Editorial Grupo de Pesquisa PROGEST O perfil dos - Cefet-MG
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Editorial Grupo de Pesquisa PROGEST O perfil dos - Cefet-MG
__ Boletim Científico do Grupo de Pesquisa PROGEST, do CEFET-MG, Campus II - Ano 0, No. 0, Maio/2010 são os escolhidos para este estudo, o que recoloca a questão: o que os trabalhadores da Construção Civil querem aprender? A pesquisa, já em curso, tem financiamento da FAPEMIG e, além do professor Antônio Tomasi, participam dela a mestranda Jane Eyre R. de M. Ferreira, do mestrado em Educação Tecnológica e os alunos da Engenharia Elétrica, Marcel Gomes de Oliveira e Thiago Geraldo Carvalho de Moura, ambos bolsistas da FAPEMIG. sino adequadas. Como primeiro passo eles procuram conhecer o perfil dos trabalhadores que se capacitam em Instalações Elétricas Prediais no PROGEST. Os resultados parciais da pesquisa serão encaminhados ao Congresso Brasileiro de Educação e Engenharia – COBENGE/2010. O perfil dos trabalhadores que buscam capacitação em Instalações Elétricas Prediais no PROGEST O ensino da sociologia e outras disciplinas das Ciências Humanas em áreas diversas desta são, na atualidade, uma preocupação dos profissionais daquele campo do conhecimento. Como oferecer essas disciplinas? Que conteúdos priorizar? Que carga horária? Que práticas utilizar? Essas são algumas das questões postas pelos profissionais envolvidos no debate. O ensino da sociologia, por exemplo, seja no ensino médio, seja no ensino superior, destaca-se nos debates relativos à presença dessa disciplina e de outras afins na formação dos jovens e, dentre eles, os dos cursos superiores de engenharia. A dissertação de mestrado em Educação Tecnológica A Sociologia nos cursos de graduação em Engenharia do CEFET-MG, desenvolvida pela aluna do curso de pósgraduação stricto sensu da Instituição, Camila Machado Boina, bolsista da CAPES, investiga a contribuição que a disciplina Sociologia traz para a formação do engenheiro, tendo em vista a atual exigência feita pelo mercado de trabalho e pela sociedade, expressa na CNE/CES de 2002, de uma sólida formação humana-técnico-científica como requisito de qualificação deste profissional. A mestranda procura acompanhar o processo de formação profissional desses jovens engenheiros na situação escolar e o desenvolvimento de suas competências. A pesquisa leva em conta que o cenário que se apresenta para o ensino de Engenharia no Brasil exige, além de profissionais qualificados e competentes, profissionais humanizados. A Sociologia nos cursos de Engenharia do CEFET-MG De modo geral os trabalhadores da Construção Civil possuem baixa escolaridade. Muito embora este quadro venha mudando a cada ano, ele ainda se mostra muito presente entre os trabalhadores desse setor produtivo e observa-se ainda que, muito frequentemente, os seus saberes escolares não correspondem à escolaridade certificada. A baixa escolaridade, embora seja uma característica da mão-de-obra da construção civil, o mesmo não se pode dizer quanto a sua formação e qualificação profissional que foram construídas na situação de trabalho. Ocorre que, com as mudanças, sobretudo, organizacionais e tecnológicas observadas nos canteiros de obras, os trabalhadores vêm perdendo a sua qualificação e se vêem, de uma hora para outra, empurrados em direção aos bancos escolares em busca de conhecimentos que os permitam recuperarem a qualificação e responderem adequadamente a essas mudanças. Trata-se, entretanto, de um público muito diferente daquele que a escola está habituada a formar. Além de possuírem saberes que frequentemente não correspondem à escolaridade certificada, eles são muito heterogêneos no que diz respeito à idade, à experiência profissional, ao ofício, ao cargo que ocupam na empresa, ao tipo de vínculo empregatício etc. A experiência dos Formadores do PROGEST ao longo dos últimos anos tem apontado para uma possível relação entre o perfil desses trabalhadores e seu desempenho escolar, e, a partir daí, a necessidade de se desenvolver práticas de ensino adaptadas a esses trabalhadores. A pesquisa desenvolvida pelos alunos Thiago Carvalho Moura e Marcel Gomes de Oliveira, ambos do curso de Engenharia Elétrica, e a mestranda Jane Eyre do mestrado em Educação Tecnológica busca essa relação, e existindo a relação, o desenvolvimento das práticas de en- Pesquisador do PROGEST desenvolve pesquisa financiada pela FAPEMIG Com financiamento da FAPEMIG, o professor Roger Dutra, pesquisador do PROGEST e colaborador do mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG, desenvolve desde 2009 o projeto Físicos na Salvaguarda da Energia Atômica e da Pesquisa em Física Nuclear: influência nas Atitudes de Defesa da Ciência da Comunidade Científica Brasileira Durante seu Processo de Constituição e Institucionalização (1945-1980). 