia. Durante o certame,
foi anunciada ao mundo a licitação de mais 12 blocos
petrolíferos em 2015.
Distinções nacionais
>
>
>
“CHITA DE
OURO”
VEIO DA
HUÍLA
Sonangol premiada
na Expo Cabinda 2014
Nas terras do Mayombe, a empresa foi distinguida com o
prémio de Melhor Participação Petrolífera, na 2.ª edição da
Expo Cabinda, que decorreu no Pavilhão Multiusos do Tafe.
Um “Chita de Ouro”,
correspondente ao
melhor stand das
empresas do sector da
energia e petróleos,
foi mais um dos
prémios conquistados
pela Sonangol, na 22.ª
edição da Expo Huíla,
na cidade do Lubango.
O TERCEIRO TRIMESTRE FICOU MARCADO PELAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
Filda 2014
ESPAÇO FUTURISTA
COM TECNOLOGIA
DE PONTA
A Sociedade Nacional de Combustíveis de
Angola mostrou a sua dimensão e grandes
inovações tecnológicas na 31.ª edição
da FILDA 2014 e foi premiada
com um “Leão de Ouro”.
DezEMBRO 2014 | 23
SONANGOL
NA RIO OIL &
GAS 2014
>
>
A empresa esteve presente, como
expositora, na 17.ª edição da Feira e
Conferência de Petróleo e Gás (Rio Oil &
Gas), considerada o principal evento do
sector ao nível da América Latina, que
decorreu na cidade brasileira do Rio de
Janeiro.
N’GOMA PRONTO
PARA O SERVIÇO
A PAENAL – Porto Amboim Estaleiros
Navais, Lda. – mostrou ao mundo
dos petróleos a sua capacidade para
acompanhar os avanços tecnológicos na
indústria naval ao concluir com êxito os
trabalhos de integração de dois módulos
que capacitam o navio N’goma a trabalhar
em águas profundas.
>
Novos Navios-Sonda
Com as cerimónias do Corte de Aço
realizadas na Coreia do Sul, em Abril e
Junho, arrancou a construção dos navios-sonda Sonangol Libongo e Sonangol
Quenguela que serão entregues
em 2015 e 2016.
13.ª EDIÇÃO DO PRÉMIO>
SONANGOL DE LITERATURA
O concurso literário, que foi lançado
em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde,
destina-se a escritores dos cinco países
africanos de língua oficial portuguesa e
constitui um elevado contributo cultural
da Sonangol.
NOVA DESCOBERTA DE PETRÓLEO
Uma nova descoberta de petróleo em águas profundas de Angola, com reservas estimadas
em 300 milhões de barris, foi anunciada no decorrer do ano.
>
>
MSTELCOM inaugura loja
A Mercury Serviços de Telecomunicações
– MSTelcom – inaugurou uma nova loja na
Mutamba – Luanda, rua do 1.° Congresso,
frente à sede da Sonangol E.P. Serviços
de telefonia, transmissão de dados VPN
e de acesso à internet estão agora mais
perto dos consumidores.
24 | Sonangol Notícias
INSTITUTO NACIONAL DE PETRÓLEOS
O FUTURO ESTÁ NO SUMBE
Texto: Euclides Seia
Foto: Orlando Zumbi
O Instituto Nacional de Petróleos (INP) é a única instituição em Angola
vocacionada para a formação de quadros especializados para a indústria
petrolífera. Da pequena “vila” do município do Sumbe saem técnicos médios,
formados em cursos de três anos, e profissionais, em seis meses de estudos.
A instituição assegura já mais de dez por cento das necessidades
de mão-de-obra qualificada para o sector petrolífero do país
O
director do INP, Eng.º Domingos
Francisco, acompanhou a equipa
de reportagem da revista Sonangol
Notícias, facultando todas as informações
referentes àquela instituição especializada
na formação de técnicos para o sector dos
petróleos.
Domingos Francisco afirmou que, ao nível
da formação profissional, os cursos são
desenhados em função das necessidades
apresentadas pelas empresas interessadas,
após assinatura de um acordo para o efeito.
“A maior parte das empresas petrolíferas
que operam nas águas angolanas recorrem
aos nossos serviços”, disse o director de INP.
O responsável sublinhou o importante papel
do Estado angolano no desenvolvimento
da instituição. “O Executivo liderado pelo
Presidente da República, José Eduardo dos
Santos, investiu muito dinheiro após o fim da
guerra para tornar a escola numa instituição
de referência nacional e internacional e ser
possível dotar os jovens de conhecimentos
excelentes para trabalharem na indústria
petrolífera nacional, pois a eles pertence o
futuro.
Uma sociedade só evolui com pessoas formadas e foi nessa perspectiva que o Governo
construiu esta instituição”, disse.
O INP conta hoje com 90 professores nacionais e dez estrangeiros. Estes são contratados em função da carência no mercado
nacional de especialistas para leccionarem
determinadas disciplinas, como, por exemplo, soldadura.
A admissão de alunos é feita em função
de um exame de Língua Portuguesa e
26 | Sonangol Notícias
Matemática e de acordo com as vagas
existentes para cada ano lectivo. “Depois
de aprovados nos testes de admissão, os
alunos passam por uma orientação profissional que permite enquadrar os candidatos
nos cursos para os quais demonstrem maior
inclinação”, sublinhou o director.
DISCIPLINA RÍGIDA PARA UMA
FORMAÇÃO DE EXCELÊNCIA
Os formandos comparticipam com uma
propina anual de 400 mil kwanzas, para
alimentação, água, energia e outros serviços
inerentes à sua formação e alojamento.
Para os alunos indisciplinados ou irresponsáveis, não há tréguas. “Se partir um,
paga três, se sujar ou riscar uma parede,
é obrigado a pintar a sala toda e, se for
apanhado com produtos tóxicos, é entregue
à polícia e pode ser expulso”, esclarece o
responsável. Os alunos que se furtarem às
aulas, mesmo os que estão em regime de
internato, são questionados duas vezes e, se
for caso disso, são mandados de regresso a
casa. Os formandos estudam de manhã e à
tarde. Os que demonstrem dificuldades na
assimilação dos conteúdos são auxiliados
por professores em aulas extra.
