memória descritiva eduardo souto de moura e
Transcrição
memória descritiva eduardo souto de moura e
MEMÓRIA DESCRITIVA Esta memória descritiva diz respeito ao Plano Estratégico e de desenvolvimento de uma área de cerca de 6,5 ha, ocupada actualmente pelas instalações da Fábrica de cortiça George Robinson e limitada pela própria cidade que no seu crescimento urbano acabou por envolver. Este envolvimento será essencial na definição das premissas do plano; será a criação de unidades de carácter urbano protagonizadas pela abertura de um novo arruamento e pela introdução de elementos como praças, passeios e equipamentos que permitirá a articulação entre os edifícios da Robinson com o tecido urbano existente, ambos dotados de forte identidade. É ainda fundamental, a consideração dada ao facto da cidade estar a crescer de forma algo descaracterizada a nascente, precisamente o sentido deste arruamento que se pretende estruturante, nascente poente. Esta orientação permitirá ainda organizar sítios quer a norte quer a sul, o que é importante numa cidade de amplitudes térmicas da dimensão das de Portalegre. A deslocação da Fábrica da Cortiça George Robinson para o novo Polo Industrial de Portalegre virá a desalojar uma enorme área de terreno situada numa importante área de desenvolvimento da cidade e uma significativa área construída, constituída na sua maioria por hangares, armazéns e oficinas, para além do edifício principal que define a grande frente do Largo dos Operários. Inserida numa complexa iniciativa para travar a dispersão da sua periferia, a edilidade de Portalegre empreendeu, juntamente com os parceiros constituintes da Fundação Robinson, um programa de reabilitação das instalações da antiga fábrica o que, para além de recuperar a sua ligação histórica à cidade, propõe redefinir as funções dos diversos edifícios que constituíam as suas Estratégia - “Planeamento das grandes operações com vista a determinado objectivo; conjunto de operações preconcebidas para resolver uma situação mais ou menos complexa em certo domínio (económico, político, etc)” ...do diccionário da Língua Portuguesa, 6ª Edição Porto Editora instalações, aproveitando assim esta grande superfície de construção existente para receber os equipamentos de que a cidade necessita. Apesar da aparência obsoleta da sua área ocupada quase aleatoriamente por toda a espécie de armazéns e edifícios fabris, já que é resultante de uma invasão, por etapas, do espaço e respectiva articulação, a Robinson foi no entanto, testemunho e ao mesmo tempo motor do desenvolvimento industrial, social e corporativo que teve lugar em Portalegre desde 1800. Este aspecto é interessante, já que interessa não só a parte estética, mas também o contexto histórico; neste sentido entende-se que a fábrica Robinson ocupa não só um lugar histórico ou de natureza potencialmente artística, mas também político-industrial e sociologicamente reconhecido como no futuro poderá ser uma âncora no desenho urbano de Portalegre. Memória - “A memória parece ser um elemento essencial do que se chama identidade social ou colectiva, em cuja procura se ocupam indivíduos e colectividades hoje em dia. Memória e identidade parecem ser indissociáveis. A identidade nasce da recordação e ambas 1- Introdução constituem um acto de resistência contra o desaparecimento e o esquecimento. ”Le Goff, in Conservar a memória histórica através do seu património construído é alimentar os sinais de identidade de uma cidade que não Histoire et Memoire. Paris Gallimar, in a+t revista de arquitectura + tecnologia 2000 quer ver anulado o seu papel no panorama do país; mediante a sua adaptação a novos usos, os edifícios ‘contentores’ do passado Donald Judd configuram novos cenários numa velha cidade que se quer aberta ao futuro. Hoje em dia, no entanto, a noção de património estendeu-se largamente desde os achados pré-históricos até aos edifícios do séc. XX, incluindo as ambiências de valor histórico e ambiental desde a arquitectura vernácula até à arquitectura industrial, mais ou menos erudita. Assim, torna-se necessário intervir nos traçados legados pelo património industrial, como estruturas utilitárias deste século. Esta ideia está imersa num processo de renovação que segue a tendência de recuperação