4 __ Boletim Científico do Grupo de Pesquisa PROGEST, do CEFET-MG, Campus II - Ano 0, No. 0, Maio/2010 Editorial diálogo na comunidade cefetiana sobre os temas desenvolvidos. Finalmente, com o Boletim Científico PROGEST, ganha visibilidade o trabalho sério e comprometido de professores, técnico-administrativos e alunos do PROGEST. O Grupo de Pesquisa Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia (PROGEST) lança o primeiro número do seu Boletim Científico PROGEST. A iniciativa atende a uma antiga reivindicação dos membros desse Grupo de Pesquisa, para ampliar a divulgação de suas atividades científicas, entre outras, em especial no interior do CEFET-MG. O PROGEST vem se tornando ao longo do tempo um espaço privilegiado, não apenas de produção de trabalhos científicos, mas, sobretudo, de formação de jovens pesquisadores. Orientados por professores, os estudos desenvolvidos pelos alunos no Grupo de Pesquisa culminam com a parceria em publicações em revistas científicas, simpósios e congressos, tais como o SITRE, INTERTECH, COBENGE, ENEGEP e tantos outros. Os estudos tratam de forma reflexiva e crítica do Ensino de Engenharia e da Formação e Qualificação Profissional, as duas linhas do Grupo de Pesquisa. As demandas sociais e de mercado, bem como as mudanças econômicas, sociais e tecnológicas recentes são contextos recorrentes dos estudos, muito embora as pesquisas, em grande medida, partam dos indivíduos, sem perder de vista, contudo, sua inserção nesses contextos. Assim, como os alunos do CEFET-MG, futuros engenheiros, mas também como os operários com os quais eles convivem, constroem e vivem suas experiências, suas carreiras profissionais, seus projetos de vida, seus saberes e competências e suas identidades profissionais. O Boletim Científico PROGEST é um espaço que abrigará comunicações sobre projetos de pesquisa ou sobre as próprias pesquisas desenvolvidas por professores, técnicos administrativos e alunos do CEFET-MG ligados ao Grupo de Pesquisa, nas modalidades de teses, dissertações, PIBICs etc. Eventos e obras científicas, nacionais ou estrangeiras, relacionadas às atividades do PROGEST terão também, no Boletim, um espaço privilegiado. Espera-se, com o Boletim do PROGEST, ampliar, no CEFET-MG e em todos os seus campi, o debate e o Grupo de Pesquisa PROGEST Criado em 2002, o Programa de Estudos em Engenharia – PROGEST foi reconhecido como Grupo de Pesquisa e credenciado pelo CNPq em 2008. O Grupo de Pesquisa tem à sua frente o prof. Antônio Tomasi, professor dos cursos de Engenharia de Produção Civil e Mestrado em Educação Tecnológica do (CEFETMG). Professores e alunos dos diferentes níveis de ensino da Instituição desenvolvem pesquisas em torno das duas linhas: 1. ENSINO DE ENGENHARIA – as áreas de conhecimento são: as Engenharias, Engenharia de Produção, Gestão da Produção, Projeto, Planejamento e Controle e Sistemas de Produção, tendo como objetivo acompanhar o processo de formação profissional de engenheiros na situação escolar e fora dela; pesquisar o desenvolvimento de competências de jovens estudantes de engenharia e demais trabalhadores da área da construção civil, educação, mercado de trabalho e mão-deobra. 2. FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO – as áreas de conhecimento de referência são: Educação e Sociologia do Trabalho, tendo como objetivo acompanhar os processos de formação e qualificação profissional de trabalhadores, sobretudo, da Construção Civil, submetidos a cursos de capacitação, a formação profissional e o desenvolvimento das competências de estudantes de engenharia participantes do projeto de formação de trabalhadores. Os setores de aplicação são a construção civil, educação média de formação técnica ou profissional, mercado de trabalho e mão-de-obra. O PROGEST mantém duas atividades básicas, a saber: 1. DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA: desenvolve pesquisas desde 2002, com a participação 1 __ Boletim Científico do Grupo de Pesquisa PROGEST, do CEFET-MG, Campus II - Ano 0, No. 0, Maio/2010 __ Boletim Científico do Grupo de Pesquisa PROGEST, do CEFET-MG, Campus II - Ano 0, No. 0, Maio/2010 de alunos dos cursos técnico, graduação e mestrado em Educação Tecnológica, sobre a inserção profissional, a construção da identidade profissional, a formação profissional, a qualificação e as competências dos trabalhadores. Para tanto, mantém parcerias com prefeituras, empresas construtoras e Organizações Não Governamentais. Os trabalhos são apresentados e publicados em congressos e encontros científicos especializados. 2. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA: coordena, desde 2006, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Estadual de Minas Gerais, Universidade Federal de Ouro Preto e professores do Conservatoire Nationale des Arts et Métiers - França, o Simpósio Internacional Trabalho, Relações de Trabalho, Educação e Identidade (SITRE), que ocorre a cada 2 anos em Belo Horizonte e onde são apresentados trabalhos sobre a identidade profissional, a educação e trabalho e as relações de trabalho. O primeiro SITRE foi em novembro de 2006 e o segundo em abril de 2008, o terceiro ocorrerá neste mês. de capacitação de trabalhadores da construção civil em Gestão de Obras ou Instalações Elétricas Prediais. A capacitação, na verdade, se constitui na parte empírica de pesquisas desenvolvidas por alunos do ensino técnico, da graduação e da pós-graduação e de professores ligados ao PROGEST. Todos os sábados, alunos do CEFET-MG ligados ao Grupo de Pesquisa e operários da construção civil contratos por empresas do setor se encontram numa importante troca de experiências e conhecimentos. A partir desses encontros, dados, tanto dos Formadores, como dos operários, são coletados e pesquisas são desenvolvidas e publicadas. A pesquisa da qual participa o aluno José George Melgaço do curso de Engenharia Elétrica – CEFET-MG trata exatamente desta primeira experiência em sala de aula. Que dificuldades encontram os jovens Formadores? Como as superam? Que descobertas realizam? Resultados parciais da pesquisa em cursos serão encaminhados ao Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE/2010. Além de UFMG, CEFET-MG e UEMG, o evento tem participação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e do Conservatório Nacional de Artes e Ofícios da França. As palestras e os GTs ocorrerão no auditório e demais dependências da FAE-UFMG e os minicursos no CEFET-MG, na FAE-UFOP (Mariana) e no Museu de Artes e Ofícios BH. Entre as presenças estrangeiras registra-se a dos professores franceses Guy Jobert (CNAM), e Marc Loriol (Sorbone-Paris 1) e a do espanhol Manuel Ferraz Lorenzo (Universidad de La Laguna, Espanha). A abertura do evento contará com a presença dos reitores das Instituições envolvidas e do Ministro da Educação.Para maiores Informações, acessar o site do evento: http://www.sitre.cefetmg.br. A PRIMEIRA AULA NINGUÉM ESQUECE. A experiência de jovens Formadores do PROGEST A primeira aula ninguém esquece, especialmente quando é a primeira vez que se entra em sala de aula como Professor, ou melhor, como Formador, denominação utilizada em substituição à de Professor, para distinguir o caráter profissional contida nesse termo do instrutor como forma de marcar o caráter educativo da atividade por eles desenvolvidas. É o caso dos alunos de Engenharia do CEFET-MG que participam como Formadores do Grupo de Pesquisa Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia (PROGEST). Sem qualquer experiência ou formação docente clássica que os habilite ao exercício do magistério, eles se deparam com inúmeros desafios ao entrarem pela primeira vez como Formadores em uma sala de aula. Aos poucos, entretanto, eles constroem estratégias de superação das dificuldades, desenvolvem métodos de ensino a partir de suas próprias experiências ou de colegas. O PROGEST oferece aos alunos da Engenharia do CEFET-MG e mesmo de outras instituições de ensino superior, a oportunidade