Destaque
FUNdação do INP
Fundado em 1983, o instituto tem
sete cursos à disposição dos cerca de
mil alunos, para além de instrumentação petrolífera, minas, perfuração e
produção, processamento de gás, geologia petrolífera, refinação e mecânica
de instalação petrolífera, para acudir e
estabilizar as necessidades da indústria
petrolífera.
Dezembro 2014 | 27
ALUNOS E PROFESSORES
EM SINTONIA
Os estudantes consideram o instituto um
elemento crucial para a indústria petrolífera
no presente e no futuro. Ao fim de três anos
de formação, são orientados a defenderem
um tema para atingirem o grau de técnico
médio de petróleos.
Lídio dos Santos, finalista de mecânica
de instalação, diz que a escola “é uma
mais-valia para o sector dos petróleos do
país. Os professores que leccionam neste
instituto parece que foram seleccionados
à lupa, pois demonstram muita qualidade
e responsabilidade. Esta foi a melhor
formação que tive”.
A estudante de geologia e minas Anabela
Dias, de 17 anos, garante que “as condições de
alojamento e formação que o internato oferece
são das melhores”. Lembrou o lema “O futuro
da indústria petrolífera começa aqui”.
Para Rui Garcez, responsável do centro
tecnológico, “o centro está preparado
para responder às exigências da formação
técnica e profissional de futuros quadros
para o sector dos petróleos. As máquinas
que existem aqui têm grande qualidade e
constituem uma mais-valia para Angola”.
Ele apelou à direcção da Sonangol para
continuar a investir na formação dos
recursos humanos de modo a que a
empresa continue a produzir e transformar
com excelência.
O docente Jaime dos Santos, natural da
província do Uíge, lecciona na instituição
há 18 anos. Considera a modernização do
instituto um ganho da paz. O professor
garantiu que “quem vem ao Sumbe e não
dá uma olhadela ao instituto, não visitou a
cidade”.
Nas excelentes instalações de que dispõe,
o INP está dotado também de um moderno
centro de saúde, dirigido por João Ambrósio
Madaleno, que dispõe de quatro enfermeiros,
RX (raios X), um técnico de laboratório,
um técnico de fisioterapia, um técnico de
farmácia e uma médica. Além de alunos,
professores e funcionários, o centro atende
os moradores dos bairros vizinhos.
Joana André Armando, moradora do bairro
dos Petróleos, manifestou um profundo
agradecimento pelo apoio que recebe do
centro. “Obrigado ao Governo por construir
esta escola no km 13. A escola dá-nos
água, luz e assistência médica de graça”.
E acrescentou: “Parabéns a quem nomeou
este elenco atencioso e comunicativo
para dirigir o instituto”.
28 | Sonangol Notícias
DIRECTOR-GERAL DO INP
No âmbito do conceito de
responsabilidade social inerente a
todas as grandes instituições, o INP
partilha alguns bens e serviços com
a população dos bairros vizinhos.
Domingos Francisco não esconde
a sua satisfação: “As nossas portas
estão abertas às populações dos
bairros vizinhos, a quem fornecemos
água, luz consultas e medicamentos a
custo zero”.
Destaque
Neste momento,
15 moçambicanos
estudam na
escola, que
tem capacidade
para 200 alunos
do sexo feminino
Perfil de entrada
Ter completado a 9.ª classe, idade
compreendida entre os 15 e os 16 anos,
média não inferior a 14 valores nas
disciplinas nucleares.
Cursos Disponíveis
•
•
•
•
•
•
•
Perfuração e Produção
Mecânica de Instituições
Petrolíferas
Geologia de Petróleo
Minas
Instrumentação Petrolífera
Refinação
Processamento de Gás
Infra-estruturas de apoio
• Laboratórios – Electricidade,
Electrónica, Hidráulica, Pneumática,
Instrumentação, Máquinas Rotativas,
Química, Geologia, Segurança, Física,
Multimédia, Inglês e Informática;
• Oficinas – Motores, Maquinação,
Serralharia Mecânica, Caldeiraria
de Estruturas e Tubos, Soldadura;
• Área de Simulador – Composta por
uma estrutura de simulação do
processo de produção, controlado
integralmente por um DELTA V;
• DCS – Distributed Control System;
• Centro de Formação de Segurança.
Dezembro 2014 | 29
EXPOTRANS
STAND DA SONAIR
ATRAI VISITANTES
A
SonAir, empresa especializada
em transporte aéreo, com a utilização de helicópteros e aviões de
passageiros, é um dos principais
operadores de transporte aéreo de apoio
à indústria petrolífera. A subsidiária da
Sonangol apresentou-se na FIL com um
stand cujo conceito visual e estrutural teve
como inspiração temática a segurança nos
mais diversos sentidos.
O espaço apresentou ainda uma vertente interactiva original, através de uma
aplicação “Sopa de Letras SonAir” e de
30 | Sonangol Notícias
um simulador de voo, criado de raiz para
estar presente na exposição. O stand
da SonAir dispunha ainda de três helicópteros telecomandados que permitiam
ao público experimentar a sensação de
pilotar um aparelho de asa rotativa. A
afluência foi grande e ultrapassou todas
as expectativas.
Realizado no mês de Novembro nas
instalações da FIL – Feira Internacional
de Luanda, sob a égide do Ministério dos
Transportes, a ExpoTrans 2014 reuniu uma
mostra ampla do sector, que permitiu
apresentar Angola como uma plataforma
logística continental.
O certame tem como objectivo dinamizar o
crescimento e desenvolvimento do sector
dos transportes e logística de Angola e
contribuir de forma activa no processo de
diversificação da economia nacional.
