faculdade de ciências da saúde de campos gerais
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0 FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE CAMPOS GERAIS CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS A IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS ROTÍFEROS GILVAN FIRMINO Campos Gerais 2012 1 GILVAN FIRMINO A IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS ROTÍFEROS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais, como parte das exigências para a obtenção do titulo de Licenciado do curso Ciências Biológicas. Orientador: Profª Ma. Poliana de Oliveira Coelho Campos Gerais 2012 2 FOLHA DE APROVAÇÃO Titulo: “A IMPOTÂNCIA ECOLÓGICA DOS ROTÍFEROS” Autor: GILVAN FIRMINO Orientadora: Profª. Ma. Poliana de Oliveira Coelho Aprovado como parte das exigências para obtenção do Titulo de LICENCIADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS pela Comissão Examinadora. ____________________________________________ Profª. Ma. Poliana Oliveira Coelho Orientadora – FACICA ____________________________________________ Profª Dra Melissa Vieira Leite - FACICA (Professora avaliadora) ____________________________________________ Profº. Dr. Gabriel Silva Pinto - FACICA (Professora avaliadora) Campos Gerais, 28 de Agosto de 2012. _______________________________________ Prof. Ma. Poliana Oliveira Coelho Presidente da Comissão Examinadora Orientador 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, Criador do universo. A minha mãe Nilma Benedita Firmino. A minha futura esposa Hanna Lucia Batista. E ao meu anjinho Sofia Batista Firmino. Ao meu pai que está no céu Sebastião Vicente Firmino. A todos os meus familiares e amigos. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela força e paciência ao longo destes quatro anos; Ao meu pai Sebastião Vicente Firmino, embora ausente, ensinou-me aos sete anos de idade, a respeitar a natureza e admirar sua beleza. A Hanna Lúcia Batista pela ajuda, paciência e dedicação. A Sofia Batista Firmino por me ensinar a ser mais paciente e carinhoso. A Nilma Benedita Firmino, por toda força e amor incondicional. A irmã Heliane Firmino da Silva por estar sempre pronta a me ajudar. Ao meu irmão Elias Carlos Firmino, aos meus sobrinhos, em especial a minha afilhada Lais Silva de Carvalho. A ex-professora Tânia Fontellas Brandalha, por me mostra o maravilhoso munda da Zoologia dos Invertebrados. Aos meus grandes amigos, Gustavo Franscico Jacinto, Lellis Henrique Costa, Paulo Henrique Bernades, Harrison Costa Justimiano, Nogleiber Paulo Emerenciano, Cleison Araujo Rossi, e a todos os amigos que conquistei ao longo do curso. A todo corpo docente da FACICA. Em especial a minha orientadora Poliana Oliveira Coelho. 5 FIRMINO, Gilvan. A Importância ecológica dos rotíferos. Orientadora: Poliana Oliveira Coelho. Campos Gerais. Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais – FACICA, 2012. Monografia (Conclusão de curso). 49F. RESUMO Os ecossistemas tem sofrido alterações e uma série de prejuízos decorrente das atividades do homem. Por isso há um grande empenho para o desenvolvimento de técnicas científicas que possam averiguar os impactos sofridos pelo meio ambientes. Destas técnicas destaca-se o uso de rotíferos como indicador biológico. O estudo trás como pesquisa, artigos do meio eletrônico e literário, referente aos rotíferos como bioindicador e sua importância ecológica, verificou-se uma riqueza em documentos que abordam esse assunto. O rotífero além de possuir um importante papel na regeneração de nutrientes e na transmissão de energia na teia alimentar, também é usado como indicador de poluição, pois esses metazoários possuem capacidade de resistir em ambientes poluídos, entrando em estado de dormência (criptobiose) funcionando como prático e econômico indicador de qualidade da água. Deve-se ter consciência da importância das pesquisas envolvendo os rotíferos como bioindicador, o estudo é viável e rápido para determinar a condição da água, sendo assim, protegendo todo ecossistema e as comunidades que dele usufruem. Palavras-chave: bioindicador, metazoário, ecossistemas. . 6 FIRMINO, Gilvan. The ecological importance of rotifers. Advisor: Poliana Oliveira Coelho. Campos Gerais, Minas Gerais, Brazil. Faculty of Science and Technology of Campos Gerais – FACICA, 2012. Monograph (Completion of course). 49P. ABSTRACT The ecosystem has changed and a lot of damage resulting from man's activities. Therefore there is a strong commitment to the development of scientific techniques that can assess the impacts suffered by environments. These techniques highlight the use of rotifers as a biological indicator. The study behind as research articles of literary and electronic media, referring to the rotifers as bioindicator and its ecological importance, there was a wealth of documents that address this issue. The rotifer also has an important role in the regeneration of nutrients and transmission of energy in the food web, is also used as an indicator of pollution because these metazoans are capable of withstanding in polluted environments, entering a state of dormancy (criptobiose) functioning as practical and economical indicator of water quality. One should be aware of the importance of research involving rotifers as bioindicator, the study is feasible and quick to determine the condition of the water, so protecting entire ecosystems and the communities that enjoy it. Keywords: bioindicator, metazoan, ecosystems. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................... 10 2 OBJETIVOS....................................................................................... 12 2.1 Objetivo Geral................................................................................. 12 2.2 Objetivos Específicos...................................................................... 12 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................... 13 3.1 Bioindicadores ................................................................................ 13 3.2 Bioindicadores e a qualidade da água............................................ 14 3.2.1 A importância dos indicadores biológicos na qualidade da água...................................................................................................... 15 3.2.2 Principais bioindicadores aquáticos............................................. 17 3.3 Rotíferas.......................................................................................... 19 3.3.1 Morfologia..................................................................................... 21 3.3.2 Cabeça e pescoço........................................................................ 22 3.3.3 Tronco e pé.................................................................................. 24 3.3.4 Epiderme...................................................................................... 25 3.3.5 Locomoção................................................................................... 27 3.4 Ciclo de vida.................................................................................... 28 3.4.1 Ciclomorfose de acordo com Ruppert et al.................................. 31 3.5 Criptobiose...................................................................................... 32 3.6 Significado econômico dos Rotíferos.............................................. 33 3.7 Significado ecológico dos Rotíferos................................................ 