Implantacao de Gerenciadores de Conteudo para Administrar Sites
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Implantacao de Gerenciadores de Conteudo para Administrar Sites
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ ANDRÉ LUÍS SCARATE IMPLANTAÇÃO DE GERENCIADORES DE CONTEÚDO PARA ADMINISTRAR SITES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Maringá 2007 ANDRÉ LUÍS SCARATE IMPLANTAÇÃO DE GERENCIADORES DE CONTEÚDO PARA ADMINISTRAR SITES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção parcial do título de Especialista, do Curso de Especialização em Desenvolvimento de Sistemas para a Web, da Universidade Estadual de Maringá. Orientadora: Professora Ms. Marialva Ferreira Taques Co-orientadora: Professora Drª. Tânia Fátima Calvi Tait Maringá 2007 ANDRÉ LUÍS SCARATE IMPLANTAÇÃO DE GERENCIADORES DE CONTEÚDO PARA ADMINISTRAR SITES DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção parcial do título de Especialista, do Curso de Especialização em Desenvolvimento de Sistemas para a Web, da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, 16 de fevereiro de 2007. _______________________________________ Professor Dr. Wesley Romão BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Professora Ms. Marialva Ferreira Taques _______________________________________ Professora Drª. Tânia Fátima Calvi Tait _______________________________________ Professora Ms. Ana Paula Machado Velho AGRADECIMENTOS À minha família, em especial à minha mãe e minha irmã, pelo apoio incondicional. À professora Marialva, minha protetora, pelo incentivo e pela paciência. À professora Marice, pela dedicação e pelo carinho. À professora Tânia, pela disposição e pela amizade. Ao Bruhmer, pela sua disponibilidade e simpatia. Ao professor Wesley Romão, pela oportunidade oferecida. Às secretárias do Departamento de Informática, Elda, Hiolanda, Maria do Carmo e Tânia, sempre muito atenciosas e dedicadas. Aos professores Sica, Dante e Sérgio, pelas aulas calorosas. Aos amigos da turma da especialização, Ângelo, Francisco e Paulo, nossas conversas intrigantes jamais serão esquecidas. Finalmente, agradeço à Assessoria de Comunicação Social da Universidade Estadual de Maringá pela confiança e atenção com que fui recebido em 2001. Pessoalmente, é uma honra fazer parte desta equipe e, em especial, desta Universidade. “Não se pode pisar duas vezes no mesmo rio, já que as águas continuam constantemente rolando” Heráclito de Éfeso RESUMO Este trabalho descreve a atual situação dos sites da Assessoria de Comunicação Social da Universidade Estadual de Maringá. Neste contexto, é realizado um estudo para implantação de um sistema gerenciador de conteúdo visando agilizar o processo de publicação de notícias, bem como a divulgação das informações produzidas. O estudo descreve a concepção de teóricos sobre a construção de sites que embasaram a estruturação do sistema proposto. Adotou-se uma metodologia que caracteriza este trabalho como uma pesquisa qualitativa e como um estudo de caso. Foi aplicado um questionário-entrevista para três jornalistas da ASC, com o objetivo de investigar a experiência do usuário no novo site proposto. Os resultados permitem concluir que o sistema gerenciador de conteúdo utilizado atende os objetivos da pesquisa Palavras-chaves: software livre, gerenciadores de conteúdo, assessoria de comunicação social vii ABSTRACT This work describes the current situation of the sites of the Consultantship of Social Communication of the State University of Maringá. In this context, a study is accomplished for implantation of a system content manager seeking to activate the process of publication of news, as well as the popularization of the produced information. The study describes the conception of theoretical about the sites construction that you/they based the structuring of the proposed system. A methodology was adopted that characterizes this work as a qualitative research and as a case study. A questionnaire-interview was applied for three journalists of ASC, with the objective of investigating the user's experience in the new proposed site. The results allow to conclude that the system manager of used content assists the objectives of the research Key-words: free communication software, content managers, consultantship of social viii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Características de equilíbrio e necessidades de usuários, conteúdo e contexto .................................................................................................................34 Figura 2: Exemplo de site com os componentes arquitetônicos identificados por Rosenfeld e Morville..................................................................................................36 Figura 3: Vocabulário visual: A página e o documento (esquerda). A pilha de páginas e a pilha de documentos (direita).................................................................37 Figura 4: Exemplo de uso de um ponto de decisão numa seqüência de login ........38 Figura 5: Arquitetura da informação e design da interação. Login de acesso .........39 Figura 6: O sistema de navegação de uma loja (p. 30) ...........................................40 Figura 7: Teste de usabilidade proposto por Krug (p. 92). .......................................42 Figura 8: Site da Assessoria de Comunicação Social .............................................54 Figura 9: Site da Rádio Universitária .......................................................................55 Figura 10: Site do Informativo UEM ......................................................................56 Figura 11: Jornal da UEM hospedado em um diretório do site da ASC ................57 Figura 12: Classificados do Informativo UEM........................................................59 Figura 13: Gerenciamento de notícias do Cutenews, com privilégios de administrador.............................................................................................................61 Figura 14: Download do CMS ...............................................................................65 Figura 15: Transferindo arquivos via FTP .............................................................66 Figura 16: Diretório da instalação..........................................................................66 Figura 17: Alterando as permissões dos arquivos.................................................67 Figura 18: A GPL – General Public License ..........................................................67 Figura 19: Configurando o banco de dados ..........................................................67 Figura 20: Definindo o nome do site......................................................................68 Figura 21: Definindo a senha de administrador.....................................................68 Figura 22: Aviso para remonver o diretório de instalação .....................................68 Figura 23: Template padrão do CMS Joomla........................................................69 Figura 24: Posições dos módulos em um template...............................................71 Figura 25: O gerenciador de módulos apresenta o status, as posições e as .............................................................................................................72 páginas Figura 26: Editor WysiwygPro integrado ao CMS Joomla .....................................73 Figura 27: Novo site do Jornal da UEM utilizando o CMS Joomla ........................74 Figura 28: Novo site do Informativo UEM, que ainda não está on-line..................74 Figura 29: Proposta do novo site da Assessoria de Comunicação Social.............75 Figura 30: Análise e avaliação dos testes realizados............................................77 Figura 31: Tela de entrada do painel de controle do CMS Joomla........................85 Figura 32: Painel de controle do CMS Joomla. .....................................................86 Figura 33: Biblioteca com as formas para elaborar diagramas de arquitetura da informação e design da interação. ............................................................................87 ix LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AI ASC CMS FSF FTP GPL UEM Arquitetura da Informação Assessoria de Comunicação Social Content Management System (Sistema Gerenciador de Conteúdo) Free Software Foundation (Fundação para o Software Livre) File Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de Arquivo) General Public License (Licença Pública Geral) Universidade Estadual de Maringá 10 S U M Á R IO LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... viii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...............................................................................ix 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................. 11 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .............................................................................. 11 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 11 1.2.2 Objetivos Específicos....................................................................................... 12 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ........................................................................... 12 1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA............................................................................. 13 1.5 METODOLOGIA ................................................................................................. 13 1.6 ESTRUTURA DE ESTUDO ................................................................................ 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15 2.1 SOFTWARE LIVRE ............................................................................................ 16 2.2 TEORIAS SOBRE CONSTRUÇÃO DE SITES................................................... 17 2.3 ESTUDOS RECENTES SOBRE SITES ............................................................. 22 2.3.1 Design e Avaliação de Interfaces .................................................................... 22 2.3.2 Arquitetura da Informação ............................................................................... 34 2.3.3 Testes de usabilidade dos sites ...................................................................... 41 2.3.4 Os gerenciadores de conteúdo ....................................................................... 43 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 47 3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS.............................................................................. 47 3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................. 47 3.3 CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DA PESQUISA................................ 48 3.4 DELINEAMENTO E PERSPECTIVA DA PESQUISA ......................................... 49 3.4.1 Ferramentas de levantamento de dados ........................................................ 49 3.4.1.1 Entrevista ......................................................................................................... 49 3.4.1.2 Observações in loco ........................................................................................... 50 3.4.1.3 Questionários...................................................................................................... 51 3.4.1.4 Apresentação dos dados .................................................................................... 52 3.4.1.5 Utilização de tabelas, quadros e figuras ............................................................. 52 4 DIAGNÓSTICO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ...................... 54 4.1 HISTÓRICO........................................................................................................ 54 4.2 O FUNCIONAMENTO DO SITE DA ASC........................................................... 58 4.3 PROBLEMAS COM O SERVIDOR..................................................................... 