de espaços industriais generalizada na Europa (e mesmo nos Estados Unidos) nos últimos anos. Fundação Chinati, MarfaTexas,USA A reutilização de edifícios existentes começa, porventura, quando determinados artistas baseiam a concepção da sua arte em princípios que insistem em desenhar não só a arte, mas também os seus contentores - os edifícios nos quais ela é experimentada. A importância deste “New land should not be built upon and existing structures should be saved, ‘important’ and ‘unimportant’ alike”. Donald Judd, in Architektur envolvimento entre arte e o seu suporte está particularmente explícita nos escritos e experiências de Donald Judd, que sempre despendeu energia equivalente tanto na concepção da obra como na concepção do local onde esta vai ser colocada e insistia especialmente na importância de reutilizar edifícios existentes. Também Dan Flavin estava interessado na reutilização de antigos edifícios, escolhidos criteriosamente para enquadrar a sua obra – surgem as “environement installations” nos anos sessenta. Judd escreveu ainda várias vezes artigos contra a proliferação, nos anos 80 de numerosos ‘sobredesenhados’ novos museus – pouco hospitaleiros e insensíveis à arte que ali se vai expor; na sua filosofia, a reutilização de edifícios Dan Flavin, envirironement installation Hallen fürNeue Kunst, Scahfthausen utilitários preexistentes era pertinente, independentemente de terem nascido para museus ou não, no sentido de aplicar o dinheiro gasto favorecendo a arte e não a sua exposição, mas também por questões morais e ecológicas de renovação e reutilização. No que diz respeito particularmente à arquitectura industrial será o processo da obra de Bernd e Hilla Becher que, apoiando-se antes de mais sobre um dado analítico potente - o desaparecimento progressivo da paisagem e do património industrial, composto a maior parte das vezes por objectos arquitectónicos vernáculos – que vai contribuir sobretudo para sensibilizar e educar a forma de olhar dos seus Bernd e Hilha Becher, Gasómetro na Alemanha contemporâneos. A sua obra, cujas investigações começaram verdadeiramente em princípios dos anos sessenta, teve na Alemanha e em toda a Europa uma dupla influencia, tanto no plano político, como no plano cultural. Esta constatação que registam põe em evidência o destino muitas vezes efémero desta arquitectura funcional, noutro tempo proclamada e tomada como modelo por Le Corbusier ou por Walter Gropius; se esta arquitectura não esteve nunca destinada a transmitir ideias ou valores para a posteridade, a sua única razão de ser consiste unicamente na produção, na transformação ou no armazenamento de um produto específico. No entanto muito para além desta função, estes edifícios, que parecem desafiar o tempo, alcançam às vezes pela sua escala, a dimensão de autenticas catedrais. O projecto pretende contribuir para a conservação deste património industrial, tão importante à memória colectiva de Portalegre com base num ponto de vista pragmático, entendendo os edifícios aí situados como um parte da memória colectiva e pretende dotá-los de novos usos respeitando a geometria original do conjunto para reduzir o esforço construtivo e conservar o seu carácter singular. Património - “património é um conjunto de bens que alguém recebe por herança ou transmissão;” “Em arquitectura, o importante é entender o património arquitectónico como um legado cuja reabilitação garantirá a consciência histórica que um conjunto social tem do ambiente espacial que o rodeia, desta consciência depende a capacidade do homem para ordenar o espaço construído no 2 - Conceito A estratégia para recuperar a zona como espaço público fundamenta-se no estabelecimento de vínculos entre estes edifícios e a cidade, bem como entre as diferentes escalas e momentos de intervenção tentando para isso conferir-lhes carácter urbano numa atitude precedente à instalação dos novos usos para os edifícios abandonados. Pretende-se deste modo estabelecer uma relação permeável com o meio envolvente e urbano, definindo as transparências existentes ou postas em evidência pelas demolições e revelando a lógica interna do conjunto para implantar nele uma configuração contemporânea em diálogo com as actividades que receberá. Este conjunto heterogéneo de naves, oficinas e depósitos terá na frente urbana para o Largo dos Operários, o seu elemento de articulação futuro.