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| e mais: Azeite para as classes C e D • Erros com cartazes • Conhecendo a consumidora UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO LUND • ANO 41 • No 1 • JANEIRO 2010 noVa sÉrie WWW.SM.COM.BR DESAFIOS prepare-se para um ano melhor. cuide de sortimento, ruptura, custos, gastronomia e muito mais. P ESQU I SA EXCLUS I VA Como o seu cliente compra na Páscoa | Supermercado moderno • janeiro 2010 carta ao leitor Valdir Orset ti editor emérito [email protected] SUPERMERCADO MODERNO Propriedade de Informa Publicações Especializadas Ltda. presidência do Grupo Robert Macody Lund informa publicações especializadas ltda. (didenheim holdings s/a) diretoria Telefone (11) 3327-4504 Diretor executivo Sergio L. A. da Veiga Oliveira Diretor Mauricio Pacheco eDitor emérito Valdir Orsetti conselho executivo a PESQUISA EXCLUSIVA INDICA COMO VENDER MAIS NA PÁSCOA Páscoa é a segunda data mais importante para as vendas dos super e hipermercados, perdendo apenas para o Natal. isso ocorre porque os consumidores fazem questão de comemorar a data na companhia da família e dos amigos. Mas, para que sua loja seja um sucesso em vendas durante o evento, é vital conhecer as preferências e inquietações dos seus clientes em rela- redação Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: [email protected] eDitora executiva Sheila Hissa chefe De reportagem Alessandra Morita repórteres Fernando Salles e Viviane Sousa trainee Helton Gomes estagiários Natalia Guaratto e Roberto Machado colaboradores Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus Diagramação e proDução Crayon Editorial em cado ponto do País. Como Você verá neste exemplar, a pesquisa traz revelações importantes para quem quer tornar a loja o local preferido dos consumidores nesta Páscoa: quantidade de ovos de chocolate que os clientes costumam comprar; para quem eles adquirem; a quais versões e marcas dão preferência, além dos tamanhos que compram mais e com que antecedência, entre outras informações. Foram ouvidas 750 pessoas de todas as regiões do Brasil. o foco foi o principal alvo dos consumidores na Páscoa: os ovos de chocolate. ção ao principal alvo de compras: os ovos de chocolate. e é isso que a pesquisa exclusiva encomendada por esta revista revela. realizada pela Around Research, a pesquisa abrangeu as cinco regiões brasileiras. isso significa que os resultados capturaram as diferenças que possam existir nos hábitos de compra de ovos de chocolate Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund, Sergio L. A. da Veiga Oliveira a pesquisa também incluiu uma questão crítica para não perder consumidores: o que mais os atrapalha na compra de ovos de chocolate. O fator número 1 é o estado de conservação do produto, seguido pela falta dos itens preferidos. Portanto, basta evitar que tais fatos ocorram em sua loja para fidelizar clientes. Boa leitura. fotos João de Freitas conselho editorial Alexandre Ribeiro (GPA), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado (Coop), Eduardo Adrião (GPA), Eduardo Peralta (Paulistão), Giovane Costa (Walmart), Gustavo Beltrati (Papagaio), José Augusto Saraiva (Saraiva), José Ricardo Scheurer (Sonda), Karla Trigo (Negreiros), Lucas Nassar (Mambo), Lucia Morita (Portal), Marcio do Valle (Coop), Mercedes Mosquera (Madrid), Milton Bento (Bento & Fernandes) assinatura Sueli Simão (11) 3327-4522 • [email protected] marKeting anunciante Camila Siqueira (11) 3327-4512 • [email protected] eventos Renata Franzini (11) 3327-4463 • [email protected] portal sm Renato Fonseca (11) 3327-4511 • [email protected] publicidade Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: [email protected] apoio a vendas Carla Morais (11) 3327-4505 gerentes de vendas Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • [email protected] gerentes de contas Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • [email protected] Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • [email protected] Vanda Maeda (11) 3327-4555 • [email protected] representantes INTERIOR SÃO PAULO Interage Comunicação: Rua Maria Custódia, 197, Santa Terezinha, 02460-070, São Paulo, São Paulo. Tel/Fax (11) 2236-3630. E-mail: [email protected] SÃO PAULO Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356, 10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433. E-mail: [email protected] RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES) Rio Brasil Revistas: Rua da Glória, 214, apt 1107, 20241-180, Bairro da Glória, Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2556-6015. E-mail: [email protected] CURITIBA (PR) Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: [email protected] PORTO ALEGRE (RS) Enterprise K: R. Xavier Ferreira, 16 - Bairro Auxiliadora, 90540-160, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3026-5570. E-mail: [email protected] MINAS GERAIS (MG) SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda: Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG. Tel. (31) 2125-2900. E-mail: [email protected] ou [email protected] NORDESTE Novos Rumos Comércio e Representação Ltda: Av. Conselheiro Aguiar, 4.880, loja 44 - Boa Viagem - 51021-900, Recife, PE. para obter informações e solicitar serviços Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br Supermercado Moderno: R. Brigadeiro Tobias, 356, 9º andar, CEP 01032-901. São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. Fax (11) 3227-6639. C. Postal 3349 - 01060-970. Supermercado Moderno é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores, gerentes e encarregados das principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência, atacados e cooperativas responsáveis por 80% do volume de vendas do setor. Gerente de Produção - Arnaldo Sedrani (11) 3327- 4438. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: Vox Distribuição e Logística Ltda. ME. Não autorizamos pessoa alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. Supermercado Moderno não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano Indústria Gráfica e Editora Ltda - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP ANO 41 DESAFIOS 25 | Nº1 • JANEIRO 2010 CAPA DESAFIOS 2010 Prepare-se para vender mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Formatos em alta: atacarejo e lojas de preço baixo . . . . . 26 Tendência em construção: ambiente ecológico . . . . . . . . . . 28 Custos: cortes com bom-senso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Sortimento: os 7 pecados capitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Ruptura: medir, rastrear e combater . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Gastronomia: culinária sem fronteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Qualidade de vida: como melhorar a imagem da loja . . . 48 Embalagem: tem uma para cada consumidor . . . . . . . . . . . . . 51 ESTRATÉGIA Formato, construção, custo, sortimento, ruptura, gastronomia são equações que você deverá resolver neste ano 56 AZEITES Classes C e D puxam consumo do produto POR DENTRO DA ROTINA DA MULHER Entrevista exclusiva com Pieter Nota, diretor global de marketing da Nivea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 CATEGORIA AZEITES Agora na mesa das classes C e D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 PROMOÇÃO PESQUISA EXCLUSIVA DE PÁSCOA Veja as preferências do público para atendê-lo melhor . . . 66 LOJA CARTAZES 10 erros que você pode evitar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 RH SÉRIE PENSE EM VOCÊ Cuide melhor de si mesmo com uma boa alimentação . . . 87 SEÇÕES CARTA AO LEITOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 SM RESPONDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 VOCÊ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 PORTAL SM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 PONTO DE VENDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 MEGAMERCADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 NOVOS PRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 CENAS DO VAREJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 66 PESQUISA EXCLUSIVA Os hábitos do seu cliente na Páscoa | Supermercado moderno • janeiro 2010 sm responde Faça Sua pergunta • [email protected] • fax: (11) 3227-6639 Como devo proceder em casos de troca de mercadorias da linha de perfumaria como shampoos e condicionadores? JoSimar Viana, Gerente, Supermercado alexandre, iGuatu, ce SM Trocar itens de perfumaria é arriscado. Primeiro porque não há garantia de que o consumidor não usou o produto, e receber tudo o que é devolvido significa prejuízo. Além disso, só há como reconhecer problemas depois de abrir a embalagem. E, em alguns casos, o cliente tem razão. Para não arriscar perdas e nem deixar o cliente insatisfeito, o Procon recomenda alguns critérios para trocar esses itens. O varejista só é obrigado a trocar quando o item apresenta um problema como embalagem quebrada, válvula que não funciona ou não cumpre a função prometida no rótulo. “Se alguém levar um shampoo para reduzir o volume dos cabelos e o efeito for inverso ou inexistente, a troca deve ser feita”, explica Adriana Pereira, assistente de direção do Procon-SP. Mesmo que a responsabilidade seja do fabricante, a loja deve efetuar a troca, por fazer parte da cadeia de distribuição. Quando a compra é feita pessoalmente no supermercado, o consumidor não tem direito a fazer uma troca baseada em arrependimento porque não gostou do cheiro ou da textura, por exemplo. Para diminuir a incidência desses casos, é recomendável disponibilizar um testador na gôndola. “Criar um mecanismo para o cliente sentir a fragrância já ajuda”, afirma Adriana. Apesar da recomendação, os supermercados podem estipular suas próprias regras para não comprometer a fidelidade do cliente. Segundo a assistente de direção do Procon-SP, o varejista pode fixar critérios e prazos para as trocas, deixando as exigências claras aos clientes. Pode também exigir a apresentação do cupom fiscal. “Não existe regra clara nesses casos, mas se a loja se compromete por meio de anúncios como ‘satisfação total ou o dinheiro de volta’, fica obrigado a fazer a troca em qualquer caso.” No caso das compras pela internet, as regras são mais rígidas. “O consumidor tem prazo de sete dias para manifestar o arrependimento e ter o produto trocado”, diz Adriana. Segundo o Artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, a obrigatoriedade existe porque pela web não é possível testar o item. A interação com o produto acontece por foto, por isso é mais comum o cliente ser induzido ao erro. “Nas compras pela internet não é necessário sequer justificar a troca”, esclarece Adriana. Informações: www.procon.sp.gov.br 10 | Supermercado moderno • janeiro 2010 você VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO Por Helton Gomes | [email protected] | Sushi por quilo para novos consumidores marco antonio moura, diretor de operações do Super Lagoa, é um dos candidatos ao 6º Prêmio Destaque Você, que homenageará, em 2010, o profissional que mais representa a eficiência do autosserviço divulgação S em concorrentes num raio de 10 km, Marco Antonio Moura, diretor de operações do Super Lagoa (7 lojas no Ceará), aproveitou o vácuo no mercado e passou a vender sushi na loja do North Shopping, dirigido às classes B, C e D. A iguaria caiu tanto no gosto do público, que hoje responde por 70% do faturamento da rotisseria. Por mês a seção movimenta 2,9 mil kg de peixe e fatura R$ 160 mil. O prato passou a ser vendido em 2007, após pesquisa apontar que sua presença era forte em Fortaleza, mas fraca nos arredores da loja. “Nossos clientes só consumiam sushi uma vez ou outra”, conta Moura. Ele assegura que o diferencial de seus sushis é a qualidade. Os peixes são comprados de uma distribuidora. Dois sushimensauxiliados por quatro funcionários comandam a produção. Um engenheiro de alimentos faz parte da equipe e a mantém informada sobre normas sanitárias. Para ter sucesso no negócio, Moura teria de vender grandes quantidades. Então ele intensificou a estratégia. Todas as terças e quartas-feiras os pratos, normalmente vendidos a R$ 38,90 o quilo, passaram a ser comercializados a R$ 29,90. “Esses dois dias já respondem por 40% do volume semanal. Em uma única terça-feira do mês de dezembro, por exem- o rigoroso controle do produto garante sua qualidade e evita autuações de órgãos de fiscalização plo, chegamos a vender 212 kg”, conta o diretor da rede. Entre as 17 h e 20 h, o número de mesas da rotisseria sobe de seis para 10 e invade o espaço da loja. Com isso, chega a atender 500 pessoas. “Só não vendo mais por falta de espaço. Se triplicasse a área de atendimento, as vendas dobrariam”, estima. Em 2010, Moura pretende ampliar a seção. Mas vai depender de negociação com o shopping. Hoje, a rotisseria tem 100 m² e apenas dois caixas. E os resultados têm sido saborosos: as vendas de sushi, somadas ao fluxo de pessoas atraídas pela seção, aumentaram o faturamento da loja em 15% ao ano. 12 | SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 