Baixar - Unaerp
Transcrição
Baixar - Unaerp
Vinicius Humberto Nunes Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções Orientadora: Profª Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa Ribeirão Preto 2005 Banca Examinadora Profª. Drª. Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa (presidente) Professora Titular do Curso de Odontologia da UNAERP Prof. Dr. Manoel D. Sousa Neto Professora Titular do Curso de Odontologia da UNAERP Prof. Dr. Fábio Luiz Camargo Villela Berbert Professor Assistente Doutor do Deptº de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP Defesa: 30/11/2005 Vinicius Humberto Nunes Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções Dissertação apresentada ao curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, para obtenção do Título de Mestre em Odontologia, sub-área Endodontia. Orientadora: Profa Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa Ribeirão Preto 2005 Nunes, Vinícius Humberto, A779a Análise comparativa da adesividade dos cimentos Epiphany e AH Plus à dentina radicular tratada com diferentes soluções/ Vinícius Humberto Nunes, - - Ribeirão Preto, 2005. 76 p.: il.- Orientadora: Profa. Dra Yara T. Corrêa Silva Sousa Dissertação (mestrado) – Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Odontologia, área de concentração: Endodontia, 2005. 1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Canal Radicular. 4- Tratamento. I. Título CDD: 617.6342 Este trabalho foi realizado no Laboratório de Pesquisas em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Dedicatórias A DEUS. Em vários momentos desta caminhada, pude sentir o conforto e o alento de Tua presença, sem a qual não poderia prosseguir. Agradeço, constantemente, pelas pessoas que colocaste em minha vida. Pelas dificuldades que encontrei, e pela força que me deste para superá-las. Aos Meus Pais, Paulo Nunes Filho Áurea de Paula Nunes. Peço sempre a Deus que me torne digno de honrá-los. Dizer que os amo é tão pouco! Gostaria de ser conhecedor de uma expressão que pudesse traduzir o sentimento que enche meu peito quando penso em vocês. Ou então, de possuir um abraço que pudesse transmitir o orgulho que sinto por simplesmente poder chamá-los de Pai e Mãe. Quem sabe um dia, um carinho meu possa retribuir uma ínfima parte do conforto que vossos colos me deram. Mas principalmente, espero ter sido sensível aos exemplos que me deram, para que um dia, eu possa dar aos seus netos o mesmo amor que recebi de vocês. Ao Meu Irmão, Walter Henrique Nunes Que sempre foi motivo de muito orgulho. No qual muitas vezes me inspirei para tomar as atitudes mais acertadas, ou apenas para dar boas risadas, mesmo nos momentos mais difíceis. Amo você! À minha noiva Giovanna Mayra Titton de Barros Com muita diplomacia, respeito e carinho, deu-me segurança para seguir meu caminho. Comungou comigo dos meus sonhos e soube absorver minhas tensões, tornando o caminho muito mais seguro e leve. Te amo. À minha orientadora, Profª. Drª. Yara T. Corrêa Silva Sousa, pela solicitude e dedicação com a qual me conduziu nesta pesquisa. A cortesia e educação, que lhe são peculiares, fizeram com que o andamento dos trabalhos fosse harmônico, deixando as tarefas sempre mais suaves. Serei sempre grato por sua dedicação. Agradecimentos Ao Curso de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, pelo incremento profissional e pessoal. Ao Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto, pelo acréscimo intelectual dado a esta dissertação. Aos professores do Curso de Mestrado em Endodontia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP: Paulo César Saquy, Manoel D. de Sousa Neto, Luiz Pascoal Vansan, Antonio Miranda Cruz Filho, Raphael Carlos Comeli Lia, Lisete Diniz Ribas Casagrande, Celso Bernardo de Sousa Filho, Neide Aparecida de Sousa Lehfeld, Rosemary Cristina Linhari R. Pietro, Jacy Ribeiro de Carvalho Junior, Delza Deise Marchetti Kannan, Edson Alfredo, Renato Cássio Roperto, Lucélio Bernardes Couto, pelos ensinamentos transmitidos durante o curso. Aos colegas da quinta turma de Pós-Graduação em Odontologia, sub-área Endodontia, Maria Isabel Anastácio Faria, Fabio Leal Braga, Fabricio Scaini, Cíntia Regina de Carvalho França, Lorenna Fonseca Braga de Oliveira, Irdival Cristino Figueiredo Junior, Rafael Brandão Ferreira, Mônica Maria Denadae de Campos Pinto, Edi Wagner Sasaki, pela amizade e companheirismo. A todos, muito SUCESSO! Aos amigos Tabajara Sabbag Fonseca, Michele Nadalin, Isabela Parsekian Martins, Neilor Antunes Braga, Felipe Barros, Silvia Nomelini, Moisés Franco Barbosa da Silva, José Estevam Vieira Ozório que nunca pouparam esforços para aquela ajuda sempre necessária. Às incansáveis Cecília Maria Zanferdini, Joana Neia Vieira, Karina Betini Verri, Sonia Maria Del Campo. À Rosemary Alexandre, que com a sua ajuda, tornou o caminho belo e tranqüilo, e, com sua luz, permitiu que muitos momentos difíceis passassem desapercebidos. Ao Amigo Marco Fiori Júnior, que abriu as portas de sua casa, dando-me conforto e alento nos momentos mais difíceis, e comemorando comigo nas vitórias, assim como nos tempos da “Highlander”. À Prof.ª Raquel Assed Bezerra da Silva, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP, que me abençoou com sua amizade. Aos amigos da Turma 72 da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, em especial, Beatriz Maria Valério Lopes, Weber Adad Ricci e Karin Hermana Neppelenbroek, que se fizeram presentes neste momento tão importante para mim. Aos grandes amigos Fernando César Becca Borges e Renata Cristina Rowe, que propiciaram momentos de muita alegria, e ajudaram a fazer tudo valer a pena! Adoro vocês! Aos amigos Antonio Ferreira Inocêncio Neto e Urbano Peres Ramos Junior, que, mesmo que a distância insista em separar-nos, fazem-se sempre presentes nos momentos mais importantes. Ao amigo e irmão Sergio José Andrade, e à cunhada Andréa Sutana Dias Andrade pelos conselhos, palavras, estima e pela confiança em mim depositada durante todo esse tempo. Aos amigos Glauco André Marques e Adriana Sayuri Catuyama Marques, pela amizade e descontração, que muito ajudaram nessa caminhada. Aos Irmãos da Loja Maçônica Acácia de Avaré, que participaram ativamente de mais esse processo de lapidação. Aos Amigos Professores Doutores Fabio Luiz Camargo Villela Berbert, Renato de Toledo Leonardo e Idomeo Boneti Filho, da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, que me estimularam a seguir o caminho da Endodontia. Sumário RESUMO SUMMARY INTRODUÇÃO................................................................................. 01 REVISTA DA LITERATURA............................................................... 05 PROPOSIÇÃO.................................................................................. 28 MATERIAL E MÉTODOS................................................................... 30 RESULTADOS................................................................................. 38 DISCUSSÃO.................................................................................... 46 CONCLUSÕES................................................................................. 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 56 Resumo ______________________________________________________________________________________Resumo O objetivo do presente estudo foi avaliar a adesividade do cimento Epiphany à dentina radicular previamente tratada com hipoclorito de sódio a 1% e com EDTA a 17%, em comparação ao cimento AH Plus, pelo método do push-out. Raízes de 60 caninos superiores humanos foram seccionadas transversalmente na junção amelocementária e a 8 mm da mesma, criando cilindros de raiz que, após inclusão em resina acrílica autopolimerizável, tiveram seus canais radiculares preparados com auxílio de uma ponta troncônica. Os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de acordo com a solução utilizada: GI - água destilada (controle), GII - hipoclorito de sódio a 1% e GIII - EDTA a 17%. Após o tratamento da dentina, cada grupo foi divido em dois subgrupos de acordo com o cimento obturador a ser testado: Epiphany e AH Plus. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste do push-out na Máquina Universal de Ensaios, com velocidade constante de 1mm/minuto. A análise estatística dos resultados evidenciou diferença ao nível de 5%. Concluiu-se que o cimento AH Plus apresentou valores de adesividade superiores aos obtidos pelo cimento Epiphany, independentemente do tratamento utilizado, e que a aplicação do EDTA 17% propiciou aumento da adesividade dos dois cimentos obturadores estudados. Summary _____________________________________________________________________________________Summary The aim of the present study was to assess the bond strength of the Epiphany cement to radicular dentin previously treated with 1% sodium hypochlorite and 17% EDTA, in comparison to the AH Plus cement, using the push-out test. Roots of 60 human superior canines were transversally sectioned in the cementoenamel junction and another section was accomplished 8 mm below the junction. The resulting root cylinders were embedded in autopolymerized acrylic resin and prepared. Samples were randomly assigned to 3 groups according to the irrigating solution: GI - distilled water (control), GII - 1% sodium hypochlorite and GIII - 17% EDTA. After the dentin treatment, each group was divided into two subgroups according to the luting agent: Epiphany or AH Plus. Specimens were submitted to the push-out test in a Universal Testing Machine with a constant speed of 1 mm/min. Data statistical analysis evidenced differences to a level of 5%. It was concluded that the AH Plus cement presented superior bond strength than the Epiphany cement, regardless the irrigating solution, and that the application of 17% EDTA increased the adhesion of both tested cements. Introdução Introdução 2 Ao estudar o perfil ideal que um material obturador dos canais radiculares deve possuir, torna-se possível estabelecer os parâmetros de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos, bem como a avaliação daqueles já existentes no mercado. Para os estudos das propriedades físico-químicas dos cimentos, foi efetivada pela American Dental Association (ADA), em 1983, sob o título de Especificação 57, uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores endodônticos com a finalidade de promover a padronização das pesquisas e a uniformidade dos resultados. A Especificação 57 da ADA determina, para avaliação das propriedades físicas dos materiais obturadores endodônticos, os seguintes testes: escoamento, espessura do filme, tempo de endurecimento, radiopacidade, solubilidade e desintegração e estabilidade dimensional. Vale salientar que esta norma não prevê nenhum modelo para os testes de adesividade. Adesividade do cimento obturador significa a sua capacidade de aderir às paredes dentinárias do canal radicular e propiciar um meio cimentante que promova a união dos cones de guta-percha entre si e destes com a dentina (SOUSA-NETO et al., 2005). Na literatura consultada, observou-se dois modelos utilizados para avaliar a adesividade do cimento obturador do canal radicular: um proposto por GROSSMAN (1976), que utiliza uma máquina simples, constituída de uma haste em forma de T dotada de duas roldanas e um fio; e outro método que utiliza a Máquina Universal de Ensaios (ØRSTAVIK, 1983). Introdução 3 Em relação à composição, os cimentos obturadores podem ser classificados em: cimentos resinosos, cimentos à base de óxido de zinco eugenol que contêm ou não