J. Adhemar, um turfista que foi presidente do Jockey Club de São
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J. Adhemar, um turfista que foi presidente do Jockey Club de São
Quinta-Feira - 20 de Novembro de 2008 J. Adhemar, um turfista que foi presidente do Jockey Club de São Paulo. Nos dias de hoje, os dirigentes dos nossos principais Clubes de Corridas, tem buscado soluções exógenas para a crise da atividade, que um dia já foi pujante e hoje vive momentos muito difíceis, em especial em São Paulo, onde os prêmios são os mesmos de 10 anos atrás. A APFT – Associação Paulista de Fomento ao Turfe, não desconsidera estes esforços, porem acredita firmemente que a atividade precípua do Jockey Club de São Paulo, as corridas de cavalos, jamais devem ficar em segundo plano. E que a solução para os problemas que enfrentam deve ser construida a partir do cavalo, razão da existência do Clube. Neste sentido, de acordo com os princípios propugnados por nossa Associação, de união dos verdadeiros turfistas na busca de soluções para o turfe nacional, nosso boletim de hoje é dedicado a João Adhemar de Almeida Prado, um turfista que foi um grande presidente do Jockey Club de São Paulo em especial por ter priorizado o cavalo. Atenciosamente, RENATO DINIZ JUNQUEIRA Presidente Associação Paulista de Fomento ao Turfe Carta dos 100 anos do Jockey 100 anos na História “Na construção de grandes obras, a personalização de méritos nem sempre é aconselhável, por comportar risco de omissões injustas, quer por falta de elementos históricos, quer pelo trabalho anônimo de muitos de seus artífices. E o turfe, grandioso em todos os sentidos, não foge à regra, não podendo a glória de sua atual imagem ser creditada ninguém em particular, mas sim a toda uma coletividade, que participou de fase marcante de nossa história. O Jockey Club de São Paulo não completou apenas 100 anos de existência; integrou, isto sim, um século da história da nossa terra, em um dos seus períodos mais decisivos e vibrantes. Viveu, através de alguns dos seus mais destacados líderes, momentos cívicos de máxima importância; não foi mero espectador no movimento quer gerou a mudança do regime monárquico para o republicano; não esteve alheio à jornada de abolição da escravatura; não deixou de vibrar, através de sua gente, com o êxito diplomático de Rio Branco, nas questões de Missões e Amapá; não viu passar, apenas, a jornada cívica de 32, mas participou dela. Enfim, viveu e sofreu cem anos de nossa História. Neste seu primeiro século, o Jockey Club de São Paulo foi parte de uma cidade, que viu crescer, transformando-se do modesto núcleo provincial de 25 mil habitantes, numa trepidante metrópole que reúne, em aglomerado de trabalho, cerca de 8 milhões de seres, irmanados sem distinção de cor, raça ou religião. Uma obra dessa grandiosidade, repetimos, não pode ser creditada a ninguém. Mesmo em termos estritamente turfísticos, o Jockey Club de São Paulo foi fruto do trabalho de toda uma coletividade, da gente de São Paulo, que só sabe ser grande na realização de suas obras. Em 100 anos, o nosso Jockey Club deixou de ser uma simples entidade privada, que reunia um punhado de idealistas; ganhou corpo e integrou-se plenamente na sociedade moderna, sem perder seus vínculos de origem, qual seja o da criação e aprimoramento da raça eqüina. Agora é poderoso mercado de trabalho, que envolve, em todos os seus setores, milhares de famílias; é centro de entretenimento aberto todas as camadas sociais. É parte de São Paulo.” (a) J. Adhemar de Almeida Prado O texto acima, de autoria do próprio J.Adhemar, por ocasião do Centenário do Jockey Club de São Paulo, resume bastante bem sua visão sobre o Clube, seu objetivo precípuo e seu papel na Sociedade Paulistana, Paulista e Brasileira. João Adhemar de Almeida Prado J. Adhemar, nascido no interior de São Paulo, cafeicultor, banqueiro, empresário e um dos maiores criadores e proprietários de cavalos de corrida que este País já teve. Visita Real J.Adhemar recebendo a Rainha Elizabeth II, o Príncipe Phillip e o Governador de São Paulo, Roberto Costa de Abreu Sodré, no Posto de Fomento do Jockey Club de São Paulo, em 1968. Posto de Fomento do Jockey Club de São Paulo Durante a Presidência de J.Adhemar o Posto de Fomento do Jockey Club de São Paulo transformou-se no principal centro de monta do País, tendo contribuído muito com o aumento da produção nacional, o que por sua vez, gerou aumento de apostas, mais impostos para o governo e principalmente, recursos para subvencionar o desenvolvimento da indústria do turfe bem como, e todas as raças eqüinas criadas no País. Chácara do Ferreira Patrimônio do Jockey Club de São Paulo, adquirido e construído com receitas provenientes das corridas. Na Chácara funcionou provisoriamente um posto de monta, até a conclusão do Posto de Fomento em Campinas. Nestes anos, lá esteve alojado o grande Coaraze. Posteriormente foi convertido em Centro de Treinamento – lá foi treinado o campeão Grimaldi -, e assim funcionou por mais de 30 anos. As Noturnas de Cidade Jardim Foto de uma corrida noturna em Cidade Jardim, nos anos 70. Note-se a iluminação perfeita, referência na Cidade e a boa presença de publico, em especial na arquibancada 2. A Escola do Jockey Club de São Paulo Construída na gestão de J.Adhemar, para atender os filhos dos profissionais do turfe. Hoje está alugada para um colégio particular. Os Reprodutores dos Haras Jahu & Rio das Pedras nos Anos 70 Nota-se a crença de J.Adhemar e de seu irmão Nelson na criação nacional, já que 3 dos 5 reprodutores [Gabari, Naftol e Rhone] em serviço eram nacionais e de sua própria criação. Os Grandes Cavalos dos Irmãos Almeida Prado Adil, talvez o maior corredor nacional de todos os tempos, ganhador do Derby Paulista, tri-campeão do GP.General Couto de Magalhães, e tri-campeão do GP.São Paulo, na segunda delas derrotando o legendário Tatán. Gualicho, bi-campeão do GP.São Paulo e bi-campeão do GP.Brasil, foi o primeiro grande corredor a defender as famosas cores cinza e verde de J.Adhemar e Nelson de Almeida Prado, à época, ainda sócios do cunhado Teixeira de Assumpção. Farwell, invicto no País, quádruplo coroado paulista, e ganhador do GP. Brasil. Figuron, ganhador do GP.São Paulo de 1968, foi adquirido por J.Adhemar para utilização na reprodução. Ironicamente J.Adhemar faleceu no ano de estréia de sua primeira geração, e não o viu transformar-se num dos melhores reprodutores – para os grandes clássicos - que serviram no País.