edição presstem 43
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PRESSTEM prestaÇÃO DE SERVIÇOS especializados ano XIII novemBRO 2011 nº43 Brasil de amanhã começa hoje Com vasta experiência acadêmica e política, Wellington Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, busca identificar no presente caminhos que levarão as novas gerações a uma melhor qualidade de vida 2012 desafios e oportunidades: hora de colher resultados Trabalho Temporário no Natal Considerado o período mais importante do calendário brasileiro para o comércio e para a indústria, o final do ano deverá representar em 2011 trabalho para quase 150 mil temporários em todo o País. 28% das vagas deverão ser preenchidas por jovens em situação de primeiro emprego 2 PRESSTEM PRESSTEM Divulgação ÍNDICE Edição 43 06 VITÓRIAS, COM UNIÃO A atual diretoria do Sindeprestem completa dois anos de mandato e tem muito a comemorar. Esta que foi, sem dúvida, uma gestão marcada pelo trabalho em equipe, trouxe importantes vitórias e boa visibilidade para os setores de Prestação de Serviços Terceirizáveis e Trabalho Temporário, colocando a atividade na pauta dos gestores do Brasil. > >pág. 12 Moreira Franco: Brasil do futuro Divulgação Capa 40 TERCEIRIZAÇÃO EM PAUTA Primeira audiência pública da história do Tribunal Superior do Trabalho tratou das especificidades de um assunto ainda polêmico e controverso no Brasil: a Terceirização. Representantes de entidades empresariais e trabalhistas se reuniram para tentar um consenso sobre a necessidade de uma lei específica. > > pág. 40 05 CARTA DO PRES IDENTE TST: audiência pública Bruno Leite 28 DIRETORIAS REGIONA IS Vander Morales 43 CONETT 2011: momento histórico 06 Entre v ista 34 CEBRASS E NEW S 16 e sp e ci al 35 TENDÊ NCIAS E TECNOLO GIA 18 BRAS IL 2 0 1 4 36 INDICADORES 20 RESPONSABILIDADE SOCIAL 40 EVEN TOS 24 U NIVERS O F EM ININO 50 NOTÍCIAS ASS ERTTEM Na posse, defesa do setor Caroa Associado, Filiado e Sindicalizado ao Sindeprestem, atualize seus dados cadastrais. Recorte na linha pontilhada e envie pelo FAX (11) 3215-8250 ou e-mail [email protected] Razão Social: CNPJ: UF:CEP: Tel./Fax: e-mail (1): Site: e-mail (2): Capital Social: Responsáveis e Sócios: Nome: Cargo:e-mail: Nome: Cargo:e-mail: Nome: Cargo:e-mail: Atividade Principal: Registro MTE: PRESSTEM Cidade: PRESSTEM End.: 3 3 expediente Produção Editorial GT Marketing e Comunicação Tel.: (11) 5053-6100 [email protected] Editor Responsável Gaudêncio Torquato – MTb. 8.387 SP Assessoria de Marketing Erika Barros [email protected] Repórteres Camila Vasconcellos Danielle Borges – MTb. 46.993 SP Giovanna Zanaroli – MTb. 47.378 SP Luciana Albernaz - MTb. 52.522 SP Produção Gráfica L2 Propaganda Tel./Fax: (11) 3816-3251 www.l2propaganda.com.br Direção de Arte Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo Av. São Luís, 258 – 18° andar CEP: 01046-915 – São Paulo – SP PABX: (11) 3215 – 8250 Assessoria Jurídica: 0800-701 2449 www.sindeprestem.com.br – e-mail: [email protected] Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário Av. 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Russomano Veiga – Diretor Regional de Ribeirão Preto José Renato Quaresma – Diretor Regional Baixada Santista Everaldo Nogueira – Diretor Regional de Bauru Jismália de Oliveira Alves – Diretora Regional de Guarulhos Walter Rosa Junior – Diretor Regional de Sorocaba Sérgio Silas Gallati – Diretor Regional do Vale do Paraíba Luiz Simões da Cunha – Diretor Regional de Campinas Cláudio Donizeti de Almeida – Diretor Regional do Alto do Tietê Reginaldo Luiz Julien Ribeiro – Diretor Regional Oeste Sandra Maria Benetti – Diretora Regional de Marília DIRETORIA REGIONAL Márcia Costantini – Diretora Rio de Janeiro José Carlos Teixeira – Diretor Minas Gerais Danilo Padilha – Diretor Paraná Jismália de Oliveira Alves – Diretora Guarulhos Sérgio Silas Gallati – Diretor Vale do Paraíba Augusto Calado da Costa – Diretor Nordeste Flávio Nascente – Diretor Rio Grande do Sul Mara Bonafé – Diretora Brasília Thais Moro Assistentes de Arte Bruno Moreira Bruno Siomi Camila Barone Conselho Consultivo Paulo Magalhães – Presidente Evando Freitas de Sousa Johannes Antonius Maria Wiegerinck José Antônio Gregório Silvio Roberto Alaimo Martins Maurice Braunstein Gabriela Maciel Rodrigo Soares Impressão Log & Print PRESSTEM Tel.: (19) 3876-7300 Conselho Fiscal Eunice da Silva Gomes Cunha – Presidente Edmilson Luiz Formentini José Viana Lima Sezi Inoue Jackson Tadeu Ninno Soares – Suplente Marcos Fernando Franco Teixeira – Suplente www.logprint.com.br 4 Selo de FSC Nossas entidades são filiadas a CONSELHO DELIBERATIVO José Roberto Scalabrin – Presidente Edson Ferreira José Carlos Teixeira Marcos Aurélio de Abreu Rodrigues e Silva Silvio Roberto Alaimo Martins CONSELHO FISCAL Eunice da Silva Gomes Cunha – Presidente Ana Maria da Silva Danilo Padilha José Viana Lima Márcia Costantini Suélia Luz de Oliveira Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem CARTA DO PRESIDENTE EM FOCO Os avanços que obtivemos em nossa diversificada pauta de ações nos estimulam a prosseguir com determinação no cumprimento dos compromissos assumidos. Nossa organização expandiu-se notavelmente nesta gestão, com a criação de novas Diretorias Regionais. Atual mente são 12 unidades, que irradiam nossa mensagem, promovem o contato e a integração com as comunidades locais, e ampliam nossa presença em âmbito estadual. Investimos cada vez mais em cursos, na Capital e no Interior. Já se formaram mais de 10 mil profissionais, de mais de mil empresas. A nova sede, reformada e inaugurada este ano, permitiu a instalação de plataforma para videoconferência e cursos online. Passamos a utilizar também o ensino a distância, o que nos coloca em sintonia com as mais inovadoras técnicas pedagógicas para capacitação de mão de obra e aprimoramento profissional. Na internet, os novos portais da Asserttem e do Sindeprestem trouxeram melhor navegabilidade, facilitando o acesso às informações de interesse dos usuários. No Banco de Empregos, as empresas expõem suas demandas e os trabalhadores cadastram seus currículos. A realização do 5º CONETT, em outubro, foi coroa da de pleno êxito. Palestras de alto nível, sobre temas vitais para o futuro das empresas, foram acompanhadas atentamente pelo grande e qualificado público presente. No evento, distribuímos duas novas publicações, com subsídios relevantes para avaliação de conjuntura e tomada de decisões: a 5ª Pesquisa Setorial 2010/2011 e a Pesquisa Pontual Copa do Mundo de Futebol – Impactos e Oportunidades. São mais duas contribuições à compreensão da realidade, como foi o livro “Faça parte desta notícia – Serviços Especializados e Trabalho Temporário”, lançado este ano, que demonstrou a importância do setor para a formalização da mão de obra, e esclareceu a classe política e empresarial sobre a necessidade de modernizar as relações trabalhistas. // Nossa voz é cada vez mais ouvida e Bruno Leite Foto/Marketing Sindeprestem respeitada. Nosso desafio é dar sequência a todo esse trabalho. // Para registrar simbolicamente essa fase de crescimento e imagem positiva, fizemos uma renovação gráfica, com uma nova identidade visual. A logomarca nas cores preta, vermelha, amarela e branca reflete as oportunidades de trabalho no setor e todas as etnias que compõem a população brasileira. A área de comunicação do Sindeprestem e da Asserttem realizou uma verdadeira revolução. A divulgação sistemática de informações de interesse público sobre mercado de trabalho, com pesquisas e estudos sobre Terceirização e Trabalho Temporário, converteu-nos em referencial obrigatório para jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão, portais da internet. Multiplicaram-se os pedidos de entrevista e a inserção da nossa palavra e imagem nos veículos de maior prestígio. Conseguimos estabelecer um modelo que elevou em vários patamares nossa representatividade junto à mídia, aos formadores de opinião, ao governo e à sociedade em geral. Nossa voz é cada vez mais ouvida e respeitada, em grande parte graças a essa visibilidade midiática. Nosso desafio é dar sequência a todo esse trabalho, sempre em busca de mais qualidade e melhores resultados. Precisamos, além disso, consolidar o projeto “Setorização”, para acompanhamento detalhado e específico de cada um dos serviços especializados abrigados no Sindeprestem. Vamos continuar na luta pela regulamentação da Terceirização, para acabar com essa insuportável insegurança jurídica. E pela atualização da Lei 6.019/74, sobre o Trabalho Temporário, para atender especialmente à faixa populacional mais jovem, ansiosa pelo primeiro emprego. Teremos de nos manter mobilizados contra os monstros que nos perseguem: burocracia excessiva, crédito caro e difícil, carga tributária massacrante. Exigimos a volta da cumulatividade do PIS/Cofins. No próximo dia 1º de janeiro, deixo a presidência da Asserttem. Agradeço o apoio de todos, desejo sucesso à nova Diretoria, e coloco-me à disposição para contribuir no que for possível. Continuarei como presidente do Sindeprestem, e defenderei a parceria que tem marcado nossas entidades. Quero encerrar com uma mensagem de esperança. Estou convencido de que permaneceremos cada vez mais unidos. E que novas conquistas, grandes notícias, estão pela frente, para premiar nossa dedicação, seriedade e respeito às leis. Desejo a todos um Feliz Natal, em companhia de seus parentes e amigos e um ano de 2012 repleto de realizações. Saúde! PRESSTEM Muitas realizações, novas conquistas 5 ENTREVISTA 6 já, tomar decisões e desenhar cenários cujos resultados serão colhidos em um tempo mais adiante.// Divulgação PRESSTEM // Precisamos, desde Visão estratégica do Brasil de amanhã O ministro Moreira Franco explica como se faz atualmente o planejamento do futuro do País: “O longo prazo começa com iniciativas que se tomam hoje” Por Wagner Kotsura processos em curso conseguirá encontrar soluções e caminhos mais apropriados ao desenvolvimento, ao progresso e ao bem-estar da população. “O Plano Brasil 2022 juntou diversos ministérios para pensar estrategicamente o futuro do País. Desse pensamento conjunto, surgiram metas para 2022, bicentenário da Independência. Estamos agora nos organizando para pensar o Brasil 2022 mais 10. Achamos que são necessárias a projeção e a visão do que queremos para o País com, no mínimo, 20 anos. Consideramos muito pouco 10 anos na vida social e econômica de uma Nação.” Com essa perspectiva de longo prazo, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, resume o imenso desafio colocado em suas mãos. Sociólogo, homem de larga experiência acadêmica e política, fez curso de doutoramento na Sorbonne (França), foi governador do Rio de Janeiro (1987-1991) e deputado federal, e desde 1987 integra o Diretório Nacional do PMDB. Sob sua coordenação, grupos de especialistas de diversas áreas buscam identificar no presente os caminhos que levarão as novas gerações a uma melhor qualidade de vida. “É isso o que estamos fazendo quando propomos, por exemplo, uma política para o desenvolvimento na primeira infância.” Moreira Franco concedeu esta entrevista exclusiva à Presstem, na qual expõe suas ideias sobre temas da maior relevância, como planejamento, combate à miséria, educação, ciência e tecnologia, agricultura e meio ambiente, defesa, economia global. “Acho que o emprego, a Terceirização e o contrato temporário, todas as formas de trabalho, enfim, não podem ser vistas dissociadas da questão tecnológica.” PRESSTEM O mundo do amanhã está se formando hoje, e quem entender melhor os 7 ENTREVISTA PRESSTEM Presstem – Qual é a importância e quais são as dificuldades de pensar o Brasil do Futuro quando se sucedem tantos problemas imediatos e urgentes em nível global? MF – Problemas imediatos e urgentes são inerentes a qualquer instância do Poder Executivo, seja municipal, estadual ou federal. O que não se pode permitir é que eles sejam paralisantes, quando precisamos enfrentar as questões do momento, locais ou globais, e ao mesmo tempo pensar o futuro. Pelo contrário, essas dificuldades devem funcionar como objetos de mobilização, tanto do Executivo quanto do Legislativo, na busca da melhor solução possível. Esse é um dos desafios da SAE na sua missão de pensar problemas brasileiros que precisam de solução de longo prazo. Nosso pressuposto neste trabalho é justamente trazer para o presente as questões que deverão estar resolvidas no futuro. Isso significa que precisamos, desde já, adotar uma estratégia, propor medidas, tomar decisões e desenhar cenários cujos resultados serão colhidos em um tempo mais adiante. Em resumo: o longo prazo começa com iniciativas que se tomam hoje. É isso o que estamos fazendo quando propomos, por exemplo, uma política para o desenvolvimento na primeira infância, porque já sabemos que, quanto melhor a atenção nos primeiros anos de vida, maior será a capacidade futura dessas crianças para aproveitar oportunidades educacionais, e menores serão os custos envolvidos na garantia dessas oportunidades. 8 Presstem – O Brasil registra experiências anteriores com planejamento de longo prazo? Que resultados alcançaram e que lições deixaram? MF – A ideia do planejamento no Brasil foi introduzida, de maneira ainda precária, no governo do presidente Getúlio Vargas, em 1950, quando ele criou um grupo para estudar a indústria automobilística e instituiu, pela primeira vez, uma comissão econômica e uma assessoria, coordenada e liderada por Jesus Soares Pereira. Ele e outros economistas, como Rômulo de Almeida e Guilherme Arinos, se notabilizaram neste trabalho e, posteriormente, sob a liderança do Dr. Getúlio, criaram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas foi no governo João Goulart que se consolidou a ideia do planejamento. É claro que houve uma presença do governo americano na comissão mista Brasil-Estados Unidos, no Plano Salte e no plano de metas do go- // Todas as formas de trabalho, enfim, não podem ser vistas dissociadas da questão tecnológica.