Como ponto de encontro entre decisores,
gestores, fornecedores e investidores, a
ExpoTrans 2014 teve a participação de expositores de Angola, Holanda, Zimbabwe,
Alemanha, França, Espanha, África do Sul,
China, Brasil e Portugal.
Expotrans
O stand da SonAir
dispunha de três
helicópteros telecomandados que
permitiam ao público
experimentar a sensação de pilotar um aparelho de asa rotativa.
A afluência foi grande
e ultrapassou todas
as expectativas
dEzEMBRO 2014 | 31
SONANGOL DISTRIBUIDORA
ATENTA AO CRESCIMENTO
DAS “TERRAS DO PROGRESSO”
A Sonangol Distribuidora, subsidiária da petrolífera nacional responsável
pela comercialização de combustíveis e lubrificantes em todo o país,
melhora os serviços no Cuando Cubango
Texto e Fotos: Carlos Guerreiro
32 | Sonangol Notícias
Desenvolvimento
A
tenta ao mercado interno, em
franco desenvolvimento devido ao
acentuado crescimento económico
de Angola, a Sonangol Distribuidora
gizou um plano estratégico para o período
2011-2015, com o objectivo de oferecer produtos petrolíferos e seus derivados com maior
eficiência e eficácia.
Com a liberalização do mercado e consequente aumento da concorrência, a Sonangol Distribuidora, ciente das suas responsabilidades, quer estar presente em todo
o território nacional de forma competitiva,
de modo a manter e até mesmo ampliar a
quota de mercado que detém.
Devido ao seu potencial económico ainda
virgem, o Cuando Cubango é apontado
como um mercado que se deve tornar muito
competitivo a breve trecho. Localizada no
Sudeste do país, a província com cerca de
140 mil habitantes e 199.049 km2 de superfície, a província é hoje apelidada de “Terras
do Progresso”.
Com o projecto transfronteiriço OkavangoZambeze, que abrange cinco países e uma
dimensão de 278 mil quilómetros quadrados,
dos quais Angola ocupa 87 mil, a empresa do
Grupo Sonangol é chamada a criar infra-estruturas que permita colocar combustíveis
e lubrificantes mais perto do consumidor. A
empresa prevê construir mais postos de abastecimento nessa zona estratégica do país.
Uma delegação encabeçada pela presidente
da Comissão Executiva da Sonangol Distribuidora, Filomena Rosa, esteve naquela
região para monitorizar e acompanhar
alguns projectos em desenvolvimento localmente e ouvir dos concessionários as suas
necessidades. Com a visita, a empresa assumiu um compromisso com o mercado do
Cuando Cubango, que se vislumbra bastante
concorrido.
Durante a visita, Filomena Rosa, que se
fez acompanhar de directores e técnicos
de diversas áreas da Sonangol Distribuidora, afirmou que a empresa deve manter
a aposta forte na formação de quadros de
modo a manter e melhorar a qualidade dos
serviços prestados a todos os níveis.
A economia local ganhou em Dezembro
uma alavanca importante, com a inauguração do aeroporto Comandante Kwenha, no
Menongue, que dispõe de uma pista de 3.750
metros de comprimento e 45 de largura.
DezEMBRO 2014 | 33
Formação
EDUCAÇÃO CORPORATIVA
A Academia Sonangol é uma unidade de educação corporativa, que se
assume como o pilar para o crescimento sustentável e garantia de oportunidades de desenvolvimento profissional dos trabalhadores do Grupo Sonangol
Texto e Fotos: Carlos Guerreiro
A
s empresas apostam cada vez
mais em universidades corporativas para capacitar funcionários
e melhorar processos. Atenta ao
mercado petrolífero altamente competitivo, a Sonangol tem-se preocupado com a
formação contínua do seu pessoal.
Por norma, as academias corporativas concebem cursos com base na estratégia das
empresas, sendo também esta uma forma
de manterem os funcionários competitivos
porque, o que diferencia uma empresa de
outra é a qualidade do capital intelectual
dos seus profissionais.
A formação de quadros dentro da empresa
faz parte da estratégia previamente elaborada pelo seu Conselho de Administração.
34 | Sonangol Notícias
Um dos focos de actuação da academia
da petrolífera nacional, que entrou em
funcionamento em Outubro de 2013, é gerir
programas de bolsas de estudo, internas
e externas, nas áreas de engenharia e
ciências afins, com o objectivo de dotar
a empresa e também o país de técnicos
qualificados.
Sendo que a missão desta unidade de ensino é desenhar e assegurar a materialização
das políticas e estratégias que fomentem o
desenvolvimento das aptidões, habilidades
e conhecimento dos trabalhadores, para
maximizar o desempenho da empresa, os
colaboradores são chamados a dar o seu
melhor nestes programas de educação,
de modo a estarem em sincronia com os
objectivos estratégicos da Sonangol.
Com um ano de existência, a Academia
Sonangol já formou 741 quadros no curso
de Desdobramento de Objectivos, 127 no de
Integração, 25 em Permissão de Trabalho
de Risco e 25 em Gestão de Resíduos. Os
novos técnicos formados durante o ano de
2014 são oriundos das várias empresas que
constituem o Grupo Sonangol.
De realçar que, no quadro dos progamas de
bolsas de estudos, a academia da Sonangol
e a Embaixada de França em Angola rubricaram a 12 de Dezembro último, um acordo
bilateral para o envio de 50 estudantes
angolanos para formação superior em
engenharia, economia e geologia
naquele país.