sm.com.br Agenda do setor Matérias mais lidas Quer se programar com antecedência para feiras e eventos importantes para o varejo de autosserviço? Acesse todas as semanas a seção Agenda do Setor e programe-se para não perder nada. As cinco notícias mais acessadas em dezembro 1 ª Aquisição da Casas Bahia trará economia de R$ 2 bilhões ao Pão de Açúcar 2 ª Produção de leite sobe e derruba preços nas gôndolas 3 ª Preços de cortes de carne bovina sobem 4 ª Cereser entra no mercado de destilados 5 ª Rexona investe R$ 4 milhões em desodorante masculino EDITORIAS E SEÇÕES CAMPEÃS EM CLIQUES As mais visitadas entre as áreas do site no último mês de 2009 1 ª Últimas Notícias 2 ª Promoções 3 ª Novos Produtos 4 ª Loja 5 ª Ponto de Venda Novas informações todos os dias no portal sm EDIÇÕES ANTERIORES Você também pode ler o conteúdo da edição impressa da revista no site e consultar o arquivo com todas as matérias publicadas desde março de 2008. Basta clicar em “Revista SM” para ter acesso. R E P O R TA G E N S E X C L U S I V A S A cada semana uma nova matéria de seu interesse é desenvolvida especialmente para o Portal SM. Em dezembro, publicamos com exclusividade: » Rede Arco-Íris aumenta lucro com gerenciamento por categorias » Bretas leva a matriz até as suas 58 lojas Ú LT I M A S N O T Í C I A S Todos os dias você se informa sobre os fatos que influenciam o varejo brasileiro ENQUETE Qual será o destino dos principais investimentos do seu supermercado em 2010? Inauguração de loja 25% Reformas 25% Redução de perdas 40% Ampliação do sortimento 7% Tecnologia 3% | Supermercado moderno • janeiro 2010 15 ponto de venda Livro narra a história do idealizador da rede paranaense Condor quem faz ComPras divulgação em uma das 28 lojas do grupo Condor, no Paraná, pode não saber da trajetória do idealizador dessa rede de sucesso, Pedro Joanir Zonta. Longe das proporções que sua empresa alcançou nos dias de hoje, Zonta começou de baixo. Ele costumava atender seus fornecedores em um escritório dentro do depósito de seu primeiro comércio. Com determinação, trabalho duro e coragem, levou o Condor à condição de 14ª maior rede de supermercados do Brasil, segundo o Relatório Anual de SM. Os detalhes dessa história são contados por Ricardo Hubner no livro Na Intimidade do Sucesso. Além da trajetória do empresário, a obra mostra como características como a paciência, aliada à determinação, podem ser fundamentais no sucesso profissional. O lançamento do livro faz parte das comemorações pelos 35 anos do Condor, e a versão digital está no site www.condor.com.br. pV nova mídia digital traz informação ágil aos Clientes tradiCional fabriCante de equipamentos de pesagem, a Toledo do Brasil acaba de ingressar no segmento de Mídia Indoor com o lançamento da Tabela Digital. Por meio de televisores de plasma ou LCD, ela exibe preços de produtos, além de notícias, informações sobre promoções e outras mensagens. A novidade funciona de forma integrada com o software gerenciador das balanças MGV 5, fabricadas pela empresa. Com isso, sempre que um preço é modificado na balança, a atualização na Tabela Digital é automática. A solução é indicada a lojas que pretendem estimular as vendas destacando informações sobre itens como carnes, frutas, legumes e verduras. pV Clube dos Produtores do Walmart Chega a são Paulo Pequenos Produtores rurais costumam ter dificuldades na hora de negociar seus produtos com cadeias de varejo. Um dos programas que incentivam esse acesso é o Clube dos Produtores, que o Walmart acaba de estender ao Estado de São Paulo. O projeto elimina os intermediários no processo de compra e venda e já conta com mais de 5 mil famílias cadastradas em todo o Brasil. Para participar, o produtor deve cumprir requisitos como respeito ao meio ambiente e da legislação fiscal e sanitária. Em São Paulo o Walmart já cadastrou 162 famílias de produtores rurais. pV o novo refrigerador da metalfrio chega com o conceito de ser ecologi- camente correto. O modelo VK43R, de 400 litros, utiliza o gás CO2 como agente resfriador. Estudos da empresa mostram que, com ele, as emissões de substâncias nocivas à atmosfera são reduzidas até 97%. A fabricante garante ainda que a novidade diminui em 45% o tempo necessário para refrigerar uma carga completa de bebidas. pV divulgação refrigerador reduz a emissão de substânCias noCivas | SupermercadO mOdernO • janeiro 2010 entrevista Exclusiva Pie te r Nota d i r e t o r g l o b a l d e M a r k e t i N g d a b e i e r S d o r f/ N i v e a Por dentro da rotina da mulher de visitas à casa da consumidora. O ritual, repetido nesta última s dados oficiais ainda não foram divul- passagem por aqui, oferece subsídios gados, mas a expectativa é de que a filial para as áreas de marketing e inovação da Nibrasileira da Nivea tenha fechado o ano vea. Graças à iniciativa, a empresa já criou produpassado com um aumento de 15% na tos que considera alinhados aos desejos da mulher receita. Ao lado da China, o Brasil é o país que – ainda o principal público, apesar do crescimento mais cresce para a controladora Beiersdorf. Para dos produtos masculinos. Hoje, 30% da receita vem dos novos produtos. Além se ter uma ideia, de janeiro a disso, 1/3 da linha é renovada setembro de 2008, as vendas A niveA vAi Até a cada ano. Isso significa que, no País tiveram alta de 12,2% de três em três anos, a empresa em relação aos mesmos meses A cAsA dA oferece um portfólio novo ao do ano anterior. A China reconsuMidorA consumidor. Nesta entrevista gistrou 13,4%, enquanto o rePArA conhecer exclusiva a Supermercado Mosultado global da companhia Melhor seu derno, Nota fala do comportafoi de 1%. O Brasil ganhou Público. e não mento da consumidora e das importância para a matriz, na PArA de oportunidades para os super e Alemanha. É a maior operação crescer, hipermercados. da América Latina e a sétima PrinciPAlMente mais importante para a comSM › Observar os hábitos da panhia. “O País pode chegar a no brAsil. ser, no mínimo, o número três consumidora dentro da pródo ranking, uma vez que é o pria casa é uma prática da Niterceiro maior mercado mundial de beleza.” Quem vea em todo o mundo. O que vocês descobriram afirma é Pieter Nota, diretor global de marketing sobre a mulher brasileira? da Beiersdorf. O executivo holandês, cujo QG é a matriz, esteve no Brasil no fim do ano passado para Pieter Nota › A brasileira gosta de exibir a pele, discutir estratégias futuras para o País. Em todas muito mais do que as europeias. Acredita que uma as suas viagens ao redor do mundo, ele participa pele saudável faz as pessoas perceberem que ela se P o r A l e s s A n d r A M o r i tA O FoTos: joão de FreiTas 17 18 | SupermercadO mOdernO • janeiro 2010 entrevista Pieter Nota cuida bem. No Brasil, a mulher é bastante extrovertida e quer ser aceita socialmente, seja por amigos, namorado ou pela família. E beleza é fundamental nessa tarefa, pois ajuda a melhorar a autoestima. A brasileira também é mais aberta a inovações. Convém lembrar que nessas visitas, além de observar, entrevistamos a consumidora sem nos identificar como profissionais da Nivea, para garantir a espontaneidade das respostas. › O que se destaca no comportamento da brasileira em relação às mulheres de outros países? SM tionada sobre o porquê, ela respondeu que era para a marca do biquíni ficar visível. A partir dessa informação, lançamos recentemente o Protect & Bronze, que, além de proteger a pele contra os raios solares, estimula o bronzeamento saudável. O produto acaba de ser lançado também na Argentina e será estendido a outros países da América Latina. › O senhor citou um exemplo de inovação que nasceu aqui. Há casos de produtos lançados no Brasil a partir de constatações de outros países? SM › Algumas preocupações atingem as consumidoras de qualquer lugar do mundo. Há Pieter Nota › Embora haja desejos comuns entre as consumidoras de todo o mundo, os ideais de be- alguns anos as francesas manifestaram a necessileza mudam. Na China, por exemplo, o que se busca dade de ter uma pele mais uniforme e sem celulite. Lançamos produtos voltados para essa necessidade que chegaram uMA consuMidorA contou que com sucesso ao Brasil. Outro exemplo é o dos desodorantes, e só PAssAvA Protetor APós duAs o desejo era de ter produtos que horAs de sol. A inforMAção não irritassem a pele. Nossa liinsPirou uM novo Produto. nha, lançada no Brasil nos anos 1990, trouxe esse atributo. Hoje, a é um tom de pele mais pálido. Diferentemente do marca é a 2ª mais vendida nessa categoria. que ocorre no Brasil, onde as mulheres valorizam o bronzeado. Em uma visita feita ao País, da qual par- SM › As visitas ao consumidor trazem conclusões ticipou Nicolas Fischer, presidente da Nivea Brasil, sobre os perfis de compra nos diferentes canais de uma consumidora baiana contou que só passava o varejo? protetor solar após tomar duas horas de sol. Ques- Pieter Nota › Na Nivea, trabalhamos forte nos Pieter Nota 20 | SupermercadO mOdernO • janeiro 2010 entrevista Pieter Nota segmentos de super e hipermercados e de farmácia. No primeiro caso, a compra é de itens de rotina, como sabonete e desodorante. O objetivo é a família, o abastecimento do lar. Quando querem produtos mais específicos, como cremes faciais, ou quando procuram inovação, as mulheres recorrem às farmácias. SM › É possível um supermercado mudar essa característica? › Claro. Na maioria dos casos, o mesmo tipo de gôndola que expõe o feijão expõe produtos de beleza. Embora haja iniciativas, ainda falta uma ambientação mais adequada nos supermercados. Pieter Nota Gôndolas iluminadas e mais baixas para que o cliente veja toda a seção são as mais indicadas. Uma consultora para tirar dúvidas e apresentar as novidades também ajuda. Ela não precisa trabalhar para marcas específicas, mas sim para toda a categoria. Isso é importante, porque a mulher brasileira é curiosa e está aberta a experimentar as novidades. Esse é um bom momento para o varejista investir nessa mudança. A renda do consumidor continuará crescendo em 2010, e a classe C aumentará ainda mais de tamanho. SM › O Brasil é a sétima maior operação da Beiersdorf no mundo. Qual foi o crescimento registrado em 2009? › O Brasil é muito importante. A expectativa é de que a receita tenha aumentado 15% em relação a 2008. Ao lado da China é o país que mais cresce dentro dos nossos negócios. Pieter Nota 25 Capa SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 DESAFIOS C onverse com outros supermercadistas e você verá que boa parte das preocupações deles em relação aos negócios é bem parecida com as suas. Sondagem realizada por SM com cerca de 130 varejistas do nordeste, da região metropolitana de São Paulo e do interior paulista revela desafios comuns para o próximo ano. São eles: formatos em expansão, sistemas de construção, redução de custos, definição de sortimento, combate à ruptura, novidades gastronômicas, associar qualidade de vida à imagem da loja e tendências em embalagens. Esses oito temas foram transformados em reportagens que trazem soluções e mostram como ter sucesso. Uma das principais razões para enfrentar tais desafios é que o ano promete boas vendas. As pro- Veja como resolver os principais gargalos e fazer as melhores escolhas neste ano. A razão: superar a concorrência e vender bem mais. jeções indicam aumento da renda do brasileiro e apontam expansão da economia na casa dos 5%. Isso sem contar que sua concorrência já anunciou investimentos maiores do que os de 2009. Para prosperar nesse cenário, oferecemos a você algumas reflexões e dicas. Confira e faça de 2010 um dos melhores dos últimos anos. 26 Capa SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 Lojas de atacarejo Alvos de negócios Elas garantem baixo custo operacional e atendem as classes de baixa renda, público que mais cresce no País. Não é por acaso que os varejistas vão investir nesses formatos em 2010. 2 JOÃO DE FREITAS Por Viviane Sousa | [email protected] Em alguns atacarejos, o custo operacional é 15% inferior ao de um supermercado tradicional. Loja conta com estrutura despojada. 