“ Hélio Pinon, in Miradas intensivas Ediciones UPC à cidade, protagonizado fisicamente pelo rasgamento na fachada da abertura da rua. Os espaços livres agora desenhados constituirão um importante elemento a reestruturar numa ideia de cidade em que os edifícios e o vazio que os envolve se completam. Nesta primeira fase do plano ficará, portanto, estabelecido um modelo de ocupação destinado a garantir a sobrevivência da implantação original em coabitação com as sucessivas e necessárias ampliações que se irão levar a cabo, partindo de um princípio aditivo que ordena todo o conjunto industrial formado pelos edifícios já dispostos ao longo de uma espécie de caminho, configurando agora uma nova relação com a envolvente mediante a implantação estratégica do novo edifício da Escola de Hotelaria que contribui para a definição clara de uma rua entendida na sua forma urbana. A partir desta rua pode verr-se, nos intervalos dos edifícios, a belíssima paisagem distante, a sul, criando um primeiro plano que impede, juntamente com o maciço de árvores proposto para os limites do terreno (jardim botânico), a vista menos interessante e mais próxima da envolvente nascente/sul, que apresenta a pior face do desenvolvimento descaracterizado da cidade nos últimos anos. Cada uma das peças adquirirá então sentido na sua relação com as restantes, formando um conjunto de edifícios em cuja articulação e cadência se confiará a urbanidade graças a elementos como rampas, passeios e praças. Se volumétricamente o novo se conjuga com o existente, a sua materialização actual pretende expor-se manifestamente. Um embasamento de reboco em tom azul corre o conjunto libertando a cal branca dos restantes pisos, alternando com o amarelo ocre à semelhança do já existente no local. Como sucede em qualquer lugar de carácter público, o projecto parte da consideração de um espaço como uma envolvente que os usuários reconfiguram constantemente, um lugar de encontros, com liberdade de uso que se metamorfoseia dependendo da actividade dos seus participantes. Este espaço converte-se, assim, num lugar único com 65.000 m2 que se abre a todo o tipo de iniciativas culturais e artísticas, de passeio para visitantes e de estar para criadores do qual ambos partilham e participam num debate aberto. Conceito - tudo o que se concebe; entendimento; representação abstracta e geral ...do dicionário da Língua Portuguesa, 6ª Edição Porto Editora 3- Programas Museu - estabelecimento público onde estão reunidas colecções de objectos de arte ou de qualquer ciência Museu A instituição criou-se com a vocação de ser ao mesmo tempo um espaço de colecção (de memórias, espólio), exposição e educação; o projecto arquitectónico aproximou-se das construções existentes considerando-as como parte substancial desta paisagem explorada e com o objectivo não de criar um museu-objecto, mas um polo de atracção social e cultural que acabe por ter a mesma importância à escala territorial que em seu dia teve como centro produtivo. A intervenção pretende-se subtil por forma a potenciar as qualidades morfológicas intrínsecas a este lugar sem dissimular a sua idêntidade, enfatizando a expressividade de um espaço cuja singularidade remete a muitas das suas características industriais. O que se propõe é a reposição da fachada do edifício e suprimir certas adições recentes para revelar a sua forma original – é necessário reforçar o sentido de ambiguidade entre o carácter urbano do alçado inicial e as componentes físicas que introduzem a ideia de industria pesada, mantendo-se intactos elementos como caldeiras, chaminés, etc Os diferentes edifícios foram-se construindo uns a seguir os outros, contribuindo para uma noção de conjunto, de diversidade temporal e histórica, mas sobretudo de um inusitado efeito urbanístico, que se pretende realçar. Tomando-se este como ponto de partida, não só de uma perspectiva arquitectónica e urbanística, mas no sentido literal, físico, aproveitando as melhores características das suas relações já implicitamente estabelecidas, agora tornadas explícitas. Um complexo fabril cujos espaços estão reunidos em torno de processos industriais