33 4 METODOLOGIA................................................................................ 36 4.1 Área de estudo................................................................................ 36 4.2 Procedimento de pesquisa.............................................................. 37 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................... 38 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 43 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................. 44 8 LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS Figura 01. Figura 01- Exemplos de bioindicadores. Classe Odonata (A) e Anuro (B) (Evandro Lopes, panoramico.com, 2012)............................. 14 Figura 02. (A e D) Coleoptero e Rotífero bioindicador tolerante. (B) Olligocheta extremamente tolerante. (C) Plecoptera bioindicador sensível. (Evandro Lopes, panoramico.com, 2012)................................. 17 Figura 03. Rotífero. Corona ciliada. (J. M. Cavalhão, 2006).................... 19 Figura 04. Anatomia do Rotífero destaque para divisão corporal, corona, tronco e pé. (Brusca e Brusca, 2007).......................................... 22 Figura 05. Corona Ciliada (Ruppert et al., 2005)...................................... 23 Figura 06. Modificações da corona entre tipos selecionados de rotíferos. (A) A condição supostamente plesiomórfica tem campos bucal e circum-apical. (B) O campo circum-apical é separado em troco e cíngulo. O troco é lobado, como aquele de Floscularia. (C)Otroco é separado em dois discos trocais (Brusca e Brusca, 2007)....................... 23 Figura 07. Parte inferior dos rotíferos. (Ruppert et al., 2005)................... 24 Figura 08. (A) Seison annulatus (classe Seisonidea), um rotífero marinhos das brânquias de Nebalia. (D) Stephanoceros, um dos estranhos rotíferos colotecáceos com a corona modificada como armadilha. (E) A lorica cuticular de dois rotíferos loricados...................... 25 Figura 09. Micrografia eletrônica da epiderme sincial, mostrando a lamina intra-sincial (tw) e um poro superficial (c). a cuticula verdadeira (gl) é visivel do lado de fora da membrana. (Ruppert et al., 2005)........... 26 Figura 10. Musculatura do rotífero em vista ventral. (Ruppert et al., 2005)......................................................................................................... 26 Figura 11. (A) Natação ciliar em Brachionus pala. (B) Saltos em Polyarthra usando movimentos musculares dos apêndices. (Ruppert et al., 2005)................................................................................................... 27 Figura 12. Locomoção semelhante a da lagarta em um rotífero bdelóideo (Ruppert et al., 2005)............................................................... Figura 13. Reprodução dos Rotíferos (classe Monogononte) é partenogenética durante parte do ano quando as condições ambientais 28 9 são adequadas. (Hickman et al., 2004).................................................... 30 Figura 14. (A) copula cloacal em Cephalodella catellina (B) Típico espermatozóide dos rotíferos com flagelo-guia. (Ruppert et al., 2005).... 31 Figura 15. Ciclomorfose nos rotíferos. (A) Variabilidade sazonal dos espinhos da lorica do rotífero planctônico Brachionus, presa favorita de Asplanchna (B). (Ruppert et al., 2005)..................................................... 32 Figura 16. Forma criptobiotica do rotífero (Ruppert et al., 2005)............. 33 Figura 17. Micrografia de uma fêmea amictica eclodindo de uma fase após o inverno (Ruppert et al., 2005)....................................................... Tabela 01. Principais representantes dos 33 macroinvertebrados aquáticos.................................................................................................. 19 Quadro 01. Número de citações dos autores, em relação ao tópico bioindicadores, utilizados no decorrer da pesquisa.................................. 38 Quadro 02. Número de citações dos autores, em relação ao tópico Rotífero, utilizados no decorrer da pesquisa............................................ 40 10 1 INTRODUÇÃO Os bioindicadores são sensíveis a drásticas mudanças em seu ecossistema. Tornando indispensável o estudo e o conhecimento das espécies indicadoras para preservação do meio ambiente. Podemos encontrar na fauna e na flora seres vivos indispensáveis ao homem e a natureza, por serem bioindicadores, são importantes na identificação de ambientes limpos ou degradados. Encontra-se na biota aquática, variados indicadores biológicos, pois o meio vem sendo agredido constantemente pela ação humana, através de uso indiscriminado de fertilizante agrícola, dejetos industriais, escoamento de esgoto, lixo urbano, entre vários fatores. Entre os bioindicadores estudados do meio aquático, destacam-se os rotíferos. Desta forma, investigações sobre a comunidade de rotíferos planctônicos, animais microscópicos, foram desenvolvidos tendo como objetivo identificar a presença destes seres indicadores da qualidade ambiental. Os rotíferos podem ser extensamente distribuídos nos habitat de água doce e encontrados nas zonas de litoral, nas águas abertas de lagos, entre a vegetação aquática ou ainda no sedimento, represas e rios, além de viverem em solos úmidos ou associados a musgos, sendo importante também por constituir o zooplâncton, fundamental para alimentação e sobrevivência de outros animais aquáticos. Estes metazoários executam importante papel na restauração de nutrientes e na transferência de energia nas teias alimentares, estão diretamente envolvidos no crescimento das populações de bactérias e fungos abrangidos na remineralização de nutrientes. Considerando os rotíferos como organismo potencialmente cosmopolita, suas estratégias reprodutivas e estágios de resistência à seca e a digestão por outros animais, além da maturação rápida e ciclo de vida curto, favoreceriam uma grande dispersão, limitada então pela indisponibilidade de nichos adequados nos novos territórios. Amplamente utilizados como indicadores de poluição e das condições ambientais os rotíferos tornam-se animais de grande valor ecológico, portanto o presente trabalho possui como objetivo a realização de um levantamento bibliográfica, a fim de comparar as opiniões de autores a respeito da caracterização 11 e importância dos rotíferos como bioindicadores, e sua relação harmônica com seu ecossistema. 12 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral O trabalho tem como objetivo a realização de uma revisão bibliográfica, definindo e caracterizando a importância dos rotíferos como bioindicadores, e sua relação com o ecossistema aquático. 2.2 Objetivo Específico Realizar uma análise crítica sobre o tema “Rotíferos como bioindicadores”, utilizando referências bibliográficas que discorram sobre o assunto; Realizar buscas em sites de pesquisa sobre o tema “Rotíferos”, em artigos científicos nacionais e internacionais, afim de conhecer a importância dos rotíferos como bioindicadores, assim como sua função ecológica na biota aquática; Enfatizar a relevância do tema e sua importância em níveis tróficos na teia alimentar; Relacionar fatores favoráveis para existência de rotíferos; Estudar as estratégias deste filo para sobrevivência em situações adversas; Comparar as opiniões de diversos autores sobre o assunto. 