009 foi o ano dos atacarejos e das lojas de preço baixo. Só Carrefour, Walmart e Pão de Açúcar abriram 134 unidades desses formatos, sem contar as inaugurações da bandeira Atacadão, que não informou o dado. O número é bem maior do que as 80 aberturas de 2008, nesse caso contabilizada a operação de atacarejo do Carrefour. Se as inaugurações feitas por redes menores forem acrescentadas, esse número pode até dobrar. E tudo indica que em 2010 os dois formatos vão continuar despertando o interesse dos varejistas. Segundo Reynaldo Saad, sócio da Deloitte em bens de consumo e varejo, um dos motivos é o fato de o número de consumidores das classes C, D e E, o principal público dessas lojas, estar crescendo no País. O baixo custo operacional também tem atraído os varejistas. Ambos operam com poucos funcionários e serviços. Carlos Paes, gerente regional do grupo Pereira, que opera sete atacarejos nas | 27 e preço baixo JOÃO DE FREITAS regiões Sul e Sudeste com a marca CompreFort, afirma que os gastos operacionais do formato podem ser de 10% a 15% inferiores aos de um supermercado tradicional. LOJAS DE PREÇO BAIXO Sem custos com estoque parado Atraída por esses diferenciais, a rede Bonanza, 16 lojas em Pernambuco e na Paraíba, decidiu investir no formato. Em fevereiro, a primeira unidade será inaugurada em Patos (PB). “Público é o que não falta para essas lojas”, destaca Djalma Farias Cintra Júnior, diretor do Bonanza. A nova unidade terá 2 mil m2 de área de vendas. “Investimos cerca de R$ 1,6 milhão e a estimativa é de que os custos operacionais sejam 7% a 10% inferiores aos de nossos supermercados com tamanho parecido. O número de funcionários também será reduzido. Teremos cerca de 70, contra 120 de uma loja tradicional”, avalia. Já o formato de preço baixo não gera despesa de estoque parado, porque as lojas são pequenas e os produtos ficam na área de vendas. Com isso, os gastos com reposição são eliminados. Assim como no atacarejo, a operação exige poucos funcionários e serviços. Edson Kawabata, diretor de Lojas de preço baixo trabalham com mix enxuto: 2 a 3 mil itens em média bens de consumo e varejo da consultoria Booz & Company, explica que o número de equipamentos (checkouts, gôndolas, expositores refrigerados) é menor do que o de um supermercado convencional. Além de menos gastos, os investimentos também são menores. Outro ponto é o mix de produtos mais enxuto, geralmente 2 a 3 mil itens por unidade. As despesas de uma loja de preço baixo correspondem a 14% das vendas. Já em uma loja tradicional ficam entre 21% e 23%. O desafio desse formato é a complexidade logística. Como não possuem estoque, precisam de recebimento diário para evitar ruptura. Avalie o SM melhor para seu negócio. VIABILIDADE DO INVESTIMENTO O varejista que pretende investir em atacarejos terá de ser cuidadoso. A operação é diferente, envolve altos volumes e reestruturação do mix. Além disso, a negociação com a indústria também muda. No atacado, só se negocia compra e venda, enquanto em super e hipermercados são incluídas verbas anuais. Já as lojas de preço baixo exigem um grande número de unidades para gerar bom volume de vendas e reduzir custos logísticos. Para Reynaldo Saad, sócio da Deloitte, são necessárias cerca de 20 filiais para viabilizar o negócio. MAI S I NFORMAÇÕES Bonanza: www.bonanza.com.br Booz & Company: www.booz.com/br/home/ CompreFort: www.comprefort.com.br Deloitte: www.deloitte.com.br 28 Capa Supermercado moderno • janeiro 2010 Construção: lojas ecológicas são a nova tendência Por Viviane Sousa | [email protected] A ções sustentáveis se transformaram em diferenciais de mercado para empresas que buscam atrair a confiança dos consumidores. No Brasil, iniciativas ecologicamente corretas começam a ser incorporadas por varejistas. Alguns estão investindo nas chamadas lojas ecoeficientes, construídas com materiais provenientes de cadeias produtivas limpas. Esse conceito, que começou a ser adotado por grandes grupos e que também já é seguido por redes pequenas, será a principal tendência no que diz respeito à construção de super e hipermercados nos próximos anos, avalia Cláudio Yoshimura, arquiteto diretor da Yoshimura Arquitetura de Varejo. Ele não revela números, mas garante que cresce a quantidade de projetos de lojas “ecológicas” encomendados à sua empresa. Daqui para a frente deverá crescer a utilização de materiais reciclados e de cadeias produtivas limpas na construção de lojas. Por enquanto, o custo é alto, mas os ganhos são certos. BeneFÍCios PARA o vAReJo redução de gastos e ganhos de imagem O que tem despertado o interesse do supermercadista é o fato de as lojas ecoeficientes contribuírem para a valorização da imagem da empresa e, a longo prazo, garantir redução de gastos, principalmente com água e energia elétrica. “Em alguns casos a redução pode chegar a 50%”, diz Yoshimura. O Walmart já tem seis lojas ecoeficientes. Cinco delas foram inauguradas em 2009. Na unidade do Morumbi (SP), a economia com energia elétrica é de 25% | 29 SUPERMERCADO VERDE Conheça algumas iniciativas para o seu estabelecimento entrar na onda da sustentabilidade ambiental. As informações são da Yoshimura Arquitetura de Varejo. InIcIatIVa como FuncIona cuSto eStImado Economia de energia Projeto que favorece a logística e o conforto ambiental 10% do valor da obra iluminação zenital Reduz em 70% a iluminação artificial durante o dia 20% das telhas podem ser translúcidas R$ 150/m² com compra de telhas reaproveitamento de águas pluviais Reduz o consumo de água tratada em cerca de 30% e reduz a carga de água pluvial lançada nas galerias públicas A água captada pelas calhas é armazenada em cisterna para uso em vasos sanitários e lavagem de pisos R$ 18 mil para uma cisterna de 10 mil litros Brises (elementos externos de sombreamento) nas janelas Economia de energia – 15% do ar condicionado e 20% da luz elétrica Evita a incidência solar direta no interior da loja, mas aproveita a luz natural R$ 400/m² de janelas Projeto arquitetônico ecologicamente correto Fonte: YosHimURA ARQUitetURA de vAReJo BeneFÍcIoS ao meIo amBIente aquecimento da água através do sistema de refrigeração Economia de 100% de energia para o aquecimento da água utilizada nos chuveiros e pias A água é aquecida a partir do reaproveitamento do calor gerado pela casa de máquinas R$ 40 mil a mais na configuração de uma nova casa de máquinas, além do custo do encanamento da água aquecida Vaso sanitário com caixa acoplada e vazão dupla Redução do consumo de água até 40% nos vasos sanitários Um botão para o líquido e outro para o sólido na caixa acoplada, em substituição ao vaso convencional. Tem válvula de descarga embutida na parede R$ 450 na compra de cada unidade Torneiras automáticas Racionalização de consumo da água até 40% nas torneiras Sistema mecânico (ou eletrônico) fecha a torneira da pia automaticamente R$ 300 por unidade da torneira automática mecânica sensores de presença para acionamento de luzes da retaguarda Economia de energia elétrica Instalação de sensores de presença para ligar luzes em banheiros e áreas de retaguarda. As luzes das câmaras refrigeradas podem ser acionadas através da abertura de portas R$ 50 por unidade estacionamento com pisos permeáveis de bloquetes de concreto Permite a absorção da água pluvial pelo solo, reduzindo a saturação de galerias e rios durante temporais O piso modular permite que parte da água da chuva escorra nas junções sem argamassa R$ 55 o m² com materiais e mão de obra Postes externos de iluminação com placa solar fotovoltaica Utilização de energia limpa Postes abastecem baterias com luz solar que acionam lâmpadas durante a noite R$ 3 mil por unidade Reduz a contaminação dos lençóis freáticos e pode evitar mau cheiro Se não existe sistema de saneamento básico, uma sequência de câmaras fechadas de concreto digere o material orgânico do esgoto antes do líquido ser lançado em sumidouro R$ 8 mil Construção de câmaras de digestão anaeróbica para tratamento do esgoto 30 | Capa | Supermercado moderno • janeiro 2010 conStrução e com água, 40%. Postes de luz alimentados por uma placa fotovoltaica, que converte a radiação solar em energia elétrica, e lâmpadas LED foram instaladas no cauê moreno Postes de luz alimentados por uma placa fotovoltaica são usados no Walmart para economizar energia mos com as outras bandeiras”, informou Núñez. A rede Verdemar, cinco lojas, vai inaugurar sua primeira unidade verde ainda no primeiro semestre deste ano, em Belo Horizonte. O supermercado, de 2 mil m² de área de vendas e 18 checkouts, terá sistema para reutilização de 90% de toda a água usada, e gerador de energia ativado por biodiesel. Uma usina de fabricação desse combustível, a partir de óleo de cozinha usado, já foi construída na unidade. RetoRno do investimento o negócio se paga em cinco anos 71% dos brasileiros conhecem empresas “ecológicas”. o discurso sustentável, além de correto, é um bom argumento de marketing. estacionamento. A área de vendas ganhou lâmpadas fluorescentes e a luz solar passou a ser mais bem aproveitada com telhado especial. A água da chuva é utilizada no sistema de irrigação do jardim e na limpeza da loja. Os banheiros foram equipados com descarga a vácuo, torneiras com aeradores (dispositivo que mistura ar na água) e reguladores de vazão (que limitam o volume de água por acionamento). Héctor Núñez, presidente da operação brasileira da rede, garantiu que todos os próximos hipermercados e CDs do grupo serão ecologicamente corretos. “Estamos avaliando como fare- A surpresa que o varejista pode ter ao decidir investir numa loja ecoeficiente é o valor da obra. Segundo André Martinho, também da Yoshimura Arquitetura, o projeto de uma loja sustentável é 7% a 10% mais caro que o projeto de uma loja tradicional. “A boa notícia é que o capital pode ser recuperado em 5 anos, graças à economia com a operação”, ressalta. Mas atenção: o conceito de loja verde traz implícito o incentivo a práticas de consumo consciente e sustentável. Você pode, por exemplo, disponibilizar espaço para captação e separação de lixo. O importante é inserir o cliente nesse novo mundo, para capturar sua cumplicidade e apego a tudo que é ecologicamente correto. Sm Mai s i nforM açõ es Yoshimura arquitetura de Varejo: (11) 2281-8257 Verdemar: www.verdermar.com.br Walmart: www.wal-mart.com.br Capa SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 Corte os custos com bom-senso Você sempre ouviu que despesas devem ser controladas. Isso é verdade, mas vale lembrar que alguns gastos são essenciais para o bom funcionamento da loja. Saiba quais são e pense bem antes de reduzi-los. A pesquisa International Business Report ouviu 150 empresários de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia para saber qual caminho eles consideravam o mais curto para aumentar mentar a rentabilidade do negócio. Com 23% das citações, redução de custos foi o ponto mais lembrado. O problema é que nem todos sabem com exatidão quais despesas podem ser enxugadas. E o erro mais comum é cortar funcionários indiscriminadamente. Segundo Nelson Beltrame, professor do Provar/Fia, quando as empresas decidem analisar planilhas de despesas, voltam os olhos para os campos com os maiores valores. E os gastos com funcionários é um deles. “Os cortes corretos são aqueles que eliminam desperdícios”, defende o consultor de varejo Gustavo Ayala. Ele cita, como exemplos, os gastos com banners, faixas de preço, além de ilhas e pontas de gôndola. “O erro acontece quando o corte de custos é feito em detrimento do atendimento Por Fernando Salles | [email protected] O QUE AVALIAR ANTES DE ELIMINAR UM CUSTO? Cada despesa deve ser analisada individualmente. Um gasto aparentemente alto pode ser justificado pela estratégia da empresa. Custos devem ser eliminados apenas quando representam desperdício. COMO IDENTIFICAR GASTOS EXCESSIVOS? O ideal é colocar no orçamento os valores que a empresa pretende gastar durante o ano, a partir de uma base realista. Assim é possível perceber quando um setor gasta mais que o previsto para, a partir daí, entender as razões. POR QUE É ARRISCADO REDUZIR A EQUIPE? Quando o quadro de colaboradores não está inchado, a eliminação de pessoal pode prejudicar atendimento e prestação de serviços. Com o tempo, os clientes ficam insatisfeitos e passam a comprar em outro lugar. FONTE: CONSULTORES 32 | 33 rios terão tempo para preparar esses cortes”, lembra o consultor. Tirar verba da manutenção de equipamentos é outra decisão arriscada, segundo Nelson Beltra- Se a equipe de açougueiros for reduzida para conter os custos, dificilmente a loja poderá oferecer cortes especiais e cobrar por isso JOÃO DE FREITAS ao cliente. É o caso de empresas que decidem eliminar repositores, operadores de caixa, açougueiros e fatiadores de frios”, afirma. “Isso afugenta o consumidor.” É bem verdade que há momentos em que a dispensa de funcionários é inevitável. Mas antes de tomar essa decisão, Ayala sugere avaliar se os lucros gerados pelo setor cobrem os custos com os funcionários. “Se adiciono um açougueiro, espero que o resultado compense o investimento”, resume Ayala. Éderson Oliveira, consultor da Evarejo, concorda e cita o exemplo da rede mineira Rex, à qual presta consultoria. A empresa manteve os empacotadores trabalhando nos checkouts das 17 lojas e eles foram fundamentais para reduzir os gastos com sacolas plásticas. “Fizemos um treinamento para que a equipe oferecesse caixas de papelão ao cliente e o resultado foi excelente. Em quatro meses reduzimos em 13% as despesas com sacolas”, comemora. Outra forma de reduzir o impacto dos custos, de acordo com Oliveira, é buscar alternativas para aumentar a rentabilidade. No açougue, isso pode ser feito a partir da oferta de cortes de carne para determinados pratos, como o estrogonofe. Além de atender as necessidades da clientela, esses produtos podem ser vendidos a valores mais altos, uma vez que não há referência de preço. “Se a equipe do açougue for muito reduzida, dificilmente os funcioná- me. Ele constata que as empresas de