60 5 APLICAÇÃO DO CMS NOS SITES DA ASC........................................................ 65 5.1 A INSTALAÇÃO PADRÃO DO CMS JOOMLA................................................... 65 5.2 A CONFIGURAÇÃO DO CMS JOOMLA ............................................................ 70 5.3 OS TESTES DE USABILIDADE ......................................................................... 76 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 78 6.1 QUANTO AOS OBJETIVOS............................................................................... 78 6.2 QUANTO ÀS CONTRIBUIÇÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS........................................................................................................... 80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 81 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA Vive-se uma era histórica para a comunicação. Assim como aconteceu no século passado, transformações significativas marcam a produção e veiculação da informação. O século XX foi palco do nascimento da mídia eletrônica de massa. Agora, vê-se o desabrochar da mídia digital, que se popularizou em meados da última década e vem deste período a procura de explorar todo o potencial dos meios que a digitalização faz surgir, como a televisão de alta definição, a telefonia móvel e seus serviços de texto e de imagem, mas, principalmente, a internet, uma grande rede sem bordas nem centros (SANTAELLA, 2004). Partindo da premissa de que a mídia digital determina mudanças organizacionais e da necessidade de se criar um site para a Assessoria de Comunicação Social - ASC - da Universidade Estadual de Maringá - UEM - que necessitava implementar um novo canal de comunicação com a comunidade externa é que este estudo foi desenvolvido. 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.2.1 Objetivo Geral Utilizar sistemas de gerenciamento de conteúdo para divulgar e armazenar as informações produzidas pelas coordenadorias da Assessoria de Comunicação Social (ASC) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). 12 1.2.2 Objetivos Específicos • Analisar os aspectos tecnológicos disponíveis para a implantação do sistema. • Estudar a ferramenta de gerenciamento de conteúdo. • Investigar as diferentes formas de distribuição e apresentação de conteúdo • Demonstrar as vantagens da utilização de um sistema de gerenciamento de conteúdo. • Realizar testes de usabilidade para verificar a melhoria do site. • Sugerir a utilização dos sistemas de gerenciamento de conteúdo para outros setores da UEM. 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO O interesse pelo tema originou-se, primeiramente, para atender um objetivo pessoal em pesquisar as novas tecnologias de gerenciamento de conteúdo, haja vista a participação em diversos cursos na área de informática, em especial, os eventos disponibilizados pelo Governo do Estado do Paraná, na área de software livre. Outro motivo deve-se à atenção pelas diversas áreas de produção de sites, como design e arquitetura da informação. Sob o aspecto profissional, é necessário relatar que em razão de os jornalistas de Maringá e região registrarem queixas à ASC sobre a dificuldade de 13 encontrar as notícias produzidas pela UEM, bem como a demora na divulgação dessas informações surgiu a necessidade de inovar as formas de publicação e de apresentação de conteúdo do site da Assessoria de Comunicação Social, para torna-lo mais dinâmico e participativo. A inovação também permitiria dar uma identidade visual ao site, haja vista que ele apresentava um design antigo. 1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA A pesquisa foi desenvolvida apenas para o site da Assessoria de Comunicação Social da UEM. As informações publicadas antes da implantação do novo sistema deverão ser alimentadas, posteriormente. Como não havia laboratório para realizar os testes de usabilidade, estes foram elaborados e gravados com software de captura de imagens. Após a gravação, os testes foram assistidos e alguns problemas que existiam no site antigo foram consertados e apresentados em uma nova proposta, conforme sugestão dos entrevistados. 1.5 METODOLOGIA A metodologia utilizada neste trabalho foi a do estudo de caso qualitativo, ou seja, a investigação dar-se-á de forma mais aprofundada sobre um determinado fato concreto e não sobre várias realidades de maneira superficial, como ocorreria no estudo de caso quantitativo. 14 Para Chizzotti apud Lopes (2005) o estudo de caso caracteriza-se pela coleta de dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, contribuindo para tomada de decisões ou para propor uma ação transformadora. 1.6 ESTRUTURA DE ESTUDO Neste primeiro capítulo, estão sendo apresentadas as partes que compõem este trabalho de pesquisa. Com base no pensamento de teóricos, no segundo capítulo, são descritos os estudos e ferramentas para construção de sites. O terceiro capítulo aborda a metodologia adotada para o desenvolvimento da pesquisa que caracteriza-se como um estudo de caso. Como técnica de coleta de dados utilizou-se um questionário-entrevista e observações in loco. No quarto capítulo é apresentado o diagnóstico do cenário a ser estudado, ou seja, a Assessoria de Comunicação Social - ASC - da Universidade Estadual de Maringá – UEM -, bem como é demonstrado o histórico dos sites da ASC com as respectivas apresentações visuais. No quinto capítulo, têm-se, então, a descrição sobre a instalação e a configuração do sistema de gerenciamento de conteúdo . No sexto capítulo são apresentadas as conclusões do trabalho e as sugestões de implantação de gerenciadores de conteúdo para outros setores da Universidade Estadual de Maringá. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO Santaella (2004) afirma que em 2003, o Google Inc. - http://www.google.com - já registrava a indexação de mais de dois bilhões de sites em sua máquina de procura, o Googlebot. Isto sem contar o número de páginas adicionais que o Googlebot não pode acessar porque elas encontram-se fechadas dentro das empresas, nas chamadas intranets – LANs -, ou em arquivos off-lines. Na opinião da autora, acompanhando esta maré de conteúdo gerada pela mídia digital, os profissionais da web estão atentos sobre a necessidade de gerir, administrar e atualizar este crescimento contínuo. A cada dia, um escritor ou um jornalista lança um site ou um blog para publicar suas notícias e seus artigos na internet, ou um jornal de uma grande cidade decide lançar um portal com seu conteúdo produzido diariamente. Millarch (2006) concorda com Santaella (opus cit.), mas ressalta que o problema é agilizar todo o processo de publicação, editoração, design, avaliação e envio de conteúdo de forma rápida e, principalmente, nos tempos atuais, de forma colaborativa. Para o autor, a resposta atual dos profissionais da web é o sistema de gerenciamento de conteúdo, que é conhecido pela sigla CMS - Content Management System. Um sistema de gerenciamento de conteúdo é um software que serve para organizar e facilitar a criação colaborativa de documentos ou qualquer outro conteúdo. É um aplicativo usado para administrar um site da web e o seu conteúdo, utilizando um determinado banco de dados. Millarch (opus cit.) afirma que o sistema também pode ser usado para armazenamento em um único arquivo sourcing de documentação. No entanto, este sistema já não é mais utilizado devido a forma de desenvolvimento dos atuais CMS. No mercado existem sistemas de gerenciamento 16 de conteúdo em fragmentos, com código-fonte livre - software livre - e outros com soluções comerciais produzidas por empresas especializadas. 2.1 SOFTWARE LIVRE Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, um software é considerado como livre quando atende os quatro tipos de liberdade para os usuários definidos pela Free Software Foundation (FSF): • A liberdade de executar o programa para qualquer propósito - liberdade número 0 -. • A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades - liberdade número 1-. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade. • A liberdade de redistribuir cópias de modo que se possa ajudar ao próximo - liberdade número 2 -. • A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie -liberdade número 3-. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade. Conforme a Wikipédia, a Fundação para o Software Livre é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1985 por Richard Stallman, que se dedica à eliminação de restrições sobre a cópia, redistribuição, entendimento e modificação de programas de computadores e promove o desenvolvimento e o uso de software livre em todas as áreas da computação Para a Wikipédia, a liberdade de executar o programa significa a liberdade para qualquer pessoa, física ou jurídica, utilizar o software em indeterminados tipos 17 de sistema computacional para diversos tipos de trabalho ou de atividades sem que seja necessário atender a alguma restrição imposta pelo desenvolvedor ou por qualquer outra entidade que detenha direitos autorais. Normalmente, esses programas são distribuidos sob uma licença, como a Licença Pública Geral (GPL) -General Public License- e segundo a Wikipédia, seguem um conceito conhecido como Copyleft, que se baseia na propagação dos direitos. 2.2 TEORIAS SOBRE CONSTRUÇÃO DE SITES Antes de se chegar a definição do termo CMS, alguns autores já tinham a preocupação com a forma e a maneira que as primeiras home-pages, ou os primeiros sites estavam sendo construídos. Bruner et al (1996) elaboraram uma teoria sobre como deveria ser um site sólido. Teria que explorar várias, senão todas, as seguintes características: • Interativa • Pessoal • Infocêntrica • Instantânea • Mensurável • Flexível • Interligada • Econômica 18 Interativa Consiste em deixar que o usuário controle e até lidere pelo menos parte da interação em um site. Isto pode produzir benefícios em termos de satisfação e fidelidade. Quanto mais processos projetados em torno da capacidade do usuário, mais completa será a interatividade. Os autores apontam a questão principal como sendo a internet uma ferramenta facilitadora para as pessoas realizarem o desejo de se sentirem envolvidas, principalmente no controle da situação, da escolha. Querem ser parte deste processo. Bruner et al (opus cit.) afirmam que exatamente por este motivo, pelo poder de participação, de interação, que muitos blogs, sites B2B e livrarias fazem sucesso. Pessoal Os autores concordam que a chave da personalização é fazer com que o usuário se sinta no controle da interação. Algumas informações são obtidas nos cookies e outras por meio de cadastros de log-on. São sites centrados no usuário. Os cookies podem carregar informações como o domínio do usuário, isto é, .com.br ou .org.br, o tipo de navegador e a hora da visita, entre outros dados. Já os cadastros de log-on são requeridos no momento em que o usuário inicia o processo de interação. Dependendo do sistema web utilizado, ele pode escolher o recebimento de artigos sobre um tema escolhido ou enviar uma notícia. Alguns sites permitem a escolha de cores ou a disposição dos temas e a quantidade de notícias que o usuário deseja ver, assim que acessar o site. 19 Infocêntrica Bruner et al (opus cit.) apontam que quanto mais rico em informações o site, maiores as chances de apresentar um produto complexo. Quanto maior disponibilidade de informações e transações, mais fácil será convencer o usuário de que ele está num site bem estruturado e sério. Com os recursos áudio-visuais disponíveis, como animações e sons, existe uma riqueza de recursos que somados ao texto, são poderosas ferramentas para agregar valores aos produtos. No caso de produtos de consumo ou do cotidiano, a alternativa é uma abordagem de entretenimento, oferecendo jogos on-line, concursos, sorteio de prêmios, vídeos e campanhas. Instantânea A internet é o veículo de comunicação de massa mais imediato, ultrapassando o rádio, a televisão e principalmente o jornal impresso. “No jargão da informática, existe