ZUNGUEIROS SOLIDÁRIOS DE ANGOLA
UMA OBRA,
UMA DINÂMICA,
MUITO CORAÇÃO
Zungueiros Solidários de Angola é uma
organização de carácter filantrópico, formada na
sua maioria por profissionais da comunicação
social. O jornalista e coordenador do projecto,
Armindo Laureano, afirmou que o objectivo é dar
conforto às crianças e adolescentes mais carentes
a residirem nos centros de acolhimento
Texto: Baptista Bengui
Fotos: Malocha e Zungueiros
O
s Zungueiros nasceram a 16 de
Setembro de 2009. Tudo começou
quando um grupo de trabalhadores da TV Zimbo decidiu
aproveitar o feriado de 17 de Setembro, Dia
do Herói Nacional, para irem até à província de Benguela. “A nossa saída de Luanda
foi de carácter lúdico, mas, no regresso,
já no Cuanza Sul, onde fizemos uma breve
paragem, deparámo-nos com um grupo de
crianças que nos pediam rebuçados. Duas
delas foram ter comigo, pois reconheceram-me da televisão, e pediram material
didáctico, como cadernos e lápis. Aquilo
tocou-me muito. Decidimos que o passeio
seguinte teria um carácter filantrópico.
No ano seguinte, fizemos a primeira saída
para Calandula, em Malanje. Entregámos
vários donativos. Na altura, éramos menos
36 | Sonangol Notícias
de 20. A primeira viagem foi espontânea,
sem preparação. Fruto de uma conversa
amena entre colegas. Por isso, a
designação inicial era Zungueiros Zimbo,
depois Zungueiros Media Nova, porque
colegas de outras publicações do grupo
começaram a integrar a equipa. Com a
adesão significativa das pessoas ligadas
à comunicação social, decidimos abrir a
todos os interessados. A ideia era criar um
grupo de solidariedade com profissionais
da comunicação social. Desde radialistas a
apresentadores, redactores, realizadores,
locutores, técnicos de som, repórteres e
outros ligados à área”. Trabalhadores da
Caras, LAC, RNA, Rádio Unia, Rádio Mais,
jornal O País, Semanário Económico e
outras publicações participam hoje
no projecto.
Reportagem
transportes Macon nos apoia, levando-nos
para o interior do país.
O que as empresas ganham com esse
apoio que vos dão?
O facto de sermos da comunicação social
ajuda-nos, porque os actos são divulgados,
ou seja, nas acções, aproveitamos para
publicitar as empresas que nos dão apoio.
Vamos à rádio, à televisão, aos jornais e
revistas antes de concretizarmos a nossa
acção solidária. Isso ajuda, porque as
empresas que fazem alguma coisa, vêem
ou ouvem os seus nomes associados às
nossas acções e sempre é uma forma
de reconhecimento público pela ajuda
que prestam a quem precisa, por nosso
intermédio. Às vezes, a realidade no terreno é muito diferente. É de uma violência
emocional muito forte, que nem sempre
conseguimos controlar. Há um sentimento
de dever cumprido quando conseguimos
realizar as nossas actividades, mas há
também o de impotência porque podíamos
fazer mais.
Como a ONG consegue sobreviver?
Somos uma instituição filantrópica que
sobrevive das quotas dos membros e do
apoio de empresas.
Como é feito o levantamento das necessidades e a localização dos centros?
Fazíamos actividades esporádicas. Mas,
com o nosso crescimento, hoje já temos
parceiros. Não usamos mais os meios de
comunicação social para solicitar ajuda.
2014 foi o ano da zunga. Tivemos três
zungas, em Abril, Junho e Novembro. Este
ano, tivemos mais apoios das empresas.
Levámos, além de vestuário e alimentação,
material didático (cadernos, esferográficas, lápis e outros), computadores e colchões. Com o aumento dos apoios, o grupo
passou a apadrinhar centros de acolhimento. Dos cinco que somos padrinhos,
dois estão na província do Cuanza Sul – o
internato masculino Nossa Senhora das
Dores, na Quibala, onde vivem 92 rapazes,
e Maria Mazarelo, que atende mais de
duas mil crianças das quais vinte meninas
vivem em regime de internato em Malanje,
na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em
Cacuso, e em Kalandula. Mais recentemente apadrinhámos o centro El Shadai,
na zona do Lobito. Ao Lobito levamos
computadores em segunda mão, doados
pelo colectivo de trabalhadores do SIAC,
e colchões. Desde 2013 que a empresa de
Já tentaram solicitar apoio para viajarem
por via área?
Enquanto profissionais de comunicação,
andar pelo país por estrada é proveitoso,
pois conseguimos apreciar e reportar os
encantos turísticos e culturais, a fauna e
a flora, perceber mais a própria história
do país. É uma forma de provar que hoje é
possível viajar por estrada no país, fruto da
paz definitiva.
O que mais levam além de bens perecíveis
e não perecíveis?
Temos levado profissionais de saúde. Na
viagem à Quibala, por exemplo, levámos
uma médica de clínica geral e a Malanje
fomos com um optometrista, porque havia
pessoas com problemas de visão.
Os Zungueiros estão abertos a todos?
Sim. A todos quantos desejem ser solidários
com o próximo. Por isso é que, no grupo, já
há pessoas ligadas a outras profissões.
Como são preparados os membros para as
acções?
Tivemos quatro acções de formação ou
seminários, ministrados aos membros do
grupo, nas áreas da liderança, gestão de
tempo, técnicas de abordagem, de comportamento e sobre a responsabilidade social e
a comunicação social. A intenção é receber
as pessoas e dotá-las de competências.
Quantas pessoas fazem parte do grupo?
Nós primamos pela qualidade e não pela
quantidade, porque muita gente é sinónimo
de confusão e desorganização. Temos cerca
de 30 membros. Nas actividades, levamos
de 15 a 20 pessoas, pois não temos condições suficientes para custear as despesas
de deslocação e alojamento de muita gente.
Qual o balanço que faz dos cincos anos de
existência?
O balanço é positivo. No futuro, criaremos
núcleos nas províncias e trabalharemos
com alguns bancos que já manifestaram
interesse. E há países que têm manifestado
interesse em trabalhar connosco, entre os
quais se destacam o Reino Unido, o Brasil e
a Namíbia.