13 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Bioindicadores “Os ecossistemas naturais têm sofrido alterações e diversos prejuízos decorrentes das atividades antrópicas.” (VALLE, 2009). Atualmente há um enorme esforço para o desenvolvimento de técnicas científicas que possibilita verificar os efeitos dos impactos, que representam risco ao ambiente, afirma Barreto, et al. (2007). Algumas técnicas merecem destaque, como a identificação e utilização de bioindicadores no monitoramento da qualidade e integridade das águas destaca Badii et al., (2005) citado por Barreto, et al. (2007). “Isto se deve ao fato de que os bioindicadores caracterizam seu meio ambiente, e quando observados, podem quantificar a magnitude do estresse ambiental, as características dos habitat, e o grau de exposição aos agentes estressores ou o grau de resposta ecológica à exposição” (COLPO e CAMARGO, 2009). Callisto e Gonçalves (2002) definem bioindicadores como grupo de espécies, ou comunidade biológica cuja presença, abundância e condições são indicativos biológicos de uma determinada condição ambiental. A presença de uma substância química tóxica pode fazer com que algumas espécies sensíveis a ela desapareçam, ou se tornem raras. Com a redução na densidade de indivíduos e a redução de espécies do ambiente, algumas populações resistentes ao estresse, antes com abundâncias controladas pela competição, encontram espaço e recursos disponíveis para crescer e dominar o ambiente. Segundo Arias (2006), existe indicadores biológicos moleculares, celulares e ao nível animal completo (Fig. 01), há duas características importantes dos bioindicadores sendo a primeira que permite identificar as interações que ocorre entre os contaminantes e os organismos vivos; e a segunda que possibilita a mensuração de efeitos sub-letais, sendo esta ultima de grande necessidade para ações preventivas, daí surgi o interesse atual da analise de bioindicadores em projetos de avaliação da contaminação ambiental. 14 A B Figura 01- Exemplos de bioindicadores. Classe Odonata (A) e Anuro (B) (Evandro Lopes, panoramico.com, 2012). 3.2 Bioindicadores e a qualidade da água “Não é possível testar e monitorar a qualidade da água em todos os lugares, em todos os momentos, mas existem maneiras de se indiretamente inferir a qualidade da água usando bioindicadores” (SOUZA, 2005). A utilização de indicadores biológicos permite a avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição, afirma Callisto et al. (2004), o uso destes é mais eficiente do que as medidas de parâmetros físicos e químicos, que são normalmente medidos no campo e utilizados para avaliar a qualidade da água. Podemos inferir com a seguinte frase: “Eles são organismos ou comunidades, cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais, que podem ser empregados como indicadores na avaliação de uma dada área. No que se refere aos ecossistemas aquáticos, os mais utilizados são os macro-invertebrados bentônicos, para monitorar reservatórios, trechos de importantes bacias hidrográficas, sob diferentes níveis de impacto antrópico e na saúde de ecossistemas. São responsáveis por fornecer subsídios para a conservação, o manejo e a recuperação dos ecossistemas aquáticos continentais. Isto ocorre graças ao bio-monitoramento, ou monitoramento biológico, que representa o uso sistemático de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais, objetivando a utilização desta informação em um programa de controle da qualidade de vida e ambiental” (PRANTERA e BUSSONS, 2009). Segundo Prantera e Bussons (2009), o meio ambiente aquático é essencial à vida moderna, pois está relacionada a variadas atividades humanas como adquirir alimento, energia, o abastecimento doméstico e industrial. De acordo com Callisto e Gonçalves (2002), a Agência de Controle Ambiental dos Estados Unidos e a Diretriz da União Européia recomendam a utilização de 15 bioindicadores como complemento às informações sobre a qualidade das águas. Dos indicadores biológicos há grupo diretamente relacionado a um determinado agente poluidor ou a um fator natural potencialmente. Os bioindicadores mais utilizados são aqueles capazes de diferenciar entre fenômenos naturais (por exemplo, mudanças de estação e ciclos de chuva-seca) e estresses de origem antrópica, relacionados a fontes de poluição pontuais ou difusas. “Para utilizar bioindicadores de qualidade de água é necessária a obtenção de informações científicas. Especificamente, é necessário saber quais são as comunidades biológicas que devem ser monitoradas em um ecossistema aquático, como monitorá-las, analisar estatisticamente e interpretar os dados, e também qual será o custo do monitoramento (financeiros recursos técnicos, infraestrutura). O desenvolvimento de um Programa de Biomonitoramento adequado depende de critérios, padrões e avaliação dos riscos de ocorrência de impactos ambientais. As informações científicas obtidas devem ser prontamente disponibilizadas para as agências governamentais de controle ambiental” (CALLISTO et al., 2004). A abundância da fauna bentônica depende, segundo Lake (2005), de propriedades químicas e físicas do substrato, estas espécies são reconhecidas por reagir às mudanças na qualidade do habitat, por apresentar uma resistência duradoura, de acordo com a presença ou ausência de algumas espécies bentônicas, podendo ser aplicados como bioindicador. 3.2.1 A importância dos indicadores biológicos na qualidade da água “Qualquer um que tenha interesse em história natural poderá se encantar com a diversidade destes organismos e suas adaptações aos ambientes de água doce. Porém, a razão mais convincente para se estudar os invertebrados de água doce é relativo à sua importância nos ecossistemas aquáticos” (ALBERTONI E PALMASILVA, 2010). De acordo com Hellawell (1986) citado por Silva et al. (2008), o bioindicador ideal para a avaliação da qualidade da água deve apresentar taxonomia conhecida, distribuição cosmopolita, abundancia numérica, baixa variabilidade genética e ecológica, mobilidade limitada e ciclo de vida relativamente longo, adequação para uso em estudos de laboratório. Alguns grupos de invertebrados podem ser utilizados como indicadores biológicos, explica a Embrapa (2012), algumas espécies podem ser visualizadas através da microscopia eletrônica, outros indivíduos podem ser visto a olho nu, como 16 por exemplo, as larvas de insetos, moluscos, crustáceos e alguns helmintos, pois seu habitat é o fundo de lagos, mares ou rios, que são composto em sua maioria por iodo, areia, pedras, entre outros. Existe então uma extensa variedade desses animais, e cada um apresenta uma capacidade para aturar ambientes poluídos. Teremos, portanto, animais sensíveis, ou seja, que sobrevivem apenas em lugares limpos, sem contaminação; e os tolerantes, indivíduos que vivem tanto em ambientes limpos quanto em poluídos, ou seja, toleram a poluição. Desta forma para analisar a condição da água os pesquisadores procuram descrever quais animais são encontrados naquele ambiente. Goulart e Callisto (2003) explicam em seu artigo os três principais grupos bentônicos: o primeiro grupo é representado pelas ordens de insetos aquáticos Ephemeroptera, Trichoptera e Plecoptera, estes possuem necessidade de elevadas taxas de oxigênio dissolvido na água, sendo, portanto organismos sensíveis ou intolerantes (Fig. 02A). O segundo grupo é formado por uma ampla variedade de insetos aquáticos e outros invertebrados, incluindo moluscos, bivalves, algumas famílias de Diptera, e principalmente por representantes das ordens Heteroptera, Odonata e Coleoptera (Fig 02B), embora algumas espécies destes grupos sejam habitantes típicos de ambientes não poluídos. A necessidade de concentrações elevadas de oxigênio dissolvido é menor, uma vez que parte dos representantes deste grupo, como os Heteroptera, adultos de Coleoptera e alguns Pulmonata (Gastropoda) utilizam o oxigênio atmosférico. O requerimento da diversidade de hábitats e microhábitats também diminui, em função de uma maior plasticidade do grupo (muitos heterópteros e coleópteros vivem na lâmina d’água ou interface coluna d’águasuperfície) (GOULART e CALLISTO, 2003). “O terceiro grupo é constituído por organismos extremamente tolerantes, formado por larvas de Chironomidae e outros Diptera e por toda a classe Oligochaeta” (GOULART e CALLISTO, 2003). (Fig. 02D). 