um conceito chamado tempo real, que significa que dados podem dar meia-volta ao mundo e retornar numa fração de segundo“ (BRUNER et al, 1996, pág. 67). Os autores citam como exemplo, muitos sites de vendas que oferecem o sistema de atendimento ao cliente on-line. Outras oferecem e anunciam o número de produtos em seu estoque, criando emoção aos compradores on-line. Mensurável Bruner et al afirmam que na análise da internet fica difícil a informação fugir das estatísticas. Principalmente porque o simples clicar de um link ou um banner, por exemplo, envolvem um servidor proxy, que mantém uma cópia completa 20 do site, guardado como cache, frequentemente visitado, aumentando a velocidade de acesso. Possui também um firewal, um sistema de segurança composto por softwares capazes de bloquear o acesso de usuários não autorizados, número do IP, configurações regionais, modelo do navegador web e muitas outras informações. Segundo os autores, já existem vários softwares disponíveis para aquisição que conseguem captar essas informações. E, cabe ao profissional ou a empresa que produz estas estatísticas, utilizar essas informações com ética. Elas podem ser muito bem agregadas em lojas de vendas on-line, por exemplo, informando todos os passos do usuário, desde o clique no banner de propaganda em um site parceiro, passando pelos produtos que visitou, até o final do processo, se efetivamente este resultou em venda. Flexível As informações disponíveis em um site podem ser organizadas e reorganizadas de várias maneiras, sem precisar respeitar as demais formas de comunicação existentes, isto é, aquelas utilizadas pela TV, ou por rádio e livros. Existe tanto a flexibilidade pensada por parte dos projetistas, ou seja, estruturalmente, como a flexibilidade por parte dos usuários. Bruner et al ressaltam que os projetistas de sites devem levar em conta a facilidade de alimentação das informações, pelos administradores do site. Devem também considerar a interação com o usuário, fazendo com que este sinta que possa, a qualquer momento, com o menor número de cliques possíveis, encontrar o que procura e, ainda, ter o poder de personalizar algumas áreas de utilização de serviços. 21 Interligada Para os autores, os sites agregam mais valor e interesse quando aumentam o número de usuários ou visitantes. Eles devem servir como pontos de comunicação ou roteadores, isto é, equipamentos que redistribuem a rede. “O valor de uma rede para seus usuários é igual ao número de usuários ao quadrado” (Bob Metcalfe apud BRUNER et al , 1996, p. 75). Da mesma forma, os sites devem ter links para fontes externas, e não temer a perda do visitante para outros sites. Também devem considerar que a qualidade dos links disponíveis é mais importante que a quantidade. Conforme o especialista em utilidade e facilidade de uso da web, Jacob Nielsen apud Bruner et al (1996, p. 77), “Os usuários estão no controle de seus próprios destinos. Aceite isso. Você não os possui”. Econômica Tratando-se de um veículo de comunicação, os custos com hospedagem de sites, podem ser considerados baixo. Segundo consulta a provedores, as despesas mensais com hospedagem, hoje, estão em torno de R$ 20,001. Mas este valor pode chegar até a R$ 200,00, caso o projeto exija comércio eletrônico, busca, geração dinâmica de páginas, segurança contra hackers, programação sob medida, administração de banco de dados e outros serviços especiais. 1 Valor atualizado pelo autor deste trabalho 22 Seguindo a tendência do software livre, existem diversos programas sob a licença GPL - General Public Licence - que são de uso público e gratuito, desde que respeitados os termos de uso. É o caso de alguns gerenciadores de conteúdo. 2.3 ESTUDOS RECENTES SOBRE SITES Diante de tantas inovações e tecnologias disponíveis, existem estudos que começam a destacar-se visando o equilíbrio do uso de recursos visuais para atrair a atenção dos usuários, e, ao mesmo tempo, tornar os sites fáceis de entender e usar. São eles: design e avaliação de interfaces, arquitetura da informação e testes de usabilidade. 2.3.1 Design e Avaliação de Interfaces De acordo com Rocha (2003), no quesito design existem duas abordagens: uma artística, na qual o profissional se expressa e outra em que se dirige esforços para resolver o problema do usuário quanto à navegação e acessibilidade aos sites. “Interface e interação são conceitos que não podem ser estabelecidos ou analisados independentemente” (ROCHA, 2003, p. 13). A interface de um sistema é uma mensagem enviada pelo designer ao usuário e tem como objetivo comunicar-lhe - na interpretação do designer - as formas com as quais ele pode interagir com o site para realizar suas vontades ou resolver seus problemas. 23 Para garantir usabilidade em design para a internet, Nielsen (1999) apud Rocha (2003), estabelece alguns princípios básicos: • Clareza na arquitetura de informação O usuário deve distinguir o que é prioritário e o que é secundário. É preciso chegar a um bom arranjo da informação. Deve-se atentar sobre como a informação será localizada. Para o autor, uma alternativa adotada é um link do mapa do site, para que os usuários saibam onde estão e para onde podem ir. • Facilidade de navegação Na opinião do autor, o usuário deve conseguir acessar a informação desejada, no máximo, em três cliques. • Simplicidade Normalmente o objetivo de quem está em um site é encontrar, o mais rápido, o que deseja, isto é, o serviço ou o produto. O autor argumenta que o site deve trazer tranqüilidade para quem navega. Deve-se evitar o uso de animação e sons. A simplicidade não deve significar ausência de informação. • Relevância do conteúdo O texto deve ser o mais conciso e objetivo possível, não promocional ou publicitário. O autor argumenta que o estilo de escrita deve ser otimizado para leitores on-line que imprimem textos e que necessitam de páginas curtas. 24 • Consistência É uma poderosa ferramenta de usabilidade. Segundo Nielsen, um site consistente apresenta as informações sempre da mesma forma. Isto leva a adoção de procedimentos padrões, como o uso de cores e de fontes, sem causar grandes surpresas ao usuário. • Tempo Ainda, segundo o autor, há estudos que indicam que o tempo para a página carregar deve estar entre 10 e 15 segundos. As pessoas perdem o interesse e procuram outro site se o tempo exceder a estes segundos. • Foco nos usuários O foco deve estar nas atividades dos usuários que buscam um objetivo quando usam a web e não toleram nada que lhes dificulte alcançar o que procuram. Na ótica do autor, os usuários visam a fazer o que querem da maneira mais rápida e precisa. Além desses princípios citados por Nielsen e devido a expansão da web, garantir a usabilidade internacional ganha relevância, atualmente. O uso de elementos gráficos, ao invés de palavras, auxilia e resolve a maioria dos problemas de navegação. De acordo com Rogers (1989) apud Rocha (2003, p. 41), os símbolos gráficos podem ser classificados em três categorias distintas, 25 • Símbolos de semelhanças ou ícones: retratam o objeto que representam, ou seja, a imagem da impressora indica a função imprimir. • Símbolos de referência: retratam o objeto por referência ou analogia, por exemplo, o uso da imagem da lupa representa o preview do arquivo. • Símbolos arbitrários: formas arbitrárias que somente tem significado por convenção, por exemplo, o uso do símbolo “?” para indicar ajuda. Na opinião de Rogers, é indispensável lembrar que os símbolos gráficos e os padrões de cores não são necessariamente universais, e têm sua origem e entendimento na semiótica, que não é objeto deste estudo. Para Nielsen, os usuários acessam um site porque ele está disponível, mas só voltam a acessá-lo se perceberem que existe valor no site e se ele se mostra fácil de ser usado. O autor ressalta, no entanto, que poucas empresas focam o aumento da usabilidade e de qualidade da informação que os sites provêem, apesar das considerações anteriores. Não percebem que o poder de atração de um site não está ligado apenas aos aspectos estéticos, mas ao seu valor. Nielsen (2006), que desde 1996 compila os dez maiores erros em design e usabilidade na web, apresenta uma pesquisa com os piores e mais comuns erros do ano de 2005: 26 a) Mecanismo de procura O mecanismo de procura é a linha da vida do usuário para poder sobreviver em sites complexos. Os melhores designs devem oferecer uma caixa de procura simples e deixar em segundo plano a procura avançada com demais opções de localização. O autor determina dois motivos, validados por meio de testes de usabilidade, para focar o mecanismo de busca: 1º - Repassar aos usuários a sensação de que podem controlar seu próprio destino e criar independência no uso do site. O usuário deve navegar do modo que deseja, afinal, ele quer simplesmente encontrar o que procura. Por este motivo é que muitos usuários vão direto para o mecanismo de procura de um site. 2º - O mecanismo de procura também é a fuga mais provável de usuários quando estão perdidos na navegação. Quando não podem achar um link razoável para ir, freqüentemente, utilizam a função de procura do site. Por este motivo o designer deve manter a procura disponível em todas as páginas, visto que não poderá definir quando os usuários estarão perdidos. b) Arquivos em PDF para leitura on-line Nielsen menciona que, em arquivos PDF, o primeiro contato é a quebra do fluxo da informação, já que existe a necessidade do Acrobat Reader para a sua leitura. A navegação é diferente nestes tipos de arquivos. Normalmente, são grandes e difíceis de imprimir. As informações que precisam ser folheadas como manuais e outros textos maiores devem ser reservadas a estes documentos. 27 c) Não alterar a cor do link visitado O link é um fator chave no processo de navegação que auxilia o usuário a entender a posição no site. Sabendo quais links foram visitados, e o retorno dado por eles, isto é, se a informação foi aproveitável ou não, torna-se mais fácil a decisão sobre o próximo link a ser acessado. Sendo assim, usuários podem excluir links infrutíferos nas visitas posteriores. Reciprocamente, os usuários poderiam revisitar links que acharam útil em visitas anteriores. Conforme Nielsen (opus cit.), estes benefícios provêm da suposição que os usuários podem visualizar a diferença entre links visitados e não-visitados, porque o site mostra-os em cores diferentes. Quando os links visitados não mudam de cor, os usuários exibem mais desorientação de navegação em testes de usabilidade. d) Textos sem formatação - muro de palavras Em recentes estudos do autor, pesquisas demonstraram que as pessoas não lêem textos na internet palavra por palavra. Elas visualizam a página, enquanto escolhem palavras individuais e orações. Uma parede de texto tende a ser enfadonha, dolorosa e a intimidar a leitura. Deve-se prender a atenção dos usuários, utilizando formatações de apoio e destaque como, por exemplo, subtítulos; listas; realce de palavras-chaves; parágrafos curtos; um estilo de escrita simples, ou seja, uma idéia por parágrafo, estilo de escrita pirâmide invertida, isto é, inicia-se pela conclusão e depois o decorrer dos fatos; e o menor número de palavras possíveis para esclarecer o assunto. 28 e) Tamanho de fonte fixo Nielsen utiliza-se de duas teorias para justificar a não utilização do tamanho de fonte fixo: 1ª. A maioria dos webdesigners são jovens e possuem visão perfeita. Texto minúsculo não os incomoda tanto quanto para pessoas com idade acima de 40 anos. O tamanho de fonte fixo reduz significativamente a legibilidade para essas pessoas. Nielsen argumenta que devem ser especificados tamanhos de fonte em condições relativas, normalmente em porcentagem e não com um número absoluto de pixels, respeitando as preferências do usuário e deixando-lhe uma opção de resize, isto é, aumento do tamanho da fonte, quando necessário. Os jovens webdesigners também tendem a possuir monitores caros, de alta qualidade e maiores, o que lhes facilita a leitura. 