O Profeta e os Ahlul Bait - 2

Transcrição

O Profeta e os Ahlul Bait - 2
O Profeta e os Ahlul Bait - 2
IMAM ALI IBN ABI TÁLEB (A.S.)
E IMAM AL-HASSAN IBN ALI (A.S.)
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O Profeta e os Ahlul Bait - 2
Contents
Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) ......................................................................................................................2
O 1º Imam – Ali Ibn Abi Táleb (O Príncipe dos Crentes) ...................................................................... 3
A Grande Honra em um Abençoado Nascimento ................................................................................. 3
Seu Amparo e Desenvolvimento ............................................................................................................. 4
Sua esposa ................................................................................................................................................. 4
Seus filhos...................................................................................................................................................5
Alguns de seus beneméritos .....................................................................................................................5
O Imam Ali (A.S.) após a morte do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) ................................................... 9
A Política do Imam Ali na Sucessão ...................................................................................................... 10
A morte do Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) ............................................................................................ 11
Pensamentos do Imam Ali (A.S.) ........................................................................................................... 13
Imam Al-Hassan Ibn Ali (A.S.)................................................................................................................... 14
Seu Desenvolvimento .............................................................................................................................. 15
Seu Benemérito ........................................................................................................................................ 15
Seus Filhos ................................................................................................................................................ 16
Maiores Detalhes sobre sua Vida ........................................................................................................... 16
Frases do Imám Al-Hassan ..................................................................................................................... 18
Seu Governo como Imam ....................................................................................................................... 19
Síntese da situação geral na Era do Imam Al-Hassan .......................................................................... 19
A morte do Imam Al-Hassan (A.S.) ...................................................................................................... 20
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Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.)
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O 1º IMAM – ALI IBN ABI TÁLEB (O PRÍNCIPE DOS CRENTES)
Ele nasceu na Preciosa Mecca, no dia 13 de Rajab, durante o ano de 600 d.C,
isto é, trinta anos após o nascimento do Profeta Mohammad. Seu pai foi
Abed Manáf, mais conhecido por Abi Táleb; tendo sido o sheikh dos nobres
e a segurança do Mensageiro de Deus (Deus o abençoou e a sua Linhagem,
e os saudou), o qual o criou após a morte de seu avô Abdel Muttâleb, que
dele cuidou até os oito anos de idade. Abu Táleb era irmão de Abdallah Ibn
Abdel Muttâleb, genitor do Profeta Mohammad (Deus o abençoou e a sua
Linhagem, e os saudou). Sua mãe foi Fátima Bent Assad Ibn Háchem, a qual
foi uma das primeiras a crer no Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e era tida
como uma mulher excepcionalmente sábia pela sua índole e carinho para
com o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), pois cuidara dele com apreço
especial, defendendo-o contra as injustiças e beneficiando-o. O profeta
Mohammad (S.A.A.S.) dizia: “Ela é minha mãe depois de minha mãe”.
Quando ela morreu o Profeta (S.A.A.S.) chorou muito, envolvendo-a com a
própria camisa ao ser enterrada e rezando por sua alma pronunciando a
Tacbira (Allahu Akbar) por setenta vezes.
A GRANDE HONRA EM UM ABENÇOADO NASCIMENTO
Quando Fátima Bent Assad sentiu as primeiras contrações por estar grávida
de Ali, dirigiu-se à Caaba e começou a orar a Deus Supremo em oração
fervorosa para que Ele lhe facilitasse a concepção de seu filho, orando: “Ó
Senhor! Eu creio em Vós e em tudo que de Vós veio em Profetas e Livros,
bem como, creio nas palavras de meu avô Abraão, como creio que ele foi o
construtor da “Casa Velha” (nome dado à Caaba antes do Islam). E pelo
direitos de quem construiu esta Casa e daquele que ainda se encontra em
meu ventre, peço humildemente facilitar a minha concepção!”
Nem acabara sua oração, as paredes da Caaba se abriram e ela se adentrou
nela, para que depois, as mesmas paredes, voltassem ao seu estado normal.
As pessoas tentaram abrir o cadeado da Porta do Templo de Deus, mas foi
em vão. Por fim todos entenderam que era pela vontade de Deus Supremo
que o nascituro viesse a nascer na Casa mais pura e sagrada do mundo.
Fátima Bent Assad permaneceu dentro da Caaba por três dias, comendo dos
frutos do paraíso; e no quarto dia, ela saiu dali carregando seu filho nos
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braços. O Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) foi o primeiro e o único que nasceu
na Caaba e jamais alguém após ele mereceu tanta magnificência de Deus
Glorificado e Sublime, pela sua grandiosidade e elevada posição junto Dele,
foi também o primeiro a receber o nome Ali.
SEU AMPARO E DESENVOLVIMENTO
O Imám Ali (A.S) teve o amparo e a educação do Mensageiro de Deus, o
qual, apesar de já ter se casado com Khadija Bent Khualeid, frequentava com
assiduidade a casa do tio Abi Táleb, onde cuidava de Ali, seu priminho, com
especial atenção e carinho, como se Ali fosse o seu próprio filho amado.