medicamentos, cimentos que contêm hidróxido de cálcio e cimentos à base de ionômero de vidro. O primeiro cimento à base de resina epóxica foi preconizado por SCHRÖEDER (1954), que propôs um cimento obturador à base de resina epóxica de bisfenol A. A partir de então, as pesquisas contribuíram para a melhoria da qualidade desse tipo de cimento que resultou em várias propostas, entre elas o AH Plus. O AH Plus é um cimento com propriedades físico-químicas satisfatórias, apresenta baixa solubilidade e desintegração (SCHAFER et al., 2003) e boa adesividade (ELDENIZ et al., 2005); ação antimicrobiana (KAYAOGLU et al., 2005) e boas propriedades biológicas (WILLERSHAUSEN et al., 2000). Avanços na tecnologia adesiva alimentam o desejo de reduzir a infiltração marginal apical e coronária por meio da união do material obturador às paredes dos canais radiculares (TAY et al., 2005). Um cimento resinoso de metacrilato foi desenvolvido, juntamente com um primer auto-condicionador, para cumprir este objetivo. O cimento Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, USA) é um compósito à base de resina de metacrilato de polimerização dual, que possui em sua composição partículas de carga como hidróxido de cálcio, sulfato de bário, vidro de bário e sílica. O cimento Epiphany é utilizado com um material sólido denominado Resilon (Resilon Research LLC, Madison, CT, USA), composto por polímeros de poliéster sintéticos termoplastificáveis, similar à guta-percha. A associação do cimento Introdução 4 Epiphany com o Resilon forma um monobloco que se adere às paredes da dentina (SHIPPER et al., 2004). SHIPPER; TROPE (2004) sugeriram que este monobloco seria desejável para a completa obturação do canal por permitir menor infiltração marginal cervical em caso de perda ou fratura do selamento coronário provisório. Estudos in vitro (SHIPPER et al., 2004) e in vivo (SHIPPER et al., 2005) têm demonstrado boa resistência do monobloco à penetração bacteriana; entretanto, IMAI; KOMABAYASHI (2003) apontam como uma desvantagem desse sistema a possível dificuldade em caso de retratamento. Considerando-se a proposta de utilização de um cimento de metacrilato juntamente com um primer auto-condicionador, torna-se importante estudar as propriedades físico-químicas destes novos materiais obturadores, em especial a adesividade, a fim de determinar suas reais vantagens. Revista da Literatura Revista de Literatura 6 A revista de literatura realizada neste estudo procurou abordar as propriedades físico-químicas dos cimentos obturadores, com ênfase na adesividade e nas diferentes metodologias utilizadas para a sua avaliação. KEMPER; KILIAN (1976) preconizaram a avaliação da capacidade adesiva de materiais odontológicos à estrutura dental por meio da utilização da Máquina Universal de Ensaios. GROSSMAN (1976) estudou algumas propriedades físicas dos cimentos obturadores de canais radiculares, entre elas a adesividade. Os materiais testados foram AH 26, Diaket, Kerr sealer, Mynol, N2, N2 (no-lead), Procosol (nonstaining), RC2B, Roth 801, Roth 811, Tubliseal e cimento de óxido de zinco e eugenol. Os resultados demonstraram que quanto menor o tamanho das partículas, mais fácil é a manipulação do cimento e melhor é seu escoamento e, quanto maior a temperatura e umidade, menor o tempo de endurecimento do cimento. Todos os cimentos apresentaram evidências de contração quando expostos à temperatura ambiente por 5 a 7 dias. Em relação à adesão, observou que os cimentos resinosos AH 26 e Diaket apresentaram melhor adesão que os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol. McCOMB; SMITH (1976) avaliaram in vitro algumas propriedades físicas (escoamento, tempo de endurecimento, radiopacidade, adesão à dentina radicular, resistência à compressão e solubilidade) de nove cimentos obturadores de canais (Kerr sealer, Tubliseal, Procosol (nonstaining), Procosol Silver, PCA, Roth 801, Roth 811, Diaket e AH 26), e as compararam com as propriedades de dois cimentos endodônticos especialmente preparados com fórmulas à base de policarboxilato (5TD e 5TDR). Os cimentos endodônticos à base de óxido de zinco e eugenol apresentaram baixa resistência à compressão e alta solubilidade, não apresentando adesão à dentina, fato que também ocorreu com o cimento à base de resina Revista de Literatura 7 polivinílica (Diaket). O cimento à base de resina epóxi (AH 26) apresentou propriedades superiores em relação à resistência, escoamento, radiopacidade e adesão, embora tenha mostrado alta solubilidade. Os cimentos à base de policarboxilato apresentaram adesão à dentina duas vezes maior que aquela apresentada pelo cimento AH 26. Os autores ressaltam que, quanto maior a quantidade de resíduos orgânicos e inorgânicos no interior do canal radicular, mais difícil torna-se a adesão do cimento às paredes dentinárias. ØSTRAVIK et al. (1983) avaliaram, por meio de uma Máquina Universal de Ensaios, a adesividade dos seguintes cimentos à dentina e à guta percha: AH 26, Procosol, Forfenan, Diaket, Kloroperka, Endomethasone, N2 e Fosfato de zinco. Os autores observaram uma maior capacidade adesiva do cimento à base de resina epóxi AH 26, tanto à dentina, quanto à guta percha em relação aos demais cimentos estudados. A partir de 1983, a American Dental Association (ADA) estabeleceu uma série de normas e testes para avaliar os materiais obturadores endodônticos, com a finalidade de promover uma uniformidade dos resultados. Os testes de escoamento, espessura do filme, tempo de trabalho, tempo de endurecimento, solubilidade e desintegração, radiopacidade e estabilidade dimensional foram incluídos na especificação 57 da ADA. O teste de adesividade não foi incluído nesta normatização por não existir um consenso entre os pesquisadores quanto ao melhor método para se avaliar esta propriedade. WHITE et al. (1984) avaliaram a influência da smear layer na penetração de certos materiais obturadores plásticos (pHEMA e silicone) nos canalículos dentinários. Os resultados demonstraram que a presença da smear layer impediu a penetração dos materiais nos canalículos dentinários; ao contrário, a remoção da smear layer Revista de Literatura 8 por meio da irrigação com EDTA e hipoclorito de sódio, permitiu que os materiais penetrassem consideravelmente nos canalículos. Os autores concluíram que a remoção da smear layer aumenta o contato do material obturador com a dentina e melhora a capacidade de adesão e o selamento da obturação através do embricamento mecânico proporcionado. HYDE (1986) estudou o escoamento, tempo de trabalho, tempo de endurecimento, pH, solubilidade, adesão e radiopacidade dos seguintes cimentos obturadores de canais radiculares: Sealapex, CRCS, Tubliseal e Roth 801. O autor verificou que os cimentos que contêm hidróxido de cálcio em suas fórmulas (Sealapex e CRCS) provocaram um aumento significante no pH da água que os continha, ocorrendo o oposto com os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol. O Sealapex apresentou maior solubilidade e desintegração que o Roth 801, que é um cimento tipo Grossman. Somente o cimento CRCS apresentou adesão satisfatória. WHITE et al. (1987), dando seqüência ao estudo de 1984, avaliaram a influência da smear layer na penetração de dois materiais obturadores plásticos (pHEMA e silicone) e dois convencionais (Roth 801 e AH 26) nos canalículos dentinários. Os resultados demonstraram que os quatro materiais apresentaram, igualmente, capacidade de penetrar nos canalículos dentinários expostos, após a remoção da smear layer com EDTA e NaOCl. Quando não houve remoção da smear layer, a penetração dos materiais nos canalículos dentinários foi pouco freqüente. RUEGGEBERG; MARGESON (1990) avaliaram a influência de gases presentes na atmosfera sobre a polimerização de resinas compostas. Para este experimento, foram utilizados ambientes com presença oxigênio (ar atmosférico), de gás argônio e uma combinação dos dois. Uma resina sem carga foi acomodada sobre uma fina camada de esmalte bovino; em seguida, uma camada de resina com carga foi Revista de Literatura 9 adicionada e polimerizada sobre a resina sem carga nas condições descritas anteriormente. A comparação do efeito das diferentes condições atmosféricas testadas, teve o objetivo de mensurar a resistência ao cisalhamento do disco de resina/compósito ao esmalte bovino condicionado. Valores de conversão de monômeros da resina sem carga foram calculados por meio de espectro infravermelho. A resina polimerizada em ambiente com presença de oxigênio apresentou pobres valores de conversão de monômero e resultou em baixa resistência ao cisalhamento; entretanto na presença de gás argônio, altos valores de conversão de monômeros e de resistência ao cisalhamento foram verificados. WENNERBERG; ØRSTAVIK (1990) estudaram a adesividade de oito cimentos endodônticos à dentina e à guta-percha. Os materiais estudados foram: AH26, CRCS, Diaket, clorofórmio-resina, Kloroperka, ProcoSol, Sealapex e Tubliseal. O cimento que apresentou a melhor adesão foi o AH26 e a pior foi o Sealapex. Na inspeção das superfícies fraturadas, os cimentos CRCS, Kloroperka, Procosol, clorofórmio-resina e Sealapex apresentaram falha de coesão. O tratamento prévio da dentina com EDTA causou significativo aumento na adesão do ProcoSol, clorofórmio-resina, Sealapex e Tubliseal. GETTLEMAN et al. (1991) avaliaram a influência da presença da smear layer na adesão dos cimentos obturadores AH26, Sultan e Sealapex à dentina humana. Os resultados mostraram diferença significante entre os cimentos, sendo que o AH26 apresentou a maior força de adesão e o Sealapex a menor. Quando a smear layer foi removida com a utilização da solução de EDTA, apenas o cimento AH26 apresentou melhora na força de adesão. ALIGHAMDI; WENNBERG (1994) afirmaram que se o cimento endodôntico fosse impermeável, insolúvel aos fluidos teciduais, fosse dimensionalmente estável e Revista de Literatura 10 tivesse adesividade à dentina e à guta-percha, concebivelmente teria a capacidade de selar de forma eficiente o canal radicular, se utilizado em combinação com uma técnica de obturação adequada. FIDEL et al. (1994), utilizando um dispositivo semelhante ao desnvolvido por Grossman em 1976, estudaram as propriedades físicas de alguns cimentos obturadores de canais radiculares contendo hidróxido de cálcio em sua composição (Sealer 26, Sealapex, Apexit e CRCS) e um cimento experimental (PR-Sealer). Os resultados demonstraram que os cimentos Sealapex e Apexit exibiram os menores valores de adesão. SOUSA-NETO (1994) estudou o efeito da adição de óleos vegetais (amêndoas doces, soja, milho e rícino) ao eugenol sobre algumas propriedades físico-químicas do cimento obturador de canais radiculares tipo Grossman, entre elas a capacidade adesiva, e verificou que a adição destes óleos vegetais ao eugenol reduziu a capacidade de adesão deste cimento à dentina. O autor observou, também, que a adesividade do cimento tipo Grossman à dentina foi proporcional à relação pólíquido. WEIGER et al. (1995) avaliaram a capacidade de adesão de um cimento à base de ionômero de vidro, após o tratamento das paredes dentinárias com as seguintes soluções: EDTA 20% seguido de irrigação com NaOCl 1%, ácido fosfórico a 37%, ácido cítrico a 6%, ácido nítrico a 2,5%, ácido poliacrílico a 10% e 20%, e NaoCl 0,9% como controle. Os resultados demonstraram que o pré-tratamento com EDTA e NaOCl promoveu uma adesão significativamente maior do cimento à dentina. Os autores concluíram que a eliminação da smear layer parece ser um fator essencial para se obter uma