// verno Juscelino. Mas a ideia de ter um Ministério do Planejamento, de montar uma estrutura específica para planejar, efetivou-se no governo Goulart, e aprofundou-se com o ministro Reis Veloso nos governos militares. Esse legado das experiências e lições passadas nos permite hoje usar o planejamento como um instrumento de solução de problema e não como um fim em si mesmo. Presstem – O que é o Plano Brasil 2022, o que já foi realizado e quais são os próximos passos? MF – O Plano Brasil 2022 foi elaborado pelo ministro Samuel Pinheiro Guimarães, quando esteve à frente da SAE, e juntou diversos ministérios para pensar estrategicamente o futuro do País. Desse pensamento conjunto, surgiram metas para 2022, quando será comemorado o bicentenário da Independência. Dando continuidade ao esforço de Samuel Pinheiro, estamos agora nos organizando para pensar o Brasil 2022 mais 10. Achamos que são necessárias a projeção e a visão do que queremos para o País com, no mínimo, 20 anos. Consideramos muito pouco 10 anos na vida social e econômica de uma Nação. Já estamos conversando com vários órgãos e consultorias no sentido de organizar um grande debate, no próximo ano, para pensar o Brasil 2022 mais 10. Presstem - O Brasil está capacitado a desenvolver ações e projetos estratégicos de longo prazo? Com que setores o governo vem se articulando nesse sentido? MF - Claro que está. Vários setores já trabalham nisso. Posso apresentar pelo menos três deles, de excelência. O principal é a Petrobras, que vem desenvolvendo ações estratégicas de longo prazo, como acontece com o pré-sal, cujas descobertas irão impactar diretamente na abertura de um novo ciclo de industrialização do País, especialmente nos setores naval, de máquinas e equipamentos ou petroquímico, além de contribuir para a Presstem – Que medidas já foram adotadas, e quais ainda serão, para evitar que a “nova classe média” retorne à condição anterior de pobreza? O que é necessário para erradicar totalmente a miséria no País? MF - Somente medidas que promovam a distribuição de renda podem garantir a erradicação da miséria no País. Já tivemos uma das mais perversas distribuições de renda do planeta e conseguimos, em cinco anos, atingir as metas definidas na agenda do milênio, que previa tirar a metade da população pobre da linha de pobreza absoluta em 25 anos. Alcançamos esses resultados graças às políticas econômicas e sociais que foram implementadas pelo presidente Lula e permitiram o ingresso de 31 milhões de cidadãos na nova classe média brasileira, equivalente, hoje, a 52% da nossa população. O desafio, agora, é manter este padrão de mobilidade social, para consolidar a classe média e não permitir a volta aos antigos níveis de pobreza do País. Precisamos, no mínimo, ter uma tranca para evitar o retorno à situação de pobreza anterior. Isso nos leva a acompanhar, passo a passo, a conjuntura econômica brasileira e internacional e seus efeitos na área interna, para tomarmos medidas que gerem as políticas públicas de proteção a essa nova // Possuímos uma das maiores indústrias montadoras de automóveis do mundo, mas não temos o carro brasileiro.// classe média, consolidando-a definitivamente no Brasil. Por essa razão, já criei um grupo de trabalho, composto por diversos pensadores e coordenado pelo subsecretário de Ações Estratégicas da SAE, Ricardo Paes de Barros, para definir o que é a nova classe média brasileira, identificar o tamanho e heterogeneidade desse grupo social, assim como suas necessidades e aspirações. Presstem – Como conciliar essas duas exigências: produção de alimentos e preservação do meio ambiente? MF – Produção de alimentos e preservação do meio ambiente não são atividades que se chocam. Não pode existir conflito entre os dois. A produção, a ocupação e o uso do solo agrícola tem de se dar de maneira sustentável. Não há escapatória. É uma questão econômica. Saber usar os nossos recursos naturais não é importante apenas para nossas lavouras. É fundamental para a vida humana tomarmos providências rigorosas de preservação ambiental. Presstem – Na educação, a prioridade deve ser dada ao ensino fundamental ou ao ensino superior? Qual deve ser o espaço reservado ao ensino técnico? MF – Todas as linhas de ensino são necessárias e urgentes. Se o ensino superior é um impulsionador do desenvolvimento, para que ele seja de qualidade, dependerá de um ensino fundamental bom. Também não podemos aceitar que aqueles em melhores condições financeiras, que podem pagar uma escola de mais qualidade, entrem numa disputa desigual com os que não tiveram a mesma oportunidade. Portanto, o poder público deve estar voltado para, permanentemente, melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis, inclusive no técnico profissionalizante. O que PRESSTEM formação de um Fundo que ampliará o financiamento das políticas sociais, educacionais, científico-tecnológicas e culturais. Temos também a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), fabricante de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, que também trabalha, no campo tecnológico, com projetos que começam hoje para se viabilizarem com a entrega de um produto 10 a 15 anos depois. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é outro destaque, fez um grande trabalho na produção de grãos no Brasil, sobretudo de soja, ao cuidar de incorporar como área produtiva uma extensão imensa do País. De qualquer forma, essa experiência de acrescentar valor, de inovar, de introduzir tecnologia no processo produtivo, tem de ser aprofundada. O setor agrícola, que responde por 30% do PIB nacional, também necessita de um planejamento a longo prazo. Precisamos ter um planejamento da ocupação e uso do solo agrícola que nos garanta a liderança na produção de alimentos. Mas o setor agrícola tem sua experiência concreta, coisa que não se observa, por exemplo, na área industrial. Possuímos uma das maiores indústrias montadoras de automóveis do mundo, mas não temos o carro brasileiro. 9 ENTREVISTA PRESSTEM não podemos é permitir que continue a desigualdade na competição entre os que podem pagar uma boa escola e aqueles que não podem e que, consequentemente, têm um acesso mais reduzido ao mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, precisamos diminuir a taxa de mobilidade no emprego, para que possamos criar um ambiente favorável ao aumento da produtividade. As empresas necessitam de pessoas que trabalhem com mais tempo, que conheçam melhor a sua cultura, entendam como elas operam e produzem, para que possam se qualificar cada vez mais e contribuir na melhoria e no aumento de sua capacidade produtiva. 10 Presstem – Em que setores o Brasil está conseguindo acompanhar melhor os avanços mundiais nas pesquisas científicas e tecnológicas? Onde é preciso investir rapidamente para superar o atraso? MF – Nosso atraso na inovação e na tecnologia é brutal. De início, podemos constatar que o volume de teses publicadas no Brasil é enorme. Mas, em seguida, veremos que, na sua quase totalidade, esses trabalhos são voltados para a área de Humanas, que não geram o conhecimento tecnológico, nem patentes, nem melhoria na qualidade produtiva. Não geram processos produtivos mais sofisticados, que melhorem a vida das pessoas. Por isso precisamos estimular, cada vez mais, a nossa juventude a investir no conhecimento das Ciências e da Matemática. Ao mesmo tempo, precisamos oferecer programas de apoio à qualificação profissional desses quadros, para que eles adquiram conhecimento técnico que lhes possibilite trabalhar com mais afinco nessas áreas e, consequentemente, consigam, pela inovação, aumentar o número de patentes no País. O fato é que publicamos muito, em várias revistas acadêmicas e científicas internacionais, mas não temos capacidade de ter um número de patentes que seja compatível com o que o País gasta no financiamento do conhecimento e com o que se produz do ponto de vista de trabalho acadêmico. Presstem - Num país com tantas carências, qual deve ser o peso dos gastos com defesa? Quais as estratégias a serem adotadas e áreas que precisam ser contempladas? MF – Um país que pretende ser a quinta economia do mundo não pode prescindir de ter uma política nacional de defesa. É importante, portanto, buscar uma estratégia nacional e uma política que pressuponha a necessidade de o Brasil ter sua indústria no setor. Se não tivermos uma indústria de defesa, não teremos comando. Se continuarmos dependentes de outros países, não teremos capacidade de estar permanentemente sofisticando nosso aparato tecnológico. No mundo em que vivemos, o setor industrial onde mais se avança no ponto de vista tecnológico é justamente esse. Temos, portanto, que estar atentos a isso, sem prescindirmos, repito, da necessidade de uma política de apoio à implantação e consolidação da indústria nacional de defesa. Presstem – Quais as grandes transformações que devem ocorrer na economia global e de que forma nosso país deve se preparar para essa nova realidade? MF – A perplexidade de todos nós, hoje, diante do quadro mundial, é incrível. Jamais, há uma década, se poderia supor que os Estados Unidos fossem trabalhar com a hipótese de default. A Alemanha, no século passado, fez duas guerras para dominar a Europa e está tomando conta do continente, agora, sem qualquer batalha. Países desenvolvidos vivem atormentados por uma crise fiscal. A Ásia passa por uma grande mudança. Este cenário provoca, evidentemente, uma nova ordem mundial, sobre a qual, me parece, ninguém tem condição de garantir como evoluirá exatamente. Presstem – O que vai acontecer com as relações de emprego e de trabalho? A Terceirização e o Trabalho Temporário, fenômenos mundiais, terão mais espaço para se desenvolver? MF – Acho que o emprego, a Terceirização e o contrato temporário, todas as formas de trabalho, enfim, não podem ser vistas dissociadas da questão tecnológica. Nesta última década, o avanço da tecnologia foi maior do que o registrado do começo da vida até dez anos atrás. Naquele tempo, não existia o Ipad – com todos os aplicativos de hoje –, não possuíamos, por exemplo, a capacidade de nos comunicarmos e, consequentemente, podermos trabalhar sem estarmos, necessariamente, dentro de um escritório. Creio que agora a ideia e a forma de trabalhar estão vinculadas ao ambiente tecnológico em que se dá a atividade. Esse processo evoluiu tão rápido e com tanta intensidade que, certamente, está interferindo nas relações de trabalho, por sua vez, em permanente mutação. 11 PRESSTEM GFXTRA CAPA União e comprometimento: marcas de uma gestão Diretoria encerra o ano comemorando realizações Por Giovanna Zanaroli PRESSTEM Ao completar 12 dois anos à frente de uma das entidades mais representativas e atuantes do setor de Serviços, o Sindeprestem, a Diretoria Executiva, liderada pelo presidente Vander Morales, colhe os frutos da prosperidade, ao dar continuidade ao trabalho do Sindicato, realizado sempre com união, comprometimento e transparência, sequenciando uma trajetória de sucesso que completou 20 anos em 2011. Com o objetivo maior de elevar a bandeira da Prestação de Serviços Terceirizáveis e do Trabalho Temporário ao topo, a atual diretoria tem conquistado significativas vitórias para os setores, seja por meio da aproximação com lideranças governamentais, mobilização da opinião pública, visibilidade no Exterior ou parcerias. O Sindeprestem, sempre participativo em tudo o que diz respeito aos setores que representa, intensificou ainda mais sua atua ção nos últimos dois anos. Ações desenvolvidas pelo Sindicato, e também pela Asserttem, ficaram conhecidas do Norte ao Sul do País, graças ao empenho de sua diretoria para pulverizar dados de mercado e orientar os empresários, sempre que preciso, sobre o verdadeiro significado da Prestação de Serviços Especializados para a economia nacional. “Nos últimos dois anos, participamos de eventos nacionais e internacionais, e interagimos com as esferas governamentais, // No início do mandato, a presidência elaborou um plano diretor, segundo o qual, identificamos a situação dos processos de gestão do Sindicato e buscamos melhorar cada um deles. Executamos em prazo recorde o projeto de reforma da sede, modernizamos a estrutura de informática, que agora nos permite realizar videoconferências. Criamos uma política de parcerias para beneficiar o associado e também implantamos o Manual de Gestão da Qualidade, que visa adequação da organização sindical às normas ISO 9000 e SA 8000 de responsabilidade social e empresarial. // Daniel do Viso, diretor administrativo financeiro // Nesta gestão, destacaria a proximidade com o Ministério do Trabalho e Emprego. Conseguimos, em conjunto com outras entidades, levar a discussão sobre Terceirização para o TST. A realização do Conett no Brasil também foi um grande marco, além das pesquisas pontuais divulgadas pelo Sindeprestem e que nos dão a dimensão exata do potencial de mercado. // Presidente Vander Morales Vice-Presidente Fernando B. Calvet Paulo Magalhães, presidente do Conselho Consultivo Diretor Administrativo Financeiro Daniel Simões do Viso sempre destacando as boas práticas de Terceirização e de Trabalho Temporário e a importância do nosso segmento para a empregabilidade formal”, afirmou Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem. Pela primeira vez, em 2010, o Brasil foi escolhido pela Confederação Internacional de Terceirização e Trabalho Temporário (Ciett), da qual o Sindicato é membro, para sediar o seu congresso anual. E neste ano, foi a vez da Confederação Latinoamericana do setor (Clett&A) se juntar ao Sindeprestem e a Asserttem para realizar o seu encontro, juntamente com o Conett. Diretora de Comunicação e Marketing Jismália Oliveira Alves Diretor Jurídico Jacob Luiz Magnus CONSTANTE EVOLUÇÃO Diretora de Formação e Eventos Regina de Souza Diretora de Regionais Nilza Tavoloni Diretor de Setorização Geraldo Magela Ribeiro PRESSTEM Mais do que celebrar o vigésimo aniversário de um sindicato que se mantém incansável na luta pelo setor e por seus ideais, a data representa um marco na história do Sindeprestem. A sede, adquirida na gestão anterior, passou por completa reforma. Mais moderno, o projeto agregou sustentabilidade às instalações e incluiu a ampliação do auditório, mais salas para reuniões e treinamentos, revisão de todo sistema de telefonia e informática, e a aquisição de móveis e equipamentos. A modernização foi além da sede. A Diretoria de Marketing e Comunicação implementou significativas mudanças na imagem institucional da entidade, a começar pela logomarca. Desenvolvida nas cores preta, vermelha, amarela e branca, representa a diversidade étnica existente no Brasil e demonstra que, no Setor de Serviços Especializados, há lugar para todos. Os demais elementos de Comunicação - folder, anúncio, banner - também ganharam novo formato, seguindo o mesmo padrão de cores da nova logomarca. Reformulados, os portais do Sindeprestem e da Asserttem se tornaram mais dinâmicos e ricos em informação. Em ambos há espaço, totalmente gratuito, para o cadastramento de vagas de trabalho e currículo de candidatos. Para a diretora de Marketing e Comunicação do Sindeprestem e da Asserttem, Jismália de Oliveira Alves, por toda a visibilidade e reconhecimento adquiridos pelo Sindicato, era hora de mudar. “Hoje somos respeitados pela mídia, que avaliza nossos números. Conquistamos maior visibilidade perante o poder público, que passou a dar importância maior ao nosso setor”, diz. Com o intuito de registrar e promover ainda mais a imagem dos setores de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário, o Sinde- 13 Diretor Suplente Ademir de Souza Diretor Suplente Edson Ferreira CAPA DIRETORIAS REGIONAIS Diretora de Regionais Diretora Regional de Americana Nilza Tavoloni Diretor Regional Alto do Tietê Claudio Donizeti de Almeida Diretor Regional de Ribeirão Preto Geraldo P. Russomano Veiga Diretora Regional de Guarulhos Jismália Oliveira Alves Diretor Regional da Baixada Santista José Renato Quaresma // Nestes últimos dois anos, a diretoria do Sindeprestem CONSELHO FISCAL Presidente Eunice da Silva Gomes Cunha José Viana Lima Sezi Inoue PRESSTEM Edmilson Luiz Formentini 14 Suplente Jackson Tadeu Soares Suplente Marcos Fernando Franco Teixeira realizou um trabalho diferenciado, com foco institucional no interesse das empresas. Houve também empenho muito grande