Quando o Imam Ali (A.S) atingiu a idade de seis anos, Coraich estava em
séria crise econômica e Abi Táleb já possuía muitos filhos. Então, o
Mensageiro de Deus, para amenizar a situação de seu tio, propôs-lhe a
guarda e a educação do pequeno Ali levando-o para sua casa onde o garoto
cresceu e se desenvolveu.
O Imam Ali (A.S) sempre trazia a lembrança dizendo: “Vós sabeis do meu
conceito através do Mensageiro de Deus, o qual o abençoou e a gente de sua
casa, pelo estreito parentesco e a posição especial, e que me carregava no
colo, quando eu era menino e abraçava e acarinhava paternalmente, e faziame dormir em seu leito. Quantas vezes ele mastigou a comida e me
alimentava. Jamais o decepcionei com mentiras e tampouco em erros no
trabalho. Eu o seguia tal qual como o faz a cria que segue o rastro de sua
mãe. A cada dia, ele me elevava com seu caráter e conhecimento, exigindo
de mim que os cumprisse a risca. Inicialmente, eu era o único que o via se
dirigir todo ano para Herá e, na ocasião, não havia um lar que tivesse
abraçado o Islam, exceto o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), Khadija e eu, que
via a luz da Al-Uahí (Revelação) e ouvia a mensagem divina, sentindo o
aroma da profecia”.
SUA ESPOSA
Por ordem de Deus, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) o uniu em matrimônio
a Fátima “Azzahrá” Senhora de todas as mulheres; e Deus Glorificado e
Sublime assim determinou, para que a descendência do Mensageiro de
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Deus se estabelecesse por intermédio de ambos; e por seu lado o Profeta
Mohammad (S.A.A.S.) falava: “Deus fez a prole de cada Profeta de sua
própria descendência e fez da minha prole pela descendência deste”,
aludindo ao seu primo e genro Ali Ibn Abi Táleb (A.S).
SEUS FILHOS
Ali Ibn Abi Táleb e sua esposa, Fátima Bent Mohammad “Azzahrá”, tiveram
quatro filhos: os dois Imámes Al-Hassan e Al-Hussein e duas meninas,
Zeinab e Omm Colçum (A paz esteja com todos eles). Entretanto, após a
morte de Fátima, o Imám Ali casou-se com várias esposas e delas teve
aproximadamente vinte e três filhos.
ALGUNS DE SEUS BENEMÉRITOS
1) Deus o favoreceu com a grandiosa dignidade desde seu nascimento, pois
ele nasceu no Templo Sagrado de Deus, no âmago da Caaba; e com esta
honra ninguém o antecedeu e nem ocorreu tal fato a alguém depois dele.
2) Cresceu e se desenvolveu no seio do lar do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)
o qual muito se importou e se empenhou por ele, Ali (A.S).
3) Jamais se inclinou ou se ajoelhou diante de algum ídolo e não adorou
outra divindade além de Deus Único.
4) Foi o primeiro homem a abraçar o Islam, como foi o mais antigo em sua
fervorosa fé.
5) Quando Deus Supremo ordenou o Seu Profeta a advertir os que lhe eram
mais próximos para segui-lo em sua missão, o Profeta reuniu a todos e os
admoestou sobre Deus dizendo: “Aquele de vós que me seguir nessa
incumbência será considerado meu irmão, o meu recomendado, meu
ministro, o meu herdeiro e sucessor”. Entretanto, todos silenciaram exceto
o Imam Ali (A.S) que aliás, era na ocasião o mais novo dentre todos, que se
levantou exclamando: “Eu vos seguirei nesta incumbência ó Mensageiro de
Deus!” O Profeta Mohammad (S.A.A.S.) olhou para o primo e disse-lhe:
“Sente-se, pois és meu irmão, o meu recomendado, o meu ministro, o meu
herdeiro
e
sucessor
depois
que
eu
for”.
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6) Protegeu o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) com a própria vida ao
permanecer em seu leito, quando Deus ordenou ao Seu nobre Profeta para
emigrar para a cidade de Medina, seguindo-o depois de ter concluído a
devolução dos valores aos seus próprios donos.
7) Quando o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) confraternizou os muçulmanos
entre os emigrantes e os aliados (Al-Ansari) na cidade de Medina, tomou
Ali como seu fraterno dizendo-lhe: “És meu irmão nesta vida e na
eternidade”.
8) A história testemunha sobre a sua bravura e coragem tão ímpar e tão
zelosa defesa do Islam e seu nobre Profeta. Não havia uma batalha em que
o Imam Ali (A.S) não tivesse participação ativa, tanto é que muitos
chegavam a ouvir uma voz vinda dos céus proclamando: “Não há jovem
como Ali e não há espada como a Zul Fiqar (apelido da espada do Imam
Ali)!”
