Fibrose nefrogênica sistêmica e meio de contraste à base de
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Fibrose nefrogênica sistêmica e meio de contraste à base de
Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina Departamento de Diagnóstico por Imagem Setor Abdome Fibrose nefrogênica sistêmica e meio de contraste à base de gadolínio: atualizações dos guidelines do Comitê de Segurança em Meios de Contraste da ESUR Apresentação: Fabio Honda Ota (R4) Orientadora: Patricia Prando Data: 17/04/2013 Nephrogenic systemic fibrosis and gadolinium-based contrast media: updated ESUR Contrast Medium Safety Committee guidelines. European Radiology, February 2013. Introdução • Revisão da literatura desde a publicação de 2007 • Novas evidências e atualizar estes guidelines a fim de reduzir os riscos de FNS • Potenciais problemas a longo prazo pela retenção de pequenas quantidades de gadolínio também foram consideradas Dados históricos • 1996: publicado 1º artigo mostrando que o meio de contraste a base de gadolínio não era nefrotóxico • Passou a ser usado também em exames de TC e angiografia convencional • 2000: Lesões na pele em pacientes renais dialíticos. • Janeiro de 2006: Sugere-se ligação com gadodiamida • Agosto de 2006: mais 13 casos de exposição a gadodiamida em pacientes em estágio final da doença renal Gadolínio • É usado ligado a um quelante porque o íon de gadolínio livre é tóxico • Tipo de quelato difere entre os vários contrastes a base de gadolínio Linear Macrocíclico Iônico Não-iônico (Gadodiamida) Iônico (Gadoterato de meglumina) Não-iônico Patogênese da FNS • Não é totalmente conhecida • Excreção lenta em pacientes com doença renal quelato de gadolínio com menor estabilidade gadolínio • Proliferação de fibroblastos, acúmulo de colágeno na matriz extracelular, produção de citocinas pró-inflamatórias e pró-fibróticas, e fatores de crescimento pelos monócitos Aspectos clínicos • Descoloração da pele, edema e dor • Progressivo e incapacitante • Outras patologias se assemelham (escleromixedema, esclerose sistêmica) • Aumento da mortalidade • Não há tratamento específico Incidência • Cerca de 1600 casos relatados (FDA) • Dados sub ou superestimados • Estudos sugerem a prevalência de 3 a 7% após exposição com gadodiamida em pacientes com doença renal (graus 4 e 5) Fatores de risco relacionados ao meio de contraste • Gadodiamida (85%), gadopentato de dimeglumina (13%) e gadoversetamida • Relatos após uso de gadobutrol porém sem completa avaliação patológica • NÃO foram comprovados casos “unconfounded” preenchendo os critérios de Yale com outros meios de contraste que não fossem a gadodiamida, gadopentato de dimeglumina e gadoversetamida Fatores de risco relacionados ao paciente • Insuficiência renal – Alto risco: sempre avaliar função renal. Atentar a IRA – Baixo e intermediário risco: questionário • Insuficiência hepática (não aumenta o risco) • Neonatos (não há relatos publicados) • Outros (cirurgia vascular recente, uso de EPO) Efeitos a longo prazo do gadolínio • Aparecimento de FNS anos após o uso do contraste • Deposição no osso: preocupação com doenças que afetem o turnover ósseo, como a osteoporose • Função renal normal Gravidez e lactação • Forte indicação clínica: utilizar agentes de risco intermediário ou baixo, na menor dose possível • Amamentação: Alto risco suspender por 24h e descartar o leite Hemodiálise • Recomendado, porém não há evidências de que seja um fator de proteção contra a FNS Meios de contrastes a base de gadolínio Alto Risco Risco Intermediário Baixo Risco Omniscan® (gadodiamida) Multihance® (gadobenato de dimeglumina) Gadovist®, Gadavist® (gadobutrol) Magnevist® (gadopentato de dimeglumina) Vasovist®, Ablavar® (gadofosveset trissódico) Dotarem®, Magnescope® (gadoterato de meglumina) Optimark® (gadoversetamida) Primovist®, Eovist® (gadoxetato dissódico) Prohance® (gadoteridol) Contraste de alto risco (Gadodiamida, gadopentato de dimeglumina e gadoversetamida) a) Contra-indicado em casos de IRC graus 4 e 5, pacientes em diálise e com IRA b) Contra-indicado em neonatos e gestantes c) Deve ser usado com precaução em pacientes com IRC grau 3 com pelo menos 7 dias entre as injeções d) Deve ser usado com precaução em crianças < 1ano e) Não amamentar por 24h após o uso de contraste e descartar o leite f) Creatinina sérica e avaliação clínica é mandatória antes do uso do contraste g) Nunca deve ser administrado doses maiores que 0,1 mmol/Kg em qualquer paciente Contraste de risco intermediário e baixo a) Devem ser usados com precaução em pacientes com IRC graus 4 e 5, incluindo pacientes em diálise, com pelo menos 7 dias entre duas injeções b) Pode ser usado em gestante para dar um informação clínica essencial c) A decisão de parar a amamentação e descartar o leite por 24h após o uso do contraste deve ser tomada pela paciente após conversa com o médico d) Creatinina sérica antes da administração não é mandatória. Avaliação da função renal por questionário é suficiente Conclusão • Reduzir o número de casos de FNS • Identificar doença renal e indicar qual meio de contraste a base de gadolínio • Possíveis efeitos a longo prazo: gestação e amamentação, deposição no osso