2. Enquanto estão criando um site, eles não lêem a informação que consta nas páginas. Simplesmente olham o texto para ter certeza que conseguem ler. Quando não se tem interesse em ler as palavras, não importa se os caracteres são pequenos. f) Títulos de página com baixa visibilidade na máquina de procura O título de página consta dentro do HTML - tag <title> - e normalmente é usado como a manchete de links em resultados de máquinas de busca. As máquinas de busca mostram normalmente os primeiros 60 caracteres do título, definidos como microconteúdos. Para Nielsen, o ideal é começar com o nome da empresa, seguido por uma breve descrição do site. Para outras páginas de conteúdo do site, deve-se 29 começar o título com algumas palavras-chaves, descrevendo simplesmente o que os usuários encontrarão naquela página, ampliando assim o registro do site nas máquinas de procura. Os títulos de página também são usados como referência de entrada nos favoritos dos browsers. O autor afirma que, atualmente, os webdesigners destacam, ainda mais, a localização da referência de entrada com a utilização de um ícone que possa facilmente identificar o site ou a empresa. g) Qualquer destaque que possa ser identificado como anúncio A atenção seletiva é ferramenta poderosa e os usuários acostumaram-se a não prestar atenção a qualquer anúncio ou propaganda que interfira no seu modo de navegação. Nielsen ressalta que deve-se evitar qualquer design ou elementos gráficos que aparentam ser anúncio ou propaganda e apresenta alguns exemplos: • Banner - os usuários nunca fixam os olhos em qualquer coisa que pareça um anúncio de banner, devido a forma ou a posição na página. • Animação - faz com que os usuários ignorem áreas com piscar ou brilhar de textos ou, ainda, outras animações agressivas, como o uso excessivo da tecnologia flash. • Pop-ups - os usuários fecham as janelas antes de carregar completamente; às vezes com grande vício. Existe a opção de suspender a abertura dos pop-ups nos navegadores. 30 h) Violando convenções de design Segundo Nielsen, a consistência é um dos princípios de usabilidade mais poderosos e quando o site sempre se comporta do mesmo modo, os usuários não têm de se preocupar sobre o que acontecerá. Ao contrário, eles sabem o que ocorrerá, baseado na experiência. Se o sistema quebra as expectativas de usuários, eles sentirão insegurança. i) Abrindo novas janelas de browser Links que não se comportam como esperado dificultam a compreensão de usuários. Nielsen acredita que um link deve ser uma referência de hypertext simples, que substitua a página atual com conteúdo novo. Quando os usuários têm interesse em que o conteúdo apareça em uma página nova, podem usar o browser, executando o comando de abrir em uma nova janela. O autor observa que webdesigners utilizam a prática de abrir links em uma nova janela e conseguir manter os usuários em seu site. Mas a estratégia incapacita o botão “voltar” que é o modo normal de retornar ao conteúdo anterior. j) Não responder às perguntas dos usuários Segundo Nielsen, o pior exemplo de não responder as perguntas de usuários é evitar a divulgação do preço de produtos e serviços. Este erro é predominante em sites B2B - Business to Business -. A maioria apresenta as soluções da empresa, nas quais não é possível constatar se o produto ou o serviço atende a 100 pessoas ou 100.000 pessoas. 31 O autor argumenta que o preço é o principal requisito que os clientes utilizam para entender a natureza de um oferecimento. Não provendo isto, o site reduz a compreensão do produto ou serviço. Para Nielsen alguns sites de B2C - Business to Consumer - também cometem o mesmo erro de esquecer os preços em listas de produto, como em páginas de categoria ou resultados de procura. O preço é fundamental em ambas as situações, pois permite aos usuários diferenciarem os produtos e escolher o mais pertinente. O autor afirma que o sucesso dos sites que comparam preços entre produtos e lojas já foi constatado. O consultor de usabilidade, Steve Kruger (2006) lista cinco tarefas importantes para assegurar que os usuários vejam e compreendam ao máximo o design do site. • Criar uma hierarquia visual clara em cada página • Tirar proveito das convenções • Dividir a página em áreas claramente definidas • Deixar óbvio o que pode ser clicado • Minimizar a confusão a) Criar uma hierarquia visual clara em cada página Segundo o autor, quanto mais importante é uma informação, mais proeminente, mais destacada ela deve se encontrar. Para isso é necessário usar uma fonte maior, negrito e até outras cores. Os assuntos relacionados logicamente também devem estar relacionados visualmente, agrupando-os sob um cabeçalho, por exemplo. Tais informações 32 visualmente agrupadas devem mostrar quais fazem parte de quais, ou seja, a que seção ou categoria um determinado livro possa pertencer, deixando clara a hierarquia visual. Uma boa hierarquia visual nos economiza trabalho fazendo um tipo de préprocessamento da página para nós, organizando e priorizando seu conteúdo de uma forma que possamos captar tudo quase instantaneamente. (KRUGER, 2006, p. 16) b) Tirar proveito das convenções Para Kruger (opus cit.), cada meio de publicação, como o jornal, a TV ou o rádio, desenvolve convenções e continuam a refiná-las e a criar novas, no decorrer do tempo. O autor destaca dois itens importantes sobre convenções. - Elas são muito úteis - mas só tornam-se convenções se realmente funcionarem. Se bem usadas, facilitam a vida do usuário que sem ter muito trabalho descobrem como as coisas funcionam. - Os projetistas relutam em aproveitá-las - os principais motivos são que foram contratados para inovar e seus pares não reconhecem o melhor uso de convenções e sim o contrário. • Dividir a página em áreas claramente definidas Segundo Kruger (opus cit.), tal medida é importante pois diversos estudos sobre exames visuais de páginas web sugerem que os usuários decidem rapidamente em quais partes podem encontrar as informações úteis e, então, quase não olham mais as outras partes. 33 • Deixar óbvio o que pode ser clicado Para o autor, uma grande parte do que os usuários estão fazendo na web é procurar a próxima coisa a fazer, portanto o mais importante é tornar óbvio o que pode ser clicado ou não. Por exemplo, um botão que têm a função de executar uma pesquisa, deve se parecer com um botão, não com um link. • Minimizar a confusão Kruger (opus cit.) indica dois tipos de situações nas quais existe a confusão visual: - Muito o que fazer – quando tudo no site chama a atenção do usuário, cores vivas, muitas propagandas e muitos destaques. - Confusão de segundo plano – quando o usuário entra no site e ao passar o mouse no menu, listam-se umas vinte opções e mais três submenus. O autor relata que a maioria dos usuários tem problemas com páginas cheias de informações, com muitos submenus, pois elas tornam-se cansativas. O ideal é considerar que tudo o que se projeta é confusão visual, até que se prove o contrário. No entanto, o autor relaciona seis características para reconhecer um site com um bom sistema de navegação. São elas: Identificação do site, nome da página, seções e subseções, navegação local, indicadores “Você está aqui” e caixas de pesquisa. Kruger (opus cit.) enfatiza que tais características devem ser rapidamente e facilmente identificáveis. 34 2.3.2 Arquitetura da Informação Wurman apud Reis (2006) define a Arquitetura da Informação - AI – como a que trata da organização da informação para torná-la clara e compreensível. Ou seja, cuida de projetar a estrutura, o esqueleto de um website sobre o qual todas as demais partes irão se apoiar - textos, imagens, ícones, banco de dados, entre outros. Para Reis (2006), o profissional que trabalha com arquitetura de informação deve registrar as regras de organização da informação; aplicar estas regras nos conteúdos; gerar mapas de navegação; esquemas das páginas, isto é, o esqueleto com a forma de apresentação e o vocabulário controlado, ou seja, quais as palavras utilizadas, como por exemplo, busca ou procura em um link. Já Rosenfeld (2006) define AI como a arte e a ciência de estruturar, organizar e classificar a informação para ajudar as pessoas a encontrar e gerenciar a informação2. Figura 1: Características de equilíbrio e necessidades de usuários, conteúdo e contexto Fonte: http://louisrosenfeld.com/presentations/ 2 Tradução do autor deste trabalho 35 O autor esclarece o que pode vir a compor cada uma destas características que formam o equilíbrio da AI: • Users – usuários – audiências, metas, tarefas, necessidade da informação precisa, experiência, comportamento e vocabulários. • Content – conteúdo – documento e tipos de objetos, metadados, volume, o site em si, estrutura e relações. • Context – contexto – metas empresariais, política, cultura, tecnologia e recursos humanos. A teoria de Rosenfeld e Morville apud Reis (2006) divide a arquitetura da informação de um site em quatro grandes sistemas, cada um composto por regras e aplicações. Juntos, reúnem todos os elementos de interação do usuário com a informação apresentada pelo site. • Sistema de Organização - Organization System -: define a classificação de todo o conteúdo. • Sistema de Rotulação - Labeling System -: estabelece as formas de representação, de apresentação da informação, definindo rótulos para cada elemento informativo. • Sistema de Navegação - Navegation System -: especifica as maneiras de navegar, de se mover pelo espaço informacional e hipertextual. 36 • Sistema de Busca - Search System -: determina as perguntas que o usuário pode fazer e o conjunto de respostas que irá obter. Na prática, esses quatro sistemas estão tão conectados que as regras de qualquer um sempre afetam os demais. Figura 2: Exemplo de site com os componentes arquitetônicos identificados por Rosenfeld e Morville Garrett (2004) propõe um vocabulário visual, um conjunto de símbolos usado para descrever um sistema, uma estrutura ou um processo. Tal conjunto formaria um diagrama que seria utilizado como um documento de referência para o 37 desenvolvimento de outros documentos mais detalhados e específicos às necessidades de cada público, ou seja, um vocabulário visual para a arquitetura de informação. Figura 3: Vocabulário visual: A página e o documento (esquerda). A pilha de páginas e a pilha de documentos (direita) Conforme Garret (opus cit.), as informações geradas por estes diagramas são utilizadas por cinco públicos primários: • Gerentes e Patrocinadores de Projeto: utilizam os diagramas para obter um sentido geral do escopo e da forma do projeto. • Geradores de Conteúdo: usam os diagramas para direcionar os requerimentos de conteúdo. • Designers Visuais e de Interface: empregam os diagramas para contar quantos layouts de página únicos devem ser produzidos e, assim, ter uma noção inicial da navegação e dos requerimentos para interface destes layouts. • Tecnólogos: aplicam os diagramas para derivar requerimentos funcionais • Arquitetos de Informação e Designers de Interação: fazem uso dos diagramas para desenvolver uma navegação detalhada e para requerimentos de interface para cada página. 38 Baseando-se nessa classificação, Garret (2004) afirma que cada um destes públicos, com exceção dos patrocinadores, precisaria de grande detalhamento para realizar seus trabalhos. O problema é que os detalhes para cada público diferem e a maioria destes detalhes é irrelevante para as necessidades de outros públicos. Sendo assim, Garret também propôs diagramas visuais para desenvolver o design de interação. Tais diagramas devem servir e contemplar os trabalhos dos públicos descritos anteriormente. Abaixo, um exemplo do diagrama utilizando a arquitetura da informação e o design de interação. Figura 4: Exemplo de uso de um ponto de decisão numa seqüência de login Quando uma ação do usuário pode gerar apenas um entre alguns resultados, o sistema precisa tomar uma decisão sobre o que será apresentado. Garret estabelece diretrizes para o uso destes elementos e denomina tal ação como ponto de decisão, representado por um losango. A figura a seguir apresenta um diagrama visual da arquitetura de informação e do design de interação elaborados para o site MetaFilter http://www.metafilter.com - , somente para o login inicial de acesso. 