9) Ninguém obteve no Islam o que o Imam Ali (A.S) obteve em louvor e
majestade diante de Deus Supremo. Até o Alcorão Sagrado o menciona em
aproximadamente trezentos versículos tal qual citou Ibn Abbás, sendo
também apontado nos ahadith (tradições) do Profeta Mohammad. O
próprio Profeta Mohammad o reunia ora com a justiça ora com o Alcorão
Sagrado fazendo com que o amor por Ali seja símbolo da fé e o desprezo
por ele um conceito de hipocrisia. O Mensageiro de Deus fez do Imam Ali a
porta da metrópole da sabedoria. Ninguém era tão reconhecido como o foi
o Imam Ali em relação ao Mensageiro de Deus, e o Imam dizia sempre: “Me
questionem antes de me perderem, pois o Mensageiro de Deus me abriu mil
portas de sabedoria e cada uma se abriu em outras mil”.
Eis que citaremos a seguir algumas tradições do Mensageiro de Deus
(S.A.A.S.):
“Ali está com a justiça e a justiça está com Ali, e ambos não se separaram até
o Dia do Juízo Final”.
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“Ali é a porta do meu conhecimento, revelador à minha nação, o que
propaguei em missões depois que me for. O amor por ele é símbolo de fé e
o desprezo por ele é símbolo de hipocrisia”.
“Ali complementou minha nação”.
“Para cada Profeta há um recomendado e um herdeiro, e Ali é o meu
recomendado e herdeiro”.
“Se os Céus e a Terra estiverem numa escala e a fé de Ali em outra,
prevalecer-se-á a fé de Ali”.
10) O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o privilegiou com o título de “Amir AlMu’Minin” (Príncipe dos Crentes), e o nomeou seu sucessor no dia de “AlGhadir”. Em sua homenagem desceu a revelação do versículo 3 da Surata 5
(Surata Al Meada): “Hoje completei para vós; tenho-vos agraciado
generosamente, e aponto o Islam por religião”; bem como Deus Supremo
infligiu o sofrimento sobre aquele que negar a sucessão de Ali e sua glória e
omitir o testemunho sobre essa sucessão. O acontecimento foi registrado nos
livros de história, em que, após a nomeação de Ali Ibn Abi Táleb pelo
Mensageiro de Deus para “Califa”, isto é, sucessor Imam e Governante dos
muçulmanos, o Profeta Mohammad ordenou que cada um dos presentes
notificasse os ausentes. Certo homem chamado Al-Hareth Ibn Naaman, não
ficando satisfeito com esta decisão, foi ter com o Mensageiro de Deus na
Mesquita e disse-lhe: “Ó Mohammad (S.A.A.S), tu nos ordenastes de que
não há divindade além de Deus e que és o seu Mensageiro, e nós aceitamos;
nos ordenastes rezarmos cinco orações todos os dias, jejuar no mês de
Ramadan, peregrinar à Caaba, pagarmos o Zacat e concordamos com tudo
isto, porém, como se não bastasse, agora vens impor-nos o vosso primo
como sucessor, preferindo-o a todos os demais dizendo-nos: “Aquele que
eu sou seu soberano Ali o será também! Afinal, isto vem de vós ou vem de
Deus?” O Mensageiro de Deus (S.A.A.S) olhou-o firme e, com os olhos
vermelhos pela indignação lhe respondeu: “Por Deus! Que não há
divindade além Dele, que isto é de Deus e não de mim!” repetindo a frase
por três vezes. Al-Hareth se levantou dizendo: “Por Deus! Se o que
Mohammad falou é verdadeiro, que caia sobre mim pedras do céu ou que
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se apodere de mim o pior dos sofrimentos! Saindo dali em seguida”. Logo
depois, o Mensageiro de Deus contou: “… eu vos juro que ele nem chegou
a alcançar a sua camela, caiu-lhe do céus uma pesada pedra, atingindo-o em
cheio na cabeça, matando-o imediatamente”. Posteriormente, desceu uma
revelação que diz: “Alguém inquiriu sobre um castigo iminente e
indefensável para os incrédulos.” Surata Al-Maarej __ Surata 70 versículo 1
e 2.
A outra questão de importância é sobre a omissão do testemunho ocorrido
no Al-Ghadir, sendo que quando o Imam Ali estava na Mesquita de AlCufá, durante o seu califado, ele convocou o povo e falou-lhe do
púlpito: “Deus conjurou todo muçulmano que ouviu o Mensageiro de Deus
no dia de Al-Ghadir Khom dizer: “Aquele que lhe sou soberano, Ali o será
também”, uns se levantaram e confirmaram o que ouviram e outros que
ouviram e viram, não se levantaram. Os que se levantaram foram trinta, dos
quais dezesseis participaram da Batalha de Badr e divulgaram que o Profeta
tomou Ali pela mão e indagou aos presentes: “Sabeis que sou benemérito
pelos crentes mais do que eles sobre si mesmo? E todos responderam-lhe
afirmativamente. Então o Profeta Mohammad prosseguiu: “Aquele que lhe
sou soberano, este o será. Deus aprovará quem o aprovar e amaldiçoará
aquele que se inimizar com ele…” Entretanto, a inveja e a aversão contra o
Imam se apossaram de alguns dos presentes, os quais presenciaram outrora
a reunião de Al-Ghadir Khom e posteriormente omitiram o testemunho
sobre a sucessão; dentre eles se encontrava Anas Ibn Málek. O Imam Ali
(A.S), desceu do púlpito e dirigiu-se à Anas questionando-o diante da
multidão: “Por que, ó Anas, não te levantaste com os Sahábas
(Companheiros) do Mensageiro de Deus e confirmaste o que ele afirmara na
ocasião, como o fizeram os demais?” Encabulado, Anas falou: “Ó Príncipe
dos Crentes, eu estou com a idade muito avançada e já me esqueci deste
fato”. O Imam Ali (A.S) o olhou de frente e disse-lhe: “Se estiveres mentindo,
Deus te punirá com a lepra e o teu turbante não bastará para esconder o teu
mal”. Nem acabou de sair na Mesquita e a terrível doença começou a se
manifestar sobre o homem, que lamentava em gemidos: “Deus ouviu a
imprecação do servo fiel, porque menti e omiti o testemunho da sua
sucessão!”