dinâmicos; neste complexo desenho podem coexistir agrupamentos espaciais diferentes, diversos pontos de vista dependendo do percurso que se efectue pelo conjunto. Os requisitos técnicos que afectavam a estabilidade estrutural, os regulamentos de segurança a acessibilidade e o acondicionamento das diversas instalações, determinarão a ordem de actuação A escolha do edifício que albergaria o museu era óbvia - é difícil de um ponto de vista pragmático, imaginar para este edifício um futuro diferente da sua utilização como museus; esta ideia coloca-se ainda como contraponto à questão da moda ou sensacionalismo de fazer exposições em edifícios de carácter industrial… A caracterização do edifício, apesar das transformações sofridas ao longo do tempo, continua a remeter para forte carácter original presente num interior dominado por um potente conjunto de elementos como sejam as enormes chaminés, as caldeiras ou o conjunto de prensas e todas as infra-estruturas visíveis de carácter quase escultórico. Um programa cultural como este e de uso de carácter colectivo aceita bem a sua verticalidade, já que as rampas, escadas e comunicações verticais assumem um papel preponderante no sistema expositivo e na criação de percursos estimulantes. Museu dos Bombeiros Dotado de um amplo espaço e pé-direito, bem ventilado e iluminado, com excelentes acessos através da nova rua este local, que actualmente já alberga os carros maiores da Corporação de Bombeiros Privativos de Portalegre é, naturalmente, o ideal para o seu Museu. A história da Fábrica Robinson está desde a sua origem estreitamente ligada a este equipamento já que foi George Wheelhouse Robinson quem funda em 1899 a Associação de Bombeiros de Portalegre que em 1903 passa a Corporação de Bombeiros Privativos, activa até hoje. Por este motivo a proximidade dos dois museus não será estranha à cidade e podem ainda usufruir sem duplicação de custos de certas infra-estruturas comuns como sejam o estacionamento, acessos, restaurantes, etc. Estacionamento Dentro do conceito subjacente à estratégia do Plano, esta localização do estacionamento é fundamental. A sua relação franca e directa com a rua é reforçada pela clareza da relação que estabelece com todos os equipamentos da zona sem ser necessária a construção de uma estrutura de raiz com elevados custos e com as vantagens que oferece uma ampla e arejada estrutura que para além dos mais é iluminada e ventilada naturalmente. A única intervenção necessária será praticamente a introdução de uma laje e de um monta cargas para automóveis, para além dos requisitos infraestruturais e de segurança óbvios. Desta forma o numero de lugares sera de cerca de 200. Dada a sua proximidade à Escola de Hotelaria e às outras unidades de ensino como o Conservatório e a Oficina de Expressões Artísticas, onde se prevê uma grande população jovem, esta estrutura é ainda dotada para a realização de eventos muito em voga na época actual, tal como “raves” e concertos de DJ’s, à imagem do que já aconteceu no Parque de estacionamento da Casa da Música, no Porto. Salientamos, sobretudo, a necessidade de promover relações muito francas quer de cota, quer físicas entre o estacionamento e os equipamentos que este serve, para que o seu efeito seja operativo. Espaços Comerciais – Adega, bar, restaurante e loja de livros e discos O conjunto edificado escolhido para albergar este programa reúne um grande número de condições favoráveis à sua instalação. A cave do primeiro corpo voltado a nascente, com a singular espacialidade que lhe conferem as abóbadas, é claramente vocacionado para receber o bar e restaurante/adega, reformulando-se para este efeito um acesso ao corpo colado ao edifício administrativo, já semi-construído. Este facto permitiria uma entrada de serviços para o pessoal, cozinhas e balneários, bem como o acesso a cargas e descargas e ainda uma saída de emergência alternativa à zona do restaurante que é em parte enterrada (tem apenas uma frente). Sobre este espaço e ainda na zona aberta a nascente, com entrada directa do exterior (onde actualmente funciona o aprovisionamento), pensamos que seria interessante prever um amplo espaço para a realização de banquetes e eventos dessa natureza que a própria Fundação poderia promover ou, de forma