varejo ainda gastam muito dinheiro na correção de problemas que poderiam ser evitados com ações preventivas. É o caso de um expositor congelado que não recebe manutenção e para de funcionar. Isso gera perda de vendas e pode render uma autuação da vigilância sanitária. Nada melhor, portanto, do que o bom-senso e a análise de dados para reduzir custos e preservar gastos essenciais para um bom atendimento. SM MAI S I NFORMAÇÕES Evarejo: www.evarejo.com Felisoni Consultores: (11) 3812-2975 Gustavo Ayala: (11) 3044-1241 Provar/Fia: www.provar.org Supermercados Rex: www.superrex.com.br Deixar de fazer a manutenção de equipamento é uma redução de custos bastante arriscada 34 Capa Supermercado moderno • janeiro 2010 7 pecados capitais do sortimento Por Alessandra Morita | [email protected] Os erros mais comuns dos varejistas na gestão do mix de produtos. Saiba como não cair em armadilhas. E ntra ano, sai ano e o fantasma do mix ineficiente continua assombrando o supermercadista. E não é para menos. Um estudo feito pela Nielsen com consumidores de todo o mundo, mostra que encontrar tudo o que se deseja é o principal fator de decisão na hora de escolher uma loja. O índice alcança praticamente 100% dos respondentes. O segundo fator é localizar fácil e rapidamente os produtos e, na sequência, contar com marcas e itens de alta qualidade. Ou seja, tudo ligado ao sortimento. Mesmo ciente disso, o supermercadista ainda comete pecados ao decidir o mix. O mais comum tem a ver com a negociação e acontece quando o sortimento se pauta mais por descontos concedidos pelos fornecedores do que pelas necessidades do consumidor. “Esse é o principal pecado”, afirma Beatriz Cavalcante Chamei, sócia da Shoppermkt Consultoria e líder do comitê de gerenciamento por categorias (GC) da ECR. UM DOS PECADOS COMETIDOS Medo de excluir itens Outro pecado advém da angústia do varejista de excluir itens. O dono do negócio receia perder vendas se cortar 15% a 20% dos SKUs de uma categoria. Mas esquece que os itens excluídos costumam representar no máximo 5% do mercado. “O varejo trabalha com duplicações que podem ser substituídas por itens | 35 de maior giro ou rentabilidade”, afirma Christian Lorisch, consultor da The Partnering Group, especializada em estratégia e gestão. Segundo ele, pesquisas realizadas antes e após enxugar o mix de uma categoria apontam que, mesmo com a diminuição de itens, o consumidor tem a percepção de que a variedade melhorou. “Quando o assunto é sortimento eficiente, menos pode ser mais”, diz ele. Mais erros são apontados pela Nielsen. Wagner Picolli, responsável pela área de GC, e Ana Carolina Lui, gerente da ferramenta Assortment, que analisa sortimento, identificaram os sete erros capitais. Eles tornam ruim o desempenho das categorias e inviabilizam o aumento das vendas. Confira. 1 É comum o supermercadista analisar apenas os dados de vendas da empresa, ignorando as informações de mercado. Quando isso acontece, ele não identifica as oportunidades que existem fora de suas lojas. 2 Outro erro é ignorar a rentabilidade do produto na hora de definir o sortimento. Normalmente, o supermercadista elege um ranking de faturamento ou de volume para selecionar o que entra no mix. Com isso, acaba excluindo produtos rentáveis e mantendo no mix itens com margem negativa. “Se o empresário definisse o papel da categoria isso não aconteceria”, afirma Picolli. 3 Duplicar a exposição de um produto presente em uma “solução de consumo”, caso do Mundo do Bebê, também é um erro comum. Segundo Picolli, ao manter a mercadoria tanto na área natural como no agrupamento, corre-se o risco de levar o shopper PrinCiPais faTores De DeCisÃo na Hora De esCoLHer UMa LoJa encontrar tudo o que se deseja Localizar fácil e rapidamente os produtos contar com marcas e produtos de alta qualidade joão de freitas Itens que integram soluções de consumo como o Mundo do Bebê devem ser expostos exclusivamente neste espaço 36 | Capa | Supermercado moderno • janeiro 2010 Sortimento É um equívoco pensar que quanto maior o sortimento, maiores as vendas Pontas de gôndola são percebidas como espaço para ofertas e lançamentos. Evite expor um produto apenas nessa área. a se abastecer apenas do item que procura. Ou seja, ele deixa de se dirigir ao Mundo do Bebê, onde seria estimulado a comprar por impulso produtos não planejados. 4 Outro equívoco: usar ponta de gôndola como exposição única do item. Para o shopper, a área é de ofertas e lançamentos. Portanto, ele tende a buscar o que deseja no ponto tradicional. “Se não encontra, sai com a sensação de que o mix é falho”, diz Picolli. 5 Excesso de itens em categorias saturadas é outro pro- blema. “Muitos supermercadistas acham que quanto maior o sortimento, maiores as vendas”, conta Ana Carolina. O problema é que há versões semelhantes, o que confunde o shopper e leva à canibalização entre os itens. 6 A árvore de decisão não é utilizada na hora de fazer a revisão do sortimento. Isso pode levar o empresário a excluir segmentos importantes para o shopper. Exemplo: se, em biscoito, o sabor é um dos itens mais valorizados no momento da escolha, o varejista não pode ignorar as diferentes versões. Só deve ter cuidado para conceder espaço proporcional ao giro de cada uma. 7 joão de freitas Lentidão na inclusão de um item é o último pecado. Como exige exclusão de algum produto, e isso leva tempo, o item só é introduzido quando as campanhas publicitárias do fabricante já saíram da mídia. Ou seja, o varejo perde vendas num momento de ampla divulgação. Uma forma de evitar é destacar uma das filiais para a queima de estoque. O produto pode ser ofertado em cestões a preço de custo. Assim não atrapalha a exposição na gôndola normal e ainda se cria uma ação diferente naquela loja. “O ideal é que seja uma unidade para as classes C e D”, defende Picolli. Sm Mai s i nforM açõ es nielsen: (11) 4613 7000 shoppermkt: www.shoppermkt.com.br The Partnering Group: www.thepartneringgroup.com 38 Capa Supermercado moderno • janeiro 2010 Por Alessandra Morita | [email protected] | ruptura Medir, rastrear e combater divulgação Veja como essa receita simples ajudou supermercadistas a reduzir a menos da metade os índices de falta de produtos M combater a ruptura em gôndola continua sendo um dos maiores desafios para o autosserviço edir, rastrear as causas e combater os problemas. Seguindo essa receita básica, os super e hipermercados têm um bom ponto de partida para combater a falta de produtos. A recomendação consta da Campanha para Reduzir a Ruptura em R$ 1 bilhão, implemen- tada em 2007 por Supermercado Moderno em parceria com a ECR Brasil. Para ajudar a alcançar essa meta, foram publicados cinco fascículos com dicas e sugestões – faça o download pelo site www. sm.com.br. Entre os supermercadistas que adotaram as ideias da campanha, os resultados foram positivos. Nesta reportagem, você encontra dois exemplos: da unidade de Tatuí da rede paulista Coop (30 lojas) e do grupo gaúcho Peruzzo (14 lojas). Ambos reduziram a ruptura dos itens de maior giro de 6% e 15%, respectivamente, para 3%. | 39 coMBate ao ProBleMa Controle dos 300 itens de maior giro Quem entra na filial da Coop, pelo acesso dos colaboradores, logo vê um quadro com dados sobre a evolução da ruptura dos itens formadores de opinião (aqueles de maior giro). Tudo apresentado em forma de gráficos, mostrando o índice geral e o das diferentes famílias de produtos. Márcio Martins, gerente da unidade, orgulha-se dos resultados. Pouco mais de um ano atrás, o índice de faltas atingia 6%. Hoje, está em 3%. Dos 300 itens analisados faltam nas prateleiras apenas 9. A queda da ruptura ajudou a filial a subir no ranking das melhores lojas da Coop. Até implementar as ações (entre outras), a unidade era lanterninha no ranking. No ano passado, tornouse a vice-líder. como os pedidos eram feitos: se pela própria loja junto ao fornecedor; solicitando ao depósito central; ou em compras via matriz, com entrega direta na loja. Martins e equipe seguiram, então, outra recomendação da Campanha: identificar as causas da ruptura para encontrar soluções. Os principais problemas encontrados foram falhas no pedido, independentemente de partirem da loja ou da matriz, além de divergência de estoque físico. Cada um desses itens correspondeu a 40% dos motivos de falta de produtos. Os outros 20% se referiam a problemas de logística interna entre a unidade e o centro de distribuição. Por conta disso, ficou estabelecido que cada repositor verificaria duas vezes ao dia – uma de manhã e outra à tarde – a presença dos produtos nas gôndolas. “Conscientizamos o time de que a ideia não era InsPeÇÃo nas GÔndolas Os resultados são fruto de ações inspiradas nos fascículos da Campanha do Bilhão. “Juntamos todos e discutimos com os encarregados o que poderia ser aplicado à loja”, explica o gerente. A rede já dispunha para todas as suas unidades da curva ABC com os principais itens vendidos, como sugerido pela Campanha. Desse grupo, a Coop seleciona 300 SKUs mais importantes para acompanhar. A filial de Tatuí partiu desses itens. Uma das medidas foi identificar dentro desse grupo divulgação Próprio repositor se encarrega da tarefa dois eXeMPLos de sucesso Coop e Peruzzo reduziram a ruptura dos itens de maior giro de 6% e 15%, respectivamente, para 3% “optamos por repositores próprios. Conscientizamos o time de que a ideia não era fiscalizar os trabalhos, mas identificar os problemas. deu certo.” MÁRCIO FABIANO MARTINS GERENTE-GERAL DA COOP - TATUÍ 40 | Capa | Supermercado moderno • janeiro 2010 ruptura Perguntas Para rastrear as causas da ruPtura fiscalizar os trabalhos, mas identificar os problemas. Os funcionários entenderam e fizeram um bom trabalho ”, afirma Martins. IdentIfIcar causas rede criou processo de verificação por que não estava no estoque da loja? por que a central não entregou? por que não tinha em estoque? O processo tornou-se permanente. Quando não encontra o produto na gôndola, o repositor vai até o estoque buscá-lo. Nesse momento, observa se ainda há uma boa quantidade do produto. Se o nível estiver próximo do estoque de segurança, providencia o pedido com o comprador da unidade ou da matriz. Se estiver zerado, puxa um relatório para se certificar de que a mercadoria está mesmo em falta. Caso esteja, faz o pedido. Do contrário, verifica se o produto está perdido no estoque, realizando um inventário físico. divulgação por que faltou produto na gôndola? Foram criadas ainda algumas regras para a reposição feita pela indústria. A ideia é confrontar a quantidade física disponível com o que está registrado no sistema de informática. “O promotor tem até uma semana para concluir essa tarefa”, explica Martins. “Damos esse prazo para que ele concilie o inventário com outras atividades.” Quando ocorrem divergências na contagem do promotor, a checagem é feita por um repositor da filial. “Os resultados que conseguimos com essas ações deram novo ânimo a toda a equipe e reergueram a loja”, comemora o gerente. BlItz nas lojas Conheça o tamanho do prejuízo Encontrar soluções e não culpados para o problema é a filosofia da rede Peruzzo Supermercados. Ela se mobilizou contra a ruptura, também inspirada na Campanha do Bilhão. A história começou em novembro de 2008, quando os responsáveis pelas áreas comercial, de marketing e de operações se reuniram para discutir o problema na matriz, em Bagé, no Rio Grande do Sul. Até então suas 14 lojas enfrentavam ruptura, mas não se sabia ao certo qual o tamanho do buraco. Para quantificar o prejuízo, o Peruzzo seguiu alguns passos sugeridos pelos fascículos publicano Peruzzo, o problema da falta de produtos foi combatido com ideias dos fascículos publicados por sM, como os treinamentos dos repositores. | 41 dos em SM. “Primeiro identificamos todos os itens cadastrados no centro de distribuição e jogamos numa planilha na qual deveria ser apontado se o item estava em promoção ou não nas lojas, se estava presente na gôndola ou em falta e qual era a causa da ruptura”, explica Pedro Marinho, gerente comercial. A empresa partiu da ideia de que se o SKU constava do cadastro do CD, estaria também na loja. Com isso em mente e uma relação de 500 SKUs de maior giro, um grupo de profissionais partiu para as lojas. O objetivo era comparar os itens relacionados na planilha com os expostos na área de vendas. Essas pessoas também levavam consigo as perguntas relacionadas nos fascículos para rastrear as causas: por que faltou produto na gôndola, por que não estava no estoque da loja, por que a central não entregou e por que não tinha em estoque. Graças à ‘batida’, foi possível saber que, dos 500 itens selecionados, 15% estavam em falta nas lojas. A rede também descobriu as causas da ruptura. Uma das principais razões estava na área comercial. Os compradores estendiam as negociações até o preço chegar aonde queriam. Nesse meio tempo, o produto já estava se esgotando no estoque. “Hoje, aceleramos esse processo. Antes pensávamos mais em nós mesmos do que nos nossos clientes”, acrescenta. O gerente comercial explica que houve