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11) Deus o privilegiou para que a descendência do Mensageiro de Deus seja
por intermédio de sua união com Fátima “Azzahra”, a filha do Profeta
Mohammad. O Profeta Mohammad disse certa vez: “Toda semente de um
Profeta, Deus a conservou em sua descendência, e a minha, a transformou
da firmeza deste homem” aludindo ao seu primo e posteriormente genro,
Ali Ibn Abi Táleb (A.S).
12) O Mensageiro de Deus o incumbiu de sua lavagem e preparação do
corpo após a sua morte, dizendo-lhe: “Ó Ali, serás tu quem se incumbirá da
minha preparação depois do meu fim”; e quando o Profeta faleceu, o Imam
se empenhou de lavá-lo pessoalmente e prepará-lo para sua viagem
derradeira, e após a oração pela alma do Profeta e Mensageiro de Deus, Ali
o sepultou no mesmo local onde morreu.
O IMAM ALI (A.S.) APÓS A MORTE DO MENSAGEIRO DE DEUS (S.A.A.S.)
Foi-se o Profeta Mohammad (S.AA.S), deixando atrás de si as suas
recomendações declaradamente alusivas à sucessão do Imam Ali (A.S).
Entretanto, ocorreram situações contraditórias ao Imam e outros homens se
apossaram da sucessão do Mensageiro. Mas, o Imam não quis reivindicar
os seus direitos na ocasião, para que não houvesse cisão entre os
muçulmanos, a fim de preservar a sua união. Com isto, os Sahábas
reconheceram a sua benevolência e, em consideração ao seu parentesco com
o Mensageiro de Deus e a importância de sua sabedoria em solucionar a
sucessão pacificamente, passaram a procurá-lo para resolverem todas as
questões jurídicas, sociais e religiosas, sendo apoiado para tal pelo primeiro
Califa Abu Bakr, que dizia, conforme relata a história: “Para qualquer
problema que me era imposto por Deus, não teria a sua solução sem Abu
Al-Hassan!” aludindo ao Imam Ali (A.S). O segundo Califa Omar Ibn AlKhattáb também chegou a falar: “Não fosse Ali, Omar teria sucumbido!”
Assim, o Imam Ali (A.S) permaneceu à disposição das diretrizes, nas
pregações, mantendo a harmonia entre o povo e a nação islâmica, por longos
vinte e cinco anos, isto é, até o assassinato do terceiro Califa, Othman Ibn
Affan. Estando sem um Califa, a multidão se reuniu com Ali (A.S.) para que
assumisse a sucessão, o que o fez decidido em tomar posse de seus direitos
no Califado na condição de que o povo concordasse em seguir à risca a
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conduta do Mensageiro de Deus (S.A.A.S), cumprindo com os direitos dos
fiéis e estendendo a justiça e a igualdade entre as pessoas, pois na ocasião, o
povo convivia com o preconceito e diferenças das camadas sociais,
realizando atos contrários ao que o Mensageiro retratava e propagava.
A POLÍTICA DO IMAM ALI NA SUCESSÃO
Foi no ano 35 da Hijra que o Imam Ali (A.S) tomou posse do Califado,
centralizando-o na cidade de Al-Cufá, no Iraque, que se transformou em sua
capital. Seu primeiro empenho foi a supressão do desvio moral, que se
apossou da nação islâmica no plano prático e político, restabelecendo os
projetos econômicos, como tinham sido no tempo do Mensageiro de Deus
(S.A.A.S), implantando a igualdade no trato, e sempre dizendo: “O pecúlio
é de Deus, que será dividido por igual entre vós. Não há prioridade de um
sobre o outro”. Demitiu sem exceção todos os corruptos que exerciam cargos
públicos e que incompatibilizavam-se com as responsabilidades do cargo,
por não procederem com a lealdade e justiça de acordo com os dogmas
religiosos.
O Imam Ali (A.S) impôs a justiça e puniu severamente o suborno no
Governo e a fraude, dizendo: “Por Deus! Que serei justo para com o
oprimido e julgarei com justiça o seu opressor pela sua insensibilidade,
obrigando-o a cumprir pena, mesmo que desagrade a quem quer que seja!”