de participarem do processo Simpósio Internacional SITRE O III Simpósio Internacional Trabalho, Relações de Trabalho, Educação e Identidade (SITRE) ocorrerá entre 17 e 19 de maio, na Faculdade de Educação da UFMG e instituições como o CEFET-MG e UEMG. O evento, que chega à sua terceira edição, trata principalmente do estágio atual das pesquisas em trabalho e educação. Além de conferências e minicursos de professores brasileiros e estrangeiros, o simpósio apresentará trabalhos e pôsteres em grupos com os seguintes temas: Formação de adultos; Ofícios e profissões; Identidade profissional; Sociedade, políticas públicas e educação profissional na cidade e no campo; Tecnologia e sustentabilidade; Licenciatura: formação e identidade profissional; Trabalho, saberes e experiência; e Formação profissional em engenharias e tecnologias. Eles realizaram, ainda, visitas técnicas a canteiros de obras na cidade de Tours e região. Os alunos, que na sua grande maioria, já chegaram à França falando francês, durante os finais de semana foram hospedados por famílias da região, o que lhes permitiu, não apenas melhorar o idioma aprendido, mas também, conhecer a região e a cultura francesa. O projeto, denominado Operação França, teve duração de 28 dias, foi coordenado pelos professores Antônio Tomasi, Antônio Libério Borba e a Técnica Administrativa Jussara Teles e recebeu apoio integral do CEFET-MG, inclusive nas aulas de francês que antecederam a viagem. A “formação ao longo da vida” (FTLV) Um estudo sobre a formação profissional de trabalhadores da Construção Civil Trabalhadores, com longa experiência de trabalho e ligados a diferentes setores produtivos, têm procurado, com freqüência cada vez maior, programas de capacitação profissional a eles oferecidos por iniciativas as mais diversas. Dentre as muitas questões que pode gerar esse fato, destacamos uma delas: o que os trabalhadores querem aprender? A pergunta não se reporta ao que seus patrões ou o mercado quer que eles aprendam, referência clássica para a montagem de grades curriculares e conteúdos desses programas, mas o que eles querem aprender. Muito embora não pareça, a pergunta não é habitual, pelo menos entre os que oferecem esses programas. Não é difícil demonstrar que, de modo geral, os trabalhadores não escolhem o que aprender. Não se trata, também, de uma pergunta ingênua. Ela se encontra no centro de um debate acadêmico recente conduzido por Philipe MEIRIEU e acompanhado por Vincent MERLE e Guy JOBERT, todos pesquisadores franceses ligados ao Conservatoirie National des Arts et Métiers (CNAM), entre outros estudiosos da formação de adultos. O debate coloca, de um lado, o que eles chamam de “educação ao longo de toda a vida”, e, de outro lado, “formação ao longo de toda vida”. MEIRIEU utiliza o segundo termo e reserva o primeiro à atividade na qual os que são objetos dessa educação não escolhem deliberadamente seu objeto de aprendizagem, no caso, as crianças, como faz questão de remarcar. Os trabalhadores da Construção Civil, por constituírem uma categoria profissional tradicionalmente formada na situação de trabalho e no momento se dirigirem em grande número a cursos de capacitação, Membros do PROGEST conhecem Escola de Formação Profissional francesa e fazem visita técnica a canteiros de obras Alunos do PROGEST tiveram a oportunidade de conhecer as atividades do ensino técnico e profissional (teorias e práticas), no Lycée Martin Nadaud, na cidade Saint Pierre de Corps, França e no Centre de Formation d’Aprenti (CFA), nesta cidade. Boletim Científico do Grupo de Pesquisa do Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia (PROGEST) Diretor Geral: Prof. Flávio Antônio dos Santos Vice-Diretora: Profa. Maria Inês Garíglio Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Gray Farias Moita Diretor do Campus II: Prof. Tarcísio Antônio dos Santos Oliveira Líder do Grupo de Pesquisa: Prof. Dr. Antônio de Pádua Nunes Tomasi Criação e diagramação: Ronaldo Ferreira Machado Avenida Amazonas, 7.675 - Bairro Nova Gameleira - Belo Horizonte/MG - CEP. 30510-000 Telefone: (31) 3319-6818 site: www.progest.cefetmg.br - E-mail: [email protected] 2 Prof. Antônio Tamasi e os alunos do CEFET-MG na França. 3
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