17 B Figura 02. (A) Plecoptera bioindicador sensível. (B e C) Coleoptero e Rotífero bioindicador tolerante. (D) Olligocheta extremamente tolerante. (Evandro Lopes, panoramico.com, 2012). De acordo com Albertoni e Palma-Silva (2010), os invertebrados também são os mais utilizados para indicar a integridade de ecossistemas de água doce. Alguns deles são muito sensíveis ao estresse provocado por poluição, pela modificação de habitats ou por eventos naturais severos, enquanto outros são tolerantes a estes tipos de perturbações. Isto levou ao conceito de organismos bioindicadores, isto é, aqueles grupos que podem indicar através da sua presença e densidade alterações no meio ambiente. Por ocuparem muitos ambientes diferentes e possuírem função importante nos ecossistemas, também podem ser utilizados em programas relacionados à conservação, biodiversidade, manejo de recursos naturais e gerenciamento ambiental. 3.2.2 Principais bioindicadores aquáticos De acordo com Zamoner (2007), de maneira geral, as melhores espécies indicadoras biológicas possuem as seguintes características: limite de tolerância estreito, identificação fácil, abundancia e pouca mobilidade. Atualmente os 18 bioindicadores são tão variados, que é possível encontrá-los em todos os cinco reinos. Em seu livro Biologia Ambiental, Zamoner (2007) descreve os tipos de classificação dos bioindicadores, as espécies mais comuns bioindicadoras, que são: sentinela: introduzidas para indicar níveis de degradação e prever ameaças ao ecossistema; detectoras: são espécies locais que respondem a mudanças ambientais de forma mensurável; exploradoras: reagem positivamente a perturbações; acumuladoras: permitem a verificação de bioacumulação; bio-ensaio: usados na experimentação; sensíveis: modificam acentuadamente o comportamento. Goulart e Callisto (2003) relatam que as espécies indicadoras biológicas também podem ser classificadas, ainda, de acordo com o que indicam. Podendo ser classificadas em indicadores de saúde ambiental (apontam efeitos poluentes ou efeitos ambientais que afetam a saúde. Exemplo: filtradores capazes de acumular poluentes); indicadores de populações (sinalizam condições do habitat para outras espécies, exemplo: a morte de aves marinhas jovens indica temperatura baixa da água (não conseguem nadar mais profundamente para encontrar peixes)); indicadores de biodiversidade (conhecendo as cadeias alimentares, é possível inferir a presença de várias espécies a partir de uma das que fazem parte da cadeia. Exemplo: a presença de um inseto pode indicar que na área existem determinados pássaros e outras espécies em grandes quantidades.); indicadores “guarda-chuva” (requerem uma área muito extensa. São espécies que “acolhem” outras, permitem a identificação e monitoramento das características de um habitat que deve ser protegido e são utilizadas no planejamento da conservação.). De acordo com a HABTEC (2009), dentro da comunidade bentônica, destacam-se como grupos de zoobentos indicadores de qualidade os poliquetas, moluscos bivalves, alguns pseudocelomados e alguns grupos de vermes, como mostra a Tabela 01. 19 Tabela 01 – Principais representantes dos macroinvertebrados aquáticos Filo Ordem Platyhelminthes Annelida Oligochaeta Hirudinea Mollusca Gastropoda Crustacea Bivalve Insecta Ephemeroptera Odonata Plecoptera Neuroptera Hemíptera Coleoptera Trichoptera Lepidóptera Díptera Fonte: Roldán-Pérez, 1988. 3.3 Rotíferos Koste e Shiel (1987), explica que os rotíferos são invertebrados microscópicos, chamados assim pelo movimento rotacional, realizados pelos cílios, que estão presente em uma espécie de corona (Fig. 03), localizada na extremidade anterior do animal que, além da função de locomoção, auxilia na alimentação, pois conduz continuamente uma corrente de água em direção à boca do rotífero. Corona ciliada Figura 03. Rotífero. Corona ciliada. (J. M. Cavalhão, 2006). 20 “Ao fundo da corona se encontra a boca, onde existe um órgão musculoso, cheio de pinças quitinosas chamado de mástax, cuja função é de triturar o alimento para facilitar a absorção dos nutrientes. Esta espécie de faringe muscular se liga ao estômago, através de um esôfago tubular. O estômago conduz a um intestino, chamado de cloaca, que, logo após, abre-se em um ânus. O corpo é cilíndrico, dividido em uma parte anterior, um tronco e um pé terminal bifurcado, que o animal utiliza para se fixar quando necessário” (WALLACE, 1998; apud VITÓRIO, 2006). Wallace (1998), citado por Serafim (2010), afirma que os rotíferos possuem altas taxas de reprodução e um ciclo de vida curto, de quatro dias aproximadamente, e em ambiente natural, quando as condições estão favoráveis, há elevação do número de população, pois as fêmeas se reproduzem por partenogênese, ou seja, dando origem a outras fêmeas e os ovos são denominados ovos de verão. “Quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis, algumas fêmeas produzem ovos menores que dão origem aos machos, através dos espermatozóides os machos fecundam internamente as fêmeas e estas geram ovos com um revestimento mais espesso, chamados de ovos de inverno. Estes ovos são resistentes às baixas temperaturas e dessecação. No entanto, quando as condições voltam a ser favoráveis eclodem dando origem a outras fêmeas que passam a se reproduzir novamente por partenogênese” (RIOJA, 1964). Segundo Marques (2010), os rotíferos são animais cosmopolitas e estão distribuídos em todo planeta, atualmente são conhecida cerca de 2000 espécies, encontrados animais de água doce e salgado. Podendo ser sésseis, fixos, dentro de cápsulas protetoras ou formando colônias, no entanto, a grande maioria é planctônicos, nadadores solitários de vida livre que permanecem em suspensão, uniformemente, em toda a coluna de água embora May (1989) citado por Marques (2010), afirme a existência de um número pequeno de espécies marinhas que podem ser parasitas. “O corpo geralmente é transparente, mas dependendo do alimento ingerido, pode adquirir cores com tons alaranjados, castanhos, verdes ou vermelhos. A grande maioria é menor que 1 mm, mas algumas espécies chegam a atingir um comprimento de até 3 mm” (BARNES, 1968 apud MARQUES, 2010). Esses indivíduos de acordo com Medeiros e Harel (2000), são os menores animais que se conhece, medindo entre 0,04 e 2mm de comprimento, pouco maiores que alguns protozoários ciliados. São pseudocelomados, não segmentados, e bilateralmente simétricos. O corpo é dividido em cabeça, tronco e pé. Ruppert et al. (2005) discursa sobre a origem do nome do filo, que é derivado de uma corona