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RELAÇÕES PÚBLICAS GOVERNAMENTAIS
Marcello Chamusca
Márcia Carvalhal
CONCEITO
As Relações Públicas governamentais se referem ao gerenciamento das redes de comunicação
formais inseridas nas organizações públicas, em todos os âmbitos, federal, estadual e municipal,
e que têm como tarefa, difundir junto à opinião pública, questões ou temas significativos que
ocorrem na esfera governamental – visando o conhecimento e a participação do cidadão além de
criar estratégias para soluções de conflitos dos seus públicos internos (funcionalismo públicos) e
externos (população). Seu traço distintivo é a persuasão, principalmente através de mecanismos
de propaganda ideológica.
CARACTERÍSTICAS
É basicamente usada para divulgação, usa sempre a persuasão para reafirmar questões
ideológicas e no Brasil tem uma característica peculiar, ou seja, são exercidas apenas suas
funções operacionais de cerimonial e eventos principalmente no Poder Legislativo.
FUNÇÕES
A moderna democracia exige um trabalho de RP que produza um efeito real, positivo, de
participação popular. O desinteresse e falta de informação do cidadão são grandes adversários.
Desta forma, o primeiro trabalho dos praticantes dos RP Governamentais é informar, mantendo
assim cidadão participativos e integrados na sociedade. Na Primeira Assembléia Mundial de
Associações de Relações Públicas, realizada no México em 1978, estabeleceu-se que de acordo
com os antecedentes históricos e a realidade atual das Relações Públicas, a principal meta das
atividades governamentais seria a de conseguir o apoio popular. As ações planejadas
proporcionariam a integração e o diálogo entre governantes e governados com a finalidade de
alcançar a participação em função de um bem comum. Segundo Torquato do Rego, as Relações
Públicas Governamentais têm como função primordial “levar à opinião pública fatos de
significação ocorridos na esfera governamental”.
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IMPORTÂNCIA
Historicamente as RP Governamentais passaram por diversas fases, desde a da divulgação sobre
as realizações do Estado até a época da pesquisa e do diálogo. Nos dias atuais, se dá importância
ao trabalho de RP no governo por causa da incessante luta pela democracia, baseada numa
tentativa de comunicação de duas mãos com os cidadãos.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Os profissionais de RP são componentes-chave na administração de instituições públicas e tem
sido o elo entre a população e o governo. Nos governos de todo o mundo são diversos
profissionais que desempenham o papel de RP, levando variados títulos. São profissionais com
formação em administração, economia, secretariado e muitas vezes até sem formação de nível
superior, apenas com o nível técnico. Além disso, certos departamentos que atuam na área de RP
levam títulos como Departamento de Comunicação Social, Atendimento ao Público, Cerimonial,
dentre outros. Isso torna difícil a identificação e caracterização de tal função dentro da área
pública.
É de fundamental importância o direito do cidadão ao acesso à informação governamental. Ao
mesmo tempo em que as ações do governo são informadas aos cidadãos, a imprensa tenta
assegurar a responsabilidade de passar a informação verdadeira e acaba sendo a representante do
cidadão no sistema de avaliação. Cada vez mais, os jornalistas dão maior importância em
divulgar falhas e erros do governo do que simplesmente ações e atividades governamentais.
Muitos vêem comunicação governamental como mera propaganda par conseguir votos ou até
mesmo a reeleição. Entretanto, à medida que a comunicação governamental se torna mais
profissional, mais fácil é reconhecer o comprometimento e responsabilidade do governo para
com os cidadãos. É por isso, que a atividade de um RP Governamentais se torna cada vez mais
essencial para o sucesso de um governo.
NO BRASIL
A comunicação entre governo e sociedade no Brasil passou por um processo de transição que se
deu, primeiramente, através de um modelo original criado durante a ditadura militar, em que a
atividade de RP foi essencial na remodelação desse espaço de comunicação, substituindo a
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propaganda política em seus moldes tradicionais por um discurso político indireto, ligado a
padrões de comportamento e à educação cívica.
Apenas nos dois primeiros anos do Governo Sarney, percebemos um modelo de RP adequado e
que podemos caracterizar como modelo ideal para a prática da atividade no setor público, pois,
privilegiou o diálogo e utilizou os instrumentos comunicacionais em favor da informação e da
transparência das ações governamentais.
Neste cenário, o papel das RP na comunicação governamental precisa ser repensado na sua
função estratégica, em que se reconheça a sua importância para o planejamento e
estabelecimento de canais de comunicação entre governo, opinião pública e cidadãos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comunicação governamental é justificada pelo “interesse público”, mas, privilegiou na maior
parte do tempo o uso das estratégias de Marketing em detrimento de uma possível “prestação de
contas”, de um possível diálogo, de um canal de informações. E, a exceção de raros instantes,
infelizmente, a comunicação governamental visou sempre o convencimento e não a informação.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Administração de Relações Públicas no Governo. 4.
ed. São Paulo: Loyola, 1993.
________. Para entender relações públicas. São Paulo: Loyola, 1993.
SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas: Função Política. 3. ed. São Paulo: Summus, 1995.
TORQUATO DO REGO, Francisco Gaudêncio. Marketing Político e Governamental. 3. ed. São
Paulo: Summus, 1990.
Para citar este trabalho copie as linhas abaixo trocando o X pela data que acessou esse
trabalho:
CHAMUSCA, Marcello; CARVALHAL, Márcia. Relações Públicas Governamentais [online] Disponível na internet via WWW URL: http://www.rpbahia.com.br/trabalhos/paper/textos/rp_governamental.pdf - Capturado em XX/XX/200X.
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