Edição 226

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Edição 226
Edição 226 - 19 de maio 2016
“Ônibus, acima de tudo, o veículo do futuro e da mobilidade”
www.revistaautobus.com.br
Integração entre modais de transporte
Ampliar e qualificar a rede de transporte urbano é um grande desafio para as
cidades brasileiras. Como forma de beneficiar toda a população, a combinação
entre os modais de transporte é uma solução que pode trazer rapidez, ampliar a
oferta de serviços e melhorar a mobilidade como um todo. Integrar-se é a alternativa.
O Informativo AutoBus conversou com o presidente da AEAMESP - Associação
dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô -, Emiliano Stanislau Affonso, sobre a
importância da integração entre os modais de transporte nas grandes cidades.
Informativo AutoBus - Estamos em lados opostos da operação, mas com aspectos fundamentais para a mobilidade urbana. Como conciliar tais modais para o
benefício do desenvolvimento urbano?
Emiliano Affonso - Mais de 50% dos usuários do sistema metroviário de São
Paulo vem dos ônibus, os sistemas metroferroviários e os de ônibus urbanos
são complementares e não concorrentes. Uma boa mobilidade nas grandes cidades e metrópoles só será alcançada com uma rede de transporte coletivo que
atenda suas necessidades. Esta rede necessita dos sistemas estruturadores de
alta e média capacidade alimentados pelos de baixa capacidade. A integração e
a racionalidade desses sistemas são as chaves para sua conciliação, diminuindo
custos, dinamizando a economia e possibilitando o desenvolvimento urbano.
AutoBus - Integrar é a solução? Como fazer isso?
Affonso - Sem integração e racionalização perdemos eficiência e desperdiçamos
tempo e dinheiro. Já existem exemplos exitosos como o bilhete único em São
Paulo que facilitaram a integração e diminuíram o custo da viagem para os usuários, porém pouco avançou na racionalização dos sistemas. Precisamos institucionalizar as regiões metropolitanas, ter um planejamento integrado dos diversos sistemas de transporte ao planejamento urbano e constituir fundos para a
implantação e operação dos sistemas para facilitar a racionalização e a integração física e tarifária dos modais, possibilitando a implantação de uma política
clara quanto a subvenção e as gratuidades.
AutoBus - O papel da tecnologia é importante?
Affonso - A tecnologia é fundamental e o seu desenvolvimento está facilitando o
atendimento racional aos vários tipos de demanda. Hoje possuímos todas as
ferramentas necessárias ao controle e gerenciamento dos sistemas de transporte bem como para facilitar sua integração. Os sistemas de GPS, controle semafórico e sinalização permitem deslocamentos mais rápidos e seguros. Os sistemas de bilhetagem eletrônica facilitam o controle e a integração. O desenvolvimento e aperfeiçoamento dos sistemas de metrôs, trens urbanos, VLTs, BRTs,
Monotrilhos, ônibus e corredores permitem atender as várias necessidades de
demanda de acordo com o potencial do sistema.
Emiliano Affonso - Sem integração e racionalização perdemos
eficiência e desperdiçamos tempo e dinheiro.
Foto - Divulgação
AutoBus - Como o usuário pode tirar vantagens de tal ação?
Affonso - Graças ao avanço tecnológico hoje é possível informar ao usuário, em
tempo real, quando o seu ônibus irá passar no seu ponto ou o próximo trem
chegará na estação. Os sistemas de bilhetagem eletrônica possibilitaram a integração fora da área paga, permitindo ao usuário fazer seus transbordos da forma que melhor o atender.
AutoBus - A questão tarifária pode ser beneficiada com a integração?
Affonso - Com certeza possibilita a racionalização da viagem, o aumento das
velocidades e o barateamento da tarifa.
AutoBus - Integração exige câmaras de compensação ou fundos financeiros?
Affonso - Ela permite a equalização do custo da viagem para o usuário e facilita
o pagamento em qualquer um dos modos, tornando necessário as câmaras e
fundos para o pagamento dos diversos modos de transporte utilizados.