ciliada (Fig. 03), que atua na locomoção e na alimentação e de 21 acordo com Hickman et al. (2004), o filo tem origem datada do Eoceno, evolutivamente considera os rotíferos como um grupo próximo aos Acanthocephala; e pode ser dividido em três classes: Bdelloidea, Monogonononta e Seisonidea. De acordo com Junior et al. (2007), os rotíferos habitam os ecossistemas aquáticos, apresenta enorme variedade de formas. Barnes et al. (1995), citado por Junior et al. (2007), em seu artigo descreve a reprodução desses animais como partenogenética, com o ciclo de vida curto, sendo os seus ovos de grande resistência ou apresentar mudanças sazonais nas taxas reprodutivas em relação a variabilidade da disponibilidade alimentar. Este grupo é a junção essencial na teia trófica aquática, pois se alimenta de bactérias e algas microscópicas, garantindo o nicho ecológico dos micros filtradores. Nogueira (2001), ainda relata que os rotíferos são amplamente utilizados na aquicultura como alimento para peixes e crustáceos e destacam-se também como bioindicador das condições tróficas da água. 3.3.1 Morfologia “O corpo alongado, cilíndrico ou sacular é, na maioria das espécies, dividido em uma curta região anterior da cabeça, um estreito pescoço, grande tronco que constitui a maior parte do corpo e um pé terminal” (RUPPERT et al., 2005). (Fig. 04) A superfície pode ser ornamentada de varias formas, como relata OliveiraNeto e Moreno (1999), o corpo é frequentemente é dividido numa series de anéis transversais que subtraem em diâmetro anterior e posteriormente a partir do maior anel no centro do tronco (Fig. 04), os músculos longitudinais ocasionam o encaixe dos anéis do pé uns nos outros e no tronco, para encurtar o corpo. Um par de músculos retratores puxa a cabeça para o tronco. “Os Rotíferas podem ser filtradores, parasitas ou predadores de protozoários e de organismos da fauna. O sistema digestivo é completo e o ânus localiza-se na região posterior do corpo. Em geral o corpo é transparente, mas, de acordo com o material contido no tubo digestivo, pode apresentar cor verde, alaranjada, vermelha ou marrom”(MEDEIROS e HADEL, 2000). 22 Anéis Figura 04. Anatomia do Rotífero destaque para divisão corporal, corona, tronco e pé. (Brusca e Brusca, 2007). 3.3.2 Cabeça e pescoço “Uma característica peculiar dos rotíferos é a corona ciliar (órgão rotatório) na cabeça, na extremidade anterior do corpo” (RUPPERT et al., 2005). (Fig. 05). De acordo com Lucinda (2003) a corona ciliada, é localizada na cabeça, sendo um órgão precioso para taxonomia, à morfologia da corona ciliada está diretamente relacionada às atividades de locomoção e nutrição. 23 Figura 05. Corona Ciliada (Ruppert et al., 2005) Hickman (2004) descreve a corona ciliada como um anel epidérmico celular ciliado que percorre ao longo da cabeça. (Fig. 05). De um modo geral a corona apresenta a parte ventral do anel, chamada campo bucal, que circunda a boca. A faixa circum-apical dorsal se estende do campo bucal até o topo da cabeça, e a extremidade anterior não ciliada da cabeça, rodeada pela corona, é campo apical. (Fig. 06). Figura 06. Modificações da corona entre tipos selecionados de rotíferos. (A) A condição supostamente plesiomórfica tem campos bucal e circum-apical. (B) O campo circum-apical é separado em troco e cíngulo. O troco é lobado, como aquele de Floscularia. (C)Otroco é separado em dois discos trocais (Brusca e Brusca, 2007). “Os olhos, as antenas e as aberturas das glândulas cerebrais estão situados no campo apical. As células epiteliais da corona são multiciliadas (RUPPERT et al., 24 2005)”. O mesmo autor afirma que a sete variedades no padrão básico da corona, a coroa de cílios pode estar reduzida, aumentada, modificada e até mesmo ausente em alguns rotíferos, quando ausente a espécie se alimenta por suspensão através de uma fileira de grandes cílios compostos denominado troco. A cabeça de algumas espécies rotíferas possui uma projeção mediano-dorsal chamada rostro. O rostro é descrito por Brusca e Brusca (2007) e Medeiros e Hadel (2000) como uma pequena projeção formada por cílios e cerdas sensoriais em sua extremidade e também é aderente. “O aparato retrocerebral de cabeça e pescoço constitui-se de um saco retrocerebral e uma glândula subcerebral adjacente ao cérebro. Esta se abre, por poros, para o campo apical. Sua função é incerta, mas provavelmente secrete muco para lubrificar os cílios da corona” (RUPPERT et al, 2005). 3.3.3 Tronco e pé Hickman et al. (2004), descreve o tronco com sendo a maior parte do corpo, apresenta a maior cavidade corporal e onde estão localizadas as vísceras, sendo maior que a cabeça ou o pé em diâmetro, e sua epiderme pode ser anelada, o pé é estreito e geralmente tem um a quatro dedos, o pé pode ser reduzido ou ausente em algumas espécies. (Fig. 07). De acordo com Ruppert et al. (2005), a maioria dos rotíferos, em especial as espécies bentônicas e terrestre de vida livre, utilizam o pé como um órgão de fixação, pois possui glândulas podais secretoras que possui aberturas, através ductos, nas pontas dos dedos, que produzem uma substancia aderente para fixação. 25 Figura 07. Pé dos rotíferos. (Ruppert et al., 2005). Figura 08. (A) Seison annulatus (classe Seisonidea), um rotífero marinhos das brânquias de Nebalia. (D) Stephanoceros, um dos estranhos rotíferos colotecáceos com a corona modificada como armadilha. (E) A lorica cuticular de dois rotíferos loricados (Brusca e Brusca, 2007). 3.3.4 Epiderme “Debaixo da cutícula há uma epiderme sincicial, que segrega a cutícula, e bandas de músculos subepidérmicos, alguns circular, alguns longitudinal, e alguns correndo através da pseudocele para os órgãos viscerais” (HICKMAN et al., 2004). (Fig. 09). A cutícula verdadeira, segundo Brusca e Brusca (2007), é uma secreção extracelular da epiderme que, em geral, funciona como um esqueleto para proteção e ligação dos músculos, Hickman et al. (2004) salienta que a cutícula dos rotíferos, não contem colágeno ou quitina e é uma fina camada glicoproteica sem significado esquelético. (Fig. 09). Em alguns rotíferos, a epiderme produz uma lamina intra-sincicial, essa lamina funciona como esqueleto, dando proteção e um lugar para a ligação 26 muscular. Esta lamina de acordo com Ruppert et al. (2005) é chamada lorica. A lorica pode ser dividida em placas distintas e seções aneliformes e costuma ser ornamentada com sulcos, espinhos ou apêndices articulados. Hickamn et al. (2004) e Brusca e Brusca (2007) relata que abaixo da epiderme há uma musculatura corporal muito desenvolvida composta por fibras transversais estriadas e lisas, as fibras se estendem de uma unidade do esqueleto epidérmico ate a outra e se ligam por tonofilamentos que passam pela epiderme, aos hemidesmossomos nas laminas intra-sincicial (Fig. 10). Figura 09. Micrografia eletrônica da epiderme sincial, mostrando a lamina intra-sincial (tw) e um poro superficial (c). a cuticula verdadeira (gl) é visivel do lado de fora da membrana. (Ruppert et al., 2005). Figura 10. – Musculatura do rotífero em vista ventral. (Ruppert et al., 2005). 