Assim foi a política do Imam Ali (A.S), que naturalmente, não agradava a
todos, principalmente aos gananciosos e baderneiros; sobretudo aos fracos
espiritualmente, que não se compatibilizavam com a religião islâmica, os
quais tentavam confundir os problemas e dispersar as suas resoluções e
soluções instigando contra ele pessoas como Moáuiya filho de Abu Sufián,
instituído como Governante do Chám (hoje toda a região da Síria, Palestina
e Líbano) pelo segundo Califa Omar Ibn Al-Khattab, e apoiado
posteriormente pelo terceiro Califa Othman Ibn Affán.
Moáuiya Ibn Abu Sufián perseguia os muçulmanos, incutindo em seus
corações o medo e o terror, matando os inocentes, tomando-lhes pela força
as mulheres e se apropriado de seus bens e riquezas.
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A MORTE DO IMAM ALI IBN ABI TÁLEB (A.S.)
No dia 21 do mês de Ramadan do ano 40 da Hijra, o Imam Ali (A.S) foi
covardemente atacado com uma espada envenenada pelo fanático
criminoso Abdel Rahman Ibn Môljam, enquanto ele rezava na Mesquita a
Oração do Fajr (Alvorada), morrendo dois dias depois, como mártir pela
causa de Deus. Seus dois filhos, Al-Hassan e Al-Hussein (a paz esteja com
ambos) se incumbiram na preparação de seu funeral e sepultamento na
cidade de Al-Nadjaf, ao sul da cidade de Al-Cufá no Iraque, a pedido dele,
onde o seu túmulo se encontra naquela cidade até os nossos dias, sendo
visitado periodicamente pelos muçulmanos vindo de todas as partes do
mundo.
1) Seu Eterno Legado: A existência do Imam Ali (A.S) na Terra foi uma
grandiosa escola da vida, absorvida pelo conhecimento, justiça e igualdade
entre os homens de bem. Foi o defensor dos oprimidos e privados da sorte,
os quais sempre podiam contar com a sua justiça e imparcialidade, dandolhes a vitória merecida e protegendo-os contra os opressores e malfeitores.
O Imam Ali (A.S) adorava a Deus com extrema devoção e fervor como o
fazia o Mensageiro de Deus (S.A.A.S).
O Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S) deixou-nos um grandioso legado para ser o
exemplo dos procedentes e luz aos adeptos a fim de se dirigirem pelo
caminho da orientação, realização e justiça durante a vida terrena.
Depois da sua morte, foram reunidos alguns dos discursos deste magnífico
Imam (A.S). Suas pregações e eloquente sabedoria, abordando todos os
sentidos da vida, foram mencionadas no livro intitulado “Nahjul Balagha”
(O Método da Eloqüência), compilado e organizado pelo importante e
grandioso sábio Al-Sharif Al-Radi, que viveu no século quatro da Hijra
(século onze do calendário gregoriano).
2) Compilação do Alcorão: A mais importante de suas realizações foi o
empenho do Imam Ali (A.S) em reunir as páginas do Alcorão Sagrado após
a morte do Mensageiro de Deus (S.A.A.S); e sua coletânea era organizada
de acordo com as revelações dos versículos que o Mensageiro de Deus
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(S.A.A.S) recebia, anexando à este Alcorão a interpretação de seus
versículos, seus significados e o motivo de suas revelações.
3) O Livro de Fátima: É um livro escrito pelo Imam Ali e dedicado à Fátima
“Azzahra” (A.S.), constituído de importantes discursos e provérbios
diversificados, bem como, a informação da passagem e expressão das
notícias do futuro. Este livro foi escrito e complementado após o falecimento
do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), para que Fátima “Azzahrá” pudesse se
distrair com sua leitura, a fim de amenizar a sua dor pela morte de seu pai,
e desde então, este livro passou a ser conhecido como “O Livro de Fátima”.
4) Al-Çahifa (O pergaminho): É um livro jurídico onde constam as penas
estipuladas diante de agressões físicas ou de crimes contra os preceitos
morais.
5) Al-Jáme’a (Jornada ou Coletânea do Livro Sagrado): É um livro ditado
pelo Mensageiro de Deus para o seu genro, o Imam Ali (A.S), que reúne as
informações sobre as necessidades lícitas do ser humano, bem como, o que
lhe é ilícito. Abrange o conhecimento da teologia, filosofia, medicina,
direitos, literatura e até engenharia, detalhando tudo em conformidade com
o Alcorão Sagrado.
6) Çahífat Al Fará-ed (O pergaminho dos tributos): O Imam Ali (A.S)
registrou na Çahífat Al-Fará-ed os pórticos dos julgamentos, principalmente
no que alude ao patrimônio e a partilha que o falecido deixa atrás de si,
incluindo as suas riquezas.
7) Al-Jafr (A Chave do Conhecimento Profundo): A denominação “Al-Jafr”
foi composta a um dos portões do conhecimento que o Imam Ali (A.S)
adquiriu das profusões do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e que o registrou
em pergaminhos de pele de ovinos ou caprinos; e tal conhecimento referese aos acontecimentos futuros e a tudo que os Profetas anteriores ao Profeta
Mohammad (S.A.A.S.) predisseram por inspiração divina; sendo que os
Imámes purificados (A.S.) tomaram como herança preciosa este livro
intitulado de “Al-Jafr”.