39 Figura 5: Arquitetura da informação e design da interação. Login de acesso A biblioteca de formas para elaboração de diagramas visuais de arquitetura da informação e de design da interação proposto por Garret está contemplada no anexo 4. Krug (2006) trata a navegação na web como uma visita a uma loja de departamentos para adquirir um determinado produto, mas considera as seguintes excentricidades sobre os sites: • Não há senso de escala: não é possível apurar quantas páginas possui um site, portanto é difícil saber quando parar de procurar. • Nenhum senso de direção: não há esquerda ou direita, para cima ou para baixo. • Nenhum senso de localização: a navegação é feita através dos links, e o que se guarda é uma hierarquia conceitual de como chegar a determinado lugar. 40 Para Krug (opus cit.), a navegação não é apenas uma característica do site. Ela é o próprio site, da mesma forma que o prédio, as prateleiras e as caixas registradoras formam uma loja. Figura 6: O sistema de navegação de uma loja (p. 30) Tal ilustração apresenta tanto informações da arquitetura de informação como também informações sobre design de interação. 41 2.3.3 Testes de usabilidade dos sites Atualmente, é comum a realização de testes de usabilidade nos projetos de sites. São testes nos quais o projetista interage com o usuário no sentido de melhorar o modo como as pessoas podem relacionar-se com os recursos disponíveis na interface construída. Compreendem-se como recursos a cor do link, tamanho e estilo de fonte, disposição de menus e imagens ilustrativas, entre outros. Primeiramente, é necessária a definição da palavra usabilidade no contexto da internet. Usabilidade é um atributo de qualidade que avalia a facilidade de uso das interfaces projetadas para os usuários. A palavra "usabilidade" também recorre a métodos para melhoria da facilidade de uso durante o processo de design. (NIELSEN, 2006) Para Krug (opus cit.), existem muitos atributos de qualidade importantes, mas os principais que compõem a usabilidade são: • Capacidade de leitura: diz respeito à facilidade dos usuários em realizar tarefas básicas, na primeira vez que se deparam com o design. • Eficiência: uma vez que os usuários conhecem o design, verificam a rapidez com que conseguem executar as tarefas. • Capacidade de lembrança: quando os usuários voltam ao design, depois de um período, analisam com que facilidade podem executar as tarefas e restabelecer a proficiência. 42 • Erros: apontam quantos erros os usuários realizam, qual a gravidade destes erros e como podem se recuperar destes enganos e retornar ao caminho certo. • Satisfação: evidenciam o quanto é agradável usar aquele design. Para Krug, a usabilidade significa: Assegurar-se de que algo funcione bem: que uma pessoa com habilidade e experiência comuns (ou até menos) possa usar algo – seja um website, um caça a jato ou uma porta giratória – para seu propósito desejado sem ficar frustrada com isso. (KRUG, 2006, p. XIV) Com anos de experiência na área, o autor relaciona as cinco melhores desculpas plausíveis para não testar websites. Entre elas estão a falta de tempo, a escassez de dinheiro, não conhecer especialistas para realizar os testes, não ter um laboratório para realizar os testes e não saber interpretar os resultados dos testes. Baseando-se nestas desculpas ele criou um simples teste de usabilidade, que funciona conforme a ilustração abaixo: Figura 7: Teste de usabilidade proposto por Krug (p. 92). 43 Para Krug, é importante testar no mínimo três a quatro usuários, fazendo mais rodadas de testes. Destaca a importância de se realizar tantos testes quantos forem necessários até se chegar à conclusão de que o site está robusto. Após cada rodada de testes, o autor determina que seja feita uma triagem, examinando os problemas que as pessoas identificaram e a resolução destes problemas, descobrindo a melhor forma de consertá-los. 2.3.4 Os gerenciadores de conteúdo Suh et al (2003) esclarecem que a administração de conteúdo aplica a tecnologia para automatizar as tarefas mais tediosas que exigem esforço manual. A administração de conteúdo também define um sistema para manter o site projetado separadamente dos códigos para o servidor web e do conteúdo criado por seus autores. Da mesma forma, provê os meios e a oportunidade para fazer o site ser utilizável, atraente, localizável, acessível, rápido e atualizado. Em geral, os autores sintetizam o uso do CMS para realização de três tarefas principais: • Administrar recursos: organizar unidades de conteúdos • Transformar: apresentar o conteúdo • Publicar: entregar o conteúdo para o público Para eles, a ligação entre os processos humanos de produção e a infraestrutura técnica de administração de conteúdo é conhecida como workflow. 44 Workflow é uma série de tarefas pré-definidas que facilitam a progressão de recursos de conteúdo pelos recursos de administração, transformação, e atividades de publicação. (SUH et al, 2003) Millarch (2006) esclarece melhor o conceito de workflow, ou fluxo de tarefas, que permite que conteúdos sejam adicionados ao sistema, porém ainda não disponíveis aos usuários finais, até a aprovação final de um editor–chefe. O autor ainda faz uma relação das vantagens que um sistema de gerenciamento de conteúdo pode apresentar: • Estruturação do processo de autoria, no qual todos podem contribuir, cada um na sua área de atuação e conhecimento • Diminuição do tempo necessário para a criação de novas páginas e atualizações das já publicadas • Harmonia estética com o resto do site e demais conteúdos • Melhor estruturação da navegação, mantendo a coerência com o projeto inicial de arquitetura da informação • Maior flexibilidade, para acrescentar ou editar conteúdos de forma descentralizada e em qualquer lugar, dia ou noite, dentro ou não do escritório • Permissão granular de acesso às informações publicadas • Maior segurança • Gerenciamento de versão dos conteúdos • Escalabilidade • Diminuição dos custos de manutenção 45 Além destas vantagens, ...um CMS permite que a empresa tenha total autonomia sobre o conteúdo e evolução da sua presença na internet e dispense a assistência de terceiros ou empresas especializadas para manutenções de rotina. Nem mesmo é preciso um funcionário dedicado (o famoso webmaster), pois cada membro da equipe poderá gerenciar o seu próprio conteúdo, diluindo os custos com recursos humanos. (Millarch, 2006) Consultas a biblioteca virtual Wikipedia - http://www.wikipedia.org -, identificam que inicialmente foram desenvolvidos alguns sistemas de administração de conteúdos internos para organizações que necessitavam enviar muita informação para seus funcionários, via rede interna, a intranet. A Wikipedia aponta que em 1995, a CNET Networks, Inc., organização americana de mídia digital, contratou uma empresa para desenvolvimento de sistemas internos, chamada Vignette. A companhia começou oferecendo um software que funcionava como um sistema de administração de notícias, com base para a web. Este sistema permitia a criação de documentos e modelos para apresentação do conteúdo, atualmente conhecidos como templates. Ainda, conforme a Wikipedia, em 1998, a Pencom Web Works, uma empresa de consultoria para projetos de internet, introduziu o Metaphoria Data Transformer Server, contratando desenvolvedores da plataforma Java para desenvolver aplicações que seriam alimentadas com conteúdo e distribuídas em canais diferentes. O produto não teve sucesso, mas os conceitos introduzidos por esse aplicativo abriram o caminho para a maioria dos modernos sistemas de gerenciadores de conteúdo. Na Wikipedia, o termo CMS, originalmente, era tratado como sistema de planejamento de sites para a web ou sistema de administração de sites da web. Porém, atualmente, o termo é usado para designar uma grande variedade de 46 sistemas diferentes, incluindo sistemas de portais; sistema de galerias de imagens; sistemas de wiki, um portal colaborativo; e mais recentemente groupware, um sistema de gerenciamento de projetos e serviços. Segundo a Wikipedia, dentre os diversos CMS no formato de software livre destaca-se o Joomla!. Este CMS é o resultado da separação entre a equipe de desenvolvedores do Mambo 4.5.2 e a empresa Miro, detentora dos direitos autorais sobre o Mambo, outro CMS open source. A separação ocorreu porque a empresa Miro transferiu o controle do Mambo para uma fundação, a Mambo Foundation na qual os desenvolvedores teriam apenas uma participação passiva e pouco representativa. Os desenvolvedores preocupados com a integridade do projeto e com o futuro dos utilizadores não aceitaram as condições e criaram o Joomla 1.0, a partir do código-fonte do Mambo 4.5.2. 47 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Após a revisão de literatura sobre construção de sites e gerenciadores de conteúdo, observa-se que a teoria pode ser implementada nos sites da ASC. A partir dessa premissa, este capítulo descreve os procedimentos metodológicos adotados para realizar a pesquisa acadêmica. Para Demo (1997) a metodologia deve ser uma preocupação fundamental, haja vista que se refere às formas de se fazer ciência que tem como objetivo tratar a realidade de forma prática e teórica. Tal objetivo é alcançado por meio da adoção de procedimentos e ferramentas que apontam os caminhos a serem percorridos. 3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA Por se tratar de um estudo de caso qualitativo, para alcançar os resultados pretendidos, a análise da assessoria a ser estudada deve ser apresentada de forma direta, mas com profundidade, com descrições detalhadas, bem como deve apresentar as dificuldades atuais. O estudo de caso envolve uma situação e retrata uma realidade de um determinado período. É um instrumento capaz de proporcionar descobertas através de procedimentos simples. Roesch apud Stake (1994) relata que o estudo de caso não é um método, mas a escolha de um objeto a ser estudado. 48 Esse objeto pode ser estudado de forma qualitativa ou quantitativa, dependendo do interesse do pesquisador e da finalidade da pesquisa a ser desenvolvida. No caso qualitativo, segundo Roesch apud Stake (1994) o propósito é entender melhor o caso particular, concentrando-se nos principais pontos a ser demonstrados e não nos casos de comparação com outros sites, pois dessa forma seria uma análise quantitativa. Seguindo essa idéia, essa pesquisa é montada de forma qualitativa, já que visa a análise de uma situação com a descoberta de seus problemas para elaborar estratégias de resolução. A situação específica é a implantação dos gerenciadores de conteúdo para administrar sites de uma assessoria de comunicação. 3.3 CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DA PESQUISA A Assessoria de Comunicação Social objetivava divulgar as informações geradas pela UEM de forma mais dinâmica. No entanto, as condições técnicas do servidor da Instituição não apresentavam possibilidades de implementar sistemas mais sofisticados para divulgação. Com a aquisição de um novo servidor pela administração da UEM, surgiu a condição para que novas ferramentas de produção de conteúdo fossem implantadas, sendo esta implantação o objetivo deste estudo. 49 3.4 DELINEAMENTO E PERSPECTIVA DA PESQUISA 3.4.1 Ferramentas de levantamento de dados Todas as informações são conseguidas por meio de dados, entretanto, nem todos os dados geram informações. Para que um dado se transforme em informação é necessária a utilização das chamadas ferramentas de levantamento de dados. Só assim, os fatos e detalhes de um determinado sistema passam a ser adequados para que decisões sejam tomadas, procedimentos possam ser determinados e conclusões sejam possíveis. Existem diversas ferramentas de levantamento de dados, mas somente será destacada as de maior importância para o desenvolvimento deste estudo. 