melhor adesão do cimento à dentina radicular. Revista de Literatura 11 FINGER et al. (1996) investigaram as profundidades de inibição de polimerização pelo oxigênio, a resistência ao cisalhamento de esmalte e dentina, e a adaptação marginal de adesivos experimentais (contendo BisGMA/HEMA, em misturas de BisGMA-dicarbonato de baixa inibição com HEMA, e com HEMAcarbonato variando de 100/0, 80/20, 60/40, 50/50 e 40/60 em peso) em cavidades de dentina. A espessura da camada de inibição foi determinada microscopicamente como a superfície não-polimerizada. Para o teste de resistência de união, cilindros de resina composta foram unidos ao esmalte e à dentina após o condicionamento prévio com ácido fosfórico e adesivos dissolvidos em acetona; a adaptação marginal foi avaliada nas cavidades cilíndricas da dentina. Cinco amostras de cada foram armazenadas em água por 24 horas antes do teste. Os autores verificaram que monômeros de baixa inibição modificados por carbonato não apresentam vantagens como adesivos para esmalte e dentina quando comparados com resinas à base de BisGMA/HEMA convencional. PATIERNO et al. (1996) avaliaram a resistência de união de um cimento resinoso de polimerização dual, em dentina bovina, por meio do teste de push-out. Raízes de dentes bovinos foram seccionadas transversalmente na região crvical, formando um anel de 4mm de espessura e seus canais foram alargados com instrumentos padronizados. As paredes dos canais foram tratadas com um sistema adesivo e preenchidas com o cimento resinoso fotoativado, por meio de uma técnica direta, com aplicação do compósito de forma incremental; e uma indireta, com uma inlay de resina pré-polimerizada para cimentação. A avaliação por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) revelou que a técnica de acomodação indireta demonstrou aumento da densidade e do comprimento dos tags de resina, quando comparado à técnica direta. Os autores verificaram aumento nos valores de Revista de Literatura 12 resistência de união do compósito à dentina preparada endodonticamente e tratada com sistema adesivo por meio da técnica indireta (inlay), quando comparado coma técnica direta (incremental). SILVA et al. (1997) estudaram a adesividade de alguns cimentos obturadores de canais radiculares à base de óxido de zinco e eugenol antes e após a aplicação da solução quelante EDTAC sobre a superfície dentinária. Os resultados evidenciaram que, antes da aplicação do EDTAC, a ordem decrescente da adesividade dos cimentos continua a mesma, tanto antes como depois da aplicação do EDTAC. Os autores concluíram que a aplicação de ETAC sobre a superfície dentinária aumentou os valores de adesividade apenas para o cimento Endométasone Ivory. SOUSA-NETO (1997) avaliou a influência de diferentes tipos de breus (X, WW e WG) e resinas hidrogenadas (Staybelite e Staybelite éster 10) no escoamento, tempo de endurecimento, estabilidade dimensional, solubilidade e desintegração, espessura do filme e adesividade dos cimentos tipo Grossman. Para o teste de adesividade, foi empregada uma Máquina Universal de Ensaios. O autor verificou que a adesividade à dentina dos cimentos que continham breu foi superior à dos cimentos que continham resinas hidrogenadas, o que pode ser explicado pela presença de cargas elétricas nos breus. KOUVAS et al. (1998) estudaram a influência da smear layer na profundidade de penetração de três cimentos endodônticos (Sealapex, Roth 811 e CRCS) nos canalículos dentinários. A remoção da smear layer com o uso de EDTA e NaOCl previamente à obturação, permitiu a penetração de todos os cimentos (as profundidades variaram entre 35µm e 80µm), enquanto que, na presença da smear layer , nenhum cimento foi capaz de penetrar nos canalículos dentinários. Os cimentos Sealapex e Roth 811 penetraram mais profundamente que o CRCS, o que, Revista de Literatura 13 segundo os autores, poderia estar relacionado aos tamanhos das partículas (menores nos cimentos Sealapex e Roth 811). MANNOCCI et al. (1998) observaram, sob Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), a interface guta-percha-dentina-resina em canais obturados com AH 26 e All Bond 2. Os resultados demonstraram a presença de resina no interior dos túbulos dentinários e presença de camada híbrida, assim como uma boa interação na interface resina-guta-percha. Os autores consideraram a possibilidade de união entre a resina do cimento obturador e a resina presente no cone de guta-percha. LALH et al. (1999), por meio de teste de cisalhamento, avaliaram a adesividade à dentina dos seguintes cimentos obturadores de canais radiculares à base de ionômero de vidro: Ketac-Endo, KT-308 (cimento experimental) e ZUT (combinação do KT-308 e um agente antimicrobiano). Noventa incisivos bovinos foram selecionados e tiveram suas coroas desgastadas até a exposição da dentina. Estes dentes foram divididos em três grupos, para receberem diferentes condicionamentos da superfície dentinária exposta: tratamento com água destilada, tratamento com NaOCl 2,6% e tratamento com solução de EDTA 17%, seguido da irrigação com NaOCl 2,6%. Os resultados do teste de cisalhamento demonstraram que os cimentos experimentais KT-308 e ZUT aderiram melhor à dentina que o cimento Ketac-Endo, e que a adesão de todos os três cimentos endodônticos testados foi superior na presença da smear layer. KATAOKA et al. (2000) estudaram a capacidade de adesão à dentina de um novo cimento resinoso obturador de canais radiculares, por meio de teste de tração. O exame ao microscópio eletrônico de varredura revelou a formação de uma camada híbrida de aproximadamente 2 mm de espessura, resultado da penetração do cimento no interior dos canalículos dentinários. Os melhores resultados de adesão Revista de Literatura 14 foram obtidos com a realização de um pré-tratamento da dentina com EDTA 15%, seguido da aplicação de um primer composto por uma solução aquosa de HEMA 50% contendo 5% de glutaraldeído. CHUNG et al. (2001), preocupados com a possível influência que os diferentes tipos de medicação intracanal pudesse ter sobre a adesividade dos cimentos à base de ionômero de vidro, desenvolveram uma pesquisa em dentinas de 120 dentes de bovinos e compararam grupos onde utilizaram pasta de hidróxido de cálcio, formocresol liquido, digluconato de clorexidina e água como controle. Concluíram que o pior desempenho foi do Ketac-Endo comparado ao KT-308 e ZUT, e que a medicação intracanal deve ser escolhida de acordo com o tipo de cimento de ionômero de vidro que será utilizado, pois apresentam composição química diferente. LAI et al. (2001) avaliaram a hipótese de que agentes oxidantes, como peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio, podem ser neutralizados pela ação do ascorbato de sódio, um agente redutor. Superfícies de dentina foram tratadas com peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio, antes e após o ataque ácido. Um dos grupos também recebeu tratamento da superfície com ascorbato de sódio. Os resultados revelaram que o peróxido de hidrogênio reduziu a resistência de união de ambos adesivos, enquanto o hipoclorito de sódio produziu redução somente na adesão do Single Bond (p<0,05). Os autores verificaram que o tratamento da superfície dentinária com ascorbato de sódio promove aumento na resistência de união quando comparada com superfícies tratadas com peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio. TIMPAWAT et al. (2001) realizaram um estudo para determinar a força de adesão de diferentes cimentos à base de ionômero de vidro (Ketac-Endo, Espe, Seefeld, Germany) nas paredes do canal radicular, depois de pré-ratamento com Revista de Literatura 15 diferentes condicionadores ácidos de superfície, usados em dentística restauradora, comparados com EDTA, que é o irrigante endodôntico padrão para remover a smear layer da parede do canal. Os resultados desse estudo sugeriram que os ácidos cítrico ou fosfórico deveriam ser considerados uma alternativa ao EDTA para a rotina da remoção do smear layer. FRANCO et al. (2002) avaliaram a compatibilidade da união entre diferentes adesivos e um cimento resinoso de polimerização dual, usando um teste convencional de tração. Os adesivos usados foram: Prime & Bond (PB), Scotchbond Multi Purpose (SB) e o ativador Self Cure (SC). O cimento de polimerização dual usado foi o Enforce (EF). Seis grupos, com cinco amostras cada, foram testados: G1: EF/PB/EF (fotoativado); G2: EF/SB/EF (fotoativado); G3: EF/PB+SC/EF (fotoativado); G4: EF/PB+SC/EF (somente quimicamente ativado); G5: EF/EF (fotoativado); G6: EF/EF (somente quimicamente ativado). O cimento resinoso foi aplicado em dois moldes de aço com uma perfuração cônica de 4 mm de diâmetro e 1 mm de espessura, e o adesivo foi aplicado entre eles. A resistência à tração foi mensurada em uma máquina universal de ensaios a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os autores verificaram que não houve incompatibilidade entre os diferentes adesivos usados com o cimento resinoso de polimerização dual e que os mais baixos valores de resistência de união ocorreram na ausência de fotoativação. LEE et al. (2002) em estudo, in vitro, compararam quatro tipos de cimentos endodônticos (Kerr, à base de óxido de zinco e eugenol; Sealapex, à base de hidróxido de cálcio; AH26, à base de resina epóxi; Ketac-Endo, à base de ionômero de vidro) quanto a adesão à dentina e à guta-percha. Cilindros de alumínio (5 mm de diâmetro) foram posicionados, com auxílio de cera, sobre superfícies planas de Revista de Literatura 16 dentina coronária e de guta percha e preenchidos com um dos cimentos estudados. Após o tempo de endurecimento, suas resistências à tração foram mensuradas. Os cimentos endodônticos apresentam a seguinte ordem crescente de adesão à dentina: Kerr<Sealapex<Ketac-Endo<AH26, enquanto que a adesão à guta-percha ocorreu da seguinte forma: Ketac-Endo<Sealapex<Kerr<AH26. SOUSA-NETO et al. (2002a) estudaram o efeito do laser Er:YAG na superfície dentinária sobre a adesividade aos cimentos endodônticos Grossman, N-Rickert, Endomethazone e Sealer 26. Quarenta molares humanos tiveram as coroas cortadas para exposição de dentina e anéis de alumínio (10 mm x 6 mm) foram preenchidos com os cimentos testados sobre essas superfícies, para a realização do teste na Máquina Universal de Ensaios Instron 4444. Os dentes foram divididos em dois grupos: G1 sem aplicação de laser e G2 com laser Er:YAG (Kavo Key Laser 2; 11mm de distância focal, perpendicular à superfície, freqüência de 4 Hz, 200 mJ de energia, 62 J de energia total e 313 pulsos, tempo de aplicação de 1 minuto e 2,25W de potência). O cimento Sealer 26 mostrou a melhor adesão com e sem aplicação do laser; enquanto que Grossman e N-Rickert apresentaram valores intermediários e o Endomethazone apresentou o pior resultado. A aplicação do laser não alterou a adesividade dos cimentos à base de OZE, entretanto, aumentou à do Sealer 26. SOUSA-NETO et al. (2002b) avaliaram, in vitro, o efeito da aplicação das soluções quelantes EDTA, EGTA, e CDTA sobre a dentina humana na adesividade e infiltração apical dos seguintes cimentos obturadores dos canais radiculares: Sealer 26, Sealapex, N-Rickert, e Endofill. Além disso, observaram a possível existência de correlação matemática entre os testes de adesividade e infiltração marginal apical. Foram utilizados 80 molares superiores e inferiores para o teste de adesividade, que tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até a obtenção de uma superfície Revista de Literatura 17 de dentina plana, onde o cimento era