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8) Outras obras do Imam Ali: O Imam Ali (A.S) registrou diversas obras
mencionadas pelos historiadores, tais como os livros intitulados por “Os
Conhecimentos do Alcorão”, “As Bênçãos dos Donativos”, “As Portas das
Jurisprudências” e outros.
PENSAMENTOS DO IMAM ALI (A.S.)
“Não há obediência à quem desobedece o Criador”.
“Se cultivares o mal no coração dos outros, eles o arrancarão do teu peito”.
“Ó filho de Adão! Aquilo que ganhas acima do teu esforço, estarás
armazenando-o para os outros”.
“Creiam em Deus, o Qual se falardes Ele vos escutará e se dissimulardes Ele
o saberá; e atentei-vos à morte, pois se fugirdes dela ela vos alcançará, e se
resistirdes a ela, ela vos ceifará, e se a esquecerdes, ela lembrará de vós.”
“Perguntaram-lhe sobre a fé e ele lhes respondeu: A fé é o conhecimento no
coração, a confissão pela boca e a realização dos pilares”.
“O dia do oprimido é mais violento para o opressor do que o dia do opressor
o é para o oprimido”.
“A paciência se define em duas formas: a paciência sobre aquilo que detestas
e a paciência naquilo que desejas”.
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Imam Al-Hassan Ibn Ali (A.S.)
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Nasceu na cidade de Medina, no Hijaz, no dia 15 de Ramadan do ano 3 da
Hijra (626 d.C.). Seu pai foi o Imam Ali ibn Abi Táleb (A.S.) o recomendado
do mensageiro de Allah e seu sucessor. Sua mãe foi Fátima “Azzahra”, a
Senhora das mulheres do mundo e filha do mensageiro de Allah (S.A.A.S.),
o seu avô materno e último dos profetas. Sua avó materna foi Khadija bent
Khuaileid, a Mãe dos crentes. Seu avô paterno foi Abed Manaf ibn Abedel
Muttâleb mais conhecido como Abu Táleb, sheikh dos nobres e protetor do
Mensageiro de Deus. E sua avó paterna foi Fátima Bent Assad ibn Hachen,
a segunda mãe do Mensageiro de Deus.
Logo que o Imam Al Hassan (A.S.) nasceu seu pai o levou até o Mensageiro
de Deus (S.A.A.S.), e este, ao tomar o recém-nascido nos braços exclamou:
“Deus te guarde e a teu filho contra o a maldito Satanás”, fazendo em
seguida o Azan em seu ouvido direito e Icamat no seu ouvido esquerdo, e
depois o chamou de Al Hassan por inspiração de Deus, sendo o primeiro a
ter esse nome.
No sétimo dia, o Apóstolo de Deus mandou abater um carneiro em
homenagem ao seu primeiro neto, e desde então, o fato passou a ser um
preceito e um costume entre os muçulmanos.
SEU DESENVOLVIMENTO
O Imam Al-Hassan (A.S.) se desenvolveu no convívio com seu avô, O
Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), o qual sempre o envolvia com seu carinho e
compreensão, durante longos oito anos, e, após a morte do Profeta
Mohammad (S.A.A.S.), o Imam Al-Hassan (A.S.) passou a conviver no lar
dos seu pais, o Imam Ali e Fátima “Azzahra” (a paz esteja com ambos), onde
aperfeiçoou seus conhecimentos da fonte do Islam, na Escola da Revelação,
isto é, beneficiando-se da inspiração que lançou sobre a humanidade os
raios da sabedoria e da misericórdia.
SEU BENEMÉRITO
Constam no Alcorão Sagrado muitos dos versículos alusivos aos benefícios
e qualidades da Linhagem do Apóstolo de Allah, dentre os quais pode-se
consultar:
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1) O versículo da purificação “At-Tathir”: “… porque Deus só deseja afastar
de vós a abominação ó Linhagem da Casa Profética bem como purificar-vos
integralmente.” Surata Ahzab, Cap.33, vers. 33.
2) O versículo da polêmica “Al Mobálaha”: “…e diz-lhes: vinde e
convoquemos o nossos filhos e os vossos e nossas mulheres e vossas
mulheres e nós mesmos e vós mesmos para depreciar afim de que a
maldição de Deus caia sobre os embusteiros.” Surata Al Imran Cap.3,
vers.61.
3) O versículo da afeição “Al-Mauádda”: “… e dize-lhes: não vos
questionareis recompensa alguma senão a afeição aos que me são mais
próximos e quem realizar uma boa ação multiplicar-se-lhe as benevolências;
Deus é Indulgente e Retribuidor” Surata Ach Chaura Cap.42, vers.23.
Muitas tradições do profeta Mohammad (S.A.A.S.) se referem aos
beneméritos do Imam Al-Hassan (A.S.), tais como:
“Aquele que se apraz em contemplar o Senhor dos Jovens do Paraíso,
deverá então faze-lo olhando para Al-Hassan Ibn Ali”.
“Tu ó Al-Hassan te assemelhas a mim e a meu temperamento”.
SEUS FILHOS
O Imam Al-Hassan (A.S.) teve quinze filhos, sendo oito do sexo masculino
e sete do sexo feminino, gerados por suas várias esposas.