DEzEMBRO 2014 | 37
AS SOCIEDADES, AS ORGANIZAÇÕES,
AS PESSOAS E AS MUDANÇAS (I)
As mudanças são das raras certezas que temos. Tal certeza resulta
do facto de observarmos o mundo em constantes transformações
desde a Antiguidade, decorrentes de mudanças do foro social, político,
económico ou empresarial que ocorrem um pouco por toda a parte
Texto: Higino Batalha (DSE)
Foto: José Quarenta
38 | Sonangol Notícias
Opinião
A
o conquistarem, de maneira natural e (in)voluntária, muitos adeptos
algumas formas de sociedade têm
sido disseminadas e/ou adoptadas
como boas práticas pelos quatro cantos do
globo. Outras detêm apenas o registo das
consequências trágicas por elas causadas a
quem se destinavam.
Uma das mudanças de maior impacto que
a História tem memória foi a Revolução
Industrial ocorrida entre a segunda metade
do século XVIII e final do século XIX. A
primeira fase, ocorrida entre 1760 e 1860,
ficou circunscrita à Inglaterra.
Na segunda fase, entre 1860 e 1900, países
como a Alemanha, França, Rússia e Itália
também se industrializaram.
Alguns estudiosos da História Universal
têm considerado os avanços tecnológicos
dos séculos XX e XXI como a terceira etapa
da revolução industrial. O computador,
o fax, a engenharia genética, a internet,
o telefone celular foram algumas das
inovações desta época, a era digital, era
da informação ou era conhecimento, como
preferirmos.
Diferentes das épocas anteriores, as mutações que ocorrem nos dias de hoje já não
se processam de maneira tímida, muito
menos fragmentada, mas a uma velocidade vertiginosa. Chegam e influenciam os
quatro cantos do globo. A globalização é irreversível, a aldeia global é uma realidade,
a evolução tecnológica e as equipas virtuais
são um facto, sendo o grande desafio tão
somente conseguir a interacção destas
últimas e torná-las produtivas.
Mas, afinal, o que mudou nas sociedades?
O que se modificou nas organizações? Será
que foram as pessoas? Na verdade, o único
propulsor da mudança é o ser humano,
são as pessoas. Mas elas não mudaram
nem nunca hão-de mudar. A sua essência é e será sempre a mesma: dotadas de
inteligência e, por isso, com capacidade de
aprendizagem.
As variadíssimas transformações já ocorridas nas mais diferentes sociedades,
tenham sido turbulentas ou pacíficas,
fizeram história e deixaram legados, tanto
positivos quanto negativos, para as gerações seguintes.
Isso permitiu às sociedades e organizações
do nosso tempo, ou seja, àqueles que as
dirigem, pelo menos os mais atentos, mais
preparados ou mais coerentes, aprenderem
que todas as mudanças devem ser feitas
com as pessoas e não apenas para as pessoas.
À partida deve haver o envolvimento daqueles que vão operacionalizar, executar, e
dar êxito a essas mudanças. Doutro modo,
resistirão ao processo de transição, levando
ao seu fracasso.
O grande ponto de clivagem nas mudanças,
sejam elas políticas ou organizacionais,
surge a partir do momento em que as pessoas a quem se destinam e os operacionais
ou executores deixam de ser envolvidos no
processo, saberem o que se está a passar e
talvez subsidiarem o processo.
As principais causas do fracasso das mudanças organizacionais não são, na maior
parte das vezes, problemas de estruturação, de ordem técnica ou do framework,
mas a inobservância de algumas competências, essencialmente comportamentais, por
parte dos gestores e/ou executivos que as
conduzem. Aspectos de liderança, de comunicação efectiva e culturais são descurados
completamente.
Por que razão o termo mudança causa
tanto desconforto às pessoas se, como
é suposto, as mudanças, pelo menos as
normais, têm sempre, ou pelo menos
deviam ter, como propósito, trazer melhorias?
Um dos principais problemas, quiçá o
principal, reside na falta de comunicação
efectiva.
Para comunicar efectiva e eficazmente
uma mudança é necessária alguma habilidade e perspicácia: escolher adequadamente os canais de comunicação,
escolher bem o mensageiro. Apesar de
importante, não basta ser um bom orador
e conhecer bem as necessidades da mudança e os seus objectivos. Deve ser alguém confiável aos olhos dos receptores
da mensagem, porque, se as pessoas não
confiarem no mensageiro, não acreditam
na mensagem. Isso significa que, para
cada equipa ou para cada público-alvo,
deve ter-se em consideração, entre outros aspectos, as subculturas e encontrar mensageiros que se
ajustem ou se adequem a elas.
DEzEMBRO 2014 | 39
Velas da Suazilândia
A LUZ QUE VEM
DE ÁFRICA
A Suazilândia é um simpático país com
pouco mais de 17 mil quilómetros quadrados,
encostado a Moçambique pelo lado Leste
e encaixado na África do Sul no resto
da sua fronteira
Texto e Fotos: H. Sousa
C
om pouco mais de um milhão e 200 mil
habitantes, a Suazilândia representa um
dos últimos grandes reinos de África.
Daí que o seu nome oficial seja Reino da Suazilândia, em suazi, Umbusowe Swatini.
Tornada independente do Reino Unido em
1968, a Suazilândia é uma monarquia em
que o rei, Mswat III, que é o Chefe de Estado,
exerce o poder absoluto. O poder executivo
cabe a um gabinete chefiado pelo primeiro-ministro. O Parlamento compõe-se da
Assembleia Nacional e do Senado. Os partidos políticos são proibidos.
Após a morte do rei Sobhuza em 1982, a
rainha Dzeliwe assumiu o poder enquanto o
40 | Sonangol Notícias
príncipe Makhosetive acabava os estudos na
Inglaterra. Aos 18 anos, em 1986, era entronizado adoptando o nome Mswati III. Mswati III
rege a Suazilândia como uma nação onde as
tradições antigas e a cultura andam de mãos
dadas com a moderna tecnologia, com a
economia e com infra-estruturas que atraem
investidores de todo o mundo.
verdadeiras obras de arte
As famosas velas decorativas da Suazilândia constituem uma das mais interessantes
exportações do reino. Feitas à mão, usam
uma técnica milenar chamada “millefiore”,
ou seja, “mil flores”, surgida na antiga
Alexandria e aperfeiçoada nas grandes
cidades do vidro de Murano e Veneza.