junto às autoridades. Estivemos em Brasília em várias oportunidades para buscar justiça na regulamentação da nossa atividade e obtivemos conquistas, principalmente no segmento de Trabalho Temporário. Podemos dizer também que este grupo conseguiu deixar uma marca forte no mercado, principalmente por meio da mídia. // Jacob Luiz Magnus, diretor Jurídico prestem preparou dois livros neste último ano: “Faça parte desta notícia – Serviços Especializados e Trabalho Temporário” e “Sindeprestem – 20 anos: marco na história do Trabalho Temporário e dos Serviços Terceirizáveis no Brasil”. São Paulo é o Estado com maior concentração de prestadoras de serviços terceirizados e temporários: 9.878, segundo pesquisa setorial recente. E, para interagir com todos esses empresários de uma maneira mais próxima, o número de Diretorias Regionais foi duplicado. Hoje, são doze empresários do setor representando o Sindeprestem em suas cidades e regiões. “Expandimos nossa atuação e estamos mais integrados, o que nos permite alcançar mais rapidamente os objetivos pretendidos”, comemorou Nilza Tavoloni, diretora de Regionais. Para incentivar a empregabilidade formal, e direcionar o empresariado para a busca de soluções para um problema comum e que afeta o Brasil e o mundo de forma generalizada, a falta de profissionais qualificados para o preenchimento de vagas, o Sindeprestem firmou parcerias com prefeituras e entidades locais. O Sindeprestem participou de Feiras do Emprego, nas quais quase 20 mil pessoas compareceram para concorrer a mais de quatro mil vagas ofertadas pelas empresas, e realizou palestras em municípios nos quais há presença de diretores regionais, sempre tendo como meta o fortalecimento do segmento e a ampliação da participação da entidade em todo o Estado. Regina de Souza, diretora de Formação e Eventos, também responsável por viabilizar estes encontros fora da cidade de São Paulo, conta que a programação continua até o final do ano. “Em parceria com a Prefeitura de Santos, iniciaremos um curso de formação para pessoas da Terceira Idade que queiram trabalhar com portaria”. Diretor Regional de Campinas Luiz Simões da Cunha Diretor da Regional Oeste Reginaldo Julien Ribeiro Diretor Regional do Vale do Paraíba Sérgio Silas Gallati Diretor Regional de Sorocaba Walter Rosa Junior Diretor Regional de Bauru Everaldo Nogueira Diretora Regional de Marília Sandra Maria Benetti // Foram dois anos de muita luta e conquistas. Acredito que o grande feito tenha sido a reestruturação da sede, de extrema importância para prestar serviços com cada vez mais qualidade aos nossos associados e filiados. Também a atuação política do Sindicato merece destaque. Conseguimos nos aproximar ainda mais das principais lideranças em Brasília e por meio deste relacionamento, obtivemos grandes êxitos nesta gestão. // Eunice Cunha, presidente do Conselho Fiscal Os cursos a distância também retornaram com mais força à programação do Sindeprestem, que tem oferecido grade diversificada de conteúdos para quem quiser aperfeiçoar os conhecimentos sem a necessidade de se deslocar até a sede do Sindicato. CONSELHO CONSULTIVO Presidente Paulo Magalhães Evando Freitas de Sousa RELAÇÕES INSTITUCIONAIS A volta da Prestação de Serviços Terceirizáveis ao centro dos debates nos últimos tempos, sendo tema da primeira audiência pública promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), e também motivo para a criação, na Câmara dos Deputados, da Comissão Especial sobre a Regulamentação do Trabalho Terceirizado, em 1º de junho, e da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor de Serviços, no final de maio, certamente é resultado do trabalho desenvolvido pela Diretoria Executiva do Sindeprestem, que intensificou o contato com autoridades e instituições governamentais. Bandeiras defendidas pelo Sindeprestem e também pela Asserttem, como a redução da alíquota do PIS e da Cofins, e atualização da Lei 6.019/74, incluindo dentre as exigências que justificam a contratação de trabalhadores temporários a inserção de jovens em busca do primeiro emprego, foram propostas pelo Sindeprestem por meio de documento preparado pelo Departamento Jurídico da entidade aos deputados federais Cândido Vaccarezza, líder do governo na Câmara dos Deputados, e Laércio de Oliveira. O projeto de desenvolvimento adotado pela diretoria para estimular ainda mais o crescimento da Terceirização e do Trabalho Temporário, segundo Vander Morales, tem dado resultados. “Estamos caminhando a passos largos, o que nos ajuda a alcançar todos os objetivos da nossa entidade”. Conclui o presidente da Asserttem e do Sindeprestem. Jan Wiegerinck José Antônio Gregório PRESSTEM Diretora Regional do ABC Maria Olinda Maran Longuini 15 Sílvio Roberto Alaimo Martins Maurice Braunstein ESPECIAL StockXpert Aviso prévio ampliado gera dúvidas Com nova lei, o benefício passa a ser proporcional ao tempo de serviço. Questões como retroatividade e validade para o empregador têm provocado polêmica Por Danielle Borges PRESSTEM Entrou em vigor 16 no dia 13 de outubro a Lei nº 12.506/11, que regulamenta o aviso prévio ampliado. De acordo com a legislação, todo trabalhador com até um ano de emprego que for dispensado sem justa causa tem direito a 30 dias de aviso prévio ou indenização equivalente. A novidade é que esse tempo, a partir de agora, será aumentado em três dias para cada ano adicional de contrato, até o limite de 90 dias. Antes, o empregado tinha direito apenas a 30 dias de aviso prévio, independente do tempo de serviço. A polêmica fica por conta do julgamento dos casos recentes. As centrais sindicais exigem que a nova regra possa ser aplicada nos casos anteriores à publicação da lei, balizados no argumento de que o trabalhador tem o prazo de dois anos para pleitear qualquer direito trabalhista. De acordo com o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), relator do projeto que deu origem à nova lei, o argumento é inválido. “Não existe abertura para retroatividade”, afirma. Além disso, a norma é válida apenas para o trabalhador demitido sem justa causa e não se aplica ao empregador. “A lei fala apenas sobre aviso prévio ao empregado. Nada muda para as empresas”, explica o deputado, referindo-se à validade da regra para o empregador que tem dúvida se teria direito a um aviso prévio maior que os 30 dias atuais caso o funcionário pedisse demissão. A lei vale para todos os trabalhadores com carteira assinada e que estão na ativa. No Brasil, quase 60% das demissões nos últimos cinco anos foram sem justa causa. POLÊMICA Alguns representantes da classe empresarial criticam a nova lei, defendendo que a extensão do aviso prévio deixará mais caro o processo demissional dos funcionários. Como consequência, os empregadores teriam o custo empresarial acrescido, o que eventualmente poderá ser repassado ao consumidor no preço final dos produtos e serviços. Muitos acreditam que, por conta do aumento nos encargos, a informalidade ganhará espaço. Em parte, o temor dos empresários não se justifica. A nova regra prevê a ampliação do aviso prévio ao estabelecer o acréscimo de três dias por ano de serviço, até o limite de 90 dias, tempo alcançado com, no mínimo, 20 anos de trabalho na mesma empresa. No caso das prestadoras de serviços especializados, não haverá grande impacto da lei nos custos, já que a média de permanência de trabalhadores na organização é de 18 a 23 meses, de acordo com o estudo realizado pelo sindicato laboral Sindeepres em parceria com o economista Márcio Pochmann. Para o governo, o impacto será menor em alguns setores, como comércio e construção civil, justamente porque a rotatividade é alta. Em 2010, somente 23% dos trabalhadores formais tinham tempo de serviço superior a dois anos. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o objetivo da Lei nº 12.506/11 é que funcionários mais antigos tenham, além de reconhecimento por seu trabalho, tempo suficiente para procurar um novo emprego, deixando em alguns casos de recorrer ao auxílio desemprego, o que pouparia os cofres públicos. Divulgação desagradam Setor de Serviços StockXpert Normas para pis/cofins Uma das principais dificuldades en fren tadas pelas empresas do Setor de Serviços no Brasil é a alta carga tributária, em especial a tributação sobre o faturamento. Com a Lei nº 10.637/02 e a Lei nº 10.833/03, a categoria passou a fazer parte do sistema não-cumulativo, o que de certa forma prejudica o crescimento das organizações. A partir da implantação dessas duas normas, houve aumento considerável das alíquotas do PIS, que passou de 0,65% para 1,65%, e também da Cofins, que saltou de 3% para 7,6%. Em ambos os casos, a base de cálculo permaneceu a mesma: o faturamento total das empresas. Ao estabelecer a não-cumulatividade, o governo determinou às empresas o direito ao crédito referente aos insumos utilizados. O problema é que a regra vale para todos os setores, inclusive de prestação de Serviços Terceirizados e Trabalho Temporário, que não possuem nenhuma espécie de insumo, apenas mão de obra. E, de acordo com a lei, não é permitido o crédito relativo ao valor pago na folha de salários. Por esse motivo, houve majoração da tributação sobre o faturamento no segmento, passando de 3,65% para 9,25%. AÇÃO JUDICIAL Entre as categorias prejudicadas, estão empresas de vigilância, informática, telemarketing, agências de turismo, construção civil e outras prestadoras de serviço especializado, além das empresas de emprego temporário. Para minimizar os impactos negativos, à época da publicação da lei, o Sindeprestem entrou com mandado de segurança coletivo para assegurar às suas filiadas e associadas o direito de adotar como base de cálculo do PIS/Cofins os valores referentes à taxa de administração. O pleito do Sindeprestem foi atendido, e a medida judicial favorável vigorou até o dia 15 de agosto de 2011, quando foi publicada a alteração do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF) sobre a decisão. A má notícia, porém, era esperada pelas empresas ligadas à entidade, que vinham sendo alertadas desde 2009 sobre essa possibilidade. Diante do julgamento desfavorável, as prestadoras tiveram prazo de 30 dias para regularizar o pagamento integral, isento de multa, do montante não recolhido à época correta. Mesmo com a nova decisão, o Sindeprestem segue em busca das medidas cabíveis para reverter a situação desfavorável, visto que o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não analisou o processo de forma definitiva. Também se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de autoria do deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), cuja proposta é reduzir a alíquota da Cofins para empresas prestadoras de serviços terceirizados. O Projeto de Lei 7.617/10 sugere alteração da Lei nº 10.833/03 para estender às empresas a incidência cumulativa da Cofins, com alíquota de 3%. Segundo o autor, deputado Bala Rocha, a legislação atual funciona bem para o setor industrial e para o comércio, mas não é boa para a prestação de serviços, que não utiliza insumos. PRESSTEM O sistema representa aumento nos encargos das empresas, especial mente daquelas que utilizam mão de obra Terceirizada e Temporária 17 Copa do Mundo Divulgação Brasil 2014 São Paulo abre e o Rio fecha a Copa do Mundo As cidades que receberão a abertura e o encerramento da Copa do Mundo 2014 já foram escolhidas pela FIFA. No primeiro caso, São Paulo venceu a disputa, e a Arena de Itaquera, estádio em construção com capacidade para 68 mil pessoas, será o palco da primeira apresentação do Mundial. O confronto inaugural está previsto para 12 de junho de 2014. Já a cidade que receberá a grande final será o Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã, no dia 13 de julho. E a copa das confederações? A abertura da Copa das Confederações 2013 será realizada em Brasília, conforme escolha da organização. O encerramento, como no Mundial, também ocorrerá no Rio de Janeiro. Belo Horizonte e São Paulo sediarão as semifinais, enquanto Brasília receberá a disputa pelo terceiro lugar. PRESSTEM Qualificação profissional para a copa 18 Recentemente, a Subcomissão Temporária Copa 2014, Olimpíada e Paraolimpíada 2016, composta por representantes dos Ministérios do Turismo e do Trabalho e da Confederação Nacional do Comércio (CNC), discutiu o planejamento e o andamento dos projetos das instituições sobre a qualificação empresarial e profissional para os eventos esportivos. Os programas de qualificação do Ministério do Turismo estão sendo reestruturados, e poderão ser retomados em breve, inclusive por meio de parceria com outros ministérios, como o da Educação, e com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Para a presidente da comissão, Lídice da Mata, este é um assunto importante e deve estar na pauta dos preparativos para a Copa. “A qualificação profissional deve compor o caderno de legados da Copa”, disse. Ministério do trabalho igualmente engajado O Ministério do Trabalho e Emprego também pretende trabalhar em parceria com os demais entes públicos. Já anunciou que irá repassar recursos a Estados e Municípios para promover acesso ao emprego nas cidades-sede da Copa. Serão abertas 50,4 mil vagas para a formação de garçons, mensageiros, taxistas, empreendedores individuais, entre outras categorias, de acordo com o Departamento de Qualificação do MTE. micro e pequenos negócios devem gerar mais de 400 mil empregos na copa Estimativa do Sebrae Nacional revela que, de cada dez empregos que devem ser gerados em função da Copa do Mundo de 2014, seis estarão em micro e pequenos negócios. Até lá, espera-se que 700 mil empregos, diretos e indiretos, sejam criados. Destes, 420 mil estariam no Pesquisa traça perfil do turista da Copa 2010 Outra pesquisa deve servir de balizamento para as estratégias da Copa no Brasil. O Ministério do Turismo traçou o perfil dos turistas que estiveram presentes na Copa do Mundo de 2010, ocorrida na África do Sul. Uma das informações relevantes é a de que a maioria dos que estiveram na Copa da África não havia visitado o Brasil, mas tinha interesse em assistir aos jogos de 2014 e ainda ficar mais uns dias, além dos jogos, para conhecer o País. Os que mais gastaram na Copa 2010 foram os americanos e os asiáticos que, na média, deixaram mais de R$ 12.000,00 na África. Recompensa Um estudo encomendado pelo Ministério do Esporte mostra que o resultado da realização do Mundial poderá chegar a R$ 183,2 bilhões. Só no Turismo, o incremento será de R$ 9,4 bilhões. Espera-se, também, a criação de 330 mil empregos permanentes e 380 mil temporários, para atender aos 600 mil estrangeiros que devem visitar o Brasil e aos 3,3 milhões de brasileiros que circularão entre as cidades-sedes. Para receber a Copa do Mundo Brasil 2014, o governo federal irá investir R$ 25 bilhões. Os recursos públicos serão destinados para mobilidade urbana (R$ 11,9 bi); estádios (R$ 6,7 bi); aeroportos (R$ 5,5 bi) e portos (R$ 900 mi). Acompanhamento dos trabalhos Para observar o andamento dos projetos e das obras que precisam ser feitas nas cidades onde os jogos vão acontecer, bem como orçamentos, contratos, licitações, entre outros documentos, o cidadão pode acessar o site Transparência, da Controladoria Geral da União (www.transparencia.gov.br/copa2014), que detalha o quanto está sendo executado num gráfico: a Matriz de Responsabilidades. O documento traz os compromissos firmados pelos governos federal, estaduais e municipais, entre outros atores. A matriz estabelece ainda os projetos que serão feitos, com cronograma para entrega, previsão de gastos e indicação da origem de financiamento. PRESSTEM quadro de funcionários de pequenos negócios. O Sebrae deve realizar uma série de encontros com objetivo de qualificar empresários, como parte do Programa Sebrae 2014, que pretende discutir as oportunidades de negócios geradas por ocasião da Copa do Mundo, identificar os requisitos e estratégias necessárias para alcançá-las, além de promover a capacitação dos pequenos empresários. 