MAIORES DETALHES SOBRE SUA VIDA
O Imam Al-Hassan (A.S.) viveu ao lado de seu avô, o Mensageiro de Deus
(S.A.A.S.) e à sombra de seus pais, o Imam Ali e Fátima “Azzahra” (A paz
esteja com ambos), e dos três, adquiriu a mais elevada educação, passando
a ser um muçulmano exemplar, conhecido pelo conhecimento, fé e caráter,
passando a ser o caminho iluminado dos que permaneciam no caminho da
razão. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dizia sempre: “Al-Hassan é de mim
e eu sou dele, e Deus amará aquele que o amar”; e em diversas ocasiões lhe
dizia também: “Tu ó Hassan te assemelhas a mim e s meu temperamento”.
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Eis que a seguir mencionaremos uma breve ilustração sobre sua biografia:
1) O Lado Espiritual: O Imam “Assadeq” (A.S.), certa vez falou: “O Imam
Al-Hassan Ibn Ali (A.S.) foi um dos mais devotos da sua época, e um dos
mais desprendidos e generosos”. O Imam Al-Hassan (A.S.) possuía um
espírito elevado que o fazia ficar próximo à Deus O Supremo rogando-lhe o
perdão por chegar tão perto… tanto é que quando se aproximava da porta
da mesquita, levantava o rosto para o céu e exclamava: “Senhor! O Vosso
visitante está à Vossa porta… Ò Misericordioso, eis que chega o imperfeito
que sou, e excedas sobre mim o que Tens de melhor pelo que possuo de
abominável!”.
Quando o Imam Al-Hassan (A.S.) se empenhava na leitura do Alcorão e
passava por ele um versículo onde se lia “Yá ayyoha’l Mo-menún…” isto é,
“Ó aqueles que crêem…”, parava a recitação e proferia uma frase
tipicamente pronunciada durante a peregrinação à Mecca, que diz:
“Labbaica Alláhomma Labbaica!”, que significa: “Em atendimento ao vosso
chamado Senhor!”
A história nos relata que o Imam Al-Hassan (A.S.) peregrinou vinte e cinco
vezes à Mecca, e distribuiu metade de suas riquezas aos necessitados em
prol da causa de Deus.
2) O seu bom caráter: Os historiadores mencionaram em suas obras sobre o
caráter e a índole do Imam Al-Hassan (A.S.), e que certa vez estava ele
passando por um grupo de jovens que estavam comendo.
Hospitaleiramente, o convidaram para acompanhá-los em sua refeição e o
Imam aceitou; ao terminarem, ele os convidou à sua casa, onde lhes ofereceu
uma mesa farta de iguarias,
e para lá se
dirigiram.
Conta-se que em outra ocasião, o Imám Al-Hassan (A.S.) estava sentado em
determinado local quando, ao decidir sair dali, entra um homem
paupérrimo. Ao vê-lo, o Imám (A.S.) o cumprimentou trocando com eles
algumas palavras e depois, afetuosamente, falou ao homem: “Tu sentaste
justamente na hora em que eu ia levantar-me; peço-te pois, permissão para
sair”. Apressadamente, o homem lhe respondeu: “Pois sim, ó filho do
Mensageiro de Deus! Com isso descobrimos o quanto o Imám Al-Hassan
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(A.S.) foi humilde e benevolente no seu tratamento para com as pessoas em
geral.
No que alude à sua nobreza e generosidade, o Imám Al-Hassan (A.S.) jamais
negou auxílio à quem o procurava, beneficiando-o com a abundância. Um
dia o perguntaram: “Por que jamais negaste algo àquele que te procurou?”
E o Imám (A.S.) respondeu-lhes: “Eu procuro à Deus e Ele me tem atendido
satisfatoriamente, portanto, eu me envergonharia, na qualidade de apelante,
de repelir àquele que me procura por ajuda; além disso, Deus já me fez
acostumar-me no seguinte: Ele me gratifica com as suas bênçãos e eu
preencho as pessoas com as graças Dele, pois temo que se eu interromper
tal costume, possa eu chegar a ficar privado daquilo que Ele me
acostumara”. Com isto, o Imám Al-Hassan (A.S.) era conhecido pela sua
generosidade e nobreza de caráter, e muitos o denominavam de “Carim Ahl
Al-Bait”, isto é, “O Nobre da Linhagem do Profeta”.
FRASES DO IMÁM AL-HASSAN
Quando Jenáda Ibn Abi Omaia foi acamado por uma doença terrível que o
levou depois à morte, falou ao Imám Al-Hassan (A.S.): “Aconselhe-me ó
filho do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)!” E o Imám (A.S.) lhe respondeu:
“Sim, prepara-te para tua viagem e consiga tua fartura espiritual antes que
chegue a tua hora derradeira, pois tu pedes o mundo e a morte te convoca,
portanto, não te preocupes com o dia que virá no dia em que nele vives, e
saibas que nada lucrarás além de tuas possibilidades, porque estará
armazenando para os outros, e finalmente, saibas que na vida existe a
prestação de contas daquilo que é lícito e a punição daquilo que é ilícito”.
“Faça de tua vida como se ela fosse permanente e da tua eternidade como
se fosses morrer amanhã”.