Na costa africana, esta arte veneziana era
usada como moeda de troca, ao ponto de
os africanos fazerem a sua própria variação.
A arte das “millefiore” continua hoje nas
velas suazi. Mas, em vez do vidro, os extraordinários artesãos da Suazilândia usam
uma cera especialmente dura para criarem
os seus desenhos coloridos.
Esta dura capa de cera dificilmente derrete
quando a vela é acesa, mas faculta uma
luminosidade admirável de beleza.
Turismo
A Suazilândia intitula-se
uma nação de reis.
Desde o rei Dlamini III
(séc. XVI) e sob o rei
Ngwana III (séc. XVIII),
formou-se o povo nkosi
dlamini, conhecido por
swazis. Actualmente a
Suazilândia é dirigida
pelo Rei Mswati III,
desde 1986
dEzEMBRO 2014 | 41
WELWITSCHIA E O
DESERTO DO NAMIBE
O Namibe, deserto mais antigo da Terra (55 a 80 milhões de anos),
é dominado por grandes dunas moldadas pelo vento que apresentam
formas de uma rara beleza, chegam a atingir os 300 metros de altura
e têm, por vezes, formas geométricas surpreendentes
O
deserto do Namibe, onde a
precipitação atinge uma média anual
inferior a 10 milímetros, estende-se
ao longo de 2.000 quilómetros da costa
Sudoeste de Angola, passando por toda a
Namíbia e terminando na África do Sul. A
sua aridez deve-se à circulação de ar seco
descendente, por causa da corrente fria de
Benguela.
42 | Sonangol Notícias
Turismo
A 3 de Setembro
comemora-se o dia da
Welwitschia Mirabilis,
descoberta nesta data
no ano de 1859 pelo
botânico e explorador
austríaco Frederich
A. Welwitsch
A PLANTA DO TEMPO DOS DINOSSAUROS
Uma das principais curiosidades do deserto do Namibe, no sul de Angola e norte
da Namíbia, é a existência da estranha
planta chamada Welwitschia Mirabilis.
Trata-se de uma relíquia do tempo dos
dinossauros e é única no seu tipo. É uma
planta gnetófita sem verdadeiras flores,
mas com um sistema vascular semelhante
ao das angiospérmicas.
As welwitschias são conhecidas no registo
fóssil do Cretácico Inferior do Brasil, ou seja,
antes da separação da América do Sul com
África, que se completou apenas no Cretácico
superior.
A Welwitschia é, por isso, um excelente
exemplo de uma espécie-relíquia e argumento a favor da separação tectónica das
placas. Isto também mostra o quanto é antigo
o deserto do Namibe.
Na mitologia de Angola, estas plantas são
por vezes retratadas como carnívoras, o que
obviamente não é verdade. Isso não impediu
que se tornasse nome de marca de água
tónica e de sapatos.
Cada Welwitschia tem apenas duas folhas
que podem atingir vários metros de diâmetro.
É dioicas (indivíduos do sexo feminino ou
masculino, separadamente), nome dado em
honra do botânico austríaco Friedrich Welwitsch, que trabalhava para Portugal.
dEzEMBRO 2014 | 43
Perfil
Mamícua
REFERÊNCIA NO HÓQUEI NACIONAL
Aos 37 anos, o defesa direito da equipa sénior de hóquei-em-patins Mamícua soma
sete títulos nacionais pelo Petro de Luanda. O capitão tricolor patina há cerca
de 27 anos e defendeu as cores de Angola em três mundiais da modalidade
Texto: Euclides Seia
Fotos: Shayne
Por quantas vezes defendeu as cores
nacionais?
Três vezes. Estive nos três campeonatos do
mundo. Até ao momento, sou um atleta selecionável, mas tudo depende do técnico.
Sente-se realizado no campeonato nacional?
Sim. Já conquistei vários títulos com as
cores do Petro. Espero voltar a ter sucesso
agora no final da carreira.
O Mamícua chegou a representar outros
clubes. Houve alguma razão especial?
Já joguei pelo Juventude de Viana e pela Académica. Aconteceu, porque na altura me foram
feitas grandes propostas, mas regressei ao
Eixo-Viário por ser a casa-mãe.
Quando nasceu a paixão pelo hóquei-empatins?
Desde que comecei a assistir aos treinos do
Petro de Luanda, em 1986. Tinha vizinhos que
treinavam e jogavam pela equipa do Eixo-Viário.
Isso influenciou-me, de maneira que no mesmo ano inscrevi-me e, no ano seguinte, comecei a treinar.
Porque escolheu o Petro?
Porque vivia próximo do campo do Petro e
como criança não podia percorrer grandes distâncias para praticar hóquei. Naquela altura, o
Ferrovia não tinha equipa de hóquei e, sendo
adepto tricolor, senti-me feliz com a opção.
Quantos campeonatos já leva na bagagem?
Pelo Petro, sete consecutivos, pelo Juventude
de Viana um título e pelo Académica consegui
um troféu nacional e um Africano de Clubes.
Como defesa, qual é o avançado que lhe dá
mais dores de cabeça?
O Martín Payer. É um jogador fora de série, espectacular.
O que faz nos tempos livres?
Resolver o que ao longo da semana não consegui tratar e ficar em casa com a família.
O que vai fazer quando terminar a carreira?
Contribuir com a minha experiência para o engrandecimento da modalidade.
O que lhe atraiu mais no hóquei?
Foi ver as pessoas a patinarem e a travarem.
Era um espectáculo!
O que significa o Petro para si?
É o berço que me fez ser o atleta que sou hoje.
Aqui aprendi o ABC do hóquei.
Alguém o influenciou para ser hoquista?