19 Divulgação RESPONSABILIDADE SOCIAL Bolinhos, biscoitos e panetones especiais Num exemplo de inclusão social, Bauducco contrata mais de 100 pessoas com deficiência Colaboradores contratados por meio do programa de inclusão Por Luciana Albernaz PRESSTEM Só nos damos conta 20 de que o Natal já está chegando, quando vemos as prateleiras dos supermercados forradas de panetones. Quem é que nunca se fez a clássica pergunta: “Mas já tem panetone?” E parece que a cada ano eles aparecem mais cedo nas prateleiras. Mas, o que muita gente pode não imaginar, é que muitos dos panetones produzidos na Bauducco, assim como os demais produtos, são feitos por mãos de pessoas especiais, que possuem alguma deficiência (física, intelectual, auditiva ou visual). Mais de 100 pessoas trabalham nas fábricas, atualmente, preparando massas, embalando ou estocando produtos. Desde 2000, a Bauducco realiza um trabalho de inclusão social, reconhecido nacionalmente, que vem dando certo. “Nós descobrimos uma fórmula para cumprir com o nosso dever de contratar pessoas com deficiência, conforme a legislação prevê. Mas hoje temos um compromisso que extrapola esse limite, e acreditamos que cumpre com a responsabilidade da inclusão, verdadeiramente”, explica Célia Granata, gestora de Recursos Humanos da Bauducco. A contratação de pessoas com deficiência intelectual ocorre por meio de uma parceria com a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), das cidades de São Paulo e Guarulhos. A Bauducco viabilizou a montagem de uma padaria, na Apae de Guarulhos, que recria o ambiente e possibilita o treinamento dos alunos para as funções que serão desempenhadas não apenas em suas fábricas, já que muitos deles também são encaminhados para outros locais. “Quando se tem uma instituição séria, que dá todo o suporte e oferece os parâmetros técnicos para acolhermos os candidatos especiais, ficamos mais seguros em abrir nossas portas para esse tipo de mão de obra”, afirma Granata. De acordo com a gestora de RH, a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho trouxe benefícios para o clima da equipe de produção da Bauducco. “Temos colaboradores especiais que já estão há mais de oito anos conosco, e quem os vê trabalhando não consegue diferenciá-los. Eles passam pelos mesmos treinamentos dos demais trabalhadores, que se sensibilizam com isso”, conclui. Fotos: Fundação Cafu Lotus apoia inclusão social em parceria com a Fundação Cafu Fundação Cafu atende a 750 crianças e jovens de baixa renda e oferece profissionalização para mais de 300 pessoas tação de serviços que atua no mercado há pelo menos três décadas e emprega mais de 5 mil pessoas, completou um ano de parceria com a Fundação Cafu – entidade sem fins lucrativos, que ajuda a combater a desigualdade social, atendendo a cerca de 750 crianças e jovens de baixa renda entre 3 e 18 anos, e 300 pessoas acima de 16 anos, por meio de cursos profissionalizantes. “A iniciativa de ajudar a Fundação Cafu veio após participarmos de um evento, no qual a instituição estava sendo beneficiada. Ali pudemos conhecer melhor o trabalho deles. Fizemos uma análise de como poderíamos ajudá-los e, em setembro de 2010, um mês após o evento, iniciamos a parceria”, explica o coordenador de Recursos Humanos, Fábio Tadeu. Desde a sua fundação, a Lotus vem ajudando instituições, por meio de parcerias e eventos beneficentes. “Todo ano, escolhemos uma Fundação para ajudar, e elaboramos internamente campanhas de incentivo a doações e arrecadação. Entendemos que as empresas podem contribuir com a sociedade através de instituições sérias e honestas ou desenvolvendo suas próprias ações beneficentes, independente do porte, localização, crença ou cul tura”, conclui Tadeu. SP terá 70 centros de inclusão para PCD’s Até 2014, o governo de São Paulo irá criar 70 centros de tecnologia e inclusão social para pessoas com deficiência. O objetivo da iniciativa é oferecer cursos profissionalizantes, aulas e atividades físicas. A ideia é que esse projeto atenda, além de pessoas com deficiência, as que vivem em torno delas, como agentes públicos, cuidadores e familiares. “Os primeiros centros servirão para saber quais as atividades são mais procuradas pelas pessoas com deficiência. Se houver demanda para cursos de natação ou de basquete para cadeirantes, por exemplo, esses cursos poderão passar a ser oferecidos”, afirma a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battistella. O custo previsto para construir os 70 centros é de cerca de R$ 600 milhões. PRESSTEM Em setembro, a Lotus, empresa de pres 21 RESPONSABILIDADE SOCIAL Divulgação Olimpíadas ecologicamente corretas O Rio de Janeiro pretende superar Londres no que diz respeito às estratégias de sustentabilidade para os Jogos Olímpicos 2016. Para 2012, os ingleses estão investindo boa parte dos 9 bilhões de libras (R$ 23 bilhões) em modelos sustentáveis. O plano de metas do Rio de Janeiro, apresentado em sua campanha pelas Olimpíadas de 2016, ainda está sendo revisado, e deve ser divulgado no final do ano. O projeto prevê o tratamento de 80% do esgoto lançado nas lagoas da Baixada de Jacarepaguá e na Baía de Guanabara, além da construção das instalações esportivas ecologicamente corretas e a criação de uma rede de transportes de massa menos poluentes. Para a ONG Green Building Council – Brasil (GBC), o Brasil já conseguiu dominar a tecnologia para que as instalações dos jogos esportivos estejam dentro dos padrões internacionais. Brasil engatinha em construções sustentáveis 22 acordo com a ONG Green Building Council – Brasil (GBC), embora o País já tenha condições de investir em construções sustentáveis – que visam a um menor gasto de água e energia –, a demanda é tímida. Para o gerente técnico da ONG, Marcos Casado, a tendência, no entanto, é de aumento. “Entre 2004 e 2007, só foram registrados oito projetos de construções sustentáveis em todo o Brasil. Nesta época, estes projetos custavam até 30% mais caros. A tecnologia tem barateado com o tempo. Hoje, a diferença entre um projeto comum e o de uma construção sustentável fica entre 2% e 7%. Com isso, em todo o País, já existem mais de 300 empreendimentos certificados em oito Estados”, explica Casado. Divulgação PRESSTEM Ainda de Centro Cultural Marcos Feffer - construção sustentável em Pardinho - SP: Bambu na estrutura da cobertura ABRH-SP: onde você amplia seus horizontes. Faça parte da maior comunidade de RH do estado de São Paulo Informe-se [email protected] (11) 5505 0545 Clube do RH PRESSTEM Mais vantagens para associados 23 Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, 1297 - Conj 92 Cidade Monções - São Paulo Tel.: (11) 5505 0545 www.abrhsp.org.br Divulgação UNIVERSO FEMININO Beleza com saúde e sem violência PRESSTEM Por Camila Vasconcellos 24 a revista americana Fortune, Presidente mundial da Avon, Segundo apenas 12 das 500 maiores empresas do mundo são chepor mulheres. Uma delas é a Avon. Líder mundial Andrea Jung comanda uma fiadas na indústria de cosméticos, a empresa de 125 anos é comandada, há 12, por Andrea Jung. receita anual de US$ 10 Descendente de asiáticos - o pai é de Hong Kong e a mãe de Xangai, na China –, Andrea nasceu no Canadá mas, bilhões em 100 países, e ainda pequena, mudou-se com a família para os Estados Unidos. Formada em Literatura pela Universidade de Princoordena ações sociais de ceton, percebeu, ao trabalhar em lojas de departamentos, que sua vocação estava mesmo no mundo dos negócios. combate ao câncer de mama Na empresa desde 1994, foi eleita Chief Executive Officer (CEO) no ano de 1999 e presidente mundial em e à violência contra a mulher 2001. Hoje, aos 54 anos, é responsável pelo desenvolvimento e execução de todas as estratégias de crescimento a longo prazo, pelo lançamento de iniciativas de nova marca, o desenvolvimento de oportunidades de ganhos para as mulheres no mundo inteiro, e a definição de como a Avon premiará seus 6,5 milhões de revendedores autônomos – espalhados em mais de 100 países. No Brasil, Instituto Avon estimula mobilização da sociedade civil No País há 53 anos, a Avon mantém, desde 2003, o Instituto Avon, que tem a mulher como o foco de suas ações sociais. Por isso, tudo o que possa promover sua qualidade de vida de forma integral está entre as prioridades da organização. Essa preocupação inspira a definição das causas, os critérios para seleção de projetos apoiados e todo o trabalho da equipe, assim como de seus parceiros e colaboradores. O Instituto acredita em ações transformadoras. Sua filosofia é a de que a mobilização da sociedade civil pode trazer resultados com real capacidade de mudar para melhor a realidade da mulher brasileira. A forma prática de colocar essa filosofia em ação é identificar, fortalecer e fomentar a rede de organizações existentes, apoiando projetos e incentivando a troca de experiências. “A Avon foi fundada em 1886 e, desde então, tem inspirado as mulheres a se desenvolverem financeiramente”, comenta Andrea. “Temos o orgulho de, da mesma forma que levamos beleza à mulher, levar a ela a oportunidade de viver de forma plena, com mais saúde e sem sofrer violência”, completa. No Brasil, Andrea Jung anunciou a doação de 60 mil dólares a duas ONGs reconhecidas por sua atuação, para que possam colocar em prática projetos para a causa. Uma delas é a Associação Mulheres pela Paz, com sede em São Paulo, cujo foco é divulgar a cultura da paz como construção cotidiana. A outra é o Instituto Maria da Penha, sediado no Ceará, criado por uma das maiores ativistas pelo fim da violência contra a mulher no Brasil, a cearense Maria da Penha Maia Fernandes – cujo nome batiza a atual lei nacional para o enfrentamento da violência doméstica. “Ao longo deste ano, nos encontros que temos promovido com as revendedoras de tantas partes do mundo, posso perceber que, de forma geral, o mundo está disposto a eliminar a epidemia da violência doméstica. E, no Brasil, a prioridade que vem sendo dada aos investimentos com educação e informação tem obtido resultados”, finaliza Andrea. Ela também faz parte do Conselho de outras empresas líderes em seus segmentos, como a General Eletric e a Apple. PRESSTEM Com uma receita anual de mais de US$ 10 bilhões, a Avon também é líder em ações sociais e volta seus investimentos às causas que interessam especialmente à mulher. Até 2010, foram doados mais de US$ 800 milhões em 50 países para essas causas, por meio da Avon Foundation, com sede nos Estados Unidos. A ação de investimento social concentra-se no apoio a pesquisas sobre o câncer de mama e na ampliação do atendimento a mulheres com essa doença, por meio da campanha Avon Breast Cancer Crusade (no Brasil, Avon Contra o Câncer de Mama), e nos esforços para reduzir a violência contra a mulher, por meio da campanha Speak Out Against Domestic Violence (no Brasil, Fale Sem Medo – Não à Violência Doméstica). A organização também atua de forma efetiva na prestação de auxílio em caso de desastres naturais e emergências em várias partes do mundo. No meio deste ano, Andrea celebrou, em São Paulo, o aniversário da companhia e, ao lado de 8 mil revendedoras brasileiras, lançou uma pesquisa sobre a violência doméstica contra a mulher. O evento faz parte da turnê Avon Believe World Tour, uma série de encontros da presidente com revendedoras de 16 cidades ao redor do mundo, para celebrar os 125 anos da empresa e reforçar sua missão de fortalecer a mulher e viabilizar sua autonomia e independência financeira. Andrea Jung: 25 // No Brasil, a prioridade que vem sendo dada aos investimentos com educação e informação tem obtido Divulgação resultados. // DIRETORIAS REGIONAIS StockXpert Informação é a melhor prevenção para a crise Por Danielle Borges PRESSTEM Com a ampliação 28 do debate em des visitadas, o Sindicato contou com o apoio torno da Terceirização no Brasil, o Sindepres- das Associações Comerciais e do Centro das tem tem aproveitado a oportunidade para pro- Indústrias do Estado de São Paulo. mover o setor nas diversas cidades em que Durante os encontros, os participantes rece- possui regionais instaladas. A programação beram as duas pesquisas realizadas recente- de eventos inclui debates sobre as principais mente pelo Sindeprestem em parceria com a As- dificuldades para o crescimento das empre- serttem: “Oportunidades para a Copa do Mundo sas e alternativas possíveis, além da apresen- no Brasil” e “5ª Pesquisa Setorial sobre Serviços tação da palestra “Onde está a mão de obra? Especializados e Trabalho Temporário”. Processo seguro da relação do Trabalho Terceirizado e Temporário”. Outro projeto importante ao qual o Sindeprestem vem dedicando atenção é o programa Recentemente, o Sindeprestem esteve pre- de treinamento a distância, cuja coordenação sente em Itaquaquecetuba, Botucatu, Osasco é feita pela Diretoria de Formação e Eventos, e Marília. “Este diálogo com os empresários liderada por Regina de Souza. “Permanecer tem contribuído para aperfeiçoar o trabalho da próximo do associado e poder estabelecer uma entidade junto aos prestadores e tomadores boa comunicação mesmo distante tem sido de serviços”, afirma Nilza Tavoloni, diretora de muito importante para o trabalho de ampliação Regionais do Sindeprestem. Em todas as cida- do Sindicato”, explica a diretora Nilza Tavoloni. StockXpert ABC Alto Tietê No dia 18 de outubro, o Sindeprestem realizou em Itaquaquecetuba a palestra “Onde está a mão de obra? Processo seguro da relação do Trabalho Terceirizado e Temporário”, que reuniu cerca de 50 pessoas, entre diretores da entidade, empresários e autoridades da região. Com o objetivo de provocar o debate e buscar alternativas viáveis, a palestra abordou o problema da escassez de mão de obra, registrada em praticamente todos os setores. Os segmentos de limpeza, linha de produção, construção civil, telemarketing e vendas são alguns que mais sofrem. “Mesmo algumas funções que exigem baixa escolaridade já registram déficit de trabalhadores”, lembrou Cláudio Donizeti de Almeida, diretor regional do Sindeprestem no Alto Tietê. O encontro ocorreu na sede da Associação Comercial e Industrial de Itaquaquecetuba. Também estiveram presentes: Mario Toyama, presidente da Comissão Municipal do Emprego; Edna Teixeira, diretora regional da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho; e Maria Lucia Magalhães Rodrigues, supervisora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação. Em continuidade ao programa “Ação pelo Emprego”, no final de outubro, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Itaquaquecetuba promoveu um encontro para a troca de informações sobre o mercado de trabalho na região. O evento foi coordenado pelo diretor regional Cláudio Donizeti, e contou com serviços como emissão de carteira de trabalho, palestras de orientação, distribuição gratuita de bolsas para treinamento, e a presença das agências de emprego. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Cláudio Donizeti. PRESSTEM De janeiro a setembro, a região do Grande ABC gerou 7,6 mil empregos com carteira assinada, de acordo com o Ministério do Trabalho. Os números, apesar de positivos, refletem uma desaceleração de 43% na economia. Com predominância de indústrias, a região absorveu apenas no mês de setembro pouco mais de 500 trabalhadores, saldo 48% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram criados mais de mil postos. De acordo com o diretor do Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro, apesar do cenário de cautela, não há risco de mais demissões na indústria. “O setor não consegue mais absorver mão de obra, pois a economia está crescendo em ritmo mais lento quando comparado com o ano passado.” Nos setores de serviços e comércio, no entanto, a atividade econômica na região continua aquecida. Entre janeiro e setembro, foram abertas mais de 27 mil vagas. Ainda que o balanço tenha sido positivo, o número é 31% menor na comparação com o mesmo período de 2010. Santo André e São Bernardo respondem por pouco mais de 60% dos postos de trabalho gerados na região até setembro. Para Maria Olinda Longuini, diretora regional do Sindeprestem no ABC, apesar da queda nos índices, a expectativa é de crescimento. “A indústria automobilística, que na região vinha registrando baixos resultados, também começa a reagir, ainda que com pouca expressão. Esperamos elevação nas vendas ao consumidor até dezembro, o que provocará aumento na demanda por mão de obra”, afirma. Contato com a regional pelo e-mail diretoria.reg.abc@sindeprestem. com.br – Maria Olinda Longuini. 29 REGIONAIS Divulgação DIRETORIAS Americana PRESSTEM No dia 22 de outubro, foi realizada na cidade mais uma edição da Feira do Emprego, promovida pela Câmara Municipal e pela Prefeitura de Americana, com o apoio de diversas empresas e entidades, entre elas o Sindeprestem. Com o objetivo de orientar a busca dos profissionais no mercado de trabalho, o evento ofereceu palestras e serviços, como cadastramento de currículos e apresentações de cursos de formação e qualificação. Durante o encontro, também foi distribuído o jornal Feira do Emprego, publicação exclusiva para a divulgação de vagas disponíveis nas empresas e agências de recrutamento da cidade. Para Nilza Tavoloni, diretora de Regionais do Sindeprestem e representante da entidade em Americana, a iniciativa é muito importante para a economia local. “Os candidatos, em geral, têm se mostrado despreparados para ingressar no mercado, e um evento como este contribui para elevar o nível da mão de obra da região”, completa. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Nilza Tavoloni. 30 Bauru De acordo com a Prefeitura, o orçamento de Bauru para 2012 deve ficar em torno de R$ 790 milhões, demonstrando o bom momento vivido pela economia local, fruto principalmente da produção da iniciativa privada. O projeto de lei que detalha a receita orçamentária da administração para o próximo ano foi entregue pelo prefeito Rodrigo Agostinho ao presidente da Câmara Municipal, Roberval Sakai, no final de setembro. Apesar do aumento na capacidade de investimento de Bauru, ainda é considerável o endividamento do município. Segundo a avaliação do prefeito, o déficit chega a R$ 220 milhões. “Essa dívida está escalonada em parte, mas consome considerável fatia do orçamento anual”, afirmou. Da verba total destinada para Bauru, 25% serão direcionados à educação e 15% irão para a saúde, de acordo com a legislação. Segundo Rodrigo Agostinho, a meta é elevar a qualidade do sistema educacional da cidade, incentivando a formação e qualificação do corpo docente. No setor de saúde pública, será possível um investimento maior em equipamentos. Também está nos planos da Prefeitura a implantação da nota fiscal eletrônica, nos mesmos moldes da Nota Fiscal Paulista. A medida deverá conferir mais controle e agilidade nos processos de emissão e fiscalização. Quanto à infraestrutura, a promessa é dar continuidade às obras paradas, recuperar empreendimentos deteriorados e corrigir problemas de tráfego na cidade. Em outubro, o Sindeprestem realizou em Botucatu, região de Bauru, a palestra “Onde está a mão de obra? Processo seguro da relação do Trabalho Terceirizado e Temporário”, que reuniu diretores da entidade, empresários e autoridades da região para debater o problema da escassez de pessoal qualificado no mercado de trabalho. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Everaldo Nogueira. Baixada Santista Santos concentra grande parte da geração de vagas com carteira assinada. Segundo estudo do Ministério do Trabalho, em setembro foram abertos 3,4 mil postos formais, o que significa mais de 80% do total da região. O setor de serviços foi responsável pela maioria das contratações. A expectativa é que os números sejam ainda mais altos nos meses de novembro e dezembro, quando o comércio precisa suprir a demanda em razão das festas de fim de ano. Em toda a Baixada Santista, foram 4 mil novos empregos no mês de setembro, praticamente o dobro do saldo registrado no mesmo período do ano passado. O resultado segue na contramão da geração de vagas do Brasil, cuja queda verificada foi de 15% na comparação com 2010, de acordo com o Ministério do Trabalho. Depois de Santos, o destaque da região fica com Praia Grande, que gerou 206 vagas, seguida de Itanhaém, com 134 novos postos de trabalho. Em ambos os municípios, os setores de comércio e serviços foram os responsáveis pela maioria das contratações. Guarujá, Mongaguá e São Vicente também ficaram com saldos positivos de emprego. As exceções foram Cubatão e Peruíbe, que registraram mais demissões que admissões. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – José Renato Quaresma. A confiança dos empresários brasileiros recuou este ano e atingiu o menor patamar desde abril de 2009, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em outubro deste ano, o índice ficou abaixo da média histórica. A queda foi puxada principalmente pela indústria de transformação, que teve o maior recuo na comparação com os meses anteriores. A tendência deve se manter nos próximos meses, de acordo com o estudo. Em Campinas, os dados se confirmam, e o principal motivo é o fato de que as perspectivas negativas para a economia mundial afetam o cenário brasileiro. O diretor regional do Sindeprestem, Luiz Simões da Cunha, acredita que haverá uma redução na quantidade de indústrias na região em função do pessimismo do setor. “Com a crise em alta na Europa, Ásia e Estados Unidos, as exportações ficam prejudicadas e as empresas são obrigadas a cessar a produção para não haver mais prejuízos”, afirma. Em função da redução da atividade econômica na re- StockXpert Campinas gião, a movimentação de trabalhadores temporários este ano em Campinas também deve apresentar queda. “As contratações devem ficar 15% abaixo do número registrado no final de 2010”, conclui o diretor do Sindeprestem. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Luiz Simões da Cunha. ção social. As propostas aprovadas durante o evento serão debatidas na conferência estadual, em novembro, e posteriormente no encontro nacional, em maio de 2012, em Brasília. Guarulhos registrou mais de 12 mil novos empregos formais somente nos primeiros nove meses deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. No acumulado dos últimos 12 meses, foram mais de 15 mil postos. No saldo de setembro, foram 1,7 mil vagas com carteira assinada na cidade, 17% a mais que no mês anterior. Durante o ano, o setor de prestação de serviços continua demonstrando o melhor desempenho, e foi o que mais criou postos de trabalho, somando quase 7 mil empregos. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Jismália de Oliveira Alves. PRESSTEM Entrou em vigor em Guarulhos a Nota Fiscal de Serviços Eletrônicos (NFS-e), em substituição à tradicional nota fiscal de serviço impressa. Implantada pelo Departamento de Receitas Mobiliárias da Secretaria de Finanças, a medida tem o objetivo de reduzir a carga tributária individual, simplificar o cumprimento de obrigações acessórias das empresas e melhorar a fiscalização. É obrigatória a todos os prestadores de serviços com receita bruta anual igual ou superior a R$ 240 mil. Para Jismália de Oliveira Alves, diretora regional do Sindeprestem em Guarulhos, a emissão do documento online será importante para inibir fraudes e diminuir a margem de erro no preenchimento. “O novo sistema torna mais segura a relação contábil e concede praticidade ao processo, pois elimina o acúmulo de papel. Para os setores de Terceirização e de Trabalho Temporário, a emissão da NFS-e será obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2012”, orienta a diretora. Em 17 de outubro, a Prefeitura de Guarulhos promoveu, por meio da Secretaria do Trabalho, a 1ª Conferência Municipal de Emprego e Trabalho Decente para debater prioridades estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT): princípios e direitos, fortalecimento dos atores tripartites e diálogo social, trabalho e empregos verdes e desenvolvimento territorial e prote- StockXpert Guarulhos 31 REGIONAIS Divulgação DIRETORIAS Marília O número de demissões na região continua alto, de acordo com um levantamento feito pelo Sindicado dos Comerciários de Marília. Segundo a entidade, o registro de desligamentos no comércio em setembro foi de 190 trabalhadores, um aumento de 57% na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre os segmentos mais atingidos, está o comércio de móveis, eletrônicos e eletrodomésticos. Nestas áreas em particular, as demissões cresceram 275%, passando de 8 dispensas em 2010 para 30 neste ano. Para Sandra Maria Benetti, diretora regional do Sindeprestem, o cenário tende a melhorar com a aproximação do final do ano. “Estamos otimistas com a chegada do Natal, quando a demanda no comércio aumenta e as empresas intensificam os processos de contratação de mão de obra extra”. Com o objetivo de orientar os futuros profissionais, a diretora Sandra Maria realizou, em outubro, palestra sobre felicidade no trabalho, para cerca de 200 alunos dos cursos técnicos de Administração e Contabilidade do Centro Paula Souza de Marília. Durante o encontro, a empresária falou sobre a importância da harmonia entre os colegas no ambiente de trabalho e outros fatores essenciais à realização profissional. “A primeira atitude é gostar do que faz e interagir com os demais. É preciso estar disponível para as experiências do trabalho. A felicidade depende muito mais do trabalhador que da empresa”, explica. Para a diretora, crescer profissionalmente, por vezes, tem um alto custo: pouco tempo para a família e para o lazer. Portanto, é preciso perceber se o empreendimento vale a pena. “No caso das empresas, valorizar o trabalho do profissional, oferecer condições de crescimento e demonstrar confiança contribuem para manter elevada a autoestima do trabalhador”, acrescenta Sandra. Em novembro, o Sindeprestem também realizou em Marília a palestra “Onde está a mão de obra? Processo seguro da relação do Trabalho Terceirizado e Temporário” para debater o problema da falta de profissionais qualificados. O encontro fez parte do circuito de palestras promovido pela entidade no Interior de São Paulo. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Sandra Maria Benetti. PRESSTEM Regional Oeste 32 Pesquisa recente divulgada pela consultoria norte-americana Cushman & Wakefield revelou que a Região Oeste da Grande São Paulo possui a maior e mais valorizada concentração de imóveis industriais dentre as Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. O levantamento ainda aponta Cotia como uma das cidades mais cotadas pelas indústrias, seguida de Barueri, Santana de Parnaíba, Taboão da Serra, Osasco e Jandira. De acordo com o estudo, o alto grau de desenvolvimento industrial da Região Oeste está atribuído, principalmente, à proximidade com as rodovias Castelo Branco, Anhanguera e Raposo Tavares. O fácil acesso contribui para a distribuição de produtos, de forma ágil e dinâmica, para outras cidades do Estado de São Paulo e demais regiões do Brasil. A Região Oeste também foi classificada como o ponto de maior concentração de condomínios de galpões no Estado de São Paulo e uma das áreas que possuem maior demanda imobiliária industrial. Somente no último ano, a procura por áreas industriais em Cotia aumentou 50%. No lado oposto deste crescimento, foi verificada uma queda de 14% na procura de investidores por novos empreendimentos residenciais na cidade, o que pode levar a uma redução no crescimento populacional da região nos próximos anos, segundo a Secretaria de Habitação. A retração no crédito, situação comum em tempos de mercado financeiro instável, seria o principal motivo. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Reginaldo Luiz Julien Ribeiro. O saldo de contratações e demissões em setembro foi 57% menor na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o levantamento do Ministério do Trabalho. Os quase 360 novos postos de emprego com carteira assinada registrados em Ribeirão Preto também representam queda ante o desempenho de agosto deste ano, quando foram geradas 1,6 mil vagas formais. Ainda segundo a pesquisa, com a redução de vagas, Ribeirão Preto passou a ocupar a 23ª colocação no ranking segundo o número de contratações em municípios paulistas acima de 10 mil habitantes. Em setembro de 2010, a cidade estava na 9ª posição. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) revela que os empresários da região pretendem reduzir os investimentos até dezembro em pelo menos 8%. Segundo Fred Guimarães, economista da Associação Comercial, no ano passado houve excesso de otimismo, que foi corrigido em função da incerteza da economia, redução de prazo para financiamentos e juros mais altos. StockXpert Ribeirão Preto Apesar da queda de investimentos, o comércio deve se manter aquecido por conta da demanda do fim de ano. "Com base nas projeções, o desempenho pode ser de 10% a 12% maior até dezembro em relação ao ano passado", afirma Guimarães. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Geraldo P. Russomano Veiga. Sorocaba Com o objetivo de movimentar o mercado local e alavancar as contratações de trabalhadores na região, a Prefeitura de São José dos Campos firmou parceria com a Associação das Construtoras do Vale do Paraíba (Aconvap) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP) para qualificação de mão de obra. O programa deve formar cerca de 130 trabalhadores para o exercício das funções de pedreiro, armador, carpinteiro e eletricista. O diretor regional do Sindeprestem no Vale do Paraíba, Sérgio Silas Gallati, que faz parte da Comissão de Emprego do município, esteve envolvido na elaboração da parceria. “A iniciativa é válida para incrementar o mercado de trabalho. A indústria da construção civil é o setor que mais carece de mão de obra qualificada na região”, PRESSTEM Vale do Paraíba StockXpert Até o final do ano, devem ser abertos 2,7 mil postos de trabalho formal em Sorocaba, de acordo com a Associação Comercial local. As empresas da cidade, no entanto, enfrentam problemas para contratar mão de obra, já que os candidatos apresentam baixa qualificação. Para a entidade, a dificuldade de encontrar profissionais para trabalhar no comércio é provocada pela oferta de empregos em outros setores da economia, como a indústria. Em setembro, o comércio fechou 31 vagas enquanto a indústria criou 145. Como consequência desse cenário, os lojistas tendem a ficar menos exigentes na contratação de trabalhadores, e a experiência anterior não deverá ser mais tão importante para ser admitido na vaga. Segundo o levantamento da Associação Comercial de Sorocaba, o tempo médio para preencher uma vaga aberta no comércio, que antes era de 20 dias, agora passa de três meses. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Walter Rosa Junior. 33 afirmou. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (SinHores) também tem projetos semelhantes para formação de pessoal. Contato com a regional pelo e-mail [email protected] – Sergio Silas Gallati. TENDÊNCIAS E TECNOLOGIA Ponto eletrônico e treinamento a distância Adiado pela quarta vez, ponto eletrônico passará a valer no primeiro dia do próximo ano Por Camila Vasconcellos regras para a aplicação do ponto eletrônico como controle da jornada de trabalho dos funcionários foram adiadas pela quarta vez. De acordo com a Portaria 1.979 do Ministério do Trabalho, a adoção do ponto passará a valer a partir do dia 1º de janeiro de 2012. Ainda segundo a portaria, a fiscalização terá caráter de orientação nos primeiros 90 dias após a entrada em vigor da obrigatoriedade. Nas duas primeiras visitas à empresa, o auditor-fiscal do Trabalho dará prazo de 30 a 90 dias para a adaptação. Somente a partir da terceira visita começará a ação repressiva, de acordo com o ministro Carlos Lupi. Para ele, o diálogo entre governo e entidades de classe foi concluído e, após avaliação das manifestações encaminhadas, a nova data será improrrogável. Interatividade cria ambiente de aprendizagem eficiente Aderir às novas tecnologias disponíveis é uma realidade, assim como a qualificação profissional. Depois de uma experiência inovadora e de sucesso no ano passado, o Sindeprestem decidiu incluir os cursos a distância permanentemente em sua agenda. Em outubro e novembro, o Sindicato ofereceu, em sua grade de programação, cursos voltados para a gestão de pessoas e empresas, transmitidos da sede do Sindeprestem, em São Paulo, para as regionais. A interatividade é completa: os alunos se conectam e assistem à aula de onde estiverem - um telão transmite simultaneamente, a todos os conectados, o áudio e vídeo do professor. Além disso, os participantes podem interagir com perguntas por meio de mensagens de texto, e tirar via chat todas suas dúvidas. Em oito anos ministrando cursos e palestras, o Sindeprestem identificou um grupo diferenciado de empresários que nem sempre têm disponibilidade de se afastar do ambiente de trabalho. “Investimos no modelo de treinamento não presencial, visando ao aperfeiçoamento de todo o ciclo de negócios. Um líder bem informado conduz sua equipe com mais eficiência”, afirma a diretora de Formação e Eventos da entidade, Regina de Souza. A programação pode ser acom panhada no endereço www.sindeprestem.com.br, no qual é possível, também, fazer a inscrição. Lançando mão dessa tecnologia, o sindicato realizou, no mês de outubro, sua primeira reunião de diretoria regional online. Editais de licitações no portal Sindeprestem Os associados Sindeprestem contam agora com mais um benefício: através da área restrita do Portal, poderão fazer download dos editais de licitações dos segmentos em que o Sindicato atua e verificar quais são os procedimentos e requisitos para se inscrever e participar. Com a ferramenta, poderão fazer pesquisas por segmento, por regiões e pelos nomes das instituições e, além disso, verificar as leis, informativos e treinamentos sobre o tema. PRESSTEM As novas 35 indicadores Natal 2011 será de trabalho para quase 150 mil Temporários Número de vagas deve ser 5% maior em relação ao ano passado 36 O Natal é a data comemorativa mais impor PERSPECTIVAS DO COMÉRCIO tante do calendário brasileiro para o comércio e para a indústria, o que significa também mais oportunidades de empregos, principalmente Tem porários. Segundo levantamento encomendado pela Asserttem ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema), 147 mil vagas temporárias deverão ser oferecidas em todo o País, no comércio e na indústria. O número é 5% maior em relação ao mesmo período natalino de 2010 e o melhor resultado da série histórica, que começou em 2006. De acordo com o estudo, do total de vagas oferecidas este ano, 28% deverão ser preenchidas por jovens em situação de primeiro emprego. “Conquistar uma vaga temporária é uma chance para o trabalhador mostrar o seu potencial e vislumbrar a possibilidade de efetivação”, afirma Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação da Associação e do Sindeprestem. A pesquisa mostra que 29% dos contratos poderão se tornar efetivos, o que significará emprego fixo nas tomadoras para mais de 42 mil pessoas. Para o presidente do Sindeprestem e da Asserttem, Vander Morales, o aumento da renda familiar e a estabilidade da economia são os grandes responsáveis pelo otimismo do mercado. Ele lembra que o período que antecede o Natal é sinônimo de trabalho para milhares de pessoas, estejam elas em busca de uma oportunidade de emprego efetivo ou apenas de renda extra. “Além disso, o pagamento do 13º salário aos trabalhadores é um fator positivo para o bom desempenho da indústria e do comércio e, além de movimentar sobremaneira a geração de empregos, justifica o crescimento do setor", explica. A maior parte das contratações temporárias (70%) tende a ser feita pelo comércio. Os candidatos com idades entre 18 e 39 anos têm mais chance de conseguir uma vaga: 65% dos postos de trabalho deverão ser ocupados por pessoas nesta faixa etária. Os segmentos de supermercado, vestuário, calçados, eletrodomésticos e perfumaria são os que mais demandam mão de obra adicional nesta época do ano. StockXpert PRESSTEM Por Camila Vasconcellos PESQUISA SETORIAL A pesquisa ainda mostra: > dos formalmente pela Terceirização no País, o que representa 2,6% do total mundial do setor de Prestação de Serviços Terceirizáveis. > 23,9% DO TOTAL DOS EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA, que é de 44 milhões de trabalhadores. > EMPREGOS NA INDÚSTRIA Respondendo por 30% das contratações temporárias neste Natal, as principais empregadoras serão as indústrias de bens de consumo, como alimentos, bebidas, brinquedos, eletrônicos, vestuário e papel. A maioria dos trabalhadores contratados (70%) terá até 39 anos. O sexo feminino deverá ocupar 35% das vagas abertas. Entre as principais funções: auxiliar administrativo, financeiro, de laboratório, de serviços gerais, motorista, nutricionista, operador de empilhadeira, operador de máquinas, técnico em manutenção industrial e em segurança do trabalho. A remuneração média deve apresentar aumento de 16% em comparação com 2010 e pode variar entre R$ 920 e R$ 1,3 mil. A maioria das contratantes pode exigir o segundo grau completo. “O diferencial ficará por conta da qualificação técnica do candidato em áreas como automação industrial, eletrotécnica, mecatrônica, química, informática, segurança do trabalho, administração e secretariado”, alerta Jismália. 10,5 MILHÕES DE TRABALHADORES emprega- > 11,4% DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA), composta por 92,6 milhões de pessoas. JOVENS EM SITUAÇÃO DE 1º EMPREGO - 11,5%, ante 12,5% na pesquisa anterior. > TRABALHADORES 3ª IDADE - 14,5% das vagas do setor de Terceirização são ocupadas por pessoas dentro dessa faixa etária. > FATURAMENTO DO SETOR - R$ 47,3 bilhões/ano, ante R$ 43,3 bilhões/ano na pesquisa anterior. > TOTAL DE TRABALHADORES TERCEIRIZA DOS/MÊS - 1,475 milhão/mês, ante 1,639 milhão/mês na pesquisa anterior (exceto serviços técnicos profissionais, serviços pessoais, vigilância, asseio e conservação e telemarketing). > BASE DE REMUNERAÇÃO MENSAL - R$ 1.122,00, ante R$ 918,00 na pesquisa anterior. > MASSA SALARIAL PAGA PELO SETOR - R$ 19,7 bilhões/ano, ante R$ 18 bilhões/ano na pesquisa anterior. > FGTS RECOLHIDO - R$ 1,67 bilhão/ano, ante R$ 1,53 bilhão/ano na pesquisa anterior. > INSS RECOLHIDO - R$ 3,9 bilhões/ano, ante R$ 3,6 bilhões/ano na pesquisa anterior. PRESSTEM Entre as principais funções: analista de crédito, atendimento, crediário, embalador, estoquista, etiquetador, fiscal de caixa, fiscal de loja, operador de telemarketing, promotor de vendas, repositor, vendedor e Papai Noel. De acordo com Jismália, em geral, as vagas exigem do candidato o primeiro grau completo, simpatia, facilidade de comunicação e para o trabalho em equipe. A remuneração média será 9,5% maior em relação a 2010, ficando entre R$ 690 e R$ 996, com direito a benefícios como vale-transporte e vale-refeição. A 5ª Pesquisa Setorial 2010/2011, realizada anualmente pelo Sindeprestem e pela Asserttem, com o objetivo de mapear os setores de Terceirização e Trabalho Temporário, mostrou a importância deles para a economia nacional e para o mercado de trabalho formal. Esses setores somam 34.086 empresas, atuantes nos segmentos abrangidos pelo Sindeprestem, número 4,43% maior em comparação com a pesquisa anterior, de 2009/2010. E empregam formalmente 2,6 milhões de trabalhadores. 37 Divulgação indicadores Setor de Serviços lidera registro em carteira Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no mês de setembro, o Setor de Serviços – maior e mais heterogêneo segmento da economia - teve sua renda e formalização aumentadas nos últimos cinco anos. O emprego com carteira assinada também aumentou em todos os subsetores da prestação de serviços. Pelo Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) de 2010, 14,3 milhões de pessoas trabalhavam nesta atividade no ano passado - sem considerar comércio, administração pública e serviços de utilida- de pública, como energia elétrica e saneamento. Na época, esse contingente representava um terço do total da mão de obra formal do País. E as empresas terceirizadas são as grandes responsáveis pela expansão do emprego formal no setor - o que mais cresce dentro do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a agosto deste ano, foram criados 729,5 mil postos de trabalho com carteira assinada no segmento, mais que o dobro das 344,7 mil vagas da indústria e quase quatro vezes as 210,9 mil do comércio. COMPARATIVO ANUAL ANO CONTRATAÇÕES PRESSTEM EFETIVAÇÃO 1º EMPREGO 2006 90 mil - 30% - 2007 105 mil 16,5% 34% - 2008 115 mil 9,5% 28% 26% 2009 125 mil 8,5% 25% 28% 2010 140 mil 12% 28% 30% 2011 (PREVISÃO) 147 mil 5% 29% 28% PREVISÃO DE EFETIVAÇÃO E PRIMEIRO EMPREGO 38 VARIAÇÃO Setor VAGAS POR SETOR Efetivação 1º Emprego Shoppings 35% 30% Supermercados e Afins 20% 23% INDÚSTRIA 70% Lojas de Departamentos 30% 29% COMÉRCIO 30% Varejo (Rua) 30% 30% Média 29% 28% CONTRATAÇÃO DE TEMPORÁRIOS PARA O NATAL 2011 Fonte: Pesquisa Asserttem/Ipema A próxima edição do maior evento sobre Gestão de Pessoas da América Latina já tem data e local: 13 a 16 de Agosto de 2012 • Transamerica Expo Center • SP A ABRH-Nacional agradece aos voluntários, aos parceiros e ao público, que fizeram do CONARH ABRH 2011 um grande sucesso. 3.300 participantes no congresso 48 palestras 18 mil visitantes 83 palestras gratuitas 120 expositores mais de 30 patrocinadores Acesse: www.conarh.com.br Realização Copromoção 170 palestrantes mais de 100 voluntários na organização do evento Divulgação eventoS Tst escolhe Terceirização como tema da primeira audiência pública de sua história Por Giovanna Zanaroli PRESSTEM “Humildade da Corte, que se abre para o 40 contato maduro e responsável com a sociedade. Inconteste a exponencial relevância do tema para a contemporaneidade.” Desta maneira, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Oreste Dalazen, sintetizou um acontecimento inédito na história da Justiça Trabalhista. Pela primeira vez, o TST convocou uma audiência pública para tratar das especificidades de um assunto ainda polêmico e controverso: a Terceirização. Contrários ou a favor da Prestação de Serviços Espe cializados, 50 expositores foram escolhidos pelo ministro Dalazen a partir de inscrição prévia no site do Tribunal. Representantes das entidades nacionais da Justiça Traba lhista e do Ministério Público do Trabalho, da Ordem dos Advogados do Brasil, estudiosos das Relações do Trabalho, e entidades de classe (profissional e patronal) de segmentos como Indústria, Comércio, Bancos e Telecomunicações revezaram-se por dois dias (4 e 5 de outubro) na tribuna do TST, em Brasília. Para o presidente Vander Morales, do Sindeprestem e da Asserttem, o interesse da Justiça Trabalhista em compreender as necessidades do setor de Serviços Especializados, e a sua importância para a economia do País como fonte geradora de riquezas, já é positivo. “Desmistificou-se com a audiência pública a precariedade das relações de trabalho, enfatizando o desenvolvimento e o crescimento profissional desses tra balhadores”, disse Morales. O debate pluralista começa a elucidar questões e originar frutos. No dia 19 de outubro, a 7ª Turma do TST autorizou a Telemar (antiga Oi) a terceirizar o serviço de call center, contrariando a jurisprudência majoritária da Corte. Em junho, a situação havia sido considerada irregular por se tratar de atividade-fim. Então, na ocasião, os ministros anunciaram a audiência pública para esclarecer o assunto. Audiência Pública Relevância da Terceirização para economia é reconhecida Fotos: Divulgação Ophir Cavalcante Márcio Pochmann – presidente do - Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Brasil (OAB) (Ipea) // Do equilíbrio das propostas lançadas ao Legislativo, espera-se criar // A Terceirização assemelha-se ao um colesterol humano. Há o bom e o ruim. ambiente no qual seja possível ampliar o Tal como na medicina, que valoriza o número de postos de trabalho, criando novas oportunidades colesterol bom para combater o ruim, a regulação pública do para o País se desenvolver. A Terceirização não pode ser vista trabalho precisa extirpar a banda podre da Terceirização. // com preconceito. // José Pastore Murilo Portugal Filho – Presidente – professor titular da da Federação Brasileira de Bancos Universidade de São Paulo (USP) (Febraban) // Modernamente, sem Terceirização, // Os bancos adotam critérios rígi inúmeros negócios ficariam inviáveis. O dos na seleção dos seus contratados e que preocupa a Corte são as mazelas, como no acompanhamento da prestação de a precarização. Infelizmente, no Brasil, a serviços. A execução dos serviços é acompanhada não só precarização acontece no trabalho terceirizado