“Se pretenderes a felicidade sem a sociedade em que vives, e a reverência
sem o poder, então saia da humilhação pela desobediência a Deus, para o
orgulho pela obediência a Deus Protetor e Majestoso”.
“Ó filho de Adão! Abstenha-te de tudo o que Deus abomina e tornar-se-á
dos veneradores. Contenta-te com aquilo que Deus lhe reservou e serás rico.
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Mantenhas a boa vizinhança e te tornarás mulçumano, e sejas amigo dos
outros da mesma forma que gostarias que eles os sejam para contigo e serás
um dos justos”.
“Sempre que Deus abre a porta de uma questão à alguém, lhe reserva a
porta do atendimento; e sempre que abre as portas da boas ações de um
homem, lhe reserva a porta da aceitação; e sempre que abre a porta da
gratidão ao devoto, lhe reserva a porta da abundância”.
“A destruição do homem se define em três formas: o orgulho, a cobiça e a
inveja. O orgulho destrói a fé e a religião, e por causa dele, o demônio foi
amaldiçoado; a cobiça é a inimiga da alma, e por causa dela Adão retirou-se
do Paraíso; e a inveja é o agente da maldade, e por causa dela, Caim matou
Abel”.
SEU GOVERNO COMO IMAM
O Imam Al-Hassan (A.S.) tomou posse do Imamato após a morte do seu pai,
o Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.), de acordo com a recomendação de seu avô,
o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), que cumpria a ordem de Deus Supremo
para tal, perdurando seu mandato por dez anos, de 40 a 50 da Hijra,
correspondente ao ano 661 a 671 d.C.
SÍNTESE DA SITUAÇÃO GERAL NA ERA DO IMAM AL-HASSAN
Depois da morte de seu pai, o Imam Ali (A.S.), no ano 40 da Hijra, o Imam
Al-Hassan (A.S.) tomou posse do poder pela vontade do povo. Entretanto
Moáuiya, governante da Síria, começou a maquinar formas de lograr e
burlar a fé das pessoas, chegando a utilizar o terror quando se tornava
necessário, a fim de solidificar o seu governo, perseguindo os partidários e
simpatizantes do Imam Ali (A.S.), insultando declaradamente a memória do
Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), determinando inclusive, que fosse injuriado
durante as oratórias nos púlpitos, e a partir daí Moáuiya passou a torturar
todo aquele que apoiava o Imam Ali (A.S.), tomando-lhe seus bens,
boicotando seus negócios ou mandando matá-los . Assim, o terror de
Moáuiya se estendeu com a guerra entre os próprios muçulmanos,
particularmente os moradores de Al Cúfa, a capital islâmica de então,
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subornando os oficiais do Imam Al-Hassan (A.S.) com valores exorbitantes
para dissensão do Exército, a fim de entregar-lhe as estratégias do Imam, e
por outro lado, corrompia alguns dos amigos do Imam Al-Hassan (A.S.)
com o vil metal, para difamar seu prestígio e sua moral.
Diante das evidências de uma política astuciosa e da hipocrisia que Moáuiya
utilizava em seus vis artifícios e politicagens, através do suborno e da
calúnia, para que os próprios oficiais chegassem a trair a confiança do Imam
(A.S.), este se viu obrigado a firmar acordo com o déspota governante da
Síria, do qual citaremos alguns itens:
1) Que Moáuiya procedesse segundo o Alcorão Sagrado e os preceitos do
seu Apóstolo.
2) Que fossem cessadas as ofensas e injúrias contra o Imam Ali (A.S.),
principalmente durante as oratórias nos púlpitos.
3) Que a segurança do povo fosse respeitada, principalmente para os xiitas
(seguidores do Imam Ali).
4) Que ninguém fosse nomeado “Califa” como sucessor de Moáuiya após a
sua morte, a não ser o Imam Al-Hassan (A.S.) se ainda estivesse vivo ou o
Imam Al-Hussein (A.S.).
Entretanto, Moáuiya recusou tais acordos vociferando: “Os acordos
propostos por Al-Hassan, estão todos sob os meus pés! Não concordarei
com eles por nada!”
A MORTE DO IMAM AL-HASSAN (A.S.)
Moáuiya sempre planejou eliminar o Imam Al-Hassan (A.S.), que sofreu
vários atentados, até que a última tentativa teve sucesso através de um
poderoso veneno ministrado por uma de suas esposas de nome Jaada Bent
Al-Ach’ at, atraída por riquezas e um casamento vantajoso com Yazid, filho
de Moáuiya, se ela fosse bem sucedida no ato criminoso. Traiçoeiramente,
Jaada ofereceu ao Imam Al-Hassan (A.S.) uma iguaria envenenada, ficando
ele se debatendo de dores terríveis durante quarenta dias, até que seu fígado
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se despedaçou, morrendo após este grande sofrimento. Antes, porém,
recomendou ser enterrado ao lado de seu avô, o Mensageiro de Deus
(S.A.A.S.); entretanto Aicha, a viúva do Profeta Mohammad, recusou que se
atendesse ao pedido do moribundo e ele foi enterrado no cemitério do AlBaqui, em Medina.
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