um esforço de se aproximar do fornecedor, pois outro motivo que gerava a falta de produto era atraso na entrega. “Começamos a trabalhar em parceria com as indústrias para identificar as causas da ruptura”, afirma. Ao ver o que acontece, o fabricante também se esforça para cumprir os acordos. PedIdo autoMÁtIco evita erros nas solicitações para o Cd Outra causa era o descompasso de pedidos entre o centro de distribuição e a loja. Para resolver a situação, o sistema que realiza o pedido automático passou a ser utilizado pelas filais. Hoje, as mer- Para ajudar o varejo a reduzir a ruptura, sM publicou cinco fascículos com dicas e sugestões É possível fazer o download pelo site www.sm.com.br 42 | Capa | Supermercado moderno • janeiro 2010 ruptura sisteMa autoMatizado peruzzo acabou com o descompasso de pedidos entre centro de distribuição e lojas depois que o sistema de pedido automático passou a ser usado pelas filiais cadorias que atingem a uma determinada quantidade estabelecida no software têm a solicitação disparada eletronicamente para o CD. “O programa já existe há dois anos, mas por uma questão cultural não era utilizado. De um ano para cá, ele foi reintroduzido”, esclarece. Para 2010, o sistema será aprimorado. A expectativa é de que a partir de abril o pedido seja disparado automaticamente para os computadores do fornecedor. Os treinamentos aos repositores também foram importantes. Afinal, são eles que estão na linha de frente do abastecimento das lojas. “Mensalmente reitera- mos em reuniões a importância de combater a falta de produtos. Mostramos, por exemplo, quanto teríamos vendido se não houvesse ruptura e quanto tivemos de prejuízo. Também apontamos o quanto eles poderiam receber a mais de participação nos lucros caso tivessem atingido as metas estabelecidas”, explica Marinho. Os repositores entenderam o recado. O índice de ruptura caiu para 3%. E a rede subiu da 10ª posição do ranking estadual para o 7º lugar em 2009. Sm Mai s i nforM açõ es coop tatuí: (15) 3205-2030 Peruzzo: (53) 3240-5500 44 Capa SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 Gastronomia sem fronteiras Por Fernando Salles | [email protected] Seu cliente entende e gosta cada vez mais de culinária. Por isso, três renomados chefs explicam por que a mistura de ingredientes de diferentes regiões está em alta. Q uem liga a TV pela manhã pode começar o dia com a apresentadora Ana Maria Braga ensinando uma nova receita no programa Mais Você. Aliás, uma das atrações do horário é o quadro Super Chef, uma espécie de Big Brother com o objetivo de formar um novo chef de cozinha. Se o canal escolhido for a Record, é o chef Edu Guedes quem mostra o passo a passo de um novo prato a cada dia. Basta mudar para a TV fechada e se deparar com o sotaque britânico do agitado “pop star da cozinha” Jamie Oliver. Esses são exemplos de como o brasileiro está mais exposto a informações sobre gastronomia. Sua loja já deve estar recebendo influência do tema no consumo de alimentos e bebidas. “As pessoas querem comer melhor, e isso significa comprar melhor”, resume Carlos Ribeiro, titular das panelas do restaurante paulistano Na Cozinha. No mesmo espaço onde funciona o restaurante, o chef paraibano comanda cursos de gastronomia em que ensina ao público o que observar na hora da compra, além das melhores formas de armazenagem e preparo dos pratos. E, a partir do contato com clientes e alunos, percebe quais ingredientes e técnicas andam mais valorizadas no Brasil. São tendências que aparecem primeiro nos restaurantes e cursos de gastronomia e, depois, nos supermercados. | 45 cuscuz marroquino, prato apreciado em várias partes do mundo. CULINÁRIA FUSION “As pessoas querem comer melhor, e isso significa comprar melhor” CARLOS RIBEIRO ARROZ NADA BÁSICO Prato faz o gosto do brasileiro Carlos Ribeiro está convencido de que o aumento na procura por diferentes tipos de arroz é irreversível. O chef lembra que há 20 anos pouco se sabia no Brasil sobre as variedades específicas para risoto. “Hoje há empresas nacionais produzindo arbóreo. Brasileiro é apaixonado por arroz e está atento a outras variedades”. Outro ingrediente que promete ser cada vez mais procurado é a massa para Uma pergunta aparentemente simples se tornou difícil de ser respondida. Qual país é a bola da vez na gastronomia mundial? A razão da dificuldade atende pelo nome de culinária fusion, ou seja, a incorporação de ingredientes e técnicas de diferentes partes do globo no mesmo prato. Para Ribeiro, isso é natural com a consolidação da economia globalizada e a facilidade na troca de informações entre pessoas de todo o mundo. “Hoje é possível encontrar peixes do Rio Nilo à venda na Casa Santa Luzia”, exemplifica. Carlos Ribeiro percebe grande interesse pela culinária da Ásia e do Oriente Médio. Sopa tailandesa e uma infinidade de especiarias encantam quem se mostra aberto a uma culinária exótica e perfumada. “É natural do brasileiro o gosto pela mistura de sabores”, afirma. E também se torna natural valorizar os ingredientes de todo o Brasil. Para Ribeiro, será cada vez mais comum encontrar à venda, em todas as partes, frutas como taperebá e mangaba; peixes amazônicos, como filhote e tambaqui, e doces, como os pernambucanos bolo de rolo e bolo Souza Leão. A mistura de ingredientes da DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO De todas as nações “As bases culinárias europeias são parecidas. Daí ser comum um toque oriental para criar algo diferente” ALLAN VILA ESPEJO 46 | Capa | SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 GASTRONOMIA “Não me lembro de nenhum supermercado com serviço de sommeliers na rotisserie” DIVULGAÇÃO SÉRGIO ARNO culinária fusion também é vista como tendência pelo chef Allan Vila Espejo, dono de 13 restaurantes. Para ele, essa fusão tende a incorporar principalmente os ingredientes orientais. “As bases culinárias europeias são parecidas. Por isso é comum recorrer a um toque oriental para criar algo novo”. Um exemplo é uma mistura de shoyu com laranja levada ao fogo, que resulta em um bom molho para carnes (redução).” Autor de oito livros sobre gastronomia, Espejo lembra que os consumidores gourmet estão principalmente nas classes mais altas. O chef garante que esse público exige marcas conhecidas. “Ele pode ter acesso a um espumante três vezes melhor, mas na hora de reunir os amigos vai servir Chandon, que todos conhecem”, assegura. ROTISSERIE AINDA PECA Elas servem culinária prática Dono dos restaurantes La Pasta Gialla, o chef Sérgio Arno costuma ser questionado pelos clientes sobre marcas, temperos e técnicas utilizadas nos pratos que mais agradam. Ele considera natural que esses consumidores procurem os mesmos itens nos supermercados, mas acredita que o público só é bem atendido em itens O público A/B pode comprar diferentes espumantes, mas na hora de reunir os amigos, prefere uma marca conhecida industrializados. “Nas rotisserias, os pratos ainda deixam a desejar”. Para o chef, a maioria das rotisserias não oferece refeições do mesmo nível de restaurantes ou de rotisserias de bairro. “Elas estão mais preocupadas em oferecer culinária prática, para resolver necessidades imediatas de consumo. Além disso, garantem quantidade e variedade, mas pecam em sabor e apresentação dos pratos”, afirma. Um caminho apontado por Arno seria oferecer a chefs ou restauranteurs a oportunidade de criar lojas dentro da loja colocando o know-how deles à disposição do público. Outra sugestão é a disponibilização de profissionais especializados em vinhos também nas áreas de food service. “Algumas lojas contam com sommeliers na área de vinhos, mas não me lembro de nenhum supermercado com esse serviço na rotisserie”, constata. Em uma época em que o varejo se esforça para se diferenciar da concorrência, pode SM ser uma dica preciosa. MAI S I NFORMAÇÕES Allan Vila Espejo: www.mestrecucatv.com.br Carlos Ribeiro: www.blognacozinha.zip.net Sérgio Arno: www.sergioarno.com.br 48 Capa supermercAdo moderNo • JANEIRO 2010 Associe sua loja à qualidade de vida Saúde e bem-estar são atributos cada vez mais valorizados pelo cliente. Uma nova postura que muda os hábitos de consumo e abre novas oportunidades para o setor. É Por Viviane Sousa | [email protected] crescente a preocupação das pessoas com qualidade de vida. Por conta disso, elas buscam produtos que prometem relaxar o corpo, métodos para combater o estresse, além de alimentos saudáveis. E isso abre oportunidades para o seu supermercado. Veja por quê: DARIO DE FREITAS » Segundo grandes redes do setor, os orgânicos cresceram 40% no primeiro semestre de 2009 » 20% é a média de crescimento anual do consumo de alimentos funcionais no Brasil » O mercado de fitness movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano, segundo a Fitness Brasil, empresa que presta consultoria nesse mercado Rede Mundo Verde: alimentos naturais e saudáveis atraem 150 mil consumidores diariamente a 150 lojas E já há redes especializadas atendendo esse segmento. Fique de olho, pois elas podem ajudá-lo a transformar sua loja num local que o consumidor associa com qualidade de vida. Veja o caso da Mundo Verde, com 22 anos de atuação e 150 lojas, por onde passam cerca de 150 mil visitantes diariamente. Segundo Donato Ramos, | 49 nefícios”, ressalta Maurício Morgado, professor de varejo da FGV. Com duas lojas em Santa Catarina, a rede Hippo atrai o consumidor para produtos com apelo ao bem-estar mantendo uma nutricionista em cada unidade, para orientar os clientes. NOVOS CONSUMIDORES Forme clientes que valorizam bem-estar As nutricionistas do Hippo ficam num estande equipado com computador conectado à internet. “Assim podem pesquisar, pegar receitas e imprimir o resultado para o consumidor”, destaca Cristiane Saqueti, gerente de marketing. Ela acredita que, dessa forma, o Hippo também contribui para desenvolver o hábito da alimentação saudável. “É uma maneira de formar novos consumidores”, explica Cristiane. Nos açougues das duas lojas, os clientes encontram carnes mais saudáveis, como a de rã, avestruz e de javali. Mas o sucesso principal está no corte especial extralimpo para carne bovina. “Tiramos toda a gordura aparente da peça. E apesar de ter preço um pouco mais alto que os demais cortes, a saída é boa. Já representa 60% das vendas de carne bovina da rede”, explica Cristiane. O que os clientes preocupados com a qualidade de vida querem é atenção e cuidados, e você pode oferecer isso com produtos e atendimento especial. Então, mãos à sm obra e boas vendas! Apesar de mais cara, a carne bovina sem gordura já representa 60% das vendas da rede catarinense Hippo Novo perfil do coNsumidor 53% dos brasileiros consideram a saúde sua principal preocupação Índice de pessoas que consomem frutas e hortaliças regularmente (cinco dias da semana) saltou de 23,9%, em 2006, para 31,5% em 2008 Já o número de pessoas que consomem carne com gordura caiu de 39,2% (2006) para 33,8% (2008) Hoje, 16,4% da população pratica esporte de acordo com as recomendações internacionais – ligeira alta sobre os 15,5% de 2007 Mai s i nforM açõ es fGV: www.fgv.br Grupo Pão de açúcar: www.grupopaodeacucar.com.br Hippo: www.hippo.com.br FONtES: EStUDO VIgIlâNCIa E FatORES DE RISCO E PROtEçãO PaRa DOENçaS CRôNICaS POR INqUéRItO tElEFôNICO (VIgItEl), DIVUlgaDO PElO MINIStéRIO Da SaúDE EM abRIl DE 2009 diretor de marketing, o sucesso está ligado à variedade de produtos disponíveis e à ambientação das lojas. “São mais de 10 mil produtos por unidade. Na seção de alimentos e bebidas, trabalhamos com produtos sem glúten, açúcar e sal, orgânicos, funcionais e complementos naturais para atletas. A nossa mais recente novidade é a ração humana”, conta. O produto é uma espécie de suplemento à base de cereais integrais que, substituindo uma ou duas refeições ao dia, promete emagrecer até oito quilos em um mês. CDs, cosméticos naturais e produtos de limpeza que não agridem o meio ambiente também fazem parte do mix da Mundo Verde. Mas o toque final é a ambientação das lojas. Ao entrar em qualquer unidade, o cliente se depara com fragrâncias, incensos, músicas, sons da natureza e decoração clean. “Percebemos que assim os clientes tendem a permanecer mais tempo nas lojas”, explica Ramos. É possível aplicar esse conceito em lojas de autosserviço. Uma iniciativa é criar o “cantinho do bem-estar”, no qual deverão ser agrupados os alimentos e as bebidas saudáveis, além de produtos para relaxamento e banho e artigos esportivos. Se o supermercado não dispuser de espaço, os produtos com apelo à qualidade de vida podem permanecer no corredor natural. Nesse caso, a alternativa é sinalizar a presença deles com cartazes. “O importante é mostrar seus be- 51 Capa Supermercado moderno • janeiro 2010 uma embalagem para cada consumidor TrÊS TendÊncIaS Que deVem eSTar preSenTeS em Sua loJa embalagem SIngle Público-alvo: solteiros, pessoas que moram sozinhas, casais Por Natalia Guaratto| [email protected] | sem filhos, classes C e D Principais categorias: snacks, chocolates, shampoos, azeites, sabão em pó Exposição: por