3.4.1.1 Entrevista Entrevista é uma técnica utilizada para coletar informações necessárias à complementação de uma pesquisa. Para Marconi e Lakatos (1992, p. 70) a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. Segundo Marconi e Lakatos (1992) a entrevista pode ser: Padronizada ou estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas são predeterminadas. A entrevista se 50 realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuada, de preferência, com pessoas selecionadas de acordo com um plano. Despadronizada ou não-estruturada: o entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal. A pesquisa realizada neste estudo não utilizou a entrevista nãoestruturada, visto que: Entrevistas totalmente sem estrutura não são recomendadas. Situações em que o entrevistado fala livremente, sem interrupção ou intervenção, com freqüência resultam num acúmulo de informações difíceis de analisar, que muitas vezes não oferecem visão clara da perspectiva do entrevistado (ROESCH, 1999, p. 159). O autor deste trabalho utilizou o sistema semi-estruturado, pois no início das entrevistas alguns pontos principais foram definidos e durante as entrevistas algumas outras perguntas foram efetuadas, enriquecendo o levantamento e tornando o trabalho mais completo. 3.4.1.2 Observações in loco Observações in loco são observações no próprio local da pesquisa. Para Marconi e Lakatos (1995) a observação utiliza os sentidos na obtenção da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Essas observações devem ser feitas no local onde a situação acontece, registrando-se os dados na medida dos acontecimentos e sem preparação. Nesse tipo de observação o pesquisador tem de estar ou se deslocar até a situação analisada para coletar as informações necessárias sem passar por 51 intermediários. Essas informações, chamadas de informações primárias, são fundamentais para uma análise independente e precisa, pois não tem uma análise prévia de outras pessoas. Quando o pesquisador se utiliza de livros, referências ou de posições já emitidas sobre algum fato, ele faz uso de informações secundárias, ou seja, com uma opinião de um terceiro sobre o fato. Esta opinião pode refletir a realidade ou pode conter conceitos diferentes do que se deseja constatar. Numa observação in loco é o próprio pesquisador que fará a análise do que foi constatado para aprofundar os dados que deram origem as informações. 3.4.1.3 Questionários Para Roesch (1999), o questionário não é apenas um formulário, ou um conjunto de questões listadas sem reflexão. O questionário é um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa. Marconi e Lakatos (1992) afirmam que o questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Destaca-se também que o questionário deve ser previamente testado para não conter informações que gerem dúvidas em quem vai produzi-lo ou então que não utilize palavras ou expressões que não sejam conhecidas por quem necessita responder. Caso não seja testado previamente o questionário pode conter perguntas que não terão respostas adequadas, ou pior, que podem ser distorcidas ou entendidas de uma forma que não seja a prevista. 52 3.4.1.4 Apresentação dos dados A apresentação dos dados é feita passo-a-passo, mostrando os elementos mais importantes e indicando o que realmente a pesquisa obteve, na tentativa de descrever os processos analisados, a forma com que foram analisados, para que se possa chegar ao ponto da conclusão com uma estrutura adequada e correta. Marconi e Lakatos (opus cit.) afirmam que a análise é explicativa, demonstrando os fatores envolvidos. Não poderia ser comparativa, pois o próprio estudo de caso, conforme já demonstrado nesse Capítulo, é qualitativo, ou seja, realizado em uma única organização. Os resultados são discutidos observando-se pontos fortes e fracos e apresentados de forma escrita, visual e por figuras, sempre enumeradas e com a preocupação de tornar acessível aos leitores o entendimento integral da pesquisa. A apresentação dos resultados deve sempre levar em conta que quem deles se utiliza pode não compreender as situações por uma única forma de análise, portanto, todos os resultados devem ser apresentados de formas variadas para que se alcance um entendimento mais adequado. 3.4.1.5 Utilização de tabelas, quadros e figuras Segundo Marconi e Lakatos (1982), tabela é um método estatístico sistemático, de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais, que obedece à classificação dos objetos ou materiais da pesquisa. 53 A tabela facilita a compreensão rápida do leitor, desde que seja simples, clara e objetiva. É construída a partir de dados obtidos pelo próprio pesquisador. Uma boa tabela é capaz de apresentar idéias e relações, independente do texto de informações. Destaca-se que quanto maior ou mais complexa for a tabela, mais complicada será sua análise. Elas devem ser simples e adequadas para a compreensão. Marconi e Lakatos (opus cit.) argumentam que o quadro já é mais elaborado, pois utiliza dados obtidos de fontes secundárias. É mais utilizado para agrupamento de palavras e frases. Serve também como um indicador de tendências ou para concluir estudos direcionados e para reunir informações de grande importância. As figuras que são utilizadas nesta pesquisa são, basicamente, ilustrações, printscreen dos sites, fluxogramas e desenhos de layout dos sites. Tais ilustrações servem para que os leitores possam visualizar a totalidade dos recursos, sendo que, posteriormente, foram complementadas por explicações para enriquecer o entendimento. 54 4 DIAGNÓSTICO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 4.1 HISTÓRICO O site da Assessoria de Comunicação Social, teve seu início em agosto de 2004, a pedido da então assessora, professora Marialva Taques, que precisava implementar um novo canal de comunicação para divulgar ainda mais as atividades da Instituição à comunidade externa, principalmente aos jornais da cidade. Até então, existiam quatro meios de comunicação institucionais. A Rádio Universitária FM 106,9 (RFM), o Informativo da UEM, o Jornal da UEM e o mailing list. Internamente, era produzido o clipping de notícias, serviço que agrupa, seleciona e distribui aos interessados as notícias publicadas nos jornais. Figura 8: Site da Assessoria de Comunicação Social 55 A Rádio Universitária FM, no domínio www.rfm.uem.br, é uma emissora educativa que oferece ao ouvinte uma programação musical diferenciada e de qualidade voltada, principalmente, à MPB, às músicas instrumental e erudita, e para um jornalismo sério e dinâmico com atenção especial à UEM, à região e ao Paraná. A RFM também veicula campanhas contra as drogas, de prevenção do câncer e outras coordenadas por professores da Instituição. Figura 9: Site da Rádio Universitária O Informativo, no domínio www.informativo.uem.br, é um boletim semanal, impresso pela gráfica da UEM, com tiragem de 2.800 exemplares distribuídos às quartas-feiras. Circula com as informações gerais da UEM, como os eventos a serem realizados, as defesas de teses, os cursos de especialização, de mestrado e de doutorado, as visitas de autoridades e com os assuntos de interesse 56 da comunidade interna, ou seja, de professores, de alunos e de funcionários. Tem sua divulgação pela internet no site www.informativo.uem.br, iniciada em outubro de 2000. Como o material era disponibilizado em arquivo compactado, ou seja, em .zip e formatado no programa Microsoft Word, a leitura tornava-se um tanto trabalhosa. Figura 10: Site do Informativo UEM O Informativo também divulgava os classificados de alunos, de funcionários e de professores. O interessado em publicar deveria ser da comunidade interna e entrava em contato, via telefone, para que o seu classificado fosse publicado na edição daquela semana. Não existia nenhum sistema de controle e de registro, simplesmente o anúncio era anotado, revisado e, caso houvesse espaço, publicado naquela edição. Havia situações de o anúncio ser retirado por falta de espaço na diagramação do boletim que dava prioridade às notícias. Com isso, alguns anúncios perdiam a validade. 57 O Jornal da UEM publica matérias relacionadas aos estudos e ao desenvolvimento das pesquisas dos professores e alunos de pós-graduação da UEM. Também aborda temas históricos, culturais e do cotidiano de Maringá e da Instituição. É impresso na gráfica do jornal O Diário do Norte do Paraná, de Maringá, com tiragem de aproximadamente 25 mil exemplares que são distribuídos encartados no jornal, no último domingo de cada mês. O Jornal da UEM não possuía seu próprio site, e estava hospedado em um diretório do site da Assessoria. Figura 11: Jornal da UEM hospedado em um diretório do site da ASC O mailing list é realizado pelos jornalistas da Coordenadoria de Imprensa, órgão da Assessoria responsável pela criação das matérias jornalísticas. Até então, os jornalistas escreviam a matéria, selecionavam as fotos e enviavam a notícia por e-mail. Cada jornalista possuía um mailing list, gerenciado pelo programa Microsoft 58 Outlook Express. Se um novo e-mail fosse adicionado ao mailing list principal, havia a necessidade de se fazer atualizações em todos os outros microcomputadores, que perfazem um total de cinco. Havia situações em que cada jornalista adicionava o email em seu mailing list individualmente. Como resultado, ocorriam registros diferentes nos microcomputadores. O clipping de notícias era executado de forma extremamente trabalhosa. Os jornalistas liam os jornais, no total de sete assinaturas, e marcavam as notícias publicadas com caneta destaca-texto. Em seguida, as notícias eram recortadas e fotocopiadas por um estagiário. Depois, era necessário reler as notícias para marcar o destino, ou seja, a que departamentos ou pessoas a notícia interessava. Em seguida, as notícias recortadas eram enviadas aos interessados. Todo esse processo tomava um enorme tempo dos funcionários envolvidos. 4.2 O FUNCIONAMENTO DO SITE DA ASC Primeiramente, foram disponibilizadas todas as informações institucionais da Assessoria e seus respectivos órgãos, entre eles a Secretaria, a Coordenadoria de Imprensa, a Coordenadoria de Promoção e Relações Públicas e a Rádio Universitária FM 106,9. Logo após, foram colocados os arquivos mais solicitados para download, como logotipos e fotos da Instituição. Os arquivos diminuíram o trabalho para os jornalistas, que normalmente tinham de enviar as solicitações por e-mail, a cada novo evento que a Universidade participava. O Informativo da UEM recebeu um novo design e as edições passaram a ser publicadas no formato .html, o que facilitou a leitura. Também foi possível aplicar 59 um mecanismo de procura por palavra-chave, baseado no “GoogleBot”, o indexador de sites do Google, no domínio www.google.com. Para os classificados veiculados no Informativo, foi criado um banco de dados, utilizando PHP (Hypertext Preprocessor), uma linguagem interpretada de programação de computadores, livre e muito utilizada para gerar conteúdo dinâmico na Web e MYSQL, um sistema de gerenciamento de banco de dados que utiliza a linguagem SQL (Structured Query Language - Linguagem de Consulta Estruturada) como interface. O domínio dos classificados é www.asc.uem.br/classificados. Figura 12: Classificados do Informativo UEM Com as mudanças, todos os classificados passaram a ser anunciados, bem como separados por categorias, como carros, casas, celulares, eletroeletrônicos, entre outras. O usuário preenchia o formulário com os dados e o enviava. Existia um painel de controle no qual o anúncio era revisado e autorizado 60 para publicação. Também podiam ser alterados e excluídos, dependendo da necessidade. A Rádio Universitária FM teve seu site redesenhado com a inserção da programação semanal, da ficha técnica, do horário e do resumo dos programas apresentados. A única inovação naquele momento foi a criação de um link para que a transmissão pudesse ser feita via internet. Como cada veículo de comunicação da Assessoria possuía seu domínio, www.informativo.uem.br, www.rfm.uem.br, www.jornal.uem.br, o site central, www.asc.uem.br, foi dividido em dois frames, ou seja, duas divisões de páginas e também foi implementado um menu na linguagem javascript. Desta maneira, o visitante poderia acessar os outros domínios sem perder as características do site principal. 