AutoBus - Uma cidade pode integrar seus sistemas de transporte a partir de
quando?
Affonso - As cidades para a integração de seus sistemas de transportes precisam ter consolidados o planejamento e o controle dos sistemas de transporte e
envolver no projeto de integração os gestores, operadores e usuários.
Torna-se indispensável para o sucesso o forte apoio do prefeito e da Câmara de
vereadores.
Biarticulados Volvo e Marcopolo para Quito
A capital equatoriana Quito, está recebendo seus primeiros ônibus biarticulados para o sistema de transporte público local. Com chassis Volvo (B340M) e
carroçaria Marcopolo/Superpolo, modelo Torino, os veículos (80 ao todo) têm 27
metros de comprimento e capacidade para 250 passageiros. A transmissão automática é ZF.
A prioridade ao transporte coletivo tem sido um tema de grande destaque na
América Latina. E disponibilizar condições que aumentem a velocidade operacional, a capacidade de transporte e a priorização à operação, são fatores essenciais para se obter uma mobilidade com maior desempenho. A cidade de Quito já
opera um sistema racionalizado de transporte público. “Agora, ela está investindo na melhoria de sua operação e precisava de um veículo com maior proporção
para atender a alta demanda de passageiros”, disse Euclides Castro, gerente comercial de ônibus urbanos da Volvo Bus Latin América.
De acordo com a montadora, o uso do biarticulado é consagrado em sistemas
de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus) considerados referência, como o de Curitiba,
no Paraná, e o de Bogotá, na Colômbia. Seu maior chassi é indicado para rotas
que promovam maiores velocidades médias e sua maior capacidade permite uma
redução do número de veículos em circulação. O desempenho e a qualidade dos
ônibus brasileiros são ressaltados em muitos mercados externos. Exemplo disso
é a América Latina escolher os produtos produzidos por fabricantes nacionais
com larga experiência no setor.
Idam Stival, coordenador da engenharia de vendas da Volvo Bus Latin America,
destaca que um número menor de ônibus nas ruas reduz ainda o número de mão
de obra operacional, o consumo em total de litros, e a quantidade de pneus rodando. Além disso, ao circular por vias exclusivas, sem necessidade de parar em
curtas distâncias, o consumo de combustível é otimizado. “São características
que garantem o menor custo por quilômetro rodado”, disse.
Como detalhe, a carroçaria Torino traz portas em nível em ambos os lados.
Fotos - Superpolo
Gás natural no transporte de Bogotá
A redução das emissões poluentes
do motor Scania Euro 6 a gás é de
70% em relação ao propulsor a diesel, também Euro 6.
Os chassis K280 vieram da Suécia e
foram encarroçados pela Superpolo.
Mais detalhes poderão ser conferidos na edição de junho da sua revista AutoBus.
Foto - Divulgação/Scania
A Scania mostrou há poucos dias
seus primeiros chassis urbanos com
motorização a gás natural que rodarão
pelas ruas de Bogotá, Colômbia. Três
unidades entram em operação pela
empresa Masivo Capital, em linhas alimentadoras no sistema SITP. Os veículos contam com o propulsor a gás
seguindo a norma Euro 6 (a mais avançada para os motores de combustão interna) e são os primeiros da capital colombiana.
A adoção de tecnologia limpa no sistema de transporte público bogotano
traz ganhos ao ambiente e aos habitantes da cidade, com a redução significativa das emissões de material particulado e óxido de nitrogênio.
A montadora já forneceu 147 chassis
movidos a gás natural na Colômbia e
quer ampliar sua participação naquele
mercado com a oferta de veículos com
tração limpa.
O alto índice de contaminantes no ar
de Bogotá tem forçado o poder público
local a tomar medidas que reduzam a
poluição.