Foram os meus primos, que naquela altura
jogavam hóquei pelo Petro, mas hoje estão em
Inglaterra. Tudo por andar muito com eles.
Uma mensagem de Natal e Ano Novo...
Festas felizes aos colegas e à direcção!
Que em 2015 realizem todos os sonhos e
planos!
44 | Sonangol Notícias
Perfil
Afonso de Lamigo Coxe
Natural: Luanda
Nascimento: 11 de Junho de 1977
Calçado: n.°41
Habilitações literárias: Técnico médio em
máquinas de manutenção industrial pelo Instituto Médio Industrial de Luanda – Makarenco.
Estado civil: solteiro, mas vive em união
de facto.
Filhos: uma menina
Ídolo: o hoquista Toy Adão
Sonho: Em todas as provas onde o Petro e o
Mamícua estiverem envolvidos, é para conquistar. Vencer, vencer, vencer é o lema.
Prato preferido: Mufete
Desporto
PETRO DE LUANDA
PRIORIDADE
É A REORGANIZAÇÃO INTERNA
O histórico Petro de Luanda irá competir até 2018,
sem se preocupar com a luta pelo título
Texto: Euclides Seia
Fotos: Arquivo
O
dirigente tricolor Tomás Faria esclareceu
que o clube vai competir, mas sem o
objectivo prioritário de vencer títulos.
O presidente do Atlético Petróleos de Luanda,
e outros membros da direcção apontam como
principal prioridade a estabilização a situação
financeira do clube, que não está de “boa
saúde”.
Apontou ainda as metas do clube em termos
competitivos: “vamos competir, mas não com
o objectivo prioritário de vencermos a prova
(Girabola). Não queremos ficar nos últimos lugares, mas também não temos uma posição
definida. A equipa estará presente na Taça da
Confederação de África”.
“O projecto que vai de 2015 a 2018 visa resgatar a mística e o prestígio da agremiação que
representamos. E isso é possível com a aposta
nos escalões de formação”, assegurou.
O dirigente acrescentou que é intenção do clube
contratar na época de 2015 três jogadores, no
máximo, e promover atletas dos escalões de
formação. Tomás Faria garantiu que o passivo que havia na equipa de futebol já começou
a ser resolvido. O “número um” do Eixo-Viário
lamentou o quinto lugar no Girabola de 2014 e a
derrota na final da Taça de Angola, mas considerou positivo o desempenho do ponto de vista
administrativo.
Saída e renovação
O técnico Alexandre Grasseli vai coordenar o futebol dos tricolores no quadriénio
2015-2018 e tem como supervisor para os
escalões de formação Miroslav Maksimovic,
treinador que orientou a equipa sénior
em 2011. O “puto-maravilha”, Job, está assegurado para a próxima época futebolística. O mesmo não se pode dizer do avançado Ben Traoré e do médio-trinco Nari,
que em princípio deixam o clube do Catetão
para representar outra agremiação. Gilberto
e Keita, apesar de ainda terem vínculo contratual com clube, não fazem parte do plantel para a época 2015.
DezEMBRO 2014 | 45
O PETRO E O SEU ANDEBOL MASCULINO
A vogal de direcção do Atlético Petróleos de Luanda
Elisa Webba afirmou à nossa revista que a equipa sénior
masculina de andebol regressou à competição nacional em
2013 apenas com o objectivo de participar.
Em 2014, os tricolores foram campeões
Texto: B. Bengui
Foto: Shayne
46 | Sonangol Notícias
Desporto
“À medida que as
disponibilidades
financeiras do
clube aumentarem
podemos alterar
o cenário”
E
lisa Webba louvou o empenho, dedicação e sacrifício dos atletas durante
a prova nacional que os consagrou
campeões.
A dirigente do Petro adiantou que, de acordo
com o Plano de Desenvolvimento Desportivo
Integrado do Clube, a equipa de andebol
masculino faz parte das modalidades não-nucleares, com o objectivo de participar.
“A equipa técnica e os atletas já tinham sido
informados pela direcção que o andebol
masculino é uma modalidade de participação, porque não havia nada orçamentado.
A conquista do segundo troféu do género é
mérito dos ‘obreiros’ que, em campo, transformaram as limitações em vitória”, frisou a
dirigente.
Na opinião de Webba, o sucesso alcançado
pela equipa adveio do trabalho em conjunto
com a equipa sénior feminina. Para continuar a dignificar o clube, “à medida que
as disponibilidades financeiras do clube
aumentarem, podemos alterar o cenário”,
garantiu a responsável.
REAcÇÃO SOBRE A TAÇA
DOS CAMPEÕES AFRICANOS
Os atletas, depois de conquistarem o troféu
histórico e saberem que não havia condições
para competir ao nível dos clubes campeões
africanos, conformaram-se porque o regresso da equipa tinha como único objectivo
participar no Campeonato Nacional.
“O clube abriu o projecto sem o objectivo
da vitória no campeonato, mas apenas o de
participar e mostrar que a equipa masculina
estava de volta, depois de ter ficado ausente
da ribalta cerca de 27 anos”, disse o capitão
da equipa sénior de andebol, Edvaldo Pombal.
No regresso ao Campeonato Nacional, em
2013, a equipa tricolor classificou-se na quinta posição. Já em 2014, os atletas sentiram
que podiam dar mais de si e acreditaram na
hipótese de lutar pelo título. “Para tal, reforçou-se o plantel e criou-se um balneário
saudável. Virtudes, como a humildade, irmandade, fraternidade, amizade e o amor ao
próximo, no seio do grupo, compensaram os
defeitos. Por isso, tornámo-nos uma equipa
coesa e muito forte”, referiu o lateral direito
Edvaldo.
O SEGREDO DAS VITÓRIAS
Para vencer os jogos, a equipa procurava,
antes de qualquer confronto, reunir informações sobre o estilo de jogo, pontos fortes
e fracos dos adversários.