depositado com auxílio de um cilindro de alumínio (10 mm x 6 mm). O teste de adesividade foi realizado através da Máquina Universal de Ensaio Instron 4444. O teste de infiltração marginal apical utilizou 160 caninos superiores que, após a instrumentação e obturação dos canais radiculares, foram submetidos ao processo de diafanização para a visualização do nível de infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida através do microscópio de mensuração. Os dentes foram divididos em 4 grupos: grupo 1, água destilada; grupo 2, EDTA, grupo 3, EGTA; grupo 4, CDTA. Os resultados evidenciaram diferença significante (p<0.01) entre os cimentos e soluções testadas e não evidenciaram correlação matemática entre os testes de adesividade e infiltração marginal. O cimento Sealer 26 e a solução de EDTA apresentaram os melhores resultados para os testes de adesividade e infiltração marginal apical. TAGGER et al. (2002) estudaram a adesão à dentina dos cimentos CRCS, Apexit, PCS, Ketac-Endo, Bioseal, AH 26 e Sealer 26, utilizando disco de dentina obtido a partir da coroa de terceiros molares, onde o cimento era depositado para a realização do teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. Os resultados evidenciaram que os cimentos à base de resina epóxi apresentaram os maiores valores de adesão em relação aos demais cimentos estudados. A capacidade de remoção da smear layer do canal radicular, utilizando diferentes soluções com agitação ultra-sônica, foi verificada por GUERISOLI et al. (2002). Os autores utilizaram 20 incisivos inferiores humanos, os quais foram separados em quatro grupos: grupo 1- instrumentação e irrigação com hipoclorito de sódio 1%; grupo 2 – instrumentação e irrigação com água destilada; grupo 3 – instrumentação e irrigação com hipoclorito de sódio 1% associado ao EDTAC 15%; grupo 4 – somente irrigação com hipoclorito de sódio 1% associado ao EDTAC 15%, Revista de Literatura 18 sem instrumentação (controle negativo). Nos grupos onde foi realizado preparo biomecânico com agitação ultra-sônica, foi utilizada uma lima K #15 adaptada ao ultra-som, por um tempo de 1 minuto. Após o preparo, os dentes foram seccionados longitudinalmente e avaliados pela Microscopia Eletrônica de Varredura. Os resultados mostraram que o hipoclorito de sódio associado ao EDTAC removeu satisfatoriamente a smear layer das paredes dentinárias. Os grupos do hipoclorito de sódio utilizado isoladamente e água destilada não foram eficazes quanto ao poder de remoção de tal camada. NIU et al. (2002) avaliaram, por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura, a erosão dentinária provocada pelo preparo biomecânico utilizando o sistema Profile® 29 e variando a irrigação final da seguinte maneira: I- NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos), II- EDTA a 15% (3ml, 1 minuto), III- EDTA a 15% (3ml, 1 minuto) seguido e NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos), IV- EDTA a 15% (3ml, 3 minutos) e V- EDTA a 15% (3ml, 3 minutos) seguido de NaOCl a 6% (3ml, 2 minutos). Os resultados mostraram que, quando os canais foram irrigados com a solução de EDTA a 15% isoladamente, a superfície dentinária teve uma aparência lisa, plana e os túbulos dentinários apresentavam-se abertos. Entretanto, quando os canais foram irrigados com EDTA a 15% seguido da solução de NaOCl a 6%, houve erosão excessiva da superfície dentinária. SALEH et al. (2002) estudaram a adesão de cinco cimentos obturadores de canais radiculares à dentina e à guta percha, além dos efeitos de pré-tratamentos dentinários. Foram preparados cilindros de dentina radicular com 4 mm de diâmetro e suas superfícies foram condicionadas com ácido fosfórico à 37% por 30 segundos, ácido cítrico à 25% por 30 segundos, EDTA à 17% por 5 minutos e água destilada (controle). Na seqüência, foram unidas a um disco plano de guta percha com os Revista de Literatura 19 seguintes cimentos testados: cimento de Grossman (CG), Apexit (AP), Ketac-Endo (KE), AH Plus (AH), RoekoSeal Automix (RS) e RoekoSeal Automix com um primer experimental (RP). As superfícies foram pressionadas, uma contra a outra, e foi aguardado o completo endurecimento dos cimentos. Os corpos-de-prova foram submetidos a uma força de tração em uma Máquina Universal de Ensaios. As médias de resistência de união (MPa ± desvio-padrão) variaram de 0,07 ± 0,01 (AP) à 1,19 ± 0,47 (AH). O pré-tratamento com EDTA produziu uniões mais fracas que o grupo controle, enquanto que o pré-tratamento com ácido fosfórico e ácido cítrico aumentou a adesão do cimento de Grossman. O primer usado com o cimento RoekoSeal aumentou significantemente sua adesão à dentina não-tratada. A avaliação das superfícies fraturadas indicou falhas de adesão na dentina para o cimento de Grossman e para o RoekoSeal, além de falhas na guta percha para o Ketac-Endo e para o RoekoSeal Automix com um primer experimental. A falha pareceu ser puramente coesiva no cimento para o AH Plus e para o Apexit. Os autores verificaram que a remoção da smear layer pode favorecer a adesão do cimento à dentina. HÜLSMANN et al. (2003) indicaram o uso e modo de ação dos agentes quelantes em endodontia, ressaltando que o agente líquido dissolve a smear layer e aumenta a permeabilidade da dentina. Sobre a eficácia do EDTA em amolecer a dentina, esse assunto vem sendo debatido, segundo os autores. Estes ressaltaram, também, que muitos dos fabricantes de instrumentos de níquel-titânio recomendam a irrigação com EDTA durante a instrumentação rotatória. Mostram ainda que vários autores recomendam a irrigação final com EDTA 15-17% para a remoção da smear layer. A revisão de literatura sobre agentes quelantes concluiu que as propriedades Revista de Literatura 20 químicas e farmacológicas do EDTA são recomendáveis para o uso clínico em endodontia. IMAI; KOMABAYASHI (2003) estudaram a adesividade e infiltração marginal de um cimento obturador resinoso injetável, composto por um pó de metilmetacrilato e sulfato de bário radiopaco e um líquido de monômero de metilmetacrilato e catalisador borato de tributil. Os resultados indicaram que o cimento obturador injetável Endoresin-2®, teve propriedades satisfatórias na obturação do canal radicular em relação a adesividade à dentina e ao selamento apical. NAJAR et al. (2003) estudaram a adesividade do cimento obturador à base de ionômero de vidro, Ketac-Endo com e sem a presença de smear layer, em relação a outros dois cimentos obturadores: Grossman e Sealer 26. Foram utilizados 60 molares humanos que tiveram suas coroas desgastadas na face oclusal até a obtenção de uma superfície de dentina plana. Os dentes foram divididos em três grupos, de acordo com os cimentos testados. Cada grupo foi subdividido em dois grupos de dez dentes, onde um grupo não sofreu remoção da smear layer e o outro teve a remoção da smear layer pela aplicação do EDTAC por cinco minutos. Para o teste de adesividade, foi utilizada a Máquina Universal de Ensaio Instron 4444. Os resultados evidenciaram que a adesividade dos cimentos Ketac e Grossman foram estatisticamente semelhantes entre si e apresentaram valores inferiores ao cimento Sealer 26, independentemente da remoção da smear layer. O cimento Sealer 26 apresentou adesividade superior aos cimentos testados e a remoção da smear layer aumentou ainda mais sua adesividade. PICOLI et al. (2003) estudou, in vitro, o efeito da aplicação do laser Er:YAG e da solução de EDTAC na superfície dentinária, sobre a adesividade de diferentes tipos de cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio. Foram utilizados 60 Revista de Literatura 21 molares superiores humanos e suas superfícies oclusais foram desgastadas, deixando exposta uma superfície plana de dentina. No Grupo I, a superfície dentinária não recebeu nenhum tratamento; no Grupo II foi aplicada a solução de EDTAC por 5 minutos; no Grupo III, a dentina recebeu aplicação do laser Er:Yag com os seguintes parâmetros: Potência de 2,25 W, DF 1 mm, freqüência de 4 Hz, tempo de aplicação de 1 minuto, energia de 200 mJ, energia total aplicada ao dente de 62 J. Após o tratamento da dentina exposta, os dentes foram divididos em quatro sub-grupos, constituídos de 5 dentes cada um, para receberem os seguintes cimentos a serem avaliados: Sealer 26®, Apexit, Sealapex, CRCS. A adesão foi mensurada com o auxílio da Máquina Universal de Ensaios. Os resultados evidenciaram haver diferença significante (p<0,01) para os cimentos avaliados e os tratamentos aplicados à superfície dentinária. Os cimentos puderam ser agrupados, quanto à sua adesividade à dentina, em ordem crescente, na seguinte forma: Sealer 26, CRCS, Apexit e Sealapex. A aplicação do laser Er:YAg e da solução de EDTAC foram eficientes em aumentar a adesão do cimento Sealer 26 e Apexit. A aplicação do laser só foi significativamente superior à solução de EDTAC em propiciar aumento na adesividade do cimento Sealer 26 à dentina. SALEH et al. (2003) avaliaram, por meio de microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia dispersiva de energia, as interfaces entre cimentos endodônticos/dentina e cimento/guta percha rompidas após o teste de resistência de união. As superfícies de dentina, condicionadas com ácido fosfórico à 37% por 30 segundos, ácido cítrico à 25% por 30 segundos, EDTA à 17% por 5 minutos e água destilada (controle) foram unidas ao disco de guta-percha com os seguintes cimentos testados: cimento de Grossman, Apexit, Ketac-Endo, AH Plus, RoekoSeal Automix e RoekoSeal Automix com um primer experimental. A spectroscopia dispersiva de Revista de Literatura 22 energia traçou sucessivamente componentes do cimento nas superfícies rompidas. Alguns dos cimentos penetraram nos túbulos dentinários quando a superfície foi tratada com ácidos. Porém, esses tags de cimento permanecem obliterando os túbulos após o rompimento da união apenas para alguns cimentos (cimentos de Grossman, RoekoSeal Automix com um primer experimental, AH Plus/EDTA). Esses autores verificaram que não houve relação entre o aumento da resistência de união com a dentina e a penetração dos cimentos endodônticos para o interior dos túbulos dentinários. TAGGER et al. (2003) estudaram a adesão à guta-percha dos cimentos CRCS, Apexit, PCS, Ketac-Endo, Bioseal, AH26 e Sealer 26, utilizando disco de 10mm de diâmetro e 2mm de espessura de guta-percha onde o cimento era depositado para a realização do teste de tração na Máquina Universal de Ensaios. Os resultados evidenciaram que os cimentos a base de resina epóxi apresentaram os maiores valores de adesão em relação aos demais cimentos estudados. TORABINEJAD et al. (2003) investigaram o efeito de várias concentrações de hipoclorito de sódio, antes do uso do MTAD (uma mistura de um isômero de tetraciclina, um ácido e um detergente) como irrigação final para remover a smear layer. Dez operadores, usando instrumentação rotatória step-back passiva, com limas de Ni-Ti taper 0,04, prepararam 80 dentes humanos uni e multi-radiculares, usando como soluções irrigadoras: água destilada, quatro concentrações de NaOCl e MTAD. Os canais foram, então, tratados por 2 minutos com 5 ml de uma das soluções estudadas: NaOCl à 5,25%, água destilada estéril, EDTA à 17%, e MTAD. A presença de smear layer e a quantidade de erosão na superfície das paredes do canal radicular, nas porções coronária, média e apical de cada canal foram examinadas por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura. Os resultados mostraram que, embora Revista de Literatura 23 o MTAD tenha removido mais smear layer quando usado como solução irrigadora