4.3 PROBLEMAS COM O SERVIDOR Mas o problema central era disponibilizar as notícias para que jornalistas de vários veículos de comunicação pudessem acessar e consultar. Além das notícias, era preciso disponibilizar também as respectivas fotos. E cada jornalista da Assessoria deveria ter acesso e autonomia para publicar as notícias. Após muitas pesquisas, decidiu-se pela utilização de um Content Management System (CMS), ou seja, um sistema de gerenciamento de conteúdo. No entanto, os recursos tecnológicos disponíveis no servidor da UEM não permitiam a instalação de um CMS bem estruturado, com acesso a banco de dados. Nesta época, o servidor utilizava o PHP na versão 4.10 e o banco de dados MySQL na versão 3.23. A solução encontrada foi utilizar um sistema de gerenciador de 61 conteúdo mais simples e compacto, pois os mais avançados necessitavam de mais tecnologia. Decidiu-se utilizar o CuteNews, versão 1.31. Há que se afirmar que não se tratava de um CMS, mas sim de um gerenciador de notícias com armazenamento em um único arquivo-fonte de documentação. Ou seja, tudo o que fosse planejado e executado com ele, mesmo em diferentes categorias, era gravado em um único arquivo chamado news.txt. Figura 13: Gerenciamento de notícias do Cutenews, com privilégios de administrador O primeiro teste deste gerenciador foi utilizado para otimizar o processo do clipping de notícias, a pedido da então assessora, professora Marialva Taques. Tal serviço não tinha mais condições de ser realizado, pois envolvia vários funcionários, tempo e despesas com fotocópias e material de escritório. O sistema foi instalado no endereço http://www.asc.uem.br/clipping/. 62 Foi designado um funcionário para realizar este serviço. Entretanto, o clipping só era produzido com os jornais que possuíam site. O trabalho era o de garimpar as noticias nos jornais da cidade e do Estado e posteriormente publicá-las com o sistema escolhido. O uso deste sistema foi uma evolução para a Assessoria. O trabalho que antes envolvia muitos funcionários, muito tempo e material, foi reduzido para quatro a seis horas diárias de trabalho de apenas um funcionário. A princípio, o problema estava resolvido. Este sistema de instalação via FTP (File Transfer Protocol), ou Protocolo de Transferência de Arquivos e via navegador Web possuía sistema de publicação, busca por palavras-chave, divisão por categorias, painel de controle, registro e autenticação de usuários. Utilizava CSS (Cascading Style Sheets), um modelo de estilo que serve para definir a apresentação de documentos em uma linguagem de formatação, como o HTML. Era possível modificar todo o estilo da página, alterando a configuração de apenas um arquivo. Também possuía um sistema de criação de templates ou modelos. Criava-se um novo modelo com configurações diferentes, por exemplo, poderia existir um modelo para a categoria Notícias e um outro para a categoria Eventos, com cores, tamanhos e fontes diferentes. Havia a figura do administrador, do editor e dos jornalistas. O jornalista acessava somente a sua área de publicação. O editor tinha privilégios e acessava todas as notícias publicadas por todos os jornalistas. E o administrador, o sistema integral. O sistema foi instalado no endereço www.asc.uem.br/cutenews/. Como inovação tecnológica, o sistema utilizava a instrução da linguagem PHP chamada include( ), que tem a propriedade de incluir e de avaliar o arquivo informado. Ou seja, as notícias podiam ser publicadas em qualquer lugar do site da 63 Assessoria simplesmente utilizando-se o seguinte código inserido no corpo do documento .html: include("path/to/show_news.php"); isto é, inclua(“caminho/para/mostrar_notícias.php”); Com isto, as notícias produzidas pelos jornalistas poderiam ser publicadas não só no site da Assessoria, como também no site da Universidade Estadual de Maringá – UEM, no domínio www.uem.br, caso fosse necessário. Este sistema foi viável até alcançar o tamanho de 7Mb no arquivo principal, chamdo news.txt. Atingindo este tamanho, para visualizar as últimas dez notícias publicadas, o servidor precisava abrir o arquivo inteiro, ou seja, deveria processar aproximadamente 7Mb. Sem contar as consultas que estavam sendo feitas por outros usuários, que também exigiam a abertura do mesmo arquivo. Como resultado, quando o arquivo atingiu o tamanho de 8Mb, o servidor não conseguia mais executar. Não tinha condições técnicas para isso. Somente com um novo servidor poderia ser possível a sua continuidade. O que surgiu como solução, tornou-se uma dificuldade depois de dois anos de notícias on-line. A aplicação não mais alcançava o resultado que a Assessoria necessitava. Tornava-se imperativo uma outra solução para o problema. Em agosto de 2006, o novo servidor de páginas Web já estava funcionando e todas as páginas da Assessoria foram transferidas. O sistema antigo poderia trabalhar por mais alguns meses, mas foi necessária a transferência de 50% dos dados do arquivo principal, o news.txt, pois o mesmo continha as notícias publicadas e também o clipping de notícias. O sistema foi instalado em um subdiretório para receber, separadamente, as notícias e o clipping. Feitas a separação e a transferência, o sistema foi 64 normalizado, mas era esperado que assim que o arquivo atingisse o tamanho de 8Mb, os problemas recomeçariam. As pesquisas e estudos continuavam, pois a capacidade e as restrições deste sistema eram conhecidas e a cada mês surgiam outros aplicativos que poderiam substituir esta ferramenta. Com a implantação do novo servidor de páginas web, com novas tecnologias e recursos de processamento, sugeriu-se à Assessoria a migração total dos dados, ou seja, a transferência de todas as páginas da assessoria, para um sistema gerenciador de conteúdo. Foi apresentado o CMS Joomla!, um sistema atual e dinâmico de gerenciamento de conteúdo e a sua implantação é objeto de estudo desta monografia. 65 5 APLICAÇÃO DO CMS NOS SITES DA ASC 5.1 A INSTALAÇÃO PADRÃO DO CMS JOOMLA O processo de instalação do CMS Joomla! é o mesmo em todos os sites. Será apresentado a primeira instalação realizada. O que diferencia os sites é a distribuição do conteúdo, o design e a configuração realizada. A instalação consiste nos seguintes passos: 1. Download do CMS. Isto pode ser feito acessando o site www.joomla.org e clicando no link download. A página será redirecionada para o site http://forge.joomla.org. Neste site estão anteriores disponíveis do as sistema, versões algumas correções e atualizações, bem como a última versão denominada stable. Após o download é necessário descompactar o arquivo. Figura 14: Download do CMS 66 2. Transferir os arquivos via FTP (File Transfer Protocol). Deve-se enviar os arquivos para o servidor de hospedagem de sites. Normalmente é utilizado um programa para transferência de arquivo específico, via FTP. Foi utilizado o Figura 15: Transferindo arquivos via FTP CuteFTP, versão 4, freeware. 3. Acessar o diretório da instalação. Transferidos todos os arquivos, deve-se acessar a instalação do CMS, digitando o endereço no navegador web o domínio e a pasta onde os arquivos foram enviados. Por exemplo, www.asc.uem.br/cms. O CMS fará uma pré-checagem dos recursos necessários para sua instalação. A permissão de leitura e escrita de diretórios e arquivos é o próximo passo para continuar a instalação. Figura 16: Diretório da instalação 67 4. Alterar as permissões dos arquivos. Para alterar as permissões de leitura e escrita dos arquivos devese novamente utilizar o programa CuteFtp. Quando todos os arquivos estiverem alterados a pré-checagem irá Figura 17: Alterando as permissões dos arquivos identificá-los com a cor verde. 5. A GPL – General Public License Normalmente o software livre é distribuído sob uma licença como a Licença Pública Geral - GPL e segue um conceito conhecido como Copyleft, que se baseia na propagação dos Figura 18: A GPL – General Public License direitos. 6. Configurar o banco de dados Estas informações devem ser fornecidas pelo webmaster da Instituição. É necessário o preenchimento do nome, usuário e a senha relativos ao banco de dados. Figura 19: Configurando o banco de dados 68 7. Definir o nome do site A confirmação de sucesso do passo anterior é o preenchimento do nome do site. Esta informação poderá ser alterada, se necessário, acessandose o painel de controle. Figura 20: Definindo o nome do site 8. Definir a senha de administrador É necessária a definição da senha do administrador e o registro do e-mail. O site pode, se configurado, enviar e-mail para o administrador, a cada notícia publicada. Figura 21: Definindo a senha de administrador 9. Remover o diretório de instalação Quando a instalação for finalizada, é necessária a remoção do diretório instalattion, por questões de segurança. Novamente software CuteFtp. utiliza-se o Figura 22: Aviso para remonver o diretório de instalação 69 Figura 23: Template padrão do CMS Joomla. Após remover o diretório de instalação, o site padrão do CMS Joomla é apresentado. Este é o template padrão instalado. O anexo 2 mostra a tela de login para adminstradores ou participantes do site. O anexo 3 mostra o painel de controle, logo após o login. A partir desse ponto, é necessária a configuração do site. Para tanto, é necessário conhecer os recursos, componentes e plugins do Joomla! e como eles podem ser instalados. 70 5.2 A CONFIGURAÇÃO DO CMS JOOMLA Primeiramente é necessário entender que o funcionamento do CMS Joomla é baseado em componentes, módulos e mambots, ou seja, plugins. Toda a configuração de apresentação de conteúdo é baseada nestes três itens. Também é indispensável lembrar que existem duas condições, o frontend e o backend. O Frontend é a página principal e o Backend é a administrativa do site, que é acessada por um endereço especial. Estes três itens encontram-se no backend e só podem ser acessados, num primeiro momento, pelo administrador do site. Os componentes são as aplicações responsáveis por mostrar os conteúdos. São as aplicações efetivas, como por exemplo, uma galeria de fotos, um fórum, etc. Os módulos são pequenos blocos de códigos que podem ser colocados em qualquer lugar do template e não dependem de nenhuma ação do usuário para serem mostrados. Os mambots ou plugins, são trecho de código que é disparado quando algum conteúdo for carregado pelo CMS. Na realidade, dependendo da ferramenta a ser escolhida, como por exemplo um editor de textos que pode necessitar da instalação de componentes e plugins, ou seja, depende dos recursos que serão utilizados. Mas o início da configuração de um site gerenciado com o Joomla começa com os módulos. Eles distribuem o conteúdo no site. Qualquer módulo pode ser visualizado em qualquer posição, mas nem todos se encaixam perfeitamente. É necessário bom senso para configurar as posições e os módulos. 71 Não se pode configurar o módulo banner para ser apresentado na posição left. A seguir, um template com as posições definidas para os módulos dispararem o conteúdo. Figura 24: Posições dos módulos em um template Cada site da Assessoria de Comunicação Social recebeu uma instalação do Joomla, num diretório comum chamado CMS. Após a instalação, o próximo passo é a configuração dos módulos. Os módulos podem ser configurados acessando-se o painel de controle, recurso disponível somente para o administrador do sistema. As alterações feitas são apresentadas instantaneamente na página principal e nas outras. Conforme a figura na próxima página, alguns módulos estão publicados e outros não. 72 Figura 25: O gerenciador de módulos apresenta o status, as posições e as páginas Com um simples clique pode-se publicar outros módulos, bem como restringir o acesso caso necessário. Na figura acima, o User Menu só pode ser acessado por usuários registrados. Um dos principais recursos para a publicação de conteúdo do CMS é a possibilidade de utilizar um editor WYSIWYG - What You See Is What You Get, - O que você vê é o que você tem. Estes editores permitem que um documento, enquanto manipulado na tela, tenha a mesma aparência na sua publicação final. Este tipo de editor enriquece a publicação de conteúdo, pois permite ao usuário destacar palavras com negrito, itálico, sublinhado, bem como inserir tabelas, links, imagens e arquivos em pdf. Dentre os vários editores disponíveis para instalação no sistema, foi escolhido o WysiwygPro por oferecer um bom gerenciador de arquivos e melhor comportamento nos navegadores Internet Explorer e Firefox. 