serem pequenas, essas embalagens sofrem Pacotes pequenos ou enormes, versões sustentáveis. a indústria está transformando embalagens em produtos. e o público está gostando. O maior risco de serem roubadas. O ideal é deixá-las expostas próximas aos checkouts ou em pontas de gôndolas embalagem econÔmIca Público-alvo: famílias grandes, com crianças, classes C e D Principais categorias: sucos, refrigerantes, iogurtes, papel higiênico, cerveja Exposição: colocar com as embalagens convencionais, para as vantagens saltarem aos olhos do consumidor embalagem SuSTenTÁVel Público-alvo: consumidores preocupados com saúde e meio ambiente Principais categorias: limpeza, alimentos funcionais modo como uma Exposição: dar destaque à parte da embalagem que pessoa vive diz muimostra o selo sustentável ou agrupar os produtos em espaços to sobre os produtos específicos que ela consome. Levantamento feito em 2007 pelo LatinPanel exemplifica a captaram bem os diferentes perfis diversidade de consumidores no Brasil: de clientes e criaram embalagens em 20,9 milhões de domicílios há presença de crianças com até 12 para atender os variados contextos anos; 13,4 milhões de lares são de pessoas que moram sozinhas de consumo. Segundo especialistas, e não têm filhos, e o percentual de entrevistados que valorizam três tipos de embalagens se consoliempresas que promovem ações ecológicas é de 93%. As indústrias daram nos últimos anos. | Capa | Supermercado moderno • janeiro 2010 embalagem Produto sustentável, o amaciante Comfort concentrado economiza água na composição e plástico nas embalagens joão De freitas 52 “Categorias premium, como amaciante concentrado, tornaram-se mais acessíveis às classes C e D” Luciana PeLLegrino, diretora executiva da abre A primeira é a de embalagem single, também conhecida por porcionada. Com o aumento do número de pessoas morando sozinhas, de casais sem filhos e gente que passa muito tempo fora de casa, pipocaram nas prateleiras itens em versões miniatura. Segundo Lincoln Seragini, diretorpresidente da agência Seragini Farné Guardado, a tendência se solidificou também por outros motivos. “O míni tem custo baixo, exige desembolso menor e oferece o benefício da duração – evita perdas por estragos ou prazo de validade”, afirma. Luciana Pelle- grino, diretora executiva da Abre (Associação Brasileira de Embalagens) complementa. “Com o aumento do poder aquisitivo das classes C e D e a popularização das embalagens pequenas, as categorias premium, como azeite, antisséptico e amaciantes concentrados, tornaram-se acessíveis e democratizaram o consumo.” Outra embalagem que se consolidou é a versão “família”. Bem maior do que a tradicional, destina-se a lares com muitos membros e com crianças pequenas, e tem o papel de ser econômica. Embora velha conhecida, seu crescimento é puxado pela ascensão das classes C e D, principais consumidoras. Um dos mais recentes sucessos nessa linha são os litrões de cerveja que surgiram em 2008, para atender uma demanda já existente: “a do consumo em casa com parentes e amigos”, explica Diana Albuquerque Nascimento, gerente de inovações da Skol, marca pioneira no formato. Segundo dados Nielsen, de janeiro a agosto de 2009 foram vendidas no País 78 milhões de embalagens, contra 4 milhões em 2008. Mas não é só nos hábitos do consumidor que a indústria pauta o lançamento de embalagens. Ela também antecipa tendências e sabe aproveitar as mensagens que sensibilizam o consumidor. É o caso do conceito sustentável. Embora produtos ecológicos não estejam entre as prioridades do consumidor brasileiro – segundo a LatinPanel, apenas 22% das 54 | Capa | Supermercado moderno • janeiro 2010 embalagem donas de casa escolhem itens benéficos ao meio ambiente – algumas indústrias já vêm adotando embalagens corretas. “O brasileiro ainda não está disposto a pagar mais por mercadorias sustentáveis, mas as empresas já pensam nessa possibilidade. Além de ser uma tendência, trata-se de otimizar processos e reduzir custos”, afirma Mateus Mendonça, consultor de empresas na área de desenvolvimento de embalagens sustentáveis. Finalista, em 2009, do prêmio Abre de Embalagens na categoria sustentável, a Mabel lançou o biscoito Mabel Cream Cracker com Fibras em pacote feito com papel biodegradável. O custo dessa embalagem foi maior, portanto o produto é mais caro. Marcela Andrade, gerente de marketing da empresa, acredita que o investimento contabiliza benefícios para a imagem da companhia. Na hora de pensar no sortimento de sua loja, pense também nas embalagens que mais têm a ver com o perfil de sua clientela. Embalagens sustentáveis dificilmente sensibilizarão o público CD, que, mesmo ganhando mais, ainda luta para fazer as despesas caberem no orçamento. Já embalagens single e econômicas têm forte apelo junto a esse consumidor. Entre as pessoas com mais dinheiro e perfil “intelectualizado”, as embalagens sustentáveis possuem maior aderência. Isso também ocorre entre os jovens, que, sensíveis aos apelos ecológicos de todas as matizes, serão os grandes consumidores dentro de uma ou duas décadas. Sm Criado pela Skol, o litrão de cerveja somou 78 milhões de unidades vendidas em 2009 MAI S I NFORMAÇÕES ABRE – (11) 3082-9722 Seragini Farné Guardado – (11) 2101-4300 Nielsen – (11) 4613-7000 Mateus Mendonça - (11) 2639-0670 Mabel: 0800-726 0300 Skol: 0800-725 0002 DiVULGaÇão DiVULGaÇão Embalagem do Mabel Cream Cracker com fibras é feita com papel biodegradável: ganhos para a imagem da empresa 56 Categoria Supermercado moderno • janEiro 2010 Por Viviane Sousa | [email protected] | azeites Agora na mesa das classes C e D O público de baixa renda já é responsável por 42% das vendas da categoria. O extravirgem é hoje a versão preferida em função do forte apelo à saúde. Saiba aproveitar o momento para aumentar o consumo. A té agosto de 2009, o consumo de azeite no Brasil havia crescido 11%. Foi o quinto ano consecutivo de alta. Em 2008, só em supermercados o aumento chegou a 53%. E neste ano espera-se um crescimento de mais de 20% em volume de vendas. Benefícios para a saúde, aumento de oferta, preços promocionais, tudo isso explica o desempenho. Mas o que chama a atenção é a participação das classes C e D no consumo – hoje acima de 40%. Supermercados voltados a esse público, como o pernambucano Arco-Íris, 18 lojas, dobraram as vendas em 2009. “O sucesso foi tanto que resolvemos aumentar o mix. Já são dez marcas disponíveis”, conta Antônio Marcos, diretor comercial. Outra rede dedicada ao público de baixa renda, o CompreBem, do Grupo Pão de Açúcar, 156 lojas, também viu as vendas explodirem no último ano. Segundo Ari Lopes, comprador de azeites, o consumo subiu 22% entre junho de 2009 e junho de 2008, em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas as boas notícias não param aí: o brasileiro pode comprar bem mais do que compra atualmente. O consumo de 200 ml por pessoa/ano é bem inferior ao dos espanhóis, por exemplo, que chega a 12 litros per capita. “Essa é uma evidência de que o | 57 mercado nacional ainda tem muito o que evoluir”, afirma Rita Bassi, diretora geral da marca Gallo. ProPuLsores Da Categoria Eles fazem as vendas crescerem joão dE frEitas O apelo gastronômico do azeite, aliado ao crescimento do público gourmet, está na lista dos propulsores de vendas da categoria no Brasil. “Hoje, o consumidor trata o azeite como um produto nobre, que requer profundo conhecimento. Tanto que lê com mais atenção os rótulos, para conhecer o nível de acidez, os tipos de azeitonas e os blends especiais de cada marca”, revela Rita. Atento a essa evolução no hábito do consumidor, o Grupo Pão de Açúcar investiu em ações para manter seus clientes informados sobre as marcas e os tipos de azeites disponíveis nas lojas. Na bandeira Pão de Açúcar, o sortimento cresceu 32% – são 140 tipos de azeites e cerca de 50 marcas – e os funcionários foram treinados para tirar dúvidas dos clientes. O resultado foi um crescimento de 9%, entre junho de 2009 e junho de 2008, na comparação com o mesmo período do exercício anterior, segundo Ari Lopes. O fato de o brasileiro estar mais preocupado com a saúde e ciente das propriedades benéficas do azeite para o organismo também tem contribuído para o aumento das vendas, de acordo com Nuno Em 2010, estima-se alta de mais de 20% no volume de vendas 11% foi o aumento de vendas em volume até agosto de 2009 a categoria gera margem bruta de 30% a 40% Fontes: nieLsen e inDústrias Lojas voltadas às classes C e D aumentaram o mix, de olho no maior interesse dos clientes pelo produto 58 | Categoria | Supermercado moderno • janEiro 2010 azeite Venda mais Os períodos do ano são a Páscoa e o Natal de maior consumo de azeites costuma elevar as vendas da categoria, pois gera a interação do consumidor com o produto Promover degustações Por ser uma categoria de alto valor agregado, é re- comendado realizar crossmerchandising com produtos que também garantem boas margens ao varejo, como vinhos e queijos Recomenda-se ainda exposição casada com alimentos complementares, como pizzas e massas Cursos de culinária, em parceria com fornecedores, podem estimular a compra regular do produto joão dE frEitas Com forte apelo gastronômico, os azeites caíram no gosto dos consumidores gourmet Miranda, gestor de mercado do grupo Sovena, responsável pela marca Andorinha. Todo azeite, desde que não seja composto, tem gorduras monoinsaturadas, que ajudam a elevar os níveis do colesterol bom (HDL) e reduzir os do colesterol ruim (LDL). Também possui substâncias antioxidantes, ômega 3 e 6 e beta-sitosterol, que combatem radicais livres, evitam agressões às células e ainda previnem alguns tipos de câncer. A versão extravirgem é a mais benéfica à saúde. A nutricionista Madalena Vallinoti, diretora do Sinesp (Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo), explica que durante o processo de produção o azeite extravirgem é prensado a frio e não passa por altas temperaturas, o que preserva suas pro- 60 | Categoria | Supermercado moderno • janEiro 2010 azeite Novidades do mercado Os fornecedores de azeite também têm contribuído para o aumento do consumo com frequentes lançamentos O Grupo Sovena lançou, com a Bunge Alimentos, o Soleada, um azeite produzido a partir da mistura de duas variedades de azeitonas espanholas, Hojiblanca e Arbequina. A versão extravirgem tem acidez de 0,5%, e a versão premium, procedente da primeira colheita, apresenta acidez de 0,4%. Na Cargill, a novidade é o Gallo Azeite Novo, uma edição premium elaborada com as primeiras azeitonas verdes da colheita 2009/2010. O azeite tem sabor intenso de fruto fresco, levemente amargo. A Borges lançou o Reserva de Família Borges. É produzido com azeitonas arbequinas da Catalunha, colhidas e processadas no mesmo dia. O sumo da azeitona é retirado lentamente, gota a gota. O produto é encorpado e tem baixa acidez (máxima de 0,5%). A edição é limitada. fotos: diVULGaÇão Também já está nas prateleiras o novo azeite Renata Extra Virgem, da fabricante Selmi. Produzido e envasado na Itália, o produto apresenta acidez máxima de 0,5% e é feito com azeitonas selecionadas da região da Toscana. A embalagem é de lata e vidro de 500 ml. priedades. Recomenda-se consumo de uma a duas colheres por dia. Muitos médicos e nutricionistas costumam indicar que o azeite extravirgem seja utilizado apenas em alimentos frios, como saladas, ou como finalizador de pratos quentes. Esse modo de consumo também ajuda a manter o sabor e o aroma originais do produto. Já o azeite de oliva, que tem menos benefícios, suporta bem altas temperaturas e, por isso, é indicado para frituras e refogados. Até pouco tempo, o consumo nacional de azeites era liderado pelo azeite de oliva, por ser mais barato. Em 2004, ele representava 83% das vendas. Ex-líder absoluto de consumo, o azeite de oliva foi superado pela versão extravirgem Hoje, contudo, representa apenas 45%. O extravirgem passou à frente, com 55% do mercado. Foi uma verdadeira inversão no hábito de consumo, motivada pelo apelo à saúde e também pelo preço do produto. Afinal, o varejo tem colocado o extravirgem em sucessivas promoções para incentivar o consumo. Soma-se a isso a queda do preço em 2009. Depois de um longo período de estabilidade, o valor apresentou queda de cerca de 5%. Com tantas vantagens, as vendas de azeite devem continuar crescendo ainda por uns bons anos. Olhe com atenção o sortimento de sua loja, ofereça mais espaço aos produtos com maior saída e não confine o azeite em balcões fechados. O produto precisa ser Sm bem exibido para estimular o consumo. No site www.sm.com.br você encontra mais informações sobre tipos de azeite e azeitonas, além de dicas de harmonização com pratos. Aproveite para orientar seus clientes. MAI S I NFORMAÇÕES Arco-Íris: www.superarcoiris.com.br Gallo: www.azeitegallo.com.br Grupo Sovena: www.sovenagroup.com Madalena Vallinoti: (11) 2671-1012 Pão de Açúcar: www.paodeacucar.com.br 62 | Supermercado moderno • janeiro 2010 megamercado Empresas investem em reformulação de site A j in o m oto m A RiL A n o novo site dA