Depois de “baterem” o arqui-rival, 1.° de Agosto,
por 22-20 e erguerem o troféu, os campeões
receberam felicitações do presidente do clube,
Tomás Faria, que agradeceu aos bravos rapazes pela surpreendente conquista.
DEzEMBRO 2014 | 47
A TERCEIRIZAÇÃO
E SUAS VANTAGENS
Texto: Alfredo Tomás
Foto: Arquivo
48 | Sonangol Notícias
Crónica
Terceirizar é atribuir as funções
de um empregado de uma dada
empresa aos quadros de outra
ou a um trabalhador externo
F
alando de organizações lucrativas
(empresas), vamos tomar como
exemplo a Sonangol, em que, a
todos os níveis, do topo à base, desde o
Conselho de Administração às direcções,
gabinetes, departamentos e secções,
encontramos pessoas dotadas das mais
variadas técnicas e conhecimentos, que lhes
permitem desempenhar cabalmente as suas
responsabilidades e funções na hierarquia
da empresa.
Com a alteração da estrutura da actividade
económica, em resultado do aumento do
sector terciário, surgem e intensificam-se os
serviços auxiliares da indústria: bancos, seguros e gabinetes de estudos. A terceirização
da economia num processo de crescimento
económico, está estritamente relacionada
com as inovações tecnológicas e a evolução
do rendimento das famílias, por proporcionar
emprego para muitas pessoas.
Não sendo uma excepção, a terceirização é
uma realidade na Sonangol, na medida em
que está inserida no contexto da economia
internacional e “na aldeia global” em que
vivemos.
A terceirização tem suscitado díspares
comentários, na sua maioria negativos, tais
como: “a nossa empresa assim gasta muito
dinheiro!”; “os trabalhadores destas empresas vão tirar-nos o lugar!”; “com essas
empresas, não estamos seguros!”
É importante estarmos conscientes que as
prestadoras de serviços não são concorrentes, mas sim parceiras, trabalhando em
reciprocidade de vantagens. Por isso, a empresa gasta dinheiro, mas ganha serviços; os
trabalhadores dessas empresas não nos vão
tirar o lugar porque temos vínculo laboral
(contrato), logo, nós aqui estamos mesmo
seguros.
Existem muitas vantagens na terceirização
por meio da contratação de empresas que
oferecem serviços similares, tendo como
finalidade primordial melhorar os rendimentos e as condições de trabalho.
A vantagem é mais evidente na terceirização, pois trata-se de um processo em
que uma parcela das actividades de uma
organização/empresa é executada por pessoas que não integram o quadro de pessoal
da empresa, estando esta livre de obrigações legais de forma directa no que diz
respeito à assistência médica, segurança
social, imposto de rendimento de trabalho,
13.º salário e outros subsídios que a Lei
estabelece, pois todas elas são transferidas para a empresa que presta serviços
terceirizados.
Os recursos financeiros que seriam usados
para os fins acima citados são destinados
para a compra de matérias-primas, aumentando assim a produtividade. O trabalho
terceirizado liberta a empresa para se
concentrar na sua actividade principal, ou
seja, o seu objecto social, e dispensa intervir directamente em actividades acessórias,
como a vigilância, segurança, transporte e
limpeza.
Dezembro 2014 | 49
Passatempo
Palavras cruzadas
Teste a sua cultura
Sudoku
1
3
Como jogar?
4
2
5
8
5
4
7
1
9
2
8
8
7
4
4
1
2
3
7
5
4
6
9
5
2
2
8
1
2
PETRÓLEO, GÁS E SEUS ASSOCIADOS
6
REFINAÇÃO
DE PETRÓLEO BRUTO
3
8
1 Alegre, contente, jubiloso
2 Forma reduzida
de maxidesvalorização
3 Conforme com a doutrina religiosa
tida como verdadeira, Antónimo: heterodoxo
4 Pinto ainda novo
5 Estado de lânguido
6 Que contém oxigénio. água oxigenada
7 Acto de genuflectir
8 Designação genérica dos óxidos
que encerram mais oxigénio do que o
óxido normal
12 Acto de apresar ou apreender
14 Dignidade de rei
8
7
4
5
6
Verticais
15
7
5
2
4 Demasiadamente longo
9 Gramática: Qualificativo do vocábulo
acentuado na última sílaba, Vocábulo
oxítono
10 Grande bloco de gelo que, desprendendo-se dos glaciares, flutua impelido
pelas correntes marítimas
11 Fêmea do carneiro
12 Conjunto de fibras sedosas semelhantes às do algodão, que envolvem as
sementes de várias plantas
13 Que recebe a luz e não a reflecte
15 Série de curtas invocações em honra
de Deus, da Virgem ou dos santos
16 Vulgar, comum
17 Fixado ou determinado antes
18 Acto de faiscar.
PALAVRAS CRUZADAS
6
4
7
9
3
14
2
6
5
12
9
2
7
11
18
8
3
6
3
7
7
10
2
4
8
8
17
1
1
8
9
2
1
9
6
3
6
1
7
5
7
O sudoku é um jogo de
raciocínio e lógica, simples
e divertido. Complete cada
linha, coluna e quadrado 3x3
com os números de 1 a 9.
3
2
Horizontais
3
8
3
4
5
Soluções
1
2
A EXTRACÇÃO
DE PETRÓLEO
A PARTIR DE POÇOS
SudOku
50 | Sonangol Notícias
DISTRIBUIÇÃO
51
A energia
que move
o talento.
Mais uma vez, a Sonangol irá proporcionar aos escritores dos países africanos de
língua oficial portuguesa a oportunidade de revelar ao mundo todo o seu talento e
criatividade através do Prémio Sonangol de Literatura. O renomado evento conta com
o apoio da União dos Escritores Angolanos (UEA) e busca reconhecimento e
notariedade no campo literário. Prepare a sua obra e aguarde, pois os melhores
momentos da sua carreira ainda podem estar por vir.
Conheça o regulamento através do site www.sonangol.co.ao
ou na União dos Escritores Angolanos – UEA.
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