A doença hepática no obeso grave antes e pós-cirurgia.
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A doença hepática no obeso grave antes e pós-cirurgia.
Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica, Obesos Graves & Cirurgia Bariátrica HELMA PINCHEMEL COTRIM FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA • A prevalência de obesidade é crescente nos últimos anos no ocidente, tanto nos países desenvolvidos e em desenvolvimento; • A obesidade está relacionada principalmente ao estilo de vida sedentário e aos hábitos alimentares; • Obesidade é um dos mais freqüentes fatores de risco para a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) e um significante índice de gravidade da doença; • Quando a obesidade é considerada grave (IMC ≥ 35 kg/m2) os riscos de complicações são maiores e podem interferir na morbidade e mortalidade dos pacientes; • A cirurgia bariátrica tem sido utilizada no tratamento de obesos graves, e estudos envolvendo estes pacientes têm mostrado a importância da DHGNA nestes casos. DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA • Nos últimos anos vem sendo discutida a importância da DHGNA em obesos graves, que se submetem à cirurgia bariátrica, e já é extensa a literatura sobre o tema; • Entretanto, vários fatores influenciam a análise dos resultados destes estudos,e entre eles: a) diferentes tipos de desenhos metodológicos; b) diversidade demográfica dos pacientes avaliados; c) falta de uniformização dos critérios para diagnóstico histológico, notadamente no diagnóstico da esteatohepatite e da fibrose. DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA • Revisão analisou 12 estudos observacionais e de corte transversal totalizando 1620 obesos que realizaram cirurgia bariátrica (MEDLINE e Current Contents até 1995) • Marceau et al. 1999 USA, Canada • Dixon et al. 2001 Australia • Sepulveda-Flores et al. 2002 Mexico • Poniachik et al. 2002 Chile • Beymer et al. 2003 USA • Spaulding et al. 2003 USA • Abrams et al. 2004 USA • Shalhub et al. 2004 USA • Ong et al. 2005 USA • Boza et al. 2005 Chile • Lima et al. 2005 Brazil • Stratopoulos et al. 2005 Greece Machado M et al/ J Hepatol/ 2006 DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA RESULTADOS: • Prevalência: esteatose: 91% (85–98%) esteato – hepatite (NASH): 37% (24–98%) cirrhosis: 1.7% (1–7%) • NASH não se relacionou com age ou IMC; • • Associação entre sexo masculino e NASH com fibrose Diabetes mellitus e resistência a insulina se associaram com frequencia a hipertensão arterial e NASH com fibrose. • Conclusões: Elevada prevalência de DHGNA. NASH foi observada em mais de 1/3 dos casos. Houve uma grande variação de critérios para diagnóstico, histológico, sugerindo a necessidade de uniformização destes critérios. Machado M et al/ J Hepatol/ 2006 DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA: CARACTÉRISTICAS CLÍNICAS E HISTOLÓGICAS EM OBESOS GRAVES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA Almir Bitencourt, Helma P Cotrim, Erivaldo Alves, Alessandro Almeida, Daniel Barbosa, Adimeia Santos, Ana Lobo, Luciana Athayde, Adriano Rios, Mariana Gouveia, Luiz Antonio R Freitas. • • Faculdade de Medicina – Universidade Federal da Bahia. CPGM – FIOCRUZ – Bahia. • Núcleo de Cirurgia da Obesidade – Salvador-BA. DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA METODOLOGIA • Estudo de corte transversal, incluídos obesos submetidos à cirurgia bariátrica entre outubro/ 2004 a maio/ 2005. • - Critérios de Inclusão: Indivíduos com idade ≥ 18 anos; IMC ≥ 40kg/m2 ou ≥ 35 kg/m2 com co-morbidades ( HA, DM, SAHOS); Concordância dos pacientes participar do estudo. • Critérios de Exclusão: história de ingestão alcoólica ≥ 140/g/semana e portadores de outras doenças hepáticas (viral, auto-imune, metabólica como hemocromatose e etc). • Avaliação clínica, laboratorial e ultrassom. • Biópsia Hepática e Avaliação Histológica DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA ASPECTOS CLÍNICOS DA DHGNA EM OBESOS GRAVES (n=141). • A DHGNA foi mais comum no sexo feminino na 4ª. e 5ª. décadas de vida; • Os indivíduos em geral não apresentavam sintomas; • Critérios diagnósticos da Síndrome Metabólica foi observado em 55% dos casos; • Elevação dos níveis de ALT foi observada em 28,6% das casos, AST em 12,3%, e GGT em 34, 5%; • Esteatose hepática na ultra-sonografia: 59% dos casos. DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA ESPECTRO HISTOLÓGICO DA DHGNA EM OBESOS GRAVES (N=141). -----------------------------------------------------------------------------------------------• Fígado normal/ alterações inespecíficas 16 (11,3) • Esteatose Isolada 4 (2,8) • Esteato-hepatite* 120 (85,1) • Cirrose 1 (0,7) -------------------------------------------------------------------------------------------• Esteato-hepatite com fibrose em 76,6% (108/120) dos casos. DHGNA, OBESOS & CIRURGIA BARIÁTRICA CONCLUSÕES • Em obesos graves a DHGNA é em geral assintomática e pode não apresentar alterações bioquímicas e ultrasonográficas significativas; • Entretanto, apresenta um amplo espectro histológico, com maior freqüência de casos de esteato-hepatite com fibrose, e podem já apresentar cirrose; • Os resultados sugerem que a biópsia hepática deve ser considerada durante cirurgia bariátrica visando uma melhor orientação e acompanhamento destes pacientes. Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica em Obesos Graves após a Cirurgia Bariátrica. DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA • Estudo coorte comparou biópsias hepáticas antes e após 1 ano a cirurgia CB gia bariátrica (CB) em 90 obesos para avaliar graus de esteatose (Mottin CC et al/ Obes Surg/ 2005): Antes da CB: 87% esteatose - Após: 17.8% mesmo grau esteatose 27.8% melhoraram 54.4% fígado normal. • Estudo avaliou esteatose e inflamação em biópsias pré e pós CB em 69 obesos após 27+/-15 meses (Luyckx FH et al / Int J Obes Relat Metab Disord/ 1998). Antes CB: Esteatose : grau leve em 61% moderado em 37% grave em 42% Inflamação: antes 14% das BH Após CB 21% 23% 15% 26% DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA • Estudo avaliou 18 obesos com DHGNA após 2 anos de CB; Biópsias antes da CB: 33% esteatose 67% de esteato-hepatite 5, 5% cirrose Após 2 anos da CB e perda de peso: Esteatose desapareceu em 75% Balonização em 50%, Inflamação em 81% Fibrose: 75% Furuya Jr et al/ J Gastroent Hepatol/ 2007 DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA & CIRURGIA BARIÁTRICA EM OBEOS GRAVES RESUMO • Elevada prevalência de DHGNA e NASH tem sido relatada em obesos graves, que se submetem a cirurgia barátrica. • Entretanto, vários fatores influenciam a análise dos resultados dos estudos: diferentes tipos de desenhos metodológicos, diversidade demográfica dos pacientes avaliados, falta de uniformização dos critérios histológicos. • Os resultados sugerem que a biópsia hepática deve ser considerada durante cirurgia bariátrica visando uma melhor orientação e acompanhamento destes pacientes. • Após perda de peso a maioria dos estudos mostram melhora da esteatose, entretanto recentes relatos sugerem melhora da inflação, balonização e fibrose.