fAbricAnte de biscoitos marilan permite maior interatividade e traz dicas de utilização dos produtos da empresa em pratos diferentes, além de recomendações sobre alimentação saudável e saúde da mulher. Há ainda informações sobre as ações de responsabilidade social da marilan. mm A Ajinomoto estreou em dezembro um site exclusivo para a marca de caldos e temperos Sazón. totalmente voltado à culinária, o www. sazon.com.br traz entre as novidades a seção de comerciais de tV, que permite aos internautas assistirem às últimas campanhas publicitárias da marca. mm L e it e d e R oSA S junto dA comemorAção dos 80 anos de fundação, a Leite de Rosas dá cara nova à sua página (www.leitederosas.com.br) e aposta na campanha publicitária “Leite de Rosas. Vai bem com todo mundo”, para promover a marca. A página, criada pela agência Binder/ FC+m, apresenta traços delicados e cores suaves. mm | 63 Display reciclável divulga linha de azeites Guacira Assim renova fórmula de lustra-móveis para garantir limpeza prolongada os LustrA-mÓveis da marca Assim ganharam novas fórmulas e embalagens. Agora, a base de silicone forma uma película protetora contra o pó, o que promete garantir limpeza prolongada para a mobília. já as embalagens de 200 ml estão mais arredondadas e passam a contar com uma tampa de fácil manuseio. o produto continua sendo vendido nas fragrâncias Floral e Lavanda. mm DiVULGaÇÃo DiVULGaÇÃo A AZeites GuAcirA adotou um material ecologicamente correto para o merchandising dos seus produtos. o “display verde” é produzido pela AZ4 Group com material reciclado que, por meio da troca das placas de comunicação, pode ser aproveitado também para divulgar outros produtos do mesmo fabricante. mm 66 Promoção Supermercado moderno • janeiro 2010 Pesquisa Exclusiva os hábitos do seu cliente na páscoa joão de freitas Por Alessandra Morita | [email protected] O ano mal começou e já é hora de pensar na Páscoa. E um bom início é conhecer o comportamento do consumidor de ovos de chocolate. Para ajudá-lo nessa tarefa, SM publica uma pesquisa exclusiva com 750 consumidores de todo o País, feita pela consultoria Around Research por meio da internet. Entre Estudo feito pela Around Research mostra que o brasileiro leva mais de dois ovos para casa e opta por marcas conhecidas. Entenda o que o seu consumidor prefere, para atendê-lo melhor e vender ainda mais. | 67 as conclusões, o estudo mostra que a maioria das pessoas adquire mais de dois ovos no período, tanto para adultos quanto para crianças, prefere marcas conhecidas, pesquisa os preços de seus produtos preferidos e deixa para comprar na última semana. Há também algumas surpresas, como o fato de que as versões com brinquedos e personagens infantis agradam, mas não são determinantes na hora da compra. Quer saber mais? Confira a seguir os principais resultados. Eles contribuirão para um melhor planejamento do mix e das promoções. “Nos últimos anos, a indústria também aumentou a oferta dos tamanhos inferiores a 300 g para tornar o preço mais acessível ao consumidor”, acredita Marco Quintarelli, consultor de varejo e diretor do Grupo Azo. Nada menos de 69% dos respondentes afirmam comprar mais de dois ovos na Páscoa. Desse total, 38% dizem adquirir acima de três unidades. E mais: 56% levam tanto ovos para crianças quanto para adultos. Segundo Daniela Casabona, coordenadora de pesquisa e atendimento da Around Research, o consumidor presenteia várias pessoas no período, como filhos, sobrinhos, namorado. “O ovo de chocolate é o símbolo da data, assim como ocorre com o panetone no Natal”, diz ela. O fato de comprar uma grande quantidade faz com que as pessoas prefiram ovos pequenos. Segundo a pesquisa, 43% optam por aqueles com 220 g a 270 g e 33% pelos que têm entre 160 g e 180 g. joão de freitas 69% compram mais de dois ovos ovos pequenos: 43% dos respondentes optam pelos de 220 g a 270 g e 33%, pelos de 160 g e 180 g 30% preferem ovos com personagens infantis Um dado curioso da pesquisa SM/Around é que apenas 30% dos respondentes preferem os ovos com personagens infantis. Segundo a Nestlé, o percentual está alinhado com a participação de mercado dessa versão. Para Simone Terra, antropóloga e pesquisadora de varejo e consumo, os produtos com brinquedos interessam mais 68 | Promoção | Supermercado moderno • janeiro 2010 páScoa às crianças entre oito e dez anos. A partir daí, a preferência recai sobre ovos de marcas que expressam status e valores reconhecidos pelos jovens e adolescentes. Esse comportamento justifica também o fato de que 46% afirmam comprar ovos com e também sem brinquedos. Outros 47% dizem preferir unicamente as versões que não trazem brindes. E uma pequena parcela opta somente pelos que trazem esse diferencial – 7% dos participantes. A valorização da marca como um dos principais atributos da categoria é outra constatação do levantamento. Em primeiro lugar, aparece a Nestlé, com 87% das respostas. É seguida pela Lacta, com 65% e pela Garoto, com 59%. As demais marcas aparecem com menos de 25% de citações. Para a Nestlé, o resultado não é surpresa. Ela afirma ser Top of Mind de chocolates há 12 anos. Já a Kraft Foods, dona da Lacta, informou por meio de sua assessoria de imprensa que não seria possível comentar os resultados da pesquisa devido à agenda lotada de seus executivos. Daniela, da Around Research, atribui a preferência por essas três marcas aos altos investimentos em marketing realizados por seus fabricantes. “O consumidor confia nessas empresas e reconhece a qualidade e o sabor de seus produtos”, afirma. Para a pesquisadora Simone, a Páscoa é uma data especial e, por isso, as pessoas ficam mais propensas a adquirir marcas que gozam de maior prestígio. Ela também credita a vantagem da Nestlé DANIELA CASABONA, COORDENADORA DE PESQUISA E ATENDIMENTO DA AROUND RESEARCH joão de freitas “a preferência pelas marcas nestlé, Lacta e Garoto é resultado dos investimentos em marketing ” 70 | Promoção | Supermercado moderno • janeiro 2010 páScoa ao bom trabalho de distribuição da empresa nos pequenos e médios varejos, que supera o dos concorrentes. O ranking das marcas mais vendidas, no entanto, pode variar de loja para loja. No Grupo Carvalho, com 41 lojas no Piauí, Garoto assume a primeira colocação. “A marca é sinônimo de Páscoa na região”, afirma Sérgio Barroso, coordenador comercial. Em contra- Mas é importante ficar de olho em produtos que atendem nichos de mercado. Para a especialista Simone, uma loja frequentada por idosos pode incluir mais opções de ovos trufados e bombons. Em supermercados voltados às classes A e B, uma alternativa são as versões orgânicas. Estabelecimentos que atendem jovens, como aqueles próximos a universidades, podem optar por marcas bem aceitas por além dos mais procurados – chocolate puro, branco e crocante – ofereça versões especiais partida, o Breithaupt, 12 filiais em Santa Catarina, tem na Lacta a sua campeã de vendas. O chocolate puro ainda é o mais consumido. Segundo a pesquisa, 75% afirmam comprar essa versão. O branco fica na vice-liderança, com 64%, e o crocante aparece como terceiro da lista, citado por 54% dos respondentes. esse público, como o Kinder Ovo. Convém ainda ficar atento às preferências da região. O diet/light, por exemplo, encontra no sul o maior índice de compradores. Lá as respostas alcançaram 32% dos participantes do levantamento – o dobro do percentual nacional. Preço é outro ponto importante. Entre os respondentes, 73% pro- Nordeste: comportameNto difereNte N orte e Nordeste são as regiões onde o comportamento do consumidor apresenta as diferenças mais significativas, em comparação ao resultado nacional. Nelas, o ovo de chocolate branco, por exemplo, é campeão absoluto de vendas, com 97% da preferência, contra 64% do resultado Brasil. “O paladar do nordestino é voltado para sabores mais fortes e doces”, afirma Daniela Casabona, coordenadora de pesquisa e atendimento da Around Research, responsável pelo estudo. “No Piauí, o ovo branco é o que acaba primeiro”, confirma Sérgio Barroso, coordenador comercial do Grupo Carvalho. Além disso, o Nordeste também é a única região do País em que a maioria dos consumidores parcela a compra: 57% dos respondentes. Barroso acredita que, ao oferecer essa forma de pagamento, estimula o cliente a comprar um número maior de ovos. “O preço não pesa no bolso e viabiliza a compra de cestas básicas para doação, muito comum na região”, explica. Simone Terra, pesquisadora de varejo e consumo, também atribui o alto percentual de parcelamento à elevada penetração do cartão Hipercard na região. “Ele começou na rede Bompreço, mas hoje é aceito em diversos estabelecimentos. Creio que seja um dos cartões mais populares da região”, esclarece. 72 | Promoção | Supermercado moderno • janeiro 2010 páScoa no sul está o maior índice de compradores das versões diet/light: 32% dos participantes da pesquisa curam preços baixos na hora de comprar ovos de Páscoa. “A comparação de preços ocorre dentro de um rol de marcas que o consumidor elege como as mais importantes para ele”, explica Simone Terra. No grupo que se importa com preços, 64% pesquisam os ovos mais baratos no ponto de venda. Simone comenta que a proliferação das lojas de vizinhança favorece esse comportamento. “O consumidor pode sair de um supermercado e andar poucos metros até uma Americanas Ex- press e desta para uma loja de conveniência a fim de comparar os preços”, afirma ela. o varejista incentiva a compra de última hora O tumulto de gente nas lojas tentando pegar seus ovos na última hora é um comportamento enraizado entre os consumidores. A pesquisa SM/Around aponta que 77% deixam as compras para a semana anterior à data. Desse total, 34% compram apenas três dias antes, 26% com antecedência de sete dias e 17% fazem as compras na véspera. “No Brasil, a Páscoa acontece no calor. Por isso, é difícil para o consumidor estocar os ovos em casa”, acredita Daniela. Para Sérgio Barroso, do Grupo Carvalho, o público aguarda o último minuto para pegar boas pro- perdas e ruptura: como evitar A penas 32% dos respondentes afirmam estar insatisfeitos com o atendimento nos super e hipermercados. Entre esses consumidores, 64% reclamam do estado de conservação dos produtos. Para Daniela Casabona da Around Research, empresa de pesquisa de mercado que fez o estudo para SM, isso é fruto de um comportamento identificado na pesquisa: fazer as compras tardiamente. O calor típico do período e o excesso de consumidores nas lojas são apontados pelo supermercadista como as principais causas de ovos quebrados e derretidos. Para evitar perdas, a Nestlé recomenda que os ovos fiquem à uma temperatura de 20oC a 25oC, com umidade relativa do ar de no máximo 70%. As lojas que não são climatizadas dificilmente têm como fugir da parreira próxima à área de resfriados e congelados. Devem evitar, nesses casos, que os ovos fiquem perto de produtos com cheiro forte, como carnes, peixes, queijos ou artigos de limpeza. Como o chocolate é rico em gordura, absorve facilmente odores do ambiente, explica a Nestlé. Outros motivos de insatisfação do cliente: não encontrar sabor ou tamanho (56% dos entrevistados) e não encontrar a marca desejada (43%). Para Simone Terra, pesquisadora de varejo e consumo, esses dados reiteram desafio do varejo no período: oferecer o mix que o consumidor deseja. “O que mais vale a pena: ter uma variedade exagerada no sortimento ou se concentrar nas marcas preferidas do cliente? Melhor a segunda opção, mas sempre lembrando das versões diferentes”, completa. 