Certificação e Qualidade
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Certificação e Qualidade
Certificação e Qualidade Nos últimos dias foi notícia nos principais veículos de comunicação do Brasil a contaminação de alimentos em uma grande rede de comida rápida no Japão. Em 2011, ocorreu o mesmo fato na Europa quando descobriu-se que brotos de feijão provenientes da Alemanha causaram uma epidemia bacteriana que atingiu várias pessoas em diversos países. Estes são apenas 2 exemplos da importância que cerca a relação entre produtores e consumidores, abalada desde a crise de 2001 com os ataques terroristas nos EUA e a ameaça do uso dos alimentos como fonte de contaminação da população em uma eventual guerra. Cito estes fatos para demonstrar o quanto a certificação de alimentos tornou-se relevante nos últimos anos nas relações comerciais, tanto no varejo, quanto nas transações internacionais sendo utilizada como barreira comercial na guerra entre os principais produtores mundiais de alimentos. A certificação nada mais é que garantir ao consumidor que o processo ou produto foram produzidos dentro de rigorosas normas de controle da qualidade, com respeito ao ser humano e ao ambiente. Talvez um sinônimo para certificação seja acreditação: primeiro porque o produtor tem que acreditar naquilo que ele está fazendo, na importância das suas ações para os demais componentes da cadeia; segundo, porque é preciso um organismo credenciado junto ao INMETRO, preferencialmente com reconhecimento mundial, para validar o processo; e finalmente, o consumidor acreditar que as informações contidas naquele produto são realmente verdadeiras. Com isso surge a inevitável pergunta: o que vou ganhar com isso? Para o produtor a melhoria no processo de gestão da atividade e adequação da propriedade à legislação são citadas como as principais vantagens indiretas do programa. Como ganho real, ele tem a possibilidade de inserir seu produto em mercados que pagam um valor superior ao praticado (prêmio) por produtos que apresentam algum selo de certificação. Para as redes distribuidoras é fundamental a certificação porque ela permite rastrear (identificar a origem) toda a trajetória do produto, das gôndolas à lavoura. os 27ntaernruptos ini r no a pre o sem m o c e a! meir a pri 98,7 Mhz A rádio do jeito que você gosta! (35) 3622-4649 Sempre levando até você notícias relevantes e músicas de qualidade. www.jovemfm.com.br (programação ao vivo pela internet e atualização diária de notícias) e-mail: [email protected] 10 Naturale agosto/setembro - 2014 , benefícios ao consumidor Fotos: Arquivo pessoal Por Willem Guilherme de Araújo Naturale agosto/setembro - 2014 Um exemplo disto foi o caso citado da Alemanha, onde foi identificado exatamente a fazenda que produziu o lote contaminado. Finalmente para o consumidor, ele sabe que um produto com selo de certificação garante a origem do produto, a qualidade e a certeza que está pagando por um alimento seguro e que atende a suas exigências. No caso do Brasil, o café é o principal produto de exportação a apresentar o selo de certificação. Eles dão a garantia da origem dos grãos, atestam a qualidade sensorial da bebida ou ainda certificam que os grãos foram produzidos sem o uso de agrotóxicos. Estima-se que no pais existam mais de 3 mil propriedades certificadas para um volume de mais de 4 milhões de sacas de 60,5 kg comercializadas principalmente para a Comunidade Europeia, EUA e Japão. Hoje é realidade para os consumidores europeus através de um simples aplicativo de celular, através da leitura do código de barras, identificarem a fazenda e o produtor do café vendido nas grandes redes varejistas europeias, bem como conhecer a história daquele grão de café. Certamente o Brasil é o maior fornecedor mundial de cafés certificados, embora dentro do pais o reconhecimento da importância do consumo de cafés com algum selo seja irrisória, devido ao investimento ridículo por parte do setor público. Graças a iniciativas dos próprios produtores temos exemplos de sucesso, como os Cafés do Cerrado ou da Serra da Mantiqueira que possuem selos que atestam a origem e a qualidade do produto. Embora discuta-se o preço elevado de alguns produtos certificados, o certo é que da mesma forma que aconteceu com os produtos industriais, certamente o futuro dos alimentos é a certificação. Logo, o hábito de consumir produtos certificados não ficará restrito a poucos afortunados, mas a toda população, como já ocorre em economias mais avançadas como Japão, EUA e União Europeia. Willem Guilherme de Araújo, Engenheiro Agrônomo, MBA Coffee Business. 11