e no trabalho não para garantir a qualidade, mas também o cumprimento terceirizado. // das obrigações legais e trabalhistas. // Marcio Milan – Paulo Simon – Sinduscon-SP Confederação Nacional do Comércio (CNC) // É impossível uma empresa abrigar // A responsabilidade solidária foca num dentro de seu quadro permanente de único elo da cadeia produtiva, ou seja, no funcionários especialistas em tudo o comércio. Isto desequilibra a relação. Não que uma obra necessita. Precisamos temos meios suficientes para fiscalizar e das empresas especializadas, que têm acompanhar o trabalho do prestador de serviços. Aceitamos a equipamentos específicos para a execução de cada etapa responsabilidade subsidiária, pois o trabalhador passa a ter dupla da construção. // Adauto Duarte PRESSTEM garantia. // – Diretor sindical da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) // Limitar a Terceirização incentiva a precarização, pois trabalhadores vão para a informalidade. Restringir a competitividade das empresas no mercado internacional significa tirar oportunidades do Brasil. // 41 Sindeprestem vai a Genebra para reunião na oit Divulgação Sindeprestem eventoS 45 países participaram da discussão sobre a ratificação da Convenção 181 Por Giovanna Zanaroli PRESSTEM A ratificação da 42 Convenção 181 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1997, defendida como o conjunto de normas mais indicadas para a promoção do trabalho decente e para a melhoria do funcionamento dos setores de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário nos mercados mundiais, novamente foi discutida. Desta vez, representantes de 45 países estiveram em Genebra, na Suíça, em 18 e 19 de outubro, para o Fórum de Diálogo Mundial, com o propósito de chegar a algum consenso sobre a Convenção. O diálogo social tem sido muito valorizado pela OIT, que sempre edifica os debates que promove numa relação tripartite – governos, empresas e trabalhadores. Pela primeira vez, segundo Fernando Calvet, vice-presidente do Sindeprestem, alguns dos pontos discutidos permaneceram sem uma definição. “A Convenção 181 é um instrumento de facilitação e estímulo à criação de empregos. Mas, para atender a todos os países, a norma precisa de ajustes”, reiterou. Embora o Brasil não tenha ainda uma lei específica para regu lamentar a Prestação de Serviços Terceirizáveis, a existência de sindicatos representativos dos empregadores e dos trabalhadores coloca o País à frente dos demais. “As relações sindicais brasileiras estão muito mais evoluídas do que no Exterior. Lá, os sindicatos representam apenas os interesses dos tomadores de serviços”, explicou Jan Wiegerinck, ex-presidente e conselheiro consultivo do Sindeprestem, que acompanhou a reunião da OIT. O Fórum de Diálogo Mundial é parte do programa de atividades setoriais da OIT, cujo objetivo é auxiliar governos e organizações de empregadores e trabalhadores a desenvolver sua capacidade para tratar equitativamente e efetivamente as questões sociais e laborais em setores econômicos específicos. AGENDA INTERNACIONAL O contato com outras nações, distantes da nossa, evidencia que há muito que melhorar na economia brasileira. A convite das federações que representam as empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário na Bélgica e na Polônia, o grupo que representou o Sindeprestem visitou as entidades para conhecer de perto a realidade daqueles países. As dissonâncias em relação ao mercado brasileiro são significativas. Segundo Fernando Calvet, na Polônia, por exemplo, os únicos descontos incidentes na folha de pagamentos dos prestadores de serviços são Imposto de Renda e Seguridade Social. “Os encargos sociais são baixos, o que é um ambiente propício ao empreendedorismo e à geração de empregos”, diz Calvet. Diferentemente do Brasil, onde a permanência de um trabalhador temporário permitida por lei é de até seis meses, na Bélgica e na Polônia os contratos podem ser mantidos por mais tempo. Na Bélgica, o limite são três anos. E na Polônia, cinco anos. “A única exigência é a contratação efetiva do temporário pela empresa tomadora após o término do prazo limite permitido.” Fotos: Bruno Leite Bruno Leite Sindeprestem realiza debate sobre Terceirização e Trabalho Temporário na América Latina Por Danielle Borges e Giovanna Zanaroli MEGA EVENTOS NO BRASIL A realização da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016 colocará o Brasil como protagonista no mundo no tocante a investimentos nacionais e internacionais. “Recepcionar mega eventos estimula a entrada de recursos e o desenvolvimento sustentável do País”, afirmou Orlando Silva. De acordo com o cronograma do governo para a realização desses eventos esportivos, algumas prioridades foram estabelecidas, dentre elas o aperfeiçoamento do sistema de logística e o melhor preparo dos trabalhadores. “Gerar empregos é importante, mas é preciso qualificar e formalizar também. Será um esforço feito em conjunto para que um novo Brasil esteja pronto para encantar o mundo”, disse Orlando Silva. Até a realização da Copa do Mundo de 2014, serão investidos diretamente pelo governo R$ 45 bilhões, com um impacto econômico de cerca de R$ 180 bilhões nos próximos dez anos, segundo o então ministro do Esporte. Com investimentos em infraestrutura, estádios e segurança, a expectativa é que o Brasil consiga reverter a estagnação de cinco anos no fluxo de turistas estrangeiros, passando dos atuais 5 milhões para mais de 7 milhões até 2014 e para quase 9 milhões em 2018. Estudos apontam que o Brasil movimentará cerca de PRESSTEM Representantes do Brasil e de outros países da América Latina estiveram reunidos em São Paulo, nos dias 6 e 7 de outubro, para o 10º Congresso Latino-Americano e 5º Congresso Nacional das Empresas de Trabalho Temporário e de Serviços Terceirizáveis, realizado no Novotel Jaraguá Convention Center. Entre os temas abordados, o reconhecimento da Terceirização como ferramenta estratégica nos negócios, Trabalho Temporário no campo, escassez da mão de obra e alternativas para aumentar a competitividade nas empresas. Vander Morales, presidente do Sindeprestem e da Asserttem, entidades organizadoras do evento, falou sobre a importância da prestação de serviços no Brasil e a necessidade de regulamentação para o setor. “A Terceirização é responsável pela geração de mais de 10 milhões de postos de trabalho formais, e precisa de legislação adequada para trazer segurança jurídica às empresas brasileiras.” Para falar sobre as oportunidades de negócios para prestadores de serviços durante a realização de megaeventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas, esteve presente o então ministro do Esporte, Orlando Silva. Também participaram especialistas em Recursos Humanos vindos da Argentina, Chile, México, Uruguai e Colômbia para comentar a situação de cada país com relação à modernização das leis trabalhistas e a luta das empresas para combater a crise. 43 Bruno Leite Bruno Leite eventoS - Conett 2011 Representantes da América Latina trocaram experiências e apresen taram suas melhores práticas para o público, formado por prestado res e tomadores de serviços. R$ 140 bilhões entre 2010 e 2014, gerando mais 3 milhões de empregos por ano, além de uma arrecadação tributária adicional de R$ 18 bilhões. Entre os setores mais beneficiados diretamente neste primeiro momento, estão a construção civil, alimentos e bebidas, turismo e serviços prestados a empresas. Durante a realização do evento, o Brasil receberá cerca de 500 mil visitantes, provocando a geração de mais de 730 mil empregos, sendo 381 mil apenas em Trabalho Temporário durante os jogos da Copa. “Investir no turismo é fundamental neste momento para que o País continue sendo destino mesmo após os eventos, provocando demanda por mão de obra contínua”, concluiu Orlando Silva. PRESSTEM PESQUISA REVELA BENEFÍCIOS DA COPA 44 Foi apresentado com exclusividade durante o CONETT 2011 um estudo encomendado pelo Sindeprestem e pela Asserttem ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema) sobre as potencialidades mercadológicas até a realização da Copa do Mundo no Brasil. Para a pesquisa, foram consultadas empresas de diferentes portes e áreas de atuação, classificadas no estudo de acordo com o número médio de trabalhadores terceirizados ou temporários inseridos no mercado. A maioria, 47%, corresponde a empresas com até 300 trabalhadores. Até a realização da Copa do Mundo, é estimada a abertura de 332 mil postos de trabalho formal no setor de serviços terceirizáveis e 381 mil vagas de Trabalho Temporário nas 12 cidades-sede onde serão realizados os jogos. A geração de empregos deverá provocar um aumento na massa salarial dos brasileiros em R$ 6,8 bilhões no caso dos trabalhadores efetivos e R$ 1,6 bilhão para os temporários. O estudo revelou, dentre as 12 cidades-sede, as que despertam mais interesse dos empresários. No topo da lista estão São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Entre os serviços que as empresas acreditam estar mais bem preparadas para prestar durante a Copa do Mundo, recrutamento e seleção, controle de acesso, limpeza e conservação, e Trabalho Temporário foram os mais citados. Considerando que a Copa deverá refletir nos investimentos, no consumo e no turismo no País durante algum tempo, o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a R$ 135 bilhões até 2019. Além disso, o Brasil arrecadará quase R$ 17 bilhões em tributos com a realização do Mundial, sendo R$ 2,9 bilhões apenas em 2014. Quase 60% dos empresários consultados afirmaram ter experiência na atuação em eventos de médio ou grande porte e 42% são inexperientes nesta área. Sobre a expectativa de sucesso da Copa do Mundo no Brasil, mais de 90% dos entrevistados se consideram confiantes. Apenas 2% não acreditam no bom desempenho dos negócios no Mundial. Quanto à expectativa das empresas em participar das oportunidades de negócios ligadas à Copa do Mundo, 83% demonstraram interesse e pouco mais de 9% descartaram qualquer possibilidade. As demais ainda não decidiram. Sobre as principais dificuldades para a venda e fornecimento de serviços especializados antes da Copa e durante o evento, 80% dos empresários afirmaram ser a falta de mão de obra qualificada o maior entrave. Em segundo lugar, citada por 24% dos entrevistados, ficou a burocracia para participar de licitações. Problemas com infraestrutura, dificuldade para aprovação de linhas de crédito e localização desprivilegiada também foram mencionados. REDES SOCIAIS NOS NEGÓCIOS Cada vez mais as empresas têm inserido no seu contexto o uso das redes sociais, seja para interagir com seu público alvo ou como parte do processo de recrutamento de mão de obra. Sobre o impacto das redes na sociedade, foi convidado o consultor em tecnologia Cezar Antonio Tegon. “O potencial de troca de informações neste meio é inestimável”, afirmou. No mundo corporativo, os processos levam tempo para evoluir, mas quem não se adaptar às novas realidades, num curto Bruno Leite Bruno Leite Empresários e autoridades reunidos para debater o futuro do setor de prestação de serviços. APAGÃO DE TALENTOS Sobre o problema da escassez de mão de obra no Brasil, falou Wagner Brunini, presidente da ABRH-SP. Para ele, a situação no Brasil vai se agravar. “O cenário de crescimento da economia é favorável, mas os números da educação são péssimos. Apenas 25% dos brasileiros são alfabetizados. De oito matriculados no ensino médio, apenas dois se formam. Somos o 88º em desenvolvimento educacional”, informou. Segundo o Ministério da Educação, 57,7 milhões dos brasileiros com mais de 18 anos não estudam ou não têm o ensino fundamental completo. Para Brunini, é preciso buscar soluções inovadoras e se adequar à realidade com atitudes como: flexibilizar critérios de seleção, buscar talentos nas classes menos favorecidas, investir na própria equipe, valorizar a iniciativa dos funcionários, além de remunerar por desempenho e resultados. De acordo com o presidente da ABRH-SP, a falta de mão de obra impacta na inflação dos salários, provoca a volta de aposentados ao mercado de trabalho e obriga empresas a importarem mão de obra. “Apesar das dificuldades pontuais, o Brasil é a bola da vez e precisamos aproveitar este momento. É o 58º país em competitividade, sendo que há perspectiva para nos tornarmos a 5ª maior economia”, afirma Brunini. Treinamento e qualificação precisam deixar de ser vistos como despesa e sim como investimento. EMPREENDEDOR EM TEMPOS DE MUDANÇAS O setor de serviços oferece oportunidades para empresas de todos os portes, mas é preciso estratégia para crescer. Segundo Renato Fonseca Andrade, consultor do SebraeSP, para que uma empresa cresça no mercado, é preciso inovação. “Há espaço no mercado para todos, desde que haja criatividade”, afirmou. No Brasil, micro e pequenas empresas representam 98% do mercado, empregando 67% dos trabalhadores. De acordo com Alencar Burti, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, ainda falta estímulo ao em preendedorismo. “Na medida em que pudermos eliminar a relação patrão e empregado para focar no relacionamento empresa e prestador de serviços, será uma evolução”, alertou. Para ampliar a oferta de postos de trabalho no Brasil, assim como em toda a América Latina, governos, empresários e trabalhadores devem se unir no combate às diferenças sociais. “É preciso legislação que favoreça a redução da carga tributária e a ampliação do trabalho terceirizado e temporário” defendeu Alencar Burti. PRESSTEM prazo, estará fora do mercado. Para Tegon, a internet veio para mudar radicalmente a forma como as pessoas se relacionam. “Esta revolução está chegando agora também nas empresas” disse. Participar de redes sociais não é mais opção, é necessidade. É uma importante ferramenta de comunicação, venda de produtos e recrutamento de mão de obra. “É simples, tem custo reduzido e maior alcance”, explicou o consultor. Apenas no Facebook são 500 milhões de usuários. Se fosse um país, seria o terceiro do mundo. No Brasil, quase 40% das pessoas têm acesso à internet, o que corresponde a 80 milhões de brasileiros, sendo que 90% deles participam de redes sociais. “É o segundo país do mundo nesse tipo de acesso”, segundo Tegon. As redes sociais deram origem no último ano ao menos 182 mil empregos diretos e indiretos nos Estados Unidos. No mundo todo, 47% das pessoas entre 50 e 64 anos acessam a internet. “Ainda há muita resistência às redes sociais, mas a realidade exige uma quebra de paradigmas. A internet deve ser vista como instrumento de relacionamento e ampliação dos negócios”, afirmou o consultor. 