27 3.3.5 Locomoção e nutrição Lucinda (2003), afirma que os rotíferos movem-se rastejando, pelo batimento ciliar da corona ou saltando pela água usando apêndices especializados, pois a em maioria habita o fundo da água ou vive em vegetação submersa. (Fig. 11). A corona é retraída de acordo com Brusca e Brusca (2007), quando o animal rasteja e o pé se adere ao substrato, usando a secreção adesiva das glândulas podais, então estende o corpo, fixa o rostro, libera o pé para se mover para frente e novamente se prende ao substrato com o pé, o resultando em uma locomoção por mede-palmo, como uma sanguessuga, por exemplo. (Fig. 12). Os rotíferos planctônicos nadam continuamente e são adaptados a se manter em uma posição favorável na coluna d’água. Figura 11. (A) Natação ciliar em Brachionus pala. (B) Saltos em Polyarthra usando movimentos musculares dos apêndices. (Ruppert et al., 2005). 28 Figura 12. Locomoção semelhante a da lagarta em um rotífero bdelóideo (Ruppert et al., 2005). “A boca dos rotíferos é anterior e ventral geralmente rodeada por parte da corona. Ela se abre para um tubo bucal ciliado ou, nas espécies que se alimentam por suspensão, diretamente para a faringe” (HICKMAN et al., 2004). Segundo Ruppert et al. (2005) a faringe apresenta um conjunto de mandíbulas denominada mástax uma característica peculiar dos rotíferas. O mástax é utilizado para capturar e processar mecanicamente o alimento e como é típica de partes bucais, sua estrutura varia consideravelmente de acordo com táxon. “A maioria dos rotíferos é filtradores de matérias em suspensão, raptorias ou onívoros” (NEGREIROS, 2010). 3.4 Ciclo de vida De acordo com Ruppert et al. (2005), entre os rotíferos, os bdelóideos possuem o ciclo de vida mais simples. As fêmeas são diplóides que produzem apenas um tipo de ovo, enquanto os machos são ausentes e a reprodução é assexuada, por partenogênese. (Fig. 13). As fêmeas como descrevem Brusca e Brusca (2007), produzem ovos diplóides por mitose e os ovos eclodem como mais 29 fêmeas diplóides, já os rotíferos monogonontes, o ciclo de vida é mais complexo, pois a reprodução pode ser bissexual (Fig. 14) ou por partenogênese, e vários tipos de ovos podem ser produzidos. Segundo Hickman et al. (2004), no ciclo partenogenético ou amictico, uma fêmea amictica diplóide produz um ovo de casca fina, que pode ser fertilizado e consequentemente se desenvolve em fêmea idêntica a mãe, esse ovo é denominado ovo amictico, de rápida eclosão de 12 a 24 horas. Um segundo tipo de ovo descrito por Brusca e Brusca (2007), é o ovo monogononte, denominado ovo míctico, que também possui casca fina, mas provem da mitose e, portanto é haplóide, se esses ovos não forem fertilizados, eles se desenvolverão em machos haplóides. De acordo com Lucinda (2003), os ovos haplóides, fertilizados por machos produzem cascas densas e resistentes, estes ovos são chamados de ovos dormentes, estes ovos são diplóides e eventualmente irão eclodir em fêmeas diplóides, os ovos dormentes tem um embrião em diapausa, capaz de resistir a dessecação, temperaturas extremas e outras condições adversas e pode não eclodir por vários meses, ou anos. Os rotíferos exibem uma clivagem espiral modificada. A divisão nuclear é completada cedo no desenvolvimento e os indivíduos eclodem com o numero de núcleos característico de cada espécie. O crescimento pós-embrionário é resultado do aumento do tamanho ou espaço das células, não adição de novas células. O desenvolvimento é determinado e direto sem estagio larval verdadeiro. 30 Figura 13. Reprodução dos Rotíferos (classe Monogononte) é partenogenética durante parte do ano quando as condições ambientais são adequadas. (Hickman et al., 2004). 31 Figura 14. (A) copula cloacal em Cephalodella catellina (B) Típico espermatozóide dos rotíferos com flagelo-guia. (Ruppert et al., 2005). 3.4.1 Ciclomorfose de acordo com Ruppert et al. Ruppert et al. (2005), é o único autor encontrado nesta pesquisa que descreve a ciclomorfose dos rotíferos. De acordo com o autor, vários rotíferos pelágicos sofrem mudanças sazonais na forma ou nas proporções do corpo, um fenômeno conhecido como ciclomorfose. Durante uma estação do ano, indivíduos de algumas espécies possuem espinhos mais longos ou mais curtos que aqueles desenvolvidos por seus descendentes geneticamente idênticos durante outra estação como descreve Ruppert et al. (2005). (Fig. 15) Em Brachionus sp, segundo Ruppert et al. (2005), os espinhos de gerações subsequentes podem ser induzidos por escassez de alimento, baixas temperaturas e cairomonios produzidos pelo rotífero predador Asplanchna sp. Espinhos maiores protegem o Brachionus de ser predado. Mudanças morfológicas similares são observadas em cladoceros e em alguns dinoflagelados. 32 Figura 15. Ciclomorfose nos rotíferos. (A) Variabilidade sazonal dos espinhos da lorica do rotífero planctônico Brachionus, presa favorita de Asplanchna (B). (Ruppert et al., 2005). 3.5 Criptobiose Para Negreiros (2010), os metazoários que habitam poças temporárias e solos úmidos se deparam com a ameaça da desidratação e outros extremos físicos, estes indivíduos desenvolvem adaptações reprodutivas, como no caso dos rotíferos, ovos resistentes, que permite que o embrião sobreviva em condições extremas, mesmos que os adultos morram. “Embora rara, a habilidade de sobreviver a condições adversas existe nos adultos de algumas espécies de rotíferos, à medida que o ambiente se deteriora, os animais entram num estado semelhante à morte, com animação suspensa, chamado de criptobiose, em referencia a perda de água e ressurgem quando as condições se tornam novamente favoráveis” (RUPPERT et al., 2005). Para uma criptobiose bem-sucedida, de acordo com Morales (2007), o animal deve dissecar lentamente, por vários dias, enquanto o animal seca, a forma do corpo muda para diminuir o volume e minimizar a área da superfície, os rotíferos diminuem cerca de 25% de seu tamanho normal. 33 A criptobiose é verdadeiramente um estado de morte, o metabolismo é infinitamente baixo, na ausência de metabolismo e em desidratação quase total, os animais criptobioticos, de acordo com Brusca e Brusca (2007), estão essencialmente mortos, mas capazes de reviver, por esse motivo os rotíferos sobrevivem em ambientes extremos. Figura 16. Forma criptobiotica do rotífero (Ruppert et al., 2005). Figura 17. Micrografia de uma fêmea amictica eclodindo de uma fase após o inverno (Brusca e Brusca, 2007). 3.6 Significado econômico dos Rotíferos Nos sistemas naturais, os rotíferos têm grande importância na cadeia alimentar. Por suas características adaptativas amplamente oportunistas, colonizam vários habitat do ambiente aquático com diferentes composições biológicas, 34 servindo de alimento para grande número de espécies de invertebrados e, principalmente para as fases larvais de peixes, ou adultos planctívoros. Por apresentarem taxa reprodutiva muito rápida, eles disponibilizam permanentemente grande quantidade de alimento renovável, através da eficiente conversão da produção primária em tecido animal assimilável para os consumidores (Nogrady et al., 1993 apud Moreno e Pamplim, 1997). Além disso, a função detritívora de muitas de suas espécies tem papel depurador fundamental em ambientes submetidos à poluição orgânica. Nos últimos anos, a piscicultura tem concentrado esforços para aprofundar o conhecimento da estrutura e funcionamento de viveiros de cultivo. Como resultado desses esforços, a comunidade zooplanctônica tem sido amplamente estudada nas estações experimentais do estado de São Paulo, principalmente a de rotíferos que, geralmente, apresenta maior abundância e maior riqueza de espécies (SipaúbaTavares e Colus, 1997) devido ao baixo tempo de residência desses sistemas e ao seu grau de trofía, geralmente de mesotrófico para eutrófico. Por serem os rotíferos, o primeiro alimento de larvas de peixes, as pesquisas em cultivos de diferentes espécies de rotíferos (com alta aceitabilidade e valor nutritivo), como infere Moreno e Pamplim (1997) têm grande significado econômico, pois ainda é limitante o sucesso da piscicultura no Brasil, principalmente relacionada com o cultivo, em larga escala, de espécies mono-específico de rotíferos em águadoce. Também têm alta correlação econômica às pesquisas laboratoriais recentes, envolvendo a reação de espécies de rotíferos com concentrações de compostos químicos ambientalmente tóxicos, ou mesmo alterações na sua composição populacional natural decorrente de variações ambientais (bioindicadores). 