intracanal, alguns remanescentes do componente orgânico da smear layer permaneceram intactos na superfície das paredes do canal radicular. A efetividade do MTAD para remover completamente a smear layer é aumentada quando baixas concentrações de NaOCl são usadas como irrigação intracanal antes de sua aplicação. ECONOMIDES et al. (2004) examinaram a infiltração marginal em dois materiais retrobturadores com e sem agentes adesivos, por meio do modelo de transporte de fluido. Os dentes usados no estudo foram preparados com a técnica step-back, apicectomizados e divididos em quatro grupos: O Grupo A foi selado com cimento ionomérico Fuji II LC, o Grupo B foi retrobturado com o mesmo cimento associado ao novo agente cimentante Fuji Bond; o Grupo C foi retroobturado com o composto resinoso Admira e o Grupo D foi retroobturado com o mesmo cimento do Grupo C em associação ao Admira Bond. Os dentes foram expostos à infiltração por um período de 24 horas, um mês e dois meses. Os resultados evidenciaram que os grupos selados com os cimentos ionoméricos apresentaram infiltração significativamente menor que os outros grupos e, entre os grupos selados com cimentos resinosos, o grupo Admira associado com Admira Bond apresentou menor infiltração. GOGOS et al. (2004) avaliaram a força adesiva dos cimentos Fibrefill (à base de resina de metacrilato), Endion (à base de ionômero de vidro), Topseal (à base de resina epóxi) e CRCS (à base de hidróxido de cálcio) ao canal dentinário humano. Todos os dentes foram irrigados com NaOCl 2,5%, EDTA à 17% e água destilada. A resistência de união foi testada por meio do teste de cisalhamento usando uma Máquina Universal de Ensaios a uma velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. O Revista de Literatura 24 grupo do cimento Fibrefill apresentou a maior força de adesão, seguido pelo Topseal, Endion, e CRCS. SHIPPER et al. (2004) avaliaram, in vitro, a infiltração de Streptococcus mutans e Enterococcus faecalis em canais obturados com guta percha e cimento AH 26® e com o cimento Epiphany®, variando também a técnica de obturação entre a condensação lateral e vertical. Os autores concluíram que os grupos que usaram o sistema Epiphany apresentaram uma redução significante de infiltração em relação aos grupos selados com guta percha e AH 26. TEIXEIRA et al. (2004) avaliaram a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente e obturados, por meio de condensação lateral e vertical, com cones de guta percha e com o cimento Epiphany e cones de resina (Resilon). Oitenta dentes uni-radiculares humanos foram divididos aleatoriamente em cinco grupos: condensação lateral e vertical com guta percha, condensação lateral e vertical com Resilon, e o grupo controle sem material obturador. As amostras foram armazenadas em 100% de umidade por duas semanas, embebidos em resina de poliéster e levados ao teste mecânico de fratura. Os resultados mostraram que os dentes obturados com Epiphany e cones de Resilon, apresentaram maior resistência à fratura que os demais grupos, independentemente da técnica de obturação usada. ELDENIZ et al. (2005) avaliaram a adesividade de três cimentos endodônticos (Diaket®, AH Plus® e Endo-REZ®). Os dentes foram irrigados com EDTA 17% seguido de irrigação com NaOCl 5,25% e separados em dois grupos: grupo controle, preenchido pelos cimentos desta forma e o segundo grupo, onde foi criada artificialmente uma área uniforme de smear layer. Em seguida, os canais foram selados com os cimentos obturadores. Os resultados mostraram que a remoção da Revista de Literatura 25 smear layer aumentou a força de adesão em todos os cimentos, e o cimento AH Plus apresentou os maiores valores de adesão à dentina com ou sem smear layer. KAYAOGLU et al. (2005) estudaram, in vitro, a atividade antimicrobiana dos cimentos endodônticos MCS, AH Plus, Cimento tipo Grossman, Sealapex e Apexit, contra a bactéria Enterococcus Faecalis. Os cimentos recém espatulados foram colocados diretamente em contato com a bactéria, ou separados por uma membrana. Os resultados mostraram que os cimentos MCS, AHPlus e tipo Grossman foram eficazes contra a bactéria estudada, enquanto que os cimentos à base de hidróxido de cálcio Sealapex e Apexit não foram eficientes no período experimental proposto. SHIPPER et al. (2005) avaliaram, in vivo, a eficácia da obturação de guta percha e cimento AH26, comparada ao monobloco obtido a partir do Resilon e cimento Epiphany na prevenção de periodontites apicais, subseqüentemente à inoculação coronária com microrganismos orais. Foram utilizadas 56 raízes vitais de pré-molares, assépticas, de cães adultos. Os canais foram instrumentados, divididos aleatoriamente em quatro grupos experimentais (Modelo de Infiltração Coronária) e um grupo controle negativo, obturados da seguinte maneira: grupo 1- condensação lateral da guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 2- condensação vertical da guta percha e cimento AH26 (n=12); grupo 3- condensação lateral do cimento Epiphany/Resilon (n=12); grupo 4- condensação vertical do cimento Epiphany/Resilon (n=10); grupo controle negativo (n=10)- guta percha e cimento AH26 ou cimento Epiphany/Resilon utilizando as técnicas da condensação lateral e vertical como nos grupos 1 a 4, sem a presença de microrganismos. No grupo controle positivo, 57 raízes de pré-molares adicionais foram instrumentadas, infectadas e não-obturadas. Os pré-molares nos grupos 1 a 4 foram avaliados Revista de Literatura 26 novamente, inoculados com placa dental dos próprios cães e armazenados. Essa nova inoculação de microrganismos foi repetida em mais duas ocasiões em intervalos mensais. Os dentes no grupo controle negativo não foram avaliados novamente. Na 14ª semana após a inoculação coronária, os cães foram sacrificados e as mandíbulas preparadas para a avaliação histológica. Inflamação moderada foi observada em 82% das raízes obturadas com guta percha e cimento AH26, número significativamente maior que o das raízes obturadas com o cimento Epiphany/Resilon (19%) e grupo controle negativo (22%) (p<0,05). Os autores verificaram que espécimes que continham o monobloco obtido a partir do Resilon e cimento Epiphany apresentaram os menores índices de periodontite apical. SOUSA-NETO et al. (2005) avaliaram o efeito da aplicação dos lasers Er:YAG e Nd:YAG, em diferentes parâmetros na dentina radicular humana, sobre a adesividade de um cimento obturador à base de resina epóxi, pelo método do push-out. Noventa caninos superiores foram seccionados transversalmente na junção amelocementária e a 8 mm da mesma, criando um cilindro de raiz que foi incluído em resina acrílica autopolimerizável. Com auxílio de uma broca tronco-cônica, os canais radiculares foram preparados divididos aleatoriamente em 9 grupos. No grupo I, a dentina foi tratada com 2 mL de EDTAC a 17% por 5 minutos. Do grupo II ao V, a dentina foi tratada com o laser Er:YAG com os seguintes parâmetros: 8 Hz e 200 mJ; 8 Hz e 400 mJ; 16 Hz e 200 mJ; 16 Hz e 400 mJ, respectivamente. Do grupo VI ao IX, a dentina foi tratada com o laser Nd:YAG com os seguintes parâmetros: 10 Hz e 1 W; 10 Hz e 2 W; 15 Hz e 1 W; 15 Hz e 2 W, respectivamente. Os condutos foram preenchidos com cimento à base de resina epóxi e submetidos ao teste de push-out na Máquina Universal de Ensaios. A análise estatística dos resultados evidenciou diferença ao nível de 1% entre os tratamentos com os lasers Er:YAG e Nd:YAG com maiores Revista de Literatura 27 freqüências e o EDTAC a 17%. Os autores concluíram que o aumento da freqüência dos lasers Er:YAG e Nd:YAG, independentemente do aumento da potência, provocou aumento na adesividade do cimento obturador à base de resina epóxi em relação ao grupo tratado com EDTAC a 17%. TAY et al. (2005) avaliaram, in vitro, a qualidade estrutural do selamento apical obtido com a obturação dos canais com o sistema Resilon/Epiphany e com a associação AH Plus/Guta-Percha. Para isso, dentes humanos unirradiculares foram instrumentados com a técnica Crown-Down e irrigados com NaOCl e EDTA, para posterior obturação com os sistemas estudados. Por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura, foram observadas fendas ao longo das paredes dos canais e, por meio de microscópio eletrônico de transmissão, foi avaliada a infiltração marginal. Os exames revelaram áreas livres de fendas e com fendas ao logo das paredes em ambos sistemas; do mesmo modo foram encontradas infiltrações marginais, mostrando que, com estes sistemas, o selamento hermético dos canais apicais ainda não é possível. Proposição Proposição 29 O objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente, por meio do teste push- out, a adesividade dos cimentos endodônticos Epiphany e AH Plus à dentina radicular humana previamente tratada com hipoclorito de sódio a 1% ou com hipoclorito de sódio a 1% associado ao EDTA a 17%. Material e Métodos Material e Métodos 31 Para realização do experimento foram utilizados 60 caninos superiores humanos pertencentes a uma coleção de dentes anterior à aprovação das Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas em Seres Humanos, através da resolução CNS no 196, de 10 de outubro de 1996, e que foram conservados em timol a 0,1% à 9oC. Os dentes foram previamente lavados em água corrente por 24 horas, a fim de eliminar possíveis resíduos da solução de timol. Inicialmente, as raízes foram seccionadas transversalmente, com disco de carburundum montado em peça reta, em dois pontos: o primeiro na junção esmaltecemento e o segundo, paralelo ao primeiro, a aproximadamente 8 mm deste no sentido apical (Figura 1A). Os cilindros de raiz obtidos foram centralizados, individualmente, em anéis de alumínio de 16 mm de diâmetro e 8mm de altura (Figura 1B) que foram preenchidos com resina acrílica auto polimerizável incolor (Jet, Clássico Ltda, São Paulo, Brasil) (Figura 1C). Os conjuntos cilindro de raiz-resina acrílica-anel de alumínio, a partir de então, foram denominados corpos-de-prova. Material e Métodos A B C D 32 Figura 1. A) Preparo do cilindro de raiz a partir da secção do canino em dois pontos na junção: esmalte-cemento e a 8 mm do primeiro; B) Cilindro de raiz centralizado em um anel de alumínio; C) Preenchimento do anel de alumínio com resina acrílica; D) Corpo-de-prova. Os corpos-de-prova foram colocados em um delineador e tiveram suas superfícies aplainadas, paralelas entre si, com pontas diamantadas cilíndricas, até obter um comprimento final de 8 mm (Figuras 2A e 2B). Na fase seguinte, os corpos-de-prova foram posicionados em um dispositivo especialmente desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Odontologia da UNAERP, com o objetivo de manter o alinhamento dos espécimes de forma mais vertical possível, garantindo a não indução de esforços horizontais no momento dos testes. Esse conjunto foi colocado sobre a base do delineador para que o diâmetro do canal de cada corpo-de-prova fosse aumentado e regularizado até seu tamanho final, por meio de uma ponta diamantada troncônica (893-047, Brasseler, Savannah, GA, USA) acoplada a uma peça reta (Figura 2C). Material e Métodos 33 A profundidade de penetração da broca foi determinada pelo término de sua parte ativa nivelada com a superfície do corpo-de-prova, a fim de obter um canal troncônico padronizado (Figura 2D). Durante esse procedimento, o canal preparado foi irrigado constantemente com água destilada. A B C D Figura 2. A) Aplainamento do corpo-de-prova no delineador; B) Determinação do comprimento final de 8 mm por meio do paquímetro digital; C) Preparo do canal com ponta