Dois anos de prisão para jornalista argelino Mohamed Benchicou

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Dois anos de prisão para jornalista argelino Mohamed Benchicou
Affaire Mohamed Benchicou
Le règne de l’arbitraire
Dois anos de prisão para jornalista argelino Mohamed Benchicou
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Dois anos de prisão para jornalista argelino Mohamed Benchicou
© Jornalistas.online.pt | Jeudi 17 juin 2004
Mohamed Benchicou, editor do diário “Le Matin”, foi condenado a 14 de Junho por um tribunal argelino a
dois anos de prisão e a uma coima no valor de cerca de 230 mil euros, por alegada violação às leis de
câmbio de moeda.
Youssef Razzouj, do mesmo jornal, revelou ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) que o início deste
caso teve lugar em Agosto de 2003, quando Mohamed Benchicou, de regresso à Argélia vindo de França, foi
questionado pelas autoridades aeroportuárias acerca de notas de crédito que trazia consigo, o que constituía uma
infracção às leis do país. No entanto, o “Le Matin” e outro média privado argelino acusam o governo de abrir este
processo contra Mohamed Benchicou para o punir por o seu jornal criticar com insistência o presidente Abdelaziz
Bouteflika e outras autoridades. Mohamed Benchicou – que em Fevereiro passado publicou uma polémica
brochura intitulada “Bouteflika, Uma Fraude Argelina” – acusa o ministro do Interior, Yazid Zerhouni, de estar por
detrás da perseguição que lhe é movida, já que o “Le Matin” divulgou, em 2003, que aquele governante esteve
envolvido em torturas a detidos quando trabalhou para a segurança militar nos anos 70.
Desde que Mohamed Benchicou foi acusado, as autoridades policiais e os procuradores judiciais interrogaram
diversas vezes o jornalista e outras pessoas da equipa do “Le Matin”, alegando que Benchicou difamara o governo.
Aliás, vários processos de difamação têm sido avançados contra a publicação que, em Agosto de 2003, integrou o
lote de jornais privados críticos do governo que se viram confrontados com uma ordem de pagamento à gráfica
estatal onde eram impressos, tendo três dias para acertar as contas se desejavam continuar a ver a luz do dia.
Sobretudo nas últimas semanas, as autoridades argelinas têm processado inúmeros jornalistas que denunciaram
casos de corrupção e outras transgressões de governantes.
O CPJ exigiu já o fim desta campanha de perseguição aos média, apelo a que se juntou a Federação Internacional
de Jornalistas (FIJ), que recordou a propósito a situação do activista humanitário Hafnaoui Ghoul, também repórter
dos diários “El-Youm” e “Djazair News”. Hafnaoui Ghoul foi detido em Maio por acusações de ultraje e difamação,
após dar uma entrevista ao “Le Soir d’Algérie” sobre a situação dos direitos humanos na região de Djelfa, no Sul
do país, e por ter divulgado que figuras políticas estavam a usar indevidamente fundos públicos. Igualmente a
Repórteres Sem Fronteiras se mostra escandalizada com a sentença a Mohamed Benchicou e sublinha que, há
alguns meses, o presidente argelino comparou os jornalistas a “terroristas” e “mercenários”, acusando-o de
prosseguir agora com a sua lógica repressiva e silenciadora da imprensa.
Veja também:
Sítio do CPJ
Sítio da FIJ
Sítio da RSF
Nova vaga de ataques a jornalistas na Argélia
RSF condena assédio de jornalistas na Argélia
Site perso de Mohamed ZIANE-KHODJA – www.ziane-online.com
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