74 | Promoção | Supermercado moderno • janeiro 2010 páScoa joão de freitas moções. “Algumas pessoas também esperam o máximo para encontrar ovos quebrados, que custam bem menos”. Já o consultor de varejo Marco Quintarelli acredita que o próprio supermercadista incentiva essa concentração. “Nos últimos três dias é que os descontos aparecem”, constata. Ele desapro- va a estratégia, uma vez que ela prejudica a margem de lucro. “Os ovos pequenos, mais vendidos no início do período, proporcionam rentabilidade superior à dos produtos que saem no fim da data.” Apesar das dificuldades, o varejista pode criar ações para que as compras aconteçam antes. Uma delas é oferecer brindes para quem adquirir os ovos com 15 a 20 dias de antecedência. “Se a pessoa MA i s i nforMAções Breithaupt: www.hiperb.com.br Grupo Azo: (21) 2496-6439 Grupo Carvalho: www.comercialcarvalho.com.br nestlé: www.nestle.com.br simone Terra: www.sterra.com.br constatar que pode sair da loja com um miniovo de chocolate ou um bichinho de pelúcia, se sentirá motivada a levar quanto antes o seu ovo para casa”, defende a consultora Simone. Pense nisso. compras de última hora são estimuladas pelo varejista com promoções. mas há quem diga que prejudica a rentabilidade. amostragem e metodologia A pesquisa sobre comportamento de compras na Páscoa contou com a parceria da Around Research. Participaram do levantamento 750 consumidores de todo o País que responderam às questões por meio da internet. Dos respondentes, 64% são mulheres e 36%, homens. A faixa predominante é a que vai de 24 a 29 anos (21%). Na sequência, vêm 19% de pessoas entre 36 e 41 anos, 18% de 30 a 35 anos, 12% de 42 a 47 anos, 11% de 18 a 23 anos, 10% de 47 a 50 anos e 9% com mais de 50 anos. Predominam ainda as classes A e B, com 34% e 45,5% dos participantes. O público C corresponde a 20% da amostra e o D, a 0,5%. A Around possui um painel com 120 mil consumidores ativos pela web. Realiza pesquisas quali e quantitativas e atende clientes como Carrefour, Redecard, Porsche, entre outros. Contato com a Around: (11) 3255-7294, www.aroundresearch.com 76 | Promoção | Supermercado moderno • janeiro 2010 páScoa Saiba sobre os hábitos do consumidor Tipo de ovos que compra* sem brinquedos com e sem brinquedos com brinquedos Procura pelo menor preço sim 47% 46% 7% *respostas com múltipla escolha 73% Qual a antecedência de compras não 27% 34% 26% três dias sete dias Um dia Preferência por marcas com personagens infantis 17% 14% Quinze dias 9% Um mês não 70% onde pesquisa preço dos ovos 30% 75% ofertas na tv 64% Branco 28% 8% os sabores preferidos* *respostas com múltipla escolha 54% 49% 41% 16% chocolate puro 64% visitas às lojas tabloides de oferta sim crocante recheado com amêndoas/ nozes/amendoim diet/light 14% 14% com frutas amargo | 77 o que atrapalha as compras nos supermercados* 64% 56% *respostas com múltipla escolha 43% estado de conservação dos ovos não encontra tamanho ou sabor desejado não encontra marca desejada 24% 21% formas de pagamento atendimento dos promotores Para quem os ovos são comprados crianças e adultos 56% Quantidade de ovos de chocolate comprados mais de 3 crianças adultos 15% 29% Um 38% 31% satisfação com o atendimento nos supermercados dois 15% três sim 16% Parcelamento das compras de ovos não 68% não 32% 73% sim 27% Sm novos produtos 78 | Supermercado moderno • janeiro 2010 100% natural com 50% de margem Produzidas integralmente com frutas, as geleias Queensberry 100% apelam para o público preocupado com a saúde. Possuem 40% menos calorias em comparação a geleias tradicionais e estão disponíveis em seis sabores. Podem ser comercializadas ao preço de R$ 10. A margem líquida é de 50%. Informações: (11) 2875-4013 Óleo de amendoim volta Picolé com sabor de algodão doce Informações: (11) 4496-4788 a ser vendido no País divulgação Com o objetivo de conquistar consumidores infantis, a Jundiá desenvolveu o Picolé de Algodão Doce. Colorido e aromatizado com o gosto do algodão doce vendido em parques de diversões. O preço sugerido é de R$ 0,80. divulgação divulgação geléia Longe das prateleiras há anos por conta do alto custo, o Óleo de Amendoim Sementes Esperança volta ao mercado. O produto é fonte de substâncias benéficas à saúde e está disponível em embalagens PET de 900 g ao preço sugerido de R$4,50. Informações: (16) 3203-3877 81 Loja SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 10 maneiras de evitar erros como esses Por Helton Gomes | [email protected] H istória: a procura por suco de laranja em um supermercado de Chicago (EUA) despencou de 40% para menos de 25%, quando mais de 35% dos itens receberam algum tipo de sinalização. Moral da história: o excesso de cartazes acabou com a seletividade do olhar e tirou o impacto da mensagem. O cliente não “enxergou” as ofertas. O caso do supermercado americano foi apresentado por professores das universidades americanas MIT, Sloan School of Management e Northwestern University, e publicado pela Harvard Business Review em 2003. Cartazes continuam eficientes na comunicação com o cliente e no estímulo às compras, mas sem exageros. O excesso, está provado, atrapalha os negócios. 82 | Loja | SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 CARTAZES “Aplicar letras muito rebuscadas é um erro, pois exige paciência do consumidor para decifrar o conteúdo” HELOÍSA OMINE PROFESSORA DE COMUNICAÇÃO COM O MERCADO DA ESPM Mas poderia ter sido relatado hoje, no Brasil, mostrando algo ocorrido em qualquer loja, de qualquer tamanho. Embora a ferramenta seja velha conhecida dos supermercadistas, muitos erros ainda são cometidos em seu nome. Heloísa Omine, professora de Comunicação com o Mercado da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), lembra que além do excesso de materiais e mensagens, existem outros equívocos frequentes, como usar pincel atômico sem tinta ou cartolina rasgada, o que dá ao consumidor a sensação de descaso. Ou ainda aplicar letras com muitos “rococós”, exigindo do cliente paciência para decifrar o conteúdo. Ainda hoje, nem sempre é claro o que e como comunicar. E o pior: qual o papel da mídia no desenvolvimento do negócio. “O cartaz se presta a sugerir ou lembrar o consumidor de uma necessidade”, explica Heloísa. E existem pelo menos dez maneiras de se trabalhar a ferramenta adequadamente para chamar a atenção da clientela, despertar interesse por produtos e estimular a compra por impulso. Acompanhe. 1 Cartazes de lançamento ou promoção têm perenidade de sete a 15 dias, dependendo do fluxo de clientes e do giro do produto. Devem informar marca, categoria, características do produto e preço. DIVULGAÇÃO 2 Para comunicar cross merchandising, a mídia deve ensinar o cliente a tirar melhor proveito dos produtos. Uma alternativa é divulgar receitas culinárias (macarronada com atum) ou propor um consumo inusitado (sorvete regado com uísque). 3 Na rede mineira Super Nosso, os cartazes (bem produzidos) trazem mensagens diretas e de forte apelo ao consumo Usar os cartazes para explicar qual vinho combina melhor com determinada carne ou peixe ou como harmonizar queijos e vinhos, exemplo da rede mineira Super Nosso, é uma maneira de gerar mais compras e de atrair clientela com maior poder aquisitivo. 4 Nas lojas dirigidas às classes A e B, pode-se também “recriar” cada seção. Na área de FLV, convém expor cartazetes do tipo 84 | Loja | SUPERMERCADO MODERNO • JANEIRO 2010 CARTAZES DIVULGAÇÃO veis, como reciclagem seletiva e apoio a instituições de caridade 7 Também para o público de alto poder aquisitivo, abuse de palavras como “lançamento”, “único”, “marcas premium” e “gourmet”. Elas chamam a atenção, pois criam a sensação de exclusividade. 8 Criar cartazes chamando a atenção para as novidades é sempre uma maneira de divulgar produtos e elevar as vendas. Nas lojas da rede Pão de Açúcar, as novidades são alardeadas, para despertar no cliente o desejo de consumo Para seduzir as classes AB, use palavras como lançamento, único, premium e gourmet. Para as classes CDE use preço, imperdível, oportunidade e promoção. feira livre. Na padaria, vale a pena alocar cartazes em letra cursiva (escritos à mão), para lembrar o atendimento personalizado (o mesmo no açougue). 5 Usar pequenos cartazes para divulgar os benefícios de certos alimentos para a saúde é outro recurso interessante. Tente algo como “Salmão é fonte de ômega 3” ou ainda “Uma taça de vinho por dia faz bem à saúde” Outra ideia é oferecer opções de consumo. Exemplo: brócolis enriquece a macarronada. Manga vai bem em saladas. 6 Os cartazes podem divulgar serviços especiais, como oferecer carne grelhada na hora, outra prática da rede Super Nosso. Além de incentivar o consumo, mostra ao cliente que a loja procura garantir o melhor atendimento. Não se esqueça ainda de divulgar ações sociais e sustentá- 9 Nas lojas voltadas às classes D e E, a linguagem tem de ser simples e as ofertas precisam criar a percepção de oportunidade. “Se o cliente não lembra quanto paga por determinado item, não consegue mensurar a vantagem. Por isso, em vez de comunicar 30% de desconto, opte por ‘preço cai de R$ 100 para R$ 70’ ”, explica Renato Meirelles, do Data Popular, instituto de pesquisa especializado em baixa renda. As palavras que ajudam a passar essas ideias são: “preço”, “imperdível”, “oportunidade” e “promoção”. 10 Por último, cartazes de aviso devem destacar as palavras sobre as quais se deseja chamar a atenção. E eles devem ser expostos em locais de alto tráfego e boa visibilidade. Nada muito alto, já que as pessoas não caminham SM olhando para cima. MAI S I NFORMAÇÕES Data Popular: (11) 3218-2222 ESPM: (11) 5085-4600 FGV: (11) 3799-3350 87 RH Supermercado moderno • janeiro 2010 alimente-se melhor 1a3 3a5 porções porções 2a3 porções 1,5 a 4,5 porções 1a2 porções 3a5 porções A roDa Dos aLiMenTos: 4 a 11 porções o prato ideal deve conter alimentos de todos os grupos, na proporção correta. e as porções devem ser diárias. dedicação ao trabalho e o esforço na busca por resultados são fundamentais para seu crescimento como empresário ou profissional do ramo. Mas você não pode descuidar de si mesmo. O excesso de horas trabalhadas e o estresse inerente à atividade precisam ser compensados com boa alimentação, exercícios e lazer. Afinal, você merece viver melhor, para seu próprio bem e do negócio. Celso Furtado, Não negligencie sua saúde e seu bem-estar. Assim como o consumidor, você também merece toda a atenção. Nesta reportagem, iniciamos a série Pense em Você, para ajudá-lo a viver melhor. de 36 anos, gerente de marketing da rede paulista Coop, percebeu a importância da alimentação balanceada no desempenho profissional. Há dois anos, passou a se preocupar com uma dieta saudável e está satisfeito com o resultado. “Manter a saúde em bom estado contribui muito para melhorar o ritmo e a produção”, afirma. Aline Fonseca, nutricionista do CFN (Conselho Federal de Nutricionistas), confirma que alimentar-se corretamente proporciona uma “vida mais produtiva, alegre e relaxada”. Mas como saber qual é a melhor forma de obter os nutrientes de que precisamos? A especialista em nutrição e gastronomia, Licínia de Campos, garante que “equilibrar a dieta é 88 | RH | Supermercado moderno • janeiro 2010 Celso Furtado, gerente de marketing da Coop, reduziu estresse e ansiedade com alimentação correta mais fácil do que parece”. Para proporcionar ao organismo os nutrientes necessários, é preciso consumir produtos de todos os grupos alimentares: hortaliças, pães e cereais, frutas, leite e derivados, carnes e suas alternativas. Licínia acrescenta que o ideal é fazer seis refeições diárias, com intervalos regulares. “Uma maior quantidade de refeições ao longo do dia, em proporções pequenas, ajuda as pessoas É bom consumir... Porque Arroz e feijão feijão é rico em fibras e em ferro, regula o nível de colesterol e de glicose. o arroz é fonte de amido, vitaminas do complexo B e minerais. CereAis integrAis fontes de fibras, proteínas e ricos em cálcio, magnésio, vitaminas A, C, D e e Azeite reduz o mau colesterol, retarda envelhecimento das células e ajuda a regular a pressão arterial Avelãs e AmênDoAs ricas em potássio e vitamina e. Avelãs contêm ainda boas quantidades de cálcio. CAstAnhADo-PArá fornece mineral selênio, que é antioxidante, além de magnésio e ácido graxo ômega 3 Alimentos orgâniCos evitam problemas de saúde ocasionados pelo consumo de substâncias químicas tóxicas hortifrútis fontes de vitaminas e minerais. Ao consumir no mínimo 5 porções/dia, há evidências de menor risco de doenças cardiovasculares, derrames e certos tipos de câncer. CArnes (PrefirA As mAgrAs) são boas fontes de proteínas, de vitaminas do complexo B e de minerais como ferro e zinco vinhos Um antioxidante poderoso, pois protege o coração. tomar 2 copos de vinho tinto (ou de suco de uva s/ açúcar) por dia incrementa a saúde do sistema cardiovascular. a controlar o apetite e a se sentir mais energizadas”, comenta “Comer de três em três horas me deixa mais feliz”, confirma o gerente da Coop, que mudou seus hábitos alimentares. Orientado por nutricionistas, deixou de tomar líquido durante as refeições, passou a consumir menos refrigerantes e frituras e a tomar o café da manhã. “Agora, com uma alimentação mais saudável, a ansiedade e o estresse estão sob controle”, conta. “Dieta”, palavra vilã Sabor estimula novos hábitos Mesmo conhecendo os benefícios para a saúde, mudar os hábitos alimentares não é tarefa fácil. Para enfrentar a dificuldade, Aline Fonseca explica que a dieta precisa ser agradável e prazerosa. “Os pratos devem ser bonitos, coloridos e o ambiente, tranquilo. O alimento tem de estimular os cinco sentidos,” diz. A nutricionista Licínia também aponta a importância de conciliar saúde e satisfação. “Além de incluir no cardápio pratos gostosos, é necessário se permitir um deslize ocasional”, aconselha. E explica: “ninguém precisa abandonar o chocolate, o pão e a cervejinha. Basta ter um consumo moderado”. Celso Furtado concorda. “O que devemos fazer é procurar produtos saudáveis sem abrir mão do prazer.” Sm Mai s i nforM açõ es Cfn: www.cfn.org.br Coop: www.coop-sp.com.br 90 | Supermercado moderno • janeiro 2010 cenas do varejo divulgação Assim como vendem crepes preparados na hora, algumas redes não se esquecem de oferecer pratos típicos da região. É o caso da rede mineira super nosso, 2 lojas, que fornece canjica quentinha aos seus consumidores. valorizar o sabor regional é uma maneira de valorizar o próprio cliente. n EnviE uma foto curiosa do passado ou prEsEntE para o E-mail: [email protected] sm sElEcionará as mElhorEs.