diamantada troncônica, em baixa rotação; D) Limite de penetração da ponta diamantada troncônica. Os corpos-de-prova foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos de acordo com a solução utilizada. Grupo I (n=20): Os canais preparados foram inundados com 20 ml de água destilada e secos com cones de papel absorvente esterilizados (Dentisply-Herpo, Petrópolis-RJ, Brasil). C D Grupo II (n=20): Os canais preparados foram inundados com 5 ml de solução de hipoclorito de sódio a 1%, que permaneceu por 5 minutos. Este procedimento foi Material e Métodos 34 repetido a cada 5 minutos, até que se completasse 30 minutos. Após este período, os canais preparados foram irrigados com 20 ml de água destilada e secos com cones de papel absorvente esterilizados. Grupo III (n=20): Os canais preparados foram inundados com 5 ml de solução de hipoclorito de sódio a 1%, que permaneceu por 5 minutos. Este procedimento foi repetido a cada 5 minutos, até que se completasse 30 minutos. Com o término deste período, os canais preparados foram inundados com EDTA a 17% por 5 minutos. Posteriormente, os canais preparados foram lavados com 20 ml de água destilada e secos com cones de papel absorvente esterilizados. As soluções de EDTA a 17% e hipoclorito de sódio a 1%, foram aviadas no Laboratório de Química da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Cada grupo foi subdividido em dois, de acordo com o material obturador a ser testado (Esquema 1). Nos subgrupos I-A, II-A e III-A, os canais preparados foram preenchidos com o cimento Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, CT, USA), que traz em sua composição mistura das resinas UDMA, PEGDMA, EBPADMA e BISGMA, barioborosilicato de vidro silanizado (que contém pequenas porções de óxido de alumínio), sulfato de bário, sílica, hidróxido de cálcio, óxido de bismuto com aminas, peróxido, fotoiniciadores de polimerização, estabilizadores e pigmentos. Nos subgrupos I-B, II-B e III-B, os canais preparados foram preenchidos com o cimento AH Plus (Dentsply DeTrey, Konstanz, Germany). Material e Métodos 35 Nos subgrupos A, os canais preparados dos corpos-de-prova, após o tratamento com as soluções propostas, foram condicionados com o primer autocondicionador que acompanha o Kit e, posteriormente, preenchidos com o cimento Epiphany com a utilização de um aplicador próprio. Nos subgrupos B, os canais preparados dos corpos-de-prova, após o tratamento com as soluções propostas, foram preenchidos com o cimento AH Plus com a utilização de seringa de aplicação (Centrix Inc, Shelton, CT, USA). Corpos-de-Prova n=60 Água Destilada n=20 G-IA Epiphany n=10 NaOCl 1% EDTA 17% n=20 NaOCl 1% n=20 G-IB AH Plus n=10 G-IIA Epiphany n=10 G-IIB AH Plus n=10 G-IIIA Epiphany n=10 G-IIIB AH Plus n=10 Esquema 1. Esquema da distribuição dos grupos experimentais. Após o preenchimento dos canais radiculares, os corpos-de-prova tiveram suas superfícies externas limpas, a fim de remover os excessos de cimento obturador, e foram mantidos em estufa, a temperatura constante de 37°C e umidade relativa de 95%, por período correspondente a três vezes o tempo de endurecimento de cada cimento, determinado por meio de testes prévios (8 horas para o cimento Epiphany e 12 horas para o cimento AH Plus). Decorrido este tempo, os corpos-de-prova foram removidos, secos e submetidos ao teste de push-out na Máquina Universal de Material e Métodos 36 Ensaios Instron 4444 (Instron Corporation, Canton, MA, USA) dotada de célula de carga acoplada a sistema oscilante e de garra. Haste móvel do dispositivo e direção do movimento Amostra posicionada Cimento a ser testado Cilindro de raiz (8mm) Resina acrílica Espaço para dispersão do cimento Base para fixação da amostra Figura 3 – Esquema do corpo-de-prova posicionado no dispositivo de alinhamento e apreensão na Máquina Universal de Ensaios - INSTRON 4444. Um dispositivo fixo, construído em aço inoxidável, foi utilizado para a fixação dos corpos-de-prova, de maneira que a face com menor diâmetro do canal radicular ficasse voltada para cima e alinhada à haste empregada para pressionar o cimento, sem entrar em contato com a camada de dentina (Figura 3). Esta metodologia assegura um alinhamento preciso e reprodutível do espécime, de modo que a haste a ser utilizada no teste de push-out não entre em contato com a camada de dentina quando o material obturador for pressionado. A máquina foi calibrada com velocidade constante de 1 mm/minuto. Material e Métodos 37 A força necessária para o rompimento do cimento da superfície de dentina, para cada corpo-de-prova, foi anotada. A análise estatística foi realizada com o auxílio do software GMC 8.1, desenvolvido pelo Prof. Dr. Geraldo Maia Campos, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Os dados originais da força necessária para remoção do cimento obturador foram submetidos aos testes estatísticos preliminares com o objetivo de verificar a distribuição amostral. Resultados Resultados 39 Os dados utilizados para este estudo foram os valores correspondentes à força necessária para o deslocamento do cimento obturador do corpo-de-prova. Cada um dos 6 grupos utilizou 10 espécimes, obtendo-se 60 valores no total. Os valores obtidos estão demonstrados na Tabela I. TABELA I. Valores de força máxima de tração, em KNewton (KN), para o deslocamento do cimento obturador do corpo-de-prova. EPIPHANY AH PLUS ÁGUA NaOCl EDTA 0,7428 0,4252 0,1359 0,6081 0,3557 0,5614 0,5169 0,6277 0,6757 0,0836 0,7624 0,5450 0,7216 0,6446 0,7878 0,5283 0,5587 0,8035 0,9353 0,6054 0,6395 0,8564 0,6091 0,6867 0,8972 0,7165 0,6867 0,6040 0,5197 0,5673 X = 0,4733 ± 0,2228 X = 0,6892 ± 0,1343 X = 0,6783 ± 0,1204 0,6234 0,7063 0,6357 0,7643 0,7065 0,6567 0,7153 0,5903 0,7627 0,7554 0,7707 0,6634 0,7818 0,5235 0,7009 0,7187 0,8725 0,6819 0,7726 0,8526 0,9740 0,8005 1,1580 0,8733 0,8028 0,9254 0,9557 0,7707 0,9754 0,9307 X = 0,6916 ± 0,0620 X = 0,7338 ± 0,1009 X = 0,9166 ± 0,1137 Resultados 40 Os dados originais foram submetidos a uma série de testes preliminares, para analisar se a distribuição amostral era normal. Os cálculos dos parâmetros amostrais sugerem que a distribuição é normal, uma vez que há 17 dados acima da média e 17 dados abaixo da média. (Tabela II) TABELA II- Cálculo dos parâmetros amostrais. Valores originais. Parâmetros Amostrais Valores Originais Soma dos erros 0.0000 Soma dos quadrados dos erros 0.8931 Termo de correlação 0.0000 Variação total 0.8931 Média geral da amostra 0.0000 Variância da amostra 0.0151 Desvio padrão da amostra 0.1230 Erro padrão da média 0.0159 Mediana, por dados agrupados 0.0000 Número de dados da amostra 60.0000 Dados abaixo da média 17.0000 Dados iguais à média 26.0000 Dados acima da média 17.0000 Calculou-se, então, a distribuição das freqüências por intervalo de classe acumuladas, nas quais os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão amostral, como mostra a Tabela III. Resultados 41 TABELA III- Distribuição de freqüências. Valores originais. A. Freqüência por intervalo de classe: Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s Freqüências absolutas: 2 1 14 26 13 4 0 Em valores percentuais: 3,3 1,7 23,3 43,3 21,7 6,7 00 M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s Freqüências absolutas: 2 3 17 43 56 60 60 Em valores percentuais: 3,3 5,0 28,3 71,7 93,0 100,0 100,0 B. Freqüências acumuladas: Intervalo de classe Com os dados das freqüências acumuladas, traçou-se uma curva experimental, a qual foi sobreposta a curva normal matemática. A discrepância entre as duas curvas demonstra seu grau de aderência (Figura 4). Observa-se na Figura 4, que a curva normal e a curva experimental estão bastante próximas entre si, indicando haver normalidade entre as amostras testadas. Resultados 42 Figura 4- Curva experimental e normal dos percentuais acumulados de freqüência. Traçou-se o histograma de freqüências da distribuição dos erros amostrais e a curva normal, os quais podem ser vistos na Figura 5, onde se nota a distribuição central dos dados experimentais e simetria dos dados ao redor da média, com números equivalentes abaixo e acima dela, o que é um indício de que a distribuição dos erros amostrais é normal. Resultados 43 Figura 5- Histograma de freqüência da distribuição dos erros amostrais e curva normal. A seguir, realizou-se o teste de aderência da distribuição de freqüências por intervalo de classe da distribuição normal em relação à mesma distribuição dos dados amostrais. Verificou-se que a probabilidade da distribuição experimental ser normal foi de 48,22% (Tabela IV). TABELA IV- Teste de aderência à curva normal. Valores originais. A. Freqüência por intervalo de classe: Intervalo de classe M-3s M-2s M-1s Méd M+1s M+2s M+3s Curva normal 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44 Curva experimental 3,33 1,67 23,33 43,33 21,67 6,67 0,00 B. Cálculo do Qui-quadrado: Graus de Liberdade: Valor do Qui-quadrado: Probabilidade de H0: 4 Interpretação 3,47 A distribuição amostral testada 48,2200 % é normal Resultados 44 A análise do conjunto de resultados obtidos nesses testes preliminares levou à conclusão de que a distribuição amostral era normal, o que nos conduziu para a realização da análise estatística paramétrica, cujos resultados são vistos a seguir. O teste paramétrico que melhor se adaptou ao modelo matemático proposto foi a análise de variância, pelo fato de se tratar de um teste que permite a comparação de múltiplos dados independentes. Os resultados da análise de variância podem ser vistos na Tabela V. TABELA V- Análise de Variância. Valores originais. Soma dos quadrados G.L Quadrados médios (F) Prob. Ho Entre soluções 0.5068 2 0.2534 5.32 0,004% Entre cimentos 0.4189 1 0.4189 25.33 0,005% Soluções x Cimentos 0.0788 2 0.0394 2.38 10.012% Resíduo 0.8931 54 0.0165 Variação total 1.8975 59 Fonte de variação A análise de variância acusou diferença estatística significante (p<0,05) entre soluções estudadas. Para os cimentos, evidenciou diferença estatística significante (p<0,01); já para interação entre soluções e cimentos, demonstrou não haver diferença estatística significante (p>0,05). A fim de esclarecer quais os tipos de soluções eram diferentes entre si, como demonstrado na análise de variância, aplicou-se o teste complementar de Tukey, que pode ser visto na Tabela VI. O teste complementar de Tukey (Tabela VI) indicou haver diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre as soluções estudadas. Resultados TABELA VI- Teste de Tukey – entre tratamentos. Soluções auxiliares Médias Água destilada deionizada 0,58248 ♦ NaOCl 1% 0,70156 ◊ EDTA 17% 0,80748 ● Símbolos diferentes significam valores estatisticamente diferentes. Valor crítico (∝=0,005) 0,098 45 Discussão Discussão 47 Adesão pode ser definida como um processo no qual duas superfícies de composições moleculares diferentes unem-se por forças de atração, sejam elas químicas, físicas ou mecânicas (ERICKSON, 1992). Considerando-se as forças mecânicas, a adesão ocorre por aprisionamento do material em outro corpo, dentro de cavidades naturais ou artificiais. A adesão química pode ser obtida pelas forças de valência primárias, como por exemplo, ligações covalentes e metálicas. A adesão física, por sua vez, depende das forças de valência secundárias: forças de Van der Walls, forças de Dispersão de London e pontes de hidrogênio (NAKABAYASHI; PASHLEY, 2000). Para que ocorra adesão, é necessário que haja uma proximidade bastante grande entre os materiais que se pretende unir. Portanto, uma condição primordial é a capacidade de umectação do líquido num material