Assunção planeja seu primeiro corredor de ônibus
Assim como outras grandes cidades latinas, Assunção, capital do Paraguai, vive o drama da imobilidade urbana, significando dizer que o transporte individual se sobressai frente ao modo coletivo, com impactos negativos em termos de
congestionamentos e poluição emitida. Para reverte esse quadro, o governo paraguaio, por intermédio de seu ministério de obras públicas, lança mão de um
moderno modelo de transporte massivo, e irá implantar um corredor exclusivo
de ônibus, nos moldes do BRT (Trânsito Rápido de Ônibus), ligando a capital à
localidades de Fernando de la Mora e San Lorenzo.
Denominado de Metrobus, o sistema terá 18,5 quilômetros de extensão e 26
estações com faixas extras de rolamento para as ultrapassagens dos ônibus,
pavimento em concreto, além de dois terminais e três pátios para os ônibus. A
concepção do projeto leva em consideração fatores que favoreçam o deslocamento, como a prioridade operacional, a cobrança externa das tarifas, comunicação com o usuário, espaços paisagísticos, serviços alimentadores e o uso de
ônibus com maior capacidade (170 unidades de modelos articulados). Aos passageiros serão oferecidos três tipos de serviços - parador, semi-expresso e expresso.
Em volume de passageiros transportados, a perspectiva inicial é de 240 mil
por dia, mas a meta é chegar aos 300 mil. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério de obras paraguaio, a tração elétrica poderá fazer parte da
frota de ônibus, na faixa de 10% do volume de veículos operados.
No quesito ambiental, o governo local quer melhorar a qualidade do ar de Assunção, com a troca dos veículos mais antigos que fazem o transporte na capital, sem condições apropriadas de manutenção e emitindo um alto índice de poluentes, por versões mais modernas.
Com expectativa de início de operação no primeiro trimestre de 2018, serão
investidos US$ 212 milhões na construção do sistema.
Transformar o sistema de transporte público de Assunção,
com o objetivo de facilitar a mobilidade urbana
Imagem - MOPC Paraguai
Crucero del Norte adquire ônibus Marcopolo
O modelo de carroçaria rodoviária Paradiso 1800 DD, com dois pavimentos,
produzido pela encarroçadora Marcopolo, foi o escolhido pela operadora
argentina Crucero del Norte para a renovação de sua frota.
As 28 unidades contam com chassi
Scania, K400 (6x2), e trazem poltronas
semileito com 1.060 mm de largura e
sistema de ar-condicionado para proporcionar mais conforto aos passageiros. Outros detalhes destacam a acessibilidade à carroçaria, como as portas,
mais largas, e escadas com desenho
inédito para os degraus, tornando o
embarque e o desembarque mais confortáveis e agradáveis.
A operadora Crucero del Norte é uma
cliente tradicional da Marcopolo. De
acordo com a diretoria da encarroçadora brasileira, há uma expectativa de a
Argentina voltar a ser um dos principais mercados de exportação para a
empresa brasileira ao longo deste ano.
Foto - Gelson Mello da Costa
Transmissão Allison no novo articulado Agrale
O primeiro chassi articulado urbano
da fabricante gaúcha Agrale, projetado
e fabricado em sua unidade argentina,
está equipado com a transmissão automática da Allison Transmission.
De acordo com a fabricante da tecnologia da transmissão, as mudanças auO chassi, encarroçado, tem 18 metros e tomáticas de marcha se traduzem em
piso baixo
aumento na eficiência para os grandes
ônibus articulados que operam em áFotos - Divulgação/Allison e reprodução
reas urbanas, mesmo com o frequente
anda-e-para dos ciclos urbanos.
Para a Allison, o conceito Continuous
Power Technology™ (Tecnologia de
Transferência Contínua de Potência)
reduz o desgaste do veículo, melhora o
conforto e proporciona uma movimentação mais suave ao veículo. “E o conversor de torque da transmissão otimiza a força do motor durante a aceleração do veículo, proporcionando mudanças de marchas sem interrupção de
potência e reduzindo os riscos com a
segurança e a fadiga do condutor",
disse Roberto Larossa, gerente regional para o Cone Sul da Allison Transmission.
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Editor - Antonio Ferro
Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP
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