rentável, alugar para o efeito. A restante área destes corpos seria facilmente organizada para receber uma espécie de Fnac, que como é do conhecimento comum movimenta um elevadíssimo número de pessoas de todas as faixas etárias, sendo ainda um reconhecido sucesso comercial. Oficina de Expressões Artísticas O núcleo formado por esta Oficina, solicita uma utilização multifacetada já que engloba intercâmbios internacionais de exposições, eventual depósito de obra de um artista consagrado em simultâneo com a vertente de formação/expressão que este edifício, pela sua singular caracterização é talhado para o efeito, incorporando os necessários standards de luz, espaço e arquitectura preexistente. Acima de tudo aponta para uma versátil utilização, de acordo com a natureza do programa. Residência Académica O Plano prevê duas hipóteses para a implantação deste edifício; na hipótese A a residência teria uma caracterização menos convencional que se adaptaria à possibilidade de recuperação do edifício onde funciona actualmente a Serralharia. A sua área total seria neste caso de cerca de 2.500m2. Na hipótese B prevê-se a demolição deste edifício e a sua substituição por um novo edifício onde os 4.000m2 se poderiam organizar de forma mais convencional. Conservatório Regional de Portalegre . Grupo Folclórico e Cultural da Boavista . O Semeador – Grupo de Cantares de Portalegre . Sociedade Musical Euterpe . Orfeão de Portalegre . Centro de Interpretação (Centro de I&D/Laboratórios) . Espaço de Referências Locais e Museu (Conjunto de Prensas e Fornos) A impressão que se pretende neste conjunto é a de uma soma de lugares de forte carácter, dentro de uma instituição aberta à cidade, cuja leitura existirá apenas de forma latente uma vez que as estruturas que já existem no lugar nos remetem a um todo coerente e variado do ponto de vista espacial; com as demolições estratégicas e novas construções, essas estruturas aumentarão e serão, por sua vez condicionadas por novas entidades espaciais e por novas experiências. Por outro lado, este conjunto permite uma certa caracterização de autonomia volumétrica de cada um dos programas e respectivo uso, embora possam partilhar algumas infra-estruturas comuns como é o caso dos auditórios. Estes edifícios reúnem ainda outro tipo de características interessantes para a sua recuperação, quer ao nível físico quer nas qualidades aparentemente abstractas fornecidas por elementos como: espacialidade singular, espaços amplos, coberturas diversas e iluminação generosa. O espaço de referências e o Conjunto de Prensas e Fornos serão uma componente de uso diferente, mas que se poderá relacionar com um percurso expositivo ou ser completamente independente, sendo que este último não poderá deslocar-se daí sob pena de se retirar dignidade àquilo que neste funciona como um todo. Auditórios . Bar/Foyer . Cineclube . Restaurante . Fábrica de Doces e Licores A decisão de implantação destes programas surge também de forma natural – os corpos correspondentes aos auditórios parecem ter nascido para o efeito quer pela sua morfologia, condições acústicas, quer pela sua segura relação com o exterior e clara articulação com os equipamentos que serve. Um dos auditórios terá uma capacidade de cerca 140 lugares, correspondentes a uma área de 245m2 e os três restantes terão uma lotação máxima de 112 pessoas, numa área de cerca de 215m2. No entanto a utilização de bancadas retrácteis poderá fazer variar este número, mas também tornar a sua utilização mais versátil. No que diz respeito ao bar/foyer, estrategicamente colocado entre os auditórios e o cineclube, será interessante a sua dupla utilização quer como bar de utilização nocturna, quer como foyer dos auditórios. Determinante é a dupla possibilidade de utilização da esplanada exterior, quer como espaço de estar, quer como saída de emergência para os auditórios. É de salientar a importância do funcionamento autónomo do bar já que é um equipamento fundamental de apoio a estruturas escolares e culturais e que permitirá a frequência nocturna desta estrutura urbana que não se pretende “morta” nestas horas. A fábrica de doces e licores está no extremo de ligação de ligação à zona residencial a nascente, o que do ponto de vista comercial poderá ser vantajoso.