sólido (PHILLIPS, 1996). Esta capacidade de umectação permitirá a aproximação necessária entre dois materiais, facilitando a atração molecular e propiciando adesão (ERICKSON, 1992). Algumas variáveis podem interferir no resultado e entendimento dessa propriedade quando se leva em consideração a adesão do material obturador às paredes dos canais radiculares. A primeira diz respeito à metodologia empregada, a segunda variável é o tratamento da superfície dentinária e a terceira o tipo de material utilizado. Em relação à metodologia, a falta de normatização, pela ADA, dos testes de adesividade dos materiais obturadores endodônticos, faz com que uma ampla gama de modelos experimentais sejam propostos na literatura. GROSSMAN (1976) propôs o uso de uma máquina simples, constituída de uma haste em forma de T dotada de duas roldanas e um fio. Uma das extremidades do fio é conectada ao material a ser testado e a outra extremidade à carga. Adiciona-se Discussão 48 carga até que ocorra a separação do material obturador da superfície dentinária. A massa necessária para a ruptura é relacionada com a aceleração da gravidade no local do teste, conseguindo-se a força de tração de ruptura. Depois, calcula-se a tensão de tração que relaciona, por sua vez, a força de tração de ruptura à área de cimentação. ØRSTAVIK (1983) propôs o uso da Máquina Universal de Ensaios para os testes de adesividade dos materiais obturadores dos canais radiculares. Esse método foi seguido por diversos pesquisadores, entre eles HYDE (1986); WENNBERG; ØRSTAVIK (1990); SOUSA-NETO et al. (2002a); NAJAR et al. (2003) e PICOLI et al. (2003). Segundo estes autores, o teste de adesividade aferido pela Máquina Universal de Ensaios promove maior uniformidade e reprodutibilidade, propiciando a obtenção de dados fidedignos; além disso, os valores da tensão de tração expressos em MPa (Mega-Pascal) favorecem a comparação dos resultados, uma vez que é uma unidade aceita internacionalmente. A partir da metodologia proposta por ØRSTAVIK (1983), verifica-se uma variação do substrato onde o teste é realizado. Na literatura, observamos que os pesquisadores utilizaram: disco de dentina obtido a partir de coroas de terceiros molares (TAGGER et al., 2002; SALEH et al., 2003), dentina coronária cervical de molares (PÉCORA et al., 2001; TIMPAWAT et al., 2001; SOUSA-NETO et al., 2002a; NAJAR et al., 2003; PICOLI et al., 2003), dentina radicular da região cervical de canino (SOUSA-NETO, 1997), disco de guta-percha (LEE et al., 2002; SALEH et al., 2003; TAGGER et al., 2003). Discussão 49 SOUSA-NETO et al. (2005) desenvolveram metodologia que permite a avaliação da capacidade adesiva dos cimentos utilizando como corpo-de-prova a dentina radicular interna, o que favorece a compreensão de como a adesão ocorre nas paredes dentinárias em condições mais próximas do uso clínico do material a ser testado. Esta metodologia baseou-se no trabalho de PATIERNO et al. (1996), que propuseram um método de avaliação da resistência à tração da resina composta na dentina radicular cervical, onde cortes transversais foram feitos na região cervical da raiz dos dentes, obtendo amostras cilíndricas com 4 mm de espessura. Os canais radiculares foram alargados e em suas paredes foram aplicados o sistema adesivo dentinário e a resina composta, para posterior realização do teste de tração de push- out. Assim, esse modelo experimental foi adaptado ao teste de adesividade dos cimentos obturadores de canais radiculares. SOUSA-NETO et al. (2005) enfatizaram, ainda, que o cimento é colocado em contato com a superfície dentinária no seu formato anatômico, ao contrário de uma superfície plana de dentina coronária que apresenta diferente constituição canalicular. Dessa maneira, quando o corpo-de-prova é preenchido com o cimento obturador, este toma a forma do conduto radicular, além de penetrar nos túbulos dentinários, provocando embricação semelhante à que ocorre no interior do canal radicular obturado, portanto a força obtida com este modelo é a de cisalhamento e não a de tração pura. A segunda variável é o tratamento da superfície dentinária, que tem sido realizado com diferentes substâncias químicas (WENNBERG; ØRSTAVIK, 1990; GETTLEMAN et al., 1991; WEIGER et al., 1995; SILVA et al., 1997; KATAOKA et al., 2000; TIMPAWAT et al., 2001; SALEH et al., 2003; NAJAR et al., 2003), com radiação laser (PÉCORA et al., 2001; SOUSA-NETO et al., 2002a; PICOLI et al., 2003) Discussão 50 ou com a ação ultra-sônica (KRELL et al., 1985; JENSEN et al., 1999; SACONO; BERBERT, 2005), visando a remoção da smear layer que, segundo WHITE et al. (1984), WHITE et al. (1987), KOUVAS et al. (1998), consiste em um fator negativo na obturação do canal radicular, pois interpõe-se entre o material obturador e a parede dentinária, interferindo na adesividade deste à parede do canal radicular. No presente estudo, observou-se que a aplicação da solução quelante que, segundo HÜLSMANN et al. (2003), apresenta a capacidade de agir sobre a matriz mineral do dente e de atuar na remoção da smear layer formada durante o preparo biomecânico, propiciou maiores valores de adesão dos cimentos obturadores estudados à dentina do canal radicular. Isso, provavelmente, ocorreu devido à maior penetração dos cimentos no interior dos túbulos dentinários, o que resultou em aumento da superfície de contato do material obturador com a dentina. Os espécimes tratados com o hipoclorito de sódio apresentaram valores intermediários de adesão dos cimentos obturadores estudados à dentina do canal radicular. Este resultado deve-se, provavelmente, ao fato de que o hipoclorito de sódio não é capaz de remover completamente a smear layer, que tem em sua composição compostos orgânicos e inorgânicos (NIU et al., 2002; TORABINEJAD et al., 2003). A presença do hidróxido de sódio e do ácido hipocloroso permite à solução de hipoclorito de sódio uma ação de solvência de compostos orgânicos. Percebe-se, dessa forma, que a solução de hipoclorito de sódio atua seletivamente em matrizes orgânicas (GUERISOLI et al., 2002), fato este que impede a completa remoção da smear layer presente nas paredes do canal radicular após o preparo biomecânico. Discussão 51 No caso do cimento Epiphany, o hipoclorito de sódio pode também ter interferido na polimerização do primer, como descrito por LAI et al. (2001), comprometendo a adesão do cimento à dentina. Os espécimes nos quais a dentina foi lavada com água destilada apresentaram os menores valores de adesão. Nestes casos, a dentina provavelmente permaneceu recoberta por smear layer resultante do preparo dos dentes. Portanto, estes resultados confirmam que a presença da smear layer prejudica a adesão dos cimentos endodônticos, uma vez que a mesma atua como uma interface adicional entre material obturador e dentina, dificultando, ou até mesmo impedindo, a penetração dos cimentos obturadores nos canalículos dentinários (WHITE et al., 1984; WHITE et al., 1987; KOUVAS et al., 1998). Em relação à terceira variável, os resultados obtidos evidenciaram que o cimento AH Plus apresentou melhores valores de adesividade em relação ao cimento Epiphany. O AH Plus, por ser um cimento à base resina epóxi, penetra melhor nas microirregularidades devido ao seu escoamento e seu elevado tempo de polimerização. Essas propriedades favorecem maior embricação entre cimento e dentina que, aliada à coesão entre suas moléculas (SOUSA-NETO et al., 2002a), promove maior resistência à remoção e\ou deslocamento da superfície da dentina, o que, no presente estudo, traduz-se em maior adesividade. A nova geração de cimentos obturadores à base de resina de metacrilato, juntamente com um primer auto-condicionador, trouxe expectativas em relação ao melhor desempenho na adesão e no selamento marginal coronário e apical. No entanto, os resultados obtidos com o cimento Epiphany, no presente estudo, não Discussão 52 corresponderam a essa expectativa em relação à adesividade. Estes resultados provavelmente devem-se aos seguintes fatores: 1. A polimerização do cimento na interface com a dentina pode ter sofrido a influência do oxigênio presente na parede dentinária interna e no interior dos túbulos dentinários. Segundo FRANCO et al. (2002), o oxigênio inibe a vinil polimerização nas resinas compostas. Os compósitos não completam a polimerização e aproximadamente 40 a 60% das ligações de carbono permanecem insaturadas (FINGER et al., 1996). Esse raciocínio foi descrito por RUEGGEBERG; MARGESON (1990), que afirmaram que o oxigênio pode produzir uma fina película de polímero com um baixo grau de polimerização. Isso provavelmente causou inibição de polimerização do cimento Epiphany. 2. Falhas na interface cimento-dentina, conforme descrito por TAY et al. (2005). Estas falhas provavelmente ocorrem devido à polimerização do cimento resinoso à base de metacrilato imediatamente após a sua inserção no canal radicular. Segundo esses autores, a fotoativação coronária do cimento, conforme instrução do fabricante, pode limitar o escoamento do cimento resinoso. A nosso ver, o maior escoamento do cimento provavelmente possibilitaria maior contato deste com o primer e conseqüentemente maior embricação com a dentina. TAY et al. (2005) observaram, por meio de MEV, que o primer estava presente em toda extensão do canal radicular, inclusive na porção apical, o que reforça que a falha na interface cimento-dentina estava relacionada ao cimento e não à aplicação do primer. Discussão 53 3. Incapacidade de fotoatiovação do cimento em toda a extensão do corpo-deprova, o que gera a incompleta polimerização, resultando na presença de monômeros residuais do cimento na porção mais profunda do corpo-de-prova. Um aspecto que deve ser considerado na avaliação dos resultados obtidos é que a proposição do presente estudo foi avaliar a adesividade do cimento Epiphany. Por esse motivo, no modelo experimental empregado não foi utilizado o Resilon que, segundo TEIXEIRA et al. (2004), possibilita a formação de um sistema monobloco que pode interferir nos valores de adesão. Muitos estudos sobre a adesividade dos cimentos obturadores têm sido publicados recentemente (SOUSA-NETO et al., 2002b; SALEH et al., 2002; LEE et al., 2002; TAGGER et al., 2002; PICOLI et al., 2003; TAGGER et al., 2003; GOGOS et al., 2004; SOUSA-NETO et al., 2005), no entanto, tem-se discutido muito pouco sobre a metodologia mais adequada para o estudo desta propriedade e o real papel que a adesividade do cimento à dentina desempenha no resultado final da obturação do canal radicular. TEIXEIRA et al. (2004) abriram uma perspectiva para o entendimento dessa propriedade quando observaram que os materiais à base de resina de metacrilato, por buscar uma união mais efetiva com a dentina por meio de primers autocondicionadores, e a formação de um sistema monobloco podem aumentar a resistência da raiz de dentes tratados endodonticamente, o que a nosso ver é uma grande vantagem na utilização deste sistema, desde que as propriedades físico-químicas do cimento sejam adequadas pelo fabricante. Conclusões Conclusões 55 Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se concluir que: 1. O cimento AH Plus apresentou valores de adesividade superiores aos obtidos pelo cimento Epiphany. 2. A aplicação da solução de EDTA 17% aumentou a adesividade dos dois cimentos estudados. 3. Os maiores valores de adesividade foram obtidos com o cimento AH Plus, quando a dentina foi tratada com EDTA 17%. 4. Os menores valores de adesividade foram obtidos com o cimento Epiphany, quando foi utilizada somente água destilada. Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas 57 ALIGHAMDI, A.; WENNBERG, A. Testing sealing ability of endodontic filling materials. Endod. Dent. Traumatol., v. 10, n. 6, p. 249-55, 1994. AMERICAN DENTAL ASSOCIATION Specification N.57 for Endodontic filling materials, 1983. CHUNG, H. A.; TITLEY, K.; TORNECK, C. D.; LAWRENCE, H. P.; FRIEDMAN, S. Adhesion of glass-ionomer cement sealers to bovine dentin conditioned with intracanal medications. J. Endod., v. 27, n. 2, p. 85-8, 2001. ECONOMIDES, N.; KOKORIKOS, I.; KOLOKOURIS, I.; PANAGIOTIS, B.; GOGOS, C. Comparative study of apical sealing ability of a new resin-based root canal sealer. J. Endod., v. 30, n. 4, p. 403-6, 2004. ELDENIZ, A. U.; ERDENIR, A.; BELLI, S. Shear bond strength of three resin based sealer to dentin with and without the smear layer. J. Endod., v. 31, n. 4, p. 293-6, 2005. ERICKSON, R. L. Surface interations of dental adhesive materials. Oper. Dent., v. 5, n. 2, p. 81-94, 1992. FIDEL, R. A. S.; SOUSA-NETO, M. D.; SPANÓ, J. C. E.; BARBIN, E. L.; PÉCORA, J. D. Adhesion of calcium hydroxide-containing root canal sealers. Braz. Dent. J., v. 5, n. 1, p. 53-7, 1994. Referências Bibliográficas 58 FINGER, W. J.; LEE, K. S.; PODSZUN, W. Monomers with low oxygen inhibition as enamel/dentin adhesives. Dent. Materials, v. 12, n. 2, p. 256-61, 1996. FRANCO, E. B.; LOPES, L. G.; D’ALPINO, P. H.; PEREIRA, J. C.; MONDELLI, R. F.; NAVARRO, M. F. Evaluation of compatibility between different types of adhesives and dual-cured resin cement. J. Adhes. Dent., v. 4, n. 2, p. 271-5, 2002. GETTLEMAN, B. H.; MESSER, H. H.; ELDEEB, M. E. Adhesion of sealer cements to dentin with and without smear layer. J. Endod., v. 17, n. 1, p. 15-20, 1991. GOGOS, C.; ECONOMIDES, N.; STAVRIANOS, C.; KOLOKOURIS, I.; KOKORIKOS, I. Adhesion of a new methacrylate resin-based sealer to human dentin. J. Endod. v. 30, n. 4, p. 230-40, 2004. GROSSMAN, L. I. Physical properties of root canal cements. J. Endod., v. 2, n. 6, p. 166-75, 1976. GUERISOLI, D. M. Z.; MARCHESAN, M. A.; WALMSLEY, P. J.; PÉCORA, J. D. Evaluation of smear layer removal by EDTAC and sodium hypochorite with ultrasonic agitation. Int. Endod. J., v. 35, n. 5, p. 418-21, 2002. Referências Bibliográficas 59 HÜLSMANN, M.; HECKENDORFF, M.; LENNON, A. Chelating agents in root canal treatment: mode of action and indications for their use. Int. Endod. J., v. 36, n. 12, p. 810-30, 2003. HYDE, D. G. Physical properties of root canal sealers containing calcium hydroxide. 1986. 80p. Thesis (Master of Science) – University of Michigan. IMAI, Y.; KOMABAYASHI, T. Properties of a new injectable type of root canal filling resin with adhesiveness to dentin. J. Endod., v. 29, n. 1, p. 20-3, 2003. JENSEN et al. Comparison of the cleaning efficacy of passive sonic activation and passive ultrasonic activation after hand instrumentation in molar root canals. J. Endod., v.25, n.11, p. 735-738, 1999. KATAOKA, H.; YOSHIOKA, T.; SUDA, H.; IMAI, Y. Dentin bonding and sealing ability of a new root canal resin sealer. J. Endod., v. 26, n. 4, p. 230-5, 2000. KAYAOGLU, G.; ERTEN, H.; ALACAM, T.; ORSTAVIK, D. Short-term antibacterial activity of root canal sealers towards Enterococcus faecalis. Int. Endod. J., v. 38, n. 7, p. 483-8, 2005. Referências Bibliográficas 60 KEMPER, R.; KILIAN, R. New test system for tensile bond strength. J. Dent. Res., v. 55, p. 138, 1976, Special Issue B, Abstract 308. KOUVAS, V.; LIOLIOS, E.; VASSILIADIS, L.; PARISSIS-MESSIMERIS, S.; BOUTSIOUKIS, A. Influence of smear layer on depth penetration of three endodontic sealers: an SEM study. Endod. Dent. Traumatol., v. 14, n. 4, p. 191-5, 1998. KRELL, K. V.; NEO, J. The use of ultrasonic endodontic instrumentation in retreatment of a paste-filled endodontic tooth. Oral Surg., v.60, n.1, p. 100-2, 1985. LALH, M. S.; TITLEY, K.; TORNECK, C. D.; FRIEDMAN, S. The shear bond strength of glass ionomer cement sealers to bovine dentine conditioned with common endodontic irrigants. Int. Endod. J., v. 32, n. 5, p. 430-5, 1999. LAI, S. C.; MAK, Y. F.; CHEUNG, G. S..; OSORIO, R.; TOLEDANO, M.; CARVALHO, R. M.; TAY, F. R.; PASHLEY, D. H. Reversal of compromised bonding to oxidized etched dentin. J. Dent. Res., v. 80, n. 10, p. 1919–24, 2001. LEE, K. W.; WILLIAMS, M. C.; CAMPS, J. J.; PASHLEY, D. H. Adhesion of endodontic sealers to dentin and gutta-percha. J. Endod., v. 28, n. 10, p. 684-8, 2002. MANNOCCI, F.; INNOCENTI, M.; FERRARI, M. Stereomicroscopic and scanning electron microscopic study of roots obturated with vertically condensed gutta-percha, Referências Bibliográficas 61 epoxy resin cement, and dentin bonding agent. J. Endod., v. 24, n. 6, p. 397-400, 1998. McCOMB, D.; SMITH, D. C. Comparision of physical properties of polycarboxilatebased and convencional root canal sealers. J. Endod., v. 2, n. 8, p. 228-35, 1976. NAJAR, A. L.; SAQUY, P. C.; VANSAN, L. P.; SOUSA-NETO, M. D. Adhesion of a glassionomer root canal sealer to human dentine. Aust. Endod. J., v. 29, n. 1, p. 20-2, 2003. NAKABAYASHI, N.; PASHLEY, D. Hibridização dos Tecidos Dentais Duros. São Paulo: Quintessence, 2000, 130 p. NIU, W.; YOSHIOKA, T.; KOBAYASHI, C.; SUDA, H. A scanning electron microscopic study of dentinal erosion by final irrigation with EDTA and NaOCl solutions. Int. Endod. J., v. 35, n. 9, p. 934-9, 2002. ØRSTAVIK, D. Physical properties of root canal sealers: measurement of flow, working time, and compressive strength. Int. Endod. J., v. 16, n. 2, p. 99-107, 1983. PATIERNO, J. M.; RUEGGEBERG, F. A.; ANDERSON, R. W.; WELLER, R. N.; PASHLEY, D. H. Push-out strenght and SEM evaluation of resin composite bonded to internal cervical dentin. Endod. Dent. Traumatol., v. 12, n. 3, p. 227-36, 1996. Referências Bibliográficas 62 PÉCORA, J. D.; CUSSIOLI, A. L.; GUERISOLI, D. M. Z.; MARCHESAN, M. A.; SOUSANETO, M. D.; BRUGNERA-JUNIOR, A. Evaluation of Er:YAG laser and EDTAC on dentin adhesion of six endodontic sealers. Braz. Dent. J., v. 12, n. 1, p. 27-30, 2001. PHILLIPS. A. Materiais Dentários. Anusavice. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1996, 328 p. PICOLI, F.; BRUGNERA-JUNIOR, A.; SAQUY, P. C.; GUERIZOLI, D. M.; PÉCORA, J. D. Effect of Er:YAG laser and EDTAC on adhesiveness to dentine of different sealers containing calcium hydroxide. Int. Endod. J., v. 36, n. 7, p. 472-5, 2003. RUEGGEBERG, F. A.; MARGESON, D. H. The effect of oxygen inhibition on an unfilled/filled composite system. J. Dent. Res., v. 69, n. 9, p. 1652-8, 1990. SACONO, N.; BERBERT, F.L.C.V. Efeito de diferentes associações entre técnicas de preparo biomecânico e de tratamento dentinário na limpeza das paredes do canal radicular. No prelo. SALEH, I. M.; RUYTER, I. E.; HAAPASALO, P. M. P.; ØRSTAVIK, D. The effects of dentine pretreatment on the adhesion of root-canal sealers. Int. Endod. J., v. 35, n.10, p. 859-66, 2002. Referências Bibliográficas 63 SALEH, I. M.; RUYTER, I. E.; HAAPASALO, P. M. P.; ØRSTAVIK, D. Adhesion of endodontic sealers: scanning electron microscopy and energy dispersive spectroscopy. J. Endod., v. 29, n. 9, p. 595-601, 2003. SCHAFER, E.; ZANDBIGLARI, T. Solubility of root-canal sealers in water and artificial saliva. Int Endod J., V. 36, n. 10, p. 660-9, 2003. SCHROËDER, A. Mitteilungen uber die abschlussdichtigkeit von wurzelfullmaterialien und erster hinweis auf ein neuartiges wurzefullmittel. Schweizerische Monatsschrift fur Zahnhelkunde, v. 64, p. 921-31, 1954. SHIPPER G.; ØRSTAVIK D.; TEIXEIRA F.B.; TROPE M. An evaluation of microbial leakage in roots filled with a thermoplastic synthetic polymer-based root canal filling material (Resilon). J. Endod., v. 30, n. 5, p. 342-7, 2004. SHIPPER G.; TEIXEIRA F. B.; ARNOLD, R. R.; TROPE M. Periapical inflammation after coronal microbial inoculation of dog roots filled with gutta-percha or resilon. J. Endod., v. 31, n. 2, p. 91-6, 2005. SHIPPER, G.; TROPE, M. In vitro microbial leakage of endodontically treated teeth using new and standard obturation techniques. J. Endod., v. 30, n. 2, p. 154-8, 2004. Referências Bibliográficas 64 SILVA, R. G.; BARBIN, E. L.; SPANÓ, J. C. E.; SAVIOLI, R. N.; PÉCORA, J. D. Estudo da adesividade de alguns cimentos obturadores dos canais radiculares. ROBRAC, v. 6, n. 21, p. 14-8, 1997. SOUSA-NETO, M. D. Estudo da influência de alguns óleos vegetais adicionados ao eugenol sobre as propriedades físico-químicas do cimento obturador de canais radiculares do tipo Grossman. Ribeirão Preto, 1994. 108p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. SOUSA-NETO, M. D.; Estudo da influência de diferentes tipos de breus e resinas hidrogenadas sobre propriedades físico-químicas do cimento obturador de canais radiculares tipo Grossman, Ribeirão Preto, 1997. 108p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. SOUSA-NETO, M. D.; MARCHESAN, M. A.; PÉCORA, J. D.; BRUGNERA-JUNIOR, A.; SILVA-SOUSA, Y. T. C.; SAQUY, P. C. Effect of Er:YAG laser on adhesion of root canal sealers. J. Endod., v. 28, n. 3, p. 185-7, 2002a. SOUSA-NETO, M. D.; PASSARINHO-NETO, J. G.; CARVALHO-JUNIOR, J. R.; CRUZFILHO, A. M.; PÉCORA, J. D.; SAQUY, P. C. Evaluation of the effect of EDTAC, EGTAC Referências Bibliográficas 65 and CDTA on dentin adhesiveness and microleakage with root canal sealers. Braz. Dent. J., v. 13, n. 2, p. 123-8, 2002b. SOUSA-NETO, M. D.; COELHO, F. I; MARCHESAN, M. A.; ALFREDO, E.; SILVASOUSA, Y.T.C. In vitro study of the adhesion of an epoxy based sealer to human dentine submitted to irradiation with Er:YAG and Nd:YAG lasers. Int. Endod. J., v. 38, n. 12, p. 866-70, 2005. TAGGER, M.; TAGGER, E.; TJAN, A. H.; BAKLAND, L. K. Measurement of adhesion of endodontic sealers to dentin. J. Endod., v. 28, n. 5, p. 351-4, 2002. TAGGER, M.; TAGGER, E.; TJAN, A. H.; BAKLAND, L. K. Shearing bond strength of endodontic sealers to gutta-percha. J. Endod., v. 29, n. 3, p. 191-3, 2003. TAY, F. R.; LOUSHINE, R. J.; WELLER, R. N.; KIMBROUGH, W. F.; PASHLEY, D. H.; MAK, Y. F.; LAI, C. N.; RAINA, R.; WILLIAMS, M. C. Ultrastructural evaluation of the apical seal in roots filled with a polycaprolactone-based root canal filling material. J. Endod., v. 31, n. 7, p. 514-9, 2005. TEIXEIRA, F. B.; TEIXEIRA, E. C. N.; THOMPSON, J.; TROPE, M. Fracture resistance of roots endodontically treated with a new filling material. JADA, v. 135, n. 6, p. 646-52, 2004. Referências Bibliográficas 66 TIMPAWAT, S.; HARNIRATTISAI, C.; SENAWONGS, P. Adhesion of a glass-ionomer root canal wall. J. Endod., v. 27, n. 3, p. 168-71, 2001. TORABINEJAD, M.; CHO, Y.; KHADEMI, A. A.; BAKLAND, L. K.; SHABAHANG, S. The effect of various concentrations of sodium hypochlorite on the ability of MTAD to remove the smear layer. J. Endod., v. 29, n. 3, p. 233-9, 2003. WEIGER, R.; HEUCHERT, T.; HAHN, R.; LÖST, C. Adhesion of a glass-ionomer cement to human radicular dentine. Endod. Dent. Traumatol., v. 11, n. 5, p. 2149, 1995. WENNBERG, A.; ØRSTAVIK, D. Adhesion of root canal sealers to bovine dentine and gutta-percha. Int. Endod. J., v. 23, n. 1, p. 13-9, 1990. WHITE, R. R.; GOLDMAN, M.; LIN, P. S. The influence of the smeared layer upon dentinal tubule penetration by plastic filling materials. J. Endod., v. 10, n. 12, p. 558-62, 1984. WHITE, R. R.; GOLDMAN, M.; LIN, P. S. The influence of the smeared layer upon dentinal tubule penetration by endodontic filling materials. Part II. J. Endod., v. 13, n. 8, p. 369-74, 1987. Referências Bibliográficas 67 WILLERSHAUSEN, B.; MARROQUIN, B. B.; SCHAFER, D.; SCHULZE, R. Cytotoxicity of root canal filling materials to three different human cell lines. J. Endod. V. 26, n. 12, p. 703-7, 2000.