3.7 Significado Ecológico dos Rotíferos Os rotíferos desempenham importante papel na regeneração de nutrientes e na transferência de energia nas teias alimentares. Com dieta ampla, afetam potencialmente o crescimento das populações de bactérias e fungos envolvidos na remineralização de nutrientes. Convertem a produção primária (algas e bactérias) numa forma utilizável por outros níveis tróficos. Protozoários, cnidários, os próprios rotíferos, crustáceos, insetos e larvas de peixes, podem incluírem, às vezes intensamente, rotíferos na dieta (MEDEIROS E HADEL, 2000). 35 Segundo Rossa et al. (2007), espécies como Brachionus plicatilis, são muito usadas para alimentar larvas de peixes e camarões em cultivos marinhos. Os rotíferos têm sido amplamente utilizados como indicadores de poluição e das condições ambientais. As diversas abordagens propostas para este fim consideram desde as alterações na estrutura das suas comunidades e populações, até o uso de bioensaios e a verificação, em organismos expostos a poluentes, de síntese de enzimas vinculadas a processos fisiológicos de desintoxicação. Em sua pesquisa Santos et al. (2010) encontrou uma quantidade significativa de rotíferos vivendo em condições de stress. Na comunidade zooplanctônica, os rotíferos segundo Soares e Silva (2010), são abundantes em ambientes extremos, devido à criptobiose, enquanto o ambiente está propicio para vida, ou seja, saudável, os rotíferos se encontram em plena qualidade vital, porém, quanto o ambiente se encontra sob stress ou se encontra poluído, esses animas entram em estado de dormência, como um estado de morte, eles podem ficar nesse ambiente por vários dias, meses ou anos, até que o ambiente volte a ser saudável ou com o mínimo de stress, para sua sobrevivência. Vitório et al. (2006) conclui seu estudo ressaltando o importante papel dos rotíferas como indicadores da qualidade ambiental, pois foi possível identificar varias espécies de rotíferas indicadoras de ecossistema impactado por poluição orgânica, o que evidencia o comprometimento das águas, onde são liberados esgoto, tornando necessário um manejo urgente para que estes ambiente não tenha sua natureza afetada, assim como as comunidades que usufruem desse ambiente. 36 4 METODOLOGIA 4.1 Área de estudo Aos dados bibliográficos foram agregadas informações obtidas em sites de pesquisa, livros, organização governamental que divulgam textos e dados relacionados à temática abordada neste trabalho. Foram dadas exclusividades a artigos científicos publicados em língua portuguesa, disponíveis em sites gratuitos como MEDLINE/BIREME, SCIELO e LILAC. Em cada um deles foi analisadas a quantidade de artigos disponibilizados, dentro de diferentes temáticas de estudos abordadas em pesquisa envolvendo assuntos pertinentes a rotíferos. Gráficos foram desenvolvidos a partir disso e nas discussões buscou-se comparar opiniões de diferentes autores. A metodologia utilizada no presente estudo esta baseada uma revisão bibliográfica, a fim de definir e caracterizar a importância dos rotíferos como bioindicadores. Segundo Gil (2007), pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. No desenvolvimento do trabalho, foram agregadas informações obtidas em sites de pesquisa, livros, organização governamental que divulgam textos e dados relacionados à temática abordada neste trabalho. Para realizar a pesquisa foram feitas buscas em sites acadêmicos como Scielo, Google Acadêmico, Medline/Bireme, PubMed e Lilac, teses de universidades online, revistas eletrônicas, livros e artigos eletrônicos e periódicos acadêmicos. Para Andrade (2004), a combinação de metodologia diversa no estudo do mesmo fenômeno, tem por objetivo abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do objetivo de estudo. Para o desenvolvimento do trabalho também foram utilizados referencias bibliográficas de zoologia, artigos impressos, revistas e artigos científicos. Para Goldenberg (2000), a pesquisa deve apresentar claramente as características do assunto, organização, que foram determinantes para suas escolhas, para que o leitor possa tirar suas próprias conclusões sobre os resultados e a sua possível aplicação em outros grupos ou situações similares. 37 4.2 Procedimento da pesquisa O estudo traz como pesquisa, artigos referentes aos rotíferos, sua morfologia, ciclo vital e importância ecológica. A reunião de dados foi desenvolvida através de artigos do meio eletrônico e literário. Os critérios de inclusão adotados para seleção da amostra foram: - Publicações inerentes ao tema proposto; - Artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais; - Somente artigos disponibilizados em texto completo foram incorporados neste estudo; - Todos os artigos independentes do método de pesquisa foram utilizados; - Materiais fidedignos e de relevância científica. 38 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na transcursão desta pesquisa foram abordados vários aspectos relacionados aos rotíferos, suas características, morfologia, ciclo de vida, e sua importância como indicador biológico. A presente pesquisa realizou buscas em sites de artigos acadêmicos como Scielo, Google Acadêmico, Medline/Bireme e Lilac. No site Scielo foram encontrados 2 referências com o tema rotífero, utilizandose como tema “Rotífero como bioindicador” encontrou-se 40 referências em todo o índice. No site Google Acadêmico, utilizando-se a palavra “Rotífera” em todas as palavras em qualquer lugar do artigo, pesquisando-se páginas em português, encontrou-se 1070 artigos aproximadamente, refinando-se para artigos publicados nos últimos 10 anos, ou seja, a partir 2002 encontrou-se 779 referências. Tendo como base de consulta o site Medline/Bireme, utilizando-se a palavra “Rotífera” no título doa pesquisa, verificou-se 600 referências. Foram usados oito livros acadêmicos envolvendo o tema Rotífero, bioindicador e Rotífero como bioindicador. Desta forma pode-se verificar a existência de um grande número de trabalhos publicados a respeito do tema “Rotífero como bioindicador”. No quadro 01, pode-se verificar o número de citações dos autores utilizados no desenvolvimento da presente pesquisa, os quais descrevem os tópicos relativos aos bioindicadores. Quadro 01- Número de citações dos autores, em relação ao tópico bioindicadores, utilizados no decorrer da pesquisa. Tópico Autor Valle (2009). Barreto et al (2007). Colpo e Camargo (2009). Callisto e Gonçalves (2002) 3.1 Bioindicadores Arias (2006). 3.2 Bioindicadores qualidade da água e Souza (2005). a Callisto et al. (2004). Prantera e Bussons (2009). Callisto e Gonçalves (2002). N° de citações 1 2 1 1 1 1 2 2 1 39 3.2.1 A importância dos indicadores biológicos na qualidade da água. 3.2.2 Principais Bioindicadores Aquáticos Lake (2005). Albertoni e Palma-Silva (2010). Silva et al. (2008). EMBRAPA (2012). Goulart e Callisto (2003). Zamoner (2007) Goulart e Callisto (2003). HABTEC (2009). 