73 Figura 26: Editor WysiwygPro integrado ao CMS Joomla Este editor é encontrado no site www.wysiwygpro.com e pode ser adquirido através de registro e donwload. Outros editores para o Joomla podem ser encontrados no endereço http://extensions.joomla.org. O próximo passo é a definição do template a ser usado. Existem vários sites que distribuem templates gratuitamente e alguns que os comercializam. Nada impede que o template gratuito possa ser modificado. Para os sites do Jornal da UEM e Informativo da UEM foi escolhido o mesmo template. Tal escolha foi motivada para mostrar a facilidade de padronização dos sites com o uso do CMS. O site do Jornal da UEM recebeu o template seriousblue, o qual foi adquirido por meio de registro e download no site http://www.funky-visions.de/cms/. Após algumas alterações foi apresentado o frontend do novo site do Jornal da UEM. 74 Figura 27: Novo site do Jornal da UEM utilizando o CMS Joomla Figura 28: Novo site do Informativo UEM, que ainda não está on-line. 75 O site do Informativo UEM recebeu o mesmo template, mas ainda não está no ar devido às modificações que estão sendo feitas na versão impressa. O site da Assessoria de Comunicação Social recebeu um template diferente dos demais. A proposta do novo site pode ser visualizada no endereço www.asc.uem.br/cms. Figura 29: Proposta do novo site da Assessoria de Comunicação Social Neste template foram implementadas algumas orientações dos autores da revisão bibliográfica, principalmente Rosenfeld e Morville, Krug e Nielsen. Rosenfeld e Morville dividem a arquitetura de informação de um site em quatro grandes sistemas: organização, rotulação, navegação e pesquisa. 76 Para Krug, os sites com um bom sistema de navegação devem indicar seis principais características. Identificação do site, nome da página, seções e subseções, navegação local, indicadores “Você está aqui” e caixa de pesquisa. Já Nielsen, de uma maneira geral, enfatiza que o site deve oferecer ao usuário ferramentas para que ele possa controlar sua navegação e criar independência na sua utilização. 5.3 OS TESTES DE USABILIDADE Os testes de usabilidade foram realizados segundo as informações obtidas com a teoria de Krug, a qual orienta que deve-se realizar rodadas de testes com menos usuários para obter-se resultados mais concretos, ou seja, testando muitos usuários num primeiro teste, provavelmente, eles vão indicar os mesmos erros. Os testes foram realizados em um computador na sala da Coordenadoria de Promoção e Relações Públicas, onde foi instalado o programa Camtasia 4 Studio, um software que produz vídeos tutoriais com o conteúdo apresentado no desktop, ou seja, grava o som, o movimento do mouse, das teclas e das janelas. O anexo 5 apresenta o questionário-entrevista elaborado para ser aplicado nos testes realizados somente no site da ASC. Foram entrevistados apenas três jornalistas, porém, foram realizadas duas rodadas de testes. Após a aplicação dos testes pôde-se assistir aos vídeos dos entrevistados e identificar o nível de experiência no uso do site, as dificuldades encontradas na navegação, bem como as sugestões apresentadas e os aspectos a serem consertados no site na primeira rodada de testes. 77 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS TESTES (PRIMEIRA RODADA) Dificuldades de navegação Principais erros encontrados no site Usuário 1 (F) • Dificuldade de usar a caixa de busca • Problemas em relação às cores • Ausência de menu na lateral esquerda • Problemas com a apresentação das informações Usuário 2 (P) Usuário 3 (R) • Dificuldade de usar a caixa de busca Nenhuma • Problemas com a apresentação das informações • Ausência de menu na lateral esquerda • Problemas com a apresentação das informações • Problemas no design Experiência de usuário Apresentação de sugestões Figura 30: Análise e avaliação dos testes realizados Os erros, as dificuldades encontradas e as sugestões apresentadas na segunda rodada ainda não foram providenciados devido a exigüidade do tempo. Esta tarefa será realizada antes do lançamento do site. 78 6 CONCLUSÃO Neste capítulo são apresentadas as conclusões do presente trabalho. Para melhor compreensão, o capítulo foi dividido em duas partes. Na primeira, são expostas as principais conclusões quanto aos objetivos pretendidos; na segunda, as contribuições e sugestões para futuras pesquisas. 6.1 QUANTO AOS OBJETIVOS O trabalho teve como objetivo geral utilizar sistemas de gerenciamento de conteúdo para divulgar e armazenar as informações produzidas pelas coordenadorias da Assessoria de Comunicação Social da Universidade Estadual de Maringá. Foi investigada a capacidade do servidor da UEM em oferecer recursos e tecnologia para a instalação dos sistemas. Cabe ressaltar que o servidor não oferece todos os recursos necessários, não seguindo orientações sobre a configuração da linguagem PHP. A ferramenta estudada foi o CMS Joomla, a qual apresentou-se flexível e customizável, sendo capaz de publicar, gerenciar e arquivar as informações produzidas. Com a instalação de um editor web, também foi inovada a forma de publicação das notícias a serem acessadas, tornando-as mais agradáveis para a leitura. Dentro das diversas vantagens já relacionadas, destacam-se os recursos que proporcionam interação e controle do usuário. Outras vantagens importantes a serem relatadas são: 79 • Código aberto (Licença GPL) • Sistema simples de fluxo de aprovação • Arquivamento para conteúdo não utilizados (Lixeira) • Gerenciamento de banners • Sistema de publicação para o conteúdo • Sumário de conteúdo no formato RSS • Busca otimizada (qualquer palavra registrada) • Frontend já traduzido em várias línguas • Fácil instalação para novos templates, módulos e componentes • Hierarquia para grupos de usuários • Estatísticas básicas de visitantes • Editor de conteúdo WYSIWYG • Sistema de enquete simples Com o CMS Joomla também é possível utilizar algumas funcionalidades já desenvolvidas pela comunidade e disponíveis para uso: • Sistema de envio de newsletter (com cadastro e sistema de envio pela própria ferramenta de administração) • Calendário de eventos • Catálogo de produtos • Álbum de fotos • Fórum • Blog • Sistema de notícias e artigos 80 • Enquete com resultados em tempo real • Gerenciador eletrônico de documentos • Para qualquer página de conteúdo existe a possibilidade de imprimir, salvar a página em PDF e indicar a página Na análise dos testes de usabilidade, foi possível identificar algumas dificuldades no uso do site e o nível de experiência de cada usuário. Pode-se afirmar que a realização de testes é tarefa vital no desenvolvimento de um site. 6.2 QUANTO ÀS FUTURAS CONTRIBUIÇÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS Espera-se que o presente estudo tenha contribuído para uma melhor forma de divulgação e arquivo das informações produzidas pela Assessoria de Comunicação Social da Universidade Estadual de Maringá. Recomenda-se um estudo de viabilidade para utilização do CMS Joomla para o desenvolvimento de sites de demais órgãos da Instituição. Tal sugestão baseia-se no fato de a Instituição não manter um setor específico para a produção e suporte de websites. Diante disso, acredita-se que uma análise mais aprofundada desse tema poderia contribuir para melhores resultados na gestão de sites e de informações produzidas pelos profissionais da Instituição. 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUNER, Rick E., HARDEN, Leland e HEYMAN, Bob. MARKETING ON-LINE: Estratégias, melhores práticas e estudos de casos. 1. ed. Tradução de Bazán Tecnologia e Lingüística. São Paulo: Futura, 2001. DEMO, Pedro. Introdução à Metodologia da Ciência. São Paulo: Atlas, 1997. GARRETT, Jesse James. A VISUAL VOCABULARY FOR DESCRIBING INFO ARCHITECTURE AND INTERACTION DESIGN. Disponível em: http://iainstitute.org/pt/translations/000332.html. Acesso em 8 out. 2006. KRUG, Steve. NÃO ME FAÇA PENSAR. Uma abordagem de bom senso à usabilidade na Web. Rio de Janeiro: Alta Books, 2006. LOPES, Sônia Maria Rodrigues. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DOS EGRESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DA FAFIMAN. Monografia apresentada ao curso de Administração de Empresas da Fafiman com requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Administração. Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari. Mandaguari. 2005. LAKATOS. Eva Maria. & MARCONI. Marina de Andrade. METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO. São Paulo: Atlas, 1992. 82 MILLARCH, Francisco. O QUE É CMS E PORQUE VOCÊ PRECISA DE UM. Disponível em: < http://webinsider.uol.com.br/index.php/2005/06/08/o-que-e-cms-e-porquevoce-precisa-de-um/>. Acesso em: 30 ago. 2006. NIELSEN, JAKOB, TOP TEN MISTAKES IN WEB DESIGN. Disponível em: <http://www.useit.com/alertbox/9605.html>. Acesso em 25 ago. 2006. _______________, USABILITY 101: INTRODUCTION TO USABILITY. Disponível em: <http://www.useit.com/alertbox/20030825.html>. Acesso em: 7 jan. 2007. REIS, Guilhermo. O QUE É ARQUITETURA DE INFORMAÇÃO EM WEBSITES. Disponível em: <http://webinsider.uol.com.br/index.php/2006/04/15/o-que-e-arquitetura-deinformacao-em-websites/>. Acesso em: 22 jul. 2006. ROCHA, Heloisa Vieira da e BARANAUSKAS, Maria Cecília Calani. DESIGN E AVALIAÇÃO DE INTERFACES HUMANO-COMPUTADOR. 1. ed. Campinas, SP: Nied/Unicamp, 2003. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. PROJETO DE ESTÁGIO E DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2005. ROSENFELD, Louis , ENTERPRISE INFORMATION ARCHITECTURE SEMINAR. Disponível em: <http://louisrosenfeld.com/presentations/>. Acesso em 19 set. 2006. 83 ROSENFELD, L. & MORVILLE, P. INFORMATION ARCHITECTURE FOR THE WORD WIDE WEB. 2ª ed. Sebastopol: O’Reilly, 2002. SANTAELLA, Lúcia. NAVEGAR NO CIBERESPAÇO: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004. SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <http:// http://pt.wikipedia.org/wiki/Cms>. Acesso em 3 jan. 2007. SOFTWARE LIVRE. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre >. Acesso em: 10 jan. 2007. SUH, Phil, ADDEY, Dave, THIEMECKE, David e ELLIS, James. CONTENT MANAGEMENT SYSTEMS. 2. ed. New York: Glasshaus, 2003. 84 ANEXOS 85 ANEXO 2 Figura 31: Tela de entrada do painel de controle do CMS Joomla. 86 ANEXO 3 Figura 32: Painel de controle do CMS Joomla. 87 ANEXO 4 Figura 33: Biblioteca com as formas para elaborar diagramas de arquitetura da informação e design da interação. 88 ANEXO 5 TESTE DE USABILIDADE ORIENTAÇÕES (ENTREVISTADO) ESTE TESTE TEM COMO OBJETIVO VERIFICAR A USABILIDADE DE UM SITE PARA QUE SE POSSA CORRIGIR POSSÍVEIS DISTORÇÕES. ESTÁ SENDO TESTADO O SITE, NÃO O USUÁRIO. NÃO SE PREOCUPE COM OS ERROS. SOLICITA-SE QUE AO REALIZAR AS AÇÕES, “PENSE EM VOZ ALTA”. FAÇA TODAS AS PERGUNTAS QUE JULGAR NECESSÁRIAS. NÃO SERÁ POSSÍVEL RESPONDÊ-LAS IMEDIATAMENTE. POR FAVOR, AGUARDE AS RESPOSTAS. NO MOMENTO, O INTERESSE É VERIFICAR O COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS. QUESTIONÁRIO 1. QUAL SUA PROFISSÃO? 2. QUANTAS HORAS POR DIA USA A INTERNET? DESENVOLVIMENTO (ENTREVISTADOR) (MOSTRAR O SITE) ENTREVISTADOR PEDE PARA: INDICAR O QUE AGRADA NO SITE NUM PRIMEIRO MOMENTO LOCALIZAR UMA NOTÍCIA SOBRE QUALQUER ASSUNTO IDENTIFICAR ALGUNS ITENS DE NAVEGAÇÃO: NOME DA PÁGINA, SEÇÕES, NAVEGAÇÃO LOCAL, INDICADORES DE LOCALIZAÇÃO E PESQUISA NO SITE CONSIDERAÇÕES PESSOAIS