45 Bruno Leite eventoS - Conett 2011 América Latina: destino de investimentos, mas em estado de alerta PRESSTEM Informalidade no mercado de trabalho 46 e falta de mão de obra qualificada. Problemáticas tão comuns em nosso contexto sócio-econômico não são exclusividade. Representantes dos demais países da América Latina, vindos da Argentina, Chile e México, estiveram no CONETT relatando suas realidades, o que evidenciou ainda mais a urgência de medidas para que o continente continue a ser destino de investimentos dos Estados Unidos e Europa, regiões ainda sob os impactos da crise financeira iniciada em 2008. Os países latinos se transformaram numa alternativa viável para investimentos, o que incrementou o setor de serviços, mais especificamente a prestação de serviços terceirizáveis e o Trabalho Temporário, disse Martín Padulla, representante dos setores no Chile. “A América Latina se converteu numa terra de oportunidades para a Europa, por isso a economia mudou rapidamente. Estamos nos adaptando aos novos processos para evitar o colapso no mercado de trabalho”, disse Padulla. Devido à instabilidade financeira global, que ainda perdura com mais intensidade em alguns países, segundo Horácio de Martini, ex-presidente da Confederação Internacional de Terceirização e Trabalho Temporário (Ciett), o momento pede atenção. “Quando transitamos por turbulências econômicas frequentes, as empresas contratam menos e querem ter a mesma produção. A falta de qualificação é generalizada”, alertou. Para lidar com o desafio da ausência de mão de obra e ainda acabar com a informalidade, os representantes do setor na Argentina têm trabalhado fortemente junto ao governo com o objetivo de encontrar o ponto de equilíbrio entre as reivindicações dos trabalhadores e dos empresários. “Ratificar a Convenção 181 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) está entre as prioridades”, afirmou Omar Ávila, presidente da Confederação Latino-Americana de Trabalho Temporário e Terceirização (Clett&A). Para Ávila, o setor de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário precisa estar preparado para agir rápido quando for preciso. “Em algum momento, a crise vai atingir os países latino-americanos.” O crescente número de contratações de trabalhadores de maneira informal é uma preocupação também para o México. O país, segundo Edmundo Escobar, representante mexicano no CONETT, já cogita reconhecer o Trabalho Temporário legalmente como propulsor do mercado de trabalho formal. “No México, poucos cumprem a lei. Enquanto é preciso criar 1 milhão de empregos formais ao ano, somente 500 mil são gerados”, lamentou. Bruno Leite A caminho da roça Com um território de 2,8 milhões de quilô metros quadrados, agricultura forte em soja, trigo, frutas e legumes, e um dos maiores rebanhos de gado bovino do mundo, a Argentina é um exemplo do emprego de mão de obra temporária no campo. Julio Beloni, presidente da Federação Nacional dos Empregados em Trabalho Temporário na Argentina (Faett), ressaltou, durante o painel latino-americano no CONETT, a atuação das prestadoras de serviços nessa área. Segundo ele, são essas empresas que administram desde o recrutamento de pessoal e acomodação nos locais de trabalho, até a logística para armazenamento dos produtos. “A atuação das prestadoras de serviços no campo propiciou a modernização dos processos. Combatemos a informalidade e o trabalho infantil”, disse Beloni. A zona rural da Argentina adotou esse tipo de trabalho em 2006 e, com isso, acabou com sérios problemas existentes no campo, como a informalidade, a sazonalidade e a falta de capacitação. De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC), dos 100 mil trabalhadores temporários argentinos (dado de 2007), 3% estão na exploração agropecuária, de minérios, petróleo e madeira, porcentagem superior à do setor de turismo, que emprega 1% da mão de obra temporária no país. O restante está na indústria (40%); transporte, correio e bancos (16%); comércio (14%); e demais atividades desmembradas (26%). E NO BRASIL... A Argentina tem um terço do território do Brasil, com seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados, pelos quais se destaca no mercado mundial como exportador de alguns produtos agrícolas - como café, açúcar, soja, suco de laranja, feijão, mandioca e milho - e pela atividade pecuária. Mas, por aqui, sequer vislumbramos a possibilidade de ver a zona rural utilizar mão de obra temporária e terceirizada. O empregado rural conta apenas com um estatuto próprio e defasado, de 1973, e enfrenta problemas alarmantes, como escravidão, desemprego, trabalho informal, precarização, e até questões sociais, como a luta pela terra, a miséria, o analfabetismo, inanição etc. No País, os números da escravidão não param de crescer. De acordo com o Ministério do Trabalho, a lista de trabalho escravo tem 251 empregadores em 16 Estados. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), “a coerção de uma pessoa para realizar certos tipos de trabalho, e a imposição de uma penalidade caso esse trabalho não seja feito", é uma das principais doenças da zona rural. Por inexistir dispositivo legal permitindo a utilização de mão de obra temporária na área rural, caso o empregador necessite de trabalhador para determinada atividade, deverá realizar um contrato pontual de prazo pequeno: por safra, colheita ou preparação do solo. Eles são trabalhadores diaristas, sem vínculo empregatício, recebem por dia e segundo a sua produtividade. Embora completamente ilegal, essa relação de trabalho continua existindo no campo e é articulada pelo “gato”, um empreiteiro que faz a intermediação entre o fazendeiro e os trabalhadores. Por não ser empresário, o “gato” não tem obrigações trabalhistas, não precisa registrar os funcionários, pagar aposentadoria, serviço médico e odontológico ou quaisquer outros benefícios. Em algumas regiões do Centro e do Sul do País, sindicatos fortes e organizados passaram a fazer essa intermediação. Nesses lugares, os boias-frias agora recebem sua refeição no local de trabalho, têm acesso a serviços de assistência médica e recebem salários maiores que os boias-frias de regiões onde o movimento sindical é desarticulado. Mas não é o bastante. PRESSTEM Por Camila Vasconcellos 47 Bruno Leite eventoS - Conett 2011 Atitudes inovadoras em tempo de competitividade Diferencial está na superação de expectativas PRESSTEM Inovação numa empresa está nos 48 detalhes. Da comunicação visual no ambiente corporativo, passando pela metodologia dos processos, atendimento ao cliente e até os uniformes dos funcionários. “Identificar competências, melhorando-as quando preciso ou criandoas quando não existem, é o primeiro passo para alcançar o sucesso empresarial”, ensinou Livio Giosa, vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB). Segundo Giosa, competitividade está estritamente rela cionada com inovação. Uma empresa só se destacará no mer cado se oferecer aos seus clientes potenciais o novo, algo diferenciado e melhor do que a concorrência. “É vender além do valor, e estar permanentemente atento às necessidades de quem compra os serviços”, afirmou Giosa. Fernando Tadeu Perez, administrador de empresas com experiência nos setores bancário e automobilístico, hoje pres tador de serviços terceirizados, concordou. Para ele, conhecer as necessidades do cliente, com atendimento personalizado, dá às empresas maior vantagem no mercado. “O tomador de serviços quer ter acesso fácil a todos os níveis da prestadora, incluindo diretores e presidência.” No entanto, Perez destacou a retenção dos funcionários com uma dificuldade comum no dia a dia das empresas de prestação de serviços. “Às vezes acabamos sendo recrutadores de mão de obra com custo zero, pois quando um prestador é bom, a tomadora de serviços quer contratá-lo para seu quadro efetivo”. DISPUTA POR MERCADO O Brasil, embora tenha tido significativo crescimento econômico nos últimos anos, ocupa a 53ª posição no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Nesse contexto, a Prestação de Serviços Terceirizáveis e o Trabalho Temporário se destacam como eficientes ferramentas de gestão, que agregam rapidez aos processos produtivos. Para Luiz Luzzi, da ABRH-SP, a Terceirização é prática cada vez mais usual dentro das empresas. “É uma realidade, uma modalidade de contratação que permite mudanças rápidas no planejamento estratégico. Ou o país terceiriza ou será passado para trás pelos concorrentes internacionais”, disse Luzzi. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), representada no CONETT pela consultora jurídica Sylvia Lorena, também é a favor da Terceirização. Segundo ela, terceirizar significa melhorar substancialmente a competitividade do Brasil no mercado global. “As empresas devem ter a opção de escolher quais etapas podem ser delegadas a prestadoras de serviços especializadas.” Bruno Leite Regulamentar para crescer Prestação de Serviços Terceirizáveis no centro dos debates segmentos: dos escritórios de advocacia ao telemarketing. “Regulamentá-la é preciso, mas não acredito que o Congresso Nacional aprove rapidamente uma lei”, lamentou. O PAPEL DO GOVERNO O engajamento do governo para a aprovação de um marco regulatório para a Terceirização foi um dos temas discutidos durante painel com a participação dos deputados federais Laércio de Oliveira (PR-SE) e Roberto Santiago (PSD-SP). Para Roberto Santiago, relator do PL 4.330/04, o projeto de lei que regulamentar Prestação de Serviços Terceirizáveis deve acabar com a distinção entre atividademeio e atividade-fim. “A ausência da regulamentação torna o mercado predatório. Precisamos de modificações, inclusive na lei das licitações, que é muito permissiva para a atuação de empresas inidôneas em concorrências no âmbito governamental”, disse Santiago. A união dos empresários em busca da regulamentação de uma das atividades que mais empregam mão de obra formal no País é fundamental, na opinião do deputado Laércio de Oliveira. Segundo ele, as entidades patronais precisam se espelhar no poder de mobilização dos sindicatos laborais brasileiros. “Falta aos nossos empresários este espírito, que muito contribui para a notoriedade junto ao Congresso Nacional”, alertou o parlamentar. PRESSTEM Como não poderia deixar de ser, a progra mação do CONETT contou com paineis dedicados ao debate acerca da regulamentação do setor de Prestação de Serviços Terceirizáveis. A discussão ganhou significância ainda maior por acontecer imediatamente após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizar a primeira audiência pública de sua história, proposta para abordagem do tema sob diferentes aspectos, em Brasília. Almir Pazzianotto, ex-ministro do Trabalho e também ex-presidente do TST, sugeriu a atualização do Enunciado 331 do TST como alternativa para solucionar o impasse da regulamentação da Terceirização. “A vantagem está na súmula ser universalmente conhecida. Com as devidas atualizações, como por exemplo, na questão da atividadefim, o 331 atende ao necessário”, propôs o ex-ministro. Ex-presidente do TST, Vantuil Abdalla analisou o discurso proferido pelo atual ocupante do cargo, ministro João Oreste Dalazen, durante a audiência pública, e concluiu que o setor está próximo de conquistar sua regulamentação. “Não há argumento contra a atividade, o que se tem são acusações contra uma Terceirização deturpada”, defendeu. Segundo ele, há tempos deixou-se de se falar em extinção da Terceirização para se falar normatização. “Esperamos ter, com a audiência pública, a modernização da jurisprudência”, disse Abdalla. Na opinião de Pazzianotto, a Prestação de Serviços Terceirizáveis está presente há muitos anos e em todos os 49 notícias ASSERTTEM Hora de planejar o futuro e celebrar conquistas Em 2012, um novo ciclo se inicia para a Asserttem Por Giovanna Zanaroli Gestão participativa, marcada pela ética e pela integração de toda a diretoria. A afirmação é de Vander Morales, que cumpriu o seu segundo mandato no triênio 2009-2011 como presidente da Asserttem. Para ele, as intensas ações empreendidas pela Associação só foram possíveis graças ao empenho dos diretores e ao trabalho em equipe. “Todos deram o seu melhor, acreditaram no nosso segmento e foram à luta. Ninguém faz nada sozinho”, lembrou Morales. A Asserttem comemorou quatro décadas de existência, sendo reconhecida nacionalmente – e até internacionalmente - como porta-voz oficial dos setores de Trabalho Temporário e de Serviços Terceirizáveis. Dados e pesquisas foram amplamente divulgados pela imprensa, o que conferiu maior credibilidade e confiança à Associação. Somente neste ano, até setembro, foram mais de 2 mil inserções na mídia. Expandiu sua atuação para além da capital paulista. Recentemente, uma nova diretoria regional foi criada – Brasília – para se juntar às já existentes em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Nordeste. A notoriedade alcançada pela Asserttem levou-a a interagir mais ativamente com diversas esferas governamentais, sempre defendendo e exaltando as boas práticas de mercado e a importância da Terceirização e do Trabalho Temporário para a economia brasileira. Em 2012, uma nova diretoria tomará posse. Jismália de Oliveira Alves, diretora de Comunicação na gestão do presidente Vander Morales, foi eleita para ocupar o cargo até 2014. Gente que faz acontecer PRESSTEM Jismália de Oliveira Alves – diretora de Comunicação e Eventos e presidente eleita para a próxima gestão “Os objetivos definidos no planejamento estratégico logo no início de nossa gestão em 2009 foram cumpridos, graças ao empenho do presidente Vander Morales e de toda a diretoria. A Asserttem já é uma entidade reconhecida pelo poder público, pela sociedade e pela imprensa, que passou a dar importância maior ao nosso setor.” Fotos: Bruno Leite 50 Flávio Nascente – diretor de Expansão Regional “Foi uma gestão marcada pela valorização do setor. A Asserttem conquistou maior influência, expandiu a atuação regional e intensificou sua presença na mídia. Resultado alcançado pelo trabalho de uma diretoria transparente e aberta ao diálogo.” Augusto Costa Calado – diretor regional Nordeste “A presença nacional da Asserttem está consolidada, pois pela primeira vez temos representantes em todas as regiões do País, atuando fortemente pelo desenvolvimento do setor.” Danilo Padilha – diretor regional Paraná “A presença da Asserttem no Paraná agregou ao nosso setor visibilidade sem precedentes. Conseguimos dar identidade para a Terceirização e para o Trabalho Temporário dentro do Estado, levando para a esfera nacional todas as discussões feitas no âmbito regional.” José Carlos Teixeira – diretor regional Minas Gerais “Atuamos ao longo dos últimos três anos pela atualização e modernização da Lei 6.019/74, para que o Trabalho Temporário tenha um alcance mais amplo, qualificando o indivíduo para o primeiro emprego e promovendo a recolocação no mercado. Cumprimento a toda a diretoria atual, e desejo que o mesmo caminho, de empenho e dedicação, seja trilhado pelas próximas que virão.” Mara Bonafé – diretora regional em Brasília “Durante a gestão que se encerra agora, Brasília foi escolhida para abrigar uma diretoria regional da Asserttem. O nosso trabalho ainda está no começo, mas já tem sido gratificante, e fará com que a Associação seja reconhecida no futuro também no Distrito Federal.” Márcia Costantini – diretora regional no Rio de Janeiro “A Asserttem é referência quanto o assunto é Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis. A expressiva divulgação no Estado do Rio de Janeiro fez com que empresários percebessem o quão importante é contratar de forma correta e formal. Demos um grande salto institucional. ” 51 PRESSTEM
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