1 2 1 1 3 2 1 1 FONTE: A Importância Ecológica dos Rotíferos No tópico Bioindicadores, utilizou-se 5 autores, onde ambos descrevem sobre os indicadores biológicos como seres de extrema importância ecológica e econômica para sociedade e sobre como os bioindicadores são animais altamente especializados, capazes de tolerar grandes variações de toxidade em seu ambiente. Consenti-se com o que é relatado por Barreto et al. (2007), Callisto et al. (2004), Prantera e Bussons (2009) e Goulart e Callisto (2003), onde relatam que os bioindicadores são encontrados em abundância e distribuídos por todo planeta, e da importância deles em relação à qualidade da água. Pois os mesmos são de grande eficiência e custo-benefício por serem mais eficaz e econômico que a analise físicoquímico da água, vale ressaltar que devemos compreender a forma de como e onde monitorar e quais são as comunidades biológicas a serem monitoradas. A grande maioria das espécies indicadoras de poluição é encontrada em meio dulcícola. Zamoner (2007) que descreve em seu trabalho, que os bioindicadores de água doce devem possuir taxonomia conhecida, ser cosmopolita, deve ter um limite de tolerância estreito, pouca mobilidade, podem ser micro ou macroscópico, são seres sensíveis, que sobrevivem apenas em lugares limpos, ricos em O 2 e os tolerantes que vivem tanto em lugares limpos quanto poluídos, tolerando pequena quantidade de poluição. O mesmo autor descreve os tipos mais comuns de bioindicadores: as sentinelas (prevê ameaça ao ecossistema e indica o nível de degradação do ambiente), as detectoras (espécies locais, que responde a mudanças ambientais), as exploradoras (reage positivamente a perturbações), as acumuladoras (usadas em experimentos, permitindo a verificação de poluição) e por fim as sensíveis (que modifica acentuadamente seu comportamento). No decorrer da pesquisa, em relação geral ao tópico envolvendo bioindicadores, dos 15 autores citados, verificou-se que o mais citado foi Goulart e Callisto (2003) com 16,6% de citações, Barreto et al. (2007), Callisto e Gonçalves 40 (2009), Callisto et al. (2004), Prantera e Bussons (2009), Albertoni e Palma-Silva (2010) e Zamoner (2007), apresentaram 8,3% de citações cada e Valle (2009), Colpo e Camargo (2009), Arias (2006), Souza (2005), Lake (2005), Silva et al. (2008), EMBRAPA (2012) e HABTEC (2009), com 4,1% de citações cada, totalizando 100%. No Quadro 02, pode-se confirmar o número de citações dos autores utilizados neste estudo, os quais descrevem os tópicos relativos aos rotíferos. Quadro 02- Número de citações dos autores, em relação ao tópico Rotífero, utilizados no decorrer da pesquisa. Tópico 3.3 Rotíferos 3.3.1 Morfologia 3.3.2 Cabeça e pescoço 3.3.3 Tronco e pé 3.3.4 Epiderme 3.3.5 Locomoção e Nutrição Autor Koste e Shiel (1987). Vitório (2006). Serafim (2010). Rioja (1964). Marques (2010). Medeiros e Hadel (2000). Ruppert et al. (2005). Hickman et al. (2004). Junior et al. (2007). Nogueira (2001). Ruppert et al. (2005). Oliveira-Neto e Moreno (1999). Medeiros e Hadel (2000). Ruppert et al. (2005). Lucinda (2003). Hickman et al. (2004). Medeiros e Hadel (2000). Brusca e Brusca (2007). Hickman et al. (2004). Ruppert et al. (2005). Brusca e Brusca (2007). Hickman et al. (2004). Ruppert et al. (2005). Lucinda (2003). Brusca e Brusca (2007). Hickman et al. (2004). Ruppert et al. (2005). Negreiros (2010). N° de citações 1 1 1 1 3 2 1 1 2 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 41 Continuação do Quadro 02 Tópico 3.4 Ciclo de vida 3.4.1 Ciclomorfose acordo Ruppert et al. Autor Ruppert et al. (2005). Brusca e Brusca (2007). Hickman et al. (2004). Lucinda (2003). de Ruppert et al. (2005). Negreiros (2010). 3.5 Criptobiose Ruppert et al. (2005). Morales (2007). Brusca e Brusca (2007). 3.6 Significado econômico Moreno e Pamplim (1997). dos Rotíferos Sipaúba-Tavares e Colus (1997). Medeiros e Hadel (2000). 3.7 Significado ecológico Rossa et al. (2007). dos Rotíferos Santos et al. (2010). Soares e Silva (2010). Vitório et al. (2006). N° de citações 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 FONTE: A Importância Ecológica dos Rotíferos Dos tópicos relacionados aos Rotíferos, no geral, foram citados 20 autores onde ambos falam sobre estes animais, sua morfologia, características e importância econômica e biológica. Confirma-se que os rotíferos possuem poucas espécies descritas, são seres microscópicos, medindo entre 0,04 e 2 milímetros, são pseudoceloados, não segmentados, bilaterais, são capazes de suportar condições ambientais extremas, e seu corpo é divido em cabeça, tronco e pé, como relatam Brusca e Brusca (2007), Koste e Shiel (1987), Hickman et al. (2004) e Ruppert et al. (2005). Hickman et al. (2004), Lucinda (2003) e Ruppert et al. (2005), descrevem sobre o ciclo de vida dos rotíferos e ambos concordam que na maioria dos rotíferos a reprodução é partenogenética. Negreiros (2010), Ruppert et al. (2005), Morales (2007) e Brusca e Brusca (2007) descrevem a criptobiose e os metazoários que habitam solos úmidos. Moreno e Pamplim (1997) e Sipaúba-Tavares e Colus (1997) relata a importância econômica dos rotíferos. Medeiros e Hadel (2010), Santos (2010) e Vitório et al. (2006), descrevem o significado biológico dos rotíferos. 42 No desenvolvimento da pesquisa, dos 20 autores citados nos tópicos referentes aos Rotíferos, verificou-se que o mais citado foi Ruppert et al. (2005) com 20,4% de citações, Hickman et al. (2004) e Brusca e Brusca (2007) com 13% cada de citações, seguido de Medeiros e Hadel com 9,2% de citações, logo após Lucinda (2003) e Marques (2010) com 5,5% de citações cada, seguido de Vitório (2006), Junior et al. (2007), Negreiros (2010) e Moreno e Pamplim (1997) com 3,8% de citações cada e por fim com 1,8% de citações cada, Koste e Shiel (1987), Serafim (2010), Rioja (1964), Nogueira (2001), Oliveira-Neto e Moreno (1999), Morales (2007), Sipaúba-Tavares e Colus (1997), Rossa et al. (2007), Santos et al. (2010) e Soares e Silva (2010). Levando em consideração o desenvolvimento do estudo, foram utilizados 41 autores, e os mais citados foram Ruppert et al (2005), Hickman et al. (2004), Medeiros e Hadel (2000), Goulart e Callisto (2003), Barreto et al. (2007) e Callisto e Gonçalves (2009). 43 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o desenvolvimento do presente trabalho, pode-se concluir que os rotíferos são ótimos indicadores biológicos, podendo serem utilizados para indicar a qualidade da água. Ressaltou-se também no trabalho que os rotíferos executam um importante papel na restauração de nutrientes e na transferência de energia nas teias alimentares. No referencial bibliográfico, utilizou-se 15 autores, onde descreveram sobre os rotíferos como indicadores biológicos. Concluiu-se que os rotíferos, após levantamento bibliográfico, possuem grande valor ecológico, pois são amplamente utilizados como indicadores de poluição. Contudo, com o desenvolvimento do trabalho, pode-se considerar a importância das pesquisas envolvendo os rotíferos como bioindicador, sendo o estudo viável e rápido para determinar a condição da água. . 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, M. 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